jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (UERN) CAMPUS AVANÇADO PROF.ª MARIA ELISA DE A. MAIA (CAMEAM) MARCOS AURÉLIO DA SILVA SOUSA JOGOS PEDAGÓGICOS COMO ELEMENTO FACILITADOR DA APRENDIZAGEM DOS NÚMEROS INTEIROS NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL PAU DOS FERROS 2016

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Page 1: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (UERN)

CAMPUS AVANÇADO PROF.ª MARIA ELISA DE A. MAIA (CAMEAM)

MARCOS AURÉLIO DA SILVA SOUSA

JOGOS PEDAGÓGICOS COMO ELEMENTO FACILITADOR DA APRENDIZAGEM

DOS NÚMEROS INTEIROS NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

PAU DOS FERROS

2016

Page 2: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (UERN)

CAMPUS AVANÇADO PROF.ª MARIA ELISA DE A. MAIA (CAMEAM)

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO (PPGE)

CURSO DE MESTRADO ACADÊMICO EM ENSINO (CMAE)

INSTITUIÇÕES PARCEIRAS:

Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA)

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN)

MARCOS AURÉLIO DA SILVA SOUSA

JOGOS PEDAGÓGICOS COMO ELEMENTO FACILITADOR DA APRENDIZAGEM

DOS NÚMEROS INTEIROS NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

PAU DOS FERROS

2016

Page 3: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

MARCOS AURÉLIO DA SILVA SOUSA

JOGOS PEDAGÓGICOS COMO ELEMENTO FACILITADOR DA APRENDIZAGEM

DOS NÚMEROS INTEIROS NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ensino

(PPGE), da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), do

Campus Avançado Prof.ª Maria Elisa de Albuquerque Maia (CAMEAM),

ofertado em parceria com a Universidade Federal Rural do Semiárido

(UFERSA) e Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio

Grande do Norte (IFRN), como requisito para obtenção do título de Mestre

em Ensino, área de concentração: Educação Básica, linha de pesquisa: Ensino de Ciências Exatas e Ambientais.

Orientador: Francisco Ernandes Matos Costa.

PAU DOS FERROS

2016

Page 4: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem
Page 5: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem
Page 6: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

Dedico

Aos meus pais Joaquim Antônio de Sousa e Maria Gorete da Silva, meus melhores

amigos e incentivadores, razão de minha existência, a eles devo tudo o que sou.

Ofereço

Aos meus irmãos Jandiêr, Josué, Jairo, Marta Maria,

Mônica Shirley, Jôsy e Márcia Mirele, pelo estímulo,

confiança e pela ajuda que sempre me deram.

Page 7: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

Agradecimentos

A DEUS, por sua presença forte e constante em minha vida e por estar sempre ao meu

lado me ajudando na superação de todos os obstáculos enfrentados.

Aos meus pais, meus irmãos e a todos os meus familiares pela dedicação, amizade

sincera e companheirismo sempre.

Aos meus avós José Rosa e Arlinda pelo carinho e atenção nos momentos difíceis.

Às amigas Adriana Bezerra e Maria Fernandes pelo apoio imprescindível durante a

pesquisa e pela amizade sempre.

A Jardel Andrade por sempre está comigo nos momentos fáceis e difíceis me

oferecendo a sua companhia e ajuda.

Aos amigos, Abraão Vitoriano, Danilo Guedes, Tony Maia, Tálio Pereira e Abel

Fernandes por me transmitirem a certeza de que não enfrentaria essa batalha sozinho.

Ao Professor Dr. Francisco Ernandes Matos Costa pela orientação, confiança e

amizade e por me oferecer algo valiosíssimo que é o conhecimento, serei eternamente grato.

Aos demais professores que sempre honraram com o compromisso de conduzir as

atividades e socializar conhecimentos.

À Coordenadora do Mestrado Simone Cabral, pelo apoio e estímulo;

À Escola Estadual de Ensino Fundamental João Suassuna de Catolé do Rocha pelo

fornecimento da área experimental para o desenvolvimento da pesquisa. Em especial às

Diretoras Patrícia Barreto e Jacira Dutra.

Aos Professores parceiros Dixest e Juraci que me recebeu em suas turmas e

participaram prazerosamente da investigação.

Aos colegas de classe pelos momentos de amizade e apoio, em especial à minha

companheira de atividades e amiga: Geralda de Bem.

Enfim, agradeço a todas as pessoas que direta ou indiretamente, contribuíram para a

concretização dessa conquista.

Page 8: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

Às vezes,

(mesmo que isto seja muito raro),

conseguimos transformar algumas de nossas utopias em

realidades...

E aí já valeu a pena.

Attico Chassot

Page 9: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

JOGOS PEDAGÓGICOS COMO ELEMENTO FACILITADOR DA APRENDIZAGEM

DOS NÚMEROS INTEIROS NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

RESUMO

A presente pesquisa teve como objetivo investigar a aprendizagem das operações com

Números Inteiros (Z), fazendo uso de jogos pedagógicos. O surgimento desta investigação

partiu de algumas inquietações, tendo em vista que, na condição de professor de Matemática,

sempre nos deparamos com dificuldades de alguns educandos em relação a conteúdos

matemáticos. A questão central da pesquisa consistiu em entender porque grande parte desses

educandos sentem dificuldades em desenvolver as competências e habilidades relacionadas às

operações que envolvem os Números Inteiros (Z). Nessa direção, este texto está

fundamentado em uma revisão bibliográfica de obras como, Smole (2007), Feitosa (2011),

Rêgo, G. e Rêgo, M. (2001), Parâmetros Curriculares Nacionais (2001) entre outras, que

fazem abordagens relacionadas à educação e formação matemática, bem como a inserção de

jogos no ensino. Também apresentamos o pensamento de Tardif (2010), Franco (2012),

Libânio (2012), que discutem temáticas referentes aos saberes docentes. A pesquisa foi

realizada na Escola Estadual de Ensino Fundamental João Suassuna no município de Catolé

do Rocha- PB, com alunos do 7º e 8º anos. Quanto à metodologia utilizada, optamos por

desenvolver uma experiência interventiva, onde o pesquisador, in loco, buscou dados e

percorreu caminhos no sentido de encontrar respostas que justificassem desencontros entre

educandos e processo de ensino/aprendizagem. Com relação à classificação da pesquisa,

enquadramos como de campo de natureza quanti-qualitativa. Usamos técnicas padronizadas

de construção de dados, como questionários e observação. Também aplicamos pré e pós-

testes, sendo um no início e outro no final da pesquisa, respectivamente. Nesse ínterim,

fizemos a intervenção com cinco jogos pedagógicos em sala de aula. Com os resultados,

constatamos o desafeto que grande parte dos educandos tem pela Matemática e que essa falta

de afeição favorece a falta de interesse, resultando na não aquisição dos saberes necessários à

sua formação enquanto estudante, que muitas vezes está arraigada a uma prática docente não

satisfatória. No entanto, percebemos que a inserção dos jogos pedagógicos no ensino dos

Números Inteiros (Z), além de ter facilitado a aprendizagem, motivou os alunos a novas

descobertas, desconstruindo a visão negativa atribuída à Matemática. A pesquisa, também,

evidenciou que o desempenho dos participantes do 8º ano não apresentou avanços

significativos se comparado ao desempenho dos participantes do 7º ano. Nessas

circunstâncias, percebemos uma lacuna em relação ao domínio das competências a

habilidades relacionadas à temática abordada na investigação. Salientamos que o estudo

serviu para fortalecer o nosso entendimento a respeito das diferentes vertentes

epistemológicas que norteiam o âmbito do ensino básico e nos direcionou ao entendimento

que o processo de ensino/aprendizagem acontecerá satisfatoriamente a partir do momento em

que os sujeitos que constituem a comunidade escolar assumirem seus reais papeis e

responsabilidades. No final, além de algumas considerações conclusivas, apresentamos como

produto, um jogo pedagógico inédito.

Palavras – chave: Jogos Pedagógicos. Ensino e aprendizagem. Números Inteiros. Saberes

docentes.

Page 10: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

EDUCATIONAL GAMES AS ELEMENT FACILITATOR OF LEARNING NUMBERS

INTIRE YEARS OF FINAL BASIC EDUCATION

SUMMARY

This research aimed to investigate the learning of operations with whole numbers (Z), making

use of educational games. The emergence of this research came from a number of concerns

with a view that the condition of Mathematic‟s teacher, always faced with difficulties of some

students towards mathematics contents. The central question of the research was to

understand why many of these students find it difficult to develop competencies and skills

related to operations involving the entire numbers (Z). In this sense, this text is based on a

literature review works as Smole (2007) Feitosa (2011), Rego, G. and Rego, M. (2001),

National Curriculum Guidelines (2001) among others, who make approaches related to

education and mathematics training as well as the inclusion of games in education. We also

present the thought of Tardif (2010), Franco (2012), Libânio (2012), discussing issues related

to teaching knowledge. The survey was conducted at the State Elementary School João

Suassuna in Catolé do Rocha‟s city, with students from the 7th and 8th grades. As for

methodology, we chose to develop an interventional experience where the researcher, on the

spot, and sought data come paths towards finding answers to justify disagreements between

students and teaching / learning process. With respect to the classification of research, we fit

as quantitative and qualitative field. Use standard techniques of building data, such as

questionnaires and observation. We also apply pre- and post-tests, one at the beginning and

another at the end of the study, respectively. Meanwhile, we did the intervention with five

educational games in the classroom. With the results, we found the disaffection that most

students have in mathematics and that this lack of affection promotes a lack of interest,

resulting in the failure to acquire the knowledge necessary for their training as a student,

which is often rooted to a teaching practice not satisfactory. However, we realize that the

integration of educational games in the teaching of whole numbers (Z), and has facilitated

learning, motivated students to new discoveries, deconstructing the negative vision attributed

to mathematics. The survey also showed that the performance of the participants of the 8th

year no significant progress compared to the performance of the participants of the 7th series .

In these circumstances, we see a gap in relation to the area of skills-related skills the subject

addressed in the research. Please note that the study served to strengthen our understanding

about the different epistemological aspects that govern the scope of basic education and

directed us to the understanding that the teaching / learning process happen satisfactorily from

the moment that the subjects that make up the school community assume their real roles and

responsibilities. In the end, plus some conclusive considerations, we bring forward as a

product, a unique educational game.

Key-words: Pedagogical games. Teaching and learning. Intire Numbers. Teache‟s

Knowledge.

Page 11: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Relação dos jogos por idade e sua classificação .......................................... 46

Quadro 2 - Competências e Habilidades a serem desenvolvidas no Ensino

Fundamental – Matemática .........................................................................

50

Quadro 3 - Conteúdos trabalhados nos Anos Finais do Ensino Fundamental –

Matemática ..................................................................................................

51

Quadro 4 - Temáticas abordadas na Semana Pedagógica da Escola .............................. 58

Quadro 5 - Caracterização e divisão dos pré e pós-testes em grupos de questões por

nível de complexidade .................................................................................

63

Quadro 6 - Livros de onde foram retiradas as questões dos testes ................................ 63

Quadro 7 - Quantidade de peças e números escritos em cada peça do Jogo “Matix” . 70

Quadro 8 - Demonstrativo da divisão das turmas em grupos para se trabalhar os

jogos .............................................................................................................

76

Quadro 9 - Cronograma com datas e horários das aulas durante a intervenção ............. 78

Quadro 10 - Demonstrativo com número de alunos que cumpriram todas as etapas da

investigação ..................................................................................................

81

Page 12: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Faixa etária dos participantes do 7º ano ...................................................... 52

Gráfico 2 - Faixa etária dos participantes do 8º ano ...................................................... 52

Page 13: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Representação da reta numérica orientada dos Números Inteiros (Z) ....... 27

Figura 2 - Representação do barbante com fichas numeradas do Jogo “Reta

Numérica” ..................................................................................................

66

Figura 3 - Passos utilizados na confecção do jogo Reta Numérica: Números

impressos colados na cartolina (à esquerda); Números a serem

recortados em formato de cartão (ao centro); Jogo confeccionado (à

direita) ........................................................................................................

67

Figura 4 - Representação da fita numerada do Jogo “Soma de Inteiros” ................... 68

Figura 5 - Passos utilizados na confecção do jogo Soma de Inteiros: recortes e

colagens na confecção da fita numérica (à esquerda); representação da

fita numérica confeccionada (ao centro); fitas numéricas concluída em

sua totalidade (à direita) .............................................................................

69

Figura 6 - Passos utilizados na confecção do jogo Soma de Inteiros: desenho,

recortes e colagem da roleta (à esquerda); colagem da roleta no isopor e

fixação de pino (ao centro); roleta concluída (à direita) ............................

69

Figura 7 - Passos utilizados na confecção do jogo Matix: confecção das fichas a

serem colocadas sobre o tabuleiro (à esquerda); confecção do tabuleiro

(ao centro); tabuleiro concluído e colagem de procedimentos ao verso ....

71

Figura 8 - Passos utilizados na confecção do jogo Positivo e Negativo: recortes do

papel cartão para confecção de fichas (à esquerda); pincel atômico para

preencher as fichas com sinais, positivo e negativo (ao centro); jogo

confeccionado (à direita) ...........................................................................

73

Figura 9 - Passos utilizados na confecção do jogo Eu sei: colagem dos números

impressos na cartolina (à esquerda); colagem de plástico adesivo e

recorte dos números (ao centro); jogo confeccionado (à direita) ..............

74

Figura 10 - Questão 01 do pré-teste realizada por A1 .................................................. 82

Figura 11 - Subgrupos fixando os números no barbante (à esquerda); competição de

acertos e erros após exposição, na execução do jogo, “Reta numérica” (à

direita).........................................................................................................

83

Figura 12 - Desempenho dos alunos quanto à resolução da questão 01 nos testes

aplicados no 7º ano, sem intervenção (A) e com intervenção (B) .............

84

Figura 13 - Alternativa (a) respondida por A2, antes da intervenção (A) e depois da

intervenção (B)...........................................................................................

86

Figura 14 - Desempenho dos alunos quanto à resolução da questão 06 nos testes

aplicados no 7º ano sem intervenção (C) e com intervenção (D)...............

87

Figura 15 - Desempenho dos alunos quanto à resolução da questão 03 nos testes

aplicados no 8º ano, sem intervenção (E) e com intervenção (F) ..............

88

Figura 16 - Questão 10 respondida por A3 no pós-teste ............................................... 90

Figura 17 - Execução do jogo “Soma de Inteiros” (à esquerda); dupla em momento

de interação (à direita)................................................................................

92

Page 14: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

Figura 18 - Execução do jogo “Matix” (à esquerda); duplas interagindo durante

execução (à direita).....................................................................................

93

Figura 19 - Estratégia de A4 para somar Números Inteiros.......................................... 94

Figura 20 - Desempenho dos alunos quanto à resolução da questão 10 nos testes

aplicados no 7º ano, sem intervenção (G) e com intervenção (H)..............

95

Figura 21 - Questão 12 do pré-teste realizada por A5 – 8º ano .................................... 96

Figura 22 - Execução do jogo “Positivo e Negativo” (à esquerda); dupla de

participantes executando o jogo (à direita) ................................................

98

Figura 23 - Execução do jogo “Eu sei!” (à esquerda); trios executando o jogo (à

direita) ........................................................................................................

99

Figura 24 - Desempenho dos alunos quanto à resolução da questão 12 nos testes

aplicados no 7º ano - sem intervenção (I) e com intervenção (J) e nos

testes aplicados no 8º ano - sem intervenção (K) e com intervenção (L)...

100

Figura 25 - Questão 14 (teste 7º ano) e questão 13 (teste 8º ano) ................................ 103

Figura 26 - Questão 14 do pós-teste realizada por A6 – 7º ano .................................... 103

Figura 27 - Desempenho dos alunos quanto à resolução da questão 14 do pós-teste

aplicado no 7º ano (M) e questão 13 do pós-teste aplicado no 8º ano (N).

104

Page 15: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

LISTA DE SIGLAS

CEB Câmara da Educação Básica

CNE Conselho Nacional de Educação

DCNEF Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de Nove Anos

EJA Educação de Jovens e Adultos

GRE Gerência Regional de Educação

IDEB Índice de Desenvolvimento da Educação Básica

IDEPB Índice de Desenvolvimento da Educação da Paraíba

LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

LOGES Lei de Ordenação Geral do Sistema Educativo

PCNs Parâmetros Curriculares Nacionais

PNLD Programa Nacional do Livro Didático

PPGE Programa de Pós-Graduação em Ensino

PPP Projeto Político Pedagógico

SEE Secretaria de Estado da Educação

SND Sistema de Numeração Decimal

UCA Um Computador por Aluno

UERN Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

UNDIME União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação

Page 16: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................ 15

1 ASPECTOS SÓCIO-HISTÓRICOS E TEÓRICOS DO CONJUNTO

DOS NÚMEROS INTEIROS (Z) ................................................................

21

1.1 DA GÊNESE DOS NÚMEROS NEGATIVOS À CONSTRUÇÃO E

MATEMATIZAÇÃO DOS NÚMEROS INTEIROS (Z) ...............................

21

1.2 CONSIDERAÇÕES SOBRE O ENSINO DOS NÚMEROS INTEIROS (Z) 27

1.3 EXPERIÊNCIAS DE INVESTIGAÇÃO SOBRE O ENSINO DE

NÚMEROS INTEIROS (Z) ...........................................................................

30

2 ENTRAVES E PERSPECTIVAS NO ENSINO DA MATEMÁTICA NA

EDUCAÇÃO BÁSICA .................................................................................

34

2.1 A PRÁTICA PEDAGÓGICA E OS DESAFETOS DO ALUNO PELA

MATEMÁTICA ..............................................................................................

34

2.2 O PROFESSOR DE MATEMÁTICA E A TEMPORALIDADE DO

SABER ...........................................................................................................

36

2.3 A FUNCIONALIDADE DA MATEMÁTICA E PARÂMETROS

CURRICULARES NACIONAIS (PCNs) .....................................................

37

2.4 OS JOGOS COMO RECURSO PEDAGÓGICO NO ENSINO DE

MATEMÁTICA ..............................................................................................

42

3 CAMINHOS PERCORRIDOS DURANTE A PESQUISA: DA

OBSERVAÇÃO A INTERVENÇÃO ..........................................................

48

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA ONDE FOI REALIZADA A

PESQUISA .....................................................................................................

48

3.1.1 Caracterização dos sujeitos/alunos investigados ....................................... 52

3.1.2 Caracterizando os sujeitos/professores investigados ................................. 53

3.1.2.1 A pesquisa e o professor: dos saberes disciplinares aos experienciais ........... 54

3.2 CONSIDERAÇÕES SOBRE OS INSTRUMENTOS UTILIZADOS NA

CONSTRUÇÃO DOS DADOS .....................................................................

56

3.2.1 Observação ................................................................................................... 58

3.2.2 Questionário .................................................................................................. 61

Page 17: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

3.2.3 Pré-teste ......................................................................................................... 62

3.2.4 Intervenção .................................................................................................... 64

3.2.4.1 Descrição dos jogos pedagógicos trabalhados durante a intervenção ............ 65

3.2.4.1.1 1º JOGO: Reta Numérica ............................................................................... 66

3.2.4.1.2 2º JOGO: Soma de Inteiros ............................................................................ 67

3.2.4.1.3 3º JOGO: Matix .............................................................................................. 69

3.2.4.1.4 4º JOGO: Positivo e negativo ........................................................................ 71

3.2.4.1.5 5º JOGO: Eu sei! ............................................................................................ 73

3.2.4.2 Como aconteceu a intervenção ....................................................................... 74

3.2.5 Pós-teste ......................................................................................................... 79

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS: DA PRÁTICA COM AS

OPERAÇÕES COM NÚMEROS INTEIROS À INTERVENÇÃO ........

80

4.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE A ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

DA PESQUISA ...............................................................................................

80

4.2 ANÁLISE DE QUESTÕES DOS TESTES E EXECUÇÃO DOS JOGOS

PEDAGÓGICOS ............................................................................................

82

4.2.1 Questão 01 – 7º ano ....................................................................................... 82

4.2.2 Questão 06 (Teste 7º ano) e questão 03 (Teste 8º ano) ............................... 85

4.2.3 Questão 10 – 7º ano ....................................................................................... 89

4.2.4 Questão 12 (Teste 7º ano) e questão 12 (Teste 8º ano) ............................... 96

4.2.5 Questão 14 (Teste 7º ano) e questão 13 (Teste 8º ano) ............................... 102

CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................... 106

REFERÊNCIAS ........................................................................................... 112

APÊNDICES: A, B, C, D e E ....................................................................... 116

ANEXOS: A ................................................................................................... 135

PRODUTO – JOGO PEDAGÓGICO “CORRIDA COM NÚMEROS

INTEIROS” ...................................................................................................

137

PLANO DE TRABALHO COM O JOGO “CORRIDA DOS

NÚMEROS INTEIROS” .............................................................................

146

Page 18: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

15

INTRODUÇÃO

O ensino da Matemática representa uma prática que existe na sociedade há bastante

tempo. Dentro do espaço escolar, essa prática vem ganhando novas dimensões didático-

pedagógicas que, dentro do processo de ensino/aprendizagem, pode conduzir o educando a

conviver com diversas situações do cotidiano. Sendo assim, compreendemos que suas

aplicações são importantes não somente para o contexto de sala de aula, mas também são

indispensáveis para a vida.

No contexto atual, percebe-se muitas dificuldades enfrentadas por grande parte dos

educandos da educação básica, principalmente, quando nos referimos ao estudo da

Matemática. Por esta razão, profissionais da educação têm demonstrado preocupações,

sobretudo, quando se trata de alguns conteúdos que estão inseridos dentro do currículo desta

disciplina.

Assim, corroborando com estes apontamentos, justificamos a ideia de realizar esta

pesquisa, tendo em vista que, partindo de algumas inquietações e na condição de professor de

Matemática, ao longo da nossa carreira, sempre nos deparamos com muitas dificuldades de

educandos, tanto no que diz respeito ao domínio de conteúdos, e em outras situações,

visivelmente, em relação ao desafeto pela disciplina ou até mesmo ao professor.

Para melhor delimitarmos a nossa discussão sobre esta investigação, optamos por

tomar como referência de conteúdo, os Conjuntos Numéricos, temática abordada no Ensino

Fundamental. Isto porque, é justamente nessa abordagem, que o educando deve compreender

a existência de diferentes tipos de números, dentre eles, os Números Naturais, Inteiros,

Racionais e Irracionais (BRASIL, 2001). Todavia, percebemos, por meio de alguns relatos de

professores e índices de pesquisas em larga escala - a exemplo da Prova Brasil e da Olimpíada

Brasileira de Matemática das Escolas Públicas - OBMEP -, que muitos estudantes não

desenvolvem com eficácia as competências e habilidades necessárias ao entendimento destes

conjuntos, no qual, o Conjunto dos Números Inteiros (Z), se apresenta como um dos mais

difíceis de ser aprendidos.

Conforme, as Matrizes curriculares e livros didáticos utilizados nas escolas, o

Conjunto dos Números Inteiros (Z) é conteúdo formalmente trabalhado no 7º ano do Ensino

Fundamental. Geralmente, as dificuldades dos alunos no entendimento deste conjunto,

notadamente, concentram-se na representação dos números negativos. Estes números podem

apresentar um nível de abstração mais elevado que os anteriormente estudados, sendo que, na

maioria das vezes, parte dos educandos não desenvolvem as habilidades necessárias à

Page 19: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

16

compreensão e sistematização de suas propriedades, principalmente, quando são utilizadas em

algumas expressões, tanto numéricas como algébricas, que estão presentes no processo de

ensino/aprendizagem da Matemática do Ensino Fundamental.

Partindo destes pressupostos, a nossa proposta de investigação busca a compreensão

destas dificuldades que alguns alunos possuem, principalmente, em relação à resolução das

Operações com Números Inteiros (Z), considerando que, rotineiramente, nas salas de

Matemática, esses alunos, que são público alvo dos anos finais do Ensino Fundamental e

Ensino Médio, frequentemente, não obtém êxito na resolução de uma simples adição - como,

por exemplo, (-4) + (-2), simplesmente, por não dominarem as regras de sinais.

Para melhor contextualizar e compreender a problemática, buscamos referências na

História da Matemática, nos fundamentando em Smole et al (2007), Feitosa (2011), Rêgo, G.

e Rêgo, M. (2001), Parâmetros Curriculares Nacionais (2001) entre outros, que fazem

abordagens relacionadas à educação e formação matemática, bem como a inserção de jogos

no ensino. Também apresentamos o pensamento de, Tardif (2010), Franco (2012), Libânio

(2012), que discutem a temática saberes docentes e a temporalidade do saber, trazendo

reflexões relevantes que podem nos ajudar a construir o conhecimento matemático do que ora

ocorre na educação básica da contemporaneidade.

Nesse sentido, para facilitar a ação investigativa, trazemos para dentro desta pesquisa

o debate sobre a utilização de jogos pedagógicos nas aulas de Matemática, considerando, não

como receita que pode resolver totalmente as dificuldades dos educandos - até porque não

existem regras prontas, nem orientações definitivas – mas, colocamos como recurso que pode

possibilitar vantagens significativas ao processo de ensino/aprendizagem e aos pesquisadores,

meios para detectar os entraves referentes às Operações com Números Inteiros (Z).

Entretanto, entendemos que a utilização destes recursos didáticos facilita a ação investigativa,

considerando o valor que a ludicidade exerce de forma positiva na vida do educando.

Nessa perspectiva, compreendemos que o fato de parte dos alunos não dominarem,

satisfatoriamente, os conceitos relacionados aos Números Inteiros (Z) revela um fator

extremamente preocupante, considerando a relevância que a temática exerce dentro de outros

conceitos que constitui o currículo da Matemática. Assim posto, vemos que o uso dos jogos

pedagógicos durante esta investigação vem facilitar a construção dos dados, propiciando a

oportunidade de entender quais são as dificuldades de ensinar e aprender as Operações que

envolvem os Números Inteiros (Z).

Com base nessas premissas, vemos nesta proposta de investigação e intervenção uma

oportunidade para entendermos alguns problemas que permeiam o ambiente escolar,

Page 20: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

17

principalmente quando nos referimos ao processo de ensino/aprendizagem da Matemática.

Neste percurso investigativo, o uso de jogos pedagógicos viabiliza alguns encaminhamentos,

de modo a assegurar, ou não, a percepção e superação de dificuldades percebidas durante a

pesquisa.

Assim, com base nessas premissas, levantamos algumas questões problematizadoras e

questionamos: A utilização de jogos pedagógicos pode ser um bom recurso para o ensino dos

Números Inteiros(Z)? Qual o impacto dos jogos pedagógicos no Ensino dos Números Inteiros

(Z)? Por que grande parte dos educandos sentem tantas dificuldades em desenvolver as

competências e habilidades relacionadas às operações que envolvem os Números Inteiros

(Z)?

A partir destes questionamentos, investigamos as razões, pelas quais, grande parte dos

educandos sente tantas dificuldades em desenvolver as competências e habilidades

relacionadas às Operações com Números Inteiros (Z).

Portanto, o objetivo geral desse estudo é investigar sobre o ensino/aprendizagem das

operações com Números Inteiros (Z), fazendo uso de jogos pedagógicos.

Desse objetivo geral, advêm os seguintes objetivos específicos:

Identificar dificuldades dos educandos em abordagens relacionadas às Operações com

Números Inteiros (Z) buscando as possíveis causas e consequências;

Investigar as potencialidades de jogos pedagógicos na resolução de Operações que envolvem

Números Inteiros (Z);

Avaliar o desempenho dos alunos em relação às Operações com Números Inteiros (Z),

mediante a utilização dos jogos pedagógicos.

Adotamos neste estudo a hipótese em que a utilização de jogos pedagógicos nas aulas

de Matemática contribui, significativamente, para que os educandos desenvolvam com

eficácia as competências e habilidades referentes às Operações com Números Inteiros (Z). No

entanto, para que isso aconteça, o professor deve ser criterioso na escolha dos jogos, traçando

objetivos que, realmente, favoreçam a aprendizagem, possibilitando melhor interação entre os

sujeitos partícipes, bem como a diminuição de bloqueios, tornando os educandos mais ativos

dentro do processo de ensino/aprendizagem.

Os informantes da presente pesquisa foram alunos do 7º e 8º anos da Escola Estadual

de Ensino Fundamental João Suassuna na cidade de Catolé do Rocha – PB e seus professores

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de Matemática, totalizando 02 professores e 61 alunos. Desses alunos, 29 são do 7º ano e 32

do 8º ano. Neste contexto de investigação desenvolvemos um trabalho por meio de

amostragem.

Com relação à classificação da pesquisa é conveniente enquadrá-la como quanti-

qualitativa. Conforme Gerhardt e Silveira (2009, p.32), “a pesquisa qualitativa preocupa-se,

portanto, com aspectos da realidade que não podem ser quantificados, centrando-se na

compreensão e explicação da dinâmica das relações sociais” enquanto a pesquisa quantitativa,

de acordo com o olhar de Richardson (1985, p. 29) “caracteriza-se pelo emprego da

quantificação tanto nas modalidades de coleta de informações, quanto no tratamento dessas,

através das técnicas estatísticas desde as mais simples [...] às mais complexas”. No entanto,

Gerhardt e Silveira (2009, p. 34) argumentam que, “tanto a pesquisa quantitativa quanto a

pesquisa qualitativa apresentam diferenças com pontos fracos e fortes. Contudo, os elementos

fortes de uma complementam as fraquezas da outra, fundamentais ao maior desempenho da

ciência”. Por está razão, optamos por desenvolver esta investigação utilizando os dois tipos de

abordagem.

No tocante aos procedimentos técnicos utilizados, consideramos por bem denominar

como pesquisa participante, pois se desenvolveu mediante interação entre pesquisadores e

sujeitos investigados. Quanto aos objetivos, a pesquisa classifica-se como exploratória com

abordagens experimentais. Sendo exploratória, foram utilizadas técnicas padronizadas de

coleta de dados: visitas a instituição, questionários e observação, assumindo em geral a forma

de levantamento. (SILVA e MENEZES, 2000).

Cervo e Bervian (2002) garantem que o questionário é um instrumento de se obter

respostas preenchidas pelos próprios informantes. No que toca a observação, os autores a

veem como necessária, principalmente, quando se trata da observação da realidade e de suas

leis, por isso também a utilizamos como instrumento. Do mesmo modo que, o questionário

utilizado na nossa investigação, viabilizou a compreensão do posicionamento dos professores

envolvidos no processo de ensino/aprendizagem das Operações com Números Inteiros (Z),

bem como viabilizou o entendimento de como se dá a relação entre estes sujeitos.

Consequentemente, foi aplicado um pré-teste com os alunos, com questões retiradas

de livros didáticos utilizados nas escolas da 8ª Gerência Regional da Educação do Estado da

Paraíba - GRE1, onde se localiza a escola de realização da pesquisa. Nesse ínterim, foram

1A Paraíba possui 14 Gerências Regionais de Educação. A sede da 8º Gerência localiza-se na cidade Catolé do

Rocha, com a responsabilidade de gerenciar 28 escolas do sertão do estado.

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produzidos e utilizados jogos pedagógicos, possibilitando a observação e avaliação do

desempenho dos educandos em relação à aprendizagem das Operações com Números Inteiros

(Z), além de conduzir os professores a participação e reflexão da sua prática pedagógica. Após

a intervenção, foi aplicado um pós-teste, para avaliar se houve, ou não, resultados

significativos com as experiências vivenciadas.

Quanto à organização, esta dissertação se apresenta como segue: no Capítulo 1,

discutimos a contextualização dos aspectos sócios históricos e teóricos da Matemática,

apontando alguns aspectos sociais e evolutivos dessa ciência. Apresentamos um breve

histórico, desde a origem dos números negativos à construção e formalização dos Números

Inteiros (Z). Consequentemente, apresentamos algumas considerações sobre o ensino dos

Números Inteiros (Z), com menções ao contexto da sala de aula, de Matemática, da

contemporaneidade.

Como o nosso estudo focaliza, principalmente, o processo de ensino/aprendizagem

das Operações com Números Inteiros (Z), achamos por bem, apresentar um tópico neste

capítulo com algumas pesquisas voltadas para este campo de investigação. Trata-se de

experiências já desenvolvidas, nas quais, as consideramos como de extrema relevância, visto

que, nos possibilitou o entendimento de como se deram outras abordagens.

