jcit #5 - julho 2013

8
CURITIBA, 10 DE JULHO DE 2013 | ANO 1 - Nº 5 | CIRCULAÇÃO MENSAL E GRATUITA (41) 3367-5874 / [email protected] CONSEG Capão da Imbuia reivindica melhorias para o bairro Pág. 4 Leia também nesta edição: Impasse entre Prefeitura e empreiteira trava obra da nova Rua da Cidadania Página 7 Chocô e Hilda: “Poeta não morre, adormece“. No mês em que o mestre Chocolate completaria 82 anos a coluna Capão da Imbuia é Meu Limo faz homenagem a este ilustre morador do bairro. Leia na Página 8 Porque nossos cães brigam? Pág. 4 A crise do sistema político Pág. 6 Tudo parado na nova Rua da Cidadania Chocolate, o eterno Cidadão Samba

Upload: everton-mossato

Post on 19-Mar-2016

219 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

Jornal Capão da Imbuia e Tarumã Edição 5 - Publicada dia 10 de julho de 2013.

TRANSCRIPT

Page 1: JCIT #5 - julho 2013

CURITIBA, 10 DE JULHO DE 2013 | ANO 1 - Nº 5 | CIRCULAÇÃO MENSAL E GRATUITA

(41) 3367-5874 / [email protected]

CONSEG Capão da Imbuia reivindica melhorias para o bairro Pág. 4

Leia também nesta edição:Impasse entre Prefeitura e empreiteira trava obra da nova Rua da Cidadania Página 7

Chocô e Hilda: “Poeta não morre, adormece“. No mês em que o mestre Chocolate completaria 82 anos a coluna Capão da Imbuia é Meu Limo faz homenagem a este ilustre morador do bairro. Leia na Página 8

Porque nossos cães brigam? Pág. 4

A crise do sistema político Pág. 6

Tudo parado na nova Rua da Cidadania

Chocolate, o eterno Cidadão Samba

Page 2: JCIT #5 - julho 2013

2 CURITIBA, JULHO DE 2013

ANGELO NETOSocialMande sua mensagem para:[email protected]

O JCIT reserva-se ao direito de adequar o texto ao espaço e de

não publicar artigos que contenham

agressões pessoais.

EXPEDIENTE

Praça Ivo Rodrigues, 43 Loja 1 Bairro Alto Curitiba/PR CEP: 82.820-300

Fone: (41) 3367-5874

Horário de atendimento:Seg a Sex: 14h às 18h

Sáb: 9h às 11h30

e-mail: [email protected]

DiretorAngelo Garbossa Neto

Jornalistas ResponsáveisRamon Ribeiro e Roberto Monteiro

Diagramador/RepórterEverton Mossato

Impressão: RBSEsta Edição:

8 páginas / 11.000 exemplares

Artigos assinados não refl etem necessariamente a opinião do jornal.

Espaço do Leitor

FOI NOTÍCIA... em JULHO DE 2000

Ciclovia Acho que a prefeitura nunca vai resolver o problema da ciclovia, seja no Capão da Imbuia ou no resto da cidade. O problema é maior que uma simples manutenção. Tem a ver com o arborismo da cidade, que não teve planejamento. Pois o tipo de árvores que vemos tem as raizes que crecem para os lados e para cima, forman-do calombos nas calçadas e nas ciclovias. É por isso que não tem jeito. Ando todos os dias do Capão da Imbuia até o Jardim Botânico e tenho que fi car desviando dos obstáculos no caminho. Mesmo assim parabenizo o jornal por levantar esse tema.

Antônio

Faça uma homenagem a quem você gosta. Envie a foto com descrição para o e-mail [email protected]. Não há custo para publicação.

Obra na Olga Balster depen-de de projeto da Sanepar - Os moradores da Olga Balster pedem ligação com a Vitor Fer-reira do Amaral. O acesso, que existia antes da implantação do eixo Leste-Oeste, foi interrom-pido. Seis adutoras da Sanepar impedem que a prefeitura libere a via para o tráfego, enquanto a empresa não desenvolver um projeto para solução do problema.

Moradores mostram como

O barista italiano Andrea Lattuada (esq.) esteve em Curitiba no mês de junho para um workshop no McCafé do do Shopping Jardim das Amé-ricas. Luis Fernando Leme – Diretor da empresa Café Santa Fé (centro) e Ricardo Collard – Gerente de Marketing McDonald’s (dir.) também prestigiaram o evento.

A pequena Yasmin Ramos mal pisou no aeroporto e já foi cercada pe-los avós carinhosos. O bamba do samba do Capão da Imbuia, Moysés Ramos (esq.), voou para Vitória buscar a netinha. A recepção aqui em Curitiba fi cou por conta do vô Beto e da vó Izilda que vão curtir as férias com a pequena por aqui.

manter a rua limpa e acon-chegante - A rua Frederico Stadler Jr. chama atenção pelo zelo dos moradores do local. Inspirados no catarinense Itacir, os vizinhos passaram a podar as árvores da rua, dan-do ao local um aspecto muito agradável e diferenciado. Além da poda e do cuidado com os muros, os moradores se preocupam em colocar o lixo para fora só na hora que o caminhão passa, para evitar sujeira no local.

