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DIREITO CONSTITUCIONAL
Aula 03
NORMAS CONSTITUCIONAIS NO TEMPO
Revogação por normação geral: art. 2º, § 1º, da LICC – a CF revoga inteiramente o artigo.
DESCONSTITUCIONALIDADE
Aqui a relação é entre constituições.
Carl Smith – concepção política da constituição. Fazia distinção entre as normas:
Constituição propriamente dita e Leis constitucionais:
Quando da origem de uma nova constituição, ocorre 2 situações distintas em relação as
normas as normas constitucionais anteriores:
1º A Constituição propriamente dita (norma materialmente constitucionais)
Ficam inteiramente revogadas.
A Constituição propriamente dita (norma materialmente constitucionais). A Constituição
propriamente dita é apenas a q decorre de uma decisão política fundamental - são
chamadas de normas materialmente constitucionais). São elas:
Direitos fundamentais
Estrutura do Estado
Organização dos poderes
2º As leis constitucionais (normas formalmente constitucionais) Norma de matéria de lei
dentro da CF (normas formalmente constitucionais/leis constitucionais). – Ex: colégio Pedro
II na RJ. Entendimento sobre essas normas por Pontes de Miranda, Manuel Gonçalves
Ferreira Filho. Concepção política de Carl Scmith: As leis constitucionais poderiam ser
recepcionadas, se compatíveis com a nova constituição. É O fenômeno da
desconstitucionalização, que se da quando as leis anteriormente constitucionais passam a
ser consideradas leis infraconstitucionais (não aceita no Brasil).
Ou seja, quando surge uma nova Constituição, a maioria da doutrina entende que a
Constituição anterior fica inteiramente revogada pelo fenômeno da revogação por
normatização geral, mesmo que a nova não seja incompatível com a antiga. Mesmo que
esta teoria da desconstitucionalização não seja hoje a mais aceita, ela é importante para
notar a diferença entre as normas constitucionais propriamente ditas ou materialmente
constitucionais, como a organização dos Poderes, estruturação do Estado e consagração de
Direitos Fundamentais (todas, segundo Karl Schmidt, que decorrem de uma decisão política
fundamental), e as normas não propriamente constitucionais ou formalmente
constitucionais, que correspondem a outras normas dentro da Constituição que não
correspondem a decisão política fundamental. O revogado artigo 242, parágrafo 2º, da
Constituição, que tratava da fixação do colégio Pedro II no Rio de Janeiro, eram exemplo de
norma constitucional formal.
RECEPÇÃO
Aqui a relação é entre a constituição e as normas e atos infraconstitucionais.
1. Conceito: Como se sabe, a Constituição é o fundamento de validade de todas as leis e
atos normativos inferiores. Com o surgimento de uma nova Carta Fundamental, haveria a
necessidade de se rever todos os atos e leis que lhe são, agora, inferiores. No entanto, tal
verificação é impossível, praticamente, fazendo com que, pelo fenômeno da recepção, se
entenda que as normas e atos infraconstitucionais, caso não sejam expressamente
declarados como incompatíveis com a Constituição, sejam automaticamente
recepcionados.
2. No aspecto material: normas materialmente constitucionais ou inconstitucionais.
Quanto do surgimento de uma nova CF ocorrem o fenômeno em relação às normas
infraconstitucionais anteriores: As que forem materialmente (o conteúdo) compatíveis são
automaticamente recepcionadas; as que foram materialmente incompatíveis, segundo o
Supremo Tribunal Federal, não são recepcionados, acarretando a sua revogação, ou seja, a
revogação é o fenômeno que surge quando uma norma infraconstitucional não é
compatível materialmente com a Constituição, preservando o ordenamento jurídico como
uma unidade.
Princípio da unidade do ordenamento jurídico: Não se admitem normas incompatíveis
dentro do ordenamento jurídico, p/ evitar vácuo legislativo.
A inconstitucionalidade material refere-se ao conteúdo do ato infraconstitucional, ou seja,
quando este contrariar norma substantiva da Constituição, seja uma regra ou princípio.
3. No aspecto formal (normas formalmente inconstitucionais)
A inconstitucionalidade formal decorre da criação de um ato legislativo em
desconformidade com normas de competência ou aos procedimentos estabelecidos para o
seu devido ingresso no ordenamento jurídico.
Ainda é possível diferenciar diferentes modalidades de inconstitucionalidade formal por
vício de incompetência ou de elaboração:
A) Inconstitucionalidade Orgânica
A primeira refere-se ao vício de forma, quando não houve obediência à regra de
competência para a edição do ato, denominada de inconstitucionalidade orgânica. Como
exemplo, pode-se citar a edição de lei em matéria penal pela Assembléia Legislativa de um
Estado da Federação. A Assembléia terá violado competência expressa na Constituição, que
determina à União legislar sobre matéria penal. Ou seja, A inconstitucionalidade formal
ocorre quando uma lei é elaborada por órgão incompetente (inconstitucionalidade
orgânica). – esse é um caso que pode ocorre inconstitucionalidade superveniente? (será
estudado posteriormente) – fiquei em duvida quanto a isso, prof. explicou que nem a cara
dele. Pesquisar.
B) A inconstitucionalidade formal propriamente dita:
Somente ocorreria caso houvesse inobservância do processo legislativo próprio, o seja,
quando na elaboração da lei adota-se procedimento diverso daquele estabelecido na
Constituição (inconstitucionalidade formal propriamente dita).
É interessante saber que se a norma era incompatível formalmente com a Constituição
anterior, não se torna constitucional com a nova Constituição, pois se pode afirmar que a
norma nunca ingressou no mundo jurídico.
Mas se uma norma que era formalmente constitucional quando da Constituição anterior, e
que formalmente ela não é mais constitucional com a nova CF (inconstitucionalidade formal
propriamente dita), não ocorre sua revogação, muito menos inconstitucionalidade formal
superveniente, e nem será impedida sua recepção, mas fará apenas com que a norma
adquira uma nova roupagem/status.
É inconstitucionalidade formal superveniente? Não, pq nesse caso nao será impedida a
recepção, ou seja, ao se falar em inconstitucionalidade superveniente, refere-se à
contradição dos princípios materiais da Constituição e não às regras formais da elaboração
das leis.
Gilmar Mendes ao citar Canotilho: "a inconstitucionalidade superveniente refere-se, em
princípio, à contradição dos actos normativos com as normas e princípios materiais da
Constituição e não á contradição com as regras formais ou processuais do tempo de sua
elaboração." [5]
Ex. CTN – era lei ordinária, hoje tem status de lei complementar - o Código Tributário
Nacional que ingressou no ordenamento jurídico como lei ordinária, mas foi recepcionada
pela Constituição de 1988 como lei complementar, uma vez que nossa lei maior exige que
essas matérias sejam tratadas por esta modalidade legislativa, o que não era previsto na
Constituição anterior na época da edição do CTN.
A Inconstitucionalidade formal orgânica seria uma exceção as normas formais/processuais?
Fiquei na dúvida, perguntar!
INCONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE:
1. Conceito:
Distinção de Recepção e Inconstitucionalidade Superveniente
É importante saber primeiramente, a diferença em inconstitucionalidade originária e
superveniente:
A) Inconstitucionalidade originária:
Quando a norma legal é editada após a Constituição e sob o seu império, mas sendo com
Ela incompatível. Nesse caso, o ato normativo será inconstitucional desde sua origem, já
que contém vícios incompatibilizam com a Constituição.
B) Inconstitucionalidade superveniente
Norma anterior a Constituição e é com ela incompatível, a doutrina se divide: para uns seria
caso de inconstitucionalidade superveniente; já para outros, seria caso de mera revogação
(direito intertemporal).
Curiosidade: Nessa situação, é pacífico que as leis anteriores válidas e materialmente
compatíveis com a nova Constituição são por ela recepcionadas, permanecendo em vigor –
ÓBVIO!!.
STF - cf. ADI nº 04, Rel.: Min. Paulo Brossard – Prevalece o entendimento Para o STF, de que
eventual incompatibilidade da legislação pré-constitucional em face de uma nova
Constituição acarreta tão somente a revogação. Segundo o STF, quando uma lei anterior é
materialmente incompatível com uma Constituição, não há um juízo de
inconstitucionalidade, mas uma mera aplicação das regras de direito intertemporal,
especialmente, o critério segundo o qual a norma posterior revoga a anterior com ela
incompatível. Assim, a norma materialmente incompatível com a nova ordem
constitucional não se torna inconstitucional por superveniência, mas revogada ou
simplesmente não-recepcionada.
Explicação desse entendimento: Para que uma lei seja inconstitucional, é necessário que ela
esteja em divergência com a Constituição vigente à época de sua edição. Ao elaborar uma
lei, o legislador deve se pautar pelos ditames estabelecidos pela Constituição de sua época
e não por uma Constituição passada ou futura. Assim, uma lei que nasce constitucional,
pois está de acordo com sua Lei Maior, não passa a ser inconstitucional
(inconstitucionalidade superveniente) simplesmente porque houve uma mudança no
padrão constitucional.
Poderá ser aplicado por qualquer juiz de direito, dispensando-se, assim, as cautelas
inerentes ao processo de declaração de inconstitucionalidade.
Também é este o entendimento do Supremo Tribunal Federal: só se pode falar em
inconstitucionalidade quando tratar-se de ato normativo posterior à Constituição.
Mas é entendido também, que há duas exceções, em que há inconstitucionalidade formal
superveniente:
a) Inconstitucionalidade formal orgânica
Na verdade o prof. falou claramente q só tem uma exceção (a próxima citada), mas ele
meio q falou sobre isso ser uma exceção também, mas não aprofundou e nem disse
claramente sobre ser ou não. Esse entendimento coloquei estudando em casa, mas ao
pesquisar não encontrei em nenhum lugar afirmando se é realmente uma exceção à
inconstitucionalidade superveniente ou não. Por isso eu não sei se chega a ser uma exceção
por ser do aspecto formal, e o prof. diz q normas formais eram sempre recepcionadas. Mas
depois disse que há casos de incons. formal orgânica que não são recepcionadas... Ou seja,
FICOU MAL EXPLICADO! Mas por via das dúvidas coloquei aqui oq o prof. falou por alto em
sala (sem muita certeza – ler com cautela) – Perguntar do prof. depois.
a.1. Caso de inconstitucionalidade da norma orgânica por modificação na norma
processual:
A regra é que leis que dispões sobre a formalidade sejam sempre recepcionadas sendo
adaptadas a nova CF, tendo como exceção a inconstitucionais formal orgânica em alguns
casos.
A inconstitucionalidade orgânica é uma espécie de inconstitucionalidade formal em que o
órgão que profere determinado ato normativo é incompetente, decorrendo daí o vício.
Ocorre quando uma lei é elaborada por órgão incompetente (inconstitucionalidade
orgânica).
Pode Inconstitucionalidade formal orgânica, é no caso de normas cuja competência
legislativa era atribuída a entes federativos distintos.
Por ser entendimento do Supremo Tribunal Federal: só se pode falar em
inconstitucionalidade quando tratar-se de ato normativo posterior à Constituição, daí surge
a inconstitucionalidade orgânica, pois pode ocorrer por exemplo:
Ex: É o caso em que uma Constituição faz previsão no sentido de que uma determinada
matéria deve ser objeto de lei Estadual (órgão menor). Imagine que esta lei seja editada,
mas posteriormente haja uma modificação no padrão constitucional exigindo que esta
mesma matéria devesse ser tratada por lei federal/União (órgão maior). Nesse caso, deve-
se reconhecer a eficácia derrogatória da norma constitucional que alterou a competência
legislativa do âmbito estadual para o federal, ou se seja, a lei anterior tornou-se
inconstitucional frente a nova regra formal da CF, e quando se trata de competência, será a
a norma do órgão inferior inconstitucional frente a nova norma do órgão maior, gerando
inconstitucionalidade superveniente . Aqui seria caso de inconsitucionalidade formal
superveniente ou seria um caso de mera revogação? Perguntar do professor!
a.2. Caso de constitucionalidade da norma orgânica mesmo com modificação na norma
processual:
Contudo, a doutrina ensina que no caso contrário, ou seja, se a matéria passou da
competência federal para a estadual, a norma editada pela União subsiste estadualizada,
até que ocorra a sua derrogação por lei estadual própria. Obs: Nesta hipótese a recepção só
é admitida por a competência anterior ser do ente maior e a nova competência passa a ser
um ente federativo menor – ex: a competência é atribuída a União e nova CF atribui aos
Estados, nesse caso pode haver recepção na lei municipal.
b) Inconstitucionalidade Superveniente nos casos de Mutação Constitucional
Em que nessa há uma mudança na interpretação de uma norma, alterando-se também o
parâmetro normativo constitucional. Nesses casos, observa-se um processo de
inconstitucionalização, que pode eventualmente acarretar na declaração de
inconstitucionalidade de uma lei tida anteriormente como constitucional. Que será melhor
explicado separadamente depois. Essa é certeza que faz parte de uma exceção!!!
CONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE
Ocorre quando uma norma originariamente inconstitucional é constitucionalizada em razão
surgimento de uma nova CF ou de uma emenda.
Ex: Lei de PR em 1998, em desacordo com a CF/88, e a EC 41/13 admitia a contribuição de
incentivos, de modo que a lei passou a ser constitucional.
Lei inconstitucional tem natureza de ato nulo. STF - como a natureza de lei
inconstitucional é de ato nulo, este vício de origem não pode ser sanado, por isto o STF não
admite a constitucionalidade superveniente (ADI 2758; 2752)
Tal fenômeno ocorre quando uma norma que era inconstitucional ao tempo de sua edição,
passa a ser compatível com a Constituição devido a uma modificação no parâmetro
constitucional.
De acordo com a doutrina, a admissibilidade dessa tese depende do entendimento que se
tenha acerca da natureza da norma inconstitucional: ato nulo ou anulável.
Entendendo-se a norma inconstitucional como nula, impossível será a constitucionalidade
superveniente, uma vez que ela apresenta um vício originário e insanável. Contudo, para
aqueles que entendem que a natureza da norma inconstitucional é de ato anulável,
admissível será a constitucionalidade superveniente, desde que não tenha ocorrido a sua
declaração de inconstitucionalidade com efeito erga omnes.
REPRESTINAÇÃO
Agora, imaginemos que a Constituição A é revogada pela Constituição B e esta
pela Constituição C. A última não gera o retorno da primeira, sendo a última é que vale. Se
assim não fosse, haveria grande insegurança jurídica e instabilidade na sociedade. No
entanto, se o mesmo caso ocorresse com as leis, nos termos do artigo 2º, parágrafo 3º, da
Lei de Introdução ao Código Civil, haveria represtinação.
Essa represtinação, conforme a doutrina majoritária, se distingue do alegado
represtinatório tácito, que será explicado em seguida.
RESPRESTINAÇÃO TÁCITA/EFEITO REPRESTINATÓRIO TÁCITO
1. Em regra
2º, LINDD – a represtinação tácita não é aceita no ordenamento jurídico brasileiro.
No d. constitucional a represtinação não é aceita por razão de segurança jurídica não
compromete a estabilidade das relações sociais. – mesmo entendimento q se aplica p/ as
normas infraconstitucionais.
2. Exceções: (decisões STF)
A) Lei 9.868/1999 – Cautelar STF suspendendo a revogação, com efeito ex nunc.
11§2º, L. 9868/99, concessão de liminar em ADIN. Não há terceira lei, há decisões do STF
suspendendo a revogação lei q anteriormente fora revogada, voltando a lei revogada a
produzir os seus efeitos, porém com efeito ex nunc.
Ex: Depois da revogação da Lei 9.868/1999, o STF concedeu medida cautelar suspendendo
a revogação. Assim, a partir da medida cautelar (ex nunc), passa a valer a lei outrora
revogada, exceto se o Supremo declarar de forma diversa.
A - Lei revogada
B- Cautelar STF suspende a revogação
A- Volta a valer
B) STF declara lei revogadora inconstitucional por ADIN, com efeito ex tunc.
STF realiza a modulações dos efeitos e decisões p ex tunc. O STF declara a lei
inconstitucional julgando o mérito.
Ex: med. prov. suspende a eficácia da lei, mas MP n pode revogar lei!! – pq lei é ato do
congresso e med. prov. é ato do poder executivo. – declarada essa medida inconstitucional!
O STF proferir decisão com efeito vinculante, seja no controle concentrado ou
difuso, declarando inconstitucional uma lei, é como se ela não existisse, pois a declaração
do STF, em regra, tem efeito ex tunc. Nesse caso, se a lei q revogou a outra é declarada
inconstitucional, é como se não houvesse a revogação. Assim, se afirma que houve
represtinação, fato que não pode existir entre constituições.
Efeitos represtinatórios tácito. Ex. medida prov. foi aprovada pelo CTN, e se convertida em
lei q revogará definitivamente a lei anterior q estava com nova eficácia suspensa, mas se a
med. prov. não for ajuizada, e não convertida em lei, a lei anterior volta a ter eficácia. (já foi
cobrado como represtinação tácita em prova).
A hipótese no 34 ADCT trata de recepção material expressa na nova constituição de norma
da constituição anterior.
A - Lei revogada
B- Revogadora da A é declara inconstitucional pelo STF(ADIN). Ex tunc.
A- Volta a valer
MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL (já citada lá em cima)
1. Reforma
O último fenômeno de hermenêutica constitucional é o da mutação constitucional. Por ela,
temos processos informais de alteração da Constituição, sem que haja modificação de seu
texto. Ela ocorre quando o STF, na qualidade de intérprete e guardião da Constituição, lhe
dá interpretação diversa da anterior.
Ex: O STF interpretava o artigo 52, inciso X da CF, no sentido de que só cabia informar ao
Senado, quando da retirada de uma norma. Hoje, como o Supremo entende que suas
decisões no controle (concentrado ou difuso) podem ter efeito vinculante, não persiste a
necessidade de informar ao Senado para retirar a norma do ordenamento. Atualmente, o
papel do Senado, de interpretação do STF da extensão do efeito vinculante para as decisões
difusas, foi alterado para o de simples órgão que dá publicidade, não mais retirando a
norma do ordenamento jurídico.
2. Alteração do conteúdo da CF – Costume e interpretação – HC82959
Também, quando um costume constitucional é alterado, ocorre mutação constitucional. O
costume é a prática reiterada que cria obrigação sem haver texto legal. Segundo J. J. Gomes
Canotilho, a mutação só pode ser considerada como processo legítimo se contida dentro
dos limites da CF. Além disso, a mutação também não pode alterar os princípios
estruturantes da Constituição, que são aqueles previstos no artigo 60, parágrafo 4º, da
Constituição.
3. Enfatizando:
A) Conceito de mutação constitucional: São processos informais de alteração do
contexto da CF sem que traga modificação em seu texto.
Pode ocorrer através da mudança do:
Costume ou;
Interpretação.
A norma é produto/resultado da interpretação de um texto normativo.
Feito com o mesmo conteúdo é interpretação diferida, resultando em uma nova norma
jurídica diferente da anterior.
Ex.: Princ. da individualização da pena, STF HC 82953, art. 5º XLVI, interpretação de outra
maneira.
“LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade
provisória, com ou sem fiança;”
B) Limites p a legitimidade da mutação constitucional
a) Programa normativo (texto)
b) Princs. estruturantes da CF.
TEORIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
1. Introdução
A) 5º, §1ª, CF - se refere a todos os ds. e garantia fundamentais – aplicação imediata.
“§ 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação
imediata.”
B) 5º §2º, CF - concepção material dos ds. fundamentais. Tratados internacionais e ds.
humanos. Com status constitucionais.
C) 5º, §3º, CF - TIDH aprovados por 3/5 em 2 turnos terão status de emenda
constitucionais.
2. Interpretações
A) 1ª corrente
Hugo Sarlet – deve ser interpretada como um princ., já afirma que – é uma norma que
exige que os ds. e garantias fundamentais tenham uma aplicação imediata na maior
medida.
B) 2ª corrente
A norma contido neste dispositivo deve ser interpretado com uma regra geral q possui
exceções expressamente previstas no texto constitucional. Ex: 7º, I, IV, XXXVII – esse ultimo
inciso q o prof. deu, não existe, perguntar qual é, CF.
“Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos
termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros
direitos;”
[...]
“IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas
necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde,
lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe
preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;”
[...]
C) 3ª corrente
5º, §1º adota Concepção Material dos ds. fundamentais – ds. fundamentais são os ds. que
tem o conteúdo de d. fundamental.
Flavio Pioersais; Antonio Augusto C. Trindade; TIDH – tratados internacionais de ds.
humanos com status constitucional – não adotada o Brasil como ds. fundamentais salvo: 5º,
§3º - tratados e convenções de ds. humanos aprovados por 3/5 em 2 turnos tem status
constitucional.
“§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos
dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.”
Pq? Pq ds. fundamentais e ds. humanos tem como parte em comum o fato de protegerem
e promoveram a dignidade, a liberdade e a igualdade. A diferença esta no plano em que
resistiram enquanto os ds. fundamentais são consagrados pro plano interno (constituição),
os d.s humanos são consagrados no plano internacional (tratados e convenções
internacioais).
Na mesma forma que os ds. internacionais não se restringem ao 5º, os ds. fundamentais
não se restringem ao título.
3. Classificações
A) Ds. e Garantias Fundamentais (Título II)
a) Direitos e Garantias Individuais
No título II, CF – trata os ds. e garantia fundamentais como um gênero, do qual são espécies
os ds. e garantia individuais e coletivos no capitula 1,
a.1. ds. sociais
No capitulo II.
a.2 ds. nacionais
No capitulo III,
a.3 ds. políticos
No capitulo IV,
a.4 ds. de partidos políticos
No capitulo V.
Obs: maioria dos ds. fundamentais estão relacionado aos ds. sociais.
b) Teoria dos “status” – Jellinek.
b.1 Status Passivo/Statys Passia
É aquele em que se encontra o individuo, detentor de devedores perante o Estado.
Indivíduo está sujeito a norma/comando estatal.
b.2 Status ativo Não peguei
b.3 Status negativo
O indivíduo goza de um espaço de liberdade diante de possíveis ingerências do Estado. Ex:
correspondência telefone, propriedade.
b.4 Status positivo
O indivíduo tem o d. de exigir do Estado determinando prestações positivas. Ex. direito
sociais; proteção à infância; à maternidade; contruções de escola; segurança publ.;
assistência judiciária gratuita, etc.
c) Teoria Unitária - Jairo Schaffer.
A profunda semelhança entre os ds. fundamentais, impede q sejam danificados em
categorias estruturalmente diversa.
Jairo Schaifir.
d) Teoria Dualista
Ds. de defesa: conferem ao indivíduo um status negativo com intuito de protegê-lo contra
ingerência do Estados, contra o arbítrio estatal.
Ds. prestacionais: conferem ao individuo um status positivo, ou seja, confere a capacidade
exigir prestação material e jurídica do Estado. Hugo Sarlet. Liberdade positivas.
e) Teoria Trialista (é a mais adotada tanto no Brasil) – será estudada na próxima aula.
Aula 04
e) Teoria Trialista(é a mais adotada tanto no Brasil) (Continuação da aula anterior)
e.1) Direito de defesa
Protegem um indivíduo contra o arbítrio do Estado: ds. e garantias individuais (5º CF).
Confere status negativo ao indivíduo (pq exige uma abstenção por parte do Estado).
e.2) Direito a prestações
Vai exigir do Estado prestações materiais e jurídicas. Confere ao individuo um status
positivo (o indivíduo pode exigir do Estado determinadas prestações materiais (criar
escolas, etc), ou jurídicas (ex:elaboração de normas, justiça,etc).
Ex: alguns Direitos sociais.
Todo d. a prestação são ds. sociais? Nem todo d. social é um d. prestacional, ex: liberdade
de associação sindical é social mas não é prestacional, pq é um d. de defesa (status
negativo); d. de greve é um d. social mas não exige do Estado prestações, mas exige uma
abstenção.
E todo d. social é um d. a prestação? Pq há ds individuais q são d. de prestação, ex:
Assistencia jud. Gratuita é um d. indivial, q exige um status positivo, logo requer uma
prestação, mas por ser individual não é de prestação. ???????? - dúvida
e.3) Direito de participação
Permite a partipação do indivíduo na vida política do Estado.
São os Direito de Nacionalidade e os Direitos Políticos(em regra os ds. políticos no Brasil
necessitam ter ds. de nacionalidade, a exceção: 12§1º são os portugueses equiparados aos
brasileiro em algumas situações).
Conferem ao indivíduo status ativo (ele pode participar na vida pol. do Estado)
4. Caracteres dos Direitos Fundamentais
a) Universalidade
A vinculação desse direitos a liberdade e a dignidade da pessoa humana conduz a sua
universalidade, entendida no sentido de existência de um núcleo mínimo de proteção a
dignidade que deve estar presente em qualquer sociedade Independentemente de suas
características culturais. A multiculturalismo impulsiona a universalidade.
b) Historicidade (HOBBIO)
Os d.s fundamentais são considerados históricos por terem surgido em época distintas e se
modificaram com o passar do tempo.
Essa característica afasta a tese jusnaturalista, se são históricos não são inerentes da
característica humana, pq na verdade eles vão surgindo ao longo do tempo e podem se
modificar ao longo do tempo e até se extinguir. Ex: uma época não existia d. ao meio
ambiente pq não tinha um impacto contra o meio ambiente, surgiu depois.
c) Inalienabilidade
d) Imprescritibilidade
e) Irrenunciabilidade
Serve para essas 3 caratcterísticas: Não possui conteúdo patrimonial, os direitos
fundamentais são consideradas intransferíveis, inegociáveis e indisponíveis. Os 3 casos oq
não se admite é a renuncia, presquição ou a negociação da titularidade do direito (total e
perpétua), embora se admita em relação ao seu exercício (parcial e temporário).
f) Relatividade/Limitabilidade
Os direitos fundamentais não são considerados absolutos por encontrem limites em outros
direitos também protegidos tb pela CF. (é comum achar exceções q restringem um pouco
os ds. fundamentais)
Robbie entende q existem 2 direitos q tem valor absoluto: a) d. a não ser escravizado b) d. a
não ser torturado.
5. Eficácia dos ds. fundamentais
A) Vertical
É a eficácia tradicional protegia pelos ds. fundamentais (defendida pela doutrina clásssica).
Subordinação. Consiste na aplicação dos ds. fundamentais às relações entre particulares e o
Estado, aplica-se essa relação vertical, de modo a delimitar um pouco o poder do Estado
em face dos ds. fundamentais.
B) Diagonal
Consiste na aplicação dos ds. fundamentais às relações entre particulares nas quais existe o
desequilíbrio fático.
Pq há casos que entre os particulares ñ é uma relação equilibrada, ex: patrão está numa
posição superioridade com relação ao empregado.
C) Horizontal
Eficácia privada em relação a terceiro 3º - eficácia externa.
Consiste na aplicação dos d.s fundamentais as relações entre particulares (pq entre 2
particulares não tem subordinação, estão no mesmo plano).
c.1. Teoria da ineficácia horizontal
A teoria menos adotada hj em dia, mas é adotada em Países como EUA.
Doutrina “state Action”
Equiparação de certos atos privados à atos estatais com a finalidade de permitir que os ds.
fundamentais possam ser aplicados a certas situações ocorridas nas relações entre
particulares. Ex: caso “Company down”, equiparou o ato dessa empresa a um ato publ, pq
essa empresa era tão grande q era como uma cidade.
Pressuspostos: De acordo com essa concepção os d.s fundamentais se aplicam apenas às
relações entre particulares e o Estado. Seus fundamentos básicos são: a) Liberalismo; b)
Autonomia privada; c) 1/3 Constitucional.
c.2 Teoria da eficácia horizontal indireta (ALE/ e Gunter Durig)
Teoria adota na Alemanha.
Os direitos fundamentais devem ser relativizados nas relações contratuais a favor da
autonomia privada. Para essa concepção os direitos fundamentais não ingressam no
cenário privado como ds. subjetivos, sendo necessário para isso a intermediação do
legislador.
Para os adeptos dessa teoria a aplicação direta causaria uma desfiguração do d. privado e
ameaçaria a autonomia privada.
c.3 Teoria da eficácia horizontal direta (Nipperdey) (Drittwirkung)
Vem sido adotada em países como Portugal, Espanha, Itália e o Brasil.
Esta teoria a admite a aplicação direta dos ds. fundamentais às relações entre particulares,
embora entenda que esta não deva ocorrer com a mesma intensidade da aplicação com
relação ao Estado, sendo necessário levar em consideração a autonomia privada. Quanto
mais equilibrada a relação, maior o peso a ser atribuído a autonomia privada.
RE161243
C.4 Teoria Integradora (Robert Alexy/e Bockenforde)
A irradiação dos direitos fundamentais deve ocorrer primordialmente através da
intermediação legislativa, todavia, havendo ausência de lei, os ds. fundamentais poderão
ser aplicados diretamente.
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
1. Princípio da Proporcionalidade e Razoabilidade
A) Nomenclatura/Consagração implícita: Pq não está expresso na CF, às vezes é falado
indiretamente apenas. Este princ. é deduzido da cláusula do devido proc. legal substantivo
(5º, inc LIV e LV.). Posição adotada pelo STF.
B) Princ. da Proporcionalidade, Nomenclatura:
A rigor, a proporcionalidade não pode ser ponderado frente a outro principio, trata-se de
uma meta norma que estabelece um procedimento formal para a aplicação de outras
normas. De acordo com Humberto Abino, o pric. da prop. é um postulado. Alex - o pric. da
prop. é uma máxima. Obs: o entendimento dos dois tem o mesmo sentido.
Proporcionalidade tem origem no d. Alemão.
Na Alemanha o Pric. Da Proporcionalidade é abstraído do princ. do Estado de Direito.
Alguns entendem q foi extraída pelo sistema de direitos fundamentais.
a) Metanorma/Máximas Parciais/Postulado (Regras - devem ser cumpridas!)
O princ. da proporcionalidade é um procedimento formal a ser utilizado na avaliação de
medida estatais, se não tiver medida estatal, utilizará apenas a ponderação.
São elas:
a.1. Adequação: Exige que as medidas estatais adotadas sejam apta para fomentar os fins
almejados. Envolve uma relação entre meio e fim, para q uma medida estatal seja
considerada adequada, se enquadre dentro do princ. da proporcionalidade, é necessário q
a medida adotada pelo Estado seja apta p/ promover/fomentar o fim almejado. Ex: ADI
4103, ela questionava a lei seca (lei 11.705/08).
a.2. Necessidade/Exigibilidade/Menor ingerência possível: Havendo 2 meios similarmente
eficazes, deve-se optar por aquele q seja menos oneroso possível.
a.3 Proporcionalidade no sentido estrito: O grau de realização do princ. constitucional
fomentado deve ser suficiente para justificar a intervenção do princ. constitucional
restringido, dentro das possibilidades jurídicas existentes.
Analisar se a medida adotada pelo Estado promove um princ. constitucional de forma q
justifique a restrição causada por ela a outro princ. constitucional.
Em todos os 3 níveis, deve ser observada a margem de ação do legislador que é decorrente
do princ. formal da competência decisória do legislador democraticamente legitimado.
C) Princ. da Razoabilidade
No Brasil a maior parte da doutrina e jurisprudência do STF, tratam os 2 princípios como
equivalentes.
Humberto Abino – Teoria dos Princípios – ler esse livro.
Razoabildade tem origem no d. anglo sacção, com intuito de evitar condutas árbitrárias,
excessiva.
Aula 05
DIREITOS INDIVIDUAIS
Direito à vida
1. Âmbito de proteção:
O bem jurídico protegido é a vida humana em seu sentido biológico.
A) Dupla Acepção:
Negativa
Consiste no d. a permanecer vivo. Os estados e particular não devem intervir no d. a vida
(5º, inc. XLVII, “a”).
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;”
Positiva:
Consiste no d. a exigir do estado prestações para a proteção da vida e p/ possibilitar as
condições mínima de uma existência digna.
Ex: Maria da penha, a lei.
O Brasil não extradita estrangeiro que o país de origem preveja pena de morte .
Vida + Dignidade da pessoa humana.
B) Dimensões
Dimensão subjetiva e Dimensão Objetiva
A proteção do direito deve ser pensada não apenas sob a perspectiva do indivíduo q é o seu
titular (dimensão subjetiva), mas também sob ponto de vista da comunidade (dimensão
objetiva).
C) Características do d. a vida:
Inviolabilidade
Protege o direito contra violações por parte do Estado e de 3ºs.
Irrenunciabilidade
Protege um direito contra violações de seu próprio titular.
D) Restrições
São intervenções constitucionalmente justificada, no âmbito de proteção de um d. tem que
ser adequado, necessária e proporcional em sentido estrito
Pena de morte 5º, XLVII, “a”
Em caso de Guerra.
XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
Restrição contida no CP
Aborto Necessário (128, I, CP)
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: (Vide ADPF 54)
Aborto necessário
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
Sentimental (128, II, CP)
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante
ou, quando incapaz, de seu representante legal.
ADPF 54/DF – previu antecipação terapêutica de feto encéfalo (sem cérebro). – pois não há
vida humana sendo protegida.
Lei 11.105/05 – Lei de biossegurança – ADI 3510/DF.
Permissão de realização de pesquisas p/ utilização de células troncos q já iriam ser
descartadas, pq os pais não iriam mais usar a fertilização em vidro – por conta disso o STF
entendeu q entre descartar e jogar no lixo, melhor q utilizasse pra pesquisa (ADI 3510/DF)
Direito de igualdade
1. Igualdade perante a lei X Igualdade na lei
A. Igualdade jurídica/formal/civil/perante a lei.
Consiste na observância do princ. da igualdade na aplicação da lei.
B. Igualdade fática/material/real/perante os bens da vida
Consiste na observância do princ. da igualdade tanto na aplicação qnto na elaboração das
leis – hj ela é interpretada tb de forma a abranger o poder legislativo.
Dimensões:
Subjetiva
d. individual de ser tratado de uma forma isonômica.
Objetivo
Do ponto de vista da comunidade no sentido de impedir certos privilégios.
2. Princ. da Ampla igualdade
Princ. da Igualdade jurídica
Não se pode admitir critério preconceituosos, discriminatório ou injustificado de uma
maneira geral.
Atua como espécie de regulador das diferenças.
Impõe um tratamento isonômico e parcial, ao menos prima facie(primeira face) a pessoa q
se encontra em uma mesma categoria social(situação).
Concurso publico
Admite um tratamento diferenciado.
Requisitos: a) Existência de previsão legal; b) Requisito material: Razoabilidade de
exigência, decorrente da natureza das atribuições a serem exercidas. (S. 683)
SÚMULA Nº 683
O LIMITE DE IDADE PARA A INSCRIÇÃO EM CONCURSO PÚBLICO SÓ SE LEGITIMA EM FACE
DO ART. 7º, XXX, DA CONSTITUIÇÃO, QUANDO POSSA SER JUSTIFICADO PELA NATUREZA
DAS ATRIBUIÇÕES DO CARGO A SER PREENCHIDO.
Títulos de notário p/ fins de pontuação – ADI 3522
3. Princ. da Igualdade Fática (Igualdade Material)
Justiça distributiva
Impõe aos poderes publs, a adoção de medidas redutoras e compensatórias de
desigualdade de recursos ou de acesso a bens utilidade (art. 5º c/c art. 3º, III CF)
“Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;”
Medidas positivas.
Ta relacionada a idéia de justiça distributiva – o Estado deve intervir p/ realocar bens e
oportunidades existentes na sociedade em benefício de todos.
Ações afirmativas/discriminações positivas
Consistem em políticas publs. ou programas privados, de caráter temporário desenvolvidas
com a finalidade de reduzir desigualdades decorrentes, de discriminações ou de uma
hipossuficiência no meio da concessão de algum tipo de vantagem compensatória de tais
condições.
Não confundir com sistema de cotas.
Ex: dessa ação afirmativa é a lei Maria da penha.
Sistema de cotas: O STF considerou constitucional, o sistema de reserva de vagas do ensino
superior tanto com base em critério étnico-raciais quanto sócio-econômico. ADPF 186, ADI
3330 – tratou no PROUNI, q o critério é sócio-econômico., RE 597285 – cotas da faculdade
federal de um estado.
Direito a Vida Privada
A) Direito à Vida Privada, Intimidade, Honra, Imagem das pessoas (5º,X):
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: [...]
[...] X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua
violação;
É uma inviolabilidade prima facie, não é absoluta. Pode ser afastada qndo outros princs.
Constitucionais fornecerem razões + fortes.
Interceptação ambiental
Consiste na captação de uma conversa ou de uma imagem no ambiente em que ela ocorre,
sem conhecimento de ao menos um dos interlocutores.
A gravação clandestina ambiental é a gravação da conversa travada ambientalmente, sem o
uso do telefone.
A interceptação ambiental feita pelo aparelho policial, somente é lícita quando se tratar de
organizações criminosas. Sempre sendo necessária e prévia ordem judicial.
É muito utilizada pela seção de operações da Inteligência policial, conforme o art. 2º da Lei
9.034/95,in verbis:
“Art. 2º Em qualquer fase de persecução criminal são permitidos, sem prejuízo dos já
previstos em Lei, os seguintes procedimentos de investigação e formação de provas:
(Redação dada pela Lei nº.10.217, de 11.4.2001) [...]
IV — a captação e a interceptação ambiental de sinais eletromagnéticos, óticos ou
acústicos, e o seu registro e análise, mediante circunstanciada autorização judicial; (Inciso
incluído pelaLei nº. 10.217, de 11.4.2001)”
Haverá ilicitude apenas nos casos de violação:
Expectativa de privacidade
ex: câmera em algum ambiente, q a pessoa tem expectativa de privacidade
Confiança decorrente
Relações pessoais ou profissionais. Ex: conversa entre advogado e cliente.
Gravação Clandestina:
Consiste da captação de uma conversa telefônica, ou pessoal, ou ambiental (que coloca no
ambiente), feita por um dos interlocutores sem conhecimento dos demais.
Não há previsão legal a respeito da matéria e não pode ser autorizada pelo judiciário,
embora a jurisprudência venha a admitindo como meio de prova para a defesa.
Haverá ilicitude quando:
For utilizada sem justa causa; houver violação de causa legal específica de sigilo(ex: médico
não pode divulgar gravação de seu cliente).
Quebra de sigilo:
Consiste no acesso a informações particulares, relativa a movimentações bancárias, ou
referentes a documentos fiscais, ou constantes nos registros das operadoras de telefonia,
ou ainda contidas em arquivos eletrônicos.
c.1. Sigilo bancário
c.2. Sigilo Fiscal
c.3.Sigilo telefônico
c.4. Sigilo de dados
OBS: A legitimidade da intervenção dependerá de 2 pressupostos: Material (Desistência de
uma justificativa constitucionalmente legitima p/ acessar os dados protegidos) + Formal
(Competência da autoridade para determinar a adoção de medida).
Aula 06
Tema Direito Individuais (Continuação)
Direito à vida privada (Privacidade)
(continuação quebra de sigilo):
É o acesso ao registro/histórico das ligações telefônicos, não é o conteúdo da conversa.
Pode ser determinada pelo juiz, e por uma Comissão parlamentar de inquérito (CPI) âmbito
federal – congresso, câmera, senado), quanto CPI Estadual.
Não podem determinar a quebra de sigilo bancário, Tribunal de Contas da União, MP e
autoridades fazendárias. Exceção: Julgamento do MS21729 – Quando houver verba pública
envolvida, (ex: BB que é sociedade de economia mista) o MP tem legitimidade p/ requisitar
diretamente os dados bancários.
LC105/01 – autoriza q as autoridades fazendárias requisitem diretamente a quebra de sigilo
– RE389808 – STF julgou, dizendo que deve ser feita uma interpretação conforme, p/
permitir a requisição de autoridades fazendárias, apenas com ordem judicial.
Interceptação das comunicações (5º, XII, CF)
Trata-se de prática lícita, uma decretada por ordem judicial, tendo previsão constitucional
(art. 5º, XII, da CF/88) e legal (Lei 9.296/96).
Inviolabilidade prima facie – de acordo com as circunstancias do caso concreto, esses ds.
poderão ser restringidos por outros princs. constitucionais de peso maior.
Interceptação da comunicação: Consiste na intromissão ou interrupção de uma
comunicação feita por uma 3ª pessoa (diferente da gravação clandestina – q uma das
pessoas q participa da gravação, faz a gravação), sem o conhecimento de um dos
interlocutores.
Interceptação das comunicações 5º,XII, CF.
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das
comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na
forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual
penal;
Sigilo de Correspondência - Restrições ao sigilo de Correspondência:
CF = Estado de defesa, art 136, §1º, I, alinea “d”; e Estado de sítio (mesmo artigo).
Lei – ex: L.7210/84, 41, parag. Único. – se o diretor do presídio tiver fundado receio de que
a correspondência está sendo utilizado p/ proporcionar crime, poderá restringir esse d. de
privacidade e liberdade de comunicação do preso, pois o a segurança pública é mais
importante. STF – HC- 70.814
A inviolabilidade do sigilo de correspondência, não pode servir como escudo protetivo p/
salvaguardar práticas ilícitas.
Sigilo de dados (informática):
Segundo Manoel Gonçalves Ferreira Filho e Teste Junior, os dados protegidos pelo inc, XII,
art. 5º, são os dados informáticos. No MS 21.729, o Ministro Sepúlveda Pertence adotou o
entendimento de que o dispositivo protege não os dados em si, mas apenas a sua
comunicação.
Sigilo das comunicação telefônicas:
Arange tb mensagens transmitidas por e-mail, whatsapp, sms, etc. (L9296/96, art. 1º.)
