jornal "bombeiros de portugal" – edição 363 – dezembro 2016

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Candidaturas até 15 de Março BOMBEIRO de MÉRITO 2017 Comando no feminino Processo negocial em marcha Processo negocial em marcha DECIF 2018 Páginas 18, 19 e 32 Páginas 5, 6 e 7 Página 16 e 17 VILA NOVA DE MILFONTES SALVATERRA DE MAGOS Fevereiro de 2018 Edição: 377 Ano: XXXII 1,25€ Director: Rui Rama da Silva Santa Marta de Penagião Páginas 10 e 11 CN Santarém CN Palmela CF Coimbra

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Page 1: Jornal "Bombeiros de Portugal" – Edição 363 – dezembro 2016

Candidaturas até 15 de MarçoBOMBEIRO de MÉRITO 2017

Comando no feminino

Processo negocialem marchaProcesso negocialem marcha

DECIF 2018

Páginas 18, 19 e 32

Páginas 5, 6 e 7

Página 16 e 17

VILA NOVA DE MILFONTESSALVATERRA DE MAGOS

F e v e r e i r o   d e   2 0 1 8   Edição:  377  Ano:  XXXII  1,25€  Director:  Rui  Rama  da  Silva

Santa Martade Penagião

Páginas 10 e 11

CN Santarém CN Palmela CF Coimbra

Page 2: Jornal "Bombeiros de Portugal" – Edição 363 – dezembro 2016

2 FEVEREIRO 2018

Em primeiro lugar quero dar uma palavra aos membros dos órgãos so-

ciais que hoje cessaram os seus mandatos, pela sua dedi-cação, competência, honesti-dade e lealdade colocados sempre e sem desfalecimento ao serviço de tão nobre causa, Bombeiros de Portugal.

Aos que hoje iniciam fun-ções quero dizer-lhes, que a caminhada não vai ser fácil, tenho no entanto a certeza de que com a vossa competência, conhecimento e dedicação se-remos uma equipa forte, coesa e preparada para enfrentar e resistir às dificuldades, por mais difíceis que sejam, fazen-do das dificuldades o estímulo e ânimo para levar por diante os nossos projetos e propos-tas, para bem dos Bombeiros, de Portugal e dos Portugueses.

Aos anfitriões – Associação Humanitária das Caldas da Rainha e Câmara Municipal – talismãs das nossas candida-turas, a nossa admiração, o nosso respeito e o nosso muito obrigado.

Ao comandante Arnaut, o injustiçado, quero afirmar o nosso respeito, a nossa amiza-de e a nossa total solidarieda-de. Estivemos a teu lado no dia da injunção onde foste de-clarado arguido.

A LBP constituiu-se assis-tente no processo e caro ami-go, até à leitura do acórdão manterás até esse dia limite a presunção da inocência e só queremos e desejamos que a justiça seja célere e faça justi-ça. Se os verdadeiros culpados também fossem constituídos arguidos, tu nem daqui a 25 anos serias julgado, tantos são eles antes de ti, e esses sim,

por incompetência e negligên-cia grave.

Senhor Ministro, senhor Se-cretário de Estado, senhor Pre-sidente da Câmara e demais entidades, Bombeiros, senho-ras e senhores, a vossa pre-sença aqui hoje é com certeza fruto da consideração e respei-to que têm por aquelas e aqueles, que de forma abne-gada e altruísta, dão a vida por Portugal e pelos Portugueses: os seus Bombeiros.

Minhas senhoras e meus se-nhores, perante as realidades do nosso dia a dia todos temos consciência que o mundo está em constantes e permanentes mutações, náo só as que deri-vam das alterações climáticas, mas também, e sobretudo, as que resultam da negligência das sociedades e dos riscos daí inerentes.

Por tudo isso, o nosso País deve estar atento e preparado para enfrentar esses riscos e essas ameaças, fazendo da in-tervenção dos Bombeiros Por-tugueses e da sua resiliência, uma alavanca crucial para o socorro às populações em to-das as ações de proteção civil, que é o mesmo que dizer na garantia do seu bem estar e qualidade de vida.

Nos últimos anos, as solici-tações operacionais aumenta-ram, mesmo quando o orça-mento destinado aos bombei-ros e ao seu reequipamento estagnou ou diminuiu, daí re-sultando graves prejuízos para as associações humanitárias e para os seus corpos de bom-beiros.

Neste contexto, tendo em conta as declarações do se-nhor Primeiro Ministro no final da reunião de Conselho de Mi-

nistros que analisou as conclu-sões da Comissão Técnica In-dependente, e com as quais a LBP não concorda, solicitámos um debate nacional em torno do tema, exigindo saber o que pretende o Estado dos Bom-beiros Portugueses.

Da nossa parte sabemos o que queremos e o que não queremos, manter-nos-emos iguais a nós próprios, sempre com sentido de responsabili-dade e com a ambição de me-lhor proteger os nossos conci-dadãos, em qualquer teatro de operações e em todo o territó-rio nacional.

Na afirmação dos nossos va-lores e cidadania ativa, presta-mos ajuda e proteção às popu-lações de forma solidária e hu-manista enfrentando sempre os desafios por mais exigentes que estes se nos apresentam.

Construímos propostas con-cretas, fruto da nossa expe-riência, prática e envolvência diárias com os Bombeiros, em diálogo permanente com as Associações Humanitárias e outras entidades detentoras de Corpos de Bombeiros.

A LBP transporta uma enor-me ambição de melhor prote-ger Portugal e todos os Portu-gueses, em permanente apro-fundamento de conhecimentos para melhor proteger e socor-rer, nunca fugindo ao contradi-tório, procurando sempre solu-ção para os muitos e constan-tes problemas do nosso dia a dia.

Ao longo dos tempos identi-ficámos vários desafios que se apoiam no reforço da imagem do Bombeiro Português como principal agente de proteção civil em Portugal, consolidado em todo o território nacional, e

em 98% de ações de proteção, socorro e ajuda às populações.

Estes números e esta in-questionável realidade permi-te-nos afirmar que somos im-prescindíveis e insubstituíveis para o bem-estar, segurança e qualidade de vida de todos os portugueses.

Reafirmamos o nosso com-promisso na resposta diária às ações de socorro e emergência a pessoas e bens, garantindo segurança e confiança aos portugueses, que respeitam e admiram os seus Bombeiros, as suas Associações, Federa-ções e a sua Confederação, a Liga dos Bombeiros Portugue-ses.

Apoiar-nos-emos sempre

nessa confiança, apostando no saber e na inovação, para maior eficiência e eficácia.

Para a consolidação desse propósito, formulámos pro-postas concretas e objetivas, que apresentámos ao Gover-no, destacando as seguintes:

Alteração da lei orgânica da ANPC que permita a criação e implementação de uma Direc-ção Nacional de Bombeiros Au-tónoma, Independente e com Orçamento Próprio, de forma a dar uma resposta objetiva e eficaz na defesa dos Bombei-ros Portugueses e das entida-des das quais dependem.

Alteração da lei orgânica da ANPC que conduza à criação de um Comando Autónomo

dos Bombeiros, como fator de-terminante para a organiza-ção, eficácia e modernização dos Bombeiros Portugueses, com a urgente e exigente cria-ção de Zonas Operacionais e respetivos comandos.

Lei de Financiamento: Re-clamamos o crescimento do montante anual do financia-mento, de forma a alcançar uma subida do Orçamento de Referência, que dê cobertura às justas reivindicações dos Bombeiros, apresentadas pela LBP.

Incentivos ao Voluntariado: O Cartão Social do Bombeiro é uma importante ferramenta que o Estado pode e deve dis-ponibilizar para os Bombeiros

“Nunca nos deixaremos subalternizar, Senhor Ministro da Administração Interna

Senhor Secretário de Estado da Proteção CivilSenhor Presidente da Mesa do Congresso

Senhor Presidente da Câmara Municipal das Caldas da RainhaSenhor Presidente do INEM,

em representação de Sua Excelência o Ministro da SaúdeRepresentantes das Associações

e Corpos de Bombeiros de PortugalSenhor Presidente da ANPC

Senhor Presidente da ENBSenhor Diretor Nacional de Bombeiros

Demais Autoridades Civis, Militares E ReligiosasSenhoras e Senhores

Bombeiras e Bombeiros de Portugal E do Mundo

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3FEVEREIRO 2018

ignorar e muito menos subestimar”

Portugueses, no âmbito do Es-tatuto Social do Bombeiro.

A Liga dos Bombeiros Portu-gueses fez parte do grupo de trabalho que elaborou uma proposta, já entregue ao Go-verno, para a concessão do Cartão Social do Bombeiro.

Compete agora ao Governo, assumir a negociação com os vários parceiros, nomeada-mente com a Associação Na-cional de Municípios Portugue-ses (ANMP), definindo os be-nefícios a conceder pelos Mu-nicípios, em articulação com a LBP.

Insistir na instalação de EIP’s em todo o território do continente, com particular in-cidência e prioridade para as

áreas mais vulneráveis, com-plementando deste modo o voluntariado dos corpos de bombeiros.

Reclamamos a instalação de mais 250 equipas e a revisão urgente do seu regulamento e do valor salarial a pagar aos seus operacionais.

No âmbito do INEM pugna-mos pela cobertura total do país: um corpo de bombeiros um PEM

a alteração da lei orgânica, prevendo a integração de um elemento dos Bombeiros no Conselho Diretivo, indicado pela LBP,

Pretendemos dar sequência ao memorando de entendi-mento entre ANPC/LBP/INEM,

garantindo a revisão imediata do protocolo de bases gerais, entre estas entidades, no que ao transporte de doentes ur-gentes e emergentes respeita, no âmbito do SIEM.

Reclamamos junto de V.Exa, para que através de portaria específica, sejam criadas co-missões distritais de reequipa-mento, abrangendo áreas fun-damentais para os corpos de bombeiros – viaturas, quartéis e fardamentos.

Afirmarmos a nossa exigên-cia no sentido de que a ENB seja, exclusivamente, um es-paço de formação para os bombeiros, insistindo numa maior oferta descentralizada e gratuita, defendendo que a

esta seja atribuído o grau de instituto privado de ensino su-perior.

Senhor Ministro da Adminis-tração Interna, senhor Secre-tário de Estado, senhor Presi-dente da Câmara, demais enti-dades, bombeiros, minhas se-nhoras e meus senhores, procuraremos hoje e sempre com rigor e exigência defender os nossos projetos e as nossas propostas porque entende-mos, e entendemos bem, que estas são tão importantes, quão justas, necessárias e ur-gentes, para o futuro dos Bombeiros Portugueses e para a segurança das nossas popu-lações.

Todos sabem que mais de

85% dos Bombeiros Portugue-ses são voluntários, mulheres e homens que colocam a vida em risco todos os dias a todas as horas, minutos e segundos no combate às chamas e em todas as muitas outras ações de socorro, sem nunca pedir nada em troca, confortando-se com o bem estar da sua cons-ciência e a felicidade de serem úteis à Pátria que os viu nas-cer. Aliás qualquer ECIN rece-be 4 vezes menos que a se-nhora de limpeza da LBP.

Na maioria das vezes, ou quase sempre, não auferem qualquer compensação mone-tária, ou outra. O seu esforço, a sua dedicação e a sua entre-ga resultam de paixão, e dádi-va para com o seu semelhante porque ser Bombeiro é uma forma diferente de estar na vida, numa constante e per-manente afirmação dos valo-res do altruísmo, da coragem e da dignidade humana.

A Sociedade Portuguesa re-conhece o mérito e o empe-nhamento dos seus Bombeiros e sabe que uma parte funda-mental da sua segurança se deve à eficaz intervenção dos Soldados da Paz, em todas as ações que envolvam o socorro, a emergência, o apoio e a soli-dariedade a todos os Portu-gueses.

A instituição Bombeiros ga-rante a capacidade, a eficácia e a qualidade técnica do seu trabalho, merecendo de todos os cidadãos confiança e res-peito.

Neste binómio de confiança e respeito, reside a força e a determinação do Bombeiro Português, cujo lema “Vida por Vida”, representa a nobreza da sua missão.

A Liga dos Bombeiros Portu-gueses continuará a desenvol-ver os seus esforços no senti-do de dotar os Bombeiros de uma Organização Administra-tiva Autónoma, Independente e com Orçamento Próprio e um Sistema Operacional com Co-mando Autónomo, a Nível Na-cional, Distrital e Local.

A sua estrutura operacional deverá integrar uma organiza-ção sistémica, devidamente apoiada financeiramente pelo Estado, que lhes permita uma intervenção permanente em todas as ações de socorro e proteção civil. A ANPC deve fornecer durante o DECIF, a alimentação e os combustíveis às Associações Humanitárias

de Bombeiros/Corpos de Bom-beiros. Não fomos, não somos, nem nunca seremos contra as auditorias ou inspeções. Sem-pre soubemos respeitar as leis da “respublica”, mas não ad-mitiremos nunca e em circuns-tância alguma, relatórios ba-seados em ideias e princípios pré concebidos e persecutó-rios.

O momento presente conti-nua a ser o tempo da aposta no desenvolvimento do nosso saber, do aperfeiçoamento da cooperação, da formação con-tínua, da mobilização dos cida-dãos e da sociedade em geral, através das suas instituições, para a proteção e socorro às populações.

É preciso reforçar, no dia-a--dia, esta notável realidade, representada pelos Bombeiros Portugueses, que são portado-res de valores e ideais de uma Sociedade que se quer justa e solidária, cimento indestrutível com o qual seremos compe-tentes para alavancar um futu-ro onde todos se sintam mais protegidos e seguros.

Para atingirmos este desi-drato é necessário e urgente que todos estejamos empe-nhados e unidos na consolida-ção das propostas que apre-sentamos, força e unidade que nos permita reivindicar e exigir a assunção dos nossos legíti-mos e inquestionáveis direitos.

As reformas que se preconi-zam terão de respeitar os Bombeiros Portugueses, a sua identidade, a sua matriz e a sua independência.

Não é possível, nunca será possível, fazer uma reforma na Proteção Civil sem a participa-ção ativa dos Bombeiros Por-tugueses.

Não, nunca nos deixaremos subalternizar, ignorar e muito menos subestimar.

Cuide-se quem ousar des-respeitar os seus princípios, os seus valores e o que represen-tam para Portugal e para todos os Portugueses.

Honra e Glória aos Bombei-ros Portugueses.

Viva Portugal!(Intervenção do Presidente

da Liga dos Bombeiros Portu-gueses, comandante Jaime Marta Soares, na cerimónia de tomada de posse dos Órgãos Sociais da Confederação para o Quadriénio 2018-2021, nas instalações da Associação Hu-manitária de Bombeiros Volun-tários de Caldas da Rainha)

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4 FEVEREIRO 2018

Visibilidade nem sempre é representatividadeNa sociedade moderna, as-

sente no consumo da co-municação, célere, acríti-

ca e volumosa, com que nos vamos anestesiando, é comum surgirem situações algo bizar-ras, diria até terroristas, em que, sabe-se lá de onde e por-quê, despontam algumas figu-ras que se popularizam pela veia opinativa em torno de tudo aquilo que mexa e surta efeito, em particular para proveito pró-prio ou interesses associados mas que, em abono da verda-de, apenas redundam na polé-mica estéril e na intrigalhada ínvia.

Nos tempos que correm, não há grupo nem domínio social que não disponha de figuras desse jaez, fruto da verborreia própria de quem fala muito sem dizer nada e da ignorância alheia, adversa ao essencial e próxima do acessório, do boato e outros tantos epítetos que fa-cilmente podemos apontar.

As estruturas, os grupos so-ciais valem habitualmente pelo que são na realidade, mas não pelo que alguns apenas dizem ou querem fazer crer ser a sua realidade. Parecem matérias simples de distinguir, entre o que é, o que não é a realidade mas, de facto, é comum surgi-rem situações em que se mis-turam, com consequências co-nhecidas na elegia a quem é

apenas mais vivaço ou atrevi-do.

O mal de tudo isto, em meu entendimento, não está nas ferramentas, ou seja, nos dife-rentes meios de comunicação ao dispor, mas no uso que deles é feito. Acresce também, mui-tas vezes, a desatenção e o desconhecimento sobre as ma-térias versadas por parte de quem consome essa comunica-ção mas, mesmo assim, acha saber.

Passa-se de um modo geral em toda a sociedade. Quando o confronto directo é ineficaz ou fracassado, nomeadamente por via do sufrágio directo, demo-crático, então há quem passe a utilizar outro tipo de estratégia, ínvia, subterrânea, ardilosa e, por vezes até cobarde e hipócri-ta.

Estaremos então perante tentativas de influenciar indi-rectamente, quase subliminar, minar, manipular e desacreditar os outros. Para isso é comum fazer-se apelo a um discurso aparentemente inocente, diria até pueril, mas porventura ei-vado de outros sentimentos, nem nobres nem leais, e muito menos éticos, com fedor a pro-paganda infecta de quem só está bem a partir e dividir para reinar. De facto, há nos grupos sociais, em todos sublinhe-se, figuras, ou melhor, figurinhas,

apostadas em lógicas e tentati-vas divisionistas e desconstru-toras, calculistas e arrogantes para os restantes, demonstrati-vas de falta de carácter, auten-ticidade e honestidade intelec-tual que só ganham espaço, mesmo que efémero, porque há gente desatenta, indiferente que não os sabe por no lugar próprio.

É sabido que a união faz a força e que a desunião faz ou pode contribuir para o enfra-quecimento. Com a agravante de que haja quem defenda, imagine-se, que é necessário partir para depois unir, sabe-se lá o quê.

Em termos da chamada geo-política, a vontade de suscitar e provocar esse ponto de ruptura,

a expressão anglo-saxónica “breaking point”, não é mais do que minar os vizinhos, suscitar um calcanhar de Aquiles atra-vés de um processo de divisio-nismo e enfraquecimento entre nações ou, no caso, entre grupo ou dentro do próprio.

Para os estrategas militares, longe do campo de batalha di-recto, todos os processos fo-mentados e orquestrados da sombra e de forma subversiva, nos tempos que correm, têm a vantagem de ser mais eficazes e menos onerosos em vidas hu-manas e recursos. E isso pode aplicar-se a muitas situações surgidas na sociedade em geral ou nos grupos sociais em parti-cular.

Não está em causa, nem pode alguma vez estar, o direito à crítica, o direito a opinar seja em que sentido for. O que está em causa são as formas ínvias e torpes como essa opinião tan-tas vezes se exerce, sem olhar a quem, sem olhar a quê, as-sente apenas em interesses pessoais ou de grupos margi-nais.

Porque, quem o quer fazer bem, fá-lo no seio da sociedade ou do grupo social respectivo no tempo e no modo próprio.

E, a propósito disso tudo, im-porta questionarmo-nos e pro-curar saber com que base e a que título é que uns, em espe-

cial, têm frequentemente palco para opinar sobre as mais va-riadas matérias. É condição, à partida, independentemente da opinião que se emite, saber quem representa, quem ou quê para o fazer. Porque, para opi-nar importa saber em nome de quem ou de quê se faz, repito. Para opinar, antes de mais, exi-ge-se legitimidade inquestioná-vel. Exige-se também credibili-dade, inter-pares desde logo, e até reconhecida fora do seu próprio meio.

E, com isso, vem a visibilida-de, de quem, a troco de um momento de glória, mesmo que o faça desacreditado no seio do seu próprio grupo, faz tudo para aparecer e fazer crer ser detentor da verdade.

Esquecem muitos desses opi-nadores, e os próprios consumi-dores da informação, que visibi-lidade nem sempre é represen-tatividade. E, parecem também não perceber que essa repre-sentatividade só se alcança com legitimidade e credibilidade., nomeadamente quando é sujei-ta ao sufrágio directo.

A questão fica posta e diz respeito a todos os grupos so-ciais e à própria sociedade em geral. E, estou certo, o universo dos bombeiros não estará fora disso.

Artigo escrito de acordocom a antiga ortografia

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Sói dizer-se, em jeito de chavão, que os bombeiros não serão seres

melhores ou especiais: são apenas di-ferentes, o mesmo se poderia aplicar às mulheres não serão melhores nem piores que os homens, mas em todos os setores da sociedade, como na vida, apresentam-se com timbre per-sonalizado.

Apesar de ser normal, quase natu-ral, a presença feminina num meio que durante muitos anos, décadas, sé-culos até, foi masculino, a verdade é que por mérito próprio elas ombreiam com eles, pelo menos em termos qua-litativos. Em vários quartéis de Norte a Sul do Pais as mulheres já represen-tam metade do efetivo operacional, numa representatividade tomada a pulso, dia a dia – todos os dias – pelo trabalho, pela entrega, pela prepara-ção, pelos conhecimentos e pelo pro-fissionalismo, sem recurso às despres-tigiantes quotas, à margem das políti-cas de promoção de igualdade de gé-nero.

Hoje, pelo menos em teoria ou só porque “fica bem” ou até porque não

existem outras alternativas, elas con-quistaram espaço, fazendo cair por terra o “ceticismo” dos mais “conser-vadores”, tantas vezes disfarçado de um cavalheirismo bacoco, fundamen-tado na delicadeza ou na sensibilidade do “sexo fraco”.

Este mês o jornal Bombeiros de Por-tugal dá a conhecer os rostos de duas das quatro mulheres que assumem estruturas de comando de bombeiros, no nosso País. Sem tiques feministas, sem ceder à pressão de algum ma-chismo ainda arreigado no setor, Lour-

des Fonseca e Maria João Guerreiro assumem com determinação e tenaci-dade a sua missão.

Apesar do caminho percorrido, ape-sar de todas as provas dadas, apesar da crescente presença feminina nas recrutas, dados da Autoridade Nacio-

nal da Proteção Civil revelam que dos mais de 30 mil operacionais que inte-gram os quadros ativos dos corpos bombeiros do continente, pouco mais de seis mil são mulheres, já nas estru-turas de comando eles são mais de 1100, elas pouco mais de três deze-nas.

Os números dão ainda conta que Lis-boa e Porto reúnem o maior número de bombeiras, mas em distritos como Cas-telo Branco, Évora e Portalegre, para além de poucas e talvez por isso, não integram as estruturas de comando.

A 8 de março assinala-se o Dia In-ternacional da Mulher, e também nes-te dia, em jeito de tributo, importa mais uma vez reforçar, assinalar e in-centivar a entrega e a força destes 6335 soldados da paz, ainda que nos mais exigentes teatros de operações sejam apenas bombeiros, porque sempre que envergam a farda, deixam o género pendurado no cacifo.

Parabéns a elas que, em vez de pro-curarem a igualdade, escolheram as-sumir-se pela diferença.

Sofia Ribeiro

JORNAL@LBP

Elas e eles, no quartel, são apenas bombeiros

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5FEVEREIRO 2018

O processo de debate interno concorrido e participado no

interior da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) culminou

com a posição assumida pelo Conselho das Federações (CF) reunido na passada semana em Coimbra, e cujas conclusões

reproduzimos em anexo. Esta-mos perante uma importante plataforma de entendimento alcançada, após muito trabalho desenvolvido, que só será fe-chada após a conclusão das ne-gociações que decorrem até fins de Março entre a LBP e o ministro da Administração In-terna (MAI)

Esta reunião do CF deu se-quência a todo o trabalho que foi realizado pelo conselho exe-cutivo da LBP, quer na sequên-cia dos Conselhos Nacionais (CN) de Santarém e Palmela, quer das reuniões havidas com o ministro da Administração In-terna e com o secretário de Es-tado da Proteção Civil.

Dos CN resultaram dois do-

DECIF 2018

Plataforma de entendimento e negociações prosseguemcumentos importantes. O pri-meiro, aprovado em Santarém, foi reproduzido na nossa edição de Dezembro último, e o segun-do é anexado à presente edi-ção. Ambos marcam e reforçam o trabalho que tem sido desen-volvido pelo conselho executivo na defesa das reivindicações, identificadas e detalhadas, dos bombeiros, agora com particu-lar ênfase para a participação no próximo Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Flores-tais (DECIF 2018).

O processo negocial com o MAI sobre a participação no DECIF ficará concluído até fins de Março com a prometida apresentação à LBP da Circular Financeira que acompanha a Directiva Operacional Nacional (DON)

Para já, cabe assinalar os enormes avanços na definição do número e na necessidade de rever a regulamentação das equipas de intervenção perma-nente (EIP) com o compromis-so expresso do ministro para o

alcance próximo das 120, quando apenas se falava ini-cialmente de 40, e também o facto garantido das compensa-ções para os ECIN (50 euros/24 horas) e CPO (65 euros/24 ho-ras) no âmbito do DECIF.

Realce também para outros domínios que o documento anexo refere, e que é do co-nhecimento, quer das federa-ções, quer de todos os presi-dentes das associações e co-mandantes dos corpos de bom-beiros.

Page 6: Jornal "Bombeiros de Portugal" – Edição 363 – dezembro 2016

6 FEVEREIRO 2018

Na sequência da Moção aprovada no Conselho Nacional, reali-zado na Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Santarém, no dia 09 de dezembro de 2017, foi aprovado

por unanimidade que, caso não fossem obtidas respostas concre-tas por parte do Governo, em relação às questões apresentadas, marcar um Conselho Nacional Extraordinário a fim de concluir dos seus resultados.

Perante estes, elencar um conjunto de decisões, exigindo a sua implementação de forma decisiva e firme que permita garantir ra-pidamente um futuro que vá ao encontro das reais e justas reivin-dicações dos Bombeiros Portugueses, e por estes há muito recla-madas.

