jornal correio da semana

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Claudio Humberto Leia mais pág. 02 Cáceres: promove capacitação sobre prevenção à infecção hospitalar Cine Teatro Cuiabá divulga agenda de espetáculos do mês de fevereiro Riva cobra reestruturações de carreira dos servidores de saúde e segurança Dois espetáculos e uma oficina já estão confirmados para a programação de feverei- ro. Quem abre a agenda de es- petáculos da casa é a peça “Si- nais...”, da Cia Cena Onze de Teatro. A encenação acontece no dia 04 de fevereiro, sexta-feira, às 20h, e tem entrada gratuita. Logo depois, às 21h, o grupo faz o lançamento do livro “Cena Onze 20 Anos, Memórias Cêni- cas”, na sede da Secretaria de Estado de Cultura (SEC). Nos dias 12 e 13, a Tem- porada Gazeta de Teatro 2011 traz ao palco o divertidíssimo “Dezimprovisa”, da Cia de Hu- mor Deznecessários. Baseado nos jogos de improviso, o espe- táculo tem interação direta com o público e, segundo a Cia, tem repercutido de forma positiva com casas lotadas e grande nú- mero de acessos aos vídeos na internet. O presidente da Assem- bleia Legislativa, deputado José Riva (PP), enviou indica- ções ao governo, mostrando a necessidade da reestruturação das carreiras dos profissionais do Sistema Único de Saúde e do Sistema Penitenciário. A reestruturação foi um compro- misso assumido no início de 2010 e criou grande expectati- va para as categorias. Conforme as indicações, em 31 de março de 2010, o Leia mais pág. 06 Leia mais pág. 05 Leia mais pág. 07 SPONHOLZ Governo do Estado se compro- meteu a encaminhar à Assem- bleia Legislativa, no primeiro quadrimestre de 2011, projeto de lei referente às carreiras de servidores do Poder Executivo que não passaram por reestru- turação de tabela nos últimos anos. Isto ficou assegurado por meio da Lei nº. 9.329 daquele ano. Leia mais pág. 04 aúde S ULTURA C SSEMBLÉIA LEGISLATIVA A O Hospital Regional Irmã Elza Giovanella, de Cá- ceres, unidade desconcentrada da Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso (SES/ MT), realizou uma capacitação sob o tema “A importância da prevenção e cuidados hospita- lares”, no auditório da unidade, a fim estender ao corpo técnico informações sobre a infecção hospitalar. Segundo o diretor do hospital, Jonas Alves Ribeiro, mais de cem pessoas, dentre médicos e corpo técnico do Hospital Irmã Elza Giovanella, médicos, enfermeiros, fisiotera- peutas e outros profissionais do sistema de saúde da comunida- de cacerense participaram. A capacitação foi minis- trada pelo médico infectologista Hugo Noal, do Hospital Regio- nal de Sorriso. RIDENDO CASTIGAT MORES CORREIO DA SEMANA [email protected] Capital - R$ 2,00 - Interior R$ 2,50 Cuiabá, 08 a 14 de fevereiro de 2011 Fundador - J. Maia de Andrade Ano XIX - Nº 571 O mundo pede comida Demanda mundial vai ampliar vendas de carne e grãos nos próximos dez anos Numa era em que catástrofes naturais estão cada vez mais intensas no mundo todo. Tensões e incertezas no futuro dos países árabes. O gigante chinês num crescimento desenfreado, entre mui- tas outras intempéries que não sabemos quando nem de onde poderão surgir, só temos a certeza de uma coisa: O mundo não para de comer.

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Page 1: jornal correio da semana

Claudio Humberto

Leia mais pág. 02

Cáceres: promove capacitação sobre prevenção à infecção hospitalar

Cine Teatro Cuiabá divulga agenda de espetáculos do mês de fevereiro

Riva cobra reestruturações de carreira dos servidores de saúde e segurança

Dois espetáculos e uma oficina já estão confirmados para a programação de feverei-ro. Quem abre a agenda de es-petáculos da casa é a peça “Si-nais...”, da Cia Cena Onze de Teatro. A encenação acontece no dia 04 de fevereiro, sexta-feira, às 20h, e tem entrada gratuita. Logo depois, às 21h, o grupo faz o lançamento do livro “Cena Onze 20 Anos, Memórias Cêni-cas”, na sede da Secretaria de Estado de Cultura (SEC).

Nos dias 12 e 13, a Tem-porada Gazeta de Teatro 2011 traz ao palco o divertidíssimo “Dezimprovisa”, da Cia de Hu-mor Deznecessários. Baseado nos jogos de improviso, o espe-táculo tem interação direta com o público e, segundo a Cia, tem repercutido de forma positiva com casas lotadas e grande nú-mero de acessos aos vídeos na internet.

O presidente da Assem-bleia Legislativa, deputado José Riva (PP), enviou indica-ções ao governo, mostrando a necessidade da reestruturação das carreiras dos profissionais do Sistema Único de Saúde e do Sistema Penitenciário. A reestruturação foi um compro-misso assumido no início de 2010 e criou grande expectati-va para as categorias.

Conforme as indicações, em 31 de março de 2010, o Leia mais pág. 06 Leia mais pág. 05 Leia mais pág. 07

SponhoLz

Governo do Estado se compro-meteu a encaminhar à Assem-bleia Legislativa, no primeiro quadrimestre de 2011, projeto de lei referente às carreiras de servidores do Poder Executivo que não passaram por reestru-turação de tabela nos últimos anos. Isto ficou assegurado por meio da Lei nº. 9.329 daquele ano.

Leia mais pág. 04

aúdes ulturaC ssembléia legislativaa

O Hospital Regional Irmã Elza Giovanella, de Cá-ceres, unidade desconcentrada da Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso (SES/MT), realizou uma capacitação sob o tema “A importância da prevenção e cuidados hospita-lares”, no auditório da unidade, a fim estender ao corpo técnico informações sobre a infecção hospitalar.

Segundo o diretor do hospital, Jonas Alves Ribeiro,

mais de cem pessoas, dentre médicos e corpo técnico do Hospital Irmã Elza Giovanella, médicos, enfermeiros, fisiotera-peutas e outros profissionais do sistema de saúde da comunida-de cacerense participaram.

A capacitação foi minis-trada pelo médico infectologista Hugo Noal, do Hospital Regio-nal de Sorriso.

Ridendo CaStigat MoReS

CORREIO DA [email protected]

Capital - R$ 2,00 - interior R$ 2,50Cuiabá, 08 a 14 de fevereiro de 2011 Fundador - J. Maia de andrade ano XiX - nº 571

o mundo pede comidademanda mundial vai ampliar vendas de carne e grãos nos próximos dez anos

Numa era em que catástrofes naturais estão cada vez mais intensas no mundo todo. Tensões e incertezas no futuro dos países árabes. O gigante chinês num crescimento desenfreado, entre mui-tas outras intempéries que não sabemos quando nem de onde poderão surgir, só temos a certeza de uma coisa: O mundo não para de comer.

Page 2: jornal correio da semana

Cuiabá, 08 a 14 de fevereiro de 2011C O R R E I O D A S E M A N A02

Claudio HumbertoClaudio Humbertocom Teresa Barros e Donizete Arruda

eFeitoS eSpeCiaiS

podeR SeM pUdoR

tRáFiCo ‘Caça’ Fave-LadoS qUe aJUdaRaM a poLíCiaBandidos do Complexo do Ale-mão e da Vila Cruzeiro, no Rio, estão caçando moradores que ajudaram as forças policial-mi-litares de ocupação. A informa-ção dos serviços de inteligência, relatada a autoridades do gover-no federal, explicaria os vários assassinatos sem motivação aparente, na área. Oficialmente, o governo estadual nega a caça a favelados, para não provocar pânico nas regiões ocupadas.

gangUe FiCha LiMpaMilitares e policiais não co-nhecem os bandidos porque eles seriam do “segundo esca-lão” do tráfico, que não fugi-ram por terem fichas limpas.

eMpaCoUO governo do Rio quer punir o uso de carro de placa fria da delegacia de Cabo Frio, na fuga de traficantes do Alemão. Mas não consegue.

taRado na FoLiadepois do deputado federal tiririca, de dilma e Lula, sur-gem as máscaras do premiê italiano Silvio Berlusconi nos

camelôs do Rio.

CaRavanaOs 61 assessores do ex-senador Efraim Moraes (DEM-PB) fi-nalmente desocuparam as me-sas, há dias, após o chefe não se reeleger.

antaq ignoRa deCRe-to de LULa Feito poR diLMaa agência nacional de trans-portes aquaviários (antaq) foi contra o decreto 6620/08, baixado pelo ex-presidente Lula para regulamentar o se-tor portuário, por isso faz vis-tas grossas à ação de grandes empresas para privatizar os portos “na marra”. Mas o de-creto foi preparado pela Casa Civil da presidência da Repú-blica, exatamente no período em que era chefiada pela en-tão ministra dilma Rousseff.

LetRa MoRtaComo trabalhou contra o decre-to de Lula, a Antaq tenta trans-formá-lo agora em letra morta, fechado os olhos à “privatiza-ção” na mão grande.

oMiSSão MaLandRadiante da omissão da antaq, a Federação dos portuários recorreu ao tribunal de Con-tas da União para fazer valer a legislação vigente.

apito e gizA Universidade Federal de São Carlos, em São Paulo, tem nova turma de 32 alunos oriundos de tribos do Norte, Nordeste e

Centro-Oeste.Cota no LiMiteo apoio do governador do Rio, Sergio Cabral, pode não garantir para o advogado Rodrigo Lins e Silva a vaga da oaB no Superior tribu-nal de Justiça. após empla-car Luiz Fux no Supremo, Cabral esgotou sua cota. Lins e Silva é sócio da mu-lher Cabral numa banca de advocacia.

veLhoS MoçoS, po-BReS MoçoSOs septuagenários FHC e José Serra querem liderar a “reno-vação” do PSDB, enquanto jo-vens tucanos vencedores, como o senador Aécio Neves (MG) e o governador Beto Richa (PR), são alijados do processo.