Requisitos: por ordem judicial. STF – MS23452 - Cláusula da reserva de jurisdição. Em
determinadas matérias, cabe apenas ao poder judiciário, proferir não só a ultima palavra,
mas também, a primeira: além da interceptação telefon. (5º, XII), estão submetidos a esta
cláusula, outros ds., como a inviolabilidade do domicílio (5º, XII), a liberdade de locomoção
(prisão – 5º, LXI), e sigilo de imposto, a processo judicial; L. 9296/96; p/ investigação
criminal, ou instrução processual penal.INQ. 2424 – a interceptação telefônica, realizada p/
fins de investigação criminal, pode ser utilizada em PAD (proc. adm. disciplinar), contra o
servidor investigado, e tb contra outros servidores envolvidos em um determinado ilícito
administrativo.
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das
comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na
forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual
penal;
A inviolabilidade do domicílio
Está protegida no 5º, XI.
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem
consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar
socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;
1. Âmbito de proteção: Conceito de “Casa”:
A interpretação do conceito de casa, deve ser feita da forma mais ampla possível, de modo
a compreender, inclusive, espaços privados não abertos ao público, onde alguém exerce
sua atividade profissional.
Consultório, escritório, quarto de motel quando for utilizado, entra no conceito de casa.
A) Restrições:
Emergências
Flagrante delito, desastre, prestar socorro;
Ordem Judicial
Autoridades judicial – Cláusula da reserva de jurisdição. Somente o juiz pode determinar a
invasão de domicílio. Porém, só pode ser durante o dia. O que seria dia? Critério
cronológico (6 e as 18), e critério físico-astronômico (período entre aurora e o crepúsculo).
– p evitar arbitrariedade, melhor usar os dois critérios em conjunto, “pq no escuro é mais
fácil de ocorrer arbitrariedade.” O entendimento majoritário na doutrina, é no sentido de
que, em regra, o cumprimento do mandado iniciado durante o dia não pode se prolongar
após o período noturno.
Autoexecutoriedade, mas não pode a autoridade adm. invandir sem o consentimento do
proprietário, tendo q pedir a autoridade judicial - HC 103.325. Ex. Autoridade fiscal.
Obs: Uma vez permitida a entrada, a autoridade n pode ser proibida de exercer plenamente
seu trabalho, ou seja, não proibir de ver uma parte do ambiente por ex.
O mandando judicial, deve especificar aquilo q será buscado
Direito a liberdade
(Liberdade de Consciência, de crença e de culto) (5º, VI, CF)
1. Manifestação de pensamento (5º, IV)
A) Âmbito de Proteção:
“IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;”
Tem por finalidade, permitir a livre competição no mercado de idéias;
B) Restrição:
Vedação do anonimato – impedir manifestações abusivas do pensamento e permitir o d.
de resposta e o d. a indenização.
Em regra, não são admitidas denuncias anônimas e bilhetes apócrifos (sem identificação),
como fundamento p/ instauração de um inquérito policial, ou como prova processual lícita.
Exceção de bilhetes anônimos: Quando o bilhete for produzido pelo próprio acusado, ou
quando constituir o próprio corpo de um delito do crime (ex: uma carta ofendendo a honra
da pessoa – a carta é o próprio corpo de delito).
Embora a denuncia anônima não sirva como fundamento p/ instauração do inquérito, cabe
a autoridade competente investigar possíveis atos ilícitos que cheguem até o seu
conhecimento. A investigação é autônoma em relação a denuncia.
2. Liberdade de Consciência, crença e de culto (5º, VI)
A) Âmbito de proteção:
A liberdade de consciência
É mais ampla q a de crença, consiste na adesão a certos valores morais ou espirituais,
independente de qlqr aspecto religioso.
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício
dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas
liturgias;
“Objeção de consciência”: P/ q a objeção de consciência seja aceita, deve estar relacionada
a convicções seriamente arraigadas, e deve surgir de um pensamento suficientemente
estruturado, coerente e sincero.
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção
filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e
recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei.
“143, §1º - Art. 143. O serviço militar é obrigatório nos termos da lei.
§ 1º - às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir serviço alternativo aos que, em
tempo de paz, após alistados, alegarem imperativo de consciência, entendendo-se como tal
o decorrente de crença religiosa e de convicção filosófica ou política, para se eximirem de
atividades de caráter essencialmente militar. “
Dever de neutralidade do Estado, art. 19:
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o
funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou
aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público;
É uma forma de garantia a pluralidade religiosa, desarmando o potencial conflituoso q
existe entre as várias religiões.
Laicidade versus Laicismo
Laicidade(neutralidade) é diferente de laicismo(perseguição da religião).
Ateísmo é a negação da existência de Deus.
Direito de Propriedade
1. Âmbito de Proteção (5º, XXII)
XXII - é garantido o direito de propriedade;
Regime do D. de propriedade é de d. público, pois ele encontra sua estrutura na CF.
2. Restrições:
A) Função social (5º, XXIII)
José Afonso da Silva, q a função social faz parte da estrutura do d. de propriedade, razão
pela qual o d. de propriedade só estaria assegurado quando ela cumpre a sua função social.
O d. de propriedade é garantido mesmo quando ela não cumpre a sua função social,
embora, neste caso, a proteção seja menor.
B) Desapropriação e Requisição
Função social da propriedade urbana 182,§2
Função social da propriedade rural – 187.
A propriedade q não cumpre sua função social, poderá haver desapropriação-sanção.
Desapropriação da prop. rural – 184; e urbana - 182,§4º, III.
5º, XXIV – tem q sempre haver indenização quando há desaprop., e tem q ser justa e prévia,
e em regra, em dinheiro.
Nem sempre a requisição gera indenização, esta quando houver será posterior.
“Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária,
o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa
indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real,
resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja
utilização será definida em lei.
§ 5º - São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de
transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária.”
C) Confisco (243)
A propriedade é retirada sem indenização.
D) Usucapião
De imóvel urbano (183)
183§3º - vedação de usuc. Imo. Public.
De imóvel rural (191)
191, parág. Único – vedação de usuc. Imo. Public;
Aula 07
Direitos Sociais (6º, CF)
1. Introdução (Isaiah Berlin)
São ou não cláusulas pétreas? R: O fato de a CF consagrar como cláusulas pétreas
expressas, apenas os d.s e garantias individuais (60§4º, IV), não impede que alguns direitos
sociais básicos, sejam reconhecidos como cláusulas pétreas implícitas. No que se baseia
esse entendimento? R: Alguns direitos sociais são pressupostos, p/ q o indivíduo possa
usufruir os ds. individuais em todas sua plenitude, ex: Direito de votar, ser votado,
participar da vida política do estado, etc.
Oferecer direitos q protegem a liberdade do indivíduo contra o arbítrio Estatal e direitos
políticos aos semi-analfabetos, subnutridos, e doentes, é zombar de sua condição, eles
necessitam de assistência médica ou educação antes de poderem compreender ou
aproveitar um aumento em sua liberdade.
Art. 6º, CF – são mencionados nesse art., mas estão espalhados por todo o texto
constitucional. São eles:
A) Educação
B) Saúde
C) Alimentação
D) Trabalho (7º, 8º,9º)
E) Lazer
F) Moradia
G) Segurança Pública
H) Previdência Social
I) Proteção à maternidade e à infância
J) Assistência aos desamparados
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o
lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência
aos desamparados, na forma desta Constituição
2. Efetividade:
Obs: é diferente de Eficácia (capacidade p/ produzir seus efeitos). Efetividade, além de ela
ter capacidade p/ produzir seus efeitos, ela efetivamente consegue cumprir sua missão, ou
seja, efetivamente consegue ser aplicada ao caso concreto.
A) “Textura Aberta”
Os direitos sociais tem uma “Textura aberta” (não ter uma definição precisa do seu
significado), porém eles precisam de uma definição normativa. Ex: direito a moradia – mas
precisa q haja uma lei que regule isso de forma mais concreta).
Princípios precisam de: Medida normativa pra criar Leis que os efetivem (ex:normas pra o
SUS) + Medida Administrativa (ex: treinamento).
B) D. prestacionais
Materiais e Jurídicas
Os ds. sociais são normas prestacionais, e por isso, exigem do estado tanto prestações
materiais (ex: estado tem q contratar médicos, fornecer merenda escolar, etc), quanto
jurídicas, e só assim as pessoas terão acesso aos direitos sociais.
Direitos prestacionais tem efetividade menor do q o d. de defesa (liberdades e garantias
individuais)? A efetividade dos ds. sociais e prestacionais geralmente é menor que a dos
direitos individuais e d. de defesa.
“ Custo” - Limitações orçamentárias
Isso dificulta a efetividade dos ds. sociais.
C) Escolhas trágicas – Expressão utilizada por “Philip Bobbie” e “Guid Calbresi”.
↘Poder Legislativo e poder executivo
Membros do executivo e legislativo tem prioridade p/ definir as políticas publicas. Mas isso
não significa q o judiciário não deve interferir, ele pode e deve, pois é papel do juiz não
deixar que haja descumprimento da CF, mas nunca substituir a vontade do legislador ou do
executivo, quem escolhe as políticas públicas são eles, pois a prioridade de escolha caberá
aos poderes democraticamente escolhidos.
3. Intervenção Judicial
Depois da CF/88, podemos identificar 3 fases em relação a essa intervenção judicial:
A) 1º fase – Normas programáticas
Os dispositivos que consagram os ds. sociais inicialmente eram vistos como normas
programáticas, ou seja, normas sem normatividade, pois dependiam da boa vontade dos
poderes públicos. Estabeleciam uma diretriz, mas que não necessariamente precisaria ser
seguida.
2ª Fase: Intervenção judicial sem critérios
Normas Vinculantes – Poder Público
As normas eram vistas como mandamentos vinculantes ao poderes públicos.
O poder judiciário começou a intervir sem nenhum critério, sem nenhum parâmetro. Ex: o
juiz determina que uma pessoa passasse na frente de todos os doentes p/ ao tratamento
de uma doença.
O judiciário tem q ter algum tipo de critério p/ atender a demanda, pq por mais q
aparentemente o judiciário está fazendo justiça, pode ser que não esteja - “pq as vezes
essas pessoas não são as q mais precisam”. Na verdade, a maior parte das pessoas q
precisam não tem acesso a justiça.
3ª Fase: Parâmetros p/ intervenção judicial
Busca do equilíbrio das outras fases. Busca dos critérios/parâmetros p/ a intervenção
judicial, p/ que cada juiz não faça a sua justiça, causando uma injustiça maior. “Quando o
judiciário deve ter uma ação mais ativa”.
STA175 e STA178.
Obs: prof. não vai estudar ds. sociais em espécie. (estude sozinha!! ;D)
4. “Reserva do possível”
“Numerus Clausus”
Surgiu na Alemanha
O desejado tem que estar baseado no possível, ex: o Estado não tem como proporcionar
vagas nas universidades p/ todas as pessoas.
Há determinadas demandas q são legítimas, mas nem sempre são possíveis.
Embora algumas demandas no plano ideal devessem ser atendidas pelo Estado, em razão
das limitações orçamentárias nem sempre elas podem ser atendidas.
Possibilidade fática
Está relacionada à disponibilidade dos recursos necessários à satisfação dos direitos
prestacionais.
Possibilidade jurídica
Está relacionada a existência de autorização orçamentária p/ cobrir as despesas.
Sobre este aspecto, devem ser analisados ainda, as competências de cada ente federativo.
Razoabilidade da exigência
Razoabilidade de universalização da prestação exigida considerando os recursos
efetivamente existentes.
Quem deve provar a inexistência de recursos? É o Estado ou a pessoa que fala da reserva
do possível? Onde anda a reserva da possível na demanda?
R: A reserva do possível é matéria de defesa do Estado, a quem cabe o ônus da prova. Não
basta o Estado invocar genericamente, é necessário demonstrar a ocorrência de justo
motivo objetivamente aferível. – ou seja, o Estado que tem q provar q não tem como
atender o pedido da demanda, e poderá alegar a reserva do possível.
5. Mínimo Existencial
Mínimo existencial costuma ser extraído da conjugação de princs., como da dignidade da
pessoa humana, da liberdade, e o estado social.
Ricardo Lotores trouxe essa denominação “Mínimo Existencial” pro Brasil.
Aqui no Brasil não faz sentido de mínimo existencial, já que na nossa CF temos um rol com
um numero maior de ds. sociais dentro da CF.
Porém, no Brasil embora a CF consagra um extenso rol de ds. sociais, a idéia do mínimo
existencial faz sentido por ser utilizada com a finalidade de conferir maior efetividade a
determinados direitos sociais indispensáveis a uma vida humana digna.
Entende-se q eles podem variar de acordo com o local e a época.
P/ Ana Paula de Barcellos o mínimo existencial compreende o direito a saúde a educação
fundamental, a assistência em caso de necessidade (membros familiares com renda per
capita menor 1/3 do salário mínimo) e o acesso à justiça.
A) Ingo Salet – Regra
Mínimo existencial tem uma estrutura de uma regra.
Na visão deste autor, o mínimo existencial não se submete à reserva do possível.
Ou seja, o Estado não pode alegar reserva do possível em frente ao mínimo existencial. –
esse entendimento foi adotado pelo ministro Celso de Mello RE482611
B) Daniel Sarmento – Princípio
Mínimo existencial tem uma estrutura de um Princípio.
O mínimo existencial deve ter um peso maior na condenação do que aquele normalmente
atribuído aos direitos sociais, ou seja, um ônus argumentativo p/ afastar um direito que
compõe o mínimo existencial será maior do que o exigido p/ os demais direitos.
6. Vedação de Retrocesso Social/Efeito Cliquet ou Proibição de contra revolução
social/Proibição de Evolução Reacionária
Limitação material que impediria o poder Constituinte originário de retroceder, em relação
especificamente aos direitos sociais.
A) Definição de Mínimo Existencial
Impede o retrocesso na concretização conferida a determinados direitos sociais.
O direito social uma vez concretizado, não pode retroceder.
B) Princs. dão origem a vedação do retrocesso social:
Segurança Jurídica
As relações sociais tem q ter uma estabilidade, não pode retroceder.
Princ. da dignidade da pessoa Humana
Princ. da máxima efetividade (5º§1º)
Os ds. fundamentais devem ser interpretados de maneira q lhes de a maior efetividade
possível.
Princ. do Estado democrático e social de direito
Sistema internacional de direitos humanos
Está implícito no sistema inter. de ds. humanos, pq eles implementam proteção social por
parte do Estado.
Gustav Zagrebelsky
Consiste no entendimento dirigido ao legislador de reduzir o grau de concretização atingido
por uma norma de direito social.
C) José Carlos Vieira de Andrade e Jorge Miranda
A proibição deve ser entendida como impedimento de que haja um retrocesso
manifestamente arbitrário e desarrazoado, sem que haja qualquer substituição por outra
norma.
Vedação do retrocesso se refere a ds. sobre quais hajam um consenso profundo não se
estende aos por menores.
Direitos de Nacionalidade
1. Espécies
A) Nacionalidade Primária/Originária (12,I – Natos)
O indiv. Não adquire essa nacionalidade pq ele quer, mas por conta do seu nascimento.
Cada país vai usar seu critério, geralmente são 3 critérios:
Territorial
De local de nascimento
Sanguíneo
Filho de um nacional do país
Critério Misto
Quando conjuga os dois critérios anteriores – Adotado no Brasil.
A CF, trás 3 critério pra a concessão de brasileiros Natos:
“Jus soli”/critério territorial – com a exclusão do critério funcional.
12,I, a
A regra: é o critério territorial (nasceu aqui, nacionalidade daqui)
Exceção: 12,I, a - diplomata dos EUA que veio com sua esposa, não terão nacionalidade
aqui, pq se eles estavam a serviço de seu próprio país que eles nasceram, o Estado deles
reconhecerá a nacionalidade no país dele.
“Jus sanguinis” + critério funcional
Nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qlqr deles esteja a
serviço do Brasil enquanto lá.
“Jus sanguinis” + Residência no Brasil + Opção (não é mais acolhida no Brasil)
Brasileiro que vai trabalhar em empresa privada fora do Brasil, ou simplesmente não está a
serviço do Brasil.
O filho terá que vir residir no Brasil e optar pela nacionalidade brasileira.
Jus Sanquinis + Registro (12,I, “c”) (EC nº 54/07) (acolhida no Brasil)
Os pais podem registrar o filho em repartição brasileira competente.
Mas se os pais não quiserem registrar, a pessoa depois q adquirir a maior idade poderá
registrar-se a qlqr tempo
Os filhos de pai ou mãe brasileira q não foram registrados mas que vieram residir no Brasil,
antes de completar a maior idade, terão a nacionalidade brasileira automaticamente
reconhecida, até que atinjam a maior idade, quando então, essa será suspensa até a opção
confirmativa.
Adoção não está prevista no texto constitucional 227§6º - vedação de tratamento
diferenciado.
Há autores que sustentam q em razão do disposto no art 227§6º, nos casos de adoção de
criança nascida no estrangeiro, deve ser reconhecida a nacionalidade originária brasileira.
************ DIREITO ADMINISTRATIVO
Aula 02
1. Fatos administrativos:
Acontecimento, podem ser fato adm ou fato jurídico.
2. Ato da Administração:
Será ato da administração se quem praticou foi a administração. Sujeito ao regime publ. ou
privado.
3 categorias diferentes dos atos:
1. Se for só atos da administração, quem pratica é a Administração, mas o regime desses
atos é um regime privado.
2. Mas aqueles q são mesmo tempo atos da administração e atos administrativos, são
regidos pelo regime Público.
3. São só atos administrativos, aqueles praticados fora da administração. Obs: Atos
regidos pelo regime publico podem ser praticado dentro ou fora da adm publica!!!
Cochichos
3. Atos Administrativos em sentido amplo:
Pode ser ato adm ou ato jurid. Manifestação de vontade o Estado ou de quem o represente
(Ex: concessionária, permissionária, etc).
Ele vai criar, modificar ou extinguir direitos com o objetivo de satisfazer o interesse público,
e este ato administrativo está sujeito ao regime jurídico publico.
O ato administrativo é complementar e inferior a lei, e está sujeito a controle pelo Poder
Judiciário (controle de legalidade - verificação de compatibilidade com a lei em sentido
amplo ou com os prics. e regras constitucionais – revisão pelo poder judiciário).
Ato administrativo em sentido estrito:
Tem que ser um ato concreto e unilateral.
Requisitos/elementos do ato administrativo:
Celson Antonio de Melo – os atos administrativos contam com 2 exigências: a) Elementos:
condição p/ q exista o ato jurídico; b) Pressupostos: b.1) de existência: condição para existir
o ato administrativo (ex: ter um assunto de d. administrativo); b.2) para q o ato
administrativo seja válido (ex: formalidades).
2. Com base na L. 4.717/65 (Lei de ação popular) – entendimento da doutrina
majoritária, que os ato administrativos exigem apenas o Elementos. (Ver a lei na apostila de
artigos, leis e sumulas dadas em aula)
a) Sujeito competente
Agente publico que tenha função publica (temporária ou permanente) com ou sem
remuneração, e competente. (competência administrativa é aquele prevista em lei ou na CF
– Princ. da Legalidade). Características da competência:
a) Exercício obrigatório pelo administrador (DEVER DE AGIR)
b) Irrenunciável;
c) Imodificável: o administrador não pode modificar essa regra;
d) Não pode ser objeto de transação;
e) Improrrogável: Se a lei diz q a competência não é da respectiva competência, não tem
como se tornar competente. É diferente da competência processual q pode ser prorrogada
por falta de alegação (ex. as partes não alegam a incomp., o juízo/autoridade q era
incompetente se torna competente - prorroga-se a competência).
f) Imprescritível: 10 anos. Se não exercer seu d. de ação nesse prazo prescreve.
g) Admite-se Delegação/Avocação: São possíveis em caráter excepcional e devidamente
fundamentada. Acontece quando a competência está no núcleo de
responsabilidade/competência do administrador, e ele transfere p/ outra. Avocação é ao
contrário, o administrador puxa a competência.
Art. 11 a 15 Lei 9.784/99 – hipóteses de proibição da competência: 1. Competência
Exclusiva (Não admite delegação. obs: é diferente de competência privativa); 2.
Competência p/ decisão em recurso administrativo.
“Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi
atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos.”
“Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente
justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente
inferior.”
Critérios para definir a competência:
A competência administrativa pode ser definida de acordo com:
1. A matéria; 2. O território; 3. De acordo com o grau hieráquico; 4. De acordo com o
tempo (ex. vai ser competente por 06 meses ou até q se instaure por órgão novo.
b) Forma competente
É o modo pelo qual o ato se exterioriza. No Direito público, a regra é a solenidade das
formas, a forma escrita, mas, excepcionalmente, admitem-se atos verbais, gestos, apitos,
sinais luminosos, cartazes e placas. O artigo 22 da Lei nº 9.784/99 determina que os atos do
processo administrativo não dependem de forma determinada senão quando a lei
expressamente o exigir.
“Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada
senão quando a lei expressamente a exigir.
§ 1o Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em vernáculo, com a data e
o local de sua realização e a assinatura da autoridade responsável.
§ 2o Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma somente será exigido quando
houver dúvida de autenticidade.
§ 3o A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá ser feita pelo órgão
administrativo.
§ 4o O processo deverá ter suas páginas numeradas seqüencialmente e rubricadas.”
Todo o ato deve se praticado de acordo com a forma prevista em lei.
Exigências:
1. O Estado precisar exteriorizar a vontade.
2. Atender as formalidade especificas (princ. da formalidade)
Em regra por escrito. Exceção: pode ser de outra forma se previsto em lei.Ex: lei autoriza o
gesto do agente do transito; art. 60, L.8.666(Lei de licitação) é nulo e de nenhum efeito o
contrato verbal salvo por pronta entrega ou pronto pagamento.
“Da Formalização dos Contratos
Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições interessadas, as
quais manterão arquivo cronológico dos seus autógrafos e registro sistemático do seu
extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre imóveis, que se formalizam por instrumento
lavrado em cartório de notas, de tudo juntando-se cópia no processo que lhe deu origem.
Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração, salvo o
de pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor não
superior a 5% (cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" desta
Lei, feitas em regime de adiantamento.”
Tem q atender as formalidade administrativas. – ex: pedir autorização do poder público
para poder construir uma casa.
O silêncio administrativo significa a falta de resposta do Estado – não é jurídico, quer dizer
que não é “nem sim, nem não”, ou seja, não produz efeitos alguns, salvo se a lei atribuir
efeito para o silêncio no caso específico. Tem controle do poder judiciário, cabe MS pq é
um direito liquido e certo de petição – “vc tem direito de obter uma resposta da
Administração.” 5º, inc XXXIV, CF. – Mas o poder judiciário não pode substituir/decidir em
lugar do administrador, mas pode determinar um medida coercitiva(ex: multa diária) e
prazo p/ q o administrador faça. E no caso de ato estritamente vinculado? O PJ poderá
resolver/decidir pela administração.
“XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou
abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento
de situações de interesse pessoal;”
Vício de forma
1. Defeito de mera irregularidade
Vício de padronização. – não compromete a validade do ato.
2. Vício Sanável
Anulável. Admite convalidação.
3. Vício insanável
É ato nulo. Não tem conserto, não te saída. Não admite convalidação.
Motivação: Dever de justificar/fundamentos seus atos. É o raciocínio lógico entre os
elementos do ato e a previsão legal (“essa amarração é oq se chama motivação”). Obs: é
diferente do motivo (Fato+Fundamento jurídico), a motivação vai além do motivo, é todo
raciocínio lógico q liga os fundamentos e a lei.
Posição majoritária da doutrina: A motivação é obrigatória, e deve acontecer antes ou
durante a prática do ato. Fundamento dessa posição: Art. 1º, II – cidadania; art 1º, parag.
único - diz q o poder é do povo, logo ele tem q dar ciência ao povo da motivação do que
faz; 5º, XXXV, CF – a fundamentação é fundamental pra apreciação do PJ, p/ q o PJ possa
rever este ato administrativo; 5º, XXXIII – diz que todos tem direito a informação; 93, X, CF
– se o poder judiciário que pratica ato administrativo como função atípica/secundária, se
ele precisa fundamentar, logo, os administradores q exercem atos administrativos como
opção principal; 50, L9.784/99 – “os atos dessa lista é tão abrangente q atinge todos os
atos administrativos.”
“XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena
de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
sociedade e do Estado;”
“XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
93, X, CF - Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá
sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: [...]
[...] X - as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública,
sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros;”
“Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos
fundamentos jurídicos, quando:
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
V - decidam recursos administrativos;
VI - decorram de reexame de ofício;
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de
pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais;
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.
§ 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em
declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações,
decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato.
§ 2o Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio
mecânico que reproduza os fundamentos das decisões, desde que não prejudique direito ou
garantia dos interessados.
§ 3o A motivação das decisões de órgãos colegiados e comissões ou de decisões orais
constará da respectiva ata ou de termo escrito.”
José do Santos Carvalho Filho (posição minoritária): Regra: Facultativa; Exceção:
Obrigatória. Ele fundamenta esse entendimento no 93, X, CF, q diz q os atos administrativos
do poder judiciário deve ser motivado – “se diz q os atos do poder judic. Dever ser
motivado, quer dzr q os outros não precisam (inclui ato jud.),”. Porém o artigo 50 da L.9784
traz uma lista da obrigatoriedade da motivação.
***O processo Administrativo: é um instrumento atrás do qual o Estado irá fundamentar,
justificar a prática do ato(5º, V, CF). Processo administrativo prévio (o administrado terá
direito ao contraditório e a ampla defesa) vai fundamentar/justificar o ato administrativo. É
no processo q se justifica a emergência do ato administrativo por exemplo.
“V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por
dano material, moral ou à imagem;”
c) Motivo
Fato + Fundamento jurídico que geram o ato.
“Qual o motivo que leva a pratica do ato administrativo?”
Tem que ser um motivo legal, tem que ter legalidade do motivo: a) Ter materialidade (ser
verdadeiro, real). Se o motivo é falso, o motivo é ilegal – ilegalidade do ato.
O motivo alegado tem que ser compatível com a previsão legal. Ex: Infração leve –
advertência; Infração grave – pena de demissão.
O motivo declarado deve ser compatível com o resultado do ato.
Teoria dos motivos determinantes: o administrador está vinculado ao motivo declarado, se
ele declara o motivo, dele deve ser cumprido. – “Mas e se o meu motivo é falso/ilegal, oq
vai acontecer?” Se é falso não tem como cumprir pq é ilegal, logo, viola a Teoria dos
motivos determinantes.
Exceção: Exoneração ad nutum – O estado não é obrigado dizer o motivo. Mas se o
administrador declara o motivo, se vincula ao motivo, logo, terá que ser cumprido.
Tredestinação: É uma mudança de motivo lícito(permitida por lei). É possível no Brasil na
desapropriação, quando mantido o interesse público.
É o conjunto de circunstâncias, de acontecimentos que levam a Administração a praticar o
ato. É inconcebível um ato sem motivo, sem justificativa, todavia, a doutrina discute se
todos os atos devem ser motivados. Motivação é a exteriorização, a indicação, pela
autoridade competente, do motivo do ato praticado. Para uns a motivação só é obrigatória
quando a lei exigir, para outros, sempre que for indispensável para o controle do ato. A Lei
nº 9.784/99 arrola a motivação como princípio (artigo 2º) e elenca as hipóteses em que a
motivação é obrigatória (artigo 50).
“Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade,
finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa,
contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.”
d) Objeto (Pedido)
É o resultado prático do nosso ato. É o ato considerado em sim mesmo. É o efeito jurídico
imediato desse ato. “É oq o ato atesta, modifica, etc.”
É o mesmo que conteúdo do ato administrativo, é aquilo que o ato decide, enuncia, diz,
dispõe. O objeto deve ser lícito (previsto em lei), possível (suscetível de ser realizado, seja
material e juridicamente. Ex: promoção de servidor falecido não é possível, salvo na
carreira militar), certo (determinado ou determinável) e moral, assim como o ato de direito
privado.
e) Finalidade
É o bem jurídico objetivado pelo ato. Deve ser uma razão de interesse público. O efeito
jurídico é mediato.
Desvio de finalidade: Vício ideológico/defeito na vontade/Vício de motivo(terá defeito no
motivo). - Na prática, o administrador quando faz um desvio de finalidade alega um motivo
falso, q não é de interesse público.
RESUMO DA AULA ATÉ AQUI:
Ex: Motivo- Poluição, Objeto será- Fechar fábrica, Finalidade- Proteger o meio ambiente.
Vinculação X Ato discricionariedade
Vinculado: Ato que o administrador não tem liberdade, não tem juízo de valor, não tem
conveniência e oportunidade. Preenchido os requisitos legais, a autoridade tem q praticar o
ato. Ex: licença para dirigir, p/ construir.
O ato vinculado, os seus elementos (competência, motivo, forma, objeto e finalidade) são
vinculados.
Discricionário: Com liberdade, com juízo de valor, com conveniência e oportunidade,
praticado nos limites da lei. É liberdade, juízo de valor, conveniência e oportunidade. Ex:
permissão de uso de bem publico.
Os seus elementos (competência, forma, finalidade) são vinculados e discricionários
(motivo, objeto).
Aula 03
Continuação Atos Administrativos
Se o ato é vinculado, todos os elementos são vinculados.
Já se o ato é discricionário, o motivo e objeto são discricionários e os demais elementos são
vinculados.
Essa discricionariedade constante no motivo é no objeto (no mérito do ato administrativo,
q é o juízo de valor: oportunidade e a conveniência.
Todo o judiciário pode rever ato administrativo, podendo ele ser vinculado ou discricionário
- no que tange a legalidade (controle de legalidade).
Hj esse controle é todo como controle de legalidade em sentido amplo, de acordo com a
lei, com as regras e princípios constitucionais.
O poder judiciário não pode rever o mérito administrativo. Posição que prevalece hoje na
doutrina e na jurisprudência.
Pode o PJ rever os motivos o objetivo do ato discricionário no que tangue a legalidade. Ex:
motivo falso; motivo com resultado diferente do q deveria ter ocorrido.
CABM (Celson Antonio Bandeira de Melo)– forma e finalidade são elementos vinculados,
salvo quando a lei determinativo, ou seja, excepcionalmente esses podem ser
discricionário, tanto nos atos vinculados ou discricionários. Ex: 62, Lei 8.666/93.
PJ – não pode rever o mérito (a liberdade/juízo de valor), mas pode rever o motivo do
objeto (que seja ilegal – motivo falso ou incompatível com a lei).
Forma e finalidade mesmo sendo elementos vinculados, excepcionalmente, se a lei der
opção, eles podem ser discricionário (ex: lei diz q o administrador porá escolher fazer da
forma A, B ou C)
Atributos/Característica do Ato Administrativo
a) Presunção de legitimidade/legalidade/veracidade
Os atos são presumidamente legítimos (moral), legais (lei), verdadeiros (verdade)
A presunção é relativa (júris tantum), pode ser afastada. O ônus da prova caberá a quem
alega, e quem contesta(normalmente é o administrado)
Conseqüência prática – aplicação imediata dos atos administrativos (enquanto eu não
conseguir ter uma decisão ao contrário.
b) Autoexecutoriedade
Sem controle prévio do poder judiciário (mas se quiser pode ir).
Se divide em 2 enfoques diferentes:
b.1 Exigibilidade
É o poder q tem o estado de decidir sem o PJ.
Meio de coerção indireto.
b.2 Excecutoriedade
Executar sem o poder judiciário. (“colocar a mão na massa”)
Meio de coerção direto.
A auto executoriedade. Está presente nas situações autorizadas por lei, e situações
urgentes.
Ex: sanção pecuniária não goza de autoexecutoriedade, precisa ir ao PJ.
A autoexecutoriedade não dispensa o formalismo do ato.
c)Impreratividade/Obrigatoriedade/Coercibilidade
Está presente. Atos impõe obrigações – n aparece nos atos enunciativos e atos q não
conferem ds. solicitados pelo administrador.
d) Tipicidade
Cada ato administrativo configura uma figura definida, uma conduta estabelecida/verbo
estabelecido.
Deve corresponder a figuras definidas por lei – cada ato tem sua aplicação determinada.
(Maria Silva Zanela de Pietro)
Classificação
Quanto aos destinatários
a) Gerais
Abstratos/impessoais.
Que atingem a coletividade como um todo.
Atos gerais prevalecem sobre os individuais, com finalidade normativa. Ex:
Regulamentos/Instruções normativa.
b) Individuais/especiais
Se dirigem a destinatários determinados, certos.
Pode ser:
b.1) Singular:
Tem um único destinatário.
b.2) Plurimo – ato múltiplo:
Mais de um destinatário.
Quanto ao alcance
Internos
Produz efeitos dentro da Administração.
Independe de publicação oficial – basta uma comunicação interna.
Ex: instrução de serviço.
Externos
Produzem efeitos p/ fora da Administração (dentro + fora)
Quanto ao grau de liberdade
Atos vinculados
Atos discricionário
Quanto a formação
Simples
Basta uma única manifestação de vontade - q pode ser de uma autoridade só, ou de uma
casa colegiada.
Composto
Duas manifestações de vontade q estão em patamar desigualdade – 1ª principal e a 2º
secundária – elas aparecem no mesmo órgão.
Complexo
Depende de duas manifestações de vontade que estão em patamar de igualdade, e elas vão
acontecer em órgãos diferentes.
Ex: nomeação de dirigente de agencia reguladora; concessão de aposentadoria.
Modalidade/Efeitos do Ato
Classificação ao efeitos do ato
a) Ato normativo
Comando geral p/ correta aplicação da lei/perfeita execução da lei.
Exs: Regulamento; Regimentos; Resoluções; Deliberações.
É do exercício do poder regulamentar/normativo.
b) Ato ordinatório
É aquele que visa disciplinar o funcionamento da administração (organizar tudo)
Ou seja, visa estruturar/escalonar/organizar os seus quadros.
Exs: Circulares, instrução; ordens de serviço.
Estamos falando de exercício de poder hierárquico.
c) Ato negociais
Tem uma manifestação de vontade da Administração coincidente com a pretensão do
particular.
Ex: Licença; autorização; permissão de uso.
d) Atos enunciativos
Se limita a certificar, atestar ou emitir opinião.
Exs: Certificado; atestado; parecer.
e) Ato punitivos
É aquele que vai estabelecer uma sanção/pena.
Visão punir infrações administrativas ou comportamento irregular dos servidores (ex:
demissão do servidor) ou particulares (ex: multa de transito).
Pode ser exercício de poder disciplinar ou pode ser exercício de poder de poli cia.
FORMAÇÃO/VALIDAÇÃO/EFEITOS
Ato Perfeito, Valido, Eficaz
Perfeitos: Percorre seu ciclo de formação.
Valido: Cumpre todos os requisitos.
Eficaz: Pronto p/ produzir efeitos.
Ato Perfeito, Valido, Ineficaz
Ex: art. 61, par. Único, lei 8.666/93
Não publicado – não produzirá efeitos.
A publicação é condição dos atos administrativos.
Ato Perfeito, Inválido, Eficaz
Ato invalido produz todos os efeitos até sua declaração de invalidade – vai agir até se valido
fosse, até se declarado invalido.
Ato Perfeito, Inválido, Ineficaz
Ex: contrato administrativo com fraude na administração.
EFEITOS DOS ATOS:
Típico
Principal – efeito desejado, esperado.
Atípico
Secundário – efeito reflexo ou preliminar.
Efeito atípico reflexo: acontece em atos administrativos q atingem 3º, estranhos a prática
do ato. Ex: Estado quer atingir/desapropriar José, pq quer adquirir o imóvel do José, mas
atinge o locatário (3º).
Efeito atípico preliminar:
Ele acontece nos atos administrativos que dependem de duas manifestações de vontade.
Se configura com o dever da 2ª autoridade se manifestar, quando a 1ª já o fez, é um efeito
secundário, atípico, e que aparece antes do aperfeiçoamento do ato, e por isso se chama
de efeito preliminar, que para Celson Antônio de Melo Prodrômico.
ex: nomeação de dirigente da agência reguladora. – efeito principal: preencher o cargo da
agência reguladora, mas vai surgir para uma segunda autoridade o dever de manifestação
p/ autorizar (efeito secundário/atípico preliminar/prodrômico).
Depende de 2 manifestações de autoridades diferentes.
EXTINÇÃO DE ATOS ADMINISTRATIVOS
1. Será extinto com o cumprimento dos seus efeitos.
Ex: o servidor já gozou as férias; concluiu a obra, conclui o contrato.
a) Esgotamento do conteúdo jurídico do ato (ex: gozo de férias)
b) Execução material (ex: uma demolição; construção de obra)
c) Extinção pelo termo final do ato (ex: contrato de 2 anos, vencido os 2 anos, extingue o
contrato)
2. Será extinto em razão do Desaparecimento do Sujeito/objeto
Ex: Falecimento extingue os efeitos de uma nomeação; tomada pelo mar do terreno de
marinha extingue – enfiteuse.
3. Renúncia
Interessado abre mão do direito.
Retirado do ato pelo poder público
Por: Anulação; Revogação; Cassação; Caducidade; Contraposição.
Cassação: Retirado do ato pelo poder público em razão do descumprimento das condições
inicialmente impostas. ex: não era permitido por lei municipal ter motéis, se é dada
autorização p/ criar ferindo essa lei, será cassada.
Caducidade: Em razão da superveniência de uma norma jurídica que é com ele
incompatível. Ex: antes tinha permissão p/ ter circo no lugar, agora será rua, caducando.
Contraposição: Dois atos administrativos q decorrem de competências diferentes, em q o
segundo elimina os efeitos do primeiro. Ex: nomeação e exoneração – exoneração elimina
os efeitos da nomeação;
Anulação: é a retirada de um ato administrativo ilegal. Poderá anular esse ato
administrativo: a própria administração pública (com base no princípio de autotutela- S.
346 e 473 STF) , ou o poder judiciário.
Quando o ato administrativo produziu efeitos favoráveis pra alguém, o prazo q a
administração vai ter pra rever o seu ato, terá o prazo de 5 anos p/ controlar o ato, 54,
L9784/99.
Em regra: efeitos EX TUNC. –(Ato 1) ilegal + (Ato 2) Anulação do ato ilegal com efeito ex
tunc.
CABM (Celson Antonio Bandeira de Melo) – divergência. Depende se o ato 1 vai ampliar ou
restringir o direito:
Ex1: (Ato 1) ilegal – administração indefere gratificação + (Ato 2) Anulação do ato ilegal,
ampliativa de direito = Efeito Ex Tunc (o Estado tem q pagar tudo desde a origem, pois o
particular não deu causa a ilegalidade, não tem cupla. E sendo benéfica, produzirá efeitos
ex tunc.
Ex2: (Ato 1) ilegal – administração defere gratificação + (Ato 2) Anulação do ato ilegal,
restritiva de direito. Efeito Ex Nunc (A pessoa não tinha direito a gratificação, o tempo q o
particular ganhou a gratificação, ganhou indevidamente, mas não foi o particular q deu
causa, então, a pessoa não tem que devolver tudo que pagou e ainda deixa de ganhar a
gratificação)
Revogação: é a retirada de um ato administativo em razão de inconveniência e inoportuno.
Poderá ser realizada pela administração.
Poder judiciário poderá revogar ato, não pode julgar os atos dos outros, mas poderá
revogar em sede de controle administrativos, em que revogará seus próprios atos dentro
de seu órgão. Mas não poderá revogar em sede de controle judicial decisões do legisl. ou
exec. (pq estará revendo o mérito).
Produz efeitos: Ex Nunc. (pq antes era oportuno/conveniente, deixando de ser conveniente
“de agora em diante”).
Não tem limite temporal, pode ser revogado a qualquer tempo.
Tem limite material (ao que tange o conteúdo):
a) Atos administrativos q a lei declare irrevogáveis;
b) atos vinculados;
c) atos adm que geram dir. adquiridos;
d) atos enunciativos;
e) ato adm q já exauriram seus efeitos.
Obs: extinção de ato com reflexo em interesse individuais depende de proc. adm com
contraditório + ampla defesa (tema 138 RG – STF SEPS 594.296).
Obs: ↘
Ato válido – é aquele que atende todos os requisitos.
Vício sanável – Ato anulável – defeito na competência e forma em alguns casos –
convalidação (dever da administração de salvar o ato – Convalidar).
Convalidação (é um conserto em q o ato continua sendo o mesmo) diferente da
conversão/sanatório (eu aproveito o ato, mas o transformo em um ato mais simples – ex:
eu tenho uma concessão q precisa de uma autorização legislativa, aí vamos supor q o
administrador esqueceu da autorização legislativa, aí poderá transformar em ato mais
simples: permissão de serviço que não depende de lei (menos solene).
Vício Insanável – Ato Nulo – é dever da administração a anulação do ato, em razão do
princípio da legalidade. Divergência: princípio da legalidade: todos princs. da ordem devem
se respeitados. Se anulação (princ. da legalidade) – comprometer outros princs. da ordem
jurídica é preciso ponderar. Se a anulação causar + prejuízo q a manutenção do ato é
melhor manter (ex: em nome da segurança jurídica, da boa fé, etc). Manter o ato significa
estabilização dos seus efeitos. Estabilização dos efeitos dos atos (segurança jurídica) será
no prazo de 5 anos 54, L 9784;99 (STJ RMS 24.30)
Aula 03
Licitação – L.8666
É um processo administrativo, em que vamos escolher a melhor proposta, e nem sempre
vamos escolher a mais barata, pode ser a q tem melhor técnica por exemplo.
OBJETIVOS/FINALIDADES
Escolher a proposta, e dar oportunidade de qlqr um ser escolhido e contratado
Porém com ausência de subjetividade. Com base no princ. da Impessoalidade
Princ. da Isonomia
A licitação promove o desenvolvimento nacional.
SUJEITOS (são obrigados a licitar)
Os que compõe a Adm. direta: Entes políticos (Uniao, Estados, Munic. e DF)
Os que compõe a Adm. Indireta: Autarquias, fund. Publ. empre. publ., Socieddade de
Economia Mista.
***Fundos especiais:
Representam uma Improbidade. Podem ser criadas com natureza de fundação publica tb,
logo, podem estar na administração direta (como órgão), ou n indireta (fundação publica).
