jornal da metrópole, salvador, 5 de outubro de 2017 · redação bárbara silveira e matheus...

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Jornal da Metrópole, Salvador, 5 de outubro de 20172

Publisher Editora KSZDiretor Executivo Chico KertészEditor Felipe ParanhosProjeto Gráfico Marcelo Kertész

Grupo Metrópole Rua Conde Pereira Carneiro, 226 Pernambués CEP 41100-010 Salvador, BA tel.: (71) 3505-5000

Editor de Arte Paulo BragaDiagramação Dimitri Argolo CerqueiraRedação Bárbara Silveira e Matheus MoraisRevisão Felipe Paranhos

Fotos Tácio MoreiraProdução Gráfica Evandro BrandãoComercial (71) 3505-5022 [email protected]

Jornal da

Boca quente

ESTILO (I)O secretário estadual de Desenvolvi-mento Econômico, Jaques Wagner, apa-receu com óculos escuros na posse da nova secretária de Cultura, Arany San-tana. Apesar de estiloso, ele avisou que estava com o adereço porque passou por uma cirurgia na retina. Segundo o petis-ta, já está tudo dentro da normalidade.

FESTEJADA Nos bastidores, a nova secretária de Cul-tura, Arany Santana, foi bastante elogia-da. Teve quem dissesse que ela deveria es-tar no governo desde o começo da gestão.

FALTA COMBINARO presidente estadual do PSDB, João Gualberto, disse à coluna que Jutahy tem tudo para ser o indicado da sigla para dis-putar o Senado na chapa de ACM Neto. Falta combinar com Neto...

O que tem de vereador querendo disputar uma vaga na Assembleia Legislativa em 2018 não está no gibi: Leo Prates (DEM), Tiago Correia (PSDB), Paulo Câmara (PSDB), Alexandre Aleluia (DEM), Carlos Muniz (Podemos), Maurício Trindade (DEM) e provavelmente Paulo Magalhães Jr (PV). Já Joceval Rodrigues (PPS) deve ser candidato a federal.

VAI FALTAR CADEIRA

ESTILO (II)Quem pensa que o único vereador de Salvador com estilo ousado é Igor Kannário está muito enganado. Na semana passada, um dos mais an-tigos da Casa, Alfredo Mangueira (PMDB), inovou e apareceu com uma gravata estampada do personagem Pernalonga. O comentário foi geral!

TE CUIDA, BONNERO governador Rui Costa estreou o progra-ma “Papo Correria”, que vai ao ar todas as terças, meio-dia, no Facebook. Durante o programa, uma internauta disse que o petista estava melhor que o apresentador do Jornal Nacional, William Bonner. Rui aproveitou: “Quem sabe alguma emisso-ra não me contrata depois que eu deixar o governo. Vai me ajudar no sustento das meninas”, brincou.

reproducao/facebook

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Herança malditaVocê tem várias formas de ser prejudicado pela Embasa: se não for por problemas no fornecimento de água, pode ser pelos inúmeros buracos deixados pela empresa nas ruas de Salvador. Ô herança maldita!

Prejuízo de R$ 30 milEm 2016, de acordo com a Prefeitura de Salvador, os buracos deixa-dos pela Embasa representaram um prejuízo diário de R$ 30 mil aos cofres municipais, verba gasta para requalificar as vias.

Bahia

NÃO TEM COMO SER PIORRecordista de reclamações na Metrópole, Embasa maltrata baianos em nova sequência de problemas

Tem sido cada vez mais difícil não associar as pala-vras “descaso”, “transtorno” e “problema” à Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Em-basa) em Salvador e cidades da Região Metropolitana. So-mente da metade do mês de setembro para cá, a Metrópo-le perdeu as contas de quantas reclamações recebeu. Grande parte dos clientes relata fal-ta de água, mas há também quem critique a ausência de respostas e até mesmo — pas-

mem — água suja chegando às torneiras das casas, como no bairro de São Cristóvão.