No Capítulo 2, apresentamos os saberes docentes com ênfase nos entraves e

perspectivas no ensino da Matemática na educação básica. Neste capítulo, questionamos os

visíveis desafetos de muitos alunos em relação a esta disciplina e discutimos as influências

que os saberes docentes exercem na sua formação. Neste cenário, convém perguntar: de que

forma os saberes adquiridos ao longo da carreira do professor interferem positiva ou

negativamente na aprendizagem dos educandos? Que metodologia o professor tem utilizado

para desconstruir a ideia de que Matemática não é bom?

A partir destes questionamentos, abrimos a discussão sobre funcionalidade da

Matemática e a sua relação com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). Sendo que, no

último tópico do capítulo, apresentamos os jogos como recursos pedagógicos que podem ser

utilizados no ensino de Matemática, como possível caminho que pode facilitar o processo de

ensino/aprendizagem.

No Capítulo 3, retratamos os caminhos percorridos durante a nossa investigação.

Iniciamos o capítulo caracterizando a escola onde foi realizada a pesquisa, apresentamos suas

modalidades de ensino e programas existentes, bem como, informações relevantes sobre a sua

proposta pedagógica. Consequentemente, discorremos sobre a caraterização dos sujeitos

investigados, bem como, os instrumentos de construção de dados utilizados na investigação e

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os momentos vivenciados, desde a observação das aulas, aplicação de questionários – com

ponderações dos professores -, bem como, explanação sobre aplicação do pré e pós-teste e a

intervenção.

Neste capítulo, também fizemos a descrição de cada jogo utilizado durante a

intervenção. Além disso, convém lembrar que, ao descrever os jogos, achamos por bem fazer

uma pequena introdução, explicitando, principalmente, os seus objetivos, mediante os

diferentes níveis de complexidade relacionando-os com as questões do pré-teste. Na ocasião,

também, apresentamos o passo-a-passo da confecção dos jogos, segundo as orientações

propostas pelos autores, e nos sentimos na liberdade de escolher o material da confecção de

acordo com a nossa realidade. Também apresentamos breves considerações sobre o pós-teste

fazendo menção a sua relevância para a pesquisa.

No Capítulo 4 mostramos os resultados da nossa pesquisa. Nele, inicialmente,

apresentamos um demonstrativo com o número de alunos que participaram de todas as etapas

da pesquisa. Por conseguinte, fizemos a análise e discussão dos dados, fazendo um confronto

entre as questões dos testes, os resultados da intervenção, através das representações gráficas

com o desempenho dos participantes em cada questão, bem como a descrição das observações

do pesquisador quanto à desenvoltura dos participantes durante a execução dos jogos. Nesse

ínterim, colocamos o posicionamento dos professores através das respostas oriundas do

questionário.

Consequentemente, apresentamos as considerações finais desta pesquisa, nas quais,

sintetizamos pontos relevantes que nortearam o percurso investigativo. É exatamente nesse

momento do texto, onde temos a oportunidade de esclarecer se houve, ou não, a resolução do

problema, bem como se, os objetivos propostos foram alcançados.

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1 ASPECTOS SÓCIO HISTÓRICOS E TEÓRICOS DA MATEMÁTICA NUMA

PERSPECTIVA DO CONJUNTO DOS NÚMEROS INTEIROS (Z)

1.1 DA GÊNESE DOS NÚMEROS NEGATIVOS À CONSTRUÇÃO E

MATEMATIZAÇÃO DOS NÚMEROS INTEIROS (Z)

Para alguns teóricos, a Matemática é reconhecida como uma ciência que estuda as

quantidades, as medidas e os espaços, na qual, através de axiomas e definições institui

resultados que se confirmam a partir de conjecturas ou deduções. Assim, em uma situação de

debate apresentamos neste texto, considerações atribuídas à Matemática, reconhecendo-a

como ciência que está em processo de construção e, por conseguinte, dando um respaldo

teórico para embasar o nosso estudo.

Segundo George Ifrah (1985), o mais antigo sistema de notação, próximo ao atual,

nasceu no norte da Índia por volta do século V da era cristã, fato comprovado em documentos

e também citado pelos árabes, a quem, tal descoberta, foi atribuída por muitos anos. Quanto

ao sistema de numeração, seus noves primeiros algarismos, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7,8, 9, se

caracterizavam como símbolos independentes, onde não eram entendidos como representação

de unidades, mas apenas como uma representação simbólica. Sendo assim, por possuir esse

caráter simbólico, se percebia uma grande dificuldade em entender os números pelo viés

posicional, onde o valor do algarismo diferenciava-se dependendo da posição que ele

ocupava. Os hindus acharam por bem usar a notação por extenso, considerando a dificuldade

de representar grandes números através de algarismos. Foi justamente com essa iniciativa que

também se atribuiu nomes às dezenas, centenas e milhares. Com isso, mal sabiam que

estavam dando um grande passo na consolidação da história do sistema de numeração

posicional, dando os primeiros passos à criação do zero.

Por conseguinte, no continente europeu, a aceitação dos algarismos arábicos aconteceu

durante a Idade Média, na qual, a definição do símbolo zero começa a ser divulgado por

Leonardo Fibonacci, primeiro grande matemático europeu daquele período. Tal descoberta, na

época, era questionada por muitos, pois se tratava de algo fora do comum, quantificar o

“nada”. Convém ressaltar que, essa ideia, também, aparecia nos sistemas de numeração

egípcios e chineses.

Moisés e Lima (2007) justificam o grande valor do zero e da escrita posicional na

história da Matemática, pois, comprovadamente, solucionaram grandes problemas da

mecanização das operações numéricas e de diversos cálculos, o que permitiu com o passar dos

tempos à criação de máquinas de calcular e computadores, favorecendo o posicionamento dos

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dígitos que formam qualquer número desejado. Decerto, essa organização dos símbolos

utilizados pelos hindus, a inserção do zero no sistema de numeração foi uma das grandes

invenções que marcaram a história da Matemática. A esse sistema de numeração, agora

composto por dez símbolos, foi dado o nome de indo-arábico. Indo, por ter sido a grande

descoberta dos hindus, e arábico pela divulgação feita ao mundo pelos árabes. Mais tarde,

esses números passam a ser chamados de Números Naturais, sendo representados pelo

conjunto, N = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, ...}.

Mediante tantas proposições que permeavam o universo numérico, na era

renascentista, percebia-se uma inquietação entre os estudiosos, pois se buscava,

estrategicamente, a criação de um novo tipo de número que atendesse algumas necessidades.

Diante do exposto, astrônomos e físicos buscavam, incessantemente, uma linguagem

matemática que expressasse, por exemplo, os diferentes níveis das temperaturas ou até

mesmo a atração entre dois corpos. E foi exatamente a partir dessas inquietações que surgiu a

ideia dos números negativos.

Com o advento desses números e, consequentemente, com a não aceitação do seu uso,

principalmente, ao referirem-se a soluções de equações, alguns estudiosos começaram,

timidamente, a utilizar com destreza o zero e, também, os números negativos. Rocha Neto

(2010, p. 568 apud Ifran, 1997) cita Nícolas Chuquet, matemático francês, que em 1484

começou a utilizar em seus estudos o, zero e os números negativos. Esses foram os primeiros

passos para a consolidação do Conjunto dos Números Inteiros (Z), que no percurso da história

da humanidade foi alvo de muitos questionamentos.

Campos (2001) argumenta que os chineses foram os primeiros a fazerem uso dos

números negativos, e que, no desenvolvimento dos seus cálculos utilizavam varetas pretas e

vermelhas representando os números positivos e negativos. Ainda segundo a autora, atribui-se

aos hindus a idealização de símbolos. Porém, já no século XVI, Boyer (1985) cita os alemães

como àqueles que começaram a utilizar os símbolos (+) e (-).

Convêm lembrar que, nesse período, apesar das grandes vantagens de utilização de

números negativos, eles eram considerados números absurdos e não aceitáveis,

principalmente, pelos europeus que os consideravam como falsos ou impossíveis, por não

possuírem nenhuma representação na natureza. Essa concepção errônea sobre os números

negativos começou a mudar a partir do século XVIII, quando se descobriu uma interpretação

geométrica desses números junto aos positivos, passando a serem considerados segmentos de

direções opostas.

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Sá e Anjos (2011) destacam Leonhard Euler (1707-1783) como um dos mais

renomados matemáticos do século XVIII, pois manipulava com extrema naturalidade os

números negativos e complexos. De acordo com os autores, Euler desenvolveu uma obra de

cunho pedagógico, justificando suas ideias, e na sua obra “Elementos de Álgebra” discorre

sobre os números negativos, apresentando suas concepções sobre esses números, dando vários

exemplos de operações em que eram utilizados.

A criação dos números negativos se apresenta como um marco na história da

Matemática, de forma que vem propor a facilitação da vida do homem e organização

significativa das diferentes instâncias das sociedades.

O final do século XIX, para o início do século XX, marcou um período em que se

buscava, incessantemente, uma fundamentação para a Matemática. Nesse período, se

formalizou alguns sistemas matemáticos que constantemente são tratados na Matemática

Contemporânea.

É necessário destacar que a Teoria dos Conjuntos constrói a fundamentação da

Matemática Contemporânea, sobretudo, salientamos a existência de casos limites que

demonstram a necessidade de inclusão de novos axiomas que fundamentam questões que vão

além das fronteiras dos conjuntos. Mesmo assim, torna-se perceptível que a Teoria dos

Conjuntos, muito contribui, atualmente, no sentido de entendermos a construção dos

fundamentos da Matemática contemporânea (FEITOSA et al, 2011).

Em se tratando do Conjunto dos Números Inteiros (Z), Rocha Neto (2010) enfatiza

que sua formalização aconteceu no final do século XIX na Alemanha, se comprovando a

partir das obras de Weierstrass (1815 – 1897) e Hankel (1839 – 1873). Segundo o

pesquisador, Hankel, em 1867, compreendeu e formalizou as operações com números

relativos e também, definiu a regra de sinais, que pode ser representada através da

demonstração, a seguir:

0 = a (b + op.b) = a.b + a (op.b) ( 1 )

0 = 0 (op.b) = (a + op.a) . ( op.b) = a.(op.b) + (op.a) . (op.b) ( 2 ) (1)

0 = 0.b = ( a + op.a).(b) = a.b + (op.a).b ( 3 )

A notação op.a indica o oposto de a.

Confrontando as igualdades ( 1 ) e ( 2 ) entre os termos, conclui-se que

(op.a).(op.b) = a . b. Logo, ( - ) . ( - ) = ( + ) ou (-a).(-b) = ab.

Confrontando as igualdades ( 1 ) e ( 3 ) entre os termos, conclui-se que a.(op.b)

= (op.a). b. Logo; ( + ) . ( - ) = ( - ) . ( + ) ou a.(-b) = (-a).b (GLAESER, 1981).

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Nesse caso, se explicita o teorema em que Hankel, apresenta “a única multiplicação

sobre R, que prolonga a multiplicação usual sobre R+, respeitando a distribuição à esquerda e

à direita conforme a regra de sinais” (HILLESHEIM e MORETTI, 2012), conforme a

demonstração anterior.

Dentro dessa perspectiva, fica cada vez mais claro que o conjunto dos Números

Naturais (N) possui muitas limitações, o que justifica a necessidade de construção do conjunto

dos Números Inteiros (Z). Em um exemplo bem pertinente, Feitosa et al (2011, p. 126),

enfatiza que:

Para xN, a equação 3 + x = 2 não tem solução. Faremos então a

construção de um conjunto Z = {..., -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, ...}, que inclui além

dos naturais {0, 1, 2, 3, ...}, também números negativos, tal que para todo

par de elementos m, n Z, a equação m + x = n sempre tenha solução.

Com estas considerações, compreendemos que, com dois números naturais podemos

determinar um número negativo a partir de uma subtração, como por exemplo: 5 – 6, 3 – 8,

etc. Todavia, o autor argumenta que o número inteiro -1, pode ser entendido como par de

números naturais (5; 6), bem como o número inteiro -5, entendido como (3; 8), assim como,

muitos outros pares ordenados gerariam o mesmo valor.

Em obediência ao que acabamos de dizer, Caraça (1951, p. 97) apresenta a seguinte

definição:

Seja a e b dois números reais quaisquer: a diferença a – b chamaremos

número relativo, que diremos positivo, nulo ou negativo, conforme for a > b,

a – b, a < b. Se for, a > b o número relativo (positivo) coincidirá com o

resultado que, nos campos numéricos anteriores, aprendemos a determinar;

se for a < b, o número relativo (negativo) tornar-se-á como igual à diferença

b – a, precedida do sinal – (menos).

Nesse contexto, cabe salientar que os números negativos agora são incorporados em

um campo com qualificação nova, juntamente aos anteriormente conhecidos, os números

positivos. No que corresponde às operações com números inteiros relativos, Caraça, (2003, p.

95 -96 apud Bordin, 2011, p. 15 – 16) faz uma apresentação que as coloca como extensão das

operações no campo dos naturais. Vejamos como o autor representa a adição e subtração na

demonstração:

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(p - q) + (r - s) = p – q + r - s = p + r – q - s = (p + r) - (q + s)

(2)

(p - q) - (r - s) = p – q – r + s = p + s – q - r = (p + s) - (q + r)

De maneira mais particular, pode-se representar conforme a demonstração:

a + (-b) = a + (0 - b) = a + 0 - b = a – b

(3)

a - (-b) = a - (0 - b) = a – 0 + b = a + b

Conforme a representação, o autor enfatiza que somar um número negativo é o mesmo

que subtrair um número positivo com o mesmo módulo. Analogicamente, subtrair um número

negativo é o mesmo que somar o número com o mesmo módulo.

Quanto à operação da multiplicação, Caçara (1951, p. 18-19), define como uma soma

de parcelas iguais, de acordo com a demonstração expressa a seguir:

No caso em que b = 1, a definição restringe-se a, a . 1 = a.

Em relação às propriedades da multiplicação o autor dividiu em dois grupos, da

seguinte forma:

1º grupo:

1ª - unicidade a = à , b = b` → a . b = a`. b`

2ª - monotônica b > b` → a . b > a . b`

3ª - anulamento 0 . a = 0 ;

Reciprocamente se o produto é nulo, deve-se anular pelo menos, um dos fatores.

4ª - modular a . 1 = a; a . b = a → b = 1

5ª - redução c 0, a . c = b . c → a = b

2º grupo:

(b)

(4)

a . b = a + a + ... + a

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6ª - comutativa a . b = b . a

7ª - associativa a . (b . c) = (a . b) . c

8ª - distributiva a . (b + c) = a . b + a . c

Para ser mais preciso, no que concerne à operação da multiplicação, em concordância

com a demonstração (5), Caçara (1951, p. 101) ainda coloca que:

(p – q) . (r – s) = p (r – s) – q (r – s) = pr – os – (qr – qs)

(5)

pr – ps – qr + qs = pr + qs – ps – qr = (pr + qs) – (os + qr)

Em particular em (6), temos:

(+a) . (+b) = (a – 0) . (b – 0) = + a . b

(+a) . (-b) = (a – 0) . (0 – b) = - a . b (6)

(-a) . (+b) = (0 – a) . (b – 0) = - a . b

(-a) . (-b) = (0 – a) . (0 – b) = + a . b

Neste caso, percebemos através das igualdades, a representação da regra de sinais e da

representação das operações. Por conseguinte, o autor ressalta que, em se tratando da divisão,

define-se, como habitualmente – inversa à multiplicação – valendo a mesma regra de sinais

semelhante a da multiplicação.

Ainda é possível, representar os Números Inteiros (Z) por meio de uma representação

geométrica. Malagutti e Baldin (2010) retratam esses números sob a ótica de uma reta

orientada, na qual, podemos chamar de representação geométrica ou modelo geométrico.

Neste modelo, escolhe-se um ponto como referência, onde a partir desse ponto, se estabelece

dois sentidos, um “positivo” e outro “negativo”, constituídos por dois percursos ou semirretas

determinadas pelo ponto.

A representação dessa reta numérica orientada é exposta na direção horizontal, com

sentido positivo à direita da origem e sentido negativo à esquerda. Sobre essa reta,

localizamos pontos geométricos representados pelos Números Inteiros (Z).

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Figura 1 - Representação da reta numérica orientada dos Números Inteiros (Z).

Fonte: http://mat.ufrgs.br/ppgem/produto. Acesso em: 20 de jan 2016.

Neste caso, cada ponto geométrico representado na reta orientada, corresponde a um

número inteiro, onde o sinal de cada número é exatamente o que determina a posição

referente à origem (MAGUTTI e BALDIN, 2010). Também outro ponto a ser colocado: todo

conjunto numérico possui uma letra que o representa. Em relação ao Conjunto dos Números

Inteiros, é representado pela letra Z, oriunda da palavra em alemão “Zahl” que significa

“número” (DUMMIT e FOOTE, 1998).

Contudo, pelo que se revela, o surgimento dos números inteiros partiu da necessidade

de satisfazer as obrigações dos homens, quando os naturais já não estavam atendendo esse

fim, embora entendamos como já foi mencionado anteriormente, que o Conjunto dos Naturais

(N) é subconjunto dos Inteiros (Z).

Dessa forma, esta foi apenas uma breve exposição de como se deu a construção e

formalização destes números que muito contribuem para os avanços da matemática,

facilitando, principalmente, no decorrer dos tempos, a vida do homem.

1.2 CONSIDERAÇÕES SOBRE O ENSINO DOS NÚMEROS INTEIROS (Z)

Frequentemente, somos desafiados a compreender o que justifica as dificuldades de

muitos alunos em relação ao ensino/aprendizagem de alguns conteúdos da Matemática. Neste

cenário, percebemos certo desconforto, tanto por parte desses alunos, que deveriam aprender,

como por parte dos professores, principalmente quando tratamos de operações que envolvem

números negativos.

Conforme mencionamos anteriormente, os Números Inteiros relativos são

apresentados aos alunos no 7º ano do Ensino Fundamental, no entanto, tem despertado

preocupação por parte de muitos professores de Matemática, tendo em vista que, muitos

alunos não tem desenvolvido satisfatoriamente as competências e habilidades necessárias a

esta temática, prejudicando assim, a sua formação.

Page 31: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

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Pelo que se percebe, são muitos entraves que impedem o progresso matemático dos

alunos, principalmente, nos anos subsequentes ao 7º ano do Ensino Fundamental. Conforme

Bordin (2011, p. 19)

Desenvolver o conjunto de números inteiros com os alunos do 7º ano do

Ensino Fundamental é importante e apresenta um certo grau de dificuldade.

Isso porque, até então, o conceito de número que essas crianças tem é que o

número zero é o menor de todos os números, e mostrar que antes do zero

existem valores negativos é abstrato e complexo.

Sendo assim, para muitos alunos, trabalhar com números negativos e positivos ao

mesmo tempo, é quase sempre sinônimo de bagunça e incompreensão. E quando se trata de

operações que envolvem esses números, como, “+ 4 - 7”, “- 7 - 8”, geralmente, se deparam

com um misto de confusões, considerando que, o “normal” para eles é desenvolver operações

apenas com os números positivos, ou naturais.

Pode-se dizer que, esse olhar justifica o nível de abstração dos Números Inteiros (Z) e

a necessidade de se pensar em alternativas que conduza o educando a vencer essas barreiras,

de modo que venha desenvolver a compreensão e sistematização das propriedades que

constituem a temática em estudo.

Todavia, para tantas inquietações surgem os questionamentos: Que metodologias o

professor de Matemática utiliza para trabalhar com os seus alunos o Conjunto dos Números

Inteiros? Por que grande parte dos educandos sentem tantas dificuldades em desenvolver as

competências e habilidades relacionadas a essa temática? O que justifica o grande desafeto

dos estudantes pela Matemática, e até mesmo pelo professor da referida disciplina?

Na tentativa de responder questionamentos, recorremos inicialmente, aos Referenciais

Curriculares do Ensino Fundamental do Estado da Paraíba (2010) para analisarmos como

estão distribuídos os principais conceitos da matemática nos anos iniciais do Ensino

Fundamental. Nesta busca nos detemos ao eixo dos números e operações, já que, este estudo

se limita a esta temática, para que, posteriormente, possamos centrar a nossa discussão no

sentido de refletir sobre as dificuldades dos alunos e as perspectivas que permeiam o

ensino/aprendizagem no que se refere às Operações que envolvem o Conjunto dos Números

Inteiros (Z).

Iniciando com o primeiro ano, percebemos que as crianças começam a desenvolver os

processos mentais básicos: comparação, correspondência, classificação, seriação,

conservação, contagem, ordenação numérica (até 50) e operações aritméticas. No segundo

ano, estudam os números naturais e sistema de numeração. Nesse ano, os alunos devem

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sistematizar ideias sobre os números, seus significados e agrupamentos de 10 em 10. Eles

começam, também, a desenvolver operações de adição e subtração. Além disso, são realizadas

abordagens à composição das unidades, dezenas e centenas (até 200). No terceiro ano, os

alunos estudam os números de 0 a 999, sistema de numeração, valor posicional, desenvolvem

operações com adição, subtração, multiplicação, divisão e, consequentemente, surgem às

noções de números racionais.

Em se tratando do quarto ano, aborda-se o sistema de numeração romano e indo-

arábico na história da Matemática, classes e ordens-unidades simples e milhares até 999 999 e

o estudo de operações, frações e ideias de parte-todo. Já no quinto ano, apresenta-se aos

educandos o Sistema de Numeração Decimal (SND), operações inversas, expressões

Numéricas, Múltiplos, divisores, primos, comparação de frações, ordenação e equivalência,

porcentagem e números decimais.

Há de se reconhecer que as temáticas ora apresentadas exercem um papel

preponderante no processo de ensino/aprendizagem dos anos iniciais do Ensino Fundamental,

pois apresenta, nessa sequência, “coerência” no que se refere às competências e habilidades a

serem contempladas nessa modalidade de ensino. No entanto, percebemos um grau de

abstração que difere se comparados à complexidade percebida na temática dos números

inteiros que são trabalhados a partir do sétimo ano.

Convém lembrar que, nos anos iniciais existe a presença de um único professor para

todos os componentes curriculares, o que não ocorre nos anos finais. Nessa modalidade de

ensino, o aluno tem o primeiro contato com professores de áreas específicas. Neste caso, cada

disciplina tem um professor diferente, inclusive o de Matemática. Sendo assim, pode ser

exatamente, nessa mudança de “nível” que percebemos a ocorrência de impactos no

desempenho dos estudantes, desencadeando, na maioria das vezes, grande desafeto pela

disciplina, resultando no fracasso escolar e aversão ao professor de Matemática.

Diante dessas proposições, percebemos um misto de situações que nos remete à busca

de algumas respostas, principalmente, no que se refere à aquisição de conhecimentos

relacionados às Operações com Números Inteiros (Z). Será que, realmente, o insucesso dos

estudantes nessa temática, associa-se ao nível de abstração que ela apresenta se comparado às

abordagens realizadas nos anos iniciais? Será que o fracasso do aluno se dá devido à mudança

de modalidade de ensino, onde ele se desprende da “zona de conforto” e começa caminhar

com seus próprios pés, sem a “proteção” do professor? Será que a metodologia utilizada pelo

professor não está facilitando a aprendizagem dos educandos? Ou será que podemos

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30

considerar esse misto de proposições como as principais responsáveis pelo insucesso dos

estudantes?

De acordo com Mariano (2013, p. 4):

O que se verifica é que nesse caminho, algumas crianças que percebiam, no

primeiro ano com grande satisfação, que eram capazes de relacionar

quantidades com os números e cores com seus nomes, perdem todo o

encanto pela Matemática e passam a odiar e temer qualquer coisa que se

relacione com esse assunto.

Como consequência, a Matemática passa a ser considerada por muitos alunos, o

“bicho-papão” da educação básica, de forma que desenvolver operações que envolvam

números negativos e positivos representa um grande desafio. Nesse sentido, torna-se

importante criar alternativas que contribuam para a melhoria da qualidade do ensino, com

atrativos que sejam suficientes para despertar nos educandos a vontade de aprender.

Todavia, vale salientar que, não é nossa pretensão, com essas considerações, apontar

culpados pelo desafeto e insucesso de muitos educandos ao estudar o Conjunto dos Números

Inteiros (Z), porém, pretendemos provocar reflexões, principalmente, dos profissionais da

educação, em especial, os professores de Matemática, a fim de propiciar uma mudança de

paradigmas e repensar, caso seja necessário, a sua prática. Para isto, trilhamos caminhos que

vem nos propiciar meios à compreensão de dificuldades e/ou êxitos desencadeados pelos

educandos durante a vivência do processo de ensino/aprendizagem.

1.3 EXPERIÊNCIAS DE INVESTIGAÇÃO SOBRE O ENSINO DOS NÚMEROS

INTEIROS (Z)

Considerando os questionamentos apresentados sobre as dificuldades de muitos

estudantes no desenvolvimento das competências e habilidades relacionadas aos Números

Inteiros (Z), alguns autores, a exemplo de Angelotti e Barros (2007), Rocha Neto (2010) e

Prado (2008), tem averiguado por meio de diferentes perspectivas, como acontece o processo

de ensino/aprendizagem dos Números Inteiros (Z) na sala de aula.

Angelotti e Barros (2007) apresentam uma experiência de intervenção numa turma de

6ª série (7º ano) do Ensino Fundamental na Escola Estadual Mossurunga, na cidade de

Umuarana no Paraná. A proposta investigou a possibilidade de se utilizar jogos eletrônicos

como material instrucional, de modo que, a utilização desses jogos pudesse contribuir com a

Page 34: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

31

minimização das dificuldades dos educandos ao resolverem operações com números positivos

e negativos.

Nessa perspectiva, os pesquisadores executaram, a princípio, um projeto piloto com

alunos da 5ª série (6º ano) da mesma escola, que assumiram a condição de colaboradores.

Com esses alunos, fizeram-se testes com jogos que foram utilizados no momento da

intervenção. Durante esse projeto piloto, foram feitas algumas adequações necessárias para se

evitar possíveis problemas durante a intervenção.

Com a proposta idealizada e feitas às adequações durante a execução do projeto piloto,

os participantes da pesquisa, que totalizavam 24 alunos, foram divididos em três grupos, para

se colocar em prática o que havia sido planejado.

A intervenção foi realizada em dois momentos, sendo um em sala de aula e outro no

laboratório de informática. Na sala de aula foram feitas algumas abordagens cotidianas

relacionadas aos Números Inteiros (Z). No laboratório de informática, foram desenvolvidas

atividades extraclasses. Eram atividades práticas com jogos eletrônicos, onde os

pesquisadores escolheram alguns softwares que podiam ser utilizados pelos educandos,

possibilitando outro olhar e outras maneiras de estudar os Números Inteiros.

Os autores salientam a insatisfação de muitos estudantes em relação à Matemática

quando demonstram certa repulsa ao se depararem com situações de não sucesso no domínio

de conceitos que corriqueiramente são propostos em sala de aula. Isto se evidencia quando

dizem que:

Mesmo sendo uma área importantíssima para a formação do cidadão crítico

e, no dia-a-dia, as pessoas acharem que a aprendizagem de matemática é

importante, um grande número delas apresenta uma aversão à mesma. E

muitos são os educandos na escola [...] que também refletem esse sentimento

de aversão à Matemática. (ANGELOTTI e BARROS, 2007, p.6).

Contudo, com a investigação, perceberam maior afeição com a disciplina e avanços na

aprendizagem dos educandos, e também, um despertar por parte dos professores de

Matemática e equipe pedagógica da escola, no sentido de se utilizar jogos pedagógicos

eletrônicos como ferramentas pedagógicas essenciais nas salas de aula de Matemática.

Outra situação de intervenção que também nos propiciou reflexões pertinentes foi

conduzida pelo pesquisador Rocha Neto (2010), experiência que proporcionou relevantes

contribuições para o nosso estudo. Sua investigação teve como objetivo: identificar as causas

que levam os estudantes a terem dificuldades com o estudo dos Números Inteiros (Z). A

pesquisa aconteceu em quatro escolas na cidade Fortaleza no estado do Ceará, configurando-

Page 35: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

32

se como uma proposta que buscou conhecer acertos e erros, frequentemente, cometidos pelos

educandos. Nessa pesquisa utilizou-se uma amostra de 100 alunos do 7º ano, e foram feitas

duas avaliações como instrumentos de investigação. Na primeira, procurou identificar a

desenvoltura dos educandos ao resolverem dois problemas que envolviam operações de

adição e subtração de Números Inteiros.

Os problemas eram constituídos de habilidades que procuravam comprovar a

capacidade dos educandos em comparar e colocar em ordem crescente os Números Inteiros

(Z), encontrados na solução. Na segunda avaliação, o objetivo foi identificar os erros mais

cometidos pelos educandos ao resolverem operações com Números Inteiros (Z) e os

procedimentos por eles utilizados na resolução de expressões numéricas.

Com essa experiência, o pesquisador Rocha Neto (2010, p. 53-54) constatou que:

[...] os fatores que levam os alunos a sentirem dificuldades na aprendizagem

operatória dos números inteiros são: a falta de base dos alunos devido a um

ensino fundamental menor mal feito (passam de uma serie para outra sem

que a aprendizagem seja suficiente para o êxito seguinte), a dificuldade

intrínseca do próprio conteúdo e a falta de recursos nas escolas que permita

uma melhoria das aulas, de forma a movimentar todos os alunos e melhorar

o interesse dos mesmos.

Nesse sentido, nos deparamos, em alguns aspectos, com situações similares, porém,

constatamos na nossa realidade, alguns contrapontos, como por exemplo: recursos nas escolas

que permitam uma melhoria das aulas. Esta realidade não é semelhante a nossa, pois temos

escolas equipadas e com recursos que possibilitam boas aulas. Com isto, nos sentimos

instigados a, também, buscar respostas.

O autor, também, coloca que, “[...] os professores quando saem dos cursos de

graduação não estão preparados para trabalharem com os alunos no sentido de levá-los a

pensar, abstrair, classificar, ordenar e raciocinar, procurando dar enfoques diferentes dos

tradicionalmente utilizados” (ROCHA NETO, 2010, p. 53). Diante desse resultado alcançado

pelo pesquisador, nos sentimos motivados, a aprofundar o nosso estudo sobre os saberes

docentes, trazendo para dentro da nossa investigação, também, a discussão sobre a prática

cotidiana e a importância nos saberes docentes e suas influências no processo de

ensino/aprendizagem.

Desta maneira, além de apresentar conclusões referentes aos dados obtidos, o

pesquisador também idealizou alguns recursos metodológicos a serem utilizados no ensino

dos Números Inteiros (Z), de modo a contribuir significativamente com a aprendizagem dos

educandos.

Page 36: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

33

Finalmente, apresentamos uma experiência vivenciada por Prado (2008), que também

realizou um estudo que buscava entender como estudantes de Licenciatura em Matemática

compreendem textos impressos utilizados no ensino dos Números Inteiros (Z) na Educação

Básica. Dentre os textos utilizados na investigação, a pesquisadora toma como referência, o

livro didático, textos relacionados à História da Matemática, bem como, textos oficiais de

orientações curriculares e formação docente.

O estudo foi desenvolvido nas aulas da disciplina Metodologia e Práticas de Ensino de

Matemática na Educação Básica, em uma universidade pública no Estado de São Paulo. Com

essa pesquisa, buscou-se o entendimento das contribuições dos textos impressos na formação

de futuros professores.

A metodologia utilizada na pesquisa deu-se por meio dos diálogos entre os

participantes do grupo, durante atividades realizadas na sala de aula, nos quais, buscava-se

entender através dos textos propostos, maneiras de se trabalhar as ideias do conceito de

Números Inteiros (Z). No final da investigação, verificou-se que os participantes interagiram

satisfatoriamente com os autores dos textos, tendo a preocupação em interpretá-los na

perspectiva de seu uso na sala de aula da Educação Básica. Nessa direção, a pesquisa

supracitada vem fortalecer o nosso estudo, uma vez que, os saberes docentes não estão

constituídos somente, a partir do convívio com os alunos em sala de aula, mas é consolidado

durante formação do sujeito professor, desde os primórdios da sua formação enquanto

estudante, até pisar o chão da sala de aula como docente, conforme enfatiza, Tardif (2012).

Convém ressaltar que as discussões sobre a temática saberes docentes será melhor discutida

no capítulo seguinte.

Dentre as experiências apresentadas neste tópico, percebemos que todas aconteceram

com alunos de escolas públicas, e por meio de intervenções, exceto a última, que apresenta

um diferencial das anteriores, pois trata de uma investigação com futuros professores, o que

vemos como ponto positivo, tendo em vista que a nossa investigação também coloca em pauta

os saberes adquiridos pelos professores.

