jeisson franke luiz paulo ramos marina scarsi ricardo carnieletto extensÃo ou comunicaÇÃo? cap....

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  • Jeisson Franke Luiz Paulo Ramos Marina Scarsi Ricardo Carnieletto EXTENSO OU COMUNICAO? Cap. II 1
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  • Extenso e Invaso Cultural Somente o homem, como um ser que trabalha, que tem um pensamento-linguagem, que atua e capaz de refletir sobre si mesmo e sobre a sua prpria atividade homem porque est sendo no mundo e com o mundo 2
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  • Extenso e Invaso Cultural Toda invaso sugere, obviamente, um sujeito que invade O espao histrico-cultural lhe d sua viso de mundo O invasor reduz os homens do espao invadido a meros objetivos de sua ao As relaes entre invasor e invadidos, que so relaes autoritrias, situam seus plos em posies antagnicas 3
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  • Extenso e Invaso Cultural O primeiro atua, os segundos tm a iluso de que atuam na atuao do primeiro O invasor prescreve e os invadidos so pacientes da prescrio Para que a invaso cultural seja efetiva e o invasor cultural logre seus objetivos, faz-se necessrio que esta ao seja auxiliada por outras que, servindo a ela, so distintas dimenses da teoria antidialgica 4
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  • Extenso e Invaso Cultural Toda invaso cultural pressupe a conquista, a manipulao e o messianismo de quem invade Sendo a invaso cultural um ato em si mesmo de conquista, necessita de mais conquista para manter-se (propaganda, slogans, os mitos) necessrio ao invasor descaracterizar a cultura invadida, romper seu perfil, ench-la inclusive de subprodutos da cultura invasora 5
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  • Extenso e Invaso Cultural Manipulao: outra caracterstica bsica da teoria antidialgica da ao Manipulao e conquista, expresses da invaso cultural e, ao mesmo tempo, instrumentos para mant-la. So caminhos de domesticao Ser dialgico empenhar-se na transformao constante da realidade 6
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  • Extenso e Invaso Cultural O dilogo o encontro amoroso dos homens que, mediatizados pelo mundo, o pronunciam, isto , o transformam, e, transformando-o, o humanizam para a humanizao de todos No h nem pode haver invaso cultural dialgica; no j manipulao nem conquista dialgicas: estes so termos que se excluem 7
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  • Extenso e Invaso Cultural Pois bem, ainda que reconheamos que nem todos os agrnomos chamados extensionistas faam invaso cultural, no nos possvel ignorar a conotao ostensiva da invaso cultural que h no termo extenso Para que os homens simples sejam tidos como absolutamente ignorantes, necessrio que haja quem os considere assim 8
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  • Extenso e Invaso Cultural O latifndio, como estrutura vertical e fechada, , em si mesmo, antidialgico. Sendo uma estrutura fechada que obstaculiza a mobilidade social vertical ascendente, o latifndio implica numa hierarquia de camadas sociais em que os estratos mais baixos so considerados, em regra geral, como naturalmente inferiores. 9
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  • Extenso e Invaso Cultural A estrutura latifundista, de carter colonial, proporciona ao possuidor da terra, pela fora e prestgio que tem, a extenso de sua posse tambm at os homens. uma srie interminvel de limitaes que diminuem a rea de aes livres destes homens. Em funo do carter pessoal de um ou outro proprietrio mais humanitrio, se estabelecem relaes afetivas entre este e seus moradores, estas no eliminam a distncia social entre eles. 10
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  • Extenso e Invaso Cultural natural, assim, que os camponeses apresentem uma atitude quase sempre, ainda que nem sempre, desconfiada com relao aqueles que pretendem dialogar com eles. Esta atitude de desconfiana tambm de si mesmos No esto seguros de sua prpria capacidade. Injete o mito de sua ignorncia absoluta. natural que prefiram no dialogar. 11
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  • Extenso e Invaso Cultural A dificuldade em dialogar dos camponeses no tem sua razo neles mesmos, enquanto homens camponeses, mas na estrutura social, enquanto fechada e opressora. No ser com o antidilogo que romperemos o silncio campons, mas sim com o dilogo em que se problematize seu prprio silncio e suas causas. 12
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  • Extenso e Invaso Cultural O trabalho do agrnomo como educador no se esgota e no deve esgotar-se no domnio da tcnica, pois que esta no existe sem os homens e estes no existem fora da histria, fora da realidade que devem transformar. A produo agrcola no existe no ar. Resulta das relaes homem-natureza 13
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  • Extenso e Invaso Cultural Se a produo agrcola se desse no domnio das coisas entre si, e no no domnio dos homens frente ao mundo, no haveria que falar em dilogo. No h que considerar perdido o tempo do dilogo que, problematizando, critica e, criticando, insere o homem em sua realidade como verdadeiro sujeito da transformao. 14
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  • Extenso e Invaso Cultural A nica coisa a fazer simplesmente narrar os fatos que devem ser memorizados. O que se pretende com o dilogo, em qualquer hiptese, a problematizao do prprio conhecimento em sua indiscutvel reao com a realidade concreta na qual se gera e sobre a qual incide, para melhor compreend-la, explic-la, transform-la. 15
