ix seminÁrio nacional de bibliotecas universitÁrias a

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IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A Biblioteca Universitária e a Sociedade da Informação Curitiba 27 outubro a 01 novembro 1996 ANAIS DO IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS TEMA CENTRAL A BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA E A SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO PROMOÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ CURITIBA 1996

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Page 1: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

IX SEMINÁRIO

NACIONAL DE

BIBLIOTECAS

UNIVERSITÁRIAS A Biblioteca Universitária e a Sociedade da Informação Curitiba 27 outubro a 01 novembro 1996

ANAIS DO IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS

TEMA CENTRAL

A BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA E A SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO

PROMOÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ

CURITIBA 1996

Page 2: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

ANAIS DO

IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS

TEMA CENTRAL

A BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA E A SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO

Page 3: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

IX SNBU COMISSÃO ORGANIZADORA

Presidente: Elayne Margareth Schiõgel (UFPR) Secretária; Maria Simone Utida dos Santos Amadeu (UFPR) Tesoureira: Neuza Aparecida Ramos (PUCPR) Relator Geral: Ricardo Triska (UFPR)

Secretaria Geral; Samira Elias Simões Eliane Maria Stroparo, Eutália Cristina N. Moreto, Raquel Pinheiro Costa Jordão, Selma Regina R. Conte, Simone de Santis e Tania de Barros Baggio (UFPR)

Comissão Técnica; Leilah Santiago Bufrem Aymara F. Ribas, Célia Maria dos Santos Santiago, Dulcinéia Delatre Levis, Helena de Fátima Nunes Silva, Lígia Leindorf Bartz Kraemer, Maria Célia Biscaia Bacellar, Relinda Kohier, Ruth Ribeiro Borges, Sônia Maria Breda, Suely Ferreira Niehues, Ricardo Triska, Ulf Gregor Baranow, Wanda Maria Maia da Rocha Paranhos (UFPR), Célia Maria Peres Lacerda (Positivo), Graça Maria Simões Luz (TECPAR) e Maria José Resmer (CELEPAR)

Comissão de Divulgação: Áurea Maria Costin Adalir de Fátima Pereira, Célia Regina da Fonseca Horst, Doroti Maria de Lourdes Andrade, Liane dos Anjos, Mariza Kampfert e Moema Bassfeld (UFPR)

Comissão de Cursos; Wanda Maria Maria da Rocha Paranhos Edmeire Cristina Pereira, Leiim Kou de Almeida (UFPR), Denise Gomara Cavailin (PUCPR) e Célia Maria Peres de Lacerda (POSITIVO)

Comissão Editorial; Ulf Gregor Baranow Angela P. de F. Mengatto, Leociléa Aparecida Vieira, Lilia Menezes de Figueiredo, Liliana Luisa Pizzolato, Mara Sueli Wellner, Telma Terezinha Stresser de Assis, Michael Watkins, Solange L. da Rocha, Renato Gomes, Danielle Adriana de Souza Araújo, Paulo Sérgio Garcia dos Santos (UFPR)

Comissão de Recepção e Hospedagem; Telma Regina E. de Barros Clarice Siqueira Gusso, Dina Kagueyama, Eliane Maria do Nascimento e Maria J. Klock (UFPR)

Comissão de Local (PUCPR);Heloisa Helena Anzolin Angela Silvia C. Figueiredo (FCC), Luci E. Wielganczuk, Margareth Jansson Zanetti, Maria de Lourdes Teixeira de Freitas Lima, Maristela S. Szpeiter e Tânia M. Dias

Comissão de Local (UFPR); Lilian Daisy S. Bittencourt Loiri Antonia Spader, Raquel Rutina e Rita Maria Perdoncini

Comissão de Monitoria; Vera Regina Guncho Maria de Lourdes S. do Nascimento, Sheila Barreto, Sirlei do R. Gdulla e Sônia Mara S. Bach (UFPR)

Comissão Social: Giséle Voss Bergman Débora dos Santos Toniolo, Marelis F. Boscardin, Sandra Helena Schiavon (PUCPR), Lígia Eliana Setenareski, Rita de Cássia Alves de Souza (UFPR)

Assessoria em Informática: Sergio Miranda Martins (UFPR)

Page 4: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

BIBLIOTECA CENTRAL

Rua General Carneiro, 370/380

Centro Caixa Postal, 441

Curitiba-Paraná CEP 80001-970

Fones: (041) 264-5545 e 262-3878; Pabx 362-3038 r. 2169 e 2170

Fax; (041)262-7784

E.Mail: bc@ leminski.bc.ufpr.br

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ

Rua Imaculada Conceição 1155

Prado Velho Curitiba-Paraná

CEP 80215-901

Fone: (041) 330-1515

Fax: (041)330-7709

Ficha catalográfica

Elaborada pela Biblioteca Central - UFPR

Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias (9.: 1996 ; Curitiba)

Anais do IX Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias, Curitiba, 27 de outubro a 01 de novembro de 1996. - Curitiba ; UFPR : PUC, 1996.

grafs., tabs.

1. Bibliotecas Universitárias - Congressos - Brasil. 2. Sociedade da informação. I.Título.

CDD 027.706081 CDU 027.7(81 )(063)

Page 5: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

HOMENAGEM ESPECIAL

A Regina Maria de Campos Rocha e Neuza Aparecida Ramos, que pleitearam a organização conjunta deste evento, acreditando na conveniência de realizá-lo em Curitiba.

AGRADECIMENTOS

. aos especialistas e autoridades convidadas, meritórias presenças para conjugar os interesses das bibliotecas universitárias brasileiras;

. à Administração Superior e aos funcionários da PUCPR e da UFPR pelo fundamental apoio e incentivo;

. aos patrocinadores, MEC(SESu/CAPES), FINEP e CNPq, que prestigiaram e viabilizaram a iniciativa;

. ao IBICT, FGV, CNBU, CBDA, GBIDA-PR e demais organizadores de eventos paralelos por enriquecerem a programação do Seminário;

. à DAWSON, EBSCO, SWETS e CRB-9 pela expressiva colaboração;

. ao BANESTADO (Agência Comendador), PARANÁTURISMO, INFRAERO, VARIG, ORION, UNIDAS RENT A CAR, BISCOITOS ATIVA, O BOTICÁRIO, CAFÉ DAMASCO, ECO SALVA, PASTIFÍCiO TORINO, SPAIPA-SAC, STOPMOR, 3M DO BRASIL, YOMA e ás empresas expositoras pelo apoio e confiança;

. aos autores dos trabalhos aqui publicados, que contribuíram para compor a imagem do IXSNBU;

. aos coordenadores e relatores dos temas pela valiosa colaboração técnica;

. aos professores dos cursos oferecidos pelo Seminário, valiosos orientadores da atualização profissional;

. aos estagiários de Biblioteconomia e da AGETUR (UFPR) pelo trabalho e dedicação;

. aos participantes do Encontro pela honrosa presença; e especialmente

. aos membros da Comissão Organizadora por não terem poupado esforços para cumprimento do compromisso assumido.

Page 6: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

APRESENTAÇÃO

O trabalho comum, empreendido pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), possibilitou a concretização do IX Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias (IX SNBU), concebido com a finalidade de se repensar a biblioteca universitária brasileira frente aos novos paradigmas tecnológicos, a informação na era da competitividade, a autonomia universitária e a questão do financiamento de suas bibliotecas, bem como a capacitação do profissional para qualificar-se diante das novas expectativas dos usuários.

Sob o tema central A BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA E A SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO acolheram-se contribuições de profissionais do Brasil inteiro, interessados em compartilhar suas experiências, realizações e projetos, tendo-se o privilégio de contar com seleto contingente de especialistas para desenvolvimento dos sub-temas.

A versão eletrônica dos Anais do IX SNBU reúne os trabalhos oficiais encomendados pela Comissão Organizadora e os de livre Iniciativa dos participantes, recebidos em tempo hábil. Os textos estão dispostos de acordo com os sub-temas do Seminário e os índices arrolados permitem acesso pelos autores e assuntos dos trabalhos.

Acreditando que a atualização constante induz ao desenvolvimento técnico e aprimoramento da prestação de serviços, espera-se que a divulgação dos resultados do evento possa desencadear melhorias para as bibliotecas universitárias e, conseqüentemente, para a coletividade acadêmica e científica do País.

Elayne Margareth Schiõgel Presidente do IX SNBU

Page 7: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

NOTA DO EDITOR

Os trabalhos apresentados ao IX Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias foram submetidos à editoração a cargo do Comitê Editorial do evento; entretanto, a inclusão/ausência e exatidão das referências bibliográficas é de inteira responsabilidade dos autores. Prestou-se especial atenção aos resumos em língua inglesa, dada sua importância para a comunicação internacional na área. O acesso aos assuntos tratados nos trabalhos é facilitado por um índice rotativo (não-hierárquico), gerado automaticamente a partir de termos de indexação pré-coordenados. Este índice oferece pontos de acesso múltiplo aos assuntos tratados nos trabalhos apresentados. O Comitê Editorial se responsabiliza por quaisquer falhas devidas ou não à exigüidade do prazo disponível para a execução de suas tarefas.

Page 8: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

LISTA DE SIGLAS

AAU ASSOCIATION OF AMERICAN UNIVERSITIES

ABNT ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ABPR ASSOCIAÇÃO DOS BIBLIOTECÁRIOS DO PARANA

ANDIFES ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DIRIGENTES DE INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR

ANTARES REDE DE SERVIÇOS DE INFORMAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA

ARIST ANNUAL REVIEW OF INFORMATION SCIENCE AND TECHNOLOGY

ARL ASSOCIATION OF RESEARCH LIBRARIES

ARPA ADVANCED RESEARCH PROJECTS AGENCY ARPANET ADVANCED RESEARCH PROJECTS AGENCY NETWORK

BC BIBLIOTECA CENTRAL

BIBES BIBLIOTECAS DE INSTITUIÇÕES BRASILEIRAS DE

ENSINO SUPERIOR BIBLIODATA REDE DE INTERCÂMBIO DE DADOS BIBLIOGRÁFICOS

PELO FORMATO CALCO BIBLOS PROGRAMA DE AQUISIÇÃO DE LIVROS NACIONAIS

PARA A GRADUAÇÃO BICENGE BANCO DE DUPLICATAS E PUBLICAÇÕES

ESPECIALIZADAS BID BANCO INTERAMERICANO DE DESENVOLVIMENTO BIREME CENTRO LATINOAMERICANO E DO CARIBE DE

INFORMAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE BITNET BECAUSE IT'S TIME NETWORK

BL BIBLIOTECA DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

BLDSC BRITISH LIBRARY DOCUMENT SUPPLY CENTER BPP BIBLIOTECA PÚBLICA DO PARANÁ

BU BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS C&T CIÊNCIA E TECNOLOGIA

CALCO CATALOGAÇÃO LEGÍVEL POR COMPUTADOR

CAPES FUNDAÇÃO COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO

DE PESSOAL DE NÍVEL SUPERIOR CBBU/FEBAB COMISSÃO BRASILEIRA DE BIBLIOTECAS

UNIVERSITÁRIAS/FEDERAÇÃO DE ASSOCIAÇÃO DE BIBLIOTECÁRIOS

CBDA COMISSÃO BRASILEIRA DE DESENVOLVIMENTO

AGRÍCOLA CBU CONSELHO DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS

CBUE CONSELHO DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS

ESTADUAIS CBUL CONSELHO DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS LOCAIS

CCE CENTRO DE COMPUTAÇÃO ELETRÔNICA

CCN CATÁLOGO COLETIVO NACIONAL DE PUBLICAÇÕES

Page 9: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

CCQ

CD-ROM

CEBELA

CEBIES

CEBRAP

CEDOC CEFET/RJ

CEFET/PR

CELEPAR

CENAGRI

CEPAD/UFPR

CEPAL/CLADES

CEQ CERN CFB

CIAMB/PADCT

CUE

CIN/CNEN

CNBU

CNI CNPq

COLLECTA

COMUNG

COMUT

CONMETRO

CONSEPE

CONSUNI

CPPTA

CQTE

CRB-9

SERIADAS

CÁLCULO DE CONTROLE DE QUALIDADE COMPACT DISK - READ ONLY MEMORY

CENTRO BRASILEIRO DE ESTUDOS LATINO- AMERICANOS

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO PARA BIBLIOTECÁRIOS

DE INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR

CENTRO BRASILEIRO DE ANÁLISE E PLANEJAMENTO

CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO

CENTRO DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA CELSO SUCKOW DA FONSECA/RIO DE JANEIRO

CENTRO DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DO PARANÁ COMPANHIA DE PROCESSAMENTO DE DADOS DO

PARANÁ

CENTRO NACIONAL DE INFORMAÇÃO DOCUMENTAL AGRÍCOLA

CENTRO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

COMISIÓN ECONÔMICA PARA AMÉRICA LATINA Y EL CARIBE/CENTRO LATINO - AMERICANO DE

DOCUMENTACIÓN ECONÔMICA Y SOCIAL

CONTROLE ESTATÍSTICO DE QUALIDADE

EUROPEAN CENTER FOR PARTICLE PHYSICS

CONSELHO FEDERAL DE BIBLIOTECONOMIA CIÊNCIAS AMBIENTAIS (SUBPROGRAMA DO PROGRAMA DE APOIO AO DESENVOLVIMENTO

CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO

CURRENTS INDEX TO JOURNAL IN EDUCATION

CENTRO DE INFORMAÇÕES NUCLEARES DA COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR

COMISSÃO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA

CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO

PROCESSO, PRODUTO E COLETA DE DADOS LTDA

CONSÓRCIO DAS UNIVERSIDADES COMUNITÁRIAS DO

RIO GRANDE DO SUL

PROGRAMA DE COMUTAÇÃO BIBLIOGRÁFICA

CONSELHO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE INDUSTRIAL

CONSELHO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO

CONSELHO UNIVERSITÁRIO

COMISSÃO PERMANENTE DO PESSOAL TÉCNICO ADMINISTRATIVO

CONTROLE DA QUALIDADE POR TODA EMPRESA

CONSELHO REGIONAL DE BIBLIOTECONOMIA -9 \

Page 10: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

CRBU

CSEL

CSNET CTA CTQ

DCE

EAESP/FGV

ECA/USP

EDI

EMBRAPA

ERIC

ESAG ETDE FAP

FAPERGS

FAPESP

FBN

FEA/USP

FEBAB

FGV

FINEP

FUNCAP

FURB

FURG GEORJ

GPDeC

HTML IBICT

ICT lEA

lES

IFCH/UNICAMP

INFOQUIM II

REGIÃO CONSELHO DE REITORES DAS UNIVERSIDADES

BRASILEIRAS CENTENNIAL SCIENCE AND ENGINEERING LIBRARY

COMPUTER SCIENCE NETWORK

CENTRO DE TECNOLOGIA DA AERONÁUTICA CONTROLE TOTAL DA QUALIDADE

DIRETÓRIO CENTRAL DOS ESTUDANTES

ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SÃO

PAULO DA FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS ESCOLA DE COMUNICAÇÕES E ARTES DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ELETRONIC DATE INTERCHANGE

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA EDUCATIONAL RESOURCES INFORMATION CENTER

ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA ENERGY TECHNOLOGY DATA EXCHANGE FUNDAÇÃO DE APOIO Á PESQUISA

FUNDAÇÃO DE AMPARO Ã PESQUISA DO ESTADO DO

RIO GRANDE DO SUL FUNDAÇÃO DE AMPARO À PESQUISA DO ESTADO DE

SÃO PAULO FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL FACULDADE DE ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE ASSOCIAÇÕES DE BIBLIOTECÁRIOS

FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS FINANCIADORA DE ESTUDOS E PROJETOS

FUNDAÇÃO CEARENSE DE AMPARO Ã PESQUISA

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DO RIO GRANDE

GRUPO DE ESTUDOS EM OBRAS RARAS DO RIO DE JANEIRO

GRUPO DE PESQUISA EM DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES

HYPER TEXT MARKUP LANGUAGE

INSTITUTO BRASILEIRO DE INFORMAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA INFORMAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA INTERNATIONAL ENERGY AGENCY

INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR

INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

IMPLANTAÇÃO DE POSTO DE SERVIÇO ESPECIALIZADO

EM QUÍMICA E ENGENHARIA QUÍMICA DA REDE

ANTARES

Page 11: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

INIS INTERNATIONAL NUCLEAR INFORMATION SYSTEM INPI INSTITUTO NACIONAL DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL

ISBN INTERNATIONAL STANDARD BOOK NUMBER ISI INSTITUTE FOR SCIENTIFIC INFORMATION

ISO INTERNATIONAL STANDARTIZATION ORGANIZATION

ISSN INTERNATIONAL STANDARD SERIAL NUMBER

ISTEC IBERO-AMERICAN SCIENCE AND TECHNOLOGY EDUCATION CONSORTIUM

ITA INSTITUTO TECNOLÓGICO DA AERONÁUTICA

LANs LOCAL AREA NETWORKS

LASA LATIN AMERICAN STUDIES ASSOCIATION

LISA LIBRARY & INFORMATION SCIENCE ABSTRACTS

LNCC LABORATÓRIO NACIONAL DE COMPUTAÇÃO CIENTÍFICA

MAD MÉTODO DE ANÁLISE DESCRITIVA MCT MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA

MEC MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO MEDLINE BASE DE DADOS NA ÁREA DE SAÚDE

MIT INSTITUTO DE TECNOLOGIA DE MASSACHUSETTS

NBR NORMA BRASILEIRA REGULAMENTADA

NIE NATIONAL INSTITUTE OF EDUCATION

NPD/UFES NÚCLEO DE PROCESSAMENTO DE DADOS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

NRTVU NÚCLEO DE RÁDIO E TELEVISÃO UNIVERSITÁRIAS NSFNET NATIONAL SCIENCE FOUNDATION

NUTES NÚCLEO DE TECNOLOGIA EDUCACIONAL PARA A

SAÚDE OCLC ONLINE COMPUTER LIBRARY CENTER

OECD ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO ECONÔMICA E O

DESENVOLVIMENTO

ONG'S ORGANIZAÇÕES NÃO-GOVERNAMENTAIS

OPAC ONLINE PUBLIC ACCESS CATALOG OSTI OFFICE FOR SCIENTIFIC AND TECHNICAL

INFORMATION

PADCT PROGRAMA DE APOIO AO DESENVOLVIMENTO

CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO PAP PROGRAMA DE AQUISIÇÃO PLANIFICADA PBQP PROGRAMA BRASILEIRO DE QUALIDADE E

PRODUTIVIDADE PDCA PLAN, DO, CHECK AND ACTION

PEREST SOFTWARE PARA CONTROLE DE PERIÓDICOS

ESTRANGEIROS

PES PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO SITUACIONAL

PGCT PLANEJAMENTO E GESTÃO EM CIÊNCIA E

TECNOLOGIA

PNBU PROGRAMA NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS

Page 12: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

PRAEI

PRCT

PRIS

PROBIB

PROCAP/SIBI/USP

PROEPE

PROSSIGA

PUCCAMP

PUC

PUCPR QEQ

RBIE REDE TCHÊ

RENPAC

RH

RNP

RPG SABi SALALM

SAU SBCHLA/UFCE

SBCT/UFCE

SBU/UFRGS

SCI SCRA SEBRAE

SEESP SENAI

SERPRO SESu

SIB/UFES

SIBi/USP

PROGRAMA REGIONAL DE ATUAÇÃO EDUCACIONAL

INTEGRADO

PROGRAMA REGIONAL DE DESENVOLVIMENTO

CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO PROGRAMA REGIONAL DE SAÚDE

PROGRAMA NACIONAL DE BIBLIOTECAS DE

INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO DE EQUIPES

BIBLIOTECÁRIAS DO SISTEMA INTEGRADO DE BIBLIOTECAS DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO PRÓ-REITORIA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO

PROGRAMA INFORMAÇÃO PARA A PESQUISA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS

PONTÍFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ

QUÍMICA E ENGENHARIA QUÍMICA

REDE BRASILEIRA DE INFORMAÇÃO EM ENERGIA

SISTEMA ESTADUAL DE INFORMAÇÕES EM C&T

REDE NACIONAL DE COMUNICAÇÃO DE DADOS POR COMUTAÇÃO DE PACOTES

RECURSOS HUMANOS

REDE NACIONAL DE PESQUISAS ROLE PLAYING GAMES

SISTEMA DE AUTOMAÇÃO DE BIBLIOTECAS SEMINAR ON THE AQUISITION OF LATIN AMERICAN

LIBRARY MATERIALS

SISTEMA DE AUTOMAÇÃO UNIVERSITÁRIA SUBSISTEMA DE BIBLIOTECAS DE CIÊNCIAS

HUMANAS, LETRAS E ARTES DO SISTEMA DE

BIBLIOTECAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ SUBSISTEMA BIBLIOTECAS DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA, DO SISTEMA DE BIBLIOTECAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

SISTEMA DE BIBLIOTECAS DA UNIVERSIDADE

FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

SCIENCE CITATION INDEX SEMINÁRIO CATARINENSE DE REDES ACADÊMICAS

SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÁS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS SECRETARIA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL DE SÃO PAULO

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL

SERVIÇO FEDERAL DE PROCESSAMENTO DE DADOS SECRETARIA DE ENSINO SUPERIOR DO MINISTÉRIO

DA EDUCAÇÃO

SISTEMA INTEGRADO DE BIBLIOTECAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

SISTEMA INTEGRADO DE BIBLIOTECAS DA

Page 13: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

SIC&T SISTEMA DE INFORMAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA

SINDIB SINDICATO DOS BIBLIOTECÁRIOS DO PARANÁ

SIMEC SISTEMA DE INFORMAÇÃO DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA

SISDOC SISTEMA DE DOCUMENTAÇÃO SISP SISTEMA DE ADMINISTRAÇÃO DOS RECURSOS DE

INFORMAÇÃO E INFORMÁTICA DA ADMINISTRAÇÃO

PÚBLICA FEDERAL SITE SISTEMA DE INFORMAÇÃO SOBRE TESES

SNBU SEMINÁRIO DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS

SPRU SCIENCE POLICY RESEARCH UNIT

SR SERVIÇO DE REFERÊNCIA

SR&I SERVIÇO DE REFERÊNCIA E INFORMAÇÃO SRI SISTEMA DE RECUPERAÇÃO DA INFORMAÇÃO

TECPAR INSTITUTO DE TECNOLOGIA DO PARANÁ TIB TECNOLOGIA INDUSTRIAL BÁSICA

UAD UNIDADE DE AVALIAÇÃO E DESEMPENHO

UAM UNIVERSIDAD AUTONOMA METROPOLITANA

(MÉXICO) UCLA UNIVERSIDADE DA CALIFÓRNIA ( LOS ANGELES)

UDESC UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA UEL UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA UFAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS UFCE UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

UFG UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

UFMG UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

UFPB UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

UFPE UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

UFPR UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

UFRGS UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL UFRJ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

UFRPE UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO

UFSC UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA UFSCAR UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS

UFSM UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

UFU UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA UGF UNIVERSIDADE GAMA FILHO UnB UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

UNESCO UNITED NATIONS EDUCATIONAL, SCIENTIFIC AND

CULTURAL ORGANIZATION UNESP UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE

MESQUITA FILHO UNI-RIO UNIVERSIDADE DO RIO DE JANEIRO

UNIBIBLI CATÁLOGO COLETIVO DE LIVROS, TESES E PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS

UNICAMP UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

Page 14: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

UNIFOR UNIVERSIDADE DE FORTALEZA

UNIJUÍ UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

UNM UNIVERSITY OF NEW MEXICO USB UNIVERSIDAD SIMON BOLIVAR

USENET USER'S NETWORK USP UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

USP/DEDALUS BANCO DE DADOS BIBLIOGRÁFICOS DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

USU UNIVERSIDADE SANTA ÚRSULA

UT-LANIC UNIVERSITY OF TEXAS AT AUSTIN - LATIN AMERICAN NETWORK INFORMATION CENTER

UUCP UNIX- TO -UNIX COPY PROGRAM UV UNIVERSIDAD DE VIGO (ESPANHA) UVA UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA

WANs WIDE AREA NETWORKS WWW WORLD WIBE WEB

Page 15: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

OBSERVAÇÃO: A Biblioteca da Escola de Ciência da Informação da UFMG efetuou

modificações, no formato original da publicação do IX Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias que encontra-se disponível em disquete para eventuais consultas e impressões.

A biblioteca inseriu uma paginação, distribuída em 7 volumes encadernados, visando o acesso mais rápido às informações contidas neste seminário.

A LISTA DE SIGLAS, encontra-se no VOLUME 1. O ÍNDICE DE AUTOR E DE

ASSUNTO, encontram-se no VOLUME 7.

