jornal aldeia de caboclos ano 2 número 23

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23 Edição do Jornal Aldeia de Caboclos

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PrevisãoBaralho CiganoCartas: Navio, Crianças e lírios

Editorial Prezados leitores e irmãos de fé, que as Sete Li-nhas da Umbanda e o nosso Pai Oxalá sigam ilu-minando a abertura e o decorrer de mais um anode intensos trabalhos e realizações, frutificando eresplandecendo a nossa amada religião e os cultosafro em geral.

Que seja mais um ano de muitos feitos em prol de nosso crescimento, e que sejam praticados gran-des atos e desenvolvidas destacáveis ações trans-formadoras para o fortalecimento, valorização e ampliação do reconhecimento da Umbanda e das religiões de matriz africana como um todo.

Que a caridade, a harmonia, a honestidade, a competência e a união componham o alicerce da nossa constante evolução.

Que a perseverança, determinação, a solidarieda-

de e o espírito de superação estejam presentes na árdua, imprescindível e valorosa missão de difun-dir os ensinamentos do bem.

Que o amor, a paz, a união, e o êxito regado a hu-mildade e respeito ao próximo sejam o fruto in-dissolúvel do trabalho por nós concretizado.

Que Oxalá ilumine o caminho de todos nós!

Salve a Umbanda, que é amor e caridade, Salve Zambi!

Amor: Período excelente para renovar o relacionamento, colocar aquela pita-dinha de pimenta na relação e renovar. Sair do comodismo da relação, ressaltar o lado positivo da pessoa amada, praticar elogios. Para quem está sozinho, fi que atentos a novas paqueras, conhecer no-vas pessoas e se abrir para novos rela-cionamentos. Se você pretende fazer um passeio a dois, viagem é o momento ide-al. Paz e harmonia conjugal é que reina nesse momento para sua relação afetiva. Para quem está sozinho, é momento de refl etir, transformar e ir à luta com rela-ção a sua felicidade.

Profi ssional: - Financeiro- Entrando nessa fase de mudança, motivação, apro-veite agora para organizar tudo o que você precisa no lado profi ssional, organize também seu lado fi nanceiro para conse-guir um bom progresso nesses aspectos. Se você está sem emprego, tranquilize-se e direcione nesse momento todos os seus objetivos e vá em busca, período bem fa-vorável a novos caminhos.

Um aspecto muito importante nesse perí-odo é que você tome cuidado com gastos impensados, por infantilidade ou impul-sividade, pois estaremos atravessando um período propício a isso.

Saúde: Você que pensa em aumentar a família, ótimo período de muita fertilida-de. Para os homens um pouco de cuidado com a área da coluna ou parte óssea. Para as mulheres, parte hormonal e urinária. Crianças fi quem atentas a parte respira-tória. Como temos a carta dos lírios, é o momento ideal para um bom relaxamen-to e meditação.

Para você que quer uma previsão para o ano de 2013, agende agora mesmo a sua consul-ta. Carolina Amorim- Taróloga e Terapeuta Holística- 11- 984096944 ou 11 - 23694241

msn: [email protected] ou www.facebook.com/esoterismo.estreladooriente

EXPEDIENTE

Diretor: Engels B. Xenoktistakis

Direção de Arte: Daniel Coradini

Redator: Engels B. Xenoktistakis

Colaboradores: Adriano Camargo /

Ronaldo Linares e

Alexandros Xenoktistakis

Assessoria Jurídica: Alexandros Barros

Xenoktistakis – OAB/SP 182.106

contato: [email protected]

Escola de Curimba Umbanda e EcologiaFormando os melhores mestres de curimba desde 1989

Congo Angola Ijexá Nagô Barra-VentoVenha aprender mais de 1000 pontos para voce tocar

e cantar no seu terreiro para louvar seus orixás.

Rua Domiciano Ribeiro 442 - Bairro do Limão - V. Espanhola 6457-5473 7243-2406

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UmbandaLegal

E O MUNDO NÃO ACABOU...O ano de 2012 foi marcado pela expectativa do “fim do mundo”. Para quem esperava um fim do mundo físico, com maremotos, terremotos, fogo, inundações, etc., nada aconteceu.

Eu vi pessoas que realmente acreditavam nisso, e até fizeram abrigos; vi outras fazendo piada, achando gra-ça, desdenhando.

Realmente o mundo não acabou, mas ao longo da história constatamos que as civilizações passaram, reis foram depostos, heróis nasceram e morreram, milhões de vidas foram ceifadas por epidemias, ino-centes foram mortos em guerras, mas o planeta Terra continua, e sempre vai continuar.

Nós somos os convidados, e não os anfitriões. Nós é que somos passageiros. Nós é que nascemos, vivemos, morremos, às vezes deixando o mundo mais bonito, outras vezes mais feio...

A tecnologia trouxe a interatividade, e com ela a dis-tância, muitas facilidades, mas trouxe também a soli-dão e o individualismo.

Na verdade, o mundo que conhecemos é a soma de bilhões de pequenos mundos. Cada um de nós tem seu mundo particular, sua história, seus sonhos, seus medos, alegrias e tristezas, e isso nos torna únicos e insubstituíveis. E a união de tudo isso forma o mundo que nós conhecemos.

Pensando assim, o mundo acaba todos os dias... acaba quando os bons cruzam os braços, quando aceitamos a fome e a sede de nossos irmãos como coisas comuns.

Acaba quando ignoramos o mendigo dormindo na rua, a criança órfã; quando, ao vermos uma tragédia, respiramos aliviados, afinal de contas, graças a Deus não é na nossa família, não é com quem amamos, é com os outros...

Acaba quando achamos que somos donos da verdade, quando discutimos quem está com a razão, quando a intolerância religiosa domina o homem a ponto de

causar a violência, a segregação, o descaso e até mes-mo o ódio.

Acaba pelas preces que não fazemos, pela mão que não estendemos, pela ajuda que não oferecemos.

Acaba quando nos lembramos de Deus somente nas horas de aflição; quando lembramos apenas de pedir, e nunca de agradecer.

Acaba quando achamos suficiente ir à missa aos do-mingos, rezar um terço de vez em quando, orar antes de dormir; andar com a bíblia debaixo do braço; rodar no santo algumas vezes por ano; participar das giras e fazer oferendas por obrigação.

Não, isso não é suficiente, precisamos de mais, o mun-do precisa de mais. Precisamos mudar nosso padrão de consciência, vigiar nossos pensamentos, nos curvar diante daquele que nos criou, aceitar a vontade D’Ele e pedir que nos direcione, proteja e ampare.

Precisamos parar de esperar que o outro mude, que o mundo mude, que as coisas se ajeitem sozinhas...não é responsabilidade dos outros, é de cada um de nós.

Todos desejaram o tradicional “Feliz Ano Novo”, não é? Mas quem realmente vai fazer algo para que isso se torne realidade? Quem vai orar mais, vigiar mais, ajudar mais, estudar mais, trabalhar mais, evoluir mais?

Quem vai deixar o preconceito e o julgamento de lado? Quem finalmente vai olhar o outro como seu irmão, e mais, ter a consciência de que já esteve ou poderá es-tar um dia no lugar dele? Quem de nós vai fazer algo para tornar o nosso mundo, nosso lar coletivo, um lu-gar melhor para se viver?

Quem vai começar a procurar as respostas dentro de si mesmo, ao invés de aceitar o que é imposto por seus líderes?

A luta entre o bem e o mal não vai acontecer num apo-calipse teatral, com anjos descendo em nuvens e lu-tando com dragões com várias cabeças; ela já existe,

dentro de cada um de nós. Somos testados o tempo todo, e nossas escolhas é que vão determinar quem vencerá no final.

Não, não existe paraíso, céu nem inferno, bandidos e mocinhos, certo e errado, bons e maus; existem esco-lhas e consequências.

Que bom que o mundo não acabou...mas pode ter se encerrado um ciclo; a tão esperada colheita pode estar chegando; a separação do joio do trigo pode estar co-meçando, afinal de contas, Ele não dorme.