Todas estas dúvidas, tem uma única certeza, a de que os Bom-beiros Portugueses tudo farão para continuar a garantir e defender as vidas e haveres da nossa sociedade coletiva, nesse sentido é necessário, fundamental e urgente que o Conselho Nacional analise o momento com que nos deparamos, fruto das incompetentes de-cisões governamentais que tiveram como base o relatório da Co-missão Técnica Independente da Assembleia da República, estando já, algumas delas a ser implementadas à revelia dos Bombeiros Portugueses.

Como é sabido, e amplamente divulgado através da comunica-ção social, e por nós, onde ao tempo demos a conhecer às dire-ções, comandos dos CB e federações distritais, que a Liga dos Bombeiros Portugueses perentoriamente afirmou não concordar com um largo conjunto de propostas constantes no referido relató-rio, onde o Governo baseou muitas das decisões, que continuamos a contestar veementemente.

Nessa conformidade, o Conselho Executivo deu execução ao aprovado no Conselho Nacional de Santarém, solicitando de ime-diato uma reunião ao Ministro da Administração Interna, procuran-do obter respostas em concreto sobre as questões equacionadas no documento apresentado.

Na referida reunião, o Senhor Ministro afirmou que daria respos-ta na tomada de posse dos Órgãos Sociais da LBP, a realizar nas Caldas da Rainha, ocasião onde anunciou dez compromissos (pala-vras suas) sem que, no entanto tenha assegurado de forma firme a sua concretização objetiva.

Para melhor esclarecimento, elencamos os “compromissos” refe-ridos na oportunidade:

1. Considera que a LBP é um parceiro estratégico do Governo essencial para as reformas da Proteção Civil, cujas alterações são as seguintes:

a. Lei Orgânica da Autoridade Nacional de Proteção Civil (até final de março 2018);

b. SIOPS – Sistema Integrado das Operações de Socorro (até final de fevereiro);

c. Diretiva Operacional Nacional;d. Diretiva Financeirai. Proposta de 5% de aumento aos operacionais integrados nos

ECIN, isto é, de 46 euros para 48 euros/24 horas;

2. No quadro da profissionalização dos bombeiros voluntários, criação de 40 Equipas de intervenção Permanente no ano de 2018, com a implementação de uma Comissão de Avaliação constituída pela ANPC, ANMP, LBP.

3. Reforma da Escola Nacional de Bombeiros.

4. Participação de caráter consultivo da LBP, na AGIF e ANPC.

5. Estrutura de ligação LBP, ANPC, CNOS, através de oficial de ligação ao CNOS e CDOS.

6. Participação da LBP nas áreas de Proteção Civil da EU:

a. Novo Mecanismo Europeu da área da Proteção Civili. Resposta a eventos de grandes catástrofesb. Resposta, avaliação e proposta, sobre as regras de acesso

aos fundos comunitários

7. Abertura de contactos com outras áreas do Governo, no-meadamente sobre o Cartão Social do Bombeiro.

8. No âmbito de financiamento das AHB, o crescimento no or-çamento de Estado passou de 25.722.000,00 euros para 26.151.049,08 euros e terminou a cláusula da variação negativa de 5%.

9. Fica garantido no OE para 2018, o valor de 560.586,59 euros

para correção das AHB que ficaram prejudicadas no financiamento de 2017.

10. Equacionar a hipótese do Comando Autónomo dos Bombei-ros.

Perante estes compromissos publicamente assumidos, pelo Se-nhor Ministro e à posteriori reiterados em reuniões com o Secretá-rio de Estado da Proteção Civil, continuamos a assistir a declara-ções, proclamações e contradições, quer por parte do Senhor Pri-meiro Ministro, Dr. António Costa, quer do Senhor Ministro da Ad-ministração Interna, Dr. Eduardo Cabrita, sobre a profissionalização do combate, com o aumento de GIP da GNR, FEB e Sapadores Florestais, sem que exista uma declaração clara e concreta sobre a forma que reveste o papel dos Bombeiros Portugueses em todo o processo das reformas a implementar.

Sabe-se que é intenção do Governo equipar, quer a Força Espe-cial de Bombeiros, quer os GIP da GNR, com equipamentos moder-nos e eficazes, nomeadamente de veículos de combate a incêndios.

Sabe-se também que vai ser atribuída à Agência para a Gestão de Incêndios Florestais (AGIF) - um papel de coordenação nesta área. Nesta matéria a LBP propôs a sua participação na Comissão de Acompanhamento desta entidade, reclamando igualmente ga-rantir a sua participação na Comissão Coordenadora.

Sabe-se igualmente que o Governo pretende apenas instalar este ano 40 Equipas de Intervenção Permanente (EIP), noutros tantos corpos de bombeiros, quando a real necessidade de cresci-mento de EIP é de uma por cada CB.

A LBP propôs o crescimento de 250 EIP para cobertura de todo o território continental, mas apenas crescerão em 2018, 40 equipas, ou seja, muito aquém das reais necessidades.

Sabe-se também que o crescimento dos valores dos ECIN é de 5%, ou seja de 46 euros dia para 48 euros/dia.

Perante esta realidade ofensiva à Instituição Bombeiros, deverá manter-se a nossa firme exigência de reclamar do Governo respos-tas concretas sobre as seguintes matérias:

1. Propostas:1.1. Criação da Direção Nacional de Bombeiros autónoma, in-

dependente e com orçamento próprio;1.2. Comando Autónomo dos Bombeiros;1.3. Criação de 250 Equipas de Intervenção Permanente, em

todos os corpos de bombeiros, com priorização nos de maior índice de risco;

1.4. Criação de Zonas Operacionais e respetivos comandos;1.5. Criação de Comissões Distritais de Reequipamento;1.6. Negociação atempada com a LBP e consequente aprova-

ção das diretivas Operacional e Financeira para 2018;1.7. O pagamento de 50 euros diários para os elementos das

equipas de combate aos incêndios (ECIN, ELAC);1.8. Declarar o Dispositivo Nacional de Proteção e Socorro

(DNPS), de 1 de janeiro a 31 de dezembro de cada ano;1.9. Rever o Sistema Integrado de Operações de Proteção e

Socorro (SIOPS), onde fique inequivocamente garantido o Coman-do Autónomo dos Bombeiros;

2. Outras Matérias:a) Diretiva Operacional Nacional e a Diretiva Financeira, cujo

calendário aponta para finais de março, à matérias que têm que forçosamente ser corrigidas, nomeadamente no que respeita aos valores de reposição de veículos acidentados ou perdidos em ser-viço;

b) Acesso a todos os CB à aplicação SIRESP GL o mais breve-mente possível;

c) Formação de fogo controlado, análise de incêndios e fogo de supressão, bem como de operacional de queima, garantindo o su-porte à prevenção, combate e instrução dos CB;

d) Participação ativa no planeamento e implementação das ações de sensibilização e prevenção promovidas pelos municípios (assente nas CMDFCI);

e) Agilização dos processos de reparação e substituição de veí-culos dos CB (Diretiva Financeira) garantindo a sua disponibilidade em tempo útil;

f) Novas tabelas de financiamento das viaturas perdidas tendo em atenção o preço médio de mercado na aquisição de veículos para combate aos incêndios e outros;

g) Esclarecimento urgente sobre os cortes nas verbas para via-turas e quartéis, aprovadas no âmbito do POSEUR;

h) A LBP afirma-se pela defesa da transparência, dos princípios e dos valores, contestando sempre inspeções que assentem em bases persecutórias, com alvos pré definidos. A estrutura inspetiva deve orientar-se pelo rigor e pela isenção.

3. Cartão Social do Bombeiro/Outras3.1. Pugnar pelo encerramento das negociações e aprovação

urgente do Cartão Social do Bombeiro, já devidamente concluídas no grupo de trabalho ANPC/LBP;

3.2. Reclamar do Governo para que seja atribuída à profissão de Bombeiro a categoria de risco e a sua inscrição no catálogo das doenças profissionais;

3.3. Reclamar do Governo a alteração para 25% ao ano na bo-nificação da contagem de tempo de serviço para a reforma (reto-mando um direito ao tempo adquirido);

3.4. Exigir do Governo a alteração do art.º 23.º da Lei Geral do Trabalho, em funções públicas, para que os funcionários públicos possam acumular às funções as atividades privadas/bombeiros;

3.5. Os Bombeiros Portugueses não aceitam em circunstância alguma ser representados pela ANPC. A legítima representante dos Bombeiros é a LBP. A ANPC não tem Bombeiros.

3.6. A LBP não aceita que na Diretiva Única de Prevenção e Su-pressão Combate 2018 estejam definidos como interlocutores os corpos de bombeiros, quando quem os representa administrativa-mente, financeiramente e juridicamente são as entidades detento-ras, associações humanitárias e câmaras municipais;

3.7. A LBP exige ter um oficial de ligação no mesmo patamar das outras entidades;

3.8. Não aceitamos em circunstância alguma, que a Escola Na-cional de Bombeiros (ENB) seja incluída na rede pública de ensino, há muito que reclamamos que esta passe a ser Instituto Privado de Ensino Superior;

3.9. Lei de Incompatibilidades;3.10. Regulamento geral de fardamentos;3.11. Carta de Missão; 3.12. A LBP ter lugar no Conselho Nacional de Economia Social

(CNES) e no Conselho da Concertação Social;4. Logística4.1. Que deverá a ANPC assumir na íntegra a gestão do apoio

alimentar em todos os teatros de operações;4.2. Que deverá a ANPC assumir na íntegra o abastecimento de

combustíveis em todos os teatros de operações;4.3. Deverá a ANPC na íntegra assumir com os operacionais da

sua estrutura (FEB ou outros) em tudo o que respeita à sua res-ponsabilidade operacional;

4.4. Deverão imediatamente ter início reuniões com as estrutu-ras da ANPC, ENB e LBP para análise do DECIF 2017 (erros e fa-lhas) e preparar o DECIF 2018 – Diretivas Operacional e Financei-ra.

Considerando que:O Conselho Executivo da LBP apresentou em momentos diferen-

tes, quer nos Conselhos Nacionais, quer em reuniões com as Fede-rações propostas que foram debatidas, analisadas e votadas por unanimidade.

No Conselho Nacional de Santarém foi aprovada por unanimida-de e aclamação uma Moção orientadora da atividade da Liga dos Bombeiros Portugueses, vinculando toda a estrutura e colocando ao Governo um prazo de 45 dias para resposta.

Neste Conselho Nacional de Palmela o documento apresentado pelo Conselho Executivo é o corolário de todas essas pretensões, e que estas matérias não podem, nem devem, deixar de estar assu-midas e elencadas por inteiro.

É necessário e fundamental priorizar de imediato as questões a seguir descriminadas, mantendo naturalmente todas as outras que constam no documento.

Assim, o Conselho Nacional da LBP, reunido em Palmela, no dia 10 de Fevereiro de 2018 decide:

Exigir do Governo até 28 de fevereiro que nos entreguem os se-guintes documentos:

1. Diretiva Operacional Nacional;2. Diretiva Financeiraa. Que a logística seja assumida, desde já pela ANPC;b. Agilização dos processos de reparação de viaturas;c. Novas tabelas de financiamento das viaturas perdidas;d. Pagamento de 50 euros/dia para ECIN/ELAC;3. SIOPS – Sistema Integrado de Operações de Proteção e So-

corro;4. DNPS – Dispositivo Nacional de Proteção e Socorro;

Se não houver resposta do Governo:• Os bombeiros não integrarão os GRUATAS, os GRIF e os ele-

mentos de comando não desempenharão as funções de CPO.• Mandatar a LBP, através do CE para outras formas de luta,

nomeadamente a marcação de uma reunião nacional.Lisboa, 10 de fevereiro de 2018

CONSELHO NACIONAL DE PALMELA

Análise e proposta de resolução

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7FEVEREIRO 2018

O Conselho das Federações da Liga dos Bombeiros Portugueses, reunido em

Coimbra, no dia 28 de feverei-ro, na sede da Federação de Bombeiros do Distrito de Coim-bra, na sequência da decisão do conselho nacional de Palmela, de 10 de fevereiro, no qual fi-cou decidido apresentar ao Go-verno 10 propostas, para serem analisadas e respondidas, até dia 28 de fevereiro, analisou cuidada e atentamente a infor-mação prestada pelo Conselho Executivo, dos desenvolvimen-tos das referidas negociações com o Governo.

Assim, constata-se que nes-sas negociações, a LBP conse-guiu já atingir muitos dos obje-tivos propostos, tendo até em alguns aspetos ido além da priorização aprovada, por una-nimidade, em Palmela.

O Governo, reconheceu que os bombeiros portugueses são fundamentais e imprescindíveis no âmbito da Proteção Civil, ga-rantindo estar disponível, para publicamente o reconhecer, e afirmar.

Regista-se, que o Governo aceitou a proposta da LBP, para a criação de 120 Equipas de In-tervenção Permanente (EIP), ou seja, atingiu o objetivo da profissionalização de 600 bom-beiros ao serviço das Associa-ções, em duas fases, a saber:

A primeira já em concretiza-ção, de 78 EIP e de seguida mais 42, que perfazem as 120 a

instalar nos diversos corpos de bombeiros.

Regista-se também, como positiva, a aceitação por parte do MAI, do pagamento de 50 euros/dia, quer para os ECIN, quer para os ELAC e 65 euros/dia para os CPO.

Regista-se ainda, que o Go-verno se comprometeu a apre-sentar até ao final do mês de março, a Diretiva Operacional Nacional e a consequente Dire-tiva Financeira, tendo assumido rever a forma da comparticipa-ção, quer quanto às reparações das viaturas, quer quanto ao fi-nanciamento das viaturas per-didas, tendo em atenção os va-lores de mercado.

No caso concreto dos com-bustíveis, o MAI foi recetivo à proposta da LBP de emissão de Cartões Frota para abasteci-mento das viaturas envolvidas no DECIF 2018.

Quanto à alimentação, a LBP propôs que fosse a ANPC a for-necê-la, mas o Governo reco-nhece da dificuldade desta enti-dade vir a fazê-lo, pelo que, foi recetivo a conceder um adian-tamento às Associações no va-lor aproximado de 30% da mé-dia dos dois últimos anos.

O Governo, através do MAI, está a preparar a revisão da Lei Orgânica da ANPC, comprome-tendo-se a enviá-la à LBP para parecer até finais de março, princípios de abril, e espera tê--la aprovado na Assembleia da

República até final do próximo mês de maio.

O Governo até á discussão e concretização da reforma da Lei Orgânica, propõe à LBP, como projeto-piloto e transitório que indique para nomeação Coman-dantes para o CNOS e CDOS, cuja responsabilidade cabe por inteiro à LBP, que, obviamente, auscultará as Federações em todo o processo.

Estes funcionariam como ad-juntos de operações e adjuntos de planeamento nos CDOS do

Porto, Viseu, Santarém, Évora e Faro, e como adjuntos de pla-neamento e operações nos res-tantes CDOS.

No Centro Nacional de Ope-rações e Socorro (CNOS) serão nomeados dois Adjuntos Nacio-nais, um comandante de bom-beiros voluntários e outro dos sapadores. Porém, este proces-so necessita de um maior acompanhamento nas negocia-ções futuras, a desenvolver com o MAI e a ANPC.

O Governo foi ainda recetivo à proposta da LBP para que fos-sem criadas as Zonas Operacio-nais e Comandos Operacionais, que terão que constar obrigato-riamente no Sistema Integrado de Operações e Socorro (SIOPS).

Em consequência foi tomada a seguinte decisão:

O Conselho das Federações, reunido em Coimbra, na sede da Federação de Bombeiros do Distrito de Coimbra, em 28 de fevereiro, deliberou, por unani-midade, congratular-se com as negociações levadas a cabo pelo Conselho Executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses, no âmbito das reivindicações legi-

timamente apresentadas ao Governo.

Atendendo a isso, e confian-do nas respostas até à data da-das pelo MAI, decidiu este não pôr em causa a participação no Dispositivo Especial de Comba-te aos Incêndios Florestais 2018, da estrutura dos Bombei-ros, confiando que até 30 de março, o Governo concretize as propostas da LBP e não defrau-de as expectativas criadas no seio dos Bombeiros Portugue-ses.

Desta forma, o Conselho Executivo, vem realçar e con-gratular-se com a tomada de posição de todos os Dirigentes Associativos, Comandantes e Bombeiros em geral, pois a res-

posta pronta, clara e inequívoca aos CODIS, da indisponibilidade à pergunta colocada, demons-trando cabalmente a unidade na ação, e foi essa, estando em crer, a alavanca fundamental, senão mesmo decisiva, para a abertura do MAI às nossas pro-postas.

A partir de agora, os presi-dentes de federação, e de dire-ção das associações, bem como os comandantes podem e de-vem decidir de per si da partici-pação no DECIF 2018.

A confederação acrescenta, para não fique qualquer dúvida perante a opinião pública, que nunca esteve em causa, a parti-cipação dos Bombeiros no apoio às populações.

REUNIÃO DO CONSELHO DAS FEDERAÇÕES

Atingidos muitos dos objetivos propostos

Page 8: Jornal "Bombeiros de Portugal" – Edição 363 – dezembro 2016

8 FEVEREIRO 2018

Pesquisa/Texto:

Luís Miguel Baptista “TEMPLOS DE PAZ”

Recordando antigos quartéis

Para esta edição do “BP”, entendemos reser-var, aleatoriamente algumas imagens foto-gráficas de antigos quartéis de bombeiros,

por natureza, no caso dos voluntários, sedes das respectivas associações humanitárias.

Deste modo procuramos preservar a memória colectiva de diferentes imóveis, uns já demolidos e outros ainda existentes, que marcaram deter-minadas épocas e afirmaram os bombeiros nas respectivas localidades.

Ao termo “quartel” antecedeu, mais precisamen-te nos séculos XVIII e XIX, a expressão “casa da bomba”, utilizada para identificar o local onde em determinado lugar, aldeia, vila ou cidade do país era guardada a bomba manual de combate a incêndios.

Com a expansão do serviço de incêndios e à medida que se foi intensificando a sua organiza-ção, subordinada a novos conceitos tanto do pon-to de vista estrutural como material, passou a ser aplicado o vocábulo “estação”, secundado pelo actual “quartel”.

Durante muito tempo os quartéis de bombeiros funcionaram em espaços adaptados para o efeito, solução que progressivamente veio a ser coloca-da de parte através da construção de edifícios de raiz. Na sua maioria apresentando condições mo-destas, tal como acontecia nas vulgarmente de-signadas “corporações da província”, cedo se tor-naram pontos de referência, sendo interiorizados

pelas populações como algo muito seu, conse-quência lógica do movimento associativo da so-ciedade civil que presidiu à fundação das institui-ções.

Através do alargamento da missão dos bom-beiros a outras áreas, os respectivos quartéis passaram também a assumir maior importância social, tornando-se cada vez mais presentes na

vida das comunidades. Assim veio a acontecer, por exemplo, com a disponibilização do serviço de auto-maca e a instalação de postos de socor-ros. E, de modo reforçado, a partir do momento em que, a título complementar, procurando su-prir necessidades de âmbito local, passaram a acolher postos de telefone público, salões de festas, bibliotecas e infra-estruturas desporti-vas, entre outras vertentes conducentes à valo-rização moral e intelectual das populações, no âmbito das quais, por exemplo, muitos cidadãos tiveram a oportunidade de tomar contacto, pela primeira vez, com o cinema, a rádio e a televi-são.

A esses tempos e factos, de inquestionável al-cance na melhoria da qualidade de vida colectiva, reportam-se as imagens que aqui publicamos, desafiados por apresentar uma galeria de alguns dos mais emblemáticos “templos de paz”, confor-me, um dia, alguém se lembrou de qualificar os quartéis de bombeiros.

Contrastando com os dias de hoje, vulgarizados pelo recurso a em-

presas da especialidade, no passado, grande parte dos veículos dos corpos de bombeiros, tanto os pronto-socor-ros como as auto-macas, eram carro-çados nos próprios quartéis, concor-rendo para o efeito a mão-de-obra de dedicados voluntários, muitos dos quais ligados ao sector secundário.

Os trabalhos realizavam-se em pe-ríodo pós-laboral, à noite e aos fins--de-semana, sendo uma consequên-cia natural dos parcos recursos finan-ceiros das associações de bombeiros, facto que, sublinhe-se, os respectivos elementos dos corpos activos e auxi-liares sentiam e viviam como algo de pessoal.

O voluntariado tinha orgulho em apoiar as direcções e os comandos na resolução dos problemas internos,

assumindo uma atitude activa e res-ponsável, solidarizando-se. E diga--se, também, em nome do bom rigor histórico, que tinha vaidade do traba-lho executado, mantendo por isso os veículos sempre primorosamente cui-dados, nos parqueamentos dos quar-téis.

Idealizados por comandantes e ou-tros entusiastas pelo progresso do material circulante, os carroçamen-tos, geralmente efectuados em chas-sis de automóveis particulares que não haviam sido concebidos para ser-viço de socorro, estavam, porém, su-jeitos ao cumprimento de normas técnicas estabelecidas pelas entida-des inspectivas dos corpos de bom-beiros. Quer a Inspecção de Incên-dios da Zona Norte quer a Inspecção de Incêndios da Zona Sul tinham também competência para homolo-

gar os veículos, mediante os corres-pondentes projectos, cuja apresenta-ção em termos processuais era indis-pensável. No entanto, houve tempos em que os carroçamentos dependiam do exclusivo critério dos corpos de bombeiros, daí resultando, por vezes,

situações embaraçosas e quase ane-dóticas. É disso exemplo o caso rela-tado por José Luís Filipe, no seu livro “Os Bombeiros Voluntários de Sintra – Subsídios para a sua História no 1.º Centenário da Fundação (1890-1990), ao qual recorremos para dar

exemplo concreto de um carroça-mento problemático:

“No dia 25 de Junho de 1928, é inaugurada uma camioneta “Brocway”, que foi adquirida em leilão e posterior-mente adaptada pelos Srs. Carlos da Paula e Etelvino Pacheco, assim como uma outra viatura para transporte de feridos e doentes que continha duas macas. Receberam, respectivamente, os nomes de “Sintra” e “Caridade”. Contam os velhos bombeiros que a ambulância atrás referida e depois de adaptada, não podia sair do quartel devido ao facto das suas dimensões ultrapassarem em grande escala as medidas da porta. Por esse motivo, ou se demolia a passagem ou, desman-chava-se a viatura em causa. Optou--se pela segunda versão. A supracita-da ambulância ficou, a partir de então, alcunhada de “Grande Hotel Estoril”.

Um carroçamento dentro de quatro paredes…

Cadaval

Ílhavo

Santarém

Cête

Lixa

Torres Vedras

Fafe

Portalegre

Fundão

Rio Maior

Page 9: Jornal "Bombeiros de Portugal" – Edição 363 – dezembro 2016

9FEVEREIRO 2018

São conhecidos os vencedores da última edição (2016/2017)

dos concursos lançados à comu-nidade escolar, denominados “Artistas Digitais” e “Cineastas Digitais” promovidos pelo Centro de Competência “Entre Mar e Serra”.Em qualquer dos concur-sos, que contam com o apoio da Liga dos Bombeiros Portugue-ses, da Autoridade Nacional de Proteção Civil e a Direção-Geral de Educação, promove-se o uso criativo da tecnologia como pre-texto para abordar a temática dos valores em contexto escolar.

Nesta edição a temática ver-sou a educação para o risco e proteção civil subordinada à questão “se me acontecer sabe-rei o que fazer”.

Foram recebidos 4607 dese-nhos, 527 dos concorrentes do pré-escolar, 3224 do 1.º ciclo do ensino básico (CEB) e 856 do 2.º.. No pré-escolar o pri-meiro prémio foi alcançado por Loren Jerónimo, da Escola Bási-ca de Gala, Figueira da Foz.. No 1.º CEB o vencedor foi Sofia Ioana Rosu, da Escola Básica de Sampaio, Sesimbra, e no 2.º

CEB o primeiro prémio foi para Lia Gomes Oliveira, da Escola

Básica Gomes Monteiro, de Bo-ticas.

ARTISTAS DIGITAIS

Confederação apoia concurso juvenil nacional

O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses

(LBP), comandante Jaime Marta Soares, lembrou no Instituto Universitário Militar que a rei-vindicação dos bombeiros por-tugueses é dispor de um co-mando único e próprio e apenas serem coordenados pela Autori-dade Nacional da Proteção Civil.

O presidente da LBP referiu essa questão perante uma pla-teia de militares lembrando que estes, melhor que ninguém, sa-bem que a reivindicação dos bombeiros tem toda a lógica, como só também lógica a parti-cipação dos restantes agentes na proteção civil com os seus comandos próprios, seja a PSP,

a GNR, a Força Aérea ou a Mari-nha.

O comandante Jaime Marta Soares falava no painel “As For-ças Armadas e a proteção civil: Incêndios Florestais, de 2017 para o futuro” integrado no cur-so de estado-maior conjunto a decorrer no Instituo Universitá-rio Militar, em Lisboa.

“Os bombeiros não querem ser mais nem menos que os restantes parceiros com o mes-mo estatuto que eles com co-mando próprio” sublinhou o presidente da LBP enaltecendo também “o papel que as Forças Armadas têm desempenhado no apoio, que não é de agora”.

O presidente da LBP abordou também a problemática geral

dos fogos florestais dando con-ta que os bombeiros não esta-rão disponíveis para integrar o Dispositivo Especial de Comba-te a Incêndios Florestais deste ano sem que estejam definidas as regras em que essa partici-pação irá decorrer e acordadas as mesmas com a LBP.

