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Relatório 3 – Segmentos de média prioridade

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Page 1: Relatório 3 – Segmentos de média prioridade

Relatório 3 – Segmentos de média prioridade

Page 2: Relatório 3 – Segmentos de média prioridade

Autoria e Edição de Bain & Company 1ª Edição Fevereiro 2014

Bain & Company Rua Olimpíadas, 205 - 12º andar 04551-000 - São Paulo - SP - Brasil Fone: (11) 3707-1200 Site: www.bain.com

Gas Energy Av. Presidente Vargas, 534 - 7° andar 20071-000 - Rio de Janeiro - RJ - Brasil Fone: (21) 3553-4370 Site: www.gasenergy.com.br

O conteúdo desta publicação é de exclusiva responsabilidade dos autores, não refletindo, necessariamente, a opinião do BNDES. É permitida a reprodução total ou

parcial dos artigos desta publicação, desde que citada a fonte.

Este trabalho foi realizado com recursos do Fundo de Estruturação de Projetos do BNDES (FEP), no âmbito da Chamada Pública BNDES/FEP No. 03/2011. Disponível com mais detalhes em <http://www.bndes.gov.br>.

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Potencial de diversificação da indústria química Brasileira - Relatório 3

Índice

1. Análise breve dos segmentos de média prioridade ................................................................ 4

1.1. Metodologia para estudo dos segmentos de média prioridade .................................... 5

1.2. Estudo dos segmentos de média prioridade .................................................................... 5

1.2.1. Ácido metacrílico e derivados ........................................................................................ 6

1.2.2. Catalisadores ..................................................................................................................... 8

1.2.3. Cloro e álcalis .................................................................................................................. 11

1.2.4. Colas, adesivos e selantes.............................................................................................. 15

1.2.5. Corantes e pigmentos, Óxido de titânio e Tintas, vernizes e afins ......................... 17

1.2.6. Intermediários industriais ............................................................................................. 21

1.2.7. Derivados do metano .................................................................................................... 24

1.2.8. Outros derivados do propeno ...................................................................................... 27

1.2.9. Outros elastômeros ........................................................................................................ 28

1.2.10. Produtos de limpeza e intermediários ........................................................................ 29

1.2.11. Reagentes de laboratório ............................................................................................... 30

Anexo ................................................................................................................................................... 32

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................ 33

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Potencial de diversificação da indústria química Brasileira - Relatório 3

1. Análise breve dos segmentos de média prioridade

Após a segmentação da indústria química, realizada na Fase 1 deste estudo, a atratividade de cada segmento foi avaliada por meio de uma metodologia multicritério1. Com base na atratividade, os segmentos foram classificados durante a Fase 2 em três níveis de prioridade (alta, média e baixa) para um estudo aprofundado.

Dado o escopo deste estudo e limitações de tempo e recursos, apenas os segmentos de alta prioridade foram selecionados para análise detalhada na Fase 3, pelo fato das condições de demanda2 e/ou fatores de produção3 apresentarem vantagens relevantes em comparação aos demais segmentos.

Os segmentos de média prioridade foram analisados de forma resumida. A análise foi breve e buscou identificar (1) oportunidades específicas que possam vir a ser detalhadas em estudos futuros, e (2) sinergias que justifiquem a incorporação de produtos de média prioridade em segmentos de alta prioridade. Não houve aprofundamento nos estudos dos segmentos classificados como baixa prioridade.

A análise breve dos segmentos de média prioridade - tema a ser discutido nesse capítulo -, buscou revisitar critérios considerados nas Fases 1 e 2 do estudo (por exemplo, agrupamentos realizados na etapa de segmentação, avaliações das condições de demanda e avaliações dos fatores de produção) e também pré-avaliar os critérios previstos na Fase 3 (como estratégia, estrutura e rivalidade e as indústrias relacionadas ao segmento).

Na Fase 2, 13 segmentos4 foram classificados como média prioridade. Estes foram analisados em 11 grupos, pois os segmentos “Corantes e pigmentos”, “Óxido de titânio” e “Tintas, vernizes e produtos afins” foram estudados em conjunto por conta da similaridade entre suas indústrias, como mostra a Figura 1.

Abaixo, estão listados em ordem alfabética os 11 grupos:

1. Ácido metacrílico e derivados. 2. Catalisadores. 3. Cloro e álcalis. 4. Colas, adesivos e selantes. 5. Corantes e pigmentos, Óxido de titânio, Tintas, vernizes e produtos afins. 6. Derivados do metano. 7. Outros elastômeros. 8. Intermediários industriais. 9. Outros derivados do propeno. 10. Produtos de limpeza e intermediários. 11. Reagente de laboratório.

1 O detalhamento da metodologia multicritério, utilizada para a avaliação dos segmentos, está descrito no relatório 2 desse Estudo. 2 Exemplo: relevância das importações ou exportações brasileiras nos últimos cinco anos. 3 Exemplo: grau de competitividade da matéria prima local. 4 A evolução da priorização dos segmentos pode ser encontrada no anexo deste Relatório.

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Potencial de diversificação da indústria química Brasileira - Relatório 3

1.1. Metodologia para estudo dos segmentos de média prioridade

A metodologia adotada para a análise breve dos segmentos de média prioridade consiste nas etapas apresentadas abaixo:

• Revisão do agrupamento dos segmentos: realocação de produtos de um segmento para o outro, quando houver similaridades entre as cadeias produtivas ou mercados dos produtos a serem realocados e os segmentos para onde serão destinados.

• Aprofundamento do critério “Condição da Demanda”: aprofundamento do entendimento dos direcionadores da demanda dos segmentos, com o detalhamento dos seus volumes de produção, importação e exportação e de seus valores agregados.

• Aprofundamento do critério “Fatores de Produção”: aprofundamento do entendimento dos fatores de produção, como competitividade, disponibilidade e perspectivas das matérias-primas e tecnologias.

• Aplicação do critério “Estratégia, Estrutura e Rivalidade”: entendimento do padrão de concorrência do segmento, identificando o nível de competição, as estratégias de vendas e de negócio, e a forma de organização dos principais players.

• Aplicação do critério “Indústrias Relacionadas e de Apoio”: entendimento das sinergias e conexões entre os elos da cadeia produtiva que afetam com maior intensidade o negócio inserido nos segmentos em análise.

A Figura 1 mostra a metodologia utilizada na análise dos segmentos de média prioridade.

Figura 1: Metodologia para análise breve dos segmentos de média prioridade

1.2. Estudo dos segmentos de média prioridade

Cada um dos segmentos de média prioridade foi analisado em cinco diferentes dimensões, de acordo com suas particularidades. A Figura 2 mostra quais dimensões destacam-se em

Maiordetalha-mento de

critérios jáavaliados

Fase

1

Agrupamento • Reagrupamento com outro segmento aprovado - Ex. Outros elastômeros: separação dos derivados de silício

Fase

2

Condição de demanda

• Entendimento detalhado dos direcionadores de demanda- Ex. Intermediários industriais: tamanho relevante é atingido

com a soma de vários volumes pouco representativos

Fatores de produção

• Entendimento detalhado dos direcionadores de produção- Ex. Derivados de metano: disponibilidade de matéria-prima

(gás natural) apenas após 2022

Avaliaçãoprévia de

novoscritérios Fa

se 3

Estratégia, estrutura e rivalidade

• Breve análise do cenário de competição da indústria - Ex. Reagentes de laboratório: venda conjunta com outros

produtos (máquinas)

Indústrias relacionadas

• Breve análise da capacitação das indústrias relacionadas

CRITÉRIO EXPLICAÇÃO

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Potencial de diversificação da indústria química Brasileira - Relatório 3

cada segmento e portanto são abordadas nesse Relatório. Por exemplo, para o segmento “Catalisadores”, as dimensões mais relevantes são: “Condições de demanda” e “Estratégia, estrutura e rivalidade”. A Figura 2 também apresenta os segmentos que foram reagrupados - ou seja, que tiveram parte de seus produtos incorporados aos segmentos de alta prioridade.

Figura 2: Dimensões de análise dos segmentos de média prioridade

Com base nas análises, três segmentos foram redirecionados para o grupo de alta prioridade e, consequentemente, para o estudo aprofundado. São eles: “Intermediários industriais”, “Outros elastômeros” e “Produtos de limpeza e intermediários”. Nos demais segmentos, foram identificadas oportunidades específicas que poderão ser estudadas de maneira aprofundada em trabalhos futuros.