MUdança eStRatégiCao chanceler antônio patriota fez uma mudança curricular importante no instituto Rio Branco, que forma diploma-tas: a disciplina “história da américa do Sul”, antes eletiva, agora é obrigatória. os diplomatas gostaram. e o

Brasil sinaliza sua prioridade em política externa.

avião da aLegRiaQuase 30 pessoas viajaram pela FAB ao Fórum Social Mundial, no Senegal, além do ministro Gilberto Carvalho (secretário-geral da presidên-cia) e da ministra Maria do Ro-sário (Direitos Humanos).

hoSniLaLaUa revista alemã der Speigel revelou que o presidente do egito, hosni Mubarak vai se “exilar” numa clínica lu-xuosa perto de Baden Baden (teria câncer) – um artifício típico de nossos vigaristas tu-piniquins.

pRêMio inteRnaCionaLO site dilma13.com.br conquis-tou o prêmio Reed Awards de Melhor Website Internacional, conferido pela revista Cam-paigns & Elections, referência no setor. O site foi realizado pela empresa Pepper Intera-tiva, de Brasília, em parceria com a Blue State Digital, dos EUA.

aMigoS, aMigoSa infraero não investe em aeroportos, mas torrou mais de R$ 400 mil bancando dois livros: “o príncipe dos Mares - ta-mandaré”, e ou-tro sobre Santos dumont. o autor, Juca Fernandes, pode não ser um talento exuberan-te, mas é amigo da chefe de comunicação da infraero.

Certa vez, o deputado estadual petista Sebastião Almeida elogiava o governo federal, há dias, pela entrega de ambulâncias em Guarulhos (SP), quando uma sirene disparou no plenário da Assembléia Legislativa paulista.

– Juro que não é efeito sonoro do meu discurso – avisou ao microfone.

Era um falso alarme de incêndio.

C.e.R.M de andrade - editora - CnpJ - 05788.034/0001 - 06 - inscrição Municipal: 82205

* Os artigos de opinião assinados por colaboradores e/ou articulistas são de responsabilidade exclusiva

de seus autores

Jornal associado à adJoRe/

C O R R E I O DA SEMANA

Fundador: José Maia de Andrade

editorIvaldo Lúcio

Associação de Jornais do Estado de Mato Grosso

diretora administrativaEva Fernanda

diretor ComercialCarlos RachidFone: (65) 8403-1295

Redação e CirculaçãoRua Ivan Rodrigues Arraes, 295

- Coxipó Cuiabá - MT Cep: 78.085-055

Fone: (65) 3661-6612

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diagramação Vergilio de A. Filho

99640369

José eduardo Moura

tenho notado

De uns tempos para cá, noto que a nossa cidade vem mudando o seu comportamento. Essas mudanças que observo, são muito seme-lhantes aos processos de aculturação que sofreram as nossas nações indígenas. Tudo começou com os primeiros contatos com os brancos, que se consideravam pertencentes a uma civilização superior. Motivados por razões que não comportam neste artigo, os brancos, com complexo de felici-dade, fizeram de tudo para convencer aos felizes proprietários do planeta, para que mudassem o seu comportamento. O trabalho que certas ONGS realizam atualmen-te é semelhante à história da serpente: prometendo mundos e fundos à Eva, desde que ela coma a maçã. Conseguiu da Eva o seu objetivo, e veja no que resul-tou essa mentira. Dor, sofrimento, miséria, guerras, mortes de inocentes e o vírus da infelicidade. Nunca entendi a justificativa dos antropólo-gos para esse resgate humano e cultural dos povos primitivos, para a nossa cultura. Após a destruição da cultura desses povos, eles são abandonados na periferia social dos brancos. Precisamos rever esse assunto, não em Congressos Internacionais,

por: gabriel novis neves

gabriel novis neves é medico em Cuiabá há 50 anos

mas na prática, percorrendo o nosso território. Alguém tem que contar, sem censuras, este problema, que considero um dos mais sérios do nosso Estado. As novas gerações de cuiabanos estão em situação pior que os nossos irmãos índios. Os cuiabanos estão sendo vítimas de um processo agudo de

desvalorização dos seus valores pelos modernos colonizadores. Como se não bastasse, são apontados como os responsáveis pelo atraso econômico e social do Estado. Começaram destruindo o nosso inconfundível e lindo linguajar. A nossa cultura foi ridicularizada, e os nossos heróis ignorados. Tudo deveria ser importado, para ser bom. A nossa enraizada cultura está sendo arrancada de nós com possantes máquinas, criando a esterilidade nessa área tão importante do nosso passado. Tenho notado essa mudança, que nos levará, com certeza, ao mundo da submissão. Tenho notado e comentado, é o que posso fazer. Não dá para a sociedade estancar, também, essa perda?

rtigosa

Memórias de um Inconformado

Fui abordado por um leitor após uma palestra. Ele se queixou de que apelo repetidamente para memórias pessoais em meus textos, invocando um passado que pouco ou nada tem a ver com o dele. Saquei então uma frase deliciosa do escritor espanhol Max Aub :“Há três categorias de homens: os que contam a sua história; os que não a contam e os que não a têm.”

E ele: Hum. Prefiro quando você é crítico sobre atualidades.

Eu: Muitos de meus textos trazem críticas, mas não acho que isso faça de mim um “crítico”. Se você disser “inconformado” eu concordo. Aprendi em meio século de vida a reconhecer a armadilha que é cair na crítica às instituições, ao povo, às elites, ao governo. Esses alvos nunca têm endere-ço certo e criticá-los dá rigorosamente em nada. Minha indignação é com aqueles que têm o poder de mudar as coisas, mas não mudam, evitando o compromisso com valores morais e com a cultura do país. É essa gente que ajuda a construir uma visão distorcida do Brasil, tornando até mesmo justificável a violência de parte do povo contra nossos símbolos e tradições.

Ele: Mas quem é que você acha que tem esse poder, esse privilégio, essa força e capacidade de provocar mu-danças?

Eu: Olhe-se no espelho! Todo mundo tem o poder de despertar mudanças. O professor em seus alunos, os pais em seus filhos, o médi-co em seu paciente, o pastor nos fiéis, o ator na platéia, o escritor em seus leitores, a esposa no marido, o dono no cachorro... E vice versa. Aquilo que você chama de “crítica” é meu esforço para despertar a Luciano pires. Visite: www.lucianopires.com.br

por: Luciano piresconsciência do seu impacto e influência sobre as pessoas. Não quero que você ache que estou certo, que me siga, que concorde comigo. Só quero que você se importe e evite jogar a responsabilidade sobre as instituições, sobre as elites, sobre o povo. Isso é muito cômodo.

Ele: Luciano, por falta de educação, as pessoas depredam, roubam livros, esculturas e qualquer outra lembrança de nossa his-tória suja, hipócrita e triste. Conforme-se que sempre foi e sempre será assim.

Eu: Pois é. Em qualquer lugar civilizado, depredar, roubar, enganar, dá cadeia. No Brasil dos conformados, dá dó. E isso nos traz de volta a seu comentário sobre minhas memórias. Talvez por nun-ca terem aprendido com nossa história - que é tudo menos hipócrita ou triste - muitas pessoas adotam uma visão conformada das mazelas do Brasil. Nunca aprendem com o passado, com as memórias. Por isso é fundamental conhecer o passado.

Quando apelo às memórias pessoais, procuro reflexões que tragam ensinamentos. Algumas são críticas, outras são bem humoradas, outras são quase poéticas. Mas todas são reflexões sobre um passado precioso onde estão as lições para o futuro. Quem não tem memória, perde suas referências, fica vazio e conformado, apoiando-se apenas numa estratégia para a vida: a esperança, sacou?

Só que esperança nunca foi estratégia.

Mas talvez seja o único recurso dos que não têm memória. Não sei se ele ficou satisfeito, mas que botei uma pulguinha

lá, ah, isso eu botei.

“Quando apelo às memórias pessoais,

procuro reflexões que tragam ensinamentos. Algumas são críticas, outras são bem humo-radas, outras são qua-

se poéticas”.

BIG BROTHER BRASIL

Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço…

A décima primeira (está indo longe!) edição do BBB é uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil,… encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência.

Dizem que em Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo, principalmente pela banalização do sexo.

O BBB é a pura e suprema banalização do sexo.

Impossível assistir, ver este programa ao lado dos filhos.

Gays, lésbicas, heteros… todos, na mesma casa, a casa dos “heróis”, como são chamados por Pedro Bial.

Não tenho nada contra gays, acho que cada um faz da vida o que quer, mas sou contra safadeza ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou heterosexuais.

O BBB é a realidade em busca do IBO-PE…

Veja como Pedro Bial tratou os participan-tes do BBB. Ele prometeu um “zoológico humano divertido” .

Não sei se será divertido, mas parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas.

Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documenta-rista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível.

Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve mara-vilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo.

Eu gostaria de perguntar, se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade.

Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis.

Caminho árduo?Heróis?São esses nossos exemplos de heróis?Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de

brasileiros: profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás,

Por: luiz Fernando veríssimo

luiz Fernando veríssimo

todos os professores), carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor, quase sempre mal remunera-dos..

Heróis, são milhares de brasileiros que sequer têm um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir e conseguem sobreviver a isso, todo santo dia.

Heróis, são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna.

Heróis, são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada, meses atrás pela própria Rede Globo.

O Big Brother Brasil não é um programa cul-tural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro es-tímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral.

E ai vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a “entender o comportamento humano”.

Ah, tenha dó!!!Veja o que está por de tra$$$$$$$$$$$$$$$$

do BBB: José Neumani da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas

ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais.

Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão.

Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social: moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros? (Poderiam ser feitas mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores!)

Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespecta-dores.

Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa…, ir ao cine-ma…, estudar… , ouvir boa música…, cuidar das flores e jardins… , telefonar para um amigo… ,visitar os avós.. , pescar…, brincar com as crianças… , namorar… ou simplesmente dormir.

Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construída nossa sociedade.