****Pessoas juridis. controlada pelo Poder publ. de forma direta ou indiretamente, são
obrigadas a licitar. Normalmente será controlado pelo poder publico aquele q recebe
dinheiro público. Se é d. publico tem controle, se tem controle tem licitação. Ex: entes de
cooperação 9serviços sociais, autônomos, OSCIP, etc), pois normalmente recebem dinheiro
pub., logo terão q fazer licitação. ex: OS (24, XXIX L. 8.666/93 – ela pode ser dispensada do
dever de licitar – em contrato decorrente do contrato de gestão); e OSCIP.
O controle é feito pelo TCU.
Obs: O Serv. Soc. Autônomas (q fazem parte do sistema S: Sebrai, Sesi, etc), foi aprovado no
TCU 001.620/98, que eles podem se submeter ao procedimento simplificado, q é um
procedimento mais simples.
EMPRESAS PUBLICA E ECONOMIA MISTA
Serv. Publ. (regime é m ais publi. Q privado) e atividade econ. (regime + privado q publ.).
Podem ser prestadores de serviço publ. e podem ser exploradoras de atividade econômica
regime é mais privado do q public., se explora atividade econômica, o Art. 173 CF – diz q o
estado não intervirá na ativ. Econômica, salvo através da empr. Publ e soc. Economia mista
em caso de segurança nacional e interesse coletivo. Obs: A CF diz q a economia mista ela
poderá ter estatuto próprio. – mas como ate hj essa lei não foi feita, estão sujeitos às
dispensas da lei 8.666.
Obs: Petrobrás – é uma empresa estatal q está sujeita a norma geral. Estabelece a lei.
9.478/92 q ela terá um proc. simplificado, definido por decreto pelo Presidente da
Republica – mas, por decisão do TCU (AC39/06), entende-se q isso é inconstitucional –
porém, há quem entenda q o TCU não pode fazer controle de constitucionalidade, e então,
entraram com Mandado de Seg. contra o TCU - e em cede de liminar o STF deu favor a
Petrobras – Porém, tem uma S. do STF (.pesquisar qual é a súmula) STF q diz q o TCU teria
competência sim!
E quem tem competência legislativa pra falar de licitação?
Art. 22, XXVII, CF. – Compete privativamente à união legislar sobre normas gerais de
licitação e contrato.
A união já legislou? Sobre normas gerais, licitação e contratos administrativos. Ex: Lei
8.666/93, L10520/02, Lei 8987/95 (disciplina sobre os contratos administrativos), e a Lei
11.079/04.
Pra quem serve? Em norma geral, tem âmbito nacional. Em norma específica, âmbito
federal, ou seja, só serve pra União q legislou – isso servirá tb p/ o Estado, e DF, q se eles
legislarem em norma especifica, essa lei só servirá p/ eles: Est -> será de âmbito estadual;
DF -> será de âmbito distrital
Obs: A lei 8.666 nasceu como norma geral, ou seja, de âmbito nacional. Mas foi levado ao
STF e sujeito a controle de constitucionalidade na ADI 927 -> o supremo discutiu o 17, I, b e
o 17, II, b, e o STF decidiu q a União legislou em normas específica, sendo assim, ela é de
âmbito federal.
PRINCÍPIOS QUE REGEM A LICITAÇÃO
Vinculação a instrumento convocatório
Nada mais é q o Edital. É a lei da licitação, logo, tudo q for importante tem q ser inscrito no
Edital.
Obs: a Comissão de licitação poderá dispensar um requisito do edital se for necessário, por
exemplo, se ninguém conseguir preencher o requisito, mas aí terá q fazer a licitação de
novo, pq se o processo já começou não poderá dispensar o requisito.
Obs: o Administrador não pode exigir nem + e nem menos doq está previsto no edital.
a) Julgamento objetivo
O edital deve estabelecer de forma clara e precisa, quanto ao critério de seleção.
Tipos de licitação (45, L.8.666): quando falamos de tipo de licitação, estamos falando de
critério de seleção:
Técnica
Tecnica + preço
Ex: licitação do tipo menor preço, na hora de escolher, terá q pegar a mais barata, mesmo q
a outra escolha seja de melhor qualidade por exemplo –pois não é possível considerar
situações estranha ao edital.
b) Procedimento formal
Todas as formalidades devem ser feitas.. o administrado não pode pular fases, nem criar
regras novas, tem q cumprir a lei – mas mera formalidade inútil, não deve ser observada, só
as necessárias q causaram prejuízos as partes, ex: envelope amarelo é formalidade q pode
ser dispensada.
c) Sigilo de proposta
Envelopes são lacrados, propostas sigilosas e só devem ser conhecidas em sessão publ.
previamente designada a isso. – A fraude ao sigilo configura crime, previsto no 93 e 94 da L.
9666 e na Lei de improb. Adm(8429/92), no art. 11 exceção ao sigilo de proposta q não
tem o envelope lacrado, é o leilão.
CONTRATAÇÃO DIRETA
1. Conceito: É contratação sem licitação, é uma exceção, logo, tem q ser bem
fundamentada. Esse tipo de contratação tem muita fraude, por isso terá muito mais
controle. Pode haver contratação direta em caso de dispensa e inexigibilidade:
2. Se divide em:
Contratação direta por dispensa: Cabe quando for viável e possível e a lei
liberar.Quando falamos em q a lei libera a licitação, falamos em dois tipos de dispensa:
Dispensada (o administrador não tem liberdade, ele não deve licitar “e ponto final” – 17,
L8.666) e Dispensável (a aqui o administrador tem liberdade, se q vai escolher se vai
dispensar ou não – 24, L.8666 –). – Mas, o art. 17 e o 19 é um ROL TAXATIVO!
Contratação por inexigibilidade: art. 25 A competição é inviável; Rol meramente
exemplificativo. É um rol exemplificativo.
Pra saber quando é inviável, primeiro tem que entender quando é viável. A contratação vai
ser viável quando preencher 3 requisitos:
a) Pressuposto lógico:
- Pluralidade
Tem que ter mais de um fornecedor – (se não tiver esse pressuposto lógico, obviamente
será inviável). Faltará viabilidade de competição!
O objeto pode ser singular da seguinte maneira: Um objeto singular em caráter absoluto
(pq só foi fabricado um); Poderá ser singular tb, em razão de evento externo. Ex: somente
uma chuteira foi utilizada em um evento q marcou o objeto, como ser utilizado por um
jogador famoso.; Ou poderá ser singular tb, em razão do seu caráter pessoal, por exemplo:
uma pintura. – sendo isso uma condição, se quiser singularidade, será inviável licitação
Serviço Singular: tem q estar elencado no 13, da Lei 8666, dispensam licitação. Ex:
advogado não precisa licitação – atenção: mas p/ cuidar coisas do dia-a-dia, em q não
precisa do melhor,terá q ter licitação. E o profissional terá q ter notória especialização, e q
tenha singularidade relevante, escolhida de forma direta pq todos dizem q ele é bom, mas
tem q precisar dele, que outros não resolvam, e é claro q vai ter uma certa subjetividade, e
quem baterá o martelo caberá ao administrador.
**Contratação de caráter pessoal, em que ele é singular (art. 25) de profissional
reconhecido pela crítica especializada, reconhecida pelo mercado naquele ramo, será
contratação direta, não falamos de contratação. Ex: contratar Ivete Sangalo.
b) Pressuposto jurídico
- Licitação tem q proteger o interesse publico
Tem como finalidade proteger o interesse público, pois se a licitação prejudica o interesse
publico em vez de proteger, falamos de ausência de pressuposto jurídico, logo, há
inviabilidade de competição.
Já foi visto q a Emp. Publ pode ser prestadora de serviço publico (será obrigada a licitar.
Terá como fundamento a L 8.666. Mas se a licitação prejudica a atividade fim da empresa,a
ela deve licitar? Não!!! Pois está comprometendo interesse publico, sendo inviável aqui a
licitação!!!), e atividade econômica (só haverá licitação se for caso de segurança nacional
ou interesse publico – óbvio! Pq isso é de interesse público. E como já vimos, como o
estatuto/lei específica não veio 173§1, II ela seguirá a lei 8.6666 – já foi estudado, só foi
falado isso pra melhor entendimento.
3. Pressuposto fático:
- Interesse de mercado
Deve existir interesse de mercado.
Art. 26, Lei 8.666 – a contratação direta é um exceção, o processo de justificação vai
fundamentar, legitimar essa contratação.
Processo de justificação
Toda contratação direta, precisa de processo de justificação(processo justificativo prévio).
4. Crime ou Improbidade
Se não fizer a licitação, fraude pode configurar Crime (art. 84. L.8666), e Improbidade
Administrativa (8.429/92).
MODALIDADE DE LICITAÇÃO
Pode ser escolhida a modalidade com base em 2 critérios:
a) Em razão do valor
E nela terá essas modalidades:
Concorrência (em regra)
Para valor alto.
Tomada de preço
Para valor médio
Convite
Para valor baixo
b) Em razão do objeto
Aqui descreve como é o objeto que vc quer. Aqui nem fala de valor no edital.
E nela terá essas modalidades:
Leilão
Concurso
Pregão
MODALIDADE DE LICITAÇÃO:
Em razão do valor
↓
Em razão do
objeto ↓
Concorrência (em
regra)
Leilão
Tomada de preço Concurso
Convite Pregão
Tabela do Art. 23, L.8.666 – Em razão do valor:
Modalidades
Convite Tomada Concorrênci
a
Obrigas de
Engenharia
Até
150.000,00
Acima de
150.000,00,
até
1.500.000,00
Acima
1.500.000,00
Outros Até
80.000,00
Acima de
80.000,00
Até
650.000,00
Acima de
650.000,00
Obs: se a lei permite a mais simples, pode fazer a mais rigorosa, o
inverso não é verdadeiro. Porém, o tribunal de contas aconselha
quando o valor estiver no limite da modalidade q foi escolhida,
recomenda q pegue a mais rigorosa, pq depois escolhida, não vou
poder fazer alterações - pois as alterações contratuais
superveniente devem respeitar os limites da modalidade.
Obs: Quais os valores q a licitação vai ser dispensável? Até o limite de
10% do convite, ou seja, 15.000,00 p/ obras de engenharia, e
8.000,00 p/ outros serviçoes. (24, I e II, L.8.666).
Obs: Art. 24§1º - será dispesável até 20% do convite, p/ EP, SEM e
Agências Executivas e Consócios Públicos da L. 11.1007/05.
Obs: Art. 23§8º Esses limites podem ser dobrados ou triplicados no
caso de consórcio público da Lei. 11.107/05 – q são aqueles
consórcios publs., que tem até 3 entes, em que serão dobrados, e
mais de 3 entes será triplicado o valor.
PRAZO DE INTERVALO MÍNIMO
Intervalo mínimo é da publicação do edital, até a entrega dos envelopes. É aquele prazo q a
empresa vai procurar seus documentos, preparar sua proposta, etc.
Cada modalidade tem um intervalo mínimo diferente:
Concorrência Tomada de preço
Técnica
ou
45 dias corridos ↓
30 dias corridos
técnica
+ preço
↓
Só
preço
30 dias corridos
15 dias corridos
Concurso Leilão Pregão Convite
45 dias úteis
15 dias úteis
8 dias úteis
5 dias úteis
1. CONCORRÊNCIA
Concorrência: Ela é escolhida em relação do valor, mas há exceção.
a) Em razão do valor (Regra)
Será em relação do valor, p/ valor alto -> art. 23 da lei (nesse art. tem os valores) - obras e
serviços de engenharia: valores acima de RS$1.500.000,00. Para outros bens e serviços q
não de engenharia, valores acima de R$650.000,00. Tem os valores explicado melhor na
tabela lá acima ↑
b) Em razão do objeto (Exceção)
Imóvel aquisição + alienação: Em regra será concorrência mas se Imóvel for decorrente
de decisão judicial, ou dação em pagamento (art. 19, L8999) e depois a adm. quiser alienar,
fará por meio de concorrência ou leilão. Obs: dação em pagamento - é pagar de outra
maneira q não fora estipulada anteriormente. Ex: em vez de pagar tributo em dinheiro, mas
foi pago com uma fazenda, e a fazenda chegou à Adm. publica como forma de dação em
pagamento, qndo a adm. for alienar bem, poderá utilizar concorrência ou leilão.
Imóvel Concessão de d. real de uso ou serv. public.: Em regra será concorrência, mas se
Concessão for p/ de Serviços previsto na política nacional de desestatização, a modalidade
será leilão. Ex: houve uma desestatização da telefonia q teve, foi por meio de leilão; ex2:
aeroportos foram transferidos por leilão)
Imóvel - Licitação Internacional com a participação de Empresas estrangeiras: será
concorrência (regra). Mas pode ser tomada de preço quando o valor for correspondente da
tomada, e com o cadastro de empresas estrangeiras; ou pode ser Convite, quando esteja
no valor do convite só que quando não exigir fornecedor no país.
2. TOMADA DE PREÇOS
Aqui não tem exceção. Ela sempre será selecionada em razão do valor!!!!!!!!!!
Será o valor médio.
Engenharia -> valores acima de 150.000,00 até 1.500.000,00.
Outros que não engenharia -> acima de 80.000,00 até 650.000,00.
Aula
2.TOMADA DE PREÇOS (continuação)
Quem participa:
a) Licitantes cadastrados. Esse cadastramento funciona como se fosse uma habilitação
prévia;
Quem for cadastrado recebera o certificado de registro cadastral. E depois caso participe d
e outra tomada de preço, não precisa trazer todos os documentos outra vez, basta q trazer
o certificado de registro cadastral.
c) Se o licitante não tiver cadastrado, ele tb poderá participar se preencher os requisitos
p/ o cadastramento, até o 3º dia anterior a entrega dos envelopes.
Ele comprovará que preenche os requisitos nesse caso, apresentando um requerimento p/
cadastrar já juntando os documentos.
3. CONVITE
Com base no valor. E valor pequeno.
Serviços de enganharia, vai de 0 até 150.000,00
Outros serviços, vai de 0 até 80.000,00.
Quem participa dessa modalidade:
a) Licitantes convidados
Eles serão convidados em número mínimo de 3, sejam eles cadastrados ou não.
Se houver uma restrição no mercado, em que só haverá 2, a administração terá que
fundamentar e só assim prosseguir.
b) Licitantes cadastrados que manifestarem interesse de participar com 24 horas de
antecedência.
O Instrumento convocatório será a carta convite, q será enviada aos licitantes, e eles
tomarão conhecimento do convite.
A comissão do convite está prevista no 51, L.8.666 – 3 pessoas, mas se a repartição for
pequena, e 3 comprometer na meta do serviço a da administração publ., poderá fazer com
um único servidor, p/ não comprometer o andamento dos trabalhos.
4. LEILÃO
É p/ alienação de:
a) Bens imóveis
Art. 19, L. 8666 – decorrente de dec. Judicial. Ou dação em pagamento. A lei diz que é
cabível nesses casos: Concorrência ou Leilão
b) Bens móveis
Bens inservíveis (que não serve mais p/ a administração), apreendidos, penhorados
(penhora que ocorre dentro uma proc. de execução – aqui na verdade, houve uma falha do
legislador, são objetos de penhor, então são bem empenhados, não penhorados)
c) Bens móveis até 650.000 (17, §6º)
Quem realiza o leilão é o leiloeiro oficial.
5. CONCURSO
É uma modalidade licitatória p/ escolha de trabalho técnico, artístico ou cientifico e a
contratação será um prêmio ou remuneração.
É diferente de concurso publico, em que o objetivo é o provimento de cargo publ.
Comissão especial: qlqr pessoa idônea e com o conhecimento na área, pode participar
dessa comissão, não precisa serem servidores públicos. (51)
No caso do concurso, ele está previsto em procedimento próprio (cada concurso terá seu
regulamento próprio).
6. PREGÃO
Modalidade prevista na lei 10520/02
Seve p/ aquisição de bens e serviços comuns – é aquele q pode ser definido no edital com
expressão usual de mercado.
No pregão não importa o valor.
O pregão é realizado pelo pregoeiro mais equipe de apoio.
Pode ser realizado na forma presencial e eletrônica (no âmbito federal, pregão eletrônico é
a preferência).
Obs: ele tem procedimento invertido dos outros.
***PROCEDIMENTOS DA LICITAÇÃO (regra geral p/ quase todas modalidades)
I- Fase interna
Formalização do processo
Nessa ordem:
Autuação (colocar capa, número no processo, numerar nas paginas, etc.) + Demonstração
de necessidade + Reserva do recurso orçamentário + Nomeação da comissão + Elaboração
do edital (40) + Parecer jurídico (minuta vai pro juiz) + Autorização formal (o processo
volta pro chefe que vai autorizar a deflagração do certame).+ Comissão (depois q o chefe
autoriza, ele sai de cena, e quem vai cuidar do processo será a comissão – mas o chefe
voltará no final do processo de novo – será estudado depois).
II- Fase externa
Publicação do edital
No diário oficial (21).
O Estado pode cobrar o custo da sua reprodução, mas não pode comercializar o edital.
Não pode condicionar a compra do edital.
Impugnação, pode ser feito por:
a) qlqr cidadão (aquele que está no gozo dos ds. políticos - 41). O cidadão terá 5 dias
úteis de antecedência da data de entrega das propostas. 3 dias úteis p/ decidir sobre essa
impugnação.
b) “potencial” licitante
Tem até 2 dias úteis de antecedência. Não há prazo p/ a decisão de julgamento. Decairá o
d. de impugnar se não o fizer dentro do prazo, - Decadência na via administrativa, porém
poderá discutir na via judicial.
Ele não tem natureza de recurso, nem efeito suspensivo, logo, o processo de licitação
prosseguirá normalmente até ser dada a decisão.
21§4º - ocorrendo uma falha no edital - o momento da alteração do edital será no
momento da publicação, e será feito via aditamento, e deve ser publicado da mesma forma
que o edital. Alteração q modifica as obrigações, não adiante só aditar, além de aditar, terá
q reabrir novo prazo p/intervalo mínimo. Ex: obrigação de entregar um documento novo,
terá q reabrir outro prazo p/ intervalo mínimo.
Recebimento dos envelopes na licitação:
Técnica Preço Técnica + Preço
2 envelopes (um com os
docs. Outro com a
proposta)
2 envelopes 3 envelopes
Atraso – ---------
Habilitação qualificação
27 e SS da lei 8.666
Todos membros da comissão e todos licitantes presentes, devem assinar todos os
envelopes. Assinado td, abre o 1º envelope – envelope da documentação das empresas. E
novamente todos devem assinar todos os docs. de todos os envelopes (43, §2º)
Requisitos: 27 rol taxativo – decore ele, dica da professora
a) Habilitação jur.
b) Qual. Técnica
c) Qual. econom. – financ
d) Regularidade fiscal e trabalhista.
e) Cumprimento do 7ª, XXXIII, CF.
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de
qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de
quatorze anos;
Decisão: Habilitado (qualificado) o licitante prossegue; Inabilitado (desqualificado): sai.
E se todos os licitantes são inabilitados? 48, §3º - diligência – abrir prazo de 8 dias úteis pra
complementar os documentos, salvo convite que o prazo será de 3 dias úteis.
E se continuarem inabilitados? Faz nova licitação.
O Recurso dessa decisão será 5 dias úteis, salvo no convite q o prazo será de 2 dias úteis – e
será com efeito suspensivo.
Classificação
Analisar as formalidades da proposta, se atende, se cumpriu os requisistos do edital. Se
está de acordo com o preço de mercado.
Nessa etapa, os licitantes estarão classificados ou desclassificados.
Se todos estiverem desclassificado? Mesma coisa da decisão: 48, §3º - diligência – abrir
prazo de 8 dias úteis pra regularizar, salvo convite que o prazo será de 3 dias úteis. O
Recurso dessa decisão será 5 dias úteis, salvo no convite q o prazo será de 2 dias úteis – e
será com efeito suspensivo.
E se continuarem desclassificado? Será Licitação Fracassada, q poderá contratar por
dispensa (24), sem precisar de licitação.
E se não aparece ninguém? Será licitação deserta, e terá dispensa de licitação, pq se repetir
o procedimento causa prejuízo, podendo contratar de forma direta, pois a licitação é
dispensável (já foi estudado).
Julgamento
Aqui escolhe a melhor proposta. Mas se houver empate, haverá desempate seguindo o 3ª,
§2º e 45§2º.
Classificação
Ordenar as empresas. Colocar os licitantes em ordem. “Essa é a 1ª colocada... essa é 2ª
colocada...” etc.
Prazo p/ Recurso
109 da Lei – estabelece q o recurso tem o prazo de 5 dias úteis, salvo no caso do convite q
será de 2 dias úteis. Esse prazo terá efeito suspensivo.
Etapa de homologação
Significa a verificação de regularidade do processo. Sai a comissão e o chefe volta
(autoridade superior – autoridade q nomeou a comissão) p/ verificar se ocorreu tudo
correto com o procedimento, p/ homologar ou adjudicar o processo. Porém se houver vício
ou se for feito de forma ilegal, a autoridade irá anular o procedimento licitatório.
Adjudicação
Dar ao vencedor, status de vencedor.
E o vencedor terá direito subjetivo à assinatura do contrato? Não, ele terá a garantia de não
ser preterido (passado p/ trás), mas não quer dizer q a adm. publ. vai contratar. “Se for p/
contratar, será com ele” – Logo, terá apenas mera expectativa de d. ao contrato.
Mas e se o licitante vencedor não tem interesse em assinar o contrato? Chamará os outros
na ordem, mas eles serão chamados dentro da proposta do primeiro (mas não serão
vinculados a proposta – não serão penalizados). E se ninguém quiser, terá q licitar de
novo?? Mas p/ q isso não ocorra, p/ não dar prejuízo à adm. publ., vincula-se o licitante
à proposta (64,§3º- ele será obrigado a assinar o contrato em 60 dias, da entrega do
envelopes, salvo se o edital determinar outro prazo) se ele não quiser, ele vai ser
penalizado (87 - penalidades), ele pode até ficar proibido de contratar.
PROCEDIMENTO CONCURSO
Cada concurso segue seu regulamento, em cada lugar.
PROCEDIMENTO DO LEILÃO
“... Art. 53. O leilão pode ser cometido a leiloeiro oficial ou a servidor designado pela Administração, procedendo-se na forma da legislação pertinente.
§ 1º Todo bem a ser leiloado será previamente avaliado pela Administração para fixação do preço mínimo de arrecadação. § 2º Os bens arrematados serão pagos à vista ou no percentual estabelecido no edital, não inferior a 5% (cinco por cento), e, após a assinatura da respectiva ata lavrada no local do leilão, imediatamente entregues ao arrematante, o qual se obrigará ao pagamento do restante no prazo estipulado no edital de convocação, sob pena de perder em favor da Administração o valor já recebido.
§ 3º Nos leilões internacionais, o pagamento da parcela à vista poderá ser feito em até vinte e quatro horas. § 4º O edital de leilão deve ser amplamente divulgado principalmente no município em que se realizará....” O leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a Administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou ainda para a alienação de bens imóveis cuja aquisição haja derivado de procedimento judicial ou de dação em pagamento.
Pode-se verificar a ocorrência de dois tipos de leilão, que são o comum e o administrativo. O leilão comum, que é privativo do leiloeiro oficial, é regido pela legislação federal pertinente, podendo a Administração estabelecer as condições específicas. Já o leilão administrativo é feito por servidor público.
Antes do leilão, devem os bens ser previamente avaliados, constando no edital o preço mínimo a ser ofertado. Indispensável se faz ainda que o edital descreva os bens, possibilitando sua perfeita identificação. Deve, além disso, indicar o local onde se encontram, possibilitando o exame por parte dos interessados. O dia, horário e local do pregão são especificados também pelo instrumento convocatório.
Para o leilão, não se exige qualquer tipo de habilitação prévia dos licitantes, tendo em vista que a venda é feita à vista ou em curto prazo. Admite-se, entretanto, a exigência, quando o pagamento não for todo à vista, de um depósito percentual do preço, servindo como garantia.
Os lances no leilão deverão ser verbais, configurando uma disputa pública entre os ofertantes, enquanto durar o pregão. Aquele que, ao final, oferecer maior lance, de valor igual ou superior ao avaliado previamente, arremata o objeto da licitação
PROCEDIMENTO PREGÃO
Ele tem procedimento invertido dos outros.
1. Fase Interna
Formalização do processo
Autuação (colocar capa, número no processo, numerar nas paginas, etc.) + Demonstração
de necessidade + Reserva do recurso orçamentário + Nomeação da comissão + Elaboração
do edital (40) + Parecer jurídico (minuta vai pro juiz) + Autorização formal (o processo
volta pro chefe que vai autorizar a deflagração do certame).+ Comissão (depois q o chefe
autoriza, ele sai de cena, e quem vai cuidar do processo será a comissão – mas o chefe
voltará no final do processo de novo – será estudado depois).
2. Fase externa
Publicação
Recebimento do envelope
Classificação e Julgamento
Será o menor preço - pq não terá técnica, já q falamos de bem e serviços comuns.
Abre o envelope e passa a análise das Proposta escritas.
Seleciona uma e escolhe a melhor proposta.
Além da melhor proposta, serão selecionadas todas as demais que não ultrapasse 10% da
melhor proposta, mas se com 10% não tenha 3, será ignorado 10%, escolhidos as 3
melhores.
Terá Lances verbais e sucessivos.
Habilitação 27
Se o vencedor da proposta não cumpre os requisitos, chama o 2º colocado na sua própria
proposta, mas o pregoeiro poderá negociar com o 2º colocado o preço (a redução do valor).
Recurso
O licitante deve manifestar na hora! Porém, as razões podem ser manifestadas no prazo de
3 dias.
Adjudicação
Homologação
Mas na prática, p/ não ter problema com essa inversão, A administração faz ao mesmo
tempo a adjudicação e homologação.
O pregão difere basicamente das outras modalidades licitatórias por inverter as fases do certame, prever somente o tipo menor preço e apresentar maior transparência , competitividade e agilidade. Erros de natureza formal podem ser corrigidos, mesmo após abertos os envelopes, e os licitantes podem comparar as propostas e reduzir suas ofertas. Além disso, as fases do certame são invertidas, conferindo maior desburocratização do procedimento. Após o credenciamento do responsável pela representação da licitante, a quem compete ofertar lances e negociar em seu nome, são abertas as propostas, dando início à etapa competitiva, com a sua análise e classificação, negociação dos lances verbais e julgamento em favor da oferta de menor preço. Caso não ocorra lance verbal, o pregoeiro pode continuar a sessão analisando as propostas escritas.
Findas essas etapas é que se dá início à fase de habilitação da empresa vencedora. Não
havendo habilitação, o pregoeiro examinará os documentos do segundo colocado e assim
sucessivamente. Em seguida, não ocorrendo interposição de recursos, passa-se à
adjudicação e homologação, também competência do pregoeiro. Caso hajam recursos,
essas atribuições passarão a ser competência da autoridade recursal.
Aula
Contratos Administrativos
Obs: aquilo q vc estudou sobre Contrato em Civil e Empresarial, você vai estudar aqui.
Conceito: vínculo jurídico bilateral em q suj passsivo e ativo se comprometem a uma
prestação e contraprestação, com a participação do poder público, logo, é uma relação
jurídica patrimonial.
Objetivo: satisfazer o interesse público.
Regime jurídico: Público. Ex: clausulas exorbitantes.
Características: Participação do poder público (no suj. ativo ou passivo); Consensual (está
perfeito e acabado no momento que se manifesta a vontade. - adimplemento e execução
do contrato ocorre quando pago e entrego o bem, mas a relação existe e está perfeito e
acabado no momento q vou a loja, pois foi o momento em que manifestou a vontade.),
Formal (é um contrato formal), Comutativo (prestração e contraprestação são equivalentes,
já estão previstas/determinadas no contrato). Onerosos (remunerado na forma
convencional), Personalíssimo (vai levar em consideração as caraceterísticas/qualidade
contratatado. Obs: subcontratar sem autorização contratual gera rescisão. Porém há
exceções: quando há anuência da administração pública; quando houver precisão em
contrato; os mesmo requisitos que foram exigidos na contratação, na subcontratação tb
será exigido. Porém, a doutrina entende q na subcontratação não deve ser transferido tudo
q foi transferido na contratação, pq eles não participaram do rigor, da formalidade q foi
dado no procedimento licitatório, será um comprometimento ao procedimento licitatório,
pq vai estimular as empresas a não fazerem procedimento licitatório e ingressar de outra
forma na adm. pública). Contrato de adesão (contrato já vem pronto, vc aceita se quiser.
Em anexo ao contrato vem o edital, por isso não faz a diferença se tem regra no contrato
ou no edital, pq eles vem junto).
Obs: as exigências da licitação são p/ garantir q o licitante vai ter condições p/ executar o
contrato, logo, não é pra a licitação propriamente dita.
Formalidades p/ celebrar contrato administativo: Procedimento adm. prévio. Em regra é a
Licitação, ou se não houver como acontecer a licitação, terá um procedimento de
justificação (contrato direto - artigo 26). Por escrito art. 60 par. L. 8666. Exceção: pronta
entrega, pronto pagamento, e até 4.000,00 (5% do valor do convite). Instrumento de
contrato: documento q detalhará a nossa relação (quem paga, onde paga, como paga, etc).
62- instrumento de contrato é obrigatório: quando o valor do contrato for correspondente
a concorrência ou tomada de preço – mesmo se há dispensa ou inexigível. 63- instrumento
de contrato facultativo, quando o valor do contrato for corresponde ao convite, desde que
seja possível realizá-lo de outra maneira. Vc pode usar atos administrativos simples que vão
trazer apenas a ordem, o comando a ser seguido, não traz todas as minúcias q tem em um
contrato administrativo (“faça isso”), são eles: fazer ordem de empenho, carta de contrato,
ordem de serviço, usar uma nota de empenho. Publicação do contrato: 61, parag. único. É
dever da administração, quem deve providenciar essa publicação é a administração, num
prazo não superior a 20 dias, não podendo ultrapassar o 5º dia útil do mês subseqüente ao
de sua assinatura – se ultrapassar, o contrato será válido, mas não será eficaz.
Cláusulas contratuais: Temos as clausulas necessárias Necessárias, Obrigatórias e
exorbitantes (é aquela q extrapola o comum dos contratos, pois se estivesse escrita num
contrato comum, será uma cláusula abusiva, seria uma cláusula não lida).
Cláusulas necessárias: Deve ter: edital e contrato juntos. O Edital vem anexo minuta do
contato, ou o contato vem em anexo o edital (por isso, pouco importa em prova se fala q
está previsto no contrato ou no edital, será a mesma coisa); foro de eleição; durante o
contrato a contratada deve manter todos os requisitos da licitação (não é só durante a
licitação, ex: a regularidade fiscal exigida durante a licitação, tem q ser mantida durante
toda a execução do contato).
Garantia do contrato: 56 – “a administração pode exigir a garantia” quem decide se vai
exigir ou não a garantia é administração. Mas se exigir, se torna poder dever, obrigação.
Até 5% do valor do contrato, excepcionalmente, pode chegar até 10%, p/ contrato de
grande vulto, de alta complexidade ou riscos financeiros, só que aqui a forma dele prestar
a forma q ele vai dar a garantia quem escolherá será pelo contratado, mas dentro das
maneiras q a lei dá. A forma de prestar quem decide é o contratado. Forma (decisão do
contrato): caução em dinheiro, TDB (Título da Dívida Pública), Fiança Bancária (fiança
prestada por um banco), ou Seguro Garantia.
Duração do contrato: 57 da lei. Não é admitido hj contrato administrativo sem prazo
determinado. Regra: O contrato será de acordo com Crédito orçamentário, de acordo com
a lei orçamentária diz q o prazo será de 12 meses. Exceção: Contratos Administrativos
previstos no PPA, será se 4 anos (Plano Pluri Anual – 4 anos, e diz oq será feita distribuição
das ações prevista pelo PPA no tempo de 4 anos, será distribuída em cada ano do
mandado, conforme a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) e a LOA diz o que será gastado
em cada uma dessa ações, e nela tem estipula o prazo de 12 meses, se comprometendo
com o dinheiro nesse prazo, porém, se o objeto tiver previsto na PPA, ele irá
consequentemente entrar na LDO, e da LDO p/ LOA, eles estão amarados, logo, poderá ser
estipulado em 4 anos.; Quando for um contrato de prestação continua, até 60 meses (se o
maior ou contrato/melhor o preço, esse contrato poderá ser até de 60 meses). Excepcional
interesse público será de 12 meses; Aluguel de equipamento e programas de informáticas,
até 48 meses; Contratação direta com dispensa de licitação, de até 120 meses (24, IX, XIX,
XXVIII, XXXI). Contrato de concessão serviço público (lei especifica do serviço); Contrato
sem desembolso pelo Adm (prazo determinado mas não precisa vincular ao crédito
orçamentário, já q a Administração não se vinculará a pagar algo).
Prorrogação do contrato: possível, desde que no prazo limite da lei e Prevista no edital ou
no contrato.
Cláusulas exorbitantes: Alteração unilateral pela Adm; Rescisão Unilateral pela
Administração; Fiscalização - 67 não só fiscaliza, como tb pode fazer intervenção na
administração da empresa); Aplicação de penalidade -penalidades: advertência por escrito;
multa (vai depender da previsão contratual), Suspensão de contratar com poder público
(prazo de até 2 anos, e fica impedida de contratar com um ente q aplicou a sanção).
Declaração de inidoneidade (sendo inidôneas, não poderá contratar com ninguém, e p/ se
reabilitar e voltar a se idôneo, terá q ultrapassar de 2 anos e indenizar os prejuízos
causados a administração, é a penalidade mais drástica).
Obss: as penas de suspensão e declaração de inidoneidade só serão aplicas p/ condutas
criminosas.
Ocupação provisória dos bens da contratada: os bens q a administração estava possuindo
provisoriamente, a administração pode pegar os bens p/ si.
Obs: se a Administração quiser rescindir o contrato terá q dar d. à empresa o contraditório
e ampla defesa, enquanto anda o processo, o empregado continua executando oq está no
contrato e a administração faz ocupação provisória dos bens, e se a administração mesmo
assim qser rescindir o contrato, a administração poderá adquirir esses bens ao final do
processo.
EXCEPTIO NON ADIMPLETI CONTRACTUS (Exceção do contrato não cumprido) Nos
contratos comuns, não posso exigir o cumprimento da outra parte se eu não cumpri a
minha parte na relação. Aplicável aos contratos administrativos de forma diferenciada,
portanto não tem nada de exorbitante. (POSIÇÂO MAJORITÁRIA).
28, IV, L. 8666 – diz q a ainda q a administração não cumpra sua obrigação, não pague, o
contratado, em nome do Principio da Continuidade, terá q manter o serviço no prazo de 30
dias.
Alteração contratual Unilateral: 65 – é uma Cláusula Exorbitante. A administração poderá:
modificar/alterar as especificações do projeto(alteração qualitativa); objeto, com
conseqüente alteração do valor (quantitativa) natureza do objeto é imutável. Exemplo,
queria 100 canetas, e e mudo pra 120, mas tenho que pagar pelas 20 a mais. Porém poderá
alterar o contato até o limite de 25%, com acréscimos ou supressões de até 25%, mas em
caso de reforma, os acréscimos (só acréscimos) podem chegar ate 50%.
Alteração contratual Bilateral: Não é clausula exorbitante, é acordo. Só em regime de
execução e forma de pagamento, mas só até o receber o bem. Substituição garantia, e p/ a
manutenção e equilíbrio econômico financeiro do contrato (Teoria da imprevisão – só
poderá ocorrer se surgir um fato novo, superveniente – q as partes não previam- q onera
demais o contrato p/ uma das partes, gerando assim desequilíbrio contratual, aí a alteração
restabelece o equilíbrio, dando recomposição de preços, q é diferente de reajustamento de
preços q é algo q já está previsto).
Hipóteses: Fato do príncipe –atuação do poder público, geral e abstrata, ela atinge o
contrato de forma indireta e reflexa. Fato de administração: atuação específica q atinge
diretamente o contrato. Ex: alteração do objeto principal do contrato. Inteferências
imprevistas situações q já existiam ao tempo da celebração do contrato, mas q só podem
ser descobertas durante a execução. Ex: o solo mais duro.
Alguns doutrinadores entendem q inclui caso fortuito e força maior, e outro só força maior,
há divergência.
Extinção do contrato: pela conclusão do objeto; pelo advento do termo contratual
(venceu o prazo); Rescisão administrativa (de forma unilateral): Por interesse publico; Por
descumprimento de clausula contratual pelo contratado; Por meio de Rescisão consensual
(amigável/acordo). Por Rescisão Judicial – qndo contrato n quer mais - Quando o
contratado não quer mais, ele tem que ir pra via judicial; Por Rescisão de pleno direito –
situações estranhas à vontade das partes – ex: o contratado morre; Por Anulação – por
ilegalidade.
*******DIREITO CIVIL
CONVERSÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO
O código civil alemão em seu §140 dispostos dispôs a respeito da conversão do negócio
invalido, tendência seguida por outros código do mundo, a exemplo do português (293) e
do brasileiro (170).
Art. 170. Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisitos de outro, subsistirá este
quando o fim que visavam as partes permitir supor que o teriam querido, se houvessem
previsto a nulidade.
Trata-se de uma medida sanatória, por meio da qual aproveitam-se os elementos materiais
de um negócio inválido, convertendo-o em outro negócio válido e de fiz lícitos.
É como se houvesse uma nova categorização jurídica do negócio. (Rachel Shimiedel)
Requisito da conversão:
Vale lembrar que Karl Larenz (Direito Civil – Parte Geral, Editora Revista de Direito Privado
1978), que o novo negócio jurídico convertido deverá sempre ter fins lícitos.
Também é bom observar, que “confirmação” do negócio anulável (173 e 174) não se
confunde com a conversão do negócio jurídico inválido (170). Isso porque a confirmação
não tem os elementos do mesmo negócio sem que haja uma nova categorização jurídica.
“Art. 173. O ato de confirmação deve conter a substância do negócio celebrado e a vontade
expressa de mantê-lo.”
“Art. 174. É escusada a confirmação expressa, quando o negócio já foi cumprido em parte
pelo devedor, ciente do vício que o inquinava.”
Academicamente, é razoável defender-se que a conversão também é aplicável ao negócio
anulável (Marcos Bernardes de Melo), mas por óbvio, uma vez que p/ os negócios anuláveis
existe a confirmação.
a) Requisito material: é o aproveitamento dos elementos fáticos do negócio inválido e
convertê-lo negócio válido.
b) Requisito imaterial: significa que se as partes houvessem previsto a nulidade, teriam
aquiescido no negócio convertido.
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos
negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de
direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente
no País.
Um bom exemplo de conversão dado pela doutrina, é aproveitamento de um contrato de
compra e venda nulo por vício de forma em uma promessa de compra e venda.
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
Qualquer investigação que se faça a respeito da prescrição e da decadência, tem como
ponto de partida a noção do tempo, isso porque, em uma perspectiva dinâmica, o decurso
do tempo é um fato jurídico que explica a própria natureza dos institutos estudados. (Ver
art. de responsabilidade civil por parte do tempo, na apostila parte geral 06)
Durante muitos anos, a doutrina clássica, sufragou a tese de que a prescrição extinguiria a
ação, ou seja, que o direito de ação prescreveria. Trata-se de uma linha acadêmica que
refletia o pouco amadurecimento da teoria do processo, com a acentuada influência ainda
da velha teoria imanentista romana do direito de ação. Entretanto, a partir do
desenvolvimento da processualística, e sob inspiração da doutrina da doutrina de Agnelo
Amorim Filho (RT 300:7), este panorama, começaria a mudar. “Ora, se a prescrição não
extingue a ação, extinguiria o quê?”R: Em verdade, não é necessário muito esforço p/ se
perceber q o d. de ação (d. processual de índole constitucional de se pedir ao estado em d.
constitucional, não prescreve nunca).
Por influência inegável do D. Alemão, a codificação brasileira foi extremamente precisa
(189/2002), ao estabelecer que o que prescreve não é um direito de ação mas sim a
pretensão , vale dizer, que a pretensão nasce no dia em que o d. a prestação é violado e
morre no ultimo dia do prazo prescricional.
Pretensão
Entende-se como o poder que o ordenamento jurídico confere ao titular do direito violado
de poder coercitivamente de exigir o cumprimento da prestação inadimplida, em outras
palavras, a pretensão deve ser deduzida dentro do prazo prescricional, sob pena de o titular
do direito, posto detentor da ação que é de subordinar o interesse do devedor ao seu, não
mais poder.
Obs: O código de 2002, a par de deixar claro q oq prescreve é a pretensão, e não o d. de
ação, reúne os prazos prescricionais em 2 únicos artigos: 205,CC (prazo prescricional
extintivo máximo geral de 10 anos) e 206,CC (prazos prescricionais especiais).
“Seção IV
Dos Prazos da Prescrição
Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor.
Art. 206. Prescreve:
§ 1o Em um ano:
I - a pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de víveres destinados a consumo no próprio
estabelecimento, para o pagamento da hospedagem ou dos alimentos;
II - a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele, contado o prazo:
a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da data em que é citado
para responder à ação de indenização proposta pelo terceiro prejudicado, ou da data que a
este indeniza, com a anuência do segurador;
b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da pretensão;
III - a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários judiciais, árbitros e
peritos, pela percepção de emolumentos, custas e honorários;
IV - a pretensão contra os peritos, pela avaliação dos bens que entraram para a formação
do capital de sociedade anônima, contado da publicação da ata da assembléia que aprovar
o laudo;
V - a pretensão dos credores não pagos contra os sócios ou acionistas e os liquidantes,
contado o prazo da publicação da ata de encerramento da liquidação da sociedade.
§ 2o Em dois anos, a pretensão para haver prestações alimentares, a partir da data em que
se vencerem.