É importante ressaltar que o fato de alguns segmentos de média prioridade não terem sido direcionados para o estudo aprofundado não tem a ver com a existência de oportunidades e com a relevância desses segmentos no contexto da indústria química brasileira. A classificação de baixa e média prioridade indica somente que o segmento não será estudado de forma detalhada neste estudo.

1.2.1. Ácido metacrílico e derivados

O segmento “Ácido metacrílico e derivados” tem como principais produtos: o ácido metacrílico, ésteres do ácido metacrílico (ex.: metacrilato de metila – MMA e metacrilato de etila – EMA) e o polimetilmetacrilato (PMMA) - obtido com a polimerização do MMA. Conforme a Figura 3, além destes produtos, o segmento também possui outros grupos, com diversas aplicações.

SegmentosEstudo

aprofundado

Dimensões de análise

Reagrupa-mento

Condições de demanda

Fatores de produção

Estratégia, estrutura e rivalidade

Indústrias relacionadas

Ácido metacrílico e derivados

Catalisadores

Cloro e Álcalis

Colas, adesivos e selantes

Corantes e pigmentos

Derivados do metano

Intermediários industriais

Óxido de titânio e derivados

Outros derivados do propeno

Outros elastômeros

Produtos de limpeza e intermediários

Reagentes de laboratório

Tintas, vernizes e produtos afins

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Potencial de diversificação da indústria química Brasileira - Relatório 3

Figura 3: Outros produtos e aplicações dos derivados do ácido metacrílico

Esse segmento foi classificado como média prioridade principalmente pela alta taxa de crescimento médio anual de suas exportações entre 2008 e 2012. Isso ocorreu devido ao aumento de 228% entre 2009 e 2010, motivado pela expansão da capacidade produtiva da Unigel em Candeias, na Bahia. Entretanto, o crescimento foi pontual, conforme mostra a Figura 4, e não há indícios de novo incremento substancial nas exportações para os próximos anos.

Figura 4: Exportação de ácido metacrílico e derivados

Fonte: Análise Bain / Gas Energy

Grupo de produto:

Performance:

Aplicação:

Matéria-Prima:

Ésteres Amino ésteres Amidas Éteres

Hidroxi-ésteres

• Alteração de propriedades de polímeros (ex.:temperatura de amolecimento)

• Solubilidade em água

• Reticulaçãosob exposição ao calor

• Plastificantes

• Propriedades de solução

• Revestimentos de cura à quente

• Promotor de adesividade

• Tintas• Dispersões/

Emulsões• Produtos de

performance • Papel e água• Cosméticos

• Tintas• Dispersões/

Emulsões• Produtos de

performance• Papel e água• Cosméticos

• Dispersões/Emulsões

• Produtos de performance

• Plásticos

• Tintas• Elastômeros• Dispersões/

Emulsões• Produtos de

performance

• Revestimento• Dispersões• Adesivos e

selantes• Químicos para

construção• Poliésteres

insaturados• Cosméticos

• Metil metacrilato (MMA)

• Ácido metacrílico

• Metil Metacrilato (MMA)

• Ácido metacrílico

• Metil metacrilato (MMA)

• Ácido metacrílico

PMMA

• Termoplástico transparente com baixa densidade

• Chapas acrílicas

• Compostos de moldagem

• Metil metacrilato (MMA)

,

EXPORTAÇÃO (US$M)• Metacrilato de metila (MMA) é o

principal produto exportado- US$84M (87% do total do segmento) e

40kta (93% do total do segmento)- Principal aplicação é a fabricação de chapas

acrílicas

• Exportações aumentaram em 2010 após a expansão da planta Unigel- Localizada em Candeias-BA planta passou

de 45 kta para 100 kta de capacidade produtiva de MMA

• Apesar do aumento das exportações. MMA é pouco competitivo devido ao alto custo das matérias-primas(acetona, metanol e cianeto de hidrogênio)- Cianeto de hidrogênio e metanol

representa 50% em massa das matérias-primas e são derivados do gás natural

- Brasil é importador de acetona, preços em paridade de importação

EXPORTAÇÃO DE MMA NÃO DEVECONTINUAR CRESCENDO

Expansão da planta de MMA

Fonte: AliceWeb, Análise Bain / Gas Energy

Outros Ésteres

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Potencial de diversificação da indústria química Brasileira - Relatório 3

Em relação às importações, não há nenhum produto do segmento em questão que apresente valores expressivos. Os maiores volumes estão concentrados no ácido metacrílico e no PMMA. No caso do primeiro, a importação foi de US$ 15,7 milhões (5,7 mil toneladas) em 2012. Já a importação de PMMA foi de US$ 14,3 milhões (4 mil toneladas). Como mostra a Figura 5, os demais produtos apresentam volumes de importação pouco expressivos.

Figura 5: Importação de ácido metacrílico e derivados

Esse segmento não será estudado de forma aprofundada, tendo em vista as oportunidades limitadas de aumento das exportações e de substituição das importações até que a aconteça um aumento significativo na disponibilidade de gás natural a preços competitivos.

1.2.2. Catalisadores

No segmento “Catalisadores” são empregados constituintes de alto valor agregado visando melhorar a atividade e a seletividade na produção de químicos. Os produtos desse segmento são diferenciados principalmente pelo alto conteúdo tecnológico. A disponibilidade de matérias-primas competitivas não é decisiva para esse setor5.

O segmento ”Catalisadores” é composto por produtos heterogêneos e utilizados em uma vasta gama de aplicações específicas. Em geral, um mesmo produto raramente serve para diversas aplicações. Para entender melhor as potenciais oportunidades do segmento, seus produtos foram reclassificados na Fase 3 sob uma ótica de aplicação mais adequada se comparada à classificação original (por matérias-primas). A Figura 6 mostra o resultado da nova classificação.

5Entrevista(s) com participante(s) da indústria.

Importações do segmento “Ácido metacrílico e derivados” (US$M)

Fonte: AliceWeb, Análise Bain / Gas Energy

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Figura 6: Classificação dos catalisadores importados em 2012

Como também mostra a Figura 6, dois grupos se destacam pelo grande volume de importações: os catalisadores veiculares e os catalisadores para polímeros. Foi identificada também, por meio de consultas com especialistas do setor, a existência de um terceiro grupo de grande importância estratégica para o Brasil: os catalisadores para refino de petróleo, cujos volumes estão distribuídos nos demais grupos, principalmente nos grupos de craqueamento, reforma e hidrogenação.

A maioria dos catalisadores para polímeros são produzidos pelas próprias empresas proprietárias das tecnologias, restringindo as oportunidades de investimentos de empresas fora do setor, como é o caso da Univation (joint venture da ExxonMobil Chemical com uma subsidiária da Dow) e da INEOS (que adquiriu a subsidiária de derivados de refino da BP). Em geral, esses catalisadores são fabricados em plantas de escala mundial pertencentes às empresas produtoras de polímeros. Portanto, as oportunidades parecem limitadas. Assim, o segmento “Catalisadores” não será objeto de estudo aprofundado. Porém, sugere-se que um eventual estudo detalhado do grupo pode ser realizado em conjunto com uma análise aprofundada da indústria de polímeros.

Os catalisadores para refino foram analisados com base em entrevistas com profissionais do setor, incluindo um representante da Fábrica Carioca de Catalisadores (FCC). Foi concluído que apesar de ser um grupo de extrema importância, já existe uma perspectiva favorável a investimentos, em razão da disponibilidade de royalties do petróleo e da presença robusta da FCC no setor. Por isso, foi concluído que não é necessário aprofundar o estudo desse grupo de catalisadores.

O terceiro grupo - catalisadores automotivos - parece ser, pelo volume de importações, o mais atrativo em relação a investimentos no Brasil. Entretanto, como pode ser observado na Figura 7, a maior parte das importações é proveniente da Argentina, que é integrante do Mercosul e portanto tem vantagens tributárias nas transações comerciais com o Brasil.

