jornal cbhsf - nº 26

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JORNAL DO COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO SÃO FRANCISCO JANEIRO 2015 | Nº 26 Atualizar o Plano de Bacia e realizar com sucesso a segunda edição da campanha pelo Dia Nacional em Defesa do Velho Chico estão entre as metas do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco para 2015. VISITA TÉCNICA AO CANAL DA TRANSPOSIÇÃO PÁG. 3 COMITÊ DIVULGA AGENDA INSTITUCIONAL EM BRASÍLIA PÁG. 7 Os desafios do CBHSF

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Page 1: Jornal CBHSF - nº 26

JORNAL DO COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO SÃO FRANCISCO

JANEIRO 2015 | Nº 26

Atualizar o Plano de Bacia e realizar com sucesso a segunda edição da campanha

pelo Dia Nacional em Defesa do Velho Chico estão entre as metas do Comitê da Bacia

Hidrográfica do Rio São Francisco para 2015.

VISITA TÉCNICA AO CANALDA TRANSPOSIÇÃO PÁG. 3

COMITÊ DIVULGA AGENDA INSTITUCIONAL EM BRASÍLIA PÁG. 7

Os desafios do CBHSF

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As barragens de Riacho Seco (240 megawatts), no município de Curaçá (BA), e de Pedra Branca

(320 megawatts), em Orocó (PE), caso sejam efetivamente constru-ídas, realocarão aproximadamen-te 12 mil habitantes dos dois es-tados nordestinos, causando um extremo impacto social na região. “Se saírem do papel, as represas inundarão áreas de diversas co-munidades, ilhas e assentamen-tos. Prejudicar a vida de milhares de pessoas para gerar apenas 560

megawatts de energia?”, indagou o membro titular do CBHSF, Al-macks Luiz.

Para ele, repensar a mudança energética da bacia é um ponto crucial que ajudará na diminui-ção da demanda pelo consumo das águas são-franciscanas. “Utilizar a oferta da energia eólica do São Francisco, a exemplo dos parques baianos de Jacobina, Casa Nova ou Morro do Chapéu, vai gerar duas vezes ou até mais energia do que se prevê que as duas novas usinas hi-drelétricas produzirão”, disse.

NOVAS BARRAGENS REALOCARÃO POPULAÇÕES DE ESTADOS NORDESTINOS

Coordenação geral: Malu FolladorProjeto gráfico e diagramação: CDLJ PublicidadeEdição: Antonio MorenoTextos: Ricardo Follador, André Santana e Wilton Mercês.

Este jornal é um produto do Programa de Comunicação do CBHSF Contrato nº 07/2012 — Contrato de Gestão nº 014/ANA/2010— Ato Convocatório nº 043/2011. Direitos Reservados. Permitido o uso das informações desde que citada a fonte.

PROJETOS PARA O NOVO ANO

O Comitê da Bacia Hidro-gráfica do Rio São Fran-cisco inicia o ano de 2015 com diversos desafios. O

primeiro e um dos mais grandiosos refere-se à atualização do Plano de Bacia, trabalho já em fase de execu-ção pela empresa Nemus, de origem portuguesa, vencedora do processo licitatório. Outro grande desafio está na construção da segunda edi-ção da campanha pelo Dia Nacional em Defesa do Velho Chico, uma das grandes realizações do CBHSF no ano passado, com um saldo extre-mamente positivo em capacidade de mobilização e repercussão junto à opinião pública nacional, ampliando a luta pela revitalização do São Fran-cisco. A campanha deverá ocorrer no mês de junho e com uma progra-mação que já começa a ser discutida coletivamente.

Essas e outras atividades do Comitê ilustram a matéria central e principal do jornal Notícias do São Francisco. Ao lado dos novos desafios, um espaço foi reservado para uma avaliação da atuação do colegiado no ano passado, enume-rando as suas principais conquistas e posicionamentos, especialmente na busca de soluções para os pro-blemas gerados pelo difícil período de estiagem vivido por boa parte do país, com reflexos dramáticos na ba-cia do São Francisco.

O periódico traz ainda informa-ções sobre a primeira visita técnica do CBHSF ao canal de transposição (eixo norte), no estado de Pernam-buco, quando o Comitê, mais uma vez, reforçou o seu posicionamento pela revitalização do São Francisco, e aborda a última reunião do Conse-lho Nacional de Recursos Hídricos, ocorrida em dezembro, com presen-ça de representantes do colegiado.

EDITORIAL

Produzido pela Assessoria de Comunicação do CBHSF

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Almacks questiona decisão pela construção de barragens

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CALENDÁRIO PARA 2015 É DEFINIDONo encontro promovido pela CCR Submédio, ficou também definido o calendário de reu-niões para o ano de 2015. Na oportunidade, foram escolhi-dos os seguintes locais e datas: Abaré/BA (26 de março); Arari-pina/PE (26 de maio); Jacobi-na/BA (09 de julho); Petrolân-dia/PE (22 de outubro).