ANUNCIE !NO JORNAL CAPÃO DA

IMBUIA E TARUMÃ

SÃO 11 MIL EXEMPLARES ENTREGUES

NAS RESIDÊNCIAS E COMÉRCIOS DA REGIÃO

3367-5874*9943-6521

* De Seg. a Sex. das 14h às 18h

Um avião de pequeno porte decolou no aeroporto do Bacacheri e precisou fazer um pouso forçado no Jóquei Clube no Tarumã. O pouso de emer-gência aconteceu no início da tarde de sexta-feira (5/7). De acordo com o Corpo de Bom-beiros, havia um homem de 28

anos e um jovem, de 18, que so-freram apenas ferimentos leves.

Ainda segundo os bombei-ros, a aeronave pousou de ma-neira forçada em uma das pis-tas de treinamento do Jockey o que levou ao acionamento das equipes. Como os ferimentos eram leves, as próprias vítimas recusaram o encaminhamento ao hospital.

A aeronave pertence a uma escola de aviação situada no Bacacheri e o voo seguia em direção ao Atuba. O avião teve um pane e o instrutor conseguiu sobrevoar até chegar ao Jockey onde pousou no gramado inter-no da pista do hipódromo. De-vido a irregularidades no gra-mado o avião tombou.

Pouso Forçado no Jockey

Page 3: JCIT #5 - julho 2013

3CURITIBA, JULHO DE 2013

Page 4: JCIT #5 - julho 2013

4 CURITIBA, JULHO DE 2013Saúde & Bem estar

Dra. Ketty Klagenberg* FISIOTERAPEUTA CREFITO 8/87319-F

CIRURGIA PLÁSTICA x RECUPERAÇÃOA correção de peque-

nos “defeitos” ou a lapidação da beleza, muitas vezes são alcançadas com as cirurgias plásticas. O Brasil é conhecido mundialmente como um dos maiores realizadores de cirur-gias com fi nalidade unicamen-te estética. Os desejos são di-versos: um nariz menor, seios maiores, gordurinhas a menos, uma cinturinha a mais... Inde-pendente da região ou técnica utilizada, todos que se sub-metem a uma cirurgia plástica querem: resultados estéticos satisfatórios e sem complica-ções!

Porém, ao realizar uma cirurgia estética o paciente deve estar ciente de que o trata-mento não termina junto com a cirurgia. A cirurgia em si é ape-nas uma parte do processo. Os bons resultados começam an-tes da internação e seguem por semanas após a alta hospitalar. Os cuidados, principalmente no pós-operatório, são indis-pensáveis para possibilitar uma recuperação mais rápida, minimizando irregularidades na pele como as fi broses, e complicações na cicatrização. Segue algumas dicas:

ANTES da cirurgia:1) Alimente-se com qua-

lidade e variedade de nutrien-tes, evite excessos. (um corpo bem nutrido tende a se recupe-rar com mais facilidade)

2) Pratique atividades fí-sicasregularmente (o aumento da irrigação sanguínea melho-ra a qualidade dos tecidos, fa-cilitando a cicatrização)

3) Pare de fumar - míni-mo 2meses antes (as toxinas do cigarro difi cultam a cicatri-zação, facilitando a ocorrência de necroses e sérias complica-ções)

4) Procure um fi siotera-peuta com formação específi ca e experiência para atendê-lo no pós-cirúrgico (antes da cirurgia é a melhor hora de escolher o profi ssional, que inclusive já te orientará em relação ao pós

-operatório)APÓS a cirurgia:1) Siga corretamente as

orientações do seu médico2) Evite esforços físicos3) Inicie os atendimentos

fi sioterapêuticos (nesta fase inúmeros recursos são utiliza-dos, como drenagem linfática manual, técnicas manuais de liberação tecidual, ultra-som, corrente de alta frequência, endermologia, carboxiterapia, etc.)

A correta escolha de quando e de que forma serão aplicados esses recursos exi-ge conhecimento e experiên-cia do profi ssional e fará toda a diferença no resultado, por isso procure um profi ssional de qualidade.

Seguindo essas dicas, os resultados serão melhores e você evita muita “dor de cabe-ça” indesejada!

* Dra Ketty Klagenberg é Fisioterapeuta especialista

em Dermato Funcional

FISIOTERAPIA

Mais informações:3045-4584 / 9933-2728www.kettyfi sio.com.brCurta: Facebook.com/kettyfi sioConsultório: R. Arthur Ferreira de Abreu,183 (piso superior) Capão da Imbuia

Dra. Márcia TkaczMÉDICA VETERINÁRIA CRMV – PR 4911

Uma das coisas mais tristes de vermos são nossos cães brigando. Aqueles que me conhecem sabem que te-nho uma Rottweiler e uma Fila (minhas fi lhas) que co-meçaram a brigar a cerca de um ano, e as brigas são muito feias e isso me deixa profun-damente triste.

O motivo de nossos cães brigarem somos nós, que não respeitamos a essência da espécie e não sabemos educá-los. Colocamos neles nossas carências e os humanizamos, e com isso, desestabilizamos seu comportamento natural. O fato de deixarmos faze-rem o que querem, tratarmos como fi lhos e não respei-tarmos suas necessidades gera neles uma ansiedade e excesso de cuidados com o seu dono, que não é natural, e que pode estimular disputas e posteriores brigas.