(*) Catalisadores de refino estão presentes nos demais grupos (craqueamento, reforma, olefinas, etc.)Fonte: AliceWeb; Análise Bain / Gas Energy

IMPORTAÇÕES (US$M, 2012)

1

3

2

Refino de petróleo*- Importância estratégica para o Brasil- Ampla disponibilidade de royalties do

petróleo para pesquisa- Fábrica Carioca de Catalisadores (FCC)

bem posicionada no setor

Polímeros- Catalisadores proprietários, específicos

para cada aplicação, com fortes barreiras de entradas

- Desenvolvimento em conjunto com os polímeros

Veiculares- Maior volume de importações- Investimentos anunciados por

produtores nacionais

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Potencial de diversificação da indústria química Brasileira - Relatório 3

Figura 7: Análise do mercado de catalisadores automotivos

Os catalisadores são produzidos na Argentina pela companhia Johnson Matthey, numa joint venture com a Magneti Marelli, que controla 30% do empreendimento localizado em Pilar, região metropolitana de Buenos Aires. A capacidade da fábrica é de 1,5 milhões de unidades por ano - próxima da produção total brasileira em 2011. Um eventual deslocamento da planta para o Brasil é pouco provável devido à grande necessidade de investimento.

As evoluções nas regulações ambientais, detalhadas nos próximos parágrafos, são um fator de impulso à demanda por catalisadores automotivos no Brasil. Os dois players atuantes em território nacional (Basf e Umicore), localizados respectivamente em Indaiatuba e Americana, no interior paulista, anunciaram recentemente novos investimentos para capitalizar o esperado crescimento do mercado, por conta de exigências da legislação ambiental.

Atualmente, três diferentes segmentos do mercado são regulados: catalisadores para veículos leves, catalisadores para veículos pesados e catalisadores para motocicletas. Os dois primeiros são regulados pelo “Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotivos” (Proconve L e P, respectivamente). O setor de motocicletas é regulado pelo “Programa de Controle da Poluição do Ar por Motociclos e Veículos Similares” (Promot).

Hoje, o principal foco do mercado são os catalisadores para veículos automotivos, cuja legislação está em vigor desde 1988, quando o Proconve L1 foi instituído. Desde então, o mercado de catalisadores vem crescendo com as reduções crescentes nos limites de emissões e com o aumento da venda de automóveis.

Em 2012, o Proconve reduziu os limites para as emissões de gases e de impurezas no combustível, tornando o uso de catalisadores imprescindível em veículos pesados.

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A próxima etapa da regulamentação deve ser a atualização do Promot que deve reduzir os limites de emissões de gases e impor restrições de estabilidade para emissões de gases de motocicletas, estimulando o aumento da demanda por catalisadores.

Embora o mercado de catalisadores automotivos seja atrativo e esteja em expansão, as grandes empresas mundiais já atuam no mercado doméstico e regional e têm investimentos planejados. Assim, foi decidido não dar continuidade às análises mais aprofundadas nesse estudo.

1.2.3. Cloro e álcalis

O segmento “Cloro e álcalis” é muito importante para a indústria química de um país. De acordo com o relatório de 2012 da Associação Brasileira da Indústria de Álcalis, Cloro e Derivados (Abiclor), o cloro é o insumo para a produção de aproximadamente 50% dos produtos químicos produzidos em larga escala. Os álcalis, representados pela soda cáustica, também têm ampla aplicação na indústria química.

No Brasil, a balança comercial de soda cáustica apresenta déficit crescente, com importações superiores a US$ 400 milhões em 2012, como mostra a Figura 8. Em 2009 e 2010, houve uma redução pontual no valor das importações devido ao excesso de oferta no mercado mundial, o que causou quedas drásticas nos preços. Em 2011, porém, o cenário se estabilizou e as importações voltaram a crescer.

Figura 8: Visão geral do segmento de cloro e álcalis no Brasil

Como também mostra a Figura 8, a produção de soda cáustica está associada à produção de cloro. Ambos são coprodutos de um processo eletrolítico que consome sal e eletricidade para gerar 1,12 toneladas de soda cáustica para cada 1 tonelada de cloro gasoso.

Dessa forma, a questão do déficit da soda cáustica deve ser analisada junto com a oferta e a demanda de cloro.

O transporte do cloro é de alto custo, pois o material é tóxico, explosivo quando aquecido. Além disto, seu o custo é também afetado pelas deficiências na infraestrutura de transporte

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Potencial de diversificação da indústria química Brasileira - Relatório 3

do País, principalmente rodoviária e portuária. Por isso, a importação e a exportação em alta escala não são economicamente viáveis. A maior parte da produção doméstica é integrada às plantas consumidoras, como mostra a Figura 9.Portanto, o aumento da produção de soda cáustica seria uma consequência do aumento do consumo e da produção local de cloro.

Figura 9: Configuração do mercado de cloro no Brasil

Novas oportunidades para a produção de cloro também podem estar nas plantas integradas. A Figura 10 mostra os mercados consumidores atuais de cloro e o volume de produção adicional necessário para suprir o déficit atual de soda, estimado em aproximadamente um milhão de toneladas por ano.

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Potencial de diversificação da indústria química Brasileira - Relatório 3

Figura 10: Análise do mercado de cloro no Brasil

Conforme um estudo realizado pelo BNDES em 2009, as plantas de cloro de escala global têm capacidade de produção de aproximadamente 240 mil toneladas por ano. Para suprir o atual déficit de soda cáustica seriam necessárias quatro novas plantas de cloro-soda. No entanto, elas somente seriam viáveis se existisse um aumento expressivo na demanda doméstica de cloro e uma redução do custo da energia.

Nos últimos anos, o preço da energia elétrica no Brasil sofreu sucessivos aumentos, impondo dificuldades para as empresas produtoras de cloro-soda, que são eletro-intensivas. Por esta razão, para o desenvolvimento desta cadeia produtiva, seria necessária uma política de preços e de garantia de disponibilidade de energia elétrica por mecanismos como: (i) o direcionamento de parte da energia amortizada das grandes hidroelétricas para o produtor de cloro-álcalis e (ii) a revisão e redução dos encargos incidentes sobre o custo unitário da energia adquirida pelos produtores. De maneira similar, para o gás natural utilizado nesse segmento, é necessária uma política regulatória de preços menos onerosa, uma vez que este é a principal fonte de energia para evaporação da soda cáustica líquida. A defasagem entre o preço do insumo no Brasil e nos Estados Unidos, por exemplo, é de cerca de 3 para 16.

Além da redução com os custos da energia elétrica, o segmento acredita que os projetos de aumento de capacidade seriam viabilizados com um esforço governamental de desoneração de investimentos, incentivos fiscais e creditícios.

Atualmente, o consumo de cloro no Brasil está concentrado nas produções de dicloroetano para a indústria de PVC, de ácido clorídrico e de óxido de propeno para a produção de

6 Fonte: Abiclor (2014).

Soda importada

Sodaproduzida

Cloro produzido

Fonte: Relatório Anual Abiclor 2010 e 2012; O Setor de Soda-Cloro no Brasil e no Mundo (BNDES); Análise Bain / Gas Energy

Produção local (kt, 2012) Consumo de cloro no Brasil (kt, 2012)

CONSUMO LOCAL DE SODA PERMITE AMPLA EXPANSÃO DO CLORO

QUE É CONSUMIDO NO BRASIL DE DIVERSAS MANEIRAS

Soda Cloro

Necessidade de produção de cloro para cobrir importações de soda

cáustica (~1.000kt de cloro)

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Potencial de diversificação da indústria química Brasileira - Relatório 3

espumas. A representatividade de cada produto no consumo do cloro e a existência de plantas integradas em sua produção pode ser visualizada na Figura 11.

Figura 11: Integração da produção nacional de derivados do cloro

Há pouca oportunidade de novos investimentos a curto e médio prazo em óxido de propeno, sobretudo por conta do excesso de capacidade no Brasil7.

No entanto, em subsegmentos específicos existem oportunidades, como no caso do MDI, do PVC, e talvez do ácido clorídrico. A propósito, no processo de produção de MDI, na etapa de reação do MDA com fosgênio, há geração de HCl que, em forma gasosa é purificado e, em seguida, absorvido em água, obtendo-se uma solução a 40% que pode ser comercializada. Nesse caso, os subsegmentos MDI, PVC e ácido clorídrico podem ser analisados de forma mais aprofundada em um eventual estudo detalhado a respeito do mercado de cloro e seus derivados.