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NOTÍCIAS DO SÃO FRANCISCO 3

Uma comissão formada por membros da Câma-ra Consultiva Regional do Submédio São Francisco,

instância do Comitê da Bacia Hidro-gráfica do Rio São Francisco, realizou no último mês de dezembro a sua primeira visita técnica aos trechos de captação das águas são-francis-canas que serão transpostas para o chamado eixo norte do Projeto de In-tegração do Rio São Francisco – PISF, um dos canais da transposição em implantação pelo governo federal. O projeto espera garantir, até dezem-bro de 2015, água para 390 cidades dos estados de Pernambuco, Para-íba, Ceará e Rio Grande do Norte. “Água aqui no sertão vai virar ouro”, disse empolgado o pequeno produtor rural do município de Salgueiro (PE), Hercílio Alencar, que acompanhou de perto a visita técnica.

Os representantes do CBHSF ou-viram dos técnicos do Ministério da

Integração Nacional, na sede regio-nal do órgão, em Salgueiro (PE), uma das cidades beneficiadas pelo proje-to, informações sobre a execução dos trabalhos, atualmente com 67,5% das obras concluídas, e cobraram maior empenho na revitalização do Velho Chico. “Vejo que é uma gran-diosa obra física, porém em nenhum momento nada foi citado sobre a revi-talização da bacia”, disse Uilton Tuxá, coordenador da CCR Submédio.

Por sua vez, Johann Gnadlin-ger, membro da CCR, alertou que todo grande projeto deve ter como prioridade o meio ambiente. “Do ponto de vista ambiental, essa obra é uma grande angústia para nós do CBHSF”, completou. Já Antônio Va-ladares, também membro do comitê, questionou: “Existe de fato a revitali-zação neste programa?”.

DIVERSAS AÇÕESO coordenador-geral de Meio

Ambiente do PISF, Auriman Caval-canti, afirmou não saber sobre o an-damento do Plano de Revitalização da Bacia do São Francisco, de res-ponsabilidade do Ministério do Meio Ambiente, mas garantiu a execução de programas ambientais obrigató-rios do PISF. “São ao todo 38 pro-gramas, que contemplam ações como educação ambiental, controle de desertificação, recuperação de áreas degradadas, monitoramento de processos erosivos e qualidade da água, reassentamento de popu-lações, entre outros. Serão desti-nados para a parte ambiental das obras da transposição cerca de R$ 961 milhões”, explicou. Ele reforçou que as ações nada têm a ver com o Plano de Revitalização do MMA.

Antes mesmo de iniciado, o pro-jeto já divide opiniões. O pescador e membro titular do CBHSF Do-mingos Márcio Matos acredita que o rio São Francisco não suportará tamanha demanda pelo consumo de suas águas. Já o produtor ru-ral do município de Salgueiro (PE), Hercílio Alencar, vê na transposição um sinal de prosperidade. “Essa foi

a melhor obra que o governo já fez. Melhorará a vida de todos”, disse.

A maior infraestrutura hídrica do país, orçada em R$ 8,2 bilhões, espera beneficiar aproximadamen-te 12 milhões de habitantes que sofrem com a estiagem frequente nestes quatro estados brasileiros (PE, CE, RN e PB). O eixo norte, que tem o bombeamento direto das águas do São Francisco na ci-dade de Cabrobó (PE), constitui um percurso de aproximadamente 260 quilômetros. Já o eixo leste, com captação no município de Floresta (PE) e que teve os primeiros testes iniciados em novembro de 2014, a partir da UHE Itaparica, percorre-rá 217 quilômetros. “A obra englo-ba a construção de quatro túneis, 14 aquedutos, 9 estações de bombea-mento e 27 reservatórios”, descreveu Francisco Meira, coordenador-geral de Acompanhamento de Obras e Fis-calização  do MI. Ele afirmou ainda ser impossível inaugurar a obra de uma só vez. “Ela será feita por partes, de modo sequencial, seguindo o ca-minho das águas desde o seu ponto inicial de captação”, destacou.