Como se vê, as investigações apresentadas concentram-se, principalmente, no

ensino/aprendizagem das operações com Números Inteiros (Z) com vistas a despertar no

educando o desejo e a vontade de aprender, bem como apresentar aos docentes alternativas

inovadoras e metodologias que facilitam o processo de ensino/aprendizagem.

Page 37: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

34

2 ENTRAVES E PERSPECTIVAS NO ENSINO DA MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO

BÁSICA

2.1 A PRÁTICA PEDAGÓGICA E OS DESAFETOS DO ALUNO PELA MATEMÁTICA

No âmbito da educação básica, muitos estudantes encaram a Matemática como sendo

uma das disciplinas mais difíceis de ser aprendida. Isto tem desencadeado dissabores e mal-

estar nas diversas experiências vivenciadas em sala de aula. Torna-se comum, os alunos

apresentarem suas frustrações com a Matemática, expressando em seus relatos medo e

aversão, associando, na maioria das vezes, o seu insucesso ao professor e/ou a metodologia

por ele utilizada. Nesse contexto, a escola e os professores visualizam tal situação, mas, na

maioria das vezes, se isentam da responsabilidade de buscarem alternativas que ao menos,

amenizem tamanho fracasso.

Mediante tantas interrogações e lacunas que entremeiam o ensino da Matemática,

principalmente, no âmbito da Educação Básica e com o intuito de buscar respostas às questões

propostas nesta investigação, recorremos a Tardif (2012), que em seu livro “Saberes docentes

e formação profissional” apresenta resultados de suas pesquisas em educação, apontando às

relações entre os saberes experienciais dos professores, os conhecimentos universitários e os

limites dos novos modelos de formação profissional, como sendo pontos passíveis de

reflexões.

Pelo que compreendemos, de acordo com a lógica do entendimento do autor, algo que

se evidencia na atuação da maioria dos professores, e com isso, podemos nos referir, àqueles

que desenvolvem suas atividades no ensino da Matemática – sendo que esse texto se refere a

esses profissionais – é que, frequentemente, acredita-se em um ensino limitado apenas à

apresentação de conceitos e procedimentos matemáticos, consolidando-se nas vivências de

sala de aula, uma prática fundamentada na reprodução de crenças e certezas, oriundas de uma

formação profissional que se perpetua no decorrer dos tempos. Então, Tardif (2012, p. 261),

argumenta que:

Os professores são trabalhadores que foram mergulhados em seu espaço de

trabalho durante aproximadamente 16 anos (em torno de 15.000 horas),

antes mesmo de começarem a trabalhar. [...] Essa imersão se manifesta

através de toda bagagem de conhecimentos anteriores, de crenças e de

certezas sobre a prática docente.

Page 38: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

35

Nesse ínterim, se eterniza a tradição pedagógica, cuja crença repousa na falsa ideia de

que aula satisfatória é aquela em que o professor é o sujeito ativo do processo de ensino, é o

condutor; e os alunos, apenas ouvintes e meros receptores de informações. Decerto, tal prática

é comum no âmbito da educação básica, tanto para disciplinas específicas como para

disciplinas didático-pedagógicas, percebendo-se que nas específicas torna-se um fator mais

evidente, por não se fundamentarem em prescrições tão precisas como nas didático-

pedagógicas.

De acordo com Fiorentini (2005, p. 111, apud CAMARGO, 1998):

[...] as disciplinas específicas influenciam mais a prática do futuro professor

do que às didático-pedagógicos, sobretudo porque as primeiras geralmente

reforçam procedimentos internalizados durante o processo anterior de

escolarização e as prescrições e recomendações das segundas “tem pouca

influência em suas práticas posteriores”. Uma das razões disso é o fato de as

disciplinas didático-pedagógicas, muitas vezes, serem fortemente prescritas

– dizendo como o professor deve ensinar.

Evidentemente, não pretendemos apontar práticas certas ou equivocadas, mas levar,

indistintamente, cada professor - seja ele matemático ou de disciplinas didático-pedagógicas -

a buscarem subsídios que viabilizem um domínio progressivo dos saberes necessários à

realização de um trabalho docente com resultados significativos, tendo em mente o

pensamento de Libâneo (2012, p. 66) quando diz que “a didática e as didáticas específicas

situam-se no mesmo plano: ambas têm uma dimensão obrigatoriamente formativa, ética,

envolvendo as condições subjetivas dos alunos, seu desenvolvimento e seus modos de

aprendizagem”. Diante disso, torna-se imprescindível repensar algumas práticas e uma

mudança de postura ao se ministrar uma aula de Matemática.

Sobre esse aspecto, Shuman (1986) argumenta que existe uma grande diferença entre

ser professor de Matemática e saber Matemática. Ele acredita que não é suficiente para o

professor ter uma formação técnico-formal. É importante que se reconheça capacidades

educacionais do saber matemático, desenvolvendo uma ação pedagógica de acordo com a

realidade escolar onde ele atua.

Sendo assim, cabe entender que não é suficiente ter o domínio de conceitos para

efetivação de uma prática pedagógica significativa. Há a necessidade de uma ação educativa

arraigada a uma fundamentação epistemológica que valorize o tempo, o espaço e as situações

socioculturais da realidade vivida pelos participantes do processo de ensino/aprendizagem.

Page 39: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

36

2.2 O PROFESSOR DE MATEMÁTICA E A TEMPORALIDADE DO SABER

Para se pensar em um processo de ensino/aprendizagem significativo para o aluno,

principalmente, no âmbito do ensino da Matemática, não temos como desconsiderar a prática

pedagógica do professor. Seguindo esta ótica, Maurice Tardif (2012), ao aprofundar seus

estudos sobre os saberes docentes e formação profissional, faz menção à Temporalidade do

saber. Assim, conforme o seu entendimento, o saber do professor é plural e atemporal, pois é

adquirido no contexto da sua história de vida, respeitando todos os momentos da sua

formação profissional, o que implica em um processo de ensino/aprendizagem e de formação.

Nessa perspectiva, de acordo com o autor, a formação profissional do professor é

respaldada em três tipos de saberes: os saberes disciplinares, que são aqueles transmitidos nas

universidades. São os saberes das disciplinas (por exemplo, matemática, história, literatura).

Os saberes curriculares - que correspondem aos discursos, objetivos, conteúdos e métodos

categorizados pela instituição escolar. Referem-se aos programas escolares que devem ser

aprendidos e aplicados pelos professores. E os saberes experienciais, que são os saberes

específicos, baseados na experiência individual e coletiva. São práticos e resultam do trabalho

cotidiano e do conhecimento do seu meio.

Tardif ainda argumenta que, o professor deve conhecer a sua disciplina, ter o domínio

de conhecimentos referentes à pedagogia e ciências da educação, como também, desenvolver

saberes que se fundamentem na experiência vivida, cotidianamente, com os educandos.

Associemos assim, esse pensamento ao que diz Libâneo (2012, p. 60) ao enfatizar que:

A atividade de ensino requer um conjunto de saberes e práticas, como os

conteúdos das diversas áreas de conhecimento, os métodos investigativos da

ciência ensinada e os saberes pedagógicos próprios da profissão, os quais

constitui o domínio teórico e prático da didática. Esses conhecimentos

ocupam um lugar central de profissionalização de todo professor.

Seguindo a linearidade desse pensamento, convém caracterizar o professor bem

sucedido como aquele que se apropria dos diversos contextos da escola, a ponto de

desenvolver competências que o leve a propor metodologias de ensino que melhor se adeque

às peculiaridades presentes na instituição escolar. Nessa perspectiva, é conveniente o

entendimento de que a efetivação da formação profissional não se limita somente à formação

universitária, que, diga - se de passagem, em alguns contextos, está aquém do que se vive e do

que se deseja para escola básica da atualidade. Entendemos que é imprescindível um diálogo

mais consistente entre os saberes disciplinares, curriculares e experienciais, principalmente,

Page 40: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

37

no âmbito das ciências exatas, uma vez que pesquisas em larga escala, comprovam, com

exatidão o baixo rendimento dos alunos nas disciplinas que envolvem cálculos,

principalmente, a Matemática.

Diante do exposto, convém refletir sobre o que afirma Borba e Bicudo (2004, p. 261)

quando argumenta que “ao professor de Matemática cabe o papel de valorizar essa disciplina,

tornando-a prazerosa, criativa e útil [...] a fim de proporcionar um aprendizado eficiente e de

qualidade”. Entendemos com essa lógica, que as discussões aqui expostas, apontam para a

necessidade de uma articulação dos saberes docentes, possibilitando, um repensar dos

processos didático-pedagógicos que norteiam o trabalho do professor.

Com relação ao trabalho do docente, haveremos de concordar que é comum o

professor ser marginalizado, carregando sobre si o peso de todas as responsabilidades,

inclusive da “situação caótica” da educação. Esta situação nos faz refletir no que diz Franco

(2012, p. 41) quando enfatiza que “o professor não consegue atuar. Ele precisa de condições

institucionais que valorizem seus saberes, suas práticas; condições que organizem as

intencionalidades coletivas”. E quando pensamos nas instituições mencionadas pela autora,

convém nos dirigir, não somente ao local onde o professor desenvolve a sua ação docente,

mas também, nas instituições de ensino formadoras destes profissionais, que tem, ou deveria

ter, o compromisso de contribuir com mais eficácia com o processo de formação dos

professores.

2.3 A FUNCIONALIDADE DA MATEMÁTICA E OS PARÂMETROS CURRICULARES

NACIONAIS (PCNs)

Segundo D`Ambrósio (1996) o conhecimento é algo a ser adquirido ao longo da

história, e nessa trajetória, tudo acontece de forma estratégica, sempre em consonância com a

realidade do homem, associando-se ao seu contexto natural e cultural. Trazendo essa

discussão para dentro do contexto da aquisição do conhecimento matemático, torna-se

relevante a necessidade de se conhecer diferentes perspectivas epistemológicas que são

confirmadas a partir do conhecimento de dimensões clássicas que apresentam diferentes

estratégias que facilitam a busca desse conhecimento de modo a considerar a sua origem

histórica e social.

Dentre essas dimensões, convém ressaltar o surgimento de algumas tendências, como,

a empírico-ativista, formalista-moderno, tecnicista construtivista, histórico-crítico, sócio-

etnoculturalista, que é fruto de debates que ao longo dos tempos marcam a história da

educação. Porém, nessa discussão, não nos deteremos à apresentação destas tendências, mas

Page 41: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

38

nos limitaremos a apresentar, sucintamente, algumas voltadas à Matemática, sendo que,

posteriormente, delimitaremos a nossa discursão de forma mais abrangente à tendência que

serviu de respaldo para o desenvolvimento desta pesquisa. Sendo assim, recorremos ao

pensamento de Flaming et al (2005) que apresentam na obra “Tendências em Educação

Matemática” considerações pertinentes que caracterizam cada uma destas tendências que se

configuram, não como receitas prontas, mas como caminhos que podem facilitar o processo

de ensino/aprendizagem. Segue as tendências:

Educação matemática crítica – Com o surgimento na década de 1980, a

Educação matemática crítica volta-se a promoção de debates sobre “poder”. Nessa

tendência se discute aspectos políticos relacionados à Educação Matemática.

Trata-se de uma forma de mostrar os diferentes papéis da Matemática na

sociedade;

Etnomatemática – Objetiva descrever as práticas matemáticas de grupos

culturais a partir da análise das relações entre o conhecimento matemático e o

contexto cultural;

Informática e Educação Matemática – De acordo com essa tendência, o uso de

computadores e calculadoras pode direcionar as escolas aos anseios da nova

geração que já está familiarizada com as tecnologias. Ao se utilizar computadores,

a aula ganha um novo cenário, facilitando a relação professor-aluno. O uso dessas

ferramentas representa uma ponte de ligação entre o que acontece na sala de aula

e o que está fora da escola.

Escrita e Matemática – Essa tendência vem desconstruir o paradigma de que

“quem gosta de Matemática não precisa escrever”. O seu principal objetivo é a

formação integral e mais generalizada do sujeito.

Modelagem Matemática – Trata-se de uma nova forma de encarar a Matemática

que traz como alternativa a arte de transformar problemas da realidade em

problemas matemáticos de modo a resolvê-los interpretando suas relações na

linguagem do mundo real;

Literatura e Matemática – É uma tendência que propõe a integração entre a

Matemática e a Literatura, defendendo o desenvolvimento de práticas

Page 42: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

39

pedagógicas interdisciplinares. Nessa perspectiva, defende a ideia de que a união

das diferentes áreas de conhecimento pode tornar o estudo mais interessante e

atrativo, bem como mais eficiente o processo de ensino/aprendizagem.

Resolução de problemas – Consideramos uma atividade que mais se destaca no

ensino da Matemática, argumenta-se que, nem sempre são seguidos os melhores

caminhos para que obtenham bons resultados. De acordo com o que se expressa

em alguns textos didáticos, a resolução de problemas nem sempre parte de

questões mais simples para questões mais complexas. De acordo com essa

tendência, só existe problema se o educando percebe uma dificuldade, um

obstáculo que pode ser superado;

História da Matemática - A compreensão de fatos ocorridos na

contemporaneidade requer análise do processo evolutivo dos conhecimentos

matemáticos. O entendimento da evolução dos conhecimentos matemáticos

permite aos educadores a produção de estratégias que facilitem a construção dos

conhecimentos dos alunos. O contexto histórico se configura como uma fonte de

inspiração;

Compreensão de textos – As dificuldades dos alunos em compreender textos

tornam-se algo evidente nas aulas de Matemática. Essa tendência apresenta a

discussão e reflexão de textos como uma alternativa de tornar a aprendizagem

mais significativa;

Jogos e recreações – Estrategicamente, jogos e recreações favorecem o

desenvolvimento de ambientes de aprendizagem que propiciem a criatividade de

crianças, adolescentes e adultos. Ao se discutir a partir de diferentes referenciais

teóricos, o uso de jogos e recreações em sala de aula podem apresentar evidências

que justificam a importância e a validade da sua utilização nas propostas de

ensino da Matemática.

Ao analisar as tendências matemáticas ora apresentadas, percebemos entre elas uma

intrínseca interligação e entendemos que é possível desenvolver um trabalho pedagógico

articulado que viabiliza um processo de ensino/aprendizagem com resultados significativos.

Deste modo, de acordo com o que propõe as tendências, torna-se compreensível que o Ensino

Page 43: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

40

da matemática apresenta-se no contexto educacional como importante contributo que conduz

os educandos ao pleno exercício da cidadania.

Dessa forma, perante a relevância de um processo educativo que responda ao que se

espera desta formação cidadã, a Matemática pode ser caracterizada como uma ciência que

apresenta inúmeras alternativas que viabilizam a interação dos sujeitos ao contexto natural,

social e cultural em que se inserem.

Em todo tempo, percebemos a consonância das Tendências da Educação Matemática

com o que propõe os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). Por esta razão, nos

propomos fundamentar este estudo, principalmente, aos preceitos apresentados neste

documento, porque acreditamos na eficiência do que nele é proposto.

É preciso ressaltar que, os Parâmetros Curriculares Nacionais são referências para o

Ensino Fundamental e Médio de todo país, e idealizados com o objetivo de assegurar a todas

as crianças e jovens brasileiros o direito de desfrutar dos conhecimentos reconhecidos como

necessários para o exercício da cidadania, mesmo quando esses sujeitos se encontrarem em

localidades diferenciadas com condições socioeconômicas desfavoráveis.

Pensando de forma mais particular, os Parâmetros Curriculares Nacionais de

Matemática (2001), além de pensar na formação básica para a cidadania, nos remete a refletir

a respeito das condições humanas de sobrevivência, como se dá a inserção das pessoas no

contexto profissional, bem como, suas relações culturais e sociais, e também no

desenvolvimento crítico e posicionamento dos sujeitos diante das questões sociais.

Fasheh (1980) enfatiza que o ensino da Matemática ou o ensino de qualquer outra

disciplina proposta na escola, configura-se como uma atividade “política” conduzindo o aluno

a criar atitudes e modelos intelectuais que o conduzirão ao crescimento e desenvolvimento

crítico, tornando-se capaz de ir além das estruturas existentes. Por outro lado, o autor,

também, argumenta que se pode produzir alunos alienados, rígidos e passivos. Nessa

perspectiva, o papel do aluno limita-se somente na obrigatoriedade de somente ouvir a

exposição do conteúdo, assumindo a posição apenas de expectador, sem participar ativamente

do processo. Os alunos não são instigados à reflexão, não questionam, apenas aceitam tudo

que é proferido pelo professor. Diante dessas possibilidades que caracterizam a realidade da

sala de aula de Matemática na Educação Básica, vemos como algo positivo, relacionar o que

hoje é vivenciado na escola ao que orienta os Parâmetros Curriculares Nacionais.

Ao considerar a importância de uma formação que conduza os educandos ao

verdadeiro exercício da cidadania, os Parâmetros Curriculares Nacionais (2001, p. 27)

colocam que a Matemática:

Page 44: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

41

[...] pode dar sua contribuição à formação cidadã ao desenvolver

metodologias que enfatizem a construção de estratégias, a comprovação e

justificativa de resultados, a criatividades, a iniciativa pessoal, o trabalho

coletivo e a autonomia advinda da confiança na própria capacidade para

enfrentar desafios.

Nessa perspectiva, vale enfatizar que não se trata de regras a serem seguidas ou

receitas prontas. Devemos pensar na efetivação de uma proposta curricular que desempenhe o

seu real papel na formação de capacidades intelectuais, de modo que, o aluno associe as

vivências de sala de aula a situações da vida cotidiana e sejam capazes de ligar os

conhecimentos matemáticos a conhecimentos de outras áreas.

Acreditamos em uma dinâmica de trabalho educativo que conduza o educando a não

somente aprender conceitos, mas a ligá-los a questões de urgência social. Trata-se de dar

sentido aos conteúdos curriculares, possibilitando uma aproximação tanto aos conhecimentos

específicos como ao desenvolvimento de atitudes que refletem na autonomia do sujeito.

Conforme a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, nº 9394 de 1996),

Art. 27º. Os conteúdos curriculares da Educação Básica observarão, ainda, as

seguintes diretrizes:

I – a difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e

deveres dos cidadãos, de respeito ao bem comum e à ordem democrática;

II – consideração das condições de escolaridade dos alunos em cada

estabelecimento;

III – orientação para o trabalho;

IV – promoção do desporto educacional e apoio às práticas desportivas não

formais.

Com isso fica claro a concordância dos Parâmetros Curriculares Nacionais com o que

rege a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), ao tratar da transversalidade como

perspectiva a ser partilhada por docentes das diferentes áreas de conhecimento, inclusive,

Matemática.

Dentro da proposta delineada nos Parâmetros Curriculares Nacionais, os temas

transversais: Ética, Orientação Sexual, Meio Ambiente, Saúde, Pluralidade Cultural, Trabalho

e Consumo, se apresentam como resultados de discussões realizadas não somente no Brasil,

mas em muitos países do mundo, objetivando a efetivação de uma prática pedagógica

sistematizada e contínua de modo a perpassar, a ideia limitada de que ensinar Matemática é

Page 45: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

42

somente transmitir conteúdos curriculares. “As áreas convencionais devem acolher as

questões dos temas transversais de forma que seus conteúdos as explicitem e que seus

objetivos sejam comtemplados” (BRASIL, 1998, p. 27).

Yus (1998) argumenta que os temas transversais se apresentam como eixos condutores

da atividade escolar que são comuns a todas as disciplinas. Trata-se de um tratamento

transversal que atende ao currículo global da escola.

Trazendo a discussão para as questões voltadas ao ensino da Matemática, é

conveniente entender a importância da sua integração à vida dos sujeitos da escola,

considerando a necessidade da sua utilização nas atividades cotidianas, sobretudo, no contexto

atual do seu ensino, haja vista, a existência de barreiras que distanciam os conceitos

matemáticos das vivências dos educandos, resultando numa profunda antipatia e aversão.

Monteiro e Pompeu (2001, p. 38) entendem que o ensino da Matemática:

[...] deve basear-se em propostas que valorizam o contexto sociocultural do

educando, partindo de sua realidade, de indagações sobre ela, para a partir

daí definir o conteúdo a ser trabalhado, bem como o procedimento que

deverá considerar a matemática como umas das formas de leitura do mundo.

Com isso, confirma-se o entendimento de que a Matemática se manifesta na ação do

homem sobre a realidade por ele vivida. Sob essa ótica, entendemos que, para que haja a

compreensão dessa realidade, necessita-se pensar em alternativas de análise e sistematização

dos conhecimentos envolvidos no processo.

Nessa perspectiva, o professor está diante de um leque de possibilidades que

favorecem a promoção de uma prática mais consistente, dimensionando suas vivências

cotidianas em sala de aula e possibilitando maior aproximação com os educandos, de modo a

fortalecer os seus saberes que são refletidos em um processo de ensino que propiciem uma

aprendizagem com resultados expressivos.

Para tanto, levando em consideração as Tendências em Educação Matemática

supracitadas e as considerações levantadas a respeito dos Parâmetros Curriculares Nacionais,

apresentaremos neste estudo, possíveis caminhos para “fazer Matemática na sala de aula”.

2.4 OS JOGOS COMO RECURSO PEDAGÓGICO NO ENSINO DA MATEMÁTICA

As problemáticas relacionadas ao processo de ensino/aprendizagem dos Números

Inteiros (Z), conforme já foi argumentado, anteriormente, é algo que se perpetua no decorrer

Page 46: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

43

dos tempos, refletindo de certo modo, nos currículos educacionais da contemporaneidade.

Assim, esta pode ser compreendida como uma, entre tantas razões, que tem gerado de forma

tão perceptível, muitas dificuldades, por grande parte dos educandos, principalmente, da

Educação Básica.

Nessa perspectiva, em consonância com as “Tendências em Educação Matemática”,

anteriormente apresentadas, os Parâmetros Curriculares Nacionais (2001) vem apontar

caminhos para “fazer Matemática” na sala de aula, não caminhos que possam ser

identificados como melhores, mas como possibilidades de construção da prática do professor,

de modo a favorecer uma aprendizagem significativa para o aluno. Dentre essas

possibilidades, faz-se menção a História da Matemática, as tecnologias de comunicação e os

jogos pedagógicos, como recursos que se bem utilizados, podem facilitar o processo de

ensino/aprendizagem, dialogando assim, com o pensamento que Flaming et al (2005) quando

apresenta as tendências.

Nesse sentido, trazemos para dentro dessa proposta de pesquisa, a utilização dos jogos

pedagógicos no ensino da Matemática, pois compreendemos que esse recurso pedagógico,

possivelmente, pode viabilizar o respaldo necessário na obtenção de dados e, principalmente,

uma aprendizagem significativa para os alunos.

Assim, diante desta proposta de trabalho com os jogos pedagógicos nas aulas de

Matemática, recorremos ao que diz Borin (2004), quando enfatiza que os jogos possibilitam

diminuir dificuldades apresentadas por muitos educandos que temem a Matemática e não se

veem com capacidade para aprendê-la. Assim, o aluno não age passivamente dentro da

situação de jogo, sente-se motivado e apresenta um melhor desempenho e atitudes mais

positivas diante de processos de aprendizagem.

Em consonância com este pensamento, recorremos a Piaget (1976, p.160), quando diz

que "[...] os jogos não são apenas uma forma de desabafo ou entretenimento, para gastar

energias [...], mas meios que contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual".

Pensando assim, é conveniente entender que, o jogo pode possuir um caráter de diversão, mas

também, favorece a busca de soluções, estimulando os participantes a vencer desafios, usando

diferentes estratégias.

Podemos dizer que esse entendimento se confirma com o pensamento de Rêgo G. e

Rêgo M. (2004, p. 25) quando argumentam que “o jogo se bem escolhido e explorado, pode

ser um elemento auxiliar de grande eficácia para alcançar alguns dos objetivos do ensino,

dentre eles, ajudar o aluno a desenvolver suas potencialidades tanto intelectuais quanto

afetivas e físicas”.

Page 47: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

44

Dessa forma, a utilização dos jogos no processo educativo pode contribuir,

significativamente, para que o aluno desenvolva pensamentos analógicos, pois, nesse ponto de

vista, tem-se a oportunidade de trabalhar com símbolos. Com isso em mente, desconstrói-se a

ideia de que o trabalho com jogos limita-se tão somente a meras repetições ou recreações sem

significados, visto por muitos como sinônimo de professor descomprometido e preguiçoso.

Nessa direção, Smole et al (2007, p. 10) argumenta que:

O jogo na escola foi muitas vezes negligenciado por ser visto como uma

atividade de descanso ou apenas como um passatempo. Embora esse aspecto

possa ter lugar em algum momento, não é essa a ideia de ludicidade [...]

porque esse viés tira a possibilidade de um trabalho rico, que estimula as

aprendizagens e o desenvolvimento de habilidade matemáticas por parte dos

alunos. Quando propomos jogos nas aulas de matemática, não podemos

deixar de compreender o sentido da dimensão lúdica [...]. Todo jogo por

natureza desafia, encanta, traz movimento, barulho e uma certa alegria para

o espaço no qual normalmente entram apenas o livro, o caderno e o lápis.

Essa dimensão não pode ser perdida apenas porque os jogos envolvem

conceitos de matemática. Ao contrário, ela é determinante para que os alunos

sintam-se chamados a participar das atividades com interesse.

Pode-se dizer que, o trabalho com jogos no ensino da Matemática não deixa de ser um

desafio, pois o professor deve propor, com responsabilidade, objetivos a serem alcançados de

modo que os alunos sejam motivados a desenvolverem suas competências e habilidades,

considerando, obviamente, as suas particularidades. O que acontece, é que, frequentemente,

ao se trabalhar a ludicidade em sala de aula, principalmente, com a inserção de jogos, muitos

profissionais não traçam objetivos, trabalhando de forma aleatória, adotando como princípio

apenas diversão.

Além de vantagens que condizem com as já expostas neste texto, quanto a inserção

dos jogos nas aulas de Matemática, Grando (2000), em sua tese de doutorado apresenta

algumas desvantagens que devem ser consideradas pelos educadores que se propõem a

desenvolver um trabalho pedagógico que responda as expectativas de um processo de ensino

que resulte em aprendizagem com significados. Vejamos as desvantagens:

- quando os jogos são mal utilizados, existe o perigo de dar ao jogo um

caráter puramente aleatório, tornando-se um "apêndice" em sala de aula. Os

alunos jogam e se sentem motivados apenas pelo jogo, sem saber porque

jogam;

- o tempo gasto com as atividades de jogo em sala de aula é maior e, se o

professor não estiver preparado, pode existir um sacrifício de outros

conteúdos pela falta de tempo;

Page 48: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

45

- as falsas concepções de que se devem ensinar todos os conceitos através

de jogos. Então as aulas, em geral, transformam-se em verdadeiros cassinos,

também sem sentido algum para o aluno;

- a perda da "ludicidade" do jogo pela interferência constante do professor,

destruindo a essência do jogo;

- a coerção do professor, exigindo que o aluno jogue, mesmo que ele não

queira, destruindo a voluntariedade pertencente à natureza do jogo;

- a dificuldade de acesso e disponibilidade de material sobre o uso de jogos

no ensino, que possam vir a subsidiar o trabalho docente (GRANDO, 2000,

p. 35).

Trata-se, portanto, de um trabalho com responsabilidade e comprometimento, pois o

professor, rotineiramente, se depara com meios diversificados - a exemplo dos jogos

pedagógicos- que pode levar o aluno a aprender, sobretudo, faz-se necessário, o entendimento

de que, o trabalho pedagógico requer cuidado e reflexão, respeitando o ritmo e o tempo de

aprender de cada educando, tendo em mente que, “o tempo de aprender determina o compasso

de tempo de ensinar” (SMOLE, 2007, p. 18).

Por isso, o docente ao propor algum tipo de atividade em sua sala de aula, deve está

fundamentado teoricamente, fazendo sempre à associação a proposta pedagógica da escola,

bem como, à realidade vivenciada pelos seus alunos.

Nesse sentido, as atividades que envolvem jogos, permitem ao professor a análise e

avaliação de alguns aspectos, conforme está descrito nos Parâmetros Curriculares Nacionais

(2001, p. 47), como segue:

As atividades de jogos permitem ao professor analisar e avaliar os seguintes

aspectos:

- compreensão: facilidade para entender o processo do jogo assim como o

autocontrole e o respeito a si próprio;

- facilidade: possibilidade de construir uma estratégia vencedora;

- possibilidade de descrição: capacidade de comunicar o procedimento

seguido e da maneira de atuar;

- estratégia utilizada: capacidade de comparar com as previsões e hipóteses.

Quanto à caracterização e classificação dos jogos, Alves (2012, p. 29) defende a ideia

de se buscar “critérios relacionados com a idade, o número de participantes envolvidos, o

local de realização, os instrumentos utilizados, as épocas históricas, as habilidades e atitudes,

a força física e mental, os fins, as funções etc.” Essa postura deixa claro que, não é

interessante que se trabalhe jogos pedagógicos de forma aleatória, desconsiderando as fazes

do desenvolvimento cognitivo do aluno, assim como bem defende Piaget (1896 – 1980).

Page 49: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

46

Assim, levando em consideração a faixa etária como critério, Alves (2012, p. 31 apud,

CHATEAU, 1987):

relaciona e caracteriza as variações dos jogos através das idades, além de

considerar que o jogo origina inúmeras atividades superiores, como a arte, a

ciência, o trabalho, o esporte, a religião, enfatizando seu uso como meio

auxiliar na educação, pois o jogo contribui para desenvolver o espírito

construtivo, bem como a imaginação de cada indivíduo.

Nessa perspectiva, observemos a explicação no quadro:

Quadro 1 - Relação dos jogos por idade e sua classificação.

JOGOS ANOS

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 ---- Jogos Funcionais __________ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _

_________

_________ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _

________ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _

_ _ _ _ _ _ ________________ _ _ _ _ _ _

______________________________ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _

_______________________________________________________

_____________________________ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _

_ _ _ _ _ _ _ _________________

_________________________

_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _______________

_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ ______________

---- hedonísticos

---- com o novo

---- de destruição

--de ordem e de euforia

---- figurativos

---- de construção

---- de regra arbitrária

---- de valentia

---- de competição

Danças

Cerimônias

______________ maior ênfase nos jogos

_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ duração dos jogos

Fonte: Chateau (1987, p. 114).

No quadro 1 se percebe que o autor apresenta a relação dos jogos a serem utilizados

por idade e de acordo com a sua classificação. A linha pontilhada retrata o período em que os

jogos devem ser explorados, enquanto a linha reta e prolongada representa o período em que

se deve dar maior ênfase ao jogo. Outro ponto passível de reflexão conforme o quadro, diz

respeito ao trabalho com jogos vir a ser vivenciado a partir dos anos iniciais do Ensino

Fundamental, favorecendo o processo de ensino/aprendizagem. Nessa direção, podemos dizer

que o nível de complexidade dos jogos, e o tipo de jogo devem depender da faixa-etária, bem

como da modalidade de ensino pela qual o aluno faz parte.

Corroborando com esse argumento, Smole et al (2007, p. 11) caracterizam os jogos de

modo que atendam prováveis necessidades nas aulas de Matemática refletindo, nessa

perspectiva, seus significados. Sendo assim, para os autores:

Page 50: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

47

- o jogo deve ser para dois ou mais jogadores, sendo portanto, uma atividade

de que os alunos realizem juntos;

- o jogo deverá ter um objetivo a ser alcançado pelos jogadores, ou seja, ao

final, haverá um vencedor;

- o jogo deverá permitir que os alunos assumam interdependentes, opostos e

cooperativos, isto é, os jogadores devem perceber a importância de cada um

na realização dos objetivos do jogo, na execução das jogadas, e observar que

um jogo não se realiza a menos que cada jogador concorde com as regras

estabelecidas e coopere seguindo-as e aceitando as consequências;

- o jogo precisa ter regras preestabelecidas que não podem ser modificadas

no decorrer de uma jogada, isto é, cada jogador deve perceber que as regras

são um contrato aceito pelo grupo e que sua violação representa uma falta;

havendo desejo de fazer alterações, isso deve ser discutido com todo grupo

e, no caso de concordância geral, podem ser impostas ao jogo daí por diante;

- jogo, deve haver a possibilidade de usar estratégias, estabelecer planos,

executar jogadas e avaliar a eficácia desses elementos nos resultados obtidos,

isto é, jogo não deve ser mecânico e sem significado para os jogadores.

