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Excelentíssimo Senhor Ministro Presidente do Supremo Tribunal Federal JANDIRA FEGHALI, brasileira, divorciada, médica, exercendo atualmente a função de Deputada Federal, RG nº 035238062 DETRAN/RJ, CPF nº 434.281.697-00, residente e domiciliada na SQN 302, Bloco H, Apt.º 104, Brasília/DF, CEP 70723-080, por seu procurador e advogado abaixo assinado, vem, respeitosamente, propor a instauração de QUEIXA-CRIME em face de JOÃO ALBERTO FRAGA SILVA, brasileiro, Deputado Federal pelo DEM/DF, a ser citado em seu gabinete, na Câmara dos Deputados, no Palácio do Congresso Nacional, Praça dos Três Poderes, Brasília/DF, Anexo IV, Gabinete 511, CEP 70160-900 [fone (61) 3215- 5511], pelos fundamentos de fato e de direito que se seguem: I – DOS FATOS 01. Na sessão da Câmara dos Deputados de 06 de maio de 2015, conforme as notas taquigráficas e gravação em vídeo que anexamos, Deputado Alberto Fraga assomou à tribuna para proferir palavras de incitamento ao ódio e à violência contra as mulheres, do seguinte teor: “- Sr. Presidente, bate como homem, tem de apanhar como homem também. Que história é essa?” (notas taquigráficas da sessão, página 4 de 6).

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  • Excelentssimo Senhor Ministro Presidente do Supremo Tribunal Federal

    JANDIRA FEGHALI, brasileira, divorciada, mdica, exercendo atualmente a funo de Deputada Federal, RG n 035238062 DETRAN/RJ, CPF n 434.281.697-00, residente e domiciliada na SQN 302, Bloco H, Apt. 104, Braslia/DF, CEP 70723-080, por seu procurador e advogado abaixo assinado, vem, respeitosamente, propor a instaurao de

    QUEIXA-CRIME

    em face de JOO ALBERTO FRAGA SILVA, brasileiro, Deputado Federal pelo DEM/DF, a ser citado em seu gabinete, na Cmara dos Deputados, no Palcio do Congresso Nacional, Praa dos Trs Poderes, Braslia/DF, Anexo IV, Gabinete 511, CEP 70160-900 [fone (61) 3215-5511], pelos fundamentos de fato e de direito que se seguem:

    I DOS FATOS

    01. Na sesso da Cmara dos Deputados de 06 de maio de 2015, conforme as notas taquigrficas e gravao em vdeo que anexamos, Deputado Alberto Fraga assomou tribuna para proferir palavras de incitamento ao dio e violncia contra as mulheres, do seguinte teor:

    - Sr. Presidente, bate como homem, tem de apanhar como homem tambm. Que histria essa? (notas taquigrficas da sesso, pgina 4 de 6).

  • 02. No satisfeito, retornou tribuna minutos depois para reafirmar e esclarecer:

    - Eu digo sempre que mulher que participa da poltica e bate como homem tem de apanhar como homem tambm. (notas taquigrficas da sesso, pgina 5 de 6).

    03. Evidente, nessas palavras, a incitao ao dio e violncia contra as mulheres.

    04. Alm disso, aps interveno da Deputada Jandira Feghali, retomou novamente a palavra para ameaar:

    -E aqueles que so mais valentes me procurem logo aps aqui. (notas taquigrficas da sesso, pgina 5 de 6)

    05. Juntamos a este as notas taquigrficas oficiais da Cmara dos Deputados, com as declaraes supracitadas destacadas, e tambm o vdeo gravado pela TV Cmara do Plenrio onde se v o episdio que acima relatamos (docs. ns 01 e 02, anexos)

    II DO DIREITO

    06. A incitao ao dio e violncia enquadra-se perfeitamente no tipo penal estipulado no art. 286 do Cdigo Penal ptrio:

    Art. 286 - Incitar, publicamente, a prtica de crime:

    Pena - deteno, de trs a seis meses, ou multa.

    07. No direito, discurso de dio qualquer discurso, gesto ou conduta, escrita ou representada, que seja proibida porque pode incitar violncia ou ao discriminatria contra um grupo de pessoas ou porque ela ofende ou intimida um grupo de cidados. A lei pode tipificar as caractersticas que so passveis de levar a discriminao, como raa, gnero, origem, nacionalidade, orientao sexual ou outra caracterstica.

    08. No caso, o Deputado incitou claramente a violncia contra as mulheres, em especial as mulheres que militam na poltica e, no contexto, a violncia contra a ora representante, deputada Jandira Feghali.