“Veja o que está por de tra$$$$$$$$$$$$$$$$ do BBB: José Neumani da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que

se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a

cada paredão”

“O trabalho que cer-tas ONGS realizam atualmente é seme-lhante à história da

serpente: prometendo mundos e fundos à Eva, desde que ela

coma a maçã”.

JUCá Se Reúne CoM LídeReS paRa ne-goCiaR CoMiSSõeS no Senado

o líder do governo no Senado, Ro-mero Jucá ( p M d B -RR), reuni-rá todos os líderes alia-dos na ma-nhã desta

terça (8), para cobrar as indicações a que cada partido tem direito nas comissões permanentes. Só após as indicações e as eleições dos presidentes e vice-presidentes, a Casa iniciará de fato os tra-balhos legislativos. Caberá ao presidente de cada comissão definir os projetos prioritários para análise dos membros dos respectivos colegiados

Page 3: jornal correio da semana

C O R R E I O D A S E M A N ACuiabá, 08 a 14 de fevereiro de 2011 03

Qual vacas para touro

É muito provável que o leitor desconheça o fato relatado na edição de Zero Hora do dia 2 deste mês, em artigo com o título “Mamãe, passei em Medicina”. O autor, professor de matemática e engenheiro pelo ITA foi protagonista da experiência que conta. Chama-se Daniel Lavouras e submeteu-se às provas do ENEM deste ano, sendo qualificado para ingresso no prestigiado e disputado curso de Medicina da Faculdade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.

Até aí nada de mais. Afinal, supõe-se que um professor de mate-mática, engenheiro aeronáutico, seja uma pessoa com preparação escolar e conhecimentos bem superior à media dos concorrentes. Acontece que ele se confessa, no artigo, absolutamente ignorante nos principais con-teúdos com relevo para um curso de Medicina. Transcrevo-o: “Nunca entendi a mitose e a meiose. Não sei a diferença entre eucariontes e procariontes, Darwin, Mendel e seus amigos não me são próximos. Tudo que sei de cromossomos e DNA é o que leio em jornais e revistas. (...) ‘Chutei’ com precisão? Não, ao contrário, errei praticamente todas as questões de Ciências Biológicas. Ah, em compensação eu tive o extremo mérito de entender que a foto de um jogador parado fora da quadra com uma bola de vôlei significa que ele vai sacar e também percebi a foto do Mr. Bean no quadro da Mona Lisa. É sim, eu acertei estas! (e para todos que ainda não co- nhecem a prova do Enem, fica o convite para que o façam, visitem o site do Inep).

O profes- sor não vai cursar Medicina, claro. Sua experiência e o que escreveu bradam contra o absurdo de um exame vestibular nacional que não distingue alhos de bugalhos. E tampouco distin-gue o curso de Economia do de Artes Cênicas, ou o curso de Publicidade do de Engenharia de Minas. E as- sim, alguém que erra quase todas as questões de Ciências Bioló- gicas habilita-se a cursar uma das melhores facul-dades de Medi- cina do país.

O ENEM não é apenas um recordista em tra- palhadas de gran-de porte. Ele é um mal em si mesmo. E é, também, sintoma específico, no campo da Educação, de dois males genéricos que afetam o Brasil: o centralismo e a ruptura com os fundamentos do sistema federativo. Estamos sendo cozinhados como sapos, pelo gradual aquecimento da água da panela, num modelo que privilegia, em tudo e para tudo, aquilo que é nacional e federal. Adotamos, cada vez mais, sistemas centraliza-dos. Brasília deixou de ser tão-somente a capital do país. Ela se tornou a única cabeça pensante, o caixa único, a sede dos sistemas únicos e o ponto de convergência, pela via fiscal, de 23% do nosso PIB. Tamanha concentração de poder e dinheiro transformou a antiga cidade dos can-dangos no município brasileiro com mais alto Índice de Desenvolvimento Humano. E para ali convergem prerrogativas que aviltam a Federação, transformando estados e municípios, ora em pedintes, ora em agraciados com as migalhas que caem de sua mesa.

Pois o ENEM é filho desse sistema. Nasceu portador do defeito genético que herdou do papai, o enganoso federalismo brasileiro, no qual a União, cada vez mais, vai dispondo sobre tudo e sobre todos, absorvendo as autonomias ainda residuais na nossa vida social. Um exame de ingresso nos cursos de terceiro grau, com extensão nacional, é um devaneio autoritário, uma coisa de porte descomunal, monstruosa no aspecto e, por óbvio, descomedido na dimensão de seus erros.

É desanimadora, contudo, a bovina docilidade com que institui-ções de ensino superior, de tanta importância na formação da inteligên-cia nacional, se entregam a esse sistema qual vacas para touro. Cedem autonomia e aceitam sua própria degradação. Em troca de um prato de lentilhas. Lentilhas federais, claro.

Por: percival puggina

percival puggina é titular do blog www.puggina.org, articulista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas

contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões.

paulo araújo é especialista em Inteligência em Vendas e Motivação de Talentos. Diretor da Clientar - www.pauloaraujo.com.br. Twitter - @

pauloaraujo07

Nós homens nos caracterizamos por ser o sexo forte, embora muitas vezes caiamos por debilidade.

Um dia, minha irmã chorava em sua casa... Com muita saudade, observei que meu pai chegou perto dela e perguntou o motivo de sua tristeza.

Escutei-os conversando por horas, mas houve uma frase tão especial que meu pai disse naquela tarde, que até o dia de hoje ainda me recordo a cada manhã e que me enche de força.

Meu pai acariciou o rosto dela e disse: “Minha filha, apaixone-se por Um Grande Homem e nunca mais voltará a chorar”.

Perguntei-me tantas vezes, qual era a fórmula exata para chegar a ser esse grande homem e não deixar-me vencer pelas coisas pequenas...

Com o passar dos anos, descobri que se tão somente todos nós homens lutássemos por ser grandes de espírito, grandes de alma e grandes de coração, O mundo seria completamente diferente!

Aprendi que um Grande Homem... Não é aquele que compra tudo o que deseja, porque mui-tos de nós compramos com presentes a afeição e o respeito daqueles que nos cercam.

Meu pai lhe dizia: “Não se apaixone por um homem que só fale

de si mesmo, de seus problemas, sem preocupar-se com você... Enamore-se de um homem que se inte-resse por você, que conheça suas forças, suas ilusões, suas tristezas e que a ajude a superá-las.

Não creia nas palavras de um homem quando seus atos dizem o oposto.

Afaste de sua vida um homem que não constrói com você um mundo melhor. . Ele jamais sairá do seu lado, pois você é a sua fonte de energia...

Foge de um homem enfermo espiritual e emocionalmente, é como um câncer matará tudo o que há em você (emocional, mental, física, social e economicamente)

“Não dê atenção a um homem que não seja capaz de expressar seus sentimentos, que não queira lhe dar amor.

Não se agarre a um homem que não seja capaz de reconhecer sua beleza interior e exterior e suas qualidades morais.

Não deixe entrar em sua vida um homem a quem tenha que adi-vinhar o que quer, porque não é capaz de se expressar abertamente.

Não se enamore de um homem que ao conhecê-lo, sua vida tenha se transformado em um problema a resolver e não em algo para desfrutar”.

Não se apaixone por um homem que demonstre frieza, insen-sibilidade, falta de atenção com você, corra léguas dele.

Não creia em um homem que tenha carências afetivas de infân-cia e que trata de preenchê-las com a infidelidade, culpando-a, quando arnaldo Jabor

por: arnaldo Jabor

Um grande homem o problema não está em você, e sim nele, porque não sabe o que quer da vida, nem quais são suas prioridades.

Por que querer um homem que a abandonará se você não for como ele pretendia, ou se já não é mais útil?

Por que querer um homem que a trocará por um cabelo ou uma cor de pele diferente, ou por uns olhos claros, ou por um corpo mais esbelto?

Por que querer um homem que não saiba admirar a beleza que há em você, a verdadeira beleza… a do coração?

Quantas vezes me deixei levar pela superficialidade das coisas, deixando de lado aqueles que realmente me ofereciam sua sinceridade e integridade e dando mais importância a quem não valorizava meu esforço?

Custou-me muito compreender que GRANDE HOMEM não é aquele que chega no topo, nem o que tem mais dinheiro, casa, automóvel, nem quem vive rodeado de mulheres, nem muito menos o mais bonito.

Um grande homem é aquele ser humano transparente, que não se refugia atrás de cortinas de fumaça, é o que abre seu CORAÇÃO sem rejeitar a realidade, é quem admira uma mulher por seus alicerces morais e grandeza interior.

Um grande homem é o que cai e tem sufi-ciente força para levantar-se e seguir lutando...

Hoje minha irmã está casada e feliz, e esse Grande Homem com quem se casou, não era nem o mais popular, nem o mais solicitado pelas mulheres, nem o mais rico ou o mais bonito.

Esse Grande Homem é simplesmente aquele que nunca a fez chorar… É QUEM NO LUGAR DE

LÁGRIMAS LHE ROUBOU SORRISOS… Sorrisos por tudo que viveram e conquistaram juntos, pelos

triunfos alcançados, por suas lindas recordações e por aquelas tristes lembranças que souberam superar, por cada alegria que repartem e pelos 3 filhos que preenchem suas vidas.

Esse Grande Homem ama tanto a minha irmã que daria o que fosse por ela sem pedir nada em troca...

Esse Grande Homem a quer pelo que ela é, por seu coração e pelo que são quando estão juntos.

Aprendamos a ser um desses Grandes Homens, para vivenciar os anos junto de uma Grande Mulher e NADA NEM NINGUÉM NOS PODERÁ VENCER!

Envio esta mensagem aos meus AMIGOS “HOMENS”, para que lhes toque o coração e tratem de fazer crescer esse GRANDE ho-mem que vive dentro deles.

E às minhas amigas “mulheres” para que SAIBAM ESCO-LHER ESSE GRANDE HOMEM QUE DEUS TEM PARA ELAS

“ Um grande homem é o que cai e tem su-

ficiente força para levantar-se e seguir

lutando...”