SUMARIO

VOLUME 1

I TRABALHOS OFICIAIS APRESENTADOS NAS SESSÕES PLENÁRIAS

1 POLÍTICAS DE SERVIÇOS E NOVAS TECNOLOGIAS

1.1 Evolução do uso da tecnologia de CD-ROM nas bibliotecas das

Instituições de ensino superior brasileiras, Dolores Rodrigues Perez ; 27

Mariza Russo

1.2 Novas tecnologias e políticas de serviços em bibliotecas universitárias, 49

Rejane Raffo Klaes

1-3 Politica de serviços e novas tecnologias: perspectivas do Centrode 57

Informações Nucleares (CIN) da Comissão Nacional de Energia Nuclear

(CNEN), Gilda Gama Queiroz ; Luiz Fernando Passos de Macedo

2 A QUESTÃO DO FINANCIAMENTO DAS BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS

2.1 Políticas de financiamento em bibliotecas de Instituições de Ensino 64

Superior, Lena Vânia Ribeiro Pinheiro; Maria de Fátima Pereira Raposo

2.2 Redes Cooperativas no Brasil o futuro da rede BIBLIODATA, Moacyr 83

Antonio Fioravante

Page 16: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

2.3 Enfrentando "a estrada do futuro": bibliotecas, cooperação e a era da 95

informação, Mark Grover

3 A BIBLIOTECA E A AUTONOMIA UNIVERSITÁRIA

3.1 A biblioteca e a autonomia universitária: aspectos administrativos e 116

financeiros, Leila Mercadante

Page 17: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

VOLUME 2

4 A BIBLIOTECA E SUA RELAÇÃO COM O CONTEXTO ACADÊMICO

4.1 O Prossiga na Internet: informação e comunicação para pesquisa, 121

Yone Sepúlveda Chastinet

4.2 A modernização da biblioteca universitária para a sua interação 127

adequada à universidade na "era da informação",

Rosaly Favero Krzyzanowski

4.3 A biblioteca universitária e o contexto acadêmico, 137

Kira Tarapanoff; Rejane Raffo Klaes; Patricia Marie Jeanne J. Cormier

4.4 Linhas e tendências metodológicas nas dissertações do mestrado em 174

Ciência da Informação do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência

e Tecnologia - Universidade Federal do Rio de Janeiro (1972-1995),

Leilah Santiago Bufrem

II TRABALHOS APRESENTADOS NAS SESSÕES TÉCNICAS

5 POLÍTICAS DE SERVIÇOS E NOVAS TECNOLOGIAS

5.1 Acessar ou possuir, eis a questão..., Patrícia Zeni Marchiori 200

5.2 Políticas para preservação de acervos de bibliotecas: seleção de itens e 212

métodos, Marta S. R. do Vai; Sandra B. Lane

5.3 Labirintos do passado: algumas reflexões sobre os acervos de livros 218

raros das instituições brasileiras de ensino superior,

Geraldo Moreira Prado; José Tavares da Silva Filho

5.4 Construção de um banco de imagens na área da saúde: algumas 226

reflexões, Osvaidélia Santos Pernambuco; Fernando Marmolejo Roldan

5.5 Roubo, depredação de materiais e campanhas educativas em 234

bibliotecas: proposta de um modelo de avaliação, Oswaido Francisco de

Almeida Júnior

Page 18: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

VOLUME 3

5.6 A multa financeira nas bibliotecas universitárias: sua contribuição ao 244

desvio educacional e à injustiça social, Francisco das Chagas de Souza

5.7 Compra de material bibliográfico: seleção otimizada, 250

Nei Yoshihiro Soma; Marilda Leite Quinsan; FIávio Yoshihiko Sugimura

5.8 Parâmetros para distribuição de recursos financeiros gerenciados pelo 259

Sistema de Bibliotecas Universitárias - SBU na compra de periódicos,

June Magda Rosa Scharnberg; Ana Maria Mattos Gaivão; Catarina Groposo

Pavão; Maria Cristina Bürger

5.9 Seleção e aquisição: uma proposta de automação e a experiência do 265

SIB/UFES, Rachel Cristina Mello Guimarães; Ângela Maria Becalli;

Isabel Cristina Louzada Carvalho

5.10 Automação do Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal de 276

Uberlândia: um estudo de caso, Maria Bernadete Martins Alves; Elaine Maria

Pereira Pringolato; Carlos Eduardo Lopes Cabral

5.11 Conversão retrospectiva no Sistema de Bibliotecas da UNICAMP: 281

integração de registros MARC a catálogo on-line, Mariângela Pisoni Zanaga

5.12 Bases de dados: a metáfora da memória científica, Luiz Fernando Sayão 287

5.13 Sistema de documentação audio-visual do CEDOC do Núcleo 294

de Rádio e Televisão Universitária, Carlos Eduardo Pimentel

5.14 Proposta de um sistema de ajuda para acesso otimizado às bases de 299

dados do Consórcio ISTEC, Anamelea de C. P. Luiz dos Santos; Cláudio

Magalhães Teixeira; Heloísa R. de Próspero; lone Caldas Couto; Marcelo Marim Richard Duarte Ribeiro; Rosamelia Parizotto; Sandra Maria Simioni;

Vivian Heemann; Walter de Abreu Cybis

5.15 Metodologia de coleta de documentos para a produção de 315

bases de dadosbibliográficos, Maria B. Monte Alto Lambert; Selma Chi Barreiro

5.16 A visão dos usuários sobre os produtos e serviços ofertados pelo 322

Subsistema de Bibliotecas de Ciências Humanas, Letras e Artes da

Universidade Federal do Ceará, Diana Maria Cirino Bessa; Edna Gomes Pinheiro

Page 19: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

5.17 Pesquisa tecnológica universitária e canais de informação: 334

Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de

Uberlândia (DEENE/UFO): estudo de caso, Angela Maria Silva

5.18 Da necessidade de um índice latino-americano de citação científica na 344

área de odontologia, Tereza da Silva Freitas Oliveira; Maria Apparecida de

Carvalho; Helena Sumika Sanomiya Otsuki; Isabel Pereira de Matos; Izamar da Silva Freitas; Cláudio Hideo Matsumot

5.19 Análise comparativa de revistas da área de comunicação social: um 357

relato,llce Gonçalves Milet Cavalcanti; Vera Labatut Pinto Ribeiro Afonso

Page 20: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

VOLUME 4

5.20 Concepção ergonômica de páginas Web, Edison Melo; Solange T. Sari; 371

Walter de Abreu Cybis; Anamelea de C. P. Luiz dos Santos; Heloísa R. de

Próspero; Márcio Matias; Mário César Silveira; Vivian Heemann

5.21 As bibliotecas universitárias e seus paradigmas: a missão, o ensino, a 394

pesquisa, os custos, o pessoal, Vivian Heemann; Marilia Damiani Costa;

Márcio Matias

5.22 A estruturação da rede brasileira de informação em energia, 403

Luiz Fernando Sayão; Selma Chi Barreiro

5.23 A Biblioteca Central da Universidade Federal Rural de Pernambuco e os 410

desafios das tecnologias emergentes de informação, Nanei de Oliveira

Toledo; Conceição Lopes; Auta Rojas Barreto

5.24 O ISTEC e a Internet acelerando a cooperação na Ibero-América, Maria 420

Isabel Santoro; Harry Llull

5.25 Qualidade no serviço de referência e informação (SR&I), Eliane Falcão 430

Tuler Xavier; Regina Célia Baptista Beiluzzo

6 A BIBLIOTECA E A AUTONOMIA UNIVERSITÁRIA

6.1 Indicadores de avaliação para coleções de periódicos das 443

bibliotecas universitárias brasileiras: reflexões sobre o estudo

das revistas do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas - IFCH

- UNICAMP, Maria Alice Rebello Nascimento

6.2 Avaliação de coleção de periódicos adquiridos por compra do serviço 460

de biblioteca e documentação do Instituto de Geociências da

Universidade de São Paulo: estudo preliminar, Érica Beatriz P. M. de

Oliveira; Rosa Tereza Tierno Plaza

6.3 Análise da demanda, uso e avaliação dos serviços ofertados pelo 470

Subsistema de Bibliotecas de Ciência e Tecnologia da Universidade

Federal do Ceará, Edna Gomes Pinheiro; Maria Helena S. Leão Macieira;

Virgínia Bentes Pinto

Page 21: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

6.4 Estudos em gerenciamento de acervos da USP: critérios de avaliação 483

de títulos de periódicos, Diva C. Andrade, Érica Beatriz P. M. Oliveira;

Lúcia M. S. V. C. Ramos; Maria Tereza M. Santos; Rosana Taruhn; Sônia G. G. Eleutério: Suely C. Prati; Valéria S. G. Martins

6.5 Planejamento estratégico para bibliotecas: a experiência da 490

UniversidadeFederal do Ceará, Fernando Pires; Maria Helena S. Leão

Macieira; Norma Helena P. de Almeida

Page 22: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

VOLUME 5

6.6 Gestões para a modernização do Sistema Integrado de Bibliotecas da 502

Universidade de São Paulo: incremento da automação através de

projetos em desenvolvimento, Rosaly Favero Krzyzanowski; Inês Maria de Morais Imperatriz; Márcia Rosseto

6.7 Bibliotecas universitárias: e agora?, Rejane Raffo Klaes; Eloisa Futuro 517

Pfitscher

6.8 O PADCT e as bibliotecas universitárias: o caso da biblioteca 526

comunitária da Universidade Federal de São Carlos, Lourdes de S. Moraes

6.9 Gerência da qualidade na biblioteca universitária, Lidia Eugenia 538

Cavalcante: Virgínia Bentes Pinto

6.10 Qualidade & unidade de informação: referenciais para ambientes 554

universitários, Célia Regina Simonetti Barbalho

6.11 Capacitação de equipes bibliotecárias no Sistema Integrado de 557

Bibliotecas da Universidade de São Paulo em face às novas dinâmicas

de gestão da qualidade, Regina Célia Baptista Beiluzzo; Telma de

Carvalho; Adriana Cybele Ferrari; Maria de Fátima Alves de Souza;

Raimunda Miguelina Alves Flexa

6.12 Implementação da gestão de recursos humanos no Sistema Integrado 568

de Bibliotecas da Universidade de São Paulo (SIBi/USP): programa de

remodelação em desenvolvimento, Joel Souza Dutra; Inès Maria de

Morais Imperatriz; Rosaly Favero Krzyzanowski

6.13 Recursos humanos em bibliotecas universitárias: modelo aplicado á 580

distribuição de pessoal, por níveis funcionais, no Sistema Integrado de

Bibliotecas da Universidade de São Paulo (SIBi/USP), Marina dos Santos

Almeida; Rosa Tereza Tierno Plaza; Rosaly Favero Krzyzanowski

6.14 Administrando a (des)motivação nas bibliotecas universitárias, Dario 601

Crispim de Assis; Gláucia Maria Saia Cristianini

6.15 Avaliação de desempenho: uma experiência do Sistema de Bibliotecas 608

da Universidade Federal de Goiás (UFG), Claudia Oliveira de Moura

Bueno; Martha Izabel Souza Duarte Rezende; Sandra Moreira dos Santos

6.16 Evolução histórica da biblioteca universitária da Universidade do

Estado de Santa Catarina - UDESC 1984 a 1994, Elisa C. D. Corrêa

626

Page 23: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

VOLUME 6

7 BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA E SUA RELAÇÃO COM O CONTEXTO

ACADÊMICO

7.1 A biblioteca e sua relação com o contexto acadêmico, Maria 636

José Gomes Monteiro Vianna; Maria de Lourdes Mussi Paulo; Valéria

Marques de Queiroz; Vanda Pires Rohem

7.2 Coleta, organização e divulgação da produção intelectual gerada na 643

Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Janise Silva Borges da Costa

7.3 Caracterização do comportamento e atitudes de leitura dos alunos do 652

Curso de Biblioteconomia da Universidade Estadual de Londrina, Ana

Esmeralda Carelli; Maria Aparecida E. Madureira; Vilma A. Gimenes da

Cruz

7.4 Produção de indices de assunto referentes a teses e dissertações 663

aprovadas em Instituições de Ensino Superior no Brasil (Projeto

TESINDEX/CAPES), Ulf G. Baranow

7.5 Necessidades informacionais de uma comunidade empresarial: espaço 676

para atuação da biblioteca universitária, Nelcy Teresinha da Rosa

Kegler

7.6 A biblioteca universitária enquanto espaço de múltipla comunicação, 702

Francisco das Chagas de Souza

III TRABALHOS APRESENTADOS SOB FORMA DE POSTERS

8 BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA E SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO

8.1 Mobilização para uma política de conservação e manutenção 710

de acervos contra o agente biológico humano, Justino Alves Lima

8.2 Qualidade na segurança do acervo na Biblioteca de Ciência e 720

Tecnologia da Universidade Federal do Paraná: estudo de caso,

Angela Pereira de Faria Mengatto; Eliane Maria Stroparo; Eutália

Cristina do Nascimento Moreto; Luzia Glinski; Silvia Dambroski Marcon;

Tania de Sarros Baggio

Page 24: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

8.3 Administração do Setor Braille da Biblioteca Central em bibliotecas 727

universitárias: relato de uma experiência, Marília Mesquita Guedes

Pereira; Paulo da Silva Chagas

8.4 Automação do Sistema de Bibliotecas da UFCe, Ana Lúcia Martins; 736

Francisco Jonatan Soares

8.5 Levantamentos bibliográficos em CD-ROM nas bases de dados 748

UNIBIBLI e ERIC no período de janeíro/95 a dezembro/95: o caso da

Biblioteca da Faculdade de Educação da UNICAMP, Gildenir Carolino Santos; Célia Maria Ribeiro; Rosemary Passos

8.6 Base DEMIQ - controle automatizado da demanda de material 759

bibliográfico, Valéria de Assumpção Pereira da Silva; Marilda Corrêa Leite

dos Santos; Valéria Aparecida Moreira Novelli; Dirce Gonçalves; Priscila

Carreira Bittencourt Vicentini; Josiberti FIávio A. Monteiro da Silva

8.7 Base de dados para indexação de slides com a utilização do Microlsis, 765

Marlene Gonçalves Curty; Rosely Suguino

Page 25: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

VOLUME 7

8.8 Implantação de uma base de dados em Microlsis para controle de 772

aquisição: relato de experiência, Cristina Dal Lín; Leila Maria Bento

8.9 Estatísticas em bibliotecas universitárias, Janeti Bombini de Moura; 781

Telma Vitols Ciarcia

8.10 Desempenho dos usuários internos da Divisão de Serviços aos 788

Usuários da Biblioteca Central da UFPB: diagnóstico para

aplicação de técnicas de marketing, Bernardina Maria J. Freire; Emeide

Nobrega Duarte; Norma Maria Fernandes Nogueira; Robéria César Souto Maior

8.11 Estudo de usuários: sob o prisma do comportamento, Ana Maria C. 801

Ponce; Rosanara Urbaneto Feres

8.12 Contribuição para a referenciação de trabalhos disponíveis na Internet 813

José Antonio Rodrigues Viana

8.13 A biblioteca universitária e o sistema educacional, Carlos Eduardo 818

Pimentel

8.14 O centro referencial da Universidade Federal do Rio de Janeiro: 823

perspectivas para o futuro, Maria Luiza Andrade Di Giorgi; Mariza Russo

8.15 Serviço de referência da Biblioteca Comunitária da Universidade 830

Federal de São Carios: implantação de bases locais, Maria Angélica

Dupas; Aparecida Cristina Abrahão Novaes Gomes; Deise Tallarico Pupo;

Maria Aparecida da Costa Pereira Akabassi

8.16 A busca pela padronização: procedimentos para coleta de dados 836

quantitativos, Sueli de Fátima Faria

8.17 O perfil profissional do auxiliar de biblioteca do Sistema de Bibliotecas 842

da Universidade Federal do Paraná, Leociléa Aparecida Vieira;

Elayne Margareth Schiõgel

8.18 Uma proposta para a avaliação de desempenho na Universidade 856

Federal do Paraná, Liana dos Anjos; Samira Elias Simões; Vera Regina Guncho

8.19 Política editorial na Pontifícia Universidade Católica de Campinas: uma 872

proposta, Maria Cristina Matoso; Marili Nogueira Loureiro

Page 26: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

8.20 Biblioteca acadêmica - uma visão sistêmica de ação cultural: 884

o caso da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Conçeição

Lopes; Nanei Oliveira Toledo; Betania Ferreira

8.21 Universidade, biblioteca e ação cultural. Márcio de Assumpção Pereira da 890

Silva; Lígia Maria Silva e Souza

8.22 Comunicação visual, políticas de comunicação e marketing para 895

bibliotecas universitárias: uma proposta para a Universidade

Federal de Uberlândia, Leopoldo Nogueira e Silva

ÍNDICE DE AUTOR

ÍNDICE DE ASSUNTO

Page 27: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

I - TRABALHOS OFICIAIS APRESENTADOS NAS SESSÕES PLENÁRIAS

Page 28: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

1 POLÍTICAS DE SERVIÇOS E NOVAS TECNOLOGIAS

Page 29: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

1.1

EVOLUÇÃO DO USO DA TECNOLOGIA DE CD-ROM NAS BIBLIOTECAS DAS

INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR BRASILEIRAS*

Dolores Rodriguez Perez"

Mariza Russo"

Resumo

A pesquisa analisa a evolução do uso da tecnologia de CD-ROM nos serviços

oferecidos pelas bibliotecas das Instituições de Ensino Superior Brasileiras - IBS,

que constituíram o cadastro das instituições beneficiadas pela aquisição de títulos

de periódicos e de bases de dados em CD-ROM, financiados pela Coordenação de

Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES, em 1995. Descreve as

vantagens e desvantagens do uso dessa tecnologia e sua aplicação nos diversos

serviços das bibliotecas. Apresenta conclusões e sugere algumas recomendações

quanto à modernização dos serviços e sua otimização, visando a satisfação das

demandas dos usuários das bibliotecas.

1 Introdução

A partir da mudança de filosofia ocorrida nas bibliotecas, passando do

paradigma do acervo para o paradigma do acesso, observa-se uma situação

"irreversível em direção ao processamento e uso da informação por meios cada vez

mais avançados". (CUNHA, 1994).

Penniman (1992) ressalta que as bibliotecas precisam ser ativas, enfatizando

o fornecimento da informação mais do que seu armazenamento e que elas devem

ser avaliadas com base nos serviços que oferecem e não pelo controle de suas

coleções.

o trabalho contou, nas fases de coleta e de tabulação dos dados, com a colaboração das funcionárias do SIBI/UFRJ, Chantal Russi, Rosilane Galdino de Moura e Maria José Capdeville Duarte Ullmanr e na fase de editoração, com a colaboração de Adriana Baptista Pereira e Rosemeri Duarte Amândula, da COPPEAD/UFRJ.

<27

Page 30: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

1.1

No espaço de apenas 30 anos, as novas tecnologias difundiram-se

largamente nas atividades das bibliotecas, apesar de que os novos formatos não

substituem - hoje - os velhos, mas existem lado a lado (LANCASTER, 1992).

Line (1992) alerta que a tecnologia tornará a biblioteca "menos um lugar ao

qual as pessoas se dirigem e mais um recurso que pode ser utilizado remotamente".

Já no final da década de 80, surgiram no mercado algumas das novas

tecnologias, que serviriam de suporte de informação, favorecendo o processo de

difusão do conhecimento.

Dentre estas tecnologias destaca-se a do Compact Disc Read Only Memory

(CD-ROM), desempenhando um papel cada vez mais importante como meio de

armazenamento e disseminação de informações.

O CD-ROM constitui-se num disco ótico, de 4 V» polegadas de diâmetro, onde

podem ser armazenados cerca de 550 milhões de bytes sob forma digital, contendo

não só bases de dados relativamente grandes, como textos integrais de

documentos, imagens, gráficos, além de som.

No Quadro 1 apresentam-se vantagens e desvantagens do uso desta

tecnologia, mencionadas na literatura. (ANDRADE, CUENCA, NORONHA, 1990,

CUNHA, 1994).

Quadro 1 -USO DA TECNOLOGIA DE CD-ROM

VANTAGENS DESVANTAGENS

• Possui alta capacidade de

armazenamento

• Permite buscas ilimitadas

• Proporciona mais pontos de

acesso do que os produtos

impressos

• E de fácil manuseio

• Possui limitação para escrever ou

alterar dados

• Tem custo inicial mais alto do que o

Sistema on-line

• E atualizado somente pela

substituição por versão mais recente

• ['alta padronização nos softwares de

recuperação de dados

es

Page 31: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

1.1

A tecnologia do CD-ROM tornou-se uma ferramenta importante para as

bibliotecas, visto que proporciona buscas ágeis, em menor tempo e com maior

qualidade, trazendo "conseqüências positivas para a imagem da biblioteca como

disseminadora de informações". (ROWLEY, 1994).

Isto terá como implicação um incremento da demanda dos serviços das

bibliotecas, com maior utilização dos recursos existentes, possibilitando um melhor

nível de atendimento ao usuário em comparação com as buscas realizadas em

produtos impressos.

O CD-ROM apresenta-se como "uma das tecnologias de suporte que já está

à disposição; bastará, portanto, usar a criatividade para empregá-la em todo o seu

potencial". (BRITO, 1988)

2 OBJETIVO DO TRABALHO

É objetivo do presente trabalho analisar a evolução do uso da tecnologia de

CD-ROM nos serviços oferecidos pelas bibliotecas das Instituições de Ensino

Superior Brasileiras - lES.

3 METODOLOGIA

Como instrumento para a coleta dos dados, visando atingir o objetivo

proposto, foi utilizado o questionário, considerado como a técnica mais adequada

para alcançar uma população geograficamente dispersa. (PINHEIRO, 1990).

Montou-se um questionário contendo três blocos de perguntas, com tópicos

abrangendo "Dados de Identificação", "Bases de Dados em CD-ROM" e "Infra-

Estrutura" (Anexo 1).

O questionário foi enviado pelo correio para 264 bibliotecas de instituições de

ensino superior brasileiras, que constituíram o cadastro das lES beneficiadas pela

20

Page 32: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

1.1

aquisição de títulos periódicos e de bases de dados em CD-ROM, financiados pela

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES, em 1995.

Uma carta acompanhou o questionário, enfatizando o objetivo da pesquisa e

solicitando a devolução do mesmo, num prazo de 10 dias, dada a exigüidade do

tempo para apresentação dos resultados.

Após o recebimento das respostas foi gerado um banco de dados que permitiu

a tabulação das informações para efetuar a análise e discussão dos resultados.

Essa metodologia possibilitou o estabelecimento de algumas recomendações que

servirão como subsídios para elaboração ou reformulação das políticas de serviços

nas bibliotecas.

4 RESULTADOS OBTIDOS

Foram recebidos 156 questionários, referentes a 181 bibliotecas do universo

utilizado para a pesquisa, visto que algumas bibliotecas centrais responderam,

englobando dados de suas bibliotecas setoriais. Sendo assim, o índice de respostas

correspondeu a 68,6% do total de bibliotecas consultadas, porém considerou-se

como base para o estudo os 156 questionários preenchidos.

Após o término da tabulação dos dados foram recebidos ainda seis (6)

questionários que abrangiam informações de sete (7) bibliotecas, que não foram

computados na pesquisa.

Foram tabuladas apenas as questões que permitiram a quantificação das

respostas, sendo também realizada uma análise qualitativa desses dados.

30

Page 33: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

1.1

Os dados não tabulados restringiram-se à identificação das bibliotecas.

O documento contendo a síntese das respostas constitui o Anexo 2.

5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Do universo de 156 respondentes, trabalhou-se com 148 bibliotecas

universitárias (94,9%) e 8 bibliotecas de institutos de pesquisa (5,1%).

Sobre a utilização da tecnologia de CD-ROM, para prestação de serviços,

identificou-se que 126 bibliotecas (80,8%) fazem uso de CD-ROM e 30 (19,2%)

responderam negativamente.

Salienta-se, no entanto, que apenas 73 bibliotecas das 264 que constam do

cadastro de aquisição da CAPES de 1995 solicitaram financiamento para

assinaturas de bases de dados em CD-ROM. Conclui-se que as demais bibliotecas

(53) que utilizam esta tecnologia dispõem de outras fontes de recursos.

Em relação ao ano em que a tecnologia foi adotada, observou-se que um

pequeno número das bibliotecas estudadas começou a utilizá-la na década de 80,

atingindo uma aplicação mais significativa na década seguinte. O gráfico a seguir

demonstra a evolução deste uso nas bibliotecas.

Analisando-se as etapas que precederam a implantação do serviço, 72

bibliotecas (57,1%) informaram que planejam ou avaliam serviços oferecidos. As 53

bibliotecas restantes (42,1%) não realizam estes tipos de atividade.

31

Page 34: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

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Page 35: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

1.1

Em se tratando de mecanismos prévios de planejamento e avaliação, 48

bibliotecas (38,1%) desenvolvem estudos de usuários/demanda de informações; 23

bibliotecas (18,2%) realizam avaliação de desempenho de serviço já em operação

e 17 bibliotecas (13,5%) promovem estudo de uso de coleções. Algumas

bibliotecas adotam mais de um destes instrumentos para planejamento e avaliação.

