john o stevens - tornar-se presente # experimentos de crescimento

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7 novas buscas, em psicoterapia VOL. 1 Dados de Catalogação na Publicação (CIP) Internacional (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) John O Stevens S867t Tornar-se presente : experimentos de crescimento 7. ed. em gestalt-terapia ; [tradução de Maria Julia Kovacs, George Schlesinger]. — 7. ed. — São Paulo : Summus, 1988. (Novas buscas em psicoterapia ; v. 1) 1. Conscientização 2. Gestalt-terapia I. Título. II. Título: Experimentos de crescimento em gestalt-terapia. III. Série. CDD-153 -616.89143 -88-2070- , NLM-WM 420 índices para catálogo sistemático: 1. Consciência : Processos mentais : Psicologia 153 2. Conscientização : Psicologia 153 3. Gestalt : Psicoterapia : Medicina 616.89143 4. Gestalt-terapia : Medicina 616.89143 TORNAR-SE PRESENTE experimentos de crescimento em gestalt-terapia Do original em língua inglesa AWARENESS: exploring, experimenting, experiencing Copyright © 1971 by Real People Press — USA Tradução de Maria Julia Kovacs George Schlesinger

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novas buscas, em psicoterapiaVOL. 1Dados de Catalogao na Publicao (CIP) Internacional (Cmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)John O StevensS867t Tornar-se presente : experimentos de crescimento7. ed. em gestalt-terapia ; [traduo de Maria Julia Kovacs,George Schlesinger]. 7. ed. So Paulo : Summus,1988.(Novas buscas em psicoterapia ; v. 1)1. Conscientizao 2. Gestalt-terapia I. Ttulo. II. Ttulo: Experimentos de crescimento em gestalt-terapia. III. Srie.CDD-153-616.89143 -88-2070- , NLM-WM 420ndices para catlogo sistemtico:1. Conscincia : Processos mentais : Psicologia 1532. Conscientizao : Psicologia 1533. Gestalt : Psicoterapia : Medicina 616.891434. Gestalt-terapia : Medicina 616.89143

TORNAR-SE PRESENTEexperimentos de crescimentoem gestalt-terapiaDo original em lngua inglesaAWARENESS: exploring, experimenting, experiencingCopyright 1971 by Real People Press USATraduo de Maria Julia Kovacs George SchlesingerSuperviso da edio de ftm/o E/Vzer Fm7 rfe BarrasV Aff......tmitm i mii iiFoto da capa de Lula CamposDireitos para a lngua portuguesa adquiridos porSUMMUS EDITORIAL LTDA.Rua Cardoso de Almeida, 128705013-001 So Paulo, SPTelefone (011) 872-3322Caixa Postal 62.505 CEP 01214-970que se reserva a propriedade destatraduoImpresso no BrasilNOVAS BUSCAS EM PSICOTERAPIAEsta coleo tem como intuito colocar ao alcance do pblico interessado as novas formas de psicoterapia que vm se desenvolvendo mais recentemente em outros continentes.Tais desenvolvimentos tm suas origens, por um lado, na grande fertilidade que caracteriza o trabalho no campo da psicoterapia nas ltimas dcadas, e, por outro, na ampliao das solicitaes a que est sujeito o psiclogo, por parte dos clientes que o procuram. cada vez maior o nmero de pessoas interessadas em ampliar suas possibilidades de experincia, em desenvolver novos sentidos para suas vidas, em aumentar sua capacidade de contato consigo mesmas, com os outros e com os acontecimentos.Estas novas solicitaes, ao lado das frustraes impostas pelas limitaes do trabalho clnico tradicional, inspiram a busca de novas formas de atuar junto ao cliente.Embora seja dedicada s novas geraes de psiclogos e psiquiatras em formao, e represente enriquecimento e atualizao para os profissionais filiados a outras orientaes em psicoterapia, esta coleo vem suprir o interesse crescente do pblico em geral pelas contribuies que este ramo da Psicologia tem a oferecer vida do homem atual.NDICENota Explicativa 11 Prefcio da edio brasileira 13 Introduo 17 a 19 Conscincia 20 a 65Zonas de Conscincia 23, Focalizando 23, Generalizando 23, Sele-o 24, Evitando 24, Durao e Fluxo 25, Conexo-Interrupo 25, Agradvel-Desagradvel 26, Vaivm (Shuttling) 26, Pretender 27, Processo 27, Atividades Fsicas 27, Soltando seu Corpo 28, Contato-Re-traimento 29, Exemplos 31, Tarefa Diria 35, Escutando os Arredores 36, Contatando 36, Prevendo 37, Retraimento 37, Imagens de Memria 38, Censurando 39, Contatando 41, Aceitando Sintomas 41, Exagerando Sintomas 42, Teste de Realidade 42, Vaivm (Shutting) 42, Identificao com Objeto 47, Cantarolando 49, Identificao com a Roseira 49, Amostra de Respostas 51, Aspectos da Experincia 60, Identificao com Opostos: respirando, sexo, raa, auto-escolha 63\Comunicao Interna 66 a 89Exigncia e Reao (Dominador-Dominado ou Topdog-Underdog) 67, Ouvindo a Si Prprio 71, Abandonando o "Passado" 72, Situao Sim-No 73, Dilogo com os Pais 76, Eu Preciso-Eu Escolho 79, Eu No Posso-Eu No Vou 79, Eu Necessito-Eu Quero 80, Eu Tenho Medo-Eu Gostaria 80, Conscincia da Face 82, Dilogo de Mos 83, Dilogo com o Sintoma 85, Dilogo Sintoma-Outro 86Comunicao com Outros 90 a 123Escutando a Voz 92, Fala sem Sentido (Gibberish) 93, Identificao com a Voz 94, Dilogo Pai-Filho 95, Briga em Famlia 98, Afirma-es Impessoais: Voc, Ns, Eu 101, Transformando Perguntas em Afirmaes "Eu" 102, Por que?-Porque 103, Como-O Que 103, Mas 103, E 104, Afirmaes "Eu-Voc" 104, Culpa-Ressentimento-Exigncia 108, Voc Tem-Eu Quero 112, Comunicao No-Verbal 113, Anulao No-Verbal 115, Espelhando: Corpo-Movimentos-Fala sem Sentido-Fala-Simultaneamente 116, Ressentimentos 120, Apreciaes 121, Diferenas 122, Constatando a Posio da Outra Pessoa 122, Reagindo a Sentimentos 122Ao Lder do Grupo ou Professor 124 a 132Viagens de Fantasia 133 a 160Tronco, Cabana, Corrente de gua 134, Respostas e Comentrios 135, Pensamentos 143, Ressentimento-Apreciao 144, Fraqueza-For-a 144, Inverses: Comunicao, rvore, Caractersticas Dominantes 146, Esttua de Si Prprio 147, Companheiro 148, Motocicleta 149, Espelho 149, Loja Abandonada e Loja de Trocas 150, Gruta Submarina 152, Praia 153, Quarto Escuro 154, Homem Sbio 155, A Procura 156, Louco 157, Pessoa Esquerda-Direita 158, Outras Possibilidades 158Pares 161 a 177Para Mim bvio Que-Eu Imagino Que 161, Trabalhando com a Imaginao 162, Conversa com as Costas 164, Eu Sou-Eu Represento 164, Ilha Deserta 165, Fala sem Sentido 165, Abrindo 166, Desenhando a Face 166, Telegramas 167, Vazios 167, Em Seguida 168, Dilogo com as Mos 168, Segredos 168, Bom Menino-Mau Menino 169, "Deverias" 170, Professor-Aluno 170, Conversa de Pais 171, Completando Sentenas 171, No-Eu (Not-Self) 174, Passeio s Cegas 174, Espao Pessoal 175, Empurrar Sim-No 176Casais 178 a 187Conhecendo 178, Provrbios 178, Suposies 179, Apreciao 180, "No" Indireto 180, Inverso de Papis 181, Machucando 181, Expectativas 182, Exigncia-Resposta Maldosa 183, Roteiro de Vida (Life-Script) 184, Roteiro de Relacionamento 185, Contatando pelo Nome 185, Precisar-Querer-Sentir Falta 185, Dilogo Sim-No 186, Orao Gestalt 186[Atividades de Grupo 188 a 225Ensaios e Ansiedade 188, Demonstrao de Identificao 189, Formando Grupos 191, Apresentaes 193, Escolhendo um Lder 194,Dando e Recebendo Apreciaes 195, Expresso No-Verbal 196, Trs Desejos 197, Passar a Mscara 197, Rob-Idiota 199, Conversa com as Mos 200, Exagero ou Inverso 203, Papel e Inverso 203, Tocando a Face 205, Animal 206, Explorao Cega de Objetos 209, Fim do Mundo 210, Espaograma 211, Ponto Familiar 212, Ligao 213, Telegrama 213, Massagem nos Ombros 213, Organismo Submarino 214, Corao de Mos 214, Mquina de Grupo 215, Crculo de Confiana 216, Levantar e Balanar 218, Massagem nas Costas em Grupo 219, Segredos 221, Argila Imaginria 222, Escultor 223, Amontoado 224, Crculo de Imitao 224, Natureza do Homem 225Arte, Movimento e Som 226 a 248Desenho Esquerda-Direita 226, Autodesenho 228, Dilogo de Desenho 229, Experimentando 230, Deixar Surgir 231, Escrevendo o Nome 233, Auo-Escultura 234, Movimento do Corpo 236, Respirando para Dentro do Corpo 237, Centrando 237, Compresso-Expresso 238, Base 238, Aproximar-se-Afastar-se 239, Tensionando 240, Casulo 240, Gravidade 240, Explorando Possibilidades 241, Danarino 242, Crescendo 242, Evoluo 243, Separao e Ligao 243, Incompleto 244, Perspectivas No-Usuais 244, Dilogo de Movimentos 244, Chamas 245, Cantando 245, Dilogo de Som 246, Poesia de Conscincia 247, Canto de Conscincia 248Palavras Finais 249 a 250NOTA EXPLICATIVAEsta obra recebe no original o ttulo de Awareness. Awareness uma palavra que no possui correspondente preciso em nosso idioma. Em geral traduzida por "conscincia", porm seu significado muito mais amplo. No sentido psicolgico, o equivalente em ingls de "conscincia" seria consciousness. Awareness, porm, possui uma conotao que transcende este sentido, envolvendo um aspecto maior de "conscincia". Assim, awareness pode significar "conscincia", "conhecimento", "cincia", "ateno", "percepo" ou "sensao da presena de algo". To be aware pode ser "ter conscincia", "estar consciente", "estar ciente", "ter conhecimento", "perceber, sentir a presena de algo em determinado momento", "presentificar", "aperceber-se de" etc. Em virtude dessa gama de significados possveis, a palavra awareness foi traduzida alternadamente, de uma ou outra forma, procurando-se adaptar conotao que parecesse a mais apropriada para o contexto especfico.11PREFCIO DA EDIO BRASILEIRALembro-me quando h trs anos, Mariana, uma colega de faculdade, recm-chegada dos Estados Unidos, mostrou-me um exemplar deste livro, provavelmente um dos primeiros a chegar aqui. Havamos participado de um grupo intensivo de Gestalt-terapia em um fim de semana e estvamos entusiasmados. O seu entusiasmo a levara aos Estados Unidos e ela trazia o livro como precioso. Eu andara lendo tudo o que pudera conseguir sobre Gestalt e Grupos de Encontro.Havia iniciado o trabalho de grupos de desenvolvimento pessoal com outros terapeutas para estudantes de psicologia. Lembro-me da sensao de certeza de estarmos em um caminho verdadeiro, sempre que algum do grupo descobria algo sobre si mesmo. Dedicvamos esforos para criar experimentos que facilitassem descobertas autnticas.Lembro-me da sensao de humildade e espanto ao perceber semelhanas entre nossos experimentos e os propostos neste livro. Estvamos possivelmente em contato com solicitaes e necessidades atuantes e presentes. Curiosamente, foi tambm como professor em cursos de Psicologia que Stevens organizou estas proposies. Existe de fato uma busca urgente e inquieta por parte dos estudantes de Psicologia, de qualquer coisa que os aproxime um pouco mais de suas experincias. Em sua insatisfao com as orientaes mais acadmicas e conceituadas por um lado, e com as orientaes mais rigorosamente cientficas e tcnicas por outro, existe a convico de alguma coisa mais prxima de suas realidades existenciais que os coloque em contato com suas iluses, anseios, preocupaes e fantasias. E, existe tambm a certeza no explcita de que estas iluses e fantasias so o que de humano eles carregam, e o "hmus" para suas realizaes. Esta busca e insatisfao permanecem desorientadas apenas enquanto no se encontram.Foi o contato com as solicitaes constantes de bibliografia, orientao, formao de grupos de estudos e grupos de vivncia, por parte dos estudantes com quem tenho convivido estes anos, que me levou a trabalhar para a traduo deste material, muito mais do que13me sentir habilitado ou preparado. Foram tambm os estudantes que trabalharam para a realizao desta traduo.Os grupos que tenho orientado em colaborao com Denise Ramos, utilizando estes exerccios, me sugerem alguns comentrios. Uma rpida induo de