CCR VISITA CANAL DA TRANSPOSIÇÃO E COBRA REVITALIZAÇÃO DO SÃO FRANCISCOCOMISSÃO DO CBHSF REALIZA SUA PRIMEIRA VISITA TÉCNICA AO CANAL DA TRANSPOSIÇÃO (EIXO NORTE) E QUESTIONA SOBRE A FALTA DE PROPOSTAS PARA REVITALIZAÇÃO DA BACIA DO SÃO FRANCISCO

Os representantes do CBHSF alertaram para a falta de medidas visando a revitalização do São Francisco

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O ano de 2015 será de ações decisivas para a revitaliza-ção do rio São Francisco e, se depender dos membros

do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco – CBHSF, não fal-tarão esforços para a defesa do Ve-lho Chico. Na agenda do colegiado, já estão programadas discussões importantes, como  a atualização do Plano de Recursos Hídricos da Bacia do Velho Chico, a cargo da empresa portuguesa Nemus, que fará con-sultas públicas. Além disso, haverá o acompanhamento da redução das vazões do São Francisco e dos deba-tes em torno do projeto que altera a Lei Nacional das Águas (Lei nº 9984), análise e deliberações sobre confli-tos de usos na bacia e a realização de reuniões ordinárias e das duas ple-nárias anuais, que já têm datas para acontecer (21 e 22 de maio de 2015; e 12 e 13 de novembro de 2015).

Outra atividade relevante do ca-lendário 2015 é a segunda edição da campanha do Dia Nacional em Defesa do Velho Chico (03 de junho). “Em 2014 tivemos bastante reconhe-

cimento após a campanha, foi uma excelente experiência e, para 2015, estamos pensando em envolver mais a população fazendo ainda outras ações na semana da campanha”, adianta o secretário do CBHSF, Ma-ciel Oliveira.

A campanha “Eu Viro Carranca para Defender o Velho Chico” foi um dos destaques da atuação do CBHSF no ano de 2014. A mobilização reuniu centenas de pessoas em cidades da bacia, por meio de caminhadas, debates e ações às margens do rio, como devolução simbólica de água e peixes. Foram dezenas de en-trevistas e reportagens em jornais impressos, emissoras de rádio e de tevê dos estados da bacia, além de veículos de alcance nacional, como os jornais Folha de São Paulo, Cor-reio Brasiliense e a TV Globo, entre outros. A campanha também ga-nhou grande destaque no ambiente da internet. Os números de visuali-zações, compartilhamentos e segui-dores do conteúdo digital supera-ram todas as expectativas. Mais de duas mil pessoas “viraram carran-

ca” nas mídias sociais, colocando sua foto ao lado do símbolo da campanha e compartilhando em suas redes de relacionamentos. Além disso, um abaixo assinado em defesa da revi-talização do rio resultou em mais de 3.200 assinaturas.

CRISE HÍDRICA O presidente do CBHSF, Anivaldo

Miranda, faz um balanço positivo da atuação do colegiado em 2014: “Foi um ano de muito trabalho e muitos desafios, sobretudo em função do prolongamento das estiagens”, des-taca. As estiagens, que desde abril de 2013 levaram o setor elétrico a

reduzir a vazão mínima a jusante dos reservatórios de Sobradinho e Xingó em 2014, atingiram também o reser-vatório de Três Marias, no Alto São Francisco, generalizando uma crise de escassez hídrica que afetou tam-bém as vazões e o nível da água nos grandes rios afluentes do São Fran-cisco. Pela primeira vez a nascente histórica do rio, localizada no Parque Nacional da Serra da Canastra, em Minas Gerais, deixou de jorrar por um tempo.

Um ano de muitas lutas, com destaque para a grave crise hídrica. Essa também é a avaliação do secre-tário Maciel Oliveira. “Com certeza, o

CBHSF ASSUME NOVOS DESAFIOS EM 2015E FAZ BALANÇO DAS AÇÕES NO ANO PASSADOO COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO SÃO FRANCISCO FAZ UMA RETROSPECTIVA DE SUAS ATIVIDADES EM 2014 E PROPÕE DESAFIOS PARA O NOVO ANO, VISANDO GARANTIR MELHOR QUALIDADE DE VIDA PARA O VELHO CHICO.

Campanha "Eu viro carranca pra defender o Velho Chico" mobilizou toda a bacia

Represa de Três Marias sofreu em 2014 os efeitos da seca no Alto São Francisco

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CURTASBalanço da CTILEm sua avaliação, o coordenador da Câmara Técnica Institucional e Le-gal – CTIL, Roberto Farias, acredita que 2014 “foi o ano mais produtivo dessa instância do Comitê do São Francisco”, porque debateu e encaminhou cerca de 95% de todos os assuntos de sua pauta, envolvendo desde deliberações internas até a mediação de conflitos pelo uso da água. Para ele, o próximo ano promete ser promissor, em função do reconhecimento que o Comitê vem ob-tendo, gerando novas demandas. “Assuntos como Lei das Águas e concessão de outorgas serão bastante debatidos em 2015”, adianta Farias.