O painel em que interveio o comandante Jaime Marta Soa-res foi coordenado pelo tenen-te-coronel Pais dos Santos e in-tegrou também o presidente da Associação Nacional de Fregue-sias, Pedro Cegonho, João Ban-deirinha em representação da AFOCELCA e o coronel António Paixão, comandante nacional de operações de socorro da ANPC.

FA E INCÊNDIOS FLORESTAIS

Presidente da LBP lembra que ANPC não comanda

“Os bombeiros não têm vocação, meios ou tempo para ajudar as

câmaras a limpar mato” é a resposta dada pelo presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) ao rep-to lançado pelo presidente da Associa-ção Nacional Municípios Portugueses (ANMP), Manuel Machado.

O comandante Jaime Marta Soares reconhece a situação em que o Gover-no colocou as autarquias e compreen-de que elas não estão preparadas, mas avisa que os bombeiros não têm disponibilidade sublinhando que “a nossa função não é limpar florestas”.

O presidente da LBP lembra que “não conseguiram fazer em 40 anos o que querem que se faça agora em quatro meses, o que é uma coisa ab-solutamente insólita e surrealista” e sublinha que a função dos bombeiros

é prestar o socorro e não limpar as florestas.

“Os bombeiros estão altamente empenhados na sua função e a sua função não é limpar florestas” repete o comandante Jaime Marta Soares fri-sando que “a nossa grande função é de socorro imediato, na emergência, não se podem dispersar em circuns-tância alguma, até porque não têm capacidade, estrutura, equipamentos para fazer a limpeza das florestas”.

Recorde-se que o presidente da As-sociação Nacional de Municípios Por-tugueses, Manuel Machado admitiu que as câmaras tinham de recorrer aos bombeiros voluntários e sapado-res para a limpeza das florestas, uma vez que as autarquias não têm mão--de-obra nem maquinaria para o fa-zer.

PRESIDENTE DA LBP RESPONDE A AUTARQUIAS

Papel dos bombeiros não é limpar a floresta

Page 10: Jornal "Bombeiros de Portugal" – Edição 363 – dezembro 2016

10 FEVEREIRO 2018

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A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de

Carcavelos e S. Domingos de Rana, Cascais, conseguiu reu-nir recentemente um conjunto significativo de apoios que per-mitiram adquirir equipamentos de várias especialidades.

A empresa Garland, sediada na área de intervenção do cor-po de bombeiros, com um do-nativo de 3800 euros efetuado no final do ano transato, ga-rantiu a aquisição de material de estabilização de veículos em ações de desencarceramento e também de dois monitores de parâmetros vitais para equiparem ambulâncias de socorro.

Também no final de 2017, a Associação rece-beu dois donativos de outras duas empresas, um, de 1500 euros, empregue na aquisição de

equipamentos de proteção individual para a equipa de busca e resgate em estruturas colap-sadas (BREC), e outro, no valor de 25 mil eu-ros, para a aquisição de uma ambulância de so-corro.

CARCAVELOS

Donativos permitem aquisição de equipamentos

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A iniciativa veio do Luxembur-go. Um grupo numeroso de

emigrantes portugueses reuni-ram-se para comemorar o ani-versário de um deles e aprovei-tou a ocasião para reunir apoios que foram canalizados para Secção de Monte Redondo dos Bombeiros Voluntários de Lei-ria.

O apoio, que ultrapassa os 4 mil euros, vai ser aplicado na substituição do grupo energéti-co do equipamento de desen-carceramento disponível na-quela secção.

André é casado com Nicole, casal há vários anos emigrado no Luxemburgo. O primeiro orga-nizou uma festa para celebrar o cinquentenário da mulher Nicole e em vez das tradicionais pren-das de aniversário foi lançado o desafio as cerca de 40 amigos presentes para que contribuíssem para uma causa solidária. No final da festa a vo-tação feita escolheu os Voluntários de Leiria.

Helena Dinis e Alcides Quiaios, também pre-sentes na festa, ficaram ainda encarregues de proceder à entrega do donativo. E assim aconte-

ceu numa cerimónia singela realizada na presen-ça de dirigentes da Associação e do comandante Luis Lopes.

“Foi uma boa surpresa, ficámos surpreendidos porque não é todos os dias que recebemos cha-madas destas”, adiantou o comandante Luis Lo-pes, sublinhando que “é preciso que se perceba que a grande maioria dos homens desta casa são voluntários e que, são precisamente gestos como estes que motivam o que eles estão aqui a fazer, a defender todosa os dias aquilo que não é deles, a enfrentar riscos pelos outros”.

LEIRIA

Emigrantes solidários

A Câmara Municipal de Odive-las decidiu reforçar com

mais 200 mil euros o apoio anual dado às três associações de bombeiros voluntários do concelho, Pontinha, Caneças e Odivelas.

Assim, esse reforço vai per-mitir apoiá-las com cerca de um milhão de euros na sequência da aprovação recente dessa

proposta em reunião do executi-vo municipal presidido por Hugo Martins.

“O investimento na área da Proteção Civil sempre foi uma das prioridades deste executivo. Os bombeiros são aqueles que estão sempre na linha da frente no socorro às populações”, se-gundo declarou o presidente da Câmara Municipal de Odivelas.

A verba, de um milhão de eu-ros, vai ser empregue nos “Pla-nos Prévios de Intervenção” acordados, na gestão corrente das três associações, incluindo os consumos de água e eletrici-dade, suplementos à alimenta-ção do dispositivo previsto, as-sim como para cobrir os seguros pessoais dos bombeiros e das viaturas.

ODIVELAS

Apoio reforçado atinge um milhão

A Câmara Municipal de Loures assinou recentemente o pro-

tocolo anual com as 7 associa-ções de bombeiros voluntários do concelho que, para 2018, traduz um apoio global de 1,9 milhões de euros.

Este apoio vai permitir refor-çar com mais um elemento ope-racional os grupos de interven-ção permanente existentes nas associações, de Loures, Fa-nhões, Moscavide e Portela, Ca-marate, Bucelas, Sacavém e Zambujal.

A cerimónia foi presidida pelo presidente da Câmara Municipal de Loures, Bernardino Soares, e contou com as presenças, da vereadora Ivone Gonçalves, dos dirigentes e comandantes das 7 associações de bombeiros do

concelho, do Diretor Nacional de Bombeiros da ANPC, Pedro Lo-pes, do vice-presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Rama da Silva, do comandante operacional distrital da ANPC, André Fernandes, dos responsá-veis da proteção civil municipal, Rui Alves e Joaquim Vicente, presidentes de juntas de fre-guesia e muitos outros respon-sáveis municipais.

Foi também assinado um pro-tocolo com a Associação de Rá-dio Amadores da Vila de Mosca-vide e anunciado outro com a Brigada Autónoma de Resgate com Cães.

Na oportunidade, o presiden-te da Câmara defendeu que apostar na prevenção e reforçá--la não deve por em causa o

apoio aos bombeiros, que deve ser também reforçado. “Há um equívoco na nossa sociedade quando se pensa que as duas questões são antagónicas quan-do, na verdade, concorrem no mesmo sentido”.

Bernardino Soares anunciou o trabalho que irá continuar a ser desenvolvido na prevenção das cheias, nomeadamente a inter-venção que irá ser feita no Ca-neiro de Sacavém, no valor de 11 milhões com apoio comuni-

tário, e também a intervenção na bacia hidrográfica do rio Trancão, que irá custar 6 mi-lhões de euros.

Sobre a limpeza dos terrenos determinada pelo Governo o au-tarca sublinhou que “não nos

responsabilizamos por coisas que são impossíveis de realizar”, concretizando que “não é possí-vel fazer nem metade do que a lei obriga, nem em termos práti-cos e operacionais, nem em ter-mos financeiros”.

LOURES

Mais um elemento por associação

A Câmara Municipal de Palme-la aprovou, recentemente,

de forma unânime, uma adenda aos Protocolos de Apoio ao Fun-cionamento dos Grupos de Bombeiros Permanentes (GBP) em vigor, que assegura o paga-mento de oito elementos por associação de bombeiros. O Município atribui 128.992 euros a cada associação, no âmbito dos GBP, somando uma com-participação financeira de 386.976 euros.

No total das três associações de Bombeiros do concelho – Palmela, Pinhal Novo e Águas de Moura – serão 24 os opera-cionais em permanência o que permitirá “o aumento da capa-cidade de intervenção num ter-ritório com 465 quilómetros quadrados, atravessado por vá-rias vias nacionais estruturan-tes.

Foi, também, aprovada a atualização dos apoios a atri-buir às três associações como comparticipação nas despesas com os seguros das viaturas de emergência, que totalizam 17.873 euros.

Entretanto, a autarquia reco-nheceu o relevante interesse pú-blico da Associação Humanitária

de Bombeiros de Pinhal Novo, o que permita isentar a instituição do pagamento de taxas, nomea-damente as referentes à emprei-tada de ampliação e remodela-ção do quartel que ascendem a cerca de 186 mil euros.

A decisão do executivo deve-rá ainda ser ratificada pela As-sembleia Municipal.

PALMELA

Autarquia reforça apoios

Page 11: Jornal "Bombeiros de Portugal" – Edição 363 – dezembro 2016

11FEVEREIRO 2018

As duas associações de bombeiros voluntários do concelho de Bragança recebem um apoio anual da Câmara Municipal superior a 300

mil euros e os respectivos protocolos foram já assi-nados.

Os protocolos prevêem que os Voluntários de Bragança recebam 175 mil euros e os de Izeda 50 mil. A eles acresce o pagamento por parte do mu-nicípio de seguros de viaturas e pessoal e das equi-pas de intervenção permanente, uma em cada as-sociação, como enumerou o presidente da Câmara, Hernâni Dias.

A Associação dos Bombeiros Voluntários de Bra-gança tem encargos anuais, com os cerca de 40 bombeiros profissionais e outros tantos voluntários que, segundo o seu presidente da direção, Ruy Correia, “se não fosse este apoio era muito mais difícil” conseguir “suportar os encargos, principal-mente com pessoal”.

“Toda a gente associa muito os bombeiros aos

incêndios, mas de facto é oito a dez por cento da nossa atividade”, lembrou, a propósito, o presiden-te da direção. Este frisou também que o transpor-te de doentes é a principal atividade dos Bombeiros de Bragança que acorre a solicitações desde a neve, a inundações ou limpeza de estradas.

Para o presidente da associação humanitária de Izeda, João Lima, a principal dificuldade continua a ser os atrasos nos pagamentos do Estado e a es-cassez de verbas transferidas para aquela corpora-ção da única vila do concelho de Bragança.

A ajuda da Câmara “assegura a existência da corporação” com um orçamento anual de 550 mil euros, que conta sobretudo com as receitas do transporte de doentes.

O problema, segundo disse, é que o Estado “demo-ra a pagar quatro, cinco meses”, o que obriga a que a associação atrase pagamentos a fornecedores, no-meadamente de combustível e manutenção de viatu-ras.

BRAGANÇA

Bombeiros recebem 300 mil euros por ano

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12 FEVEREIRO 2018

Considerando o número de acidentes ocorridos com

viaturas dos bombeiros duran-te o mês de janeiro, dos quais resultaram várias vítimas, bombeiros e civis, torna-se ainda mais pertinente manter e aprofundar o tema da Segu-rança Rodoviária nos próximos artigos.

Tendo como base a análise estatística aos acidentes ocor-ridos e os relatórios e manuais de boas práticas existentes a nível internacional, vamos descrever sucintamente algu-mas das principais causas dos acidentes com veículos de emergência dos bombeiros. De modo a conseguir uma ação preventiva esta análise é es-sencial, pois, o conhecimento dos vários fatores e pontos crí-ticos permite aumentar o nos-so grau de perceção de risco sobre essas situações e desen-cadear os comportamentos e atitudes mais adaptativos.

É importante referir que por cada 600 incidentes, são ex-pectáveis 30 acidentes com danos materiais, 10 acidentes com ferimentos ligeiros e 1 com ferimentos graves (fonte: “La prévention du rosque rou-tier au sein des services d´incendie et de secours”, ju-nho de 2017: Sapeurs Pom-piers de France). É necessário ter ainda em conta os inciden-tes ou os quase acidentes, que

apesar de serem muitas vezes ignorados, porque foi apenas um “susto”, devem servir de li-ção aprendida para evitar fu-turos acidentes.

Assim, alguns dos fatores de risco mais relevantes são apresentados de seguida:

CINTO DE SEGURANÇA - É do conhecimento de todos os bombeiros o agravamento das lesões quando os tripu-lantes não têm este equipa-mento colocado. Apesar de não ser obrigatório para os bombeiros, o uso do cinto de segurança dentro das locali-dades deve ser permanente nos veículos ligeiros e pesa-dos. Em caso de acidente, evita que o bombeiro embata violentamente contra o inte-rior do veículo (volante, ta-blier, pára-brisas, tejadilho, bancos da frente, etc...) e também a sua projeção para fora do veículo. Ao contrário do que, por vezes, se quer fa-zer crer, não é o tempo que demora a colocar e a retirar o cinto de segurança que atrasa a rapidez no socorro e a segu-rança proporcionada é de ex-trema importância.

UTILIZAÇÃO DE MEIOS DE COMUNICAÇÃO DURANTE A CONDUÇÃO - O uso de qual-quer aparelho de comunica-ção (telémoveis, rádios SI-RESP, etc.) pode distrair, a já exigente tarefa do condutor e

ser o suficiente para causar o acidente.

TRANSPORTE DE VÍTIMAS – a condução deve ser sempre adequada à condição da víti-ma, pois muitas vezes não existe a necessidade de adotar um estilo de condução agressi-vo na deslocação até à Unida-de de Saúde, o que só contri-buirá para poder agravar o es-tado físico e anímico do doen-te/sinistrado. Todos devem usar cinto de segurança, o acompanhante e o socorrista (se não estiver a trabalho).

OS VEÍCULOS - deve-se co-

nhecer perfeitamente os veí-culos que conduzem em emer-gência, o seu comportamento, o seu ângulo de viragem, as suas dimensões, a sua capaci-dade de travagem e outras ca-racterísticas essenciais para a condução. Os veículos devem ter a sua manutenção em or-dem, os pneus em bom estado de conservação e todo o mate-rial arrumado e preso de ma-neira a não se soltar em caso de travagem brusca ou aciden-te.

ABORDAGEM AOS CRUZA-MENTOS/ENTRONCAMENTOS

– este é o local mais provável onde pode ocorrer uma colisão com outro veiculo, nomeada-mente quando a ambulância vira à esquerda. Abrandar e garantir que existe um amplo campo de visão. Pare no sinal vermelho e só após garantir que todos os condutores vi-sualizaram a presença do veí-culo em emergência e facili-tam a sua passagem, pode prosseguir.

DESRESPEITO PELO SINAL DE STOP E SEMÁFORO VER-MELHO – apesar de se condu-zir assinalando a marcha de

urgência, somos, na mesma, obrigados a respeitar os sinais de trânsito, em especial o STOP e só depois de interrom-permos a marcha, poderemos avançar se não colocarmos em perigo nenhum dos utiizadores da estrada em que circulamos.

VELOCIDADE EXCESSIVA, DESPISTES, ABORDAGEM ÀS ROTUNDAS – mais uma vez co-nhecer o veiculo, quais os seus limites e adequar sempre a ve-locidade às condições da via, da meteorologia e do veiculo são condições fundamentais para um socorro em segurança.

Existem ainda outros fato-res, tais como, operações do veiculo em marcha-atrás, sín-drome da sirene, o estado do condutor, a sinalização do local do acidente, entre outros, que serão abordados nos próximos artigos.

Lembrem-se sempre de es-tar vigilantes em todas as cir-cunstâncias, adaptar o vosso comportamento e a velocidade em função das condições cli-matéricas, das condições de circulação e da urgência da nossa missão.

Para mais informações ou esclarecimentos, contacte a Divisão de Segurança, Saúde e Estatuto Social da Direção Na-cional de Bombeiros (ANPC), através do telefone 214 247 100 ou do endereço eletrónico [email protected].

Fatores de risco na condução

ALERTA VERMELHO PARA A SEGURANÇAAUTORIDADE NACIONAL DE PROTECÇÃO CIVIL

A Semana da Proteção Civil de Cascais, que decorreu no

“Cascaishopping” na última se-mana, apostou deste vez na componente preventiva e, em particular, na mochila de emer-gência como mensagem priori-tária para os mais novos.

Ao oferecer a todas as crian-ças das escolas do concelho que visitaram o evento uma mochila, a Câmara Municipal de Cascais e a totalidade dos agentes presentes, nomeada-mente as cinco associações de bombeiros do concelho, fize-

ram passar a mensagem da prevenção e da importância de

dotar a mochila com um con-junto de equipamentos e meios adequados às necessidades. Trata-se de continuar a investir na cultura da prevenção como primeira medida para evitar os riscos ou reduzir as suas con-sequências.

A Semana da Proteção Civil incluiu também um seminário sobre segurança em eventos que permitiu juntar muitas ex-periências nessa matéria e con-tribuir para a sua divulgação e debate.

A exposição e o seminário

CASCAIS

Aposta na mochila de emergência

contaram com as visitas, do presidente da Câmara, Carlos Carreiras, de vários vereadores e responsáveis municipais, no-meadamente, do Serviço Muni-cipal de Proteção Civil, dirigen-

tes e comandos das associa-ções de bombeiros do concelho e outras entidades participan-tes, incluindo a PSP, GNR, SEF, Polícia Municipal, Autoridade Local de Saúde.

Durante a Semana as cinco associações de bombeiros reali-zaram diversas demonstrações e ações de sensibilização muito participadas pelo público pre-sente.

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13FEVEREIRO 2018

A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de

Viana do Castelo está instalada nem instalações emblemáticas e construídas de raiz para o efeito mas que há muito não reúnem as condições para eventual remodelação ou am-pliação e as necessárias para a sua operacionalidade, inclusive, para o adequado aparcamento das viaturas de socorro.

O atual quartel dos Voluntá-rios de Viana do Castelo foi inaugurado em 1955 e, desde então, foi crescen-do e sendo adaptado, na medida do possível, no-meadamente, levando até ao limite a utilização de todos os espaços disponíveis.

A localização daquelas instalações em zona de tráfego intenso no centro da cidade é outra das razões que leva a aconselhar a sua mudança para outro local.

A intenção de edificar outro quartel, quer por parte da Associação e dos seus dirigentes, quer por parte da própria Câmara Municipal, está iden-tifica como uma prioridade unânime e urgente.

Em 2017, a direção apresentou ao POSEUR uma candidatura para nova intervenção nas atuais instalações, inclusive melhorias significati-

vas nas camaratas, que acabou por ser chumba-da.

Conhecido esse desfecho, direção e comando estão dispostos a prosseguir a luta pelo novo quartel, já que as condições físicas do actual mais que conhecidas e identificadas, pelos vistos, não terão merecido a devida atenção por parte das verbas comunitárias.

Além das dificuldades internas para acolher e dar condições mínimas aos bombeiros os Volun-tários de Viana do Castelo lutam também com falta de espaço para estacionar as suas viaturas, facto que os leva a guardar parte delas num pa-vilhão que dista cerca de 5 quilómetros do quar-tel.

VIANA DO CASTELO

Novo quartel é prioridade unânime

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António Catarino Pereira é natural de Fátima, onde nasceu há 87 anos, e doou recentemente

à Associação Humanitária de Bombeiros Voluntá-rios de Fátima um terreno com cerca de 1250 me-tros quadrados, localizado na principal avenida de Fátima, entre a central rodoviária e o Áurea Hotel.

A escritura de doação foi assinada no princípio de fevereiro em cerimónia realizada no quartel dos Bombeiros de Fátima. O valor comercial do terreno ultrapassará os 150 mil euros.

A direção dos Voluntários de Fátima agradece a este benfeitor de muitos anos, aliás um dos pri-meiros da Associação, “já que António Catarino Pereira, há mais de vinte anos, ofereceu a primei-ra ambulância nova aos Bombeiros de Fátima, ainda estes eram uma secção destacada dos Bom-beiros de Ourém”.

“As nossas palavras não poderiam ser outras que de reconhecimento e gratidão ao Eng. Antó-nio Catarino Pereira; o terreno que agora recebe-mos, muito bem localizado e de valor significativo, passa a integrar o património dos Bombeiros de Fátima”, afirmou Alberto Caveiro, presidente da direção na cerimónia de doação.

António Catarino Pereira reside há várias déca-das em Lisboa, para onde foi viver após a conclu-são da sua formação académica, em engenharia civil, mas nunca esqueceu as suas raízes.

“Eu sou daqueles que ficam agarrados à terra onde nasceram. Nasci na Lomba de Égua [fregue-sia de Fátima]; os primeiros projetos que fiz [como engenheiro civil] foram para Fátima; antes disso, por altura do meu nascimento, os meus pais abriram a primeira retrosaria da Cova da Iria.

Sempre vivi ligado à minha terra, [este gesto] é a minha forma de fechar o círculo”, referiu António Catarino Pereira.

“O ano de 2017 foi um período terrível, em que os bombeiros foram mobilizados muitas vezes, esta é a minha maneira de lhes agradecer”, acres-centou o benfeitor

Quando, no ano transato, António Catarino Pe-reira se reuniu com os dirigentes para lhes trans-mitir a vontade de doar o terreno, comunicou-lhes também ser sua intenção oferecer, por três vezes, 1500 euros a pessoas ligadas aos Bombeiros de Fátima, de acordo com critérios por si estabeleci-dos.

Assim, a 19 de dezembro de 2017, o primeiro envelope, de 1500 euros, foi entregue ao bombei-ro mais idoso da associação, o comandante do Quadro de Honra, Costa Pereira. A data coincidiu com aniversário de nascimento da mãe de António Catarino Pereira, Maria dos Santos Pereira, já fa-lecida.

A 19 de março de 2018, data do aniversário de Joaquim Pereira Catarino, e a 11 de setembro de 2018, de Hélia Catarino, respetivamente, pai e irmã de António Catarino Pereira, também já fale-cidos, serão entregues os outros dois montantes. Os destinatários das ofertas serão anunciados nessas datas.

Em final de mandato, que termina no próximo mês de março, a direção da Associação Humani-tária dos Bombeiros Voluntários de Fátima “agra-dece todos os gestos de solidariedade que os Bombeiros de Fátima receberam nos últimos anos”.

FÁTIMA

Bombeiros recebem doação de terreno

Os órgãos sociais da Reviver Mais – Associação dos Ope-

racionais e Dirigentes dos Bom-beiros Portugueses, IPSS, para o quadriénio 2018-2021, toma-ram posse em Arronches, inau-gurando, na mesma ocasião, as instalações da Delegação Distri-tal de Portalegre.

Os diferentes atos, presidi-dos pela presidente da Câmara Municipal de Arronches, Ferme-linda Carvalho, contaram com a presença, entre outras entida-

des, do vice-presidente do Conselho Executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses, Rodeia Machado, do comandante ope-racional distrital de Portalegre, em representação da Autorida-de Nacional de Proteção Civil, Rui Conchinha, do presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Portalegre, coman-dante Francisco Louro, e do presidente da Junta de Fregue-sia de Assunção, José Louro.

Conferida a posse pelo presi-

dente da Mesa da Assembleia Geral, Lourenço Baptista, inter-vieram de seguida todas as en-tidades com assento na mesa de honra, tendo cabido ao re-conduzido presidente do Con-selho de Administração Execu-tivo, Luís Miguel Baptista, tra-çar os principais objetivos da Associação para o novo manda-to.

“Defendemos que a Reviver Mais tem necessidade de conti-nuar a afirmar-se, nomeada-

REVIVER MAIS

Novo mandato e uma nova casa

mente, ao nível da sua autono-mia funcional, razão pela qual concentraremos todos os nos-sos esforços na procura das melhores soluções tendentes à instalação, no mais curto espa-ço de tempo, dos nossos servi-ços, numa sede própria, prefe-rencialmente, em imóvel loca-lizado na cidade de Lisboa. Por outro lado, impõe-se consoli-dar e alargar a nossa presença em todo o território nacional, o que é indissociável da existên-cia de uma rede de delegados distritais que responda, eficaz-mente, aos desafios do pre-sente e do futuro, na base de uma fortalecida conscienciali-zação coletiva” – afirmou aquele responsável, que adian-tou: “Não menos importante, ainda, é a viabilização econó-mico-financeira da nossa Asso-ciação, dependente da quoti-zação dos sócios, mas que terá de conhecer, inevitavelmente, também, novos pressupostos, quer no plano da expansão da base social e dos benefícios, quer em termos de uma maior aproximação da Reviver Mais junto da sociedade civil e do mecenato”.

Contemplando ainda, nas suas palavras, o objetivo da Casa do Bombeiro, Luís Miguel Baptista referiu, a propósito, a “desejável intensificação das

relações com a Câmara Munici-pal de Almada e a Administra-ção Central, visando a busca das mais acertadas resoluções, num contexto que é de mudan-ça e, como tal, suscetível de novas oportunidades”.

A tomada de posse dos no-vos órgãos sociais da Reviver Mais decorreu num dos espa-ços do edifício da antiga escola primária de Arronches, cuja ce-dência se encontra protocolada entre a Câmara Municipal e a Reviver Mais, tratando-se de um imóvel funcional que está habilitado a receber diferentes reuniões e eventos e também por isso qualificado como sen-do “um permanente apelo à di-namização de actividades de reconhecido alcance social”.

A cerimónia foi igualmente marcada pela entrega do grau de Sócio Honorário ao municí-pio de Arronches, enquanto re-

conhecimento pelo apoio dis-pensado à Associação.