relaxamento, atravs de uma das modalidades da tcnica de Jacobson,1 facilita o contato com o prprio corpo, rebaixa o nvel de estimulao externa e de excitaes anteriores ao incio do grupo, sendo de grande utilidade para introduzir os exerccios com fantasia. Com grande frequncia, este procedimento aumenta o grau de envolvimento com as vivncias interiores, tornando-as mais vvidas e intensas. A mobilizao assim obtida aparecer no relato das fantasias e pode ser utilizada para trabalhos de "hot-seat",2 no raro propiciando um episdio teraputico.3 Ao se passar, em uma mesma sesso, de um exerccio com fantasias onde a energia orientada para vivncias internas - para um exerccio de pares onde a orientao para contato e intera-o pode ser til a realizao de um dos exerccios rpidos de energetizao propostos pela Bioenergtica de Alexander Lowen ou de conscientizao sensorial propostos por Bernard Gunther.4Esta intercalao reativa e reorienta a energia dos participantes para um nvel sensorial e de contato interpessoal. A mudana de um exerccio com fantasias para outro de contato e interao indicada quando o primeiro, por qualquer motivo, no tenha resultado em mobilizao e envolvimento, mas, ao contrrio, em um clima de cansao ou desinteresse de boa parte dos membros do grupo.O procedimento de intercalar exerccios corporais ao trabalho com fantasias (ou de interao e contato) atualmente utilizado de forma generalizada pelos lderes de "workshops" das mais diversas orientaes na bibliografia americana. O prprio Stevens, autor deste livro, atualmente intercala "T'ai chi" e outros exerccios fsicos com trabalhos de "hot-seat" em seus "workshops".1. Em: Tcnicas de Relaxamento, Petho Sandor, Ed. Vetor, 1975.2. Tcnica bsica da Gestalt-terapia desenvolvida por Frederick S. Perls amplamente explicada e exemplificada em seu livro Gestalt-Terapia Explicada (publicao desta coleo).3. Episdio teraputico: Utilizo-me desta expresso para indicar aqueles momentos de um processo teraputico ou mesmo de um grupo no teraputico, em que ocorre um pequeno passo em direo integrao de um contedo ou temtica mobilizada e um fluir mais livre desta mobilizao.4. Por exemplo o exerccio de tapinhas (slapping) descrito em Sense Relaxation, Bernard Gunter, Pocket Books, pg. 119.14__ Os exerccios de dilogo em fantasia, embora inspirados notrabalho de "hot-seat" e mantendo a sua estrutura bsica de alternncia de lugares, no produzem de forma alguma a conscientizao e integrao de polaridades opostas obtidas com o trabalho individual. As fantasias emergentes so nitidamente as "gestalten" incompletas, os negcios inacabados, mas os participantes atuam dentro' de suas formas habituais de evitar e bloquear.Entretanto possibilitam uma forma de aproximao com reas de experincia sistematicamente evitadas, proporcionando um certo alvio e uma revitalizao da pessoa, frequentemente expressa em termos de disposio e vontade de lidar mais profundamente com suas dificuldades. A abordagem deste livro fornece uma orientao bastante precisa; diretiva e no interpretativa: fique no agora; aproxime-se de sua experincia; viva sua fantasia, no interprete-a; perceba como voc interfere no seu modo de funcionar; no manipule sua experincia. Estas diretrizes constituem o legado fundamental da Gestalt-tera-pia e podem orientar qualquer outro tipo de exerccios de outras abordagens utilizados em Grupos de Crescimento Pessoal. No obstante a forma espontnea e ldica como so apresentados e embora em toda sua variedade representem uma riqueza potencial como fonte de crescimento, estes exerccios em si so to neutros quanto o papel e os tipos que constituem este livro. Podem ser divertidos e usados de forma ldica. Podem ser perigosos, se aplicados de forma descuidada. Podem ser impessoais, se utilizados apenas como tcnicas. Podem ser produtivos, se orientados com propriedade. Como um espelho, os resultados refletem de forma ntida a maneira como so utilizados.Paulo E. F. BanosAbril/7615Fritz PerlsCaro Fritz:Recordo-me principalmente do seu amor, seu calor, sua gentileza sempre que algum era aberto e honesto honestamente santo ou honestamente desgraado. Lembro-me de quo brutal voc era diante da desonestidade, recusando-se a tolerar qualquer tipo de trapaa. Sei que voc no gostava de ser brutal, e preferia muito mais viver e fluir entre pessoas conscientes. Na verdade, sua brutalidade era a maior gentileza, trazendo muitos de ns vida ao nos confrontar com nossos jogos e manipulaes.Com sua vida voc tocou muita gente; gostaria que voc pudesse ver o nmero de pessoas que est atingindo com seu legado de livros, filmes e gravaes. Nos meus olhos h lgrimas de amor ao escrever isto, e posso ouvir a sua voz rica e profunda dizer: "Existe alguma mistura maravilhosa acontecendo". Obrigado, Fritz, por me guiar e me frustrar at a beira da descoberta, e por me mostrar os instrumentos para continuar a viagem.

16INTRODUOEste livro se refere conscincia ou conscientizaco (awareness), e como se pode explor-la, expandi-la e aprofund-la. A maior parte do livro consiste em experincias que solicitam de voc focalizar sua conscincia em certas direes e ver o que consegue descobrir. incrvel o quanto voc pode descobrir a respeito de sua existncia, simplesmente prestando ateno e tornando-se mais profundamente consciente de seu prprio experienciar. O que os sbios disseram durante sculos verdade: o mundo est bem aqui ao lado tudo que temos a fazer esvaziar nossas mentes e nos abrir para receb-lo. Os experimentos deste livro nasceram do meu trabalho com Gestalt-terapia em grupos de adultos, e a aplicao deste mtodo ao lecionar em cursos de psicologia. Estes experimentos lhe oferecem oportunidade de descobrir mais a seu prprio respeito, trabalhando sozinho ou com outras pessoas, em pares ou grupos. Fazer uso ou no destas oportunidades depende de quanto voc se dispe a se entregar a elas.Quando comecei a escrever este livro, pensei no quanto seria til para indivduos que viessem a utiliz-lo sozinhos, sem lder ou guia. Um dia, quando Jackie estava batendo mquina parte do manuscrito, virou-se para mim com lgrimas escorrendo pelo rosto e contou o que estava se passando dentro dela. Embora sua ateno estivesse dividida entre a datilografia e a viagem fantasia que estava datilografando, ela se envolveu na fantasia e descobriu algo dentro de si. Agora sei que o livro pode ser til para voc, mesmo se voc trabalhar sozinho com ele. Depois, ela levou vrias amigas mesma fantasia, e tambm estas aprenderam algo sobre si mesmas. Uma destas amigas foi faz-lo com outras colegas, obtendo bons resultados. Agora sei que muita coisa pode ser feita, mesmo por pessoas sem prtica, utilizando este mtodo. Melhor ser se houver um lder que tiver explorado a sua prpria conscincia, tendo se tornado familiar com esta abordagem e sentindo-se bem com ela. Este livro um desenvolvimento da Gestalt-terapia e recomendo17de corao o livro Gestalt Therapy Verbatim* de Fritz Perls, para quem quiser se aprofundar e entender completamente esta abordagem.Os experimentos deste livro so ferramentas. Como qualquer ferramenta, podem ser usados de maneira hbil ou desajeitada, podem ser mal empregados ou desperdiados. Eu no escreveria este livro se no estivesse convencido de que uma grande parte das pessoas far bom uso dele. Espero que voc o utilize como qualquer nova ferramenta, experimentando com cuidado, respeito e conscincia do seu grau de compreenso. Discuto uma srie de formas pelas quais esta abordagem pode ser mal empregada no captulo Ao Lder do Grupo ou Professor. Se voc o empregar enquanto trabalha consigo mesmo a responsabilidade toda sua, mas se trabalha com outros, leia este captulo com cuidado e mantenha-o em mente.H uma poro de livros sobre autocrescimento que lhe sugerem para mudar. Quando voc tenta mudar, voc se manipula e se tortura, ficando dividido entre uma parte sua que quer se modificar e outra que resiste mudana. Mesmo se conseguir mudar desta forma, o preo conflito, confuso e incerteza. Usualmente, quanto mais voc tenta mudar, pior se torna sua situao.Este livro baseado na descoberta de que mais til se tornar mais consciente de si prprio como voc agora. Antes de tentar se modificar, impedir ou evitar algo que no gosta em si mesmo, mais efetivo conservar isto, e se tornar mais consciente de que existe. Voc no pode melhorar sua prpria forma de atuar, pode somente interferir, distorcendo-a ou disfarando-a. Quando voc entra realmente em contato com sua prpria experienciao, descobre que a mudana ocorre, sem esforo ou planejamento. Com conscincia total voc pode deixar acontecer o que tiver que acontecer, com a confiana de que vai dar certo. Voc pode aprender como se soltar, viver e deixar fluir o que com voc ocorre e aquilo que experincia, sem frustrar-se com exigncias de ser diferente. Toda a energia que mobilizada para a batalha entre tentar mudar e resistir mudana pode ser usada na participao ativa ou passiva do que acontece em sua vida. Esta abordagem no lhe dar respostas para os problemas da sua existncia, mas utenslios que voc poder usar para explorar sua vida, simplificar e esclarecer seus problemas e confuses e ajud-lo a descobrir suas respostas.Este livro decididamente no "o ajustar sociedade". Pode auxili-lo a se ajustar a si prprio, ajud-lo a descobrir sua prpria realidade, sua prpria existncia, sua prpria humanidade, e se sen-* Gestalt-Terapia Explicada Publicado por esta Editora. (N. do T.) 18tr bem com ela. Muitas vezes isto far-se- em oposio ao que a sociedade, seu esposo(a), seus amigos dizem que "deveria" ser. Se muitos de ns entrarmos em contato com nossa prpria realidade humana, talvez possamos construir uma sociedade que seja apropriada ao que ns somos, e no ao que "deveramos" ser. Mas o mais importante que a explorao da conscincia leva a um contnuo enriquecimento e envolvimento com sua vida, que precisa ser experienciada para ser conhecida.Alguns anos atrs, quando ia a uma reunio noturna, encontrei uma jovem senhora morta num acidente, pouco tempo antes. Eu no sabia que ela estava morta; fiz o que pude por ela, e constatei que no havia sinais de vida e que a umidade dos olhos estava secando. A memria daquela jovem senhora permaneceu vvida durante aquela noite, e est comigo agora. Mais tarde, na mesma noite, vi o sangue pulsando na garganta de outra mulher, enquanto esbravejava e batia no seu filho. Gritei silenciosamente: "Acorde! Fique feliz por estar viva!". A todos ns foi dado um presente precioso: a vida; e quo pouco ns a apreciamos. Obrigado, senhora morta da minha memria, por me despertar e me fazer lembrar da vida.19CONSCINCIAMinha experincia pode ser dividida em trs tipos de conscincia, ou zonas de conscincia:1) Conscincia do mundo exterior: Contato sensorial presente com objetos e acontecimentos. O que no momento vejo, escuto, cheiro, toco e sinto o gosto. Agora, por exemplo, vejo minha caneta deslizando sobre o papel, formando as palavras, e ouo o rudo. Sinto o cheiro da fumaa do fogo, sinto a textura do papel sob as minhas mos, e sinto o gosto doce dos morangos na minha boca.2) Conscincia do mundo interior: Contato sensorial presente cem eventos interiores. O que sinto agora dentro da minha pele, ccegas, tenses musculares e movimentos, manifestaes fsicas de sentimentos e emoes, desconforto, bem-estar etc. Agora sinto a presso na ponta do dedo indicador esquerdo enquanto este segura