jackpot magazine - 29, 27 jan 2012

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O melhor do passado... HOJE!


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“BILHAR” Isto de ter tido uma juventude em que houve mais tempo do que alternativas para o desfrutar, fez com que em meados da década de 80, eu mais uns 3 ou 5 amigos, nos tivéssemos empenhado “à séria” em actividades extracurriculares tais como: o bilhar “snooker”. Nem mais! E o jogo, em si, atraía porque era considerado uma actividade lúdico-táctica para homens com barba na cara, coisa que sonhávamos e fazíamos por ter (rapando o que ainda não tínhamos, para nascer depressa), sem ter. Penso que foi lá para a altura dos meus 14 anos (1984) que, ignorando o dístico “proibido a menores de 18 anos”, comecei a treinar a arte do bilhar dito normal, aquele em que a mesa que tinha 6 buracos, onde quem ganhava era quem metia a bola preta (no final e não antes) e, claro, gerido por um “cronómetro monetário” que impunha pagamentos a “meias” ou a “quadras”, como se fosse uma espécie de júri dos nossos porta-moedas. Os finais de tarde das 4ªs e 6ªs feiras eram passados no café “Pulga 2”, na Madalena, Gaia, e, com sorte, quando saímos das fronteiras da freguesia, se nos deixassem, lá jogávamos em cafés mais “crescidos”, tentando, claro, dar nas vistas perante estranhos (os quais, na verdade, só queriam era que nos despachássemos para lhes dar a vez). O bilhar, como qualquer outra actividade, em termos de resultados, até um determinado nível, depende essencialmente do treino. E para quem, como eu, começou por mal saber pegar no taco, convenhamos, ao fim de alguns meses e de muitas moedas de 50$00 investidas, acabava-se sempre por lá se “dar um jeito”,


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arriscando mesmo algumas “tabelas”, embora, por defeito, e no meu caso concreto, apostasse especialmente na força com sorte, a tal que falhava muitas vezes e tantas vezes deu vida própria às bolas que saíam disparadas para lá do pano verde. Dar a tacada inicial, com força “à homem”, confesso, dava um prazer especial (quando não tínhamos que nos desculpar com a falta de giz na ponta do taco), e, já agora, eu apreciava jogar com “as grandes”, mesmo tendo no “6” o meu número de eleição, sendo o número em questão membro das “pequenas” (as bolas, as bolas!). Penso que ao longo de uns dois anos fui “ferrinho” nesta coisa do bilhar. Depois, como em quase tudo, apareceu algo mais motivador e “passei a pasta”, até hoje. E por falar em hoje, quando me falam de jogar “snoocker”, até gosto de dizer que “dava umas tacadas”, porque até as dava, mas de cada vez que me dei ao luxo de voltar a jogar, bizarramente, ninguém acreditou que eu alguma vez tenha tido jeito para a “coisa”. E eu, vendo-me jogar, concordo com todos eles, mesmo sabendo que o jeito, esse, na verdade, ficou na juventude, na tal das moedas de 50$00 de boa memória.


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ROY ORBISON Bom dia, bom dia! Hoje não vos trago nenhum icone descomunal de beleza, nem nada que se pareça, mas trago-vos um grande talento, uma grande voz e uma música de sonhar. Famoso pelos seus óculos escuros e pena sua falta de beleza, Roy Orbison desde sempre nos levou para um mundo de sonho, para onde as suas músicas nos transportavam. A primeira música dele em que reparei foi, como não podia deixar de ser, o You Got It. Trago na minha memória bem fresca o aniversário de uma das minhas primas, no saudoso Ars Nova, numa das primeiras vezes em que o meu Pai me deixou sair à noite. Nessa altura, empinocavamo-nos todas para saír e fomos todas com vestidos desenhados pela Carla, compridos e apertados, que ela tinha feito para uma passagem de modelos, e saltos altos (credo, se eu soubesse o que sei hoje!!). Aquilo não dava jeito nenhum para dançar, mas na altura sentimo-mos como umas Princesas. Depois deste You Got It, comecei a reparar mais neste Senhor, e desde Pretty Woman, passando por Only The Lonely, Crying, California Blue e mais um rosário desfiado de músicas, esta voz tem-me acompanhado ao longo da vida. Como nota de despedida, deixo-vos com In Dreams, porque a vida está cheia de sonhos e nunca devemos deixar de sonhar! Quem sabe um dia, mesmo os mais impossíveis, não se realizam? ;-) Beijinhos, abraços e outras manifestações de carinho mais ou menos próprias,