O elenco de dirigentes da Re-viver Mais, reforçado na sua composição através de novas integrações, tem como presi-dentes da Mesa da Assembleia Geral, do Conselho de Adminis-tração Executivo e do Conselho Fiscal, respetivamente, Louren-ço Baptista, Luís Miguel Baptis-ta e José António Laranjeira, que mereceram de novo a con-fiança dos sócios, mantendo-se nas funções já anteriormente desempenhadas.

Curiosamente, a fachada do edifício da Delegação Distrital de Portalegre daquela IPSS en-contra-se decorada com a re-produção de uma fotografia captada pela objetiva do foto-jornalista Marques Valentim, nosso companheiro de trabalho e sócio da Reviver Mais, cedida especialmente para o efeito.

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14 FEVEREIRO 2018

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários

de Alfândega da Fé iniciou fi-nalmente as obras de remode-lação e ampliação do quartel, no valor de 371 mil euros. As obras serão financiadas a 85 por cento pelos fundos comuni-tários e os cerca de 55 mil eu-ros restantes, 15 por cento, vão ser comparticipados pela câmara municipal.

Há muito que a Associação pugnava pelas obras que agora vão decorrer. As atuais condi-ções do quartel eram a prova

evidente que já estava desa-justado da realidade, quer para fazer face a um crescente nú-mero de alterações operacio-nais, nomeadamente, por não dispor de camaratas femininas, quer para substituir a cobertu-ra, que há muito dava sinais de degradação.

As obras de requalificação incluem ainda intervenções para melhorar as acessibilida-des e o serviço de atendimento ao público e a melhoria da efi-ciência energética do edifício. A para do arranque das obras, a

Câmara Municipal de Alfândega da Fé e a Associação assinaram também um protocolo de cola-boração para o transporte de doentes oncológicos locais, que passam a ser garantidos pelos bombeiros. Desde 2013 que a autarquia assegurava desloca-ções semanais de doentes para os IPO do Porto e Coimbra e, a partir de agora, esse transporte será efetuado pelos bombeiros voluntários mas os custos das viagens vão continuar a ser su-portados pela Autarquia.

ALFÂNDEGA DA FÉ

Obras no quartel em marcha

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Os Voluntários de Pampilhosa da Serra con-tam, desde o início do mês com um renovada

e ampliada seção destacada, em Unhais-o-Velho.A obra orçada em 300 mil euros, permitiu do-

tar as improvisadas instalações das condições necessárias para melhorar o socorro prestado a cerca de metade da população do concelho que

vive nas freguesias mais distanciadas da sede do município.

A empreitada, financiada por fundo comunitá-rios, incluiu a renovação das alas operacionais e de apoio aos bombeiros e, também, a ampliação da área de parqueamento, agora com capacidade para seis viaturas.

PAMPILHOSA SERRA

Seção melhorada e ampliada

O bispo de Coimbra, D. Virgí-lio Antunes, vai lavar os pés

a 12 bombeiros de corporações da região, na celebração ves-pertina de quinta-feira santa (29 de março), na Sé Nova da-quela cidade, evocando o dra-ma dos incêndios de 2017.

Este ano, a Diocese de Coim-bra considerou “importante ho-menagear e reconhecer o tra-balho dos bombeiros”, depois dos incêndios que fustigaram aquela região do país.

Na celebração vão estar presentes 24 corpora-ções de bombeiros, e destas “vão ser escolhidos 12 bombeiros” das corporações que estiveram no início dos incêndios.

Para o padre Nuno Santos, esta é uma forma “de reconhecimento” do trabalho dos soldados da paz no combate aos incêndios; o facto do bispo “se ajoelhar aos pés daqueles homens significa muito”.

“Os fogos tiveram um impacto muito doloroso na Diocese de Coimbra” e o sentimento de “per-da” tanto das vidas como do lado ecológico ainda está patente naquelas populações, realçou o sa-cerdote.

A celebração do ‘lava-pés’ “não pretende ape-nas recordar os bombeiros” quando existem os flagelos, mas reconhecer que o seu papel “é fun-damental” no dia-a-dia.

COIMBRA

Bombeiros em cerimónia pascal

Cumprindo uma tradição já enraizada, a Asso-ciação Humanitária de Bombeiros Voluntários

Famalicenses, realiza, no dia 18 de março, as ce-rimónias da Comunhão Pascal..

Assim, mais uma vez, a família a “Família Gui-ta” convida Vila Nova de Famalicão a participar no programa festivo que começa com a formatura geral no quartel (8.15h.) e prossegue com o has-tear das banheiras (8.30h.), a eucaristia (9h.). e

a romagem ao monumento do Bombeiro Voluntá-rio, no Parque 1.º de maio (10.15h.). As festivi-dades continuam às 11.15h., com a receção às autoridades e restantes convidados, no quartel Aníbal Alves Oliveira, para a sessão solene que inclui a entrega de condecorações e de divisas a novos bombeiros.

O programa encerra com o almoço convívio no Centro Paroquial de Vila Nova de Famalicão.

FAMALICENSES

Quadra reúne familia “Guita”

Faleceu, no dia 29 de janeiro, num trágico acidente José Antó-nio Eugénio, bombeiro de 2.ª do Quadro de Honra dos Volun-

tários da Amadora.O extinto foi admitido neste corpo de bombeiros a 17 de fe-

vereiro de 1977 e promovido a bombeiro de 3.ª a 11 de setem-bro de 1981, numa cerimónia única que decorreu nos Paços do Concelho da Amadora.

Um trágico acidente com uma carrinha roubou-lhe a vida aos 56 anos de idade, na cidade de Agualva-Cacém.

AMADORA

Voluntários de lutoA Associação Humanitária de Bombeiros Volun-

tários de Estremoz lamenta a perda de Mário Duarte Santos Grades, bombeiro do Quadro de Honra.

Mário Grades faleceu no dia 15 de fevereiro, e repousa, agora, cemitério da Amadora.

Em comunicado, os “os elementos dos órgãos sociais, o comando e todos os Bombeiros de Es-tremoz lamentam esta morte e endereçam as sentidas condolências a todos os seus familiares”.

ESTREMOZ

Bombeiros perdem elemento do QH

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15FEVEREIRO 2018

A Federação de Bombeiros do Distrito de Coimbra elegeu os seus órgãos sociais

para o próximo mandato. A cerimónia de pos-se decorreu recentemente em Soure.

A direção federativa passa a ser assumida

por Fernando Carvalho, que sucede no cargo a António Simões. Acompanham, o novo diri-gente, dois vice-presidentes, Hélder Carvalho e Fernando Gonçalves, o tesoureiro Eurico Fernandes, o secretário Joaquim Carraço e os

vogais, Nuno Pimenta e Acá-cio Monteiro.

A assembleia-geral é presi-dida por João Ramos tendo, como secretários, Ricardo Fernandes e Nuno Luis Osó-rio.

O conselho fiscal é presidi-do por Arménio Silva, acom-panhado de Manuel Claro como secretário e de Paulo Palrilha como relator.

FEDERAÇÕES

Mandato renovado em LisboaA Federação de Bombeiros do Distrito de Lis-

boa elegeu recentemente os órgãos so-ciais para o triénio 2018/2020 que se tradu-ziu, em termos globais, na renovação do man-dato dos anteriores dirigentes.

Na assembleia-geral realizada na Associa-ção Humanitária de Bombeiros Voluntários de Vila Franca de Xira procedeu-se à eleição da única lista candidata. Assim, a mesa da as-sembleia-geral continua a ser presidida por José Bento Marques (Sintra), tendo como vi-ce-presidente, Maria José Guedes (Pontinha), secretário, Eugénio Marques (Odivelas), se-cretário adjunto, Mário Conde (Amadora) e vogal, Jorge Vicente (Linda a Pastora).

A direção continua igualmente a ser presidi-da por António Carvalho (Póvoa de Santa Iria), tendo vices, Pedro Araújo (Parede), An-

tónio Gualdino (Belas), Manuel Varela (Cane-ças) e Rodolfo Batista (Alenquer), como vo-gais, Carlos Fernandes (Vila Franca de Xira), João Ribeiro (Campo de Ourique), Mário Rui Pina (Sacavém) e Rui Máximo Santos (Buce-las) e, ainda, vogal suplente, António Loureiro (Alcoentre).

O conselho fiscal é presidido por Simenta Mordido (Moscavide e Portela), acompanhado do vice, Pedro Lima (Sobral de Monte Agraço), do secretário, Pedro Ernesto (S. Pedro de Sin-tra), do relator, Miguel Oliveira (Malveira) e do vogal Alberto Fernandes (Alverca).

Como conselheiros nacionais da LBP foram sufragados, Moreira Vicente (Odivelas) e Pe-dro Araújo (Parede) e também escolhido Car-los Pereira (Lourinhã) para o Conselho Nacio-nal Operacional da LBP.

Coimbra tem novo presidente

A sessão de trabalho realizada na sede da Auto-ridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) para

assinalar o Dia da Proteção Civil incluiu a apre-sentação do Manual de Promoção de Estilos de Vida Saudáveis nos Bombeiros. Este foi elabora-do, em conjunto, por técnicos da ANPC e da Dire-ção - Geral da Saúde, com a colaboração da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) e da Escola Na-cional de Bombeiros (ENB).

A apresentação decorreu na presença do presi-dente da ANPC, tenente general Carlos Mourato Nunes, da diretora-geral de Saúde, Graça Freitas, e de representantes de todos os parceiros da pro-teção civil e entidades associadas.

Na oportunidade, o presidente da ANPC enalte-ceu o papel de todos os parceiros, com particular

ênfase para os bombeiros e para quem defendeu a necessidade de criação de mais equipa de inter-venção permanente (EIP) e a garantia de recur-sos financeiros que lhes permitam satisfazer a sua missão.

Durante a mesma sessão foi também apresen-tado o Prémio de Mérito Académico, criado pelo Instituto de Direito e Segurança, da Universidade Nova de Lisboa, e pela ANPC. A esse propósito, o presidente do Instituto, professor doutor Bacelar Gouveia, lembrou o interesse que a temática da segurança e da proteção civil tem gerado no meio académico, e que este prémio pretende acompa-nhar, e realçou também a importância da pós--graduação em proteção civil realizada na Facul-dade de Direito da Nova com o apoio da LBP.

DIA DA PROTEÇÃO CIVIL

Apresentado manual de apoio aos bombeiros

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16 FEVEREIRO 2018

No território nacional, ser-vido 435 corpos de bom-beiros voluntários, ape-

nas em Anadia, Crestuma, Sal-vaterra de Magos e Vila Nova de Milfontes os comandos são assumidos por mulheres. Da mesma forma, dos quase 30300 operacionais ao serviço do socorro no nosso Pais, elas são pouco mais que 6300, ain-da que, assinale-se, o efetivo feminino tenha vindo a crescer. A rotatividade nas estruturas de comandos, por circunstân-cias várias, é uma realidade que mexe também com as mu-lheres que - já foram mais, mas também já foram menos - neste momento são apenas 31, um contingente pequeno com-parado com o masculino que integra mais 1118 comandan-tes, 2.º comandantes e adjun-tos de comando.

Os números não surpreen-dem Maria João Guerreiro e Lurdes Fonseca que conhecem bem este universo que é afinal o seu, até porque desde muito jovens cumprem a missão de proteger e socorrer as popula-ções. Embora acreditem que, no futuro, seja possível esbater as discrepâncias, preferem sa-lientar que nunca sentiram qualquer tipo de descrimina-ção, nem enquanto elementos do corpo ativo, nem mesmo como comandante, embora Maria João Guerreiro, desaba-fe:

“A verdade é que neste meio temos que provar todos os dias que mereceremos estar onde estamos”, sustentando que o escrutínio é maior, tanto inter-namente como fora do quartel, “sobretudo em meios mais pe-quenos, onde todos se conhe-cem”.

Lurdes Fonseca tem uma vi-são diferente, fez-se bombeira nos Municipais de Coruche, su-

biu na carreira a pulso, alcan-çou o posto oficial-bombeiro, e garante que no seu quartel nunca sentiu qualquer descri-minação, nem mesmo positiva, foi como adjunta do Comando Distrital de Operações de So-corro (CDOS) de Santarém, que ganhou imunidade aos olhares desconfiados e ao ceti-cismo masculino.

Há oito anos quando deixou os Municipais de Coruche, onde era voluntária, para integrar a estrutura da Autoridade Nacio-nal da Proteção Civil (ANPC), enfrentou uma prova de fogo, conforme releva:

“Era tudo novidade eu fui o primeiro adjunto distrital, mu-lher e… Sim, de início, senti di-ferenciação por parte de alguns comandantes”, reconhece, afir-

COMADO NO FEMININO

“Temos que provar todos os dias que mereceremos estar onde estamos”Em Portugal são apenas quatro as mulheres

à frente de estruturas de comando de corpos de bombeiros, entre elas Lurdes

Fonseca e Maria João Guerreiro, duas operacionais de garra, com muita tarimba

operacional, mas que tomam este como um dos grandes desafios das suas vidas.

Em Salvaterra de Magos e Vila Nova de Milfontes são elas que ditam regras, nada

que diferencie ou tipifique atuações, antes uma particularidade ou uma curiosidade

porque, em pleno século XXI, é ainda reduzido o número de mulheres nos

quartéis e muito menor ainda o das que ocupam postos de liderança.

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

mando, no entanto, que essa foi uma situação que ultrapas-sou impondo-se, mostrando porque estava ali, justiçando a sua nomeação no terreno, nos vários teatros de operações. Além do mais, faz questão de referir, que contou sempre com o apoio e a experiência do co-mandante Chambel, funda-mentais para que cumprisse esta missão com reconhecido êxito.

Assim sendo, acredita que está preparada para enfrentar este novo desafio no quartel de Salvaterra de Magos. Conta que quando recebeu o convite da direção da Associação Hu-manitária dos Bombeiros Vo-

luntários de Salvaterra de Ma-gos ponderou, consultou a fa-mília, pediu conselhos ao co-mandante dos Bombeiros de Coruche e seu irmão, Luís Fon-seca, e acabou por aceitar mais esta missão ao serviço de uma causa que abraçou aos 17 anos, quando “obrigou” o então comandante dos municipais de Coruche, António Moreira, a “abrir a recruta às mulheres”.

A comandante – a primeira mulher no distrito de Santarém - tomou posse há pouco mais de um mês e já encetou uma verdadeira revolução no quar-tel. As obras de requalificação das instalações, para que seja possível dar melhores condi-

ções aos operacionais, são a face mais visível de uma inter-venção de fundo, que se impõe depois de tempos difíceis e que deixaram marcas nas mulheres e homens que integram o efeti-vo.

Projetos e ideias não faltam à recém-empossada, que se afirma determinada a abrir a instituição ao exterior e em fo-mentar a cooperação com as empresas da região, conse-guindo dessa forma os recursos que permitam o investimento em viaturas e equipamentos, mas, também, na valorização, formação e preparação, dos cerca de 30 operacionais que

servem este concelho do Riba-tejo.

Lurdes Fonseca é uma “força da natureza”, que o diga Antó-nio Malheiro, o presidente da direção da Associação Humani-tária de Bombeiros de Salva-terra de Magos, que, no último mês, não tem parado, para conseguir dar resposta às soli-citações da nova responsável operacional. Depois de “anos de estagnação”, o dirigente acompanha, obviamente, com particular entusiasmo, o ímpe-to reformista da comandante.

“Sinto que tenho uma gui-lhotina em cima da minha ca-beça… Sei que isto, pode correr mal”, revela Lurdes Fonseca, considerando ainda assim que “esta, também, pode ser uma experiência pessoal e profissio-nal muito boa”, é a isso que se agarra, com noção plena que as “dificuldades são inevitá-veis”.

“Os galões nunca foram um objetivo, mas tenho uma car-reira, tenho competências e sentido responsabilidade e esta pode ser mesmo uma oportu-nidade para mostrar trabalho, para criar um corpo de bombei-ros à minha imagem: funcional e operacional”, sustenta, acre-ditando que as experiências operacional, profissional e aca-démicas, podem ser “uma mais-valia” para garantir a es-tabilidade e serenar ânimos, questões, aliás, fundamentais para garantir o desenvolvimen-to desta instituição com mais de 80 anos de história.

Aos 41 anos, casada e com dois filhos ainda pequenos, Lurdes Fonseca é apoiada nes-ta “aventura” pelo marido, pais e pelos oito irmãos, que ao lon-go dos anos têm sido um su-

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17FEVEREIRO 2018

COMADO NO FEMININO

“Temos que provar todos os dias que mereceremos estar onde estamos”

porte fundamental para a irre-verente bombeira.

Registe-se que a comandante dos Voluntários de Salvaterra de Magos começou os estudos de informática na Escola Profis-sional de Santarém, é licencia-da em Informática de Gestão e em Engenharia da Proteção Ci-vil, e conta ainda no currículo académico com uma pós-gra-duação em Segurança Contra--Incêndios. Durante anos conci-liou os estudos com um estágio no quartel, depois com a recru-ta e mais tarde com serviço vo-luntário que prestava no corpo de bombeiros. Lecionou em vá-rias unidades de ensino, cola-borou com o serviço municipal de proteção civil de Coruche na promoção da cultura de segu-rança nas escolas do concelho, trabalhou em projetos e medi-das de autoproteção.

“Não posso estar parada”, faz questão de esclarecer.

Questionada sobre a existên-cia de um comando no femini-no ou de elementos diferencia-dores entre homens e mulhe-res nestas funções, a nossa in-terlocutora revela apenas “manias” de arrumação, de or-dem, de limpeza, rigor, brio e atavio, o que, assinala sorrin-do, “não são um exclusivo das mulheres”.

Igualmente expansiva, tam-bém bombeira de corpo e alma, Maria João Guerreiro, exibe com enorme orgulho, nas divi-sas de comandante nos Volun-tários de Vila Nova de Milfon-tes, que ostenta há já quase quatro anos.

Garante que tinha como úni-cas metas traçadas na carreira de bombeiro “alcançar o posto de chefe e ter o curso de Tripu-lante de Ambulância de Socor-

ro” e foi exatamente quando se encontrava na Escola Nacional de Bombeiros dedicada a essa formação, que o inesperado convite da direção chegou.

Conta que pensou muito, que analisou os prós e os con-tras com a filha e que só depois aceitou a proposta dos dirigen-tes do mais jovens corpo de bombeiros do País, que durante vários anos, foi seção destaca-da dos Voluntários de Odemira e só 2007 ganhou autonomia.

Volta ao passado e diz-nos que ingressou nos Bombeiros de Odemira em 2003, levada por um amigo, mas que desde pequena sentia “aquela vonta-de de socorrer as pessoas”.

Da carreira de bombeiro re-corda, sobretudo. as pessoas as que socorreu, mas também quem lhe permitiu estar hoje do topo da estrutura, nomea-damente, o comandante Nazá-rio, mas também com o adjun-to António Oliveira.

“Com o comandante Nazário aprendi quase tudo da carreira de bombeiro. Foi e é um amigo, uma grande e boa influência, que ainda tem muito para dar e para ensinar e está sempre dis-ponível para ajudar”, destaca recordando ainda com gratidão o adjunto Luís Oliveira, tam-bém dos Voluntários de Odemi-ra e as suas “as exigências” que acabaram por nortear a co-

mandante em matérias como a postura ou o fardamento dos operacionais, fundamentais para a boa imagem da institui-ção.

Neste processo nem tudo foi fácil, a comandante não escon-de que “nem todos” aceitaram bem a nomeação, salientando, contudo, que nunca sentiu qualquer entrave do corpo ati-vo. Fugindo às questiúnculas do passado que importa, ago-ra, relativizar, a nossa interlo-cutora reconhece, ainda assim, às mulher com funções com al-guma exposição pública, “pelo menos nestes meios”, impõe toda a discrição.

“Todos nos conhecem, por

isso temos que pensar muito bem no que fazemos e no que dizemos. Deixei de fazer algu-mas coisas, não que fossem er-radas, mas porque percebi que era importante preservar a mi-nha imagem”, explica Maria João Guerreiro.

A comandante fala de uma missão exigente que lhe ocupa “26 ou 28 horas por dia” e, ape-sar da ironia, não deixa de la-mentar a falta de tempo para os amigos e para a família, só com-pensada pela paixão à causa e às coisas dos bombeiros.

“Tenho o tempo todo ocupa-do, mas isto dá-me vida, preciso desta adrenalina”, enfatiza.

Embora não entre em discus-

sões de género ou análises se-xistas, acaba por reconhecer “muitas preocupações com os moços” e até confessa que quando tem operacionais fora, nomeadamente no combate a incêndios, “liga muitas vezes” para se certificar “se estão bem, se comeram, se beberam”.

“Reconheço que sou um pou-co chata, chego e ligar 10 vezes quando vão para Lisboa, ou para formações fora, mas as preocupações duplicam nos in-cêndios”, conta quem se assu-me como “mãe galinha”.

A única comandante no distri-to de Beja, considera que foi bem recebida no meio, e garan-te nunca ter sentido qualquer tipo descriminação por ser mu-lher, antes pelo contrário, sen-tiu-se sempre integrada e apoiada recordando que logo após ter tomado posse, “ainda com tão pouca experiência”, foi confrontada com dois graves in-cêndios no concelho de Odemi-ra, provas de fogo que superou em equipa e que acabaram por confirmar uma vocação.

“Acho que nasci para ser bombeira”, conclui avançando que o compromisso assumido, com a direção, as populações da Vila Nova de Milfontes e com os 37 operacionais, será para levar até ao fim.

Ao 38 anos Maria João Guer-reiro assume-se como uma mu-lher realizada, de bem com a vida, com o grata e rara satisfa-ção de poder fazer o que real-mente gosta.

Lurdes Fonseca e Maria João Guerreiro são pois o exemplo da superação que permite arra-sar os estereótipos e as teorias que durante décadas, séculos até, serviram para afastar as mulheres dos quartéis.

Page 18: Jornal "Bombeiros de Portugal" – Edição 363 – dezembro 2016

18 FEVEREIRO 2018

2006

O Prémio Bombeiro de Mérito de 2006 foi dividido entre elementos dos Bom-beiros Voluntários da Ericei-ra e de Soure.

No primeiro caso, a distin-guida foi a então bombeira de 2.ª Fátima Antunes. Mas esta sublinhou sempre que partilhava a distinção com os restantes 19 elementos que a acompanharam no so-corro.

Na praia de Ribeira de Ilhas, no fundo de uma ravi-na batida pelo mar uma jo-vem permanecia encarcera-da dentro de uma viatura que se havia precipitado após uma queda de 30 metros. A viatura permanecia entre as rochas e cada vez mais sujeita à ação das vagas dado que a maré estava a subir. Fei-to o pedido de socorro aos Voluntários da Ericeira estes desloca-ram-se para o local e verificaram que na viatura permanecia uma jovem sinistrada. Então, a bombeira Fátima Antunes, enquanto os colegas cuidavam de tentar estabilizar a viatura sinistrada, intro-duziu-se nela para assistir a jovem. A situação vivida tornava-se mais difícil dado que havia momentos em que a própria bombeira ficava submersa pelas ondas. O conhecimento, o esforço conjunto e a coragem e determinação da própria permitiram que o resgate e salvamento viessem a ser coroados de êxito.

O bombeiro de 1.ª António Serrano, dos Voluntários de Soure, foi o outro distinguido. Neste caso, António Serrano, depois de dei-xar o filho na paragem do autocarro deslocou-se para o quartel. Então, foi alertado pelo próprio filho para o facto do autocarro em que se deslocava com 51 colegas de escola e dois adultos ter sido arrastado por uma enxurrada, associada às muitas inundações que os bombeiros, entretanto, tinham já sido chamados. António Ser-rano fez parte da equipa escolhida para socorrer os passageiros do autocarro rodeado por água e com corrente forte. E, não obstante saber de antemão que o seu filho era também um deles levou o sentido do dever ao limite de, apesar da situação envolver enormes riscos, deixar para o fim precisamente o resgate do filho depois de retirar a maior parte dos restantes jovens do interior do autocarro.

2007

O Prémio de 2007 foi atri-buído ao “Tubarão”, um bombeiro dos Voluntários de Cascais, bombeiro e então também pescador Eduardo José do Nascimento Cândido Soares. Aliás, membro de uma família de pescadores que dotou os bombeiros com três voluntários, dois deles já falecidos, o subchefe Fir-mino Soares e o bombeiro Fernando Soares (Nana) também distinguido pelo Instituto de Socorros a Náu-fragos por um salvamento ocorrido em 1982.

Eram 23h30 de 18 de maio de 2007 quando os Bombeiros Volun-tários de Cascais receberam um pedido de socorro para um veleiro

de dez metros encalhado junto ao Cabo Raso. Cabo que ao longo da história local e dos próprios bombeiros se tornou infelizmente co-nhecido por ali terem ocorrido muitos acidentes marítimos que, mais uma vez, puseram à prova as capacidades e a coragem dos bombeiros. Este foi mais um que, coincidência, iria ter como prota-gonistas do socorro prestado, precisamente, dois bombeiros e pes-cadores, Eduardo Soares e o chefe Firmino Soares seu irmão, já falecido, e um grupo de mais bombeiros.

O mar estava muito agitado, fazendo jus, aliás, àquele zona do litoral oceânico. “A Polícia Marítima queria esperar pelo helicóptero, mas o barco estava a ser castigado pelas ondas, não dava para esperar, teve de ser naquele momento” explica o Eduardo Soares.