Seguindo essa direção, compreendemos que a utilização dos jogos pedagógicos

perpassa a fase do erro e das tentativas. Com esses encaminhamentos, compreendemos que a

proposta do trabalho com este recurso não se reduz somente a diversão, mas na proposição de

situações desafiadoras para o educando, de modo a fazer novas descobertas, estimulando

principalmente a aprendizagem matemática.

Para Vygotsky (1998, p. 137) “a essência do brinquedo é a criação de uma nova

relação entre o campo do significado e o campo da percepção visual, ou seja, entre situações

no pensamento e situações reais”. Com isso, o autor entende que o ato de brincar, além da

diversão e interação entre os participantes, é visto como alternativa que exercita o plano

imaginário através de diversas regras consolidando novos conhecimentos. Assim posto,

evidencia-se que o pensamento do autor vai em encontro ao que propõe as Diretrizes

Curriculares de Matemática do Estado do Paraná (2008, p. 45) quando enfatiza que:

A aprendizagem da Matemática consiste em criar estratégias que

possibilitam ao aluno atribuir sentido e construir significado às ideias

matemáticas de modo a tornar-se capaz de estabelecer relações, justificar,

analisar, discutir e criar. Desse modo, supera o ensino baseado apenas em

desenvolver habilidades, como calcular e resolver problemas ou fixar

conceitos pela memorização ou listas de exercícios.

De modo geral, estamos diante de um aporte teórico que fortalece a compreensão do

que propõe esta pesquisa. Nesse viés, entendemos que os que fazem a comunidade escolar

devem ser mobilizados na busca de estratégias que tornem os educandos construtores de seu

próprio conhecimento, no qual, o dinamismo de suas relações em sala de aula possa crescer

definindo valores e viabilizando um processo de ensino/aprendizagem com significados.

Page 51: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

48

3 CAMINHOS PERCORRIDOS DURANTE A PESQUISA: DA OBSERVAÇÃO A

INTERVENÇÃO

3.1 CONHECENDO A ESCOLA ONDE FOI REALIZADA A PESQUISA

Ao iniciarmos a nossa investigação, fizemos uma visita à escola e apresentamos um

ofício da coordenação do PPGE (ANEXO A)2 nos encaminhando para realização da pesquisa.

Na oportunidade, apresentamos também, a nossa proposta à diretora e aos professores que

participaram da pesquisa. A diretora se mostrou muito receptiva, enquanto os professores

reconheceram a relevância do estudo e assumiram o compromisso, mediante assinatura de um

termo de consentimento livre e esclarecido (APÊNDICE A) de participarem como

colaboradores da pesquisa.

Consequentemente, decidimos conhecer mais a fundo o ambiente a ser investigado, e

com a ajuda de alguns membros da escola, de posse do Projeto Pedagógico e através de

algumas conversas informais, tivemos a oportunidade de fazer uma descrição mais detalhada.

A Escola Estadual de Ensino Fundamental João Suassuna, localiza-se na Praça

Prefeito José Sergio Maia, nº 70 no centro da cidade de Catolé do Rocha, no estado da

Paraíba. Foi fundada através de um decreto de criação nº 606 de 23 de novembro de 1934. O

seu nome remete à memória do ilustre João Suassuna, homem público que se destacou pelo

serviço prestado no Estado da Paraíba, assumindo importantes cargos.

São anos de história, contribuindo com a educação da cidade e região, pois a escola

recebe alunos e professores de localidades circunvizinhas, sempre demonstrando que a

educação é uma continuação da vivência familiar, do trabalho e demais formas do convívio

social.

Em relação às modalidades de ensino, a escola oferece os Anos Finais do Ensino

Fundamental, Educação de Jovens e Adultos (EJA), Projovem Urbano; possui o Programa

Mais Educação, contribuindo com a formação integral dos alunos; também possui o programa

Revisitando Saberes, atendendo os educandos com dificuldades de aprendizagem em Língua

Portuguesa e Matemática. A escola foi contemplada com o projeto “Um Computador por

Aluno” (UCA) no ano de 2010, que nesse período não foi efetivado na prática. Foi somente

em agosto de 2012, com incentivo da Secretaria de Estado da Educação (SEE) e apoio da

2 O ANEXO A – OFÍCIO PPGE/DE/CAMEAM – 005/2014, não foi redigido contendo o título apresentado na

versão final desta dissertação, tendo em vista à ocorrência de reflexões/reformulações ocorridas durante as

diferentes etapas vivenciadas na pesquisa.

Page 52: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

49

União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME) que houve um resgate da

credibilidade do projeto, na qual, as atividades relacionadas ao projeto começaram a ser

desenvolvidas.

A escola possui corpo docente, quadro de funcionários e de apoio, suficiente para

atender as necessidades, constituído de vinte e um professores, cinco com Pós-Graduação,

treze com graduação e três com Curso Normal (Magistério). A escola também consta com

dois técnicos pedagógicos, um administrativo, dez auxiliares de serviços gerais, um auxiliar

de secretaria, dois inspetores e dois prestadores de serviços.

A escola ainda possui um Conselho Escolar para desempenhar seu papel

socioeducativo, cultural, econômico e ambiental. Em se tratando dos educandos, são oriundos

das diferentes classes sociais, com uma população de 455 alunos, distribuídos em três turnos

em turmas do 6º ao 9º ano.

Outro fator importante a ser observado, é que, ao analisar o Projeto Político

Pedagógico (PPP) da escola, percebemos a organização de conceitos essenciais de todos os

componentes curriculares trabalhados nos Anos Finais do Ensino Fundamental, modalidade

existente na escola.

Sendo assim, como a nossa investigação volta-se para questões relacionadas ao ensino/

aprendizagem da Matemática nos Anos Finais do Ensino Fundamental, os quadros que

apresentaremos a seguir, que estão incluídos no Projeto Político Pedagógico da escola,

demonstram as competências e habilidades que devem ser desenvolvidas nesta modalidade de

ensino, bem como, os conteúdos trabalhados a cada ano. Também ressaltamos que, o projeto

pedagógico curricular da escola, pelo que consta, está baseado nas Diretrizes Curriculares

Nacionais Gerais para a Educação Básica, instituída pela Resolução CNE/CEB nº 4, de 13 de

julho de 2010, e nas Diretrizes Curriculares para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos,

instituída pela Resolução CNE/CEB nº 7, de 14 de dezembro de 2010, como também, nos

Parâmetros Curriculares nacionais (PCNs). Vejamos os quadros:

Page 53: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

50

Quadro 2 - Competências e Habilidades a serem desenvolvidas no Ensino Fundamental – Matemática. M

AT

EM

ÁT

ICA

AN

OS

FIN

AIS

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES

Identificar e solucionar, de maneira autônoma e eficaz, problemas do cotidiano,

cuja resolução requeira da investigação científica e dos procedimentos próprios

da matemática;

Compreender e explicar fenômenos e situações do mundo atual, por meio da

utilização de estratégias de busca, no armazenamento e no tratamento da

informação, na exploração de suas alternativas e suas representações gráfica e

numérica;

Elaborar estratégias pessoais e estimativas, de cálculo mental e de orientação

espacial, por meio do raciocínio lógico, para resolução de problemas cotidianos

simples;

Identificar, sempre que necessário, formas geométricas que compõem o mundo

por meio da utilização do conhecimento dos seus elementos e de suas

propriedades, para desenvolver novas possibilidades de ação em sua vida

cotidiana;

Compreender e utilizar os conceitos, os procedimentos e as estratégias

matemáticas para a interpretação, a valorização e a produção de informações e de

mensagens em situações distintas e fenômenos conhecidos;

Expressar-se, oral, escrita e graficamente sempre que necessário, em situações

suscetíveis de serem tratadas matematicamente, mediante a utilização e o manejo

de vocabulário específico de terminologia e de noções matemáticas;

Analisar informações provenientes de diferentes fontes, utilizando ferramentas

matemáticas, na formação da opinião própria que permita uma expressão crítica

em problemas atuais.

Fonte: DCNEF – Resolução CNE/CEB nº 7, de 14 de dezembro de 2010.

Page 54: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

51

Quadro 3 - Conteúdos trabalhados nos Anos Finais do Ensino Fundamental – Matemática. C

ON

TE

ÚD

OS

PR

OG

RA

TIC

OS

6º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Números Naturais;

Divisibilidade: divisores e múltiplos;

Geometria: ponto, reta, plano, ângulos, polígonos, triângulos e quadriláteros;

Forma fracionária dos números naturais;

Forma decimal dos números racionais;

Medindo comprimentos: volume e massa.

CO

NT

DO

S

PR

OG

RA

TIC

OS

7º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Potências e raízes;

Conjunto dos Números Inteiros;

Conjunto dos Números Racionais;

Equação do primeiro grau com duas incógnitas;

Sistema de equação com duas incógnitas;

Inequação do 1º grau com uma incógnita;

Ângulos;

Triângulos e quadriláteros;

Razões e proporções;

Porcentagem.

CO

NT

DO

S

PR

OG

RA

TIC

OS

8º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Conjunto dos Números Reais;

Polinômios;

Frações algébricas;

Equações do 1º grau;

Porcentagem;

Sistema de equação do 1º grau;

Geometria: reta, ângulo, polígonos, triângulos, quadriláteros.

CO

NT

DO

S

PR

OG

RA

TIC

OS

9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Noções de estatística;

Potências e suas propriedades;

Cálculos com radicais;

Equações do 2º grau;

Função polinomial do 1º e 2º grau;

Segmentos proporcionais;

Relações métricas do triângulo retângulo;

Relação trigonométrica nos triângulos;

Áreas das figuras geométricas planas;

Cálculo de medidas de áreas e volumes de sólidos geométricos. Fonte: DCNEF – Resolução CNE/CEB nº 7, de 14 de dezembro de 2010.

No tocante ao exposto nos quadros, evidencia-se que a nossa proposta de pesquisa está

totalmente em consonância com o que propõe o projeto político pedagógico da escola e à luz

Page 55: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

52

das Diretrizes Curriculares para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos. Sendo assim, se

observarmos os conteúdos programáticos do 7º e 8º ano do Ensino Fundamental, percebemos

a presença do Conjunto dos Números Inteiros e Conjunto dos Números Reais, conteúdos

explorados no nosso estudo, que também, está dialogando com os direcionamentos

relacionados às competências e habilidades necessárias a esta modalidade ensino.

3.1.1 Caracterização dos sujeitos/alunos investigados

Quanto às turmas onde foi realizada a pesquisa, o 7º ano possui 29 alunos, sendo 20 do

sexo feminino e 09 do sexo masculino, enquanto o 8º ano possui 32 alunos, sendo 16 do sexo

feminino e 16 do sexo masculino. Responderam o pré-teste, 21 alunos do 7º ano e 26 do 8º

ano. Dos 21 alunos do 7º ano que responderam o pré-teste, 07 era do sexo masculino e 14 do

sexo feminino. Já dos 26 alunos do 8º ano, 13 era do sexo masculino e 13 do sexo feminino.

No que diz respeito à faixa etária dos participantes, percebemos certa homogeneidade,

onde no 7º ano, dos 21 que responderam o pré-teste, 02 tinha 11 anos, 16 tinha 12 anos e 03

tinha 13 anos. Enquanto dos 26 alunos do 8º ano, 01 tinha 12 anos, 22 tinha 13 anos e 03 tinha

14 anos. Assim, para uma melhor visualização dos dados relacionados à faixa etária dos

participantes, mostraremos os resultados nos gráficos a seguir.

Gráfico 1 - Faixa etária dos participantes do 7º ano. Gráfico 2 - Faixa etária dos participantes do 8º ano.

Fonte: Sousa, M.A.S. e Costa, F.E.M. Em preparação. Fonte: Sousa, M.A.S. e Costa, F.E.M. Em preparação.

10%

76%

14%

FAIXA ETÁRIA - 7º ANO

11 anos 12 anos 13 anos

4%

85%

11%

FAIXA ETÁRIA - 8º ANO

12 anos 13 anos 14 anos

Page 56: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

53

Conforme percebemos, o 8º ano apresenta dados que demonstram maior

homogeneidade quanto à faixa etária dos participantes, no qual, a grande maioria dos

educandos se enquadra na idade exigida para o ano, estando em melhores condições que os

participantes do 7º ano, que também, em sua maioria estão dentro da faixa etária. Porém, as

turmas, 7º e 8º ano, possuem 14% e 11%, respectivamente, de alunos fora da faixa etária,

esses, não estando em conformidade com a Resolução CNE/CEB nº 3/2005, quando diz que

alunos dos anos finais do Ensino Fundamental devem cumprir os quatro anos da modalidade

com as idades 11 (onze) a 14 (quatorze) anos.

3.1.2 Caracterizando os sujeitos/professores investigados

Os professores participantes da pesquisa totalizavam em 02, sendo o professor de

Matemática do 7º ano, a quem para mantermos o sigilo das informações chamaremos de P1. E

o professor de Matemática do 8º ano, a quem chamaremos de P2.

Quanto à formação, P1 possui licenciatura em Pedagogia e P2 possui licenciatura em

Matemática. Convém enfatizar que P2 não é professor do quadro efetivo da escola, apenas

substitui o professor oficial que está de licença para tratamento de saúde, enquanto P1 está

prestes a se aposentar, e mesmo sendo pedagogo, sempre trabalhou como professor de

Matemática.

Questionados sobre os principais desafios de ensinar na contemporaneidade, P1 é

enfático em argumentar quanto à deficiência de alguns alunos, enfatizando a necessidade do

professor planejar e criar alternativas que facilitem o entendimento. Enquanto P2 argumenta

que:

P2: [...] a tecnologia está predominando em todos os segmentos da

sociedade e o aluno da atualidade tem uma grande dificuldade de

concentração nas aulas [...]. O aluno recebe muitas informações,

porém, não processa, muitas vezes descarta o que está sendo

apresentado pelo professor em sala de aula.

Diante do posicionamento dos professores, recorremos ao que pensa Ribeiro (2003)

quando diz que o mundo hoje é instável, e ser produtivo e promissor torna-se um grande

desafio, onde temos que proporcionar uma formação densa e rica que prepare as pessoas para

trajetórias díspares e imprevistas.

Page 57: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

54

Em consonância com esse pensamento, P1 acredita que “o grande desafio de ser

professor de Matemática hoje, é mudar essa visão de que Matemática não se trata apenas de

fórmulas e exercícios, e sim mostrar aos alunos que a Matemática está presente em nosso dia

a dia.”. Assim sendo, percebemos a preocupação do docente no que diz respeito à

desvinculação da Matemática com a realidade vivida pelos educandos, o que muitas vezes

justifica, de acordo com o que já foi exposto neste estudo, o desafeto pela disciplina.

Questionado sobre a relação com o aluno de hoje, P2 relata que “as redes sociais

realmente mudaram o mundo, de forma construtiva para os que sabem usar, e de forma

destrutiva para os que não sabem”. Ainda argumenta que “diante desse novo mundo, ficou

muito difícil atrair e conquistar o aluno apenas com uma lousa e um pincel. Desta forma,

acredito que utilizar recursos tecnológicos e lúdicos pode melhorar o relacionamento e atrair

esse aluno”.

Assim se firmam as primeiras impressões da postura dos professores em relação a sua

ação docente. Posteriormente, faremos um confronto entre as questões do teste que foi

aplicado aos alunos com outros posicionamentos apresentados pelos professores e alunos nos

questionários.

3.1.2.1 A pesquisa e o professor: dos saberes disciplinares aos experienciais

Desde o início desta investigação a figura do professor sempre esteve em evidência,

visto que, sempre tivemos consciência da fundamental importância deste profissional, não

somente pelo fato de propor auxílio, como participante ativo na obtenção dos dados da

pesquisa, mas, principalmente pela sua posição enquanto sujeito que contribui diretamente

com a formação de pessoas.

É evidente que, a prática cotidiana do professor em sala de aula é fator primordial e

necessário para o alcance do sucesso na aprendizagem dos educandos. Por esta razão e

movidos pela inquietação, no sentido de não entender o insucesso de muitos educandos,

quanto à temática abordada, nos propomos a investigar, não somente os “porquês”

relacionados às deficiências na aprendizagem, mas também entender, até que ponto, a ação

docente, pode contribuir por esse insucesso.

Diante disso, a cada momento vivenciado durante a nossa investigação, ficou evidente

que, realmente, grande parte dos educandos tem aversão a Matemática, confirmando o que

constatou Angelotti e Barros (2007) ao fazer uso de jogos educativos eletrônicos no ensino

dos números negativos no seu trabalho investigativo, conforme descrevemos no Capítulo 1, e

Page 58: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

55

também, o que argumentamos no Capítulo 2 ao tratarmos dos desafetos dos alunos pela

disciplina.

A partir do exposto, Tardif (2012), ao discutir sobre os saberes adquiridos pelos

professores, nos faz compreender como esses saberes são constituídos, não somente a partir

do instante em que ele começa a atuar como profissional da educação, mas sim, durante toda a

sua formação acadêmica. Daí, o autor faz menção aos saberes disciplinares, curriculares e

experienciais, adquiridos ao longo da vida deste profissional, conforme já foi explicita,

anteriormente.

Em se tratando dos professores que participaram da pesquisa, P1 e P2, desde o

princípio se mostraram, totalmente, disponíveis a contribuir com a investigação. Como P1

está prestes a se aposentar, em alguns momentos demonstrou cansaço, no entanto, não deixou

que isso interferisse nas suas responsabilidades enquanto docente, pelo menos durante a

pesquisa. P1 consolidou a sua carreira, ao longo dos anos, como professor de Matemática,

embora tenha formação em Pedagogia. No entanto, apesar de não ter formação na área

específica ao qual leciona, demonstrou experiência, fazendo valer os saberes experienciais

adquiridos ao longo dos tempos. Porém, apesar da experiência e domínio dos conteúdos, há

evidências da importância do valor merecido dos saberes disciplinares que são adquiridos na

universidade.

O que se evidenciou durante o trabalho realizado com o grupo que não participou da

intervenção, foi, exatamente, a afeição de P1 em desenvolver sua prática pautada no livro

didático. Quando questionado sobre quais momentos utiliza o livro durante as aulas e as

estratégias utilizadas para ensinar os números inteiros, o professor enfatizou:

P1: Utilizo quando aplico problemas, atividades e exercícios, para que o

educando possa exercitar resolvendo questões, uma forma de evoluir o seu

aprendizado. As estratégias são estratos bancários, exemplos do dia a dia,

onde ajuda muito a aprendizagem do educando, mas se não alcançar

procuro aplicar jogos.

Assim, a cada semana, à medida que realizávamos intervenção com os jogos com um

grupo de alunos, em outro espaço da escola, P1, trabalhava a mesma temática na sala de aula,

ao seu modo, utilizando o livro didático.

Ao contrário de P1, P2 não exerce a docência há muito tempo. Com formação

específica em Matemática, perceptivelmente, domina com precisão os saberes disciplinares,

interagindo com os educandos com eloquência. Um fator importante que percebemos em P2,

Page 59: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

56

foi, exatamente, a necessidade em está próximo dos alunos. O professor entende que, ser mais

afeiçoado traz vantagens, pois desconstrói a visão negativa que se atribui a Matemática e

aproxima os educandos dos conceitos estudados, amenizando os desafetos.

Quando indagamos a respeito de como vê o aluno de hoje e como se relaciona com

ele, P2 destaca:

P2: O aluno de hoje depende muito do relacionamento professor-aluno, pois

vejo um educando curioso, crítico, criativo e amigo. O compromisso do

professor é ser amigo, animador, motivador e educador para que o discente

possa conduzir a aprendizagem de modo que ele desenvolva e sua

criatividade no dia a dia.

À vista disso, percebemos um professor aberto ao diálogo e a interação, que a cada

instante, durante a investigação, se colocou como professor e aprendiz. Notamos, também

que, a principal ferramenta pedagógica utilizada por P2 é o livro didático, o que serviu de

suporte durante o trabalho com o grupo que não participou da intervenção, assim como P1.

Entretanto, percebemos, em alguns momentos, certa limitação em relação a outras alternativas

de ensino, onde os professores, tanto P1 como P2, se detinham, somente, ao livro, não

procurando outros meios que sanassem dúvidas de alguns educandos que, durante as

atividades propostas, não dominaram as habilidades concernentes ao tema proposto.

Com isto, não queremos subtrair o valor que exerce o livro didático na ação docente,

no entanto, compreendemos que, o professor deve está aberto à inserção na sua prática

cotidiana de sala de aula, outras possibilidades que facilite a aprendizagem dos educandos,

considerando, como foi mencionando anteriormente, que cada aluno tem o seu ritmo e

maneira diferenciada de aprender.

Decerto, concordamos com Rocha Neto (2010), quando apresenta em sua pesquisa

dados que comprovam que a falta de recursos nas escolas, impossibilitam muitas vezes do

professor desenvolver um processo de ensino que apresente resultados significativos, porém

podemos constatar com a nossa investigação que, por mais que escola possua recursos, muitas

vezes os comodismo impede que os docentes proponham novas possibilidades de ensino.

3.2 CONSIDERAÇÕES SOBRE OS INSTRUMENTOS UTILIZADOS NA CONSTRUÇÃO

DOS DADOS

Após o primeiro contato com a escola, organizamos um cronograma de visitas a fim de

conhecer com mais profundidade e acompanhar a sua rotina. Inicialmente, participamos da

Page 60: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

57

semana pedagógica que aconteceu entre os dias 02/02/2015 à 05/02/2015, onde na

oportunidade, a diretora nos apresentou ao corpo docente e os fez cientes da nossa presença

na escola.

Consequentemente, já familiarizados com o ambiente de investigação, passamos a

observar as aulas de Matemática das duas turmas escolhidas. O que justifica o fato de

investigarmos essas turmas se dá pela razão de entendermos que as abordagens relacionadas

às Operações com Números Inteiros (Z) iniciam-se no 7º ano, sendo necessário o domínio das

habilidades relacionadas à temática para que possam compreender conteúdos dos anos

subsequentes. Por isso, optamos por também investigar alunos do 8º ano, pois só assim,

tivemos a oportunidade de fazer um comparativo e perceber se houve evolução na

aprendizagem, e quais eram as principais dificuldades enfrentadas pelos educandos.

Inicialmente, observamos 5 aulas em cada turma durante cinco semanas

consecutivas. Na oportunidade, verificamos como se dava a relação professor/aluno, tanto no

que diz respeito aos conteúdos trabalhados, como no que se refere à interação em sala de aula.

Para obtermos dados mais precisos concernentes ao saberes dos professores, optamos por

aplicar um questionário com os professores para explicitarem os seus posicionamentos em

relação às suas vivências em sala de aula, conforme anteriormente colocamos, conforme

apresentamos anteriormente em alguns relatos.

Posteriormente, foi aplicado um pré-teste com os alunos, com questões retiradas de

livros didáticos utilizados nas escolas da 8ª Gerência Regional da Educação - GRE, onde se

localiza a escola de realização da pesquisa. Salientamos que, as questões foram relacionadas

ao conteúdo investigado: Operações que envolvem os Números Inteiros (Z). Convém lembrar,

que os livros de onde foram retiradas as questões, são originários de exemplares apresentados

no processo de escolha que é realizada de três em três anos nas escolas públicas de todo Brasil

através do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). Trata-se de publicações que

complementam os estudos dos alunos e auxiliam o professor no processo de ensino.

Quanto ao pré-teste, aplicamos um no 7º ano, considerando que, é nesse ano que os

discentes iniciaram suas primeiras experiências com operações que envolvem números

positivos e negativos. O outro pré-teste foi aplicado com os alunos do 8º ano, entendendo que

esses já tiveram estudos mais aprofundados sobre a temática. Após a aplicação do pré-teste, e

feita a análise, tivemos conhecemos os êxitos e dificuldades dos educandos, para

consequentemente, organizarmos a intervenção. Quanto à intervenção, escolhemos 05 jogos

pedagógicos, trabalhados com os alunos, isto, em total consonância com o conteúdo proposto

no pré-teste.

Page 61: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

58

Logo após a intervenção, aplicamos o pós-teste, no qual, tivemos a oportunidade de

fazer um confronto entre os dados adquiridos, em cada teste e nos diferentes anos.

Consequentemente, uma análise nos deu informações pertinentes a respeito da aprendizagem

dos educandos. Assim, conforme Ludke e André (1986) para realizar uma pesquisa faz-se

necessário promover o confronto entre os dados e as informações adquiridas sobre uma

determinada temática, bem como, sobre conhecimento teórico referente a ela.

Assim, para melhor compreendermos o percurso dessa caminhada optamos por

apresentar através de etapas, tendo em vista a importância de cada momento vivenciado

durante a investigação.

3.2.1 Observação

Achamos por bem iniciar a nossa investigação por meio da observação, pois

concordamos com Severino (2007, p. 125) quando diz que, a observação “é todo

procedimento que permite acesso a fenômenos estudados. É etapa imprescindível em qualquer

tipo ou modalidade de pesquisa”. Pensando assim, optamos por, inicialmente, observarmos

assistematicamente alguns momentos vivenciados na escola, no entendimento de que, a partir

da observação teríamos alguns encaminhamentos para as etapas seguintes da pesquisa.

É tanto que, nas primeiras visitas feitas a escola, tivemos a oportunidade de conhecer

tanto a sua estrutura física, como também os docentes, bem como os discentes. Vimos com

essa iniciativa uma possibilidade de nos familiarizar com o ambiente da pesquisa, pois

acreditamos que a observação propicia o entendimento de como se dá os processos realizados

na escola, viabilizando a identificação de problemas e percepção de acertos. Agimos dessa

forma, a princípio, afim de não sermos vistos como estranhos na escola, o que oportunizou a

obtenção de dados mais precisos de modo a atender o objetivo da pesquisa.

Em relação à semana pedagógica realizada no início do ano letivo, concordamos que

foi muito proveitosa, pois foram realizadas atividades de cunho pedagógico e administrativo.

Para melhor entendimento, o quadro 4 apresenta as datas e temáticas abordadas.

Quadro 4 - Temáticas abordadas na Semana Pedagógica da Escola

DATA TEMÁTICA ABORDADA

02/02/2015 Oficina de discussão e apropriação de resultados.

03/02/2015 Diretrizes Operacionais e organização das Turmas.

04/02/2015 PPP, Programas e Projetos da Escola.

05/02/2015 Projetos desenvolvidos no ano anterior e o uso das TICs,

Fonte: Elaborado pelos pesquisadores. Catolé do Rocha – PB, 2016.

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A partir das temáticas apresentadas no quadro, percebemos que, a cada encontro, as

discussões se voltavam sempre às questões pedagógicas e administrativas, nas quais, muito se

argumentava a respeito das avaliações em larga escala, como por exemplo, o Índice de

Desenvolvimento da Educação Básica - IDEB, apresentando seus resultados e metas, e

também o, Índice de Desenvolvimento da Educação da Paraíba - IDEPB, que é um sistema de

avaliação do estado da Paraíba. Este avalia a proficiência em Língua Portuguesa e Matemática

uma vez por ano.

Todos os dias dessa semana, os debates, também, eram fundamentados em torno de

questões relacionadas ao Projeto Político Pedagógico, bem como, aos programas e projetos

vivenciados na escola, no sentido de encontrar possíveis caminhos que possibilitasse

melhoras, frente ao processo educativo.

Assim posto, diante das idas e vindas à escola, tivemos a oportunidade de participar de

planejamentos e outras atividades de cunho pedagógico. Entre essas atividades, participamos

de uma gincana em comemoração ao dia do estudante, onde na condição de membro da mesa

julgadora das atividades, tivemos a oportunidade de interagir com os educandos. A partir

desse momento, já nos sentido em “casa”, passamos a observar as 05 aulas de Matemática no

7º e 8º anos. Durante a observação das aulas fizemos o registro de situações vivenciadas na

sala de aula.

Salientamos também que, a princípio, não comunicamos aos alunos a razão de

estarmos observando as aulas. Contudo, pelo que percebemos, os educandos não se sentiram

incomodados com a nossa presença, o que nos deixou satisfeito, pois naquele momento já não

éramos estranhos para eles.

A partir desse momento começamos a observar a desenvoltura dos educandos em

relação à Matemática, bem como a metodologia utilizada pelo professor ao apresentar os

conteúdos. Diante dessa perspectiva, concordamos com o pensamento de Oliveira (2010, p.

23) que apresenta três razões para a observação:

1. Possibilitar-nos ver o comportamento dos participantes em uma nova luz e

descobrir novos aspectos do contexto; 2. Utilização em conjunto com outros métodos de coleta de dados,

providenciando evidências adicionais para triangulação e estudo da pesquisa;

3. É um método particular apropriado para pesquisa em sala de aula.

Por esta razão, durante esse momento de observação, ficamos atentos à maneira como

os educandos se comportavam em relação às abordagens referentes às Operações com

Page 63: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

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Números Inteiros (Z), considerando que, conforme o planejamento dos professores, e de

acordo com a sequência do livro didático, era justamente a temática que estava sendo

trabalhada.

Pelo que percebemos nas primeiras aulas, tanto P1 como P2, demostravam

preocupação quanto à dificuldade de alguns alunos em relação ao tema em estudo. Em uma

das aulas observadas no 7º ano, P1 apresentou alguns comentários sobre as Operações com

Números Inteiros (Z) e, consequentemente, através de aula expositiva explicativa, introduziu

o tema, Adição com Números Inteiros (Z). Todavia, antes de trabalhar as operações que

envolvia números negativos, P1 fez uma explanação sobre operações com números somente

naturais, relembrando o que haviam estudado anteriormente.

Fato interessante que nos chamou atenção foi exatamente quando P1 começou a

trabalhar as operações com os educandos, pois utilizou exemplos de situações vivenciadas no

cotidiano, fazendo menção à questões monetárias e de temperatura para, assim, facilitar a

compreensão.

Após as primeiras explanações sobre o tema, P1 colocou na lousa as operações: a) (-4)

+ (-2) e b) (-4) + (+2), para os alunos resolverem. Percebemos dificuldades de grande parte da

turma em associar as expressões apresentadas ao que, outrora, foi exposto pelo professor nos

exemplos. Alguns atribuíram como resultado, a expressão (a), -2, fazendo confusões quanto

aos sinais, não sabendo ao certo se somava ou subtraía. Deixaram claro que pelo fato de

existir na expressão o (-4), e este número ser o “maior” e com sinal menos (-) prosseguido de

um sinal positivo (+), subtrairia do (-2). Neste caso, os alunos demonstraram a não

compreensão, de número maior e menor no campo dos negativos, perpetuando as mesmas

compreensões do campo dos naturais, não entendendo o que representa o sinal (-) utilizado

nos números inteiros.

Quanto à outra operação apresentada, como o segundo número é positivo, houve um

menor índice de erros, a maioria dos alunos colocou como resultado, (-2), porém, percebemos

que não estava havendo de fato, a compreensão do conceito de soma de números inteiros, pois

resolveram a operação mecanicamente não entendendo o seu significado.

Outra situação foi observada, dessa vez no 8º ano. P2 ao chegar à sala, inicialmente,

faz a chamada, e solicita silêncio, pois a aula anterior foi de Educação Física e a maioria dos

educandos chegaram da quadra esportiva cheios de energia. Após acalmar a turma, P2 passa

de carteira em carteira averiguando quem havia respondido o “para casa”, passado na aula

anterior.

Page 64: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

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A atividade proposta aos alunos era composta por três questões, onde a primeira

tratava da transformação de números decimais em frações, e a segunda o inverso, transformar

frações em decimais. Perceptivelmente a grande maioria até sabia transformar decimal em

fração, como por exemplo: 0,7 em 10

7, no entanto, grande parte sentia dificuldade em realizar

uma divisão e colocar o número em modo decimal, como por exemplo, apresentar 2

1como

0,5.

Quanto à terceira questão, foi solicitado que os alunos posicionassem os números:

+1,5; -1; 555...; -2,5; π; + 2

5; -0,7; 2

2

5; -1,2; 5 ; +1,5, na reta numérica . Com essa questão

compreendemos que a turma quase em sua totalidade não tinha o domínio de vários conceitos

que envolviam diferentes tipos de números que constituem os diferentes conjuntos numéricos,

desde o reconhecimento de frações, dízimas periódicas, situações que envolvem divisão,

radiciação e números negativos.