Quanto aos serviços oferecidos a partir do uso da tecnologia de CD-ROM,

o mais disponível é o de Pesquisa Bibliográfica, realizado por 109 bibliotecas

(86,5%), sendo que destas, 88 oferecem-no ainda a usuários externos. Em

segundo lugar, apresenta-se o serviço de acesso a bases de dados estrangeiras

em 104 bibliotecas (82,5%), das quais 82 facilitam-no, também, a usuários

externos. Outra atividade que se destaca é a comutação bibliográfica, exercida

em 101 bibliotecas (80,2%), onde 65 bibliotecas também a oferecem a usuários

externos. Os demais serviços podem ser identificados no Quadro 2. a seguir.

Quadro 2 - SERVIÇOS OFERECIDOS UTILIZANDO A TECNOLOGIA DE CD-ROM

Serviços N.mtcas. %

Pesquisa bibliográfica 109 86,5

Acesso a bases estrangeiras 104 82,5

COMUT 101 80,2

Acesso a bases nacionais 100 79,4

Busca retrospectiva 100 79,4

Treinamento informal üo usuário 86 68,3

Empréstimos entre bibliotecas 81 64,3

Acesso a documento no exterior 73 57,9

Treinamento formal do usuário 62 49,2

Disseminação Seletiva de Informação 35 27,8

33

Page 36: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

1.1

Em relação à divulgação das bases de dados em CD-ROM entre seus

usuários, 119 bibliotecas (94,4%) promovem esta atividade e 7 bibliotecas(5,6%)

não efetuam qualquer tipo de divulgação deste serviço.

Dos meios utilizados para difundir as bases de dados em CD-ROM, o que

mais se destacou foi o treinamento de usuários, o qual é realizado por 83

bibliotecas (65,9%), seguido da distribuição de folders, elaboração de catálogos e,

por último, divulgação por meio eletrônico.

Sobre a avaliação de desempenho dos serviços a partir do uso da

tecnologia de CD-ROM, 96 bibliotecas (76,2%) não realizaram, até o momento,

uma avaliação; enquanto que 28 bibliotecas (22,2%) fizeram uso deste instrumento

de mensuração. Estatísticas de uso do serviço foram os meios mais utilizados

pelas bibliotecas que executaram avaliação. Duas bibliotecas deixaram de

responder a esta questão.

Como conseqüência da avaliação, 26 bibliotecas (20,6%) aproveitaram seus

resultados para aperfeiçoamento dos seus serviços.

Analisando-se a questão da infra-estrutura necessária ao uso da tecnologia

de CD-ROM, verifica-se que 77 bibliotecas (61,1%) contam com condições

adequadas e 49 bibliotecas (38,9%), apresentam alguma deficiência na infra-

estrutura para a realização dos serviços, destacando-se a insuficiência de

equipamentos, identificada em 33 bibliotecas; a inexistência de equipamentos, em

14; e equipamentos incompatíveis em 9 bibliotecas. Duas bibliotecas não

informaram sobre a questão.

Enfocando-se o aspecto da capacitação de pessoal que opera este tipo de

tecnologia, 76 bibliotecas (60,3%) afirmam que realizam treinamento e 49

bibliotecas (38,9%) não promovem esta atividade para seus funcionários. Uma

biblioteca não respondeu á pergunta.

Quanto á disponibilização da tecnologia de CD-ROM para acesso remoto,

ou seja, utilização em rede, 12 bibliotecas (9,5%) oferecem esta modalidade de

serviço; enquanto que 113 bibliotecas (89,7%), não facilitam este tipo de acesso.

No caso de existência desse acesso remoto, constatou-se que a implantação do

3^

Page 37: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

1.1

serviço surgiu no final da década de 80, tendo sua maior ênfase no ano de 1995. O

Quadro 3 a seguir apresenta a evolução da criação deste serviço.

Quadro 3 - IMPLANTAÇÃO DA TECNOLOGIA DE CD-ROM EM REDE

Ano N." Btcas.

1987 1

1988 1

1989 1

1990 1

1991 1

1992 1

1994 1

1995

1996 1

Total 11*

* Uma biblioteca nüo infomiou o ano cm que este serviço foi iniciado.

Sobre a consulta às bases de dados em CD-ROM, 79 bibliotecas (62,7%)

informaram que ela é feita tanto pelo pessoal da biblioteca quanto diretamente

pelos usuários; 43 bibliotecas (34,1%) responderam que somente o pessoal da

biblioteca realiza esta atividade; e em 4 bibliotecas (3,2%) a consulta é feita

diretamente pelo usuário.

Revendo-se os resultados obtidos, chega-se às seguintes constatações;

1. um número elevado das bibliotecas pesquisadas já utiliza a tecnologia

de CD-ROM;

2. esta tecnologia vem sendo aplicada desde 1982, ainda que em apenas

uma biblioteca do universo pesquisado, sendo que nessa década de 80

as bases de dados mais consultadas cobriam a área de Ciências

3. Biomédicas;

36

Page 38: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

1.1

4. a expansão do uso desta tecnologia evidencia-se a partir do início dos

anos 90, com o surgimento de novas bases de dados cobrindo outras

áreas do conhecimento;

5. aproximadamente 60% das bibliotecas que fazem uso do CD-ROM

executaram planejamento ou avaliação, precedendo a implantação

desta tecnologia; salienta-se, no entanto, que a pesquisa não solicitou

às bibliotecas explicitação sobre estas técnicas;

6. dentre as atividades de planejamento/avaliação, a mais praticada foi a

de estudos de usuários;

7. dentre os serviços oferecidos utilizando-se o CD-ROM, o que

apresentou índice mais alto foi a pesquisa bibliográfica, realizada por

cerca de 90% das bibliotecas;

8. outros serviços que foram muito apontados nas bibliotecas (em mais de

80% delas) foram os de acesso a bases de dados nacionais e

estrangeiras e a comutação bibliográfica, que se constitui numa

atividade decorrente das primeiras;

9. os serviços provenientes da aplicação desta tecnologia são oferecidos,

nas bibliotecas, tanto para usuários internos quanto para usuários

externos, sendo que para estes um número menor de bibliotecas os

disponibiliza. (Ver Quadro 2):

10. a divulgação das bases em CD-ROM é realizada por cerca de 95% das

bibliotecas; poucas bibliotecas não efetuam a promoção deste recurso;

11. entre os mecanismos utilizados para difusão das bases de dados, o

treinamento de usuários apresentou a taxa mais elevada

(aproximadamente 70%);

12. poucas bibliotecas já realizaram avaliação de desempenho deste

serviço; sendo que a maioria destas aproveitou os resultados para

aperfeiçoamento dos seus serviços;

13. grande parte das bibliotecas conta com infra-estrutura adequada para a

operacionalização do serviço com CD-ROM e entre as que apresentam

infra-estrutura inadequada, a insuficiência de equipamentos é a mais

freqüente;

56

Page 39: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

1.1

14. muitas bibliotecas promovem treinamento do pessoal que opera as

bases em CD-ROM;

15. o acesso remoto às bases de dados é oferecido por poucas bibliotecas

do universo estudado, e esta facilidade só foi implementada a partir de

1987;

16. na maioria das bibliotecas, a operacionalização das bases de dados é

feita tanto pelo pessoal da biblioteca quanto pelos usuários.

6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Avaliando-se os resultados obtidos, observa-se um dado relevante para a

comunidade acadêmica, pelo fato de o serviço de pesquisa bibliográfica ser

oferecido por quase toda a totalidade das bibliotecas da amostra estudada, que

vem a facilitar o desenvolvimento da produção científica nas universidades. O

acesso às bases de dados nacionais e estrangeiras e a busca retrospectiva,

considerados como serviços de vital importância para a difusão do conhecimento,

também apresentam um bom índice de aplicabilidade. Estas facilidades vêm ao

encontro das afirmativas de ROWLEY (1994 ) em seu trabalho sobre recuperação

da informação. Sabe-se, no entanto, que estes serviços provocam no usuário uma

expectativa muito alta em relação à obtenção do documento primário e, nem

sempre, as bibliotecas possuem infra-estrutura necessária ao atendimento desta

demanda. A vantagem desta tecnologia, em sua alta capacidade de

armazenamento, tem, de certa forma, minimizado esta deficiência, com a

disponibilização de bases de dados contendo textos completos dos documentos.

Embora um número significativo de bibliotecas já utilize a tecnologia de CD-

ROM, este uso ainda não atinge toda a sua potencialidade, como foi demonstrado

na constatação da prática ainda pouco regular de planejamento na implantação de

serviços, bem como de procedimentos de avaliação, que fazem com que os

mesmos não alcancem pleno êxito.

Pode-se depreender que estas limitações são justificadas pela inexperiência

na aplicação desta nova tecnologia nos serviços de informação, aliando-se ao fato

de este uso ser relativamente recente nas bibliotecas universitárias.

31

Page 40: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

1.1

De uma maneira geral, o resultado da pesquisa revela a evolução e a

modernização nos serviços oferecidos nas bibliotecas universitárias. Ainda assim,

sugerem-se algumas recomendações:

♦ expansão de serviços de maior impacto para os usuários, como os

serviços de alerta e disseminação seletiva da informação, através do uso

das novas tecnologias nas bibliotecas;

♦ oferecimento de novos serviços, como o de análise de informação,

gerando produtos de informação com valor agregado;

♦ aperfeiçoamento de atividades de planejamento e avaliação de serviços

que, juntamente, com uma retro-alimentação concorrerão para a

satisfação das demandas dos usuários das bibliotecas;

♦ desenvolvimento de políticas de seleção de periódicos, apoiando-se na

disponibilidade de títulos contidos nas bases em CD-ROM, com texto

completo, promovendo uma substituição por títulos novos, não existentes

no acervo;

♦ maior investimento em infra-estrutura de redes nas instituições, com o

objetivo de disponibilizar o acesso remoto às bases em CD-ROM,

eliminando a desvantagem de acesso limitado a essas fontes e

otimizando seu uso;

♦ desenvolvimento de programas de capacitação de pessoal das

bibliotecas, visando o domínio dessas novas tecnologias e seu repasse

na atividade de treinamento de usuários;

♦ garantia de alocação de recursos financeiros para aquisição de

equipamentos e acervo de materiais bibliográficos em suporte CD-ROM,

dadas as vantagens apresentadas por esta tecnologia.

Cabe ressaltar, para finalizar, que não se pode visualizar a tecnologia de

CD-ROM como uma resposta para todas as questões nas bibliotecas. Faz-se

necessário continuar a perseguir a missão principal das bibliotecas, que é a de

auxiliar os usuários a encontrar a informação que eles precisam em qualquer

suporte em que ela se encontre.

3%

Page 41: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

1.1

ABSTRACT

Analyses the evolution of the use of CD-ROM technology in the services offered by the Brazilian university libraries which benefitted from the acquisition of journals

and CD-ROM databases, financed by the Brazilian Ministry of Education

(MEC/CAPES) in 1995. Advantages and disadvantages of this technology and its

application in the various library services are described. Conclusions are drawn,

and some suggestions made regarding the modernization and optimization of

services, with a view to user satisfaction.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1 ANDRADE, M.T.D. de, CUENCA, A.M.B., NORONHA. D.P. Uso do CD-ROM na recuperação e disseminação da informação: experiência em biblioteca

universitária. Ciência da Informação, Brasília, v.19, n.1, p.79-85,

jan./jun.1990.

2 BRITO, C. J. Disseminação de informação e a tecnologia do CD-ROM. Ciência

da Informação, Brasília, v. 17, n. 1, p. 3-13, jan./jun.1988.

3 CUNHA, M.B. da. As tecnologias de informação e a integração das bibliotecas

brasileiras. Ciência da Informação, Brasília, v .23, n. 2, p. 182-189, maio/ago.1994.

4 LANCASTER, F.W. Threat or opportunity? The future of library services in the

light of technological innovations. Revista EspaAola de Documentación

Científica, Madrid, v. 15, n. 5, 1992.

5 LINE, M.B. Libraries and information services in 25 years' time: a British

perspective. In: LANCASTER, T.W. (Ed.). Libraries and the future: essays

on the library in the twenty - first century. New York : Haworth Press, 1992.

6 MERCADANTE, Leila M. Z. Universidade, biblioteca e prestação de serviços : a

realidade brasileira. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 6. , 1989, Belém. Anais... Belém : Supercores, 1990.

7 PENNIMAN, W.D. Shaping the future for libraries through leadership and

research. In: LANCASTER, T.W. (Ed.). Libraries and the future:

essays on the library in the twenty - first century. New York : Haworth Press,

1992.

36

Page 42: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

1.1

8 PINHEIRO, L.V.R. Comunidade acadêmica e informação; expectativas, frustrações e perspectivas. In; SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 6., 1989, Belém. Anais...Belém ; Supercores, 1990.

9 ROWLEY, J. Informática para bibliotecas. Trad, de Antonio Agenor Briquet de

Lemos. Brasília ; Briquet de Lemos Livros, 1994. pt.2;

^0

Page 43: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

1.1

ANEXO 1

PESQUISA; Serviços oferecidos através do uso da tecnologia

de CD-ROM nas bibliotecas das Instituições de Ensino Superior

Brasileiras.

QUESTIONÁRIO

Dados de Identificação

> Nome completo da biblioteca;

> Biblioteca universitária? ( ) sim ( ) não

> Endereço completo;

> Telefone(s), indicando ramal, quando houver;

> Fax;

^ Correio eletrônico;

Page 44: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

1.1

Bases de Dados em cd-rom

(Considerar uso de CD-ROM a utilização de qualquer fonte de infonnação neste

suporte para prestação de serviços da biblioteca, por ex. catálogo coletivo em

CD-ROM).

V A biblioteca utiliza a tecnologia de CD-ROM para prestação de serviços?

( )sim ( ) não

> Se afirmativo, a partir de que ano?

> Se negativo, devolva o questionário ao endereço constante no final do mesmo.

> A implantação do uso de bases de dados em CD-ROM foi precedida de algum

planejamento ou avaliação de serviço em operação?

( ) sim ( ) não

y Se afirmativo, assinale o tipo:

( ) estudo de usuários/demanda de infonnação;

( ) estudo de uso de coleções;

( ) avaliação de desempenho de serviço já em operação;

( ) outro(s). Especifique.

> Que tipos de serviços são oferecidos/realizados utilizando-se fontes de

infonnação ou bases de dados em cd-rom. Considerar a definição dos

serviços descrita em anexo, para a correta interpretação dos mesmos.

Assinalar os serviços oferecidos indicando, quando for o caso, se são para

usuários internos e/ou para usuários externos.

^oZ

Page 45: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

1.1

U. Int. = usuários internos

U. Ext. = usuários externos

Serviços (*) U. Int. U. Ext.

Empréstimos entre bibliotecas (solicitação)

Comutação bibliográfica - COMUT (solicitação)

Acesso a documentos no exterior

Disseminação seletiva da informação - DSI

Busca retrospectiva

Pesquisa bibliográfica (ou levantamento bibliográfico)

Treinamento informal do usuário

Treinamento fonnal do usuário

Acesso a bases de dados nacionais

Acesso a bases de dados estrangeiras

Outros. Especifique

(*) A relação dc serviços c sua definição foram extraídos do fomiulário do Projeto Centro Referenciai da

UFRJ.

> A biblioteca promove a divulgação das bases de dados em cd-rom entre seus

usuários? ( ) sim ( ) não

> Se afinnativo, especifique através de que meios.

( ) folders;

( ) guia de usuários;

( ) catálogos das bases de dados em cd-rom;

( ) eletronicamente;

( ) treinamento de usuários;

( ) outro(s). Especifique.

^3

Page 46: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

1.1

> Desde que o uso da tecnologia de CD-ROM é utilizada pela biblioteca já foi

realizada alguma avaliação de desempenho dos serviços?

( ) sim ( ) não

'> Se afirmativo, qual o tipo de estudo ou pesquisa realizada para a avaliação?

> Os resultados obtidos foram aproveitados para aperfeiçoamento dos serviços?

( ) sim ( ) não

Infra-estrutura

> A biblioteca contou desde o início do uso da tecnologia de CD-ROM com a

infra-estmtura necessária aos serviços?

( ) sim ( ) não

> Dispunha dos equipamentos adequados?

( ) sim ( ) não

> Se negativo, assinale o motivo.

( ) inexistência de equipamentos;

( ) equipamentos insuficientes;

( ) equipamentos incompatíveis;

( ) outro(s). Especifique.

> Houve treinamento para o pessoal da biblioteca que opera o material com

suporte em CD-ROM?

( ) sim ( ) não

> Se negativo, explique como o pessoal absorveu o uso desta tecnologia para

prestar os serviços aos usuários.

Page 47: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

1.1

A biblioteca disponibiliza o acesso remoto (imiltiusiiários) a bases de dados em

CD-ROM (= CD-ROM em rede)?

( ) sim ( ) não

> Se afimiativo, a partir de que ano?

> O Uso das bases de dados em CD-ROM é realizado.

( ) somente pelo pessoal da biblioteca para atender os usuários;

( ) diretamente pelo usuário;

( ) pelo pessoal da biblioteca e pelo usuário diretamente.

Observações (que julgar necessárias aos itens do questionário):

Nome do bibliotecário informante;

Função:

Data:

DEVOLUÇÃO ATÉ O DIA 15/08/96

ENVIO (POR FAX E CORREIO) PARA O ENDEREÇO (CONFIRMAR POR TEL. O ENVIO DO FAX); BIBLIOTECA CENTRAL / SISTEMA DE BIBLIOTECAS E INFORMAÇÃO - SIBI

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO - UFRJ

PRÉDIO DO FÓRUM DE CIÊNCIA E CULTURA

AV. PASTEUR, N° 250 - TÉRREO - SALA 106

22.295-900 - RIO DE JANEIRO - RJ

TEL: (021) 295-1595 R. 122 e 123

FAX: (021) 295-1397 e 295-2346

TEL/FAX; (021) 260-5522 R. 225

</5

Page 48: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

1.1

ANEXO

DEFINIÇÃO DOS SERVIÇOS

EMPRÉSTIMO ENTRE BIBLIOTECAS (SOLICITAÇÃO) - solicitação pela biblioteca de

um documento que não faça parte de seu acervo a outra biblioteca.

COMUTAÇÃO BIBLIOGRÁFICA - COMUT (SOLICITAÇÃO) - solicitação de fotocópias

de documentos a acervos de outras bibliotecas, através dos cupons COMUT como

biblioteca-solicitante.

ACESSO A DOCUMENTOS NO EXTERIOR - solicitação de fotocópias de documentos

localizados no exterior.

DSI (DISSEMINAÇÃO SELETIVA DA INFORMAÇÃO) - divulgação periódica de

referências bibligráficas recentes sobre um assunto especializado a partir de bases de

dados em CD-ROM e de acordo com o perfil de interesse do usuário, de um grupo ou

instituição.

BUSCA RETROSPECTIVA (AUTOMATIZADA) - levantamento bibliográfico a pedido a

partir de bases de dados em CD-ROM, em que o usuário especifica as características da

literatura que necessita, como assunto, período de tempo, idioma etc.

PESQUISA BIBLIOGRÁFICA (OU LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO) - coleta de

referências bibliográficas de documentos do acervo das bibliotecas, sobre um

determinado assunto especializado, dentro de um período e idiomas previamente

estabelecidos pelo usuário.

TREINAMENTO INFORMAL DO USUÁRIO - atividade assistemática planejada e

utilizando procedimentos, para ensinar os usuários a melhor utilizar o acervo, os

catálogos e serviços, isto é, os recursos informacionais da biblioteca.

TREINAMENTO FORMAL DO USUÁRIO - atividade sistemática planejada e utilizando

procedimentos específicos para ensinar o usuário a melhor utilizar o acervo, os

catálogos e serviços, isto é, os recursos informacionais da biblioteca.

ACESSO A BASES DE DADOS - recuperação de qualquer tipo de dado, seja

bibliográfico, estatístico, econômico ou factual, em bases nacionais ou estrangeiras,

em CD-ROM.

Page 49: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

ANEXO 2 - SÍNTESE DAS RESPOSTAS DA PESQUISA

TOTAL % Biblioteca universitária? ( ) sim 148 94,8718 ( )nao 8 5,12821 A biblioteca utiliza a tecnoloaia de CD-ROM para prestação de serviços? ( )sim 126 80,7692 ( ) nao 30 19.2308 Se afirmativo, a oartir de que ano? Se neaativo. devolva o questionário ao endereço constante no final do mesmo. A Implant, do uso de bas. dad. CD-ROM foi precedida de algum planei, ou aval. de serv em onftraran? ( ) sim 72 - 57.1429

^2^635 ( ) nao 53 Se afirmativo, assinale o tipo: ( ) estudo de usuários/demanda de informação; 48 38,0952 í ) estudo de uso de colecoes; 17 13,4921 ( ) avaliacao de desempenho de serviço iá em operação; 23 18,254 Empréstimos entre bibliotecas (solicitação) u.int. 81 64,2857 u.ext. 38 30J587 Comutacao biblioaráfica - COMUT (solicitacao) u.int. 101 80J^587 u.ext. 1 65 51,5873 Acesso a documentos no exterior u.int. 73 57,9365 u.ext. 42 33.3333 Disseminação seletiva da informação - DSI u.int. 35 27.7778

7.14286 u.ext. 9 Busca retrosoectiva u.int. 100 79.3651 u.ext. 77 61,1111 Pesquisa biblioqráfica (ou levantamento bibliográfico) u.int. 109 86,5079 u.ext. 88 69,8413 Treinamento informal do usuário u.int. 86 68,254 u.ext. 48 38,0952 Treinamento formal do usuário u.int. 62 _J?,2063

9,52381 u.ext. 12 Acesso a bases de dados nacionais u.int 100 79,3651

63.4921 u.ext. 1 ftn

Page 50: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

Acesso a bases de dados estrangeiras 104 u.int. 82 82,5397 u.ext. 65,0794 A biblioteca oromove a divulgação das bases de dados em CD-ROM entre seus usuários? ( ) sim 119 94,4444 ( ) nao 7 5,55556 Se afirmativo, especifiaue através de que meios. ( ) folders: 63 50 ( ) guia de usuários: 30 23,8095 ( ) catálogos das bases de dados em CD-ROM: 34 26^9841 ( ) eletronicamente; 23 18,254 ( ^ treinamento de usuários: 83 65,873 Desde aue o uso da tecn.CD-ROM é utiliz. pela bib. |á foi realizada alguma aval. de desemo. dos serv.? ( ) sim 28 22,2222 ( ) nao 96 76,1905 Os resultados obtidos foram aproveitados para aperfeiçoamento dos serviços? ( ) sim 26 20,6349 ( ^ nao 8 6,34921 A bib contou desde o Inicio do uso da tecn.de CD-ROM com a infra-estrutura necessária aos serv.? ( ) sim 77 61^1111 ( ) nao 49 38,8889 Dispunha dos equipamentos adequados? ( ) sim 75 59,5238 ( ) nao 49 38,8889 Se negativo, assinale o motivo. ( ) inexistência de equipamentos; 14 11,1111 ( ) equipamentos insuficientes; 33 26,1905 ( ^ Aauioamentos Incompatíveis; 9 7,14286 Houve treinamento oara o pessoal da biblioteca gue opera o material com suporte em CD-ROM? ( ) sim 76 60,3175 ( ^ nao 49 38,8889 A hih rtisnonibiliza 0 acesso remoto ímultiusuários) a bases dados em CD-ROM í= CD-ROM em rede)? í ) sim 12 9,52381 ( ) nao 113 89,6825 Se afirmativo, a partir de que ano?

0 Uso das bases de dados em CD-ROM é realizado. ( ) somente pelo pessoal da biblioteca para atender os usuários; 43 34.127 ( ) diretamente pelo usuário: 4 3.1746 í ) pelo pefssoal da biblioteca e pelo usuário diretamente. 79 62.6984

Page 51: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

1.2

NOVAS TECNOLOGIAS E POLÍTICAS DE SERVIÇOS

EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS

Rejane Raffo Klaes"

RESUMO

0 artigo comenta a adoção de novas tecnologias pelas bibliotecas universitárias, discutindo as mudanças daí decorrentes para a prestação de serviços aos usuários

e nas políticas de serviços.

1 INTRODUÇÃO

O surgimento de novas tecnologias nas áreas de informação e comunicação,

sem dúvida, alterou o panorama das bibliotecas universitárias nas últimas décadas. A evolução e o dinamismo dessas tecnologias vêm exigindo mudanças tanto

na postura do profissional da informação, quanto no desempenho da biblioteca universitária, notadamente no que se refere á prestação de serviços e a suas

políticas. Especialmente na década de 80, desenvolveram-se no País sistemas

automatizados de informação especializada em diversas áreas do conhecimento.

Paralelo a isso, várias universidades produziram seus próprios sistemas de automação.

Com o advento das redes acadêmicas, da criação e implementação do

backbone da Rede Nacional de Pesquisas (RNP) - elemento chave para a conexão

com a Internet - pode-se acessar bases de dados localizadas tanto no Brasil quanto

no Exterior, ampliando-se, assim, a oferta de produtos e serviços de informação e abrindo-se as portas para a hoje tão discutida "biblioteca virtual".