Nossos cães, assim como os fi lhos, precisam de educação e limites, que preci-sam ser passados o mais cedo possível. Para diminuir os

riscos de seus cães brigarem seguem algumas dicas:

• Eduque seu cão desde pequeno, mostrando que é você quem manda e não ele, jamais o deixe fazer o que quer;

• Respeite a matilha e nunca os trate como iguais, não esquecendo jamais que quem é o líder é o dono do cão, e na seqüência o cão mais velho e do maior para o menor;

• Não deixe comida à vontade, coloque horários para ele se alimentar;

• Realize passeios di-ários e condicionados (não deixando puxar, passar sua

frente, latir ou cheirar);• Atenda as necessida-

des de atividades do seu cão, realizando atividades físicas, passeios e brincadeiras;

• Tenha cães de sexos diferentes;

• Mantenha uma rotina para o seu cão, com horários de passeios, alimentação e brincadeiras.

Caso não consiga reali-zar essas atividades com efi -ciência em seus cães ou esteja tendo problemas de relacio-namento, mesmo que sejam pequenos, chame um ades-trador para lhe ajudar e evi-tar transtornos futuros muito maiores.

VETERINÁRIA

Porque Nossos Cães Brigam?

Você e seu pet podem usufruir de todos os nossos serviços

com baixo custo mensal através do Plano de Saúde PETLUZ.

3262-7591

Av. Victor Ferreira do Amaral, 1580 - Tarumã

Conquistar melhoria sala-rial nem sempre é fácil. Além do domínio de rotinas essenciais, é necessário descobrir e anunciar em que armas o profi ssional tem maior habilidade. O currículo denuncia o quanto o profi ssional tem noção de sua capacidade e que tipo de cargo melhor remu-nera esse conhecimento. Deco-difi car tais armas é o principal objetivo do livro “Guia prático de competências, argumentos, estratégias e currículo - Vê o alvo quem atravessa o labirinto”, de Adilson Rodrigues – disponí-vel no site da editora Appris, en-tre os lançamentos de 2013.

O autor é analista de ges-tão estratégica, pós-graduado em Marketing e Publicidade, professor especialista, e nos últi-mos dez anos ministrou discipli-nas como Gestão de Negócios, Marketing Pessoal, Desenvolvi-mento de Produto e Gestão de Recursos Humanos. Para ele, a decodifi cação das qualifi cações de um profi ssional pode ser comparada à travessia de um la-birinto de dúvidas.

O livro se destina às pes-soas que têm difi culdade para identifi car suas qualifi cações, interpretar seus pontos fortes e criar oportunidades. Mais do que isso, o autor instiga o leitor a en-

Livro orienta pro�issional a capitalizar competências ignoradas

Con�ira as atividades do CONSEG Capão da Imbuia no mês de junho

xergar em si mesmo seus traços de personalidade, melhorar sua expressão oral e autoconfi ança, bem como o ajuda a traçar um plano detalhado de evolução.

Escrito na primeira pessoa, o livro ensina a tirar proveito de ensinamentos de fi lósofos e poe-tas, além de fi lmes, livros e crô-nicas que inspiram a descoberta de competências. Há, também, instruções práticas e exercícios para que o leitor defi na suas me-tas tangíveis. Para tanto, o leitor pode seguir algumas sugestões para aprimorar sua bagagem ou até mesmo observar orientações sobre como se comportar numa entrevista para emprego. O leitor pode se surpreender, redesco-brindo sua criatividade ou algum outro aspecto de sua personali-dade que andava escondido ou desvalorizado.

Além de ensinar como tornar o currículo uma peça de marketing, o “Guia prático de competências” sacode autoesti-mas diminuídas ou tímidas. Se-gundo o autor, “não é o alvo que está distante, é o arqueiro que não usa óculos para vê-lo e ou não seleciona o arco e fl echa que melhor domina. Escolhe melhor o alvo aquele que focaliza suas forças”, observa Rodrigues. Após concluir cerca de seiscen-

tas consultorias de revisão de currículo de vários níveis pro-fi ssionais, o autor descobriu que as competências descritas são fracas e tímidas, quando compa-radas às efetivas realizações que, muitas vezes, são ignoradas no momento de redigir o currículo. Para quem acha que não come-teu esta autossabotagem, a leitu-ra deste livro trará surpresas.

Serviço:Onde encontrar o livro?

Site www.editoraappris.com.br, buscando pela palavra “guia”. Contato com o autor? E-mail [email protected]. O lança-mento do livro será feito no dia 3 de agosto, às 19h, na Livraria Cultura, do Shopping Curitiba.

No dia 24 de junho o Conseg (Conselho Comu-nitário de Segurança) do Capão da Imbuia se reuniu, às 20h na 4ª. Igreja do Evan-gelho Quadrangular, para discutir os problemas e me-lhorias do bairro. Estiveram presentes, como em todas as reuniões, representante das polícias Municipal, Civil e Militar que alertaram sobre a importância de fazer o re-gistro do B.O. (Boletim de Ocorrência) mesmo com o crime não consumado para que as autoridades possam ter uma visão de onde e como ocorrem os delitos na região.

No último mês a cida-de sofreu com a incidência das chuvas. No Capão da Imbuia, infelizmente não foi diferente. Segundo Mauro Gabardo, representante da Administração Regional do Cajurú, 240 casas foram atingidas pelas chuvas de junho. As famílias tiveram o atendimento necessário ofe-recido pelo poder público. Gabardo também informou que a operação tapa bura-cos continua em curso na região, assim como as obras

de nivelamento de rua e de-sobstruções das galerias de águas pluviais.