o papel. Sinto uma rigidez desagradvel do lado direito do meu pescoo, e quando movo a cabea me sinto melhor etc.Os dois primeiros tipos de conscincia englobam tudo que posso saber sobre a realidade presente da forma que a experiencio. Esta a base slida da minha experincia: so os fatos de minha existncia aqui, no momento em que ocorrem. No importa o que eu ou os outros pensamos ou sentimos sobre esta conscincia, ela existe, e discutir, teorizar ou queixar-se no a tornar inexistente. O terceiro tipo de conscincia diferente, minha conscincia de imagens, de coisas e fatos que no existem na realidade presente.3) Conscincia da atividade da fantasia: Isto inclui toda a atividade mental, alm da conscincia presente da experincia em andamento. Todo o explicar, imaginar, interpretar, adivinhar, pensar, comparar, planejar, recordar o passado, antecipar o futuro etc. Agora eu imagino quanto tempo levarei para escrever este livro. Tenho uma imagem de como ficar o livro quando estiver terminado, e penso como voc, leitor, reagir a ele; voc o achar til e gostar de mim por t-lo escrito? Tudo isto irrealidade. O livro no est20feito: no posso v-lo e voc no o tem sua frente e no pode reagir a ele. tudo fantasia e imaginao minha.H, nessa fantasia, uma realidade subjacente. Posso descobrir mais sobre esta realidade se me envolver na fantasia e me tornar ciente das minhas sensaes fsicas, percepes e atividades. Quando penso quanto hei de demorar para escrever o livro, conscientizo o cansao do meu corpo e percebo que o desejo de acab-lo emerge agora deste cansao. Imagino sua reao ao livro, torno-me consciente de que quero que voc goste de mim, quero ser til a voc. Ao escrever isto, as sensaes de calor em meu corpo e as lgrimas nos olhos confirmam sua veracidade. Fico com esta sensao por algum tempo e outra coisa comea a se desenvolver, algo mais bsico do que voc gostar de mim ou de eu lhe ser til. Voc gostando de mim ou no, eu adoraria estar com voc, com a realidade, sob os nossos ps, e sei que este livro pode nos ajudar nisto. Enquanto escrevo, meu corpo se sente slido e confiante, dizendo "sim". difcil aceitar a percepo de que, tqtk^existe no "a^ora**. _O_^passado existe como parte da realidade presente coisas e memrias que eu penso serem "do passado". A ideia do passado , s vezes, til, mas uma ideia, uma fantasia que mantenho agora. 'Considere o seguinte problema: "Prove-me que o mundo no foi criado h dois segundos, completo, com artefatos e recordaes".Nossa ideia do futuro tambm irreal, embora s vezes seja til. Nossa ideia do futuro, tal como nossa concepo do passado, baseada na nossa compreenso do presente. Passado e futuro so nossos palpites sobre o que precede o momento presente e o que se seguir a ele. E estes palpites ocorrem no presente.Agora apenas isto,nenhum projeto nem manuscrito finalsobrevive, com o qual se possa especular,porque eu os queimei.Nenhuma edio tem data,no distingo impresses,nmeros, sinais ou cpias,ento o que voc assimila, colecionador,no ser apreciado.No ponha isto em sua prateleira, crtico,porque o papel especial dissolve no ar.Leia, isto tudo;21agora o nico tempopara receber a hstia de nosso sacramentoantes que desaparea.Isto tudo que h.Peter GoblenNas instrues que se seguem peo a voc que explore sua prpria conscincia e observe algumas propriedades bsicas da mesma. As reticncias (...) indicam pausa. Pare de ler quando chegar a elas e dedique algum tempo para sua prpria percepo. Se voc no dispuser de tempo para descobrir sua prpria experincia, estas instrues sero inteis, tal como o mapa de um lugar que voc nunca viu. Para se descobrir um lugar totalmente preciso gastar tempo, olhar em volta enquanto se est l, e voltar e descobrir mais, em horas e estaes diferentes. Um riacho tranquilo pode se tornar uma torrente bravia em tempos chuvosos, ou um fosso estril na seca. O mesmo verdadeiro para o que voc descobre a respeito da sua prpria existncia atravs destes experimentos. Numa poca voc poder se tornar consciente de certas coisas, enquanto que, mais tarde, poder encontrar outras, bem diferentes. Cada uma destas experincias representa uma parte vlida da sua realidade naquele momento.Sei que muitos de vocs lero o livro rapidamente, sem fazer a maioria dos experimentos. Se voc realizar todos eles, levar tempo para trabalhar com o livro inteiro. Algumas vezes poder ficar aborrecido com o nmero de experimentos um tanto similares. Ao mesmo tempo, muitos destes experimentos apresentam pequenas diferenas que podero ser mais teis se constiturem uma surpresa. Se voc j os tiver lido casualmente, saber o que vai acontecer, e enganar a si mesmo, no vivenciando descobertas importantes.Em todos esses experimentos peo para voc prestar ateno a um ou vrios aspectos de sua conscincia. Embora eu apresente estes experimentos como unidades individuais, a realidade que eles levam a um todo. Todas estas formas de aumentar sua conscincia e manter contato com sua existncia podem se tornar parte integrante de sua vida. medida que voc avanar por estes experimentos, poder descobrir mais nos ltimos, graas ao que descobriu nos primeiros. Da mesma forma, voc poder voltar a experimentos anteriores e receber mais deles, aproveitando o que descobriu nos ltimos. Alguma vivncia dos experimentos bsicos que se encontram nos primeiros captulos necessria para entender e fazer uso do resto do livro. Voc estar se enganando se no se entregar totalmente a estes trs captulos antes de continuar.Empenhe-se em tentar alguns dos experimentos bsicos que se seguem, e volte a eles pelo menos uma ou duas vezes para que22voc possa descobrir seu valor. O que voc descobrir nestes primeiros experimentos poder no lhe parecer muito importante, mas so as bases e o fundamento desta abordagem.Zonas de Conscincia --.Dedique algum tempo para prestar ateno quilo que voc agora tem presente na conscincia. Seja somente um observador da sua conscincia, e veja para onde ela vai. Diga a si mesmo: "Agora tenho presente..." e complete esta sentena com o que se fizer presente no momento; observe se algo fora, dentro ou fantasia. . . . Para onde vai a sua ateno? . . . Voc est, na maior parte do tempo, consciente de coisas fora) do corpo, ou de sensaes dentro da sua pele? . . . Agora dirija sua ateno a qualquer coisa da qual voc esteja menos consciente, dentro ou fora, e presentifique-a mais. At que ponto voc est ocupado com fantasias, pensamentos, imagens? . . . Observe que, enquanto voc est ocupado com um pensamento ou uma imagem, suajxmscincia da realidade interna ou externa diminui ou desaparece. ... Se voc aprender firmemente a distino entre fantasia e realidade da sua experincia presente ter dado um grande passo no sentido de simplificar sua vida.FocalizandoContinue vivenciando a sua conscincia e perceba que esta como um farol. Aquilo em que voc focaliza sua ateno est claro, mas outras coisas tendem a sumir da conscincia. Se peo que tenha presente aquilo que ouve, voc provavelmente ouvir diferentes sons ou rudos. . . . Enquanto voc faz isto, estar, na maioria das vezes, inconsciente da sensao nas mos. . . . Quando menciono as mos, sua ateno se move para l, e voc se conscientiza das sensaes que as envolvem. . . . Quando sua ateno se transporta para l, sua conscincia dos sons vai desaparecendo. . . . Sua conscincia pode mudar de uma coisa para outra rapidamente, mas voc s pode estar totalmente consciente do que estiver em foco no momento. Dedique algum tempo para se tornar mais consciente de como voc focaliza sua conscincia e o que surge no foco dela. . . .GeneralizandoObserve quando voc comea a generalizar, tal como "agora estou consciente de todo o quarto" ou "ouo todos os sons". Gene-23ralizao uma atividade de fantasia da "mente", quando esta acumula imagens individuais e as "cozinha" em generalizaes. Conscincia algo mais agudo e mais localizado. Se voc observar que est generalizando, volte sua ateno ao foco de sua conscincia no momento presente, e veja o que consegue contatar claramente. . . .-SeleoAgora observe que tipo de coisas e eventos voc presentifica. De todos os milhares de experincias possveis, num momento, s algumas emergem sua conscincia. H um processo seletivo que dirige a sua ateno a certos tipos de coisas, que so de certa forma relevantes para voc, tendendo a ignorar outras. Por exemplo, voc pode, na maioria das vezes, observar cores, formas, texturas, imperfeies, coberturas, sons, movimentos, tenses ou sensaes fsicas etc. Novamente dedique tempo para ser s um observador enquanto deixa a conscincia vagar. Observe que tipos de coisas e fatos emergem espontaneamente, e veja se consegue descobrir como seu processo seletivo. ... ,Agora tente dizer "Estou selecionando (ou escolhendo) ter conscincia de..." e termine a sentena com aquilo que voc tiver presente no momento. Faa isto por alguns minutos.EvitandoAgora perceba que esta focalizao seletiva em certos tipos de experincia tambm uma forma de no focalizar alguma outra coisa; uma forma de evitar ou excluir certas experincias. Preste ateno sua conscincia e, depois de presentificar algo, continue dizendo "E eu deixei de fora..." e complete a sentena com algo que tenha evitado antes. Faa isto durante alguns minutos e perceba o que est excluindo. Que tipo de coisas voc exclui?H sempre outras coisas e eventos que no esto perto do seu foco de ateno. Voc pode descobrir quais so, observando aquilo de que voc no est se apercebendo. Agora, o que voc no tem presente? . . . Tente dirigir sua ateno para coisas ou eventos que no estejam no foco de sua conscincia no momento e dedique algum tempo para contat-los, e sentir mais sua presena. . . .Agora diga a si prprio "Agora eu no tenho presente..." e complete a sentena com algo de que voc no esteja consciente no momento. Ao fazer isto voc se conscientiza de algo, aqui e agora, cuja presena no era sentida no momento anterior. Permanea nesta24experincia por algum tempo e veja o que mais consegue descobrir sobre ela. Repita o processo e descubra o que no se faz presente em determinado momento. Faa isto durante alguns minutos e observe que tipos de experincia voc tem. ...Agora tente algo parecido, mas um pouco mais especfico. Diga a si mesmo "Precisamente agora estou evitando..." e complete a sentena com o que quer que voc esteja evitando nesse momento. Enquanto faz isto, voc se torna consciente do que exclua previamente do seu foco de ateno. Presentifique isto por algum tempo e veja o que mais consegue descobrir a este respeito. Repita ento a experincia e descubra o que mais voc est evitando. Faa isto durante vrios minutos e observe que tipo de vivncia voc est excluindo e como se sente ao se conscientizar dela. . . .Durao e FluxoAgora torne-se um observador da sua conscincia, enquanto voc a deixa vagar, e conscientize-se por quanto tempo uma mesma coisa se faz presente. . . . Observe se a sua conscincia pula rapidamente de uma coisa para outra ou se ela se move mais devagar, propiciando-lhe bastante tempo para contatar aquilo de que voc est consciente. . . . Agora experimente acelerar o fluxo de sua conscincia de uma coisa a outra. . . . Agora diminua seu fluxo de conscincia e experiencie isto. ... O que voc observa a respeito de sua conscincia quando esta se move rpida ou lentamente? . . . Agora deixe sua ateno vagar livremente, e seja simplesmente um observador. . . . Esteja ciente da