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“BRINQUEDOS” Nem sempre há tempo ou inspiração para escrever, quem diz que isto é fácil ou que ficaria fácil com o tempo só posso dizer que é um grande enganador. Hoje lembrei de falar de brinquedos ou melhor bonecas, vamos falar da Barbie. Sim eu tive uma, (nos anos 80 lembro-me que custavam os “olhos da cara”) mas todas as miúdas a queriam e eu não fui excepção. Hoje penso “para que raio queria eu uma boneca com um aspecto anorético e que tinha umas pernas que nunca mais acabavam? Ora bem, para nada. Mas ela vinha com coisas muito giras tinha o carro descapotável, a casa e muitas roupas de alta gama e acho que hoje em dia já deve haver o SPA e Resort da Barbie, mas já não é do meu tempo… Mas onde ia eu… Ah! Já me lembro um dia apareceu o namorado da Barbie o Ken que apresentou ao mundo a nova era do sexo masculino “o metrossexual”, qual heróis cheio de músculos qual quê o que a Barbie queria era assim um tipo todo “pipi”. Sempre achei estranho mulheres que demoram uma eternidade a arranjarem (não sendo eu uma delas) mas mais estranho ainda são os homens que demoram mais que nós (mulheres) a arranjarem-se para sair. Nota importantíssima é logico que sou 100% a favor que o homem deve se cuidar isso de o que as mulheres gostam é de homens a cheirar a cavalo foi inventado por homens que não gostavam de tomar banho. (Verdade, verdadinha) Mas vá lá nem 8 nem 80, vamos ficar assim pelos 45…


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Para quem não sabe a Barbie foi criada em 1959 e o Ken (namorado fictício da Barbie) foi criado em 1961, desta vez criaram o Ken da costela da Barbie e afinal ela gosta deles mais novinhos ou será que foi um erro de registo? Será que ao fim de tantos anos a Barbie e o Ken já têm filhinhos? O desenho animado que vos trago hoje tem uma coisa em comum com a Barbie e o Ken foram todos criados pela maior empresa de brinquedos e jogos Mattel Inc. A Mattel Inc tinha em ideia de criar uma linha de brinquedos de acção e após várias tentativas falhadas surgiu He-Man the Master of Universe, foi adaptado em desenho-animado pela Filmation Studios entre 1983 e 1985 num total de 130 episódios. Mais desenho animado que não me prendeu atenção, acho que era mais do interesse dos rapazes, isso era porque tinha aquele corte de cabelo à Beatriz Costa em versão loira, se tivesse o corte de cabelo à Ken, se calhar tinha chamado mais a atenção das meninas. Foi em 1986 através da RTP que mais um herói entrou nas nossas vidas, desta vez chamado de He-Man, príncipe Adam defensor do Universo contra a maldade de Skeletor e partilho convosco o genérico mas sem legendas. Recordar o passado é bom mas criar novas recordações ainda é melhor. Vamos criar novas recordações para o amanhã, e sejam felizes hoje (agora). Beijinhos


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“...EM 1985” Mais um ano de muitos e variados acontecimentos, em Portugal e no mundo. Também no meu pequeno mundo… E hoje começo mesmo por mim. Falei a semana passada do “farrapo” humano em que, de repente, me tornei. Já disse que não gosto de falar desse tempo e, portanto, não me vou alongar. Mas impõe-se dizer que Deus gosta muito de mim. Vai daí, colocou no meu caminho pessoas fabulosas que, autenticamente, me levaram “ao colo” durante este tempo tão difícil e de tantas agonias. Obrigado meu amor! Obrigado “Quim”!Pronto, está dito. Mas nem tudo foi mau, já que foi neste ano que um grande sonho se tornou realidade. Depois de alguns anos a viver em casas “emprestadas”, finalmente tivemos a nossa primeira casa. Só nossa! E que importa se, durante meio ano, víamos televisão sentados em almofadas; ou se não havia candeeiros. O importante mesmo é que já tínhamos o nosso LAR. O resto tinha tempo… Quanto ao resto, saliente-se o nascimento de grandes craques: - Cristiano Ronaldo, para muitos o melhor futebolista do mundo nos nossos dias. Para mim também. - Michael Phelps, o “papa-recordes” e “papa-medalhas” da natação. - Telma Monteiro, a nossa judoca-mor. Eu cá não me meto com ela, senão ainda vou ao tapete… - E, vá lá, a Luciana Abreu, grande craque das cantigas. Eu acho!