§ 3o Em três anos:
I - a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos;
II - a pretensão para receber prestações vencidas de rendas temporárias ou vitalícias;
III - a pretensão para haver juros, dividendos ou quaisquer prestações acessórias, pagáveis,
em períodos não maiores de um ano, com capitalização ou sem ela;
IV - a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa;
V - a pretensão de reparação civil;
VI - a pretensão de restituição dos lucros ou dividendos recebidos de má-fé, correndo o
prazo da data em que foi deliberada a distribuição;
VII - a pretensão contra as pessoas em seguida indicadas por violação da lei ou do estatuto,
contado o prazo:
a) para os fundadores, da publicação dos atos constitutivos da sociedade anônima;
b) para os administradores, ou fiscais, da apresentação, aos sócios, do balanço referente ao
exercício em que a violação tenha sido praticada, ou da reunião ou assembléia geral que
dela deva tomar conhecimento;
c) para os liquidantes, da primeira assembléia semestral posterior à violação;
VIII - a pretensão para haver o pagamento de título de crédito, a contar do vencimento,
ressalvadas as disposições de lei especial;
IX - a pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do terceiro prejudicado, no caso de
seguro de responsabilidade civil obrigatório.
§ 4o Em quatro anos, a pretensão relativa à tutela, a contar da data da aprovação das
contas.
§ 5o Em cinco anos:
I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou
particular; aqui inclui ação de cobrança em geral, ex: banco entra com ação de cobrança.
II - a pretensão dos profissionais liberais em geral, procuradores judiciais, curadores e
professores pelos seus honorários, contado o prazo da conclusão dos serviços, da cessação
dos respectivos contratos ou mandato;
III - a pretensão do vencedor para haver do vencido o que despendeu em juízo.”
Decadência/Caducidade:
Inicialmente, é fundamental compreender-se o que é d. potestativo para a exata apreensão
da decadência.
O d. potestativo não tem conteúdo prestacional, é uma simples de interferência, ou seja, ao
exercê-lo, o sujeito interfere na esfera jurídica de outrem, sem que esta pessoa nada possa
fazer (unilateral). Ex: direito de divórcio; d. q o advogado tem de renunciar o mandato.
Existe direitos potestativos sem prazo p/ o exercício, a exemplo do d. de divórcio, mas
todas vez que um direito potestativo tiver prazo para ser exercitado, este será
decadência. Prazo decadencial nada mais é que o exercício de um d. potestativo.
Obs: Os prazo prescricionais (para se deduzir pretensão em juízo) são sempre legais.
Obs: Já os prazos decadenciais podem ser legais. Ex: prazo de decadência p/ se anular o
negócio jurídico nos termos do artigo 178(prazo especial de 4 anos – previsto em lei) ou
convencionais (prazo contratual p/ desistir do negócio).
“Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio
jurídico, contado:
I - no caso de coação, do dia em que ela cessar;
II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se
realizou o negócio jurídico;
III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.”
Vale acrescentar ainda que os institutos de prescrição e perempção, devem ser visto na
grade de processo civil.
Direito intertemporal
O código civil brasileiro operou a redução de inúmeros prazos, o que impõe ao interprete
um acentuado cuidado, mormente quando o prazo analisado já estiver em curso, p/ tanto,
é de grande importância -> (ver o material de apoio artigo escrito em co-autoria com o
prof. Arruda Alvin)
Nos termos do artigo 2.028, tendo transcorrido mais da metade do prazo, continua a ser
aplicada a lei velha, por outro lado, transcorrido menos da metade, lei nova.
“LIVRO COMPLEMENTAR
DAS Disposições Finais e Transitórias
Art. 2.028. Serão os da lei anterior os prazos, quando reduzidos por este Código, e se, na
data de sua entrada em vigor, já houver transcorrido mais da metade do tempo
estabelecido na lei revogada.”
O próprio STJ já firmou entendimento no sentido de que o novo prazo deve ser contado a
partir da entrada em vigor do próprio código civil, e não a partir da data do fato (RESP
848.161do MT)
O que se entende pelo princípio da ACTIO NATA (a moderna doutrina e a atual
jurisprudência passaram a dar mais atenção, se não uma nova roupagem, a esse antigo
instituto, estudado pelos clássicos): De acordo com o princ. da ACTIO NATA o prazo
prescricional não corre quando o d. é violado, mas quando a vítima/titular toma-se efetivo
conhecimento da lesão (relativiza o CC). Ex: paciente sofre erro médico, transcorrendo
prescricional quando toma efetivo conhecimento das conseqüência do evento
danoso/lesão. No STJ/AGRG Esp 116.918 SC – julgado no mês passado – Resp 1.257.387RS
e Noticiário de 3 de maio de 2011.
Aula
Causas interruptivas, suspensivas e impeditivas
O CC regula causas q impedem ou suspendem (197-199CC) e causas q interrompem o curso
de um prazo prescricional (202) vale lembrar q a causa suspensiva e impeditiva tem a
mesma natureza, dependendo apenas do momento em que ocorre: causa impeditiva obsta
o início do prazo prescricional; a suspensiva paralisa o prazo que estava em curso (depois
cessa a causa q suspendia o prazo, volta a correr de onde parou).
Finalmente, a causa interruptiva, que tanto a atemoriza o devedor, zera o prazo
prescricional que começa a correr novamente do início.
“Seção II
Das Causas que Impedem ou Suspendem a Prescrição
Art. 197. Não corre a prescrição:
I - entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal;
II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar;
III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou
curatela.
Art. 198. Também não corre a prescrição:
I - contra os incapazes de que trata o art. 3o;
II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos Municípios;
III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra.
Art. 199. Não corre igualmente a prescrição:
I - pendendo condição suspensiva;
II - não estando vencido o prazo;
III - pendendo ação de evicção.”
As hipóteses de interrupção do prazo prescricional (202, CC), alguma delas serão estudas na
grade de processo civil, a exemplo do inc. I. E é importante frisar, que visando evitar abuso
de direito por parte do credor, o código estabelece que esta interrupção só podem ocorrer
uma única vez.
Seção III
Das Causas que Interrompem a Prescrição
Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á:
I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a
promover no prazo e na forma da lei processual;
II - por protesto, nas condições do inciso antecedente;
III - por protesto cambial;
IV - pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em concurso de
credores;
V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do
direito pelo devedor.
Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr da data do ato que a
interrompeu, ou do último ato do processo para a interromper.
O inc. III, do art. 202, ao admitir expressamente q o protesto cambial interrompa o prazo
prescricional, prejudicou a súmula 153, STF.
O art. 202 do CC, admite em seu inc VI que o devedor mesmo atuando extrajudicialmente,
pode reconhecer o direito do credor, no que resulta na interrupção do prazo prescricional
(confissão de dívida). Por outro lado, a teor do próprio inc. V, não há previsão de
interrupção decorrente de uma mera notificação extrajudicial. Por esta razão, o projeto de
lei 3293/98, pretende alterar o CC, p/ expressamente prever a interrupção decorrente de
uma notificação extrajudicial.
Obs: O ordenamento jurídico pode prever situações excepcionais de determinadas causas
que interferem no curso de um prazo decadencial a exemplo do que se vê no art. 26 §2º do
CDC.
Características da Prescrição e da Decadência
1. Prazos prescricionais não podem ser alterados pela vontade das partes; os prazos
decadenciais admitem alteração, por óbvio, quando convencionais (192)
“Art. 192. Os prazos de prescrição não podem ser alterados por acordo das partes.”
2. A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição pela parte interessada
(193). Já a decadência quando for legal, deve ser reconhecida de ofício pelo juiz (210), ao
passo que quando for convencional deve ser alegado pelo interessado em qualquer grau de
jurisdição (211).
“Art. 193. A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição, pela parte a quem
aproveita.”
“Art. 210. Deve o juiz, de ofício, conhecer da decadência, quando estabelecida por lei.
Art. 211. Se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita pode alegá-la em
qualquer grau de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a alegação.”
A prescrição pode ser reconhecida de ofício pelo juiz? R: trata-se de uma questão polêmica.
Inovando, a lei 11.280/2006, que alterou o art. 219 do CPC, passou a admitir que o juiz
pudesse reconhecer de ofício a prescrição, certamente, fora inspirada na lei 11.051/04, que
reformou a lei de execução fiscal, em que há previsão semelhante (sucede que esta
possibilidade de reconhecimento de dívida não retira do devedora faculdade de renunciar a
prescrição que é uma defesa sua, nos termos do art. 191 do CC e a luz do enunciado 295 da
4ª jornada do de civil.
Raciocínio p/ os processos em curso (pq no indeferimento da inicial é mais difícil): A luz do
princípio da cooperatividade p/ os processos em curso é recomendável que o juiz assine um
prazo ao devedor e ao credor antes de pronunciar a prescrição, neste prazo, poderá o
credor, demonstrar que a prescrição não se consumou e o devedor por sua vez poderá
renunciar a esta alegação de defesa. Caso, o devedor não se manifeste então poderá o juiz
pronunciar de ofício a prescrição.
Obs? Em regra: não tem como haver nova prescrição dentro do processo, por conta de
demora processual, salvo, em alguns casos (estudaremos em tributário e processo civil) - a
temática a ser enfrentada nas grades de d. tributário e de processo civil, a prescrição
intercorrente, invocando a idéia de Arruda Alvino (no art. da prescrição intercorrente), é
aquela que ocorre dentro do próprio processo, quando já tenha deduzido a pretensão, em
geral, não é acolhida no processo civil, AGRG 618909/PE, salvo em situações excepcionais e
justificadas, como na fase executória de título judicial e nos procedimentos de ação
rescisória (exs. serão dados por outro professor).
QUESTÕES POSSÍVEIS DE CAIR EM CONCURSO ENVOLVENDO PRESCRIÇÃO:
Julgando o RESP 2198576/RJ decidiu que o prazo prescricional p/ se formular pretensão
indenizatória por abandono afetivo, começa a fluir da maior idade do interessado.
O STJ com base em diversos precedentes tem decidido que o prazo prescricional p/
cobrança amparada em ação monitória fundada em cheque prescrito é de 5 anos. (RESP
1339874/RS).
P/ cobrança do seguro DPVAT é de 3 anos
Súmula 405 STJ, RESP 1139030/RJ, que o prazo prescricional, aplicável a pretensão de
cobrança de cota condominiais, é de 5 anos.
Segundo prof. Rodrigo Leite, após a oscilação em sua jurisprudência, com acórdãos que
hora aplicavam o prazo de 3 anos do CC, ora aplicavam 5 anos do Dec. 20.9910/322, o tema
foi submetido a julgamento, sob a sistemática dos recursos repetitivos, prevalecendo a tese
q é de 5 anos o prazo p/ se deduzir pretensão contra a Fazenda Pública.
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
Direitos da obrigações reúne o conjunto de normas reguladores da relação jurídica pessoal
vinculativa do credor ao devedor.
#D. das obrigações é diferente dos d. das coisas/reais.
D. das obrigações:
Relação horizontal entre: Credor e Devedor
D. reais:
Relação vertical entre: Sujeito e coisa.
Obs: Mas existe um tipo de obrigação hibrida que fica entre o d. das coisas e das
obrigações, q influencia nos dois ds.: Obrigação propter REM/ob REM/real. A denominada
obrigação propter REM, é aquela que tem natureza mista (real e pessoal). A par de conter
uma prestação devida, ela se vincula a uma coisa, acompanhando-a. Ex: obrigação de pagar
taxa de condomínio. (RESP846187/SP). Ex2: Resp 1073846/Sp, STJ exemplifica como
obrigações propter REM, O IPTU e ITR.
Obs: Por outro lado, não confudir, a obrigação propter REM, com a Obrigação com eficácia
real, esta ultima consiste em uma obrigação típica, comum, com a peculiaridade de passar
a ter eficácia erga omnes por haver sido levada a registro (ex: a obrigação locatícia
averbada na matrícula, nos termos do art. 8º da Lei do Inquilinato).
Obs: Em direitos reais, deverá ser estudada ainda uma outra figura, o ônus real. Trata-se de
um conceito, que pode variar na doutrina mas que, em geral, traduz uma limitação da
propriedade, impondo o pagamento de uma prestação periódica. Ex: a renda constituída
sobre imóveis.
Emilio Betti, em sua clássica obra, teoria geral das obrigações, anota e profetiza, ao longo
do século XX, uma verdadeira crise de cooperação entre o credor e o devedor. As partes, na
relação obrigacional, que é dinâmica (como advertiu Clovis do Colto e Silva na obra “a
obrigação como um processo”), devem atuar respeitando os limites impostos pelos
princípios da função social e da boa fé objetiva. E um bom exemplo dessa nova perspectiva,
é a aplicação do duty to mitigate, tema introduzido no Brasil, pela professora Vera de
Fradera, no âmbito do d. obrigacional.
Com decorrência do próprio princípio da boa fé, deve, o titular de um direito, sempre que
possível, atuar p/ minimizar a extensão do dano, mitigando a gravidade da situação
experimentada pelo devedor. O próprio STJ tem acatado a tese, RESP758518/PA inclusive
no âmbito do Processo penal – HC 171753/GO).
Aula
Direito das obrigações
Conceito:
Inicialmente, vale lembrar, que a palavra obrigação, tanto pode em sentido estrito,
significar dever, como também, em sentindo amplo, pode significar a própria relação
jurídica obrigacional.
Vale ainda anotar a diferença entre as palavras Shuld (debito) e Haftung
(Responsabilidade).
Nesse contexto, temos que, em geral, o próprio devedor tem um débito e a
responsabilidade, mas como bem observa o grande jurista Guilherme Nogueira da Gama, e
em sua obrigações (Editora Atlas), a responsabilidade (haftung) recaia em um terceiro (ex:
fiador).
Fonte das obrigações:
A fonte da obrigação é a o fato jurídico que dá origem a relação jurídica obrigacional. Não é
apenas a lei, pois seria vaga tal resposta, embora também esteja correto. No direito antigo,
a sistematização das fontes, feita pelo juriscon gaio, teve grande importância. Para ele, as
fontes das obrigações seriam as seguintes:
1- O contrato;
2- O quase-contrato (atos negocias não contratuais, a ex., nos dias de hoje a promessa de
recompensa);
3- O delito (lícito doloso);
4- O quase-delito (ilícito culposo).
Nos dias de hoje, esta sistematização já não é utilizada como no passado. O código civil
brasileiro não dedica uma parte específica para regular as fontes das obrigações, cabendo o
trabalho de identificação dessas fontes a própria doutrina (a linha doutrinária moderna, em
geral, costuma reconhecer como fontes das obrigações os atos negociais, como um
contrato ou promessa de recompensa, alguns atos não negociais, como fato da vizinhança,
e os atos ilícitos) . A principal fonte das obrigações é o contrato.
ESTRUTURA E ELEMENTOS DA OBRIGAÇÃO:
A relação jurídica obrigacional é composta por três elementos:
1- Elemento imaterial abstrato ou espiritual - trata-se do próprio vínculo abstrato que
une o credor (ativo) ao devedor(passivo);
2- Elemento subjetivo - são os sujeitos da obrigação que devem ser determinados ou ao
menos determináveis(ex: cheque ao portador;promessa de recompensa;obrigação propter
REM);
Obs. O sistema jurídico brasileiro admite a indeterminabilidade subjetiva, ativa ou passiva,
desde que temporária. Vale dizer, cuida-se de uma indeterminabilidade relativa do credor
ou do devedor. São exemplos de indeterminabilidade do credor: o cheque ao portador e a
promessa de recompensa. No que tange ao pólo passivo, a obrigação propter REM, a ex., a
obrigação de pagar taxa de condomínio, consubstancia-se em hipótese em que há
indeterminabilidade do devedor (no ex. dado dependerá de quem seja o dono do imóvel.
Orlando Gomes observa em sua obra “Obrigações”, que este tipo de obrigação em que os
sujeitos podem variar, denomina-se obrigação ambulatória.
3- Elemento objetivo - é o objeto da obrigação, ou seja, a prestação. A prestação é a
atividade do devedor direcionado a satisfação do crédito (de dar, fazer ou não fazer). A luz
do moderno direito civil constitucional, na perspectiva da cláusula geral da boa-fé objetiva,
tem a ser enfrentado no intensivo II, é forçoso convir que a prestação princípio de dar, fazer
ou não fazer, não é a única embutida na relação obrigacional. Prestações outras,
verdadeiros deveres anexos ou de proteção, como o dever de lealdade, assistência,
informação e outros congêneres, também têm forte carga de importância jurídica e
poderão ensejar responsabilidade civil quando descumpridos, conforme deverá ser visto
em aula própria o descumprimento desses deveres é conhecido como violação positiva do
contrato. A prestação deve ser lícita, possível, determinada ou ao menos determinável. Em
geral, a prestação tem caráter patrimonial ou economicidade. Todavia, como bem observa
“Paulo Lobo”, na linha de “Pontes de Miranda”, pode haver prestações não propriamente
patrimoniais, a ex., a disposição feita pelo testador ao herdeiro impondo-lhe o dever de ser
enterrado de determinada maneira.
CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES:
1-Obrigações negativas: de não fazer (dica de concurso: cai mais em processo civil
perguntas sobre isso)
2-Obrigações positivas: de fazer, de dar coisa certa e coisa incerta
Inicialmente, é importante observar que o desenvolvimento da matéria, especialmente as
obrigações de fazer e não fazer, é feito na grade de processo civil, quando do estudo do
processo de execução e da tutela específica das obrigações.
OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER
A obrigação de não fazer é aquela q tem por objeto uma prestação negativa, ou seja, um
comportamento omissivo do devedor. É o exemplo do sujeito que assume a obrigação de
construir acima de determinar altura ou de não realizar atos de concorrência. Por óbvio, o
descumprimento de uma obrig. de não fazer pode ensejar respons. civil, sem prejuízo de
uma eventual tutela jurid. específica. Guilherme Nogueira da Gama acrescenta ainda que
essa abstenção pode ser temporária, como no caso da obrigação de não explorar
determinada atividade por cinco anos.
OBRIGAÇÃO DE FAZER:
Regulada a partir do artigo 247, a obrigação de fazer é aquela que tem por objeto uma
prestação de fato positiva, ou seja, na obrigação de fazer interessa ao credor a própria
atividade do devedor. A obrig. de fazer poderá ser fungível, não personalíssima (qndo a
atividade puder ser prestada por 3º), ou infungível, personalíssima (quando somente a
atividade do próprio devedor interessa).
OBRIGAÇÃO DE DAR
O que é dar? A obrig. de dar é aquela que tem por objeto prestação de coisas de dar em d.
das obrigações, pode significar transferir a propriedade da coisa, transferir apenas a posse
ou a detenção da coisa, ou restituir.
OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA:
233 e SS. – A obrigação de dar coisa certa, é aquela que tem por objeto uma coisa
determinada ou individualizada, a exemplo, da obrigação imposta à construtora na venda
de determinado apartamento.
Especialmente no âmbito da obrig. de dar coisa certa, aplica-se a regra básica e
fundamental, prevista no art. 313, no sentido de que o credor estava obrigado a receber
prestação diversa ainda q mais valiosa.
233, 235, 236 CC.
Das Obrigações de Dar Coisa Certa
Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não
mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso.
Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes
da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as
partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais
perdas e danos.
Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a
obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu.
Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa
no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização
das perdas e danos.
Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e
acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o
devedor resolver a obrigação.
Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os pendentes.
Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder
antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus
direitos até o dia da perda.
Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais
perdas e danos.
Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal
qual se ache, sem direito a indenização; se por culpa do devedor, observar-se-á o disposto
no art. 239.
Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa, sem
despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização.
Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou dispêndio,
o caso se regulará pelas normas deste Código atinentes às benfeitorias realizadas pelo
possuidor de boa-fé ou de má-fé.
Parágrafo único. Quanto aos frutos percebidos, observar-se-á, do mesmo modo, o disposto
neste Código, acerca do possuidor de boa-fé ou de má-fé.
Em geral, haverá a obrigação de pagar perdas e danos, quando o descumprimento da
obrigação derivar de culpa do devedor.
OBRIGAÇÃO DE DAR COISA INCERTA
243, SS CC
Conceitos: trata-se de uma obrigação genérica com prestação determinável, vale dizer, é a
obrigação em q a coisa é indicada apenas pelo gênero e pela quantidade, não estando
ainda individualizada (243, CC)
Obs: existe em doutrina, posição critica no sentido de que a palavra “gênero” seja
substituída por “espécie”, mas não foi essa a posição do legislador.
Em regra, a individualização da coisa, a sua escolha (operação denominada concentração
do debito ou da prestação devida, é feita pelo devedor, se o contrário não resultar do título
da obrigação, e toda escolha, deve ser feita pela média).
Questão de concurso: O que é a regra do “genus nunquam perit”? R: Trata-se de uma regra
tradicional no direito brasileiro, ainda prevista em nosso sistema (246), no sentido de que,
antes da escolha da coisa, o gênero é imperecível, de maneira que, que não poderá o
devedor, alegar caso fortuito ou força maior, para se eximir da obrigação pactuada. (246)
ex: café, gado, não se perece nunca pq tem em todo lugar.
Obs: Porém, se o gênero for limitado na natureza, outrossim, a regra, mereceria uma
ponderação -crítica.
Seção II
Das Obrigações de Dar Coisa Incerta
Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade.
Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao
devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa
pior, nem será obrigado a prestar a melhor.
Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na Seção antecedente.
Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa,
ainda que por força maior ou caso fortuito.
O que se entende por tutela externa do crédito? R: Deve-se muito,neste ponto, à
contribuição doutrinária do professor Antonio Junqueira de Azevedo -> que diz: na
perspectiva da função social e da boa fé objetiva, embora, a relação obrigacional vincule as
próprias partes, terceiros não devem atuar de forma ilícita ou indevida, interferindo na
relação jurídica e obrigacional alheia, fala-se então, q obrigação teria além de uma eficácia
interna (geradora de ds. e deveres p/ as partes), uma eficácia externa, que imporia ao 3º
um dever de respeito, sob pena de responsabilidade civil.
Ex: de aplicação da teoria, aplicado como “case”(paradigma) é a polêmica: O cantor Zeca
pagodinho e a briga das cervejarias- Zeca pagodinho, a razão cínica e o no CC brasileiro de
Judith Matins Costa.
Aula
TEORIA DO PAGAMENTO
Condições/Requisitos do pagamento
A) Subjetivas
Quem deve pagar (304/305)
A legitimidade p/ o pagamento, em primeiro plano, por óbvio, é do devedor ou de seu
representante, no entanto o sistema jurídico brasileiro (304/305) admite um 3ª possa
pagar.
TÍTULO III
Do Adimplemento e Extinção das Obrigações
CAPÍTULO I
Do Pagamento
Seção I
De Quem Deve Pagar
Art. 304. Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se
opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor.
Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o fizer em nome e à
conta do devedor, salvo oposição deste.
Art. 305. O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a
reembolsar-se do que pagar; mas não se sub-roga nos direitos do credor.
Parágrafo único. Se pagar antes de vencida a dívida, só terá direito ao reembolso no
vencimento.
Obs: O sistema jurídico brasileiro diferencia de 3º interessado a 3º não interessado:
a) 3º interessado
Aquele em face de quem o descumprimento obrigacional poderá juridicamente repercutir,
a exemplo do fiador, valista, neste caso, se o 3º interessado paga, ele se sub-roga em todas
as ações, privilégios e garantias do credor originário, além de ter o natural direito ao
reembolso pelo oq pagou).
b) 3º não interessado
(é aquele que não detém interesse jurídico algum no cumprimento da obrigação, em tal
hipóteses, 2 situações podem ocorrer:
a) Se o 3º não interessado pagar dívida em seu próprio nome, terá pelo menos direito ao
reembolso, não sub-rogando em todos os privilégios e garantias;
b)se o 3º não interessado, finalmente, pagar em nome do próprio devedor, não terá direito
a nada.
Ex: se vc pagar no cartão, ou pelo caixa eletrônico, o comprovante sai no seu nome, logo, vc
tem direito a reembolso. Mas vc pagar na boca do caixa, em dinheiro, a fatura sairá no
nome do devedor, vc não terá direito a nada.
O devedor pode se opor ao pagamento feito pelo 3º? R: O art. 306 CC, faz expressa menção
à possibilidade de o devedor apresentar oposição ao pagamento feito por 3º, desde que,
naturalmente, haja fundamento jurídico p/ tanto.
A quem se deve pagar (308,309)
Naturalmente, a divida deve ser pagar ao credor ou ao representante dele, mas admitindo-
se tb que o pagamento pode ser feito a um 3º (308 e 309), caso em que determinadas
cautelas devem ser observadas. O pagamento feito ao 3º, para que seja considero eficaz,
deve ser por ele ratificado, ou, caso ratificação não haja, deverá ser demonstrado que o
pagamento reverteu em proveito do próprio credor.
Obs: Especial hipótese de pagamento feito a 3º, e a prevista no art. 309 do CC, atinente ao
denominado credor putativo.
Seção II
Daqueles a Quem se Deve Pagar
Art. 308. O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob
pena de só valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito.
Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois
que não era credor.
A luz da clausula geral da boa fé objetiva, na perspectiva do principio da confiança e com
amparo na teoria da aparência, admite-se o pagamento feito de boa fé a 3º que aparentava
ser credor. Ex: o preposto que foi pago, e for demitido, é obrigação da empresa ir atrás
dele.
Vale acrescentar, a título de complementação de pesquisa, que a teoria da aparência, além
de repercutir no direito administrativo (teoria do funcionário de fato), tem importância até
mesmo, p/ o direito de família (ex: se um cara fingir ser juiz de paz e casar um casal, valerá
como se ele fosse, com base na teoria da aparência).
B) Objetivas
a) Objeto do pagamento e sua prova
313 CC:
Seção III
Do Objeto do Pagamento e Sua Prova
Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda
que mais valiosa.
Regra da indivisibilidade do pagamento:
Art. 314. Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o credor ser
obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou.
Ninguém é obrigado a receber pagamento em cartão de débito, crédito e até chegue,
o que não pode é criar é discriminação. E o artigo 315 do CC consagra também uma regra
tradicional em nosso sistema, o princípio do nominalismo. Vale dizer, o devedor se libera,
em regra, pagando a mesma quantidade nominal de moeda prevista no título obrigacional;
se devo 10, devo pegar 10 (valor nominal literal da moeda).
Esse índices são corrigidos por correção monetária que visam a atualizar o poder de compra
da moeda, por exemplo o IGPM, INPC.
Art. 315. As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda corrente e
pelo valor nominal, salvo o disposto nos artigos subseqüentes.
A valiação cambial pode ser utilizada como critério de ajuste ou correção monetária? R: em
regra, não se admite a avaliação da moeda estrangeira p/ esta finalidade. Todavia, admite-
se, nos termos do art. 6º da lei 8.880/94, a exemplo q se da em determinados contratos de
arrendamento mercantil (Edcl no ag RG no Resp. 417.878/RS, Ag RG no AG 845.988/SP).
Obs: questão delicada, diz respeito à possibilidade de se utilizar o salário mínimo como
critério de reajuste ou atualização, em regra, a própria CF veda a vinculação do salário
mínimo p/ outras finalidades (7º inc IV), toda vida, o próprio STF interpreta com equilíbrio
na norma constitucional, p/ admitir a utilização do salário mínimo como base de cálculo de
pensões alimentícias. (RE. 170203) Assim como, existe expressa referência no próprio CPC
(475-Q,§4º CPC)
Apenas a título de complementação de pesquisa, pois é assuntoa a ser desenvolvido em
outra grade, o que se entende por Tabela Price? R: tb chamada de sistema Frances de
amortização, a tabela price muito utilizada em contratos de financiamento habitacional,
gera uma evolução não linear da dívida, compatível com a cobrança de juros (noticiário
STJ), ou seja, incorpora juros ao cálculo de financiamento, posto mantenha a prestação
homogenia.
A Tabela Price é ilegal? R: A doutrina é polêmica quanto a legalidade ou não da tabela
Price. (Luiz Scavone, Pedro Ganes, Ornaldo Wald). O STJ por sua vez, tem preferido não
enfretar a questão do mérito, alegando que a análise da legalidade ou não da tabela
encontra óbice nas Súmulas 5 e 7 da própria corte, ou seja, é questão fática de matemática
financeira que não deve ser enfrentada por aquela corte superio (AGRG ARes. 311.096 SP)
O art. 316, embora pretendesse aparentemente fazer menção aos índices de correção
monetária, não te dicção das mais felizes, na medica em que, prestações com aumentos
progressivos, em tese, ser discutidas nas perspectiva do próprio princípio da função social.
Objeto do pagamento e a sua prova:
A prova do pagamento, tecnicamente, opera-se por meio de um ato jurídico denominado
quitação (309/320). O ato jurídico não é recibo, é quitação.
O CC brasileiro, em seus art. 322-324, prevê presunções relativas de pagamento, em favor
do devedor.
Art. 322. Quando o pagamento for em quotas periódicas, a quitação da última estabelece,
até prova em contrário, a presunção de estarem solvidas as anteriores.
Art. 323. Sendo a quitação do capital sem reserva dos juros, estes presumem-se pagos.
Art. 324. A entrega do título ao devedor firma a presunção do pagamento.
Parágrafo único. Ficará sem efeito a quitação assim operada se o credor provar, em
sessenta dias, a falta do pagamento.
b) Tempo do pagamento
Em regra, toda obrigação, deve ser cumprida na data do seu vencimento, contudo então,
obrigações que tenha o vencimento estipulado, podem ser exigidas de imediato nos termos
do art. 331 e 332 do CC.
No caso de mutuo de dinheiro, não havendo vencimento estipulado, o prazo mínimo p/
pagamento é de 30 dias.
c) Lugar do pagamento
Na forma do art. 327, as dívidas devem ser pagas no domicílio do devedor (dívida quesível
ou quérable). Mas, excepcionalmente, o pagamento poderá ser feito no domicílio do
credor, caso em que a dívida será dívida portável ou “portable” (327, 328)
O art. 330, é frequentemente citado no estudo da regra “proibitiva do Venire contra
factum proprium” (tema to itensivo 2) – o pagamento feito reiteradamente feito em um
local, vai se presumir a renuncia do lugar pelo credor.
Obs:Ler artigo 333. Que cuida do vencimento antecipado da dívida.
Seção V
Do Tempo do Pagamento
Art. 331. Salvo disposição legal em contrário, não tendo sido ajustada época para o
pagamento, pode o credor exigi-lo imediatamente.
Art. 332. As obrigações condicionais cumprem-se na data do implemento da condição,
cabendo ao credor a prova de que deste teve ciência o devedor.
Art. 333. Ao credor assistirá o direito de cobrar a dívida antes de vencido o prazo estipulado
no contrato ou marcado neste Código:
I - no caso de falência do devedor, ou de concurso de credores;
II - se os bens, hipotecados ou empenhados, forem penhorados em execução por outro
credor;
III - se cessarem, ou se se tornarem insuficientes, as garantias do débito, fidejussórias, ou
reais, e o devedor, intimado, se negar a reforçá-las.
Parágrafo único. Nos casos deste artigo, se houver, no débito, solidariedade passiva, não se
reputará vencido quanto aos outros devedores solventes.
d) Teoria do adimplemento substancial – “subtantial perfomance” – a origem da teoria,
está no d. anglo saxônico do século XVIII – ela sustenta, que não se deve considera
resolvida a obrigação quando a atividade do devedor, embora não tenha sido perfeita,
aproximou-se substancialmente do estado esperado (ver enunciado 361 do 4ª jornada de d.
civil, bem como, o noticiário STJ de 9 de setembro de 20012), aliás, o STJ a luz do princ. da
função social e da boa fé objetiva, tem aplicado a teoria (RESP 1051/270 RS).
********DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Aula 03
Pressupostos Processuais/Requisitos Processuais:
Obs: proc. pra ser valido ou invalido, tem q primeiro existir.
Atualmente entende-se q aos exames dos pressupostos de validade se aplica todo o
sistema das invalidades processuais (todas as regras q compõe o sistema de invalidade
processuais se aplicam ao pressuposto de validade). Quer dizer q tb aos press. de validade
não há nulidade sem prejuízo, ou seja, mesmo q um pressuposto de validade não seja
atendido, se não houver prejuízo não se invalida. A regra q não existe validade sem preju tb
se aplica aos pressupostos de invalidade. (INTRUMENTALIDADE SUBSTANCIAL DO
PROCESSO)
Foi incorporado no CPC expressamente e é extraído do §2º, 249, CPC. – se a causa de
invalid. não causou preju, ignore e julgue o mérito.
“Art. 249. O juiz, ao pronunciar a nulidade, declarará que atos são atingidos, ordenando as
providências necessárias, a fim de que sejam repetidos, ou retificados.
§ 1o O ato não se repetirá nem se Ihe suprirá a falta quando não prejudicar a parte.
§ 2o Quando puder decidir do mérito a favor da parte a quem aproveite a declaração da
nulidade, o juiz não a pronunciará nem mandará repetir o ato, ou suprir-lhe a falta.”
1. Pressuposto Subjetivos (relacionados aos sujs.):
a) Juiz
Competente
Parcial
b) Partes
Capacidade Processual
É a aptidão p/ praticar os atos processuais sozinho, sem representante. Capacidade
processual esta p/ o processo como a capacidade de exercício esta p o d. civil. Assim como
a capacidade de ser parte está para o proc. como a personalidade está p/ o d. civil.
Capacidade processual n se confunde com capacidade de ser parte. Também aparece nos
livros capacidade parar estar em juízo, legitimação para o processo. Leg. Do processo é
diferente da leg. Da causa (q é condição da ação). Regra: Quem tem capacidade processual
tem capacidade civil. Exceção: Há casos em q se tem a capacidade civil mas n tem
processual(ex: pessoa casada tem capacidade civil mas em alguns casos n tem capacidade
processual), ou vice-versa (ex: menor de 18 n tem capacidade civil mas tem capacidade
processual, se caso for eleitor, de poder entrar com ação popular). E oq acontece com o
sujeito q não tem capacidade processual? (13 CPC).
“Art. 13. Verificando a incapacidade processual ou a irregularidade da representação das
partes, o juiz, suspendendo o processo, marcará prazo razoável para ser sanado o defeito.
Não sendo cumprido o despacho dentro do prazo, se a providência couber:
I - ao autor, o juiz decretará a nulidade do processo;
II - ao réu, reputar-se-á revel;
III - ao terceiro, será excluído do processo.”
O juiz vai mandar q ele regularize isso dando prazo de 15 dias, se ele não regularizar o
defeito, haverá outra conseqüência: 1. Se for o autor q tem capacidade processual e não
regularizou o proc. e a demanda dele deixa de ser examinada; 2. Se o réu não tem
capacidade processual e não regularizou aí o processo segue a sua revelia. 3. Se for o 3º,
será excluído do proc.
Curador especial:
Se relaciona com capacidade processual. Curador especial é o representante processual de
um incapaz processual, designado pelo juiz apenas p/ aquele processo. Ele representa os
interesses do curatelado apenas naquele processo (representante “AD HOC” –
representante para isso). Deve ser exercida pela defensoria publ., se na localidade n houver
defensor publ., o juiz pode designar qlqr pessoa capaz., costuma-se designiar advogados na
falta de defensor. CURADOR ESPECIAL NÃO É PARTE, É REPRESENTANTE DA PARTE. PARTE É
O CURATELADO. Curador especial não pode praticar atos de disposição do d. material(não
pode reconvir, denunciar a lide – pq isso não é defesa, isso é demandar por ele), cabe o
curatelado apenas praticar atos de interesse do curatelado(recorrer, contestar, embargar
execução, entrar com mandado de segurança contra ato judicial). Cabe o curador especial
nos casos do 9º CPC.
“Art. 9o O juiz dará curador especial:
I - ao incapaz, se não tiver representante legal, ou se os interesses deste colidirem com os
daquele;
II - ao réu preso, bem como ao revel citado por edital ou com hora certa.
Parágrafo único. Nas comarcas onde houver representante judicial de incapazes ou de
ausentes, a este competirá a função de curador especial.”
Capacidade processual da pessoa jurídica: Pessoas jurídicas são processualmente capazes,
quer dizer q não precisam se representantes processuais? As pessoas jurídicas costumamos
dizer q são representadas em juízo, “mas será q são representadas mesmo?”. Bom... a
relação de representação é uma relação de 2 pessoas... certo? Certo... #)~kkkkkk O órgão
de uma pj não é um pessoa distinta da pj, logo ela não representa, logo, ela PRESENTA, é
uma relação de PRESENTAÇÃO ( o órgão é uma pessoa jurídica). Ou seja, o promotor não
representa o MP, ele É o MP. Obs: isso n se aplica aos advs, e prepostos, eles são
representantes, mas o sujeito q assina uma procuração é o presentante. OBS: se o menor
tem adv. Contratado por ela, é desnecessário ter representante.
Capacidade processual das pessoas casadas:
As pessoas casadas, em regra, tem capacidade processual normal, sem nenhum tipo de
distinção. Mas há 3 exceções:
a) Pessoas casas no pólo ativo: de algumas demandas, um cônjuge somente propor uma
demanda real imobiliária com o consentimento do outro. Obs: Não é litisconsórcio q se
impõe, oq se exige é um consentimento!!!! (Os dois podem demandar juntos, mas não é
uma obrigação.) O Consentimento pode se dar de várias maneiras: termo de
consentimento; subscrevendo a petição inicial; outorgando a procuração. Esse
consentimento não se exige se o casamento foi em separação absoluta. – 1.647 CC.
“Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem
autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:
I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;
II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos;
III - prestar fiança ou aval;
IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar
futura meação.
Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando casarem ou
estabelecerem economia separada.”
A falta de consentimento pode ser suprida pelo juiz, se a recusa for injusta(sem
fundamento/imotivada), ou se o consentimento n puder ser dado, ex: cônjuge em coma, na
guerra, etc. Há uma discussão na doutrina se esse regramento se aplica na união estável.
b) Pessoas casadas no pólo passivo: em algumas ações qndo uma pessoa casada está no
pólo passivo, a outra tb deve estar, exigindo-se o litisconsórcio necessário entre cônjuges.
§1º, 10 CPC.:
a) Ações reais imobiliárias; b) Ações de responsabilidade civil quando o ato foi praticado
por ambos (ambos são co-autores do ato q gerou o dever de indenizar); c) Ações para
cobrar dívidas contraída para a economia domestica
c) Ações possessórias envolvendo pessoas casadas: c.1) Se ambos são compossuídores,
um precisa do consentimento do outro p/ propor ação possessória. c.2) Se ambos tiverem
praticado ato de violência a posse (ex: ambos esbulharam), ambos devem ser citados.
“Art. 10. O cônjuge somente necessitará do consentimento do outro para propor ações que
versem sobre direitos reais imobiliários. (Redação dada pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994)
§ 1º Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para as ações: (Parágrafo único
renumerado pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994)
I - que versem sobre direitos reais imobiliários; (Redação dada pela Lei nº 8.952, de
13.12.1994)
II - resultantes de fatos que digam respeito a ambos os cônjuges ou de atos praticados por
eles; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1.10.1973)
III - fundadas em dívidas contraídas pelo marido a bem da família, mas cuja execução tenha
de recair sobre o produto do trabalho da mulher ou os seus bens reservados; (Redação dada
pela Lei nº 5.925, de 1.10.1973)
IV - que tenham por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus sobre
imóveis de um ou de ambos os cônjuges.(Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1.10.1973)
§ 2º Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é
indispensável nos casos de composse ou de ato por ambos praticados.(Incluído pela Lei nº
8.952, de 13.12.1994)”
Capacidade Postulatória:
Capacidade técnica, exigida para os atos postulatórios, atos p/ os quais se pleiteia/pede
algo. É a capacidade de fazer valer e defender as próprias pretensões ou as de outrem em
juízo ou, em outra palavras, a qualidade ou atributo necessário para poder pleitear ao juiz.
No Brasil a capac. postulatória são dos advs., defensores publ. e membros do MP. Porém há
casos em q a lei atribui capacidade postulatória a leigos, é raro, mas acontece. ex: juizados
especiais, JT, HC – em q as pessoas podem demandar sem adv. Está errado dizer q se
dispensa a capacidade postulatória aqui, aqui é se diz q há dispensa de adv, pq a
capacidade postulatória é atribuído a uma pessoa q não é adv. ex2: Se na comarca não
houver adv ou se todos os advs na comarca recusam a causa., a parte pode entrar sem adv.
(36 CPC);
“Art. 36. A parte será representada em juízo por advogado legalmente habilitado. Ser-lhe-á
lícito, no entanto, postular em causa própria, quando tiver habilitação legal ou, não a
tendo, no caso de falta de advogado no lugar ou recusa ou impedimento dos que houver.”
ex3: mulher q afirma ser vítima de violência domestica, ou se vc vai pleitear alimento, não
precisa de adv. pra pleitear (pedir), mas para acompanhar o processo, ou seja, depois q o
juiz examina precisa de adv. E qual a natureza do ato praticado sem natureza
postulatória? O ATO É NULO!!! Pq é ato praticado por agente incapaz.(4º Estatuto da
OAB).E qual a natureza do ato praticado por advogado sem procuração? Obs: É ato
praticado por quem tem capacidade postulatória, o problema não é de falta de capacidade
postulatória, falta aí procuração pq ele não foi constituído como advogando, faltando poder
para ser advogado mas não falta capacidade postulatória. O ATO AQUI NÃO É NULO!!!!
Portanto, o ato, embora válido, não produz efeitos(ineficaz) p/ o suposto (suposto, pq não
houve procuração) representado, produz efeitos só para o advogado. E o representado
pode ratificá-lo(“eu n dei procuração a ele mas ratifico oq ele fez”), isso só confirma q o ato
existia,só n tinha efeito. (662 CC).
Art. 662. Os atos praticados por quem não tenha mandato, ou o tenha sem poderes
suficientes, são ineficazes em relação àquele em cujo nome foram praticados, salvo se este
os ratificar.
Parágrafo único. A ratificação há de ser expressa, ou resultar de ato inequívoco, e retroagirá
à data do ato.