Uma situação bem simples que percebemos quando os alunos localizavam os números

na reta numérica, foi exatamente, o não entendimento do número como maior ou menor,

principalmente, quando se tratava de números negativos. Assim, a situação percebida,

sinalizava a necessidade de um trabalho que os levasse ao entendimento de conceitos

elementares que são adquiridos a partir do estudo com Números Inteiros (Z).

No geral, vemos que esse período de observação contribuiu significativamente, tanto

durante a semana pedagógica, onde tomamos conhecimento da proposta pedagógica da escola

e da dinâmica de trabalho dos profissionais, como também durante a observação das aulas nas

duas turmas, pois a partir das vivências desses momentos, pudemos repensar alguns pontos da

pesquisa, principalmente, em relação aos testes a serem aplicados, posteriormente,

prosseguindo com mais segurança as etapas seguintes da investigação.

3.2.2 Questionário

Optamos como segundo passo da investigação a aplicação de um questionário, para

verificar ações e concepções do processo da relação professor/aluno, pois, como já foi

mencionado anteriormente, torna-se comum a existência de algumas barreiras e desafetos que

separam o professor de Matemática e os alunos. Para Severino (2007, p.125), o questionário é

um “conjunto de questões, sistematicamente articuladas, que se destinam a levantar

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informações escritas por parte dos sujeitos pesquisados, com vistas a conhecer a opinião dos

mesmos sobre os assuntos em estudo”.

Portanto, consideramos a elaboração de um questionário, a ser respondido pelo

professor, como instrumento essencial, no sentido de compreender o seu posicionamento em

relação a sua experiência enquanto docente, a relação com os educandos e a sua metodologia

de ensino.

Assim posto, a elaboração do questionário (APÊNDICE C) para o professor foi

dividida em três partes. A primeira, uma carta de apresentação do questionário de pesquisa,

com informações relevantes sobre o trabalho que está sendo desenvolvido e, deixando o

respondente ciente do sigilo das informações. A segunda parte, com apresentação e

caracterização do respondente. E a terceira, com o seu posicionamento crítico.

Convêm lembrar que a parte referente ao posicionamento crítico direciona o

respondente a tratar de questões relacionadas à interação com os alunos, desafios enfrentados

na contemporaneidade e metodologias utilizadas em sala de aula. Apresentamos também,

questões que fazem menção as Operações com Números Inteiros (Z), a fim de entendermos

como se dá o processo de ensino/aprendizagem desta temática nas salas de aula do 7º e 8º ano

do Ensino Fundamental. Ressaltamos que, anteriormente, no tópico de caracterização dos

sujeitos professores, já foram utilizados alguns posicionamentos expressos no questionário.

3.2.3 Pré-teste

Após a consolidação dos dados referentes aos primeiros momentos de observação e

aplicação de questionários com os professores, passamos a organização do pré-teste. Tanto o

pré como o pós-teste são considerados instrumentos utilizados para medir o nível de

conhecimentos de participantes de uma dada situação de aprendizagem.

Assim, com as aulas observadas e considerações dos professores contidas nas

respostas do questionário, iniciamos a elaboração do pré-teste (APÊNDICE D) a ser aplicado

nas duas turmas, 7º e 8º ano. Vale ressaltar que, tivemos a preocupação em elaborar um pré-

teste para as duas turmas com questões de diferentes níveis de complexidade, considerando

que se tratava de anos diferentes. Contudo, os dois pré-testes possuíam questões comuns, pois

só assim, tivemos a oportunidade de comparar o desempenho dos educandos em relação à

temática abordada.

O pré e pós-testes foram divididos em grupos de questões das mais simples a mais

complexas. O quadro a seguir, demonstra a divisão das questões em grupos de acordo com o

Page 66: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

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nível de complexidade, sendo que na primeira coluna apresentamos o grupo de questões

propostas e na segunda coluna apresentamos a caracterização de cada grupo.

Quadro 5 - Caracterização e divisão dos pré e pós -testes em grupos de questões por nível de complexidade.

QUESTÕES CARACTERIZAÇÃO

01, 02; 03; 04; 05; 06, 07

Localização de Números Inteiros (Z)

na reta numérica, com ênfase na

identificação de: maior ou menor,

antecessor e sucessor.

Identificação dos Números Inteiros

(Z) positivos e negativos na reta

numérica.

08; 09; 10; 11; 12; 13

Resolução de Operações que

envolvem os Números Inteiros (Z).

Fonte: Elaborado pelos pesquisadores. Catolé do Rocha – PB, 2016.

Nessa direção, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB, nº

9394/96) no 4º artigo, inciso VII, “o dever do estado com a educação escolar pública será

efetivada mediante garantia de atendimento do educando no Ensino Fundamental, por meio de

programas suplementares de material didático” (BRASIL, 1996, p. 3). Dessa forma, pelo que

se percebe, no Brasil, o sistema educacional valoriza muito a inserção do livro como recurso

didático a ser utilizado nas aulas, principalmente na Educação Básica. Por isso, torna-se

comum, muitos professores nortearem sua prática cotidiana fazendo uso desde recurso.

Partindo desse pressuposto, organizamos os testes com questões dos livros utilizados

pelos professores e alunos das escolas que fazem parte da 8º Gerência Regional de Educação -

GRE. Quanto aos livros de onde foram retiradas as questões, utilizamos cinco:

Quadro 6 - Livros de onde foram retiradas as questões dos testes.

Livro Autores Ano

Matemática: teoria e prática José Jakubovic e Marília Centurion. 7º

Matemática e realidade Antônio Machado, Osvaldo Dolce e Gelson Iezzi. 7º

Vontade de saber matemática Patrícia Rosana Moreno Parato e Joamir Roberto de

Sousa.

Vontade de saber matemática Patrícia Rosana Moreno Parato e Joamir Roberto de

Sousa.

Praticando Matemática Álvaro Andriani e Maria José Vasconcelos. 8º

Fonte: Elaborado pelos pesquisadores. Catolé do Rocha – PB, 2016.

Page 67: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

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3.2.4 Intervenção

A intervenção pedagógica pode ser entendida como a aplicação de procedimentos que

podem ser colocados em prática em uma dada situação de ensino, na qual se justifica pelo fato

dos sujeitos partícipes do processo, apresentarem problemas na aprendizagem. Nesse sentido,

a nossa proposta de pesquisa, pautou-se, antes de tudo, em um processo de

ensino/aprendizagem significativo, onde focamos, principalmente, na metodologia utilizada

pelo professor e seus reflexos na aprendizagem do aluno, buscando, nessa perspectiva,

responder a questão diretriz apresentada no início do nosso texto.

Sendo assim, considerando o caminho já percorrido na investigação, demos conta da

necessidade de uma ação interventiva, que possibilitasse o entendimento de alguns entraves

percebidos por parte do aluno, tanto em relação à afeição pela própria Matemática, como

também, no que diz respeito a questões relacionadas às Operações com Números Inteiros (Z)

que foram explicitadas na resolução do pré-teste.

Partindo desse entendimento, começamos a desenvolver o nosso trabalho com os jogos

pedagógicos, tendo o cuidado em manter a harmonia com o que propõe os Parâmetros

Curriculares Nacionais – PCNs (2001), e os autores, Rêgo, G. e Rêgo M. (2004); Smole et al

(2007) e Alves (2012), entre outros apresentados neste estudo.

Rêgo, G. e Rêgo M. (2004, p. 25) argumentam que, “o professor que deseja

implementar o uso de jogos em sua sala de aula, visando tornar mais eficiente e prazeroso o

processo de ensino/aprendizagem da Matemática, deve estar seguro quanto a metodologia a

ser introduzida, fundamentação teórica, seu alcance e limitações”. Seguindo esse

entendimento, procuramos ser criteriosos no sentido de selecionar jogos que, de fato,

estivessem em consonância com os demais instrumentos de construção de dados

apresentados, bem como, ao aporte teórico que sustenta esta investigação.

Evidentemente, os jogos não foram escolhidos de forma aleatória, a escolha se deu,

levando em consideração, a idoneidade das obras utilizadas, as etapas da pesquisa

anteriormente vivenciadas - desde os posicionamentos dos professores nas respostas dos

questionários, a desenvoltura dos educandos na resolução de cada questão do pré-teste - e

também nos momentos de observação que ocorreram durante todo o processo investigativo.

É preciso destacar que, “os jogos, em geral, não precisam estar, necessariamente,

voltados para o desenvolvimento de conteúdos curriculares específicos para trazer ganhos

cognitivos que auxiliarão o aluno a construir conhecimentos significativos [...]” (RÊGO, G;

RÊGO, M, 2004, p.25). Entretanto, consideramos a ideia proposta por (Alves-Mazzotti, 1998;

Page 68: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

65

Lincoln e Guba, 1985) apud, Fiorentini, et al (2013, p. 41) quando enfatizam “a importância

da utilização de diferentes procedimentos para a obtenção de dados, por eles denominado

triangulação, como uma forma de aumentar a credibilidade de uma pesquisa que adota a

abordagem qualitativa”.

Por isso, além dos questionários, dos pré e pós-testes aplicados, e das observações

assistemáticas que acompanharam a nossa investigação, preparamos os jogos pedagógicos,

nos quais, trabalhamos com os alunos das duas turmas durante a intervenção. Nesta situação,

podemos afirmar que estes jogos estavam em concordância com a temática proposta nesta

pesquisa: “Operações com Números Inteiros (Z)” de modo a facilitar a construção dos dados,

e detecção dos êxitos e, principalmente, das dificuldades dos educandos.

Como se disse anteriormente, as questões propostas nos testes obedeciam a níveis

crescentes de complexidade. Sendo assim, utilizamos os mesmos critérios na escolha dos

jogos, que foram pensados de acordo com as questões dos testes. Dessa forma, o aluno que

ainda não havia desenvolvido as competências e habilidades contidas numa determinada

questão, teria a oportunidade de, através de um novo caminho, desenvolvê-las, mas desta vez

de forma lúdica e significativa.

Escolhemos jogos que atendiam critérios voltados à competição e caracterizados por

seus diferentes tipos de regras, respeitando, obviamente, a faixa etária dos educandos,

conforme o pensamento de Chateau (1987). Convém lembrar que durante um trabalho de

intervenção, há uma expressiva exposição dos sujeitos partícipes. Por esta razão,

considerando que, os participantes ainda não atingiram a maior idade, resolvemos realizar

uma reunião com os pais. Nesta reunião, fizemos uma breve apresentação da experiência

vivenciada com os seus filhos. Aproveitamos a oportunidade e pedimos a autorização através

da assinatura de um termo de consentimento de fotografias e questões dos testes (APÊNDICE

E).

3.2.4.1 Descrição dos jogos pedagógicos trabalhados durante a intervenção

Na sequência, apresentaremos os jogos trabalhados durante a intervenção, de modo a

respeitar os níveis crescentes de complexidade conforme as inquietações explicitadas pelos

professores no questionário e nas questões propostas nos pré-testes. Salientamos que, em cada

jogo, respeitamos a descrição de cada autor idealizador, discorrendo a sua caracterização,

como: o que pode facilitar na aprendizagem, o ano em que pode ser trabalhado, o material que

pode ser utilizado, objetivos e procedimentos. No entanto, demos a liberdade de apresentar

Page 69: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

66

após cada jogo descrito pelos autores, a nossa própria ideia de confecção, apresentando o

material que utilizamos e o passo a passo para construção.

3.2.4.1.1 1º JOGO: Reta Numérica

O 1º Jogo direciona-se às questões de localização dos Números Inteiros (Z) na reta

numérica. Em situações de localização, é comum, os alunos sentirem dificuldades,

principalmente, em relação ao entendimento da identificação dos números como “maior” ou

“menor”. A não identificação desses números os impossibilita de desenvolver outras

habilidades, como a de colocá-los em ordem crescente ou decrescente e até mesmo

reconhecê-los enquanto sucessores ou antecessores. Portanto, este jogo, é indicado para o 7º

ano do Ensino Fundamental, todavia, estas dificuldades são percebidas, também no 8º ano e

nos anos subsequentes, onde este jogo, também, pode ser trabalhado. Neste caso, o Jogo: Reta

Numérica (RÊGO G.; RÊGO M. 2004, p. 37), contempla as habilidades presentes nas

questões 01 a 06 do pré-teste do 7º ano. Segue o jogo:

Facilita: ordem crescente e decrescente, antecessor e sucessor, maior e menor, antes e

depois, reta numérica.

Material: barbante de algodão, lápis, fichas numeradas previamente (números escritos

pelo professor, em pedaços de papel com cerca de 4

1 de uma folha de papel ofício).

Indicação: 7º ano do Ensino Fundamental.

Procedimento: distribuir para todos os grupos, várias fichas numeradas (mais ou

menos três para cada aluno). Os alunos fixarão no barbante todos os números do

grupo, com bandeirolas, em ordem crescente (ou decrescente).

Exemplo:

Figura 2 - Representação do barbante com fichas numeradas do Jogo “Reta Numérica”.

Fonte: Matematicativa, (RÊGO G.; RÊGO M. 2004, P. 37) – Adaptação.

- 3

-1 0 2 4 6

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67

Observação: os números das fichas não precisam ser necessariamente, consecutivos.

Neste caso, questionar para os alunos quais os números (inteiros) que estão faltando. Pode-se

solicitar dos alunos que desenhem uma reta numérica que contenha todos os números do

intervalo. Pode-se complementar a atividade com questões do tipo: no barbante do grupo 1,

qual o maior número par presente? E qual o maior ímpar?

Observação nossa: Justificamos que fizemos algumas adaptações no jogo proposto, de

modo a incluir o Conjunto dos Números Inteiros (Z), considerando que a sua elaboração

contempla apenas o Conjunto dos Números Naturais (N), sendo indicado pelos autores,

(RÊGO G.; RÊGO M. 2004) para ser trabalhado na “Alfabetização e 1ª Série do Ensino

Fundamental”, conforme a nova nomenclatura, 1º e 2º anos do Ensino Fundamental.

Nossa confecção – Material utilizado: cartolina guache, régua, cola, tesoura, barbante,

pegador de roupa, números impressos em papel ofício.

A figura a seguir apresenta o material que foi utilizado, e alguns passos utilizados na

confecção do jogo, sendo que a representação à direita apresenta o jogo concluído.

Figura 3 – Passos utilizados na confecção do jogo Reta Numérica: Números impressos colados na cartolina (à

esquerda); Números a serem recortados em formato de cartão (ao centro); Jogo confeccionado (à direita).

Fonte: Acervo dos pesquisadores. Catolé do Rocha – 2016.

3.2.4.1.2 2º JOGO: Soma de Inteiros

O 2º Jogo faz menção à soma entre Números Inteiros (Z). Este jogo possui um nível de

complexidade maior e para que os educandos tenham êxito nas partidas, há a necessidade de

domínio das habilidades inerentes ao jogo anterior. Neste caso, o jogo: Soma dos Inteiros

(RÊGO G.; RÊGO M. 2004, p. 78), contempla habilidades presentes entre as questões 08 a 13

do pré-teste, especificamente, as que pertencem as operações de adição e subtração. Segue o

jogo:

Facilita: atenção; adição de números inteiros; estimativa.

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Indicação: a partir do 7º ano do Ensino Fundamental.

Para dois participantes.

Material: fita numerada de -12 a 12 (figura 4); um marcador para cada e roleta

dividida em nove partes iguais e numeradas de -4 a 4, incluindo-se o zero (ou de -6 a

6, incluindo o 0).

Figura 4 - Representação da fita numerada do Jogo “Soma de Inteiros”.

-12 -11 -10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Fonte: Matematicativa, (RÊGO G.; RÊGO M. 2004, P. 79).

Procedimento: no início do jogo são colocados os dois marcadores sobre o número

zero. Cada participante, em sua jogada gira a roleta: se o número sorteado for positivo,

deve-se mover para a direita; se for negativo, para a esquerda, a partir da posição em

que se encontrava na última jogada (o valor é somado ao número em que o marcador

se encontra).

Por exemplo, o marcador se encontra na casa do número -5 e foi sorteado o número 6,

o marcador irá para a casa 1. Se o número sorteado fosse -3, o marcador iria para a casa de

número -8.

Se a operação escolhida pelos jogadores for a subtração de inteiros, as direções serão

invertidas, isto é, se o número sorteado na roleta for positivo o marcador se desloca para a

esquerda e, se negativo, o marcador se desloca para a direita.

Por exemplo, o marcador se encontra na casa de número -5 e foi sorteado o número 6,

o marcador irá para a casa -11. Se o número sorteado fosse -3, o marcador para a casa -2.

Objetivo do jogo: ganha o jogo quem conseguir sair primeiro por uma das

extremidades da fita numérica.

Observação: se utilizado para introduzir adição ou subtração de inteiros, é essencial que sejam

feitos registros do valor inicial (onde se encontrava o marcador após a jogada anterior), do

valor sorteado e da posição final, após cada jogada, em uma tabela. Analisando os resultados

registrados o aluno poderá chegar às regras gerais de tais operações.

As operações de adição e subtração de inteiros poderão, deste modo, ser interpretadas como

deslocamentos sobre a reta real, um dos possíveis modelos para as mesmas.

Nossa confecção – Material utilizado: papel filipinho, tesoura, cola, plástico adesivo,

cartolina guache, papel ofício, compasso, isopor, papel madeira, pino para fixar a

roleta.

Page 72: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

69

A figura a seguir apresenta o material que foi utilizado, tanto na confecção da fita

numerada, como na confecção da roleta e alguns passos que foram empregados para

confeccioná-las.

- Fita numérica

Figura 5 – Passos utilizados na confecção do jogo Soma de Inteiros: recortes e colagens na confecção da fita

numérica (à esquerda); representação da fita numérica confeccionada (ao centro); fitas numéricas concluída em

sua totalidade (à direita).

Fonte: Acervo dos pesquisadores. Catolé do Rocha – 2016.

- Roleta

Figura 6 – Passos utilizados na confecção do jogo Soma de Inteiros: desenho, recortes e colagem da roleta (à

esquerda); colagem da roleta no isopor e fixação de pino (ao centro); roleta concluída (à direita).

Fonte: Acervo dos pesquisadores. Catolé do Rocha – 2016.

3.2.4.1.3 3º JOGO: Matix

Este jogo, possibilita o aluno desenvolver o cálculo mental e organizar estratégias para

vencer. Neste caso, o Jogo: Matix (SMOLE, K. S.; DINIZ, M. I.; MILANE, E., 2007, p. 59),

contempla habilidades presentes entre as questões 08 à 13, do pré-teste, especificamente, as

que pertencem as operações de adição. Segue o jogo:

O cálculo com expressões numéricas que envolvem números inteiros é explorado

neste jogo, possibilitando que os alunos aprendam a soma algébrica de números

inteiros e desenvolvam o cálculo mental.

Page 73: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

70

Organização da classe: de dois a quatro alunos; no caso de serem quatro alunos, o jogo

será de dupla contra dupla.

Recursos necessários: para cada grupo, são necessários um tabuleiro quadrado com 36

casas e 36 cartas com os números inteiros escritos na tabela abaixo e nas quantidades

indicadas.

Quadro 7 - Quantidade de peças e números escritos em cada

peça do Jogo “Matix”

Quantidade de peças “Número” escrito na peça

1 Coringa

2 -10

2 -5

2 -4

2 -3

2 -2

2 -1

3 0

2 +1

2 +2

2 +3

2 +4

4 +5

1 +6

2 +7

2 +8

2 +10

1 +15 Fonte: Smole et al (2007, p. 59)

REGRAS

1. Tira-se par ou ímpar para ver quem vai começar o jogo.

2. Cada participante (ou dupla participante) escolherá uma posição (vertical ou

horizontal). Escolhida a posição, esta se manterá até o final do jogo.

3. Começa-se, retirando o coringa do tabuleiro.

4. O primeiro participante retira do tabuleiro um número da linha ou coluna do coringa

(dependendo da posição que escolheu: vertical ou horizontal).

5. Em seguida, o próximo tirará um número da linha ou coluna (dependendo da posição

escolhida) que o primeiro retirou o seu número e assim por diante.

Page 74: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

71

6. O jogo acaba quando todas as peças forem tiradas, ou quando não existir mais peças

naquela coluna ou linha para serem tiradas.

7. O total de pontos de cada jogador ou dupla é a soma dos números retirados do

tabuleiro.

8. Vence o jogo o participante ou dupla que tiver mais pontos.

Os parênteses separam os sinais das parcelas, que podem ser negativas ou positivas, do

sinal + colocado entre elas que indica a operação de adição.

Os alunos podem ainda escrever dicas para um jogador ter bons resultados nesse jogo.

O texto de dicas mostra ao professor como os alunos hipotetizaram suas jogadas, fizeram

escolhas e quais problemas que resolveram através do jogo. Este texto auxilia os alunos a

terem maior clareza das estratégias vencedoras e de como fazer para planejar e executar

jogadas.

Nossa confecção – Material utilizado: cartolina guache, papel ofício, números

impressos, plástico adesivo, tesoura, cola, procedimentos impressos.

A figura a seguir é um demonstrativo do material que foi utilizado, e um passo a passo

empregado na confecção do jogo, sendo que a representação à direita apresenta o jogo

concluído.

Figura 7 – Passos utilizados na confecção do jogo Matix: confecção das fichas a serem colocadas sobre o

tabuleiro (à esquerda); confecção do tabuleiro (ao centro); tabuleiro concluído e colagem de procedimentos ao

verso.

Fonte: Acervo dos pesquisadores. Catolé do Rocha – 2016.

3.2.4.1.4 4º JOGO: Positivo e negativo

Este jogo está relacionado à “regra de sinais”, considerado um dos principais entraves

dos educandos na aprendizagem das Operações com Números Inteiros (Z). No nosso

entendimento enquanto professor de Matemática, desenvolver as habilidades relacionadas a

Page 75: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

72

“regra de sinais”, pode ser considerado um dos primeiros passos para se resolver operações.

Neste caso, o Jogo: positivo e negativo (RÊGO G.; RÊGO M. 2004, p. 75), contempla as

habilidades presentes nas questões, 08 a 13 do pré-teste do 7º ano, com ênfase nas

multiplicações e divisões. Segue o jogo:

Facilita: atenção; operações com números inteiros; planejamento de ação;

estabelecimento de relações.

Indicação: 7º ano do Ensino Fundamental.

Para dois participantes.

Material: Fichas com o sinal + e fichas com o sinal - em qualquer quantidade, no

mínimo dez de cada.

Procedimento: é colocada sobre a mesa uma quantidade qualquer de fichas dos dois

tipos, escolhidas aleatoriamente (não necessariamente a mesma quantidade de cada

uma das fichas). É necessário ter fichas reservas dos dois tipos.

Cada jogador, em sua jogada, escolhe duas fichas entre as que estão na mesa e procede

do seguinte modo:

a) As duas fichas são retiradas e se tiverem sinais iguais (ambos positivos ou ambos

negativos) são trocadas por uma de sinal + (da reserva) que é colocada na mesa.

b) As duas fichas são retiradas e se tiverem sinais opostos (uma positiva e a outra

negativa) devem ser trocadas por um sinal de – (da reserva), que é colocada na

mesa.

Objetivo do jogo: ganha o jogo quem conseguir deixar na mesa apenas uma ficha de

sinal negativo. Investigar se existe alguma condição que facilite a vitória do primeiro

ou do segundo jogador.

Variante: pode-se substituir as fichas com sinais por figuras geométricas com duas

formas distintas como, por exemplo, círculos e triângulos recortados em cartolina ou

outro material, adaptando-se a regra dada.

Nossa confecção - Material utilizado: papel cartão, régua, tesoura pincel atômico

vermelho, fita para envolver o conjunto de fichas de cada grupo.

A figura a seguir é um demonstrativo do material que foi utilizado, sendo que a

representação à direita apresenta o jogo concluído.

Page 76: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

73

Figura 8 – Passos utilizados na confecção do jogo Positivo e Negativo: recortes do papel cartão para confecção

de fichas (à esquerda); pincel atômico para preencher as fichas com sinais, positivo e negativo (ao centro); jogo

confeccionado (à direita).

Fonte: Acervo dos pesquisadores. Catolé do Rocha – 2016.

3.2.4.1.5 5º JOGO: Eu sei!

O 5º jogo está relacionado com Operações de Multiplicação de Números Inteiros (Z),

e também, pode-se adaptar e trabalhar com as Operações que envolvem as Divisões. Este jogo

possui um nível de complexidade maior, no qual, para que os educandos tenham êxito nas

partidas, é necessário o domínio das habilidades adquiridas nos jogos anteriores, inclusive, a

“regra de sinais”. Neste caso, o Jogo: Eu sei! (SMOLE, K. S.; DINIZ, M. I.; MILANE, E.,

2007, p. 69), contempla habilidades presentes entre as questões 08 à 13 do Pré-teste,

especificamente, as que pertencem as operações de multiplicação e, caso o professor adapte-o,

também a divisão. Portanto, este jogo pode ser trabalhado no 7º e 8º ano, ou anos

subsequente. Segue o jogo:

A habilidade de realizar multiplicações com números positivos e negativos, o conceito

de oposto de um número inteiro e o cálculo mental podem ser explorados a partir deste jogo.

Organização da Classe: em trios.

Recursos necessários: para cada jogador, são necessárias 11 cartas numeradas de -5 a

+5, incluindo zero.

REGRAS

1. Dos três jogadores dois jogam e um é juiz.

2. Cada jogador embaralha suas cartas sem olhar.

3. Os dois jogadores que receberam as cartas sentem-se um em frente ao outro, cada um

segurando seu monte de cartas viradas para baixo. O terceiro jogador fica de frente

para os outros dois, de modo que possa ver seus rostos.

Page 77: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

74

4. A um sinal do juiz, simultaneamente, os dois jogadores pegam a carta de cima de seus

respectivos montes, segurando-as perto de seus rostos de uma maneira que possam ver

somente a carta do adversário.

5. O juiz usa os dois números à mostra, anuncia o produto e pergunta: quem sabe as

cartas? Cada jogador tenta deduzir o número de sua própria carta analisando a carta do

outro. Por exemplo: se o juiz diz -25 e um jogador vê que a carta do seu oponente é 5,

ele deve deduzir que sua carta é -5. Ele pode fazer isso dividindo mentalmente o

produto pelo valor da carta oponente, ou simplesmente pensando em qual números

que multiplicado por 5 resulta -25.

6. O jogador que gritar primeiro “Eu sei!” e disser o número correto pega as duas cartas.

7. O jogo acaba quando acabarem as cartas e ganha o jogador que, ao final, tiver mais

cartas.

Nossa confecção – Material utilizado: cartolina guache, tesoura, cola, régua, números

impressos.

A figura a seguir demonstra o material que foi utilizado, e alguns passos empregados

na confecção do jogo, sendo que, a representação à direita apresenta o jogo concluído.

Figura 9 – Passos utilizados na confecção do jogo Eu sei: colagem dos números impressos na cartolina (à

esquerda); colagem de plástico adesivo e recorte dos números (ao centro); jogo confeccionado (à direita).

Fonte: Acervo dos pesquisadores. Catolé do Rocha – 2016.

3.2.4.2 Como aconteceu a intervenção

Com a posse dos dados originários dos questionários, pré-testes e informações

adquiridas a partir dos momentos de observação, tivemos condições de fazer um levantamento

das habilidades desenvolvidas, ou não, pelos sujeitos investigados. Assim sendo, pelo que

percebemos, até o momento que antecedeu a intervenção, não houve como desconsiderar a

Page 78: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

75

percepção de um misto de dificuldades de alguns alunos, em relação às Operações com

Números Inteiros (Z), nas duas turmas onde foi realizada a pesquisa.

Diante dos dados construídos no percurso investigativo, a ideia da intervenção surgiu,

principalmente, a partir da análise das respostas dos pré-testes, onde se tornaram mais visíveis

as dificuldades dos educandos em relação à temática abordada. Assim, achamos por bem,

desenvolver ações interventivas com os jogos pedagógicos, pois entendemos que, “além de

ser um objeto sociocultural em que a Matemática está presente, o jogo é uma atividade natural

no desenvolvimento dos processos psicológicos básicos que supõe um „fazer sem obrigação

externa e imposta‟ embora demande exigências, normas e controle.” (BRASIL, 2001, p. 47).

Nessa perspectiva, compreendemos que, este seria mais um momento da pesquisa, em

que encontraríamos, de forma mais precisa, respostas às questões apresentadas no início do

estudo, além de contribuir, significativamente, com o processo de ensino, com vistas ao

professor, e a aprendizagem, com vistas ao aluno.

No que tange a realização da intervenção, estabelecemos alguns critérios, tanto no que

diz respeito à divisão dos grupos em cada turma, como em relação aos prazos de aplicação

dos jogos. Assim posto, conforme mencionado anteriormente, a turma do 7º ano era composta

por 29 alunos e a turma do 8º ano, 32 alunos. Nessa situação, optamos por dividir cada turma

em dois grupos, nos quais, com um dos grupos, inicialmente, realizamos uma aula

introdutória para explanação sobre a temática trabalhada e os jogos e, aproveitamos para fazer

um levantamento dos conhecimentos prévios dos educandos. Consequentemente, nos

encontros seguintes, trabalhamos os jogos pedagógicos.

Enquanto isso, no outro grupo, o professor prosseguiu trabalhando a mesma temática a

seu modo. Assim, tivemos a oportunidade de fazer comparativos e perceber a desenvoltura

dos educandos em ambas as situações de ensino e aprendizagem vivenciadas em sala de aula.

Por outro lado, decerto, o pré-teste, bem como a intervenção, nos direcionou a

compreender quais habilidades os educandos das duas turmas já dominavam em relação às

Operações com Números Inteiros (Z). Obviamente, pela lógica, os alunos do 8º ano, deveriam

de certo modo dominar com mais eficácia as habilidades relacionadas à temática, tendo em

vista que, já estavam um ano a frente dos demais participantes.

Para melhor compreensão segue o quadro que demonstra em números como as turmas

foram divididas previamente, e seus respectivos grupos:

Page 79: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

76

Quadro 8 - Demonstrativo da divisão das turmas em grupos para se trabalhar os jogos

TURMAS 7º ANO 8º ANO

Nº DE ALUNOS 29 32

Nº DE ALUNOS

POR GRUPO

15

14

16

16

Aula Introdutória

Alunos que se

mantiveram na

sala de aula com

o professor.

Explanação sobre

a temática e

intervenção.

Levantamento de

conhecimentos

prévios dos

educandos.

Alunos que se

mantiveram na

sala de aula com

o professor.

Explanação sobre

a temática e

intervenção.

Levantamento de

conhecimentos

prévios dos

educandos.

JOGO 01 – Reta

Numérica.

02 grupos de 04

alunos e 02

grupos de 03

alunos.

04 Grupos de 04

alunos.

JOGO 02 – Soma

dos Inteiros.

07 Grupos de 02

alunos.

08 grupos de 02

alunos.

JOGO 03 – Matix

07 Grupos de 02

alunos.

08 Grupos de 02

alunos.

JOGO 04 – Positivo

e Negativo.

07 Grupos de 02

alunos.

08 Grupos de 02

alunos.

JOGO 05 – Eu sei!

02 grupos de 04

alunos e 02

grupos de 03

alunos.

04 grupos de 03

alunos e 01 grupo

de 04 alunos.

QUANTO A

PARTICIPAÇÃO

Não

participantes das

aulas com jogos

Participantes das

aulas com os

jogos.

Não

participantes das

aulas com jogos

Participantes das

aulas com os

jogos.

Fonte: Elaborado pelos pesquisadores. Catolé do Rocha – 2016.

Pelo que percebemos, a intervenção foi realizada com 30 alunos, sendo 14 do 7º ano e

16 do 8º ano. Como optamos por trabalhar com cinco jogos, organizamos uma ficha de

registros para cada jogo (APÊNDICE F). Nesta ficha, apresentamos a descrição dos registros

observados por cada grupo, e especificando a desenvoltura de cada aluno, em relação

habilidade proposta pelo jogo.

Ressaltamos que a intervenção aconteceu em 06 semanas consecutivas, onde, a cada

semana, além da aula introdutória, trabalhamos 01 jogo, de modo a não comprometer o

trabalho dos professores. Ao trabalhar com os jogos, respeitamos o nível de complexidade de

cada um deles, começando com o mais simples.

Page 80: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

77

Como se tratava de turmas diferentes, organizamos o nosso horário de acordo com o

horário dos professores, sendo que, em um único dia, trabalhamos o jogo nas duas turmas,

isto, em momentos diferentes, no horário da aula do professor.

O quadro a seguir apresenta uma demonstração do cronograma com datas e horários

das aulas durante a intervenção.