Sinalização – Outro ponto abordado na reunião do Conseg foi a questão do trânsito. Na fi gura do presi-dente do conselho, Fernando da Padaria, a entidade solici-tou junto à URBS e Setran melhorias na sinalização das Ruas Octávio Schiavon com Prof. Benedito Conceição, melhorias de tráfego entre as ruas Paulo Kissula, Del.Leopoldo Belczak e Pres. Affonso Camargo e melho-ria nas placas de sinalização entre as Ruas Del.Leopoldo Belczak e Nivaldo Braga, enfatizando a conversão proibida à esquerda, que oferece grande perigo aos pedestres.

Manifestações e poli-ciamento – A comunidade do Capão da Imbuia mos-trou preocupação com rela-ção ao uso da força policial nos dias de manifestações no centro de Curitiba. O maior receito é de que falta-riam policiais no bairro nes-ses dias de manifestação. No entanto, segundo o Tenente Kopps da Polícia Militar,

o policiamento não será comprometido no Capão da Imbuia devido aos even-tos. A falta de policiamento também foi levantada pelo Valdir, membro efetivo do conselho. Ele alertou para a falta de Guardas Municipais nas proximidades do Colé-gio Eva da Silva. A resposta da Guarda Municipal é de que o assunto será levado para reuniões internas para ser resolvido. Por fi m, a Sra. Marinir, moradora no bairro, solicitou atenção com rela-ção à implantação de redu-tores de velocidade próximo ao Colégio Enéas Marques, ponto de grande movimen-tação de alunos na região.

A próxima reunião do Conselho Comunitário de Segurança do Capão da Imbuia ocorrerá no dia 29 de julho (a última segun-da-feira do mês). Para mais informações os interessados devem entrar em contato com os membros natos do Conseg no e-mail [email protected] ou nos telefones 3264-1033 (20º BPM da Polícia Militar) e 3366-3672 (6° DP da Polí-cia Civil ).

Page 5: JCIT #5 - julho 2013

5CURITIBA, JULHO DE 2013

Page 6: JCIT #5 - julho 2013

6 CURITIBA, JULHO DE 2013Crônicas & ContosCrônicas de ontem

Roberto Monteiro - Jornalista/Editor do JBACotidiano

Rui Werneck de Capistrano - Publicitário, poeta, contis-ta, escritor, autor de NEM BOBO

NEM NADA, romancérele de 150 capitulos do capeta.

Verso & Reverso

MINISTÉRIO DIVINA GRAÇA

Leia mais no www.cartunistasolda.com.brCompre os livros de Werneck no www.agbook.com.br.

Marco Polo - Jornalista, editor do JBA

Paulo e os fipenses

José Luiz Batista (*)

João Triska *Email: joã[email protected]

www. myspace.com/joaotrikskaPara ler, ouvir e sentir

A crise do sistema político

A Macedônia é desde 1991 uma república independente situada ao norte da Grécia. Antigamente fez par-te do território grego e, em 358 a.C. quando Felipe II, pai de Alexandre, o Grande conquistou a região, uma pequena cidade habitada pelos trá-cios tomou o seu nome e Filipos veio a tornar-se uma importante conexão entre a Europa e a Ásia. Filipos foi a cidade onde o apóstolo Paulo apre-sentou pela primeira vez na Europa a nova doutrina durante a segunda viagem missionária (Atos 16.24-40). Lá ele deixou fundada uma igreja que se destacou pela fé e apoio ao seu ministério.

Em 61 d.C. Paulo estava prisio-neiro em Roma e soube como a igreja em Filipos havia sido minada por in-terpretações heréticas da mensagem de Cristo, lideranças locais se haviam posicionado contra o apóstolo dividin-do e enfraquecendo a igreja. Mesmo preso, Paulo escreve aos filipenses aquela que as gerações futuras en-tendem ser a sua mais bela carta na qual revela extraordinária maturidade espiritual, demonstra imensurável ale-gria no servir a Jesus e exorta a igreja a não se desviar do foco e inspiração de todo o Evangelho: Jesus.

Em cinco momentos (1.6, 1.10, 2.16, 3.20 e 4.5)Paulo fala da volta de Cristo e convida a nós, prisioneiros do mundo, a manter livre o nosso es-pírito na esperança desse aguardado regresso.

Em outro trecho (1.21-23) ele afirma que, se antes da gloriosa vinda ele morrer, a morte apenas antecipará

o encontro com o Salvador. No começo da carta Paulo agradece a ajuda, inclu-sive material, dada pelos filipenses para ajudar na obra missionária, e o faz como sempre de modo discreto e sem associar dinheiro a promessas de bênçãos.

No segundo capítulo dá uma lição de companheirismo e desapego ao recomendar nominalmente Timóteo e Epafrodito como enviados para res-taurar a alegria dos que permaneciam fiéis. Aliás, citar e elogiar aqueles com quem esteve na missão é traço peculiar de Paulo que ele repete no capítulo 4 nomeando Evódia e Síntique e na carta aos Romanos.

É gratificante perceber como o autor identifica a inspiração do Espírito de Deus em vários pontos da epístola. Em 1.19 coloca sua vida futura sob a direção do Espírito; em 2.1 associa o Espírito à unidade do Corpo de Cristo e em 3.3 garante que o verdadeiro crente é aquele que permanece sob a orientação do Espírito Santo.