Que bom que o mundo não acabou, pois isto significa que temos uma nova chance, que podemos fazer di-ferente, podemos escrever um novo final para nossa história, a história de todos nós.

Que bom que podemos ler os livros que não lemos, fazer o curso que não fizemos, dizer aquilo que ainda não dissemos, resolver as pendências que deixamos pra trás, dar o abraço que não demos.

Quem sabe assim possamos viver cada dia como se re-almente fosse o último, não por medo, mas por saber que estar aqui é uma oportunidade maravilhosa de crescimento e evolução.

Que todos nós possamos fazer de 2013 um Feliz Ano Novo. Axé.Texto:

Mãe Valéria Siqueira Terreiro de Umbanda Pai Oxóssi,Caboclo 7 Flechas e Mestre Zé Pilintra Críticas e sugestões: [email protected] [email protected]

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Falando de Umbanda

Falando de Umbandapor Pai Ronaldo Lineares

SINCRETISMO RELIGIOSO

HOMENAGEMA OXOSSE

-SÃO SEBASTIÃO-20 DE JANEIRO

A imposição da cultura branca ou negro recém escravizado, a obrigatoriedade de aceitação dos santos católicos que em nada se assemelhavam aos seus Orixás de origem levaram o ingênuo escravo a procurar pontos de con-

cordância entre os seus principais Orixás africanos e os santos cultuados pelos católicos.

Quando vemos a imagem de São Sebastião, vemos um homem seminu (caboclo?) amarrado a um tron-co de árvore (mata?) e crivado de flechas (índios?). A única diferença destoan-te é um capacete romano geralmente depositado aos pés da imagem.

O negro africano neces-sitava esconder seu otá (pedra sagrada) na base de uma imagem que, de alguma forma, lhe lem-brasse o Orixá deixado na Pátria Mãe, a África, e, quem usa flechas e vive na mata conhece cada animal e os caça com auxílio do arco e flecha, é Oxossi. Consequentemente, o anti-go centurião romano era o que mais se aproximava fisicamente do homem que vivia da caça e, por ex-tensão, do próprio índio brasileiro (pouca roupa, arco, flecha e mata).

Embora hoje o sincretismo São Sebastião-Oxossi seja aceito em quase todo o Brasil, no passado e em lugares menos permeáveis, ainda se sincretiza Oxos-si com Omulu Abadian. Em alguns dos candom-blés da Bahia, sincretiza--se Oxossi com São Jorge. Em Cuba, Oxossi é cul-tuado com São Norberto, santo nascido em Xanten, na Alemanha, pelo ano de 1080, e falecido em 1134 em Magdeburgo, cidade da qual era arcebispo.

Ossain, o Orixás das fo-lhas, é cultuado como Orixá à parte no Candomblé e não tem equivalência na Um-banda, pois é absorvido pelas características de Oxos-si. Na Bahia, Ossain é sincretizado ora com Santo Ex-pedito, ora com Santa Luzia, em função de se tratar de um Orixá meta meta, parte do tempo masculino, parte do tempo feminino.

Pierre Verger (Orixás) nos diz que Ossain é divin-dade das plantas medicinais e litúrgicas. O nome das plantas, sua utilização e as palavras (ofò), cuja força desperta seus poderes, são os elementos mais secretos do ritual no culto aos deuses iorubás. O símbolo de Ossain é uma haste de ferro, tendo, na extremidade superior, um pássaro forjado; essa é cercada por seis outras dirigidas em leque para o alto.

O elemento do Oxossi é o ar. Seus domínios são as matas, animais silvestres, caça e agricultura. Seu metal é o cobre, sua erva é a erva-doce e sua flor é a palma

E, para encerrar deixamos aqui sua principal saudação:

OKÊ CABOCLO!Pai Ronaldo Linares ‘o plantador de florestas’ [email protected] www.santuariodaumbanda.com.br www.casadepaibenedito.com.br

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DOR E SOFRIMENTO... MOMENTO PARA REFLETIR E CRESCER.

O dia 27 de fevereiro será marcado por comemorações chorosas e doloridas das famílias que perderam seus entes queridos no incêndio da Boate Kiss em Santa Maria (RS).

Essa dor irradiou-se pelo país inteiro como uma onda de terror, pois percebemos que nossas famílias estão todas tão vulneráveis quanto aquelas. Nossos filhos, netos, sobrinhos, etc. saem de casa para se di-vertir e não para morrer. Devemos sempre estar aten-tos e exigir provas de que os lugares que frequentamos está seguro. Só assim é que poderemos lutar contra um sistema corrompido que resolve as irregularida-des na base ‘do por fora’.

Mas hoje, em solidariedade as famílias profunda-mente machucadas, envio esta mensagem na tentati-va de que seu sofrimento seja, apenas um pouquinho, diminuído: Morrer é voltar para casa...

Ao chegar, a morte traz em sua bagagem mistérios, divergências e indagações. Quando o corpo fecha os olhos para a luz, o coração silencia e a respiração cessa. Terá morrido junto a essência humana? Logicamente não! O organismo voltará à Terra e restituiremos à natureza o que dela recebemos, mas o espírito jamais terá fim. Depois da morte existe a vida plena, pujante e encantadora porque cumprida mais uma jornada, seguem os espíritos para a pátria espiritual levando consigo os feitos acumulados em suas existências fí-sicas. Somos seres imortais e o sopro que nos anima não se apaga com o toque da morte. Uma pequena prova dessa continuidade são as flores delicadas que nascem nas sepulturas.

Aquele que buscou viver com ética e amor a morte é apenas o fim de um ciclo: a volta para casa. Com a consciência pacificada e o coração em festa, o homem de bem fecha os olhos do corpo físico e abre as jane-las da alma com ética e amor. Os espíritos aportam no plano espiritual, nem anjos, nem demônios, ape-nas almas em aprendizagem despojadas de carne. As mesmas que eram antes. O desencarne não modifica seus hábitos e costumes, não lhes concede títulos e

nem conquistas. Não retira seus méritos ou realiza-ções. Cada um se apresenta após a morte como sem-pre viveu. Apenas elevam-se para regiões diferentes e misteriosas, onde as leis que prevalecem são criadas por Deus. Mesmo os espíritos mais infelizes e até os voltados para o mal, não são esquecidos ou abandona-dos pelo auxílio Divino. Em toda parte e, sem cessar, os amigos espirituais amparam todos os seus irmãos, refletindo a Providência Divina. Parentes e amigos que já fizeram a passagem estarão lá para abraços ca-lorosos, beijos de saudades e sorrisos de reencontro.

Nesse dia as lágrimas regarão o solo dos túmulos e respingará nas flores, mas, haverá felicidade para o que foi em paz. Será descoberto um mundo novo, há muito esquecido, se sentirá amado e experimen-tará um amor poderoso e contagiante: O AMOR DE DEUS! Ao fechar os olhos para a vida material uma voz ecoará em sua alma, que dirá suavemente:

- Vem, sê bem-vindo e volta à tua casa.

Morrer, longe de ser o descansar eterno, é pura e simplesmente recomeçar a viver. Uma oportunidade de refletir, curar as chagas e evoluir espiritualmen-te. Na contabilidade Divina, a soma de ações nobres anula a coletânea equivalente de atos indignos. Todo amor dedicado ao próximo em serviço educativo à hu-manidade é degrau de ascensão.

A reencarnação é uma oportunidade bendita para a evolução do espírito. Chegamos a Terra abençoados para a luta diária no intuito do aprimoramento pes-soal. Cada dia vivido é uma chance para adquirir os verdadeiros valores que resistem à própria morte.

Que posso eu dizer às famílias enlutadas e com seus corações partidos senão que, como mãe, tenho ciência de quão aniquilante é a dor de ver um filho partir e perder seu convívio diário, ouvir sua voz, suas garga-

lhadas e sentir seu cheiro. Parece que perdemos uma parte de nós mesmas e que não vamos mais conse-guir ficar aqui. Porém, como espiritualista, me sinto na obrigação de lembrar que a morte é tão somente um fenômeno orgânico e inevitável pois sabemos que a Lei Divina determina que tudo o que nasce, deve morrer. A morte espera-nos paciente e não sabemos quando a iremos encontrar. Nesse momento, alguns estarão mais preparados que outros.