A embarcação apesar de encalhada mantinha-se instável sujeita à mobilidade ditada pelas vagas e a ameaçar colapso, com duas náufragas a bordo.

O “Tubarão” tomou então a dianteira de um cordão humano for-mado pelos restantes bombeiros. Apesar do risco que corria, fosse por uma possível queda nas rochas onde tentava progredir, fosse pela agressividade do mar que ameaçava tragá-lo, o bombeiro conseguiu alcançar a embarcação e criar condições para o resgate que se realizou de imediato. Poucos minutos após essa operação a embarcação foi despedaçada pelo mar.

2008

O Prémio de 2008 foi atri-buído a quatro bombeiros dos Voluntários de Castro Daire, então chamados como “os admiráveis ho-mens das neves”.

O adjunto de comando Fernando Albuquerque, o bombeiro de 1ª Carlos Al-meida, o bombeiro de 2.ª Márcio Ferreira e o bombeiro de 3ª Bruno Esteves resga-taram, em circunstâncias muito difíceis de muito frio e visibilidade nula, duas pes-soas que se encontravam isoladas pela neve na serra de Montemuro.

O resgate ocorreu em 30 de novembro de 2008 após pedido de socorro lançado por dois seguranças do parque eólico da Carvalho-sa, Montemuro, que se encontravam isolados por fortes nevões.

Apesar do desgaste físico resultante de uma longa caminhada e da exposição prolongada ao frio, os quatro bombeiros conseguiram resgatar os dois seguranças, Eduardo Pereira e José Alves.

Foram tentadas várias soluções para prestar socorro aos dois homens. “O contacto era por telemóvel mas lá em cima apanha-se pouca rede e foi complicado”, explicou um dos elementos da equi-pa. Quer o recurso ao helicóptero, tentado duas vezes e abandona-do por falta de teto, quer o recurso a máquinas, nomeadamente a mota de neve dos Voluntários de Seia tornou-se impossível.

Houve então que decidir avançar com meios e, acima de tudo, muita coragem. Os quatro bombeiros tiveram que percorrer 8 qui-lómetros até ao contentor onde permaneciam os dois seguranças.

Em certos pontos do percurso a neve chegou ao peito dos bom-beiros. A visibilidade manteve-se também praticamente nula e o frio a oscilar entre os 3 e 5 graus negativos. A dificultar também a operação apeada esteve a queda permanente de neve o anoitecer que avançava a passos largos.

Três horas depois do início da operação a equipa de socorro es-tava de regresso com os dois homens socorridos e com o apoio dos colegas de Seia procedeu ao resgate mais célere.

2009

O Prémio de 2009 distin-guiu um bombeiro açoriano, Bruno Espínola, dos Bombei-ros Voluntários de Praia da Vitória, Terceira.

Em 9 de março de 2009 os Bombeiros Voluntários de Praia da Vitória e de Angra do Heroísmo combatiam um in-cêndio que tinha deflagrado num navio atracado em Praia da Vitória. Desconhecia-se o paradeiro de duas pessoas, razão pela qual os bombeiros iniciaram uma ação de busca.

No final, salvaram do po-rão do navio em chamas os dois tripulantes que se encontravam desaparecidos.

A busca foi desenvolvida pela equipa dos Voluntários de Praia da Vitória constituída pelo subchefe Gilberto Martins e pelos bombeiros de 1.ª Bruno Espínola e Marco Cândido. Essa operação implicou a descida ao interior do navio em chamas por uma conduta de refrige-ração até ao porão, a cargo do Bruno Espínola, com recurso a uma escada de corda improvisadamente reforçada por um cabo.

Os outros dois elementos da equipa mantiveram-se em apoio po-sicionados num compartimento adjacente ao incêndio e envoltos em fumo intenso.

Bruno Espínola, depois de encontrar os dois desaparecidos condu-ziu-os para a conduta de refrigeração através da qual foram içados do porão. Receberam então o apoio dos restantes elementos da equipa e finalmente atingiram o ar livre.

Os resgatados foram imediatamente assistidos e conduzidos pelos bombeiros para o centro de saúde local.

2010

Um bombeiro voluntário de Freamunde foi o contemplado com o Prémio de 2010. Maximino Pacheco salvou Maria Fer-nanda Neto, de 83 anos, do interior da sua habitação to-mada pelas chamas em 20 de outubro de 2010.

A idosa encontrava-se cer-cada pelas chamas quando o bombeiro a resgatou do inte-rior da casa. Para a proteger Maximino cobriu-a com o seu equipamento de proteção e, inclusive, com o seu capace-te.

Depois de efetuar o resga-te e acompanhar a idosa à ambulância de socorro o bombeiro, apesar de ferido, voltou ao teatro de operações e prosse-guiu o combate às chamas na companhia dos seus companheiros.

Maria Fernanda Neto encontrava-se no primeiro piso da sua habi-tação quando surgiu o incêndio e de onde já conseguiu sair por si própria mas apenas graça à determinação e coragem do Maximino Pacheco e dos companheiros que o acompanhavam.

Instado a comentar o ato que tinha protagonizado, Maximino su-blinhou apenas o “sentimento do dever cumprido” e a vontade de partilhar com os restantes membros da equipa daquele dia o mérito da intervenção.

Maximino Pacheco reconhece que voltaria a fazer tudo o que fez naquela noite caso venha a ser necessário.

BOMBEIRO

Rostos e históriasCom aproximação da data para encerramento das candidaturas ao Prémio Bombeiro de Mérito de 2017 (ver página 32), faz sentido relembrar os rostos e as histórias dos operacionais que, nos últimos dez anos, viram a sua carreia premiada com este simbólico galardão.Mulheres e homens que pelos seus feitos, pela coragem,

mas sobretudo pela entrega à causa arriscaram a vida para salvar a de um desconhecido, que ainda assim recusam o epíteto de herói, mas que, também por isso, merecem ser conhecidos e reconhecidos pela missão impar que prestam à nação lusa, ao serviço dos bombeiros de Portugal, prestam ao Pa

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MAIO DE 2007 EDIÇÃO: 248 ANO: XXV 1,25 € DIRECTOR: RUI RAMA DA

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INEMMais 160 para o SIV

Évora e Leiria fazem balançoPáginas 6 e 7

CTIF reuniu em PortugalPágina 17

A atitude assumida pelos GIPS da GNR nas apresentações distritais do dispositivo de fogos orestais foi uma clara desconside-ração aos bombeiros, que está suscitar uma onda de indignação.

À hora do fecho desta edição, desconhece-se ainda a posição da tutela, o MAI, sobre o procedimento dos GIPS da GNR. Estes, ignoraram sistematicamente que a formatura de que faziam parte, por indicação do MAI, era comandada por um 2.º comandante distrital (CODIS).

Se foi assim num simples acto protocolar, como vai ser no teatro de operações?

Página 15

Dá licença, Sr. Ministro?

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Páginas 18 e 19

Ericeira – Fátima Antunes

Soure – António Serrano

José Manuel Lourenço Baptista, vice-presidente do CTIF

“Questiono se não temos tentado andar mais depressa do que as nossas possibilidades”

Heróis dividem prémio com as

equipasPáginas 12 e 13

PRÉMIO BOMBEIRO

DE MÉRITO 2006

Página 24

Liga aguarda resposta sobre combustíveis

“RECADOS” AO MAI

Bombeirosnão aceitam

mais adiamentos Página 5

“LIGA” DE FUTEBOL DOS BOMBEIROS

Finalno dia 17

em PalmelaPágina 22

APRESENTAÇÃO DO DFCI 2008

“Dá licençasenhor ministro?”

Página 7

SÓ FALTA MARCAR REUNIÃO

Ministra da Saúde disponível

Página 23

Casa cheiapor boa causa

1.ª CORRIDA DE TOUROS DA LBP

INCÊNDIOS FLORESTAIS

Alterações climáticasnão são o único factor

Página 9

Página 6

“Tubarão” de Cascaisganha prémio Página 32

JOSÉ MIGUEL MEDEIROS, SECRETÁRIO DE ESTADO DA PROTECÇÃO CIVIL

“Não me deixoparalisar

pelo diálogo”Páginas 24 e 25

M A I O D E 2 0 0 8 EDIÇÃO: 260 ANO: XXV 1,25 € DIRECTOR: RUI RAMA DA SILVA

BOMBEIRO DE MÉRITO 2007

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M A I O D E 2 0 0 9 EDIÇÃO: 272 ANO: XXV 1,25 € DIRECTOR: RUI RAMA DA SILVA

ECINS

Menos60

no DispositivoPág. 6

GIPS/GNR

Protótipofalhou

aniversárioPág. 12

LIGABOMBEIROS

Aveiroe Setúbal

na nal Pág. 32

GRIPE A

Bombeirosna lista

prioritáriaPág. 13

valida plano sísmico

Pág. 18 e 19

Voluntários de Castro Daire

“ Os admiráveis homens das neves”Pág. 16 e 17

Luís Bartolomeu Afonso Palma

Liga distinguedirigente federativo

Pág. 14 e 15

2008

PRÉMIO

Bombeiro Mérito

Voluntários de Castro Daire

“ Os admiráveis homens das neves”

Luís Bartolomeu Afonso Palma

Liga distinguedirigente federativo

PrémioBombeiro de Mérito 2009PrémioBombeiro de Mérito 2009

Prémio entregueem parada nosJerónimos a 30

de Maio

Prémio entregueem parada nosJerónimos a 30

de Maio

Bruno Espínola,Bombeiros Voluntários Praia da Vitória

“Se fosse hoje voltava a fazer o mesmo”“Se fosse hoje voltava a fazer o mesmo” Pág. 13

O bombeiro que falou com o Papa Bento XVI

A fé move montanhas e a solidariedade acompanhaA fé move montanhas e a solidariedade acompanhaPág. 16 e 17

Liga assumeSecretariadoPermanente

Pág. 4

Liga assumeSecretariadoPermanente

LBP lamenta não ter sido ouvidaDECIF 2010DECIF 2010

Pág. 5

Auto-Escadas - Manutenção suscita preocupação Pág. 5

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Bruno Espínola,Bombeiros Voluntários Praia da Vitória

Inovbombeiros II Balanço da iniciativaTudo a postos!Tudo a postos!

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OvarOvar

Transporte de doentes

FinalmentePágs. 4 e 5

Transporte de doentes

Finalmente

Págs. 7, 8 e 9

NA PRÓXIMA EDIÇÃO

Bombeiro de mérito 2010

Voluntário de Freamundeé o vencedor

Pág. 11

Menção Honrosa

ComandanteÁlvaro Ribeiro

PresidenteDomingos Tomé

DECIF – Comandos regionais

Page 19: Jornal "Bombeiros de Portugal" – Edição 363 – dezembro 2016

19FEVEREIRO 2018

DE MÉRITO

que merecem distinção2011

João Horta, dos Bom-beiros Municipais de Tavi-ra, foi distinguido com o Prémio de 2011 pela ab-negação e demonstração de competências técnicas que permitiram, em con-dições muito adversas, salvar vidas na Praia da Terra Estreita.

João Horta encontra-va-se de folga e tinha ido à praia para uma ca-minhada quando dete-tou um banhista que se encontrava para lá da zona da rebentação. Prosseguiu a caminhada acompanhando aquela situação quando se apercebeu do perigo que o banhista estava a correr ao mesmo tempo que era alertado para o facto de uma mulher se encontrar no mar também em aflição.

João Horta alertou a central de comunicações do seu corpo de bombeiros para as duas situações. Foi então informado de que ou-tro acidente também grave impedia a deslocação imediata dos meios necessários para a situação que estava a presenciar. Perante isso, de imediato, lançou-se à água e conseguiu resgatar a mulher. Esta informou-o entretanto sobre o outro banhista em perigo. An-tes de o tentar alcançar João Horta contactou o centro de orienta-ção de doentes urgentes (CODU) do Instituto Nacional de Emer-gência Médica (INEM) e o concessionário da Praia do Barril, contí-gua ao areal onde se encontrava para mobilizar a intervenção da mota de água ali existente.

Sem tardar lançou-se novamente à àgua, agora na companhia de outro elemento do grupo de que os banhistas em perigo faziam parte e conseguiu concretizar o salvamento.

Um pequeno trator da concessão balnear da Ilha de Tavira che-gou ao areal da Terra Estreita, permitindo o transporte do banhista em estado crítico para o cais, onde era aguardado por uma embar-cação com uma equipa médica a bordo que o transportou depois para o hospital.

2012

Idálio Simão, agente da Polícia de Segurança Pública e bombeiro de 2ª dos Voluntários de Cas-cais foi distinguido com o Prémio de 2012. A ele ficaram associados vá-rios agentes da PSP que, por proposta dos Bom-beiros Voluntários de Cascais, foram também distinguidos pela Liga dos Bombeiros Portu-gueses.

A ação concertada de todos os envolvidos, bombeiros e agentes da PSP, permitiu resgatar, com risco da própria vida, uma mulher que se prepararia para se lançar do cimo de um edifício com 10 andares, no Bairro do Ro-sário, em Cascais.

Para evitar a concretização dessa vontade houve que desenvol-ver um longo período de diálogo procurando dissuadir a mulher dos seus intentos. Simultaneamente os bombeiros foram-se preparan-do para proceder ao resgate. Nesse sentido, Idálio Simão amarrou um cabo à cintura e socorrendo-se da força dos bombeiros e polí-cias presentes saltou para o telhado. Ali chegado, à beira do preci-pício, segurando uma das mãos da vítima que se encontrava presa pelo tronco num íngreme e escorregadio parapeito conseguiu res-gatá-la para local seguro.

Nessa operação o bombeiro Idálio Simão ainda acabou por cair dentro da piscina existente no topo do edifício que o negrume da noite e a intempérie tinham ajudado a dissimular.

2013

O Prémio relativo a 2013 foi atribuído a uma dupla de bombeiros dos Voluntários de Barceli-nhos.

Em 7 de julho desse ano, os bombeiros Fer-nando Oliveira e Carla Neto protagonizaram o resgate de uma idosa do rio Cávado. Emocionados com a atribuição do pré-mio os dois bombeiros dedicaram-no aos oito bombeiros falecidos no combate a incêndios flo-restais desse ano.

A idosa saltou da Ponte Nova de Barcelos para o Cávado de uma altura de 24 metros. Os Bombeiros de Barcelinhos, então sediados nas proximidades da pon-te foram de imediato alertados para o sucedido e bem conhecedores do comportamento do rio desencadearam logo uma estratégia para evitar que a vítima fosse arrastada pela corrente para um açude pró-ximo.

Fernando e Carla acompanharam a situação numa ambulância até ao local onde seria possível o acesso ao rio. Ali, por trilhos sinuosos conseguiram alcançar a margem do rio. Fernando, que noutras oca-siões já tinha protagonizado ações semelhantes, lançou-se à água e a Carla ficou no local a apoiar com um cabo. Assim, conseguiram com êxito devolver a vida a quem parecia ter desistido de viver.

O feito dos dois bombeiros espalhou-se rapidamente, quer entre os bombeiros e dirigentes da Associação, quer na própria cidade de Barcelos.

2014

Com pouco mais de um ano de bombeiro Pe-dro Pimenta, então com 21 anos, ganhou estatuto de herói ao resgatar dois outros bombeiros do in-terior de uma habitação em chamas.

Pedro, dos Famalicen-ses, resgatou um colega da sua Associação e ou-tro da congénere local dos Voluntários de Fama-licão.

Os bombeiros tinham sido chamados a comba-ter um incêndio de uma habitação de um 3.º an-dar da Rua Senhora da Agonia no centro de Famalicão.

Paulo Couto liderou a primeira equipa a entrar no apartamento assumindo a ação de reconhecimento na dianteira do grupo de que também faziam parte Hélder Pereira e Pedro, a quem caberia o contacto com exterior. A operação decorria em condições extre-mas, com muito fumo, sem visibilidade e calor intenso. Quando pretendiam abandonar uma das divisões visitadas, inadvertida-mente, a porta de acesso fechou-se deixando o Paulo e o Helder encurralados.

Pedro, ao aperceber-se do sucedido atuou de imediato segundo as regras estabelecidas e conseguiu localizar em primeiro lugar o Paulo que resgatou para o exterior da habitação. De seguida, vol-tou ao local para resgatar o Hélder.

A eficácia e prontidão da intervenção não evitaram algumas se-quelas aos três bombeiros, com ferimentos ligeiros no Pedro e no Paulo e ferimentos mais graves no Hélder.

No final, a par do caráter heroico do Pedro Pimenta, ficou tam-bém evidenciada a boa preparação e treino dos intervenientes para este tipo de situações extremas.

2015

O Prémio relativo a 2015 foi mais uma vez para os Açores (2009), desta feita para um chefe dos Bombeiros Voluntá-rios da Ribeira Grande, Raulino Ventura.

Tudo se passou em 2 de julho de 2015. Nessa data, o bombeiro prota-gonizou nas águas revol-tas da Praia de Santa, em Rabo de Peixe, S. Miguel, uma arriscada operação de resgate de um banhis-ta checo que se havia ati-rado ao mar e permane-cia agarrado a um maciço rochoso com sinais evi-dentes de desorientação, cansaço e pânico.

Alertados os Voluntários da Ribeira Grande, o chefe Raulino, acompanhado da bombeira Carla Araújo, deslocou-se para o local numa ambulância e com uma boia salva vidas circular com retini-da, ou seja, com um cabo de 20 metros acoplado.

Sem quaisquer outros meios de socorro marítimo, nomeada-mente sem a embarcação de socorro disponível, o chefe Raulino despiu a farda que envergava e fez-se ao mar. A celeridade da in-tervenção era determinante. O náufrago encontrava-se no limite da resistência, o mar continuava a fustigá-lo violentamente e ad-mitia-se a hipótese de ser cuspido da rocha onde se encontrava.

O chefe Raulino andou até ao local e, resgatando o banhista agarrado à boia transportou-o para a praia onde lhe prestou os primeiros socorros.

Neste caso, a coragem sobrepôs-se claramente à falta de meios disponíveis e o chefe Raulino Ventura escreveu mais uma página da sua vida de bombeiro, de 33 anos de atividade, e da história dos bombeiros açorianos e portugueses.

2016

O Prémio de 2016 foi atribuído ex aequo à bombeira dos Voluntários dos Carvalhos, Dulce Lei-tão, e ao bombeiro dos Voluntários de Almada, Paulo Oliveira.

A primeira, foi atrope-lada em plena A4, à noi-te, em 22 de agosto des-se ano, quando prestava assistência às vítimas de um acidente de viação com várias viaturas e fe-ridos perto do nó de Pare-des.

Um grupo de bombei-ros dos Voluntários dos Carvalhos deslocava-se para Marco de Canavezes para render ou-tros elementos que se encontravam naquela região no combate a incêndios florestais quando deparou com o acidente grave. Pronta-mente intervieram na prestação do socorro em plena noite, assina-lando desde logo o local e iniciando a assistência às vítimas.

Dulce Leitão, no entanto acabou por ser atropelada por uma das viaturas que passava quando prestava assistência a um menino de 12 anos. Apercebendo-se do atropelamento eminente da vítima, a bombeira protegeu o jovem e com este gesto acabou por sofrer o embate maior com fraturas múltiplas na perna esquerda que vieram a exigir várias intervenções cirúrgicas.

O subchefe Paulo Oliveira, dos Voluntários de Almada, em 5 de outubro de 2015 resgatou uma criança de dois anos de idade, a Maria Inês, que havia ficado com um braço entalado entre a parede e um elevador. Este estava imobilizado a seis pisos de altura, no Pragal, Almada, e obrigou o Paulo Oliveira a realizar o resgate pelo poço do elevador em condições muito arriscadas, com o apoio da restante equipa, o chefe Carlos Parada e os bombeiros David Mar-ques, Elson Rodrigues, Hugo Santos e Marco Isidro.

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INEM DECIFLiga não aceita contraproposta arrancou com 33 mil ha. ardidos

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2000/2011 – Morreram 67 bombeiros em serviço

Prémio Bombeiro de Mérito 2012

João Hortafoi o escolhido

TRANSPORTE DE DOENTES

CABECEIRENSESCABECEIRENSES

ABANDONAR OU VIA ALTERNATIVAABANDONAR OU VIA ALTERNATIVA

Uma família ativaUma família ativa

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TAXISTAS CONTRA BOMBEIROSTAXISTAS CONTRA BOMBEIROS

BOMBEIRO DE MÉRITOBOMBEIRO DE MÉRITO

VIEIRA DO MINHO CACILHAS

ALCOBAÇA

PINHAL NOVO

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DIREÇÃO NACIONAL DE BOMBEIROS PERDE PODER

125 ANOS A SOCORRER

SOLUÇÃO TARDA

REQUALIFICAÇÃO CONCRETIZADA

UM SÉCULO DE SOCORRO

IDÁLIO SIMÃODOS B. V. CASCAIS

NO MAR

!Páginas 8 e 9

IDÁLIO SIMÃODOS B. V. CASCAIS

Páginas 16 e 17

125 ANOS A SOCORRER

SOLUÇÃO TARDA

REQUALIFICAÇÃO CONCRETIZADA

2012

M a i o d e 2 0 1 4 edição: 332 ano: XXXi 1,25€ director: rui raMa da Silva

Páginas 24 e 25 Páginas 8 e 9 Página 14

Página 11

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Página 10

Página 7

Página 5

Página 12 Páginas 16 e 17

DUPLA DE MÉRITOBARCELINHOS

NÚCLEO MUSEOLÓGICONÚCLEO MUSEOLÓGICO

PERPETUAR O PASSADOPERPETUAR O PASSADO

apresentou candidaturaapresentou candidaturaJOAQUIM REBELO MARINHO

ALMOÇAGEME TORRES VEDRAS VALONGO

PENICHE

LEGADOEXEMPLAR

SEVER DO VOUGA VILA REAL – CRUZ VERDE

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M a i o d e 2 0 1 5 edição: 344 ano: XXXii 1,25€ director: rui raMa da Silva

Concursosde Manobras

Concursosde Manobras

Circular financeira

LBP

Presidente da ANPCPresidente da ANPC

“A avaliação da FEB pode ter impactosque ultrapassam a ANPC”

“A avaliação da FEB pode ter impactosque ultrapassam a ANPC”

propôs alteraçõese discorda da NOP

Mais de 400nos Açores

Mais de 400nos Açores

PrémioBombeiro de Mérito 2014

Página 32

Páginas 13, 14 e 15

Página 7

Páginas 16, 17 e 18

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M a i o   d e   2 0 1 6   Edição:  356  Ano:  XXXII  1,25€  Director:  Rui  Rama  da  Silva

•  Ericeira

•  Torres Novas

•  Vizela

•  S. Brás de Alportel

Página 15

Página 13

Página 23

Página 10

BRAGANÇA

PORTIMÃO

PR recebe bombeiros

GUIMARÃES

Manobras em Trás-dos-Montes

Mérito para os Açores

LBP no Palácio de Belém

Bombeiro salva no Ave

Página 32

Página 11

Páginas 16 e 17

Páginas 4 e 5

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INEM confirma posição da LBPMANOBRASMANOBRAS

Página 7

Página 5

Página 20, 21, 22 e 23

Página 16, 17 , 18 e 19

MAI atende reivindicações da LBP

PrémioBombeiro de Mérito 2016

Paulo OliveiraAlmada

Paulo OliveiraAlmada

Dulce Leitão Carvalhos

Dulce Leitão Carvalhos

M a i o   d e   2 0 1 7   Edição:  368  Ano:  XXXII  1,25€  Director:  Rui  Rama  da  Silva

Castro Verde Pág. 12 e 13

EsmorizPág. 14 e 15

Foto

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Page 20: Jornal "Bombeiros de Portugal" – Edição 363 – dezembro 2016

20 FEVEREIRO 2018

No dia 30 de janeiro, a Equi-pa Cinotécnica dos Bombei-

ros de Valongo resgatou dois cães de uma caixa de águas pluviais com cerca de um me-tro e meio de profundidade.

“Com recurso a uma câmara endoscópica, conseguimos lo-calizar os dois cachorros que tinham caído” revela Pedro Baptista, chefe do grupo, adiantando que só “alguma co-mida e muita paciência” permi-tiram coroar de êxito a missão.

Os animais não apresenta-vam quaisquer lesões, ainda assim, só depois de devida-mente avaliadas, as incautas e pequenas vítimas de quatro

patas foram levadas para o quartel dos Voluntários de Va-longo.

Num apelo lançado nas redes sociais os bombeiros procuram uma família para os cachorros.

VALONGO

Operacionais salvam 2 cachorros

Os Bombeiros Voluntários de Bragança foram solicitados,

mais uma vez, pelas institui-ções particulares de solidarie-dade social (IPSS) da cidade para as ajudar a garantir o apoio às populações, nomeada-mente aos idosos isolados.

O primeiro pedido registado este ano nesse sentido ocorreu a 9 de janeiro último na se-quência do nevão que se aba-teu sobre o Nordeste Trans-montano. De acordo com o se-gundo comandante, Carlos Martins, esse primeiro pedido foi para que os bombeiros apoiassem “na entrega das re-feições dos serviços de apoio ao domicílio”.

Então, com uma das viaturas todo-o-terreno dos Voluntários de Bragança, o bombeiro Carlos Costa foi um dos elementos destacados para transportar os técnicos das instituições. Nesse sentido, conduziu Elsa Bornes e Dora Fernandes, da Santa Casa da Misericórdia de Bragança, por algumas aldeias do conce-lho.