No Brasil, a implantado da Rede Antares, pelo Instituto Brasileiro de

Informação em Ciência e Tecnologia, veio facilitar ainda mais o compartilhamento

de recursos, fortalecendo a infra-estrutura básica para o acesso à informação

através de redes, que são a característica dos anos 90. Não é intenção deste trabalho realizar um levantamento bibliográfico sobre

as novas tecnologias que surgiram nos últimos tempos e que, de alguma maneira, nos dizem respeito como profissionais da informação, e são particularmente importantes para a melhoria da prestação de serviços em nossas bibliotecas universitárias. A literatura internacional é vastíssima e há excelentes trabalhos na

literatura nacional que abordam o tema com muita propriedade. A idéia básica é enumerar algumas dessas tecnologias, comentar

brevemente os benefícios de sua utilização e adoção, que tipos de mudanças elas

* Bibliotecária da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS

^9

Page 52: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

1.2

ocasionam no desempenho das atividades da biblioteca universitária e, conseqüentemente, na política de prestação de serviços, com a intenção de

provocar uma discussão e uma reflexão a respeito deste assunto.

2 NOVAS TECNOLOGIAS

Basicamente, as novas tecnologias podem ser caracterizadas através do

dinamismo e da evolução dos programas e equipamentos destinados à produção, armazenamento e transmissão de dados, sons e imagens.

Para fins de nossa abordagem cremos ser desnecessário elencar a diversidade de tipos das novas tecnologias e discorrer sobre cada um. Assim,

optamos por tecer breves comentários sobre bancos de dados, CD-ROM e sobre a

Internet, tecnologias que, sob nosso ponto de vista, estão modificando o perfil de nossas bibliotecas universitárias, á medida que permitem acessar e movimentar rapidamente imensa quantidade de dados e informações, tornando-se instrumentos

de busca, recuperação e disseminação de informações mais ágeis e dinâmicos. Para a utilização dessas novas tecnologias são necessários grandes

investimentos na infra-estrutura eletrônica {software e hardware) e em pessoal

(qualificação e aperfeiçoamento). Infelizmente, hoje assistimos a um processo de

desmonte do Serviço Público que afeta às bibliotecas universitárias e, que, se por

um lado, não impede, por outro, retarda o acompanhamento e a adoção das novas tecnologias.

2.1 BANCOS E BASES DE DADOS

Bancos de dados são conjuntos de bases de dados, constituindo fontes de

informação que podem ser acessadas de modo interativo ou remoto através de

catálogos online de acesso público. Contêm, em sua grande maioria, informações referenciais e bibliográficas.

Os principais bancos de dados brasileiros são os produzidos pelo SERPRO,

BIREME, CENAGRI, CIN, FGV, IBICT e PRODASEN. No Exterior destacam-se:

DIALOG,' ORBIT/INFOLINE, QUESTEL, STN e ECHO. As bibliotecas universitárias brasileiras também estão constituindo suas

bases de dados bibliográficos, alguns dos quais disponibilizados em rede, via Internet, destacando-se: DEDALUS (USP), SABi (UFRGS) e ALEPH (PUC/RS),

entre outras. Merecem menção as bases de dados produzidas pelo IBICT, especialmente o CCN e o BIBLIODATA CALCO, produzido pela FGV.

2.2 CD-ROM

O CD-ROM é uma tecnologia de armazenamento de dados (textos, imagens e sons) sob a forma digital em discos compactos, cuja capacidade de registro pode chegar, em média, ao equivalente a 1200 disquetes!

As principais informações registradas neste suporte são bibliografias, índices,

abstracts, guias e enciclopédias. Entre as bases de dados internacionais armazenadas em CD-ROM

destacamos: COMPENDEX PLUS (Engenharia), ERIC (Educação), MEDLINE

^0

Page 53: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

1.2

(Saúde), SCIENCE CITATION INDEX (multidisciplinar) e LISA (Ciência da

Informação). Entre outros tipos destacamos; ULRICH'S (guia de periódicos) e

ENCARTA (enciclopédia de caráter geral).

No Brasil já sâo produzidas algumas bases de dados em CD-ROM, das quais

destacamos: UNIBIBLI (catálogo coletivo da USP, UNESP e UNICAMP), LILACS

(Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde), IBICT (Catálogo Coletivo Nacional de Periódicos, Eventos em C&T e Teses defendidas no Brasil e por brasileiros no Exterior), CIN (Anais de conferências em C&T). Cabe citar

também o Almanaque Abril (mini-enciclopédia para o estudante de 1. e 2. graus).

2.3 INTERNET

A Internet, conhecida como "a rede das redes", representa facilidade de

acesso a uma variedade de informações dispersas geograficamente, constituindo-se no "caminho" por onde transitam dados e informações, e por meio do qual as

bibliotecas e usuários interconectam-se com o mundo.

Os principais serviços oferecidos pela Internet que vieram contribuir para

aumentar a capacidade de prestação de serviços das bibliotecas universitárias são;

- correio eletrônico (e-mail); possibilita a troca de mensagens entre usuários da rede, bastando, para isso, ter um endereço eletrônico;

- acesso remoto (telnet); sistema que permite ao usuário entrar em um computador localizado em outro local para a consulta de arquivos,

catálogos e bases de dados;

- protocolo de transferência de arquivos (ftp); protocolo que serve para transportar arquivos de um computador a outro;

- mailing-list serviço de assinaturas de listas por áreas de interesse específico.

Atualmente, a sensação da Internet é o World Wide Web (WWW) que exige

programas especiais para acesso (como o Mosaic e o Netscape) e computadores

com grande capacidade de processamento gráfico. Fácil de usar, seguindo um

menu gráfico na tela, aponta-se para o que se quer ver ou consultar. O principal

programa do WWW é o HTTP (hypertext transfer protocol) que permite o acesso a

belas páginas multimídia contendo textos, fotos, gráficos e mesmo vídeos.

Vem crescendo o número de universidades brasileiras que possuem sua

homepage na Internet, entre as quais USP, UFRGS, UFRJ, UFSM, e Faculdade Carioca.

Além disso a Internet proporciona acesso a cursos online e a l/nks que

fornecem informações, as mais variadas, para o estudo de qualquer disciplina, especialmente no Exterior.

No País a Internet World Brasil pretende produzir a primeira lista de recursos para estudantes e pesquisadores brasileiros, em português, desenvolvidos por

brasileiros, ou sobre o Brasil.

ffi

Page 54: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

1.2

3 NOVAS TECNOLOGIAS E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

As novas tecnologias da informação estão permitindo a oferta de produtos e

serviços que de outra forma se tornariam impraticáveis. Paralelamente, há um

aumento na produtividade, qualidade e valor agregado aos serviços prestados aos

usuários, potencializando o valor da informação. A adoção dessas novas tecnologias pode ser vista como um agente

catalisador de mudanças nas diversas atividades desenvolvidas pelas bibliotecas universitárias.

A utilização de computadores e sistemas automatizados, bem como a

conexão a redes, têm privilegiado os serviços relacionados com a recuperação de informações, colaborando para o aumento expressivo na prestação de serviços, em

nível qualitativo e quantitativo.

As principais modificações decorrentes do uso de novas tecnologias no dia a

dia de nossas bibliotecas são sumarizadas a seguir, de acordo com cada conjunto

de atividades desempenhado.

3.1 DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES

A disponibilidade de catálogos e bibliografias em CD-ROM agiliza o processo

de seleção de materiais informacionais. A facilidade, via Internet, tanto para consulta de novos lançamentos no mercado editorial, quanto para a encomenda e aquisição online de livros, periódicos, cd-rom, vídeos, etc. com a possibilidade de

débito através de cartão de crédito internacional, disponibilizado por vários editores e livreiros, vêm facilitar sobremaneira o trabalho do bibliotecário responsável pela seleção e aquisição de material bibliográfico, independente de seu suporte físico.

Por outro lado, a vahedade de formatos em que se apresentam os materiais informacionais transfere ao bibliotecário a escolha, nem sempre fácil, acerca do

melhor suporte: papel ou meio magnético/digital.

3.2 PROCESSO TÉCNICOS

A participação em redes de catalogação cooperativa e o desenvolvimento de

sistemas de automação por diversas universidades, com a adoção de formatos compatíveis e intercambiáveis, veio reduzir o tempo gasto com a atividade de processamento técnico e proporcionar maior segurança nas tarefas de indexação e

recuperação de informações. Por outro lado, os sistemas de automação desenvolvidos para o processamento técnico não se restringem apenas à

catalogação e à classificação, agregando dados sobre aquisição, patrimônio,

indicador de produção intelectual, entre outros, facilitando a obtenção destas

informações sempre que necessário.

Cabe também ressaltar o efeito multiplicador que ultrapassa o benefício das

bibliotecas que compõem a rede. A disponibilidade desses catálogos atinge,

potencialmente, uma quantidade sem fim de usuários que podem vir a se interessar pelas informações contidas nessas bases de dados.

5^

Page 55: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

1.2

3.3 SERVIÇOS AOS USUÁRIOS

Podemos presumir, sem dúvida, que os serviços aos usuários são os mais

beneficiados com a adoção de novas tecnologias.

Desde a busca de informações mais simples como informações gerais sobre

assuntos diversos, através de links disponíveis, até a elaboração de bibliografias em

áreas especializadas, o tempo de resposta é menor e a qualidade e a quantidade de informações tendem a ser maiores e mais relevantes. Levantamentos bibliográficos

realizados online ou em CD-ROM são mais eficazes, pois a busca em índices e catálogos impressos não permite o cruzamento de informações e de assuntos que

conduzem ao refinamento e à especificidade na busca que, tampouco é realizada

com a mesma rapidez.

A disponibilidade de bases de dados bibliográficos em redes e em CD-ROM,

incluindo os catálogos coletivos, além de agilizar sobremaneira a localização dos

itens, concorre para o aumento no volume de empréstimo entre bibliotecas e no número de transações de comutação bibliográfica, devido á rápida atualização e à confiabilidade desses instrumentos. A oferta da comutação online reduz o tempo de

atendimento consideravelmente, visto que as solicitações chegam "na hora",

eliminando o tempo que a correspondência demora nos correios.

O correio eletrônico também veio facilitar a comunicação entre bibliotecas e entre bibliotecas e seus usuários, proporcionando maior agilidade na troca e disseminação de informações.

É interessante questionar até que ponto nossas bibliotecas universitárias

estão fazendo uso adequado e inteligente dessas facilidades como forma de satisfazer as necessidades informacionais de seus usuários.

4 AS NOVAS TECNOLOGIAS, O BIBLIOTECÁRIO E O USUÁRIO

Além dos investimentos em termos de recursos financeiros necessários para

a utilização e/ou implementação das novas tecnologias nas bibliotecas universitárias, existem implicações relacionadas à assimilação de novos conhecimentos. Essa assertiva é válida tanto para os bibliotecários, quanto para os

usuários. Os primeiros necessitam não apenas ampliar sua visão com referência à aplicação das novas tecnologias, tanto nos níveis operacional, físico e econômico,

como também estarem sempre atualizados no que diz respeito a software, hardware, bancos e bases de dados, linguagens de recuperação da informação, suportes informacionais não convencionais, multimídia, hipermídia, etc. Paralelamente, deve haver também a preocupação com a satisfação dos usuários.

Estes, por sua vez, devem solicitar e receber treinamento e assistência para que possam fazer uso correto e eficaz das novas tecnologias colocadas ao seu dispor.

O bibliotecário deve preocupar-se em saber se o usuário é capaz de fazer a busca em sistemas automatizados e se ele realmente encontra o que procura. Neste contexto, enfatizamos a importância e a necessidade da presença do bibliotecário

de referência, pois, por mais avançadas e evoluídas que sejam as novas

tecnologias, o bibliotecário não deve nem pode ficar á margem do processo de

63

Page 56: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

1.2

transferência da informação, seja como organizador de produtos e serviços de

informação alimentando as bases de dados, seja como usuário da rede ou como elo entre os usuários e as novas tecnologias.

Cabe aqui uma reflexão sobre o impacto que as novas tecnologias causam, tanto nos bibliotecários como no comportamento dos usuários e, em última análise,

no desempenho da biblioteca como um todo, e em que medida a adoção de novas

tecnologias afeta a política de serviços das bibliotecas universitárias.

5 NOVAS TECNOLOGIAS E POLÍTICAS DE SERVIÇOS

Na sua grande maioria, as políticas de prestação de serviços apresentam-se

em caráter informal ou genérico demais em nossas bibliotecas universitárias. Sabemos que nossa missão é atender às necessidades informacionais de nossos

usuários. Sabemos que devemos prestar serviços. E isto muitas vezes "basta". Todavia, ao optarmos pela introdução de uma nova tecnologia (o uso do termo nova

não significa necessariamente a última, mas uma que até então não era utilizada), conseqüentemente, nossa política de prestação de serviços (seja formal, genérica

ou informal) vai ser afetada e precisará ser revisada e atualizada. Independente da existência ou não de uma política formalizada escrita, há,

pelo menos, dois aspectos a serem considerados: o primeiro diz respeito á clientela

que irá ser beneficiada com a oferta de serviços baseados em novas tecnologias.

Será seletiva? Somente interna? De outras áreas? Também externa? O segundo aspecto é bem mais complexo e diz respeito a custo. Cobrar ou não cobrar? Quanto

cobrar? De quem cobrar?

A adoção de novas tecnologias para prestação de serviços informacionais

requer pesados investimentos financeiros em hardware, software e na manutenção dos serviços. Tudo isto, aliado às recorrentes restrições financeiras, vem suscitando questões a respeito de quanto custa a informação. Assim sendo, os bibliotecários

necessitam conhecer os componentes do custo de um serviço baseado em novas tecnologias para estabelecer o preço desse serviço e saber como cobrá-lo. Quem

paga? Quem subsidia? Quanto custa uma informação online? Quanto custa uma informação a partir de um CD-ROM?

Este é um aspecto polêmico, mas que deve ser objeto de discussão, pois

constitui um elemento importante dentro da política de serviços da biblioteca universitária.

6 CONCLUSÃO

A participação em redes automatizadas implica em investimentos elevados e

também em riscos, em virtude da própria dinâmica da evolução das novas tecnologias.

Se comparadas as vantagens e desvantagens da adoção das novas

tecnologias, certamente as vantagens despontarão em número bem maior. Apesar

disso, não temos ainda um mapeamento das bibliotecas universitárias que estão

conectadas em rede, que tipo de serviço oferecem, quais as tecnologias que

adotam e que proveito retiram disso.

Page 57: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

1.2

Assim sendo, acreditamos que seja útil realizar um estudo em nível nacional para saber:

1) que tipo de novas tecnologias as bibliotecas universitárias estão efetivamente utilizando?

2) em que medida as bibliotecas universitárias estão incorporando as novas tecnologias ao seu dia-a-dia?

3) em que medida a adoção de novas tecnologias melhorou a prestação de serviços aos usuários?

4) em que medida a adoção de novas tecnologias provocou mudanças nas políticas de serviços?

Paralelo à adoção de novas tecnologias, acreditamos que seja necessário

existirem coleções em nível nacional para garantir a consulta local e a contribuição

para as redes nacionais e internacionais. Precisamos nos tornar exclusiva e totalmente "virtuais"? Parece-nos que não.

Precisamos, sim, saber fazer uso das novas tecnologias e delas tirar o máximo

proveito em benefício de nossos usuários.

ABSTRACT

Focusses on the introduction of new technologies in university libraries and their consequences concerning user services and service policies.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1 ALCÂNTARA, Eurípedes. A rede que abraça o planeta. Veja, São Paulo,

V. 28, n. 9, p. 48-58, 1 mar. 1995.

2 COSTA, Marília M. Damiani; HEEMANN, Vivian. Automação em bibliotecas: o uso de novas tecnologias. In: SE MINÁRIO NACIONAL

DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 8., 1994, Campinas. Anais... Campinas : UNICAMP, 1995. p. 325-337.

3 CUNHA, Murilo Bastos da. As tecnologias de informação e a integração das bibliotecas universitárias. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 8., 1994, Campinas. Anais...

Campinas: UNICAMP, 1994. p. 105-122.

4 FIGUEIREDO, Nice Menezes de. Serviço de referência & informação.

São Paulo : APB, Polis, 1992. 168 p.

5 GROGAN, Denis. A prática do serviço de referência. Brasília : Briquet de Lemos/Livros, 1995. 196 p.

55

Page 58: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

1.2

6 HEEMANN, Vivian. Mudança de hábito ; impacto das novas tecnologias na

qualificação do profissional bibliotecário e no usuário. In: SEMINÁRIO

SOBRE AUTOMAÇÃO EM BIBLIOTECAS E CENTROS DE DOCUMENTAÇÃO, 5., 1994, São José dos Campos. Anais... São José

dos Campos: UNIVAP, 1994. p. 172-176

7 HENNING, Patrícia Corrêa. [email protected]: um novo recurso de acesso à informação. Rio de Janeiro : UFRJ, 1994. 77 p. Dissertação (Mestrado

em Ciência da Informação)- Instituto Brasileiro de Informação em Ciên- cia e Tecnologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1994. Escola

de Comunicação, 1994.

8 HENDERSON, Tona. Links nota dez. Internet World, Rio de Janeiro, v.1,

n. 7, p.68-73. Mar. 1996.

9 ROSETTO, Mareia. Da função da informação à disponibilidade de catálogos online de bibliotecas. In: CONGRESSO LATINO-AMERICANO

DE BIBLIOTECONOMIA E DOCUMENTAÇÃO, 2. CONGRESSO BRASILEIRO DE BIBLIOTECONOMIA E DOCUMENTA ÇÃO, 17., Belo

Horizonte. Anais do Biblos 2000. Belo Horizonte : ABMG, 1994.

p.275-293.

10 MIRANDA, Antonio. New technology and access to primary documents: a prospective viev\/. Information Development, Voorschoten, v. 10, n. 4,

p.252-255, Dec. 1994.

11 SEMINÁRIO SOBRE AUTOMAÇÃO EM BIBLIOTECAS E CENTROS DE DOCUMENTAÇÃO, 5., 1994, São José dos Campos. Anais...

São José dos Campos : UNIVAP, 1994. 190 p.

12 TARAPANOFF, Kira, ALVARES, Lillian. Cenários para serviços informacionais: infra-estrutura de telecomunicações. Brasília :

Thesaurus, 1994. 42 p.

5f

Page 59: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

1.3

POLÍTICA DE SERVIÇOS E NOVAS TECNOLOGIAS:

PERSPECTIVAS DO CENTRO DE INFORMAÇÕES NUCLEARES (CIN) DA

COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR (CNEN)

Gilda Gama de Queiroz" Luiz Fernando Passos de Macêdo"

RESUMO

Relata, com detalhes, o redimensionamento prioritário do CIN para os serviços de disseminação da informação, em especial, o acesso a bases nacionais e internacionais na área

de Energia, bem como o fornecimento de textos aos usuários através da transmissão eletrônica.

1 INTRODUÇÃO

No início dos anos 70, quando começou a atuar o Centro de Informações

Nucleares da Comissão Nacional de Energia Nuclear, definiu-se por aplicar as mais

novas tecnologias disponíveis, o que na época traduzia-se por sistemas automatizados em batch e microfichas. Deu-se ênfase à disseminação de

informações e ao fornecimento de cópias. Depois, com a chegada dos sistemas on-

line, propiciada pela ampliação de memória dos mainframes e pela capacidade de armazenamento dos discos rígidos, nova mudança radical foi assumida, desta vez

para o oferecimento dos serviços de busca retrospectiva com grandes bases de dados on-line. Inicialmente, os serviços eram on-line apenas para quem tinha linha dedicada. Na prática, o uso interativo só era possível nas próprias instalações do

CIN e em demonstrações em feiras e exposições, sempre sujeitas a chuvas e trovoadas, com os nervosismos de instalação de última hora, até a abertura dos

eventos. O primeiro serviço on-line direto para o usuário final foi um projeto piloto

que usava telex. Hoje nos parece risível, mas o sistema pioneiro proporcionou ao CIN muita "experiência de convívio " com os usuários. A instalação da RENPAC (INTERNATIONAL NUCLEAR INFORMATION SYSTEM - INIS, 1996) pela Embratel

significou um salto qualitativo imenso. Chegava a era da utilização efetiva das telecomunicações. Mas o custo das comunicações ainda era alto e sua utilização

foi limitada. Ao ser estabelecida a RNP (1996) e, por fim, implantada a Internet

* Bibliotecária da Divisão de Promoção do Centro de Informações Nucleares da CNEN "Gerente do Centro de Informações Nucleares da CNEN

57

Page 60: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

1.3

comercial, criaram-se as condições para a difusão ampla do uso de buscas

retrospectivas on-line por usuários finais e para a ampliação do uso do SUPRIR,

serviço on-line do CIN. Os outros recursos de informação disponíveis na Rede e o

advento das bases de dados em CD-ROM , no entanto, já atendem razoavelmente esta demanda. Neste novo cenário, o CIN redirecionou suas prioridades para os

serviços de DSI e fornecimento de cópias de textos completos. Este será o tema de

nossa apresentação.

2 POLÍTICA DE SERVIÇOS

A Internet atende perfeitamente ao usuário que sabe bem o que está procurando, e ao que está na ponta contrária, pois tudo é interessante para quem

não tem um interesse específico e está navegando por pura diversão. Há na vida profissional de todos nós, no entanto, uma situação de

necessidade de informação não verbalizada e indefinida, que poderia ser

caracterizada por "necessidade de informação para atualização profissional

continuada", informação que não estamos verdadeiramente procurando, mas que

se chegar bem escolhida e sem trabalho, será sempre bem vinda. Este é o espaço

da disseminação seletiva de informações. Em recente levantamento junto aos

usuários do SONAR, DSI (INIS, 1996) do CIN, quase 80% dos usuários

demonstraram sua pretensão de continuar a receber as bibliografias periódicas,

apesar de grande parte deles ter acesso á Internet. A forma de entrega das informações, entretanto, é que deve sofrer atualizações, passando a suportes

eletrônicos. Mas, se o usuário preferir, as bibliografias continuarão a lhe ser

entregues impressas em papel. Como decorrência de ter conhecimento da

existência de um documento os usuários querem ter acesso ao texto completo,

portanto os serviços de fornecimento de cópias ainda parecem ter muito espaço no

cenário atual. Tendo esta orientação, reafirmamos algumas políticas gerais de serviços a

par de adotar outras novas.

O CIN vai continuar a desenvolver produtos voltados a atender grande número de usuários, de forma personalizada. E trabalhará nos indispensáveis

filtros de informação. Como afirmou o polonês Stanislaw Lem, escritor de ficção

científica, autor de "Solaris", a capacidade de absorção do homem é limitada, sendo

incapaz de lidar com a avalanche de informações que circulam pela Web. A Internet

não permite nenhuma classificação hierárquica. Por causa disso, todas as informações adquirem a mesma importância, desde a mais trivial até a mais

profunda. Um serviço de disseminação de informações tem que atentar para isto e

vamos ser fiéis ao nosso velho slogan: "SONAR, um serviço para quem não tem

tempo para ler". Afinal, os usuários estão começando a querer fugir da "indigestão de informação". O SONAR mantém hoje cerca de 1000 perfis. Como antes do

período de ênfase dada aos serviços de busca retrospectiva on-line, o CIN chegou

a manter mais de 3000 perfis, nossa meta será recobrar este patamar. Trabalhamos com um público externo diversificado em termos de formação,

assuntos abrangidos e instituições a que os profissionais estão ligados. Para atingir nossa meta, deveremos explorar intensamente cada um dos nichos já

6^

Page 61: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

1.3

identificados, atraindo o maior número possível de novos profissionais de cada um destes grupos. Sem abandonar as áreas cobertas por outras bases de dados, será

dada maior ênfase à área de tecnologias de Energia e aplicações pacíficas da Energia Nuclear, que correspondem ás bases de dados Energy e INIS(1996). Na

área de Energia, o CIN representa o Brasil no ETDE^ e está dando grande ênfase à

RBIE - Rede Brasileira de Informação em Energia. Esta rede recebeu o apoio do

PADCT - Sub-programa de Informação e começa a se estruturar. Já conta com a adesão da USP - Instituto de Eletrotécnica e Energia e da Eletrobrás/CEPEL -

Centro de Pesquisa de Energia Elétrica. Chegamos a mais um ponto da política de serviços do CIN; o oferecimento

de produtos decorrentes do trabalho cooperativo a nível nacional e internacional. Aí

há dois aspectos a analisar. A colaboração na construção de bases de dados bibliográficas internacionais na área de Energia e a construção de Catálogos

Coletivos, em áreas onde haja demanda não atendida. Como importante decorrência da participação em bases de dados

internacionais, temos a oportunidade de oferecimento simultâneo da literatura

brasileira e da literatura internacional da especialidade.

Já a construção de catálogos coletivos está mais ligada á política de criação

de instrumentos cooperativos para facilitar o acesso ao documento. O CIN continuará investindo na produção do CD-CIN - o CD-ROM com as bases Anais,

Normas e Cat-CD e a ceder estes dados para compor vários outros CDs cooperativos, como o do IBICT (INIS, 1996) e o da Universidade de Colima, no

México. Ainda em relação a fornecimento de textos completos, investiremos em experiências cooperativas iniciadas pelo INIS com CD-ROM e pelo ETDE (INIS,

1996) com a transmissão eletrônica de documentos completos, o que será detalhado mais adiante.