Agenda das CCR's As Câmaras Consultivas Regionais – CCRs do Alto, Médio, Submédio e Baixo São Francisco já têm seus calendários de reuniões para o ano de 2015. Os primeiros encontros dessas instâncias do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco – CBHSF serão no mês de março, nos dias: 4, no Baixo; 13, no Alto; 20, no Médio; e 26 no Submédio São Francisco. Nessa última, a reunião será, especificamente, na cidade de Abaré, na Bahia. No total, todas as câmaras devem ter, pelo menos, três reuniões ordinárias ao longo do ano. Na programação dos encontros ordinários das câmaras, que finalizam no mês de outubro, estão assuntos que vão desde o desmatamento e o uso intensivo do solo até a redução de vazões e os impactos dos grandes empreendimentos na bacia do Velho Chico, a exemplo da transposição do rio e da construção de barragens. Todo o calendário encontra-se no site do Comitê: cbhsaofrancisco.org.br

Câmaras TécnicasNo calendário de reuniões ordinárias das câmaras técnicas do Comitê do São Francisco, previsto para este ano, já há encontro marcado para os dias 5 e 6 de fevereiro. É o caso da Câmara Técnica Institucional e Legal − CTIL, que tem na pauta discussões como a apreciação de minutas e delibera-ções que disciplinam as competências e o funcionamento das Câmaras Consultivas Regionais e das Câmaras Técnicas. Dando seguimento ao ca-lendário, haverá reuniões da CTIL também nos dias 16 e 17 de abril, 6 e 7 de agosto e 1º e 2 de outubro. Já a Câmara Técnica de Outorga e Cobrança se reúne nos dias 26 e 27 de fevereiro, 22 e 23 de junho e 5 e 6 de outubro; a Câmara Técnica de Planos Programas e Projetos tem encontro em 9 e 10 de março, 2 e 3 de julho, e 8 e 9 de outubro; a Câmara Técnica de Arti-culação Institucional, nos dias 26 e 27 de março e 9 de outubro; o Grupo de Acompanhamento do Contrato de Gestão se reúne nos dias 2 e 3 de março, e 17 e 18 de setembro; e a Câmara Técnica de Comunidades Tradicionais promove reunião em 22 de maio.

Educação AmbientalA campanha “Eu Viro Carranca pra Defender o Velho Chico”, lançada no dia 3 de junho de 2014 pelo Comitê do São Francisco, tem sido inspiradora para diversos órgãos, instituições e movimentos sociais que, indigna-dos com a situação de degradação em que o Velho Chico se encontra, organizam mobilizações e protestos em toda a bacia. Dentre as mani-festações, houve, especificamente na região do Médio São Francisco, no segundo semestre, a campanha “Salve o São Francisco”, encabeçada por jovens no município de Carinhanha, na Bahia, com o objetivo de difundir a necessidade de preservar os recursos naturais. E já há novas ações sendo pensadas por parte das pessoas mobilizadas pela campanha do Comitê para 2015. As lojas Maçônicas Luz e Liberdade e Cássia Lapense, entida-des filantrópicas da região do Médio, planejam para março uma grande mobilização, com caminhadas e palestras, para atingir toda a sociedade acerca da defesa do rio e da conscientização dos cidadão sobre os cuidados com o meio ambiente.

Anivaldo Miranda defendeu um diálogo amplo com os usuários

Foto: Thiago Sampaio

assunto mais debatido em 2014 foi a crise hídrica e a necessidade de uma maior discussão com o setor elétrico, sendo que pela primeira vez na his-tória levamos a pauta desse assunto para a mídia nacional”, aponta.

Para Anivaldo Miranda, ao lon-go do ano o CBHSF procurou, na medida de suas forças e do nível de engajamento de suas instituições, cumprir com o seu papel. “Intera-gimos com o setor elétrico, com a Agência Nacional de Águas – ANA e com o Ibama, procurando salvaguar-dar firmemente o princípio dos usos múltiplos das águas, a prioridade para abastecimento humano, além de chamar a atenção para os graves danos ambientais que as reduções de vazão causam ao ecossistema”. O presidente também destaca que ou-tro ponto de cobrança do CBHSF foi a necessidade de construção de uma estratégia que diminua a dependên-cia do setor elétrico nacional em re-lação ao rio São Francisco.

“O comitê procurou estabelecer o mais amplo diálogo em defesa dos diversos segmentos de usuários das águas em todos os fóruns e reuniões onde isso foi possível, seja nas reu-niões de avaliação das estiagens na sede da ANA, em Brasília, seja em audiências convocadas por membros do Ministério Público que atuam na bacia do São Francisco ou junto à Co-missão de Meio Ambiente da Câmara Federal”, pontuou.