As perspectivas de aumento da demanda parecem limitadas em outros segmentos consumidores de cloro, como “Óxido de titânio” e ”Saneamento básico”. Um investimento em uma planta de óxido de titânio pela rota cloreto é pouco provável, como pode ser atestado no item 1.2.5 do anexo desse relatório. Já em saneamento básico, os volumes de cloro demandados são baixos e por isso insuficientes para justificar grandes investimentos em novas plantas. Porém, vale ressaltar que a infraestrutura de saneamento básico no Brasil é limitada. O assunto será detalhado em relatórios subsequentes desse Estudo, quando forem propostas políticas de desenvolvimento para o setor.

Considerando as boas perspectivas de aumento das demandas de PVC e de ácido clorídrico (principais aplicações do cloro no Brasil) parece não haver problemas: existe demanda tanto para soda como para cloro. Porém, é importante ressaltar que o alto custo da energia elétrica é um forte entrave à viabilidade de novos projetos consumidores de cloro no Brasil.

7Entrevista(s) com participante(s) da indústria.

Não integrados/subprodutos

Integrados

Matéria prima

Produtos

Legenda:

Integração

Cloro

Dicloroetano

Óxido de Propeno

Ácido clorídrico

Hipoclorito de sódio

Tratamento de água

Outros

Fontes: Abiclor; Análise Bain / Gas Energy

38%

19%

24%

6%

3%

10%

Integração da produção nacional de derivados do cloro(2012)

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Potencial de diversificação da indústria química Brasileira - Relatório 3

Em resumo, as oportunidades do segmento “Cloro e álcalis” estão em plantas de grande (por exemplo as plantas de PVC) ou de pequeno porte (por exemplo em plantas de cloro para tratamento de água e esgoto que devem estar próximas as estações de tratamento), ambas integradas às cadeias a jusante. Essas plantas poderiam ser supridas pelo eteno que atualmente é utilizado em plantas antigas de fabricação de polietileno e que podem ser fechadas num futuro próximo por falta de competitividade.

As oportunidades em plantas de grande porte são limitadas pela falta de competitividade do custo da energia elétrica. Quanto às oportunidades integradas para produção de PVC, já existem investimentos em estudos, por exemplo pela Braskem. No caso das plantas pequenas, possivelmente existem oportunidades pontuais que podem ser exploradas em estudos específicos.

1.2.4. Colas, adesivos e selantes

O segmento “Colas, adesivos e selantes” apresenta uma grande diversidade de produtos e uma série de possíveis subsegmentações. Os produtos podem ser classificados por tipo de matéria-prima (epóxi, poliuretanos ou derivados do acetato de vinila), mercados atendidos (por exemplo, indústria civil e automotiva) e tipo de aplicação. Sob a ótica de tipo de aplicação, os adesivos e selantes podem ser divididos em quatro grupos principais, a saber:

• Base solvente: aplicado em uma solução que se converte em adesivo/selante quando o solvente evapora;

• Base água: aplicado em emulsão e convertido em adesivo/selante quando a água evapora;

• Reativos: aplicado como líquido que é convertido em adesivo após processo de reticulação;

• Hot melt: aplicado como uma película em fusão que se converte em sólido1

Com base na análise dos dados levantados pela comissão de “Colas, adesivos e selantes” da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), foi possível identificar que o setor é suprido principalmente pela produção nacional, como mostra a Figura 12.

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Figura 12: Importações, exportações e produção do segmento de colas, adesivos e selantes no Brasil

Ainda assim, o valor de importações do segmento é significativo, tendo superado US$ 200 milhões em 2010. O alto volume de importações, a despeito da existência de capacidade ociosa, indica possíveis distorções no mercado. A seguir, alguns pontos que podem explicar o cenário:

• O segmento é competitivo frente às importações somente em algumas famílias de produtos, como, por exemplo, o cianoacrilato.

• A capacidade ociosa está em produtos cujo mercado doméstico já é integralmente suprido, como é o caso da cola branca. Nesse caso, as importações são de produtos cuja capacidade de produção nacional é inferior a demanda, e que normalmente possuem maior valor agregado.

• Os produtos importados obedecem ao modelo “matriz-filial”, em que multinacionais localizadas no Brasil preferem produzir no exterior e comercializar no território nacional.

Uma análise mais detalhada do segmento e de suas matérias-primas revela que, para os principais tipos de produto, não existem grandes oportunidades de investimento, como será detalhado a seguir.

Por meio da análise de benchmarks internacionais, foi constatado que as matérias primas são responsáveis por mais de 50% dos custos médios de fabricação de adesivos. A análise dessas matérias primas8 revela que aproximadamente 80% das mesmas correspondem a três famílias (epóxi, poliuretanos e derivados de acetato de vinila) e que estas famílias apresentam oportunidades limitadas de investimento (Figura 13).

8 Foi utilizado como exemplo os adesivos para construção civil.

Capacidade instalada supera

em 44% o consumo aparente

Fonte: Estatística do Segmento de Colas, Adesivos e Selantes (Abiquim, 2006 a 2011 - Preliminar); Análise Bain / Gas Energy

Exportação de baixo valor agregado

Baixas exportações parecem indicar falta de

competitividade do produto nacional

Colas, adesivos e selantes no Brasil (kt, 2010)

Colas, adesivos e selantes no Brasil (US$M, 2010)

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Potencial de diversificação da indústria química Brasileira - Relatório 3

Figura 13: Análise das principais matérias primas dos adesivos

Na análise das oportunidades para resinas epóxi, é possível perceber que existem restrições no consumo de grande parte dessas resinas devido à proibição, em diversos países, de uma de suas matérias-primas, o Bisfenol A.

No caso dos poliuretanos, as oportunidades de investimento são restritas uma vez que a maior empresa produtora do mundo, a Henkel, já anunciou investimentos no setor. A companhia divulgou recentemente a abertura de uma nova planta no Brasil, dedicada ao abastecimento do mercado nacional de adesivos.

Para os derivados do acetato de vinila (um dos principais insumos utilizados pelo segmento “Colas, adesivos e selantes”) a viabilidade de novos projetos no Brasil é influenciada pelo custo do metano, cuja competitividade no Brasil é impactada pelo alto custo do gás natural. Porém, conforme detalhado no item 1.2.7, é prevista a produção de ácido acético no projeto em Linhares, Espírito Santo, o que pode contribuir para a redução no custo do acetato de vinila em território nacional.

1.2.5. Corantes e pigmentos, Óxido de titânio e Tintas, vernizes e afins

Os segmentos “Corantes e pigmentos”, “Óxido de titânio” e “Tintas, vernizes e afins”9 foram analisados em conjunto por serem indústrias relacionadas entre si.

9 O segmento “Tintas, vernizes e afins” engloba parte dos produtos classificados como “revestimentos produtores”. A classe “Revestimentos protetores” é uma das 4 classes de químicos para construção civil

52-58%5-7%

27-38%

(*): Adesivos para construção civilFontes: Chem Quest; Análise Bain / Gas Energy

MATÉRIA PRIMA É O PRINCIPAL CUSTO

E PARECEM EXISTIR POUCAS OPORTUNIDADES, APARENTEMENTE JÁ ENDEREÇADAS

Falta de competitividade

do metano

Presença de único fornecedor de matéria

prima no Brasil

Resinas epoxi pouco relevantes no Brasil, e com riscos atrelados ao Bisfenol A

EPOXI

POLIURETANOSHenkel abriu nova fábrica de poliuretanos no Brasil

em abril de 2013

DERIVADOS DO ACETATO DE VINILAProcessos já difundidos no Brasil, com baixo valor

agregado e pouco competitivos.

Maior competitividade poderia geraraumento da utilização

Page 18: Relatório 3 – Segmentos de média prioridade

18

Potencial de diversificação da indústria química Brasileira - Relatório 3

O detalhamento da balança comercial dos segmentos analisados é mostrado na Figura 14. Foram apresentas as importações e exportações dos grupos de produtos mais relevantes dentro de cada segmento conforme seus respectivos crescimentos médios anuais.

Figura 14: Importações, exportações e crescimento médio anual de Corantes e pigmentos, Óxido de titânio, e Tintas, vernizes e afins

Quatro grupos de produtos destacam-se pelos volumes expressivos e alto crescimento médio anual das importações e/ou exportações:

• Dióxido de titânio. • Pigmentos orgânicos de alta solidez. • Tintas e vernizes (aquosas e solventes). • Pigmentos para cerâmicas, vidro e fritas.