diferena de tempo que voc gasta em coisas distintas; voc provavelmente fica mais tempo com algumas experincias e menos com outras. . . . Observe que experincias voc admite por mais tempo, e que outras passam rapidamente. . . . Agora continue fazendo isto, e ajuste o tempo para diminuir o fluxo da sua conscincia. Quando voc notar que se mantm numa experincia por algum tempo, siga adiante; quando se conscientizar de mudanas rpidas, diminua ou volte quilo que passou depressa, e fique ali por algum tempo. . . . Agora presentifique o fluxo de conscincia, enquanto ele muda de uma coisa para outra. . . . Voc observa alguma direo ou padro neste fluxo? . . . Voc percebe sua conscincia voltando repetidamente a uma coisa, ou tipo de coisa, ou alternando entre um e outro tipo de coisa?Conexo-InterrupoContinue a prestar ateno a este fluxo de conscincia e que conexo h entre coisas sucessivas das quais voc se conscientiza. . . .25Enquanto sua conscincia se move de uma coisa para outra, como se relacionam estas coisas? . . . Siga este fluxo e aprenda mais sobre a sua direo e forma de ser. ... Observe quando o fluxo interrompido. Quando ele parar ou mudar subitamente seu carter ou direo, volte ao que voc sentiu antes desta interrupo e focalize nisto sua ateno, por algum tempo. Veja se pode descobrir mais sobre isto. . . . Como voc se sente quando permanece com esta sensao? . . .Agradvel-Desagrctdvel . .Novamente, dedique alguns minutos para se conscientizar do seu fluxo de conscincia, e, quando se conscientizar de algo, observe se isto agradvel ou desagradvel para voc. . . . Que diferena voc observa entre a conscincia de algo agradvel e algo desagradvel? . . . Sua conscincia permanece mais com uma sensao ou com outra? . . . Voc tem menos presente os detalhes de uma ou de outra? . . . H algum padro ou semelhana naquilo que voc experimenta como agradvel e desagradvel? . . . Continue com isto por algum tempo e aprenda mais a respeito de como a sua vivncia de experincias agradveis e desagradveis difere. . . .Uma interrupo no fluxo de conscincia , s vezes, uma resposta a uma mudana brusca no ambiente, mas, mais frequentemente, uma reao percepo de algo desagradvel. Ns geralmente evitamos algo desagradvel, e interromper nossos sentimentos uma forma de manter experincias desagradveis a distncia. Esta uma das principais maneiras de reduzirmos e limitarmos nossa conscincia. Se voc se conscientizar de que est evitando ou alienando uma experincia, ser possvel inverter este processo. Se observar uma interrupo de sua conscincia, poder focalizar sua ateno na experincia que precedeu imediatamente a interrupo e descobrir mais a respeito daquilo que est evitando. Agora tente isto mais uma vez. . . .Vaivm ("Shuttling")Tente alternar entre a percepo de algo externo e de algo interno por vrios minutos. Primeiro sinta a presena de algo ao seu redor. . . . Ento, presentifique as sensaes fsicas dentro de seu corpo. Continue a se mover entre a percepo de eventos internos e externos. . . . Enquanto voc faz isto, esteja tambm consciente do seu fluxo de ateno, das interrupes que o afetam e das conexes entre eventossucessivos que se fazem sentir. Prossiga com isto por algum tempo e aprenda mais a respeito de como sua experincia de eventos interiores se relaciona com a sua experincia do ambiente externo.Agora continue com este vaivm e tente considerar a sua conscincia de eventos interiores como sendo a resposta sua presentifica-o do exterior. Tome conhecimento de algo fora e diga "A minha resposta a isto ..." e termine a sentena com aquilo que voc tiver presente ao voltar para a conscincia de algo interior. Por exemplo: "Tenho presente o tapete grosso e macio, e minha resposta a isto a sensao relaxada nas coxas". Continue com isto por alguns momentos. . . .PretenderContinue a prestar ateno ao seu continuum de conscincia e fique atento a qualquer inteno que nela se manifesta. Sua conscincia flui quando voc est como observador? Ou voc est fazendo algo especfico, impondo alguma atividade intencional? Por exemplo, voc pode estar se esforando para "se sair bem", pode estar excluindo algum tipo de experincia ou "obedecendo" o que as instrues lhe pedem para fazer. Durante algum tempo observe quando uma inteno guia sua conscincia, em vez de deix-la fluir sozinha. . . .ProcessoNossa linguagem tende a estruturar nosso mundo como uma poro de coisas que ocasionalmente se modificam, que interagem entre si etc. bem mais difcil ver o mundo como um conjunto de processos em constante mudana, mas esta viso tambm muitas vezes mais vlida e til. Continue prestando ateno ao seu continuum de conscincia e coloque-a em termos de processo, em vez de coloc-la como coisas. Por exemplo: Em vez de dizer "Eu sinto tenso" diga "Sinto que me reteso" ("/ feel tensin"). Em vez de "Eu ouo os pssaros" diga "Estou ouvindo gorjear e chilrear". Em vez de "Sinto a brisa" diga "Estou sentindo o ar se mover suavemente sobre os meus braos". Durante algum tempo entre em con-tato com o fluxo e o processo de experienciao do mundo sua volta.Atividades FsicasAgora focalize sua ateno em seu corpo e nas suas sensaes fsicas. Se observar alguma tenso, movimento ou desconforto, expres-27se-o por meio de alguma atividade em andamento, tal como empurrar, tensionar, ou segurar. . . . Agora exagere esta atividade e cons-cientize-se dela. Se voc estiver retesando o ombro, retese-o mais e perceba quais so os msculos que usa e como se sente ao faz-lo. Agora assuma a responsabilidade por esta atividade muscular e suas consequncias. Por exemplo, diga a si prprio "Estou retesando meu pescoo e estou me machucando", ou "Estou mantendo meu brao direito esticado e estou me enrijecendo". Toda a sua tenso muscular produzida por voc mesmo, e muito do seu desconforto fsico resulta dela. Durante algum tempo tenha presente as suas atividades fsicas, assumindo responsabilidade pelo que est fazendo. ...Soltando seu CorpoNs interferimos com nossa maneira de funcionar, impedindo a expresso de grande parte do que acontece conosco. Voc pode aprender a deixar seu corpo estar no comando e libertar-se desta interferncia. Comece por deitar-se num tapete ou numa cama firme, numa posio que lhe seja realmente confortvel. Uma boa posio deitar de costas com os joelhos dobrados, com as plantas dos ps no cho, e os joelhos apoiados um contra o outro. Feche os olhos e entre em contato com seu corpo. . . . Voc se sente realmente confortvel? Veja se consegue ficar ainda mais confortvel, mudando um pouco sua posio. . . . Agora tome conscincia do seu respirar. . . . Observe todos os detalhes de como voc est respirando. . . . Sinta como o ar se move no seu nariz ou na sua boca, passando pela garganta at os pulmes. . . . Observe todos os detalhes de como seu peito e sua barriga se movem quando o ar entra e sai dos pulmes. ...Agora observe se pensamentos ou imagens vm sua cabea. . . . Observe como estas palavras interferem na conscincia que voc tem das sensaes fsicas produzidas pela sua respirao. ... . Preste ateno a estes pensamentos e imagens e perceba o que acontece se tentar evit-los. ... O que voc experincia quando tenta evitar estes pensamentos? ... O que voc sente agora em seu corpo? . . .Agora tente algo diferente. Em vez de procurar evitar os pensamentos, focalize sua ateno na respirao. . . . Quando perceber que sua ateno se desviou para pensamentos e imagens, coloque novamente em foco as suas sensaes fsicas, produzidas pela respirao. . . . No lute, apenas observe quando voc se preocupa com palavras e imagens, e depois volte sua ateno para a respirao. . . .Agora dirija sua ateno para o seu corpo e observe que parte dele manifesta sua presena, espontaneamente. . . . Quais so as par-16tes do seu corpo que voc tem presente? . . . Agora examine o seu corpo e observe que partes dele voc pode conscientizar facilmente, tendo uma sensao clara e distinta. . . . E que partes do seu corpo voc sente vagas e indistintas, mesmo quando focaliza sua ateno nelas? .. . Voc observa alguma diferena entre o lado esquerdo e o direito do seu corpo? . . .Agora tome conscincia de algum desconforto fsico, e dirija sua ateno a ele. ... Entre em contato com o desconforto, presen-tifique-o profundamente. .. . Enquanto se torna mais consciente desta experincia, voc pode perceber que ela se desenvolve e se modifica rapidamente. Um movimento, sensao ou imagem pode evoluir daquilo que voc est focalizando. Permita que esta modificao ou evoluo tenha lugar, sem interferncia, e prossiga focalizando sua ateno naquilo que emergir. Deixe seu corpo fazer o que quiser, e deixe acontecer o que tiver que acontecer. Continue com isto por cinco ou dez minutos e veja o que se desenvolve dessa focalizao da sua ateno naquilo que emerge em sua conscincia. . . .Contato-RetraimentoOlhe em torno de si, e entre em contato com seu ambiente. O que voc experincia neste local? . . . Agora feche os olhos. . . . Afaste-se desta situao, e v embora daqui, na imaginao. ... V para onde quiser e vivencie o que estar l. Como tal lugar? . . . Como voc se sente l? .. .Agora abra os olhos e conscientize-se da situao aqui. Como estar aqui? . . . E como voc se sente agora? . . . Compare sua situao aqui com a sua situao l. ...V novamente embora, para onde quiser, ou para o mesmo lugar ou para qualquer outro ... e novamente experiencie totalmente a situao. ...Abra seus olhos mais uma vez e entre em contato com a situao aqui. . ... Compare-a com a situao de l. ...Continue neste vaivm, entre estar aqui e estar l, e tenha isto presente. . . . Observe qualquer modificao na sua experincia enquanto segue neste vaivm por alguns minutos. . . .Agore volte para c e abra os olhos . . . e silenciosamente absorva sua experincia de ir e vir. . . .Este vaivm de contato-retraimento poder ser-lhe til de diversas maneiras. Ao retirar-se brevemente de uma situao (ou para uma experincia fsica, ou para a fantasia, ou ambas) voc pode29descansar um pouco e recuperar as foras, para em seguida voltar com mais energia situao presente, com a qual voc precisa lidar. E tambm, se voc examinar cuidadosamente a situao de l, poder descobrir ali o que est faltando na situao aqui. Se voc est tendo dificuldades com pessoas na situao aqui, poder se retirar para uma situao de fantasia, onde estar sozinho, ou com pessoas com as quais no tem dificuldades; um lugar onde voc pode descansar e se sentir mais confortvel.Outra coisa que voc pode encontrar na situao ali so acontecimentos inacabados, que necessitam ser completados de alguma forma: uma discrdia no resolvida, uma grama a ser aparada etc. Quando voc se retira para a fantasia, muitas vezes recebe lembretes destas situaes inacabadas, que no deixam voc descansar. Se voc estiver se apegando rigidamente ao que estiver fazendo, talvez apenas esteja evitando lidar com essas situaes inacabadas, e essas impediro seu envolvimento total com o presente. Eis aqui um exemplo simples e til: se voc estuda um livro de maneira forada, provavelmente l sem entend-lo. Seus olhos correm pela pgina, mas um minuto depois possvel que no se lembre de mais nada, porque muitas coisas exigem a sua ateno. Se voc se afastar temporariamente para outra coisa, como, por exemplo, se espreguiar, comer um doce, ou recuar para a fantasia, poder voltar ao livro com energia redobrada. Se no se afastar de uma situao como esta, voc se cansar, sem benefcio algum.Se voc deixa totalmente de lado uma situao difcil, muitas vezes esta se torna pior, e raramente desaparece; amarrando-se a ela, voc se cansa. Se voc alternadamente enfrentar o problema e recuar temporariamente para reunir foras, poder ser mais eficaz. A maioria das pessoas entende que um retraimento demorado demais ruim. Poucas percebem que um contato longo demais igualmente ruim. Enquanto l este livro, pare ocasionalmente e perceba se est realmente em contato com ele, ou se sua ateno est voltada para outro lugar. Se estiver em outro lugar, deixe o livro por algum tempo e volte quando a sua ateno estiver menos dividida.Os trechos que se seguem so transcries de gravaes de pessoas em grupo comeando a explorar seu continuam de conscincia. Ilustram alguns dos aspectos de conscincia que os experimentos anteriores demonstraram. Os comentrios do lder sero colocados entre dois traos, da seguinte forma: /L: O que voc tem presente neste momento?