CÂMARAS TÉCNICASOutro desafio da diretoria do

CBHSF foi a articulação dos diver-

sos segmentos representados pelo comitê. “Reunimos pela primeira vez as instituições de ensino superior que atuam na Bacia Hidrográfica do São Francisco, realizamos o I Encon-tro das Comunidades Quilombolas, patrocinamos mais um Encontro das Comunidades Indígenas, fizemos um seminário dedicado a métricas so-cioambientais, um outro seminário sobre uso racional da água na agri-cultura, novo encontro de comitês afluentes, além de nos fazer repre-sentar em diversos fóruns nacionais e internacionais sobre gestão local e global das águas”, lembra Miranda. Exemplo disso foi a marcante parti-cipação do Comitê do São Francisco no Encontro Nacional dos Comitês de Bacias – Encob, realizado em Maceió, com apoio institucional e financeiro do CBHSF.

Em relação à agenda interna do CBHSF, o presidente elogia a evolu-ção das atividades de todas as câ-maras técnicas, que funcionaram conforme o calendário anual de reuniões, bem como as plenárias, os grupos de trabalho, a Diretoria Colegiada e as Câmaras Consultivas Regionais.

“Em 2015 vamos avançar nas nossas reivindicações por mais aten-ção aos problemas do rio e na necessi-dade urgente de sua revitalização para minimizar o impacto de novas crises como as vividas em 2014. O CBHSF tem cumprido o seu papel de parla-mento das águas, sendo a tribuna de debates e busca de consensos que ga-rantam a vitalidade das águas do Velho Chico”, finaliza o presidente.

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O Comitê da Bacia Hidrográ-fica do Rio São Francisco − CBHSF investiu cerca de R$ 679 mil, oriundos da cobran-

ça do uso da água do rio, em obras de recuperação hidroambiental da bacia do rio Itapecerica, afluente do Velho Chico e importante abastecedor de água dos municípios de Divinópo-lis, São Sebastião do Oeste e Carmo da Mata, todos em Minas Gerais. As intervenções beneficiaram 65 nas-centes localizadas em Áreas de Pre-servação Permanente (APPs) do Alto São Francisco. A instituição propo-nente foi o Comitê da Bacia Hidro-gráfica do Rio Pará – CBH Pará, bacia que recebe águas do rio Itapecerica.

As obras financiadas pelo Comitê do São Francisco garantiram a cons-trução de 295 barraginhas, adequação e nivelamento de 32 quilômetros das estradas rurais que ligam os municí-pios mineiros, além de 26 mil metros de cercas. Houve também trabalho de mobilização e educação ambiental, com agentes locais, junto às comuni-dades ribeirinhas, incluindo a comu-nidade remanescente de quilombo, Serra Negra.

SATISFAÇÃO GERALA bióloga Juliane Azevedo, que

atuou como mobilizadora social para a empresa NeoGeo Geotecnologia, responsável pelas obras, explicou que as intervenções envolveram 41 famílias de produtores rurais. Entre as ações estão o cercamento e pro-teção de nascentes e a construção de cacimbas, como a comunidade local denomina as barraginhas. “Os produtores ficaram muito satisfeitos com as cacimbas, que são bacias de contenção e servem para recompor o lençol freático”, explica a técnica.

A principal atividade impactada pelas obras foi a criação de animais, ocupação de 95% dos produtores beneficiados, especialmente a bovi-nocultura (60%). “Apesar de ser uma região muito privilegiada em relação à quantidade de água, havia muita degradação como assoreamento de nascente e poucos açudes ou bar-ramentos, para armazenamento de água”, detalhou a bióloga.

O secretário de Meio Ambiente de São Sebastião do Oeste, Gilson Tavares, informou que a prefeitura local atuou em conjunto com a em-

presa, ajudando na articulação com os produtores rurais. “A comuni-dade está muito satisfeita com as obras, que acabaram gerando ou-tras demandas, como a construção de mais cacimbas e o cercamento de nascentes”, destacou o gestor. O trabalho de fiscalização das obras foi feito pela Irriplan Engenharia, empresa contratada pela AGB Peixe Vivo, agência delegatária da bacia do rio São Francisco.

A presidente do Comitê da Ba-cia Hidrográfica do Rio Pará, Regina Greco, ressaltou a importância do envolvimento de todos na elabora-ção e acompanhamento do projeto, incluindo prefeituras e câmaras mu-nicipais. “Essas obras financiadas pelo CBHSF são fruto de uma ação de continuidade do Comitê do Pará, que vem cuidando das nascentes e atuando nesta bacia desde 1999. Os efeitos vêm sendo sentidos, como, por exemplo, nesta séria crise do Alto São Francisco, quando não fal-tou água para o abastecimento nesta região”, apontou Regina Greco, que representa o CBH Pará no Comitê do São Francisco.