O último ponto que gostaria de abordar em relação á política de serviços é a cobrança. O CIN foi introduzindo a cobrança de seus serviços gradativamente, a

partir do início dos anos 80. Atualmente, praticamos uma política de ressarcimento

dos custos diretos. Com certeza a adoção das novas tecnologias terá um impacto

na forma de cobrança, o que terá que ser avaliado cuidadosamente no futuro.

3 NOVAS TECNOLOGIAS

3.1 SONAR VIA INTERNET

O SONAR é o serviço de disseminação seletiva de informações - DSI mantido pelo CIN desde 1973.

Em levantamento feito em 1995 junto aos usuários, para saber se preferiam a

impressão das saídas mensais em papel ou disquete, apareceu o envio de

arquivos via Internet como alternativa espontânea de alguns deles. O CIN

considerou imediatamente a sugestão e uma interface de comunicação com a

Internet para o DSI já se acha em fase de projeto-piloto.

No DSI Internet piloto, as referências selecionadas pelo perfil de cada

usuário são gravadas em arquivo a partir do qual são transformadas em home-

pages (HTML). O programa, após a preparação da home-page de cada usuário, a

63

Page 62: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

1.3

transmite na forma de uma mensagem ao endereço eletrônico constante do seu

cadastro.

Para examiná-la, portanto, o usuário deve utilizar um browser da Internet,

dispondo de todos os recursos destes softwares. Por exemplo, buscar referências que contenham um certo termo, gravar a home-page em disquete ou imprimi-la, total

ou parcialmente. Os testes iniciais estão sendo realizados com o correio eletrônico

da versão 3.0 do Netscape Navigator. Posteriormente, serão testados outros

browsers que também incorporem recurso de correio eletrônico e sejam capazes de

reconhecer mensagens em HTML.

Cada home-page contém uma parte introdutória (logotipo do CIN e link para enviar mensagens ao endereço eletrônico do CIN) e, opcionalmente, uma

mensagem aos usuários (por exemplo, sobre a introdução de uma nova base de dados). Seguem-se as referências bibliográficas, iniciando-se com uma relação dos

títulos dos documentos. Cada título possui um link interno para a referência

bibliográfica completa. Assim, clicando-se sobre o título ou sobre o ícone a ele

associado é exibida a referência completa (resumo, descritores etc). Examinando a sua home-page, o usuário poderá solicitar cópias de

documentos ao CIN por correio eletrônico. No corpo de cada referência o usuário

pode selecionar os documentos dos quais deseja obter cópia do texto completo,

clicando sobre um botão, e informar também se autoriza a obtenção do mesmo no exterior quando não for localizado no país.

Após examinar os títulos, um outro botão envia uma mensagem ao endereço eletrônico do CIN finalizando o processo de solicitação de cópias de textos

completos. Esta mensagem identifica o usuário que fez a solicitação e as referências solicitadas além de informar, para cada uma delas, se está autorizada a

sua obtenção no Exterior. Este novo tipo de saída do SONAR será acrescido às opções existentes de

saída impressa e em disquete. Suas principais vantagens para o usuário serão o

recebimento mais rápido das informações e a possibilidade de envio imediato de

pedidos de cópias. Ao que se pode acrescer a facilidade em examinar os documentos selecionados com o uso de um software amigável e com o qual o

usuário já se encontra, supostamente, altamente familiarizado. Para o CIN haverá

redução de tarefas administrativas (tanto para preparação e envio como para

recebimento de pedidos de cópias), dos materiais utilizados e de custos de correio,

viabilizando a manutenção de um serviço que tem recebido subsídio permanente da

CNEN, como contribuição ao desenvolvimento da área de C&T.

3.2 FORNECIMENTO DE TEXTOS COMPLETOS

O CIN vem participando desde 1995 de um projeto piloto desenvolvido pelo INIS em substituição ao atual sistema de microfichas para armazenagem e disseminação de literatura não convencional (LNC). Este projeto visa a produção de um CD-ROM com textos completos. No sistema INIS considera-se literatura não

convencional toda a literatura que não pode ser obtida comercialmente - teses,

relatórios, alguns anais de congressos.

A armazenagem das informações está dividida em três tipos de arquivos:

imagens, softv\/are de recuperação e dados bibliográficos e arquivos invertidos.

Page 63: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

1.3

A recuperação das informações na base de dados em CD-ROM é baseada num número de referência ou registro, obtido a partir da base de dados

bibliográficos INIS. Uma busca na base em CD-ROM fará um link direto com a

imagem da LNC. Inicialmente as imagens serão em TIFF (INIS, 1996), mas outros

formatos serão aceitos e exibidos, como ASCII, processadores de texto, HTML, PDF

(INIS, 1996). A aceitação em SGML fica como desenvolvimento posterior, face às diferentes DTD - definições de tipos de documentos, usadas para os relatórios

científicos. Códigos de barra serão colocados em cada peça de literatura, o que ajudará

muito o processamento dos documentos. O sistema pode ler automaticamente o

código de barra e fazer download do registro bibliográfico correspondente. Este processo, além de rápido, elimina a possibilidade de haver links equivocados entre

o registro bibliográfico e a imagem correspondente a ele, uma vez que os códigos

de barra são lidos praticamente sem erros. Convém lembrar aqui que o INIS é um

sistema internacional, cooperativo e descentralizado, em que cada país alimenta a

base de dados com os documentos publicados dentro de suas fronteiras. Estes

códigos de barra com os números de referência serão colocados nas folhas de rosto

pelo país que estiver fazendo a alimentação daquele documento na base de dados.

O INIS vai distribuir o software para geração de códigos de barra por impressoras laser a todos os países membros.

A qualidade das cópias impressas em papel a partir das imagens é de qualidade muito boa, em alguns casos até superior ao original. Espera-se que este

sistema já esteja operativo em meados de 1997.

• ETDE (INIS, 1996) também está desenvolvendo um projeto de

transmissão de documentos via WEB, que na fase inicial prevê a

substituição do atual sistema de microfichas pelo registro das informações

em fitas DAT.

Em relação a experiências com outras instituições brasileiras, o CIN adquiriu

o software Ariel, de gerência de transmissão de imagens, e está executando testes

de transmissão de textos completos com a Universidade de Campinas - Biblioteca

de Engenharia.

4 CONCLUSÃO

O CIN tem se esforçado em responder a demandas, muitas vezes paradoxais, entre aumento de volume e personalização dos produtos oferecidos,

entre escassez de recursos e necessidade de renovação. Pois, se por um lado a

evolução da tecnologia impõe exigências de atualização das equipes das unidades de informação, ao mesmo tempo, a nova cultura tecnológica introduz mudanças no comportamento dos usuários, que se tornam cada vez mais sofisticados em suas

demandas pessoais.

Page 64: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

1.3

5 NOTAS

5.1. LISTA DE SIGLAS E TERMOS USADOS NO TEXTO

browser - (navegador de WWW) - Programa utilizado para visualizar na tela as páginas da

World Wide Web

CIN - Centro de Informações Nucleares da CNEN

CNEN - Comissão Nacional de Energia Nuclear

DSI - disseminação seletiva de informações

DTD - Document Type Definition

e-mail - (correio eletrônico) Sistema para troca de mensagens pessoais entre os usuários. ETDE - Energy Technology Data Exchange, da lEA

FTP - File Transfer Protocol, é a maneira de transferir arquivos na Net. Este recurso possibilita a cópia de arquivos de um servidor da Internet para o micro do usuário e

vice-versa

HTML - HyperText Markup Language - Linguagem de Formatação de Hipertexto IAEA - International Atomic Energy Agency

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia lEA - International Energy Agency

INIS - International Nuclear Information System da AIEA LNC - literatura não convencional

RBIE - Rede Brasileira de Informação em Energia

RENPAC - Rede Pública de Comunicação de Dados por Comutação de Pacotes

RNP - Rede Nacional de Pesquisa

SGML - Standard Generalized Markup Language Padrão ISO 8879 de formatação de textos

TIFF - formato produzido pela maioria dos "scanners", com terminação " TIF"

URL - Uniform Research Locator

WWW - Worid Wide Web - Seção gráfica de Internet formada por páginas de hipertexto.

5.2 ALGUNS MARCOS NO EMPREGO DE TECNOLOGIA PELO CIN

1973 - SDI automatizado com a base de dados INIS 1975 - Busca retrospectiva em "batch"

1976 - SUPRIR - Busca retrospectiva "on-line"

1978 - SABER - Primeira aplicação de DBMS

- Primeira etapa de automação do serviço de fornecimento de cópias - SERVIR 1982 - Lançamento do Catálogo Coletivo de Conferências em C&T em COM

1985 - Nova versão do SONAR

Page 65: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

1.3

- Lançamento do SUPRIR TELEX

- Nova versão do SERVIR 1987 - Lançamento do SUPRIR-RENPAC

1995 - Lançamento do CD-CIN, CD-ROM com as bases ANAIS e INIS-BRASIL,

NORMAS E ARCAL-X

ABSTRACT

Describes in detail the priorities of CIN (Center for Nuclear Information of the

Brazilian National Comission of Nuclear Energy) and the redesign of its services for

selective dissemination of information. Among its priorities are the access to national and international databases as well as the provision of full texts to users by

electronic transmission.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1 INTERNATIONAL NUCLEAR INFORMATION SYSTEM (INIS) - INIS. Clearinghouse Imaging Pilot ( CHIP) - Final report. 11+ 16 p. April 1996.

2 SAYÃO, Luis Fernando , BARROS, Anna Christina T. Monteiro de. Centro

de Informações Nucleares; 25 anos de apoio da CNEN à área de C&T.

Ci.lnf, Brasília, v. 24, n. 2, p. 232-240, maio/ago. 1995

Page 66: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

2 A QUESTÃO DO FINANCIAMENTO DAS

BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS

Page 67: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

2.1

POLÍTICAS DE FINANCIAMENTO EM BIBLIOTECAS

DE INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR

Lena Vania Ribeiro Pinheiro

Mana de Fatima Pereira Raposo

RESUMO

é

Aborda questões relacionadas a recursos para bibliotecas de instituições de ensino

superior, levando em consideração o fator orçamento como parte do planejamento.

Enfoca as políticas públicas, as bibliotecas universitárias e as questões orçamentárias. Analisa a situação atual e tendências para financiamentos nos anos

90.

1 INTRODUÇÃO

No Brasil, as atividades de informação cientifica e tecnológica (ICT) estão

concentradas em organismos governamentais, diferentemente do que ocorre em

outros países como, por exemplo, nos Estados Unidos No cenário das bibliotecas

(je instituições de ensino superior, das 7ô4 levantadas em Guia puülicado pelo

SIBI/UFRJ e CBBU/FEBAB, em 1994, predominam as bibliotecas de universidades

públicas, sejam federais ou estaduais. Consequentemente, alguns dos problemas

enfrentados, ontem e hoje, por essas entidades, são uma decorrência da cnse do

Estado e do imenso déficit público, agravados pelos impasses oriundos do modelo

^X^f^ora do Programa de Pós-Graduação em Ciência da informação, IBICT/CNPq-ECO/UFRJ " Coordenadora das Bibliotecas da Faculdade da Cidade. Rio de Janeiro.

Page 68: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

2.1

político-econômico atualmente.adotado no Brasil, com as implicações do neo-

liberalismo e da privatização.

As universidades, em meio à crise nacional, com sua imagem comprometida

por constantes e longas greves e pressionadas por maior produtividade e melhor

nível de ensino, vèm lutando pela autonomia e, ao mesmo tempo, pela manutenção

do ensino público.

O tema financiamento, objeto deste trabalho, refere-se especificamente às é

distintas formas de obtenção de recursos para informação, tanto interna quanto

externamente, contempladas ou não em políticas do setor No entanto, o

financiamento não pode ser estudado isoladamente, uma vez que se inscreve num

campo no qual estão imbrincados o planejamento em geral, a economia da

informação e a política de preços. Como entidades públicas, as bibliotecas de

instituições de ensino superior têm a tradição da gratuidade dos serviços e produtos

de informação, tradução equivocada de que público significa gratuito A cultura de

gratuidade vem causando, ao longo dos anos, conseqüências negativas nas

bibliotecas universitárias, cerceando-as da busca de alternativas para sua auto-

suficiência.

Por outro lado. segundo CARVALHO (1981) ao se estabelecerem padrões

para bibliotecas universitárias, verifica-se que a situação do fator orçamento é a

mais crítica, a parte mais vulnerável do planejamento, pois mesmo que bem

elaborado, sofre as intempéries de cada momento e de cada crise financeira no

período de aplicação de recursos. Outra afirmativa da autora é de que os

bibliotecários não se encontram preparados para a tarefa de planejamento

0

Page 69: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

2.1

orçamentário, baseando-se, simplesmente, em adicionar percentuais sobre quantias

anteriormente concedidas. Dessa forma, pode o orçamento ser projetado acima ou

abaixo das necessidades reais, mas dificilmente de maneira satisfatória. Fica uma

pergunta: o que, dessas conclusões oriundas de pesquisa para dissertação de

mestrado desenvolvida em 1981, permanece, quinze anos depois'? Estudos

posteriores podem conter a resposta.

Ao analisarmos a literatura brasileira sobre financiamento e assuntos

correlatos. constatamos a incipiència e insuficiência, em número, de estudos sobre

financiamento ou que englobem esse tema.

Em artigo de revisão sobre economia da informação, BARRETO (1984) avalia

a distribuição de trabalhos indexados no ARIST-Annual Review of Information

Science and Technology, voltados para custo e controle de orçamento, custo-

benefício e custo efetividade e conclui que falta, aos gerentes de sistemas de

informação, base teórica para determinar o valor da informação.

Dos trabalhos identificados, alguns abordam política de preços, como é o

caso dos de CARVALHO (1984), RAUSH (1991) e COLETTA (1994), dos quais

destacaremos alguns aspectos.

Em seu artigo "Implementação de políticas de ressarcimento de custos de

serviços de informação em C&T", Afrànio CARVALHO (1984) identifica as causas

que contnbuiram para serviços de informação mais onerosos, entre as quais

algumas são particularmente atuais, passados quase 12 anos: "diversidade

progressiva de fontes de informação e dos meios físicos de suporte, levando à

necessidade de aquisição de novos equipamentos, acesso a outros serviços de

a

Page 70: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

IEj

informação, inclusive através de telecomunicação, tratamento automatizado de

registros, manutenção de equipes multidisciplinares, etc".

Os trabalhos de COLETTA (1994) e de RAUSH (1991) abordam políticas

de preços de serviços e produtos de informação , o primeiro relativo às bibliotecas

da USP, com definição de fórmula para cálculo de custos e. o segundo, ao CIN-

Centro de Informações Nucleares. Raras são as instituições brasileiras com

experiência em política de preços, de forma sistematizada, entre as quais se

destaca o CIN, onde inicialmente os serviços eram gratuitos, como " forma de criar

uma cultura de uso de informação,.." A partir de 1983, o CIN passou a adotar a

cobrança gradativa de seus serviços, para usuários externos, visando ao

ressarcimento de custos, e não o lucro RAUSH (1991) demonstra os cálculos e

fórmulas adotados no CIN para definição de custos de levantamento bibliográfico on

line, de microfichas do catálogo coletivo de conferências e serviços de cópias.

2 bibliotecas UNIVERSITÁRIAS E ORÇAMENTO

Em pesquisas sobre bibliotecas universitárias, foram identificadas duas

dissertações de mestrado direta ou indiretamente relacionadas a recursos

orçamentários, uma de ASSIS (1986) e outra de MATTOS (1992).

ASSIS (1986) avaliou a alocação de recursos financeiros de bibliotecas de

instituições de ensino superior, a partir de dados orçamentários relativos á atividade

(je manutenção de acervo bibliográfico. Ele estabeleceu um modelo para

distribuição de recursos, baseado em aspectos teóricos e aplicados na medida

0

Page 71: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

Ti 1

matemática e estatística e das formas de obter e analisar dados O estudo

contempla variáveis como; número de bibliotecários, usuários em potencial, número

de titulos de periódicos, número de mestres e doutores, número de livros e área

global, atribuindo pesos conforme o tipo de variável

Na sua dissertação de mestrado sobre estruturas sistêmicas, MATTOS

(1992) estudou nove bibliotecas centrais (UFRJ, UFF UFRRJ, UNI-RIO, UERJ,

PUC/RJ. UCP, UGF e USU) e 94 bibliotecas setonais, no Rio de Janeiro, e incluiu 4

aspectos orçamentários. Embora os resultados indicassem que 71,7% das

bibliotecas têm um percentual definido no orçamento universitário, somente 34,12%

participam da distribuição dos recursos para bibliotecas Na identificação do setor

responsável pela decisão orçamentária aparecem , em ordem decrescente, os

seguintes: Diretor da Biblioteca Central ou do Sistema, indicados em 30 respostas;

Diretores de Unidades, 4; Sub-Reitona de Ensino para Graduados e Pesquisa, 3,

pj.Q_Reitoria Administrativa ou de Patrimônio e Finanças, 3, e Decano, 1

Os resultados apontam para a diversidade de poder decisório, o que obriga

os gerentes de bibliotecas a transitar por diferentes esferas universitárias,

Quanto às alternativas encontradas pelas bibliotecas oara obtenção de

recursos, MATTOS (1992) exemplifica com a UERJ. cuja Biblioteca Central não

possui orçamento próprio e a aquisição de material bibliográfico contou, em 1988,

com recursos provenientes também de aluguel ou doações de livranas instaladas

no campus e de parte da renda obtida através da cobrança de estacionamento na

Universidade.

(p

Page 72: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

Ti I

No âmbito dos Seminários Nacionais de Bibliotecas Universilánas-SNBU,

realizados desde 1978, e do Plano Nacional de Bibliotecas Universilánas -PNBU,

iniciado em 1986, foram elaborados documentos nos quais as questões

relacionadas a financiamento estão claramente identificadas No entanto,

surpreendentemente, as possíveis soluções e diretrizes para os problemas

apontados não foram implementadas. Um exemplo é a manutenção de materiais

bibliográficos na rubrica "material permanente", o que ocasiona sérios entraves na á

administração de bibliotecas e unidades de informação, em geral, inclusive para

financiamentos.

O 7° Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias, realizado no Rio de

Janeiro, em 1991, elegeu como tema "Padrões nacionais para planejamento e

avaliação em bibliotecas universitárias", abrangendo orçamento Em trabalho

elaborado para este evento, SACOMANO e MORAES (1991) abordaram 57

bibliotecas universitárias brasileiras (64,7% das filiadas ao CRUB-Conselho de

Reitores das Universidades Brasileiras), das quais 35 federais, 10 estaduais e 12

particulares. Os resultados apontaram 84,4% das bibliotecas como unidades

orçamentárias da instituição Esse índice, embora alto, é passível de

questionamento porque as autoras, ao cruzarem dados perceberam "alguma

inconsistência nas respostas" e afirmaram: " . supõe-se haver problemas de

conceituação sobre o que seja unidade orçamentária, tipos de centralização ou

coordenação e elementos de despesa", o que as levou a esclarecerem que

•'pouquíssimas bibliotecas são realmente consideradas unidades oiçamentárias

formais".

Page 73: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

2.1 I

Estes são indicadores .de um problema anterior, que é a própria

compreensão do processo orçamentário, nas suas correlações com as estruturas

universitárias e de bibliotecas.

Enquanto o trabalho anterior focalizava bibliotecas universitárias em geral,

SANTANA (1993) direciona o seu para bilbiotecas do Nordeste Pelos dados

analisados, a autora constata que: "... 7 bibliotecas centrais são unidades

orçamentárias, apenas duas delas dispõem de um percentual fixo sobre o ê

orçamento de Instituições. Dentre as outras 10, 3 contam com percentuais fixos

(UFAL, UETB e UEFS), porém, somente a pnmeira destacou que esse percentual

incide sobre o orçamento de custeio e capital de lES (8%)".

Aqui se coloca um outro problema: a participação do orçamento institucional,

urna vez que não é fixa. não assegura a sobrevivência e o bom funcionamento da

biblioteca. A definição de percentual depende das prioridades de cada

administração acadêmica, daí a vulnerabilidade da biblioteca às instabilidades

políticas. Outro fator agravante é a aprovação tardia do orçamento da União , o

.,o muito tem comprometido a regulandade e continuidade das ações das CJUt>

bibliotecas. Nos últimos três anos, a aprovação ocorreu no segundo semestre e,

gté então, os órgãos públicos brasileiros, incluindo as bibliotecas, sobreviveram do

percentual (1/12) definido na proposta orçamentária institucional. Neste ano,

embora o orçamento tenha sido aprovado em janeiro, pelo Congresso Nacional, o

poder executivo contingenciou o orçamento, sobretudo despesas de capital, nele

incluído material permanente. Esta estratégia governamental é mais um elemento

%

Page 74: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

2-1 i

dificultador para as instituições, públicas em geral , e a liberação dos recursos

depende de negociação que, por sua vez, é decorrente de força política.

Já em seu trabalho, SACOMANO e MORAES (1991) assinalaram os prazos

de liberação de recursos como uma das dificuldades porque, "mesmo existindo a

disponibilidade orçamentária, a sua execução encontra-se extremamente

comprometida, em vista da demora e da falta de previsão com que os recursos são

repasssados" ê

SCHMIDT et al. (1991), em apresentação, também no 7° SNBU, recomendam

que qualquer esquema adotado para orçamento deve ser flexível, ter a capacidade

de ser mudado a cada ciclo orçamentário e fazer uso de dados que possam ser

realisticamente obtidos. Apresentam um modelo para servir de referencial na

alocação de recursos para aquisição de livros, no qual são consideradas as

seguintes variáveis: custo médio de livro, média geral de uso. acervo, curso de pós-

graduação, curso de graduação , número de inscritos , trabaltios publicados por

docentes e número de docentes, atribuindo pesos a essas variáveis As autoras

concluem que o resultado demonstrou validade e utilidade para "uma distribuição

racional de recursos para aquisição de livros em bibliotecas universitárias"

Outro trabalho integrante do 7° SNBU é o de MENDES (1991), relato de

sobre orçamento nas Bibliotecas da Universidade Federal do Ceará, no qual C3SU ^

0 constatado que "o quadro de transferência de recursos de custeio para lES

federais vèm se deteriorando a cada ano", apresentando redução de 64% nos

valores comparados a dez anos anteriores. A autora afirma que as bibliotecas em

questão obtiveram percentuais significativos nos recursos do orçamento da

V

Page 75: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

2.1

Instituição, na época em que a Biblioteca Central era vinculada ao Reitor, que os

Programas Especiais do PNBU (BIBLOS e PAP) passaram a ser grande suporte

financeiro e, com o término desses programas, a Biblioteca deixou de renovar mais

de 50% da coleção de periódicos que vinha mantendo nos últimos quatro anos'

O Relatório Final do Grupo de Trabalho/Orçamento do 7° SNBU (1992)

destaca, inicialmente, que o orçamento é decorrência de planejamento. A adoção do

plano anual de trabalho representa o ponto de partida para o planejamento 4

orçamentário, sendo este um processo dinâmico e continuo. É através da avaliação

constante entre os recursos previstos e os efetivamente existentes ou repassados,

que a biblioteca universitária poderá buscar recursos financeiros em outras fontes

que não a própria instituição, a fim de que seu plano orçamentário possa

efetivamente ser realizado.

É imprescindível que as bibliotecas universitárias sejam, portanto, unidades

orçamentárias, cabendo ao bibliotecário o devido treinamento e domínio do

processo de previsão e execução orçamentárias Devem ser incluídos no

planejamento orçamentário recursos relacionados a todas as necessidades das

bibliotecas, não apenas para material bibliográfico mas. também recursos para

material de consumo, encadernação, reciclagem de pessoal e outros.

Ainda de acordo com o Relatório , a proposta orçamentária deve ser

elaborada segundo as peculiandades de cada instituição, podendo-se aplicar

modelos já utilizados que identificam variáveis e pesos, objetivando a alocação

equitativa de recursos financeiros.

1-1

Page 76: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

2.1

3 POLÍTICAS PÚBLICAS, BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS E ORÇAMENTO

Os Seminários Nacionais tèm exercido papel proeminente na formulação de

políticas para o setor. Tanto que foi um documento elaborado e apresentado pelo

IBICT ao 4° SNBU (1989), em Campinas, reunindo recomendações de eventos

sobre bibliotecas universitárias, que serviu de base para a concepção do I Plano

Nacional de Bibliotecas Universitárias-PNBU, criado em 1986 e institucionalizado 4

em fevereiro de 1990 como Programa Nacional de Bibliotecas de Instituições de

Ensino Supenor- PROBIB. O PNBU teve como ponto de partida ' ampla consulta à

comunidade universitária brasileira" e o seu documento base. além de circular por

cerca de 80 instituições de ensino superior, foi analisado por dingentes e técnicos

do IBICT, Biblioteca Nacional, BIREME e BICENGE.