/No leia adiante enquanto no tiver feito os experimentos anteriores por si s.30Tenho presente o silncio. Gostaria de estar em outro lugar. /L: OK, feche os olhos e v em fantasia para algum lugar./ J estava indo e sei para onde para o Spaghetty Factory (nome de um restaurante); j imaginei a situao. /L: Isso mesmo. Feche os olhos. Quero que voc realmente se envolva e preste ateno ao seu processo. Como esse lugar?/ Hum, h umas tigelas enormes de salada, so gigantescas, marrom-escuro, de madeira, e com uma poro de espaguete dentro. E h um monte de molho no espaguete (rindo), e eu gostaria de comer um pouco. /L: Voc est rindo. Pode nos contar em que est achando graa?/ Bem, porque eu achei que a salada que deveria estar nas tigelas, e no o espaguete, porque parece. . . mais uma tigela de salada. Est escuro, h velas, um balco baixo e comprido no preciso fechar os olhos. Hum, sim, preciso fechar. H uma poro de gente. /L: Como voc se sente ali?/ Confortvel e com fome. /L: Agore volte aqui e compare as duas experincias./ Um pouco nervoso e tenso. E aqui h luz, eu gostaria que estivesse escuro. /L: Voc percebe o contraste? Aqui voc est desconfortvel e est claro; l voc est confortvel e est escuro. V para l novamente e descubra mais coisas./ As pessoas esto vontade. Eu estou vontade. As pessoas de diferentes mesas sorriem entre si. As pessoas parecem estar realmente relaxadas e felizes, e esto comendo muito. /L: Agora volte para c. Como voc se sente estando aqui?/ Tudo parece assim. . . no morto, apenas luz. No sei o que . L est escuro, como se a gente se escondesse ou se perdesse. /L: Aqui voc no pode se esconder./ No. /L: Como se sente agora?/ Um pouco mais relaxado do que estava, porque fiquei ali por algum tempo. /L: Exatamente. Isso algo que voc pode usar sozinho. Em qualquer situao na qual estiver tenso, saia por algum tempo e depois volte./ Isso no fuga? /L: S se voc o fizer permanentemente. Se o faz temporariamente, chama-se descanso./Estou consciente de que me sinto pegajoso no momento que sentei, como se estivesse suado. /L: Voc voltou um pouco ao passado ao dizer "quando me sentei"./ Eu sinto um nervosismo no estmago. Sinto meu corao bater mais rpido e tenho presente a cor do quarto. A cor do quarto est muito presente. Estou consciente dessas duas garotas que se parecem muito, estava pensando se so irms. /L: Pensar fantasia./ Sim. Tenho conscincia de que estou quente e que meus ps no tocam o cho. Estou consciente de que as pessoas aqui do lado estavam se movendo e se agitando. /L: Voc disse "estavam", e isso coloca a coisa no passado, e "aquelas pessoas" generalizao. Seja especfico. Quem voc viu31e o que estavam fazendo?/ Ela e ela (apontando). Ela estava mexendo os ps e as mos. Tenho presente um nervosismo que aumenta dentro de mim. /L: Como voc sente isso? O que voc sente exata-mente com isso que chama de nervosismo?/ Acho que um borbulhar no estmago, acho que porque estou sentindo a presena de tantos olhos e vejo pessoas num semicrculo, quase me engolindo. (Pausa.) /L: Voc est consciente de que est me olhando?/ Hum (pausa), tenho presente outras coisas, mas acho que vou parar aqui. /L: Voc quer parar?/ Hum. /L: OK. Obrigado. Voc observou onde parou?/ Sim, quando comecei a falar sobre as pessoas me engolindo, e todos aqueles olhosl No percebi antes de voc me perguntar. /L: Voc quer explorar isto um pouco mais?/ OK. /L: Olhe para as pessoas em volta e conte-nos o que voc v. O que voc tem presente?/ Tenho presente um monte de olhos (risadas). E tambm as cores. Eu observo as cores dos cabelos, das roupas, tons de pele, hum. /L: Voc poderia ser mais especfico? O que que voc v a cada instante? Em vez de generalizar e reunir tudo em tons de pele ou cores, diga quais so as cores que voc v e que tons de pele voc observa./ Observo as calas vermelhas dela e observo sua pele bronzeada, o cabelo que muito escuro. H mais rapazes do que moas. Observo que aquele rapaz est franzindo a testa. /L: Voc se sente engolido agora?/ Realmente no. No tenho a mesma sensao que senti um minuto atrs. Eu to sinto que um ajuntamento de pessoas; consigo apontar mais para os indivduos do que para um grupo, e a comeo a me sentir mais confortvel. /L: Voc comea a v-los em vez de imagin-los. Eles o estavam engolindo na sua imaginao; na verdade, estavam apenas sentados; medida que voc entra mais em contato com a presena destes indivduos, a fantasia de um grupo engolindo vai desaparecendo./Estou consciente de que meu estmago est apertado. Estou prendendo a respirao. Estou respirando e meu corao est batendo mais rpido. Estou pensando no que dizer e mexendo os dedos. Sinto que estou procurando alguma coisa. /L: Voc est consciente das suas atividades segurando, respirando, pensando, mexendo. De alguma maneira voc tambm est pretendendo, procurando algo, tentando pensar o que dizer./ . Estou consciente de que tenho os ps cruzados e estou consciente dos sapatos dela. E ela tem unhas compridas. /L: Voc percebe que comeou com seu prprio corpo, suas sensaes no peito, depois gradualmente foi indo para os ps e os dedos, e depois para os ps e os dedos dela? Como se aos poucos voc fosse se movendo em direo s pessoas?/ (Rindo). Um pouco antes de voc dizer isso eu voltei para dentro e senti32o aperto. /L: Tente um vaivm entre a conscincia do exterior e do interior./ Eu sinto que o interior do meu corpo est separado do exterior como se tudo fosse interno, e est apertado. /L: Diga "estou me apertando"./ Estou me apertando internamente. Eu vejo o rosto dela. Ainda sinto o aperto. Vejo a bolsa dela debaixo da cadeira e os ps dele ele est mexendo os dedos e suas mos esto cerradas. /L: Agora voc tem presente o aperto de fora./ (Pausa.) Estou procurando. Tudo que sinto um aperto por dentro, e estou tentando pensar em alguma coisa interna, diferente de estar apertado. /L: Sua conscincia volta ao aperto e voc tenta intencionalmente sentir outra coisa, em vez de ficar sentindo a presena do aperto./Estou consciente de que sou muito pequena para sentar nesta cadeira. Estou consciente do vento nas rvores e, sabe, elas se movem vagarosamente, e se a gente as observa por algum tempo, isto deixa a gente relaxada porque. . . /L: Voc poderia dizer "eu"? Voc est falando sobre a sua prpria experincia. "Quando olho para as rvores, eu relaxo"./ Tenho presente que isso aconteceu ali (apontando para onde estava sentada), mas no est acontecendo agora, porque estou nervosa demais. /L: Isto no sentir presena, voc est relembrando o passado./ Sim. /L: Ento o que est acontecendo agora?/ Estou nervosa mesmo. Estou sentindo que meus ps esto se mexendo. Estou sentindo que as pessoas esto se chateando. /L: Isso fantasia. Voc no sabe se elas esto se chateando./ No. Percebo especialmente a presena dele. Ele est sorrindo de forma estranha e eu, eu acho que estou tentando ver o que ele pensa. /L: Isso de novo fantasia. Agora tente dizer "Estou evitando. . ." e termine a frase com algo que voc esteja evitando no momento, e tenha isto presente./ Estou evitando olhar para pessoas que no conheo. Estou evitando pensar como pareo estou evitando isso. E estou evitando dizer um monte de coisas que gostaria de dizer, a respeito de sentimentos dentro de mim. Sabe, especialmente sentimentos, estou evitando sentimentos que so sabe, estou evitando, hum, falar para as pessoas que elas so so bonitas, ou, sabe, aquele tipo de estou evitando isso. E estou evitando olhar para para a Ruth, e no sei por qu. /L: Procure olhar para a Ruth. Tente entrar em contato com algumas dessas coisas que voc est evitando./ (Pausa.) Quando olho a Ruth eu a vejo a sentada, segurando as mos e. . . na... minha cabea... eu acho que no estou consciente, eu acho que ela no est muito satisfeita comigo, eu no sei por qu. /L: Voc contata um pouco com aquilo que se faz presente e depois pula para a fantasia: pensar, recordar, imaginar./33I stou tremendo inteiro, meu corao est batendo muito depressa e as .ninhas mos esto suadas. Sinto a presena dele olhando para mim, e minha voz est tremendo. (Risos.) /L: Depois de cada coisa presente que voc relata, diga se agradvel ou desagradvel. "Minha voz est tremendo..."/ Isso desagradvel. Estou nervoso, desagradvel. Ele est olhando para mim, de certa forma, atravs de mim. Isso (risos) desagradvel. Tenho presente o barulho l fora, isso agradvel. A cadeira muito dura, agradvel, ela firme e lisa. E o cho debaixo dos meus ps me faz sentir bem. Tenho presente o que est acontecendo, do que existe aqui dentro. /L: Fale-nos sobre isto./ Bem, antes de tudo, meus pensamentos esto girando e isto um tanto quanto desagradvel. E estou com isto uma dor. (Risos.) o tipo de dor nervosa no estmago. (Risos.) Hum. Na maior parte do tempo, tenho presente todo mundo olhando para mim. No gosto disso. Estou muito consciente do que h l fora as rvores se mexendo. /L: Eu observo que voc passou das pessoas olhando para voc para as rvores l fora, e me lembro que antes voc viu algum olhando para voc, e depois se cons-cientizou dos rudos l fora./ Sim. /L: Voc tem conscincia das pessoas olhando para voc. Voc pode olhar novamente para elas e dizer-nos o que est vendo?/ Estou grudado nele, s um rosto. No sei, estou procurando. No estou certo do que h a. /L: Voc consegue ver o rosto dele?/ Sim. /L: O que voc v?/ Hum (risos). Hum, vejo os olhos e o rosto dele. Vejo o bigode. Ele tem olhos muito claros, muito penetrantes. /L: Voc v como voc est fixo nos olhos/ Sim, Estou consciente de Ann, sentada aqui ela agradvel. /L: Como voc sente a presena dela? O que voc v?/ (Risos.) Eu vejo bem, ela agradvel porque eu falei com ela, por outras coisas que j conheo dela. /L: Isto passado, recordaes, e no sensao de presena. Olhe para Ann novamente. O que voc v?/ duro de ver. /L: Todo mundo tem olhos, menos voc./ . /L: Tudo que voc consegue ver so os olhos dos outros. Vamos continuar com isto mais um pouco. O que voc imagina que os outros vem quando olham para voc?/ Oh (risos). Uma pessoa trmula, nervosa, suada. (Risos.) /L: O que voc diria a uma pessoa trmula, nervosa e suada?/ Sossegue; acalme-se. /L: Por acaso voc est dizendo isto a si mesmo?/ . . . de certa forma. /L: Quais so os seus sintomas? Ainda est nervoso?/ Sim. Estou me mexendo, tremendo. Meu estmago di. /L: Tente exagerar o nervosismo e a tremedera. At agora voc esteve batalhando contra estes sintomas. Voc os experincia como desagradveis e tenta diminu-los. Inverta isto, tente aumentar os sintomas./ OK. Estou mexendo meus ps, estou tremendo, sinto dor e aperto no estmago. /L: Voc consegue focalizar este aperto, e apertar ainda mais?