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Também na secção de necrologia se verificou o desaparecimento de gente importante: - José Maria Pedroto, “Zé do boné” para os amigos, quiçá o melhor treinador português de todos os tempos… até então… - Charles Richter, o homem que inventou uma escala para medirmos a intensidade dos tremores… de terra. - Yul Brynner, o grande actor careca, que vimos em tantos filmes como, apenas como exemplos, “O Rei e eu” ou “Os Dez Mandamentos”. Dos acontecimentos no mundo, hoje resolvi fazer “copy paste” de uma citação da wikipédia, para não dizerem que eu sou suspeito: “A 13 de Julho acontece o Live Aid, a que assistem mais de mil milhões de pessoas e os Queen fizeram a melhor demonstração de Rock de todos os tempos”. Faço minhas as palavras da wikipédia! De referir ainda que a islandesa Hólmfrídur Karlsdóttir foi eleita Miss Mundo. Devia ser muito bela porque, com um nome destes… Cá pelo burgo, foi o ano das visitas importantes: - A 25 de Março visitou-nos a Rainha Isabel II, de Inglaterra. Sai uma vénia a Sua Majestade. - A 8 de Maio foi a vez de Ronald Reagan, o presidente/actor/cowboy dos Estados Unidos, nos visitar. Para ele, Portugal era um lugar simpático, povoado por amigos moderados e, virtuosamente, anticomunista. Sem comentários… Importante também se tornou a rodagem de um automóvel que, “por mera coincidência”, levou Cavaco Silva até um congresso do PSD. Daí a ser Presidente do Partido e Primeiro-Ministro foi só um saltinho. Coincidências… Beijos e abraços e até para a semana.


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Esta coisa da escrita temporalmente situada tem os seus inconvenientes... quando me lembrei do disco que hoje aqui trago, duvidei se teria a “idade” para se encaixar no âmbito da página, apenas para me dar conta da inexorável passagem do tempo – é que tem mesmo, pois já lá vão quase 15 anos... e assim recuamos a 1997, o ano em que o mundo, ainda aturdido pelo choque da morte da “princesa do povo”, logo chorou o desaparecimento de Madre TERESA DE CALCUTÁ. E, numa curiosa analogia com tão funestas notícias, dou-me conta de que foi também o do primeiro enterro espacial, com os restos mortais de 24 pessoas a serem colocados em órbita em Abril desse ano... Bom, enquanto não caem (?), voltemos ao disco, que me permite, ainda que brevemente, voltar a falar de filmes – só que, desta vez, não se trata exactamente duma banda sonora, ou melhor, trata-se da banda sonora de muitos filmes, sem que as suas músicas neles se tenham ouvido... Explicando-me, direi que, já que nunca fui propriamente “fundamentalista”, sou dado a apreciar a transformação das músicas, por vezes em algo de completamente novo, mesmo quando se trata das que já aprecio – por isso, fervoroso adepto destes filmes e da música que neles sempre foi pedra de toque, corri a comprá-lo logo que DAVID ARNOLD [James Bond Project] lançou este “Shaken and Stirred”. Nada no disco é ortodoxo, já que nem ARNOLD é o intérprete, mas produtor e compositor (viria, entretanto, a compor para os filmes que se seguiram), nem foi apenas o ‘cocktail’ do famoso agente secreto a ser também “mexido”, desta vez: “The James Bond Theme”, talvez a mais transformada das músicas, “veste-se” electronicamente de ‘drum and bass’ nas mãos de LTJ BUKEM, para apenas ser