A má qualidade do serviço prestado irritou até mesmo o governador Rui Costa (PT), que, em recente entrevista a Mário Kertész, admitiu “pu-xar a orelha” dos gestores. “A Embasa, como empresa, tem que se planejar. Tem que melhorar. Temos várias obras atrasadas da Embasa”, recla-mou. Mas, pelo visto, nem a revolta do governador tem surtido efeito, já que os pro-blemas continuam os mes-mos de sempre.

Em Cajazeiras, esgoto incomodou moradores até que a denúncia foi publicada na Metrópole. Segundo o ouvinte, aí a Embasa correu para resolver

Fotos Tácio MoreiraTexto Gabriel [email protected]

foto do leitor

Jornal da Metrópole, Salvador, 5 de outubro de 2017 5

Empresa negou água suja em São

Cristóvão

Ilha sem águaNa última quarta-feira, diversas localidades da Ilha de Itaparica ficaram sem água por causa de um serviço realizado da rede de abastecimento. Segundo a empresa, o serviço volta na sexta-feira. Vamos ver.

Bahia

Já na Rua 5 de Novem-bro, no bairro do Rio Sena, os moradores enfrentaram três dias com torneiras secas, já que o fornecimento de água foi interrompido pela Emba-sa. “Cansei de ligar. Eles não resolvem e não têm previsão para voltar. Estamos sem água até para beber”, relatou Bár-

bara Silva. A situação é semelhante à

da Rua Caixa d’Água, em Alto de Coutos, onde a seca durou quatro dias. “Tava bem fra-quinha [a água]. Um dia che-ga, o outro não chega. Temos que ter reservatório mesmo, senão, ficamos sem”, contou Reinaldo Araújo.

“EU JÁ CANSEI DE LIGAR”ÁGUA ATÉ CHEGA, MAS É BARRENTA E SUJA

EMBASA MINIMIZA PROBLEMAS

Em São Cristóvão, o que as-susta é a qualidade. Não há fil-tro que retire a sujeira da água. Segundo uma moradora que preferiu não se identificar, o problema persiste há dois me-ses. “Não é todos os dias, mas é constante a gente ter essa água amarronzada na torneira. Não tem justificativa para vir assim

constantemente”, contou.Em Cajazeiras, o leitor Ro-

que reclamou do descaso da empresa em relação a um va-zamento de esgoto. “Colocaram uma placa cobrindo o buraco. Ninguém tava aguentando. Eles vinham, desentupiam, entupia de novo. Ficou 100% depois que a gente denunciou”, relatou.

Pode parecer piada, mas, quando finalmente respon-deu à Metrópole, a Embasa minimizou as denúncias de consumidores. Sobre a água barrenta de São Cristovão, a empresa afirmou não ter en-contrado problemas na Rua São João, citada pela mora-dora que pediu anonimato. “Uma inspeção foi realizada no dia 2 de outubro. Técnicos visitaram três residências e não constataram alterações na qualidade da água”, decla-

rou, em nota, recomendando que os denunciantes “liguem para o 0800 555 195 e infor-mem endereço e número de matrícula da conta de água”. Já sobre o caso do Rio Sena, a empresa atribuiu a seca a

vazamentos na rede. “Foram corrigidos e o fornecimento, regularizado”. A Embasa não explicou o motivo da inter-rupção no fornecimento em Alto de Coutos até o fecha-mento desta edição.