No momento em que o Brasil se torna um dos destinos preferi-dos dos investidores estrangeiros, em especial o segmento de médias empresas, mais do que nunca, o dilema da profissionalização aparece com muita força. O investidor busca essencialmente empresas que tenham um bom potencial de crescimento e que estejam em setores importantes da economia. O nível de transparência e as boas praticas de gestão corporativas também são levados em consideração na hora de investir, já que, geralmente, o inves-tidor estrangeiro é avesso a risco. Adotar boas práticas está diretamente ligado à capacidade de crescimento sustentado e à própria perenidade do negócio. Ou seja, é uma questão de sobrevivência e crescimento.

Principalmente em empresas familiares, a necessidade de profissionalização de gestão é evidente. Estima-se que apenas 15% das em-presas familiares sobrevivem à terceira geração. Na maioria dos casos, o desaparecimento está ligado diretamente a conflitos entre os familiares e a ausência de uma profissionalização da gestão. A história mostra uma série de exemplos de empresas familiares de médio porte que não adotaram boas práticas de gestão - ou não sofreram um processo de profissio-nalização - e acabaram desaparecendo mesmo antes de se tornarem realmente grandes.

Há exemplos de empresas familiares dos mais diversos seg-mentos que não conseguirem crescer o suficiente e nem ao menos sobreviver ao longo do tempo. Rede Zacharias, Casa Jose Silva, BRA, G Aronson, Arapuã, Casa Albano, Casa Pekelman são alguns casos bem conhecidos. Apesar da particularidade de cada um, pode-mos afirmar que todas estas empresas sucumbiram principalmente por falta de gestão adequada e também pela incapacidade de seus

Miguel abdo é diretor da Naxentia, graduado em engenharia mecânica, possui especialização em General Management (Kellogg University), MBA

pela Ibmec e extensão em Marketing na ESPM.

por: Miguel abdo

Profissionalizar ou não profissionalizar, eis a questãofundadores de abandonarem o velho estilo de gestão que os sustentou ao longo do tempo.

Algumas medidas simples podem ajudar a evitar este tipo de cenário. Considerando especificamente as empresas de gestão fami-liar, planejar a sucessão com antecedência, criar um conselho com integrantes externos e definir, inclusive, um ‘acordo de família’ são pontos que podem garantir a sobrevivência da companhia.

Por outro lado, há uma série de exemplos de empresas familiares que souberam profissionalizar a companhia e adotaram boas práticas corporativas. Entre elas, podemos citar cases como Pão de Açú-car, Odebrecht, Camargo Correa e Gerdau. Assim como o grupo de empresas citado anteriormente, todas também são familiares, porém cresceram e prosperaram basicamente modernizando os seus processos e permanecendo atualizadas por meio da adoção de boas práticas de gestão corporativas.

A probabilidade de uma empresa de porte médio crescer, se desenvolver e perenizar sem a adoção de praticas de gestão é extremamente baixa. Ainda mais com a globalização, a ascensão chinesa e a informatização da receita federal - que

impede qualquer tipo de alteração de dados fiscais -, o crescimento de uma companhia, a atratividade para possíveis investidores e o ganho de competitividade estão diretamente ligados à gestão. E, para ser eficiente, a gestão precisa ser profissional.

“A história mostra uma série de exemplos de

empresas familiares de médio porte que não

adotaram boas práticas de gestão”

De que lado vem, e vai, vem vindo, o vento? Do Sudeste, uma boa lambida e o dedinho indicador para cima, voltadinho para o vento, tenta identificar, procurar o Norte. Ou melhor será o Sul? A luz se apagou no Nordeste, mas isso talvez ilumine uma verdade. No Centro-Oeste, o abrigo de soluções, com maracutaias e segredos, lado a lado dos profetas de templos futuristas. Mais parece uma biruta.

Biruta, sim. Aquele negocinho com a forma de um coador de café, que indica o vento. Biruta que virou palavra-emoção e serve também para definir como aca-bamos chacoalhados por tanta informação circulando e tão pouco tempo para processá-la. Saudade daqueles ga-los do tempo, em cima dos telhados. Girando, girando. Davam um ar rural, como quando ainda conseguíamos ouvir os sinos das igrejas, as badaladas precisas. Bada-ladas também é palavra, mas palavra-ação. E tem sido bem usada, ou melhor, puxada, em sacos.

Nariz para cima, sentidos aguçados, farejamos o ar em busca de respostas, de perguntas, inspirações, ideias que não tenham ainda sido usadas. Ou aprovei-tamos a posição para lançar o esperançoso olhar para o céu de todas as religiões. Alguém estará lá no infinito olhando mesmo tudo isso?

Se a gente desenhar, é capaz de ser acusado de plágio da realidade pelos bonequinhos animados que estão de plantão no playground do Condomínio Brasil. Agora, sob nova direção. Dizem que a síndica é linha-dura. Pegue-os todos, escolha os bonequinhos que você acompanha até porque não tem outro jeito, e leve para sua imaginação, vendo-os como peças de

PlayMobil. Pegou seu punhado deles? Agora sente no chão, espalhe-os como

fazia quando era criança. Ah! Olha! Soltou o bigodinho de três deles e uma toguinha! Reponha no lugar para não perder nenhum detalhe. Pode trocar a peruca acaju pela negraasasdagraúna daquele ali que está fazendo um esforço danado, um sacrifício pessoal por você, para continuar em cena. Mandando até na luz.

Arrume-os ou jogue-os de novo - mesmo só que mentalmente, é uma delícia esse pequeno exercício vingativo. Repare que é melhor do que embaralhar cartas. Onde quer que eles caiam, esses espertos bonequinhos encontram seus pares, combinam entre si, negociam termos, formam trincas, quadras, quadrilhas e quinas. As roupinhas de cores partidárias também são trocáveis. Cada um desfila na escola de samba do outro. O vermelho,

Marli gonçalves é jornalista. Adora se perder. Adora se achar. E ser acha-da. Aliás, é bom você começar a andar com lupa também. Ajuda a enxergar

as letras pequenininhas.

por: Marli gonçalves

A biruta doida e a bússola no azul e amarelo, o preto e vermelho com verde, tucano eu misturo com estrela, com árvores, com peixinho, e o meu samba vai sair assim... Os opostos se atraem.

Cansou desses? Pegue outros. Que tal alguns da tevê, misturados com “criadores geniais” de propagandas e ações de marketing, mais dois ou três jornalistas e promotores focados em “celebridades”, que agora tudo mudou de nome. Se bobear, vai ver um bando de bonequinhos vestidos de frango, se dirigindo a uns fornos, indo assar; e ainda com gente que paga para ver isso. BBBestas. Se for domingo, perigas brincar de disputar

audiência com duas loiras, uma comprida, outra curta, um ex-gordinho que mantém o nome aumentado, um Piu-Piu que trocou de casa, um ex-infeliz proprietário de um banco, abençoado por Deus em suas dívidas.

Não tenta melhorar o jogo, misturando peças finas. Vai ter de sair caçando pela casa os dez gatos-pingados que já estão quase roucos de alertar para a mesmice e falta de valor, contra a estupidez humana, e contra essa irresistível mania de políticos e governantes acharem que, como eu mesma já disse outro dia, somos todos otários.

Não há Casa de Alice, Castelo de Barbie, que consiga traduzir certas semanas, tipo mais essa que passou. O setor energético foi rifado e interrompido. Palhaço bota banca de educador. Palavras ao vento abrem sessões, que votam pelos mesmos comandantes. Quem pintou a cara, cara a cara, sorri. Quem desceu a rampa, enxotado, se impõe. Ex-mulher faz ex-marido silenciar, diante da platéia. Senador e deputado marcam encontro em ringue. Para brincar. Eu sei quantos quilos

a presidente engordou e o nome de sua costureira. O preso italiano virou osso, disputado raivosamente por vários coiotes. Os outros, presos, formam uma massa só. Fora as múmias. Inclusive as lá do Egito. Que mais?

Lambo a ponta do indicador, que levanto novamente em busca de saber a direção do vento. Quero voltar-me para esta direção, tentando largar o corpo para ir sendo levada, espero que suavemente, e em busca do que imagino ousar se aproximar das barreiras.

Procuro a direção. Mas cada vez que me mexo, a danada da bússola mexe-se também.

E eu fico biruta.

“Cansou desses? Pegue outros. Que tal alguns

da tevê, misturados com “criadores geniais” de

propagandas e ações de marketing, mais dois ou três jornalistas e promo-tores focados em “cele-

bridades”, que agora tudo mudou de nome”.

Problemas, Problemas e mais Problemas

Meu primeiro chefe costumava dizer que os dias ficam mais cinzentos quando estamos cheios de problemas.

Mas afinal o que é um problema? E todo problema é ruim?Na vida e na carreira não tem como fugir dos problemas. Eles

estão por toda a parte, perseguindo e até mesmo o fato de não ter um problema, posso garantir que já é um problema.

Nossa relação com os problemas começam cedo. Quando crianças temos problemas demais em montar brinquedos difíceis ou em conseguir comida na hora da fome. Depois chega a vida escolar e começamos a ter problemas com notas, provas, lições esquecidas, bagunça na sala e descobrimos que matemática se aprende como? Resolvendo problemas!

Mas é injusto culpar os problemas por todas as mazelas e como é praticamente impossível livrar-se deles melhor é tentar conviver e a aprender com os fatos problemáticos da nossa vida.

A primeira coisa a fazer e assim mudar sua perspectiva é separar os problemas em duas categorias:

1. Problemas que não agregam valor, e;2. Problemas que agregam valor.Simples assim!Os problemas que não agregam valor são aqueles que de uma

forma ou outra poderiam ser evitados. O carro quebrou? Pergunte: a revisão estava em dia? A apresentação com o cliente foi péssima? Per-gunte: Eu esta- va preparado? Eu tenho certeza que para a maioria dos problemas que não agregam valor um dos motivos para ter acontecido em 99% das vezes é s e m p r e o mesmo: falta de tempo. E fal- ta de tempo está relacionado di- retamente com o que você consi- dera prioritário na sua vida. Para reduzir drastica-mente os pro- blemas que não agregam valor você precisa rever suas priorida- des de vida e não querer ter tudo ao mesmo tem-po. Problemas que não agregam valor só geram p a s s i v o s , n o s fazem perder dinheiro e tempo, resultando tudo isso em mais... Isso mesmo: problemas!