O PNBU recebeu o apoio financeiro do MEC, CNPq e FINEP e Yone

Chastinet foi a mentora intelectual e primeira Secretária Executiva que, durante

quatro anos, implementou ações e atividades que impulsionaram e conduziram a

muitos avanços as bibliotecas universitárias brasileiras

O relatório do PROBIB. de 1990. e a avaliação formal do Plano, empreendida

por Maria Lúcia Andrade GARCIA (1991) e apresentada em sessão especial do 7"

SNBU comprova a relevância e repercussão do PNBU no ambiente universitário

nacional.

Parte significativa do Plano, inicialmente constituído por 12 diretrizes que

enfatizav^'^ ° desenvolvimento de coleções, a capacitação de recursos humanos, o

fortalecimento de estruturas de sistemas de bibliotecas e pesquisas na área, foi

^3

Page 77: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

2.1

dedicado a questões orçamentárias. A diretriz III tinha como objetivo "dotar as

bibliotecas universitárias de recursos financeiros adequados a prestação de

serviços de informação, em estágio compatível com as exigências e necessidades

de informação da comunidade universitária" e definia oito ações, incluindo desde a

definição das bibliotecas universitárias como centro de custos no planejamento

orçamentário da universidade até critérios para elaboração de orçamentos e

captação de recursos externos. é

Proveniente dessas ações, alguns programas específicos como o BIBLOS e,

principalmente, o PAP-Programa de Aquisição Planificada tiveram como suporte

recursos financeiros consideráveis que redundaram em planejamento mais eficiente

por parte das bibliotecas universitárias. É oportuno ressaltar o quanto os órgãos de

fomento tèm influenciado a gerência de bibliotecas, na medida em que, para

participar de projetos por eles financiados, essas unidades de informação

dependem de um bom desempenho técnico-administrativo

Do documento "Sugestões das bibliotecas universitárias para implementação

çjQ algumas ações do I PNBU" (1986) constam itens relativos a orçamento entre os

quais o dólar-livro, a participação de bibliotecários em comissões de licitação, os

cronogramas de desembolso, a particioação das bibliotecas centrais no

planejamento orçamentário e a exclusão dos materiais bibliográficos da rubrica

"rnaterial permanente", já mencionado.

As reivindicações de participação, sempre presentes em documentos dessa

natureza, por si só não solucionam os problemas porque, para uma participação

cops0q(jente, é fundamental conhecer o processo, seja orçamentário ou qualquer

Page 78: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

"~2T~]

outro e, no caso de bibliotecas, universitárias . o ambiente universitário , no seu

todo.

O II PNBU, de 1990, na diretriz III, praticamente repete as mesmas ações,

direcionando algumas na sua efetivação.

Importante documento foi elaborado por Yone CHASTINET (1988) sobre a

situação de acervos e orçamento de 33 bibliotecas de instituições de ensino

superior, no perído de 1985-88, com valiosos dados sobre média de volumes por 4

aluno orçamento das bibliotecas, percentuais alocados pelas universidades às

bilbiotecas e recursos externos para material bibliográfico.

Os resultados refletem a oscilação de índices, de 0,4 a 9,66% nos

orçamentos distribuídos entre bibliotecas , predominando os percentuais entre 1 e

2 4% em 14 bibliotecas, e de 3 a 5,9%, em 10 bibliotecas.

A distribuição do orçamento total de biblioteca, segundo CHASTINET (1988),

"apresenta um certo equilíbrio: 24,5% em 1985, 27,13% em 1986, 26,6% em 1987, e

21 7% em 1988" Na análise dos dados levantados a autora constata o seguinte

'•/\s razões que determinam, pois, a queda dos orçamentos das bibliotecas parecem

decorrer de decisões internas às IFES, reveladas através dos diferentes percentuais

a elas alocados no período estudado. Nos casos em que há uma certa estabilidade

de percentuais alocados à biblioteca, seu orçamento é crescente, acompanhando o

orçamento da IFES".

Dado revelador de prioridades no âmbito de IFES é a comparação entre o

percentual orçamentáno dedicado às bibliotecas e restaurantes; 'as bibliotecas

receberam 3.49% do orçamento geral e os restaurantes 4,45"

15

Page 79: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

2.1

Em suas conclusões, CHASTINET (1988) inclui duas que merecem especial

atenção: a pnmeira. que "um dos pnncipais fatores da deficiência dos acervos das

IFES parece ser o percentual baixo e flutuante de seus recursos alocados às

bibliotecas" e, a segunda e mais importante, a recomendação para "o

desenvolvimento de programas cooperativos que assegurem maior racionalização

na aplicação dos limitados recursos financeiros e maior compartilhamento no uso do

recurso bibliográfico..." t

Passados oito anos da realização da pesquisa de CHASTINET (1988), o

avanço das redes de comunicação, inclusive no Brasil, e a disponibilização de

acervos, via INTERNET, tem grande repercussão na política de aquisição de

matenal bibliográfico que. a partir de agora tem que incorporar como variável

nesse processo, as bibliotecas virtuais e a disponibilização de acervos, na sua

representação ou em texto completo . através de redes de comunicação.

4 repensando o financiamento nos anos 90

A análise do conteúdo da literatura estudada para elaboração deste trabalho

por si só. é sinalizadora da situação e de algumas tendências,

A primeira é de que a produção técnica sobre financiamento nas suas

interfaces com outros temas é, ainda, pouco significativa, em volume, caractenza-se

p0la descontinuidade e não-aplicabilidade e a ênfase é no financiamento para

aquisição de material bibliográfico.

Page 80: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

I 2.1 1

Estudos relevantes par^ as políticas e planejamento do setor referem-se a

determinados períodos, principalmente durante a vigência do PNBU, sem que

análises posteriores tenham tido continuidade.

Na política de preços, fórmulas e modelos foram elaborados mas não se tem

dados avaliativos de seus resultados ou se foram realmente implementados

Se a concentração de projetos de financiamento na aquisição de coleções,

sobretudo de periódicos, de um lado reduz e mesmo empobrece, o universo dos 4

projetos que poderiam estar voltados à criação de novos serviços ou pesquisas da

■r»?? de outro é indicador de que as universidades ainda não assumiram, 3r wtí,

3S responsabilidades pela manutenção e atualização de seus

acervos

Em uma determinada fase, projetos de financiamento de acervo para cobrir

falhas de coleção foram oportunos, levando-se em conta os altos custos de

aquisição de fasciculos antigos. Hoje, a política de aquisição deve ser ajustada às

novas facilidades tecnológicas, especialmente às redes de comunicação nas quais

estão disponibilizadas informações ou documentos na integra ou em bibliotecas

irtuais via INTERNET, conforme mencionado anteriormente.

Outra constatação é que os profissionais que atuam nas bibliotecas

universitárias identificam, com clareza, os problemas relativos a orçamento, também

muito bem definidos no PNBU. Entretanto, não conseguem superá-los pela

o^cretização de ações, o que implica em pressões e estratégias políticas

sternáticas. A prova definitiva desse problema é a manutenção, até hoje, de

11

Page 81: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

2.1

documentos na rubnca de material permanente, situação que se arrasta por longos

anos.

As bibliotecas universitárias elevem determinar ações imediatas para a

retomada do PNBU, que trouxe profundas transformações e apoio para a área na

década de 80. Calcados na experiência anterior, na visão macro da nossa

realidade política, através de ações conjuntas, será possível maior desenvolvimento

desse importante segmento de nossas universidades. é

É fundamental estar antenado com as políticas públicas de Ciência,

Tecnologia, Cultura e Informação, acompanhando as linhas de financiamento e

áreas prioritárias dos planos governamentais, de modo a inserir as bibliotecas

nesses projetos. Assim, orgãos tradicionais de fomento como CNPq, FINER,

qAPES e Fundação Vitae, além do PADCT-Programa de Apoio ao Desenvolvimento

Científico e Tenológico, com recursos do Banco Mundial e, mais recentemente, o

PRONEX, devem ter suas ações devidamente acompanhadas. Este último programa

contemplará núcleos de excelência em C&T, complementando as ações dos

(jernais órgãos. Além das instituições nacionais, o Banco Mundial, já mencionado, o

BID-Banco Interamericano , a Mellon Foundation, que vem investindo no Brasil

yltimarnente e outras entidades, podem atuar como excelentes fontes de

financiamento, principalmente quando há algum interesse particular no Brasil.

Especial atenção deve ser dada ao SISP-Sistema de Administração dos

Recursos de Informação e Informática da Administração Pública Federal, criado em

janeiro de 1994 , cujo objetivo é o "planejamento, a coordenação, a organização, a

operação, o controle e a supervisão dos recursos de informação e informática dos

Page 82: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

2.1

Órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta, autárquica e

fundacional, em articulação com os demais sistemas que atuam direta ou

indiretamente na gestão da informação pública federal" (JARDIM, 1995) Em

trabalho de JARDIM (1995), é mencionada uma das diretnzes do SISP

estreitamente relacionada ao tema deste trabalho "definir e propor a

institucionalização da função informação e informática na classificação Funcional

Programática do Orçamento da União",

A questão do financiamento pode ser pensada, também, na sua relação com

o planejamento A desenvoltura exigida em iniciativas para planejamento são uma

conseqüência natural da qualidade da gerência Quanto melhor a administração de

urna biblioteca, maior a possibilidade de participação em projetos de

financiamento,para os quais são básicos os padrões, metodologia, estatísticas e

outros instrumentos gerenciais.

Como parte do planejamento, a elaboração de projetos exige experiência e

domínio de técnicas e metodologia, nem sempre familiares aos profissionais de

informação, Quando um projeto é analisado, parte dessa tarefa contempla as

repercussões do projeto , sejam institucionais, locais, estaduais, nacionais ou

regionais isto é extrapolam as questões técnicas e o proieto em si Assim para a

elaboração de um projeto, o profissional deve estar instrumentalizado para fazê-lo e

compreender o seu trabalho nas diferentes dimensões em que se insere

10

Page 83: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

2.1 i

ABSTRACT

Deals with the question of funds for university libraries, taking into account the

budget as a factor in planning, and focuses on public policies with regard to these

funds. The present situation is analysed as well as funding trends in the 90s

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

"1 ASSIS, Paulo de Tarso Bernardes Alocação de recursos financeiros para as bibliotecas das instituições de ensino superior e federais. Natal,

1986. Dissertação (Mestrado em Administração) - Departamento de Admi- nistração, Universidade Federal do Rio Grande do Norte. 1986,

2 BARRETO, Aldo Aburquerque. Uma introdução bibliográfica à economia da in- formação Estudos avançados em Biblioteconomia e Ciência da infor-

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_ gPASIL Ministério da Educação e Cultura. Secretaria de Ensino Superior.

Plano Nacional de Bibliotecas Universitárias (1° PNBU) Brasilia, 1986

8f.

Sugestões das bibliotecas universitárias para implementa-

~ção de algumas ações do 1° PNBU. Brasilia, 1986 (SESU/

BIBL./ DOC.PLAN/86 - 002). 12 f. II PNBU - Plano Nacional de Bibliotecas de Instituições

"dé^Ensino Superior. Brasília PROBIB, 1990. (SESU/PNBU/DOC

PLAN. 013/90). 13f.

^ q/\RVALH0, Afrânio Aguiar. Implementação de políticas de ressarcimento

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7 carvalho, Maria Carmen Romcy de. Estabelecimento de padrões para

tecas universitárias. Brasília : ABDF, 1981 71 p.

V

Page 84: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

2.1 i

8 CHASTINET, Yone. A criação do Programa Nacional de Bibliotecas Uni- versitárias - PROBIB e a implementação do I Plano Nacional de Bi-

bliotecas Universitárias -1 PNBU: 1986 - 89. Brasilia PROBIB, 1990,

(SESU/PNBU/DOC TEC. 015/90).

Q COLLETA, Terezinha das Graças et al. Custos e preços de serviços oferecidos pelas bibliotecas da USP. In : SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 8., 1994, Campinas Anais... Campinas : UNICAMP,

1994 p. 174 -175. «

10 GARCIA, Maria Lúcia Andrade. Avaliação do Plano Nacional de Bibliotecas Universitárias - PNBU. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS

UNIVERSITÁRIAS, 7., 1991, Rio de Janeiro Anais... Rio de Janeiro,

' 1991.

. Bibliotecas das instituições federais de ensino superior remontar

óu desmontar? Brasilia : PROBIB, 1988. (SESU/PNBU/DOC.TEC 009/88)

12 f.

12 GUIA de bibliotecas de instituições de ensino superior Universidade Federal

Rio de Janeiro/Sistema de Bibliotecas e informação, Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários/Comissão Brasileira de Bibliotecas Universitá-

rias. Rio de Janeiro : UFRJ/SIBI,1994. 2 v.

o jardim, José Maria A dimensão informacional do setor público a administração federal. Rio de Janeiro : UFRJ/ECO,1995 65 f, (Traba-

lho apresentado à disciplina Estudo Dirigido do Curso de Douto-

rado em Ciência da Informação).

4 MATTOS, Erotildes de Lima. Estruturas sistêmicas em bibliotecas univcrsi- ^ tárias brasileiras . ficção ou realidade ^ Rio de Janeiro UFRJ / ECO,

CNpg / IBICT, 1992.

MENDES, Helena Mattos de Carvalho. Orçamento de bibliotecas; relato de

uma experiência: caso UFC (Universidade Federal do Ceará). In: SEMI- NÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 7 , 1991, Rio do Janeiro, 1991. Anais... Rio de Janeiro, 1991. p. 79-90.

rAUSH, Júlio Cezar. Custos e preços dos serviços de um centro de informa-

ções técnico-cientificas uma experiência no Brasil. In SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 7 , 1991, Rio de Janeiro,

Anais... Rio de Janeiro, 1991. p. 269 - 286.

?1

Page 85: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

2.1

17 SACOMANDO, Claudete Cury , MORAES, Lourdes de Souza. Padrões para planejamento orçamentário em bibliotecas universitárias, In; SEMINÁRIO

NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 7., 1991. Rio de

Janeiro. Anais... Rio de Janeiro, 1991. p. 43 - 78

18 SANTANA, Isnaia Veiga. Análise da situação das bibliotecas universitárias do Nordeste. In; SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁ-

RIAS DO NORDESTE, 1., 1993, Salvador. (Documento-base) 81 p

19 SCHMIDT, Suzana et al. Política de alocação de recursos e desenvolvimento de coleções. In; SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSI-

• TÁRIAS, 7., 1991, Riode Janeiro Anais... Rio de Janeiro, 1991, p. 91-

104.

20 SEMINÁRIO DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 7,, 1991, Rio de Janeiro Relatório FinaL Rio de Janeiro ; UFRJ / SIBI , 1992.

Page 86: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

REDES COOPERATIVAS NO BRASIL O FUTURO DA REDE BIBLIODATA

Moacyr Antonio Fioravante

RESUMO

Trata de inovações recentes no âmbito do BIBLIODATA, principal cooperativa brasileira para desenvolvimento de atividades ligadas a bibliotecas e serviços de

informação bibliográfica, vinculada a Fundação Getúlio Vargas (FGV). As mudanças

tecnológicas em direção a sistemas abertos e compatibilização de formatos

ermitirão o intercâmbio informacional e integração com redes nacionais e internacionais. Com atual modernização e capacitação de recursos humanos,

apoiadas pelas fundações VITAE e MELLON, haverá uma multiplicação dos

benefícios gerados por este trabalho cooperativo.

1 PORQUE COOPERAR?

A expressão cooperar significa operar em conjunto, ou trabalhar

coletivamente em busca de um resultado comum.

Desde os tempos mais remotos, o trabalho coletivo tem sido uma forma de

realização de diversos tipos de atividades sociais, religiosas ou econômicas, mas o

movimento cooperativo moderno, que deu origem às cooperativas organizadas,

como hoje são conhecidas, tem pouco mais de cem anos. A estrutura organizacional

básica de uma cooperativa, pode-se dizer, teve ongem na Inglaterra, na primeira

metade do século XIX, com a criação de uma cooperativa de consumo chamada

Rochdale Society of Equitable Pioneers. Essa sociedade estabeleceu um conjunto

de regras para o trabalho conjunto, conhecido como principios de Rochdale,

* Diretor da Divisão de Gestão da Informação da Fundação Getúlio Vargas e Coordenador da Rede Bibliodata.

^3

Page 87: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

válidos até hoje. Em resumo, esses princípios contemplam o controle

democrático, livre filiação, não discriminação politica ou religiosa, serviços a

preço de custo e educação dos membros.

A observância desses princípios é fundamental para o sucesso de qualquer

sociedade cooperativa, pois são eles que garantem a eqüitativa distribuição dos

resultados alcançados através do trabalho coletivo. Sem essa garantia, não se pode

esperar que os membros contribuam com o seu trabalho ou colaborem de qualquer

forma com a sociedade.

Do ponto de vista econômico, a filiação a uma cooperativa é uma opção à

qual uma pessoa, física ou jurídica, pode recorrer para adquirir bens ou serviços, ao

invés de produzi-los por conta própria ou adquiri-los no mercado. Se as três opções

estiverem disponíveis para o interessado, é claro que ele irá escolher a de menor

custo. Nem sempre é fácil, entretanto, distinguir nitidamente a opção de menor

custo, principalmente porque, em geral, parte do pagamento pelos bens ou serviços

obtidos de uma cooperativa, não é feita em moeda corrente, mas sim pela

contrapartida em trabalho ou outra forma de colaboração previamente contratada.

Outro aspecto da questão, ainda do ponto de vista econômico, é o do

investimento. Na sociedade cooperativa os capitalistas são substituídos pelos

próprios cooperados. Em havendo necessidade de capitalizar a sociedade para que

esta possa realizar investimentos, os membros da cooperativa terão que fazer

contribuições em dinheiro, ou então a sociedade terá, de alguma forma, que se

financiar para fazer face às necessidades de capital. Isso implica em risco a ser

assumido por todos os membros da sociedade.

Page 88: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

Pelas razões expostas, quase sempre é mais simples optar pela aquisição do

bem ou serviço no mercado, quando a alternativa existe. Quando essa opção não

está disponível, ou a que está disponível não satisfaz em preço e qualidade, resta

analisar a alternativa entre produzir por conta própria ou organizar-se em

cooperativa. Em que casos será mais vantajoso associar-se em cooperativa para

produzir o bem ou serviço, ao invés de produzi-lo por conta própria? Que fatores

irão estimular ou desestimular a criação de uma cooperativa para a realização da

atividade específica? Quem irá tomar a iniciativa de organizar a sociedade

cooperativa? Como será essa organização? Quais as fontes de recursos

disponíveis para investir na sociedade? Como definir o preço dos produtos ou

serviços que serão prestados aos cooperados ou ao mercado, quando for o caso?

Que formas de colaboração serão exigidas dos membros da cooperativa? Que

conjunto de regras e princípios deverá se adotado com o objetivo de garantir a

eqüitativa distribuição dos benefícios alcançados pela sociedade?

A formação de redes cooperativas no Brasil para o desenvolvimento de

atividades ligadas à Bibliotecas e Serviços de Informações, dentre elas a da Redo

Bibliodata, pode ser analisada à luz dos princípios anteriormente enunciados e,

embora em sua constituição essas redes não sigam estritamente o modelo de uma

cooperativa formal, as respostas às questões anteriores são fundamentais para o

entendimento do seu processo de desenvolvimento.

Analisaremos, neste trabalho, o caso especial da Rede Bibliodata. A

intenção é a de trazer ao debate no âmbito da comunidade, participante ou não da

rede, questões relevantes para o futuro das Redes Cooperativas no Brasil, e seu

papel no desenvolvimento das Bibliotecas e Serviços de Informações no País.

?5

Page 89: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

2 A REDE BIBLIODATA E OS PRINCÍPIOS DE ROCHDALE

Em primeiro lugar cabe a pergunta: Em que medida a organização da Rede

Bibliodata segue os princípios de Rochdale? A resposta poderia ser dada em sua

perspectiva histórica, mas interessa muito mais analisar a situação atual e a

evolução futura do modelo que está sendo adotado. Analisemos a situação da rede

à luz de cada um dos cinco princípios;

2.1 CONTROLE DEMOCRÁTICO

A Rede Bibliodata foi instituída como uma central de catalogação

cooperativa pela Fundação Getúlio Vargas, atuando como Unidade Central

coordenadora da rede, contando inicialmente com o apoio de um conjunto de

instituições denominadas fundadoras, e mais tarde de outras instituições

participantes que tiveram participação importante no processo de constituição da

rede, mas não se pode dizer que tenham exercido o controle das decisões.

Embora tenha sido essa uma decorrência natural da forma pela qual a rede

foi instituída, isto é, por iniciativa e risco da própria Fundação Getúlio Vargas,

tornou-se claro, mais recentemente, que esse modelo centralizado não teria futuro.

Em primeiro lugar, como a rede exige constantes investimentos no seu

desenvolvimento tecnológico e operacional, e como se espera que os resultados

gerados beneficiem em primeiro lugar os próprios membros cooperados, nada mais

justo que os membros, ao mesmo tempo que assumem o ônus desses investimentos

%

Page 90: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

I I

e manutenção da rede, assumissem também os riscos associados ao

empreendimento e a responsabilidade pelas decisões sobre a sua condução.

A partir dessa constatação, que se tornou consenso entre os membros e no

âmbito da própria Comissão Consultiva, iniciaram-se as gestões para a realização

de uma profunda reforma na organização da Rede Bibliodata. Essa reforma, ainda

em curso, iniciou-se pela aprovação do Regimento Geral da rede, que entre

inúmeras inovações democratizantes, criou a Comissão Diretora, órgão

deliberativo composto por representantes eleitos pelos membros, com poderes para

estabelecer as regras de participação, reformar o Regimento Geral, e estabelecer a

política geral para o desenvolvimento das atividades cooperativas da rede.

Com a implantação definitiva da reforma, em todos os seus desdobramentos,

espera-se que a Rede Bibliodata caminhe no sentido de sua institucionalização e

ganhe uma base estável para o seu desenvolvimento futuro.

2.2 LIVRE FILIAÇÃO

A filiação à Rede Bibliodata é livre. Qualquer instituição, que se disponha a

assinar o contrato de adesão e a pagar a taxa de inscrição e a anuidade, estará

habilitada a participar da rede. A Comissão Diretora está elaborando a

regulamentação do dispositivo introduzido no Regimento Geral que cria categorias

de membros, diferenciadas pelo nível de contribuição na catalogação cooperativa,

em termos do número de registros catalogados pelo participante. A introdução

desse dispositivo no Regimento Geral tem por objetivo tornar mais eqüitativa a

distribuição dos benefícios gerados pela atividade cooperativa, já que não é apenas

Page 91: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

I I

a contribuição em dinheiro que gera esses beneficios, mas sim e sobretudo, a

contribuição em termos da geração de registros na Base de Dados, principal acervo

da rede de propriedade da coletividade de membros.

2.3 NÃO DISCRIMINAÇÃO

O princípio da não discriminação aplicável à Rede Bibliodata, refere-se não

somente a questões políticas ou religiosas, em relação as quais a ausência de

discriminação é obvia, mas, mais especificamente, às categorias de instituições que

participam ou venham a participar da rede. Não existe qualquer tipo de

discriminação à entrada ou permanência de membros na rede, seja em relação à

região na qual a instituição se localize, à dimensão ou importância do seu acervo

bibliográfico ou ao tipo de instituição. Dessa forma podem participar da rede:

bibliotecas universitárias, especializadas, públicas, particulares ou quaisquer

outras, bastando para tanto que se disponham a cumprir os regulamentos e as

disposições contratuais.

2 4 SERVIÇOS A PREÇOS DE CUSTOS

Uma cooperativa é, por definição, uma sociedade sem capitalistas e,

portanto, sem fins lucrativos. Daí decorre, necessariamente, que eventuais

superávits operacionais gerados deverão ser aplicados em investimentos nas

Page 92: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

próprias atividades, ou repassados aos cooperados sob a forma de redução de

preços ou aumento dos serviços prestados. Da mesma forma, um eventual déficit

deverá ser coberto por contribuições adicionais dos cooperados. Esse mecanismo

de compensação de resultados leva, pelo menos no médio prazo, ao equilíbrio entre

receitas e despesas, ou em outras palavras, os preços se igualam aos custos

médios. Essa afirmativa merece duas qualificações; a primeira ó que os custos,

aqui devem incluir as despesas de capital e a segunda é que, embora o mecanismo

de compensação leve à igualdade entre preços e custos médios, ele não garante

por si só, que cada cooperado individualmente, esteja pagando pelos serviços

recebidos a preço de custo. Comentemos cada uma dessas qualificações tomando

o caso da Rede Bibliodata como exemplo;

A criação de uma rede da catalogação cooperativa exige investimentos de

vulto em capital fixo, necessário na montagem da sua infra-estrutura, aquisição de

equipamentos e desenvolvimento de sistemas, alem do capital de giro para a sua

operação contínua. Por outro lado, é necessário investir por longo tempo na

geração de registros bibliográficos que constituirão a Base de Dados, razão de ser

do esforço cooperativo. Os investimentos em capital fixo e de giro da Rodo

Bibliodata foram e são suportados, basicamente, pela Fundação Getúlio Vargas,

enquanto que a geração de registros bibliográficos constitui a contribuição dos

cooperados na formação do acervo de propriedade coletiva.