Ter essa consciência em relação a nós mesmos já é uma forma de adaptação para essa experiência, mas, quando falamos daqueles que amamos verdadeira-mente, nos esquecemos por um tempo que estamos apenas vivendo o que para nós está reservado. O perí-odo do luto é muito importante, mas, não deixem que a revolta tome conta de seus corações. Eles deverão estar cheios de amor para que esses filhos não sofram pelo sofrimento de seus pais. Para que tenham leveza e paz para dedicarem-se aos ensinamentos Divinos.

O céu está em festa, cheio de alegria, espontaneida-de e exuberância. Então, celebremos esse encontro de amor e regozijo. Quando eu era criança ouvia dizer que as pessoas que morriam viravam anjos e se cho-rássemos muito por elas, suas asas ficavam pesadas e elas não poderiam voar. Então, vamos pensar ne-les como anjos que precisam voar em direção ao Pai e deixá-los ir em paz.

Comecemos a semear o amor e o bem a partir de hoje para que, quando fecharmos os olhos nessa exis-tência, possamos estar mais preparados e adaptados à nova vida e, assim, encontrarmos ainda mais rápido aqueles que amamos.

Babá Dirce P Fogodiretora espiritual da Casa de Pai Benedito

(inspirado no texto de Divaldo Pereira Franco) www.santuariodaumbanda.com.br

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Ervas na Aldeiapor Adriano Camargo

PROSPERIDADE, ABUNDÂNCIA E FARTURASalve turminha das ervas e do amor à Natureza.

Abordar a prosperidade nos rituais, magia e prin-cipalmente na religião de Umbanda é um mito a ser desdobrado também. Muitos dirão que uma coisa não tem nada a ver com a outra, outros dirão que queremos comercializar a religião, enfim, ao nega-rem sua própria prosperidade espiritual, como que-rem fazer o bem ao próximo? Ou enxergam como sinônimo de prosperidade apenas dinheiro?

Prosperar é multiplicar o que já trazemos em nós, como convicções e propósitos. Mitos, concei-tos e preconceitos são o que mais encontramos nesse caminho.

E como encontrar um caminho do meio? Como aliar o trabalho espiritual e a mediunidade com a prosperidade?

Somos por definição seres prósperos. Seres hu-manos cuja natureza é o bem. Aquele que não está no bem, é porque ainda não compreendeu isso.

Somos invadidos por uma torrente de informações motivadoras. Emails, propagandas, livros diversos sobre motivação e neurolinguística, e além de tudo isso, sobre oportunidades, prosperidade e sorte.

Há uma grande contradição que diz que a sor-te bate apenas uma vez à nossa porta. Se isso fos-se verdade, seriamos condenados eternamente à pobreza, falta de sorte e outras coisas mais, pois

sempre estamos esperando uma confirmação das nossas intuições, ou das oportunidades que deixa-mos passar por acreditar que não estávamos pre-parados.

Senso de prosperidade não combina com ambi-ção desenfreada. A oportunidade não perdoa uma rejeição contínua e nem um apego escravizador.

Equilíbrio, bom senso, ética, valores, inteligên-cia emocional e moral, valem muito não só na bus-ca, mas principalmente na manutenção da prospe-ridade e das oportunidades.

Pensamento positivo. Parece fácil, não é? Mui-tos acreditaram que após O Segredo (livro e filme), surgiriam milhares de novos ricos, pessoas mais felizes, enfim, não foi o que vimos. Aliás, o surgi-mento de uma “nova crise” foi apenas o que ficou em evidência.

É claro que não atribuímos essa crise mundial a “O SEGREDO”. E é realmente muito difícil, princi-palmente para nós ocidentais, nos concentrarmos num objetivo, como a proposta do livro.

Eis as palavras: objetivo – propósito – meta.

Para quem não sabe o que quer, qualquer coisa está bem. Qualquer coisa é bem vinda.

Lidar com os aspectos naturais da prosperidade é observar que a abundancia está em toda a criação divina, basta que a gente se coloque a ela.

No estudo teológico da Umbanda, aprendemos que nossos Sagrados Pais e Mães Orixás são pode-res da Criação Divina, manifestados religiosamen-te, naturalmente, espiritualmente, sincreticamen-te, etc.

O uso dos elementos naturais é um fundamento nas religiões naturais e na Umbanda. As oferen-das, sem dúvida nenhuma. Então o que falta para nós, praticantes de magia natural e umbandistas, para nos servirmos daquilo que temos a nossa mão, para alavancarmos vibrações que manterão nosso foco, estabilidade e força no caminho do su-cesso espiritual e material?

Crise e oportunidade andam juntas. Se você ape-nas olhar para a crise, verá apenas crise.

Será que no conceito de amor e caridade da nos-sa filosofia de magia natural e Umbanda podemos ser bons apenas para os outros? É crime, pecado ou coisa parecida desejarmos prosperidade, opor-tunidade e abundancia para nós mesmos?

Vocês estão apreensivos com a crise, com a situ-ação mundial? Acreditam que a sorte e a felicidade fugiram de vocês?

Estão errados! É preciso combater o desânimo, vencer a preguiça mental e física, persistir, não li-gar para o possível e passageiro fracasso. Em vez disso, pensar no sucesso!

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A necessidade é mãe da criatividade e muita ve-zes o trampolim do sucesso. O mundo mudou e a maioria de nós continua os mesmos. No passado, os jovens queriam mudar o mundo, agora querem mudar de celular ou computador, comprar um ta-blet, enfim, querem reciclar.

Algumas ervas nos ajudam nesse processo de magnetizar vibrações que nos colocam em sintonia energético vibratória com as oportunidades que le-vam á prosperidade e abundância.

Podemos citar aqui o Girassol, as folhas e frutos do Cafeeiro (café), a Canela, o Cravo da Índia, a Erva Doce, a Nóz Moscada, o Louro, as folhas da Pitangueira (pitanga), as folhas e frutos do Roman-zeiro (romã), o Abre Caminho e a Rosa Vermelha.

Sucesso, saúde e muita prosperidade a todos!

Adriano CamargoErveiro da Jurema

[email protected]

Texto extraído do livro RITUAIS COM ERVAS – BA-NHOS, DEFUMAÇÕES E BENZIMENTOS

Louro - Laurus nobilis

Erva tradicional no uso nas culturas e religiões an-tigas, os gregos, e depois os romanos já a usavam como condimento nobre e símbolo do sucesso, da sabedoria, da iluminação e da glória. Expressões como “os louros da glória” ou mesmo “laureado” que indica alguém homenageado ou premiado, tem origem nessa cultura. Os atletas e guerreiros eram adornados com essas folhas quando voltavam vito-riosos de suas pelejas.

Essa erva de magnetismo atrator e material, mas-culina e forte por definição, é também associada à prosperidade. Indispensável nas celebrações de ano novo, é muito usada consagrada nessa ocasião e

carregada na carteira durante o ano todo para que não falte dinheiro.

É realmente um imã de energia material, catal-isando assim o desejo de progresso e crescimento.

Nós a associamos à vibração construtora, magne-tizadora e iluminadora de Oxalá.

Energia leve, mas forte e potente na ação, pode ser usada em todos os preparos desse Pai Orixá, e nos preparos de todos os Orixás onde seja ne-cessária uma ação intensa, de magnetismo firme e contundente para o propósito desejado.

Citamos energia masculina, pois traz firmeza de propósito, racionalidade e percepção reta, indicada como banhos e defumações para pessoas que viajam nas nuvens da imaginação e são pouco realizadoras.