Em Donai, António Augusto esperava o almoço dentro de casa. Vive sozinho e, com a queda de neve, “já nem conta-va”. “Pensei que não pudessem vir. Mas ficávamos amigos como dantes”, brincou.

Mais à frente, em Oleiros, Jorge Barreira também não

teve medo de ficar sem almo-ço. “Com este carro andam bem”, brincou, apontando para a viatura vermelha.

Ao longo de todo esse dia,

várias equipas dos bombeiros apoiaram algumas das institui-ções da cidade na entrega das refeições aos utentes.

Depois deste dia já se segui-

ram outros, quer em Bragan-ça, quer em muitos outros concelhos do país, em que, como sempre aconteceu no passado, e continua a aconte-cer no período invernoso, os bombeiros são o garante do apoio às populações isoladas, muitas delas idosas.

Muitas vezes, durante o Ve-rão, em circunstâncias diver-sas mas também difíceis, os bombeiros calcorreiam montes e vales no combate aos incên-dios florestais e a cuidar da se-gurança das populações. Ago-ra, durante o Inverno voltam a apoiá-las em parceria com as IPSS. Também aqui se prova que, para além do combate

aos incêndios florestais, que totaliza apenas 7 por cento do total das suas intervenções, os bombeiros trabalham todo o ano, seja perante a inclemên-cia dos elementos invernosos, seja perante o calor sufocante, garantem socorro pré-hospita-lar, socorro a acidentes de via-ção, resgate nas montanhas, combate a incêndios urbanos e industriais, entre tantas situa-ções.

Conclui-se que, seja em que circunstâncias forem e inde-pendentemente do período do ano em que as situações ocor-ram, os nossos bombeiros se-rão sempre credores da grati-dão das populações.

BRAGANÇA

Bombeiros apoiam populações isoladas

Os Bombeiros Voluntários de Cascais utilizaram

pela primeira vez numa ação de instrução do corpo de bombeiros os equipamentos de proteção individual para incêndios urbanos adquiri-dos em 2017.

Os EPI implicaram um in-vestimento próximo dos 200 mil euros, englobaram todos os elementos do corpo de bombeiros e foram adquiri-dos através do Orçamento Participativo de Cascais, promovido pela Câ-mara Municipal.

É a segunda vez que se torna possível, em cerca de uma década, que se torna possível a obtenção de novos EPI que substituem outros que também foram adquiridos com apoio mu-

nicipal. O mesmo apoio foi também dado nos últimos anos à aquisição de EPI florestais e de botas especiais.

Os novos EPI dos Voluntários de Cascais reúnem excelentes condições de trabalho e de segurança para os bombeiros.

CASCAIS

EPI utilizados na instrução

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Na sequência de um desafio lançado ao corpo de bombeiros, os Voluntários de Águas de Moura angariaram, durante o

mês janeiro 464kg de alimentos para os animais do Cantinho da Milú, oferecidos por muitos dos operacionais e também por algumas pessoas que se juntaram esta iniciativa.

Registe-se que “O Cantinho da Milu”, uma associação sem fins lucrativos foi fundado em abril de 2011, alberga, atualmen-te, cerca de 760 cães. Alguns têm madrinhas, mas a maior parte está a total cargo desta instituição que importa apoiar

ÁGUAS DE MOURA

Voluntários angariam quase meia tonelada de alimento para animais

Page 21: Jornal "Bombeiros de Portugal" – Edição 363 – dezembro 2016

21FEVEREIRO 2018

A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntá-rios do Faial (AHBVF) dispõe de três equipas

especiais, compostas por 38 bombeiros, disponí-veis para intervir em situações de maior complexi-dade, seja no salvamento em grande ângulo, no salvamento aquático ou na intervenção cinotécnica de busca e salvamento.

O Grupo de Salvamento em Grande Ângulo (GSGA), é um grupo com uma área de intervenção específica, orientada para as operações de busca e salvamento em locais de difícil acesso, onde é ne-cessário recorrer a técnicas de escalada para aí progredir, recuperar ou evacuar vítimas. Devido à especificidade técnica associada a este tipo de missões, para ingressar no GSGA é necessária for-mação específica, para além do Curso de Forma-ção Inicial de Bombeiro (FIB). Esta formação, ajustada à realidade operacional e geomorfológica dos Açores, centra-se em duas grandes áreas de atuação, o salvamento em arriba e o salvamento urbano/estruturas.

O GSG é coordenado pelo subchefe Manuel Cor-reia e composto por 18 elementos, o comandante Nuno Henriques, o segundo comandante Paulo Sérgio, o adjunto de comando Bruno Silveira, os bombeiros, de 2ª, Carlos Medeiros, Cláudio Remé-dios, Dário Pacheco, Délcio Dias, Delmar Betten-

court, Emanuel Silva, Luís Serpa, Mário Macedo, Nuno Prazeres, e os 3ª, Alexandra Oliveira, Ana Cebola, Bruno Monteiro, Ivo Cristo e João Oliveira.

O GSG dispõe de uma viatura específica para as suas missões, adquirida a expensas da Associa-ção.

O Grupo de Salvamento Aquático (GSA) dos Vo-luntários do Faial surgiu em 2014 e integra bom-beiros credenciados e treinados para exercer fun-ções no âmbito da prática do mergulho, nadador salvador e condução de embarcações.

O GSA tem por missão o socorro a náufragos e as buscas subaquáticas, designadamente o salva-mento de pessoas ou animais em perigo eminente de vida em ambiente aquático, e as buscas no plano de água e subaquáticas para localização de pessoas, animais, equipamentos e materiais, as-sim como a sua recuperação para a superfície.

Este Grupo pode intervir em estruturas suba-quáticas que estejam a colocar em risco pessoas e bens e pode, igualmente, garantir a segurança de atividades desportivas e de lazer que se reali-zem em ambiente aquático. Tem vindo também a ser solicitado para colaborar com algumas entida-des em atividades de cariz ambiental, nomeada-mente na limpeza subaquática.

O GSA dispõe de uma embarcação com cerca

de seis metros, batizada de “João Porto”, em ho-menagem ao falecido segundo comandante, é coordenado pelos bombeiros de 2.ª, Luís Riscado e Nuno Prazeres, e é composto por 12 elementos, o segundo comandante Paulo Sérgio, o subchefe Jorge Oliveira, os bombeiros, de 1.ª, José Goulart, de 3.ª, Bruno Monteiro, Franz Hutschenreuter, Ivo Cristo, Tiago Silva, Vanda Carmo, Vítor Bulcão, e a estagiária Beatriz Riscado.

A terceira equipa especial é o Grupo Cinotécni-co de Busca e Salvamento (GCBS), criado em ju-nho de 2015, por decisão da direção e do coman-do dos Voluntários do Faial. O GCBS tem como objetivo principal a intervenção ao nível da busca e salvamento em contexto de acidentes naturais, bem como dar resposta a pedidos de intervenção para busca e salvamento de pessoas desapareci-das, tirando partido do binómio homem/cão.

Recentemente, a associação procedeu à aquisi-ção de duas cadelas pastor-alemão (a Faya e a Kaira), nascidas em agosto de 2017, com o Regis-to no Livro de Origens (LOP). Os canídeos foram adquiridos em Portugal continental, junto de um criador reconhecido pelo Clube Português de Cani-cultura, tendo chegado à Horta no dia 7 de no-vembro de 2017, onde iniciaram, de imediato, o seu treino de obediência/socialização. Embora o

tempo de duração do treino de cada animal seja variável, a expectativa dos Coordenadores do GCBS é a de que, ao fim de um ou dois anos, as duas cadelas estejam aptas a responder às exi-gências do trabalho.

Neste momento, o GCBS é coordenado pelos bombeiros de 2.ª, Carlos Medeiros e Nuno São João, e é composto por oito elementos, incluindo, os bombeiros de 2.ª, Bruno Azevedo, Norberto Silva (em integração), Oleksandr Tymokhin, e os de 3.ª em integração, Geni Jorge, Tiago Silva e Vítor Bulcão.

NO GCBS, aos operacionais referidos acrescem quatro elementos caninos, três cadelas pastor--alemão, a Faya, a Kaira e a Lisi (esta última per-tencente ao bombeiro de 3.ª Tiago Silva), bem como um cão da raça labrador, o Macro (perten-cente ao bombeiro de 2.ª Nuno São João).

Registe-se que, neste momento, a AHBVF e a Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Ponta Delgada são as únicas corporações da Região Autónoma dos Açores a dispor de equipas cinotécnicas.

(Fotos gentilmente cedidas pela estagiária Beatriz Riscado, pelo bombeiro de 2.ª Luis

Riscado e pela bombeira de 3.ª Géni Jorge – AHBVF)

FAIAL

Equipas especiais dispoiveis para intervir

Os Bombeiros de Valongo ini-ciaram já este mês a prepara-

ção e treino de uma equipa cino-técnica helitransportada, uma va-lência justificada pela “rapidez e

eficácia” que “esta ferramenta pode garantir numa operação de deteção, busca e salvamento, principalmente em locais de difícil acesso” e “sempre que o trans-

porte dos animais a bordo não comprometa a segurança de voo”.

A Helitours Douro está a cola-borar nesta formação, disponibili-zando o helicóptero para os trei-

nos. O equipamento de proteção para os canídeos foi fornecido pela Guarda Costeira Americana.

Tracy - a estrela de quatro pa-tas desta pioneira equipa – mos-

trou-se particularmente à vonta-de no primeiro treino, ainda em terra, e preparada, para dentro de dias, já no ar, confirmar apti-dões.

VALONGO

Bombeiros treinam equipa cinotécnica helitransportada

Os Bombeiros de Águas de Moura participaram na formação de Controlo de Acidentes com Matérias Perigosas, que decorreu

entre 24 de fevereiro e 4 de março na Unidade Local de Formação do Seixal.

Esta formação tem como objetivo dotar os formandos com com-petências para a resposta a incidentes que envolvem produtos pe-rigosos.

Elementos deste corpo de bombeiros participaram, também, de 19 e 22 de fevereiro, numa ação formativa sobre de Gestão Opera-cional, que decorreu na Escola Nacional (ENB) de Bombeiros, em Sintra. A iniciativa visou dotar a atualização de conhecimentos técnico operacionais, nomeadamente em acidentes com matérias perigosas e multivítimas.

ÁGUAS DE MOURA

Operacionais reforçam competências

Page 22: Jornal "Bombeiros de Portugal" – Edição 363 – dezembro 2016

22 FEVEREIRO 2018

A Escola Nacional de Bombei-ros (ENB) esteve presente,

em França, na conferência final IGNIS, iniciativa para a gestão global de grandes incêndios através de simulação, um pro-jeto inovador cofinanciado pela Comissão Europeia através da Direção-Geral da Ajuda Huma-nitária e da Proteção Civil.

Este projeto inovador com a duração de dois anos, com co--financiamento da Comissão Europeia através da Direção--Geral da Ajuda Humanitária e da Proteção Civil, envolveu na elaboração e desenvolvimento de tecnologia de simulação para treinar o comando e controlo no combate a grandes incêndios florestais para além da ENB, três parceiros de França, Itália e Inglaterra: ENTENTE pour la forêt Méditerranéenne (EPLFM), Corpo Nazionale dei Vigili del Fuoco (CNVVF) e Northumber-land Fire and Rescue Service (NFRS).

A ferramenta de simulação desenvolvida neste âmbito consiste numa rede de compu-tadores capazes de reproduzir cenários virtuais que colocam os comandantes das operações perante situações muito próxi-mas das condições reais. Pe-rante esses cenários, os opera-cionais necessitam de aplicar conhecimentos, técnicas e ex-periência para reunir e proces-sar as informações, de modo a

tomar decisões informadas so-bre como comandar as opera-ções de forma segura e eficaz.

Cada parceiro projetou e desenvolveu diferentes cená-rios complexos de incêndios florestais, desenhados para testar as competências dos operacionais para responder de forma segura e eficaz às mudanças que podem ocorrer durante um grande incêndio florestal, como por exemplo,

mudanças na velocidade e di-reção de propagação, e focos secundários.

Os delegados presentes na conferência realizada no início do ano tiveram oportunidade de conhecer os membros do conselho consultivo indepen-dente, composto por especia-listas em incêndios florestais e em comando de operações da Bélgica, Croácia, França, Dina-marca, Portugal, Espanha e

Reino Unido. O conselho con-sultivo foi responsável pela re-visão do trabalho dos parcei-ros, fornecendo aconselha-mento, orientação e uma ga-rantia externa da qualidade do projeto.

Na conferência final de en-cerramento, responsáveis das quatro entidades parceiras e uma organização representa-da no conselho consultivo in-dependente assinaram uma

Declaração de Intenção, para continuar a trabalhar em par-ceria no próximo ano, para de-senvolver e aprimorar o treino de simulação para combate a grandes incêndios florestais.

Nos próximos meses serão disponibilizados os resultados finais e os relatórios do projeto a diversos agentes de prote-ção civil de toda a Europa e ao público em geral, na página www.ignis-project.eu.

ENB

Realidade virtual é aposta

A Associação Humanitária de Bombeiros da Parede –

Amadeu Duarte, Cascais, pro-moveu recentemente a segunda edição de um curso intensivo de atuação em emergência e ca-tástrofe, realizado através de uma plataforma online e de uma fase presencial nas instalações da instituição.

Esta formação, organizada pela médica Verónica Aquilino e os enfermeiros Bráulio Sousa e Ricardo Pires, teve como princi-pal objetivo treinar profissionais de saúde, entre os quais se in-cluem os bombeiros, em todas as suas competências técnicas, humanas e práticas para obte-

rem a confiança necessária em situações de catástrofe e aci-dentes multivítimas.

Foram realizados dois exercí-cios práticos de treino operacio-nal em que os formandos e os parceiros estratégicos (Bombei-ros, SMPC-CMC e forças poli-ciais) desenvolveram uma res-posta multidisciplinar sobre a metodologia do Sistema Inte-grado de Operações de Proteção e Socorro e do Sistema Integra-do de Emergência Médica adap-tando-os à especificidade do curso.

Com formadores multidisci-plinares nacionais e internacio-nais entre os quais médicos, en-

PAREDE

Formação em emergência e catástrofe

fermeiros e técnicos de emer-gência experientes na área da emergência e catástrofe, este curso foi composto por 10 mó-dulos divididos em 4 meses on-line e 3 dias presenciais que abordou temas como Suporte de Vida - Abordagem à vítima e reanimação (SBV/SAV), emer-gências médicas, trauma, medi-cina de catástrofe, língua ges-tual portuguesa, intervenção psicossocial em crise, emergên-cia e catástrofe, legítima defesa em ambiente hostil, comunica-ção social na emergência pré--hospitalar e POCUS - Point-Of--Care Ultrasound – Ecografia em Emergência. A equipa contou com a colaboração do “Research Center in Emergency and Disas-ter Medicine” CRIMEDIM, Itália e da University of Medicine and Pharmacy, Gr. T. Popa, Iasi, Ro-ménia.

O curso foi composto por 34 formandos, entre os quais mé-dicos, enfermeiros, bombeiros, técnicos de ambulância de emergência, técnicos de car-diopneumologia e membros de Proteção Civil vindos de Espa-nha, Estados Unidos da Améri-ca, Cabo-Verde, Lisboa, Porto, Madeira e Açores.

O desenrolar do curso focou--se especialmente nos conceitos de triagem, liderança e trabalho em equipa por meio de simula-ções em condições adversas em contexto de catástrofe e aciden-tes multivítimas e marcou a di-

ferença por abordar formação entre este contexto e outras áreas como língua gestual por-tuguesa, defesa pessoal em am-biente hostil, a presença da co-municação social e o PO-CUS (Point-Of-Care-Ultra-

sound) – Ecocardiografia de Emergência.

Estiveram presentes, na lo-gística, a empresa Elos Vitais, Helpcare, Associação Humanitá-ria de Bombeiros de Parede e a Freguesia de São Domingos de Rana e, na equipa de simula-ções avançadas, a DIREXerci-cíos com a ajuda de 25 partici-pantes devidamente caracteri-zadas que assumiram o papel de vítimas nos diversos cená-rios.

A certificação foi cedida pela University of Medicine and Phar-macy GR. T. Popa, Iasi, Roménia e a certificação de Formação Profissional - cedida pela ELOS VITAIS – DGERT.

Page 23: Jornal "Bombeiros de Portugal" – Edição 363 – dezembro 2016

23FEVEREIRO 2018

A 13 e 14 de janeiro de 2018, a equipa de trau-ma da Associação Humanitária de Bombeiros

Voluntários do Faial (AHBVF), orientada pelo se-gundo comandante Paulo Sérgio e constituída pe-los bombeiros de 2.ª Cláudio Remédios e Delmar Bettencourt, conquistou a primeira posição do 1.º Campeonato de Trauma do Triângulo, organizado pelos Bombeiros Voluntários da Madalena, Pico, Açores

Segundo fonte do comando, “este é, e subli-nhamos, o resultado de um trabalho de equipa diário, realizado por todos os operacionais do cor-po de bombeiros da AHBVF”.

O campeonato decorreu em 13 e 14 de Janeiro últimos, e pôs à prova procedimentos de socorro a vítimas em cenários de trauma: acidentes de viação, quedas de andaimes, atropelamentos,

entre outras ocorrências simuladas, envolvendo vítimas inconscientes, traumas profundos e/ou fraturas graves.

Participaram cinco equipas de bombeiros, pro-venientes das Associações de Bombeiros da Hor-

ta, Madalena, São Roque, Lajes e Velas, cujos de-sempenhos foram avaliados por um júri compos-to por dois elementos do Serviço Regional de Pro-teção Civil e Bombeiros dos Açores, “tendo em conta não apenas o tempo de prova, mas tam-

bém a execução dos procedimentos em conformi-dade com os protocolos e as normas de atuação previstos”.

O 1.º Campeonato de Trauma do Triângulo fi-cou ainda marcado pela realização de um workshop com a equipa campeã do mundo em trauma da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários da Praia da Vitória.

“Para além da vertente competitiva e de con-vívio, e mais importante do que as classificações obtidas, este tipo de iniciativa permite melhorar as competências práticas dos participantes, através da aprendizagem e partilha de expe-riências” adiantou-nos fonte da organização do encontro.

(Fotos gentilmente cedidas pelo bombeiro dos Voluntários da Madalena, José Feliciano)

AÇORES

Faial vence campeonato de trauma

Com uma Equipa de Intervenção em Meio Aquático, que lhes permite garantir o so-

corro nos Rios e Albufeiras do concelho, os Bombeiros de Penacova testaram no passado dia 24, suas capacidades, num exercício que contou com a dos Bombeiros de Penacova, Aguda, Peniche, Soure, Cantanhede, Oliveira de Frades e Sapadores de Coimbra

Mas antes, no auditório do Centro Cultural de Penacova, teve lugar um seminário sobre “Salvamento em Meio Aquático, Percursos e Perspetivas”, que, como referiu o comandante António Simões, assinalou também a come-moração dos 88 anos da associação.

“Não há melhor forma de honrar aqueles que há 88 anos se organizaram para lhe dar corpo do que fazê-lo com formação para servir bem e cada vez melhor” referiu na ocasião An-

tónio Simões, que embalado pela história e a perspetiva do futuro, pediu para ser guardado um minuto de silêncio em memória dos funda-dores, dirigentes e bombeiros falecidos

Vasco Viseu, 2.º comandante dos bombeiros locais, dissertou sobre “Formação e Treino – Necessidades e Acompanhamento, a Prática do CB de Penacova”, dando conta da realidade local, enquanto Marco Martins, licenciado em Engenharia da Proteção Civil, 2.º Comandante dos Bombeiros de Óbidos, técnico superior de Proteção Civil, falou sobre a sua vasta expe-riência na organização do mergulho e acredi-tação nos corpos de bombeiros, sobretudo.

Já João Domingos, mergulhador da Marinha, desde 1986, 10 anos no setor operacional e dois anos no Centro de Medicina Hiperbárica, depois de 12 anos na Escola de Mergulhado-

res, formador de militares, de bombeiros, de civis profissionais e amadores, e, atualmente, mergulhador freelancer, falou sobre segurança e procedimentos numa alocução que entusias-mou a vasta assistência, composta por nume-roso de bombeiros e penacovenses em geral e autarcas, com destaque para o presidente da câmara, Humberto Oliveira e o vereador Ricar-do Simões e, também, o presidente da direção da Associação Humanitária de Bombeiros Vo-luntários de Penacova, Paulo Dias.

Cunhedo palco para «Raiva Segura»

Depois do almoço-convívio no quartel e após uma reunião com os grupos de mergu-lhadores, que iam atuar sob a Ponte do Cunhe-do, a jusante da Barragem da Aguieira, teve

início um exercício que, com meios reais (LI-VEX) de âmbito local, planeado e conduzido de acordo com o plano de instrução dos Bombei-ros de Penacova, teve como finalidade testar respostas perante a ocorrência de um despiste de viação, na albufeira, no início do tabuleiro da Ponte do Cunhedo, entre Coimbra-Viseu, no IP3,.

Este teste, que envolveu, também, colabo-radores da central hidroelétrica da Raiva per-mitiu treinar a operacionalidade de homens, bem como os contactos com as estruturas da EDP, em particular do complexo das barragens de Raiva e Aguieira.

A escolha do local para a realização do exer-cício foi feita tendo em conta características de uma via “com um histórico de incidentes muito forte”.

PENACOVA

Socorro em meio aquático ganha visibilidade

O Alto Minho avançou, de for-ma pioneira, com a primei-

ra escola conjunta para a for-mação de novos bombeiros, en-volvendo neste projeto uma centena de recrutas dos 12 quartéis do distrito de Viana do Castelo.

Desta forma, a região aposta na união de esforços para col-matar lacunas em matéria de recursos humanos, mas tam-bém numa tentativa de “unifor-mizar padrões de conhecimen-tos” entre elementos que pela proximidade geográfica ope-ram, não raras vezes, em equi-pa.

Refira-se que Viana de Caste-

lo conta com cerca de 660 bom-beiros, a grande maioria volun-tários que prestam socorro aos mais de 250 mil habitantes de 10 municípios.

Integram este projeto os mu-nicipais de Viana do Castelo e os corpos de bombeiros volun-tários de Caminha, Ponte de Lima, Monção, Ponte da Barca,

Viana do Castelo, Vila Praia de Âncora, Vila Nova de Cerveira, Arcos de Valdevez, Valença, Melgaço, e Paredes de Coura.

No Curso de Formação de In-

gresso Bombeiro Voluntário de 2018, promovido pela Federa-ção de Bombeiros do Distrito de Viana do Castelo, em articula-ção com o Comando Distrital de

Operações de Socorro (CDOS), os 100 recrutas vão receber 240 horas de formação base de bombeiro, ministradas pelos comandantes do distrito, que serão complementadas com os cursos, de tripulante de ambu-lância e de desencarceramento, da responsabilidade da Escola Nacional de Bombeiros (ENB).

Em declarações à imprensa, Luís Brandão Coelho, presiden-te da Federação de Bombeiros do Distrito de Viana do Castelo, esclarece que a ideia é promo-ver “anualmente, uma escola que reúna todos os candidatos que forem inscrevendo nos di-versos quartéis”.

VIANA DO CASTELO

Uma centena de recrutas em escola distrital

Page 24: Jornal "Bombeiros de Portugal" – Edição 363 – dezembro 2016

24 FEVEREIRO 2018

“Nós não nos vamos deixar iludir. Estamos coesos,

sabemos aquilo que queremos. Agora pedimos respostas à mesma dimensão da transpa-rência da honestidade e da leal-dade com que apresentámos os problemas, mas também as respetivas soluções”, disse Jai-me Marta Soares na sessão so-lene comemorativa do centená-rio da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de São Mamede de Infesta. O líder da confederação falou da “dis-ponibilidade para continuar a trabalhar nas soluções”, mas mesmo que falhem o diálogo, a negociação e o entendimento com a tutela, sublinhou, os bombeiros portugueses “nunca deixarão de dar, todos os dias, tudo por tudo por Portugal e pe-los Portugueses”, ainda que essa possa ser uma caminhada solitária e com dificuldades acrescidas.

Os Voluntários de São Mame-de de Infesta assinalaram 100 anos de bons serviços presta-dos ao concelho de Matosinhos, ao distrito do Porto e ao País, no dia 18 de fevereiro, numa ceri-mónia presidida pelo ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, que agraciou a instituição com a medalha de Mérito de Proteção e Socorro, no grau Ouro e distintivo Azul.

Num momento particular-mente importante para o setor que aguarda medidas que defi-

nam a missão dos bombeiros Portugueses, Jaime Marta Soa-res, elencou, perante uma vas-ta plateia, as “justas reivindica-ções” consubstanciadas e prio-rizadas num documento apro-vado no conselho extraordinário de Palmela (ver páginas 5, 6 e 7) para as quais a LBP exigiu uma resposta até 28 de feverei-ro. Assim, dias antes, do prazo estabelecido, Jaime Marta Soa-res recordou Eduardo Cabrita dos assuntos levados à mesa de negociações, desde logo que o governo assuma a confedera-ção como parceiro estratégico na reforma da Proteção Civil. O reforço nacional de equipas de intervenção permanente (EIP), o comando autónomo dos bom-beiros e o cartão social inte-gram, também, o caderno rei-vindicativo.

O ministro da Administração Interna optou por não respon-der diretamente ao presidente da LBP, mas reconheceu a im-portância de uma parceria es-tratégica para o sucesso de um desígnio nacional, para depois elevar os bombeiros portugue-ses ao patamar de principal pilar da estrutura de proteção e civil e reconhecer “a generosidade o sentido de dever destes milha-res e mulheres e homens no apoio às populações”, para de-pois dar conta das políticas des-te Governo que visam acrescen-tar valor à missão dos bombei-ros.