Não era apenas uma noite. Era a noite. Gelada. Limpa. Cortando como uma noite de Cabíria, com vagas estrelas da Ursa maior. Uma noite curitibana. Perfeita para casa, recolhimento e cama.

Só um programa descoberto por acaso no cine-extra, como Ladrões de bicicleta, poderia tirá-lo do acon-chego. Um só pecado. E isso só por-que algumas imagens desgarram-se do celulóide e foram remontadas na moviola da memória: discussões intermináveis sobre a importância do neo-realismo italiano, o rastro de miséria deixado pela Grande Guerra, o sofrimento do povo ita-liano, aqueles, sim, eram tempos difíceis, o roubo como forma única de sobrevivência, a nouvelle vague francesa, o caleidoscópio felliniano, a incomunicabilidade dos longos planos do Antonioni, a moça com a valise, a emoção vazada nos olhos do menino Bruno, a história, em off, de que teriam colocado cigarros no bolso dele para fazê-lo chorar em cena, a perambulação pelas ruas vazias de Curitiba, tomando sereno

e fogo paulista, o último pernil com verde no Cachorro Quente. Tempos duros. Felizmente eclipsados.

Mais de vinte anos esta noite. E só por isso ele se dispôs a sair de casa. E ir ao cinema.

O coração dava marcha a ré enquanto ele acelerava o carro. Cine Riviera, antigo Santa Maria. Ele e os amigos boas-vidas. Ele, o demônio das onze horas. Dos anos 60. Advogado… peguei-o! Era mais do que um ano passado em Marienbad.

No cinema, à meia-luz — ou seria apenas seu coração que se negava a enxergar a realidade? —, a saudação muda a todos os velhos conhecidos. Ciao, caros! Atrás da tela, só faltavam A place in the Sun e o gongo soando. Um desfile de casacos e capotes. E, de repente, nos olhos do menino Bruno passa todo o filme da sua vida. Planos falhos, tomadas inconclusas, cortes doloridos, roteiro em transe.

Ele só foi despertado na saída. Uma bomba sobre Hiroxima, seu velho amor! Haviam roubado o carro dele na porta do cinema.

A crise de representatividade do sistema político brasileiro vem sendo evocada por todos como a mais possível causa das manifestações populares que ocorrem em diversas cidades brasileiras. O pensamento convencional dos “pensadores” da imprensa tem a tendência computacional de interpretar o problema como apenas uma falta de ajuste. Para solucionar basta apertar Control+C no novo modelo político e colar com o Control+V no lugar do atual para que tudo se resolva como num conto de fadas. Pois é! Vemos que a tentativa é a de frear o impulso revolucionário da população descontente através de verdadeiras “esmolas”, que comumente são dadas através de um discurso ufanista de redenção e salvação. A questão é que o problema é muito mais grave e insolúvel. Trate-se de um problema estrutural e não apenas de organização política. O problema é a própria estrutura do poder político, a estrutura de dominação tipicamente Ocidental que aprendemos desde cedo a obedecer: Senhor/Escravo - Uma imposição hierárquica. Enquanto os poucos senhores, responsáveis pela “representação” dos escravos se esbalda no poder, os últimos comem o pão que o diabo amassou para conseguir sobreviver. As medidas tomadas para o apaziguamento da questão fazem com que a mesma passe batido sem ser notada. Os ingênuos não compre-endem que não basta substituir os chefes, se a estrutura em si mesma não se altera. E é a estrutura de servidão coletiva lentamente constituída desde o período pré-histórico, o Leviatã Hobbesiano, que impossibilita uma “mudança real” na direção do que apren-demos a denominar de História. É preciso estar atento para aqueles que usam de seus belos discursos de “justiça”, “ordem”, e etc. para no fundo convencer a todos de que eles irão nos “salvar” ocupando o poder e a posição daqueles tantos outros que sempre se preocuparam e perpetuar as condições para que as coisas continuem de fato como sempre estiveram. Mas indo lá no fundo, quantos de nós não gostaria de estar lá no topo? Como se lutar contra uma coisa que no fundo quase todos buscam: o poder, a hegemonia, o domínio? A “mudança real” acaba torcendo o dedo para a face daquele que aponta.

de madeira que faziam dele o ma i s empo-eirado e pul-guento da cida-de. Ali mesmo, na Voluntários d a P á t r i a , onde , an te s dos seriados de Tarzan e do

Fantasma, a piazada, de suspensório e calça curta, trocava e vendia gibis. Lá não tinha bomboniere, mas tinha, na entrada, um freezer vermelho da coca-cola, tão inesquecível como o vai e vem do lanterninha iluminando cadeiras vazias para quem chegava atrasado. Se me lembro, era tempo em que se tirava a prova dos nove. Então, nesta questão dos cinemas de Curitiba, noves-fora o Ribalta, na Munhoz da Rocha, no Baca-