Com as constantes interrupções no fornecimento, moradores de Salvador e Região Metropolitana são obrigados a recorrer a carros-pipa Segundo denúncias, moradores de São Cristóvão recebem água com esta qualidade

Em Lençois, leitores do Jornal da Metrópole reclamam que esta é a água que sai da torneira

5SERVIÇOS

principais presta a Embasa: análise da qualidade, abastecimento, esgoto, expansão e estudo de viabilidade

foto do leitor

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Foto Tácio MoreiraTexto Felipe [email protected]

Exceção, Prefeitura de Salvador sancionou lei semelhante em 2012

Banda La Fúria, conhecida pelas letras pesadas, foi uma das atrações da Festa de São Bartolomeu, padroeiro da cidade de Maragojipe

NINGUÉM FISCALIZA OU APLICA AS MULTAS

MUITO BARULHO POR NADAPolêmica quando surgiu, Lei Antibaixaria não foi regulamentada pelo estado e seguida por municípios

Para que fosse feita a efeti-va fiscalização e as eventuais punições a artistas e gesto-res que descumprissem a lei, seria necessário que o estado definisse que secretaria ou órgão seria responsável por fazer a legislação ser respeita-da. Como isso não aconteceu, não há acompanhamento. Em entrevista à Metrópole no fim de setembro, a deputada Luiza Maia, autora do projeto, reconheceu a situação. “A lei até hoje não foi regulamenta-

da, mas tem uma cláusula nos contratos do estado que lidam com eventos dizendo que não se canta música que agrida a mulher”, disse.

Durante a entrevista, en-tretanto, Luiza admitiu que o controle sobre a aplicação da lei, hoje, depende só do bom senso. “A regulamentação é mais pra dizer o órgão res-ponsável pela fiscalização e o destino da multa. Mas a coisa é tão evidente que... Os artis-tas e os contratantes, quando veem que tem uma cláusula dizendo que não pode can-tar uma música que agrida as mulheres, simplesmente não cantam”, afirmou.

Quase seis anos se passa-ram desde que a Lei Estadu-al 12.573/2012 — conhecida como Antibaixaria — foi san-cionada pelo governador Ja-ques Wagner (PT). A matéria vedou a utilização de recur-sos públicos para contratar artistas que cantassem mú-sicas que desvalorizassem, constrangessem ou incen-tivassem a violência contra as mulheres, manifestassem discriminação ou fizessem apologia a drogas. Na ocasião, não faltou polêmica entre os apoiadores da iniciativa da deputada estadual Luiza Maia (PT) e os defensores do cha-

mado pagode baiano, que se notabilizou pelas letras ofen-sivas às mulheres. De lá pra cá, porém, a poeira baixou, a lei sequer foi regulamentada pelo estado, não foi seguida pelas prefeituras do interior e, assim, tornou-se mais uma a não sair do papel.

Na prática, a lei teve efei-to próximo do zero, já que se referia apenas a recursos es-taduais — que, por virem das pastas de Cultura e Turismo, já não costumavam ser apli-cados em eventos com tais tipos de bandas. Exceto pela Prefeitura de Salvador, que editou uma lei no mesmo sentido, o direcionamento não foi seguido pelos muni-cípios desde 2012.

50%

do cachê é o valor da multa prevista para quem descumprir a lei

Bahia

reproducao/facebook

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Na entrevista à Metró-pole, a deputada afirmou que depois da aprovação da lei, “a baixaria diminuiu muito”. “Eles começaram a pensar, refletir”, falou. Bas-ta uma rápida pesquisa em redes sociais e diários ofi-ciais, porém, para perceber que as músicas que depre-ciam a mulher continuam fazendo sucesso na Bahia e que os artistas continuam sendo contratados pelo Po-der Público.

A prefeitura de Marago-jipe, por exemplo, pagou R$ 19 mil em agosto por

um show da banda La Fúria, que, na apresentação can-tou músicas como “Socadi-nha” (“Socadinha na pepeca das cocotas”) e “Fila india-na” (“Faz a fila indiana pra sentar na minha piroca”). Já o Município de Nilo Pe-çanha bancou, em 2016, a apresentação do Bailão do Robyssão, que tocou, entre outras, as canções “Empina o furico” (As meninas dan-çam quando tomam uísque/Pra ficar melhor, empina o furico”) e “Empurra lá na tcheca”, que dispensa ex-plicações.