A presidente da câmara de Matosinhos, Luísa Salgueiro, depois de destacar o papel fun-damental dos Voluntários de São Mamede de Infesta, anun-ciou que, este ano, o município voltará a celebrar o Dia do Bom-beiro Municipal, a 19 de maio, uma justa homenagem e o reco-nhecimento público que será acompanhado por mais apoios dos quais destacou, “a constitui-ção de equipas de reforço ope-racional nas quatro associações humanitárias de bombeiros vo-luntários do concelho”,

O comandante Gilberto falou de um presente marcado por “momentos de incerteza e de dúvida, acompanhados, por um certo desanimo e desalento”, considerando, no entanto, que os bombeiros “não se sentem substituídos, porque isso nunca será possível, por mais que seja criada uma campanha difama-tória e contraditória, a popula-ção Portuguesa reconhece o es-forço e a dedicação destes gran-des homens e mulheres, que 365 dias no ano, 24 sobre 24 horas por dia, respondem a mi-lhares de pedidos de socorro”.

O responsável operacional agradeceu os apoios da Câma-ra, elogiou a direção e deixou palavras de valorização e de agradecimento aos bombeiros, para depois exigir à tutela “con-dições que possibilitem a estes homens e mulheres desempe-nhar as suas funções com brio e

dignidade”, defendendo a “im-plementação de um sistema de incentivos ao voluntariado”, “mais apoios sociais e apoios mais eficazes”, mas também “um plano de reequipamento adequado” e, principalmente, “uma estrutura autónoma que defenda os bombeiros e os seus cidadãos”.

Destaque, ainda, para a inter-venção do presidente da federa-ção de bombeiros do Porto que, para além de dar a conhecer a realidade do setor no distrito traduzida em 3700 bombeiros, 750 dirigentes e cerca de 500 mil associados, não perdeu a oportunidade para criticar, for-temente, a Autoridade Nacional de Proteção Civil que terá tenta-do averiguar ou assegurar dis-ponibilidades para o Dispositivo Especial de Combate a Incên-dios Florestais, sabendo que essa decisão só poderia ser to-mada depois da tutela respon-der ao ultimato de Palmela.

Em dia de festa a associação deu as boas vindas a 10 novos bombeiros. Assim, após o exigi-do e exigente período de forma-ção, já integram as fileiras dos Voluntários de São Mamede de Infesta. Hélder da Silva, Hernâ-ni Sérgio da Rocha, Renato Fer-nando da Silveira, João Pedro Gomes, Susana Filipa Maga-lhães, João Pedro Mendes, Ema-nuel Ricardo Alves, Vanessa Cristina Ribeiro, Daniela Filipa Queirós, Raquel Sofia Lopes.

Foram condecorados com medalhas de assiduidade da LBP os subchefe Maria Celeste Veloso e José Rodrigues, a bombeira de 2.ª Emilia de Jesus Costa e o bombeiro especialista Manuel Ferreira Costa (grau Ouro - 25 anos); o oficial bom-beiro de 2.ª Paulo Jorge Soares, o bombeiro de 1.ª Delfim Oli-veira Marques, o bombeiro de 2.ª. João Miguel Santos e o bombeiro de 3.ª. (SN) Avelino Teixeira Rodrigues (grau Ouro - 20 anos); o subchefe Paulo Sér-gio Cardoso e os bombeiros de 2.ª Dionísio Francisco Oliveira e Júlio César Soares (grau Prata 15 Anos); O oficial bombeiro de 2.ª Rogério Gomes Osório, os bombeiros de 2.ª Rui Manuel da Costa e Ermelinda Paula do Rego, os bombeiros de 3.ª Fer-nando Jorge Dias, José Rui Ro-drigues e Tânia Isabel Peixoto e ainda o bombeiro especialista Paulo Jorge de Oliveira (grau Cobre - 10 Anos); os bombeiros de 3.ª Paulo Alexandre de Ma-tos, Joana Catarina da Silva, Bruno Eduardo Monteiro, Fer-nando Miguel Pinto, Susana Fili-pa Correia, Cláudia Raquel Tei-xeira, Abílio Nelson Mota e tam-bém Bruno Miguel Guimarães (grau Cobre - 5 Anos).

A Federação dos Bombeiros do Distrito do Porto, para além de agraciar a associação huma-nitária com a insígnia de Mérito Distrital, também distinguiu com a medalha Ouro, corres-

pondente a 25 anos ao serviço da causa, a adjunto de comando Deolinda Gomes, o chefe Aveli-no Peixoto, os subchefes Adeli-no Soares, Celeste Veloso, Amé-lia Gomes e José de Sousa Ro-drigues, os bombeiros de 1.ª Fernando Rodrigues, José Go-mes, Sérgio Ribeiro e Nuno Cos-ta, os bombeiros de 3.ª Emilia Costa e Liliana Costa e o bom-beiro especialista Manuel Costa

Marcaram presença nesta ce-rimónia, que teve como anfitriã a presidente da direção, Leonida Augusta Morais, entre outras entidades, a presidente da As-sembleia Municipal de Matosi-nhos, Palmira Macedo, o Diretor Nacional de Bombeiros, Pedro Lopes, os vereadores da Câma-ra de Matosinhos, Ângela Miran-da, António Correia Pinto, José Pedro Rodrigues e Jorge Maga-lhães, o Presidente da União de Freguesias, Leonardo Fernan-des, o edil de Gondomar, Marco Martins, entre outras individua-lidades ligadas aos bombeiros, à proteção civil e à comunidade matosinhense.

Refira-se que o programa do centenário arrancou manhã cedo com a formatura em frente ao quartel, prosseguiu com a celebração de missa presidida pelo bispo auxiliar do Porto, D. Pio Alves, e terminou ao final da tarde com o desfile do corpo de bombeiros pelas principais arté-rias da cidade.

Sofia Ribeiro

SÃO MAMEDE DE INFESTA

“Estamos coesos, sabemos aquilo que queremos”

Page 25: Jornal "Bombeiros de Portugal" – Edição 363 – dezembro 2016

25FEVEREIRO 2018

A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de

Esposende completou 127 anos no passado dia 6 de janeiro e, no dia seguinte, deu cumpri-mento ao programa comemora-tivo que incluiu a atribuição do crachá de ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) ao comandante do Quadro de Honra Hercílio Campos, da me-dalha de serviços distintos, grau ouro, da LBP ao bombeiro de 2.ª QH Joaquim Zão e anun-ciou o arranque das obras de remodelação para o ano em curso.

As comemorações tiveram início logo pela manhã, com o hastear das bandeiras, em fren-te ao quartel, seguido da entre-ga de condecorações, da cele-bração da Missa, na igreja ma-triz, acompanhada pelo Coro de Câmara da Igreja Matriz de Es-posende.

O programa prosseguiu com o desfile do corpo de bombeiros pela cidade, acompanhado pela fanfarra dos Bombeiros Volun-tários de Barcelinhos, rumou, em direção aos cemitérios de Esposende e Belinho para ho-menagear os soldados da paz ali sepultados.

Após as romagens seguiu-se a apresentação dos tradicionais cumprimentos à Câmara Muni-cipal de Esposende, tendo os bombeiros e órgãos sociais da Associação sido recebidos nos paços do concelho pela vice--presidente, Alexandra Roeger, e pelos vereadores, Carlos Mano, Angélica Cruz e Mário Rui Losa.

Na sessão solene, que teve lugar no salão nobre municipal, a primeira intervenção coube ao Presidente da Mesa da As-sembleia, Agostinho Teixeira, que evidenciou as dificuldades que os corpos de bombeiros es-tão a enfrentar e apelou para que a Câmara Municipal ajude a Associação a ultrapassar as suas reais dificuldades. Seguiu--se no uso da palavra a vice--presidente para assumir que de, “dentro das disponibilida-des, a Câmara Municipal ajuda-rá na resolução de algumas das dificuldades anunciadas.”

À tarde, no salão nobre da Associação decorreu a sessão solene aberta pelo presidente da assembleia-geral, Agostinho Teixeira. Depois, foi a vez do comandante Juvenal Campos fazer uma retrospetiva dos ser-viços executados em 2017, re-levando o facto de, “a exemplo

de anos anteriores, continua-rem as dificuldades de fazer face aos muitos pedidos de so-corro que são feitos aos bom-beiros”. Juvenal Campos termi-nou a sua intervenção com a fundamentação para atribuir a condecoração da medalha de serviços distintos - grau ouro – da LBP ao bombeiro de 2.ª do quadro de honra (a partir de 6 de janeiro de 2018), Joaquim Zão.

Seguiu-se a intervenção do presidente da direção, Fernan-do Loureiro Ferreira, que evi-denciou a responsabilidade operacional do corpo de bom-beiros de Esposende,” que ga-rante o socorro a mais de 60 por cento do concelho de Espo-sende, abrangendo uma área de 60 quilómetros quadrados, cerca de 2/3 da área territorial concelhia.

Depois, dirigindo-se ao presi-

dente da Câmara Municipal de Esposende, Benjamim Pereira, disse que “a autarquia sempre contou, conta e poderá conti-nuar a contar com o corpo de bombeiros”, mas também lem-brou que “a associação não pode assumir sozinha as res-ponsabilidades, se, por falta de meios humanos, o socorro ficar deficiente, alertando para o fac-to de esta situação poder estar muito perto de acontecer”.

Relativamente às obras de que área operacional do quartel tanto precisa, o presidente da direção informou que “estas fo-ram condicionadas por cons-trangimentos relacionados com o concurso e com o cumprimen-to de prazos, fatores que impe-diram e condicionaram o mes-mo “e que, segundo Fernando Loureiro Ferreira, “não foram da responsabilidade da dire-ção”. No entanto, e porque par-te das obras, nomeadamente a construção de balneários e ca-maratas femininas, a reparação e remodelação do gabinete de comando, com infiltrações constantes, e a deslocação da

sala de formação são de extre-ma urgência, estas serão uma realidade durante o ano de 2018.

Fernando Ferreira terminou, apelando à Câmara Municipal de Esposende para que esta co-labore com a Associação nas obras que vão iniciar-se, no apoio à necessidade em adqui-rir uma viatura de socorro e uma viatura de transporte de doentes, manifestando, publi-camente, disponibilidade para concretizar parcerias nomeada-mente na área da formação.

Antes de concluir a sua in-tervenção, o presidente da dire-ção justificou a concessão do crachá de Ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses ao Co-mandante do Quadro de Honra, Hercílio da Silva Almeida Cam-pos. Este esteve ligado aos Bombeiros Voluntários de Espo-sende durante 22 anos (9 anos como comandante) e durante 21 anos exerceu cargos sempre ligados aos bombeiros, nomea-damente, o de inspetor regional adjunto, depois coordenador distrital de Operações de Socor-

ro e, finalmente, Comandante Operacional Distrital de Opera-ções de Socorro de Braga da ANPC. A entrega da distinção foi acompanhada pelo vice-pre-sidente do conselho executivo da LBP, comandante José Mo-rais, presente na cerimónia.

No encerramento da sessão solene, usou da palavra o presi-dente da Câmara Municipal, Benjamim Pereira, que elogiou o trabalho imenso e exaltou a causa humanitária que os bom-beiros dedicam ao serviço do próximo, tendo, adiante, defen-dido total autonomia financeira para as Associações de Bombei-ros. Quanto aos apelos formu-lados à Câmara Municipal de Esposende, o seu presidente mostrou sensibilidade para os pedidos dos Bombeiros, no-meadamente para estabelecer uma parceria para fazer forma-ção aos colaboradores da autar-quia e mencionou, publicamen-te, a intenção do apoio por par-te da Câmara Municipal nas obras urgentes que a Associa-ção irá concretizar no ano em curso.

ESPOSENDE

Comandante do QH recebe crachá

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Montijo comemorou recentemente o seu 109.º

aniversário, com uma festa que teve como momento maior a receção de 15 novos operacionais. Integram este importante reforço os bombeiros de 3.ª Celestino Nunes, Gabriel Lança, Paulo Ferreira Vieira, Tiago André Almeida, Daniela Teixeira, Cristina Ferreira, Carlos Ra-malho Nunes, Ruben Almas, Lígia Marques, Elaine Banks, Giovanna Banks, Michael Banks, Alexandre Cor-deiro, Filipe Rua e David Monteiro

Na ocasião foram, ainda, distinguidos pela Liga dos Bombeiros Portugueses com a medalha de Reconhecido Mérito, Coragem e Abnegação Nuno Queluz e Cristela dos Santos e com medalhas de Assiduidade e Bons e Efetivos Serviços prestados: Cláudio Alegria e Pedro Carriço (20 anos, grau Ouro); o adjunto de comando Ricardo da Costa e Marcelo Aleixo (15 anos, grau Ouro); Rui Manuel Martins Silva (10 anos, grau Cobre);. Da

mesma forma, a Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários do Montijo agraciou com medalhas de Reco-nhecimento: José Tomé e José Pedro da Silva (grau ouro); Marcelo Aleixo Ana Catarina Marafuga (grau Pra-ta)José Rebelo e Tiago de Jesus Vaz (grau Cobre).

MONTIJO

Quartel recebe reforços

Page 26: Jornal "Bombeiros de Portugal" – Edição 363 – dezembro 2016

26 FEVEREIRO 2018

A “estabilidade financeira”, assegurada com muito ri-gor e redobrados traba-

lhos não foi suficiente para, num passado recente, fomentar o crescimento da Associação Humanitária de Bombeiros Vo-luntários de Santa Marta Pena-guião, mas o ciclo de estagna-ção fechou-se, e segundo o presidente da direção José de Jesus Leite Pereira, acredita agora estarem reunidas as con-dições para projetar a institui-ção.

A renovação da estrutura de comando permitiu, não apenas “arrumar a casa”, mas, conse-quentemente, encetar uma sé-rie de projetos que visam no essencial aproximar os bombei-ros das populações e qualificar o serviço prestado a cerca de três mil habitantes de quatro

das sete freguesias deste muni-cípio do distrito de Vila Real.

O dirigente dá conta de uma “fase de investimento” e anun-cia a aquisição de duas viatu-ras, e “até poderiam ser três se os políticos não tivessem invia-bilizado a candidatura” a um veiculo de combate a incêndios florestais, “uma injustiça” que José de Jesus Leite Pereira de-nuncia com ironia:

“Os políticos acharam que não éramos merecedores de re-ceber o carro. Não nos ajuda-ram, optaram por privilegiar os bombeiros das grandes cida-des, certamente tendo em con-ta as florestas e matas que lá existem nas grandes avenidas, tudo indica que eram lá muito precisas, mais do que no inte-rior de País onde fazem real-mente falta”.

O dirigente destaca parceria com a câmara municipal, ainda que se bata pelo reforço, leia-se aumento dos apoios concedidos o que permitiria “fazer mais e melhor” e colocar outros meios e equipamentos ao serviço da proteção e socorro da comuni-dade

“Queremos caminhar para a

perfeição, e mesmo que nunca a atinjamos, é para lá que que-remos ir”, defende o presiden-te, argumentando que quando os recursos são poucos os in-vestimentos têm, obviamente,

que ser priorizados. Apesar do lamento, reconhece que por, agora, não existem “necessida-des urgentes” no quartel de Santa Marta de Penaguião.

“Aqui não falta nada”, faz

questão de sublinhar diz João Sousa Martins, o dedicado e as-síduo secretário da direção, que não esconde orgulho por estar ligado a este projeto a uma ins-

SANTA MARTA DE PENAGUIÃO

Associação anuncia inícioA duplicação do número de operacionais

alocados ao socorro das populações surge como a grande aspiração da direção e do novo comando dos Voluntários de Santa

Marta de Penaguião.Depois de um tempo de indefinição e

letargia a instituição mostra-se apostada em escrever um novo capítulo

na sua história.Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

Queremos caminhar para a perfeição, e mesmo que nunca a atinjamos, é para lá que queremos ir

José de Jesus Leite Pereira, presidente da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Santa Marta de Penaguião

palavra de PRESIDENTE Fundada a 24 de julho de 1981, a Associação Humanitária de Bom-

beiros Voluntários de Santa Marta de Penaguião apresenta-se, no presen-te, como uma organização estável, não obstante alguns reveses e pesa-res que marcaram a vida da institui-ção, nomeadamente a morte trágica de um bombeiro, em 2005.

Atualmente o corpo de bombeiros voluntários conta com 37 elemen-tos, sendo que associação conta também com sete funcionários imprescindíveis para apoiar e complementar a missão dos opera-cionais.

O concelho de está dividido em sete fre-guesias, sendo que quatro estão na área de

intervenção própria dos bombeiros da sede de freguesia: Alvações do Corgo, Cumieira, Lobrigos (São Miguel e São João Baptista) e Sanhoane e Sever, as restantes – Fontes, Louredo e Fornelos e Medrões estão em ter-ritório dos Voluntários de Fontes.

Cartão de visita

Page 27: Jornal "Bombeiros de Portugal" – Edição 363 – dezembro 2016

27FEVEREIRO 2018

A promoção a bombeiros de 3.ª de 10 elementos, a atri-

buição de louvores, homena-gens póstumas e a inauguração de 3 novas viaturas marcaram o programa comemorativo do 81.º aniversário da Associação Humanitária dos Bombeiros Vo-luntários de Celorico da Beira.

Juraram bandeira 10 novos bombeiros de 3.ª, Daniel Go-mes, Diogo Marques, Eliana Es-teves, Filipa Cruz, Filipe Costa, João Amorim, Joaquim Morais, Luis Pinhanços, Marcelo Costa e Sara Nascimento. Após a con-clusão da formação, “com dias muito cansativos e exigentes para eles mas que hoje tiveram o prémio desse esforço e que o orgulho que estão a sentir foi o mesmo que nós sentimos”, con-forme sublinhou o comandante Carlos Almeida.

Procedeu-se, de seguida, à promoção do subchefe Francis-co Marta, e à atribuição de me-dalhas de assiduidade e dedica-ção da Liga dos Bombeiros Por-tugueses (LBP), por 10 anos, ao bombeiro de 3.ª André Miguel Cabral, por 15 anos, ao bom-beiro de 2.ª Pedro Miguel Trin-dade e ao bombeiro de 3.ª Pau-lo César da Silva, por 20 anos, ao bombeiro de 1.ª João Pedro Correia, e a medalha de dedica-ção, 25 anos, ao bombeiro de 1.ª Pedro Miguel Almeida Bol-sa.

Realizou-se de seguida a passagem ao Quadro de Hon-ra, com o posto de chefe, do subchefe António de Jesus Al-meida e à leitura de louvores aos chefes, António Jesus Al-meida e Nuno Beato.

Na oportunidade, o coman-dante Carlos Almeida lembrou que “vivemos tempos difíceis a todos os níveis, as solicitações são cada vez mais e mais exi-gentes” e sublinhou que “numa conjuntura tão difícil como a atual temos consciência que a nossa caminhada não vai ser fá-cil, mas temos também a certe-za que com o apoio de todos sa-beremos como até aqui encon-trar as melhores soluções”.

O programa incluiu a home-nagem póstuma a três bombei-ros falecidos, também lembra-dos pelo comandante na sua intervenção, Manuel da Cruz, Fernando Fernandes e Joaquim Ginja, cujos nomes e fotos fi-cam perpetuadas no painel de entrada do quartel.

No final procedeu-se à inau-guração de três novas viaturas, uma ambulância de socorro atribuída pelo INEM nos termos do novo regime de protocolo, um veículo tanque (VTTF) obti-do através de apoio comunitário e um chassis oferecido pelos CTT e que no futuro será carro-çado como veículo tanque urba-no (VTTU).

As cerimónias, a que se seguiu uma missa na igreja de Santa Maria, um almoço convívio e uma sessão de homenagem no centro cultural local, foram presididas pelo presidente da Câmara, Carlos Ascensão, na presença do presidente da Federação de Bombeiros do Distrito da Guarda e

representante da LBP, Paulo Amaral, do segundo comandante distrital da ANPC, acolhidos, pelo presidente da assembleia-geral, José Júlio, do presidente da direção, Frederico Sena, do co-mandante Carlos Almeida, e dos restantes órgãos sociais e comando.

CELORICO DA BEIRA

Promoções e novas viaturasSANTA MARTA DE PENAGUIÃO

de um novo ciclo

tituição de “boa saúde financei-ra e boas contas”.

O quartel inaugurado em 2013 apresenta-se como uma estrutura moderna, funcional e operacional com todas as con-dições para acolher os cerca de 40 operacionais que integram este efetivo, “poucos” afiança o presidente. Os ventos de mu-dança que sopram no quartel de Santa Marta Penaguião ani-mam o presidente que anuncia a firme intenção de duplicar o número de bombeiros, uma missão espinhosa, mas que di-reção e comando acreditam ser bem-sucedida. A este propósito

o comandante Vasco Correia anuncia a criação de uma fan-farra que já conta com 28 ele-mentos na sua maioria jovens, que este responsável acredita podem “a seu tempo” ingressar no corpo ativo.

“Um bombeiro precisa de se sentir acarinhado. Reconheço que, no passado, não existia essa sensibilidade, mas estou certo que o novo comandante conseguirá atrair mais voluntá-rios para esta tão nobre causa”, salienta José Leite Pereira.

“A valorização dos bombeiros - técnica e humana - é funda-mental”, diz o comandante, cer-

to que “com calma e pondera-ção tudo de consegue”, reco-nhecendo, ainda assim, as difi-culdades de quem pouco ou nada sabia de bombeiros entrar neste universo. Vasco Correia é militar de carreira que, depois de uma vida feita fora da sua terra natal, no regressa foi de-safiado para esta missão, acei-tou, mas não esconde os re-ceios iniciais de falhar. Trabalho e muita persistência permiti-ram, contudo, arrumar a casa, por ordem nas tropas, ainda que enfrentando algumas resis-tências, sendo que, agora “tudo está estabilizado”.

A valorização dos bombeiros - técnica e humana - é fundamental

Vasco Correia, comandante dos Bombeiros Voluntários de Santa Marta de Penaguião

voz de COMANDO

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28 FEVEREIRO 2018

A integração de vinte novos elementos na Companhia

de Bombeiros Sapadores de Se-túbal constituiu um dos mo-mentos altos da cerimónia co-memorativa dos 232 anos da instituição. Os novos operacio-nais, envolvidos ao longo de 2017 numa exigente recruta com treino em vários domínios e formações teórico-práticas, prestaram, defronte dos Paços do Concelho, o juramento de honra e receberam os machadi-nhos, as divisas e os capacetes da companhia.

“Este é um dia feliz. Há mui-tos anos que não tínhamos uma cerimónia assim”, exaltou a pre-sidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, no ato solene que “honra a his-tória e a coragem de gerações e gerações de bombeiros que, com o risco da própria vida, de-ram tudo o que estava ao seu alcance para ajudar os outros”.

A Companhia de Bombeiros Sapadores de Setúbal (CBSS) é atualmente “uma poderosa vanguarda das forças de prote-ção e socorro” em Portugal e na Europa, resultado do investi-mento realizado pela autarquia “para garantir a máxima opera-cionalidade” em termos de pro-teção civil, salientou a autarca.

Para isso, o município inves-tiu, nos últimos anos, no ree-quipamento da CBSS, na inte-gração de novos recursos hu-manos, na reformulação do dis-positivo de proteção civil e na nomeação de novas chefias, si-tuação ultrapassada graças ao recente descongelamento de carreiras.

Além do investimento em material e pessoal, os Sapado-res de Setúbal reforçaram e ampliaram as capacidades de intervenção, de que é exemplo a constituição de equipas espe-cializadas em matérias perigo-

sas, em busca e resgate e, mais recentemente, em meio aquáti-co.

A presidente da autarquia aludiu ainda ao recente cons-trangimento provocado pela de-cisão do Tribunal Constitucional em declarar inconstitucional a Taxa Municipal de Proteção Ci-vil, mecanismo criado pelo Es-tado em 2006 e uma das fontes de financiamento para apetre-chamento dos bombeiros e pro-teção civil.

Não obstante as dificuldades, a autarca deixou a garantia de que o município prosseguirá “o

percurso de qualificação dos serviços de proteção civil e bombeiros”, mesmo depois de “um longo ciclo de moderniza-ção e de qualificação de recur-sos humanos e de reforço do número de efetivos dos Sapa-dores”.

Os 232 anos de história em prol do socorro, com a partici-pação de várias gerações de profissionais, representadas na cerimónia desta manhã, foram realçados pelo comandante da CBSS, Paulo Lamego, que des-tacou a operacionalidade da

instituição que comanda há sete anos.

O treino físico, técnico e táti-co constante, alicerçado em princípios de conduta, faz dos Sapadores setubalenses “uma referência na prestação de so-corro”, afirmou, para deixar o alerta de que os bombeiros são necessários durante todo o ano e não apenas nos períodos de incêndios.

“Após as várias e diferentes catástrofes ocorridas em 2017, o discurso mais ouvido foi o que de que nada pode ficar como antes. A realidade atual exige

um socorro eficaz em todas as ocorrências, pelo que se im-põem mudanças estruturais num sistema que revelou e re-vela fragilidades”, afirmou Paulo Lamego.

Neste sentido, o major do Exército adverte que o caminho a trilhar deve ser feito de “uni-dade, confiança, cooperação, compreensão, continuidade e clareza da cadeia de comando, integração e descentralização, termos que não podem estar só em papel e que têm de, efetiva-mente, ser postos em prática”.