Lá dentro não tem bomboniere

“Baleiro, balas, mentex, diamante ne-gro... lá dentro não tem bomboniere”, avisava o homem atrás do tabuleiro na fila do cinema. Pura estratégia de marke-ting: no novo Cine Vitória, que deslum-brava os curitibanos pela sua modernidade, poltronas almofadadas, com etiqueta Móveis Cimo, e tela gigante de moderna tecnologia cinemascope, tinha bom-boniere. E das boas. Melhor do que as dos cines Arlequim, Ópera, Palácio e Avenida. Todas tinham aquela bala de coco que pareciam bolas de neve e derretiam na boca. Tudo bem, depois das memoráveis matinês do Cine Curitiba, de “poltronas” e assoalho

cheri, era o melhor de todos. Luxuoso, com estacionamento exclusivo, sala envidraçada para fumantes, separada da platéia, tinha até pianista tocando música de espera. Cinema particular onde requinte e comodidade não foram suficientes para vencer o poderio - e o ciúme - das distribuidoras que o condenaram rapidamente à falência por não permitirem ali a exibição dos lançamentos. Não se vai mais até a “cidade” para ir ao cinema. Agora, só em shoppings. Ainda tem um, mas dizem que a última coisa que se faz lá, no escurinho do cinema, é assistir a um filme. E lá dentro não tem bom-boniere e muito menos baleiro na fila. Aliás, nem fila tem.

O inverno começou em todo país com altas temperaturas. Não estou falando do clima, mas da onda de manifestações que varreu o território nacional. Parece que, finalmente, o cidadão comum resol-veu levantar a voz contra tanta in-justiça e descaso da classe política. Não é fácil ficar vendo a enxurrada de dinheiro despejada em estádios e ter que pegar um ônibus lotado, atrasado. Ter que enfrentar filas nos postos de saúde, sem falar da carestia que anda batendo a nossa porta. Muito já se falou dessas manifestações e espero que elas não caiam no esquecimento. Me-lhor ainda, quero ver como esses manifestantes vão votar. Porque, no frigir dos ovos, só isso vai mudar realmente a cara do Brasil.

No meio de tantas mazelas às quais assistimos rotineiramente,

Em memória de Brayan Yanarico Capcha

o assassinato de um garoto bolivia-no, de cinco anos, em São Paulo me deixou estarrecido por dois motivos: primeiro pela violência de um marginal que está mais próximo de um animal do que de um ser hu-mano. O segundo motivo veio com a observação de um comentarista de TV. Ele reparou que na internet praticamente não houve nenhum comentário de apoio à família de bolivianos que perdeu a criança. Talvez o pensamento tenha sido: “coitados, mas são apenas uns gringos miseráveis que vêm para o Brasil tentar a vida”. Quase como se dissessem que são cidadãos de segunda classe. Fiquei chocado com essa reflexão.

Então reclamamos quan-do lá fora humilham os brasileiros e temos a mesma conduta quando se trata dos nossos vizinhos? Que so-

ciedade infeliz a nossa que ainda se prende por aparências, limites geográficos, religião, orientação sexual ou qualquer dessas bestei-ras. Que trauma para a família de Brayan que o perdeu para a ignorância que hoje, infelizmente, é nossa companheira em cada rua, casa ou escritório. Que está presente nas armas dos assaltan-tes, na falta de compromisso das nossas autoridades e na omissão de cada um de nós.

* [email protected] - Cel. (41)99584921* João Triska é Bacharelado em Filosofia pela UFPR, Músico e Compositor.

ESCOLA DOMINICAL – Neste ter-ceiro trimestre a Escola Dominical das Assembléias de Deus estudará a carta de Paulo aos Filipenses. Procure uma AD próxima de sua casa e aproveite esta excelente oportunidade de reflexão sobre a vida cristã.

Page 7: JCIT #5 - julho 2013

7CURITIBA, JULHO DE 2013

ALCOÓLICOS ANÔNIMOS

Grupo Capão da Imbuia - Só VidaReuniões:Sexta às 19h30 e 20h30Rua Benedito Conveição, 1691Casa de apoio ao portador do HIV

ALCOOLISMO É DOENÇAA bebida está se tornando um problema na sua vida?

NÓS PODEMOS AJUDAR!

| por Everton Mossato

Em dias normais a obra da nova Rua da Cidadania do Cajuru abrigava cerca de 50 tra-balhadores. Atualmente apenas seis funcionários batem o ponto no local. Não há barulho de má-quinas nem de homens, a estru-tura de cimento e ferro, cercada por tapumes soltando lascas e com a tintura desbotada , dão um ar depressivo e, por que não dizer, de abandono ao local. De acordo com um dos funcioná-rios a obra está entrando na fase de acabamento, justamente a fase que demanda mais traba-lhadores, cerca de 150 deveriam estar no local.

O projeto da nova Rua da Cidadania foi aprovado e ini-ciado na antiga gestão do mu-nicípio. O atual prefeito parou obra para revisão do contrato e negociação de dívida, segundo a prefeitura, herdada da antiga gestão.

A Secretaria de Comuni-cação informou que “A Prefei-tura está com o processo em andamento na negociação com

a empreiteira” e que possivel-mente no início da segunda quinzena de julho apareçam as novidades. No dia 15 de julho está marcada uma audiência da LOA (Lei Orçamentária Anual) de 2014 na qual Fruet deve di-vulgar as novidades para região.

O prédio de 11 mil m² foi projetado para atender com ser-viços públicos, esporte, lazer e cultura 215 mil moradores de cinco bairros: Capão da Imbuia, Jardim das Américas, Guabiro-tuba, Cajuru e Uberaba. Situada na Av. Prefeito Maurício Fruet, esquina com a Rua Professor Nivaldo Braga, no Cajuru, a obra estava orçada em R$ 11,1 milhões e tem fi nanciamento captado pela prefeitura no Ban-co Interamericano de Desenvol-vimento. O prazo inicial para entrega da obra era de 12 meses, ou seja, novembro de 2012.