PREFEITURAS CONTRATAM NORMALMENTE ARTISTAS QUE PODERIAM SER ENQUADRADOS NA LEI

Apesar de reconhecer a falta de fiscalização, Luiza acredita que baixaria diminuiu Robyssão comandou seu ‘bailão’ em Nilo Peçanha

Bahia

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Entrevista

Há sete meses na presidên-cia da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), o deputado Ange-lo Coronel (PSD) conversou com Mário Kertész na segunda (2), na Metrópole, sobre os avan-ços da Casa e a independência conquistada. “A Assembleia não vive mais de receber projetos de governo e aprovar em 48 horas. Acabou aquele rolo compressor. Acima de tudo mantemos a in-dependência. Hoje o poder é respeitado, recebemos segmen-tos de todas as classes do esta-do. Hoje o Executivo não man-

da. Essa talvez tenha sido nossa maior marca”, avaliou.

Segundo Coronel, sua ges-tão é marcada pelo diálogo e bom humor. “Política tem que fazer com costura e, aci-ma de tudo, honrando a pa-lavra. Eu fico feliz de chegar aos sete meses e sentir dos colegas e servidores que a gente veio para implementar as mudanças. Hoje a Assem-bleia é um colegiado. A mesa diretora opina, participa. Saí-mos daquela presidência cen-tralizadora e passamos a im-plementar o estilo no qual as responsabilidades são dividi-das”, completou.

O presidente da Assembleia Legislativa lembrou a ovada recebida pelo prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), em agosto, pouco antes da ceri-mônia que concedeu a ele o título de cidadão soteropolita-no, na Câmara de Vereadores.

Para Coronel, o episódio mostrou o desgaste da popu-lação com os políticos atuais.

“A classe política está desmo-ralizada. Se não tomarmos cuidado, vamos receber ovo. Antes eu não andava com o broche de deputado, hoje eu ando e, graças a Deus, sou bem recebido por onde chego. Receber ovada não deve ser coisa boa. A ovada que João Doria tomou virou um omele-te”, analisou o deputado.

“POLÍTICOS DESMORALIZADOS”

Fotos Tácio Moreira

“ACABOU AQUELE ROLO COMPRESSOR DO EXECUTIVO”Presidente da Alba destacou mudanças na Casa e criticou o antecessor, Marcelo Nilo, por declarações

Angelo Coronel, presidente da Assembleia Legislativa

Após o deputado Marcelo Nilo (PSL), ex-presidente da As-sembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), afirmar que desistiu de concorrer ao sexto mandato na Casa “convencido que ganha-ria”, o atual presidente, Angelo Coronel (PSD), rebateu: “Quem tem boca fala o que quer. Se ele achou que ganharia, deveria ter disputado. Não é o que eu ouvia nos corredores. Eu não vou dizer que é choro de perdedor, pois ele nem foi até o final”, disse. Coro-nel ainda ironizou os almoços que Nilo oferecia para aliados. “Eu fiz uma campanha light, ele fez uma campanha com muito almoço. Talvez tenha dado dor de barriga”, brincou.

SOBRE NILO: “DEVERIA TER DISPUTADO”

“Se não tomarmos cuidado, vamos

receber ovo”

“Mantemos a independência.

O Poder é respeitado”

Texto Bárbara [email protected]

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Jornal da Metrópole, Salvador, 5 de outubro de 201710

Fotos Tácio MoreiraTexto Bárbara [email protected]

Cidade

BELEZAESQUECIDA

Obras de Mario Cravo no Parque Metropolitano de Pituaçu sofrem com descaso e corrosão; reunião entre família do artista e Governo do Estado pode resolver o problema em breve

Em qualquer lugar do mun-do seria motivo de orgulho a possibilidade de apreciar peças feitas por um artista plástico do porte de Mario Cravo, últi-mo modernista baiano ainda vivo. Na Bahia, porém, a satis-fação divide espaço com a re-volta pela falta de manutenção de intervenções tão importan-tes para nossa cultura.