Dentre os grupos de produtos analisados, o dióxido de titânio (TiO2) foi responsável pela maior parcela das importações em 2012. Neste ano, foram importados cerca de 130 mil toneladas de TiO2, volume próximo à capacidade de uma fábrica de escala mundial (aproximadamente 200 mil toneladas). Apesar disso, atualmente há excesso de capacidade produtiva no mundo10, ainda em consequência da redução de demanda mundial provocada pela crise financeira de 2008. A menor demanda pressiona os preços do TiO2 e dificulta a viabilidade de novos projetos. Entretanto, a retomada do crescimento dos países desenvolvidos deve proporcionar novo impulso ao segmento, que historicamente cresce junto com o PIB.

10Segundo entrevista(s) com participante(s) da indústria, a estimativa é de uma capacidade ociosa global de 25 a 30% (aproximadamente 7,0 milhões de toneladas de capacidade instalada contra 5,3 milhões de toneladas de consumo)

IMPORTAÇÕES (US$M, 2012) EXPORTAÇÕES (US$M, 2012)

> 4%

≥ 0% e ≤ 4%

< 0%Fonte: AliceWeb; TM Consultoria; Análise Bain / Gas Energy

11

3

3

4

4

CAGR (08-12)

2

22

3

Page 19: Relatório 3 – Segmentos de média prioridade

19

Potencial de diversificação da indústria química Brasileira - Relatório 3

A viabilidade de novos projetos de TiO2 no Brasil foi analisada nas rotas cloreto e sulfato. Em geral, a rota cloreto é mais lucrativa que a rota sulfato (a margem operacional média é de 15% para a rota cloreto contra -5% da rota sulfato11). Entretanto, o maior produtor mundial é a China, que usa predominantemente a rota sulfato a partir de ilmenita doméstica.

Para que a rota cloreto seja viável é necessário que a planta tenha acesso a cloro e rutilo (minério utilizado para fabricação de TiO2 pela rota cloreto) a preços competitivos. No Brasil, há disponibilidade de rutilo no Rio Grande do Sul, embora ainda não explorado comercialmente. Já no caso do cloro, a competitividade é prejudicada pelo alto custo da energia elétrica no país.

Uma nova fábrica de TiO2 no Brasil também sofreria com a concorrência do pigmento produzido pela DuPont, no México, que está expandindo sua capacidade em 200 mil toneladas. O início da nova linha de produção está previsto para 2015, como mostra a Figura 15.

Figura 15: Planta de TiO2 da DuPont em Altamira, México

Considerando a disponibilidade de matéria-prima no Brasil e o ambiente competitivo, presume-se que em um período de cinco a 10 anos, dificilmente haverá condições para que uma planta de TiO2 pela rota cloreto seja economicamente viável no país.

Atualmente, a maior produtora de pigmentos do Brasil e única produtora local de TiO2 é a empresa Cristal (antiga Tibrás/Bayer e posteriormente Millenium), que produz na Bahia 60.000 toneladas de dióxido de titânio por ano. Uma expansão dessa planta (que utiliza a rota sulfato) ou uma implantação de uma nova linha de produção também parecem pouco viáveis, tendo em vista a desvantagem dos custos em comparação com a rota cloreto.

Uma oportunidade específica na rota sulfato pode surgir na fabricação de pigmentos de alto desempenho com nanotecnologia incorporada. Entretanto, o mercado para pigmentos de alto desempenho no Brasil é restrito, devido à necessidade das indústrias automotivas e de

11 Entrevistas com experts da indústria

Page 20: Relatório 3 – Segmentos de média prioridade

20

Potencial de diversificação da indústria química Brasileira - Relatório 3

construção civil em produtos de menor custo, sem muita valorização do aspecto performance12. Como a demanda doméstica não deve ser suficiente para justificar uma planta de escala mundial, um possível investimento somente seria viável considerando as receitas de exportações. Porém, não há evidências de que o Brasil possa ser uma base exportadora competitiva, devido às limitações na infraestrutura e aos outros componentes do chamado “custo Brasil”.

O segundo grupo estudado, Pigmentos orgânicos de alta solidez, é composto por produtos de alto desempenho desenvolvidos, principalmente, para aplicações na indústria automobilística e pintura industrial. Em geral, esses pigmentos possuem alto valor agregado e são fabricados em plantas de escala mundial.

O Brasil não possui demanda para justificar uma planta doméstica de escala global, devido ao pequeno mercado para esse tipo de pigmento. A maior parte dos automóveis brasileiros é produzida nas cores prata, branco e preto, que não contém pigmentos de alto desempenho. Além disto, uma planta voltada para exportação teria menor competitividade devido aos custos logísticos no país por conta da dependência de matérias-primas importadas, como os naftóis e os ácidos 2B e CLT.

O terceiro grupo estudado é composto pelas tintas e vernizes de base aquosa e de base solvente.

Uma parte significativa das tintas de base solvente é destinada a aplicações em sistemas automotivos (repintura e OEM) e em sistemas UV (ultravioleta). As tintas para ambas as aplicações são produzidas em plantas de escala global e, frequentemente, importadas pelos grandes produtores globais, comprometidos com a manutenção de um alto nível de ocupação em suas plantas.

Nas tintas de base aquosa, uma parte significativa das importações vem das transações do tipo “matriz-filial” de grandes produtores globais.

O último grupo estudado é formado pelos pigmentos para cerâmicas, vidro e fritas; que podem ser agrupados em duas famílias de produtos: as fritas e os corantes.

Frita (ou vidrado fritado) é um vidro moído que, aplicado na superfície do corpo cerâmico, adquire aspecto vítreo após um processo de queima.

Corantes são constituídos de óxidos metálicos puros ou pigmentos inorgânicos sintéticos, obtidos a partir da mistura de óxidos e seus compostos. Os pigmentos são fabricados por empresas especializadas chamadas de colorifícios, que frequentemente também produzem fritas.

O segmento consumidor de fritas e corantes é a indústria de cerâmica, que possui grande relevância no Brasil. O país é o segundo maior consumidor mundial e possui grande capacidade produtiva, com 97 empresas localizadas em Santa Catarina e São Paulo.

12Entrevista(s) com participante(s) da indústria.

Page 21: Relatório 3 – Segmentos de média prioridade

21

Potencial de diversificação da indústria química Brasileira - Relatório 3

O Brasil possui tecnologia avançada no segmento. Um exemplo é o desenvolvimento e produção do porcelanato. Também há disponibilidade de matéria-prima, sobretudo compostos inorgânicos.

O segmento é aparentemente promissor e pode aumentar seu volume de exportações com incentivos. Maiores detalhes podem ser levantados em um estudo específico aprofundado.

Foram avaliadas também oportunidades em intermediários específicos, como o neopentil glicol (NPG) e o pentaeritritol (neopolióis de maior consumo no Brasil), que inicialmente se mostram promissoras com spreads 13 médios variando entre 850 US$/ton para o pentaeritrol e 1.000 US$/ton para o NPG. Entretanto, demandas domésticas por esses produtos, atuais e futuras, não parecem suficientes para justificar investimentos no País, especialmente quando consideradas as capacidades de produção de plantas globais. Além disso, a exportação de eventuais excedentes não seria competitiva, devido ao alto custo do gás natural, insumo importante para a produção dos neopolióis. Por fim, esses produtos tiveram suas aplicações restringidas nos Estados Unidos e em países da Europa, devido às emissões de VOCs (Volatile Organic Compounds).

1.2.6. Intermediários industriais

Os “Intermediários industriais” formam um segmento composto por uma grande diversidade de produtos com centenas de aplicações diferentes.

O segmento apresenta grande complexidade e heterogeneidade para ser analisado como um único bloco. Para facilitar a identificação de oportunidades, os maiores grupos de produtos foram identificados e realocados, quando possível, nos segmentos de alta prioridade, conforme suas aplicações.

Como o grupo é composto por mais de 200 NCMs, foram reavaliados apenas aqueles que possuem maior relevância financeira, conforme mostra a Figura 16. Dos US$ 658,6 milhões importados em 2012, US$ 450,3 milhões foram reavaliados, representando aproximadamente 68% do valor total.

13 O spread é a diferença no preço de compra da matéria-prima e o preço de venda do produto acabado

Page 22: Relatório 3 – Segmentos de média prioridade

22

Potencial de diversificação da indústria química Brasileira - Relatório 3

Figura 16: Avaliação dos intermediários industriais

Os produtos com aplicações químicas únicas (Grupo 1 da Figura 17) foram realocados de acordo com seu uso final para outros segmentos, como o segmento de “Aditivos para couro”.