Os problemas que agregam valor são aqueles que surgem devido a ações que o levam a um círculo virtuoso. Estudar muito e falar inglês fluentemente leva a novas propostas de emprego. Trocar de emprego é um problema? Sim, mas neste caso um problema bom. A empresa acertar em cheio no lançamento de um produto e se as vendas superarem as expectativas é muito melhor do que não vender nada e ficar com todo o estoque encalhado. Problemas que agregam valor têm como característica trazer satisfação a quem os criou, seja ela profissional, pessoal, espiritual ou financeira. Esse tipo de problema traz novos desafios, aprendizado, mas cuidado para não transformar um problema que agrega valor em um que não agrega valor.

O problema maior dos problemas é que as pessoas enxergam todos como pesos, dificuldades e não separam os que agregam dos que não agregam valor e assim por preguiça, falta de tempo, visão e foco passam a vida resolvendo em grande parte só os problemas que não agregam valor. E isso cansa demais!

Classifique já os problemas da sua vida e perceba para quais deles você deve demandar mais tempo e esforço em suas soluções, priorize e prepara-se para criar mais problemas que agregam do que não agregam. E simples assim, complicando o mínimo possível seus dias cinzentos que passarão a ser mais ensolarados com um belo céu azul. Isso é um problema?

Só para quem não gosta da cor azul ou vive acinzentando a própria vida.

Por: paulo araújo

“Não sei a diferença entre eucariontes e procariontes, Da-

rwin, Mendel e seus amigos não me são próximos. Tudo que

sei de cromossomos e DNA é o que leio em

jornais e revistas”.

“A empresa acer-tar em cheio no

lançamento de um produto e se as ven-

das superarem as expectativas é muito melhor do que não vender nada e ficar com todo o estoque

encalhado”

Page 4: jornal correio da semana

CORREIO DA SEMANACuiabá, 08 a 14 de fevereiro de 201104 -

Conomiae

o mundo pede comidademanda mundial vai ampliar vendas de carne e grãos nos próximos dez anos

da assessoria

A forte demanda mundial por alimentos vai turbinar a po-sição brasileira no mercado in-ternacional na próxima década. A previsão é que a participação do País nas exportações mundiais de grãos e carnes cresça, pelo menos, 7 pontos porcentuais até 2020. Em contrapartida, a fatia de alguns produtos de maior va-lor agregado, como o farelo de soja e o óleo de soja, sofrerá uma redução no período, em torno de 3 pontos porcentuais.

As exportações desses produtos continuarão a crescer, mas em ritmo menor que o dos concorrentes, afirma o coorde-nador de planejamento estratégi-co do Ministério da Agricultura, José Gasques. Estudo preliminar do governo mostra que, no caso do farelo de soja, a participação

Mesmo com alta no preço, consumo de carne bovina no Brasil cresce em 2010

O consumo de carne bo-vina per capta no Brasil atingiu 37,5 quilos em 2010. Isto repre-senta uma alta de 5,1% em re-lação a 2009. O crescimento se dá mesmo com a elevação dos preços em 38,7% no varejo, e 32,9% para o consumidor.

O levantamento é do consultor Carlos Cogo. Segundo ele, o aumento da demanda das classes C e D impulsionaram o

consumo.– A classe C já vinha re-

gistrando um nível de consumo bem satisfatório, e a classe D também migrou para o consu-mo de proteínas animais. Este é o primeiro fator, nem tanto pelo preço, que está em níveis eleva-dos e vamos até ter uma pressão de custos sobre as carnes em ge-ral. Mas não devemos ter uma redução do nível de consumo per

O gigante mercado chinês aumenta em 67% compra de carne de Mato Grosso

A China registrou um au-mento de 67% na compra de car-ne mato-grossense em dezembro na comparação com novembro do ano passado.

Já a venda para do pro-duto para União Europeia apre-sentou um incremento de 4%. Apesar do aumento de carne embarcada para estes destinos, o maior volume de exportações

ainda é direcionado ao Oriente Médio e a Rússia.

Segundo o Instituto Ma-to-grossense de Economia Agro-pecuária (Imea), estes destinos são responsáveis por 46% do volume total das exportações de carne do Estado. Os embarques em dezembro do ano passado registraram uma variação positi-va de 6% em relação ao mesmo

do Brasil no mercado interna-cional vai encolher de 22% para 19,5% até 2020; e a de óleo de soja, de 21% para 18%.

“Vamos perder partici-pação nesse mercado por causa da concorrência de países como Argentina e Estados Unidos”, diz Gasques. Na avaliação dos pro-dutores, essa redução decorre de uma série de fatores. Um deles é que todos os países querem im-portar grãos para beneficiarem e agregarem valor ao produto. As-sim geram mais investimentos e empregos.

Do outro lado, há a neces-sidade de uma política pública que incentive a exportação, como a redução de impostos, afirma o secretário-geral da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Fábio Triguei-rinho. Ele explica que a exporta-ção do grão é isenta de ICMS.

Mas, no caso do farelo e do óleo, se o produto for industrializado em Estado diferente do local de produção, há tributação no deslo-camento. “Nosso desejo é vender mais farelo e óleo ao exterior. Para isso, o País tem de eliminar esse viés antiexportador.”

De acordo com dados da Abiove, entre 2000 e 2010, o volume de exportação de farelo e óleo de soja cresceu 50%, en-quanto o de soja em grão teve salto três vezes maior, de 153%. Esse ritmo deve continuar nos próximos anos. Até 2020, o Mi-nistério da Agricultura projeta que a participação da soja em grãos no mercado mundial suba de 30% para 37%.

Carnes O destaque, no entanto, ficará com o avanço das exportações de carne, diz Gasques. Até o fim da década, a fatia de mercado da carne de

frango brasileira saltará de 42% para 48%; e a de carne bovina, de 25% para 32%. Nesse caso, o maior aumento deverá ocorrer também em frango in natura, que é mais barata que a industrializa-da, completa o coordenador do Ministério da Agricultura. De-talhe: o preço médio da carne in natura é de US$ 1,673 a tonelada e a industrializada, US$ 2,755 a tonelada.

Para Gasques, embora a expectativa de crescimento da exportação dos produtos de maior valor agregado seja menor que a de matéria-prima, o Bra-sil terá ganhos significativos no agronegócio. Um deles é a diver-sificação dos produtos vendidos. “Antes era só café, açúcar e soja. Agora temos o avanço das car-nes, sucos, leite, milho e frutas.” No futuro, a lista de mercados li-derados pelo Brasil pode incluir

produtos como algodão, celulose, frango e etanol.

O líder global para o seg-mento de agronegócio da consul-toria Accenture, Eduardo Barros, está convicto que o País tem plena condição para conquistar novos mercados no exterior. Ele lembra que nos últimos oito anos a participação do Brasil no mer-cado internacional quase dobrou para 7% de toda produção dispo-nível.

“Esse número continuará em alta, especialmente porque a previsão é que a produção nacio-nal cresça algo em torno de 40% nos próximos dez anos, enquanto nos Estados Unidos o avanço fi-cará entre 10% e 15%.” Parte do aumento da produção ficará no mercado interno, cujo consumo também apresentará forte cresci-mento, por causa da melhora da renda da população.

Marketing e acordos. Bar-ros pondera, entretanto, que o go-verno brasileiro precisa reforçar o marketing de seus produtos no exterior, a exemplo do que fez a Colômbia com o café. Na ava-liação dele, isso faz uma grande diferença e facilita o aumento das exportações de novos produtos.

A superintendente técni-ca da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Rosemeire Cristina dos Santos, adiciona outro ingrediente necessário à expansão da participação brasileira no mer-cado global: os acordos bilaterais com outros países e blocos eco-nômicos para reduzir ou eliminar tarifas de importação.

Para ela, a liderança do País no agronegócio depende muito dessas negociações, espe-cialmente com a União Europeia. “Esse é um mercado extrema-mente importante para o Brasil.”

capta. Devemos sim ter um cres-cimento novamente – avalia.

Cogo informa que, so-mando-se as carnes de frango, bovina e suína, o consumo per capta chegou a 98,5 quilos, con-tra 97 quilos em 2009. A tendên-cia é de aumento de 1,5% para 2011. O consultor acredita em uma estabilidade na carne bo-vina e alta de 900 gramas na de frango

período do ano anterior, obtendo assim um acumulado de apro-ximadamente 19 mil toneladas equivalente carcaça.

“Esse incremento no vo-lume de exportação é um reflexo da melhor na demanda interna-cional, que vem aceitando níveis de preço cada vez mais eleva-dos”, aponta o boletim semanal do Imea.

Mato Grosso do Sul recebe status internacional de zona livre de aftosaDesde 2005, quando foi

detectado um foco da doença numa propriedade rural do mu-nicípio de Japorã, na fronteira com o Paraguai, parte do estado foi classificada como zona de alta vigilância.

Com a medida, infor-mada pela OIE à Secretaria de Defesa Agropecuária do Minis-tério da Agricultura, 13 municí-pios da fronteira do Brasil com o Paraguai e a Bolívia – como Japorã, Corumbá e Ponta Porã – passam a ter o status de livre de aftosa com vacinação. O gover-no brasileiro já tinha concedido essa classificação à região desde 2008, mas o anúncio de hoje tem reconhecimento internacional.

A área reconhecida pela

OIE tem uma criação de 800 mil bovinos e búfalos, em cerca de 5,9 mil propriedades rurais. Segundo o Ministério da Agri-cultura, para conceder o novo status, a organização internacio-nal considerou o trabalho dos fiscais agropecuários, o sistema de identificação dos animais, o controle de vacinação e a pre-sença de postos de fiscalização.