CPC, parágrafo único do 37 – os atos não ratificados no prazo serão havidos como
inexistentes, respondendo o advogado por perdas e danos. --- “Como um ato q não existe
pode ser ratificado, e ainda gera perdas e danos? Aí deveria ser ineficazes” Súmula 115 está
com texto igual ao art. 37, parag. Único. Por causa desse art., alguns autores entendem q
capacidade postulatória é pressuposto de existência, mas é errado pensar assim, pq esse
art. sequer cuida de capacidade postulatória (q quem cuida disso é o Estatuto da OAB), ele
cuida de falta de procuração.
“Art. 37. Sem instrumento de mandato, o advogado não será admitido a procurar em juízo.
Poderá, todavia, em nome da parte, intentar ação, a fim de evitar decadência ou prescrição,
bem como intervir, no processo, para praticar atos reputados urgentes. Nestes casos, o
advogado se obrigará, independentemente de caução, a exibir o instrumento de mandato
no prazo de 15 (quinze) dias, prorrogável até outros 15 (quinze), por despacho do juiz.
Parágrafo único. Os atos, não ratificados no prazo, serão havidos por inexistentes,
respondendo o advogado por despesas e perdas e danos.”
“SÚMULA Nº 115
SOBRE OS HONORÁRIOS DO ADVOGADO CONTRATADO PELO INVENTARIANTE, COM A
HOMOLOGAÇÃO DO JUIZ, NÃO INCIDE O IMPOSTO DE TRANSMISSÃO "CAUSA MORTIS".”
Curiosidade: se um imóvel ta fora da comunhão, n precisa da anuência do outro cônjuge.
2. Pressupostos Objetivos (relacionado aos atos do proc.)
a) Extrínsecos:
Atos externos, estranhos ao processo, q não podem acontecer pra q o processo seja válido,
por isso esses pressupostos tb são chamados de press. negativos. (impedimentos
processuais). São pressupostos negativos: A) Inexistência de coisa julgada. B) Inexistência
de litispendência; C) Inexistência de convenção de arbitragem.
c) Intrínseco:
Para que o processo seja válido, é preciso q se respeitem as exigência do procedimento
Petição apta; custas pagas; O MP tem q ser ouvido quando for o caso. Uma delas se
destaca em razão da sua importância: Citação - por ela se comunica/se dá ciência, e
convoca o sujeito a dar resposta. A citação faz com q o processo passe a ser eficaz para o
réu(pq o ato já existe mas sem ela é ineficaz), ou seja, é uma condição de eficácia do
processo em relação ao réu, mas tb é requisito de validade de sentença eventualmente
proferida contra o réu (para q uma sentença seja proferida contra o réu é preciso q tenha
havido citação). O código diz que sentença proferida contra réu revel (réu que não está em
juízo), réu que não foi citado ou q foi citado invalidamente, essa sentença poderá ser
impugnada a qualquer tempo (AÇÃO DE NULIDADE DA SENTEÇA/QUERELA NULITATIS),
diz-se q nesse caso a sentença está com VÍCIO TRANRESCISÓRIO (permite o prazo da
impugnação da sentença mesmo após o prazo da ação rescisória. (475, “L”, I e 741, I, CPC).
“Art. 475-L. A impugnação somente poderá versar sobre: (Incluído pela Lei nº 11.232, de
2005)
I – falta ou nulidade da citação, se o processo correu à revelia; (Incluído pela Lei nº 11.232,
de 2005)
II – inexigibilidade do título; (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
III – penhora incorreta ou avaliação errônea; (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
IV – ilegitimidade das partes; (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
V – excesso de execução; (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
VI – qualquer causa impeditiva, modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento,
novação, compensação, transação ou prescrição, desde que superveniente à
sentença. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
§ 1o Para efeito do disposto no inciso II do caput deste artigo, considera-se também
inexigível o título judicial fundado em lei ou ato normativo declarados inconstitucionais pelo
Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou ato
normativo tidas pelo Supremo Tribunal Federal como incompatíveis com a Constituição
Federal. (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
§ 2o Quando o executado alegar que o exeqüente, em excesso de execução, pleiteia quantia
superior à resultante da sentença, cumprir-lhe-á declarar de imediato o valor que entende
correto, sob pena de rejeição liminar dessa impugnação. (Incluído pela Lei nº 11.232, de
2005)”
“CAPÍTULO II
DOS EMBARGOS À EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA
(Redação dada pela Lei nº 11.232, de 2005)
Art. 741. Na execução contra a Fazenda Pública, os embargos só poderão versar
sobre: (Redação dada pela Lei nº 11.232, de 2005)
I – falta ou nulidade da citação, se o processo correu à revelia; (Redação dada pela Lei nº
11.232, de 2005)
II - inexigibilidade do título;
III - ilegitimidade das partes;
IV - cumulação indevida de execuções;
V – excesso de execução; (Redação dada pela Lei nº 11.232, de 2005)
VI – qualquer causa impeditiva, modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento,
novação, compensação, transação ou prescrição, desde que superveniente à
sentença; (Redação dada pela Lei nº 11.232, de 2005)
Vll - incompetência do juízo da execução, bem como suspeição ou impedimento do juiz.
Parágrafo único. Para efeito do disposto no inciso II do caput deste artigo, considera-se
também inexigível o título judicial fundado em lei ou ato normativo declarados
inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação
da lei ou ato normativo tidas pelo Supremo Tribunal Federal como incompatíveis com a
Constituição Federal. (Redação pela Lei nº 11.232, de 2005)”
Querela Nulitati seria uma ação de inexistência p/ quem adota q a citação (citação válida) é
pressuposto de inexistência – “mas como a citação é pressuposto de existencia se o
processo já existe? Se a citação é feita dentro do processo? O pressuposto é oq vem
antes!!! Esse entendimento n explica um entendimento comum q é o indeferimento da PI
(nesses casos sequer há citação), em que há o processo mesmo não havendo citação. (Esse
entendimento se restringe à PUC).
LITISCONSÓRCIO
Conceito:
Há litisconsórcio sempre que houver mais de uma pessoa em um dos pólos do processo.
1ª Classificação:
Ativo
Passivo
Misto
2ª Classificação
Inicial
Quando o litisconsórcio já nasce com ele, já esta desde o começo do processo (quer uma
pessoa já está demandando, quer pq contra mais de uma pessoa se está demandando).
Ulterior
Que surge ao longo do processo. Tem q ser visto com cautela pq pode tumultuar o
processo.
Pode acontecer em 3 fatos:
a) Há Intervenção de 3º que geram litisconsórcio (como é o caso da denunciação da lide);
b) Acontece em razão da conexão de causa (reunião dos processos);
c) Através de uma sucessão pode ocorrer tb (uma parte morre e surge os herdeiros dele)
4º classificação (é uma classificação muito antiga):
É de acordo com a causa do litisconsórcio, “o litisconsórcio ocorreu pq?”). Essas 3 causas
eram chamados de “As três figuras do litisconsórcio”.
a) Por comunhão
Eles comungam o mesmo interesse, por isso estão se litisconsorciando.
b) Por conexão
Interesses distintos, embora ligados. Há um vinculo entre eles q justifica o litisconsórcio. Ex:
mãe e filho na mesma ação de alimentos pleiteando interesses distintos.
c) Por afinidade
Os interesses são distintos, não são ligados entre si, mas são parecidos (se assemelham). Ex:
varias pessoas entram em litisconsórcio pedindo reajuste do seu benefício previdenciário,
ou FGTs, ou salário, etc. Está relacionado a essa situações homogenias q se repetem e
geram essas demandas em massa. É sempre um litisconsórcio simples. O litisconsórcio por
afinidade ativo no CC/39 podia ser recusado pelo réu, o réu poderia simplesmente dizer q
não aceitava ser processado por lits. por afinidade, nesse época o litis. por afin. Ativo do
CC/39 era chamado de litis. facultativo impróprio. Posteriormente em outro código, inc. IV,
49, foi eliminado, ou seja, eliminou o litis. por afin. ativo; depois, nesse Código, passou a ser
litis. de afinidade de multidão, e surgiu q o réu pode recusar fundamentando seu pedido
fundamentado na dificuldade de se defender ou no comprometimento da duração razoável
do processo, e essa determinação pode ser mudada de ofício. (litis. de afinidade
multitudinário ativo)
Aula 04
1. Classificação do List:
List. Simples e Unitário
a) Litis Simples
Quando a decisão de mérito puder ser diferente para todos os litis.
b) Listis Unitário
Litis é Unitário quando a decisão de mérito tiver q ser a mesma para todos os litiscons (uma
lide indivisível)
Método de Indentificação do Litis. Unitário (“M.I.L.U.”)
Para saber e é unitário tem q seguir 2 etapas nessa ordem:
A) 1ª etapa: Leia o caso e se pergunte: “O litis estão discutindo uma relação jurídica?” Se
o litis tiverem discutindo mais de um relação jurid, vc já sabe q esse litis é simples. Se o litis
tiverem discutindo uma única relação jurid., vc terá q passar pra segunda etapa......
B) 2º etapa: Se pergunte: “Essa única relação jurid. discutida é divisível ou indivisível?”
Se a resposta é indivisível, será Unitário (óbvio, pq se for uma relaç. jur. indivisível, a
decisão será igual para todos). E se for divisível, a decisão poderá ser diferente, logo, será
simples. (pq como já foi dito na classificação, só o fato de poder ser divisível, será simples).
Ex1: 2 condôminos vão a juízo para proteger o seu condomínio. Tão discutindo uma única
relação e a decisão não pode ser dividida, logo, será unitário.
Cuiorisade: Colitisconsórcio Pressupões legitimação, pq pressupõe q 2 ou mais pessoas
podem discutir em juízo o mesmo problema.
Ex2: Incapaz e MP em litis. em conjunto, pleiteando alimentos, uma relação jurídica e
indivisível, logo é unitário. - OBS: Essa regra não tem exceção: Sempre q um legitimado
ordinário, tiver em litis. com um legitimado extraordinário, sempre esse listis será unitário.
Ex3: MP Estadual em litis. com MP Federal em ação civil pública, apenas uma relação
jurídica (relação de d. difuso), e é da essência do d. difuso ser indivisível, logo é litis
unitário. – Obs: Essa regra tb não tem exceção:Sempre q vc se depararem apenas com
legitimados Extraordinários, esse litis será unitário.
Ex4: Imagina 30 pessoas em litis., pq cada uma se afirma titular de um d. de não pagar um
determinado tributo, aqui tem 30 relações jurídica (cada suj. discute sua relação), são
parecidas, mas são distintas pq é cada relação do contribuinte com o estado, e tlvz a
decisão n será a mesma pra todas, um pode desistir, um pode não pagar, outro pode fazer
acordo, etc. (LITISCONSÓRCIO POR AFINIDADE) - Obs: Essa regra não tem exceção: O litis
por afinidade é SEMPRE SIMPLES.
Ex5: 2 credores solidários vão cobrar a situação solidária em juízo, a obg. é solidária, logo
estão discutindo uma relação só, e a obg. é divisível ou indivisível? Depende... se for de
entregar dinheiro será divisível, se for pra entrar um cavalo por exemplo, será indivisível.
Então, a obrig. solidária sempre sempre unitário ou simples? R: Depende da divisibilidade
da relação.
Obs: Se vc se depara em um litisconsórcio em uma ação constitutiva, chute q é unitário. –
Intuição do prof. Mas se tiver tempo na prova, faça as 2 etapas.
Sabendo se é unitário ou simples vc saberá como se regularão as relações entre os litis no
processo (como serão tratados).
Para saber como cada parte será tratada: (Classificação das condutas das partes)
a) Conduta determinante
Conduta q a parte toma e determina o resultado desfavorável a ela. Ex: Confessar, desistir,
não recorrer (condutas q prejudicam a parte q a toma)
b) Conduta Alternativa
Parte toma uma conduta q pode melhorar sua situação (mas não necessariamente q vá
acontecer). Ex: Recorrer, contestar, produzir prova, alegar, etc. (condutas q tem um
propósito de melhorar sua situação).
Tem 3 regras q relaciona essas 2 condutas citada a cima:
a) Conduta determinante(pra pior) de um litisconsórcio, não prejudica o outro; - litis.
unitário e simples.
b) No caso de litisconsórcio unitário, a conduta determinante(pra pior) não prejudica
nem mesmo o litisconsórcio q a tomou. Mas no litisconsórcio unitário, a conduta
alternativa de um comunica a todos os outros.
Quando é unitário, ou prejudica todo ou não prejudica ninguém, logo, não adianta nada um
só confessar. – ou todos renunciam, ou todos confessam.
c) No litisconsórcio simples, a conduta alternativa não beneficia os outros, ex: se não
recorrer, oq não recorreu se deu mal.
Art. 48 CPC: (SERVE AO LITIS. SIMPLES): “Art. 48. Salvo disposição em contrário, os
litisconsortes serão considerados, em suas relações com a parte adversa, como litigantes
distintos; os atos e as omissões de um não prejudicarão nem beneficiarão os outros.”
Obs: No projeto do novo CPC esse artigo será desmembrado, cuidará do unitário e simples
separadamente.
Litis. Necessário e Facultativo
1. Litis Necessário
Obrigado por Lei
2. Litis Facultativo: Opcional
Saber isso é fácil e óbvio, o difícil é saber quando é necessário e facultativo!!!
Litis será necessário: quando for Unitário(passivo) ou por expressa previsão legal. Ex:
litis na ação de usucapião de imóveis; entre cônjuges, etc.
Obs: Por força de lei é litisconsórcio simples.
Verdadeiro ou falso? Todo litisconsórsio necessário é unitário? Falso! Pq existe necessário
simples (nas hipóteses q é por força de lei)
Obs: Nem todo litis unitário é necessário: Obs: Não existe litis necessário ativo (n existe
nenhum caso q os dois tenham q estar juntos em juízo), logo, se não existe necessário
ativo, todo unitário ativo será facultativo. O litis facultativo unitário é um fenômeno quase
q exclusivo do pólo ativo. Porém, há quem defenda que existe litis necessário ativo (Nelso
Negui), em um caso q “a” e “b” tem q demandar contra “c” neces[sariamente, nos casos de
co-titularidade de direito, caso q “a” terá q demandar contra “b’” e “c” – mas se b vira réu,
logo n é necessário, pq se quer litis ativo há! Fora q b vira réu sendo q a tem nada contra
ele. – o certo seria “a” entrar em juízo contra “c” e intimar “b” pra q ele fique sabendo, e
tomar a providencia q ele achar melhor, mas colocar contra réu não da, pq não se tem nem
pedido pra fazer contra o “b”.
Obs: Litisconsórcio unitário no pólo passivo é necessário!!!!!! Mas há excepcionalmente
tem casos de ser facultativo, é tão raro, q é melhor pensar q todos são necessários.
Obs: Solução do processo q se dará na reforma do CPC, mas q o prof. entende q já possa ser
aplicada: O juiz deve intimar o possível litis unitário q não esteja no processo.
Obs: A coisa julgada q surge nesse processo vai repercutir ao possível litisconsórcio
unitário, pq a lide é uma só e indivisível. (Posição majoritária). Talamine, porém, entende q
a coisa julgada não vai repercutir no possível litis unitário.
RESUMO:
Necessário Unitário – Existe no pólo ativo.
Necessário Simples – Existe por força de lei.
Facultativo Unitário – Aparece + no pólo ativo.
Litisconsório Necessário Ativo – Não existe!!!
QUAL A NATUREZA DA SENTENÇA PROFERIDA SEM A CITAÇÃO DO LIST. NECESSÁRIO? R: A
favor do litis necessário, sentença válida, pq não tem problema nenhum. Mas se a sentença
é contra o não citado, aí é NULA INTEGRALMENTE se o litis. for necessário unitário, mas se
for simples só será NULA EM PARTE, ou seja, será nula no pedaço q não diz respeito ao litis
necessário não citado.
INTERVENÇÃO IUSSU JUDICS e INTERVENÇÃO LITISCONSORCIAL VOLUNTÁRIA
2 micro-assuntos que se relacionam entre litisconsórcio e intervenção
a) Interveção Iussu Judics: É a intervenção de um 3º por determinação de um juiz. O juiz
determina q um 3º venha a um processo, no código 39 era muito amplo, o juiz podia trazer
ao processo quem ele entendesse q podia fzr parte do proc, no código 73 se restringiu a
hipótese de litis necessário (Parag. Único, 47 CPC/73). No de 2002. a intervenção Iussu
Judics começou a se ampliar na pratica, ex: trazer possível litis unitário; ex2: trazer o
cônjuge preterido nas ações reais imobiliária.
b) Intervenção Litisconsorcial Voluntária: Pode ser usada como sinônimo de assistência
litisconsorcial (assunto da próxima aula), ou litis facultativo ativo ulterior simples (se
aproveitar de uma decisão já feita, vantajosa e anterior pra vc, e se tornar litis). Isso é
possível? Há posição q pena q violação do juízo natural, pq o suj estaria escolhendo onde
irá demandar (prevalece esse entendimento). E há posição doutrinaria q entende q por
questão de economia, por serem afins (igualdade), é comum q vá pro mesmo lugar.
Art. 10 §2º da Lei de Mandado de Segurança. “O ingresso de litis ativo não será admitido
após o despacho da PI.”
INTERVENÇÃO DE 3ºs
1. Conceitos fundamentais:
Partes: quem participa do processo;
Terceiro: É quem não é parte, sujeito estranho ao processo.
Intervenção de terceiro: Ingresso de 3º em processo alheio, tornando-se parte.
Incidente no Processo: Aqui incidente é um substantivo. Incidente do processo é
Procedimento que nasce de um processo já existente e dele passe a fazer parte/e a ele se
incorpora, tornando o processo um processo mais complexo.
Obs: toda intervenção de 3º é um incidente do processo.
Processo Incidente: aqui incidente é um adjetivo. Processo Incidente é um proc. novo q
surge de um proc. já existe, dele se desgarra, mas nele produz efeitos. Ex: MS contra ato
judicial. – Por conta do conceito dado q embargos de 3º não é intervenção de 3º.
2. 1 ª Classificação de Int. de 3ºs
a) Intervenções espontâneas
Quando um 3º pede pra entrar no processo.
Ex: Assistência; oposição; recurso de 3º.
b) Intervenções Provocadas
Quando o 3º é trazido ao processo!
Ex: Denunciação da lide; chamamento a processo.
2 ª Classificação de Int. de 3ºs
a) AD COADJUVANDUM
Intervenção de 3º para ajudar uma das partes. Ex: Assistência.
b) AD EXCLUDENDUM
Ele pretende se opor as partes, não ajudar. Ex: oposição.
Fundamentos da Intervenção de 3º
Pq o legislador permite q 3ºs se metam no processo? Pq todo proc. de alguma maneira
repercurte em um 3º(seja emocionalmente; seja juridicamente; seja economicamente). Aí o
legislador selecionar o impacto q é relevante, pra poder participar do processo.
Regra: Quando um 3º sofre impacto jurídico se permite q ele entre no processo, por motivo
de economia e contraditório do 3º.
Controle pelo Magistrado
O 3º não entra quando quer, ou quando a parte que, é preciso q o juiz autorize a entrada
dele.
Ler 51, CPC – a doutrina diz q não é pq as partes n se opuseram q o 3º pode entrar, não
basta a concordância das partes.
“Art. 51. Não havendo impugnação dentro de 5 (cinco) dias, o pedido do assistente será
deferido. Se qualquer das partes alegar, no entanto, que falece ao assistente interesse
jurídico para intervir a bem do assistido, o juiz:
I - determinará, sem suspensão do processo, o desentranhamento da petição e da
impugnação, a fim de serem autuadas em apenso;
II - autorizará a produção de provas;
III - decidirá, dentro de 5 (cinco) dias, o incidente.”
Procedimento Ordinário
O proc. Ordinário cabe qlqr intervenção de 3º.
Procedimento Sumário
Só se admite as seguintes intervenções de 3º:
a) Assistência
b) Recurso de 3º
c) Intervenção fundada em contrato de seguro – n é uma espécie de interv de 3º, é um
gênero q abrange 2 espécies: Em regra é sempre Denunciação da Lide (regra); Exceção:
Chamamento ao processo da seguradora em causas de consumo (exceção) (101, II, CDC)
Obs: Juizados Especiais não se admite nenhuma intervenção de 3º por ser expresso em lei.
Obs: ADIN, ADC, ADPF – as leis expressamente proíbem intervenção de 3º nelas. - Não há
como impedir intervenção de um co-legitimado p/ propositura dessas ações. Pq quem pode
mais pode menos!!! - As leis q proíbem a intervenção, permitem intervenção de amicus
curiae (amici curiae no plural). Amicus curiae é um sujeito q entra no processo pra ajudar o
tribunal , fornece ao tribunal elementos, provas, argumento. Ela é fundamental pra
abrir/alargar o horizonte do tribunal. É um importante fator de legitimação da decisão. Ele
pode até fazer sustentação oral.
L. 6385/79 – prevê q nas causa q se discuta questão relativa a mercado de capitais, a CVM
(Comissão de Valores Imobiliário – uma autarquia q regula o mercado de capitais) tem q ser
intimada. – aqui é Amicus Curiae previamente definido por lei, sua intervenção é
obrigatória em alguns processos.
L. 884/94, lei q foi repetida pela 10.528/11 – em qlqr processo q se discuta questão de
concorrência, o CADE tem q ser intimado.
Amicus Curiae – qlqr pessoa pode ser e em qualquer processo, desde que seja uma causa
relevante. Ou seja, vai depender da relevância da causa de legitimidade de quem apresenta
a causa (CRITÉRIOS P/ AMICUS CURIAE) – idéia tirada das leis da ADIN, ADCT, ADPF.
Decisão q não permite Amicus Curiae não cabe recurso.
HC 82424 – CASO ELLWANER – LER!
Aula 05
1. INTERVENÇÕES ESPONTÂNEAS
Intervenção espontânea, pode se dar em qualquer parte do processo (enquanto ela estiver
pendente), e pode se dar tanto no pólo ativo quanto passivo.
a) ASSISTÊNCIA
Considerações gerais
O 3º entra p/ aderir a pretensão de uma das partes/ele não agrega pretensão nova/ele não
formula nenhum pedido novo.
P/ que ele intervenha como assistente, tem que demonstrar interesse jurídico na causa.
Interesse jurídico:
a) Interesse jurídico forte, direto, imediato
Ocorre em 2 casos:
1. “Seu juiz eu quero assistir A contra C, pq A está discutindo um direito com C, um
direito q é meu!”
2. “Quero ajudar A pq sou o Colegitimado, eu tenho tanta legitimidade quanto A pra
discutir isso em juízo)
A intervenção de um colegitimado é intervenção como assistente com interesse jurídico
forte.
Nesses dois casos, será assistência litisconsorcial - É a que resulta deste nível de interesse.
Nesta situação o assistente se torna litisconsorte unitário do assistido (eles passam a ser
litisconsorte unitário). É um litisconsórcio unitário ulterior. Por isso que na maioria das
vezes, se dá no pólo ativo, pois é onde mais há o litis. unitário.
b) Interesse mediado/reflexo/indireto
“Seu juiz, eu quero intervir p/ ajudar B, pq eu mantenho com B uma relação jurídica q será
afetada por este processo”
Neste caso, C intervém, p/ discutir, relação da qual ele não faz parte.
Ex: o sublocador querer ser assistente do locador, contra ação de despejo.
A assistência lastreada nesse tipo de interesse, ela é a chamada, assistência simples – o
assistente não é litisconsórcio do assistido, ele será só um auxiliar do assistido. A atuação
do assistente simples é subordinada a atuação do assistido, ou seja, o assistente simples
ficará submetido à vontade do assistido. Ex: se o assistido quiser fazer praticar algum
negócio processual (como acordo, renuncia, desistência, transação), o assistente ficará
vinculado a isso e não poderá fazer nada. (52 CPC)
“Art. 52. O assistente atuará como auxiliar da parte principal, exercerá os mesmos poderes
e sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais que o assistido.
Parágrafo único. Sendo revel o assistido, o assistente será considerado seu gestor de
negócios.”
Assistente simples, passa atuar no processo em nome próprio, na defesa de interesse
alheio (legitimado extraordinário subordinado).
E qual a utilidade deles? O assistente pode suprir as omissões do assistido. Ex: se o assistido
não contestar, e o assistente contesta, suprirá a omissão do assistido. – obs: mas se o
assistido disser expressamente “eu não queria ajuda”, o assistente não poderá fazer nada.
(52, parag. Único.).
Se sai uma decisão contra o assistido, o assistente recorre, mas o assistido não recorre, será
possível examinar o recurso do assistido, e só não poderá ser examinado se o assistido dizer
expressamente que abdica do recurso – entendimento do CC e do professor. Mas o STJ
entende q o recurso isolado do assistente simples não pode prosseguir diante do silêncio
do assistido.
Um assistente simples, fica vinculado à coisa julgada? R: Não, até pq a relação não lhe diz
respeito.
O assistente simples fica vinculado a que? R: Ele ficará vinculado a chamada eficácia da
intervenção/eficácia preclusiva da intervenção.
E qual a diferença entre coisa julgada e eficácia da intervenção? R: A coisa julgada vincula o
dispositivo da decisão e pode ser desconstituída por rescisória. Já a eficácia da intervenção,
vincula o assistente aos fundamentos da decisão, nesse sentido, ela é considerada mais
grave que a coisa julgada. Mas é mais fácil afastar a eficácia da intervenção do que afastar
coisa julgada, vc pode afastar a efic. da interv. sempre que ocorrer uma das hipóteses do
art. 55 do CPC (excepitio male gestis processus – Defesas que alegam a má gestão do
processo). Ex: o fundamento do despejo é q a casa se tornou um prostíbulo – isso o
assistente não poderá mais discutir.
“Art. 55. Transitada em julgado a sentença, na causa em que interveio o assistente, este
não poderá, em processo posterior, discutir a justiça da decisão, salvo se alegar e provar
que:
I - pelo estado em que recebera o processo, ou pelas declarações e atos do assistido, fora
impedido de produzir provas suscetíveis de influir na sentença;
II - desconhecia a existência de alegações ou de provas, de que o assistido, por dolo ou
culpa, não se valeu.”
Pq a eficácia da intervenção é em um só tempo mais grande e menos grave q a coisa
julgada? R: Mais grave pq vincula os fundamento. Menos grave, pq pode ser afastada mais
facilmente.
b) INTERVENÇÕES ESPECIAIS DOS ENTES PÚBLICOS/INTERVENÇÕES ANÔLUMAS
5º, L. 9.469/97
a) Do Caput:
Espontânea
A qualquer tempo;
Qualquer dos pólos do processo
Não agrega pedido novo
Diferenças que tem com a assistência:
Não há necessidade de interesse jurídico
Só a União deve se valer dela, e poderá intervir em qualquer processo em que tenha
Autaquia Federal; Emp. Publica Federal; Socied. Eco. Mista Federal como parte (interesse
presumido).
b) Parágrafo Único:
Espontânea
A qualquer tempo;
Qualquer dos pólos do processo
Não agrega pedido novo
Características diferentes
Interesse Econômico
Intervenção permitida a qlqr pessoa jurídica de D. Publico (inclusive União), em
qualquer processo que lastreia interesse econômico;
Com o fim de juntar documentos, memoriais, esclarecimento sobre pontos relevantes
da causa. - Por isso há quem defenda q essa intervenção do parag. Único é uma intervenção
de amicus curiae ( o prof. não entende assim).
c) ALIENAÇÃO DA COISA LITIGIOSA
Alientante/Cedente – aquele q transmite a coisa litigiosa (B)
Adquerente/Cessionário - aquele q adquiriu a coisa litigiosa (C)
Adversário dos dois – é a outra parte. (A)
Admite-se alienação da coisa litigiosa? Sim.
Observações: (42 CPC)
Art. 42. A alienação da coisa ou do direito litigioso, a título particular, por ato entre vivos,
não altera a legitimidade das partes.
§ 1o O adquirente ou o cessionário não poderá ingressar em juízo, substituindo o alienante,
ou o cedente, sem que o consinta a parte contrária.
§ 2o O adquirente ou o cessionário poderá, no entanto, intervir no processo, assistindo o
alienante ou o cedente.
§ 3o A sentença, proferida entre as partes originárias, estende os seus efeitos ao adquirente
ou ao cessionário.
1. A decisão proferida nesse processo vinculará o adquirente (C) (§3º, 42 CPC)
Ou seja, A se ganhar, poderá buscar a coisa na mão C.
Há porém uma exceção, se tratar-se de imóvel, o adquirente (C), só se vinculará se a
pendência do processo tiver sido averbada na matrícula do imóvel (não precisa da
intervenção do juiz, o adversário pega a decisão do processo e leva a registro).
2. A alienação da coisa litigiosa, não faz com que B perca a legitimidade para continuar na
causa. B porém, permanecerá no processo como legitimado extraordinário, pq a coisa não
será mais dele, ou seja, faz com que aconteça uma legitimação extraordinária
superveniente.
3. O Adquirente (C) poderá pedir pra suceder o Alienante (B), ou seja, entregar no lugar
do alienante (B) (assumir a posição dele no processo). - Essa sucessão processual, somente
poderá ocorrer se A consentir.
Percebe-se então q alienação da coisa litigiosa pode gerar uma sucessão processual:
Se houver sucessão processual, o alienante (B) pode sair do processo, mas se ele
quiser, ele pode ficar como assistente simples do adquirente (C).
Se o adversário (A) não concordar com a sucessão, o adquirente (C) pode se tornar
assistente litisconsorcial do alienante (B).
d) OPOSIÇÃO
O 3º entra no processo p/ se opor a ambas as partes.
Com a oposição, o processo passa a ter uma nova demanda, passando ter 2 demandas (a
demanda original q é A contra B, e a demanda da oposição q é C contra A e B). Quando o
juiz for proferir uma sentença, terá q analisar ambas as demandas.
Se houve uma oposição, na ordem de exame, na sentença, primeiro o juiz examina a
oposição, pq se a coisa for de C, não é de A nem de B.
A oposição gera um litisconsórcio necessário, ulterior, passivo, simples(58 CPC), entre A e B.
“Art. 58. Se um dos opostos reconhecer a procedência do pedido, contra o outro prosseguirá
o opoente.”
O prazo p/ que os oposto se defendam é simples (deveria ser dobrado, já q são
litisconsórcios com advogados diferentes).
O legislador resolveu dar tratamento diferenciado a oposição, conforme o momento q ela é
oferecida.
1. Proibiu oposição após a sentença.
2. O legislador dividiu o tempo do processo até a sentença em:
Primeira parte até audiência de instrução (59CPC- essa oposição será incidente do
processo, será intervenção de terceiro, por isso ela é chamada de oposição interventiva, pq
é a oposição q é propriamente uma intervenção de 3º - logo, ele poderá fazer seu pedido.
Terá que julgar necessariamente as duas decisões conjuntamente), a segunda parte entre a
audiência e a sentença (60, CPC – ela será processo incidente, e portanto, ela não será uma
intervenção de terceiro... por isso ela é chamada de Oposição Autônoma (procedimento
especial). Ela não será julgada conjuntamente necessariamente.
“Art. 59. A oposição, oferecida antes da audiência, será apensada aos autos principais e
correrá simultaneamente com a ação, sendo ambas julgadas pela mesma sentença.”
“Art. 60. Oferecida depois de iniciada a audiência, seguirá a oposição o procedimento
ordinário, sendo julgada sem prejuízo da causa principal. Poderá o juiz, todavia, sobrestar
no andamento do processo, por prazo nunca superior a 90 (noventa) dias, a fim de julgá-la
conjuntamente com a oposição.”
2.INTERVENÇÕES PROVOCADAS
Dica geral p/ não confundir as intervenções:
Sempre q vc estiver diante de uma intervenção provocada, se faça uma pergunta p esse
esquema:
O terceiro(C) tem relação com o adversário(A) daquele que provocou sua intervenção (B)?
ou seja, C, tem relação com A? – em concurso essa mesma pergunta foi feita assim: o
Chamado tem relação com o adversário do Chamando?
Elas se distinguem entre si, pq se diferenciam na resposta.
a) CHAMAMENTO AO PROCESSO
(A) demanda contra (B) q traz ao processo o (C).
Observações:
1. É uma intervenção de 3º provocada pelo réu.
2. É opcional (o réu chama ao processo se quiser)
3. É uma intervenção só admitida num processo de conhecimento
4. É uma intervenção que se funda em uma relação de solidariedade entre chamante e
chamado.
5. O propósito dessa intervenção é aplicar o pólo passivo do processo, de modo a que
eventual condenação possa ser contra todos, e aquele que vier a pagar a divida, já possa se
voltar contra o outro no mesmo processo(80, CPC)
Agora responda aquela pergunta:
No chamamento, o chamado tem relação com o autor? R: Tem também. Também, pq
chamado e chamante tem a mesma relação com o autor, pq a relação discutida tem relação
de q ambos fazem parte, ambos tem o mesmo interesse.
No art. 77, CPC, estabeleceu quem pode ser o Chamante e o Chamado.
O fiador(CHAMANTE) pode chamar ao processo o devedor principal(CHAMADO)
O fiador(CHAMANTE) pode chamar ao processo o cofiador(CHAMADO)
O devedor(CHAMANTE) pode chamar ao processo outro devedor. (CHAMADO)
O CDC permite q o fornecedor(CHAMANTE) poderá chamar ao processo, nas causas de
consumo, o segurador(CHAMADO) (100, II, CDC) - e com isso, entende-se q nas causas de
consumo são responsáveis solidário com relação ao consumidor.
***Chamamento ao processo nas ações de alimento:
Um avô demandado em ação de alimento, pode chamar ao processo um outro avô. –
Interpretação do STJ a partir do 1.698, do CC-“poderão as demais ser chamadas a integrar
a lide” obs: não há obrigação solidária aqui, pq aqui cada uma arca com o que puder
arcar.
Resumo:
Chamante
Fiador
Devedor
Fornecedor
Avô
Chamador
Devedor principal
Cofiador
Devedor
Segurador
Outro Avô
NOMEAÇÃO A AUTORIA
(A) demanda contra (B) nomeia ao processo o (C).
Observações:
1. A nomeação a autoria é uma intervenção de 3º provocada pelo réu.
2. É obrigatória, o réu tem o dever de nomear a autoria. – se ele não fizer, ele terá q
pagar o custo disso, ou seja, será condenado a perdas e danos.
3. Tem como objetivo corrigir o pólo passivo do processo.
4. A regra é que o réu ao declarar-se ilegítimo, não tem o dever de indicar o legitimo no
seu lugar. Porém, nos casos de nomeação a autoria, o réu q alegar sua ilegitimidade, terá o
dever de indicar a parte legitima (pq ele sabe quem é o legítimo) – C assume o processo, e B
vai pra casa. E gerará a sucessão processual nesse caso.
5. Se o nomeado não aceitar a nomeação, o processo segue contra o nomeante como
legitimado extraordinário (substituto processual) do nomeado, e a sentença vai poder
surgir efeito contra ele(nomeado). (66, CPC) – aqui não será gerará mais o a sucessão
processual, mas sim substituto processual.
Na nomeação a autoria, C tem relação com A? R: Tem, e só ele tem.
A nomeação a autoria acontece em 2 casos:
1. Em a ações repeirsecutórias (aquelas pelas quais vc buscar pegar uma coisa), se vc
propuser contra um mero detentor (ex: vaqueiro, motorista, bibliotecário, caseiro, etc.), ele
deverá nomear a autoria o possuidor (ex:chefe, ou quem sabe ser possuidor). (62, CPC)
“Seção II
Da Nomeação à Autoria
Art. 62. Aquele que detiver a coisa em nome alheio, sendo-lhe demandada em nome
próprio, deverá nomear à autoria o proprietário ou o possuidor.”
2. Nas ações indenizatória proposta contra o preposto, nomeia a autoria o
preponente.(63)
“Art. 63. Aplica-se também o disposto no artigo antecedente à ação de indenização,
intentada pelo proprietário ou pelo titular de um direito sobre a coisa, toda vez que o
responsável pelos prejuízos alegar que praticou o ato por ordem, ou em cumprimento de
instruções de terceiro.”
Reipersecutória(62)
Nomeante: Mero detentor
Nomeador: Possuidor
Indenizatória (63)
Nomeante: Preposto
Nomeador: Preponente
No CC, no 932, III e 942, par. Único – diz que o preposto e o proponente, ambos,
respondem solidariamente pelo prejuízo. – Ora, se ambos respondem ao processo, isso
deveria ser chamamento ao processo obrigatório, pq o caso aqui n seria de corrigir o pólo
passivo, mas ampliar! - só falar isso em concurso se o examinador perguntar na prova
Aula 06
DENUNCIAÇÃO DA LIDE
A contra B, B ou A denuncia C.
O réu denuncia a lide a uma 3ª pessoa – pode ser feito pelo autor ou pelo réu.
É uma intervenção de 3º forçada que pode ser provocada tanto pelo autor quanto pelo réu.
Denuncia feita pelo autor:
Já é feita dentro da PI, por isso na opinião do professor não é, portanto, intervenção de 3º.
Não é incidental. – mais rara!!!
Ex: Caso de evicção Autor(A) entra com ação José(B), dizendo q é dono do bem, mas se caso
ele perca, João(C) vai ter q me indenizar.
Aqui, C tem relação com A? R: Aqui C tem relação com A, pq A tem relação com B e C, já q
denunciou os dois.
Denunciação da lide feito pelo RÉU:
É uma ação, uma demanda. – o RÉU propõe uma ação contra o 3º, logo, sendo uma nova
demanda, ela agrega ao processo um novo pedido. Havendo por tanto 2 pedidos do
processo: A contra B e B contra C.
É uma ação regressiva (ação de regresso), pela qual busca o denunciante ser reembolsado
pelo denunciado dos prejuízos q ele sofreu.
É uma ação regressiva eventual – significa q o denunciante propõe uma ação da lide p/ a
hipótese de ele vir perder a causa. – “se eu perder p/ A, C terá que me indenizar” – “eu
posso estar demandando alguém desnecessariamente”
Aqui é uma ação incidental.
Terá duas demanadas: 1) a – b; 2) b – c. Qual será examinada primeiro? Primeira a
demanda 1, a-b. a vitória do denunciante na ação principal, faz com a ação contra o
denunciado deixa de ser examinado (b-c), e o denunciante pagará os honorários ao
denunciado e o autor pagará ao denunciante.
Na denunciação da lide, C tem relação com A? R: Não.
Qual a posição q o denunciado tem na denunciação da lide? R: Réu. (inimigo)
E na demanda principal, qual a posição do denunciado? R: há 3 correntes que respondem
essa pergunta:
1ª corrente: o Código diz q o denunciado é na demanda principal litisconsórcio unitário do
denunciante. C atua e nome próprio defendendo os interesses do denunciante (legitimado
extraordinário).
Obs: na demanda 2 ele será leg. ordinário.
Obs: prof. deu em umas aulas atrás q sempre q tem leg. ordinário e extraordinário dentro
do processo, será sempre litis unitário.
Dinamarco diz q o denunciado tem q ser assistente litisconsorcial do denunciante. Mas
segundo o prof., é diferença apenas teórica, pq na prática dá no mesmo: assistente litis e
litis unitário ulterior são a mesma coisa.
Nelson Nery – o denunciado é assistente simples do denunciado.
O autor recorre da denuncia - O tribunal examinará a denunciação da lide.
Pode o juiz condenar logo o denunciado (C) a pagar o autor (condenação direta ao
denunciado)? R: Do ponto de vista do d. material não deveria caber (opinião da doutrina),
mas o STJ a condenação direta da seguradora (pq o a seguradora tem patrimônio, logo, é
mais efetivo) – obs: no projeto do novo CPC se prevê expressamente q esse entendimento
da seguradora, foi generalizado pra qlqr denunciado – mas está previsto no projeto do novo
CPC q a seguradora pagará diretamente só no limite da sua garantia, podendo não pagar
tudo.
No caso de seguro de responsab civil obrigatório DPVAT, o CC coloca a seguradora como
responsável perante a vítima – nesse caso a vítima pode entrar tanto contra o causador e
contra a seguradora.
Evicção – perder um bem p/ uma 3º pessoa q tinha comprado de alguém. Gera p/ quem
comprou, o d. de reembolso contra quem vendeu. Há denunciação da lide em caso de
evicção.
O código ainda prevê denunciações sucessivas: ex: C –D; D-E, etc.
Antes existia chamamento a autoria Código C. de 73 q se relacionava à evicção, deixou de
existir. – era só um aviso (se não fizesse, perderia o direito de regresso), se caso perde-se
chamaria o 3º pra indenizar, logo o 3º ainda não era réu.
A denunciação da lide, é necessária/pressuposto p/ o d. de regresso? R: A resposta é
dividida em 4 partes (as 3 partes não são polêmicas, só a 4ª):
70 CPC – a denunciação da lide é obrigatória.
Doutrina diz q apenas no caso do inc. 1 (evicção), a denunciação é obrigatória.
Mesmo p/ os casos de evicção, há situações q a denunciação da lide não é obrigatória:
Quando a denunciação da lide fosse proibida ou impossível. (ex: no âmbito do juizado
especial não cabe denunciação da lide; evicção em processo administrativo: DETRAN q tira
o bem) - Ação autônoma q pede d. a evicção apenas nessas duas situações.
Atualmente, muitos doutrinadores, inclusive o STJ, entendem q a denunciação da lide não é
obrigatória nunca! – pq ser obrigatório prestigia o enriquecimento ilícito, quem vendeu
errado
DENUNCIAÇÃO DA LIDE
O réu denuncia a lide a outrem (forma gramatical correta de falar)
É uma intervenção de terceiro forçada que pode ser provocada tanto pelo autor como pelo
réu. Se feita pelo autor, já será feita na petição inicial (ele não é propriamente uma
intervenção de terceiro, pois o processo já nasce contra o terceiro).
O que é mais comum é a denunciação da lide feita pelo réu.