Page 81: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

78

CRONOGRAMA DA INTERVENÇÃO

Quadro 9 - Cronograma com datas e horários das aulas durante a intervenção.

JOGOS

AULA

INTRODUTÓRIA

JOGO 01

JOGO 02

JOGO 03

JOGO 04

JOGO 05

Datas

23/07/2015

30/07/2015

06/08/2015

27/08/2015

03/09/2015

10/09/2015

Turmas

7º ANO

8º ANO

7º ANO

8º ANO

7º ANO

8º ANO

7º ANO

8º ANO

7º ANO

8º ANO

7º ANO

8º ANO

Horário Horário Horário Horário Horário Horário Horário Horário Horário Horário Horário Horário

1º Semana

09:30 às

10:15

10:15 às

11:00

2º Semana

09:30 às

10:15

10:15 às

11:00

3ª Semana

09:30 às

10:15

10:15 às

11:00

4ª Semana

09:30 às

10:15

10:15 às

11:00

5ª Semana

09:30 às

10:15

10:15 às

11:00

6ª Semana

09:30 às

10:15

10:15 às

11:00

Fonte: Elaborado pelos pesquisadores. Catolé do Rocha – 2016.

Page 82: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

79

Após o cumprimento deste cronograma, e de posse dos dados construídos durante

todos os momentos de intervenção, seguimos para a última etapa da pesquisa, que foi a

aplicação do pós-teste, no qual, o vemos como uma das principais etapas do estudo.

3.2.5 Pós-teste

Caracterizamos o pós-teste3 como instrumento semelhante ao pré-teste, no qual, a sua

aplicação se deu após a intervenção. A razão dessa semelhança se justifica pelo fato de que, ao

final da pesquisa precisamos saber qual foi o desempenho dos educandos, se houve avanços

ou não, em relação às habilidades apresentadas em cada questão, bem como, as contribuições

da intervenção.

Outro fator que merece destaque é, exatamente, o acréscimo de duas questões no pós-

teste, pois assim compreendemos que poderiam nos mostrar um pouco sobre o desempenho

dos educandos em questões que não estavam no pré-teste. Nesse sentido, o pós-teste

possibilitou um olhar avaliativo, principalmente, quanto à aprendizagem dos educandos em

relação às Operações com Números Inteiros (Z). Todavia, é importante enfatizar que a

dinâmica de elaboração dos pós-testes foi fiel aos mesmos critérios utilizados na elaboração

dos pré-testes, cabendo a nós fazer algumas alterações numéricas nas questões, mantendo-as

semelhantes e com o mesmo nível de complexidade.

Assim, podemos dizer que, o intuito desta investigação foi exatamente acompanhar

tanto esta etapa, como as demais, buscando responder a pergunta diretriz que norteou esta

pesquisa, bem como contribuir com a prática docente do professor e a aprendizagem dos

alunos. Só assim, tivemos a oportunidade de fazer o comparativo e perceber dificuldades e/ou

avanços na aprendizagem dos educandos.

3 Devido às questões do pós-teste serem semelhantes às do pré-teste, optamos por não colocá-los como Apêndice

no corpo deste texto. Salientamos que, foram feitas alterações nos números de algumas questões e acrescentadas

duas questões extras em cada Pós-Teste, sendo que as devidas alterações estão comentadas e justificadas na

análise e discussão dos dados no capítulo seguinte.

Page 83: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

80

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS: DA PRÁTICA COM AS OPERAÇÕES

COM NÚMEROS INTEIROS À INTERVENÇÃO

4.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE A ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS DA

PESQUISA

Com a análise e discussão dos dados, referentes aos testes aplicados com os alunos do

7º ano do Ensino Fundamental, será feita a conexão com os momentos vivenciados na

intervenção. Dentro desta análise, apontaremos a relação percebida com o desempenho dos

alunos do 8º ano. Conforme já foi mencionado anteriormente, traremos para dentro do

contexto da discussão alguns posicionamentos dos professores que foram explicitados no

início da investigação ao responderem o questionário.

Outro ponto a ser esclarecido, diz respeito, ao modo como foram analisadas as

questões dos testes. De certo, considerando o número de questões e alunos participantes,

optamos por verticalizar a análise, uma vez que as questões foram divididas em blocos.

Sobretudo, vale ressaltar que, todas as questões foram analisadas, e com isso, tivemos uma

visão panorâmica das dificuldades dos educandos como também à obtenção de êxitos

referente à temática abordada.

Sendo assim, mediante a percepção da condição de aprendizagem de cada aluno, no

que diz respeito, a cada questão do teste, decidimos apresentar os dados neste texto por meio

de amostragem, pois desta forma facilitará o entendimento do que foi detectado durante a

investigação.

Os resultados dos testes serão apresentados, inicialmente, através de gráficos gerados a

partir da análise de dados por meio dos programas Microsoft Word e Microsoft Excel. Estes

programas, após serem alimentados com os dados brutos que obtivemos das questões dos dois

testes, foram acionados para fazer uma análise quantitativa. Os números apontaram para os

alunos que “acertaram totalmente a questão”, “acertaram parcialmente”, “erraram totalmente”

e “não fizeram a questão”. Estes pontos definiram a legenda dos gráficos que nos

direcionaram para o entendimento do desempenho dos educandos em relação às Operações

com Números Inteiros (Z), considerando assim a análise qualitativa dos dados.

A partir da apresentação dos números, tivemos a oportunidade de fazer o cruzamento

dos dados, com as questões apresentadas, bem como, com os momentos vivenciados durante a

intervenção. Posteriormente apresentamos os resultados e as possíveis diferenças

significativas.

Page 84: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

81

Salientamos que, por razões desconhecidas, alguns educandos deixaram de participar

de algumas das etapas da investigação, como ausência no dia do teste ou, o não

comparecimento no dia da execução de algum jogo. Assim, para facilitar a construção dos

dados, optamos por apresentar dados referentes a uma amostra retirada dos educandos que

participaram de todas as etapas.

O quadro 10 explicita como ficou definido o número de alunos participantes, após a

realização de todas as etapas da investigação.

Quadro 10 - Demonstrativo com número de alunos que cumpriram todas as etapas da investigação.

TURMAS 7º ANO 8º ANO

NÚMERO DE ALUNOS

29

32

Não

participantes

das aulas com

jogos

Participantes

das aulas

com os jogos.

Não participantes

das aulas com

jogos

Participantes das

aulas com os

jogos.

NÚMERO DE ALUNOS

POR GRUPO

(DEFINIÇÃO INICIAL)

15

14

16

16

NÚMERO DE ALUNOS

POR GRUPO

(PARTICIPANTES DE

TODAS AS ETAPAS)

09

10

08

16

Fonte: Elaborado pelos pesquisadores. Catolé do Rocha – 2016.

Conforme o quadro, percebemos que, de acordo com o nosso planejamento inicial,

participariam da investigação 61 alunos, todavia, mediante o não cumprimento de todas as

etapas por parte de alguns, participaram até o final, 43 alunos. Desses 43, percebemos uma

série de êxitos e dificuldades em relação à temática trabalhada, que nos levou a selecionar

pontos relevantes observados, tanto nas questões respondidas nos testes, como no momento

da intervenção.

Assim posto, atentamos para os ensinamentos de Lakatus e Marconi (2003) quando

argumentam que, “de posse do material coletado, o pesquisador deve submetê-lo a uma

verificação crítica, a fim de detectar falhas ou erros, evitando informações confusas,

distorcidas, incompletas, que podem prejudicar os resultados da pesquisa”. Agindo desse

modo, seguimos as orientações das autoras, fazendo uma seleção cuidadosa, atentando para o

Page 85: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

82

excesso ou falta de informações. Ressaltamos também que, para fins de sigilo das

informações apresentadas neste texto, decidimos simbolicamente, nomear os sujeitos alunos

como, A1, A2, A3, ..., An.

4.2 ANÁLISE DE QUESTÕES DOS TESTES E EXECUÇÃO DOS JOGOS

PEDAGÓGICOS

As questões a seguir configuram um recorte do que representa este estudo em sua

totalidade, desde a observação do que aconteceu em todas as etapas da pesquisa,

questionários, aplicação dos testes e intervenção. Como já foi mencionado anteriormente,

usaremos a triangulação dos dados, para assim apresentar os resultados dessa investigação.

4.2.1 Questão 01 – 7º ano

Esta questão foi aplicada nos dois testes do 7º ano, se enquadrando no primeiro grupo

de questões de acordo com o nível de complexidade, trazendo como caracterização, a

identificação dos Números Inteiros (Z) positivos e negativos na reta numérica. A questão é

simples, pois exige dos educandos, desenhar a reta numérica e consequentemente, representar

os números, sendo que, no pré-teste foram representados os números de -8 a +8, e no pós-

teste, de -10 a +10. Salientamos que, a mudança de números foi proposital, afim de, trazer

diferenciação entre as questões, porém, mantendo a fidelidade do seu nível de complexidade,

para que assim, ao final, pudéssemos fazer a análise do desempenho.

No pré-teste, percebemos que alguns dos participantes sentiram dificuldades na

representação geométrica da reta, desenhando apenas um segmento de reta sem a orientação

dos sentidos, como também, no posicionamento de alguns números, principalmente os

negativos, bem como a incompreensão do conceito de números inteiros (Z). A figura 10

representa as dificuldades de A1 em posicionar os números na reta.

Figura 10 - Questão 01 do pré-teste realizada por A1.

Fonte: Acervo dos pesquisadores. Catolé do Rocha – PB, 2016.

Page 86: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

83

Pelo que percebemos, A1 soube posicionar os números positivos corretamente, porém,

além de, não colocar o “0” como elemento pertencente aos inteiros, cometeu equívoco em

posicionar os negativos na reta, colocando-os em posição contrária, evidenciando assim, a

necessidade de um aprofundamento em relação ao tema estudado.

Nessa direção, achamos por bem trazer a ludicidade para dentro da proposta, para

assim instigar o aluno a aprender, reafirmando o que enfatiza os Parâmetros Curriculares

Nacionais (2001, p. 46) quando menciona que “os jogos constituem uma forma interessante

de propor problemas, pois permitem que esses sejam apresentados de modo atrativo e

favorecem a criatividade na elaboração de estratégias de resolução e busca de soluções”.

Assim, as imagens a seguir demonstram a experiência de intervenção com o 1º JOGO: Reta

Numérica (RÊGO G.; RÊGO M. 2004, p. 37) que tratou justamente da localização dos

números na reta.

Figura 11 - Subgrupos fixando os números no barbante (à esquerda); competição de

acertos e erros após exposição, na execução do jogo, “Reta numérica” (à direita).

Fonte: Acervo dos pesquisadores. Catolé do Rocha – PB, 2016.

Conforme orientações de procedimentos do jogo, inicialmente, dividimos o grupo em

quatro subgrupos, ficando, 02 subgrupos de 04 alunos e 02 de 03 alunos. Após a divisão,

foram distribuídas para os subgrupos fichas numeradas, ficando, cada participante com, mais

ou menos três fichas. Em seguida, precedido das orientações do pesquisador, os participantes

fixaram, com pegadores, as fichas no barbante, em ordem crescente ou decrescente.

Em observação a postura dos discentes na fixação das fichas, percebemos, também,

alguns equívocos, principalmente, em relação ao posicionamento dos números negativos, uma

vez que os números trabalhados não eram consecutivos, aumentando assim, o nível de

complexidade. Mesmo assim, se percebia o entusiasmo dos participantes durante a vivência

Page 87: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

84

da atividade. Quanto aos números positivos, os participantes não sentiram dificuldades em

posicioná-los, demonstrando maior intimidade com os Naturais (N).

Após a fixação das fichas, cada subgrupo foi convidado a observar a exposição de

outro subgrupo, e perceber possíveis erros cometidos pela equipe. Na ocasião, o pesquisador,

provocava-os, em relação à ordem crescente, ou decrescente dos números, bem como,

instigava-os quanto à compreensão dos números serem, maiores ou menores, sucessores ou

antecessores. No final, ganhou o jogo o subgrupo que cometeu menos erros. Vale ressaltar que

este jogo trouxe um caráter de atividade interativa, acontecendo em uma única partida o que o

diferenciou dos demais jogos trabalhados.

Assim, mediante o que foi percebido na execução do jogo e, consequentemente, com a

realização do pós-teste, percebemos avanços significativos na aprendizagem dos participantes,

concordando com o pensamento de Rêgo, G. e Rêgo M. (2004, p. 28) quando enfatizam que:

[...] a aprendizagem será mais presente por meio dos processos interativos,

onde os alunos possam manifestar seus próprios pontos de vista e, quando

houver discordância por falta de domínios conceituais ou de habilidades,

chegar à superação desta fase junto com seu grupo, coletivamente.

Seguindo essa ótica, ficou bem evidente a interação entre os participantes durante a

realização desse jogo, pois com o surgimento das dúvidas, se preocuparam com a superação

de cada uma delas, configurando-se como grande diferencial durante a atividade.

A Figura 12 mostra o resultado do desempenho dos participantes que fizeram os testes

e não participaram da intervenção (A), bem como, o desempenho dos participantes que

participaram da intervenção (B).

Figura 12 - Desempenho dos alunos quanto à resolução da questão 01 nos testes aplicados no 7º ano, sem

intervenção (A) e com intervenção (B).

Fonte: Sousa, M.A.S. e Costa, F.E.M. Em preparação.

Page 88: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

85

De acordo com a figura, se compararmos o desempenho dos participantes do grupo

que não participou da intervenção (A) com o grupo que participou (B), percebemos que este

segundo obteve melhor êxito no pré-teste, todavia, se analisarmos os dois grupos, o

desempenho dos participantes após a intervenção, em (B), apenas 01 participante não acertou

totalmente a questão, os demais acertaram totalmente. Enquanto no outro, 02 participantes,

não acertaram totalmente. Ressaltamos também que, no grupo dos participantes da

intervenção, nenhum errou totalmente ou deixou de fazer a questão, assim como no grupo que

não participou da intervenção.

Percebe-se que dos alunos que não participaram da intervenção (A) nenhum aluno

errou totalmente, ou não fez a questão, sendo que no pré-teste, a maioria não acertou a

questão em sua totalidade, não sabendo representar a reta orientada nos moldes propostos por

Malagutti e Baldin (2010), outrora apresentado no referencial teórico desse texto. Houve

equívocos na representação geométrica da reta, bem como, confusão, na representação dos

números negativos. Todavia, no pós-teste vimos considerável evolução, onde os números se

inverteram e a maioria dos educandos acertou a questão.

No entanto, apesar de se tratar de uma questão de nível de complexidade elementar,

percebemos dúvidas por parte dos educandos, e o trabalho com o jogo trouxe resultados

significativos.

4.2.2 Questão 06 (Teste 7º ano) e questão 03 (Teste 8º ano)

Esta questão foi aplicada nos testes do 7º e 8º anos, fazendo parte da composição das

questões que constituem o segundo grupo, conforme o nível de complexidade. Trata-se de

uma questão com um caráter mais interpretativo, ao contrário da primeira, que fez uma

abordagem geométrica da reta numérica. No entanto, a questão apresentada, vem aprofundar a

compreensão de número inteiro, bem como o seu devido reconhecimento enquanto conjunto

numérico.

Convém enfatizar antes de discutirmos os resultados, que a questão4 se constitui por

algumas imagens, fazendo valer assim o uso da linguagem não verbal. Nas imagens notamos

a presença de números, nos quais os educandos, na letra (a), são instigados a identificar

números inteiros. Na letra (b), são conduzidos a identificar o menor e maior número,

4 A estrutura da questão pode ser observada na íntegra no apêndice D.

Page 89: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

86

expressos nas imagens, enquanto na letra (c) são orientados a posicionar o sucessor e

antecessor de cada número.

Vejamos o entendimento do aluno A2 ao identificar os Números Inteiros apresentados

na figura a seguir. Ressaltamos que A2 fez parte do grupo de intervenção.

Figura 13 - Alternativa (a) respondida por A2, antes da intervenção (A) e depois da intervenção (B).

Fonte: Acervo dos pesquisadores. Catolé do Rocha – PB, 2016.

Diante do exposto, em geral foi percebido que a compreensão de A2, antes da

intervenção está limitada a ideia de que os Números Inteiros são somente os negativos, isso se

evidencia na resposta da alternativa (a): -3 e -4000 (A), desconsiderando que os números

referentes à estimativa de vida da mulher brasileira, 77 anos, segundo o IBGE e os 32GB

apresentados no pen drive, são números que não fazem parte do conjunto dos Números

Inteiros. Todavia, após a intervenção, percebemos avanços de A2 em relação ao conceito de

número inteiro, conforme exposto na alternativa (a): -3, -4000, 32, 77, (B). Quanto às demais

alternativas da questão, A2 obteve êxito, mesmo sem identificar na primeira alternativa quais

de fato eram inteiros, contrariando o que diz os Parâmetros Curriculares Nacionais (2001) que

valoriza o “reconhecimento dos números inteiros em diferentes contextos – cotidianos e

históricos – e exploração de situações-problema”.

Verificamos que o “1º JOGO: Reta Numérica” trouxe abordagens inerentes às

habilidades exigidas na questão proposta, principalmente, no momento da socialização dos

grupos, onde os participantes após o posicionamento dos números no barbante foram

questionados pelo pesquisador quando a sua posição, bem como se eram sucessores ou

antecessores, maiores ou menores.

A

B

Page 90: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

87

Apesar do avanço percebido com a intervenção, não vemos como bom resultado, pois,

em se tratando do 8º ano, consideramos como uma questão simples. Ao fazermos o

comparativo do desempenho dos participantes do 7º ano em relação à questão, não se percebe

muita diferença no domínio das habilidades exigidas.

À vista disso, nos reportemos ao entendimento dos professores, P1 e P2, pois quando

questionados a respeito da utilização de jogos pedagógicos nas aulas de Matemática,

reconhecem que:

P1: A manipulação de materiais didáticos e jogos são primordiais em aulas

práticas, principalmente, nas aulas de Matemática, onde tornam as aulas

desinteressantes em aulas atraentes e divertidas, proporcionando um melhor

entendimento dos alunos no conteúdo trabalhado. Assim, surgem novas

ideias entre eles em relação ao conteúdo, levando-os a construírem o seu

próprio conhecimento.

P2: [...] O novo aluno necessita de novas técnicas, novos recursos para

compor o seu aprendizado. Se a aula for dinâmica e interessante o

aprendizado será gratificante em opinião.

A esse pensamento, compreendemos grande necessidade de um repensar de prática do

professor, onde os saberes curriculares expressos por Tardif (2012) dimensionam com clareza,

a indispensabilidade de uma ação docente que conduza o aluno a aprender, tendo em conta

que o aluno deve participar da construção do seu conhecimento.

Verifiquemos na figura a seguir o resultado do desempenho dos participantes do 7º ano

que responderam a questão:

Figura 14 - Desempenho dos alunos quanto à resolução da questão 06 nos testes aplicados no 7º ano

sem intervenção (C) e com intervenção (D).

Fonte: Sousa, M.A.S. e Costa, F.E.M. Em preparação.

Page 91: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

88

Conforme exposto na figura 14, no 7º ano, o grupo que não participou da intervenção

não obteve avanços tão significativos. O que se pode observar foi que, dos 09 alunos que

fizeram o pré-teste, apenas 01 “acertou totalmente” (C). O que se evidenciou no pós-teste foi,

exatamente, o aumento de 01 aluno a acertar totalmente, e a não presença de alunos a não

errarem a questão totalmente, o que não aconteceu no pré-teste, pois 02 alunos erraram

totalmente a questão (C).

Em relação ao grupo que participou da intervenção, percebemos avanços mais

significativos, tendo em vista que, dos 10 alunos que participaram do pré-teste, apenas 01

acertou totalmente a questão e 03 erraram totalmente (D). Com a intervenção, aumentou o

número de acertos para 04 e diminuiu o número de erros.

Ficou evidente nos dois grupos, principalmente, na resolução do pré-teste que, grande

parte dos alunos compreende como Números Inteiros apenas os números negativos, não

conseguindo entender que dentro deste conjunto estão os números positivos, ou seja, não

identificam o conjunto dos Números Naturais (N) como subconjunto do conjunto dos

Números Inteiros (Z).

Com o propósito de fazermos o comparativo do desempenho dos alunos do 7º e 8º

anos do Ensino Fundamental em relação à temática trabalhada, essa questão também foi

aplicada nos testes do 8º ano, pois nos interessou, também, saber qual o nível de

aprendizagem dos educandos do ano subsequente ao ano que se inicia de fato, a abordagem

do Conjunto dos Números Inteiros (Z). Assim, a fim de fazer esse comparativo observe a

representação gráfica através da figura 15.

Figura 15 - Desempenho dos alunos quanto à resolução da questão 03 nos testes aplicados no 8º ano, sem

intervenção (E) e com intervenção (F).

Fonte: Sousa, M.A.S. e Costa, F.E.M. Em preparação.

Page 92: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

89

De acordo com os gráficos apresentados na figura 15, o grupo que não participou da

intervenção (E) não obteve avanços tão significativos, assim como aconteceu com o 7º ano

(figura 14), onde, principalmente, o número de acertos ficou equiparado. Isso mostra que os

alunos, provavelmente, não estavam tendo uma aprendizagem significativa.

Observamos que nesse grupo, dos 08 alunos que fizeram o pré-teste, apenas 01 acertou

totalmente a questão, porém, não houve erros totais. Com as aulas do professor em sala de

aula, o que se evidenciou no pós-teste, com esse grupo foi, exatamente, o aumento de 01

aluno a acertar totalmente, e a presença de 01 aluno que errou totalmente, o que não

aconteceu no pré-teste.

Enquanto isso, com o grupo que participou da intervenção (F), dos 16 alunos, no pré-

teste, apenas 01 acertou a questão totalmente, o que vemos como situação de deficiência na

aprendizagem, porém, com a intervenção, houve um salto de 01 para 06 alunos a acertarem

totalmente a questão e uma redução no número de erros.

4.2.3 Questão 10 – 7º ano

A questão 10 do teste do 7º ano apresenta um nível de dificuldade mais elevado, pois

exige do respondente a capacidade de resolução das Operações com Números Inteiros (Z),

todavia, é necessário que o educando conclua o ano letivo sabendo desenvolver estas

operações.

Vamos entender melhor o que se espera dos alunos ao responder a questão: trata de um

extrato de uma conta bancária, com dados referentes a datas, crédito, débito e saldo. Com os

dados expressos em uma tabela, os alunos foram instigados a preencherem a coluna dos saltos

- alternativa (a) -. Nesta alternativa, para os alunos obterem êxito, fazia-se necessário o

domínio de operações de adição e subtração de Números Inteiros. Consequentemente, na

alternativa (b), questionou-se o valor do saldo anterior, após ter sido feito um depósito de R$

400, 00 na conta, permanecendo na conta após esse depósito R$ 240,00.

Ao analisarmos as respostas dos alunos que acertaram parcialmente ou erraram a

questão, percebemos muitos pontos semelhantes ao que respondeu A3. Salientamos que A3

não participou da intervenção. Vejamos a questão e como A3 apresentou as suas respostas:

Page 93: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

90

Figura 16 - Questão 10 respondida por A3 no pós-teste.

Fonte: Acervo dos pesquisadores. Catolé do Rocha – PB, 2016.

Conforme está expresso na questão, na alternativa (a), que solicita completar a coluna

de saldos, nota-se que no primeiro espaço, A3 acertou quando calculou 240 + (-300) = 240 –

300 = -60. O aluno entendeu que no dia 31/03 tinha um saldo positivo de R$ 240,00. No dia

01/04 houve uma retirada de R$ 300,00 e ele entendeu que ficou devendo ao banco R$ 60,00.

Em relação ao dia 03/04 expresso na tabela, A3 não calculou corretamente. O aluno

não entendeu que os R$ 120,00 retirados nesse dia seria somado com os R$ 60,00 devedores

existente na conta. Dessa forma o cálculo poderia ser resolvido da seguinte forma: -60 + (-

120) = -60 – 120 = -180. Ele apenas levou os R$ 120,00 de débito sem somar com os - R$

60,00.

Já considerando o crédito existente no dia 05/04, A3 raciocinou corretamente, 100 + (-

120) = 100 – 120 = -20, porém, não obteve êxito na questão, considerando que o salto da

conta totalizava - R$ 180,00 e não – R$120,00. Procedeu da mesma forma em relação ao

crédito do dia 10/04.

Em suma, A3 raciocinou corretamente, porém não acertou a questão devido o fato de

não ter desenvolvido a soma do saldo negativo do dia 01/04 com o saldo do dia 03/04,

comprometendo os resultados posteriores da alternativa, bem como o resultado final.

Ao analisar a alternativa (b), percebemos que A3 acertou a alternativa quando

apresentou o resultado -160, porém observamos que parte dos educandos apenas resolveu a

subtração 400 – 240 = 160, não atentando para o saldo negativo expresso no resultado correto

da questão. Desse modo, ficou claro que os educandos sentem uma grande dificuldade na

resolução de problemas, principalmente, pelo fato de não ter o domínio de interpretação, nem

Page 94: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

91

o domínio total da resolução de operações que envolvem números negativos. Com isto, se

confirma o que consta nos Parâmetros Curriculares Nacionais (2001, p. 95) quando enfatiza

que:

[...] embora o estudo dos números e das operações seja um tema importante

nos currículos do ensino fundamental, constata-se, com frequência, que

muitos alunos chegam ao final desse curso com um conhecimento

insuficiente dos números, de como eles são utilizados e sem ter desenvolvido

uma ampla compreensão dos diferentes significados das operações.

Essa dificuldade também se justifica, justamente porque grande parte dos alunos não

desenvolveram as habilidades referentes às quatro operações matemáticas presentes no

currículo da Matemática dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Isto ficou explicito quando

questionamos os professores quanto aos conhecimentos básicos que o aluno precisa dominar

para iniciar os estudos relacionados ao Conjunto dos Números Inteiros (Z). P1 enfatizou que

se faz necessário o aluno “conhecer os Números Naturais e saber operá-los” e P2 aponta a

necessidade do aluno “ter o domínio das operações matemáticas (adição, subtração,

multiplicação, divisão)”.

Sendo assim, com o intuito de obter esses avanços em relação à aprendizagem dos

educandos, trabalhamos o 2º JOGO: Soma de Inteiros. Quanto a esse jogo, que propôs

facilitar, a atenção, adição de números inteiros e estimativas, vem, entre os demais, como o

mais difícil de ser trabalhado, no qual, perceptivelmente, não obtivemos os resultados

esperados em relação a boa desenvoltura dos participantes durante a sua execução.

Para Piaget (1973) a relação brincadeira/jogo, é primordial para efetivação do processo

de ensino aprendizagem, no entanto, o autor concorda que o jogo não pode ser encarado

apenas como diversão, conforme já enfatizamos anteriormente, tendo em vista que ele traz

suas contribuições tanto para o desenvolvimento físico, como cognitivo e afetivo. Nessa

direção, o campo da brincadeira, teve maior evidência durante a execução do jogo em

discussão. No entanto, não podemos desconsiderar o que diz Vygotsky (1994) quando

argumenta que, o brincar, também, exerce um papel muito importante no desenvolvimento do

pensamento, uma vez que, com a brincadeira, o sujeito aprende a operar, com o significado

das coisas, sendo direcionado, posteriormente, para o pensamento conceitual.

Provavelmente, os fatores que contribuíram para o não êxito na execução desse jogo

foram, exatamente, a relação, tempo e complexidade do jogo, bem como, as dificuldades dos

participantes em interpretar as operações como deslocamentos sobre a reta real. Também, há

Page 95: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

92

possibilidade de que, a maneira como foram explicados os procedimentos do jogo não ficou

muito claro para que os participantes compreendessem.

Nessa direção, Rêgo, G. e Rêgo M. (2004, p. 25), asseguram que, “o professor que

deseja implementar o uso de jogos em sua sala de aula, visando tornar mais eficiente e

prazeroso o processo de ensino/aprendizagem de Matemática, deve está seguro quanto à

metodologia a ser introduzida, sua fundamentação teórica, seu alcance e limitações”. Nesse

sentido, com a execução desse jogo, percebemos algumas lacunas que comprometeram, a

princípio, o desempenho dos participantes. A figura a seguir retrata os subgrupos vivenciando

a experiência com o jogo:

Figura 17 - Execução do jogo “Soma de Inteiros” (à esquerda); dupla em momento de

interação (à direita).

Fonte: Acervo dos pesquisadores. Catolé do Rocha – PB, 2016.

Diante da não superação de expectativas com a execução do 2º JOGO: Soma de

Inteiros (RÊGO G.; RÊGO M. 2004, P. 37), na semana subsequente, visando resultados mais

expressivos em relação ao desempenho dos participantes quanto às operações com Números

Inteiros (Z), trabalhamos o 3º jogo: Matix (SMOLE, K. S.; DINIZ, M. I.; MILANE, E., 2007,

p. 59), que também contemplou as habilidades presentes na questão trabalhada. Nesse jogo,

foi explorado dos participantes a resolução de soma algébrica, valorizando na sua execução, o

cálculo mental.

Para execução do jogo, o grupo foi dividido em duplas, e para cada dupla foi

distribuído um tabuleiro e 36 cartas com números inteiros. De posse do tabuleiro e cartas,

cada dupla foi convidada a começar o jogo de acordo com as regras apresentadas pelo

Page 96: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

93

pesquisador (descritas na Seção Quinária 3.2.4.1.4, deste texto). Ressaltamos que a descrição

das regras, estava no verso do tabuleiro a serem analisadas pelos participantes antes de cada

partida. Quanto às partidas, deixamos cada dupla à vontade, respeitando assim, o ritmo de

cada uma delas. Analisemos a figura que demonstra o momento da vivência do jogo:

Figura 18 - Execução do jogo “Matix” (à esquerda); duplas interagindo durante execução (à

direita).

Fonte: Acervo dos pesquisadores. Catolé do Rocha – PB, 2016.

Assim, ao passo que se executava o jogo, percebemos a empolgação dos participantes

durante as partidas. À medida que se começava uma nova partida alguns participantes

retiravam as cartas da horizontal ou vertical, calculando mentalmente, de maneira estratégica,

de modo em que a soma dos números no final da partida os levava a vitória.

Fato que chamou atenção na execução desse jogo foi a consolidação dos dados, pois à

medida que os participantes retiravam do tabuleiro as cartas, anotavam os números em um

papel à parte, para que ao final da partida, cada um fizesse a soma, para assim, saber quem

tirou mais pontos, e venceu a partida. Vejamos a estratégia de soma utilizada A4:

Page 97: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

94

Consideramos o momento da soma dos números, como momento de grande

importância para esse jogo, pois só assim percebemos o desempenho dos participantes em

relação à soma dos Números Inteiros (Z). Seguindo essa lógica, esse foi um momento de

desafios, pois ao observarmos a desenvoltura das duplas durante a soma, alguns sentiram

dificuldades, embora, outros tenham utilizado estratégias diferenciadas para consolidar o seu

resultado, como demonstra a figura 19.

Pelo que percebemos, A4, para realizar com êxito a soma dos seus números, optou por

separar em duas séries: os positivos e os negativos. Consequentemente, fez a soma das duas

séries, em seguida, calculou a diferença e obteve o resultado final. Outros usaram a mesma

estratégia, uma vez que houve interação entre as duplas, no momento de fazer a soma, mas,

alguns fizeram confusão na relação com os números positivos e negativos, mesmo

compreendo os passos a seguir para acertar a questão totalmente.

Convém lembrar que, no momento da soma dos números, o pesquisador fez algumas

intervenções, no sentido de, associar as operações, situações vivenciadas no cotidiano dos

participantes. Como a questão proposta nos testes, fez menção ao um estrato bancário, o

pesquisador trouxe para dentro da discussão das duplas, considerações sobre o sistema

monetário, associando, na ocasião, a ideia do “ter” e do “dever”.

Isto reafirma o pensamento de Smole et al, (2007, p. 15), quando dizem que, trabalhar

com jogo “exige uma série de intervenções do professor para que, mais que jogar, mais que

brincar, haja aprendizagem. Há que se pensar como e quando o jogo será proposto e quais

Figura 19 - Estratégia de A4 para somar Números Inteiros

Fonte: Acervo dos pesquisadores. Catolé do Rocha – PB, 2016

Page 98: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

95

possíveis explorações ele permitirá para que os alunos aprendam”. Com essa compreensão,

exploramos questões práticas, associadas ao que propunha o jogo.