Sinônimos populares: Loureiro, guacararaiba

Indicações ritualísticas: firmar o magnetismo de outras ervas, firmeza de propósito, atração mate-rial, prosperidade, energia vital masculina

Ação (verbos): Iluminar, crescer, construir, incen-tivar, atrair, firmar

Cor energética: Verde cristalino

Orixás principais: Oxalá e Oxóssi

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PELO FIM DA INTOLERÂNCIA RELIGIOSAHá 29 anos, no dia 25 de novembro de 1981, a As-

sembléia Geral das Nações Unidas (ONU) proclamava a “Declaração sobre a Eliminação de todas as formas de Intolerância e Discriminação com base em Reli-gião ou Crença” (Resolução nº 36/55). Conhecer este importante instrumento internacional de direitos hu-manos e colaborar ativamente para sua efetivação é tarefa dos Estados, mas também da sociedade civil e de cada pessoa. Assim, é nosso interesse nesta breve artigo não mais do que trazer à lembrança este posi-cionamento.

No preâmbulo da Declaração, a Assembleia da ONU reconhece que o conteúdo que estava promulgando é parte dos direitos humanos. Diz que “na Declaração Universal de Direitos Humanos e nos Pactos Inter-nacionais de Direitos Humanos são proclamados os princípios de não discriminação e de igualdade diante da lei e o direito à liberdade de pensamento, de consci-ência, de religião ou de convicções”. Afirma que enten-de que “a liberdade de religião ou de convicções deve contribuir também na realização dos objetivos da paz mundial, justiça social e amizade entre os povos e à eliminação das ideologias ou práticas do colonialismo e da discriminação racial”, o que dá o conteúdo mais amplo no qual se interem os objetivos da Declaração.

A ONU também reconhecem que “o desprezo e a violação dos direitos humanos e das liberdades fun-damentais, em particular o direito à liberdade de pen-samento, de consciência, de religião ou de qualquer convicção, causaram direta ou indiretamente guerras e grandes sofrimentos à humanidade”. Também ma-nifesta sua preocupação “com as manifestações de intolerância e pela existência de discriminação nas esferas da religião ou das convicções que ainda exis-tem em alguns lugares do mundo” e, por isso, entende que devem ser tomadas “todas as medidas necessárias para a rápida eliminação de tal intolerância em todas as suas formas e manifestações e para prevenir e com-bater a discriminação pôr motivos de religião ou de convicções”.

Neste espírito, a Declaração estabelece, em seu ar-tigo 1º que “1. Toda pessoa tem o direito de liberdade de pensamento, de consciência e de religião. Este di-reito inclui a liberdade de ter uma religião ou qualquer convicção a sua escolha, assim como a liberdade de manifestar sua religião ou suas convicções individuais ou coletivamente, tanto em público como em privado, mediante o culto, a observância, a prática e o ensino. 2. Ninguém será objeto de coação capaz de limitar a sua liberdade de ter uma religião ou convicções de sua escolha. 3. A liberdade de manifestar a própria

religião ou as próprias convicções estará sujeita uni-camente às limitações prescritas na lei e que sejam ne-cessárias para proteger a segurança, a ordem, a saúde ou a moral pública ou os direitos e liberdades funda-mentais dos demais”. Observe-se que o conteúdo e o significado do direito reconhecido pela Declaração é abrangente e profundamente consistente.

A mesma Declaração também prescreve os sujei-tos a quem protege. O artigo 2º diz que “1. Ninguém será objeto de discriminação por motivos de religião ou convicções por parte de nenhum estado, institui-ção, grupo de pessoas ou particulares. 2. Aos efeitos da presente declaração, entende-se por “intolerância e discriminação baseadas na religião ou nas convicções” toda a distinção, exclusão, restrição ou preferência fundada na religião ou nas convicções e cujo fim ou efeito seja a abolição ou o fim do reconhecimento, o gozo e o exercício em igualdade dos direitos humanos e das liberdades fundamentais”.

Importante ressaltar também que a Declaração afir-ma, no artigo 3º, que “a discriminação entre os seres humanos por motivos de religião ou de convicções constitui uma ofensa à dignidade humana e uma ne-gação dos princípios da Carta das Nações Unidas, e deve ser condenada como uma violação dos direitos

Artigo

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Cursos:TEOLOGIA DE UMBANDA SAGRADA INÍCIO 20/03 - 20 HS

MAGIA DIVINA DAS SETE ERVAS SAGRADAS INÍCIO 28/02 ÀS 20 HS

MAGIA DIVINA DAS SETE CHAMAS ( FOGO) INÍCIO 23/03 ÀS 10 HS

SACERDÓCIO DE UMBANDA SAGRADA INÍCIO 23/03 ÀS 13HS( AULA MENSAL)

PORTAIS DE LIBERTAÇÃO: MÓDULO I : FORMANDO TURMAS - INÍCIO

PREVISTO EM JULHO

R. Senador Roberto Simonsem, 641, Centro, São Caetano do Sul SP Fone: 11- 97372-8383

Giras de atendimentos Sextas feiras ás 20 hs Trabalho de desenvolvimento mediúnico: segundas 20 hs

Corrente médica espiritual gratuito:Primeira segunda-feira de cada mês às 20 hs

LU

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E S M A R E

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P L O E S C

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email: [email protected]

TEMPLO ESCOLAUMBANDISTALUZ ESMERALDA

humanos e das liberdades fundamentais proclamados na Declaração Universal de Direitos Humanos e enun-ciados detalhadamente nos Pactos internacionais de direitos humanos, e como um obstáculo para as relações amistosas e pacífi cas entre as nações”.

A Declaração também estabelece responsabilidades públicas no artigo 4º ao determinar que

“1. Todos os estados adotarão medidas efi cazes para prevenir e eliminar toda discriminação por motivos de religião ou convicções no reconhecimento, o exercício e o gozo dos direitos humanos e das liberdades fundamentais em todas as esferas da vida civil, econômica, política, social e cul-tural.

2. Todos os Estados farão todos os esforços necessários para promulgar ou derrogar leis, segun-do seja o caso, a fi m de proibir toda discriminação deste tipo e por tomar as medidas adequadas para combater a intolerância por motivos ou convicções na matéria”.

Enfi m, conhecer este importante instrumento de proteção da dignidade humana como forma de subsidiar a atuação pública e cidadã é fundamental. Nele, as convicções religiosas de cada pessoa es-tão protegidas pelas Nações Unidas. Ao mesmo tempo, também se pode encontrar neste instrumen-to subsídios para afastar todo tipo de obscurantismo, de intolerância e de fundamentalismo que em nada ajudam ao desenvolvimento das próprias crenças e religiões e menos ainda para a convivência pacífi ca e justa entre as pessoas. O texto completo da Declaração pode ser encontrado em português em www.direitoshumanos.usp.br.

Por Paulo César Carbonari

Fonte: http://cdhpf.org.br/artigo/pelo-fi m-da-intolerancia-religiosa/

Artigo Publicado no ano de 2010

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Artigo

A GERAÇÃO DE YEMANJÁOlorun tem uma matriz geradora onde gera a vida

em seu sentido mais amplo, pois nela são geradas to-das as formas de vida.

Dentro dessa matriz existem tantos “compartimen-tos” geradores de formas de vida quanto possamos imaginar, e ainda assim não chegamos à milionésima parte da sua capacidade de gerar formas de vida.

Nossas mais bem informadas fontes revelam que até o plasma divino que deu origem aos Orixás foi gerado nela, fato esse que confunde um pouco intérpretes dos Orixás pois, como Yemanjá foi gerada por Olorun nes-sa matriz, então é atribuída a ela a maternidade dos Orixás.

Mas o assunto é mais complexo do que parece ser e preferimos não elocubrar sobre algo que escapa á nos-sa imaginação e entendimento sobre o nosso Divino Criador Olorun.

A verdade, segundo todas as fontes, é que Yemanjá foi gerada na matriz geradora da vida...e ponto final.

Bom, de posse dessa informação confiabilíssima, Yemanjá é um Orixá que traz em si tantos mistérios que é melhor nem tentar quantificá-los, porque a vida tem tantos mistérios em si que seu número é infinito.

O que importa é que todos saibam que, se a vida é gerada nessa matriz geradora e Yemanjá é a mãe Ori-xá gerada nela, então, em certo sentido, a lenda que lhe atribui a maternidade de diversos Orixás não está errada, pois eles, mesmo sendo seres divinos, são uma das muitas formas que a vida tem para fluir. Só que neles ela flui de forma divina, não é mesmo?