    09. O crime de ameaa caracterizado no art. 147 do Cdigo Penal, que assim descreve o tipo penal:

  • Art. 147 - Ameaar algum, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simblico, de causar-lhe mal injusto e grave:

    Pena - deteno, de um a seis meses, ou multa.

    III DA DESCARACTERIZAO DA IMUNIDADE PARLAMENTAR

    10. A Constituio Federal estipula, em seu art. 53, que os Deputados e Senadores so inviolveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opinies, palavras e votos.

    11. No entanto, consabido que no existem direitos e prerrogativas absolutos na Constituio. Esta constitui um sistema em que cada direito deve ser ponderado com outros, luz de princpios do Direito.

    12. O primeiro artigo da Constituio elenca entre os seus fundamentos:

    Art. 1 A Repblica Federativa do Brasil, formada pela unio indissolvel dos Estados e Municpios e do Distrito Federal, constitui-se em estado democrtico de direito e tem como fundamento:

    ..........................................................

    III a dignidade da pessoa humana;

    ..........................................................

    13. Ao colocar a dignidade da pessoa humana como fundamento do estado democrtico de direito, o constituinte concedeu-lhe uma importncia mpar, de princpio sob cuja tica se deve examinar os demais direitos nela concedidos. Um direito constitucional que, ao ser exercido em um caso concreto, fira a dignidade humana, significa que no h a direito, mas abuso de direito.

    14. de se observar, ademais, que a imunidade material protege o parlamentar por suas opinies, palavras e votos, desde que proferidos no exerccio do mandato e haja um liame, uma relao necessria e objetivamente demonstrvel entre as opinies, palavras ou votos proferidos e a funo legislativa.

    15. Nesse sentido, a lio de Alexandre de Moraes:

    A imunidade material s protege o congressista nos atos, palavras, opinies e votos proferidos no exerccio do ofcio congressual, sendo

  • passveis dessa tutela jurdico-constitucional apenas os comportamentos parlamentares cuja prtica possa ser imputvel ao exerccio do mandato legislativo. A garantia da imunidade material estende-se ao desempenho das funes de representante do Poder Legislativo, qualquer que seja o mbito dessa atuao desde que exercida ratione muneris.

    Dessa forma, esto excludas as manifestaes que no guardem pertinncia temtica com o exerccio do mandato parlamentar. (negritos nossos, itlicos do autor).

    16. Evidentemente, no se pode encontrar qualquer liame ou pertinncia temtica entre o incitamento ao dio e a violncia contra as mulheres, nem entre a ameaa proferida contra uma parlamentar mulher, e o exerccio do mandato parlamentar.

    17. Os nossos tribunais vem reconhecendo, h tempos, que a imunidade parlamentar no um direito absoluto, insuscetvel de questionamento quanto sua validade em casos concretos.

    18. Assim que a 6 Vara Cvel do Tribunal de Justia do Rio de Janeiro, recentemente, no processo n 0115411-06.2011.8.19.0001, condenou o Deputado federal Jair Bolsonaro a pagar R$ 150 mil, destinados ao Fundo de Defesa dos Direitos Difusos, por declaraes contra os homossexuais feitas no programa CQC, da TV Bandeirantes, exibido em maro de 2011.

    19. Mas no apenas a justia de primeira instncia, e no s a respeito de declaraes proferidas pelo parlamentar fora do recinto do Plenrio da Cmara dos Deputados, que a justia brasileira vem apenando Deputados por suas declaraes que constituem um ilcito civil.

    20. O Superior Tribunal de Justia (STJ) teve ocasio de manifestar-se no mesmo sentido no Agravo em Recurso Especial n 654.672 - AP (2015/0013691-0) :