A denunciação da lide é uma ação, é uma demanda. Ela agrega ao processo um novo
pedido. A denunciação da lide amplia objetivamente o processo. É uma ação regressiva,
pois o denunciante pretende ser reembolsado pelo denunciado.
É uma ação regressiva eventual, isso significa que o denunciante propõe a denunciação da
lide para hipótese de ele denunciante vir a perder a causa.
Quando a denunciação é feita pelo réu, ela é uma ação incidental (ação proposta na
pendência de um processo já existente).
Se há duas demandas, qual delas o juiz deverá na sentença examinar primeiro? Primeiro
será examinada a demanda principal, pois se o denunciante ganhar na demanda principal o
Juiz nem examinará a denunciação da lide. Neste caso, o denunciante pagará honorários ao
denunciado e o perdedor da ação principal pagará honorários ao denunciante.
Obs: O denunciado não tem relação com o adversário do denunciante.
- Qual a posição processual do denunciado? O denunciado na denunciação da lide é réu. O
problema é saber qual a posição processual do denunciado na demanda principal. Três
correntes explicam: 1. É a posição adotada pelo CPC. O denunciado é na demanda principal
litisconsorte unitário do denunciante e legitimado extraordinário (Posição Majoritária); 2.
Dinamarco diz que o denunciado tem que ser assistente litisconsorcial do denunciante; 3.
Nelson Nery entende que o denunciado é na demanda principal assistente simples do
denunciante.
- O Juiz pode condenar o denunciado diretamente a pagar o adversário do denunciante? Do
ponto de vista do direito material não deveria caber a condenação direta, porque o
denunciado não tem relação com o adversário do denunciante. Mas, o STJ admite a
condenação direta da seguradora denunciada. No projeto de novo CPC se prevê
expressamente a condenação direta do denunciado.
Obs: O CDC para as relações de consumo coloca a seguradora como responsável solidária,
por isso cabe chamamento ao processo e não denunciação da lide.
Obs: No caso de seguro de responsabilidade civil obrigatório (ex: DPVAT) o código civil
expressamente coloca a seguradora como responsável perante a vítima. Nestes casos a
vítima pode propor a ação tanto com o réu como a seguradora.
- EVICÇÃO: É uma garantia em todo contrato de transferência de domínio. É uma das
hipóteses mais comuns de denunciação da lide. O CPC prevê as hipóteses de denunciações
sucessivas. O CPC de 73 criou a denunciação da lide. Até 73 havia um instituto que tinha a
ver com a denunciação da lide, o chamamento a autoria. Denunciação da lide não é
chamamento a autoria com outro nome, mas sim uma evolução do último instituto, que
deixou de existir. O Chamamento a autoria se relacionava com a evicção. O chamamento a
autoria só era um aviso. Diferente da denunciação da lide. O Chamamento a autoria só era
previsto para evicção e era só uma aviso. Já a denunciação da lide é prevista para qualquer
hipótese de regresso e não é um simples aviso. O chamamento a autoria era considerado
obrigatório, necessário (caso não o fizesse, o sujeito perderia o direito de regresso). A
denunciação da lide é também obrigatória? É necessária para o exercício do direito de
regresso? A resposta completa dessas perguntas se dividem em 4 partes: 1. Ler o art. 70 do
CPC – pela letra deste artigo é obrigatória; 2. Logo que saiu o CPC a doutrina percebeu que
denunciação da lide cabe para qualquer hipótese de regresso, e a obrigatoriedade era
apenas para evicção. A doutrina entende que apenas no caso do inciso I, do art. 70 do CPC
é obrigatório; 3. A doutrina começou a perceber que mesmo no caso de evicção haveria
situações em que a denunciação da lide não é obrigatória (Quando a denunciação da lide
fosse proibida ou impossível. Ex: No Juizado a denunciação a lide é proibida; Pode sofrer
evicção por ato administrativo, se a evicção é administrativa é impossível). Admite-se no
Brasil ação autônoma de evicção? Ao menos nesses dois casos se admite (quando a
denunciação é proibida ou impossível); 4. Atualmente muitos doutrinadores, inclusive o STJ
entendem que a denunciação da lide não é obrigatória nunca. Duas são as razões: Primeiro
porque se admite que a denunciação é obrigatória, prestigia o enriquecimento ilícito de
quem vendeu. Segundo porque a obrigatoriedade nasceu no art. 1116 em 1916, num
momento de chamamento a autoria, que não existe mais. O projeto de novo CPC deixou
claro que a denunciação a lide não é obrigatória.
- Admite-se denunciação per saltum? É possível saltar o alienante imediato e denunciar a
lide um outro alienante que componha a cadeia do bem? Resposta tradicional: Não pode,
pois o denunciante não tem relação com o alienante do alienante. Alguns autores passaram
a dizer que por força do art. 456 do CC se admite a denunciação per saltum. Aí duas
correntes surgiram: 1. Seria possível porque todos os alienantes responderiam perante o
último adquirente (entendimento de Humberto Theodoro). 2. Cássio Bueno entende que a
denunciação per saltum é possível, não por haver solidariedade entre eles, mas sim pelo
fato da lei autorizar o pulo. Obs: A denunciação per saltum tumultua bastante o
processo. Obs: Alguns autores defende que o art. 456 do CC prevê denunciações sucessivas
e não per saltum. Obs: Com a aprovação do novo CPC o art. 456 será revogado.
- Como interpretar o inciso III do art. 70 do CC? Esse artigo permite a denunciação da lide
para qualquer hipótese de regresso. Logo que saiu o Código, Vicente Grecco Filho propôs
uma interpretação restrita desse inciso III. Para esse autor o inciso III deveria ser
interpretado restritivamente somente para garantias decorrentes de negócio onde houve
transmissão de direitos. Com base nesse entendimento, não caberia denunciação da lide
nem nos casos de seguro. Ao mesmo tempo, surgiu uma interpretação literal, defendendo
que qualquer direito de regresso é possível.
- Pode o Poder Público denunciar a lide o servidor? Fred entende que é possível, devendo
ser dada interpretação em sentido amplo do inciso III do art. 70 CC, mas, deve ser analisado
o caso concreto, evitando ocasionar tumulto.
PETIÇÃO INICIAL
Conceito: é a forma/instrumento da demanda/ação, o modo pelo qual a demanda/ação se
apresenta.
Requisitos da PI:
1. Forma escrita
Exceção: é possível instaurar processo oralmente nos juizados especiais, JT. Mas terá que
ser transcrito em um documento (reduzido a termo).
Assinatura de quem tenha capacidade postulatória (advogado, membro do MP, defensor
publ.). Lembre-se porém dos casos q se admitem q um leigo tem capacidade postulatória
(já foi visto na aula de capacidade postulatória)
2. Endereçamento
Vc tem q dirigir a PI ao órgão jurisdicional competente.
Juiz de direito – Comarca.
Juiz federal – seção judiciária.
3. Qualificação das partes
Se o autor não reconhece dados do réu, pode colocar “estado civil ignorado”, “endereço
ignorado”, obviamente se vc não sabe endereço, vc tem q pedir citação por edital.
Quando o autor não sabe quem é o réu, um réu incerto – pedir citação por edital.
CNJ, por meio de uma resolução nº 46, passa a recomendar q no cadastro das demandas,
exija o CPF ou CNPJ das partes (não está na lei), p/ evitar repetição de causas.
Se a parte é uma pessoa jurídica, obviamente não tem estado civil!!! – prof. falou isso em
aula... dãã ;)
E como elabora uma PI cujo o autor seja um nascituro? Obs: nascituro não tem nome
registrado. Será “nascituro de Maria (nome da mãe).
Se tiver muita gente, por exemplo, possessória... fazer.. “contra fulano... e contra todos
aqueles que tiverem ocupando o terreno”.
4. Causa de pedir
Deve consta da inicial a causa de pedir.
5. Pedido
Ver na próxima aula.
6. Requerimento de citação do réu
Se vc não disse como é a citação q vc quer, será postal.
Se vc não disser o endereço do réu, será por edital
O autor tem que requerer as provas. “requeiro a produção de provas de todos os meios de
provas admitidas em direito” – obs: não pode fazer isso em MS, pq nele não se permite
todas as provas, só as provas documentais.
7. Documentos indispensáveis a propositura da ação
Docs. Sem os quais a ação não pode ser proposta.
Há 2 espécies de documentos indispensáveis à propositura da ação:
a) Documentos q são indispensáveis pq a lei exige q vc o junte.
Ex: procuração, título executivo em uma execução, a planta do imóvel p/ ação de usucapião
de imóvel.
b) Documentos pq o autor o tornou indispensáveis.
Quando o autor faz referencia ao documento na PI, o torna essencial. (ex: recibo)
Se o autor se refere a um documento que não possui, obviamente ele não vai juntar o
documento, e então vai ter que pedir a exibição do documento.
c) Valor da causa
Tem q ser em real, não pode colocar “valor inestimável”.
O valor da causa Server p/ calcular as custas processuais, como base de cálculo p/
honorários advocatícios, como base de cálculo p/ multas processuais, e tb p/ definir
competência e procedimento, fins fiscais, etc.
Duas espécies:
8. Valor da causa legal /Valor de alçada
A lei diz como se calcula o valor da causa, não há margem de opção. (259 CPC)
Ações alimentares (ex: benefícios previdenciários) – 12 prestações.
9. Valor da causa arbitrado pelo autor
Quando a causa não se encaixar em nenhuma das hipóteses do 259, aí o autor arbitra o
valor da causa de acordo com seu critério.
Quando o pedido for ilíquido (não tiver o valor certo), cabe ao autor definir o valor da
causa.
O abuso aqui será controlado, pelo juiz de ofício, assim como, o réu pode impugnar o valor
da causa (por meio de uma PI avulsa em relação a contestação, no prazo de defesa,
chamada Impugnação ao Valor da Causa – essa PI será autuada separadamente – receberá
numeração própria – e decisão sobre essa impugnação, caberá agravo de instrumento).
Vicissitudes da PI
1. Emenda da PI
É retificá-la, corrigi-la.
O juiz tem o dever de mandar emendar a PI, o autor tem o direito de emenda.
Essa emenda deverá ser feita em 10 dias, de acordo com o art. 284, CPC.
O juiz não pode interferir a PI sem antes mandar emendá-la.
2. Aditamento
É um acréscimo de um novo pedido a PI. Ele pode ser feito até a citação (294, CPC).
3. Alteração
Mudar PI (não é ampliar, nem corrigir).
É trocar seus elementos.
Pode ser:
a) Alteração objetiva
Alteração do pedido ou da causa de pedir.
É dividido em 3 partes: (264, CPC)
Até a citação, plenamente possível
Depois da citação e até o saneamento, é possível desde que o réu consinta
Depois do saneamento, nem se o réu consentir.
b) Alteração subjetiva
Trocar o réu.
Pode se dar até citação.
4. Redução da PI
O nome ser diz, diminuir a PI.
Pode ser dar de várias maneiras:
Desistindo parcialmente, fazendo acordo parcial, renunciando parcialmente.
5. Indeferimento da PI
É uma decisão de rejeição da PI, antes de ouvir o réu. O juiz nem houve o réu, e já rejeita a
PI.
É uma decisão em favor do réu, por isso nem precisa ouvi-lo.
Obs: o réu pode alegar indeferimento, o juiz pode acolher, mas não mais por
indeferimento, mas por outra decisão.
Diferença prática: se há indeferimento da PI, não há razão p/ ter honorário pagos ao réu. E
o autor poderá apelar contra a sentença q indefere totalmente a PI, e ela permite juízo de
retratação. Se o juiz n se retratar, a apelação sobe ao tribunal, sem contrarazões do réu, e
se a apelação for provida, os autos vão retornar, e o réu vai ser citado – e mesmo assim, o
réu vai poder alegar de novo o indeferimento da PI. (obs: na pratica o autor prefere propor
a ação de novo)
Se a causa é de competência originária, do indeferimento não caberá apelação claro – o
indeferimento ou será pelo relator (agravo interno), ou o indeferimento é pelo colegiado
(recurso contra acórdão).
O indeferimento da PI, pode ser total ou parcial.
a) Parcial
O processo não será extinto, prosseguirá.
Dessa decisão caberá agravo de instrumento.
b) Total
Indeferimento da PI, se divide em:
a) Sem exame do mérito(295)
Inépcia (parágrafo único do 295)
É um defeito da PI relacionado ao pedido ou a causa de pedir.
Não confundir com causa de indeferimento, nem todo indeferimento é Inépcia, Inépcia é
uma das causas de indeferimento.
Tem muito a ver com o direito de defesa. Pq se tem defeitos no pedido e na causa de pedir,
fica difícil de se defender, por isso tem que ser claro e completo.
1. A falta e a obscuridade da causa de pedir e no pedido, gera inépcia.
2. PI incoerente (conclusão não é compatível com o que foi pedido)
3. Há inépcia quando o pedido for juridicamente impossível. (aqui deveria ser causa de
mérito, pq o juiz examina o mérito)
4. Formula pedidos incompatíveis entre si. Ex: anular e revisar o contrato. (“PI suicida”).
285-B – é inepta, pq da lei q foi tirada, diz q é caso de inépcia (art. 50 L. 10.910)
Editorial 170
Quando a parte for manifestamente ilegítima
Quando o autor carecer de interesse processual (foi falado na aula sobre ação)
Erro na escolha do procedimento. Mas o legislador diz q se o juiz puder adaptar p/ o
procedimento certo, caso que não será caso de indeferimento – por isso na prática
dificilmente se vê um indeferimento por conta disso.
Obs: o inc. IV não é causa de indeferimento sem exame do mérito (Prescrição e
decadência).
b) Com exame do mérito
O indeferimento com exame do mérito, é uma decisão de mérito apita a coisa julgada
material. O código não é claro ao estabelecer o regime jurídico do indeferimento com
exame do mérito.
Diferença:
A apelação permite retratação, mas se o juiz não se retratar, a apelação sobe com
contrarazões (será a primeira vez que o réu falará em processo, logo, tem natureza de
contestação). Se essa decisão transitar em julgado, e o réu não tiver participado, o escrivão
terá q mandar uma carta pro réu comunicando que ele ganhou
Improcedência liminar do pedido – é o nome dado por alguns autores, e que é dado no
projeto do novo CPC.
Outros autores chamam de Improcedência Prima Facie.
Prescrição e Decadência (295, IV, CPC + 269 CPC)
O juiz aqui terá q de ofício há prescrição e decadência.
Obs: O juiz só pode reconhecer de ofício da decadência prevista em lei, decadência
convencional o juiz não pode de ofício (pq tem q ser alegada pelo réu).
Tradicionalmente não poderia e, o juiz de ofício, reconhecer a prescrição. E o 191, CC,
permite a renuncia tácita da prescrição por parte do devedor. Reforma do CPC, §5º, 219,
passou que o juiz pudesse reconhecer de ofício qualquer prescrição.
Na pratica: nenhum juiz da vara do consumidor nem trabalhista, reconhecer de ofício uma
prescrição.
Se a prescrição favores absolutamente incapaz, há sentido porém, em o juiz reconhecer de
ofício.
Improcedência em causas repetitivas (perempção) (285-A)
A aplicação do 285-A, segundo o STJ, só pode ser aplicado se o entendimento do juízo tiver
em consonância com o tribunal.
Curiosidade: Julgamento antecipado da lide é outra coisa – estudar.
Pedido
Pedido – núcleo da PI, declaração de vontade q consta na PI, pela qual se define oq se quer,
o que se espera daquele processo.
Pedido Imediato: a parte que vc pede a decisão do juiz ao seu favor.
Pedido Mediato: o resultado que vc espera do processo, o bem da vida que vc quer
alcançar no processo. Ex: dinheiro, a coisa, etc.
O pedido te que ser interpretado, pois é uma declaração de vontade.
293 CPC – esse artigo por incrível que pareça, não cuida de interpretação do pedido, ele
quer dizer apensa q o pedido tem que ser feito expressamente. Os pedidos tem q ser
aqueles que constam na PI, como eles vão ser interpretados já é outra coisa.
O STJ diz que tem várias regras de interpretação do pedido:
1ª regra: O pedido se interpreta de acordo com o conjunto da postulação. A causa de pedir,
dá sentido ao pedido. Pra saber oq foi pedido, tem que saber o foi dito na causa de pedir.
2ª regra: O pedido se interpreta de acordo com a boa fé, os usos e costumes. Vc vai aplicar
ao pedido o art. 113 do CC.
3ª regra: Se o autor e o réu concordam com a interpretação do pedido, será isso. O réu na
contestação entender de um jeito, e o autor estiver de acordo com o que ele entendeu.
4ª regra: se o pedido for obscuro, tendo alguma duvida, o juiz pode mandar q o autor
emendar a PI para esclarecer.
5ª regra: É preciso interpretar o pedido extraindo dele alguma utilidade. Não pode
interpretar de modo que ele seja inútil, não tenha nenhum proveito.
O pedido tem que ser claro, coerente – essas dois são requisitos da inepta - certo (expresso
na PI) e determinado.
Pedido certo: obs: Pedido implícito pode ser aceito em alguns casos: Nos juros legais;
correção monetária; condenação às verbas de sucumbência; pedido de alimentos
provisório; prestações vicendas/futuras (art. 290 CPC). – Se o juiz não decidir um pedido
implícito, a decisão é omissa!!!!
Determinação
Aula
PEDIDO
Requisito da determinação do pedido: Pedido Determinado: O pedido determinado é o
pedido delimitado em relação ao que e ao quanto. O autor tem que dizer o que se quer ou
quanto quer. -Em alguns casos o legislador admite o pedido genérico (é aquele
relativamente indeterminado – pq é indeterminado em relação ao quanto, alguns casos o
legislador permite q ele não diga desde logo quanto ele quer). Obs: Admite-se pedidos
genéricos 286 CPC: Nas ações universais (vc pretende umaa universabilidade, ex: biblioteca,
patrimônio, rebanho), pois nelas não é viável determinar. Nas ações indenizatórias- quando
não for possível de logo, fixar o valor da indenização; aqui entra o problema do valor do
pedido nas ações de indezação por danos morais - a prática forense aceita o pedido
genérico nessas ações. Casos em que a determinação do valor depender de um
comportamento do réu, pq antes, o autor precisa de um comportamento do réu. Ex: Ação
de prestação de contas.
Cumulação de pedidos: Há cumulação de pedidos sempre q em um mesmo processo
houver mais de um pedido cumulado a ser examinado.
Cumulação inicial e ulterior: Inicial: quando o processo já nasce com vários pedidos.
Ulterior: quando o novo pedido é acrescentado ao longo do processo: Quando o réu
denuncia a lide, um novo pedido surge; quando há oposição.
Cumulação homogenia e heterogênea: Homogênea: uma mesma parte é responsável pela
formulação do pedido. Heterogênea: Quando resulta da postulação de mais de um sujeito.
Cumulação Própria: os pedidos são cumulados p/ que ambos sejam acolhidos – por isso q
ela é propriamente uma cumulação – ela é regida pela partícula E – ou seja, “você quer
uma coisa E outra”. Se dividem em: a) Própria Simples: O acolhimento de um pedido não
depende do acolhimento do outro, os pedidos são independentes entre si, eles podem ser
acolhidos ou rejeitado, e até acolhidos em partes, independentemente dos resultado do
outro. Ex: quando você cumula danos morais e danos materiais. b) Própria Sucessiva: nela,
um dos pedidos só pode ser acolhido se o outro for acolhido – o acolhimento de um pedido
depende do acolhimento do outro. Ex: investigação de paternidade + alimentos.- “Só se”ou
seja, “B só se A”. Cumulação imprópria: Os pedidos são cumulados, mas só um pode ser
acolhido. A cumulação é regida pela partícula Ou, “eu quero uma coisa OU outra”. Se
dividem em: Subsidiária ou eventual: 289 - b formulo um pedido que é prioritário, e um
segundo pedido é formulado apenas p/ a hipótese de o primeiro não ser acolhido. Há
hierarquia do pedido estabelecida pelo demandante. Nela, o juiz só pode passar ao
segundo pedido, se não acolher o primeiro, não poderá pular pro 2º pedido. – o autor
poderá recorrer pra aquilo q ele acha prioritário. Só se não ou seja, “B, só se não A”;
Cumulação alternativa: formula vários pedidos p/ q apenas um seja acolhidos, só q não há
hierarquia/ordem entre eles. “A ou B, tanto faz.” Não tem previsão expressa no código,
mas todos aceitam sob o fundamento de que, se o autor pode o mais q é estabelecer a
ordem, pode o menor q é não estabelecer a ordem. – É diferente de pedido alternativo.
.
Pedido alternativo: 288 - Pedido alternativo é relativo a uma obrigação alternativa. Mais de
uma prestação serve ao seu adimplemento. Se eu peço cumprimento de uma obrigação
alternativa, estou formulando um pedido, não é dois pedidos, mas pode ser cumprida mais
de uma maneira.
Ex1: filho contra o pai, e o pai quer reconhecimento de paternidade, mãe quer o
ressarcimento com despesa da parte. – ............... litisc. q surgiu de uma ração de cumulação
sucessiva. (gerando LITISCONSÓRCIO SUCESSIVO)
Ex1: sujeito quero q condene A, mas se não puder condenar A, então condene B. – é inicial
e homogenia, imprópria, subsidiária – Listic. Passivo, formado de uma relação eventual
(gerando LITISCONSÓRCIO EVENTUAL)
Ex3: Consignação em pagamento p/ A ou B. – inicial, homogênea, impróprio e alternativo. –
Listisc. Passivo formado em razão de uma cumulação alternativa (gerando LITISC.
ALTERNATIVO).
Obs: cumulação não necessariamente geram litisc., mas podem gerar.
Requisito p/ cumulação de pedido: Juízo de competência; Procedimento p/ todos eles tem
q ser o mesmo – se por acaso, p/ cada tipo de pedido corresponder um tipo diferente de
procedimento, adota-se o procedimento ordinário. Compatibilidade de pedidos – não se
aplica à cumulação imprópria!!
Resposta do réu
Resposta do réu, conceito: é um gênero que serve p/ designar qlqr tipo de manifestação
do réu diante da ação. São: Contestação; Revelia (resposta silenciosa); Reconvenção;
Exceções intrumentais de competência relativa de impedimento e suspeição; Impugnação
do valor da causa; Pedido de limitação do litisc. consuetudinário; Pedido de revogação da
justiça gratuita; Reconhecimento da procedência do pedido
Resposta do réu - Exceção: A palavra exceção está p/ o réu, assim como ação está p/ o
autor. Direito fundamental, sinônimo de direito de defesa – direito fundamental (já foi
estudado, não estudaremos); no sentido de sinônimo de defesa – qlqr q seja a defesa, ela
poder ser chamada de exceção; Exceção susbtancial – direito material – é um tipo de
direito q a pessoa poder ter.
Exceção substancial: Não é sinônimo de defesa, é um tipo de defesa, é uma defesa e ao
mesmo tempo um direito, o réu se defende com um direito. É um direito q se exercita
contra o exercício de um outro direito q ela objetiva atacar e neutralizar. Pressupõe o outro
direito q ela ataca. Não nega outro direito, ela quer neutralizar/destruir o outro direito. EX:
exceção de contrato n cumprido, não nega o credito, ela o paralisa. Direito de retenção:
reter a coisa. Até q a outra parte pague a indenização; Prescrição - d. de não pagar uma
dívida que existe; Benefício de ordem do fiador: direito de obrigar o credor a executar bem
do devedor; Compensação: propósito de extinguir. - O réu em sua defesa pode alegar
exceção substancial.
Classificação das defesas: De mérito: réu pretende q o pedido não seja acolhido. Ex;
pagamento, decadência ususcapião, todas as exceçõs subtanciais, prescrição. De
admissibiliadade: defesa q o réu alega com o propósito de impedir q o pedido seja
examinado. Ex: incompetência, inépcia da inicial, não pagamento de custas, incapacidade
da parte.
Defesa de Admissibilidade é toda defesa que o réu lega cujo propósito é impedir que o
pedido seja examinado. Ex. Incompetência, inépcia da inicial, não pagamento de custa,
incapacidade da parte. Não tem nada haver com o pedido ser acolhido. É uma defesa de
conteúdo processual.
A segunda classificação divide a defesa em dilatória e peremptória, defesas q retardam o
efeito (defesa dilatória), outras são peremptória (uma vez acolhidas encerram o problema).
A defesa que apenas dilatam o tempo obstando a satisfação do direito do autor – Defesa
Dilatória, exemplo Exceção de incompetência, direito de retenção, exceção do contrato não
cumprido, benefício de ordem, nota-se que o propósito é apenas dilatar no tempo. -defesa
dilatória e de mérito.Ex de peremptória: pagamento, prescrição, incapacidade da parte,
decadência.
Objeções: Defesa q o juiz pode conhecer de ofício. Ex: incomp. Absoluta; decadência legal;
carência de ação; prescrição; incompetência relativa; exceções substanciais (não podem ser
conhecida de ofício).
Exceções em sentido estrito: Defesa q o juiz não pode conhecer de ofício
É digno de registro que a Defesa peremptória é uma defesa terminativa Ex: pagamento
prescrição, incapacidade da parte
A terceira classificação divide a defesa em objeção e exceções
Toda defesa que o juiz poder conhecer de ofício é uma objeção. Ex. incompetência
absoluta, decadência legal, Carência de ação, Prescrição, pagamento,
Toda defesa que o juiz não poderá conhecer de ofício é uma exceção em sentido estrito. Ex.
Incompetência relativa, as exceções substanciais, com exceção da prescrição.
Exceção de pré-executividade.
É um tipo de defesa. Em tempos anteriores somente poderia ser alegado em exceção de
pré-executividade as defesas de objeção, hoje se entende que pode ser alegado a qualquer
tipo de defesa desde que seja provado por documento.
A quarta classificação é a que divide a defesas em direta e indireta:
Defesa direta é aquela que não acrescenta ao processo nenhuma alegação de fato nova,
não haverá necessidade de réplica, que é a manifestação do autor sobre a contestação. A
defesa de direta é sempre de mérito.
Quando o réu alega que os fatos apresentado pelo autor não são verdadeiro;
O réu aceita os fatos, mas nega as consequências jurídicas. Neste caso recebe o nome de
confissão qualificada o réu confessa, mas nega as consequências jurídicas.
Quando a defesa é direta o ônus as prova é do autor, uma vez que o réu não trouxe fato
novo.
Defesa indireta –há defesa indireta sempre que o réu trouxer fato nova o processo.
Quando isso acontece o réu assume o ônus da prova do fato novo. Ocorrendo a defesa
indireta a necessidade de intimar o autor para a réplica.
Toda defesa de admissibilidade é uma defesa indireta a assim como a exceção substancial.
Quando o réu aceita os fatos do autor, mas traz outros fatos eu impedem, modifiquem, ou
extingue a pretensão do autor, ocorre o que chama de confissão complexa, é aquela que
aceita os fatos narrado na exordial, mas se agrega fatos novos. A condição complexa é
cindível (art. 354, CPC).
A contestação é o instrumento em que o réu apresenta a sua defesa.
A contestação de estrutura em duas regras fundamentais. A primeira é a denominada
concentração da defesa.
De acordo com essa regra a contestação deve reunir toda a defesa do réu. Por isso quando
réu for se defender deverá alegar todos os argumentos em seu proveito. Por causa dessa
regra o réu pode cumular defesas, tanto propriamente como impropriamente.
Insta anotar que é preciso respeitar o princípio da boa-fé, mesmo na formulação da defesa.
Essa regra sofre duas mitigações:
1. Existe defesa que pela lei devem ser alegada fora da contestação, a exemplo da
impugnação do valor da causa, pedido de revogação da justiça gratuita, incompetência
relativa, impedimento e suspeição do juiz;
2. Defesas que a lei permite que sejam alegadas depois da contestação. Ex. estão
previsto no art. 303, CPC (decadência convencional).
A segunda regra é o ônus da impugnação especificada.
O réu em sua defesa tem que impugnar especificamente cada um dos fatos afirmados pelo
autor. Se o réu não impugnar especificamente é como se o fato tivesse ocorrido. Esse ônus
impede a impugnação genérica.
Esta regra se encontra esculpida no art.. 302, CPC.
Assim como a anterior, essa regra tem duas exceções:
1. Sujeito que não se submetem a esse ônus - Há pessoa que são livres desse ônus –
Curador especial e advogado dativo, pois cai no processo de maneira abrupta. Podem
formular defesa genérica. O código também fala que o MP pode fazer defesa genérica, mas
essa regra se encontra em desuso, pois o MP não faz mais defesa, não fazendo menor
sentido a existência dessa regra;A fazenda pública se submete ao ônus da contestação
específica.
2. Há fatos que mesmo não impugnados não poderá ser considerado como ocorrido, são
os fatos previsto no art. 302, CPC.
Art. 302. Cabe também ao réu manifestar-se precisamente sobre os fatos narrados na petição inicial. Presumem-se verdadeiros os fatos não impugnados, salvo: I - se não for admissível, a seu respeito, a confissão; II - se a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público que a lei considerar da substância do ato; III - se estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto. Parágrafo único. Esta regra, quanto ao ônus da impugnação especificada dos fatos, não se aplica ao advogado dativo, ao curador especial e ao órgão do Ministério Público. Revelia
Direito Penal
Aula 03
Teoria Geral do Crime (Continuação)
Conduta
1. Conceito de conduta
Ação ou omissão humana consciente ou voluntária dirigida a um fim
Teoria das Normas - Korl Bingind – Normas proibitivas e perceptivas.
Crimes praticados por ação, são chamados crimes Comissivos – viola norma proibitiva.
Crimes praticados por Omissão – É aquela q impõe a realização de um comportamento, e
não é feito. Violação de uma norma perceptiva.
Art. 135, CP:
Omissão de socorro
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à
criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em
grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal
de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.
Ação ou Omissão, consciente e voluntária (dolo e culpa), dirigida a um fim (pratica de um
crime ou contrav. Penal).
Não há crime sem conduta.
O d. penal brasileiro, não tolera crime de mera suspeita. (Vicenzi Marzim) – o agente não é
punido pela sua conduta, mas pela mera suspeita despertada pelo seu estilo de vida
Art. 25 – Leis de contr. Penais. Gazuas – é todo ou qlqr instrumento sem forma de chave
utilizado p/ abrir uma fechadura sem destruí-la. Essa contrav. é declarada inconstitucional
declarada pelo STF.
2. Formas de conduta
A. Ação (Crimes Comissivos):
Conduta é positiva, “fazer”. Crimes comissivos, conduta positiva e consiste em um fazer.
B. Omissão (Crimes Omissivos):
Crimes Omissivos, conduta negativa e consiste em não fazer. Se divide em:
a) Próprios ou puros:
A Omissão vem descrita no próprio tipo penal (uma conduta negativa de não fazer) ex: 135
CP.
Sujeito ativo: no tocante ao suj. ativo é crime comum ou geral (pq podem ser praticado por
qlqr pessoa).
Não admitem tentativa, pq eles são Crimes Unisubsistentes (é aquele q a conduta é
composta de um único ato, suficiente p/ a consumação, ou seja, não há como fracionar a
execução.)
Em regra são crimes de mera conduta.
b) Impróprios, comissivos por omissão
São aqueles q o tipo penal descreve uma ação mais uma inércia do agente, q descumpre o
seu dever de agir (13§2º, CP). Leva à produção do resultado naturalísticos.
TÍTULO II
DO CRIME
Relação de causalidade (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a
quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria
ocorrido. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Superveniência de causa independente (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação
quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem
os praticou. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Relevância da omissão (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para
evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:(Incluído pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; (Incluído pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; (Incluído pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado
O tipo descreve uma ação (originariamente são comissivos), mas cria um dever de agir =
Ação + Dever de agir.
Suj. ativo – crimes próprios ou especiais (são aqueles q o tipo penal reclama uma situação
fática ou jurídica diferenciada no tocante ao sujeito ativo). Ex: posição de mãe, posição de
funcionário públ – situação jurídica; o fato de ser mãe ou pai em alguns crimes – situação
fática. Só podem ser praticados pq aqueles q tem o dever de agir p/ evitar o resultado.
Esses crimes admitem tentativa pq são plurisubsistentes (é aquele q a conduta é composta
por 2 ou mais atos, q se somam p/ a produção do resultado, perfeitamente possível
fracionar a execução).
São crimes materiais (depende do resultado naturalístico).
Ex1: art. 269 – não é de mera conduta
Ex2:186-A- é material. (não existe esse artigo q o professor deu)
Omissão de notificação de doença
Art. 269 - Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja notificação é
compulsória:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
3. Teorias da Omissão
Tem 2: Naturalística e Normativa
O Brasil adota uma teoria Normativa (quer dizer que omitir-se não é simplesmente um não
fazer, a omissão é não fazer aquilo q a lei impõe que seja feito, por isso normativa). -
Diferente da teoria naturalística (a teoria naturalística não pune os crimes omissivos).
4. Crime de Conduta Mista
Tem:
Uma parte inicial - praticada por uma ação;
E uma parte final - pratica por omissão. Ex: 169, parag. único, inc. II. – crime de apropriação
de coisa achada, “Coisa perdida” (uma coisa se considera perdida, quando ela está em um
local público ou de uso público). Ex: pegar uma carteira na rua – ação- sabe quem é o dono,
deve devolver imediatamente, não sebe quem é, tem 15 dias pra entregar a uma
autoridade policial.
Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força da natureza
Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso
fortuito ou força da natureza:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Parágrafo único - Na mesma pena incorre:
Apropriação de tesouro
I - quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no todo ou em parte, da quota a
que tem direito o proprietário do prédio;
Apropriação de coisa achada
II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente,
deixando de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade
competente, dentro no prazo de quinze dias.
5. Características da Conduta:
Apenas ser humano pode praticar condutas penalmente relevantes, salvo pessoa
jurídica nos crimes ambientais.
Apenas a conduta voluntária interessa ao Interesse Penal. Pois “Vontade” é elemento
da conduta, já que o d. penal se fundamenta no princ. da evitabilidade (só interessa ao d.
penal os comportamentos q podem ser evitados pelo ser humano).
Apenas atos projetados no mundo exterior, entram no consulto de conduta, pois o d.
penal não pode punir idéia, pensamentos do ser humano (claustro psíquico – prisão mental
– enquanto a vontade humana não se liberta do claustropsíquico, o d. penal não pode agir).
Cogitação nunca é punível, pq ser quer tem perigo ao bem jurídico.
Exclusão da conduta
A. Caso fortuito e força maior
São acontecimentos imprevisíveis e inevitáveis q escapam do controle da vontade. Tem
origem na força da natureza. Imprevisíveis e inevitáveis.
B. Movimentos reflexos – são reações fisiológicas, decorrentes da provocação dos
sentidos. Fisiológicos e não há vontade. Os movimentos reflexos não se confundem com as
ações em curto circuito, são aquelas q derivam de uma explosão emocional repentina - Nas
ações em curto circuito existe conduta. São hábitos habituais (são aqueles realizados por
uma pessoa em razão de um vício qualquer). – é diferente do costume q é algo q se faz
repetidamente, acreditando q é obrigatório. Ex: dirigir falando ao celular.
C. Coação física irresistível- Exclui a conduta, logo, o fato é atípico. É o caso de
inexigibilidade de conduta diversa, exclui a culpabilidade. Na coação física irresistível, não
há vontade.
Coação Moral irresistível – há vontade, porém é viciada.
D. Estado de inconsciência- não há conduta penalmente relevante.
Sonambulismo e hipnose- os atos são praticados em estado de inconsciência.
Resultado
1. Conceito de resultado:
É a conseqüência, é o desdobramento da conduta (a conduta produz o resultado).
2. Terminologia
Existem alguns doutrinadores q tb utilizavam a palavra “evento”como sinônimo de
resultado. Evento do crime = Resultado do crime. Crítica doutrinária – evento é muito
genérico e abrange inclusive os fatos da natureza.
3. Espécies:
A) Jurídico/Normativo
É a mera violação da norma penal, ofensa ao bem jurídico protegido. Todo e qlqr crime tem
resultado jurídico ou normativo.
B) Material/Naturalístico
Resultado material ou naturalístico (q é a modificação do mundo exterior, provocada pela
conduta do agente – é algo q pode ser constatado no mundo real).
Somente os crimes materiais consumados .
C) Relação de causalidade e nexo causal
a) Previsão legal e Denominação: art. 13, CP:
TÍTULO II
DO CRIME
Relação de causalidade (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a
quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria
ocorrido. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Superveniência de causa independente (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação
quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem
os praticou. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Relevância da omissão (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para
evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:(Incluído pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; (Incluído pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; (Incluído pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.
b) Conceito:
Resultado naturalístico é o “vinculo” entre a conduta e o resultado naturalístico, pelo
qual se conclui se aquela deu causa a este.
c) Âmbito de aplicação:
A relação de causalidade é necessário a todos os crimes? R: Não, só interessa aos crimes
materiais, ou seja, só existe nos crimes materiais.
d) Teorias:
Teoria da Causalidade
É todo comportamento humanos eficaz p/ produzir resultado. Juízo estatísticos (id quod
plerumque accidit – aquilo q normalmente acontece).
Teoria da Imputação Objetiva
Não imputação objetiva.
Risco Proibido – é uma proposta doutrinaria, não tem previsão legal no Brasil, acolhidas por
alguns julgados do STJ pois é mais favorável ao réu – como o caso da princ. da reserva legal,
da insignificância, etc.
Teoria equivalência dos antecedentes/“Conditio sine qua non”
É a regra geral do código penal. – art. 13, CP.
p/ ele causa é todo e qlqr acontecimento provocado pelo agente, sem o qual, o resultado
não teria ocorrido como ocorreu e quando ocorreu.
Sistema de eliminação hipotética de “Thyrén”: depois do crime praticado, precisamos
voltar imaginariamente no tempo e hipoteticamente vamos eliminar os acontecimentos,
se eliminarmos um acontecimento e o crime desapareceu é pq era causa dele.
Concorreu de qlqr modo p/ o crime, é causa deste. Esta teorias permitem os chamado
“Regressus adi infinitum”
Crítica: essa teoria permite o regressus ad inifinitum. Essa crítica é afastada com a
argumentação q a relação de causalidade não se esgota a mera causalidade física – causa e
efeito, tb se exige a causalidade psíquica, dolo ou culpa.
Identificação da causa: Sistema de eliminação hipotética.
Ex: Produto final: morte da vítima, Causa do crime: Munição. 13§2º Relevância da Omissão
no D.
D) Relevância da omissão – art. 13§2º, CP - “omissão penalmente relevante”- Dever de
agir no direito penal – Crimes omissivos impróprios (comissivos por omissão), está escrita
no próprio tipo penal. Art. 13, §2º.
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o
resultado. O dever de agir incumbe a quem:(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; (Incluído pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; (Incluído pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.
Penal – Omissão penalmente relevante – comete crime comissivo por omissão - “Deve de
agir”.
Aula 04
Relevância da omissão (continuação)
Hipótese de dever de agir:
Relevância da omissão (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para
evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:(Incluído pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984) [...]
Quem tem o dever de agir e se omiti dando causa ao resultado responde pelo o crime a
título de dolo ou culpa.
Critétrio legal(Brasil) x Critério Jurídico
Critério legal (art. 13,§2º, “a”, CP):
a) Letra “a” do art.. Prevê dever legal: (é aquele imposto pela lei - lei no sentido amplo –
qlqr ordenamento jurídico, qualquer ordem emanada do direito. Teoria das fontes: qlqr
fonte jurídica será lei - a determinada pessoas). Ex: Pais com relação aos filhos; policial
vendo o cidadão ferido em vias de morrer; tutor e pupilo; curador e o interdito na curatela,
etc.)
Obs: O sujeito tinha o dever de agir e se omitiu, ele responde automaticamente pelo crime?
Não, não basta o dever de agir, tem que haver o poder agir.
[..] a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; (Incluído pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
b) Letra “b” do art.. Prevê o Garantidor/gerente: Quem por outra forma (é qlqr outra
forma diversa da lei) assumiu a responsabilidade de impedir o resultado. Temos aqui a
figura do “Garantidor” ou “gerente” (é o garantidor da não ocorrência/produção do
resultado) – essa figura do garantidor tem q ser interpretada “extensivamente”. A posição
de um garantidor pode ocorrer de um contrato, ex: salva-vidas;babá que cuida da criança;
enfermeira que cuida do doente, etc. Mas pode ser tb que não exista contrato, ex: alguém
que se compromete a cuidar das suas coisas.
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; (Incluído pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)
c) Letra “c” do art.. Prevê a ingerência/situação de precedente: essa letra é chamada de
“Ingerência ou Situação precedente”. Quem cria uma situação de perigo tem a obrigação
de impedir o resultado. Ex: jogar alguém que não sabe nadar na piscina; levar alguém p/
mata, dever de cuidar; etc.
d) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.
4. Concausa
“Con” (Concorrência de...) “causas” = Concorrência causal.
Concausa é a convergência de uma causa externa a conduta do agente q influi na produção
do resultado naturalístico por ele desejado. Ou seja, teremos 2 causas - a conduta do
agente, e uma causa exterior que influi na conduta do agente.
a) Concausa dependente
É aquela que depende da conduta do agente para produzir o resultado. O agente responde.
Ex: o cara amarrou o cara no carro, q morreu sendo arrastado pelo carro.
b) Concausa independente
Produz por si só o resultado.
Se subdividem em:
Concausa independente absolutas (causas absolutamente independentes):
São aquelas que não se originam na conduta do agente. Causalidade antecipadora. Elas se
dividem em: Preexistentes (são aquelas que ocorrem antes da conduta do agente. Ex:
sujeito atira do seu desafeto p/ matá-lo, e a vítima morre, mas não em relação do tiro, mas
em razão do veneno que havia ingerido anteriormente);
Simultâneas/Concomitantes (são aquelas que ocorrem concomitantemente a conduta do
agente. Ex: no mesmo tempo q o sujeito toma um tiro, ele toma um raio na cabeça;
Supervenientes Von Liazt - ocorre depois da conduta do agente. ex: da um tiro numa
pessoa q está no barco, e a pessoa não morre pelo tiro, mas pelo barco que afunda depois).