Das obras espalhadas por toda a cidade — como a Fonte da Rampa do Mercado, no Co-mércio —, são as instaladas no

Parque Metropolitano de Pitu-açu as que mais entristecem o artista de 94 anos.

O que antes trazia cor e representatividade para o lo-cal hoje foi reduzido a ferro tomado pela oxidação. Mas, de acordo com Ivan Cravo, fi-lho e curador do acervo, uma reunião com representantes do Governo do Estado pode pôr fim ao descaso. “Vou ter um encontro com a Secretaria de Meio Ambiente. Tem tanta gente tentando [ajudar], mas ainda não saiu uma posição”, disse ao Jornal da Metrópole na última quarta-feira (4).

Hoje de portas fechadas, o Espaço Mario Cravo também abrigava o ateliê e oficina do artista e era gerido pela fundação do escultor

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Jornal da Metrópole, Salvador, 5 de outubro de 2017 11

Revitalização prevista para o período da Copa ainda não tem pevisão para começar Logo na entrada do parque, instalação não suportou a ação do ferrugem e se partiu

O espaço que antes abrigava as obras do artista plástico Mario Cravo hoje é apenas isso aí

Leia mais no

www.metro1.com.br/cidade

Cidade

Em 1994, Mario Cravo doou cerca de 1.200 obras para o Es-tado da Bahia, que passaram a integrar o Espaço Mario Cravo, instalado no Parque. Só que a junção de falta de manuten-ção e ausência de investimen-tos causou a deterioração de obras como as cinco peças da Via Crucis, que retratam mo-mentos diferentes do caminho de Jesus Cristo até o Calvário. Uma delas, inclusive, foi feita em 1982 com pedaços de ma-deira que restaram do incêndio que atingiu o Mercado Modelo, em 1969. “O exemplo que vo-cês estão vendo é a depredação total de um bem”, lamentou o artista, em 2016, em entrevista à TV Bahia.

Em junho de 2016, 22 anos depois da doação e após muitos apelos do artista, o Instituto do Patrimônio Ar-tístico e Cultural da Bahia (Ipac) — que afirma ser res-ponsável por apenas 800 das 1.200 obras doadas — reti-

rou parte do acervo do local. “Já foram transferidas para o Palacete das Artes e estão sendo preparadas para futura exposição”, disse o Ipac. O pro-blema é que o restante das in-tervenções permanece no par-que, ainda mais degradadas.

Além de manutenção, as obras que ainda permanecem no parque precisam de alguém que assuma responsabilidade sobre elas. Ao Jornal da Me-trópole, o IPAC se isentou e indicou a Secretaria de Admi-nistração do Estado da Bahia,

gestora do local, para respon-der sobre o problema.

A pasta, por sua vez, apon-tou a Secretaria de Cultura da Bahia (Secult), que, até o fe-chamento dessa edição, não respondeu aos questionamen-tos da reportagem.

FALTA DE INVESTIMENTO E MANUTENÇÃO DETERIOROU ACERVO DOADO EM 1994

IPAC: “RESPONSABILIDADE SOBRE 800 OBRAS”

SECULT NÃO RESPONDE

Anunciada em 2014, a re-vitalização do parque, orçada em R$ 14 milhões, ainda não saiu do papel. De acordo com o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), a falta de verba, motivada pela crise, inviabiliza a obra, que não tem prazo para começar.

Na intervenção, estava prevista a recuperação dos 15 km de ciclovia do parque, espaço que é alvo de reclama-ções frequentes por causa da falta de segurança.

OBRA ESPERA VERBA; CRIME ASSUSTA

Assaltos frequentes têm espantado ciclistas e corredores das trilhas do Parque de Pituaçu

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