O único estado brasileiro reconhecido como livre de aftosa sem vacinação é Santa Catarina. Além de Mato Grosso do Sul, mais 15 têm o status de livre da doença com vacinação, enquan-to 11 não têm o reconhecimento ou o status foi dado apenas para parte do estado, como o Pará e o Amazonas.

anidades

Page 5: jornal correio da semana

CORREIO DA SEMANA Cuiabá, 08 a 14 de fevereiro de 2011 - 05

urismo e Culturat

pedro vasconcelos no palácio da instrução

Para quem gosta do uni-verso musical por onde transita o cavaquinho ou tem a curio-sidade de conhecer um pouco mais sobre este instrumento, hoje quarta-feira (09/02) a Se-cretaria de Estado de Cultura realiza por meio do Pavilhão das Artes em parceria com o baixista Ebinho Cardoso o pri-meiro Workshow do ano com o músico Pedro Vasconcelos. A apresentação começa às 19 ho-ras, no Pavilhão das Artes, que fica localizado no Palácio da Instrução, Praça da República, no Centro de Cuiabá. O curso é gratuito.

O Workshow tem como proposta estender aos músicos de Cuiabá e do Estado uma oportunidade de conhecer um pouco mais sobre o cavaqui-nho, além de uma aula show com um instrumentista genial como Pedro Vasconcelos. A aula é gratuita e terá certificado no fim do workshow.

Pedro Vasconcelos (28 anos) é destaque no cavaqui-nho. Com 10 anos de carreira, ele tem acompanhado vários nomes da MPB em rodas de

samba e choro. Além disso, revela-se talentoso composi-tor e solista percorrendo pelo choro, valsa e baladas de jazz. Pertencente a uma família de músicos, Pedro Vasconcelos tem habilidades com vários instrumentos, como piano e violão. Mas foi o cavaquinho que despertou no compositor e interprete a intenção de am-pliar o espectro sonoro possí-vel ao instrumento.

Vasconcelos já partici-pou de diversas gravações com grandes músicos e amigos. En-tre eles André Vasconcelos do Observatório; Aquatro da Toca Luperce Miranda e Aquário do Disco Primeiro. Além de al-guns grupos musicais com os quais o cavaquinista trabalhou, como Dois de Ouro, Jorge Car-doso, e outros artistas da músi-ca brasileira.

O compositor explica como define a música. “Atual-mente sou incapaz de definir o que é e o que não é a influência num trabalho musical. Experi-ências, histórias,sentimentos, ideias e coisas... tudo pode ser inspiração e transpiração para

música”. O público presente ao

evento poderá presenciar os principais trabalhos do compo-sitor. Um deles é a música ins-trumental Aquário que foi idea-lizada a partir da necessidade de atuar como solista, compositor e arranjador e explorar novas possibilidades sonoras com o cavaquinho. Outro trabalho em atividade de Vasconcelos é o Choro e Cia que conta com um quarteto de musicista. Fechan-do suas atuais atividades, estão o Aquatro, que é um regional de choro e Pedro Vasconcelos com Ricardo Nakamura, cava-quinho e piano juntos. O curso é gratuito e com certificado no fim.

o quê: Workshow com Pedro Vasconcelos (Cavaquista)

quando: 9 de fevereiro de 2011

horário: 19 horas onde: Pavilhão das Ar-

tes, localizado no Palácio da Ins-trução, na Praça da República, Centro - Cuiabá/MT

informações: (65) 3613 9230 / 9982 8436

Cine teatRo CUiaBá

Cine Teatro Cuiabá divulga agenda de fevereiroDois espetáculos e uma

oficina já estão confirmados para a programação de feve-reiro. Quem abre a agenda de espetáculos da casa é a peça “Sinais...”, da Cia Cena Onze de Teatro. A encenação acon-teceu no dia 04 de fevereiro, sexta-feira, às 20h, e teve en-trada gratuita. Logo depois, às 21h, o grupo fez o lançamento do livro “Cena Onze 20 Anos,

Memórias Cênicas”, na sede da Secretaria de Estado de Cultura (SEC).

Nos dias 12 e 13, a Tem-porada Gazeta de Teatro 2011 traz ao palco o divertidíssimo “Dezimprovisa”, da Cia de Humor Deznecessários. Base-ado nos jogos de improviso, o espetáculo tem interação dire-ta com o público e, segundo a

Cia, tem repercutido de forma positiva com casas lotadas e grande número de acessos aos vídeos na internet. O es-petáculo faz duas apresenta-ções, uma no sábado (12.02), às 21h, e outra no domingo (13.02), às 19h. A venda de in-gressos será no piso térreo do Shopping Três Américas e nos dias de espetáculo na bilhete-ria do CTC.

Já a partir do dia 15, quem conduz o ritmo da casa é a “Oficina Samba no Pé”, mais uma ação da “Série Movimen-tos”, realizada pela parceria entre a Cia Rodinei Barbosa de Dança, Cine Teatro Cuiabá e o Instituto Matogrossense de Desenvolvimento Humano (IMTDH). A oficina acontece de 15 a 19 de fevereiro, das 19h às 20h, e, segundo o professor

Rodinei Barbosa, trará o samba com passos de miudinho, tran-ça, tesoura e outros. As inscri-ções iniciam dia 09 de feverei-ro, das 14h às 18h, no CTC. O investimento é de 100 reais o casal ou 60 reais individual.

Para os interessados, o Edital de Seleção de Propos-tas para a Ocupação do Espaço Cênico 2011 permanece aberto

até se esgotarem as datas deste ano. Segundo a diretora artísti-ca da casa, Paula Naves, mais da metade das datas já estão fechadas ou já receberam pe-didos. “Temos espetáculos já confirmados em todos os me-ses, algumas oficinas já agen-dadas e propostas para serem analisadas, mas o edital perma-nece aberto até que acabem as datas”, afirma

Page 6: jornal correio da semana

Cuiabá, 08 a 14 de fevereiro de 2011C O R R E I O D A S E M A N A06

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E duCaÇÃo

Hospital de Cáceres promove capacitação sobre prevenção à infecção hospitalar

O Hospital Regional Irmã Elza Giovanella, de Cáceres, unidade desconcentrada da Se-cretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso (SES/MT), realizou uma capacitação sob o tema “A importância da prevenção e cui-dados hospitalares”, no auditório da unidade, a fim estender ao corpo técnico informações sobre a infecção hospitalar.

Segundo o diretor do hos-pital, Jonas Alves Ribeiro, mais de cem pessoas, dentre médicos e corpo técnico do Hospital Irmã Elza Giovanella, médicos, enfer-meiros, fi sioterapeutas e outros profi ssionais do sistema de saúde da comunidade cacerense parti-ciparam.

A capacitação foi minis-trada pelo médico infectologista Hugo Noal, do Hospital Regional de Sorriso. “Foram abordados desde os temas básicos aos mais complexos”, lembrou Noal. “Fa-lamos sobre a lavagem das mãos entre os profi ssionais de saúde, antes e após o atendimento aos pacientes, atualizações sobre o uso de antibióticos, manejo de pacientes para o ato cirúrgico, atendimento a pacientes em esta-do grave, atendimento a pacientes na UTI, a crianças e pacientes imunodeprimidos e outros temas pertinentes”.

O Infectologista disse que recomendações do Ministério da Saúde (MS), repassadas pela SES/MT, indicam que a infecção hospitalar costuma acometer

pacientes imunodeprimidos, es-pecialmente os que se encontram nas unidades de terapia intensiva. É importante enfatizar que os pacientes de UTI também apre-sentam várias portas de entrada para infecções, tais como sonda vesical de demora, cateter venoso central, tubo orotraqueal, cânula de traqueostomia e, às vezes, feridas de decúbito (muito tempo deitado numa mesma posição), facilitando muito a infecção por bactérias multirresistentes.

A transmissão ocorre pelo contato com secreções ou excre-ção de pacientes infectados, por meio das mãos não lavadas do profi ssional de saúde e seus ins-trumentos de trabalho, como o es-

tetoscópio; que são, por exemplo, os principais meios de transmissão de um paciente para outro.

As recomendações do Mi-nistério da Saúde também listam várias medidas preventivas para se evitar a ocorrência de infecção hospitalar: lavagem das mãos sempre antes e depois de mani-pular um paciente, precauções de contato nos pacientes com infecção, precauções de contato nos pacientes com forte suspeita clínica de infecção hospitalar, identifi cação precoce do paciente com infecção mediante a realiza-ção de culturas de vigilância.

Também foram listadas pelo MS precauções de contato e o perigo das bactérias multirresis-

tentes, implementar a adesão dos profi ssionais de saúde à higieni-zação das mãos, reforçar os cuida-dos com limpeza e desinfecção de superfícies,mobiliários e artigos que entram em contato com o paciente, restringir visitas e/ou, caso ocorram, orientar os visitan-tes à utilização das precauções de contato para evitar a disseminação do microrganismo e enfatizar o uso racional de antimicrobiano pelos médicos.

Com essas informações acreditamos que os profi ssionais de saúde poderão estar mais bem equipados para a prevenção de Infecções Hospitalares nos estabelecimentos de saúde da região.

O aumento da obesidade infantil é uma questão preocu-pante. E, de acordo com uma pesquisa americana, crianças entre 11 e 12 anos cujas mães trabalham fora apresentam seis vezes mais chances de ficar acima do peso.

Cientistas da Universi-dade de Cornell, Universidade de Chicago e da Universidade Americana em Washington, analisaram 990 pequenos entre 8 e 12 anos e levaram em conta as horas gastas assistindo à TV e a quantidade de exercícios. Compararam ainda o horário que suas mães trabalham.

A equipe constatou que, em média, os que permanecem sem as mães ao longo do dia (meio período ou período in-tegral) tendem a apresentar até 800g a mais em comparação com os que contam com sua

companhia em casa. O efeito aumenta com a idade e, entre 11 e 12 anos, chega a quase 1,5 kg em excesso.

O ganho de peso não parece ser causado por seden-tarismo. As horas em frente à TV e se exercitando são semelhantes nos dois grupos. O problema seria fi car sozinho sem supervisão e comer coisas gordurosas e calóricas, além de pular refeições.