/ Sim. Sinto como se34estivesse se transformando numa bola. /L: Diga "Estou me apertando"./ Estou me apertando. (Pausa.) Agora no est acontecendo__, est sumindo. Acho que estou me sentindo melhor. Parece, comose sentiria uma casquinha se o sorvete derretesse. /L: Agora voc se sente bem? Isto sempre acontece quando voc entra em contato consigo mesmo e torna-se totalmente consciente do que est realmente ocorrendo com voc?/ Sim. /L: Agora olhe de novo./ Muito bem, eu vejo pessoas. /L: Voc as v? Como voc as v?/ Bem, agora eu a vejo, ela est sorrindo. E parece bem relaxada. Ela eu no sei est movendo o brao, talvez esteja nervosa porque eu a vi estou pensando porque eu ficaria nervoso se ela me visse. /L: Note, voc olha para ela, e voc a faz ficar nervosa. Antes, voc ficava nervoso porque olhavam para voc./ (Risos.)Onde quer que voc esteja, e independente do que estiver fazendo, voc pode fazer essas observaes e experimentos. Preste ateno ao processo de sua conscincia. Voc pode fazer bom uso do tempo que gasta em aborrecimentos, espera, inquietao etc. ... Quando voc sente seu prprio processo, pode descobrir como evita, bloqueia, rompe ou distorce seu prprio modo de funcionar.* Ao descobrir esta interferncia, voc poder aprender a libertar-se dela. Ter cada vez mais conscincia nas suas atividades dirias, e sua vida pode tornar-se mais fluente e vvida.Tarefa DiriaEscolha alguma tarefa diria tal como lavar loua, escovar os dentes, levar o lixo para fora etc. ... Realize a tarefa e preste ateno a como seu corpo se sente. . . . Faa-a mais devagar por alguns minutos a fim de ter mais tempo para se conscientizar do que se passa com voc. . . . Observe se est prendendo ou mexendo o corpo de forma desconfortvel ou desajeitada. Ento exagere esta tenso ou falta de jeito, e tenha-a mais presente, experiencie-a realmente. ... Agora prossiga e explore outras formas de fazer a mesma tarefa, formas que sejam mais confortveis ou agradveis. . . . Tente deixar seus movimentos flurem. . . . Permita que eles se transformem* Your fuctioning, no original. Como voc interfere com o seu funcionar. Como voc interfere com sua forma de existir, de ser. "No devo tremer." "No devo ficar tenso." "No devo sentir raiva." "No devo ser vagabundo." "No devo ser tmido." E todas as formas de tentar manipular, controlar ou modificar as suas experincias do momento, justificando, explicando,_ tentando ser diferente, negando etc. Neste sentido, your functioning sua existncia, sua forma de ser a cada momento. (N. do T.)35lentamente numa dana, e aprecie esta dana. Focalize-a com a sua percepo e explore-a como um territrio novo; para a maioria de ns, realmente um territrio novo.Escutando os ArredoresOlhe em volta e presentifique o que h em seu ambiente. Con-tatue com o que se encontra em torno de voc e deixe cada coisa falar sobre si mesma e sobre a relao que tem com voc. Por exemplo: Minha escrivaninha diz: "Estou desordenada e cheia de trabalho para voc fazer. A no ser que voc me arrume, vou irrit-lo e impedi-lo de se concentrar". Uma escultura de madeira diz: "Veja como posso fluir, mesmo estando parada. No se apresse, descubra a sua beleza". Durante uns cinco minutos deixe as coisas conversarem com voc. Oua cuidadosamente estas mensagens recebidas de todos os lados. . . .Se voc realmente aprender a ouvir, perceber o efeito que elas tm sobre voc sem que voc se d conta disto. Quanto mais voc tiver presente estas influncias, mais poder modificar seu ambiente para torn-lo mais confortvel, menos dispersivo e irritante etc. . . . Usei este experimento em classe para indicar o efeito opressor da estrutura da sala de aula. O quadro-negro diz: "Olhe para c, algo muito importante est para acontecer". A cadeira dura diz: "No durma, no se divirta, seja disciplinado e olhe para l". O relgio diz: "Esteja preparado e no perca tempo" etc. Depois de presenti-ficar a influncia mrbida da classe ordenada, conseguimos torn-la mais agradvel para seres humanos. Arrumamos um tapete, reformamos as outras coisas, pusemos coisas coloridas etc.Agora voc vai tentar fazer alguns experimentos que o envolvam com outra pessoa. Sero mais efetivos se voc os fizer com algum que no conhea bem; no havendo possibilidade, faa-os com um amigo ou com seu cnjuge.ContatandoSente-se em frente desta pessoa, e no se falem. Olhe somente para a face do seu parceiro durante alguns minutos e tente realmente ver esta outra pessoa. . . . No faa disto uma competio de quem consegue encarar mais e no perca tempo tentando imaginar como seu parceiro . Olhe para ele e presentifique todos os detalhes do seu rosto. Presentifique as caractersticas reais dos seus traos: cores, formas e texturas, como seu rosto se move ou no etc. ...36Quero que voc se conscientize desta outra pessoa. Tente realmentev-la------Est acontecendo algo que o dificulta de centrar a ateno no seu parceiro? . . . Algo mais est pedindo sua ateno? . . . Dedique um pouco de tempo para tomar conscincia disto. ...PrevendoContinuem a olhar um para o outro; imagine o que vai acontecer e o que vocs faro nos prximos minutos. De qualquer maneira, voc deve estar fazendo esta previso; portanto, durante algum tempo, centralize sua ateno nas fantasias e expectativas. . . . Presen-tifique os detalhes. . . . O que voc acha que vi acontecer? . . . Agora presentifique o que acontece com seu corpo. . . . Observe qualquer sensao de tenso, excitao, nervosismo etc. ... At que ponto esses sintomas constituem reaes s suas fantasias e expectativas a respeito do futuro, em vez de serem uma resposta ao que est realmente ocorrendo no momento? . . .RetraimentoAgora entre mais em contato com a sua experincia real do momento. Feche os olhos e recue para a sua existncia fsica por alguns minutos. . . . Tome conscincia do seu corpo e das suas sensaes fsicas. . . . Observe qualquer tenso ou excitamento etc. . . . e entre em contato com isto. . . . Centralize o foco da sua conscincia em algum desconforto e observe como este se modifica quando voc entra em contato com ele. ...Agora abra os olhos e olhe de novo para a outra pessoa. ... mais fcil v-la agora? . . . Tente descobrir mais a respeito desta pessoa. ... O que voc consegue ver agora que no tinha observado antes? . . . At que ponto voc consegue realmente ver esta pessoa e at que ponto ainda est ocupado com fantasias adivinhando, imaginando, ou assumindo como ela , imaginando o que ela v quando olha para voc, imaginando quanto tempo vai durar esta atividade etc? ... Sempre que voc se surpreender fazendo isto, focalize novamente a ateno no rosto e na expresso do seu parceiro. ...Continue a olhar para o seu parceiro, mas centralize sua aten-o na sua prpria existncia fsica. ... O que se passa agora com37seu corpo? . . . Observe qualquer tenso, nervosismo, desconforto, alvio ou excitao que esteja sentindo, e entre mais em contato com esta sensao. . . . Perceba exatamente onde voc sente esta sensao e como ela . ... Agora quero que contem um para o outro todos os detalhes de como se sentem fisicamente; onde voc sente tenso, nervosismo, excitamento etc. ... e como esta sensao. No explique ou justifique a sua experincia, s descreva detalha-damente o que sente, e perceba como sua experincia com seu corpo se modifica enquanto voc a relata para o seu parceiro. Faa isto durante alguns minutos. . . .Imagens de MemriaFeche os olhos novamente e recue para dentro do seu corpo. . . . Entre de novo em contato com o que se passa dentro dele, observando o que ocorre quando voc centraliza sua ateno nestas sensaes. . . . Entre realmente em contato com sua experincia fsica. . . . Mantenha seus olhos fechados e visualize o rosto do parceiro, que voc estava olhando h alguns instantes. At que ponto voc consegue se recordar? Quais os traos que esto claros na sua imaginao, e quais so os que esto obscuros ou ausentes? . . . Voc consegue lembrar a forma do nariz, a cor dos olhos, a textura da pele etc? ... Esteja consciente de onde sua imagem clara e de onde se mostra incompleta ou turva. Quais as partes difceis ou impossveis de visualizar? Perceba que muito do que escapou sua memria escapou tambm sua conscincia total. . . .Agora abra os olhos e compare a sua imagem com a realidade da face do parceiro. . . . Que detalhes da imagem estavam incor-retos? . . . Agora olhe as partes do rosto dele que estavam ausentes ou turvas em sua imagem e descubra como so essas partes. .. . Descubra ainda mais sobre o rosto desta pessoa. . . .Dentro em pouco vou lhes pedir para contarem o que vem, no o que imaginam ou acham, mas aquilo que realmente presenti-ficam quando olham para o rosto do parceiro. No volte memria do que viu antes e no explique por que observou isto; no se desculpe pelo que viu etc. Diga apenas o que voc tem presente agora, de um momento a outro, e d todos os detalhes da sua percepo. No diga somente "agora eu vejo seus olhos", diga "agora eu vejo seus grandes olhos castanhos, esto brilhando e eu gosto de olhar para eles" ou qualquer coisa que seja sua experincia. Dedique a isto cinco minutos. . . .38CensurandoAgora pare de falar e olhe para o seu parceiro; torne-se consciente do que voc estava censurando: as coisas que observou nele, mas no lhe contou por algum motivo. . . . Perceba que voc imagina alguma consequncia desagradvel; ele ficaria triste, magoado, zangado, rejeitado etc. Perceba que esta fantasia inibe ou impede a expresso total da sua conscincia, e esta reteno um tipo de desonestidade: voc se recusa a revelar completamente o que presentifica no parceiro. . . . Centralize de novo sua ateno em coisas que voc est censurando. . .. Agora feche os olhos e imagine que est contando essas coisas para ele. ... O que est acontecendo? Deixe sua imaginao correr e descubra detalhadamente o que voc teme que possa acontecer se contar estas coisas a ele. ... Quais so as suas expectativas de catstrofe e como voc se sente ao imaginar esta catstrofe? . ..Agora abra os olhos. Num instante vocs iro contar ao parceiro o que aconteceria se contassem as coisas que esto censurando. Diga "Se eu disser o que estou censurando..." e acabe a frase com aquilo que voc julga que vai acontecer. Depois que cada um de vocs fizer isto, reaja s expectativas catastrficas do parceiro, e discutam se estas expectativas so provveis, se realmente desastrosas ou apenas inconvenientes. Se quiserem, digam um ao outro algumas coisas que esto censurando e comparem suas expectativas com o que realmente ocorre ao fazerem isto. . . . Prossigam. . . .Agora fiquem quietos por algum tempo; absorvam suas experincias e o que aprenderam com estes experimentos. . . . Agora, durante cinco ou dez minutos, contem o que aprenderam e expe-rienciaram. . . .Enquanto falavam, durante os ltimos minutos, at que ponto vocs realmente contataram e se comunicaram? . . . Vocs se olharam ou evitaram contato, olhando para os lados, para as mos, ou para a parede? . . . Vocs falaram diretamente com a outra pessoa, ou simplesmente irradiaram palavras, espalhando para cima generalidades? . . . Discutam isto durante alguns minutos. . . .Espero que voc tenha tido alguma experincia de como difcil fazer coisas simples, tais como olhar o rosto de algum, enquanto