Então, ela é de direito a mãe de todos, ainda que não o seja de fato, pois, na realidade, quem é a mãe de to-dos eles, que são vidas, é a matriz geradora de “vidas”.

Mas como todas as matrizes são suas realidades em si mesmas e a que a gerou é em si a realidade da vida, então Yemanjá, que a rege, é de fato a mãe da vida. Ou não?

Bem, como o assunto é muito complexo e envolve elaboradíssimos conceitos teogônicos e metafísicos, então o melhor é simplificarmos as coisas para que possamos entender a importância de Yemanjá na cria-ção ou na morada exterior de Olorun, certo?

Inclusive, o homônimo nigeriano de Édipo, e que é Orungã, não resistiu ao desejo de possuir Yemanjá, fato esse que, na lenda nigeriana, levou-a a fugir dele e durante a fuga acabou sofrendo um acidente que abriu seus fartos seios, que... etc. etc. etc., sabem?

Mas Exu, o mais bem informado dos Orixás, ainda que seja o mais indiscreto, revelou-nos que as coisas têm outra versão, tão intrigante quanto essa. E isso, segundo Exu, criou a mais humana das ciências, ainda que ela seja a mais inexata de todas, pois é a “Acholo-gia”, e todos os que a adotaram e nela se formaram são chamados de “achólogos”.

Fonte: Lendas da Criação. Rubens Saraceni. Ed. Ma-dras (www.madras.com.br)

Olorum cria e gera em Si mesmo tudo o que existe e tem nesta Sua faculdade criativa e geradora uma de Suas qualidades, através da qual Sua gênese divina vai surgindo e concretizando-se, já como o meio e como os seres que nele vivem.

A qualidade genésica do Divino Criador é a Fonte da Vida e das coisas que dão sustentação a ela.

Olorum cria e gera em Si mesmo, e criou e gerou nessa Sua qualidade uma divindade criativa e gerado-ra, que é essa Sua qualidade em si mesma.

Então surgiu Yemanjá, divindade unigênita gerada na qualidade criativa e geradora de Olorum, que a tor-nou em si mesma a Sua qualidade criativa e geradora.

Ela é unigênita e por isso tanto gera em si quan-to gera de si.

Quando gera em si, dá origem à sua hierarquia de tronos da Criação e tronos da Geração, que são divin-dades que manifestam uma dessas duas naturezas de Yemanjá.

Quando gera de si, ela irradia essa sua dupla facul-dade, e quem a absorve torna-se criativo e gerador no aspecto da vida a que se dedicar.

A lenda nos diz que Yemanjá é tida como a mãe de todos os orixás, e ela está relativamente certa, já que se algo existe é porque foi gerado. E, porque Yemanjá é em si mesma essa qualidade geradora do Divino Cria-dor, então ela está na origem de todas as divindades.

Mas as coisas de Deus não acontecem assim, e Ele, quando começou a gerar, já havia ordenado sua gera-ção. Então Ogum já existia e ordenava a geração de Yemanjá. Oxum já existia e agregava o que ela estava gerando, etc.

Bem, o caso é que Yemanjá é a “Mãe da Vida”, e como tudo o que existe só existe porque foi gerado, então ela está na geração de tudo o que existe.

Ela tem nessa sua qualidade genésica um de seus aspectos mais marcantes, pois atua com intensidade na geração dos seres, das criaturas e das espécies, des-pertando em cada um e em todos, um amor único pela sua hereditariedade.

O amor maternal é uma característica marcante des-sa divindade da Geração e quem se coloca de forma reta

por Rubens Saraceni

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sob sua irradiação, logo começa a vibrar este amor ma-ternal, que aflora e se manifesta com intensidade.

Yemanjá, por ser em si a Geração, está na gênese de tudo como os próprios processos genéticos. E se a quali-dade Oxum agrega, ou funde o sêmen e o óvulo, Yemanjá é o processo genético que inicia a multiplicação celular, ordenada por Ogum, comandada por Oxossi, direcio-nada por Iansã, equilibrada por Xangô, estabilizada por Obaluaiyê e cristalizada num novo ser por Oxalá.

Viram como um orixá não dispensa a atuação dos outros e como todos são fundamentais e indispensá-veis a tudo o que existe?

Bem, Yemanjá, a nossa Mãe da Vida é por demais conhecida em alguns de seus aspectos. Mas em outros, é totalmente desconhecida.

Ela, por ser em si mesma a qualidade criativa e ge-radora de Olorum, então gera de si duas hierarquias divinas: uma é regada pelo Trono da Criatividade, que gera em si mesmo essa qualidade e a irradia de for-ma neutra a tudo o que vive, tornando todos os seres, criaturas e espécies muito criativos e capazes de se adaptarem às condições e meios mais adversos; outra, é regida pelo Trono da Geração, que é em si mesmo a qualidade genésica do Divino Criador, e gera e irra-dia essa qualidade a tudo e todos, concedendo a tudo

e todos a condição de se fundirem com coisas ou seres afins para multiplicarem-se e repetirem-se.

- minerais afins fundem-se e dão origem aos minérios;- elementos afins fundem-se e dão origem a novos

elementais;- energias afins fundem-se e dão origem a novas

energias;- cores afins fundem-se e dão origem a novas cores;- seres afins (machos e fêmeas de uma mesma espé-

cie) fundem-se e dão origem a novos seres.

Os tronos da Geração regem sobre este aspecto a gênese, e não só sobre o sexo. O campo desses tronos é tão vasto na vida dos seres e na criação divina, que os definimos melhor se simplesmente dissermos: “Os Tronos da Geração estão na gênese de tudo e de todos porque são uma das características de Yemanjá, que é em si mesma a Geração Divina”.

Portanto, Criatividade Geração são os dois lados de uma mesma coisa: Gênese Divina! E Yemanjá as ma-nifesta em suas duas hierarquias de tronos: os da Cria-tividade e os da Geração.

Por ser a divindade da Criatividade e da Geração, Yemanjá está em todas as outras qualidades divinas, mas polariza com o Orixá Omulu e faz surgir a irra-diação da Geração, que tem nele o recurso de paralisar

todo processo criativo ou gerativo que se desvirtuar, se degenerar, se desequilibrar, se emocionar ou se ne-gativar.

Yemanjá rege sobre a geração e simboliza a mater-nidade, o amparo materno, a mãe propriamente. Ela se projeta e faz surgir sete pólos magnéticos ocupados por sete Yemanjás intermediárias, que são as regentes dos níveis vibratórios positivos e são as aplicadoras de seus aspectos, todos positivos, pois Yemanjá não pos-sui aspectos negativos.

Estas sete Yemanjás são intermediárias e coman-dam incontáveis linhas de trabalho dentro da Umban-da. Suas orixás intermediadoras estão espalhadas por todos os níveis vibratórios positivos, onde atuam como mães da “criação”, sempre estimulando nos seres os sentimentos maternais ou paternais.

Oferenda: velas brancas, azuis e rosas; champagne, cal-da de ameixa ou de pêssego, manjar, arroz-doce e melão; rosas e palmas brancas, tudo depositado à beira-mar.

Água de Yemanjá para lavagem de cabeça (amaci): água de fonte com pétalas de rosas brancas e erva ci-dreira maceradas e curtidas por sete dias.

Fonte: Doutrina e Teologia de Umbanda. Rubens Saraceni. Ed. Madras (www.madras.com.br)

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Artigo

QUANDO O MÉDIUM VAI VIAJARMuitos não sabem como proceder com suas firmezas e assentamentos nas férias, quando precisam viajar.

Gostaria de esclarecer que existem algumas alternativas. Nesse período de férias, as velas podem ser substituídas por:

• Pedras imersas em água mineral na quartinha ou em uma bacia de louça;• Um pote de barro com um pouco de terra e algumas sementes ou grãos;• Elementos simbólicos.