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  • Extenso e Invaso Cultural O papel do educador no o de encher o educando de conhecimento, de ordem tcnica ou no, mas sim o de proporcionar, atravs da relao dialgica educador- educando, educando-educador, a organizao de um pensamneto carreto em ambos. O melhor aluno no o que disserta, no o que mais memorizou as frmulas, mas sim o que percebeu a razo destas, o que pensa criticamente sobre todo este pensar e corre o risco de pensar tambm. 16
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  • Extenso e Invaso Cultural O desafio fundamental constituio do saber. Rejeitar, em qualquer nvel, a problematizao dialgica insistir num injustificvel pessimismo em relao aos homens e vida. 17
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  • Reforma agrria, transformaco cultural e o papel do agrnomo educador O papel do Agrnomo desde quando comea a fazer parte das relaes homem-natureza, tem responsabilidade pela capacitao do campons, no sendo apenas tcnica, mas tambm social e cultural. Esta responsabilidade do agrnomo, que o situa como um verdadeiro educador, faz com que ele seja um (entre outros) dos agentes da mudana. 18
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  • Esta responsabilidade no exclusiva do agrnomo - educador nem dos educadores em geral, mas sim de todos quantos, de uma ou de outra maneira, esto dando sua contribuio ao esforo de reforma agrria. A reforma agrria no uma questo simplesmente tcnica. Depende da poltica, que a que efetua e impulsiona as proposies tcnicas que, no sendo neutras, implicitam a opo ideolgica dos tcnicos. 19 Reforma agrria, transformaco cultural e o papel do agrnomo educador
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  • No so as tcnicas, mas sim a conjugao de homens e instrumentos o que transforma uma sociedade. No processo da reforma agrria, no se deve tomar uma posio exclusivista em relao ao tcnico ou ao humano, deve ser conciliadora. A reforma agrria, como um processo global, no pode limitar-se ao unilateral no domnio das tcnicas de produo, de comercializao, etc., mas, pelo contrrio, deve unir este esforo indispensvel a outro igualmente imprescindvel: o da transformao cultural, intencional, sistematizada, programada. 20 Reforma agrria, transformaco cultural e o papel do agrnomo educador
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  • O Assentamento, no deve ser apenas uma unidade de produo, mas deve ser tambm uma unidade pedaggica. Unidade pedaggica na qual so educadores todos que estejam envolvidos no processo: Professores. Agrnomos. Administradores. Pesquisadores. 21 Reforma agrria, transformaco cultural e o papel do agrnomo educador
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  • Seu erro ou seu equvoco: Desconhecer que o tempo em que geraes viveram, experimentaram, trabalharam, morreram e foram substitudas por outras geraes que continuaram a viver, experimentar, trabalhar, morrer, no um tempo de calendrio. 22 Reforma agrria, transformaco cultural e o papel do agrnomo educador
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  • 23 um tempo real, durao. Por isto, um tempo de acontecimentos em que os camponeses, de gerao em gerao, se foram constituindo em certa forma de ser, ou de estar sendo, que perdura na nova estrutura Reforma agrria, transformaco cultural e o papel do agrnomo educador
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  • O homem no apenas o que , mas tambm o que foi Para a compreenso deste fato, conceitos desenvolvidos por Eduardo Nicol, quando discute a questo da verdade histrica, impossvel de ser captada fora da continuidade da histria. So os conceitos de estrutura vertical e de estrutura horizontal. 24
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  • A "estrutura vertical: Constitui o quadro das relaes de transformao homem-mundo. com os produtos desta transformao que o homem cria seu mundo o mundo da cultura que se prolonga no da histria. Este domnio cultural e histrico, domnio humano da estrutura vertical, se caracteriza pela intercomunicao. Se esta intercomunicao, no obstante, s existisse dentro de uma mesma unidade epocal, no haveria continuidade histrica. 25
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  • estrutura horizontal Sobrepassam a interioridade de uma unidade epocal e se estendem at seguinte. Esta solidariedade intercomunicativa entre unidades epocais distintas constitui o domnio da estrutura horizontal. 26
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  • Somente a ingenuidade tecnicista ou mecanicista pode crer que, decretada a reforma agrria e posta em prtica, tudo o que antes foi j no ser; que ela um marco divisrio e rgido entre a velha e a nova mentalidade. A viso crtica, respondendo aos desafios que o prprio processo da reforma agrria provoca, desenvolva um grande esforo de capacitao de pessoal especializado para seus trabalhos especficos, sem cair, contudo, em especialismos. 27
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  • Uma concepo crtica da reforma agrria, que sublinha a mudana cultural, que reconhece a necessidade da mudana da percepo, abre um vasto campo de trabalho ao agrnomo -educador. Desafiado pela viso crtica da reforma agrria, o agrnomo tem que preocupar-se com algo que vai mais alm de uma mera assistncia tcnica. 28
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  • Assim, enquanto que a concepo ingnuamente tecnicista da reforma agrria no leva em conta a permanncia, na estrutura nova, do que era tpico da anterior, julgando que a soluo dos problemas est no adestramento tcnico A viso crtica sem esquecer a capacitao tcnica coloca esta num quadro mais amplo. Agrnomo: mais do que um tcnico frio e distante, um educador que se compromete e se insere com os camponeses na transformao, como sujeito, com outros sujeitos. 29