    Processo: AREsp 654672 AP 2015/0013691-0

    Relator(a): Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA

    Publicao: DJ 03/03/2015

    Deciso

  • AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL N 654.672 - AP (2015/0013691-0) RELATOR : MINISTRO ANTONIO CARLOS FERREIRA AGRAVANTE : GILVAM PINHEIRO BORGES ADVOGADO : MARCELO DA SILVA LEITE AGRAVADO : ROBERVAL COIMBRA ARAUJO ADVOGADO : NGELO SOTO MONTEIRO DECISO Trata-se de agravo nos prprios autos (CPC, art. 544) interposto contra deciso que inadmitiu o recurso especial em virtude da incidncia da Smula n. 7/STJ (e-STJ fls. 199/201). O acrdo recorrido est assim ementado (e-STJ fl. 111): "CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. APELAO. INDENIZAO. DANOS MORAIS. IMUNIDADE MATERIAL. INEXISTNCIA DE NEXO COM O EXERCCIO DA FUNO PARLAMENTAR. DANO MORAL CONFIGURADO. NECESSIDADE DE REDUO DO QUANTUM FIXADO PARA ADEQUA-LO AOS CRITRIOS DE RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. 1) Os Parlamentares so detentores de imunidade para que, em seus mandatos, tenham liberdade de expresso para o exerccio pleno de suas funes. 2) Tal imunidade no absoluta e nem autorizadora de excessos que permitam ao parlamentar causar danos de ordem material ou moral a bens jurdicos alheios, tambm, consagrados na Constituio Federal /88 e na Legislao Infraconstitucional. 3) Restando provado nos autos que o objetivo das declaraes do apelante foi no sentido particular de atingir a reputao do apelado perante os ouvintes, telespectadores, colegas de trabalho e familiares, sem qualquer relao com o exerccio do mandato parlamentar, exsurge o dever de indenizar 4) Se revelando o quantum indenizatrio exacerbado, necessrio se faz a sua reduo para adequ-lo aos critrios da proporcionalidade e razoabilidade. 5) Recurso parcialmente provido." Os embargos de declarao opostos foram rejeitados (e-STJ fls. 140/143). No recurso especial, fundamentado no art. 105, III, a e c, da CF, o agravante apontou ofensa aos arts. 186 e 927 do CC/2002. Sustentou, em sntese, a inexistncia de dano moral, uma vez que agiu no exerccio regular do direito de informar. No agravo (e-STJ fls. 207/221), afirma a presena de todos os requisitos de admissibilidade do especial. Contraminuta s fls. 252/257 (e-STJ). o relatrio. Decido. Correta a deciso de inadmissibilidade. Da anlise do autos, verifica-se a pretenso de reexame dos elementos probatrios dos autos, mormente quando o Tribunal de origem assim se manifestou (e-STJ fl. 116): "Extrai-se dos autos (f.28), que o apelante na entrevista concedida ao peridico de abrangncia estadual, imputou diretamente ao apelado a pecha de bandido, sem qualquer prova concreta, cuja repercusso foi geral, porquanto noticiado em blogs da internet, jornais e rdios, fato que, sem sombra de dvidas, acabou por denegrir a reputao e a imagem do autor perante os ouvintes, telespectadores, colegas de trabalho e familiares. V-

  • se, portanto, que o objetivo das declaraes do apelante foi no sentido particular de atingir a reputao do apelado perante a sociedade, sem qualquer relao com o exerccio do mandato parlamentar, o que impe o dever de indenizar." O acrdo recorrido, com base nas provas, concluiu pela configurao do dano moral, pois evidenciado o carter ofensivo das declaraes. Alterar esse entendimento invivel no mbito do recurso especial, haja vista o teor da Smula n. 7/STJ: "A pretenso de simples reexame de prova no enseja recurso especial". Diante do exposto, NEGO PROVIMENTO ao agravo, nos termos do art. 544, 4, II, a, do CPC. Publique-se e intimem-se. Braslia-DF, 23 de fevereiro de 2015. Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA Relator. (negritos nossos).

    21. No mesmo diapaso pronunciou-se o Tribunal de Justia do Rio Grande do Sul, a respeito de discurso proferido por parlamentar na tribuna da sua casa legislativa:

    TJ-RS - Apelao Cvel AC 70057421182 RS (TJ-RS)

    Data de publicao: 04/02/2014

    Ementa: APELAO CVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. MANIFESTAO DE VEREADOR. IMUNIDADE PARLAMENTAR. LIMITES E EXTENSO. OFENSA HONRA. LIBERDADE DE EXPESSO. CONFLITO DE PRINCPIOS CONSTITUCIONAIS. EXCESSO VERIFICADO. DANOS MORAIS CARACTERIZADOS INDENIZAO DEVIDA. QUANTUM. certo que os vereadores gozam de imunidade parlamentar - proteo conferida pela Carta Magna para permitir a livre manifestao e liberdades exigidas para o bom funcionamento de um Estado democrtico. Entretanto, tal imunidade no absoluta, assim como no o nenhum outro direito tutelado pela nossa Constituio Federal . H que se ponderar, no caso concreto, os direitos conflitantes, preservando-se ao mximo os seus "ncleos" fundamentais. No caso dos autos, a prova farta a demonstrar que o ru extrapolou em seu discurso proferido na Tribuna da Cmara dos Vereadores - e transmitido pela rdio local - acusando injustamente o autor de ter praticado conduta ilcita, maculando, assim, a sua honra. E tal fato no se encontra abarcado pela imunidade parlamentar, ensejando indenizao pelos danos provocados - que, por sua vez, restaram bem comprovados. Quanto ao valor da indenizao, tenho que o valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais), razovel, pois compensa satisfatoriamente os danos presumidos da vtima (princpio compensatrio - todo o dano deve ser reparado), quando ausentes circunstncias que justifiquem uma oscilao para cima ou para