Orixás Pedras Sementes/Grãos Elementos simbólicosOxalá cristal, quartzo branco canjica, arroz, trigo cruz, cajado, chaveOiá quartzo fumê rutilado, sodalita aniz estrelado, sementes de

maracujáespiral, ampulheta, espada

Oxum quartzo rosa, pedra da cachoeira sementes de maça, cravo da Índia sem a pimenta

trevo, coração, gruta

Oxumarê fl uorita, cianita, sodalita sementes de atemóia, se-mentes de pêssego

arco-íris, serpente, fi ta colorida

Oxóssi quartzo verde, esmeralda soja, milho, todas as semen-tes e grãos

arco e fl echa, ofá, eloquerê, penas

Obá hematita, madeira petrifi cada canela em pau, raiz, cipó escudo, espadaXangô pedra do sol, pedra da cachoei-

ra, olho de tigre, piritacafé em grãos machado, pedra, pedreira

Egunitá topázio, ágata do fogo sementes de abóbora, len-tilha

espada, cálice de cobre

Ogum granada, hematita feijão preto capacete, escudo, espada, lança, âncora, corrente

Iansã citrino, pedra enxofre, brita feijão fradinho espada, punhal, leque, raios, girassol, espelho, búzio, sabre

Obaluaiê turmalina negra, pedra da cruz olho de boi, sementes da fruta do conde, pipoca

cruzeiro, palha da costa, xaxará

Nanã ametista sementes de melancia, lágrimas de Nossa Senhora

cabaça, fechadura, mor-inga, iberi

Yemanjá água marinha, madre pérola sementes de melão concha, estrela, areia do mar

Omulú ônix preto caveira, foice, cajado

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DOUTRINA E CULTURA UMBANDISTA QUARESMAMuitos terreiros não trabalham na quaresma

alegando que:- Os quiumbas estão soltos...- É perigoso porque os guias podem ser presos pe-

las forças do mal...- Que os espíritos pagãos podem desarmonizar os

trabalhos...

Chegam ao cúmulo de dizer que os “exus” fi cam to-talmente sem disciplina e que perdem suas forças na tronqueira...

E eu pergunto:

- Qual é o REAL fundamento em não trabalhar na quaresma, sendo que é um preceito católico, acresci-do em nosso calendário por imposição do cristianis-mo no Brasil?

Nós somos umbandistas, a nossa religião é funda-mentada ao culto às Divindades. Possuímos nossos próprios fundamentos, nossa teologia, nossa doutri-na e uma liturgia própria.

“Toda religião tem na sua teologia os conhecimen-tos superiores que a defi ne, que a amolda e a caracte-riza, individualizando-a entre tantas outras religiões.

A Umbanda reúne num mesmo espaço (a tenda) o culto às divindades naturais regentes do planeta (os orixás) e as práticas religiosas realizadas pelos espíritos que incorporam nos médiuns e dão con-sultas, orientações, esclarecem, cortam magias ne-gras, afastam obsessores, desmancham trabalhos feitos(despachos), desenvolvem a mediunidade de pessoas possuidoras desse dom, falam em nome dos orixás (das divindades), são manifestadores de mis-térios e dons, etc.

Os fundamentos da Umbanda são:• Aceleração da evolução do ser por meio de en-

sinamentos doutrinários, mediúnicos, religiosos e espiritualistas;

• Auxilio religioso e magístico;• Culto aos Sagrados orixás;• Integração do ser às hierarquias Divinas;• Esgotamento e transmutação do carma do ser.

Como religião, a Umbanda oferece a seus fi éis tudo o que as outras oferecem e até um pouco mais. Como “via evolutiva”, reconduz às hierarquias naturais re-gidas pelos Orixás os seus fi lhos naturais que foram afastados de seus domínios, pois foram conduzidos para o estágio humano da evolução.” (texto extraído do livro: Doutrina e Teologia de Umbanda Sagrada de Rubens Saraceni Pág. 17 e 18. Capítulo 1.5).

Sabemos que os trabalhos e atendimentos socorristas, dentro dos templos de Umbanda, não param, pois as equipes de trabalhadores (os espíritos) estão em ativi-dades todos os dias, mesmo o terreiro estando fechado.

Então, por que não perguntar aos guias chefes dos templos, se há necessidade de parar os tra-balhos na quaresma?

Deus está todo o tempo e o tempo todo se mani-festando e multiplicando em toda a sua magnitude na Criação, abrangendo seres, criaturas, plantas, ani-mais, pessoas etc.

Já se perguntaram se os Orixás só irradiam seus mistérios nos dias específi cos escolhidos por nós? Eu costumo dizer que as Divindades de Deus não atuam somente no horário comercial, pois são mistérios de Olorum...

Maldades, coisas ruins, energias negativas sempre existiram e sempre existirão.

No processo natural da criação de Olorum tudo que nos cerca neste plano da vida é DUAL, ou seja, dia e noite, luz e trevas, bem e mal, amor e ódio, mas-culino e feminino etc.

Vamos ser umbandistas e crermos nos nossos próprios fundamentos, precisamos sim, de conheci-mento doutrinário e elevarmos nossa religião, bus-cando aprimoramento nos estudos, descortinando a ignorância e a falta de humildade em não querermos aprender, alegando que já somos umbandistas há tantos anos que não precisamos estudar, é muito co-mum ouvirmos afi rma-ções como esta:

- Imagine “eu” não preciso de curso, sou médium há 18 anos, o que eu preciso saber, os guias ensinaram tudo.

Já param para re-fl etir a respeito deste pensamento? Quem é que precisa de apri-moramento espiritual e elevação, vocês ou os guias?

Já param para pen-sar que os guias já es-tão evoluídos? Nós é que precisamos evoluir com as nossas próprias pernas, não utilizando os guias como muletas. Isso para mim é uma máscara de acomoda-ção, é não querer mu-dar-se de dentro para fora...

Bem, voltando ao assunto da quaresma, vejamos a defi nição do Dicionário Aurélio:

“Os 40 dias que vão da Quarta-feira de Cinzas até o Domingo de Páscoa, destinados, pelos católicos e ortodoxos, a penitência; Cumprir os preceitos reli-giosos quaresmais.”

Por isso é que nós temos a responsabilidade de uti-lizarmos nossa própria codifi cação, ou seja, os um-bandistas devem falar a mesma língua...

Até uns anos atrás, faltavam material escrito para nos orientarmos, os guias foram maravilhosos nos enviando nossa codifi cação.

Agora eu lhes pergunto:

- O QUE MAIS NOS FALTA? CORAGEM? HUMILDADE?

Talvez alguns ainda queiram praticar a sua “Um-banda pessoal e diferente”, pois devem achar que ser exclusivo é o mais importante...

UMBANDISTAS, FILHOS DE FÉ, VAMOS PRATICAR A UMBANDA!

Um grande abraço

Yalorixá Monica Berezutchi

Colégio Umbandista Luz DouradaTemplo da Luz Dourada

Avenida Vila Ema, 3593 (11)2302-4087Atendimento Espiritual Gratuito às Sextas-feiras às 20h30

DESENVOLVIMENTO MEDIÚNICO Terças às 20h30 e Sábados às 15hCursos à Distância • Doutrina e Cultura Umbandista • D.C.U. – Módulo Pai Oxalá

INSCRIÇÕES ABERTASMagia das Sete Pedras Sagradas

Segundas das 20h30 às 22h30Início em Fevereiro (duração de 4 meses)

Magia dos Sete Raios SagradosSábados das 18h às 20h

Início em Março (duração de 4 meses)

WORKSHOPPortal de Luz do Pai Obaluaiê

24 de fevereiro das 14h às 20hExu Mirim de Trabalho

07 e 14 de março das 20h30 às 22h30Pomba Gira Menina de Trabalho

21 e 28 de março das 20h30 às 22h30

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página 16Ano 2 número 23

Artigo

ASCENÇÃO E QUEDA DE UM MÉDIUM

Dizem que os fatos na história estão sempre se repetindo. Também na Umbanda observamos fa-tos, como a história do “Pai X”, que segundo con-tam, em sua juventude era dotado de privilegiada inspiração cósmica. Apesar de pouca instrução, possuía grande imaginação; falava como filósofo, podendo até prever acontecimentos futuros.