se est preocupado com fantasias ameaadoras sobre o futuro e sintomas fsicos de nervosismo e excitao como reaes a estas fantasias. Este nervosismo e excitao muitas vezes chamado de ansiedade. Ansiedade o que voc experincia quando seu corpo se prepara para um desafio que no est aqui na realidade. Se o desafio existir realmente, sua excitao e sua energia podero fluir39para uma atividade que enfrentar o desafio. Uma vez que este desafio existe somente na fantasia, no h nada que se possa fazer realmente, e toda a energia e excitao se refletem em tremor e outros sintomas de ansiedade. Isto tambm ocorre se o desafio existe na realidade, mas voc no ousa enfrent-lo, e ainda se preocupa com expectativas catastrficas e previses.Se voc chegar a perceber que est preocupado com fantasias e expectativas, e que estas no so reais, isto poder ajud-lo a entrar mais em contato com o que est realmente acontecendo. muito til um recuo temporrio para o seu corpo. Ao fechar os olhos temporariamente voc quebra o contato com a ameaa e centraliza sua ateno nas sensaes do corpo; assim, voc recupera contato com a realidade fsica. Ao tazer isto, voc tambm afasta sua ateno de fantasias, tornando-se menos envolvido por elas.Quando me envolvo com fantasias, perco conscincia da realidade que flui, e, ao mesmo tempo, interfiro com meu modo de funcionar. Tudo que meu corpo faz, requer conscincia, de modo que qualquer perda da mesma causa uma perturbao no meu funcionamento. Alm disso, comeo a reagir fisicamente a fantasias, e no realidade. Se estou sendo ameaado realmente, taquicardia e estmago tenso podem me ser teis. Mas se no estou sendo ameaado, os mesmos sintomas so um desperdcio de energia e podem perturbar outras tarefas que necessito realmente executar. Alm destas dificuldades, as fantasias requerem que eu use muita energia para inibir ou censurar a manifestao de diversos aspectos da minha conscincia e atividades. Por exemplo, se estou falando com voc e comeo a pensar que farei erros e que voc ir me criticar e me julgar, experiencio aquilo que se chama de "autoconscincia" ou "constrangimento" {self-consciousness). Meu medo deste desastre fantasioso me incita a correr, e minha energia comea a fluir em excitao e movimento. Mas meu medo da sua crtica tambm exige que eu esconda estes sintomas de voc, ento tenho que usar energia adicional para subjugar minha excitao e para diminuir a necessidade de correr. Posso dirigir tanta energia para este conflito entre excitao e inibio que no sobra o suficiente para a simples tarefa de conversar com voc. Tanto os sintomas como as minhas tentativas de inibi-los frequentemente interferem na minha conversa; minha voz pode ficar trmula e posso gaguejar; posso ter isto to presente que perco a conscincia do que lhe quero contar. Estas perturbaes no meu funcionamento me deixam cada vez mais dividido e confuso. Minha conscincia se divide entre fantasias e realidade. Reajo parcialmente ao que real e parcialmente ao que irreal, e minhas respostas fantasia acabam por interferir nas minhas atividades da realidade. Minha energia est40dividida entre tarefas da realidade e da fantasia. E tambm est dividida entre me expressar e inibir esta expresso. Tornei-me desintegrado: no funciono mais como um todo integrado; em vez disto divido minha conscincia, minhas reaes, minhas atividades e minha energia. Fico confuso, frustrado e ineficaz; e todos ns sofremos isto, em maior ou menor grau.Se voc puder explorar sua conscincia detalhadamente e conseguir aprender mais a seu respeito, poder trabalhar no sentido de se tornar menos dividido e confuso, e mais integrado. Isto basicamente uma questo de deixar-se fluir; ocorre quando voc aprende a no interferir com seu prprio funcionamento e quando deixa seu prprio caminho livre.ContatandoMais uma vez faa par com algum que no conhea bem e olhe esta pessoa, sem falar. Olhe para todo o seu rosto durante alguns minutos e tente ver esta pessoa. . . presentifique todos os detalhes do rosto dela: a forma, o tamanho, a cor, a textura dos traos etc. ... Deixe os olhos se moverem enquanto descobre mais a respeito dos traos e expresses da pessoa. .. .Aceitando SintomasContinue olhando seu parceiro e ao mesmo tempo centralize sua ateno no que voc est sentindo fisicamente. ... O que se passa em seu corpo que interfere em voc olhar o parceiro? . . . Provavelmente voc sente algum nervosismo ou excitao, seu corao batendo, alguma tenso ou borbulhar no estmago etc. Provavelmente voc est rejeitando estas sensaes, julgando-as "ruins" e desconfortveis, a ponto de acreditar que no deve revelar sua "fraqueza" ao seu parceiro. Tente inverter este julgamento, mesmo se esta inverso parecer um jogo falso. Em vez de chamar estes sintomas de "nervosismo", chame-os de "excitao",* e veja se consegue desfrut-los. . . . Observe como seus sintomas mudam quando voc os aceita e se torna mais consciente deles. . ..* No original excitement, cuja traduo excitao. Mas o propsito do exerccio se esclarece com o outro sentido da palavra excitement, que expressa entusiasmo, vontade de fazer pegar, mexer, prontido para perceber, ser, con-tatar. Entusiasmo e nervosismo tm provvel semelhana do ponto^ de vista fisiolgico; apenas so experimentados como "agradvel" e "desagradvel" porque o indivduo conota e simboliza as mesmas sensaes fisiolgicas diferentemente. (N. do T.)41Exagerando SintomasAgora experimente aumentar ou exagerar seus sintomas, em vez de tentar diminu-los. Se voc sente algum tremor, deixe-o tornar-se cada vez mais intenso. Se sente alguma tenso, aumente-a por algum tempo. . . . Tenha presente o que ocorre quando voc encoraja seus sintomas, em vez de lutar contra eles. ... Agora procure expressar ainda mais estes sintomas. Fique em contato com eles, exagere-os e deixe-os fluir e se transformar em algum tipo de rudo. Faa algum rudo que expresse o que est acontecendo com voc agora. . . . Agora aumente este rudo at que ele esteja muito mais alto. . . . Agora, silenciosamente, absorva o que acabou de experienciar. . . . Agora, durante alguns minutos, contem um ao outro o que sentiram nestes experimentos. . . .Agora sente-se e olhe o rosto do seu parceiro para ver o que descobre no momento em que olha. . . . Continue a olhar para ele e ao mesmo tempo tenha presente o seu prprio corpo. Presen-tifique qualquer tenso, nervosismo ou outro desconforto que sinta. ... Observe particularmente qualquer tenso ou desconforto no rosto. ... O que isto expressa? Voc tem alguma objeo a ser olhado desta forma pelo seu parceiro? H algo que voc no quer que ele veja? . ..Teste de RealidadeAgora imagine voluntariamente o que seu parceiro v quando olha para voc. De qualquer maneira voc deve estar fazendo isto, ento preste ateno a esta fantasia e torne-se mais consciente dela. ... O que voc imagina que ele v e o que voc imagina como reao ao que v? . . . Observe como estas fantasias se colocam entre voc e o seu experienciar. . . . Uma maneira de se ver livre destas fantasias perturbadoras express-las e verific-las na realidade. Agora dedique alguns minutos para dizer ao seu parceiro o que voc imagina que ele esteja vendo ao olhar para voc e verifique se ele tinha conscincia destas coisas antes de voc mencion-las.Vaivm ("Shuttling")Continuem a olhar um para o outro e presentifiquem algum aspecto da sua prpria existncia fsica. . . . Tome ento conscincia de algo no seu parceiro. ... E prossiga este vaivm entre a percepo das suas prprias sensaes fsicas e a conscincia do parceiro. ... Enquanto vai e vem, verifique se a sua experincia privada42est ligada com a conscincia do parceiro, ou seja, algo fora de voc. . . Agora fale silenciosamente, enquanto continua fazendo isto: "Agora tenho presente suas sobrancelhas cerradas, agora tenho presente a rigidez do meu joelho esquerdo, agora tenho presente os seus lbios carnudos e macios, agora tenho presente uma sensao quente e agradvel no meu estmago"; seja qual for a sua experincia, presentifique este vaivm. . . . Prossiga por alguns minutos, e passe a falar de forma que o seu parceiro possa ouvir. . . . Revezem-se durante alguns minutos. Oua enquanto seu parceiro vai e vem; em seguida, faa-o voc, enquanto ele ouve. . . .Agora tomem algum tempo para compartilhar suas experincias, e contem um para o outro o que descobriram sobre si prprios e sobre o parceiro . . .Se voc realmente assumiu estes experimentos, pode ter mais alguma experincia de como suas fantasias o impedem de se expressar, e adquiriu mais conscincia do que so estas fantasias. Se voc conseguir realmente presentificar estas fantasias, ter oportunidade de explorar o que elas exprimem a seu prprio respeito e verific-las, comparando-as com a realidade. E se voc puder se conscientizar daquilo que retm, e de como o faz, ter ento a possibilidade de deixar a coisa correr, e inverter o processo, descobrindo como pode funcionar sem esta interferncia.O objetivo deste livro mostrar como se pode aumentar o contato com a realidade interior e exterior, e diminuir a preocupao com a atividade de fantasia que impede seu contato com a experincia. Fantasia pode ser til, mas s se for assumida com conscincia, e integrada na experienciao da realidade no presente. Anteriormente citei um exemplo disto, quando relacionei minhas fantasias sobre este livro com a minha experincia fsica na mesma hora.Outro exemplo: Durante vrios meses um estudante gastou muito tempo imaginando que ia pedir uma certa garota em namoro. Esta preocupao infrutfera com a fantasia provocou o desperdcio de boa parte da sua vida. Se ele tivesse realmente usado a fantasia, poderia ter percebido que, embora intil como fantasia, pedi-la em namoro poderia ser til na realidade. Se ele realmente a pede em namoro, ou ela diz que sim e eles prosseguem o relacionamento, ou diz que no e ele pode olhar para outra garota que seja mais receptiva. Em ambos os casos a vida continua, em vez de estagnar numa fantasia irreal. Quem sabe quantas outras garotas disponveis poderiam ter se aproximado dele, enquanto estava preocupado com sua fantasia?Naturalmente, se ele a pede em namoro, corre o risco de rejeio, no caso de ela dizer no, ou o risco de uma ntima relao43pessoal, no caso de ela dizer sim. Ele evita se confrontar com a situao e assim esta permanece incompleta. uma tpica situao de conflito. Sua necessidade num sentido contrariada por outra necessidade no sentido oposto: seu desejo de estar perto dela contrariado pelo seu medo de proximidade ou rejeio. Entretanto, h uma diferena bsica entre estas duas necessidades. Seu desejo de estar perto dela , em parte, reao presena dela agora, e ele pode, provavelmente, sentir esta reao, claramente no seu prprio corpo. Seus temores constituem reao sua fantasia sobre o futuro e o que imagina que possa ocorrer se disser que gosta dela e a pedir em namoro. Sua fantasia do futuro mata sua expresso no presente.A soluo para este tipo de situao ele perceber que seus receios so fantasias, e em seguida perceber que estas so as fantasias dele: expressam muito mais a respeito dele mesmo do que sobre a garota, e so de responsabilidade toda dele. Por exemplo, se sua fantasia de rejeio, precisa perceber que ele prprio que se rejeita, e no a garota. Nem d chance a ela para rejeit-lo! Ele mesmo o faz, mas sem perceber. Aliena a sua prpria rejeio e imagina que a garota vai rejeit-lo. Se puder se