Figura 17: Segmentação dos intermediários industriais

Apesar do esforço para a reavaliação dos NCMs mais relevantes do segmento, alguns dos intermediários não puderam ser incorporados aos seus segmentos de aplicação, como mostra a Figura 17. Isso ocorreu principalmente por dois fatores:

010 20 30 40 50 60 70 80 90 10

011

012

013

014

015

016

017

018

019

020

0

Total = US$658,6M

Avaliação dos intermediários industrias(US$M, 2012)

Reavaliados = 68% (450,3M)

# de NCMsFonte: Aliceweb; análise Bain / Gas Energy

3

3.2

3.1

Aplicações diversasProdutos com algumas aplicações, organizados na matriz produto-aplicação

Aplicações GenéricasProdutos aplicados em diversos contextos ou sem especificação na descrição

Intermediários industriais – NCM aberto- Subdivididos por aplicações

1 Aplicações químicas únicas- Realocados para seu segmento de uso final

OS INTERMEDIÁRIOS INDUSTRIAIS FORAM SEGMENTADOS...

...EXPLICITANDO A DIVERSIDADE DE APLICAÇÕES DOS PRODUTOS

3.2 Aplicações específicasProdutos com aplicações definidas pela descrição dada pela Receita Federal

2 Intermediários industriais – NCM fechado- Aplicação específica indeterminada

NC

Ms

aber

tos

pela

rece

itaN

CM

s fe

chad

os

Fonte: AliceWeb; Análise Bain / Gas Energy

Page 23: Relatório 3 – Segmentos de média prioridade

23

Potencial de diversificação da indústria química Brasileira - Relatório 3

• O produto destinava-se a aplicações diversas. Sua aplicação não estava contemplada no contexto da indústria química (por exemplo, intermediários para siderurgia).

• Na base de dados analisada, não havia detalhamento suficiente do produto para permitir uma reclassificação adequada.

Com o objetivo de compreender melhor os produtos com aplicações diversas, foi criada uma matriz “produto-aplicação” que contempla as principais utilizações de cada família, como mostra a Figura 18.

Figura 18: Matriz produto-aplicação

Como mostram as Figura 17 e 18, as aplicações dos intermediários industriais são bastante diversificadas, sem qualquer produto ou aplicação de grande destaque.

Em busca de oportunidades no mercado brasileiro, também foram analisadas as exportações dos intermediários industriais. Conforme mostra a Figura 19, o éter etil-terc-butílico (ETBE) representa grande parte das exportações do segmento, com US$ 340 milhões (73%) em 2012.

Matriz

Produto - Aplicação

Imp.US$M A

limen

tos

e be

bida

s

Aut

omot

ivo

Bor

rach

a

Col

as, a

desi

vos

e se

lant

es

Con

stru

ção

Cos

mét

icos

Def

ensi

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Far

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êutic

o

Fot

ográ

ficos

Fra

grân

cias

e a

rom

as

Min

eraç

ão

Plá

stic

os

Pol

iam

idas

Pro

duto

sde

lim

peza

Res

inas

sint

étic

as

Rev

estim

ento

s

Sid

erur

gia

Tin

tas

Tra

tam

ento

de á

guas

Agente dispersante 11,0 x x x

Aminoácido 1,7 x x x

Antiespumante 1,1 x x x

Composto orgânico 0,9 x x

Floculante sintético 2,3 x x

Intermediário 2,8 x x

Reagente M-Fenilenodiamina 0,0 x x x x

Reagente O-Fenilenodiamina 2,4 x x x x

Reagente P-Fenilenodiamina 0,3 x x x x

Sequestrante 0,4 x x x

Solvente 6,5 x x x x

Total (US$M) 29,5 13,1 0,9 0,3 6,5 2,0 6,8 11,7 4,1 3,1 1,7 11,5 1,1 0,3 11,5 1,1 2,4 2,3 8,9 2,3

Fonte: AliceWeb; Entrevistas com experts; Análise Bain / Gas Energy

Page 24: Relatório 3 – Segmentos de média prioridade

24

Potencial de diversificação da indústria química Brasileira - Relatório 3

Figura 19: Exportações brasileiras de intermediários industriais

As oportunidades de novos investimentos para aumentar a exportação do ETBE não parecem ser interessantes. A atual capacidade instalada para a produção doméstica de ETBE é de aproximadamente 372 mil toneladas. Como o ETBE não é consumido no Brasil, uma vez que o aditivo para combustível usado no país é o etanol toda a produção é destinada à exportação. Como a exportação em 2012 foi de 285 mil toneladas, há atualmente uma capacidade ociosa de 87 mil toneladas no Brasil.

O segmento “Intermediários industriais” não apresenta oportunidades claras de expansão das exportações ou substituição das importações. Portanto, não será estudado com maiores detalhes. No entanto, os produtos reclassificados de acordo com suas aplicações serão analisados nos estudos detalhados dos segmentos de alta prioridade.

1.2.7. Derivados do metano

A produção de químicos contidos no segmento “Derivados do metano” depende principalmente da disponibilidade de gás natural. No entanto, como pode mostra a Figura 20, no curto e médio prazo não haverá disponibilidade de gás natural no Brasil para novos projetos.

A oferta inflexível de gás natural é dada pelas fontes que não podem permitir a produção/compra do gás. Nesse conjunto estão:

• Produção do gás associado, cuja produção está relacionada à produção de óleo. • Produção do gás não associado, também considerada inflexível, devido aos prejuízos

causados às reservas de gás com a paralisação da produção. • Parte da oferta vinda da Bolívia, que está no contrato “take-or-pay”.

Fonte: Aliceweb; análise Bain / Gas Energy

O ETBE APARENTA SER O ÚNICO PRODUTO RELEVANTE

Equivalente a 285kt

MAS NÃO É CONSUMIDO NO BRASIL E ATUALMENTE POSSUI CAPACIDADE OCIOSA

Camaçari (BA)capacidade de ~200kt/ano

Triunfo (RS)capacidade de ~172kt/ano

Exportação de intermediários industriais (US$M, 2012)

Localização da produção brasileira(kt, 2012)

Capacidade de produção e exportação de ETBE (kt, 2012)

Page 25: Relatório 3 – Segmentos de média prioridade

25

Potencial de diversificação da indústria química Brasileira - Relatório 3

A oferta inflexível atende a demanda atual, o que inclui o despacho médio das usinas térmicas. A previsão é de que em 2022 haja excedente em relação a essa demanda.

A oferta flexível é dada pelo gás natural da Bolívia acima do “take-or-pay” (6 Mm³/d) e pelo GNL importado (regaseificado) na capacidade máxima de operação. Esta oferta flexível é acionada para atender eventuais picos de demanda, principalmente o consumo das térmicas quando acionadas para o despacho máximo.

Para analisar a demanda das Unidades Termoelétricas (UTE), devem ser considerados três cenários: o mínimo, quando a geração hídrica está disponível na sua totalidade; o médio, quando existem restrições no sistema hídrico (despacho de cerca de 30% da capacidade máxima); e o despacho 100%, que ocorre quando as térmicas são chamadas a despachar a plena capacidade nos períodos de estiagem intensa.

Figura 20: Oferta e demanda de gás natural

O projeto de um complexo de gás químico da Petrobras em Linhares (UFN IV-BR), como mostra a Figura 21, prevê o uso de parte do futuro excedente de gás para a produção dos principais químicos da cadeia do metano, como a ureia e amônia (ambos fora do escopo deste estudo), melanina, metanol, ácido acético e ácido fórmico.

A localização na região da Sudene, contemplada com benefícios tributários, aumenta a competitividade do projeto. No entanto, o projeto está apenas em fase de avaliação no Plano de Negócios da Petrobras.