Quais os efeitos das causas absolutamente independentes? R: Nos 3 casos (preexistentes,
simultâneas, e supervenientes), o agente responde por tentativa de homicídio. Ou seja, nas
concausas absolutamente independentes, rompe-se o nexo causal, logo o agente não
responde o resultado produzido, respondendo somente pelos atos praticados. Equivalência
dos antecendentes.
Concausa independente relativas (concausas relativamente independentes):
Tem origem na conduta do agente. Elas também podem ser:
Preexistentes (O agente responde pelo resultado produzido - 13, “caput”. Ex: atira numa
pessoa q já tinha uma doença mas piorou e morreu. Não rompem nexo causal;
Concomitantes (O agente responde pelo resultado produzido - 13, “caput”. Ex: atira p/
pegar no peito e pega no joelho, e era uma noite gelada, e ele não consegue andar e morre
congelado. Não rompem nexo causal);
Supervenientes (Tem causas que por si só não produzem resultado – resolvemos com 13,
“caput”: Elas não rompem o nexo causal. Ex1: pessoa é ferida por agente, mas que morre
por intervenção médica (erro médico) – quem deu causa à ferida responde por homicídio
consumado, se resolve com a “Teoria das Equivalência dos Antecedentes”- se a pessoa não
tivesse sido machucada, ela não estaria lá no médico, o agente deu causa a morte; Ex2:
Pessoa foi ferida por um agente, mas como tava fraca, morre por infecção hospitalar –
infecção hospitalar mata pessoas fracas, o agente deu casa p/ morte da vítima; E tem as
que produzem por si mesmo o resultado – resolvemos com 13, §1ª: Teoria da causalidade
– causa não é oq de qlqr modo causa o resultado, mas aquilo que efetivamente causa o
resultado. Logo, a superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação
quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a
quem os praticou. Responderá por tentativa! Ex1: o agente dá um tiro p/ matar alguém, e é
socorrido p/ por uma ambulância, que a caminho do hospital é atropelada por um
caminhão; Ex2: o agente da um tiro, a vítima vai p/ o hospital e morre queimando em um
incêndio de dentro do hospital)
Relação de causalidade (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a
quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria
ocorrido.
Superveniência de causa independente (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação
quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a
quem os praticou.
Tipicidade
1. Conceito:
É um elemento do fato típico e continua presente em todo e qlqr crime. A tipicidade penal
é a soma da tipicidade formal (q é o juízo de adequação/subsunção entre o fato e a norma
– o fato praticado na vida real se encaixa no modelo de crime previsto pela norma penal)
com a tipicidade material (é o grau lesão ou perigo de lesão ao bem juridicamente
protegido. ex: não terá tipicidade material se enquadrar o Princípio da insignificância – pois
não há ofensa ao patrimônio da vítima). Tipicidade penal = Tipicidade formal + Tipicidade
material.
2. Evolução histórica:
a) Direito Romano:
“Corpus delicti”(o crime é apenas os vestígios materiais que ficavam) – não tinha separação
de tipicidade, ilicitude, culpabilidade... crime era uma coisa só – corpo de delito!
b) 1906 Ernet Beling:
Tat bestand – vem a idéia de Fattispecies (tipo penal). Surge a fase da independência do
tipo. Separa-se culpabilidade e ilicitude.
c) 1915 Max Ernest Mayer:
Teoria indiciária – “Ratio cognoscendi” – a tipicidade passa a ser vista como indício de
ilicitude. A tipicidade presume-se uma ilicitude. Ex: “se vc mata alguém, presume-se que
houve ilicitude”; Porém é uma presunção relativa de ilicitude, pq cabe prova em sentido
contrário.
Qual o efeito prática dessa teoria? R: Essa teoria na prática, acarreta a inversão do ônus da
prova, no tocante as excludentes da ilicitude. Obs: Mas p/ a acusação/denuncia basta
provar o fato é típico.
d) 1931 Edmund Mezger:
A tipicidade não será vista mais como mero indício, mas como essência da ilicitude. É
chamada como a teoria da “Ratio essendi”.
Ilicitude tipificada – injusto penal. Junta fato típico e ilicitude em uma coisa só, no injusto
penal. Fato típico + ilicitude = injusto penal.
Teoria dos elementos negadores do tipo – Hell muth Von Weber – “Tipo total de injusto” –
as excludentes da ilicitude funcionam como elementos negativos do tipo penal.
e) Tipicidade conglobante (Eugênio Raul Zaffaroni):
A tipicidade legal é a nossa tipicidade penal, só muda o nome e soma com a
antijuridicidade. Tipicidade conglobante = Tipicidade legal + Antijuridicidade. – Não basta
violar a norma, é preciso violar o ordenamente jurídico como um todo. Ex: oficial de justiça
q vai na casa do devedor e retira um bem, ele praticou algo q é tipificado, mas está
acobertado por uma ordem judicial. Zaffaroni antecipa a análise da ilicitude, sendo
analisadas junto com a tipicidade.
Adequação típica
É a tipicidade formal (juízo de adequação entre o fato e a norma – “ver se o fato se adéqua
a norma”) colocada em prática.
A) Imediata/Subordinação Imediata
O fato se encaixa diretamente no tipo penal. Não há necessidade de nenhuma outra norma.
Ex: Homicídio consumado.
B) Mediata/Subordinação mediata/ampliada/ ou por extensão.
O fato praticado pelo agente não se encaixa diretamente no tipo penal, há necessidade de
utilização de uma outra norma (são as normas de extensão/complementares da tipicidade).
São elas:
a) 14, inciso II – é a Tentativa,
q tem q ser cominada com o art 121 do CP.
Trata-se de uma norma de extensão temporal da tipicidade (pq permite a aplicação de um
tipo a um momento anterior à consumação).
Curiosidade p/ prática: Não basta colocar na denuncia “o crime não se comunicou por
circunstancias alheias a vontade do agente”, tem que especificar, pq se não será inepta a
denuncia por gerar cerceamento de defesa.
c) 29, “caput”, participação:
obs: não é aplicado pra todo e qlqr concurso de pessoas, apenas p/ a participação (concorre
de qlqr modo para o crime. ex: induzir a matar), e será cominado com o art. 121, CP.
Curiosidade p/ prática: Aqui tb não pode colocar concorrer de qlqr modo p/ o crime na
denuncia, tem q especificar sempre! – será denuncia inepta se não fizer.
É norma de extensão pessoal (pq permite a aplicação da lei penal à pessoas diversas dos
autores.
d) 13, §2º - Omissão penalmente relevante (dever legal):
Se refere esse artigo à Omissão penalmente relevante (são os casos de dever legal – já foi
estudado). Terá q ser cominado com art. 121.
É uma norma de extensão da conduta (aquela conduta q era praticada apenas como uma
ação, passa a ser tb praticada via omissão).
Aula 05 (não teve energia – vão repor)
-perdida-
Aula 06
Teoria do tipo
1. Conceito do tipo:
Doutrinário – é o modelo genérico e abstrato formulado pela norma penal descritivo da
conduta criminosa (tipo incriminadores – tb chamados de tipos legais – e estão previsto na
parte especial do CP e na parte extravagante – n há tipos incriminadores na parte geral) ou
da conduta permitida(tipos permissivos ou justificadores- são as causas de exclusão da
ilicitude – o legislador autoriza a prática de um fato típico).
Tipo imaginação é diferente de tipicidade: é uma figura q resulta da imaginação do
legislador, enquanto o juízo de atipicidade é a averiguação q sobre uma conduta se efetua
p/ saber se a apresenta os caracteres imaginados pelo legislador
2. Estrutura do tipo legal ou incriminador
Todo tipo incriminador tem um núcleo (é o ponto de partida da construção do tipo
incriminador, o verpo do tipo penal, ex: matar do homicídio.) O legislador pega o núcleo e
soma com a os elementos/elementares da conduta p/ a perfeita descrição da conduta
criminosa.
Os elementos/elementares podem ser:
A.Objetivos/Descritivos
São aqueles que revelam um juízo de certeza, ou seja, são aqueles q podem ser
identificados, compreendidos por qlqr pessoa. Ex: a palavra “alguém” no homicídio.
B. Subjetivos
São aqueles q dizem respeito ao aspecto anímico do agente, ou seja, são aqueles q dizem
respeito a especial finalidade buscada pelo agente. Ex: 155 CP – furto, “...para si ou para
outrem...”. Por isso, furto p/ em seguida devolver não será furto.
C. Normativos
A compreensão reclama um juízo de valor. É uma valoração/interpretação do agente no
caso concreto. Estes elementos normativos podem ser jurídico/impróprios e elementos
normativos extrajurídicos/culturais/morais.
Elementos normativos jurídico/impróprios: São aqueles que contem conceitos da área do
direito. Ex: conceito de documento p/ o direito penal; conceito de func. Público.
Elementos normativos extrajurídicos/culturais/morais: São aqueles q se relacionam a
outras áreas do conhecimento. Ex: ato obsceno, ato libidinoso, veneno.
Elementos modais: Existem autores que falam dos elementos modais. Seriam aqueles
relacionados ao tempo e o lugar do crime e tb ao modo de definição. Ex: 123 – infanticídio.
Núcleo + Elementos = Tipo fundamental/Tipo básico(é aquele q descreve a modalidade
simples/básica/fundamental do crime). Em regra os tipo fundamentais estão previstos no
“caput”.
Onde estão previsto os tipos fundamentais? R: em regra os tipos fundamentais estão
previstos no caput, mas há exceção no CP, o art. 316§1º(excesso de exação), poi no caput ta
falando sobre concussão, q não tem vinculação nenhuma com o outro crime.
Em alguns crimes, o legislador também prevê circunstâncias (circunstancias são os dados
que se agregam ao tipo fundamental p/ aumentar ou diminuir a pena – são as
qualificadoras, causa de aumento e diminuição de pena, e as apareceu as figuras
privilegiadas - uma circunstancia, surgiu um tipo derivado. Ex: homicídio privilegiado).
Classificação doutrinária do tipo penal
Falamos:
Tipo encrimador x tipo permissivo
Tipo fundamental x tipo derivado
Falaremos sbore:
Tipo normal(neutro) x tipo anormal (acromático/avalorador)
1. Tipo norma/neutro:
Aqueles que contem somente elementos objetivos. Ex: Homicídio - matar alguém.
2. Tipo anormal/acromático/avalorado:
É aquele que também contem elementos subjetivos e/ou normativos.
No finalismo, todo tipo é anormal pq o dolo (elementos subjetivo) e a culpa (elemento
objetivo) estão na conduta.
3. Tipo fechado x Tipo aberto
A- Tipo fechado
Apresenta discrição minuciosa, detalhada e completa da conduta criminosa. Ex: futor;
homicídio.
B- Tipo aberto
Não apresenta uma descrição completa, minuciosa, pormenorizada e detalhada da
conduta. Precisam ser complementados por um juízo de valor – interprado no caso
concreto. ex: ato obsceno.
4. Tipo Congruente x Tipo Incongruente
A – Tipo Congruente
Há perfeita coincidência entre a vontade do agente e o fato. ex: crime dolosos consumados
B-Tipo Incongruente
Não há coincidência entre a vontade do agente e o fato por ele praticado.
Ex: crime tentado, culposos.
5. Tipo Preventivo
STJ HC211823
Incrimina de forma autônoma, ato preparatório de outro crime. Ex: porte ilegal de arma.
6. Tipo Simples X Tipo Misto
A- Tipo simples
Contém momento um núcleo/um verbo. Ex: roubo -> subtrair
B- Tipo Misto
Contém dois ou mais núcleos/verbos. Pode ser alternativo/cumulativo:
Está previsto nos crime de ação múltipla ou de conteúdo variado - O tipo penal contém 2
ou mais núcleos, e se o agente praticar 2 ou mais deles contra o mesmo objeto material,
estará caracterizado o núcleo do crime. Ex1: 33, caput, tem 18 núcleos/verbos.
Tipo misto cumulativo: existem 2 ou mais núcleos, se o agente praticar 2 ou mais deles,
responderá por todos os crimes. Art. 244 CP.
Dolo/Crime Doloso
1. Introdução:
No finalismo penal, o dolo é elemento da conduta. É o elemento subjetivo da conduta.
2. Teorias sobre o dolo
a) Teoria da representação
P/ essa teoria, basta a previsão do resultado. P/ existir o dolo, basta q o agente tenha essa
previsão, tenha previsão do resultado como possível.
b) Teoria da Vontade – adotado no Brasil
P/ esta teoria, não basta a previsão do resultado, o agente deve ter a vontade de produzir.
Dolo direto.
c) Teoria do Assentimento/Consentimento/Anuência – adotado no Brasil
Esse teoria complementa a teoria da vontade, ou seja, existe o dolo não somente quando o
agente quer a vontade, mas tb existe o dolo quando o agente assume o risco de produzir
este resultado (dolo indireto).
Obs: O art.18 acolheu duas dessas teorias. “...quis o resultado...” – teoria da vontade; “...
ou assumiu o risco de produzi-lo – teoria do assentimento.
Obs: O CP não adotou a teoria da representação p/ o doto, pq essa teoria não é dolo, é a
chamada culpa consciente, sendo acolhida assim.
3. Espécies de dolo
A – Dolo natural x Dolo normativo
a) Dolo natural
É o dolo do sistema finalista. É aquele q independe da consciência da ilicitude. (já foi
estudado)
b) Dolo normativo
É dolo do sistema clássico. É aquele q contem a consciência da ilicitude. (já foi estudo)
B- Dolo genérico x Dolo específico
É uma divisão que existia no sistema clássico.
a) Dolo Genérico
É oq hj no finalismo se chama de dolo. É a intenção de realizar o núcleo do tipo, a conduta
típica.
b) Dolo específico
É oq hj se chama de elemento subjetivos do tipo ou elementos subj. Específico, ou seja, é a
especial finalidade buscada pelo agente.
Ex: furto - não só a vontade de subtrair, mas p/ si ou p/ outrem.
C- “Dolus bônus” e “dolus malus”
Que esta classificação é mais importante no d. civil (ex: p/ analisar se existe uma fraude no
negócio jurídico).
Essa classificação diz respeito aos Motivos do crime p/ aumentar ou diminuir a pena. Ex de
dolo mau: o pai matou o estuprador da própria filha por relevante valor moral. Ex de dolo
bom: filho matou o pai p/ pegar a herança.
D- Dolo direto x Dolo indireto
a) Dolo direto/imediato/indeterminado/incondicionado
É aquele em que a vontade do agente é voltada a um determinado resultado. É aquele
dolo de direção única/fixa – ex: “eu quero matar meu desafeto, eu vou matá-lo.”.
b) Dolo indireto
Também chamado de dolo indireto ou indeterminado, a vontade do agente não se dirige a
um resultado determinado.
Que se divide em:
a) Dolo Alternativo
A vontade do agente se dirigem com igual intensidade a produzir um ou outro resultado.
Ex: eu quero matar ou ferir
Aqui, o agente sempre irá responder pelo crime mais grade consumado ou tentado – pq?
Pq ele queria o crime mais grave.
b) Dolo eventual
Teoria do assentimento – o agente não quer o resultado, mas assume o risco de produzi-lo.
Renhard Frank criou a Teoria do positiva do conhecimento serve p/ identificar o dolo
eventual. “seja como for, der o que der, eu não deixarei de agir” – é o: “se matar fodasse”.
O CP equipara o dolo direto ao dolo eventual, ou seja, o dolo direto não é mais grave q o
dolo eventual, a pena não vai ser maior por conta de ser eventual ou direto, o juiz analisará
conforme o caso concreto, levando em conta outros elementos.
Obs: em geral, os crimes admitem tanto o dolo direto como o dolo eventual. Exceção:
alguns crimes, admitem só o dolo direto. Art. 180 – crime de receptação e denunciação
caluniosa também.
D. Dolo refletido/de propósito X dolo de ímpeto/repentino
a) Dolo refletido: é o dolo dos crimes premeditado, ou seja, é o dolo q resulta da reflexão
do agente.
b) Dolo de ímpeto: é aquele que ocorre com uma explosão de ânimo. São Crimes
passionais, “de paixão violenta”.
E. Dolo presumido/Crimes de dano
É aquele que não precisa ser provado no caso concreto. Esse dolo não é admitido, pq isso é
responsabilidade penal objetiva, e o dolo sempre tem q ser provado – quem acusa tem que
provar o dolo.
F. Dolo de dano X Dolo de perigo
a)Do de dano
É aquele q assume o risco de efetivamente lesionar/danificar um bem jurídico. Ex: dolo do
homicídio, ele quer matar, quer destruir a vida humana.
c) Dolo de perigo/Crime de perigo
Perigo é a probabilidade de dano, o agente se contenta em expor o bem jurídico a uma
probabilidade de dano. Ex: perigo de contágio de doença venérea.
G. Dolo geral/Dolo por erro sucessivo
Diz respeito ao meio de execução do crime, o agente produz o resultado desejado, mas por
uma forma diversa de inicialmente imaginada. Ex: jogo da ponte o desafeto p/ morrer
afogado, mas ele morre por traumatismo craniano ao cair de cabeça em um barco que
passava. - Esse erro é irrelevante, pouco importa o meio q morreu, vc queria matar e
matou.
Pratica uma única conduta.
E quanto a qualificador? R: Prevalece que é considerado o meio de execução que o agente
queria utilizar - Mas existe entendimentos em contrário no sentido q se deve ser levado em
conta o meio de execução q efetivamente produziu o resultado.
H- Dolo de primeiro grau/dolo direto x Dolo de segundo grau/conseqüências necessárias
Dolo de primeiro grau/dolo direto
É aquele q o agente quer e persegue um único resultado, utilizando os meios de execução
necessário p/ tanto.
Esse dolo de primeiro grau, nada mais é q o dolo direto
Dolo de segundo grau/conseqüências necessárias
São os efeitos colaterais da conduta, as conseqüência necessárias p/ a prática daquele
crime. Ex do Claus Roxin: explodir o avião p/ matar alguém, mas ao fazer isso, aceito o risco
de matar outras pessoas que estão no avião, q às vezes vc nem conhece.
Culpa/Crime Culposo
1. Introdução
A culpa é um elemento do tipo, é um elemento da conduta. A culpa é um elemento
normativo do tipo (elemento normativo é aquele q a compreensão reclama um juízo de
valor).
Se a culpa é um elemento normativo, os crimes culposos estão previsto em tipos penais
abertos (precisa ser complementado - Regra). Mas há 2 exceções, em que os crimes
culposos estão previsto em crimes fechado: 180, §3º Receptação culposa e art. 38m da lei
de Drogas – prescrição culposamente de uma droga.
Obs: na prática, tem q descrever detalhadamente oq é caracterizou a culpa, não é pq é tipo
penal aberto q vc não diz o motivo, tem q especificar.
2. Punibilidade da culpa
A- Fundamento
É o interesse público na proteção de bens jurídicos indispensáveis ao indivíduo e a
sociedade.
Pq a pena do crime culposo é sensivelmente menor do que o crime doloso? R: No crime
doloso e no culposo o desvalor do resultado é o mesmo, mas o legislador leva em conta no
culposo o menor desvalor da conduta (é muito menos reprovável).
3. Conceito de Crime Culposo
Crime culposo é oq se verifica quando o agente, deixando de observar o dever objetivo de
cuidado, por imprudência, negligência ou imperícia, realiza uma conduta voluntária que
produz um resultado naturalístico não previsto nem querido, mas objetivamente previsível
e excepcionalmente previsto e querido, que podia, com a devida atenção, evitar.
A. Elementos do crime culposo
a) Conduta voluntária
No crime culposo a conduta é voluntária, oq é involuntário é o resultado. Essa conduta
voluntária é penalmente lícita ou ela caracteriza um crime diverso. Ex: dirigir em excesso de
velocidade – caracteriza infração administrativa – ele quer fazer essa conduta, porém não
quer o resultado de matar alguém.
b) Violação do dever objetivo de cuidado
Dever objetivo de cuidado é o conjunto de regras imposta a todas as pessoas, p/ a vida em
sociedade.
São modalidades de culpa (modo de como a culpa se revela):
Imprudência: Também é chamada de culpa positiva ou de culpa “in agendo”. Imprudência
é fazer algo que a cautela/ bom senso não recomenda, ex: dirigir em excesso de velocidade;
ex2: manusear uma arma carregada em lugar público. A imprudência sempre se desenvolve
paralelamente a conduta do agente.
Negligência: Negligencia é deixar de fazer algo que a cautela recomenda. É anterior a
conduta. Ex: não trocar pneus carecas do carro, e ir dirigir na chuva.
Imperícia: também é chamada de culpa profissional. Ela ocorre no exercício de uma arte,
profissão, de um ofício. É uma atividade q o agente está autorizado a exercer, mas ele não
reúne conhecimentos teóricos ou práticos suficientes p/ tanto – ex: médico ruim. Na
imperícia, a falha, a culpa é do agente, ele responde crime culposo. Obs: é diferente do
erro profissional a culpa não é do agente, a culpa é da própria ciência, diz respeito a
falibilidade da ciência. Ex: a medicina não tem meio seguro ainda, p/ enfrentar o câncer de
uma forma segura e absoluta.
B. Espécies de crime culposo
Aula 07
Resultado naturalístico involuntário
Crimes materiais/causais
Crime culposo
Crimes culposos são materiais –> a consumação depende de resultado naturalístico, logo,
exige o nexo causal entra a conduta e o resultado naturalístico.
Se não há resultado, a conduta é atípica. Logo, o crime culposo não admite tentativa, o
crime culposo é logicamente incompatível com a tentativa. A única exceção a essa regra:
Culpa imprópria, pois nela, o resultado é involuntário.
C. Requisitos do Crime Culposo:
1- Previsibilidade objetiva: ela é analisada de acordo com o juízo do homem médio (é
uma figura hipotética, uma figura imaginária, representativa da normalidade das pessoas, é
um ser humano de inteligência e imprudência mediana). – p/ saber se o erro é escusável.
STF- Homem “standard”, STF não analisa com base no homem médio, mas ao perfil
subjetivo do agente. - p/ saber se o erro é escusável.
2- Ausência de previsão do resultado
O resultado era previsível ao homem médio, mas no caso concreto, o agente não o pediu.
3.Espécies de culpa
A. Culpa inconsciente X Culpa consciente
a) Culpa inconsciente: o agente não prevê o resultado objetivamente previsível.
b) Culpa consciente: Culpa com previsão “ex lescivia” – o agente prevê o resultado, mas
acredita sinceramente, honestamente, que não ocorrerá.
B.Culpa consciente X Dolo eventual
a) Culpa consciente – “fodeu” – o CP adota a Teoria da representação: o agente prevê o
resultado, mas não quer, nem assume o risco de produzi-lo. O agente acredita
honestamente q este resultado não ocorrerá.
b) Dolo eventual – “o foda-se”- o CP adota a Teoria do consentimento/assentimento: o
agente prevê o resultado, e assume o risco.
C. Culpa Própria X Imprópria
a) Culpa própria – culpa propriamente dita. O agente não quer o resultado, nem assume o
risco de produzi-lo.
b) Culpa imprópria/por extensão/por equiparação/ por assimilação: o agente após prever
o resultado, e desejar a sua produção, realiza a conduta por erro inescusável quanto a
ilicitude do fato. O agente supõe presente uma causa excludente da ilicitude.
*Figura híbrida – dolo – política criminal 20ª§1º - a culpa imprópria ocorre no contexto de
uma descriminante putativa.
*A culpa imprópria é a única hipótese de crime culposo q admite tentativa. Pq? Pq o agente
quer o resultado – “no fundo é dolo”.
D. Culpa mediata/indireta
É aquela em que o agente produz o resultado indiretamente a título de culpa. Ex: estupra a
mulher numa rodovia movimentada, e ela cruzou a pista desesperada e morre.
D. Culpa presumida/culpa in re ipsa
Foi abolida no direito penal brasileiro, não existe mais no Brasil. – simples inobservância da
disposição legal ou regulamentar. A culpa tem que ser provada, não existe culpa
presumida. Ex: “quem dirige atrás está sempre errado” – isso não existe no Brasil, tem que
ser provado.
4. Grau de culpa
Não existe grau de culpa no direito penal.
5. Compensação de culpa
Eventual culpa da vitima não compensa a culpa do agente. Isso só existe no direito privado
civil, não no direito publ. penal - Eventual culpa do agente não exclui a culpa do agente,
mas pode interferir, pode ser favorável ao réu na dosimetria da pena base no final, na
sentença (59, “caput”)
É diferente da Culpa exclusiva da vítima, pq se a culpa é só dela, o agente não responde por
crime algum.
6. Concorrência de culpas
Duas ou mais pessoas concorrem culposamente p/ a produção do resultado naturalístico.
ex: 2 pessoas batem com o carro na velinha.
É perfeitamente possível a concorrência de culpa no d. penal – mas não há concurso de
pessoas pq falta o vínculo subjetivo, pq não tem vinculo subjetivo: união de vontade, na
concorrência de culpa “as pessoas nem se conhecem” (terá aula específica sobre concurso
de pessoas depois)
7. Caráter excepcional do crime culposo
18, p. único –salvos os casos expresso em lei.
Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato
previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente.
O crime culposo tem q vir destacado no tipo penal. Ex: 121
8. Causas de exclusão da culpa
A. Caso fortuito e força maior
B. Erro profissional
C. Risco tolerado
Diz respeito as atividade perigosas. Ex: piloto de caça.
Preterdoloso
“Praeter dolum” - é além do dolo.
Uma conduta dolosa produz um resultado culposo mais grave q o desejado pelo agente.
Ex: 129§3º.
Todo crime preterdoloso, é um crime qualificado pelo resultado, mas nem todo crime
qualificado pelo resultado, é preterdoloso.
Crimes qualificados pelo resultado é gênero, dos quais são espécies:
a) Dolo – Culpa -> preterdoloso
b) Dolo – Dolo -> latroc.
c) Culpa-culpa -> incêndio culposo com morte culposa
d) Culpa – Dolo - > homic. Culposo, q dolosamente deixa de prestar socorro.
“Inter criminis”
Itnerário do crime – são as fases de realização do crime:
a) Interna:
Cogitação – tem 3 momentos: Idealização (surge a idéia de praticar o crime). Na cogitação,
não há se quer perigo ao bem jurídico. Não é punível.
Deliberação – vantagens e desvantagens , colocar na balança os prós e contras.
b) Externa :
Preparação – atos preparatórios (aqueles indispensáveis p/ a posterior execução do crime).
Em Regra: Não são puníveis, pois ainda não há ofensa ao bem jurídico. 14, II.
Exceção: Crime Obstáculo ( o legislador incriminou de forma autônoma, atos que
representam a preparação de um outro crime. Ex: 291 CP).
Execução: Atos executórios. nesta fase surge a punibilidade do Estado.
Punibilidade: Crime tentado 14, II.
Todo ato de execução deve ser: idôneo (q é um bem capaz de ofender um bem jurídico, e
tem q ser avaliada num caso concreto, e não in abstrato.) e inequívoco (aquele que se
dirige à agressão do bem jurídico)
Transação dos atos preparatórios p/ atos executório: A) Teoria subjetiva – p/ essa teoria
não há diferença entra ato preparatório e executório. Essa teoria não é adotada no Brasil.
B) Teoria objetiva: a) Hostilidade ao bem jurídico: ato de execução é aquele q ataca o bem
jurídico, ato preparatório é aquele q mantém o estado de paz. b) teoria objetivo-
formal/lógico-formol: ato executório é aquele q o agente inspira/inicia a realização o
núcleo do tipo. Ex: estou com revolver na cintura p/ matar alguém é ato preparatório, mas
sacar a arma e dedo no gatilho já é um ato de execução. É a teoria preferida no Brasil pela
doutrina. c) Teoria Objetivo-material: ato de execução é aquele q o agente inicia/realiza o
núcleo do tipo e tb , mas tb os atos q são imediatamente anteriores, na visão de um
terceiro observador (22,CP).d) Teoria Objetivo-individual (Hans Welzel e Zaffarone): atos
de execução são aqueles q o agente inicia a realização do núcleo do tipo e tb os atos q lhe
são imediatamente anteriores, de acordo com o plano concreto do agente. O que vale, é o
plano concreto do agente.
Consumação/Crime perfeito/Crime completo/Crime acabado
Summatum popus
Crime se consuma quando o agente realiza todos os elementos do tipo
Exaurimento/Crime exaurido/Crime esgotado
Não é fase do inter crimines!!!!!!!!!!!
Exaurimento é o conjunto de efeitos posteriores a consumação do crime. – o crime já se
consumou, mas continua a produzir efeitos.
Exaurimento é atinente aos crimes formais - conduta + resulta – porém dispensa esse
ultimo p/ consumação, pois se consuma na prática da conduta, mas se ocorrer o resultado,
haverá exaurimento – por isso Zaffaroni cham o exaurimento de consumação material.
Obs: O exaurimento interfere na dosimetria da pena, ou seja, é uma circunstancia judicial
desfavorável (59, caput, CP)
Existem casos em q o exaurimento q é uma qualificadora ex: ex: art 329 §1º CP-
resistência.
Resistência
Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário
competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:
Pena - detenção, de dois meses a dois anos.
§ 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa:
Pena - reclusão, de um a três anos.
§ 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à
violência.
O exaurimento pode ser uma causa de aumento da pena, ex: 317§1º - Crime de corrupção
passiva.
Tentativa/”Conatus”/Crime incompleto/Crime Imperfeito/Crime Inacabado
Conceito: Art. 14, II – Conceito da tentativa
É o início da consumação do crime, q somente não se consuma por circunstâncias alheias a
vontade do agente.
Art. 14, II- Na tentativa Adequação típica mediata, precisa cominar por exemplo, com o 121
ou outro artigo.
O Art. 14, II é uma norma de extensão temporal da tipicidade.
Elementos da tentativa
a) Início da execução do crime
b) Não consumação por circunstancias alheias “a vontade do gente”
c) Dolo de consumação – o dolo do crime tentado é o mesmo dolo do crime consumado,
mesmo não se consumado, o dolo do crime tentado continua intacto.
Aula
Teorias sobre a punibilidade da tentativa
Servem pra fundamentar a punibilidade da tentativa
a) Subjetiva/voluntarística/monista (Exceção)
Essa teoria se baseia na vontade do agente. P/ ela, um crime tentado deve suportar a
mesma pena de um crime consumado.
O Código abre uma brecha p/ q em hipóteses expressamente prevista na lei, a tentativa
receba a mesma pena da consumação. Pq não é admitido crime tentado, aquilo q era uma
mera tentativa, o crime já está consumado. São chamados “Crimes de
atentado/empreendimentoa” – 352, CP -evasão mediante violência contra a pessoa (fuga
do preso).
Art. 309, CE.
Art. 30 Código Penal Militar (dec. Lei 10.001/69) – o juiz pode aplicar pena de crime
consumado mesmo diante de uma tentativa
b) Sintomática
Revela a periculosidade do agente, p quem pratica um crime tentado, o estado deve impor
uma medida de segurança.
c) Objetiva/realística/dualista (Regra Geral)
Aplicoado no Brasil como regra geral - 14, parag. único.
Objetivamente a tentativa ofende o bem jurídico, mas o dano é menor, logo, a pena da
tentativa tem q ser inferior ao consumado.
É a mesma do crime tentado, diminuído de 1/3 a 2/3.
O critério é a maior ou menor proximidade da consumação. (leva-se em conta o “inter
criminis”) - A menor ou maior gravidade do crime, a reincidência e a primariedade não são
levadas em conta.
Espécie de tentativa
a) Tentativa cruenta ou vermelha
É aquela em que o objeto material (é a pessoa ou a coisa que suporta a conduta criminosa)
é atingido.
b) Tentativa incruenta/branca
O objeto material não é atingido. Ex: um tiro que não acerta a vítima.
c)Tentativa perfeita/ acabada ou crime falho: diz respeito os atos executórios que o
agente tinha a sua disposição. O agente esgota os atos executórios que tinha a sua
disposição e ainda assim o crime não se consuma devido as circunstâncias alheias a sua
vontade.
c) Tentativa imperfeita/inacabada ou propriamente dita
Essa divisão diz respeitos aos atos execeutórios q o agente tinha a sua disposição.
O agente não consegue esgotar os atos executórios que tinha a sua disposição e o crime
não se consuma por circunstâncias alheias a sua vontade.
3. Admissibilidade e inadimissibilidade da tentativa dos crimes dolosos:
a) Crime formal, material e mera conduta
(ex: ato obsceno) admite tentativa. Basta que sejam crimes plurisubsistente. (Crime
subsistente, é aquele em que a execução é composta de 2 ou mais atos, q se somam p/ a
consumação)
b) Dolo eventual admite tentativa?
Prevalece no Brasil que sim, assim como o dolo direto. (Posição majoritária). Porém, há
posição minoritária de que o dolo eventual não admite tentativa. Pois p/ eles, a palavra
“vontade”que está no artigo tentativa, deve ser interpretada como indicativo apenas de
dolo direto.
Obs: Curiosidade sobre prova oral: nunca assuma uma posição, diga as posições.
c) Crime culposo
Crime culposo é logicamente incompatível com a tentativa. Exceção: culpa imprópria (pq é
um dolo tratado como culpa)
d) Crime pretertodoloso
Não admite tentativa pq ele tem uma parte culposa.
e) Crime unisubsistente
Não cabe tentativa nos crimes unisubsistentes – é aquele q a execução é composta de um
único ato suficiente p/ a consumação. Ou eu pratico o crime ou não pratico. Ex: Os crimes
contra a honra; os crimes omissivos puro (a omissão está escrita no próprio tipo penal -
“deixar de prestar socorro”)
c) Contravenções penais
Art. 4º - LCP diz expressamente q não se pune tentativa de contravenção.
d) Crimes condicionados
São aquele cuja punibilidade depende de um resultado naturalístico previsto em lei. Ex:
122, CP – participação em suicídio.
e) Crimes com tipo penal extremamente abrangentes
Não admitem tentativa. Ex: Art. 50, I, L. 6766/59
f) Crime de atentado ou de empreendimento
O legislador prevê a tentativa como crime consumado - Não admite tentativa.
g) Crime obstáculo
O legislador antecipa a tutela penal e incrimina de forma autônoma a preparação de outro
crime.
h) Crime habitual
Crime habitual e aquele q reclama uma reiteração de atos. Indicativos do estilo de vida do
agente. Um único ato isoladamente considerado, é penalmente irrelevante. Ex: exercício
ilegal da medicina.
Historicamente, tradicionalmente, a doutrina brasileira sempre entendeu q os crimes
habituais não admite tentativa. – ou reitera e será consumado ou não reitera e será atípico.
A doutrina moderna admite tentativa de um crime habitual na prática. Ex: tentativa de
exercício ilegal da medicina – em que já tem até paciente com consulta marcada por
exemplo.
4. Crimes punidos na forma tentada
São punidos somente na forma tentada. Não admitem consumação, por uma opção do
legislador.
Se ocorrer a consumação: o legislador prevê p/ essa consumação, como um ilícito de outra
natureza, mas não de consumação. Sai do d. penal e teremos um ilícito de outra natureza.
Ex: Lei de Segurança Nacional , artigo 9º, art. 11 – se conseguir desmembrar o estado, será
caso de intervenção federal.
5. Desistencia voluntária ou arrependimento eficaz X Tentativa
Art. 15 primeira parte até “execução” é desistência voluntária. E de “ou impede..” pra
frente é arrependimento eficaz.
Eles só respondem pelos atos já praticados.
Os dois são hipóteses de tentativa abandonada (pq o crime não se consuma por vontade do
agente).
O agente diz “posso prosseguir... mas não quero”, diferente da tentativa, em que o agente
diz “quero prosseguir, mas não posso”.
Qual o fundamento da desist. volunt. e arrepend. eficaz – direito premial (prêmios q o
estado dá ao criminoso agredido). Ex: delação premiada. Franz veo Liezr (alemães) – Ponte
de ouro (é uma criminologia q se refere tanta a desistência voluntária como ao
arrependimento eficaz – ponte de ouro p o criminoso voltar p/ o caminho da legalidade).
Ponte de Prata – a argentina chama a ponte de ouro dos alemães de ponte de prata.
Natureza jurídica da DV e AE
a) Causa pessoais de extinção de punibilidade (Nelson e Zaffaroni)
b) Causas de exclusão de culpabilidade (Clovis Roxin)
c) Causa de exclusão da tipicidade (é posição majoritária no brasil) –art. 15
Requisitos dos dois:
a) Voluntariedade
Voluntário X Espontâneo
Voluntário: Livre de coação (mas pode ter influência)
Espontâneo: é o que brota da sinceridade do agente (do arrependimento, da reflexão, a
idéia é só dele).
No d. penal basta a voluntariedade, não se exige a espontaneidade.
b) Eficácia
Eficácia no sentido de impedir a consumação.
Se mesmo com a desistência e arrependimento, sobrevém o resultado, o agente responde
pelo crime, ele só vai ter ao seu favor uma atenuante genérica. (65,III, b, 1ª parte).
Obs: Resipsicencia é o nome dado p/ o direito italiano p/ o arrependimento eficaz (obs:
diferente da D.V., no arrep. Efic. o agente já encerrou a execução do crime, ele adota
providencias p/ impedir a consumação. Ex de A.E.: o agente já aplicou o veneno p/ matar). -
O arrependimento eficaz só é possível nos crimes materiais.
Obs: São irrelevantes os motivos q levaram à desistência voluntária ou arrependimento
eficaz. Os motivos não precisam ser nobres, pouca importa os motivos q fizeram o agente
desistir ou se arrepender.
O que é uma tentativa qualificada/abandonada? R: é aquela q aloja no seu interior, um
crime consumado e menos grave. – esse nome recebe uma critica, pq DV e AE não é uma
tentativa! Ex: dou um tiro p/ matar e não mato,mas não mato, posso atirar mais p/ matar,
mas parei, não respondo por tentativa, no máximo por lesão corporal.
6. Desistência Voluntária
O agente interrompe a execução do crime - o agente não esgotou o processo executório do
crime.
Em regra: A desistência voluntária se caracteriza por uma conduta negativa.
Crimes Omissivos Impróprios – a desistência voluntária se caracteriza por uma conduta
positiva. Ex: mãe ta deixando a mãe morrer de fome, e a criança ta quase morrendo, e a
mãe da de mamar pro neném não morrer, e sala o bebê.
A DV - é incabível nos crimes unisubsistentes, pq nos crimes unisubsistentes n da pra
interromper a execução do crime.
7. Crime impossível/tentativa inadequada/tentativa impossível
Na redação original do Cp tb era chamada de “quase crime”- mas não se chama mais
assim.
Crime impossível é oq se verifica quando, por ineficácia absoluta do meio ou por
impropriedade absoluta do objeto, jamais ocorrerá a consumação. 17 Cp. –a palavra nesse
art.“Não se pune a tentativa” ( o legislador foi infeliz na redação do art. 17, pq no crime
impossível estamos diante de uma causa de exclusão de tipicidade, crime impossível não é
crime, de crime só tem o nome, pq o fato é atípico.
8. Teoria do crime impossível
a) Teoria Subjetiva
Subjetiva = Vontade.
Essa teoria não admite o instituto do crime impossível. No crime impossível, o agente tem
uma vontade ilícita, e essa vontade ilícita tem q ser punida.
b) Teoria sintomática
P/ essa teoria, o crime impossível revela a periculosidade do agente. O agente deve
suportar uma “medida de segurança”.
c) Teoria objetiva
Leva em conta a potencialidade p/ ofender o bem jurídico. Quando a conduta não tem
potencialidade, surge a chamada inidoneidade. Essa teoria vai se dividir em 2: Teoria
objetiva pura (diz q se a inidoneidade for absoluta ou relativa, é caso de crime impossível).
Essa teoria, não admite a tentativa. Sempre q o agente não consegue consumar o crime,
surge um crime impossível e Teoria objetiva temperada ou intermediária (Se a
inidoneidade for absoluta, será crime impossível. Se a inidoneidade for relativa – tentativa,
esta é a teoria adotada pelo Código Penal).
ESPÉCIES DE CRIME IMPOSSÍVEL:
a) Ineficácia absoluta do meio:
Meio de execução incapaz de produzir o resultado, por mais reiterado que seja seu uso,
essa ineficácia deve ser avaliada no caso concreto, nunca em abstrato. Essa eficácia tem
que ser absoluta, se for relativa é tentativa.
b) Por impropriedade absoluta do “objeto material”:
Objeto material absolutamente imprópria é aquele que ele não existe ao tempo da
conduta. Ex. tentar matar quem já está morto. A mera existência do objeto material já
caracteriza pelo menos a tentativa.
ASPECTOS PROCESSUAIS DO CRIME IMPOSSIVEL
Não há crime, o fato é atípico.
a) O MP deve requerer o arquivamento do IPL.
b) O MP ofereceu denúncia, porém, o juiz deverá rejeitar, nos termos do artigo 395, III
CPP. O juiz não rejeitou a denúncia, então na sentença deverá absolver o réu, artigo 386, III,
CPP.
Já no tribunal do Júri, no final da primeira fase (obs: o júri é bifásico ou escalonado) o juiz
deve absolver sumariamente o réu. Artigo 415, III, CPP.
O HC é um meio adequado p/ pleitear o reconhecimento do crime impossível? R: Não, pq o
HC não admite produção de provas/dilação probatória. O HC só admitido em situações q a
jurisprudência chama de teratológicas (situações absurdas).
*********DIREITO PROCESSUAL PENAL
Aula 04
AÇÃO PENAL
Princípios da Ação Penal Privada
Princ. da disponibilidade
Institutos Correlatos
a)Perdão
b) Perempção
Conceito:
É a sanção judicialmente imposta pelo descaso da vítima na condução da ação privada.