Paulo Lamego acrescentou que os “bombeiros devem ter uma carreira que lhes permita adquirir competências para agir corretamente nas grandes ca-tástrofes, o que só é possível com a integração de profissio-nais em equipas de primeira in-tervenção que terão de existir em qualquer corpo de bombei-ros”.

A cerimónia comemorativa dos 232 anos, com a participa-ção da banda do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lis-boa, incluiu ainda a romagem ao cemitério de Nossa Senhora da Piedade, em homenagem aos operacionais falecidos, e um almoço de confraternização no quartel da companhia.

SETÚBAL

Sapadores em festa recebem 20 novos elementosFo

tos:

CM

Setú

bal

A Associação Humanitária de Bombeiros Volun-tários de Vila Nova de Cerveira comemorou o

seu 79.º aniversário com um programa que in-cluiu a atribuição de um crachá de ouro, de me-dalhas de serviços distintos e assiduidade, ho-menagem póstuma a um bombeiro e promoções.

O crachá de ouro da Liga dos Bombeiros Por-tugueses (LBP) foi atribuído ao adjunto de co-mando Jaime Joaquim Barbosa dos Santos. Coube ao presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira, Fernando Nogueira, a en-trega dessa distinção, a convite do vice-presi-dente da LBP presente, comandante José Mo-rais.

Este incumbiu-se da entrega da medalha de serviços distintos, grau ouro, da LBP a Fernanda

Duro, viúva do bombeiro de 1.ª João Lima Duro, acompanhado do presidente da direção, Fernan-do Venade, e do comandante António Machado.

Procedeu-se também à entrega de medalhas de serviços distintos, grau prata, da LBP, aos bombei-ros de 1ª, Manuel Coimbra e J. Carlos Afonso, e de cobre, ao segundo comandante Carlos Pereira, aos bombeiros de 1.ª, Sérgio Monteiro, Hélder Montei-ro, Manuel Afonso, Bruno Castro, José Carlos Lima Porto, Renato Costa, João Paulo Silva e Rui Castro, e aos bombeiros de 2.ª, José Maria Afonso, Mário Afonso e Pedro Varandas.

Foram ainda entregues medalhas de assiduida-de da LBP, de 15 anos, ao bombeiro de 2.ª João

Miguel Alves Duro, e de 20 anos, ao bombeiro de 1ª Bruno Castro.

No domínio das promoções, o corpo de bombei-ros recebeu mais 10 elementos de 3.ª e promoveu a 1.ª, Sérgio Monteiro, Hélder Monteiro, João Car-los Afonso, Manuel Afonso, Bruno Castro, José Carlos Porto, Renato Costa, João Paulo Duro e Rui Castro.

As cerimónias presididas pelo presidente da Câ-mara, contaram ainda com as presenças, do repre-sentante da LBP e do segundo comandante distri-tal de socorro da ANPC, Paulo Barreiro, bem como outras entidades e convidados, nomeadamente, o coordenador municipal de proteção civil.

VILA NOVA DE CERVEIRA

Corpo de bombeiros recebe mais dez

Page 29: Jornal "Bombeiros de Portugal" – Edição 363 – dezembro 2016

29FEVEREIRO 2018

A comunidade portuguesa e luso-americana a residir

em Nova Iorque, nos Estados Unidos da América, realizou duas campanhas de angaria-ção de fundos a favor da Asso-ciação Humanitária de Bom-beiros Voluntários Flavienses (AHBVF). Os eventos, que tive-ram lugar em Mount Vernon e Mineola, na noite de 10 de fe-vereiro, permitiram reunir 59 000 dólares (aproximadamen-te 50 000 euros), que serão utilizados no reforço de meios neste quartel do concelho de Chaves.

Os eventos tiveram lotação esgotada, um total de 600 participantes, a grande maioria de origem transmontana.

A AHBVF fez-se representar nestes eventos pelo presidente Nuno Coelho Chaves, pelo co-mandante José Lima e pelos diretores Rogério Moura e Luís Soares.

A organização destas ações solidárias foi da New York Por-

tuguese American Leadership Conference (NYPALC), e conta-ram com toda a entrega da presidente, Isabelle Coelho--Marques, a vice-presidente, Rosa Leal e a tesoureira Erme-linda Gomes.

A verba foi reunida com a venda de entradas para cada um dos eventos, de donativos independentes e do leilão de produtos ligados a Chaves e Trás-os-Montes, muitos ofere-cidos pelos participantes, como folares e cabazes de fumeiro, feitos por transmontanos nos Estados Unidos e licitados por centenas de dólares.

Outros dos produtos a leilão chegaram provenientes de Portugal, com ofertas de enti-dades como a Câmara Munici-pal de Chaves, a Santa Casa da Misericórdia de Valpaços, o Grupo Desportivo de Chaves, as Termas de Chaves e o Grupo Cultural Aquae Flaviae, e em-presas flavienses como a pro-dutora vinícola Quinta de Ar-

SOLIDARIEDADE

Comunidade portuguesa apoia os Voluntários Flavienses

Luís Soares (diretor da AHBVF), Nuno Coelho Chaves (presidente da AHBVF), Isabelle Coelho-Marques (presidente da NYPALC), Ermelinda Gomes (tesoureira da NYPALC), José Lima (comandante da AHBVF), Anabela Batista (presidente do Portuguese American Club Mount Vernon) e Rogério Moura (diretor da AHBVF)

Paulo Pereira (vice-mayor de Mineola), Nuno Coelho Chaves (presidente da AHBVF), Isabelle Coelho-Marques (presidente da NYPALC), Rosa Leal (vice-presidente da NYPALC), Fernando Frade (presidente do Mineola Portuguese Center), Fernando Rosa (ex-presidente da PALCUS) e Luís Soares (diretor da AHBVF)

As associações e corpos de bombeiros há muito que en-

contraram nas redes sociais um veículo de comunicação para a

divulgação de conteúdos impor-tantes para a segurança e socor-ro das populações, mas também de atividades operacionais e for-

mativas e ainda de um vasto rol de iniciativas culturais, recreati-vas, desportivas ou até gastro-nómicas que, no essencial, vi-sam estreitar laços com a comu-nidade.

Mais, recentemente, estas instituições, com originalidade – que merece destaque – vão também aproveitando as efemé-rides e os dias festivos para se dar a conhecer para interagir com o exterior.

No passado dia 14 de feverei-ro, vários foram os corpos de bombeiros que assinalaram a data consagrada aos namorados nas redes sociais, com interes-santes e importantes conteúdos.

Registe-se o exemplo dos Vo-luntários de Águas de Moura que evocaram o dia com um apelo à moderação tanto na condução, como no consumo de bebidas al-coólicas.

Também os Bombeiros do Sul e Sueste (Barreiro) “ao serviço em mais uma noite de São Va-lentim” aconselharam os casais a fugir aos excessos, pelo me-nos no que toca a bebidas al-coólicas.

Da mesma forma do quartel de Pinhal Novo chegaram os alertas para os cuidados com as velas decorativas fundamentais para conferir romantismo num encontro ou num jantar a dois, mas que podem estar na origem de incêndios, como os 44 que só no ano passado foram debelados por este efetivo do concelho de Palmela.

Estão pois, mais uma vez, de parabéns os bombeiros de Por-tugal pelo serviço que prestam ao País, mas também pela cres-cente desenvoltura, competên-cia e eficácia em matéria de co-municação.

PAÍS

Bombeiros promovem romantismo prudente

A equipa de manobras dos Bombei-ros Voluntários de Paço de Sousa

assinalou, recentemente. 20 anos de existência com um jantar convívio que reuniu no quartel, o presidente da autarquia, Antonino de Sousa, o ve-reador da Proteção Civil, Rodrigo Lo-pes, o comandante municipal Paulo Bessa, assim como bombeiros do quadro ativo, patrocinadores e ami-gos.

Nas várias intervenções foram re-lembrados os primeiros passos para a criação desta equipa, há já duas décadas, as várias prestações, assim como as vitórias alcançadas, fruto de muito trabalho e empenho, reconhecidos, aliás pelo município de Pe-nafiel que distinguiu este grupo o brasão da cidade.

PAÇO DE SOUSA

Equipa assinala 20 anos de manobras

cossó e a Aquae Flaviae. O mel com ouro comestível, criado por esta última, é exemplo de um dos produtos transmonta-nos que suscitaram curiosida-de entre os presentes.

Membros da comunidade lu-so-americana que represen-tam órgãos autárquicos nos Estados Unidos, como o vice-

-mayor de Mineola, Paulo Pe-reira, e a recém-eleita verea-dora em Mount Vernon, Janice Duarte, fizeram questão de marcar presença e conhecer os representantes da AHBVF.

O presidente da associação flaviense, Nuno Coelho Cha-ves, expressou no seu discur-so, o agradecimento da asso-

ciação que preside, confessan-do que quando entrou no avião, ainda se questionava “se seria possível receber mos-tras de afeto e generosidade para com a causa humanitária, a mais de 5500 quilómetros de Chaves”, para depois reconhe-cer e testemunhar o amor da comunidade portuguesa pela

seu Pais, pelas suas gentes, costumes e as tradições.

O dirigente disse ainda que os fundos angariados serão uti-lizados “após aprovação dos re-presentantes da NYPALC”, que convidou a marcarem presença na apresentação e apadrinha-mento dos equipamentos a ad-quirir.

Page 30: Jornal "Bombeiros de Portugal" – Edição 363 – dezembro 2016

30 FEVEREIRO 2018

Venha degustar diversos pratos confecionados

por restaurantes e particulares do concelho

com base nas peças de caça

- coelho, javali, lebre, pombo bravo, gamo, perdiz -

oferecidas pelos caçadores da região

O balanço do 1.º BTT Solidá-rio em prol dos Bombeiros

Voluntários de Cantanhede, “não podia ter sido mais positi-vo”, conforme confirma fonte da instituição sublinhando os “qua-se 300 inscritos” e o êxito, “tan-to a nível desportivo, como or-ganizativo”.

A prova, promovida pela Urva Bike Team e pela Associa-ção Humanitária dos Bombei-

ros Voluntários de Cantanhede, contemplou um passeio de 20 quilómetros, destinado às fa-mílias, e uma maratona de 50 quilómetros por estradas, ca-minhos rurais e trilhos, consi-derados de dificuldade técnica e física médias, mas que a chu-va do dia anterior tornaram mais desafiantes. A água e a lama em alguns pontos acaba-ram por aumentar ligeiramente

a dificuldade do percurso que, no entanto, se manteve ciclável e adequado para a prática da modalidade.

Os participantes, unânimes, reconheceram os “bons trilhos” da prova, a “soberba sinaliza-ção dos percursos” e a “exce-lente organização” e elogiaram ainda – e muito – o almoço, “uma feijoada de comer e cho-rar por mais”.

O sucesso alcançado nesta estreia leva a organização a perspetivar uma reedição da prova, integrando-a no calen-dário anual da Urva Bike Team como evento regular e de ver-tente solidária.

As verbas angariadas no 1.º BTT Solidário destinam-se à aquisição de equipamentos de proteção individual para o corpo de bombeiros.

CANTANHEDE

Prova de BTT com balanço positivo

Os bombeiros foram reis e os reis do Carnaval de Arcos de

Valdevez, uma organização da Associação Folia e câmara mu-nicipal, este ano teve cariz soli-dário, fazendo reverter para os voluntários locais um total 2126 euros, um por cada um dos par-ticipantes neste animado corso, que nem intempérie esmoreceu.

Registe-se que o mau tempo que se fez sentir em Domingo Gordo obrigou a organização a adiar o desfile que acabou por sair à rua no dia 18 de feverei-ro, tendo como reis uma bom-beira e um bombeiro do quadro ativo, num animado enredo que lembrou e valorizou a missão dos soldados da paz.

“Os bombeiros já são os reis quando nos ajudam e desta vez vão ter mais esse pódio de apa-recer como reis do Carnaval”, disse a propósito desta ação o autarca arcuense, João Este-ves.

“O que nós fizemos foi rein-ventar o Carnaval, mantendo a

cor, alegria, diversão, mas com esta vertente solidária de apoio aos bombeiros”, explica um res-ponsável da Folia.

“Os bombeiros merecem este gesto porque só quem anda aqui percebe o serviço que esta gente presta e ao que se sujei-ta”, consida Filipe Guimarães

comandante dos Voluntários de Arcos de Valdevez “o concelho mais difícil do distrito de Viana do Castelo, por ser o maior em termos de área florestal” mas, também, um território onde vá-rias empresas alertam para os perigos dos incêndios indus-triais.

Mais de 20 associações do concelho participaram no Car-naval de Arcos de Valdevez, que procura nos últimos anos o título de “maior e melhor corso carnavalesco do norte do País”.

O ambiente, os incêndios, os

palhaços e sátira à entrada de animais nos restaurantes foram alguns dos temas apresentados pelos foliões que prometem vol-tar para ano, até porque nem os desígnios de S. Pedro pare-cem travar a alegria e boa dis-posição dos minhotos.

ARCOS DE VALDEVEZ

Bombeiros reis em corso solitário

Page 31: Jornal "Bombeiros de Portugal" – Edição 363 – dezembro 2016

31FEVEREIRO 2018

em fevereiro de 1998

ANIVERSÁRIOS2 de fevereiroBombeiros Voluntários de Cascais . . . . . . .131Bombeiros Voluntários S. Pedro do Sul . . . . .92Bombeiros Voluntários de Valpaços . . . . . . .81Bombeiros Voluntários de Aljustrel . . . . . . . .683 de fevereiroBombeiros Voluntários Flavienses. . . . . . . .128Bombeiros Voluntários de Vila Nova de Cerveira. . . . . . . . . . . . . . .826 de fevereiroBombeiros Voluntários de Moreira da Maia . .917 de fevereiroBombeiros Voluntários Celoricenses . . . . . . .808 de fevereiroBombeiros Voluntários de Sernancelhe . . . . .5910 de fevereiroBombeiros Voluntários de Mondim de Basto. . . . . . . . . . . . . . . . . .93Bombeiros Voluntários de Baltar . . . . . . . . .8912 de fevereiroBombeiros Voluntários de Vieira do Minho. . .77

15 de fevereiroBombeiros Voluntários de Vialonga. . . . . . . .4018 de fevereiroBombeiros Voluntários de São Mamede de Infesta . . . . . . . . . . . . .9920 de fevereiroBombeiros Voluntários de Crestuma . . . . . . .2221 de fevereiroBombeiros Sapadores de Setúbal . . . . . . . .231Bombeiros Voluntários de Montemor-o-Velho . . . . . . . . . . . . . . . . .8524 de fevereiroBombeiros Voluntários de Penacova . . . . . . .87Bombeiros Voluntários de Fronteira . . . . . . .2226 de fevereiroBombeiros Voluntários de Vila Franca do Campo . . . . . . . . . . . . . .2928 de fevereiroBombeiros Voluntários de Melo . . . . . . . . . .81

Fonte: Base de Dados LBP

O ano de 2017 é para não es-quecer, e tem de servir

para refletir o que fazer num futuro próximo.

Tudo aponta para que no fu-turo as condições atmosféricas sejam mais severas, os verões mais quentes e secos, e a pro-babilidade de ocorrência de in-cêndios florestais de grande di-mensão e complexidade é cada vez maior. No passado ano, as-sistimos a incêndios extrema-mente violentos e com um comportamento extremo. Nes-te texto, pretendo falar um pouco da utilização e atuação dos meios aéreos no combate aos incêndios florestais.

Os meios aéreos, têm como principais objetivos: dominar os incêndios na sua fase inicial, limitar a propagação e desen-volvimento dos mesmos, com-bater em articulação com as forças terrestres presentes no terreno, combater focos secun-dários, transportar equipas de intervenção, executar missões de reconhecimento, coordena-ção aérea, vigilância aérea ar-mada e garantir a segurança de pessoas e bens.

Não pode acontecer, serem as populações a alertar os bombeiros, e a informar de si-tuações que deviam de estar a ser previstas pelo responsável das operações, para que isso não aconteça, o comandante das operações de socorro tem de ter á sua disposição um meio aéreo, para que logo na fase inicial do combate, e pre-vendo-se um aumento da in-tensidade e dimensão do in-cêndio, possa fazer um correto reconhecimento e avaliação, e a partir daí determinar, quais ou qual são as prioridades, afim de delinear uma estraté-gia e tática adequada que leve ao seu domínio e extinção.

Em determinadas horas e momentos, as condições são

de tal ordem favoráveis ao de-senvolvimento e evolução do incêndio, e tão desfavoráveis ao combate por parte dos bom-beiros e outras forças interve-nientes, que estes limitam-se a ser meros espetadores. No que diz respeito aos meios aéreos, em situações adversas e por di-versos motivos de segurança, o combate também não é possí-vel, e quando é executado é ineficaz, tendo um resultado muito reduzido ou praticamen-te nulo.

Nos últimos anos, o combate aéreo tem-se baseado só na água. A água sendo um exce-lente agente extintor, por si só, muitas vezes devido á intensi-dade do incêndio não é suficien-te para ajudar á sua extinção.

Temos de nos adaptar á rea-lidade, e futuramente optar no ataque direto por aditivos, como os espumíferos, que au-mentam a eficácia extintora da água, reduzindo a evaporação e o escorrimento, a juntar aos es-pumíferos o uso de retardantes, que são produtos solúveis em água, que se decompõem pelo calor, atuam basicamente atra-vés das propriedades químicas dos seus constituintes, com um efeito prolongado no tempo, muito para lá da evaporação da água, pelo que, nos retardantes não é a água que desempenha o papel fundamental na extin-ção da combustão, estes pos-suem também uma viscosida-de, que permite uma maior aderência aos combustíveis flo-restais.

Para além do combate dire-to, cabe apostar cada vez mais no ataque indireto, criando fai-xas de contenção químicas com retardantes, em zonas pré-de-finidas, para limitar a progres-são do incêndio. Este tipo de método (ataque indireto) bem aplicado, com o objetivo de di-minuir a intensidade e dimen-

são do incêndio, pode também ser muito útil e importante na defesa perimétrica de habita-ções e populações.

Os meios aéreos, são um complemento da atuação dos meios terrestres, que após as descargas, devem de ter uma ação imediata e eficaz de com-bate sobre o incêndio, aprovei-tando a diminuição das chamas e da temperatura, para então, o extinguir.

As caldas retardantes fazem ganhar tempo, e para não se perder o benefício do retardan-te, que pode durar horas, o pessoal em terra deve comple-mentar o efeito da atuação do meio aéreo. Nos grandes incên-dios, ao final do dia, antes da retirada dos meios aéreos, se o comandante das operações de socorro assim o entender, pode concentrar todos esses meios, a efetuar combate indireto na criação de barreiras de conten-ção (químicas), fazendo des-cargas sucessivas em linha, pa-ralelas, e em V, para impedir a propagação, desenvolvimento e aumento da intensidade do incêndio, podendo desta forma, ajudar as equipas terrestres no combate durante a noite, a conseguir o seu domínio. Este tipo de emprego tático, bem executado, pode ter excelentes resultados no controlo do in-cêndio, e na diminuição do nú-mero de meios aéreos presen-tes no teatro de operações nos dias seguintes, fazendo com que desta forma, estes meios estejam disponíveis para atuar, caso sejam solicitados, em ou-tras ocorrências que possam surgir.

Em resumo, quanto melhor forem utilizados os meios aé-reos no combate aos incêndios florestais, melhor será a sua eficácia e os seus resultados.

Francisco Rosa Comandante do QH

MEIOS AÉREOS

Não pode acontecer

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Page 32: Jornal "Bombeiros de Portugal" – Edição 363 – dezembro 2016

32 FEVEREIRO 2018

FICHA TÉCNICA: Administrador: Presidente do Conselho Executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses – Director: Rui Rama da Silva – Redacção: Sofia Ribeiro – Fotografia: Marques Valentim – Publicidade e Assinaturas: Maria Helena Lopes – Propriedade: Liga dos Bombeiros Portugueses – Contribuinte: n.º 500920680 – Sede, Redacção e Publicidade: Rua Eduardo Noronha, n.º 5/7 – 1700-151 Lisboa – Telefone: 21 842 13 82 Fax: 21 842 13 83 – E-mail: [email protected] e [email protected] – Endereço WEB: http://www.bombeirosdeportugal.pt – Grafismo/Paginação: QuarkCore – Praceta das Ordenações Afonsinas, 3-A – 2615-022 ALVERCA – Telef.: 21 145 1300 – web: http://www.quarkcore.pt – Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA – Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Morelena – 2715-029 Pêro Pinheiro – Depósito Legal N.º 1081/83 – Registo no ICS N.º 108703 – Tiragem: 11000 Exemplares – Periodicidade: Mensal.

A Crónicado bombeiro Manel

Foram os bombeiros a avisar há muitos anos para a necessidade de

tratar a floresta como deve ser e lim-par os terrenos em volta das casas. Passaram muitos anos e agora parece que querem fazer tudo de uma vez. Todos sabemos e nós melhor que nin-guém que é mesmo urgente que isso aconteça mas não pode ser da forma atabalhoada como o estão a fazer.

Percebe-se que há dificuldades em concretizar tudo de uma vez e rápido mas para empurrar, o Estado foi bus-

car o homem do saco ou o papão com que antigamente se assustavam os cachopos que não queriam comer a sopa. O papel da Autoridade Tributá-ria não é esse? Ainda por cima a mandar avisos também para as pes-soas que vivem em andares ou têm pequenos logradouros entre prédios em zonas urbanas. Só o desatino com que se quer fazer à bruta as coisas é que pode explicar isto. Mas fica mal a quem o decidiu.

Julgo não haver ninguém que não

perceba que é necessário limpar os terrenos como os bombeiros sempre disseram mas só lhes deram ouvidos quando houve mortos nos incêndios florestais que todos lamentamos. Mas lamentamos esses mortos, mais de 100, como todos os outros, por exemplo, também os que já morre-ram desde o princípio do ano em in-cêndios urbanos e esse número anda quase lá perto do outro. Mas destes pouco se fala.

Na limpeza dos terrenos, como as

câmaras e juntas de freguesia terão já dito, não está em causa o fazer mas os meios e o tempo para tal, questão em que os governantes se fecham em copas. E como a coisa corre mal, mesmo com a ameaça do dito papão agora já dizem que são os bombeiros e os militares é que vão capinar. E sobre isso também já levaram para contar dos próprios bombeiros e do presidente da Liga.

[email protected]

Vem aí o homem do saco

Manuel Maldonado Cordeiro, comandante do QH dos Vo-luntários de Carcavelos e São Domingos de Rana, com-

pleta, no próximo dia 8 de março, um século de uma vida cheia, grande parte dela dedicada à causa e às coisas dos bombeiros de que, ainda hoje, fala com enorme paixão.

A efeméride será assinalada, dia 11 de março, com um almoço no quartel que reunirá muitos dos que conviveram com Manuel Cordeiro, com o homem, o bombeiro e o diri-gente associativo.

O agora comandante do QH entrou na Associação Huma-nitárias de Bombeiros de Carcavelos e São Domingos de Rana em 1955, como dirigente mas, dois anos depois ingres-sou na estrutura de comando como adjunto. Em 1977 assu-miu o comando cargo que desempenhou durante mais de uma década. Ingressou no quadro de honra 1996.

Do um percurso de mais de 40 anos, destaca-se a estoica luta pela construção do novo quartel que venceu com todo o mérito e devido reconhecimento.

No mês em que se homenageia esta figura marcante, íco-ne de um tempo que já não volta, uma equipa do jornal es-teve à conversa com este decano dos bombeiros de Portugal.

Sobre a vida, a história e as estórias do centenário dare-mos conta na próxima edição.

CARCAVELOS

Comandante Cordeiro

homenageadono centenário

As candidaturas ao Prémio Bombeiro de Mérito e Menções Honrosas associadas deverão dar entrada na sede da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) até 15 de março próxi-

mo, por via eletrónica através de [email protected] ou via CTT para a morada da confederação, Rua Eduardo Noronha, 5-7, 1700 – 151 Lisboa.

O Prémio Bombeiro de Mérito, criado pela LBP e patrocinado pela Fundação Montepio, destina-se a distinguir anualmente os elementos dos corpos de bombeiros de qualquer natureza que, no desempenho das suas missões de socorro e de salvamento pratiquem atos de relevância especial.

Em paralelo ao prémio, a LBP instituiu um conjunto de men-ções honrosas destinadas a distinguir anualmente personalida-des e entidades que pelo seu desempenho, dedicação e iniciati-va tenham contribuído para a promoção, dignificação e desen-volvimento da atividade das associações e corpos de bombei-ros.

Podem ser distinguidas com menções honrosas, as câmaras municipais com ação relevante no apoio aos corpos de bombei-ros, o dirigente associativo que se destaque na condução das associações humanitárias de bombeiros, o elemento do quadro de comando que se distinga pela sua liderança no respetivo cor-po de bombeiros, a personalidade empresarial ou empresa que se distinga pelo apoio concedido aos corpos de bombeiros e a personalidade da sociedade portuguesa que no domínio da sua intervenção, profissional ou institucional, contribua para a pro-moção, valorização e dignificação das estruturas dos bombei-ros.

A indicação dos candidatos deverá ser feita pela Comissão de Nomeação do Prémio até 31 de março e o Júri Nacional decidirá sobre os premiados entre os candidatos nomeados até 30 de abril.

O prémio e as menções honrosas serão entregues no decor-rer das comemorações do Dia do Bombeiro Português.

BOMBEIRO DE MÉRITO 2017

Candidaturas abertas até 15 de março

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