Vejamos a figura que representa o desempenho dos alunos do 7º ano quanto a

resolução da questão:

Figura 20 - Desempenho dos alunos quanto à resolução da questão 10 nos testes aplicados no 7º ano, sem

intervenção (G) e com intervenção (H).

Fonte: Sousa, M.A.S. e Costa, F.E.M. Em preparação.

Ao analisarmos a representação gráfica expressa na figura 20, referente ao grupo que

não participou da intervenção (G), percebemos que dos 09 alunos que responderam o pré-

teste, nenhum acertou totalmente, 04 acertaram parcialmente e 05 erraram totalmente a

questão. Vale ressaltar que a aplicação do pré-teste se deu quando o professor já havia

trabalhado com os alunos as operações de adição e subtração de Números Inteiros (Z).

Pelo que constatamos, após o trabalho desenvolvido pelo professor, a resolução do

pós-teste demonstrou avanços tímidos quanto ao desempenho, onde, apenas 01 aluno acertou

totalmente a questão, se mantiveram 04 alunos a acertarem parcialmente, e enquanto 05

erraram a questão no pré-teste, no pós-teste 02 erraram e 02 não fizeram a questão.

Quanto ao grupo de alunos que participou da intervenção (H), no pré-teste, o que

chamou atenção foi exatamente os que não fizeram a questão, que foram 04 em um total de

10, porém, apesar do insucesso do grupo, 01 participante acertou totalmente a questão. No

pós-teste, percebemos avanços significativos, pois, houve um salto em acertos de 01 para 05,

número bem superior, também, aos acertos do pós-teste do grupo que não participou da

intervenção, que foi de apenas 01.

Page 99: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

96

4.2.4 Questão 12 (Teste 7º ano) e questão 12 (Teste 8º ano)

Trata-se de uma questão simples sem grandes necessidades de interpretação, apenas

exigindo prática e domínio das operações e regra de sinais. Uma questão que

corriqueiramente é trabalhada por professores de Matemática e normalmente podemos

encontrar outras bem semelhantes nos livros didáticos, inclusive nos livros escolhidos para

seleção das questões dos testes.

Para melhor compreensão da questão proposta e análise do desempenho dos

participantes, tomaremos como base o entendimento do aluno A5, pois assim como já nos

referimos nas questões anteriores, às reflexões aqui apresentadas sintetizam dados comuns à

maioria dos dados percebidos na resolução dos outros alunos. Convêm lembrar que A5, é

aluno do 8º ano e que a escolha desta questão retrata de maneira geral os êxitos e dificuldades

apresentadas pelos demais alunos no que diz respeito a esta questão dos testes. Averiguemos a

figura:

Figura 21 - Questão 12 do pré-teste realizada por A5 – 8º ano.

Fonte: Acervo dos pesquisadores. Catolé do Rocha – PB, 2016.

Conforme exposto na questão, propõe-se na alternativa (a), (+16) + (+31), uma soma

entre dois números positivos. Por se tratar de uma soma de números positivos, quase todos os

alunos participantes do teste, tanto do 7º ano, como do 8º ano, obtiveram êxito nesta

alternativa, pouquíssimos não atingiram o resultado +47, exceto os que têm dificuldades em

adição, o que, infelizmente, ainda é comum em nossas salas de aula de Matemática do Ensino

Fundamental. Isto se confirma, quando questionamos P2 sobre a maneira como apresenta uma

nova temática em sala de aula, se utiliza alguma metodologia para averiguar se os alunos

possuem os conhecimentos necessários para iniciar o estudo do novo conteúdo. P2 foi

Page 100: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

97

categórico em dizer: “detecto como problema da escola, os alunos chegarem com uma

grande deficiência em conteúdos pré-requisitos e até mesmo nas quatro operações

matemáticas, sendo necessário uma intervenção urgente do professor para corrigir esse

déficit”. Sem dúvida, isso se tornou perceptível durante a nossa investigação.

Quanto à alternativa (b), (-19) – (-11), constatamos o inverso do que aconteceu na

alternativa (a), pois a maioria dos alunos demonstrou sentir dificuldades em desenvolver a

soma, quando na operação existem números negativos. Vejamos a maneira como A5, resolveu

esta alternativa. A princípio desconsiderou os sinais que estavam dentro dos parênteses,

considerando apenas o sinal que estava entre os dois. Evidenciou-se também, o total

desconhecimento de A5 em relação à regra de sinais.

Para Teixeira (1993), o conceito de adição deve receber uma ampliação,

principalmente, quando tratamos de abordagens com Números Inteiros (Z). De acordo com o

autor este conceito não deve se limitar somente à ideia de acrescentar. Do mesmo modo que a

subtração de inteiros significa trabalhar com números negativos, onde os números operam

transformações de oposição. Podemos perceber isso, na alternativa (b), onde (-19) – (-11),

resultando em -19 + 11 = -8. Se em outra situação a questão fosse representada assim, (-19) –

(+11) poderia resultar em -19 – 11 = -30. Percebemos que o resultado em muito difere. Com

isso, vemos que a mudança de um sinal muda totalmente o resultado da operação.

Já nas alternativas que envolvem as operações de multiplicação e divisão, detectamos

que A5 resolve as operações, porém, confunde as regras de sinais em algumas delas, não

obtendo êxito em sua totalidade. Averiguamos, também, que ao retirar os números dos

parênteses, o participante mistura os sinais, o que pode dificultar a obtenção do resultado

final.

Em relação às operações que apresentam potenciação, como nas alternativas (g) e (h),

percebemos que A5 acertou a primeira, porém não conseguiu concluir a segunda. Nenhum

aluno acertou a alternativa (h), ficando claro que não tem o domínio das propriedades que

envolvem potências. Essa alternativa justifica o fato que, praticamente, todos os participantes

não acertarem totalmente a questão, exceto, 01 participante do 8º ano, após a intervenção.

Tomando como base a alternativa (g) 42. 3, o que se observou na resolução de grande

parte dos alunos foi o fato que, ao invés de calcularem 42 = 4 . 4 = 16, calcularam 4

2 = 4. 2 =

8, ou seja, esses alunos, explicitamente, não entenderam que o expoente indica quantas vezes

a base será multiplicada, entendendo que a base será multiplicada pelo expoente. Sendo

assim, a maneira como esses alunos resolveram ficou expressa da seguinte forma, 42. 3 = 8 +

3 = 11, sendo que a maneira correta seria 42. 3 = 16 . 3 = 48.

Page 101: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

98

Neste cenário, mediados pelas dificuldades dos participantes explicitadas nos testes,

propomos dois jogos, o que, perceptivelmente, contribuíram com os avanços, mesmo que

tímidos, mas que de fato houve. Conforme percebemos na questão, as alternativas

contemplam as quatro operações que envolvem os Números Inteiros (Z): adição, subtração,

multiplicação e divisão.

Assim sendo, os jogos apresentados nas questões anteriores, contribuíram para que os

participantes desenvolvessem, principalmente, as alternativas que envolviam adição e

subtração. Assim, para contemplar, com precisão as operações que envolviam multiplicação e

divisão, trabalhamos, o 4º JOGO: Positivo e negativo e o 5º JOGO: Eu sei!. O “Positivo e

negativo”, que vem facilitar a atenção, planejamento de ação e o estabelecimento de relações.

Nesse sentido, o que se percebe rotineiramente, ao se estudar as operações, é justamente, a

dificuldade que os educandos tem, em lidar com a regra de sinais, tornou-se evidente nessa

investigação.

Para realização do 4º JOGO: Positivo e negativo, os grupos que participaram da

intervenção, tanto do 7º como do 8º ano, foram divididos em duplas, e consequentemente, foi

colocado sobre a mesa fichas com o sinal (+) e fichas com o sinal (-), escolhidas

aleatoriamente. Para execução, cada jogador seguiu as orientações do pesquisador para

proceder com as partidas (também descritas na Seção Quinária 3.2.4.1.4, deste texto). No

final, ganhava o jogo quem deixava na mesa apenas uma ficha de sinal negativo (-).

A figura a seguir retrata o momento de execução do jogo:

Figura 22 - Execução do jogo “Positivo e Negativo” (à esquerda); dupla de

participantes executando o jogo (à direita).

Fonte: Acervo dos pesquisadores. Catolé do Rocha – PB, 2016.

Page 102: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

99

Com a execução jogo, percebemos por parte de alguns educandos, determinados

entraves, principalmente, no que diz respeito à relação entre os sinais, o que pode ser uma das

principais razões que, como já falamos anteriormente, justifica tantos erros na resolução de

operações. Assim, chegamos ao entendimento que para o educando desenvolver com eficácia

uma operação matemática, que envolva Números Inteiros (Z), há a necessidade que se tenha o

domínio destas questões consideradas elementares.

Por conseguinte, o 5º JOGO: “Eu sei!” (SMOLE, K. S.; DINIZ, M. I.; MILANE, E.,

2007, p. 69), veio complementar as habilidades já adquiridas nas experiências anteriores. Este

jogo está relacionado com as operações de Multiplicação de Números Inteiros (Z), podendo

ser adaptado para, também, explorar habilidades relacionadas à Divisão.

Para execução do jogo, os grupos foram divididos em trios, e para os dois jogadores,

foram entregues 11 cartas numeradas de, -5 a +5, sendo que o terceiro participante ocupou a

posição de juiz. Convém ressaltar que, a cada rodada do jogo houve o revezamento, onde cada

componente do trio teve a oportunidade se ser juiz. Ao passo que acontecia cada rodada, os

participantes seguiam as regras propostas do jogo, previamente, apresentadas pelo

pesquisador, conformes estão descritas na Seção Quinária 3.2.4.1.5, deste texto.

Dessa forma, conforme sinal do juiz, os dois jogadores pegavam a carta de cima de

seus montes, segurava-as perto de seus rostos, de uma maneira que o seu oponente não visse a

carta. Com os dois números à mostra, o juiz anunciava o produto e perguntava: quem sabe as

cartas? Cada jogador, em tempo hábil se manifestava, fazendo uso do cálculo mental,

deduzindo o número de sua própria carta analisando a carta do outro. Vejamos a figura:

Figura 23 - Execução do jogo “Eu sei!” (à esquerda); trios executando o jogo (à

direita).

Fonte: Acervo dos pesquisadores. Catolé do Rocha – PB, 2016.

Page 103: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

100

Pelo que percebemos, os participantes muito se envolveram durante a execução deste

jogo, e o pesquisador teve a oportunidade acompanhar cada momento, intervindo e

esclarecendo eventuais dúvidas manifestadas pelos participantes. Dessa maneira, com a

experiência vivenciada, o pesquisador, após a execução, fez o registro das observações a partir

da postura de cada participante, chegando a constatar avanços significativos em relação às

operações de multiplicação com números inteiros.

Detectamos nas duas turmas, tanto nos grupos que não participaram da intervenção (I)

e (K), como nos que participaram (J) e (L), a obtenção de resultados bem semelhantes. Isso

pode ser visualizado na figura 24:

Figura 24 - Desempenho dos alunos quanto à resolução da questão 12 nos testes aplicados no 7º ano - sem

intervenção (I) e com intervenção (J) e nos testes aplicados no 8º ano - sem intervenção (K) e com

intervenção (L).

Fonte: Sousa, M.A.S. e Costa, F.E.M. Em preparação.

Page 104: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

101

Fazendo o comparativo dos dois grupos que não participaram da intervenção, (I) e

(K), nas duas turmas, 7º e 8º anos, sendo uma com 09 participantes e a outra com 08,

respectivamente, percebemos que, no pré-teste nenhum participante acertou totalmente a

questão e 01 participante deixou de fazer a questão, nos dois grupos. Evidencia-se também

que, 02 participantes erraram totalmente a questão no 7º ano, enquanto nenhum errou

totalmente a questão no 8º ano.

Enquanto isso, no pós-teste, ainda dos grupos que não participaram da intervenção,

verificamos que, nos dois grupos, tanto do 7º como do 8º ano, mais uma vez, nenhum

participante, acertou totalmente a questão, sendo que no 7º ano, houve avanços de 06 para 08

participantes a acertarem parcialmente a questão, e redução de 02 para 01 a errarem a questão.

Já no pós-teste do 8º ano, os resultados foram insignificativos, tanto, no que se refere ao pré-

teste do próprio grupo, quanto em relação ao resultado do pós-teste do 7º ano, o que pode ser

considerado como um fator preocupante.

Em se tratando dos grupos que participaram da intervenção, (J) e (L), o 7º ano com 10

participantes e o 8º ano com 16, respectivamente, mediante análise da figura, averiguamos

que houve tímidos avanços, onde, nos dois grupos, houve somente 01 participante do 8º ano a

acertar totalmente a questão, se apresentando como diferencial na resolução. No entanto,

também no 8º ano, se percebeu avanços de acertos parciais de 11 para 14, assim como,

diminuição do número de participantes a não fazer a questão. No grupo do 7º ano, também

houve tímidos avanços, embora, nenhum participante tenha acertado totalmente a questão, o

número de acertos parciais subiu de 06 para 08, como também, nenhum aluno errou

totalmente a questão.

Podemos dizer que, diante dos dados apresentados na figura 24, constatamos que os

alunos não dominaram, totalmente, as habilidades necessárias ao entendimento das Operações

com Números Inteiros (Z), tanto no 7º ano como no 8º ano. Percebemos um maior esforço por

parte dos participantes do 7º ano na resolução da questão, porém, nenhum acertou a questão

em sua totalidade.

Não obstante o fato dos resultados referentes à questão proposta não serem tão

significativos, no momento da aplicação dos testes, sentimos certa resistência por parte dos

participantes, demonstrando pouco interesse. Decerto, duas razões, possivelmente,

desencadeou essa postura, diante da questão proposta: primeiro, o fato da questão não trazer

nenhum atrativo que instigasse os participantes a responderem, trazendo operações sem

nenhum significado. Segundo, o fato da questão ser apresentada no final do teste, onde os

participantes já apresentavam sinais de cansaço para resolverem as últimas questões.

Page 105: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

102

Diante disso, em uma situação de debate, nos apegamos ao princípio 32, de

aprendizagem significativa que, segundo a Lei de Ordenação Geral do Sistema Educativo

(LOGSE), enfatizado por Huete Sánchez e Juan Carlos (2006, p. 32) que propõe, “facilitar a

construção de aprendizagens significativas planejando atividades de ensino e aprendizagem

que permitam aos alunos o estabelecimento de relações substantivas entre conhecimentos e

experiências prévias e as novas aprendizagens”. Assim posto, na questão trabalhada não se

evidencia com precisão o que propõe este princípio.

Contudo, a partir dessas considerações com a execução dos jogos percebemos

contribuições consideráveis, no sentido de se perceber avanços na aprendizagem, tendo em

vista que, a competição instigou os participantes a fazerem descobertas, embora, as

representações gráficas apresentadas na figura 24, não demonstrarem resultados tão

significativos quanto os percebidos nas demais questões, mesmo assim, houve evolução, o

que é importante.

4.2.5 Questão 14 (Teste 7º ano) e questão 13 (Teste 8º ano)

Para fins de complementação movidos pela curiosidade em relação à aprendizagem

dos participantes após intervenção, decidimos acrescentar duas questões em cada pós-teste

que não foram apresentadas no pré-teste. Das quatro questões, colocamos duas comuns, às

duas turmas: questão 14, no pós-teste do 7º ano, e a 13, no pós-teste do 8º ano. Trata-se,

portanto, de uma questão simples com caráter mais interpretativo, voltada para o tratamento

da informação, com abordagens referentes ao tema proposto nesta investigação.

Fato notável foi, exatamente, o entusiasmo dos participantes em responder cada

alternativa da questão, o que nos levou a entender que, questões que envolvem situações reais

do cotidiano são de fato, mais estimulantes do que daquelas que não trazem nenhum sentido

prático. Assim, os Parâmetros Curriculares Nacionais (1999, p. 251) apontam que, “é preciso

que o aluno perceba a Matemática como um sistema de códigos e regras que a tornam uma

linguagem de comunicação de ideias e permite modelar a realidade e interpretá-la”. Nesse

sentido, para que isso se efetive, há a necessidade de uma prática docente firmada em fins

conscientes que direcionem, de fato, situações propícias a uma aprendizagem com

significados. Daí a importância do professor está preparado para mediar cada situação que

provoque aprendizagem que porventura surja na sala de aula.

Corroborando com esse argumento vejamos a estrutura da questão, através da seguinte

figura:

Page 106: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

103

Figura 25 - Questão 14 (teste 7º ano) e questão 13 (teste 8º ano)

Fonte: SOUSA, J. R. PARATO, P. R. M.2 ed. SP: FTD, 2012.

Diante do exposto, a questão em evidência trás uma representação de um gráfico

divulgado por uma determinada empresa, explicitando seus lucros e prejuízos em um período

de seis bimestres. Mediante análise do gráfico apresentado na questão, os participantes, foram

convidados a responderem três alternativas propostas, conforme comprovamos na figura 25.

Vejamos as alternativas respondidas pelo participante A6, através da figura 26:

Figura 26 - Questão 14 do pós-teste realizada por A6 – 7º ano.

Fonte: Acervo dos pesquisadores. Catolé do Rocha – PB, 2016.

Como se vê, o participante alcançou êxito em todas as alternativas, demonstrando

compreensão quanto ao conceito de número inteiro expresso na questão. No entanto, ao

observarmos o desempenho dos participantes que acertaram parcialmente ou erraram a

questão, percebemos alguns equívocos. Por exemplo, a alternativa (a) pergunta em quais

Page 107: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

104

bimestres a empresa obteve lucro, alguns participantes entenderam que a empresa obteve

lucro apenas no 4º bimestre, justamente por considerar a maior barra expressa do gráfico.

Outros compreenderam como representação de lucro, as duas maiores barras, referentes ao 3º

e 4º bimestres.

Também, questionados sobre o bimestre de maior prejuízo, o que percebemos foi,

exatamente, que grande parte dos participantes que acertaram parcialmente ou erraram a

questão, responderam 2º e 6º bimestres, exatamente, onde houve prejuízos, não atentando,

para o mês de maior prejuízo, que nesse caso seria o 6º.

Para melhor compreensão, analisemos a figura 27 que apresenta o desempenho dos

participantes do 7º ano ao responderem a questão, tanto os que participaram da intervenção

com os jogos, mediados pelo pesquisador, como os que não participaram da intervenção, que

trabalharam a temática com o professor, em sala de aula, a seu modo.

Figura 27 - Desempenho dos alunos quanto à resolução da questão 14 do pós-teste aplicado no 7º ano (M) e

questão 13 do pós-teste aplicado no 8º ano (N).

Fonte: Sousa, M.A.S. e Costa, F.E.M. Em preparação.

Em concordância com esta representação gráfica expressa na figura 27, percebemos

que no 7º ano (M), dos 09 alunos que não participaram da intervenção, 03 acertaram

totalmente a questão e 06 acertaram parcialmente, não havendo erros totais, nem alunos que

deixaram de fazer a questão. Já em relação aos 10 alunos que participaram da intervenção, 05

(50%) acertaram totalmente a questão, 04 acertaram parcialmente, 01 errou totalmente, e não

houve alunos que não fizeram a questão. Pelo que percebemos, com a intervenção, aumentou

Page 108: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

105

em 02 o número de acertos e diminuiu em 02, o número acertos parciais, isto, sem esquecer

que o grupo que participou da intervenção possui um participante a mais que o grupo que não

participou.

Em uma situação de comparação, seguindo a mesma linha de pensamento, no 8º ano

(N) dos 08 alunos que não participaram da intervenção, 04 acertaram totalmente a questão, 02

acertaram parcialmente e 02 erram totalmente, não havendo alunos que não fizeram a questão.

Enquanto, dos 16 alunos que participaram da intervenção, 09 acertaram totalmente (mais de

50%), 07 acertaram parcialmente, não havendo participantes que erraram totalmente ou não

fizeram a questão.

Assim posto, diante dos dados explicitados na figura, notamos que os grupos que

participaram da intervenção evoluíram consideravelmente, nas duas turmas, sendo que no 7º

ano, 50% do grupo acertou totalmente a questão e no 8º ano houve a superação aos 50%.

Então, avaliamos que questões que apresentam essa estrutura, trazem sim, resultados

significativos e que os jogos e intervenção dos professores contribuíram com o êxito.

Convém reafirmar que, durante o trabalho com os jogos, o pesquisador procurou

mostrar para os grupos situações que, possivelmente, seriam vivenciadas no cotidiano dos

participantes, sempre apresentando relação teoria/prática, conforme o entendimento de

D‟Ambrosio (1986, p. 43), quando argumenta que ,“o valor da teoria se revela no momento

em que ela é transformada em prática. No caso da educação, as teorias se justificam na

medida em que seu efeito se faça sentir na condução do dia-a-dia na sala de aula”. Nesse

sentido, constatamos que, quando associa conceitos matemáticos a alguma situação da

realidade, os alunos se envolvem, procurando resolver com mais afinco as situações problema

propostas.

Page 109: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

106

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta pesquisa investigamos o processo de ensino/aprendizagem das Operações com

Números Inteiros (Z), trazendo para o enfoque a inserção dos jogos pedagógicos, a fim de

verificar contribuições para construção dos dados, e principalmente, possíveis avanços na

aprendizagem dos educandos, frente às dificuldades que, ao longo da nossa carreira enquanto

docente, nos inquietou no sentido de perceber entraves por parte de muitos educandos.

Durante o percurso investigativo fomos dominados por algumas preocupações, dentre

elas, se evidenciou, logicamente, às dificuldades de grande parte dos educandos com relação

ao desenvolvimento das competências e habilidades relacionadas às operações que envolvem

os Números Inteiros (Z) e de que forma a utilização de jogos pedagógicos poderia ser

considerado bom elemento de modo a favorecer a aprendizagem dos educandos.

Desde o princípio, a observação foi o instrumento que favoreceu, significativamente, o

direcionamento de todas as etapas vivenciadas na pesquisa, a contar da semana pedagógica,

aulas ministradas pelos professores, aplicação dos testes e execução dos jogos pedagógicos.

Isto condiz com o pensamento de Danna e Matos (2006) quando argumentam que a

observação possibilita registrar dados visíveis de interesse da pesquisa.

Sendo assim, quanto à semana pedagógica, vimos como momento de grande

relevância, pois tivemos a oportunidade de conhecer com mais profundidade a realidade da

escola, bem como a dinâmica de trabalho da equipe constituinte, principalmente, diretores,

coordenadores pedagógicos e professores.

No decurso de observação das cinco aulas de Matemática ministradas pelos

professores, nas duas turmas, 7º e 8º anos, se confirmava, mais uma vez, a necessidade de

buscar respostas às nossas inquietações, pois, nos deparamos com situações análogas ao que

sempre presenciamos em nossa sala de aula enquanto professor de Matemática. Nesse

momento, fomos beneficiados, pois a temática, incialmente, trabalhada pelos professores

tratava justamente dos “Números Inteiros (Z)”, temática abordada na nossa investigação.

De início já constatamos indícios de que o livro didático sempre foi à ferramenta mais

utilizada pelos professores, apesar de que, diante das respostas dos questionários, sempre

fizeram menção à necessidade de um trabalho pedagógico pautado na inserção de outras

possibilidades que favorecessem a aprendizagem dos educandos, respeitando assim, os ritmos

e o tempo de aprender de cada um, embora isto, não tenha sido evidenciado no período da

pesquisa.

Page 110: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

107

Vale ressaltar que, não pretendemos diminuir o valor que exerce o livro didático,

conforme já mencionamos anteriormente, nem tampouco, apontar o “caminho certo” que

porventura, o professor deva seguir, porém concordamos com o pensamento de que o

professor deve ser flexível e está aberto a diferentes possibilidades que facilite a

aprendizagem dos educandos. Nesse sentido, reconhecemos a importância que esta

investigação atribuiu à compreensão de como se dá a prática cotidiana do professor e as

influências dos saberes docentes na sua atuação.

Quanto aos educandos, ao passo que observamos as aulas, percebemos a desenvoltura

de cada um, como por exemplo, as dificuldades, por parte de alguns, com as regras de sinais e

o não reconhecimento dos números negativos enquanto maiores, menores, sucessores e

antecessores, bem como as dificuldades em resolver simples operações que envolviam estes

números. Esses fatores foram essenciais para reorganização, ou até mesmo o repensar de

algumas questões a serem aplicadas.

Com a aplicação do pré-teste, inicialmente, constatamos por parte da grande maioria

dos participantes, tanto do 7º como do 8º ano, dificuldades em interpretar às questões, das

mais simples às mais complexas. Sendo assim, houve a sinalização da indispensabilidade da

prática de leitura, desconstruindo a ideia que Matemática se constitui apenas com cálculos

mecânicos e sem sentido. Nesse sentido, Fonseca e Cardoso (2005) defendem a necessidade

de conhecimento das diferentes formas em que o conteúdo do texto pode ser escrito, bem

como as especificidades próprias da Matemática.

Em se tratando dos testes, como foram organizados em obediência a diferentes níveis

de complexidade, em cada questão trabalhada, tivemos uma visão geral do desempenho dos

participantes quanto ao domínio da temática. Com a análise dos resultados alcançados,

constatamos que a utilização de jogos pedagógicos nas aulas, faz-se eficaz quando se é

realizado de modo articulado e planejado, previamente.

O 1º JOGO: Reta Numérica deu suporte para que os educandos que participaram da

intervenção, compreendessem como se dá a representação geométrica dos números na reta

numérica. Como o jogo, apresentou um caráter de atividade interativa, acontecendo apenas

em uma partida, possibilitou maior comunicação entre os participantes, sendo que, na ocasião

em que apresentavam os erros e acertos, algumas dúvidas foram esclarecidas, principalmente,

no que se refere à posição dos números na reta.

A partir da execução do 1º jogo, confirmamos a importância da inserção de atividades

lúdicas nas aulas de Matemática, tendo em vista que, os educandos demonstraram durante

todo o processo, entusiasmo e afeição. Entretanto, faz-se necessário ressaltar, a importância da

Page 111: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

108

atuação do professor durante a execução, pois passamos a entender que, se o professor não

planejar, sistematicamente, cada momento a ser vivenciado, poderá comprometer a

aprendizagem dos educandos, onde a atividade não passará apenas de um momento

recreativo. Percebemos que, para os alunos, o jogo por si só, trás esse caráter recreativo, por

isso, o professor deve agir, estrategicamente, de modo mediar cada momento favorecendo a

aprendizagem. Conforme análise da questão 06 (Teste 7º ano) e questão 03 (Teste 8º ano),

ambas comuns aos dois testes, percebemos a superação de algumas dificuldades, a exemplo

da ideia de que, o Conjunto dos Números Inteiros (Z) se constitui apenas com números

negativos, ou seja, os educandos não compreendiam que o Conjunto dos Números Naturais

(N) é subconjunto dos Inteiros.

Outro fator importante a ser considerado, confirma-se, exatamente, na afeição dos

alunos quanto às questões que apresentavam um caráter mais problematizador, apesar da

existência das dificuldades de interpretação. Verificamos que, durante a realização dos dois

testes houve desinteresse de alguns em relação à resolução das questões que não

apresentavam situações vivenciadas no cotidiano.

Quando trabalhamos a questão 10, apresentada no teste do 7º ano, dimensionamos

com exatidão as dificuldades de interpretação dos educandos, pois do grupo que não

participou da intervenção nenhum aluno acertou totalmente a questão no pré-teste, e no pós-

teste, apenas 01 acertou. Já o grupo que participou da intervenção, apenas 01 aluno acertou

totalmente a questão, no pré-teste, havendo bom resultado no pós-teste, pois houve um salto

de alunos a acertarem a questão. No entanto, constatamos o quanto os alunos se sentem

motivados a responderem, quando se trata de questões que dialogam com a realidade,

principalmente, as que envolvem o sistema monetário.

Diante da complexidade da questão, averiguamos o insucesso por parte dos dois

grupos, e partindo da hipótese de que esta seria uma das questões onde os alunos sentiriam

mais dificuldades, trabalhamos de início, com o 2º JOGO: Soma de Inteiros, o que, a nosso

ver, não propôs avanços significativos ao grupo que participou da intervenção. Isso, não

significa dizer que a proposta do jogo não foi eficiente o suficiente para atingir os objetivos de

aprendizagem esperados. No entanto, a experiência vivenciada nos fez refletir sobre duas

situações importantes a serem consideradas: a) o professor, previamente, em seu planejamento

deve averiguar, se o tempo da sua aula será suficiente para execução do jogo, de modo que,

não comprometa os objetivos de aprendizagem previstos. b) o professor não deve passar

insegurança para os participantes, principalmente, no momento de anuncio dos procedimentos

Page 112: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

109

de execução do jogo. Há necessidade de clareza, objetividade e sábias intervenções que

favoreça a aprendizagem.

Quando propomos o 3º jogo: Matix, também, direcionado as operações de adição e

subtração, percebemos maior interação entre os participantes, elucidando melhor o

desempenho que se confirmou a partir dos dados do pós-teste. No entanto, fato passível de

reflexão dá-se, justamente, na dificuldade em se desenvolver somas, o que foi notável com a

execução desse jogo, e que é comum em nossas salas de aula.

Nessa direção, diante dos entraves percebidos neste momento final do jogo,

compreendemos o quanto é importante à intervenção do professor. Demos conta que, o

professor deve está atento, a cada reação dos jogadores durante a competição, aproveitando

eventuais dúvidas para provocá-los na tentativa de encontrar saídas. Salientamos que foi

exatamente o que aconteceu com a execução desse jogo.

Passamos a admitir que o jogo proposto, por si só, não trazia, nenhuma relação com

situações cotidianas. Caso não houvesse a intervenção do pesquisador, o jogo não passaria de

um momento de descontração entre os participantes, resultando apenas na retirada de fichas

dos tabuleiros, mesmo com os participantes utilizando durante as partidas diferentes

estratégias. No entanto, nesse momento da competição, o pesquisador propôs maneiras de

somar, de modo a dar sentido prático, aos números que estavam no domínio dos diferentes

grupos.

Como se tratava da soma de números inteiros, trouxemos para dentro da competição, a

associação dos números ao sistema monetário, conforme descrito na questão 10, outrora

apresentada. Com a intervenção, os participantes resolveram as somas com mais facilidade e,

perceptivelmente, a ação interventiva não interferiu em nenhum momento no resultado final

da competição, até porque o que importava era, exatamente, o resultado final da soma de cada

jogador e este resultado deveria ser enunciado corretamente. Sendo assim, a intervenção do

pesquisador, apenas contribuiu com a aprendizagem dos participantes.

A pesquisa, também, evidenciou que o desempenho dos participantes do 8º ano, dos

dois grupos, não apresentou avanços significativos se comparado ao desempenho dos

participantes do 7º ano. Nessas circunstâncias, percebemos uma lacuna no que se refere ao

domínio das competências a habilidades relacionadas às Operações com Números Inteiros

(Z), mesmo considerando o fato de 85% da turma está na faixa-etária prevista para o ano em

curso, em melhor situação que o 7º ano, com 76% de alunos dentro da faixa-etária, conforme

dados dos gráficos 1 e 2.

Page 113: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

110

A questão 12 (Testes 7º e 8º anos) nos confirma a relação intrínseca do nível de

conhecimento dos grupos participantes. Constatamos com esta questão que parte dos

educandos não desenvolveram com eficácia as operações que envolviam multiplicação e

divisão. Diante disso, para amenizar estas dificuldades o 4º JOGO: Positivo e negativo e o 5º

JOGO: Eu sei, contribuíram consideravelmente, conforme averiguamos na figura 24, onde

houve aumento do número de participantes a acertar parcialmente a questão.

No entanto, fato que nos chamou atenção foi, exatamente, a deficiência dos

participantes das duas turmas em resolver operações que envolvem potenciação. Nitidamente,

na análise do desempenho das duas turmas, os dois grupos, quase em sua totalidade, não

acertou as alternativas que continham potência, resultando em não acertos totais da questão,

exceto 01 aluno do 8º ano que alcançou êxito em sua totalidade. Nessa condição, nos

deparamos com um fator preocupante, tendo em vista que, principalmente, alunos do 8º ano,

já devem ter o domínio dos conceitos relacionados à potenciação.

Em suma, os registros e análises provenientes desta pesquisa dispuseram elementos

que atestaram a veracidade da realidade vivenciada nas salas de aula onde foi realizada a

pesquisa, tornando explícito, problemáticas que cotidianamente, são comuns nos diferentes

contextos educacionais dentro do campo do ensino da Matemática na Educação Básica. A

metodologia utilizada durante a investigação demonstrou consonância com o referencial

teórico adotado e sintonia com os instrumentos utilizados na construção dos dados de modo a

colocar em evidência, a todo instante, os participantes da pesquisa, tanto o aluno, sujeito

aprendiz, como o professor, o que conduz o processo de ensino/aprendizagem.