2011

2012

2013

2014

2015

2016

2017

2018

2019

2020

2021

2022

2023

2024

2025

Oferta e demanda de Gás Natural (Mm3/dia)

Fonte: Análise Bain / Gas Energy

Oferta inflexível Oferta flexível Industrial (inclui Cogen + MP)

GNV Refino/Fertilizantes

Residencial/ComercialUTE

(despacho real)UTE

(despacho mínimo)UTE

(despacho médio)UTE (despacho 100%)

Page 26: Relatório 3 – Segmentos de média prioridade

26

Potencial de diversificação da indústria química Brasileira - Relatório 3

Figura 21: Projeto do complexo gás químico de Linhares

O projeto de Linhares resolveria o problema de oferta dos grandes produtos que o segmento demanda, como o metanol e o ácido acético, como mostra a Figura 22. Porém, como a demanda para este produtos é crescente a longo prazo, poderá haver necessidade de novas adições de capacidade no futuro.

Figura 22: Balança comercial e capacidades do projeto de Linhares

Central de Gás de Síntese

(CO + CO2 + H2)

Gás Natural3,8 Mm³/dia

Amônia(430 kt)

Uréia(763 kt)

Melamina(30 kt)

Metanol(790 kt)

Ácido Fórmico(25 kt)

Ácido Acético(200 kt)

CO + H2H2CO2 CO

Mercado

(684 kt)

Mercado

(665 kt)

Mercado Mercado Mercado

COMPLEXO GÁS QUÍMICO DE LINHARES (UFN IV – BR)

Fonte: Análise Bain / Gas Energy

Metan

ol

Ác. a

cétic

o

Acetat

o

de vinila

Melan

ina

Ác. F

órmico

Form

alde

ído

Acetad

o

de etila

Anidrid

o

acético

Dimetila

mina

Copo

l.

acetad

o

de vinila

Balança comercial em 2012 e capacidade do projeto Linhares (kt)

*Exportaçào-ImportaçãoNota: Só considera produtos dentro do escopo do EstudoFonte: AliceWeb; Análise Bain / Gas Energy

15274

6 6

Page 27: Relatório 3 – Segmentos de média prioridade

27

Potencial de diversificação da indústria química Brasileira - Relatório 3

Além da rota tradicional a partir do Gás Natural, o metanol pode ser produzido a partir do gás de síntese de biomassa (bio-SG), vindo de resíduos agrícolas que são abundantes no Brasil. Essa rota ainda possui um desafio a ser vencido, que é a limpeza do bio-SG. Por outro lado, há um esforço considerável em P&D na Europa para superar este desafio.

1.2.8. Outros derivados do propeno

O segmento “Outros derivados do propeno” exclui o Polipropileno (PP) do escopo deste estudo e considera como principais produtos exportados o próprio propeno, a acrilonitrila e o óxido de propeno. Já o butanol e o isopropanol são considerados os principais produtos importados. Este segmento depende da disponibilidade de propeno, como mostra a Figura 23. Nos últimos quatro anos houve excedente dessa matéria-prima no Brasil, resultado da paralisação da planta de polipropileno em Camaçari, Bahia. Entretanto, este excedente exportado deve ser, em grande parte, absorvido com a entrada do novo complexo acrílico da Basf.

Na configuração das novas refinarias não está prevista a produção de propeno, prejudicando a viabilidade de novos projetos nessa cadeia a curto e médio prazo. Se o cracker do Comperj for construído, expandirá a capacidade produtiva do propeno para atender a produção de polipropileno (PP) da Braskem.

Figura 23: Balança comercial do propeno

Porém, como mostra a Figura 24, se fosse possível aumentar a utilização das unidades de propeno nas refinarias da Petrobras, que atualmente utilizam aproximadamente 75% da capacidade, haveria um excedente adicional de propeno de 280 mil toneladas/ano, quantidade suficiente para viabilizar uma planta de escala global para a produção de derivados de propeno.

2008

2009

2010

2011

2012

Balança comercial de propeno (Kt)

(*) Exportação-ImportaçãoFonte: AliceWeb, Análise Bain / Gas Energy

Fechamento da planta de PP em Camaçari-BA

• Fechamento da planta de Polipropileno da Braskem (ex-Polipropileno SA) em 2008 gerou excedente de propeno em Camaçari-BA que começou a ser exportado

• Planta de ácido acrílico vai consumira grande parte do propeno que atualmente é exportado

• Não há adição de capacidadesignificativa no curto/médio prazo- Configuração das próximas refinarias não

contempla produção de propeno- Cracker do COMPERJ, se for construído

deve ter produção de propeno voltada para consumo de Polipropileno da Braskem

- Antes de 2022 não haverá excedente de gás natural que justifique plantas de desidrogenação de propano

NÃO DEVE HAVER EXCEDENTE DE PROPENO COM PRODUÇÃO ATUAL

Page 28: Relatório 3 – Segmentos de média prioridade

28

Potencial de diversificação da indústria química Brasileira - Relatório 3

Figura 24: Produção e utilização das unidades de propeno de refinaria

1.2.9. Outros elastômeros

Alguns grupos de produtos pertencentes a “Outros elastômeros” foram incorporados a “Segmentos selecionados” para aprofundamento na Fase 3 deste estudo, como mostra a Figura 25. Os elastômeros derivados de silicone, de butadieno e de estireno foram incorporados, respectivamente, aos segmentos “Derivados do silício”, “Butadieno, isopreno e derivados” e “Aromáticos”.

Outro produto de grande importância no segmento, a borracha de Etileno-Propileno-Dieno Monômero (EPDM), não será estudado com mais detalhes na Fase 3, uma vez que o mercado brasileiro está atendido e inclusive há exportação. Além disso, nesse mercado atua uma empresa de porte internacional: a Lanxess. Os demais produtos do segmento possuem volumes pequenos e, aparentemente, não apresentam novas oportunidades de investimento.

Fonte:Abiquim, Relatório de sustentabilidade 2009 - Petrobras, Relatório anual – Braskem, Análise Bain / Gas Energy

Produção local de propeno(2011, Kt)

Utilização das unidade de propeno das refinaria da Petrobras (2011, %)

789 (74%)

1.068 (100%)

Excedenteadicional~280 kt

Page 29: Relatório 3 – Segmentos de média prioridade

29

Potencial de diversificação da indústria química Brasileira - Relatório 3

Figura 25: Importação de outros elastômeros

1.2.10. Produtos de limpeza e intermediários

O segmento “Produtos de limpeza e intermediários” é composto pelos produtos destinados ao consumidor final e seus intermediários. Os tensoativos, importantes intermediários para a produção de produtos de limpeza, formam o grupo de produtos com maior peso na balança comercial do segmento, como mostra a Figura 26.

Figura 26: Balança comercial de Produtos de limpeza e intermediários

Os tensoativos são importantes em diversas aplicações. Além de produtos de limpeza, outros segmentos priorizados pelo estudo utilizam tensoativos como matéria-prima. Entre

Importações e exportações do segmento Produtos de limpeza e intermediários(US$M, 2012)

Fonte: AliceWeb; Análise Bain / Gas Energy

Page 30: Relatório 3 – Segmentos de média prioridade

30

Potencial de diversificação da indústria química Brasileira - Relatório 3

eles defensivos, aditivos para E&P, cosméticos e produtos de higiene, e aditivos para mineração.

Devido à sua importância, os tensoativos serão estudados separadamente e de forma detalhada em relatório subsequente deste Estudo.

1.2.11. Reagentes de laboratório

O segmento “Reagentes de laboratório” é composto por produtos utilizados em análises químicas e exames de diagnósticos médicos, sendo este último o subgrupo mais relevante. A Figura 27, mostra a evolução das importações desse segmento.

Figura 27: Importações de reagentes para laboratório

Como mostra a Figura 28, as vendas nesse segmento estão concentradas em grandes players. Esses players, na maioria dos casos, vendem também os equipamentos de alta tecnologia (para realização de diagnósticos) que utilizam geralmente os mesmos reagentes produzidos por eles, o que configura uma barreira importante para a entrada de concorrentes.

Em geral, esses produtos possuem preço unitário alto e o valor do frete pouco influencia no custo total. Parte expressiva dos produtos é transportada por via aérea.

Esse fator, aliado à concentração da produção em plantas de capacidade global pertencentes a poucos produtores, dificultam a viabilidade de projetos no Brasil. Assim, o segmento não será objeto de estudo mais aprofundado.

Cabe ressaltar, no entanto, que com a evolução das técnicas de diagnóstico existe uma tendência de substituição do método atual para um mais customizado, no qual a escolha dos reagentes estará atrelada ao perfil genético do paciente, suas doenças pré-existentes e propensão ao desenvolvimento das mesmas. As técnicas e equipamentos novos criarão uma nova lógica de funcionamento desse mercado, podendo influenciar suas barreiras de entrada.