tornar realmente consciente desta parte de si mesmo que rejeitada, identificando-se com ela, poder se libertar de suas fantasias catastrficas e estar livre para se manifestar. Com conscincia, suas fantasias podem apoiar a sua vida, em vez de paralis-la.Esta utilidade da fantasia e da imaginao planejar, pensar etc. visvel para a maioria das pessoas. s vezes, pensar sobre o "passado" e imaginar o "futuro" pode nos trazer auxlio em dificuldades, tornando nossas vidas mais satisfatrias e mais plenas. Mas isto ser verdade apenas se fizermos uso da imaginao na realidade, e percebermos que aquela apenas um palpite sobre a realidade. Por exemplo, todo o "conhecimento" cientfico fantasia. No h diferena entre um cientista, falando sobre eltrons e radiaes, e um mdico-feiticeiro, falando sobre demnios e espritos. Cada um est expressando suas imagens e pensamentos a respeito de processos imaginrios, que no podem ser vistos, mas que so uma forma de tentar entender os eventos vistos: bombas atmicas e doentes. A nica diferena entre os dois a sua atitude em relao s suas fantasias. O feiticeiro confunde suas fantasias fixas com a realidade e inventa explicaes interminveis quando a realidade no combina com suas ideias prefixadas. O cientista sabe que suas fantasias so suposies, e insiste que sejam continuamente testadas e modificadas para se adaptarem realidade observvel. Um cientista no exige que suas suposies e teorias sejam provadas como "verdadeiras". Est satisfeito se elas combinam com aquilo44que observa, sendo teis para exploraes futuras e na interao com a realidade.No h verdade, nem certeza. Eu as renegueiNa minha iniciao, como jovens chamadoss ordens religiosas devem renunciar ao mundo."Se..., ento...", apenas afirmo isto;E meu sucesso no passa de belas correntesLigando dvidas irms, pois intil perguntarSe o que postulo pode ser justificado,Ou se o que provo leva o carimbo do fato.Ainda assim as pontas se mantm, e os homens no mais[se arrastamEm suas dimenses. E tais triunfos se originam Em grande parte da fora deste jogo, Jogado com sombras trs vezes atenuadas De coisas, sobre seus originais. Quo frgil a vara, e quo profundo o encanto!Clarence R. Wylie Jr. Matemtico *A imaginao criativa intil por si s, mas quando h conscincia e interao com a realidade, algo novo aparece. Uma pessoa criativa tem conscincia das qualidades e caractersticas do ambiente e reage a ele consciente de seu processo ntimo: suas sensaes, necessidades, desejos. Uma resposta criativa aquela que integra percepo de si prprio e do mundo, de modo conveniente para ambos. Um produto criativo satisfaz algo no criador e tem que satisfazer as exigncias dos materiais com que feito.Embora a imaginao possa ser til, perceba que qualquer tempo gasto em fantasias e pensamentos tempo gasto sem conscincia e contato com a vida. A maioria de ns vive pensando e planejando coisas que nunca acontecero. Nossas fantasias podem ser valiosas uma vez integradas na nossa vida, deixando lugar para experincias e conscincia. Mas, quando a imaginao se separa do restante da vida, torna-se um beco sem sada uma fuga da vida e do viver. Muitas atividades da fantasia apenas pretendem isso: evitar desafios, riscos e experincias desagradveis, que so parte* De 'The Imperfections of Science", por Warren Weaver. Proceedings of the American Philosophical Society, vol. 104, n. 5, outubro, 1960.45necessria da vida. A cada coisa que evitamos, nos tornamos mais mortos, menos em contato conosco e com o nosso ambiente. Quando se perde contato com uma parte desagradvel da vida, perde-se tambm a ligao com o prazer e outros valores potenciais. H pouco dei o exemplo do estudante que desperdiou uma poro de tempo imaginando como iria pedir uma garota em namoro. Suas fantasias sem sada constituem o seu meio de evitar o risco do aborrecimento de uma possvel rejeio. Mas, ao fazer isto, evita tambm qualquer possibilidade de ganho, desfrutar de sua companhia, sua amizade ou seu amor etc. Os muros que protegem contra as flechas e lanas, barram tambm rosas e beijos.Sentir totalmente a presena de algo identificar-me com minha experincia e meu processo atual: reconhecendo que esta a minha experincia, quer goste quer no, e este gostar ou no tambm parte da minha experincia. Evitar aborrecimentos reduzir minha percepo, alienar-me da minha experincia. Esta alienao o processo de dizer "isto no sou eu, isto algo fora de mim, diferente".O remdio para a alienao de conscincia simplesmente a identificao, dizendo: "Isto sou eu, eu sou assim". Posso me redes-cobrir observando aquilo que tenho presente, e me identificando com isso. Levanto os olhos e sinto a presena do fogo diante de mim. O que acontece se me identifico com ele? "Estou ardendo, fazendo sons alegres, estou dando calor, esquentando e transmitindo bem-estar. Sinto-me bom e forte. Consumo madeira velha, produzindo cinzas que alimentaro razes". Isto sou eu, como fogo agora. Em algum outro momento, poderei descobrir algo diferente quando for o fogo, ou escolher outra coisa para me identificar. Ao fazer isto, descubro mais como minha experincia nesse momento. A identificao uma boa forma de expressar sentimentos, e mais acurada e expressiva do que os testes psicolgicos. Leia o poema seguinte, que utiliza o processo de identificao, e tenha presente o grau em que voc consegue se identificar com esta expresso de existncia do poeta.CaranguejosSe voc pudesse deixar na praia uma bolsa de estopachacoalhando e estalando, cheia de caranguejos vivos,amarrada na ponta, estufada,com conchas se prendendo sua dobra,cada olho pegajoso, cego e suave,46pinas pegando pinas ou nada , fazendo barulho,corpos duros e ocos se esfregandoenquanto as pernas trabalham apoiando o corpo,voc saberia quo cheio de coisas eu repouso,seco, fora do alcance do mar envolvente,inerte e sem forma, se no fossepelos caranguejos agitados dentro de mimque ouvem, talvez, as longas ondas se quebrando,a flauta do vento pela grama e pela areia,recordam a gua, o sal frio acalmando,lutar para arrebentar a estopa ese espalhar, pelos lados e para trs,como besouros, diabos, planos como relgios estes desejos loucos, estes remorsos ocultos para que se arrastem para baixo das rochas.Judson Jerome *Identificao com ObjetoAgora tente voc mesmo este experimento de identificao. Onde quer que voc esteja, deixe sua conscincia vazar e observe algo que nela se destaca, algo a que voc volta e observa sempre. . . .Agora focalize sua ateno naquilo que emerge e tenha isto mais presente. Como isto? . . . Quais so suas caractersticas? .. . O que isto faz? . . . Dedique algum tempo para descobrir mais detalhes sobre isto. .. .Agora identifique-se com isto e torne-se esta coisa. Imagine que voc esta coisa. Sendo esta coisa, como voc ? ... Quais so as suas qualidades? . . . Descreva-se: diga a si mesmo, silenciosamente, "Eu seu...". O que voc faz, como a sua existncia sendo esta coisa? . .. Veja o que mais pode descobrir sobre a sua experincia de ser esta coisa. . . .Agora, durante algum tempo, absorva a experincia. Se voc comear a analisar ou pensar nela, volte experincia. Explicaes afastam-no dela. Se voc quer realmente entender a sua vida, aprenda a estar simplesmente em contato com sua conscincia. . . . Agora* De Light in the West, por Judson Jerome, Golden Quill Press, Fran-cestown, N.H., 1962, pg. 19.47pergunte a si mesmo at que ponto voc realmente se envolveu nesta experincia e quanto descobriu sobre si mesmo. At que ponto voc aceita sua experincia como sendo uma afirmao precisa sobre alguns aspectos da sua existncia? Voc sente "sim, isto sou eu" ou sente alguma dvida ou distanciamento como se as experincias fossem "l fora"? Voc teve conscincia de alguma sensao fsica forte, ou ficou insensvel e longe da experincia? As pessoas diferem bastante em sua vontade de desistir da ideia daquilo que parecem, e descobrir como realmente so. Tente de novo este mesmo experimento, com algo diferente, e veja se consegue entrar mais na experincia de se identificar e realmente se tornar esta coisa. ...Este mtodo de identificao a base da ideia budista de que a concentrao total e a meditao em alguma coisa pode levar a um conhecimento total da natureza interior. Isto principia com a identificao um tanto artificial com algo fora e diferente de voc, e pode crescer e se transformar numa experincia pessoal direta de conscincia profunda. Quando voc se identifica com algo no ambiente, est de certa forma limitado pelas caractersticas daquilo que se faz realmente presente. Quando voc se identifica com seus prprios processos interiores e com acontecimentos, est bem mais perto de si mesmo e menos limitado pelo meio ambiente. Quando voc se encontrar pensando espontaneamente num provrbio, relembrando uma frase ou um trecho de conversa, ou cantarolando, dedique algum tempo para tornar isto presente, e assuma isto de verdade, identifique-se. Na semana passada, enquanto guiava, comecei a cantarolar o tema musical do filme High Noon. Cantei alto e identifiquei-me com ele. Lgrimas rolavam enquanto cantava:"Preciso enfrentar um homem que me odeia ou um covarde vai jazer, um desgraado covarde, ou um covarde vai jazer no meu tmulo."Enquanto continuava a cantar, ainda algumas lgrimas rolavam, e depois, aos poucos, menos lgrimas e uma sensao de fora e convico. Sei que preciso enfrentar um "homem que me odeia", uma parte de mim que critica, julga e condena. E sei tambm que outra parte minha covarde e preferiria morrer a enfrentar o juiz. Ao escrever isto, algumas destas sensaes retornam, sei que ainda no confrontei o julgamento. Eu emprego palavras para lhe contar a respeito da minha experincia, mas quero ter certeza de que voc entenda que o importante a prpria experincia, e no as palavras. O mundo e a maior parte de nossas experincias esto se afogando em palavras. Entre em contato com a sua experienciao.48CantarolandoSente-se sozinho e tome algum tempo para entrar em contato com a sua experincia de corpo agora. .. . Quando estiver pronto, comece a cantarolar suavemente, e sem pretender fazer nada a no ser seguir o seu cantarolar, identifique-se com ele e deixe que ele o conduza para algum lugar. Centralize a sua conscincia no seu cantarolar e permita que ele se modifique por si s. ... Apenas esteja consciente de como e o que faz quando muda de tom e volume. No tente modific-lo, apenas tenha presente as qualidades e sensaes do seu cantarolar e veja onde ele o conduz. Seu cantarolar poder lev-lo para uma cano que voc talvez reconhea e se recorde de algumas palavras. Identifique-se com o que vier e torne-se as sensaes da cano, o significado das palavras, e veja o que pode descobrir. . ..Voc pode ter o mesmo tipo de envolvimento e identificao com uma fantasia desperta. Em fantasia qualquer coisa possvel, e mesmo que voc comece imaginando alguma coisa em especial, ou alguma situao determinada, voc cria e coloca as caractersticas de acordo com voc mesmo. O sonho o melhor tipo de fantasia para se usar deste jeito, porque quase completamente espontneo e livre de nosso controle intencional, originando-se dentro de ns.* Uma fantasia desperta pode ser de certa forma manipulada e controlada, mas se voc quiser deixar sua fantasia se desenvolver espontaneamente, poder aprender muito a respeito da sua prpria existncia. O prximo exerccio pode lhe propiciar uma experincia de descoberta de si prpri