Se já está se sentindo culpada, calma! A cientista Taryn Morrissey disse ao jor-nal Daily Mail que as mães trabalhadoras não podem ser responsabilizadas pela cres-cente crise de obesidade. O emprego materno é apenas um dos fatores relacionados ao assunto, mas, na verdade, lança luz ao verdadeiro culpado: o desequilíbrio nutricional.

infecção hospitalaraÚdes

Gravidez: tire suas dúvidas com os polivitamínicosAntes mesmo do teste

positivo, você já precisa da sua dose de comprimidos. O ácido fólico é tão importan-te que a suplementação deve ser feita já quando você pla-neja engravidar e, depois, até o terceiro mês de gesta-ção, para diminuir o risco de malformação do sistema

nervoso da criança. Além dis-so, diminui enjoos, náuseas e vômitos e restringe a incidên-cia de partos prematuros. De-pois do terceiro mês, vêm os suplementos chamados polivi-tamínicos, porque trazem mais de uma delas. Servem para su-prir carências da alimentação da mãe e promover um bom

desenvolvimento do bebê, evi-tando problemas como icte-rícia, lesões das mucosas oral e retal e malformações. Claro que não é desculpa para abrir mão de uma alimentação sau-dável, mas algumas vitaminas são mais efi cientes se ingeridas por suplemento. Por isso, não esqueça suas pílulas.

Seduc recebe até dia 25 as inscrições do Programa Brasil Alfabetizado 2011

Permanece aberto até 25 de fevereiro o período para que os municípios mato-grossenses façam adesão ao Programa Bra-sil Alfabetizado pela Secretaria de Estado de Educação (Se-duc-MT). O objetivo é formar turmas para ofertar o curso de alfabetização inicial para mi-lhares de jovens e adultos que não tiveram a oportunidade de estudar no período regular.

O Programa Brasil Alfabetizado - iniciado em 2003/2004 em Mato Grosso - alfabetizou até 2009 cerca de 80 mil pessoas. Segundo o censo escolar, a demanda de analfabe-tos ainda é de 120 mil pessoas no Estado. Para este ano, a meta

da coordenação estadual é al-fabetizar, junto aos municípios, 11.200 pessoas acima de 15 anos.

Os municípios devem formar turmas com 10 a 25 estu-dantes na zona rural, e 15 a 25 na zona urbana, ter um alfabe-tizador e um coordenador, que trabalharão num período de oito meses. Após esse período, que corresponde a 320 horas/aula (10 horas semanais), os alunos estarão aptos a continuar os es-tudos nas escolas que ofertam a Educação de Jovens e Adultos (EJA).

Segundo o coordenador do Programa na Seduc Alan de Souza Mantilha, os alunos têm

a liberdade de ingressar dire-tamente no primeiro segmento de EJA, porém se sentem mais á vontade para trabalhar em turmas menores e com público mais homogêneo, na faixa de 45 a 60, que é um dos diferenciais do Programa.

FoRMaçãoO Programa garante for-

mação inicial e continuada du-rante os oito meses do curso. Vale ressaltar aos alfabetizado-res (professores efetivos da rede ou pessoas com o ensino médio completo), bem como aos coor-denadores de turmas, que a for-mação inicial está prevista para o início de março.

As inscrições ao Progra-ma deverão ser realizadas na coordenação de Educação de Jovens e Adultos da Secretaria de Estado de Educação com os técnicos responsáveis pelo pro-grama em Cuiabá. Nos demais municípios, a Secretaria Muni-cipal de Educação ou Assesso-ria Pedagógica podem oferecer outras informações.

As prefeituras interessa-das devem procurar os técnicos responsáveis, Alan Mantilha, Márcio Damazio, Lucila Mar-tins e Elaine Cardoso. Telefones para contato: (65) 3613-6325 e 0800 6476325 ou pelo endere-ço eletrônico [email protected]

Faça intercâmbio sem sair de casa

Que tal ter a experiên-cia de intercambista sem pas-sar pelas difi culdades de ter que se virar em um país estra-nho e morrer de saudades do feijão da mamãe? Pode pare-cer improvável, mas é possível fazer intercâmbio no conforto da sua casa e vivenciar o mes-mo choque cultural que um viajante em terras distantes. Nos programas de host, você recebe um estrangeiro em sua cidade, convive durante meses com outra cultura e de quebra ainda consegue aprimorar, ou aprender, um novo idioma.

A porto-alegrense Gra-ziela Oliveira, 23 anos, já teve a oportunidade de emprestar uma cama de sua casa para um colombiano e uma nica-raguense. Para ela, a vivência de 6 meses resultou em garan-tia de férias nas ilhas caribe-nhas. “Foram seis meses de companheirismo, aprendiza-gem e sangue latino. Além de praticar a língua espanhola, tive contato com as comidas típicas de cada país, as ves-timentas, bebidas, costumes e, com certeza garanti umas férias nas ilhas caribenhas. O que mais me marcou foi sentir o que é diversidade cultural de verdade”, conta a estudante de química da UFRGS.

O programa pode ser feito em parceria com qual-quer agência de turismo e in-tercâmbio, basta se associar e

preencher uma fi cha com seu tipo de interesse. Você inclu-sive pode defi nir se recebe somente um intercambista por vez ou mais, qual o máximo de tempo que o viajante pode fi car na sua casa e se tem que pagar ou não pela estadia. Ma-theus Collovini, Diretor da gestão de informação da Aie-sec, explica a diferença entre o host voluntário e o pago: Paulo Tiago Sulino, 27 anos, morador de São Paulo, já rece-beu mais de 60 intercambistas em sua casa. O paulista utiliza a rede social CauchSurfi ng, que liga pessoas de todo o mundo interessadas em achar uma casa para fi car no país de destino. Quase um perito em ser host, Paulo recomen-da a experiência para todas as pessoas e destaca o inte-resse dos viajantes no Brasil como a parte mais prazerosa: “Quando temos um guest em nossas casas, geralmente eles estão muito mais ávidos em aprender sobre nossa cultura do que nós sobre as deles, é meio inevitável. E é muito le-gal ver uma pessoa interessada em seu país. Mas é uma gran-de troca e nós sempre apren-demos muitas coisas legais, desde expressões na língua da pessoa até costumes, comidas e mesmo crenças nacionais e modos de pensar, muitas ve-zes contrastantes com as nos-sas próprias”, conta.

Filhos de mães que trabalham têm mais chances de engordarem

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C O R R E I O D A S E M A N ACuiabá, 08 a 14 de fevereiro de 2011 07

ssembléia legislativaa

Presidente da Assembléia Legislativa deputado Riva cobra reestruturações de carreira dos servidores de saúde e segurança

Reestruturações de carreiraO presidente da Assem-

bleia Legislativa, deputado José Riva (PP), enviou indicações ao governo, mostrando a ne-cessidade da reestruturação das carreiras dos profi ssionais do Sistema Único de Saúde e do Sistema Penitenciário. A rees-truturação foi um compromisso assumido no início de 2010 e criou grande expectativa para as categorias.

Conforme as indicações, em 31 de março de 2010, o Go-verno do Estado se comprome-teu a encaminhar à Assembleia

Legislativa, no primeiro qua-drimestre de 2011, projeto de lei referente às carreiras de ser-vidores do Poder Executivo que não passaram por reestruturação de tabela nos últimos anos. Isto fi cou assegurado por meio da Lei nº. 9.329 daquele ano.

Apesar de a lei não ter estabelecido obrigatoriedade, priorizou algumas carreiras. Entretanto, os profissionais destas categorias reivindicam o envio, pelo Poder Executivo, do projeto de lei reestruturando a tabela salarial inteira.

O PCCS relativo ao SUS está sem revisão desde dezembro de 2004, tendo sofrido ao longo deste tempo muitas demandas judiciais e administrativas.

O Conselho Estadual de Saúde, em dezembro de 2009, aprovou por unanimidade - via Resolução - a minuta do ante-projeto de lei complementar, com as ressalvas feitas pelos conselheiros presentes. As prin-cipais reivindicações da catego-ria são: transformação dos dois cargos de nível médio em um grande cargo; o de profi ssional

Sessões plenárias da semana concentrarão votação de vetosO presidente da Assem-

bleia Legislativa, deputado José Riva (PP), convocou os demais parlamentares para reunião do Colégio de Líderes, Terça-feira (08) - às 15 horas, na presidên-cia da Casa de Leis. Os líderes devem iniciar os trabalhos de composição dos grupos de atuação em áreas específicas na análise dos projetos que en-trarem em votação a partir das primeiras sessões ordinárias.

Os deputados estaduais vão tratar de diversos assuntos na ocasião, entre eles a forma-ção das Comissões Permanentes da Casa. Outra pauta discutida é a formação dos Blocos Par-tidários. Os deputados que se agremiam em blocos partidá-rios ficam aptos a participar das comissões. A preferência na indicação dos membros é dos partidose com as maiores bancadas.

Na Casa de Leis, as duas comissões mais disputadas são as de Constituição, Justiça e Redação e, a de Fiscalização e Acompanhamento das Execu-ções Orçamentárias. A primeira, no último ano da sessão legisla-tiva, foi presidida pelo deputado Sebastião Rezende (PR) e, a outra pelo deputado José Do-mingos Fraga (DEM).

A partir da terça-feira (08), as sessões plenárias do Poder Legislativo voltam a acontecer em seus horários regimentais: as terças-feiras, a partir das 17 horas. Nas quartas-feiras, pela manhã,

vereadores de N. Bandeirantes apresentam reivindicações

Regularização fun-diária das terras de nova Bandeirantes (980 km de Cuiabá).esta foi uma das reivindicações feitas pelo vereador Jeremias Menezes Baiocho (pp), recebido pela deputada Luciane Bezerra (pSB), em seu gabinete na tarde de quinta-feira (03), na assembleia Legislativa.

na ocasião, o vere-ador explicou que a falta de regularização fundiária impede o desenvolvimento

econômico da região. “é um dos problemas que afe-tam o desenvolvimento de nova Bandeirante, não te-mos opções de crescimento agropecuário”, afi rmou.