Com esta experiência, constatamos o desafeto que grande parte dos educandos nutre

pela Matemática e que essa falta de afeição tem desencadeado, frequentemente, a falta de

interesse, resultando na não aquisição dos saberes necessário a sua formação enquanto

estudante, que muitas vezes está arraigada a uma prática docente não satisfatória. No entanto,

percebemos que a inserção dos jogos pedagógicos no ensino dos Números Inteiros (Z), além

de ter facilitado a aprendizagem, motivou os alunos a quererem mais, descobrirem mais,

desconstruindo, nesse processo de ensino/aprendizagem, a visão negativa atribuída à

Matemática, além de possibilitar maior aproximação entre os participantes, inclusive com o

professor.

Convém salientar ainda que, esta pesquisa contribuiu muito para nossa formação

profissional, pois os resultados alcançados nos fez repensar em diversos aspectos a nossa

prática pedagógica enquanto professor de Matemática da Educação Básica, nos motivando a

continuar refletindo sobre o processo de ensino e aprendizagem da Matemática.

Page 114: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

111

Desse modo, essa pesquisa serviu para fortalecer o nosso entendimento a respeito das

diferentes vertentes epistemológicas que norteiam o âmbito do ensino básico e nos direcionou

ao entendimento de que o processo de ensino/aprendizagem acontecerá satisfatoriamente a

partir do momento em que os sujeitos que constituem a comunidade escolar de forma

integrada, assumirem seus reais papeis e responsabilidades.

O estudo revelou a necessidade de aprofundamento das nossas reflexões no que se

refere à prática pedagógica nas aulas de Matemática, nos direcionando para o desafio de

seguimento da pesquisa. A fim de verticalizar os nossos estudos acadêmicos, concordamos

com a importância de manter o estudo sob o viés de ação-reflexão-ação, considerando o

respeito, a diversidade e a valorização das vivências com os sujeitos partícipes.

A pesquisa ainda nos fez compreender que, o ensino de Matemática requer

comprometimento, não só dos docentes, mas de toda comunidade escolar. Sobretudo,

sabemos que existem várias alternativas de ensino e que é possível desenvolver um trabalho

que desperte o aluno, tornando-o ativo no processo de ensino/aprendizagem. Sendo assim,

acreditamos em uma educação que transforma e torna o sujeito autônomo e convicto do seu

papel na sociedade.

Page 115: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

112

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LINCOLN, Y. S.; GUBA, E. G. Naturalistic Inquiry. Califónia: Sage Publications, Inc., 1985, 416 p.

LUDKE, M.; ANDRÉ, M.E.D.A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São

Paulo, EPU, 1986.

MALAGUTTI, P. L.; BALDIN, Y.. Os números inteiros no Ensino Fundamental –

Minicurso para aperfeiçoamento de professores de Matemática do Ensino Básico. UFSCAR,

s. l, 2010.

MARIANO, A. C. S. O Ensino dos Números Inteiros no Ensino Fundamental.

Universidade Federal São João del - Rei – UFSJ. Trabalho de conclusão de Curso de

Mestrado Profissional em Matemática – PROFMAT, 2013.

MOISÉS, R. P.; LIMA, CASTRO, L. Zero - História do número. UOL - Educação. 2007.

Disponível em: <<http://educacao.uol.com.br/disciplinas/matematica/zero-historia-do-

numero.htm>> Acesso em: 26 jul 2014.

MONTEIRO, A.; POMPEU J. G.. A Matemática e os Temas Transversais. São Paulo.

Editora Moderna, 2001.

OLIVEIRA, A. A.. Observação e entrevista em pesquisa qualitativa. Revista FACEVV |

Vila Velha | Número 4 | Jan./Jun. 2010 | p. 22-27

PARAÍBA. Secretaria de Educação e Cultura. Gerência Executiva da Educação Infantil e

Ensino Fundamental. Referenciais Curriculares do Ensino Fundamental: Matemática,

Ciências da Natureza e Diversidade Sociocultural - João Pessoa: SEC / Grafset, 2010.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Educação Básica. Diretrizes

Curriculares da Educação Básica – Matemática. Curitiba: SEED/DEEB, 2008.

Page 118: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

115

PIAGET, Jean. A formação do símbolo na criança. 3ª ed. Rio de janeiro: Editora

Zahar,1973.

______. Psicologia e Pedagogia. 3. ed. (Trad. D. A. Lindoso e R. M. R. Silva). Rio de

Janeiro: Forense-Universitária, 1976. (Orig.: 1969)

PRADO, E. P. A. Os textos impressos para o ensino dos números inteiros na visão de

licenciandos em matemática. 2008. 171 p. Tese (Doutorado). UNICAMP, Campinas, SP.

RÊGO, R. G.; RÊGO, R. M.. Matematicativa – 3 ed. – João Pessoa: Editora Universitária /

UFPB, 2001.

RICHARDSON, R. J. Pesquisa social: métodos e técnicas. São Paulo: Atlas, 1985.

ROCHA NETO, F. T. Dificuldades na aprendizagem operatória de Números Inteiros no

Ensino Fundamental. 2010. 81 p. Dissertação (Mestrado Profissional no Ensino de Ciências

e Matemática. UFC. Fortaleza.

SÁ, P. F.. ANJOS, L. J. S. Números Negativos: Uma Trajetória Histórica. In: IX Anais do

Seminário Nacional de História da Matemática. Disponível em:

<http://www.each.usp.br/ixsnhm/Anaisixsnhm/Comunicacoes/1_S%C3%A1_P_F_N%C3%B

Ameros_Negativos_Uma_Trajet%C3%B3ria_Hist%C3%B3rica.pdf> Acesso em: 24 abr

2015.

SEVERINO, A. J. Metodologia do Trabalho Científico. - 23. Ed. rev. e atual. – São Paulo:

Corteza, 2007.

SHULMAN, L. S. Those Who Understand: Know ledge. In: Teaching. Educational

Researcher. V. 15, n. 2, p. 4 – 14, 1986.

SILVA, E. L., MENEZES, E. M. (2000) Metodologia da pesquisa e elaboração de

dissertação. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal

de Santa Catarina, Florianópolis, 2000, 118p.

SMOLE, K. S; DINIZ, M. I.; MILANI, E. Jogos de matemática de 6º a 9º ano. 104 p. –

Porto Alegre: Artmed, 2007 (Série Cadernos de Mathema – Ensino Fundamental).

TARDIF, M. Saberes docentes e formação professional. 14. ed. – Petrópolis, RJ: Vozes,

2012.

TEIXEIRA, L. R. M.; Aprendizagem Operatória de Números Inteiros: obstáculos e

dificuldades. Revista: Pro-Posições. V. 4, Nº 1 [10], UNICAMP, março 1993. Disponível em:

<< file:///C:/Users/Marcos/AppData/Local/Temp/10-artigos-teixeiralrm.pdf>>. Acesso: 28

jan. 2014.

VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

______. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1994.

YUS, R. Temas Transversais: em Busca de uma Nova Escola, Ed. Artmed, 1998.

Page 119: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

116

APÊNDICES

Page 120: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

117

APÊNDICE A – Roteiro - Termo de consentimento livre e esclarecido. Catolé do Rocha –

PB, 2016.

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (UERN)

CAMPUS AVANÇADO PROF.ª MARIA ELISA DE A. MAIA (CAMEAM)

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO (PPGE)

CURSO DE MESTRADO ACADÊMICO EM ENSINO (CMAE)

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Estou realizando uma pesquisa intitulada: “Jogos pedagógicos como elemento facilitador da

aprendizagem dos números inteiros nos anos finais do Ensino Fundamental”, onde

investigarei como os educandos do 7º e 8º anos do Ensino Fundamental constroem os

conhecimentos referentes às Operações com Números Inteiros (Z), mediante a utilização de

jogos pedagógicos.

Este trabalho está sob a orientação do Professor Dr. Francisco Ernandes Matos Costa, e será

apresentado na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - Campus Avançado

“Professora Maria Elisa de A. Maia”- CAMEAM, como requisito parcial para a obtenção do

título de Mestre em Ensino.

Nesse sentido, você está sendo convidado (a) a participar desta pesquisa, como co-

pesquisador(a), onde a sua participação contribuirá, significativamente, para entendermos

alguns problemas que permeiam o ambiente escolar, principalmente no que se refere ao

processo de ensino/aprendizagem da Matemática. Nesta investigação, procuraremos

compreender, principalmente, os percursos seguidos pelos educandos para desenvolver as

competências e habilidades relacionadas às Operações com Números Inteiros (Z).

Sua participação é voluntária, o que significa que você poderá desistir a qualquer momento.

Durante o estudo, usaremos técnicas padronizadas de coleta de dados, como observação e

aplicação de pré e pós-teste, sendo um, no início e outro no final da pesquisa. Nesse ínterim,

desenvolveremos um trabalho de intervenção com os educandos, na qual, faremos abordagens

Page 121: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

118

relacionadas aos jogos pedagógicos. Convém lembrar que o universo de estudo desta pesquisa

proverá de uma análise bibliográfica que nos dará respaldo teórico para associarmos teoria e

prática durante o percurso da investigação. Os encontros acontecerão em comum acordo com

os participantes voluntários, sendo previamente marcado.

Declaro que li e entendi o termo de consentimento e que sou voluntário (a), participante e

colaborador (a) neste estudo.

Participante da pesquisa:

Nome:______________________________________________________________________

Assinatura: _________________________________________________________________

Pesquisador responsável:

Marcos Aurélio da Silva Sousa

Assinatura: _________________________________________________________________

Rua: Castelo Branco, 460- Bairro Tabajara- Catolé do Rocha/PB.

Professor Orientador: Dr. Francisco Ernandes Matos Costa.

Assinatura:__________________________________________________________________

Page 122: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

119

APÊNDICE B – Roteiro - Diário de notas de campo. Catolé do Rocha – PB, 2016.

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (UERN)

CAMPUS AVANÇADO PROF.ª MARIA ELISA DE A. MAIA (CAMEAM)

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO (PPGE)

CURSO DE MESTRADO ACADÊMICO EM ENSINO (CMAE)

REGISTROS E OBSERVAÇÕES DO

PESQUISADOR

(Notas de Campo – Aulas de Matemática)

Marcos Aurélio da Silva Sousa

Page 123: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

120

REGISTROS E OBSERVAÇÕES DO PESQUISADOR

(Notas de Campo – Intervenção)

DATA REGISTROS/OBSERVAÇÕES DO PESQUISADOR (Notas de Campo)

Page 124: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

121

APÊNDICE C – Roteiro de questionário aplicado aos professores. Catolé do Rocha-PB,

2016.

QUESTIONÁRIO DE PESQUISA

CARACTERIZAÇÃO DO RESPONDENTE

1. Instituição de ensino em que trabalha: ________________________________________

2. Idade: __________________________________________________________________

3. Sexo: __________________________________________________________________

4. Nível escolar em que leciona: _______________________________________________

6. Anos de magistério: _______________________________________________________

7. Formação acadêmica: _____________________________________________________

POSICIONAMENTO CRÍTICO DO PROFESSOR

1. Quais são os principais desafios de ensinar na contemporaneidade?

2. Você se sente motivado para a profissão que escolheu? Por quê?

3. Como você vê o aluno de hoje e como se relaciona com ele?

4. Você utiliza o livro didático no ano de 2014? Em caso afirmativo, qual o livro e como

aconteceu a sua escolha?

5. Em que momentos você utiliza o livro didático durante as aulas e quais as estratégias

utilizadas para ensinar Números Inteiros?

6. Ao abordar uma nova temática em sala de aula, você utiliza alguma metodologia para

averiguar se os alunos possuem os conhecimentos necessários para iniciar o estudo do novo

conteúdo? Justifique.

7. Na sua concepção quais os conhecimentos básicos que o aluno precisa dominar para iniciar

os estudos relacionados ao Conjunto dos Números Inteiros?

8. Qual sua opinião a respeito utilização de jogos pedagógicos nas aulas de Matemática?

Page 125: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

122

APÊNDICE D – Roteiro de pré-teste aplicado aos alunos do 7º e 8º ano. Catolé do Rocha –

PB, 2016.

PRÉ-TESTE DE MATEMÁTICA – 7º ANO

01 – Desenhe uma reta e represente sobre ela os números inteiros de -8 a +8. Depois faça um

círculo azul em torno de cada número inteiro positivo e um vermelho em torno de cada

número inteiro negativo.

Na reta abaixo, os alunos estão nos lugares de números inteiros consecutivos. Observe-a para

fazer os exercícios 02, 03 e 04.

02 – Se Vítor está no lugar do zero, indique quem está no lugar do:

a) +6 b) +4 c) -2 d) -4 e) +3 f) -3

03 – Se Tico está no lugar do -5, indique quem está no lugar do:

a) -8 b) -1 c) 0 d) +3 e) -3 f) +1

04 – Se Cris está no lugar do +6, indique em que lugar está:

a) Vítor b) Tico c) Talita d) Lalá e) Enzo f) Ingo

Page 126: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

123

05 – As caixas coloridas estão numeradas.

Colocando os números em ordem crescente, em que ordem ficarão as cores das caixas?

06 - Observe as imagens.

a) Dos números que aparecem nas imagens, quais são inteiros?

b) Entre os números que aparecem nas imagens, qual é o menor? E qual é o maior?

c) Escreva o antecessor e o sucessor de cada um desses números.

Page 127: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

124

07 – A formiga só pode deslocar-se nas linhas indicadas e para um número maior. Que

trajeto ela tem de seguir até encontrar o doce?

08 – O termômetro está marcando 5°C. Quantos graus vai marcar:

a) Se a temperatura diminuir 3 graus?

b) Se a temperatura diminuir 5 graus?

c) Se a temperatura diminuir 8 graus?

d) Se a temperatura diminuir 8 graus e depois aumentar 2 graus?

Page 128: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

125

09 – Veja quanto o termômetro está marcando em cada horário:

Quantos graus a temperatura aumentou ou diminuiu:

a) Das 8 às 10 h? __________ c) Das 18 às 22 h? __________

b) Das 10 às 14 h? __________ d) Das 22 à meia – noite? __________

c) Das 14 às 18 h? __________

10 – Observe o estrato de uma conta bancária em forma de tabela.

DATA CRÉDITO DÉBITO SALDO

31/03 200,00 120,00

01/04 150,00

03/04 60,00

05/04 50,00

10/04 100,00

a) Complete a coluna de saldo.

b) No dia 31/3 foi depositado (ou guardado no banco) o valor de R$ 200,00 e o saldo totalizou

R$ 120,00. Qual era o saldo anterior?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

Page 129: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

126

11 – No jogo de dardos é preciso calcular a soma dos pontos. Cada jogador atirou três dardos.

Quantos pontos fez cada um, no total?

12 - Efetue os cálculos:

a) (+16) + (+31) b) (-19) - (-11) c) 2 . (-5) d) (-5) . (-4)

e (-24) : 4 f) (-72) : (-9) g) 42

. 3 h) 63 – 7

2 – (10

2)7 :10

12

13 – Determine o valor de cada letra no esquema

No esquema, letras iguais correspondem ao mesmo número.

Page 130: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

127

REFERÊNCIAS

ANDRIANI, Álvaro. VASCONCELLOS, Maria José. Praticando Matemática, 8º ano - 3.

Ed. renovada. – São Paulo: Editora do Brasil, 2012.

IEZZI, Gelson. DOLCE, Osvaldo. MACHADO, Antonio. Matemática e realidade, 7º ano –

6ª ed. São Paulo: Atual, 2009.

SOUSA, Joamir Roberto de. PARATO, Patrícia Rosana Moreno. Vontade de saber

matemática, 7º ano. 2 ed. São Paulo: FTD, 2012.

_____.Vontade de saber matemática, 8º ano. 2 ed. São Paulo: FTD, 2012.

Page 131: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

128

PRÉ-TESTE DE MATEMÁTICA – 8º ANO

01 – Observe os números indicados no quadro.

4 -7 1 3,6 6

95 -0,2 10 -1 4

1

a) Quais desses números pertencem ao conjunto dos números:

Naturais (N)? _______________________________________________________

Inteiros? (Z) ________________________________________________________

b) Todo número natural também é um número inteiro? Justifique.

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

02 – Substitua cada ----- pelos símbolos ou .

a) -1 ----- d) 17 ---- g) 0,5 -----

b) 7 ----- e) -3 ---- h) 5

3 -----

c) 2,5 --- f) 0 ----- i) -240 ----

03 – Observe as imagens.

Page 132: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

129

a) Dos números que aparecem nas imagens, quais são:

Naturais (N)? ___________________________________________________

inteiros?(Z)? ____________________________________________________

b) Entre os números que aparecem nas imagens, qual é o menor? E qual é o maior?

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

c) Escreva o antecessor e o sucessor de cada um desses números.

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

04 – Responda:

a) Sou um número inteiro e o meu sucessor é – 999. Quem sou?

_____________________________________________________________________

b) Sou um número inteiro. Não sou positivo. Não sou negativo. Quem sou?

_____________________________________________________________________

c) Sou um número inteiro maior que -15 e menor que -13. Quem sou?

___________________________________________________________________________

05 – A formiga só pode deslocar-se nas linhas indicadas e para um número maior. Que trajeto

ela tem de seguir até encontrar o doce?

Page 133: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

130

06 – Observe os números naturais.

3 14 37 6 29 11

a) É possível realizarmos uma subtração entre dois desses números e obtermos um

número não natural? Justifique por meio de um exemplo.

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

b) Na subtração de dois números naturais quaisquer, o resultado será sempre um número

inteiro? Dê exemplos.

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

07 – Em relação à divisão envolvendo dois números inteiros, responda:

a) É possível que o resultado dessa divisão seja um número inteiro? E um número natural? Dê

exemplos.

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

b) O resultado dessa divisão será sempre um número inteiro? Justifique.

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

08 – Os quadrados mágicos foram criados na China por volta de 2200 a.C. Nas linhas, nas

colunas e nas diagonais os números tem a mesma soma, chamada soma mágica. Assim,

complete o quadro mágico abaixo de forma que a soma dos números de qualquer linha,

coluna ou diagonal seja sempre o mesmo valor.

-2

3

-4

1

Page 134: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

131

09 – O saldo bancário de Douglas passou de -173 reais para +919 reais. Quanto foi depositado

em sua conta?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

10 – Veja na tabela que o hotel Ene Estrelas só dá lucro nos meses de férias.

Hotel Ene Estrelas

(movimento em milhares de reais)

janeiro fevereiro Março abril maio junho

150 75 -150 -75 -75 -150

a) Em que mês o hotel teve prejuízo de 75 mil reais? _____________________________

b) Em que mês o hotel teve prejuízo de 150 mil reais? ____________________________

c) Escreva a adição que indica o lucro ou o prejuízo de todo o semestre. _____________

d) Você acha que o dono do hotel deveria fechá-lo? _____________________________

11 – Efetue as adições:

a) -7 – 8 + 24 -11 + 32 – 5 -39 c) 18 – 43 + 72 – 123 + 18 + 56 + 21

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

b) – 15 + 21 + 25 – 6 – 8 – 12 – 38 d) 1 – 2 + 3 – 4 + 5- 6

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

12 – Efetue os cálculos:

a) (+16) + (+31) b) (-19) - (-11) c) 2 . (-5) d) (-5) . (-4)

________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

a) (-24) : 4 f) (-72) : (-9) g) 42

. 3 h) 63 – 7

2 – (10

2)7 :10

12

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

Page 135: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

132

REFERÊNCIAS

ANDRIANI, Álvaro. VASCONCELLOS, Maria José. Praticando Matemática, 8º ano - 3.

Ed. renovada. – São Paulo: Editora do Brasil, 2012.

CENTURIÓN, Marília. JAKUBOVIC, José. Matemática: teoria e contexto, 7º ano. – 1. ed.

– São Paulo: Saraiva, 2012.

SOUSA, Joamir Roberto de. PARATO, Patricia Rosana Moreno. Vontade de saber

matemática, 7º ano. 2 ed. São Paulo: FTD, 2012.

_____.Vontade de saber matemática, 8º ano. 2 ed. São Paulo: FTD, 2012.

Page 136: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

133

APÊNDICE E – Roteiro de termo de consentimento para utilização de fotografias e

questões dos testes. Catolé do Rocha – PB, 2016.

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (UERN)

CAMPUS AVANÇADO PROF.ª MARIA ELISA DE A. MAIA (CAMEAM)

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO (PPGE)

CURSO DE MESTRADO ACADÊMICO EM ENSINO (CMAE)

PERMISSÃO PARA USO DOS TESTES E FOTOGRAFIAS

Tendo em vista a realização da pesquisa “Jogos pedagógicos como elemento facilitador da

aprendizagem dos números inteiros nos anos finais do Ensino Fundamental”, que visa,

investigar a aprendizagem das operações com Números Inteiros (Z), fazendo uso de jogos

pedagógicos, no 7º e 8º desta escola, solicitamos a sua permissão para o uso das questões dos

testes respondidos pelo/a seu/a filho/a, bem como uso das fotografias tiradas no momento das

atividades educativas em conjunto com os outros educandos. Estes testes e fotografias

deverão ser usados em uma dissertação originada a partir da pesquisa, produzida pelo aluno

Marcos Aurélio da Silva Sousa.

CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Declaro que compreendi os objetivos desta pesquisa, e concordo com o uso testes e

fotografias de meu/a filho/a, nos documentos acima explicitados.

Aluno(a): ___________________________________________________________________

Assinatura do pai ou responsável:________________________________________________

Profº Dr. Francisco Ernandes Matos Costa.

Orientador: _________________________________________________________________

Page 137: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

134

APÊNDICE F – Roteiro de ficha de informações para registros durante o trabalho com os

Jogos Pedagógicos. Catolé do Rocha – PB, 2016.

FICHA DE REGISTROS DA INTERVENÇÃO – JOGO 01

ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL JOÃO SUASSUNA

ANO/SÉRIE: _____

DATA: __/__/2015

RESPONSÁVEL: PESQUISADOR

JOGO 01 – RETA NUMÉRICA

Com este jogo o aluno deve ser capaz de: Localizar os Números Inteiros na reta numérica,

sabendo identificar o antecessor e sucessor de cada um deles, bem como, posicioná-los em

ordem crescente ou decrescente.

GRUPOS ALUNOS OBSERVAÇÃO SITUAÇÃO

Grupo I

Aluno 01

Aluno 02

Aluno 03

Aluno 04

Grupo II

Aluno 01

Aluno 02

Aluno 03

Aluno 04

Grupo III

Aluno 01

Aluno 02

Aluno 03

Grupo IV

Aluno 01

Aluno 02

Aluno 03

Assinatura do responsável: _____________________________________________________

Page 138: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

135

ANEXOS

Page 139: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

136

ANEXO A – Ofício encaminhado à direção da escola onde foi realizada a pesquisa. Catolé

do Rocha – PB, 2016.

Page 140: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

137

PRODUTO

JOGO PEDAGÓGICO - CORRIDA DOS NÚMEROS INTEIROS

Page 141: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

138

JOGO PEDAGÓGICO - CORRIDA DOS NÚMEROS INTEIROS

O objetivo do jogo é fazer com que o educando fortaleça sua compreensão sobre o conceito e

Operações com Números Inteiros (Z) de modo a desenvolver habilidades que envolvam o

cálculo mental, raciocínio lógico, agilidade e conhecimentos históricos, fazendo, em algumas

situações, relação com vivências cotidianas.

Organização da turma: Divisão da turma em duplas ou grupo de quatro alunos.

Público alvo: alunos a partir do 7º ano.

Recursos necessários: Cada dupla ou grupo de quatro alunos receberá um tabuleiro com a

“Corrida de Inteiros”, dois dados, marcadores para cada jogador e cartas com questões

respondidas. Sendo que, cada dado trará uma representação numérica diferenciada em suas

faces, da seguinte forma:

Dado 1 – Números: 1; -2; 3; -4; 5; -6. Dado 2 – Números: -1; 2; -3; 4; -5; 6;

DADOS

1

-2

3

-4

5

-6

-1

2

-3

4

-5

6

Page 142: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

139

Partida

Chegada

Pegue uma

carta Pegue uma

carta

Pegue uma

carta

Pegue uma

carta

Pegue uma

carta

Pegue

uma carta

Pegue uma

carta

Pegue uma

carta

Pegue uma

carta

Pegue uma

carta

Pegue uma

carta

Pegue uma

carta

Pegue uma

carta

Pegue uma

carta Pegue uma

carta

Pegue uma

carta

Pegue uma

carta

Pegue uma

carta

Pegue uma

carta

Pegue uma

carta

Pegue uma

carta Pegue uma

carta

Pegue uma

carta

Page 143: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

140

REGRAS

1 – Cada jogador lança um dado, o que obtiver maior número inicia o percurso da corrida;

2 – O jogador inicia lançando os dois dados e com os números apresentados, fará a soma. O

resultado da soma indicará o número de casas a serem seguidas. Caso a soma resulte em um

número negativo, o jogador se mantém no início da trilha passando a vez para o seu oponente

que procederá da mesma forma;

3 – No decorrer do percurso o resultado da soma sendo positivo, o jogador continua

avançando, sendo negativo o jogador retrocede;

5 – Ao parar na casa que contenha a expressão “Pegue uma carta”, o jogador pegará a carta

que esta empilhada com a face para baixo e consequentemente passará para o seu oponente

para fazer a leitura. O oponente a fazer a leitura sempre será o próximo a jogar, caso estejam

em grupo de quatro jogadores, seguindo a ordem previamente combinada.

6 – O oponente fará a leitura do que está escrito na carta sem que jogador veja. Se o jogador

acertar avança duas casas, se errar volta duas;

5 – Cada jogador deverá cumprir rigorosamente as exigências contidas nas casas seja

desafios, questões problematizadoras, resolução de operações ou ordem de avanços e

retrocessos. Se na casa não houver solicitação, o jogador passa a vez para o seu oponente.

6 – vence o jogo quem chegar ao final primeiro.

Page 144: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

141

CARTAS

Qual o símbolo que

representa os Números

Inteiros?

R: Z.

O conjunto dos números

inteiros é constituído

apenas por números

negativos. A afirmativa é

verdadeira ou falsa?

Justifique.

R: Falsa: (Positivos e

negativos).

Volte cinco casas.

Maria foi ao

supermercado e levou R$

15,00. O valor das

compras resultou em

R$18,00. Maria voltou

com dinheiro para casa

ou ficou devendo no

supermercado?

R: Voltou com R$3,00.

Avance duas casas.

Qual o valor da divisão

(-45) : (-9)?

R: +5.

Page 145: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

142

O simétrico de +5 é -5.

Está afirmativa é

verdadeira ou falsa?

R: Verdadeira.

Avance para a próxima

casa.

Volte para o início.

Troque de posição com

seu oponente.

Todo número natural é

inteiro. Você concorda?

Por quê?

R: Sim. Porque o

conjunto dos Naturais é

subconjunto dos Inteiros.

Todo número inteiro é

natural. Você concorda?

R: Não. Porque os

números negativos não

são naturais.

Page 146: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

143

O número -2 é maior que

-3. Você concorda?

R: Sim

No sertão paraibano o

termômetro marca 27º

pela manhã. Se a

temperatura aumentar 4º

à tarde quanto marcará o

termômetro?

R: 31º.

Qual o sucessor de 999?

R: 1000

Qual o antecessor de -7?

R: -8

Volte uma casa.

Volte dez casas.

Avance três casas.

Page 147: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

144

(-4) x (-2) tem como

produto -8. Você

concorda?

R: Não. É +8.

Onde e em que época

aconteceu à formalização

dos Números Inteiros

(Z)?

R: Na Alemanha, no final

do século XIX.

O oposto de +5 é 5. Está

afirmativa é verdadeira

ou falsa?

R: Falsa.

Quanto equivale

(-4) – (-5)?

R: +1

Avance três casas.

Avance uma casa.

Page 148: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

145

Para responder as questões os jogadores podem lápis e papel, porém previamente pode

entrar em acordo quando o tempo de resolução.

Ressaltamos que, de acordo com o nível da turma as cartas podem conter questões

mais aprofundadas.

Idealizador:

SOUSA, M. A. S.

Page 149: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

146

PLANO DE TRABALHO COM O JOGO “CORRIDA DOS NÚMEROS INTEIROS”

Este plano apresenta objetivos, estratégias e materiais utilizados na execução do jogo

que foi idealizado como proposta de revisão dos Números Inteiros (Z), conteúdo formalmente

trabalhado no 7º ano do Ensino Fundamental. Ressaltamos que o professor poderá trabalhar

com os alunos após sequências de aulas com abordagens sobre o conteúdo, pois entendemos

que é exatamente nesse momento que os educandos já têm o domínio de algumas habilidades.

Temos também como sugestão, o professor trabalhar com o jogo durante a

apresentação do conteúdo, porém, há a necessidade de uma seleção das fichas com as

questões propostas a serem respondidas durante a execução. Estas questões devem ser de

acordo com a temática que o aluno está estudando que podem ser elaboradas conforme o nível

de aprendizagem da turma.

1. TEMÁTICA

Conjunto dos Números Inteiros (Z).

2. OBJETIVO GERAL

Fortalecer a compreensão sobre o conceito de Números Inteiros (Z) de modo a desenvolver

habilidades que envolvam o cálculo mental, raciocínio lógico, agilidade e conhecimentos

históricos, fazendo, em algumas situações, relação com vivências cotidianas.

3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Conhecer a procedência da formalização dos números inteiros;

Identificar os números inteiros enquanto opostos ou simétricos;

Comparar números inteiros reconhecendo-os enquanto “maior” ou “menor”;

Construir conceitos de operações de adição, subtração, multiplicação e divisão com

números inteiros;

Associar a resolução de operações com números inteiros a questões práticas

vivenciadas em situações cotidianas;

Page 150: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

147

Compreender operações com números inteiros a partir da resolução de situações

problemas.

4. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

A história dos números; Números Inteiros e a Reta numérica; Números opostos ou

simétricos; Comparação de Números Inteiros; Sucessor e antecessor.

Somando inteiros positivos; Somando inteiros negativos; Somando inteiros de sinais

contrários; Cálculo da diferença entre números inteiros; Multiplicação de inteiros

positivos; multiplicação de inteiros negativos; Multiplicação de inteiros com sinais

contrários; Cálculo da divisão entre números inteiros; Resolução de problemas.

Sistema Monetário.

5. ESTRATÉGIAS/DESENVOLVIMENTO

Para execução do jogo:

A turma inicialmente será dividida em duplas, ou grupo de quatro alunos;

O professor fará uma explanação sobre o conteúdo anteriormente trabalhado nas aulas,

fazendo um levantamento dos conhecimentos prévios e revisão;

Consequentemente, o professor entregará aos jogadores os tabuleiros com a “Corrida

de Inteiros”, dados, marcadores e cartas com questões respondidas.

Os jogadores serão orientados a utilizarem uma folha de papel e lápis para resolução

de cálculos, caso seja necessário;

Antes de iniciar as partidas, o professor fará a leitura das regras do jogo juntamente

com os jogadores e esclarecerá dúvidas existentes;

Durante as partidas, o professor observará as dificuldades dos jogadores quanto à

resolução das questões, para que, ao final, sejam feitas resoluções coletivas;

O professor, também, questionará os jogadores sobre as dificuldades que tiveram

durante a execução do jogo, para possíveis esclarecimentos.

Para melhor assimilação do jogo e aprofundamento da aprendizagem dos jogadores, o

professor poderá em outra aula, fazer uma troca entre as duplas (ou grupos de quatro

alunos).

6. MATERIAIS NECESSÁRIOS

Page 151: Jogos pedagógicos como elemento facilitador da aprendizagem

148

Tabuleiros com a “Corrida de Inteiros”;

Cartas com questões;

Marcadores;

Dados;

Papel ofício;

Lápis.

7. AVALIAÇÃO

A avaliação terá um caráter formativo, ocorrendo ao longo do processo de

ensino/aprendizagem mediante execução do jogo. Os instrumentos utilizados pelo professor

deverão está totalmente em consonância com a metodologia e objetivos propostos, tendo a

auto avaliação como instrumento essencial durante o processo, bem como a utilização de um

feedback, propondo valorização da ação – reflexão – ação.

Idealizador:

SOUSA, M. A. S.