No que diz respeito á geração de receitas correntes, que seriam obtidas polo

fornecimento de cópias de registros e prestação de serviços correlates aos

cooperados , estas somente atingiriam nível suficiente para equilibrar-se com as

despesas correntes a partir de um certo volume mínimo de registros acumulados na

Page 93: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

I 2.2 I

Base de Dados. Por essa razão, era de se esperar que a operação da rede, em sua

fase de formação, iria ser deficitária. O déficit operacional verificado ao longo do

tempo vem sendo coberto por contribuições regulares dos cooperados,

correspondentes às taxas de manutenção em vigor até hoje, Como a taxa de

manutenção tem sido fixada de forma a cobrir o déficit operacional verificado, é

lícito afirmar que os cooperados estão pagando, na média, pelo custo corrente dos

serviços. O custo de capital, entretanto, bem como o custos fixos da infra-estrutura

não são cobertos pelas contribuições, acarretando uma situação de desequilíbrio

orçamentário de longo prazo da cooperativa, inviabilizando a realização de novos

investimentos na sua modernização e no desenvolvimento de novos serviços.

A solução dessa situação vem sendo buscada por dois caminhos: Primeiro,

pretende-se implantar, gradativamente, a cobrança por registro copiado e pelos

serviços correlates prestados aos cooperados e usuários ( como a assinatura do

CD-ROM da Base de Dados, por exemplo), e, simultaneamente, criar um

mecanismo de acumulação de créditos correspondentes aos registros catalogados

pelo cooperado. Segundo, estão sendo realizados investimentos em novas

tecnologias e novos serviços visando, através da redução de custos e ampliação

das receitas, à eliminação do déficit operacional e portanto das contribuições fixas

regulares. Tais investimentos estão sendo custeados pela Fundação Getúlio Vargas

e por recursos obtidos junto a instituições de fomento como o CNPq/PADCT e a

Fundação Vitae.

Com a implantação do novo mecanismo de cobrança espera-se que o

princípio do pagamento pelos serviços a preço de custo venha a ser observado, não

mais pela niédia mas sim para cada membro individualmente. Ressalte-se que os

Page 94: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

custos de capital deverão ser contabilizados, de forma que a operação gere

resultados positivos para viabilizar os investimentos necessários ao

desenvolvimento da cooperativa.

2.5 EDUCAÇÃO DOS MEMBROS

Dos cinco princípios de Rochdale, o que propugna a educação dos membros

como uma das missões das sociedades cooperativas é, certamente, o que mais

demonstra a preocupação com a equidade na distribuição dos benefícios gerados

coletivamente. Como é de se esperar, é pouco provável que todos os membros de

uma cooperativa sejam todos homogeneamente instruídos ou capacitados a gerar,

ou utilizar, adequadamente, os serviços ou produtos objetos da atividade

cooperativa. Por essa razão, educar os membros torna-se uma necessidade

imperiosa para o sucesso da sociedade.

No caso das redes cooperativas de bibliotecas, como a Rede Bibliodata, a

aplicação desse princípio é essencial à sua sobrevivência, já que o nível de

qualidade na geração e utilização dos produtos e serviços depende diretamente da

capacitação dos membros.

Inspirado nesse princípio, o Programa de Capacitação de Recursos Humanos

em Redes de Bibliotecas que a Fundação Getúlio Vargas está promovendo, com

apoio da The Andrew Mellon Foundation, pretende levar ao maior número possível

de profissionais das bibliotecas participantes da Rede Bibliodata o conhecimento

sobre as inovações que estão ocorrendo no campo da Biblioteconomia em geral o

9i

Page 95: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

I I

na própria rede em particular. Através de uma série de seminários, com a

participação de conferencistas internacionais, mesas redondas e cursos regulares,

realizados nas diversas regiões onde a rede tem presença e no Exterior, o

programa pretende cobrir os temas mais atuais de interesse dos profissionais das

bibliotecas, com ênfase especial nas atividades desenvolvidas em rede. O programa

enfoca o futuro da Rede Biblíodata e tem por objetivo preparar os membros da rede

para as inovações em curso.

3 AS INOVAÇÕES

A inovação mais significativa para o futuro da Rede Biblíodata é a que está

sendo implantada na sua forma de organização. A força de uma ação cooperativa

é resultante de relações multilaterais desenvolvidas por intermédio de uma

organização que canaliza a contribuição de cada membro em beneficio de todos, A

Rede Biblíodata, entretanto, em função do seu histórico e pelo fato de ter sido

constituída a partir de uma iniciativa centralizada, não desenvolveu de maneira

adequada os princípios cooperativos, como os anteriormente discutidos. Os

membros da rede comportam-se, ainda hoje, como se seus direitos e deveres se

resumissem à relação contratual firmada com a Fundação Getúlio Vargas como

prestadora de serviços. Essa realidade começou a mudar com a aprovação recente

do Regimento Geral da Rede Biblíodata, já mencionado anteriormente O

pegimento constitui um compromisso coletivo dos membros da rede com o seu

desenvolvimento conjunto. Ao fixar direitos e deveres dos membros cooperados, o

3a

Page 96: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

Regimento Geral atribui a um colegiado eleito, a tarefa de conduzir os destinos da

rede e de fazer com que a participação se torne um efetivo exercício de cooperação

Outra inovação significativa, que terá grande repercussão na atividade de

catalogação cooperativa, é a introdução do formato em padrão MARC em

substituição ao CALCO. Está nascendo, com essa mudança o formato BRMARC

Também na plataforma tecnológica estão sendo introduzidas diversas

inovações que possibilitarão a prestação de novos serviços e mudarão a face futura

da rede. O novo módulo de entrada de dados, que está sendo lançado juntamente

com o CD-ROM do catálogo coletivo, irá permitir a consulta, a cópia, a edição e a

entrada de novos registros em uma estação de trabalho ou em rede local, conforme

a opção da biblioteca participante. A base de dados do Catálogo Coletivo estará

disponível para consulta através da Internet e em breve será possível a catalogação

on-line, como alternativa ao CD-ROM.

O novo módulo de entrada de dados irá permitir, ainda, a extração e edição

de dados de outros CD-ROMs como o CAT-CD da OCLC, ampliando

significativamente as possibilidades de obtenção de registros para a catalogação

corrente ou retrospectiva. Com essa finalidade, e também de prover o acesso a

outros serviços e produtos da OCLC para as bibliotecas da rede, a Fundação

Getulio Vargas está negociando com aquela organização um contrato de

representação que se encontra em vias de ser assinado.

93

Page 97: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

4 CONCLUSÃO

As inovações que estão se processando no âmbito da Rede Bíbliodata

abrem os caminhos para o sua modernização e desenvolvimento. As diretrizes da

mudança tecnológica, em direção a sistemas abertos e formato compatível com

padrões estabelecidos, permitirão o intercâmbio de informações e a integração com

outras redes nacionais e internacionais, alargando os horizontes e consolidando o

futuro das redes cooperativas no Brasil. A continuidade e sustentação do processo

de modernização somente se tornará possível a partir do momento em que a

comunidade passar a encarar o rede como uma verdadeira sociedade cooperativa.

Essa mudança de postura já começa a se fazer sentir e a gerar resultados positivos,

tanto assim que os projetos de modernização tecnológica e de capacitação de

recursos humanos, que se encontram em andamento, contam com a participação

direta de alguns dos membros mais ativos da rede trabalhando em conjunto com a

Fundação Getulio Vargas. Esses projetos contam com o apoio financeiro das

fundações Vitae e Mellon, as quais vislumbram nesse trabalho cooperativo uma

forma de multiplicar os benefícios gerados pelos recursos empregados e contribuir

com um empreendimento de dimensão nacional.

ABSTRACT

Deals with recent innovations in BÍBLIODATA, the main Brazilian cooperative for the development of activities related to libraries and bibliographic information, linked to

the Getúlio Vargas Foundation (FGV). Technological changes leading towards open stems and format compatibilization will allow the exchange of information and

'ritegration with national and international networks. Current modernization and

Qualification of human resources, supported by VITAE and MELLON Foundations,

^ill lead to multiplication of benefits resulting from these cooperative activities

9^

Page 98: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

2.3

ENFRENTANDO "A ESTRADA DO FUTURO";

BIBLIOTECAS, COOPERAÇÃO E A ERA DA INFORMAÇÃO

!

Mark G rover*

RESUMO

Disserta <sobre aspectos efeitos das novas tecnologias sobre bibliotecas

universitárias e o perfil profissional do bibliotecário. Relata especificamente a

aplicação dessas novas tecnologias no projeto-piloto de Recursos de Pesquisa j sobre a América Latina, sob os auspícios da ARL (Association of Research

i Libraries) e AAU ( Association of American Universities) focaliza os desdobramentos

' desse projeto em relação a publicações seriadas, documentos governamentais e

publicaões de ONGs, provinientes do México e da Argentina, com possibilidade de

inclusão de publicações brasileiras.

I [

1 INTRODUÇÃO

Como estudantes universitários, em nossa maioria, éramos fascinados com

as idéias de mudanças e revolução. Um dos propósitos da experiência educacional

é ver os erros do passado, as coisas inadequadas do presente e descobrir novos

métodos de melhorar o futuro, Muitos de nós, que somos produtos dos anos 60,

tínhamos uma grande visão das transformações que ocorreriam através da

Combinação das atividades políticas, revoltas sociais com a possibilidade do uso da

Violência. Independente da nossa idade, a fascinação e entusiasmo da revolução é

algo que permanece conosco.

' Bibliotecário de Estudos Latinos-Americanos. Brigham Young University, Provo, Utah, EEUU.

9:5

Page 99: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

2.3

Ser um bibliotecário não seria aparentemente o caminho de um

revolucionário. Por alguma razão, a percepção da sociedade de pessoas quietas e

despretensiosas, que passam o seu tempo lendo e pedindo silêncio aos usuários da

biblioteca, não estaria ligada às atividades revolucionárias. Nós bibliotecários,

querendo ou não que isso aconteça, estamos nos tornando participantes do que

pode ser chamado a mudança revolucionária mais significativa na história do mundo

desde que Gutenberg desenvolveu o conceito da impressão do livro. A invenção do «

microchip continua e continuará a ser uma grande influência na maneira que

trabalhamos e conduzimos nossas vidas.

A nova tecnologia está mudando não somente a maneira como a sociedade

funciona, mas também modificando a nossa profissão. Nossas bibliotecas já são

muito diferentes do que eram há dez anos. O bibliotecário tradicional de hoje não

será o mesmo no futuro, Nós, bibliotecários, temos que nos tornar participantes

ativos na transformação que está ocorrendo em nossa profissão, caso contrário não

gostaremos dos resultados. Temos que entender o que está acontecendo e

determinar como podemos funcionar efetivamente em relação a revolução

tecnológica, Se falharmos no ajuste, ficaremos para trás e os bibliotecários que

conhecemos hoje em dia deixarão de existir e farão parte dos rejeitados de uma

nova e emocionante sociedade,

A mudança mais importante que já ocorreu é a da informação, Ela esta sendo

elaborada, apresentada e divulgada em um novo formato. O papel deixou de ser o

Veiculo principal para a apresentação e armazenamento da informação, que agora é

formatada em dígitos e armazenada nos chips de computador. Obviamente, o papel

Page 100: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

2.3

e os livros ainda serão usados, mas agora e no futuro a maioria dessas informações

será estruturada e apresentada diferentemente, freqüentemente em dois ou três

formatos diferentes. Estas mudanças não são totalmente positivas. O livro já tem um

formato conhecido e é confortável de se usar. Podemos tocar no papel e sentir as

palavras impressas, tornando o ato de usar a informação agradável. A mudança e a

manipulação da informação no papel não são fáceis. O novo formato da informação

é encontfado dentro de um computador e armazenado num microchip. Embora

possamos armazenar a informação em discos ou disquetes, eles são somente um

recipiente no qual colocamos a informação. Esta informação não se torna útil até ser

usada com o computador. Não podemos nos relacionar com este tipo de informação

do mesmo modo como fazemos com o livro. Os livros podem ser destruídos pelo

fogo, insetos e pelo tempo; a informação contida no computador pode desaparecer

com uma simples oscilação na voltagem da corrente elétrica.

Os tipos de informação a que freqüentemente estamos expostos não estão

num único formato, a palavra impressa, mas aparecem numa variedade de tipos de

formatos que se interacionam, resultando na palavra impressa, em fotos, vídeos e

Som. Todas estas mídias se interligam umas com as outras, produzindo uma

Experiência brilhante e estimulante.

O acesso à informação é muito custoso. Não se pode somente comprar a

'nformaçao e preciso também comprar as ferramentas de acesso, no caso um

'^mputador e um programa. Além de o computador ser muito caro, também a

'scnologia está sempre mudando, requerendo constante atualização. O custo

Adicional de certos tipos de informação são os custos de comunicação ou de

Page 101: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

2.3

transmissão. Embora o preço atual da informação seja o mesmo de um livro, o custo

do acesso está acima e além do preço da informação. Existem outras despesas de

treinamento para se usar e manipular a informação.

Um recurso importante do formato dessa nova informação é que ela pode ser

alterada ou manipulada facilmente. Quando não gostamos da seqüência podemos

mudá-la. Se não gostarmos do resultado, trocamos por um outro. Desta maneira o

criador d? informação perde o controle do formato e do conteúdo da informação que

está sendo criada.

Os conceitos de distância e lugar desaparecem. Eu posso estar nos Estados

Unidos e ler O Estado de São Paulo antes que o mesmo chegue na banca da

esquina. Posso examinar os catálogos das principais bibliotecas do mundo e achar

uma referência com a mesma rapidez que verifico o catálogo da minha própria

biblioteca. O uso da informação também aumentará significativamente por causa da

natureza da transferência de informações. A necessidade da duplicação diminuirá.

Vocês e eu podemos examinar um item ao mesmo tempo, em partes diferentes do

mundo, sem termos que ficar um ao lado do outro. Não importa onde esteja

localizada a fonte da informação, se existir a capacidade de acesso e de

Comunicação.

A importância de ter o livro na biblioteca, que tem sido tão importante nas

bibliotecas no passado, está começando a diminuir. A razão pela qual as bibliotecas

Possuíam livros é a de ter sido o único meio pelo qual os usuários poderiam ter

Acesso às informações quando o desejassem, Como resultado, a maior parte do

Orçamento para livros e periódicos nas bibliotecas era usado para comprar

Page 102: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

2.3

informação em duplicata. Hoje. em dia, se vocês precisarem de uma informação

eletrônica que se encontra armazenada em minha biblioteca, podem rapidamente

transferir essa informação da minha biblioteca para a sua, como se fosse de sua

própria biblioteca. A distância já não tem importância.

Os conceitos que a biblioteca é o único dono da informação já não é restrita

pela distância, assim o lugar onde os clientes acessam a informação também está

mudandq. Como bibliotecário encarregado da América Latina, eu recebia 4

semanalmente queixas dos meus alunos brasileiros sobre os jornais e revistas do

Brasil disponíveis na biblioteca. Queixas como: "Onde está a última edição?",

"Porque elas demoram tanto para chegar?" ou "Quando finalmente lemos as

notícias do Brasil elas já não são mais notícias."

Já faz mais de um ano que não recebo qualquer reclamação. Agora, além do

acesso diário a um grande número de publicações brasileiras, os alunos não

precisam vir á biblioteca para acessar as informações. Eles acordam de manhã,

comem o seu desjejum, ligam o computador e lêem um jornal brasileiro, sem sair do

apartamento, a 8.000 milhas de distância do Brasil, Existem tantas informações

disponíveis na Internet que não faz sentido ir a uma biblioteca para fazer uma

Pesquisa.

O desenvolvimento da Internet permitiu a maior revolução da democracia que

Q mundo já viu. Historicamente a informação sempre custou muito dinheiro e quase

Sempre tem sido arbitrada e controlada pelas elites. Editores e gerentes de

"Marketing controlavam o que era impresso com decisões baseadas primordialmente

'Io que sena vendido. Mesmo que o indivíduo pudesse pagar o custo da publicação,

Page 103: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

2.3

o marketing e a distribuição da informação estava muito além dos limites da família

e amigos, e ainda era controlada e monitorizada. Levar a informação àqueles

interessados era difícil e também uma experiência frustrante. O papel da biblioteca

nesse processo foi de grande importância.

A indústria gráfica e o marketing ainda continuam tendo um controle muito

grande sobre as informações disponíveis, que são caras. Grande parte das

informaçges eletrônicas mais significativas ainda precisa ser comprada. Fora do 4

controle dos políticos, das editoras e dos árbitros está acontecendo a revolução

democrática. Qualquer um com informação técnica, ou que puder pagar pelos

equipamentos e custos da comunicação, pode colocar tais informações na Internet e

o acesso àquela informação não será restrito. Qualquer pessoa, não importando o

poder ou classe na sociedade, pode criar e ter acesso á Internet.

Como resultado, a informação na periferia da indústria gráfica está agora

disponível e a baixo custo. A informação produzida visando lucro ainda continua

cara sem levar em conta o formato. Contudo, informações produzidas sem fins

lucrativos são facilmente encontradas e de graça. Gostana de dar-lhes uma idéia do

que está á nossa disposição, mostrando o que recentemente encontrei na Internet

que foi colocado lá pela minha universidade. Minha universidade é pequena e

definitivamente não é uma das principais organizações provedoras de informações

Internet. Esta lista dará uma indicação do que está disponível.

Primeiro, existem informações históricas sobre a universidade e respostas a

Perguntas freqüentemente solicitadas, como por exemplo os requisitos de admissão,

^odos os departamentos acadêmicos e administrativos tem um Home Page. A

Page 104: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

2.3

informação sobre cada departamento da universidade também está disponível. A

informação bibliográfica do corpo docente da universidade inclui currículos com

listas de suas publicações. Alguns do corpo docente têm incluído trabalhos pré-

publicados e alguns têm colocado livros atuais. Existem cópias de palestras que

foram proferidas por convidados da universidade, embora somente algumas serão

publicadas.

A biblioteca é provavelmente o lugar mais ativo do campus da universidade,

produzindo informações constantes on-line. Além das típicas informações

administrativas, cada área de referência oferece uma variedade de documentos

informativos relacionados a sua área. Estes itens incluem bibliografias, guias de

pesquisa e materiais de uso bibliotecário. A maior parte dessas informações são

materiais tradicionalmente dados aos alunos e outros usuários, mas alguns

materiais são novos. Existe uma bibliografia on-line de trezentas páginas sobre a

América Latina e um extenso índice de revistas relacionadas diretamente ao tema

de maior interesse da universidade. Os documentos da coleção particular da

biblioteca estão se tornando disponíveis, incluindo cento e cinqüenta cartas do Rei

Felipe 11 da Espanha. Um grande número de folhetos mexicanos do século XIX logo

estará on-line. Uma bela exibição de catálogos com exemplos de impressões de

Aldus Manutius, de propriedade da biblioteca, está disponível ao público. Existem

também alguns livros publicados on-line que não estão protegidos por direitos

Autorais. Um projeto que está começando, tomará disponível uma grande

t^uantidade de livros bolivianos que não estão protegidos por direitos autorais.

Jol

Page 105: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

2.3

A Internet está sendo usada por professores na sala de aula. Um curso

introdutório da História do Mundo é um exemplo. A classe é grande, com mais de

novecentos alunos. Para transferir informações para essa quantidade de alunos, o

professor usou a Internet. As anotações do professor para a aula estão on-line.

Quando possível, os materiais de leitura requeridos também estão on-line. Os

alunos não precisam ir até o professor para reclamar, eles fazem isso através da

Internet ç assim as queixas e as respostas estarão disponíveis a todos eles. Alguns 4

alunos estão fazendo pesquisas originais e por isso documentos de coleções como

da Biblioteca Vaticana têm sido transferidos e estão disponíveis para os alunos da

classe. Um dos assistentes do professor colocou suas anotações para os seus

exames de Ph.D. on-line para que outros alunos pudessem examinar o contexto.

Existe um grande número de documentos, incluindo clipes de vídeo de eventos

importantes na história do mundo, que estão disponíveis aos alunos. Esse é um

projeto inovador que está não só enriquecendo a sala de aula, mas também está

dando aos alunos um nível de acesso ao professor que teria sido impossível sem a

Internet.

Essa é uma breve descrição de uma parte do que se encontra disponível

numa universidade pequena e insignificante. Outras organizações são bem mais

agressivas ao colocar informações na Internet.

Além do que está disponível nas universidades, ministérios do governo e

organizações, existem informações geradas por indivíduos. Muitos deles estão

colocando enorme quantidades de informações na Internet por várias razões. Como

Vocês podem imaginar, a qualidade dessa informação varia. Algumas são

Page 106: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

2.3

surpreendentes e valorosas, enquanto outras são de pequeno interesse. Vocês

podem imaginar o choque de minha mãe, que tem oitenta e seis anos de idade,

quando descobriu que uma foto dela menos atraente estava na Internet, colocada

pelo irmão dela como parte de uma série de fotos da família. Ela não gostou muito

da idéia.

2 CARApTERÍSTICAS 4

Existe uma vasta quantidade de informações disponíveis ao público, Como

bibliotecários temos que ser cautelosos e entender o que está disponível e como

fazer disso o melhor uso. Os seguintes exemplos são características das

informações.

a) A maioria das informações é descritiva e relacionada á organização ou

pessoa que a produziu e o seu valor de pesquisa é limitado.

b) A maioria das informações está disponível somente para distribuição

limitada ou não seria publicada de outra maneira. Existem diálogos,

pesquisas. índices, guias e descrições. Algumas destas informações

podem ser valiosas para os usuários, mas a qualidade delas é

questionável. Como não existe um árbitro para estas informações a

qualidade delas varia consideravelmente.

o) Assim como no passado, a informação esta vindo de regiões geográficas

com financiamento e outros recursos. Como resultado, a maioria das

informações na Internet virá principalmente do Primeiro Mundo. Significa

Page 107: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

2.3

que os países em desenvolvimento terão pouco controle das informações

sobre o seu pais, embora o processo seja mais democrático. Por exemplo,

existem muitas informações brasileiras na Internet; porém as pessoas que

estão tomando as decisões do que deve ser disponível são bibliotecários

ou acadêmicos dos Estados Unidos ou da Europa. Um dos principais

projetos é o de colocar todas as mensagens feitas pelos presidentes do

,Brasil ao Congresso on-line. Este projeto está sendo financiando por uma

fundação americana e uma organização de bibliotecas americanas, as

quais controlam a produção deste projeto. Existe também muita informação

criada por brasileiros no Exterior.

Nem tudo é completamente negativo. Por exemplo, os documentos

brasileiros que se encontram nos Estados Unidos e nas bibliotecas

européias e outros arquivos que estão sendo colocados na Internet e pela

primeira vez estão disponíveis aos pesquisadores brasileiros, sem que

estes tenham de viajar. Poderia acontecer de a importância destes

materiais ser distorcida e aumentar em valor sobre outros documentos

mais relevantes, só por estarem disponíveis na Internet,

d) Acesso à informação na Internet depende de três variáveis: conhecimento

da habilidade usada para acessar a informação, poder de aquisição na

compra dos equipamentos e habilidade de comunicação. O resultado final

é que as informações continuarão disponíveis somente á uma minona da

população do mundo.

Page 108: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

3 BIBLIOTECAS

Qual deve ser a reação das bibliotecas e dos bibliotecários? Os bibliotecários

têm liderado o desenvolvimento de certos aspectos da tecnologia e não têm se

envolvidos em outros. Os catálagos de algumas bibliotecas foram os primeiros

arquivos disponíveis on-line e continuam sendo muito usados. Nós temos liderado a

tecnologia da catalogação, mas temos pouco envolvimento na área de Referência. 4

Temos tido pouco envolvimento também na produção da informação além da

catalogação.

Precisamos compreender que o ambiente de uma biblioteca está mudando

significativamente. A função do bibliotecário está sendo desafiada. Usuários que

tradicionalmente vinham a nós para obter informações são agora capazes de ter

acesso à mesma informação, estando em suas casas. Tampouco os usuários estão

vindo á nós por causa do nosso conhecimento das referências, como acontecia

outrora. Os bibliotecários que trabalham na área de Referência têm reagido a essas

mudanças seguindo rumos variados. Nós decidimos que a nossa função como

acessores é mais importante do que a de um intérprete da informação. Decidimos,

por necessidade, ser peritos de computadores e não peritos de informação. Nós

temos nos distanciado do controle da informação. Nos diversificamos ainda mais

^ue no passado.

Como as bibliotecas estão se tomando mais do que um /7omepage na

Internet em vez de um prédio, nós bibliotecários temos que nos tornar mais

"^nativos. Com a queda da freqüência dos usuários nas bibliotecas, precisamos criar

Page 109: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

2.3

novos métodos para chegarmos a esses usuários. A Internet oferece uma chance

de nos interpormos nos processos de pesquisa. Nós temos a oportunidade de ir

além dos limites de nossas bibliotecas e nos tornar bibliotecános de referência

internacional.