Tinha grande respeito às religiões e bastante inclinação para estudos místicos e religiosos.

Filiou-se, posteriormente, a algumas escolas e freqüentou várias religiões. Cursou algumas es-colas de origem oriental, onde adquiriu algumas noções de misticismo.

Ingressou no espiritismo e, por algum tempo, estudou com entusiasmo as instruções kardecis-tas. Mais tarde, ingressou na Umbanda, onde di-zia ter se encontrado, pela ritualística, pela magia e encantamento. Revelou-se bom médium, reali-zando inclusive, curas com sucesso.

Mais tarde, com a graduação de Babalorixá, ou

Sacerdote de Umbanda, abriu um Templo e teve seus próprios discípulos. Ensinou de início algo que admitia, não era dele. Tornou-se conhecido e, passou a gostar da notoriedade e popularidade.

Posteriormente passou a declarar que os ensi-namentos eram seus, assim como todas as coi-sas que estava fazendo e dizendo. Pensava com exclusi¬vismo, considerava-se autônomo e único orientador espiritual capacitado, esquecendo-se das Leis, que exprimem o pensamento de Deus, dos Orixás.

Violou a Lei do Amor Fraterno, invertendo a direção da verdadeira Lei da Espiritualidade na ilusão de crescer e subir. Muitos manuscritos de natureza altamente espiritual afir¬mam que não há pecado maior na matéria, do que a vaidade, filha dileta do egoísmo.

Com esta atitude, Pai X foi decaindo, também na saúde um exemplo típico que foi rejeitado pelo cósmico, em virtude da violação das Leis do Uni-

verso. Na ilusão de crescer e subir, ficou aprisio-nado em seu próprio desespero. Tornou-se uma vítima de suas obsessões e desencarnou após anos de terrível sofrimento íntimo.

A vaidade, a tentação de procurar poder e a ânsia pela popularidade em ver-se chamado de mestre supremo, o levou à queda espiritual, ma-terial e física.

Texto proferido por Pai Ronaldo Linares em 1969 no programa “Umbanda em Marcha” na extinta Rádio Cacique de São Caetano do Sul, este texto também faz parte da apostila do, 25 Barco de Babalaô, “Curso de Sacerdócio”,

da Federação Umbandista do Grande ABC. Publicado no Jornal de Umbanda Sagrada em Setembro de 2006.

POIS QUEM SE FAZ DEUS, POR DEUS SERÁ PUNIDO.

Será que o que aconteceu com o Pai X vem acontecendo em nossos dias?

É necessário que se encare a doutrina como algo muito sério, principalmente o médium deve conscientizar de que é apenas um instrumento para servir as Leis do Universo e espirituais

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Sempre na Memória

A defesa da liberdade de culto e as críticas ao pre-conceito religioso marcaram a comemoração do Dia Nacional da Umbanda, em sessão solene re-alizada ontem na Câmara. O Dia da Umbanda (15 de novembro) foi instituído pela Lei 12.644/12, sancionada em maio pela presidente Dilma Rous-seff. A lei teve origem no projeto 5687/05, do ex--deputado Carlos Santana (PT-RJ).

A realização da sessão foi proposta pelo deputado Vicentinho (PT-SP). Ele leu mensagem do presi-dente da Câmara, Marco Maia, na qual lembra que a Constituição assegura a liberdade de culto, em respeito ao pensamento majoritário da sociedade brasileira. “Entretanto, vez por outra, ainda sur-gem aqui e ali lamentáveis manifestações de pre-conceito. É fundamental puni-las”, afirmou Marco Maia.

O presidente da Câmara disse ainda que há mais de 400 mil adeptos da umbanda no Brasil, con-forme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e que essa religião preconiza a igualdade, a caridade e a união.

Religião brasileira - Segundo Vicentinho, a umban-da é a mais genuína religião brasileira, alicerçada

nas práticas africanas e indígenas e resultado do sincretismo religioso com o catolicismo e o espiri-tismo. Ele condenou as perseguições do passado e do presente contra a umbanda e conclamou as pes-soas a visitar terreiros. “Nosso povo precisa visitar terreiros, para ver como é bonita a manifestação de solidariedade e amor. Não há preconceito, todos são acolhidos. É por isso que é uma das religiões que mais crescem no Brasil”, afirmou.

A deputada Erika Kokay (PT-DF) afirmou que “fa-lar em umbanda é falar em amor, em solidarie-dade, em inclusão, pois o terreiro é de todos”. O deputado Amauri Teixeira (PT-BA) também defen-deu a liberdade religiosa e disse que a umbanda é a matriz religiosa mais brasileira de todas. Já o deputado Jean Wyllys (Psol-RJ) afirmou que a Câ-mara está aberta a todas as manifestações ,princi-palmente à umbanda, que até hoje é estigmatizada.

Selo - Durante a sessão, o vice-presidente jurídi-co dos Correios, Jefferson Guedes, lançou um selo e um carimbo em homenagem à umbanda, com a figura do criador do culto religioso, Zélio Fernan-dino de Moraes.

FONTE: JORNAL DA CÂMARA

Brasília, terça-feira, 13 de novembro de 2012 - Ano 12 Nº 2895

SESSÃO SOLENE COMEMORAO DIA NACIONAL DA UMBANDA

LEI Nº 12.644, DE 16 DE MAIO DE 2012

Institui o Dia Nacional da Umbanda.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu san-ciono a seguinte Lei:

Art. 1o Fica instituído o Dia Nacional da Umbanda, que será comemorado, anualmen-te, em 15 de novembro.

Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 16 de maio de 2012; 191o da Inde-pendência e 124o da República.

DILMA ROUSSEFFAnna Maria Buarque de HollandaLuiza Helena de Bairros

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A Câmara realizou, dia 12/11, sessão solene em homenagem ao Dia Nacional da Umbanda. Par-ticiparam representantes de diversas entidades umbandistas do ABC Paulista, da Baixada San-tista e do DF, além de representantes do Gover-no Federal e do GDF. Na ocasião, foi realizada o oblituração do selo comemorativo ao evento, com a participação do Vice-Presidente dos Correios.

Segundo Vicentinho, a Umbanda agora tem o seu dia nacional reconhecido oficialmente, pois a nossa Presidenta da República, a companhei-ra Dilma Rousseff, sancionou a Lei 12.644/12 que decreta o Dia Nacional da Umbanda, a ser comemorado anualmente, em 15 de novembro.

O documento foi sancionado a partir do Projeto de Lei 5687/2005, apresentado pelo companhei-ro Carlos Santana, então deputado federal pelo PT do Rio de Janeiro, que propõe em sua justifica-tiva, o direito constitucional à liberdade de crença e o livre exercício dos cultos religiosos, conforme o inciso VI do art. 5º da Constituição. Além de defender a valorização, a origem e a difusão da religião umbandista no país por tratar-se de uma religião genuinamente brasileira.

Mas foi somente em 2010, que o Senado apro-

vou a proposta convertida para o Projeto de Lei da Câmara, número 187/2010. Sendo preciso, portanto, cinco anos de debates e discussões, ouvindo a todos, para que a proposta fosse defi-nitivamente aprovada.

O retrospecto legislativo referente à Umbanda, aqui na Câmara, é muito antigo. Existiram pro-posições, em reconhecimento a terreiros de um-banda, desde 1958. Também em 1986 tramitou outro projeto do então deputado Agnaldo Ti-móteo, instituindo o Dia Nacional da Umbanda, que foi arquivado.

A UMBANDA PEDE RESPEITO E FIM AO PRECONCEITOFonte: www.vicentinho.com

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página 20Ano 2 número 23

DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA

Homenagem esta que foi presidida pelo Exmo Sr. Vereador Luizinho da Farmácia e pela oradora Exma Sra. Vereadora Prof. Pollyana, que em sua fala destacou a importância da data, da desigual-dade social e do preconceito que os negros ainda sofrem nos dias de hoje.