Jeremias ainda infor-mou que o municipio sofre com a falta de infraestru-tura nas estradas vicinais. A deputada se prontifi cou a atuar com seriedade nas questões que podem ser levadas por meio de indica-ções junto ao executivo.

técnico de nível médio em Ser-viços de Saúde do SUS; criação da classe E para todos os cargos da carreira, entre outras.

Quanto ao Sistema Peni-tenciário, apesar da recente lei de reestruturação da carreira (pela Lei Complementar 389 de 2010), a tabela da categoria não foi modifi cada e é uma das poucas carreiras do Poder Executivo, senão a única, que não possui nível de progressão e tem classes excedentes, ou seja, é uma tabela totalmente defasada em relação às demais categorias.

g

às 8 horas e à tarde, às 17 horas. Nas quintas-feiras, matutina, com início às 8 horas.

Na reunião do Colégio de Lideres, os parlamentares devem colocar em pauta os 190 vetos

do Executivo sobre a inconsti-tucionalidade das matérias que tramitaram na 16ª Legislatura. Os vetos, caso não sejam vota-dos, impedem outras matérias de serem apreciadas.

E ntrevista

temos que mudar nossas relações

talvez hoje seja mais difícil nos relacionarmos. não é fácil lidar com o comportamento de as pessoas se enxergarem

simplesmente como consumidoras, esperando do outro um comportamento igual. as relações vão se procedendo de relações de consumo, mas são relações entre pessoas, não entre coisas. que consequências isso traz? Falamos sobre

essa questão com Bianca Sordi Stock.

Mundo Jovem: por que as pessoas têm preocupação com a questão das relações hu-manas?

Bianca Sordi Stock: O que chama a atenção, e que en-contro muito no consultório, é a difi culdade de lidarmos com a parcialidade. A lógica do merca-do é essa: esperarmos do objeto que se cumpra uma satisfação to-tal, que ele satisfaça um todo, de tudo aquilo que o nosso desejo está pedindo e que falta. Então, comprando o objeto, esperamos que ele nos sacie. Quando ele não é mais sufi ciente, trocamos. Repetimos isso no cotidiano: esperamos do outro que ele seja total, que ele satisfaça todas as nossas expectativas. E quando isso não ocorre, é uma frustração imensa.

Há uma difi culdade de li-dar com a parcialidade, admitir que é falho, que é pequeno, que não nos preenche por completo. Mas temos essa expectativa. E também nos sentimos no com-promisso de fazer o outro feliz em sua totalidade. Por isso a relação fi ca complicada, de sub-missão ou de uma autoridade ex-cessiva. O amigo tem que ser o amigo perfeito, o namorado tem que ser perfeito e tem que rea-lizar todos os desejos. Isso gera outra coisa, que também é do mercado: a competição.

Mundo Jovem: então isso difi culta as relações huma-nas, hoje?

Bianca Sordi Stock: É o que constato. Se temos que ser um objeto total, cumprir com todas as expectativas, isso é da ordem do impossível. E quando não conseguimos, a frustração é muito grande. Uma das saídas é o isolamento. Como eu não con-sigo ser esse objeto total, prefi ro me isolar.

Conviver é difícil, é li-

por: Bianca Sordi Stock

BianCa SoRdi StoCK,psicóloga clínica, do mestrado em

Psicologia Social da UFRGS, tutora de Saúde Indígena e professora na

Unisinos, RS.Endereço eletrônico: biancastock@

gmail.com

dar com os confl itos, lidar com a parcialidade mesmo. Por isso precisamos encontrar dispositi-vos de convivência, temos que fortalecer esses dispositivos. E talvez o Mundo Jovem possa ser um desses dispositivos, de colocar as questões na roda, de promover espaços de convivên-cia e lidar com os confl itos. Aí conseguimos ser um pouco mais espontâneos, mais presentes e mais verdadeiros nas relações.

O grande desafi o é for-talecer os espaços de convivên-cia, onde se criem oportunidades para esta outra aprendizagem, que não é só cognitiva, mas que é a aprendizagem dos afetos. Os espaços de convivência estão cada vez mais empobrecidos. Temos que questionar se os es-paços de convivência existentes são realmente de convivência.

Mundo Jovem: onde o adolescente e o jovem apren-dem a se relacionar?

Bianca Sordi Stock: É legal aprender desde pequeno. No espaço da família, a criança vai aprender que a mãe é sufi -cientemente boa, mas também falha. E ela só é boa porque fa-lha, porque ela não é perfeita, não é total. Ela apresenta essa parcialidade. Assim também se dá para a criança a possibilidade de ela ser parcial. Ela não pre-cisa ser perfeita e corresponder a todo um ideal que a família tinha. Esse seria um ambiente legal, saudável, com um cresci-mento emocional que vai perce-bendo suas limitações. A criança pode se deparar com todas as limitações do ambiente, que vai apresentar desamparos, que não vai ser totalmente acolhedor.

E na escola também de-veria ser assim. Mas nessa lógi-ca de consumo, de competição, a escola tem que ser total. Mesmo na educação infantil até que a criança vai crescendo e durante todo o percurso escolar, o grupo de amigos tem que ser um grupo

de amigos total. Temos que mu-dar essa lógica e criar a possibi-lidade de exigirmos um pouco menos, ter um espaço de menos exigência de perfeccionismo.

Se entramos na lógica de ser um objeto de desejo que nun-ca vai mostrar as falhas (típico das propagandas), também va-mos ensinar aos jovens que eles têm que esperar isso das suas relações. E que o amigo, o pai, a mãe, a escola, a universidade, enfi m, que todos os espaços têm que ser o objeto da propaganda, aquele que depois de um tempo não vai apresentar um defeito.

Mundo Jovem: que es-paços de convivência os jovens podem criar?

Bianca Sordi Stock: É uma interação de vários luga-res. Está dado que a internet, os meios virtuais são uma realida-de. A gente tem que dar um basta de demonizar isso e de achar que é por aí que os jovens estão se perdendo. Temos que olhar para isso de outro jeito. Acompanhan-do as experiências virtuais junto aos jovens, vê-se que ali pode ser um lugar, pelo anonimato muitas vezes, de colocar a parcialidade mesmo, ou de mostrar toda a potencialidade que ele tem, não tendo que corresponder a essa identidade dada. Talvez no meio virtual eu possa ter a liberdade de ser muitas coisas.

É importante não pen-sar só os meios onde a gurizada convive e que talvez possam es-timular a drogadição ou compor-tamentos promíscuos, ou de não cuidado, ou encontros tristes. Precisamos nos perguntar sobre o que se passa. Um jovem que vai fazer uso de algum tipo de droga de maneira abusiva bus-ca sempre nessa substância uma satisfação total. Talvez repensar-mos o jeito que estamos lidando com as relações, fazendo aconte-cer as novas relações, seja mais importante do que tolher ou cer-cear esses ambientes.

Se esperarmos do outro uma satisfação total, vamos es-perar também de uma substância uma satisfação total. Vivemos numa sociedade de comporta-mento de “adição”, onde quero sempre mais e nada é sufi ciente. Tenho que consumir mais rou-pas, consumir mais eletrônicos, consumir mais do outro, porque não consigo viver a experiência do desamparo. Não consigo vi-ver a experiência de que estar no mundo passa a ser um negócio muito complicado e que temos que aprender a viver um pouco a solidão também.

Mundo Jovem: a falta de referências de espaços cole-tivos pode ser responsável pela situação de difi culdade nas re-lações?

Bianca Sordi Stock: Com certeza. E acho que esses ambientes de convivência dão a oportunidade de se viver algo que hoje está se perdendo, que são os acontecimentos com iní-cio, meio e fi m, dentro do nosso tempo. E essa experiência dos acontecimentos totais é muito interessante para pensarmos até nas relações amorosas, para po-dermos conhecer, experimentar, nos colocarmos para o outro, tentarmos criar uma fi cção para a conquista; mas tem um tempo em que saímos disso e vamos mostrando o quanto não po-demos algumas coisas, e que o outro também tem várias coisas que não consegue, e viver isso. Se terminar, terminou, conseguir colocar um ponto fi nal. Essa deveria ser a tônica tanto na experiência amorosa como em qualquer outra: de cognição, de aprendizagem.

Mundo Jovem: os pre-conceitos e as intolerâncias entre grupos sociais também atrapalham as relações huma-nas?

Bianca Sordi Stock: Os confl itos étnicos estão batendo

em nossa porta cada vez mais e vamos ter que nos deparar com isso. O silenciamento de todos em relação a uma educação que marca os saberes, os nossos fa-zeres também na prática profi s-sional, o silenciamento quanto à alteridade, de não perceber a multiplicidade que é esse país... E aí vemos até quem trabalha numa outra perspectiva de in-clusão social, que imagina ou-tra sociedade possível, também muitas vezes foi conivente com esse silenciamento. E agora te-mos que olhar para isso. E aí essa angústia de não poder se refazer na multiplicidade, de não poder se refazer com aquilo tudo que podemos ser. Talvez então possamos pensar nessas lógicas do contemporâneo: “ou eu sou isso, ou eu sou aquilo”, ou sou homofóbico ou sou homossexu-al. Essa lógica vai pautando todo tempo as nossas relações. Como é que podemos pensar num outro jeito? Pensar “e isso, e aquilo...”

Mundo Jovem: e como se aprende isso?

Bianca Sordi Stock: Para trabalhar numa perspectiva

de um outro jeito de se relacio-nar, não basta ir só pela via da cognição, no sentido de ensinar o outro a se relacionar. Isso é onipotência. Temos que ir pela via da experiência.

É na relação que se fa-zem as transformações. Talvez tenhamos que sublinhar isso. Se tivermos uma expectativa com um outro jeito de nos relacionar-mos - e fi zermos isso de maneira que não gere tanto sofrimento - que seja para criar ambientes de experiência em todos os lu-gares em que a juventude passe, e que as experiências não sejam só uma passagem vivida super-fi cialmente, que criem sentido mesmo.

Page 8: jornal correio da semana

C O R R E I O D A S E M A N A08 Cuiabá, 13 a 19 de julho de 2010