Comitê investe em obras hidroambientais no Alto São Francisco para melhorar a oferta de água na região e garantir a conservação do meio ambiente local.

INTERVENÇÕES RECUPERAM NASCENTES DO RIO ITAPECERICA

Obra hidroambiental recuperou importante afluente do Velho Chico no Alto SF

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O processo de mobilização co-munitária é parte fundamen-tal das obras hidroambientais financiadas pelo Comitê da

Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco − CBHSF. Essa ação vem contando com o acompanhamento de uma profissional que conhece bem de perto as necessi-dades da bacia. A mobilizadora social Maria do Carmo Brito Silva, 60, é funcio-nária da Irriplan Engenharia, empresa contratada para fiscalizar 26 obras de recuperação ambiental que estão sendo realizadas. E o olhar de Maria do Carmo é atento e apurado, já que sua ligação com o rio é parte da sua vida.

“Sou ribeirinha, nasci em uma cida-de cortada pelo rio das Velhas e sei da importância do rio para a vida das pes-soas”, diz a mobilizadora, que nasceu em Rio Acima, município que integra a Região Metropolitana de Belo Horizon-te (MG) e um dos primeiros a receber as águas do rio das Velhas, afluente do Velho Chico. Em sua cidade natal, Maria do Carmo criou a Associação Rio Acima Natureza Viva, para realizar atividades culturais e ecológicas. Daí em diante participou de importantes movimentos para a bacia, como a mobilização para a primeira eleição do CBHSF, a forma-ção da Agência Delegatária Peixe Vivo, o apoio aos subcomitês da bacia do rio das Velhas e a difícil tarefa de cadastrar e informar usuários em 51 municípios sobre a cobrança pelo uso das águas.

Seu grande aprendizado se deu ao integrar o Projeto Manuelzão, iniciativa de professores da Faculdade de Medicina da UFMG, criado em 1977, com foco na ba-cia do rio das Velhas, visando melhorias ambientais. “No Manuelzão eu aprendi a importância da mobilização”, diz ela.

DE OLHO NAS OBRAS

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O presidente do Comitê da Ba-cia Hidrográfica do Rio São Francisco, Anivaldo Miranda, apresentou a agenda propo-

sitiva do comitê para 2015 ao partici-par, no último mês de dezembro, em Brasília (DF), do seminário promovido pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos – CNRH. “Sugerimos ações a curto prazo, como a transparência na operação dos reservatórios da bacia, o diálogo permanente com os usuários prejudicados diante das reduções das vazões defluentes, além da batalha pe-las compensações financeiras. A bacia do São Francisco, por conta da sua he-terogeneidade, não pode ser tratada no mesmo nível de igualdade das outras bacias hidrográficas”, defendeu.

Em médio e longo prazo, Miranda afirmou, o CBHSF discutirá com os ór-gãos responsáveis ações relacionadas às cheias artificiais; à mudança no mo-delo energético da bacia; à revisão das outorgas e proteção dos grandes aquí-feros, a exemplo do Urucuia e Bambuí; além do relançamento do programa de revitalização e o tão sonhado Pacto das Águas. “É preciso pensar uma mudança na gestão de recursos hídricos onde to-dos os usos da bacia se tornem, de fato, legítimos. E não como vem sendo, hege-mônico para apenas um usuário”, disse ele em referência ao setor elétrico.

ESTIAGEM O enfrentamento da extraordi-

nária seca que vem atingindo todo o país e as perspectivas futuras frente ao comportamento hidrológico e a oferta de água, principalmente nas regiões Sudeste e Nordeste, nortea-ram as discussões do seminário. O encontro teve como objetivo discutir

o aprendizado dos principais atores dos governos federal e estaduais (SP, RJ e MG), bem como dos represen-tantes do setor elétrico e dos comitês de bacias hidrográficas federais, in-cluindo o CBHSF, em vista dos efei-tos assoladores desta que já é con-siderada pelos especialistas como a pior estiagem em 84 anos.

Dividida em dois blocos, a discus-são da parte da manhã concentrou-se no balanço da crise hídrica que atin-giu a região Sudeste, especialmente o Sistema Cantareira, que abastece mi-lhões de moradores da capital paulista e da Grande São Paulo e que, neste ano, alcançou o pior índice histórico do seu nível de armazenamento de água. “Tem que haver diminuição drástica de consumo de água para os próximos anos. Essa talvez seja a mensagem mais importante para São Paulo. O estado já deveria ter decretado estado de emergência há muito tempo”, co-locou Carlos Afonso Nobre, secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação − MCTI.