Fontes: AliceWeb; Receita Federal; Análise Bain / Gas Energy

Importação de reagentes para laboratório no BrasilUS$M (2008-2012)

BRASIL

Page 31: Relatório 3 – Segmentos de média prioridade

31

Potencial de diversificação da indústria química Brasileira - Relatório 3

Figura 28: Análise do segmento “Reagentes de laboratório”

Page 32: Relatório 3 – Segmentos de média prioridade

32

Potencial de diversificação da indústria química Brasileira - Relatório 3

Anexo

Prioridade Qtde Prioridade Qtde Prioridade Qtde

Alta 13 Alta 18 Alta 19

Média 10 Média 13 Média 13

Baixa 41 Baixa 33 Baixa 33

Total 64 Total 64 Total 65

Segmentos Prioridade Segmentos Prioridade Segmentos Prioridade Observação

Ácidos graxos e derivados Alta Ácidos graxos e derivados Alta Oleoquímicos Alta

Aditivos alimentícios Alta Aditivos alimentícios Alta Aditivos alimentícios Alta

Aditivos para E&P Alta Aditivos para E&P Alta Químicos para E&P Alta

Aromáticos Alta Aromáticos Alta Aromáticos Alta

Butadieno, isopreno e derivados Alta Butadieno, isopreno e derivados Alta Butadieno, isopreno e derivados Alta

Cloro e álcalis Alta Cloro e álcalis Média Cloro e álcalis Média

Cosméticos Alta Cosméticos e higiene pessoal Alta Cosméticos e higiene pessoal Alta

Defensivos Alta Defensivos Alta Defensivos Alta

Derivados da celulose Alta Derivados da celulose Alta Derivados da celulose Alta

Derivados de silício Alta Derivados de silício Alta Derivados de silício Alta

Derivados do metano Alta Derivados do metano Média Derivados do metano Média

Outros derivados do propeno Alta Outros derivados do propeno Média Outros derivados do propeno Média

Fibras de carbono Alta Fibras de carbono Alta Fibras de carbono Alta

Ácido metacrílico e derivados Média Ácido metacrílico e derivados Média Ácido metacrílico e derivados Média

Colas, adesivos e selantes Média Colas, adesivos e selantes Média Colas, adesivos e selantes Média

Elastômeros Média Elastômeros Média Outros Elastômeros Média (1)

Fragrâncias e aromas Média Fragrâncias e aromas Alta Fragrâncias e aromas Alta

Lubrificantes especiais Média Lubrificantes especiais Alta Lubrificantes especiais Alta

Óxido de titânio e derivados Média Óxido de titânio e derivados Média Óxido de titânio e derivados Média (2)

Poliamidas especiais Média Poliamidas especiais Alta Poliamidas especiais Alta

Poliéster de alta tenacidade Média Poliéster de alta tenacidade Alta Poliéster de alta tenacidade Alta

Poliéteres polióis e poliuretanos Média Poliéteres polióis e poliuretanos Alta Poliéteres polióis, isocianatos e derivados Alta

Tintas, vernizes e produtos afins Média Tintas, vernizes e produtos afins Média Tintas, vernizes e produtos afins Média (2)

Ácido acrílico e derivados Baixa Ácido acrílico e derivados Baixa Ácido acrílico e derivados Baixa

Ácidos inorgânicos Baixa Ácidos inorgânicos Baixa Ácidos inorgânicos Baixa

Aditivos para construção Baixa Aditivos para construção Alta Químicos para construção Alta

Aditivos para couro Baixa Aditivos para couro Alta Químicos para couro Alta

Aditivos para mineração Baixa Aditivos para mineração Alta Químicos para mineração Alta

Aditivos para polímeros Baixa Aditivos para polímeros Baixa Aditivos para polímeros Baixa

Aramidas Baixa Aramidas Baixa Aramidas Baixa

Catalisadores Baixa Catalisadores Média Catalisadores Média

Copolímeros Baixa Copolímeros Baixa Copolímeros Baixa

Corantes orgânicos sintéticos Baixa Corantes orgânicos sintéticos Média Corantes e pigmentos Média (2)

Cumeno e derivados Baixa Cumeno e derivados Baixa Cumeno e derivados Baixa

Derivados de alcatrão Baixa Derivados de alcatrão Baixa Derivados de alcatrão Baixa

Derivados de alumínio Baixa Derivados de alumínio Baixa Derivados de alumínio Baixa

Derivados de boro Baixa Derivados de boro Baixa Derivados de boro Baixa

Derivados de carbono elementar Baixa Derivados de carbono elementar Baixa Derivados de carbono elementar Baixa

Derivados de cobalto Baixa Derivados de cobalto Baixa Derivados de cobalto Baixa

Derivados de terras raras Baixa Derivados de terras raras Baixa Derivados de terras raras Baixa

Outros derivados do eteno Baixa Outros derivados do eteno Baixa Outros derivados do eteno Baixa

Derivados do nióbio Baixa Derivados do nióbio Baixa Derivados do nióbio Baixa

Derivados do níquel Baixa Derivados do níquel Baixa Derivados do níquel Baixa

Derivados vinílicos Baixa Derivados vinílicos Baixa Derivados vinílicos Baixa

Explosivos Baixa Explosivos Baixa Explosivos Baixa

Filmes, reveladores e papéis Baixa Filmes, reveladores e papéis Baixa Filmes, reveladores e papéis Baixa

Fluidos refrigerantes Baixa Fluidos refrigerantes Baixa Fluidos refrigerantes Baixa

Fósforo branco e derivados Baixa Fósforo branco e derivados Baixa Fósforo branco e derivados Baixa

Gases industriais Baixa Gases industriais Baixa Gases industriais Baixa

Intermediários industriais Baixa Intermediários industriais Média Intermediários industriais Média (3)

Intermediários para resinas Baixa Intermediários para resinas Baixa Intermediários para resinas Baixa

Iodo e derivados Baixa Iodo e derivados Baixa Iodo e derivados Baixa

Material radioativo Baixa Material radioativo Baixa Material radioativo Baixa

Óxido de eteno e derivados Baixa Óxido de eteno e derivados Baixa Óxido de eteno e derivados Baixa

Poliacetais Baixa Poliacetais Baixa Poliacetais Baixa

Polibutileno tereftalato (PBT) Baixa Polibutileno tereftalato (PBT) Baixa Polibutileno tereftalato (PBT) Baixa

Policarbonatos Baixa Policarbonatos Baixa Policarbonatos Baixa

Politetrametileno éter glicol (PTMEG) Baixa Politetrametileno éter glicol (PTMEG) Baixa Politetrametileno éter glicol (PTMEG) Baixa

Produtos de limpeza e intermediários Baixa Produtos de limpeza e intermediários Média Produtos de limpeza e intermediários Média

Reagente de laboratório Baixa Reagente de laboratório Média Reagente de laboratório Média

Resinas epóxidas Baixa Resinas epóxidas Baixa Resinas epóxidas Baixa

Sulfatos Baixa Sulfatos Baixa Sulfatos Baixa

Tintas para impressão Baixa Tintas para impressão Baixa Tintas para impressão Baixa

Urânio Baixa Urânio Baixa Urânio Baixa

Tensoativos Alta (4)

(1) Parte do grupo realocada para "Aromáticos", "Butadieno, isopreno e derivados" e "Derivados do silício"

(2) "Corantes e pigmentos"; "Óxido de titânio e derivados" e "Tintas, vernizes e produtos afins" foram analisados, no Relatório 3, em conjunto

(4) Derivado do grupo "Produtos de limpeza e intermediários"

Resultado Multicritério Pós-Seminário 2 Situação Atual

(3) Parte do grupo realocada para "Aditivos alimentícios", "Aditivos para polímeros", "Catalisadores", "Colas, adesivos e selantes", "Cosméticos e higiêne pessoal", "Defensivos", "Derivados do silício",

"Lubrificantes especiais", "Oleoquímicos", "Poliéteres polióis, isocianatos e derivados", "Produtos de limpeza e intermediários", "Químicos para couro", "Químicos para E&P", "Químicos para

mineração", "Resinas epóxidas", "Tintas para impressão" e "Tintas, vernizes e afins"

Page 33: Relatório 3 – Segmentos de média prioridade

33

Potencial de diversificação da indústria química Brasileira - Relatório 3

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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