Também fez uso de sua fala a Presidente da CEC-CAB (Centro de Estudos Cultural Comunitário Afro Brasileiro) Dona Zenaide, que refletíssemos sobre o preconceito e discriminação racial, que não é exclusivo da população negra, mas sim da sociedade como um todo, e se quisermos ter um país mais igualitário, temos que combater todo e qualquer tipo de preconceito.

Foram homenageados neste dia o Sr. ANTONIO JOSÉ DOS SANTOS, nascido em 12 de fevereiro de 1930, natural de Petrópolis RJ e sua esposa Dona MARIA APARECIDA SOUZA SANTOS, nascida em 21 de fevereiro de 1935, natural de Ponte Nova MG. Após a homenagem o Sr. Antônio também proferiu suas lindas palavras:

“SER NEGRO NÃO SE RESUME NA QUESTÃO DE PELE, NÃO SE RESUME NA QUESTÃO DE CABELOS CRESPOS. SER NEGRO É SENTIR-SE NEGRO, NUM PAÍS MIXIGENADO, ASSUMIR SUAS RAÍZES.

SER NEGRO É TER CORAGEM, ATITUDE. SER NEGRO É LUTAR PARA SER IGUAL NAS DIFE-RENÇAS, ACREDITAR QUE NÃO É INFERIOR A NINGUÉM. SER NEGRO É SER HUMANO “ .

Após tantas palavras lindas que nos chama de volta a realidade e, que muitas vezes deixamos passar despercebido, a Escola de Curimba Caboclo Girassol agradeceu a oportunidade de poder estar prestando esta singela homenagem cantando uma das músicas da imortal Clara Nunes, o “CANTO DAS TRÊS RAÇAS“.

Parabéns a todos nossos irmãos Afro-brasileiros, que trouxeram suas culturas para nosso amado Brasil, e que através delas não temos como negar nossas raízes.

No dia 20 de novembro 2012, a Escola de Curimba Caboclo Girassol, prestou uma singela homenagem na Câmara Municipal de Taubaté em comemoração ao Dia da Consciência Negra.

Evento

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Amor aoPróximo

O Lar Dona Cotinha é uma instituição que tem por finalidade atender crianças e adolescentes de ambos os sexos, na faixa etária de 0 a 18 anos, em cará-ter excepcional e provisório, afastados do convívio familiar por impossibilidade do cumprimento das obrigações das mesmas, visando posterior retorno à família de origem ou substituta. Sua conduta e cul-tura estão embasadas nos seguintes pilares:

Missão: Zelar pela criança e pelo adolescente em situação de risco social ou familiar, contribuindo para o seu desenvolvimento humano, bio psico--social e integração comunitária, por meio de ati-vidades culturais e artísticas que resgatem a auto--estima e o fortalecimento dos vínculos familiares.

Visão: Promover o desenvolvimento de crianças e adolescentes conscientes, autônomas e resilientes, com base em seu potencial criativo, buscando seu retorno à vida familiar e comunitária.

Valores: Ética, Respeito, Carinho, Solidariedade, Confiança, Honestidade, Responsabilidade e Coragem.

“Você pode sonhar, criar, desenhar e construir o lugar mais maravilhoso do mundo... Mas é necessá-rio ter pessoas para transformar seu sonho em rea-lidade...“ Walt Disney

HISTÓRICO

Dona Maria Felipe da Silva, conhecida como “DONA COTINHA”, foi uma senhora de origem hu-milde, que dedicou toda sua vida em ajudar ao próxi-mo. Era uma senhora parteira que atendia suas par-turientes sem recursos, aliviando suas preocupações

e acalentando as dores do momento. Tinha ainda, a preocupação em atender as crianças, adolescentes e seus familiares desorientados com problemas sociais aconselhando-os e mostrando-lhes os caminhos para uma vida honrosa. Sua casa sempre tinha abrigo para alguém que estivesse desamparado procurando um auxílio. Mas como sempre a vida nós traz momen-tos difíceis, Dona Cotinha faleceu em 1989. Sua filha Maria Graça Luiza Usui, conhecida como “Mara”, trouxe consigo uma experiência familiar e com o fa-lecimento de sua mãe, e seu pai que era um senhor órfão que foi ajudado por uma senhora que o fez ser um homem digno resolveu dar seguimento ao traba-lho o qual ela tinha afinidade e também concretizar e continuar com o sonho de sua mãe que era poder ofe-recer assistência as crianças e adolescentes que por algum motivo ficaram sem o apoio necessário para sua sobrevivência, oferecendo-lhes um espaço que pudesse suprir essa necessidade e os auxiliassem no seu desenvolvimento.

Em 22/05/1992, Mara juntamente com o seu esposo Sr. Kiyoshi Usui, conhecido como Léo que também tinha um desejo em adotar uma criança e o casal resolveu juntos fundar o LAR DONA COTI-NHA na casa onde Dona Cotinha morava localiza-da a Rua Dr. João Batista de Lacerda, no bairro da Mooca atendendo inicialmente 12 crianças. Confor-me o número foi aumentando sentiram a necessida-de de mudarem (1995) para uma casa maior locali-zada na Rua Guaimbé no bairro da Mooca mesmo, onde foi estendido o número de atendimento para 20 crianças, sempre buscando manter a entidade em consonância com a ECA (Estatuto da Criança

e do Adolescente), bem como relacionamento com os órgãos representantes e esferas governamentais (Conselho Tutelar, Conselho Municipal, Estadual e Federal, Fóruns e Secretarias).

Em 1997 conseguiram um terreno em concessão de uso da Prefeitura Municipal de São Paulo onde Mara e Sr. Léo venderam sua casa e iniciaram a construção da sede própria juntamente com os membros da Diretoria e voluntários. A construção cresceu a cada dia, bem como o número de abriga-dos e os trabalhos oferecidos. Foi um período de muita luta e desafios, pois reeducar crianças e ado-lescentes vítimas de risco social é muito difícil, pois esse tipo de trabalho envolve muito amor em pri-meiro lugar, porque acreditamos em mudanças e o futuro deste país depende das crianças de hoje que se forem orientadas a tempo conseguirão ser um ci-dadão respeitado.

Enfim assim surgiu o LAR DONA COTINHA, abri-go que hoje atende 25 crianças e adolescentes na unidade I e 22 crianças e adolescentes na unidade II dando a assistência necessária ao desenvolvimento e também são tratados com muito amor e carinho por toda a equipe de funcionários e voluntários.

Lar Dona CotinhaRua Messias de Pina, 77 – Mooca – São Paulo

CEP: 03162-090 - São Paulo - SPTel. (11) 2692.0565 / 2292.1806

Contato: [email protected] ; [email protected]

www.lardonacotinha.com.br

LAR DONA COTINHA

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Tenda de Umbanda Caminhos de AruandaAldeia do Caboclo Tupinambá

Todos estão convidados a participaremdas nossas atividades.

Sejam bem vindos a Aldeia do Sr. Tupinambá.Pai Cristiano D´Oxosse

Rua Morro do Espia, n 218 - Altos - Jardim ImperadorSão Paulo - SP - Tel: (11) 9947-5097

Avenida Vila Ema, 3248- Vila EmaSão Paulo/SP

Tel 2604 5524 / [email protected]

11- 2765-6908

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Quintas-feiras:

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PAZ UNIÃOUMBANDACANDOMBLÉ

A FOUCESP – Federação Ordem de Umbanda e Candomblé do Estado de São Paulo é uma entidade

religiosa, gerenciadora e protetora dos direitos e deveres da comunidades de Umbanda e Candomblé

federacaofoucesp.blogspot.comAvenida imperador 4790,pq guarani

Tel.: 11 4102-1687/ 4102-22168558-3557

T.U OGUM MEGÊ CABOCLO FLEXEIRO E

BAIANO ZÉ DO COQUINHO

Sessões às sextas-feiras,a partir das 20:00 horas.Orientação espiritual do

BabalorixáLuciano ty Ogun.

Rua Professor Alberto Levy, n° 6 - Bairro Vila LeonorTel.: (11) 2218.2790