O Jornal Capão da Imbuia e Tarumã procurou a empresa responsável pela obra para dar esclarecimentos sobre o caso, porém até o fechamento desta edição a empreiteira não se ma-nifestou.

A obra iniciada em 2011 já excedeu o prazo de en-trega em dezembro de 2012. Agora, a Prefeitura e empreiteira estão negociando a retomada da obra, que deve ser anunciada no dia 15 de julho na audi-ência da LOA

A mudança de prefeito parou a obra que já estava atrasada. Apenas 6 funcioná-rios e um vigia trabalham no local atualmente

Canteiro de obras vazio

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

Solução

www.coquetel.com.br © Revistas COQUETEL 2013

Nas baNcase livrarias

Os enigmas de SherlockOs enigmas de Sherlockpara você resolver

www.coquetel.com.br

para você resolver

BANCO 64

PVBMOSTEIRO

MISERAVELCELDONSRECODA

BOATEMADOSASCOE

DNAAIVDARIANA

KARTNOELSUECADO

EOLIRMILITANTE

CASORIOS

Tipo delaranja

usada emsucos

Animalcomo oBambi(Cin.)

Cidadepaulista àsmargensdo Tietê

O filmenuncadantesexibido

(?) logo,expressão

de des-pedida

4, emalgarismosromanos

Primeiranota

musical

Casamen-tos (pop.)

5ª letra

Membro ativo de umpartido político

Jogo decartas

em que éusado otrunfo Sílaba de

"paiol"É, eminglês

Andar emfrenteNíquel

(símbolo)

(?) Rosa,compositorResto de

vela

Nascida no1º signoPequena

rua

Talentos(?) Cielo,nadador

brasileiro

Postura do corpo para a foto

Moderno forno decozimento rápido

Habitaçãode monges

Muitopobre

Repetiçãode sonsMembrodas aves

Instituição quenegocia ações

(?) Meirel-les, cantor

Artesanatocearense

O códigogenéticoCarro decorrida

Pedra deafiar

Louco, em inglês

DanielAlves,

futebolista

VitaminaantigripalAspirar;cheirar

Casanoturna

em que sevai paradançar

Celular(abrev.)

E C O

2/is. 3/dna — mad. 4/kart — pose. 5/sueca. 6/osasco.

Page 8: JCIT #5 - julho 2013

8 CURITIBA, JULHO DE 2013

Chocolate, o eterno Cidadão SambaCapão da Imbuia é meu limo...

A história do bairro na batida do samba

Escrito por EVERTON MOSSATO | Pesquisa de MOYSÉS RAMOS

“Eu mordo o cão e às ve-zes a prefeitura”. A voz grave intimidava. O dono dela era um negro de meia idade. Ma-gro, cabelos grisalhos e jeito de malandro carioca. Não era do Rio de Janeiro, mas do Largo da Carioca, na cida-de de Antonina. A alma sim, essa era banhada pelas águas de Ipanema. A paixão pela Ci-dade Maravilhosa só cresceu quando ele por lá morou no fi nal da década de 1940. Em 1951 voltou para Curitiba e criou raízes no Capão da Im-buia. Nasceu Mansueden dos Santos Prudente no dia 03 de julho de 1931. Aos 20 anos vi-rou Mestre Chocolate, um dos maiores nomes da história do carnaval de Curitiba.

Chocolate foi integrante por muito tempo da Escola de Samba Colorado da Vila Capanema. Em 1970 criou o Ideais do Ritmo que era ponto de encontro do bairro Capão da Imbuia. Uma escola de samba que de escola só tinha o nome. Na verdade era um bloco onde desfi lava a família Chocolate, sua esposa, fi lhos e até sua mãe. Suas fantasias, alegorias e adereços eram improvisados. A bateria, po-rém, se não era a maior, era a melhor. Com pouquíssimos instrumentos - até afi nada de-mais para os padrões do Bra-sil Meridional -, vinha com o entusiasmo do samba-enredo de autoria do próprio Choco-late.

Mestre Chocô era carna-valesco durante os 365 dias do ano. Sua casa era reduto de bambas. Dona Ilda, esposa do mestre, precisava colocar mais água no feijão todas as noites, pois os meninos fi ca-vam até alta madrugada be-bendo, cantando e aprenden-do com o mestre. “O Mestre Chocô foi um mito. Marcou toda uma geração, não apenas pelo seu talento no samba, mas principalmente pela fi gu-ra antológica que ele era”, re-vela Moysés Ramos, carnava-lesco e um dos braços direitos de Chocô.

Ele vivia do Carnaval, não tinha vergonha de confes-sar a difi culdade de arrecadar verbas e arrebanhar pastori-nhas para o seu rebanho. “A falta de grana está me deixan-do nervoso, inclusive estou passando mal à beça, tomei até uma tiaminose para me recuperar. Você vê: o sentido de fazer Carnaval artístico em Curitiba é difi cultoso, porque o povo não se motiva, enten-de?”, dizia ele ao jornalista Dante Mendonça na década

de 1970. Apesar das difi cul-dades, os tempos eram de gló-ria. Dono de um estilo próprio Chocolate marcou época nos desfi les curitibanos. Em 1973, seu samba intitulado “Requi-ém a Mamangava”, ganhou a nota 9,5 de Cartola, um dos maiores nomes que o samba brasileiro já teve. “Eu ganhei 9,5 do Mestre Cartola, e você, ganhou quanto?”, zombava Mestre Chocô.