Um dos maiores desafios para as bibliotecas nesta era de informação é a

mudança contínua do desenvolvimento das coleções. À medida que as bibliotecas

deixarenri de ser donos da informação, cresce a necessidade de cooperação e «

interação com outras bibliotecas. Nesta era eletrônica a informação só precisa estar

em um lugar. Este cenário oferece não só um potencial imprescindível para mudar o

padrão das coleções, mas também providencia um desafio ao qual os bibliotecários

não têm reagido bem, o desenvolvimento de coleções cooperativas. E esse desafio

foi a justificativa para um projeto importante de cooperação nos Estados Unidos ao

tratar com materiais das bibliotecas latino-americanas.

4 PROJETO-PILOTO DA ARL

O incentivo para o programa-piloto da Latin American Research Resources

{Recursos de Pesquisa da América Latina) veio de ambas associações, a

Association of American Universities - AAU {Associação das Universidades

Amencanas) e Association of Research Libraries - ARL {Associação das Bibliotecas

de Pesquisa). No fim de 1991, as duas entidades observaram a pressão econômica

pelas quais as bibliotecas estavam passando e as oportunidades tecnológicas na

comunicação de informações. Em abril de 1992, o projeto de pesquisa de

Page 110: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

bibliotecas da AAU foi estabelecido com o propósito de fazer recomendações a

níveis nacional e internacional para assegurar que as universidades de pesquisa

teriam uma função muito importante no desenvolvimento futuro. Três grupos

temporários foram criados, um deles foi de Aquisição e Distribuição de Materiais de

Estudo em Língua Estrangeira. Uma das áreas examinadas minuciosamente por

esse grupo temporário foi a América Latina^ .

Representantes de duas organizações participaram do grupo temporário da

América Latina, o primeiro do Seminar on the Aquisition of Latin American Library

Materials - SALALM {Seminário de Aquisição de Materiais de Biblioteca da América

Latina) e o outro da Latin American Studies Association - LASA (iAssoc/ação de

Estudos da América Latina). Na reunião de 1990, a LASA estabeleceu um grupo

temporário na área de Recursos Acadêmicos para focalizar exatamente o assunto

de disponibilidade de recursos, para a comunidade interessada na América Latina.

Este grupo, em conjunto com o Sub-Comitè na Cooperação Nacional da SALALM.

organizou um grupo temporário para o Projeto da ARL. Este grupo, composto de

bibliotecános e acadêmicos, estudou as tendências das publicações Latino-

^mencanas, os padrões de desenvolvimento de coleções nas bibliotecas de

Pesquisa dos Estados Unidos, os orçamentos das bibliotecas para materiais latino-

americanos e as mudanças de padrão das pesquisas acadêmicas sobre a América

batina. O relatório acusou tanto o aumento do custo de materiais latino-americanos,

^mo o baixo orçamento que limita a capacidade das bibliotecas de comprar os

Materiais

Reports of the AAU Task Forces, p. i-ii

Page 111: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

básicos de pesquisas da América Latina. Foi recomendado um estudo adicional

sobre o México para documentar com detalhes os efeitos dos padrões identificados^

O relatório do grupo temporário da SALALiVl sobre o i\/léxico foi finalizado em

maio de 1993. O relatório examinou uma variedade de temas, incluindo o ambiente

das publicações mexicanas e o tamanho das coleções sobre o México nos Estados

Unidos. O relatório sugeriu que embora a maioria dos estudos acadêmicos

mexicanos eventualmente acabassem sendo encontrados em bibliotecas

americanas, certos tipos de assuntos, como publicações científicas, não eram bem

representados. Um problema mais grave foi que as publicações regionais e das

províncias eram menos disponíveis nos Estados Unidos do que aquelas publicadas

na Cidade do México. O estudo sugeriu tópicos de aquisição na América Latina

como o próximo passo do processo. O estudo do México serviu como um bom

exemplo, pois o mesmo é um país "protegido" com relação às suas coleções nas

bibliotecas americanas. Se estava faltando um número significativo de publicações

mexicanas, a situação seria ainda pior para outros países da América Latina^

Em 1994. doze membros do grupo especial temporário da AAU de Aquisição

e Distribuição de Materiais Regionais e de Línguas Estrangeiras, o Projeto da AAU

e ARL, recomendaram que as maiores bibliotecas de pesquisas das universidades

da América do Norte começassem a planejar e distribuir um programa de acesso às

aquisições estrangeiras. Eles sugeriram três projetos de demonstração, a serem

^The Acquisition of Latin American Materials; A Report for ARL from the Task Force on the ARL Foreign Acquisitions Project Seminar on the Acquisition of Latin Amencan Library Materials (SALALM)", 1992, p. 17-18. (cópia pessoal)

■^"ARL Foreign Acquisitions Project: Report on Mexico", pp. 15-16. (cópia pessoal)

Page 112: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

lançados para indicar como tais programas podem ser implementados em três

regiões do mundo. Os três projetos-piioto cobrem a América Latina, Ciências

Sociais no idioma alemão, e Recursos Científicos e Técnicos na língua japonesa. O

grupo temporário recomendou que os projetos focalizassem as áreas da nova

tecnologia de acesso e entrega. Os avanços da nova tecnologia têm um potencial

de aumentar as chances de sucesso de tais projetos, muito além do que era

possível ipo passado^ 4

O financiamento inicial para o projeto-piloto da América Latina veio da

fundação Andrew W Mellon, que já patrocinava os esforços da AAU e da ARL. Ela

forneceu apoio financeiro para uma conferência de organização de redes de

comunicação da Aménca Latina em 1993, para depois convocar uma reunião do

comitê organizador do projeto no início de 1994. Um grupo de sete pessoas,

composto de bibliotecários e acadêmicos especializados em América Latina, porta-

vozes da SALALM e LASA e representantes da ARL, descreveram o esboço que é a

fase do plano-piloto,

5 VISÃO GERAL DO PROJETO

A meta de um ano do projeto-piloto dos Recursos de Pesquisa sobre a

América Latina, que tem a participação de trinta e quatro bibliotecas da ARL, é

desenvolver um sistema de distribuição baseado num sistema de redes de

aquisições cooperativas e entrega de documentos para os estudos sobre a Aménca

^"Task Force on Acquisition and Distribution of Foreign Language and Area Studies Matenais" in Reports of the AAU Task Forces, p. 13-14.

Page 113: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

2.3

Latina. Espera-se que o projeto crie um protótipo para compreender e interligar

plenamente as coleções de Estudos da América Latina. O programa-piloto tem

propósito limitado, focalizando-se nos três tipos de publicações dos dois países.

O projeto-piloto tem se concentrado nas publicações seriadas, documentos

governamentais, e publicações de organizações de pesquisas não-governamentais.

Os resultados esperados do projeto serão;

a),estabelecer responsabilidades coletivas para coletar uma mostra 4

representativa de 300 publicações seriadas, com um sistema

correspondente para indexação e entrega de documentos:

b) converter documentos oficiais em imagens digitais com o propósito de

realçar o acesso a estes documentos, que tèm muita importância de

pesquisa; e

c) distribuir responsabilidades de coletar, catalogar e entregar documentos

para publicações de importantes organizações não-governamentais,

institutos de pesquisas e outras instituições sem fins lucrativos que

produzem relatórios e trabalhos de pesquisas.

O projeto-piloto centraliza-se em dois países da Aménca Latina. Argentina e

México. Os mesmos foram escolhidos pela sua importância dentro da América

Latina e dos acadêmicos do Americanismo Latino nos Estados Unidos. A Argentina

e o México tèm duas das maiores e mais sofisticadas editoras gráficas da região.

Eles também têm universidades de renome e uma tradição de muita atividade

intelectual na sua região. Os acadêmicos norte-americanos que estudam o México

compreendem o maior grupo de acadêmicos da América Latina e o número de

jio

Page 114: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

2.3

acadêmicos da Argentina também é significante. As experiências adquiridas com as

pesquisas nestes dois países serão de grande valor para se passar para a próxima

etapa no processo de estabelecer um programa amplo e bem sucedido de

aquisições conjuntas de materiais de toda América Latina

6 PUBLICAÇÕES SERIADAS

I I

4

As publicações seriadas são as primeiras categorias a serem pesquisadas no

projeto-piloto, em parte porque estas publicações estão criando um problema grave

de orçamento nas bibliotecas acadêmicas. O preço altíssimo das revistas técnicas

criou a necessidade de reduzir o número de assinaturas e, em outros casos, de seu

cancelamento. Os recursos estão sendo desviados das séries de monografias (e de

outras disciplinas que dependem da literatura de monografias) para poderem

"salvar" as publicações seriadas. Embora as publicações seriadas da América

Latina sejam baratas pelo padrão dos Estados Unidos e da Europa, infelizmente o

seu custo tem subido com o resto. Muitas das bibliotecas que tinham coleções sobre

a Aménca Latina cancelaram muitas destas publicações

A meta do projeto era estabelecer, entre os seus trinta e quatro participantes,

uma cooperativa de aquisição, indexação, e prover um acesso rápido a um número

limitado das publicações seriadas; em tomo de 150 títulos por país. Foram incluídas

algumas revistas proeminentes, disponíveis em muitas bibliotecas nos Estados

Unidos, porém a maioria são publicações menos consultadas. A maioria está

Page 115: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

2.3

localizada na área de Ciências, Humanas e Sociais, embora a lista inclua algumas

revistas técnicas de Ciências Naturais.

Em dezembro de 1994, houve uma reunião em Washington, com a

participação de bibliógrafos que representam as bibliotecas que se comprometeram

a coletar e facilitar o acesso a dez publicações seriadas. As publicações seriadas

designadas refletem o poder de pesquisa das diferentes instituições, O

comprorT\isso do comitê começou com o primeiro exemplar recebido em 1995. O 4

índice de cada exemplar é inserido no computador, tornando-o, assim, disponível na

Internet. Um arquivo do índice das publicações seriadas do projeto on-line foi criado

pela University of Texas at Austin-Latin American Network Information Center - UT-

LANIC ( Universidade do Texas -Centro de Informação de Redes da América Latina

que se situa em Austin). O endereço na Internet para este arquivo é

http. lanic. utexas.edu/la/region/arl/,

Um acordo especial de empréstimo entre bibliotecas foi estabelecido entre as

trinta e quatro bibliotecas participantes. Espera-se que cada biblioteca forneça

rapidamente (dentro de três dias úteis) a distribuição dos artigos solicitados em

formato digital, A solicitação de arquivos dos artigos é feita on-line e chega em

segundos após a solicitação ter sido enviada.

7 DOCUMENTOS OFICIAIS

A segunda ênfase do projeto-piloto é dada aos documentos oficiais. Uma

pQfQ selecionar os documentos oficiais é que, em sua maioria, eles são de

JU

Page 116: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

domínio público e não possuem direitos autorais. O projeto gira em torno das

mensagens presidenciais do México e Argentina. Este projeto complementará um

projeto similar criado pelo Center for Research Libraries - CRL {Centro das

Bibliotecas de Pesquisa) e o Latin America Microfilm Project - LAMP {Projeto de

Microfilmagem da América Latina) que também foi financiado pela Fundação Mellon,

para fazer a conversão digital de microfilmes de documentos similares para o Brasil.

Os docunpentos foram convertidos, indexados, e estão disponíveis on-line no UT-

LANIC.

8 NON-GOVERNMENTAL ORGANIZATIONS - NGOS (ORGANIZAÇÕES NÃO-

GOVERNAMENTAIS)

Organizações não-governamentais, institutos de pesquisa e outras

organizações não-comerciais produzem documentos importantes sobre assuntos

atuais de todas as partes da América Latina. Esses materiais são importantes em

questões de meio ambiente, direitos humanos, política regional e grupos de

pessoas marginalizadas pela sociedade, assim como de crianças de rua,

homossexuais e outros grupos minoritários Entretanto, a natureza dessas

organizações implica em que alguns materiais nunca chegarão ao mercado

comercial, tornando-se, assim, difícil para os revendedores de livros adquirir esses

materiais e oferecè-los às bibliotecas americanas.

Um problema adicional é identificar esses itens nas bibliotecas. Esses

materiais são freqüentemente catalogados com títulos, como por exemplo,

Page 117: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

"Pesquisa de " sem uma referência ou número de catalogação. Isso muitas

vezes limita o acesso para pesquisa e tende a dar valor maior às análises dos

interesses atuais.

Por causa do grande número de ONGs operando na América Latina foi

determinado que somente organizações no México e na Argentina que estão «

interessadas no meio ambiente, grupos indígenas, e em transformação econômica

farão pante do projeto-piloto. Será pedido a cada biblioteca participante que seja 4

responsável pelo menos por quatro organizações, duas para cada país. Prioridade

1, no nível mínimo de catalogação e processamento de publicações serão

requeridos registros bibliográficos on-line dos materiais das organizações indicadas

para estarem disponíveis nas redes de computadores. Acordos tèm sido feitos para

apressar a entrega de documentos, a fim de assegurar o rápido acesso aos

mesmos.

Como projeto-piloto, estas atividades foram restritas às bibliotecas nos

Estados Unidos. Já tèm sido iniciadas negociações com organizações no México,

Argentina e Brasil para expandir este projeto O avanço tecnológico eliminou muitos

dos desafios anteriores relacionados com os empreendimentos cooperativos

internacionais. Espera-se que as diferenças políticas e culturais sejam minimizadas

para que a meta de cooperação internacional possa ser obtida.

Page 118: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

9 CONCLUSÃO

À medida que estes projetos-piloto forem implementados nestas três metas,

nós desenvolveremos uma visão dos temas gerais associados com a transição para

a informação eletrônica. Nossa experiência provera a base para a construção de um «

sistema central de distribuição que poderá ser mutuamente acessível aos recursos

da América Latina. Ao discutirmos temas como direitos autorais, monitoramento do

desempenho do participante, localizando os custos e alcançando a satisfação do

usuário, esperamos aprender como melhor concentrar os nossos recursos e

energias

O isolamento já não é uma opção para bibliotecários. Cooperação é uma

necessidade. A tecnologia já eliminou muitos das nossas desculpas para não

trabalharmos em conjunto. Não estamos certos do rumo para onde o futuro nos

levará, mas certamente, estaremos juntos enfrentando os desafios.

ABSTRACT

Descnbes some aspects and consequences of new information technologies in

university libraries and on the professional profile of the academic librarian. Refers

to the of these technologies in a pilot-project about bibliographic resources about

Latin America under the sponsorship of ARL (Association of Research Libraries) and

AAU (Association of American Universities). It mentions the subdivision of the

project concerning serial publications, governamental documents and NGO publications, especially from México and Argentina, with the possibility of also

including Brazil.

Page 119: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

3 A BIBLIOTECA E A AUTONOMIA UNIVERSITÁRIA

Page 120: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

3.1

A BIBLIOTECA E A AUTONOMIA UNIVERSITÁRIA: ASPECTOS

ADMINISTRATIVOS E FINANCEIROS

Leila Mercadante"

RESUMO

Aborda a questão da autonomia universitária sob o ponto de vista administrativo e financeiro e seu impacto na biblioteca. Recomenda a modernização de estrutura e avaliação constante de processos, serviços e produtos, objetivando torná-la apta a trabalhar com a flexibilidade administrativa e financeira, resultado da autonomia universitária. Focaliza a necessidade de melhoria da área de Recursos Humanos, como condição de sucesso.

Sem discutir a grande questão da autonomia universitária, pretende-se

nesta ocasião abordá-la sob o ponto de vista administrativo e financeiro, e seu

impacto na biblioteca universitária.

A proposta de analisar esse assunto parece extremamente necessária e

oportuna, uma vez que é uma experiência nova no País, tem sido vivida pelas

Universidades Estaduais Paulistas nos últimos anos, e espera-se que em breve

seja uma realidade em todas as demais universidades públicas brasileiras.

Vista sob o aspecto administrativo financeiro, a autonomia universitária

exige, antes de tudo, um compromisso de melhor administração dos recursos,

aliado á uma política clara das finalidades e metas de cada Instituição, inserida na

área do ensino universitário do País.

Ao contrário do que se poderia imaginar, a autonomia universitária não gera

ilimitados recursos, talvez até seu limite fique menor, mas a flexibilidade de

alocação desses recursos é que possibilita melhores resultados. Depois de anos

de administração de recursos "carimbados", isto é, compromissados com destinação específica, a autonomia financeira e administrativa exige mudança

radical de ações. A adoção de critérios próprios para gerir os recursos é que

permite a cada Instituição construir sua escala de prioridades e seus planos

essenciais. Se a autonomia é uma oportunidade única, é também um desafio

considerável. Para que ela se realize plenamente, a organização precisa ser mais

flexível mais criativa e mais produtiva. Espera-se que a universidade possa fazer mais e com melhor qualidade, criando mecanismos próprios de alocar e empregar

os recursos. A biblioteca universitária como parte integrante da Instituição deve conhecer

os novos caminhos, e estar apta para participar e obter os resultados, junto com

os demais órgãos da Universidade. Estará sendo questionada e pressionada para

* Coordenadora do Sistema de Bibliotecas da UNICAMP

UÉ'

Page 121: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

3.1

apresentar seus pedidos de recursos com dados que convençam sobre o controle

de custos, a produtividade e a qualidade de seus produtos e serviços. A autonomia universitária parece combinar bem com estruturas

organizacionais flexíveis e com a procura de caminhos próprios para melhorar o

desempenho. Combina também, e muito, com a redução de custos operacionais, e

com a manutenção de orçamentos equilibrados. Isso supõe, necessariamente,

contar com recursos humanos da melhor qualidade, com bons indicadores de

trabalho e produção. A flexibilidade administrativa e financeira deve permitir a destinação de recursos para programas de valorização, desenvolvimento e qualificação de pessoal.

A biblioteca universitária brasileira precisa considerar os seus desafios e refletir sobre a autonomia administrativo/financeira face às tendências atuais;

- dificuldades de recursos para o ensino superior;

- diminuição do tamanho do Estado e das Instituições;

- explosão/crescimento de fontes de informação em vários suportes;

- aumento/explosão de usuários internos/externos;

- necessidade constante de atualização de equipamentos/instrumentos

decorrente das mudanças das tecnologias de informação;

- diminuição do staff, saída dos mais experientes como

conseqüência das novas regras da Previdência Social;

- demandas por serviços mais qualificados: usuários mais exigentes;

- desenvolvimento do acervo tanto no que se refere a informação em

meios eletrônicos quanto em suportes tradicionais.

Para responder positivamente às novas condições de trabalho com a

autonomia universitária, a biblioteca necessita estar preparada para discutir, expor

dados e argumentos para disputar internamente os recursos. A negociação por

recursos é uma tarefa extremamente importante, necessária, e, para ser

estabelecida, deve supor a inclusão da Biblioteca como um dos integrantes da

administração da Universidade.

A flexibilidade na alocação e distribuição dos recursos financeiros fez com

que se aperfeiçoasse nas Universidades o processo de montagem de seus orçamentos. Pode-se citar um exemplo recente: na UNICAMP, a distribuição do orçamento de custeio entre as Faculdades e Institutos obedece a critérios de

desempenho qualitativo. Significa que os recursos são destinados de acordo com

os indicadores de desempenho de cada Unidade quanto à graduação, pesquisa e

pós-graduação. Na área financeira, a flexibilidade permite que se gerencie os

recursos à partir de cronogramas próprios, o que leva a melhores resultados. Parece que a autonomia universitária é um novo desafio, e imediatamente

aflora a grande questão: pode-se continuar na biblioteca com a atual estrutura organizacional, o atual modelo de planejamento para enfrentar esse desafio?

Se a resposta é não, quais novos modelos devem ser implementados?

Situação atual - estruturas antigas;

- staff passivo, desvalorizado, com pouca motivação; - métodos de trabalho pouco criativos;

- tomadas de decisão baseadas em fatores históricos,

Page 122: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

3.1

cultura corporativa;

- isolamento da biblioteca dentro da Universidade.

Mudanças necessárias

- criar e utilizar competência interna;

- inovar;

- conhecer e trabalhar com vistas às metas institucionais;

- criatividade;

- flexibilidade nas estruturas; - avaliação;

- coleta sistemática de dados;

- trabalho com padrões;

- compartilhamento;

- educação, treinamento e valorização de recursos humanos; - melhor instrumentação nas tarefas: manuais, normas técnicas, rotinas

padronizadas;

- tomadas de decisão baseadas em avaliação constante de processos,

serviços, produtos.

A necessidade de mudança é praticamente um consenso; intelectualmente é

fácil assumir, mas agir nessa direção é bem mais difícil e complexo.

Se aceita a necessidade de mudança, a primeira tarefa da biblioteca

universitária, ao enfrentar o desafio da autonomia, é determinar quais aspectos

priorizar. Sem deixar de lado sua missão de apoiar as atividades de ensino,

pesquisa e extensão, isto é, prover as necessidades e atender as expectativas de

seus usuários, a biblioteca deve reexaminar suas metas, e considerar sua real

capacidade de modernizar estruturas e introduzir novos métodos de trabalho com

soluções mais ágeis e positivas. Não parece haver uma fórmula mágica , ou um

modelo já estabelecido. A própria literatura, quando trata de mudança de estrutura

de biblioteca parece levantar mais perguntas que respostas. Esse novo modelo de

trabalho deve engajar todo pessoal da biblioteca, e sabe-se como é difícil essa

tarefa. Há que se encontrar caminhos próprios, principalmente a partir do

conhecimento profundo da própria universidade e das metas institucionais. Cada

Instituição tem suas peculariedades, necessidades e metas, e gerencia a

autonomia partir dessas definições. O essencial é que a biblioteca esteja

preparada e atenta para se integrar a essa nova realidade.

Se de um lado esse aspecto da autonomia universitária exige maior

competência e agilidade na gestão financeira, na área administrativa a

flexibilidade pode atingir, de maneira positiva, a área de recursos humanos, sem

dúvida, principal fator para se chegar ao novo modelo de gestão mais produtivo. Segundo DE GENNARO, um dos pontos focais de mudança nas

bibliotecas está exatamente no staff, e há necessidade de treinamento,

valorização e mudança de comportamento, de cultura profissional "institucional"

local. Ele observa que há tanto a necessidade de reciclar, atualizar, envolver o

pessoal da biblioteca em novos compromissos de trabalho, quanto de recrutar e

empregar o melhor profissional possível.

Para aceitar as novas concepções de trabalho e estrutura, todos os

trabalhadores da biblioteca, de diretores a pessoal operacional, devem não só

aprender novas formas de trabalho e ação, mas também abandonar velhos hábitos,

íi^

Page 123: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

3.1

rotinas e orientações. Não é um processo fácil nem rápido. Mudar valores, comportamento, e padrões de trabalho, exige tempo e investimento em ensino e

treinamento, dando-se a oportunidade de aprendizagem e crescimento.

Como exemplo de política de recursos humanos, já flexibilizada pela

autonomia universitária, pode-se citar novamente a UNICAMP, com diretrizes que

têm concorrido para solucionar esta questão. Indiscutivelmente, sem as restrições

financeiras dos últimos anos, seus efeitos teriam alcançado ainda melhores

resultados. As principais diretrizes são; - plano de carreiras técnico-administrativas em três níveis;

- perfis de ocupações com especificações próprias;

- avaliação anual de desempenho com investimento, a cada ano, de 2% da folha de pagamento;

- possibilidade de acesso de um nível da carreira para outro, através de progressão;

- aproveitamento de recursos de vacância (aposentadoria ou demissão) para progressão dos demais funcionários;

- possibilidade de transformação de vaga existente, inclusive da

categoria administrativa para técnica, ou vice-versa;

- plano atual de definição de responsabiblidades/competência dos

grupos para chegar á definição de metas individuais;

- programa de treinamento.

Para gerenciar essa política, criou-se o Conselho de Recursos Humanos, uma Comissão Central de Avaliação e Comissões Locais em cada uma das

Unidades de ensino, pesquisa e de serviços da Universidade, com participação efetiva de pessoal de todos os níveis, como garantia dessas diretrizes.

Reconhecendo a área de recursos humanos como um componente

essencial para o sucesso de qualquer organização, os esforços da biblioteca para

atingir melhor desempenho de seu pessoal devem ser constantes. O envolvimento

nas tarefas e a participação em treinamentos extensiva a todos os níveis do

pessoal são ações imprescindíveis. Finalizando, poder-se-ia afirmar o seguinte;

A mudança é necessária e urgente. Não se pode esperar que se tenha um novo modelo perfeitamente claro, e sem riscos, porque corre-se o risco maior de

perder a oportunidade. A biblioteca, mais que nunca, deve aceitar o desafio de

inovar, em função de uma estrutura mais flexível. Precisa compartilhar

experiências, conhecer outros modelos, aproveitar todas as possibilidades de

introduzir mudanças, sempre a partir da integração com sua Instituição.

Antes mesmo que a autonomia universitária esteja plenamente

instalada, é imprescindível que as bibliotecas comecem a se preparar para vivê-la

com resultados positivos para seus usuários.

ABSTRACT

The paper presents the university autonomy related to the financial and administrative aspects and its impact at the library. It recommends the

modernization of the library structures and systematic evaluation of their process.

ÍA9

Page 124: IX SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS A

3.1

services and products, in order to become more flexible, more creative and more productive. It focuses the human resources as the key to reach success.

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UO