O presidente da Agência Nacional de Águas, Vicente Andreu, considerou a reunião como um momento histórico para o sistema de recursos hídricos. “Acredito que este seminário apontou possíveis melhorias. Destaco cinco delas: refletir mais sobre a questão da dominialidade das águas do país; melhorar a caracterização dos usos múltiplos; elevar e aprimorar o pa-tamar do processo de regulação do país; fortalecer os comitês de bacias hidrográficas numa perspectiva de unidade; e fortificar também o papel do CNRH e do próprio sistema de re-cursos hídricos”, elencou.

CNRH PROMOVE SEMINÁRIO PARA ENFRENTAMENTO DA CRISE HÍDRICA

FLUVIAIS

Resgate de canoa centenáriaEntre os municípios de Andrelândia e Santana do Garambéu, no sul de Minas Gerais, foi encontrada, uma canoa encalhada na areia. A embarcação, que mede pouco mais de nove metros, foi achada no rio Grande pelo pescador Pedro Fon-seca e seu filho, Douglas Fonseca. Ainda serão necessários estudos para de-terminar a procedência, época e o tipo da canoa, mas acredita-se que a peça tenha origem indígena, tendo sido utilizada por alguma família que habitava às margens do Velho Chico antes mesmo da chegada dos portugueses. A embar-cação está exposta na Casa de Fernão Dias, em Quinta do Sumidouro, localizado no município de Pedro Leopoldo (MG).

Bagaços reduzem uso de água Objetivando principalmente economizar água, agricultores do Vale do São Fran-cisco vêm utilizando compostos naturais como coco e cana-de-açúcar nas plan-tações. A propriedade do agricultor Francisco Nunes, por exemplo, era regada pelo sistema de gotejamento, que consumia pelo menos duas horas para mo-lhar toda a plantação. Depois da aplicação do bagaço de coco, o tempo encurtou para cerca de 30 minutos. Com a ação, Nunes conseguiu economizar, em um ano, pelo menos 10% de água. Além de economia hídrica, produtores podem comemorar porque, com a utilização dos compostos, o solo fica úmido por mais tempo e as frutas que antigamente ficavam murchas no final da tarde, por causa da alta temperatura, tornaram-se viçosas.

Rota do Velho ChicoCom objetivo de oferecer orientações que vão desde o turismo de negócios ao cultural e de lazer, foi lançado no último mês de dezembro, pela Secretaria de Turismo de Pernambuco, o guia “Rota do Rio São Francisco”. Com a publi-cação, pretende-se fortalecer o turismo na região, que é grande gerador de emprego e renda para a população local, ao lado da fruticultura, vitivinicultu-ra e pesca. O guia mostra uma diversidade de atrações turísticas, incluindo as paisagens do rio São Francisco, a cultura indígena, a culinária e roteiros cul-turais, de aventura e negócios.

Crime ambiental em Morro do Chapéu No município baiano de Morro do Chapéu, na região do Submédio São Francisco, uma empresa que explorava minérios causou danos a um dos mais importantes sítios rupestres da região do rio Salitre. Segundo Almacks Luiz Silva, membro titular do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco e presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Salitre, afluente do Velho Chico, a explora-ção de minerais no local foi feita de forma ilegal, causando danos irreparáveis à história e ao meio ambiente. De acordo com Almacks, a denúncia foi levada ao Ministério Público do Estado da Bahia no último mês de janeiro.

Comitê apresentou sua agenda para 2015 durante o evento

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O senhor participou do I Encontro das Instituições Técnicas e de En-sino Superior da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, promovido pelo CBHSF no último mês de agos-to, em Maceió (AL). Os acadêmicos da bacia poderão identificar cami-nhos que possam levar à solução de problemas e a garantia da per-manência do rio São Francisco para as futuras gerações? Sem dúvida. Creio fortemente que a integração das instituições de ensino superior da BHSF já é e será cada vez mais importante no processo de en-tendimento das principais restrições e possibilidades ao desenvolvimento da gestão de recursos hídricos da bacia. Seja no âmbito institucional, de integração, legal ou econômico--financeiro, o conhecimento de cada uma dessas dimensões será essen-cial ao desenvolvimento de novas ações institucionais que visem um direcionamento da gestão para ser mais democrática e participativa. Neste sentido, as IES podem contri-buir com suas pesquisas e sua capa-cidade de agir em rede.

Como professor da área ambiental, como avalia a abordagem da temá-tica de recursos hídricos nas salas de aula? Creio que mesmo a temática de re-cursos hídricos sendo de extrema importância nos dias atuais, suas possíveis abordagens em salas de aula são bem pouco exploradas, seja em cursos de ensino fundamental, seja no ensino superior. A visão sobre o assunto ainda é muito disciplinar e sem a utilização de estudos de caso ou de pesquisas integradas, onde a visão sistêmica dos problemas e de suas soluções exista. Na verdade, a questão da água e de seus desdobramentos ainda necessita ser inserida nos cur-rículos dos cursos, assim como o meio ambiente em geral.