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reconhecível nalguns dos acordes que permeiam a sua alta velocidade; e, enquanto os LEFTFIELD, apropriadamente, saem para uma atmosfera mais ‘techno’ com a sua versão de “Space March”, também os PROPPELERHEADS se colocam “On Her Majesty’s Secret Service”, enchendo de batida sintética o famoso tema de JOHN BARRY, numa reinterpretação que o leva para a órbita da ‘electronic dance’. “Mexidos” os instrumentais, também as canções se levam ao ‘shaker’, designadamente em “Live and Let Die”, transfigurado por um ‘rock’ cheio de energia, na orquestração pujante e na voz cheia de CHRISSIE HYNDE, e em “Thunderball”, que começa quase em segredo mas onde a orquestra logo explode, enquanto a voz de MARTIN FRY (o líder dos ABC), não se deixa intimidar pelo original de TOM JONES; num registo mais suave, AIMÉE MAN teve a seu cargo “Nobody Does it Better”, cuja versão – além de nada dever ao original – parece levar na “instrumentália” uma pitada oriental. À recomposição da bebida de Bond não podia faltar, por assim dizer, um toque adocicado – seja na mais convencional recriação que SHARA NELSON faz de “Moonraker”, seja no exotismo do acordeão, das cordas e da coleante percussão que transpiram romance sob a, também ela doce, voz de NATACHA ATLAS, em “From Russia With Love”; e se o vocalista dos alternativos PULP empresta lânguidez à magnífica ‘cover’ de “All Time High”, não é sem alguma surpresa que constatamos ser IGGY POP quem parece transfigurar-se no seu romântico “We Have All The Time in The World”. Como só os “Diamonds Are Forever”, eu fico por aqui, deixando-vos com a (também ela surpreendente e, como o vídeo, nada ortodoxa) voz de DAVID McALMONT, adequado tributo ao original da ‘Dame’ SHIRLEY BASSEY, prometendo, como sucedia nalguns dos filmes mais antigos do 007, voltar na que vem... ... na semana que vem!


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“AMA OS TEUS SOBRINHOS ACIMA DE TODAS AS COISAS” Há muito que queria escrever esta crónica, uma forma singela de partilhar convosco, aqueles que fazem o favor de ler estas linhas, a imensa alegria que sinto por ser tia. Faço-o hoje, um dia depois de ter nascido o mais pequenino membro da família. Desde ontem que eu e todos nós nos sentimos um pouquinho mais abençoados… Mas para contar toda esta história, tenho de recuar até Setembro de 1998, altura em que o meu mano nos comunicou que, lá para meados do ano seguinte, a família Cerqueira iria receber o primeiro membro de uma nova geração. A titi teria “apenas” de esperar 8 meses, se tivesse coração para tanto, claro!!!! Mas os meses, esses marotos, nunca mais passavam… Um dia, a futura avó contou-me que na noite anterior tinha sonhado com uma menina, linda e lourinha, de cabelos aos cachos… Nesse mesmo dia, a ecografia confirmou o sonho da avó (a parte da menina, evidentemente) e ficamos todos à espera da Clara… Esperamos, esperamos até que, finalmente, o dia chegou… Nem vos digo, nem vos conto, mas acho que o meu irmão nunca recebeu tantas chamadas telefónicas minhas… Novidades??? Nada, ainda… Mais uma hora e mais uma chamada… Então, já sou titi??? Não… Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii, acho que vou morrer de tanta angústia e de tanta espera... Então fazemos assim, quando tiveres novidades, liga-me, ok??? Ok… Mais uma hora e meia e… nada!!!! A titi volta à carga e o mano que deveria ainda estar atordoado lá confessou que a menina tinha nascido há cerca de uma hora… O QUÊÊÊÊ?!?!?!?!?!?!?! A MINHA SOBRINHA JÁ NASCEU HÁ MAIS DE UMA HORA E TU NÃO ME AVISASTE?!?!?!?! Mas tu sabes o que eu estou para aqui a sofrer?!?!?! #@£§€$%@§€$# e logo quero ver fotografias, tá??? Tá, mana… E pronto, foi assim…No dia seguinte, escusado será dizer, a titi, completamente em pulgas, foi conhecer o seu Amor Pequenino. Ela era tãããããooooooooo pequenina e tão lindaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!!!!!!!!! Mal sentiu o meu dedo na sua mãozita, agarrou-o