Um baluarte de respeitoO jeito malandro e a vida

boêmia fi zeram Chocolate se tornar uma lenda entre os carnavalescos de Curitiba. Tinha muitos amigos e segui-dores. Os sambistas Senthé, Nelson Furquilha, Alaércio Laé, Mestre Maé da Cuíca, os jornalistas Carlos Fernan-do Mazza, Dante Mendonça, o ex-presidente da Fundação Cultural, Glauco Souza Lobo, que é um grande carnavalesco de Curitiba e em sua gestão homenageou Chocolate com o título de Cidadão Samba. O radialista, apresentador, músico e compositor Claudio Ribeiro, parceiro de Cartola, eram apenas alguns dos admi-radores do velho Chocô. Mas, além deles, havia Dona Hilda,

a eterna companheira de Cho-colate e os meninos. Jovens que como Moysés Ramos e Jôse, viviam ao lado de Man-sueden uma saudosa maloca.

As histórias facilmente renderiam um livro. As ane-dotas são as mais lembradas. Sempre com um livro de ouro, lugar onde anotava as contri-buições conseguidas para o carnaval, embaixo do braço, Chocolate saía por aí para ganhar a vida. Ao visitar a indústria de um velho amigo, Chocolate foi logo apelando: - Morreu o Betinho, passista dos bons. Preciso de uma aju-da para o enterro. O amigo lhe deu um ajutório em dinheiro, mas completou com uma ga-lhofa: - Chocolate, este ano sua escola não vai sair no Carnaval. Não é?- Vai. Por que não sairia? - respondeu Mansueden.- Mas este é o 18.º sambista que você enterra. E ainda estamos em agosto

Mas lhe tirar a calma não era algo difícil. Principalmen-te quando o desfi le do Ideais do Ritmo corria riscos por causa do atraso das verbas da Fundação Cultural de Curiti-ba. “Você quer me ferrar Ju-deu! Meus meninos estão sem fantasia e o carnaval já esta

chegando”, bradava ele em uma das reuniões se dirigindo a Jaime Lerner, então prefeito de Curitiba. “O velho fez um estrago com sua voz potente. Batia com uma vara de bam-bu no chão, foi uma cena ines-quecível”, conta Moysés.

Cidadão SambaA fama de Mansueden

crescia na mesma proporção de suas histórias e seus ad-miradores. A vida corria na intensidade dos sambas cria-dos por ele. Composições que homenagearam nomes como Charles Chaplin, Jorge Ama-do e Leila Diniz, que depois de Dona Ilda era a musa inspi-radora de Chocolate, o torna-ram um dos maiores nomes do carnaval na capital do Paraná.

Mas a vida, intensa como o repique da bateria coman-dada por ele, resolveu calar a poderosa voz de Chocolate no dia 14 de dezembro de 1984. Ele “apenas pulou o muro an-tes de nós”, dizem os amigos. Já doente ele recebeu o título “Cidadão Samba”, conferido pela Comissão de Carnaval de Curitiba.

Seus feitos pelo carnaval de Curitiba foram notáveis. Mas, a infl uência que ele teve sobre toda uma geração do Capão da Imbuía também foi marcante. Em 03 de julho de 1996, graças a uma gran-de batalha travada por Taylor Navarini, o famoso Taiá, a praça que fi ca na Rua Nival-do Braga, esquina com a Rua Osmário de Lima ganhou o

Prudente... mas não tanto. Quandoo vi Mansueden pela primeira vez meencantei. Nos meus sete anos de vida, e a primeira vez que fui para rua no carnaval (1954), aquele jeitotinhoso, engraçado, cheio de manhas no linguajar maneiro, cartolinha coco na cabeça lembrando Carlitos. Ali, talvez, tenha sido a senha da minha paixão e ligação com o Carnaval e o samba. O senhor Mansueden Prudente dos Santos era super amigo do meu irmão mais velho, Nelson Maz-za (fundador do Não Agite) e maior articulador e pacifi cador do jogo do Bicho do Paraná. O Chocolate foi a alma viva do nosso Carnaval. Mansueden dos Santos Prudente ou Prudente dos Santos, como era um deles (santos), foi um educador e protetor dos meninos do Capão de Imbuia, sua alma vive bem viva no meio de sua gente.

“ Carlos Fernando Mazza Chocolate é eterno e sempre lembrado como o mais autêntico e folclórico carnavalesco de Curitiba.“

Claudio Ribeiro

Se somarmos todos os carnavalescos da história vai faltar bamba para preencher o vazio que o mestre Choco-late deixou no nosso carnaval“

Dante Mendonça

Chocolate é amigo, parceiro e sempre será o Ci-dadão Samba, que faz muita falta ao nosso carnaval“

Glauco Souza Lobo

nome de Mansueden dos San-tos Prudente. Uma pequena homenagem da cidade para o mestre, assim como esta que você acaba de ler. Fei-ta humildemente pelo Jornal Capão da Imbuia e Tarumã, através da coluna Capão da Imbuía é meu Limo, ao mito chamado Chocolate.