  • baixo, ao mesmo tempo em que evita o seu enriquecimento sem causa (princpio indenitrio - nada mais do que o dano deve ser reparado) e pune o demandado, desestimulando reincidncias. Em se tratando de indenizao por ato ilcito, a correo pelo IGP-M incide a partir da data do arbitramento (Smula 362 STJ), e os juros moratrios de 1% ao ms, desde a data do evento danoso (Art. 398 CCB c/c Smula 54 do STJ). Sentena reformada. APELO PROVIDO. (Apelao Cvel N 70057421182, Nona Cmara Cvel, Tribunal de Justia do RS, Relator: Eugnio Facchini Neto, Julgado em 31/01/2014). (negritos nossos).

    22. V-se, portanto, que nossos tribunais vm se pronunciando, acuradamente, contra a absolutizao da imunidade parlamentar. Nesse sentido, tambm, a primorosa deciso do Tribunal de Justia de Sergipe, que pondera essa imunidade com o princpio da dignidade humana:

    TJ-SE - QUEIXA CRIME QCR 2005104813 SE (TJ-SE)

    Data de publicao: 28/09/2005

    Ementa: QUEIXA-CRIME AJUIZADA POR GOVERNADOR CONTRA PARLAMENTAR LEI DE IMPRENSA DECLARAES PRESTADAS ATRAVS DE PROGRAMA DE RDIO APRESENTADO POR DEPUTADO ESTADUAL IMUNIDADE PARLAMENTAR VERSUS PRINCPIO DA DIGNIDADE HUMANA. SUPREMACIA DO DIREITO FUNDAMENTAL CONSTITUCIONAL. PRESENA DOS REQUISITOS LEGAIS PARA O RECEBIMENTO DA QUEIXA-CRIME. I A exegese do art. 53 da Constituio Federal , assim como do art. 42 da Constituio Estadual , a de que a imunidade garante ao parlamentar, exclusivamente, a proteo de suas ideias e opinies no sentido ideolgico, a fim de que assim possa livremente expressar sua maneira de pensar. II Ao agente poltico, titular do cargo de Deputado, no se proibir o direito de denunciar eventuais condutas administrativas lesivas ao patrimnio pblico e moralidade administrativa, o que corresponde a prerrogativa que lhe conferida de participar da vida poltica e estrutura do Estado. Porm, como titular de tal atributo democrtico, no est o parlamentar autorizado a ferir o relevantssimo princpio da dignidade da pessoa humana, e nenhuma disposio normativa, ainda que de natureza constitucional, poder colocar tal direito fundamental em condio de inferioridade. III - As declaraes imputadas ao Querelado, se comprovadas verdadeiras ao final da instruo, no se configuram por pensamentos ideolgicos protegidos pela prerrogativa da imunidade, nem aparentam trazer contedo que se identifique como extenso do exerccio parlamentar, e sim portadoras de

  • potencial lesivo honra do Querelado. IV - A pea acusatria que contm essencialmente os requisitos do artigo 41 , do CPP , e no caso dos autos, que no apresenta nenhuma motivao para sua rejeio conforme previso do art. 44, 1 da Lei de Imprensa , aliada ao fato de estar baseada em segura prova dos autos, enseja o recebimento da queixa-crime e, consequente, prosseguimento da ao penal . V Deciso unnime. I A exegese do art. 53 da Constituio Federal. (negritos nossos).

    23. A coberto dessas decises jurisprudenciais, e consoante com elas, entendemos que ao se ponderar a imunidade parlamentar com o princpio constitucional fundamental da dignidade humana, aquela deve ceder a este.

    24. Inegvel que, ao incitar o dio e a violncia contra as mulheres, o Deputado Alberto Fraga afrontou e feriu, gravemente, o princpio da dignidade humana, cometendo, alm disso, ato de discriminao contra as mulheres, que tambm defeso, a teor do art. 3, inciso IV da Constituio Federal, que coloca como objetivo fundamental promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raa, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminao.

    IV DO PEDIDO

    ISSO POSTO, vem requerer:

    a) a abertura de inqurito penal contra o Deputado Federal JOO ALBERTO FRAGA SILVA, pelos crimes de incitamento ao dio e violncia contra as mulheres e de discriminao de gnero (sexo); e de ameaa;

    b) ao final, seja apenado o Deputado supracitado com as penas dos arts. 286 e 147 do Cdigo Penal.

    N. Termos,

    E. Deferimento.

    Braslia, 12 de maio de 2015

    RAIMUNDO DIAS IRMO OAB/DF 13.862