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com tal força que a tia Né “favorita” percebeu imediatamente que aquele AMOR seria PARA SEMPRE!!!!!! Passaram-se os anos e viveram-se muitas histórias e momentos inesquecíveis até que, em finais de 2006, a titi voltou a receber a boa notícia de que a cegonha se preparava para trazer mais um/uma bebé… Desta vez, a tia Né, para além de uma sobrinha, iria ganhar uma afilhada… CARAMBA!!!!!!!!!! Como é que eu vou fazer?!?!?!?! Será que há no meu coração a mesma quantidade de AMOR para dar à minha Inês?!?!?!?!?! Aiiiiiiiiiiii, que grande aflição!!!!!!!!! Foi duro ter de lidar com esta dúvida, e o facto de ter estado longe da minha mana durante quase toda a gravidez também não ajudou, mas no momento em que olhei para a minha Docinha e a aconcheguei no meu colo, percebi de imediato que o meu coração era como uma cómoda repleta de gavetinhas e, em cada uma delas e para cada uma das minhas meninas, o AMOR para dar era igualmente absoluto e inquestionável… E, nesse dia, o meu sorriso tornou-se tão largo e luminoso como o da minha “golilinha inóme”… Mas a história ainda vai a meio e o resultado é: meninAs – 2… meninOs – 0 e o avô começa a perguntar quando é que vem o neto que dê continuidade ao seu nome. Mal sabia o avô que não tinha de esperar muito… Em 2010, nasceu o meu David, o meu “Piti”, o mano que a Clara tanto tinha pedido. Desta vez, porque o menino nasceu um pouquinho antes do tempo, a titi só o conheceu ao fim de 15 dias, longossssssssssssss e intermináveis 15 dias… Tia sofre, não é?!?!?!?! Mas valeu a pena a espera, porque agora sou a tia Nené de um “safadito” que sabe levar a titi e as restantes meninas “no bico”… Mas o David precisa de um primo para jogar à bola, não é?!?!?!? Pois claro que é… Escreva-se mais uma cartita para a cegonha e peça-se que, em correio azul… ou verde… ou de preferência encarnado, nos faça chegar mais um pequenino, se faz favor… E a resposta favorável veio sem grande demora. Ontem, chegou o meu João que a titi já conhece, claro!!!! E não é que mal olhei para ele, o pequenininho logo tomou conta de mais uma das minhas gavetinhas?!?!?! No mesmo instante, a tia Nené sentiu novamente que o AMOR, ao contrário do que ela pensava no início desta história, não se divide, multiplica-se, e é tanto, tanto que lhe transborda do coração uma imensa felicidade… Deixo-vos por hoje com a música que eu estava a ouvir ontem, à hora que o meu pequenino João nasceu…


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“PAPELINHOS DE AMOR” Julgo que, ainda hoje, mesmo com as tecnologias vigentes, a começar pelos sms e facebook, ainda haverá quem se dê ao trabalho e à “loucura” de enviar recados de amor por papel escrito manualmente, seja o pedaço de papel excerto de uma folha de caderno A4 ou arranca a uma outra fonte qualquer. Não?! Já ninguém manda recados… de amor? Que chatice. Que falta de originalidade. Que falta de empenho. Quase aposto que um papel, por mais “rafeiro” que seja, consegue melhor resultados do que uma mensagem de telemóvel. Alguém concorda comigo? (ainda bem!) Nas décadas de 70 e 80, naquela altura em que atravessei a primária, ciclo preparatório e secundário, era normal (embora atrevido) enviarem-se papéis com mensagens amorosas, ou melhor, tentativas de o chegarem a ser, cada uma delas com dizeres pouco elaborados mas directos, e em grande parte sob a forma de pergunta. Exemplos? - Queres encontrar-te comigo no intervalo grande? - Queres ir comigo pela linha, em vez de irmos de autocarro?