Em um dos seus artigos publicados recentemente, o senhor aborda a questão de gestão aplicada à ava-liação de técnicas de tratamento de

água para controle de cianobacté-rias na bacia do rio das Velhas, im-portante afluente do rio São Fran-cisco em Minas Gerais. Como se deu esse estudo?Esse estudo, especificamente, foi resultado de uma disciplina do Pro-grama de Pós-Graduação em Sane-amento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos, da Escola de Engenharia, onde faço o doutorado, assim como foi artigo do final de meu curso de especialização em Gestão de Proje-tos. A intenção foi de se identificar as principais condições para que a se-leção de técnicas de tratamento de água e a gestão institucional de re-cursos hídricos sobre o tema sejam melhoradas. Não só sobre a questão do controle das cianobactérias, mas também sobre os recursos hídricos em geral.

O mesmo poderia ser aplicado no contexto de toda a bacia hidrográfi-ca do rio São Francisco? O estudo demonstrou que existem certas questões que são inerentes a qualquer bacia hidrográfica, tais como o controle integrado de pro-cessos poluidores (cujos resultados podem ser as cianobactérias, por exemplo) ou a necessidade de es-tudos preliminares para a seleção de técnicas de tratamento de água e a identificação da priorização das decisões institucionais necessárias. Esses fatores, dentre outros, podem ser considerados também para a BHSF, que possui áreas com proble-mas afins ao rio das Velhas.

Em livro de sua autoria, em par-ceria com outra pesquisadora, o senhor discute o ‘Desenho institu-cional, democracia e participação: conexões teóricas e possibilidades analíticas’. Essa abordagem pode-ria ser empregada no âmbito dos comitês de bacia? Pode e deve ser utilizada, uma vez que o desenho institucional favore-ce o incremento da democracia e da participação quando bem realizada (quando considera vários contextos e

temporalidades de ação, por exem-plo). Nos casos dos comitês de bacia, isto significaria o estabelecimento dos níveis de tomada de decisões envolvidos; quais as responsabilida-des de cada membro, câmara técni-ca, diretoria e presidência; e plane-jamento de ações integradas para cada temática.

Como membro da CTPPP, o senhor avalia positivamente a aplicação de recursos da cobrança pelo uso da água em projetos de recuperação hidroambiental e de planos de sa-neamento básico, atualmente em execução pelo CBHSF ao longo do território da bacia do Velho Chico? Acho que é um caminho acertado, pois as duas temáticas são impor-tantes e devem ser consideradas nas ações do comitê. Esse direciona-mento deve ser cada vez mais apli-cado e de forma clara para todos os interessados na gestão de recursos hídricos integrada e compartilhada a partir de planos diretores. Tal medi-da já estava em andamento no CBH Rio das Velhas e agora no do rio São Francisco será também de grande valor para colocar a questão do sa-neamento e também da recuperação ambiental no centro das ações do co-mitê neste momento.

A atualização do Plano de Re-cursos Hídricos da Bacia do São Francisco é uma das grandes apostas do CBHSF para nortear os futuros passos da aplicação dos recursos da cobrança. Como a CTPPP contribuirá para o êxito deste trabalho? A atuação da CTPPP tem sido cada vez maior dentro do CBHSF porque ela representa o local de planejamen-to de ações de curto, médio e longo prazos e com as definições de atua-ção de cada segmento. Neste senti-do, o trabalho da CTPPP é amplo e complexo, mas ao mesmo tempo es-sencial para que o CBHSF possa se estruturar em termos qualitativos para a gestão, ao dar os indicadores de ação institucional devidos.

SANEAMENTO DEVE ESTAR NO CENTRO DAS AÇÕESHILDELANO DELANUSSE THEODORO

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MEMBRO DA CÂMARA TÉCNICA DE PLANOS,

PROGRAMAS E PROJETOS – CTPPP/

CBHSF E DOUTORANDO EM SANEAMENTO, MEIO AMBIENTE E RECURSOS

HÍDRICOS PELA UNIVERSIDADE FEDERAL

DE MINAS GERAIS – UFMG, HILDELANO DELANUSSE

THEODORO APONTA NESTA ENTREVISTA COMO OS

ACADÊMICOS DA BACIA DO RIO SÃO FRANCISCO PODERÃO IDENTIFICAR

CAMINHOS QUE POSSAM LEVAR À SOLUÇÃO DE

PROBLEMAS, BEM COMO A EXPECTATIVA DO COLEGIADO

COM A ATUALIZAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE RECURSOS HÍDRICOS.