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Ou então, para quem tinha o ego mais inflamado, havia sempre o tradicional: - Queres namorar comigo? Os papéis, pelo menos no meu tempo (nosso tempo), tinham um lado romântico interessantíssimo, dignos de merecerem um estudo de semanas, por mais pequena que pudesse ser a mensagem, por mais incógnita que pudesse seguir (sabendo-se em instantes quem tinha sido o emissor – fazia parte, para deleite dos outros e cara rosada dos visados). Era giro. Era intenso. Era especial. Naqueles outros tempos, muitos eram os namoros que começavam assim, muitos eram os nãos que se levavam por também se ficar sem resposta, muitas eram as mensagens que ficavam alojadas eternamente nos bolsos das calças, à espera da coragem, e por aí fora. Hoje, e voltando à comparação para com as tecnologias (sms, facebook e afins), chego à conclusão de que a rapidez com que se passou a comunicar gerou um retrocesso, e dos grandes. Tudo se tornou mais descartável, o que é uma pena. Não sei onde moram ou se ainda moram os tantos papéis que escrevi e entreguei (ou “mandei” entregar, por falta de coragem), mas tenho a certeza de que, escrevendo sobre isto, muitos serão aqueles que, ao lerem sobre isto, de repente, lembrar-se-ão do que foi ser-se emissor e/ou receptor de mensagens escritas com letra mais arredondada, e com todas as sílabas, ao ponto de, por se carregar tanto nas “BIC laranja”, decalcar-se a mensagem em mais uma ou duas folhas do tal caderno, arrancando-as para que não restassem vestígios. Naquele tempo, um simples pedaço de papel, convenhamos, valia muito mais do que os 500 sms que os “teenagers” trocam nos dias de hoje em cada um dos seus dias. O assunto até pode ser o mesmo. Os resultados até podem ser mais rápidos. Mas o sabor, estou em crer, não se compara. Razão pela qual, estou em quer que, se por acaso, um "teenager" ler esta crónica e decidir enveredar pelo "estilo arcaico" dos "papelinhos de amor", poderá ter uma agradável surpresa em termos de resultados, ou talvez não. (sorrisos)


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RUA DE SANTA CATARINA

Santa Catarina tem diversidade étnica, de classe e geração. Tem alma, tem corpo e sonhos em gestação, mesmo que esses passem apenas pela fachada. Vai-se ao fim da rua como ao fim do mundo. De forma crua ou sofisticada, a cidade mora toda aqui. Por vezes, com maquilhagem. Mas sem disfarçar as costuras da vida, a mesma que nos entra pelos sentidos sem pedir licença. O Porto é isto, e está todo aqui, nesta rua! A Rua de Santa Catarina é a artéria mais comercial da Baixa do Porto, estando grande parte dela hoje vedada ao trânsito automóvel e reservada apenas a peões. A Rua alberga hoje lojas de vestuário, miudezas, sapatarias, o centro comercial Via Catarina e numerosos vendedores de rua, menos ou mais legais. A rua tem adolescentes persistentes em matéria de inquéritos, peluches e apoio a tuberculosos. É uma passarelle de putos da moda que parecem todos saídos da mesma fornada. Tem um jovem demasiado envelhecido, de voz rouca, guitarra velha e caixa de sapatos. Que canta, e bem o repertório unplugged dos Nirvana. Todos os dias. A rua tem o Porto vadio, palhaços e balões. Tem bancas e estaminés de bugigangas étnicas e pintores de veia turística. Santa Catarina tem lojas de luxo e montras dormitório, em cama de papelão. Tem cães vadios que dormem, tal como os donos, sem abrigo. Tem homens de reclames ao pescoço dizendo «compro ouro». Tem mulheres de avental, a vender peúgas, lingerie e relógios. Tem cegos de nascença. E ainda homens besuntados de gel e toda a pinta de esquemas a vender óculos «de marca» num sussurro. Tem pedintes profissionais, bancas de abaixo-assinados contra a construção no Palácio de Cristal e as touradas, e artistas e malabaristas de rua, saltimbancos de casa ao relento. A rua tem castanhas fora de época e gelados


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quase todo o ano. Tem ainda a memória, e só ela do Jornal que aqui morou: O Primeiro de Janeiro.Tem o mítico Grande Hotel do Porto, onde o tempo quase não passou, Santa Catarina tem o Majestic, onde todos parecemos sempre mais importantes do que realmente somos. Tem turistas de câmara e telemóvel na mão, captando os lugares e as gentes. Tem repórteres de televisão a inquirir sobre o custo de vida ou a corrida aos saldos. Tem a Capela das Almas, algumas penadas. Inicialmente, a rua designava-se da Bela da Princesa e depois chamou-se Nova de Santa Catarina. No seu percurso inicial e desde o pós-guerra, a Santa Catarina transformou-se na maior zona comercial "ao vivo" da cidade, de que a profusão de letreiros e anúncios em néon passou a constituir imagem inconfundível dos bilhetes postais. Imagem que é, digamos, um dos ex-libris do Porto moderno.


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