Hipóteses:
O art. 60 do CPP, de forma não exaustiva apresenta 5 hipóteses de perempção e q
ocasionam a extinção da punibilidade (107, CP), destacando as seguintes:
1. Paralisação do proc. por 30 dias seguintes por culpa do querelante.
Atrasos justificados não caracterizam perempção (prova do Espírito Santo).
As paralisações individuais não são somadas. Para caracterizar a perempção tem q ser 30
dias seguidos.
Havendo morte ou incapacidade do querelante os sucessores possuem 60 dias para
habilitação no processo sob pena de perempção. Nesta hipótese o direito de ação passa ao
CAD (31 CPPP). O prazo é contato do óbito do querelante, não havendo intimação dos
sucessores.
2. Ausência injustificada do querelante a um ato do processo. A ausência justificada inibe
a caracterização da perempção.
3. Se o querelante deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais
(memoriais). Se o querelante não apresentar memoriais, o processo ficará paralisado por
30 dias seguintes, gerando a perempção pelo inc. I do 60 do CPP.
Se o querelante em memoriais requerer absolvição do réu não restará ao juiz alternativa a
não ser a extinção da punibilidade pela perempção.
4. Quando o querelante é pessoa jurídica que vem a se extinguir sem deixar sucessor.
Princípio da Indivisibilidade
Caso a vítima opte por ingressar com a ação, deverá fazê-lo contra todos os autores
conhecidos, e contra os quais exista lastro probatório. (48 CPP)
Fiscalização: Cabe o MP como custos legis a tutela da indivisibilidade da ação privada.
Consequências: Caso a vítima venha a desrespeitar o princípio da indivisibilidade, as
conseqüências jurídicas ao depender das seguintes posições:
1ª posição: para Tourinho Filho se a vítima vitima não processa todos os infratores, cabe ao
MP aditar a queixa crime incluindo os demais réus, pouco importa se a omissão da vítima
foi voluntária ou involuntária. (posição minoritária)
2ª posição: se a omissão da vítima em processar todos os infratores é voluntária, ela esta
renunciando o direito em favor dos não processados, extinguindo a punibilidade em
benefício de todos. Por sua vez, se a omissão da vítima é involuntária, ela mesma deve
aditar a ação para incluir os demais infratores. (posição majoritária). O MP poderá aditar a
ação privada para promover complementações ou correções formais, no prazo de 3 dias.
Todavia, não possui legitimidade para incluir mais réus, salvo na ação privada subsidiária da
pública.
3ª posição: (Posição intermediária), defendida pelo Pedro Henrique Demercia e Jorge Assaf
Maluly (o Manual de DPP indiciado na banca de SP).Para eles, se a posição da vítima é
voluntária haverá renúncia, extinguindo a punibilidade em favor de todos. Por sua vez, se a
omissão for involuntária, a vítima ou o MP poderão aditar a ação indistintamente para
incluir os réus faltantes.
Das 3 posições, é aplicável as três esse entendimento: Independente da posição adotada,
o ponto pacífico é, se no transcorrer do processo a vítima quer perdoar parte dos
infratores, o perdão se estende a todos que queiram aceitar.
Princ.da Intranscendência/Pessoalidade
Por ele, os efeitos da ação privada não poderão ultrapassar a figura do réu. (É a mesma q a
da pública, estudar lá)
Modalidade de ação privada
Classificação:
1. Ação privada exclusiva/propriamente dita
É aquele titularizada pelo ofendido ou por seu representante legal.
Ela está normatizada no 100§2º CC 30 CPP.
Sucessão por morte ou ausência: CAD (31CPP)
2. Ação privada personalíssima
É aquela que possui um único titular, quem seja, a vítima. Logo, não há intervenção do
representante legal nem sucessão por morte ou ausência. Não tem CAD aqui.
O único de ação personalíssima está capitulado no 236, CP, qual seja, “induzimento a erro
ou ocultação de impedimento ao casamento”
Prazo: 3 meses do transito em julgado da sentença cível que anule o casamento (prazo
geral da privada, só q no prazo geral é de qndo do dia q a vítima sabe quem é criminoso)
Ação privada subsidiária da pública
Prazo 5 dias (réu solto) ou 15 dias (réu preso), MP poderá
a) Denunciar;
b) requisitar diligencia;
c) arquivar;
d) declinar do feito.
Se o promotor opta por uma dessas 4 alternativas ele sai da inércia, logo não caberá a.p.s.p.
Conceito: A.p.s.p. tem amparo na CF, e foi eleita como clásula pétra, está expressamente
contemplada no texto constitucional como clásula pétrea autorizando q o ofendido ou o
seu representante ingressem com a ação penal em delito da esfera pública, pois o MP não
cumpriu o seu papel no prazos estabelecidos em lei. Ou seja, não houve denuncia, ou
requerimento de diligência, arquivamento ou declínio do feito dentro do lapso temporal
fixado.
Requisitos:
a) Requisito objetivo
Inércia do MP.
Vítima definida pela circunstancia fática ou por imperativa penal. Quando a vítima é a
coletividade, não caberá a A.P.S.P. pois não tem quem a exerça. Ex: tráfico de drogas.
b) Base normativa
5º, LIX, CF; 29 CPP; e 100, §3º CP.
c) Situações especiais
1. CPM e CPPM - Em que pese a omissão da legislação militar, a ação privada subsidiária
é admitida por aplicação do art. 5º, LIX, CF.
2. 80 e 82, III e IV, CDC (Lei 8.078/90)
Para melhor tutelar os interesses do consumidor em razão da nítida concepção difusa da
identificação da vítima, admiti-se a legitimidade extraordinária para a ação privada
subsidiária, por órgãos ou entidades que atuam na defesa do consumidor.
3. 184, par. Único da Lei de falências (L. 11.101/05)
Mais uma vez, teremos uma legitimidade extraordinária p/ propositura da ação privada
subsidiária entregue ao credor habilitado e ao administrador judicial.
d) Poderes do MP na ação privada subsidiária
Ele vai atuar como interveniente adesivo obrigatório (Tourinho Filho) ou assistente
litisconsorcial (Guilherme Nucci), tendo que intervir em todos os termos da persecução
penal, sob pena de nulidade do processo. (564, III, d, CPP).
d.1 Especificação dos poderes
Esses poderes são amplos, estão no 29, CPP. Ele pode aditar a queixa crime, inclusive para
incluir córreus em 3 dias. Além disso, o promotor poderá repudiar fundamentadamente a
queixa crime por entender q não houve dissídia ou por entender q a petição da vítima é
inepta. Após o repúdio, cabe ao promotor oferecer denuncia substitutiva. Se o promotor
entender q não deve haver processo vai baixar um parecer recomendando ao juiz que
rejeite a queixa com base no 395 CPP. Se o juiz não acatar o parecer, recebendo a inicial, o
promotor pode impretar HC para trancar o processo (648, inc I, CPP).
O promotor poderá: a) Repudiar; b) Oferecer elementos de prova; c) Apresentar Recursos.
Se a vítima fraquejar ela será afastada e o promotor retoma a ação como parte principal em
fenômeno jurídico conhecido como Ação penal indireta. Logo NÃO HÁ PERDÃO OU
PEREMPÇÃO NA A.P.P.S.P.
Sanções ao membro do MP desidioso
801, CPP, tratando de sanção pecuniária e impedimento do promotor dessidioso n tem
mais aplicação, já que a CF assegura a irredutibilidade de vencimentos. (128 §5º, inc. I, “c”,
CF) e a questão da promoção é tratada nas respectivas leis orgânicas do MP.
Custas e honorário na ação privada
Elas estão disciplinas no 106 CPP, valendo lembrar que em boa parte dos estado elas estão
dispensadas (806, CPP)
Honorário advocatícios: o querelante vencido deve pagar honorário ao querelante.
Havendo nomeação de advogados pelo juiz, os honorário serão fixados de acordo com a
tabela da OAB e serão dividos pelo estado e querelante a depender pelo tipo de ação (22,
§1º L. 8.906/94)
Situações especiais
Quanto ao tipo de tipo de ação cabível p alguns crimes: (nomenclatura empregada)
Ação de prevenção penal- É aquela q se destina a aplicação de medidas de segurança aos
absolutamente inimputáveis (26CP)
A ação penal ex ofício – é aquela deflagrada sem a provocação da parte
Hipóteses: Processo judicialiforme (26 CPP), sendo que 26 CPP não foi revisionado pelo 129,
inci I, CF. É o HC de ofício 6§4, §2º, CPP.
Ação Penal pública subsidiária da pública – de acordo com 2º, §2º, Dec Lei 201/67, se o
Procurado Geral de Justiça(PGJ) for omisso no processamento do prefeito, pode ser
provocado o PGR numa atuação substitutiva. Crítica Constitucional, este instituto não foi
recepcionado pela CF já q o PGR não tem atribuição funcional para suprir as omissões do
PGJ. Logo, neste caso deve ser provocado o colégio de prouradores de justiça sem prejuízo
da admissibildade da A.P.S.P., desde que exista além da desídia, vítima definida.
Aula 05
Ação penal nos crimes contra a dignidade sexual
Base normativa:
225, CP e alterada pela lei 12.015/09.
Ação penal privada: representação
Antes da Lei 12.015/09
Antes da reforma:
Regra: ação privada
Exceções:
a) Ação publ – vítima pobre;
b) Ação penal incondicionada: abuso de poder familiar, havendo abuso da relação de
tutela de curatela, lesão grave ou morte.
c) Advertência: menor de 14 anos – estupro presumido – ação privada
STF aplicou editou a S. 608, aplicável a época ao estupro e ao atentado violento ao pudor,
os considerando como crimes complexos, e suscetíveis ao regramento do artigo 101 CP,
quando cometidos com violência real/agressão física, a ação era pública incondicionada,
mesmo que provocasse apenas lesão leve ou via de fato.
A ação penal no crime complexo
“Art. 101 - Quando a lei considera como elemento ou circunstâncias do tipo legal fatos que,
por si mesmos, constituem crimes, cabe ação pública em relação àquele, desde que, em
relação a qualquer destes, se deva proceder por iniciativa do Ministério Público.”
“Súmula 608
NO CRIME DE ESTUPRO, PRATICADO MEDIANTE VIOLÊNCIA REAL, A AÇÃO PENAL
É PÚBLICA INCONDICIONADA.”
Percebe-se que antes da reforma, a manutenção de relação sexual com menor de 14
caracterizava estupro presumido, sendo necessário para caracterizar a tipicidade, a
demonstração da maturidade sexual ou não, da suposta vítima.
Após a reforma
Regra: Os crimes sexual hj são de ação pública condicionada, mesmo que provoquem lesão
grave ou morte.
Conclusão inicial: cancelamento da S. 608, STF, por esta nova regra, não é mais aplicada.
Critica: a PGR propôs a ADI 4301 questionando a nova redação do 225, CP, afinal, haverá
ofensa, a dignidade da pessoa humana e a violação da proteção humana que o crime
qualificada pelo resultado morte seja de ação condicionada.
“Ação penal
Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I (DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL)
e II (CAPÍTULO II DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL) deste Título, procede-se
mediante ação penal pública condicionada à representação.”
Exceção:
ação publica incondicionada:
1. Se a vitima é menor de 18 anos
2. Se a vítima é vulnerável (vítima menor de 14 anos) -Neste caso, mesmo q a relação
seja de maneira consentida, pois nessa faixa etária, pois o menor não tem a gestão da sua
liberdade sexual.
P/ Guilherme Nucci, devemos diferenciar a vulnerabilidade absoluta, onde o crime estará
caracterizado e a vulnerabilidade relativa, onde a maturidade sexual caracteriza a
atipicidade do fato. Exceção Pessoas que não podem resistir ao ato (ex: mulher em coma) –
portanto, será de A.P.I.
Ação Penal nos crimes contra honra do funcionário público (propter officium)
O STF com a edição da s. 714 estabeleceu o instituto da legitimidade concorrente, e se o
funcionário público é vitimado da sua honra propter officium, ele terá as seguintes
alternativas: a) Representar: e no caso, o crime será de ação pública condicionada (145, p.
único, CP); b) ou contratar advogado: e o crime será de iniciativa privada. – p/ o STF a
opção por uma delas acabará excluindo a outra. Obs: a s. 714 não se aplica quando o crime
contra a honra é persecutido por A.P.I, como ocorre no 355 do Código Eleitoral (Lei
4.737/65).
“Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo
quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal.
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do
inciso I do caput do art. 141 deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso
do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do § 3o do art. 140 deste Código”
“Art. 355. As infrações penais definidas neste Código são de ação pública.” – Código
Eleitoral.
“S. 714: É CONCORRENTE A LEGITIMIDADE DO OFENDIDO, MEDIANTE QUEIXA, E DO
MINISTÉRIO PÚBLICO, CONDICIONADA À REPRESENTAÇÃO DO OFENDIDO, PARA A AÇÃO
PENAL POR CRIME CONTRA A HONRA DE SERVIDOR PÚBLICO EM RAZÃO DO EXERCÍCIO DE
SUAS FUNÇÕES.”
Ação Penal Secundária:
Conceito: Eventualmente, o legislador pode promover uma alteração na legitimidade p/
propositura da ação em razão de 5 ações específicas. É oq ocorre nos crimes contra a
honra, que primariamente são de ação privada, e secundariamente são de ação publica
condicionada, como ocorre quando a vítima é o presidente da república.
Ação Pública Adesiva
1ª posição: Na Alemanha o MP pode oferecer a ação em delito de iniciativa privada,
vislumbrando a presença de interesse público. A vítima por sua vez, p/ não ficar excluída,
poderá se habilitar atuando adesivamente ao MP.
2ª posição: Ela se caracteriza pela formação de litis ativo facultativo entre o MP e o
querelante, havendo conexão entre o crime de ação publ. e outro de iniciativa privada.
3º posição: é a possibilidade da discussão dos interesses patrimoniais da vítima no âmbito
da ação criminal. A matéria ganhou destaque com a possibilidade do juiz na sentença
condenatória fixar o mínimo de indenização pelos danos causados pelo delito (inc. IV, 387,
CPP).
Obs: a 2ª e 3ª posição já foram cobradas em concurso.
“Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória: (Vide Lei nº 11.719, de 2008)
I - mencionará as circunstâncias agravantes ou atenuantes definidas no Código Penal, e
cuja existência reconhecer;
II - mencionará as outras circunstâncias apuradas e tudo o mais que deva ser levado em
conta na aplicação da pena, de acordo com o disposto nos arts. 59 e 60 do Decreto-Lei
no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; (Redação dada pela Lei nº 11.719, de
2008).
III - aplicará as penas de acordo com essas conclusões; (Redação dada pela Lei nº
11.719, de 2008).
IV - fixará valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração,
considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido;(Redação dada pela Lei nº 11.719, de
2008).
V - atenderá, quanto à aplicação provisória de interdições de direitos e medidas de
segurança, ao disposto no Título Xl deste Livro;
VI - determinará se a sentença deverá ser publicada na íntegra ou em resumo e
designará o jornal em que será feita a publicação (art. 73, § 1o, do Código Penal).
§ 1o O juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a manutenção ou, se for o caso, a
imposição de prisão preventiva ou de outra medida cautelar, sem prejuízo do conhecimento
de apelação que vier a ser interposta. (Incluído pela Lei nº 12.736, de 2012)
§ 2o O tempo de prisão provisória, de prisão administrativa ou de internação, no Brasil ou
no estrangeiro, será computado para fins de determinação do regime inicial de pena
privativa de liberdade. (Incluído pela Lei nº 12.736, de 2012)”
Curiosidade: “Art. 63. Transitada em julgado a sentença condenatória, poderão
promover-lhe a execução, no juízo cível, para o efeito da reparação do dano, o ofendido,
seu representante legal ou seus herdeiros.
Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença condenatória, a execução poderá
ser efetuada pelo valor fixado nos termos do inciso IV do caput do art. 387 deste Código
sem prejuízo da liquidação para a apuração do dano efetivamente sofrido.”
Ação penal por extensão
Ela se caracteriza pela regra do 101, CP, já que nos crimes complexos, se um dos delitos
somados é de ação pública, o crime complexo por extensão tb será. Ex: Injúria real.
“A ação penal no crime complexo
Art. 101 - Quando a lei considera como elemento ou circunstâncias do tipo legal fatos
que, por si mesmos, constituem crimes, cabe ação pública em relação àquele, desde que,
em relação a qualquer destes, se deva proceder por iniciativa do Ministério Público.”
Ação penal de segundo grau
É tb conhecida como ação originária, retratando as demandas deflagradas diretamente
perante os tribunais. (L. 8.038/90).
Ação penal popular
É aquela cuja legitimidade p/ propositura é de qualquer pessoa do povo.
Hipóteses:
a) HC – 5º, LXVIII, CF. Ação penal popular não condenatória.
b) Nos crimes de responsabilidade, a denuncia apresentada “por qlqr do povo”, em
verdade é uma mera notícia crime, que enseja não só providência políticas na respectiva
casa legislativa (CN, CE, Câmera de Vereadores) e adoção de eventuais providencias
criminais pelo MP. Arts. 14, 41, 75 L. 1079/50 , e art 4º, Dec. Lei 201/67.
5º[...]
LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de
sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de
poder;
“PROCESSO E JULGAMENTO
TÍTULO ÚNICO
DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA E MINISTROS DE ESTADO
CAPÍTULO I
DA DENÚNCIA
Art. 14. É permitido a qualquer cidadão denunciar o Presidente da República ou Ministro de
Estado, por crime de responsabilidade, perante a Câmara dos Deputados.”
“TÍTULO II
DO PROCESSO E JULGAMENTO
CAPÍTULO I
DA DENÚNCIA
Art. 41. É permitido a todo cidadão denunciar perante o Senado Federal, os Ministros do
Supremo Tribunal Federal e o Procurador Geral da República, pêlos crimes de
responsabilidade que cometerem (artigos 39 e 40).”
“CAPÍTULO II
DA DENÚNCIA, ACUSAÇÃO E JULGAMENTO
Art. 75. É permitido a todo cidadão denunciar o Governador perante a Assembléia
Legislativa, por crime de responsabilidade.”
“Art. 4º São infrações político-administrativas dos Prefeitos Municipais sujeitas ao
julgamento pela Câmara dos Vereadores e sancionadas com a cassação do mandato:
I - Impedir o funcionamento regular da Câmara;
II - Impedir o exame de livros, folhas de pagamento e demais documentos que devam
constar dos arquivos da Prefeitura, bem como a verificação de obras e serviços municipais,
por comissão de investigação da Câmara ou auditoria, regularmente instituída;
III - Desatender, sem motivo justo, as convocações ou os pedidos de informações da
Câmara, quando feitos a tempo e em forma regular;
IV - Retardar a publicação ou deixar de publicar as leis e atos sujeitos a essa formalidade;
V - Deixar de apresentar à Câmara, no devido tempo, e em forma regular, a proposta
orçamentária;
VI - Descumprir o orçamento aprovado para o exercício financeiro,
VII - Praticar, contra expressa disposição de lei, ato de sua competência ou omitir-se na sua
prática;
VIII - Omitir-se ou negligenciar na defesa de bens, rendas, direitos ou interesses do
Município sujeito à administração da Prefeitura;
IX - Ausentar-se do Município, por tempo superior ao permitido em lei, ou afastar-se da
Prefeitura, sem autorização da Câmara dos Vereadores;
X - Proceder de modo incompatível com a dignidade e o decoro do cargo.”
Da inicial Acusatória
Considerações
a) Enquadramento:
1. Na ação publica, a inicial acusatória é a Denúncia
2. Na ação privada, a inicial acusatória é a Queixa Crime
b) Formalidade da Inicial:
1. Regra: Por escrito.
2. Exceção: Juizado especial é oralmente.
3. Advertência: Ela deve ser necessariamente apresentada em Vernáculo – n se admite
ser apresentada em estrangeiro.
Requisitos Denuncia e Queixa crime (41, CPP)
a) A exposição do fato criminoso com todas as suas circunstancias.
O querelante deve narrar:
1. O que ocorreu?
2. Quando ocorreu?
3. Como ocorreu?
4. Quem praticou?
5. Contra quem?
6. Por quê?
7. Qual o objetivo?
8. Onde?
9. De que modo?
Elementos essenciais: são aqueles q vão caracterizar ou influenciar na própria
caracterização da tipicidade do ato (HC 188.023, STF). Havendo vício na narrativa de um
elemento essencial, ocorrerá nulidade absoluta. São aqueles vinculados ao tempo, ao lugar
e ao “modus operandi”.; X(versus) Elementos acidentais: O vício na sua narrativa é fato
gerador de nulidade relativa.
Agravantes e atenuantes: A doutrina majoritária, entende que elas devem constar. Nossos
tribunais entendem q a narrativa na peça é indiferente, pois o juiz poderá conhecê-la na
sentença mesmo q a inicial seja omissa (385, CPP).
Inépcia da Inical: Ela se caracteriza, segundo STF, por um defeito formal grave na inicial
acusatória, que normalmente compromete a narrativa fática, e neste caso, a inicial deve ser
rejeitada. (395,I, CPP - Inépcia). Se o juiz por equivoco recebe esse inicial, haverá nulidade
absoluta q pode ser discutida até antes de aprovação da sentença, já que após este marco,
vamos discutir em grau de recurso os vícios da decisão e não mais da inicial.
Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: (Redação dada pela Lei nº 11.719,
de 2008).
I - for manifestamente inepta; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou
(Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
III - faltar justa causa para o exercício da ação penal. (Incluído pela Lei nº 11.719, de
2008).
Imputação Alternativa: p/ Afrânio, se existe uma duvida crucial atormentando o Promotor,
ela poderá ser indicada na denuncia, imputando-lhe mais de um crime alternativamente a
uma mesma pessoa (Imputação alternativa objetiva), ou imputando-se um crime a mais de
uma pessoa alternativamente (Imputação alternativa subjetiva). Crítica: p/ Ada Peregrine
Grinover e STF, a imputação altern. viola o princ. da ampla defesa, pois torna a imputação
incerta, oq inviabiliza a resistência do réu, ocasionando nulidade absoluta, já que a inicial é
inepta.
Teoria da Dupla Imputação: Denuncia por crime ambiental praticado pela pessoa jurídica
deveremos na inicial imputar o fato à pessoa física responsável pela ordem. (STF HC92.921)
Denúncia Genérica: é aquela q não estabelece a cota de participação de cada acusado no
fato delituoso. Crítica: Mesmo nos crimes societários/de gabinete como ocorrem nos
delitos tributários, os tribunais entendem q o mínimo de especificação da conduta é
necessário p/ q não caracterizem uma verdadeira responsabilidade objetiva, pelo simples
fato de o agente ser gestor da instituição, oq caracteriza uma nulidade absoluta do
processo.
Ela ocorre quando o mesmo fato é atribuído a mais de uma pessoa, com a existência de
lastro, mas sem a especificação da real cota de contribuição de cada um. Ex. ------
Qualificação do acusado: Individualização de uma pessoa, a diferenciando das demais,
inclusive em aspectos sociais.
Conteúdo:
a) Nome
b) Sobrenome
c) Filiação
d) Profissão
e) Estado civil
f) RG
g) CPF
h) Endereço
i) Idade
Não havendo elementos para qualificação exauriente, o MP pode se valer de elementos
acessórios, oq engloba apelido (epípero) e até mesmo de indicações biológicas. (41 c/c 259
CPP).
Classificação do crime: Nada mais é do que a indicação do art. de lei conjugado no CP ou na
Leg. Penal Especial.
Equivoco de enquadramento: em homenagem ao sistema acusatório, esses equívocos de
enquadramento da acusação, não são corrigidos no momento da admissibilidade da inicial
e sim na prolação da sentença, por meio do instituto da emendatio libelli.
b) Rol de testemunhas
Eles devem (arrola se quiser) ser apresentados na inicial, sob pena de preclusão. Mesmo
havendo preclusão, as testemunhas podem ser ouvidas como testemunhas do juízo, já q o
magistrado tem iniciativa probatória. (inc. II, 156, CPP).
Para a acusação, o número de testemunhas é computado em razão da quantidade crimes,
independente de quantos sejam os réus. Para a defesa, serão levados em conta, não só o
número de crimes como também o número de réus.
c) Subscrição pelo MP e pelo adv. do querelante
A ausência de assinatura do promotor na denuncia é mera irregularidade se for facilmente
demonstrada que a inicial realmente foi ofertada pelo órgão acusatório, havendo mero
esquecimento da assinatura.
Quanto ao adv. do querelante, é necessário q ele possua poderes especiais. (44, CPP) A
procuração conterá o fato e o nome do querelado, e eventuais vícios são supridos se a
inicial acusatória for assinada também pela vítima. Os defeitos da procuração pode ser
supridos a qlqr tempo, mesmo após superado o prazo decadencial de 6 meses p/ a
propositura da ação privada.
Prazo: o prof. vai deixar uma tabela de todos os prazos da inicial acusatória, na área do
aluno!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Ver!!!!!!!
Aula
Teoria geral da prova
Prova
L. 11.690/2008 -155, 156, 157 CPP.
1. Conceito (Nicolas Malatesta)
Prova é tudo aquilo é levado ao conhecimento do magistrado na expectativa de convencê-
lo a cerca da realidade dos fatos ou de um ato processual.
2.Destinatário da prova
a) Imediato
É a figura a quem pretendo convencer Juiz.
b)Mediato
As partes. Afinal, com o convencimento dos litigantes a possibilidade de vingança privada é
diminuída.
3. Conceito (Segundo Guilherme Nucci), a palavra prova na análise conceitual, admite 3
acepções, quais sejam:
a) O ato de provar: que envolve o próprio procedimento probatório, onde se verifica com
exatidão e a verdade do fato q se pretende provar Procedimento probatório.
b) Quanto ao meio: prova significa, um instrumento utilizado p/ a demonstração do que
foi alegado Instrumento.
c) Resultado da ação da provar: a prova representa a própria finalidade almejada, qual
seja, o convencimento do julgador Convencimento.
4. Natureza Jurídica
Segundo Denilson Feitosa, a prova é um verdadeiro d. subjetivo diretamente ligado ao
exercício da ação, ou ao desenvolvimento da defesa.
5. Objeto da prova:
Objeto da prova é diferente de objeto de prova. P/ Paulo Rangel, deveremos promover a
seguinte distinção:
Objeto de prova – está diretamente vinculado à ideia de pertinência. O que é necessário
provar? R: É mais fácil dizer o que não é necessário prova. Terá dispensa probatória:
A) Direito Federal é dispensado de prova.
Obs: Mas o d. estadual, municipal, estrangeiro, consuetudinário deve ser provado.
B) Os fatos notórios
Por parcela significativa da população mediana informada. Ex: Férias Nacionais. Verdade
sabida é sinônimo de notoriedade fática.
C) Fato axiomático
É óbvio. P/ Fernando Capez, é aquele q se auto-demonstra em razão da sua obviedade. É
intuitivo. Ao contrário do processo civil, no processo penal, os fatos incontroversos devem
ser provados, afinal, os interesses em jogo são indisponíveis.
D) Presunções
É a conclusão dentro de um raciocínio lógico coerente, fruto da observação do que
normalmente acontece.
Hominis (Homem)
Presunção vulgar.
Juris (Legal)
Ela está albergada pela dispensa probatória – ela não é objeto de prova.
a) Presunção absoluta (Juris et de jure)
É aquela que não admite prova em sentindo contrário. Ex: Inimputabilidade dos menores
de 18 anos.
b) Presunção Relativa (Juris tantum)
É aquela que admite prova em sentido contrário. Quem a alega está dispensado de prová-
lo, mas a parte contrária pode produzir prova.
E) Dispensado de provar fatos inúteis
6. Classificação Probatória
A - Quanto ao objeto
a) Prova direta
É aquela q incide diretamente no fato probando.
b) Prova indireta
Aquela q se refere a um outro fato e q o raciocínio lógico nos permitirá ratificar ou
ilidir/afastar o fato principal. Ex: hábito.
B- Quanto ao efeito/valor
a) Plena
É aquela que imprime no julgador a certeza quanto ao fato discutido. P/ condenação, é
sempre necessário a plenitude da prova.
b) Prova não plena/Indiciária
É aquela limitada quanto a profundidade e não imprime no julgador um juízo de certeza.
Não precisa ser uma prova plena p/ decretação de medidas cautelares, p/ imprimir justa
causa à inicial acusatória, e p/ embasar eventual absolvição.
C- Quanto ao sujeito/causa
a) Prova real
É aquela q emerge do próprio fato, caracterizando a sua evidência ou materialidade. Ex:
fotografia/filmagem/pegada.
b) Prova pessoal
É aquela que depende do conhecimento e apreciação sensorial de alguém. Ex: testemunha.
D- Quanto a forma e aparência
a) Prova testemunhal
É aquela que depende da declaração de alguém, independente dessa pessoa ser
tecnicamente uma testemunha (declaração do ofendido).
b) Prova documental
Documento é o elemento q representa graficamente o pensamento de alguém. Ex: carta,
desenho, pintura.
c) Forma material
É o elemento q corporifica o próprio fato como ocorre com a perícia no instrumento do
crime.
7. Meio de prova
A- Conceito:Instrumento empregados p/ prospectar a prova e contribuir no
convencimento do julgador.
B- Classificar a prova como a disciplina do meio
a) Provas nominadas
São aquelas q o meio de produção estão previsto em lei.
Elas estão no art. 158 ao 250, CPP.
b) Provas inominadas
São aquelas cujo os meios de produção não estão previstos em lei. Ex: reconhecimento de
voz.
C- Justificação principiológica da utilização probatória
a) Princípio da liberdade pra produção probatória
É reconhecido no Item VII – da Exposição do motivos, CPP; no art. 153, CPP; e art. 93, IX, CF.
Com base nesse princípio, nós podemos nos valer tanto das provas nominadas quando as
inominadas.
Obs: no Brasil não há hierarquia entre as provas inominadas e nominadas, são igualmente
importantes, não existindo um sistema de matéria com a eliminação de prova mais
importantes do que outros.
b) Princípio da verdade real/matéria
Conceito (Ada Pelegrin): O processo penal almeja reconstruir o que de fato ocorreu quando
da prática do crime e o juiz criminal não se conforma com meras especulações de verdade.
– POSIÇÃO MAJORITÁRIA.
c) Princípio da Verdade Processual/Verdade humanamente possível
A doutrina mais modera entende q a verdade real é um dogma inalcançável e o processo
constrói uma verdade pautada nas limitações dos protagonistas processuais, respeitando-
se a paridade de armas, a imparcialidade do juiz e as garantias constitucionais.
Crítica: p/ o Ary Lopes Junior, o processo é uma ferramenta de resolução de demandas, e as
provas contribuem no convencimento do julgador quanto a esta solução, e a verdade não
deve ser trazida como objetivo primário do processo e da produção probatória.
8. Limitação da liberdade de produzir prova
O nosso legislador, por um critério estratégico, poderá imprimir limitações à liberdade
produzir prova. São elas:
A- Demonstração do estado civil das pessoas
Vai seguir as limitações e exigências da lei civil (155, p. único, CPP. P/ o STJ, ratificando o
raciocínio na s. 74, a demonstração do menor de idade pressupõe doc. Hábil.)
B- Provas ilícitas
5º, LVI, CF e 157 CCO
Conceito pela Doutrina Francesa – Ada Pellegrini: tem repercussão no STF. Temos um
gênero, chamado de prova vedada ou proibida, e desse gênero temos 2 espécies:
É aquela q ofende o d. material. O código penal, a legislação penal especial e princs.
constitucionais penais. A prova ilícita viola d. material. Ela é produzida em momento
anterior ou concomitante ao processo ou fora deste. Uma vez declarada a ilicitude, ela será
retirada dos autos e destruída na presença facultativa das partes. Neste caso, o ato
processual será declarado Nulo e a nulidade pode ser absoluta ou relativa, nada impede q o
ato seja requerido.
*TEORIA DA UTILIZAÇÃO DA PROVA ILÍCITA:
A) Teoria da Proporcionalidade/Razoabilidad/Sacrifício:
Foi criada na Alemanha (Década1940), depois levada p/ o EUA, e importada pelo Brasil no
STF – por ela, na ponderação entre bens jurídicos relevantes, deve o interprete da
prevalência ao de maior importância, mesmo q o outro bem seja sacrificado. Logo, entre o
stats libertats do réu, e a legalidade do prova, o primeiro deve prevalecer, e a prova ilícita
será utilizada em favor da defesa.
B) Teoria da Proporcionalidade pro Sociedade:
Fernando Capez em posição minoritária: a prova ilícita, pode ser utilizada de maneira
excepcional p/ condenar as facções criminosas, ressalvando apenas a tortura. POSIÇÃO
MINORITÁRIA.
Obs: a STF reconheceu q a adm. penitenciária pode violar a correspondência do preso, pois
o princípio da intimidade não é escudo protetivo p/ a pratica de infração, e segundo o
Supremo, essa atuação é proporcional.
C) Provas ilegítimas
São aquelas q ofende o CPP, Leg. Proc. Espec. ou os Princípios constitucionais processuais.
Viola d. processual. É produzida no transcorrer do processo, dentro da ritualística do
procedimento. Direito de exclusão – 157§3º, CPP – uma vez declarada ilícita, ela será
desentranhada, excluída - se o magistrado de início perceber a ilicitude da prova, ela se
quer será admitida a ingressar no processo. 5º, LVI, CF.
D) Provas irregulares (Paulo Rangel)
P/ essa autor existe tb provas irregulares, é aquela legalmente autorizada, mas produzida
com desrespeito as regras prosseguimentais. (POSIÇÃO MINORITÁRIA). Conceito legal:
atualmente, o art. 157 CPP, trata do tema, não adotando a diferenciação doutrinária, e
enquadrando como ilícita a prova q viola a norma constitucional ou infraconstitucional,
pouco importa se de d. material.
Aula
Provas Continuação
TEORIAS SOBRE A UTILIZAÇÃO DA PROVA ILÍCITA (12-11-2013):
E) Teoria da exclusão ilícita: “Afrânio Jardim” e “Paulo Rangel. - Retira o vício produzido
por ela, deveremos aplicar as excludentes de ilicitude catalogadas no artigo 23 do CP, para
justificar a conduta de quem produz a prova, logo, o que a teoria da proporcionalidade
considera como prova ilícita excepcionalmente valoravel em favor do réu, esta teoria
considera o resultado da conduta como prova válida, podendo ser utilizada para absolver
ou condenar. Ex. aquele que transgride a lei para produzir prova demonstrando a inocência
está em estado de necessidade e o resultado dessa colheita será considerado como prova
lícita.
F) Teoria dos frutos da árvore envenenada; “fruits of the poisonous tree” ou teoria da
prova ilícita por derivação: origem EUA. Foi trazida pelo supremo em 1993, atualmente
expressa no artigo 157§1º, CPP, fruto da Lei 11.690 de 2008. Conceito: por esta teoria, as
provas que derivam de uma ilícita também serão consideradas ilícitas por derivação.
Afinal, o vício é material, já que a sua fonte é imprestável. ADVERTÊNCIA 1: esta teoria não
está expressa no artigo 5º, LVI, e sim na Lei ordinária (§1º, art. 157, CPP).
ADVERTÊNCIA 2: TEORIAS QUE DERIVAM DOS FRUTOS DA ÁRVORE ENVENENADA:
1- Teoria da descoberta inevitável: origem EUA. No STF não há precedente, mas
atualmente segundo a doutrina majoritária ela está no artigo 157, § 2º, CPP. Onde tem no
artigo escrito fonte independente leia-se descoberta inevitável. STJ- HC 52.995.
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) [....] § 2o Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) acompanhar o incidente.
2- Teoria P A I: teoria da prova absolutamente independente. Origem EUA. No Brasil ela
foi importada pelo STF no HC-83.921 e atualmente está no artigo 157, §1º, CPP, fruto da Lei
11.690 de 2008. Conceito: por ela, a mera existência de uma prova ilícita, não
necessariamente contamina o processo, pois, havendo outras provas válidas,
absolutamente independentes da prova ilícita é sinal de que o processo será
aproveitado. Conclusão: a prova declarada como ilícita será desentranhada dos autos e
destruída na presença facultativa das partes. Crítica: segundo a doutrina, esta imediata
destruição é precipitada de maneira que, o mais razoável é acondicionar a prova ilícita de
maneira apartada e aguardar ao menos o trânsito em julgado de uma futura sentença.
§ 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não
evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem
ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. (Incluído pela Lei nº 11.690, de
2008)
3- Teoria da contaminação expurgada/teoria da conexão atenuada: origem na
jurisprudência do EUA. Conceito: por esta teoria, o vínculo entre a prova derivada e a prova
ilícita pode ser rompido pelo juiz, desde que ele o considere tênue. ADVERTÊNCIA: não
possui previsão no CPP.
4- Teoria da Boa-Fé: origem EUA. Conceito: Segundo “Walter Nunes”, a transgressão a
lei na produção probatória pode ser afastada desde que o agente produtor estivesse de
boa-fé. Crítica: o STF, no caso PC Farias afastou a aplicação desta teoria pois além do
aspecto subjetivo, a boa-fé é pautada na objetividade do cumprimento da lei.
CONTINUAÇÃO DAS TEORIAS DA PROVA ILÍCITA
4. Teoria do encontro fortuito de provas, para Luis Flávio Gomes pode ser chamada
também de “Serendipidade” ou “descubrimentos casuales”. Conceito: se durante a
diligência probatória for acidentalmente descoberta uma outra prova, em regra, ela será
aproveitada, desde que não exista desvio de finalidade na diligência. OBS.: situação
especial na interceptação telefônica, se durante a interceptação forem descobertos novos
elementos teremos a seguinte situação: 1- descoberta fortuita de novos infratores
(serindipidade subjetiva) neste caso, segundo o entendimento prevalente a interceptação
valerá contra todos. 2- descoberta fortuita de novas infrações: (1º caso, infrações conexas a
interceptação vale como prova para todos os delitos mesmo quando o delito conexo seja
apenado com detenção -serendipidade objetiva de primeiro grau) (2º caso, infração não
conexa, neste caso, a interceptação funcionará como mera notícia criminis permitindo a
instauração de IPL- serendipidade objetiva de segundo grau).
PROVA EMPRESTADA
Conceito:
É aquela produzida em um processo e transportada documentalmente a um outro
processo, caracterizando a mutua colaboração entre órgão jurisdicionais.
Requisitos:
a) Que sejam as mesmas partes tanto no processo emprestante como no emprestado.
b) O contraditório deve ser respeitado quando da prospecção da prova – eu vou
emprestar prova q se submeteu ao contraditório – STF/HC 95186
c) A disciplina normativa na produção da prova deve ter sido atendida. Regra: só será
emprestada prova lícita. Prova ilícita será exceção e só p/ favorecer o réu.
d) O fato provado pelo elemento que se pretende emprestar deve ser útil aos dois
processos.
EMPRÉSTIMO DA INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA
Em que pese não caber o empréstimo p/ a esfera cível, nada impede, segundo o STF, p/
procedimentos administrativos disciplinares. (STF IPL 2725)
EMPRÉSTIMO DO INCIDENTE DE INSANIDADE MENTAL
Incidente de insanidade mental: não é uma perícia, tem natureza jurídica de um
procedimento incidental, logo, não cabe empréstimo. O incidente de insanidade mental
será realizado em cada procedimento criminal em que lhe seja invocada a inimputabilidade.
Do mesmo modo, não se empresta o resultado de ação civil de interdição.
A interdição cível não faz prova de insanidade mental na esfera penal.
ÔNUS DA PROVA
É a responsabilidade atribuída as partes p/ demonstração do que for alegado, se
submetendo as conseqüências das eventuais omissões.
Classificação:
a) Ônus Objetivo: se caracteriza pela construção de uma regra interpretativa de
julgamento pautada no “in dúbio pro réu”.
b) Ônus subjetivo:
É aquele inerente às partes. No ônus subjetivo tenho 2 posições:
1ª posição: P/ Paulo Rangel, 100% do ônus está concentrado na acusação, pois se o MP não
for integralmente exitoso, na dúvida, o juiz absolverá o réu.
2ª posição: Tourinho Filho. É a que vai prevalecer, de maneira majoritária. P/ ele, o ônus
está distribuído da seguinte forma:
A acusação deve provar: Autoria + Materialidade + Dolo + Relação de causalidade.
Defesa deve provar: Eventuais excludentes de ilicitude + Eventuais excludentes de
culpabilidade + Eventuais causa obstativa ou extintivas da punibilidade
Advertência: Iniciativa probatória do Juiz. O juiz não tem ônus de provar – óbvio! Mas ele
tem iniciativa probatória, logo, poderá de ofício determinar produção de prova, amparado
no Princípio da verdade real (156, CPP). Hipóteses: 1) p/ dirimir dúvidas sobre algum ponto
relevante do processo. 2) Até mesmo durante a investigação, o magistrado poderá de ofício
determinar a produção antecipada de provas consideras urgentes e relevantes.
Crítica: P/ Auri Lopes Junior, o art. 156 CPP, ofende o sistema acusatório, trazendo p/ o juiz
uma atividade q originariamente é típica das partes.
SISTEMA DE VALORAÇÃO PROBATÓRIA
1. Sistema da intima convicção/certeza moral do juiz
Por ele o juiz tem absoluta liberdade na deliberação estando dispensado de motivar a
decisão e podendo utilizar até mesmo oq esta nos autos. Ex: jri, 5º, XXXVIII, CF.
2. Sistema de prova tarifada/certeza moral do legislador
Por ele, o legislador estabelece o peso de cada prova, e o tipo de prova aplicável
estabelecendo verdadeira hierarquização, como regra está afastado, mas temos resquícios.
Ex: art. 158, exame de corpo de delito, quando o crime deixar vestígio.
Ex2: 155, CPP – exigindo p/ demonstração do estado civil que as regras do código civil
sejam aplicadas.
3. Sistema do livre convencimento motivado/persuasão racional
Por este sistema, o juiz é livre p/ decidir desde q motive, n havendo por conseqüência,
hierarquia entre as provas. 93, IX, CF c/c 155, caput, CPP. Advertência: o indicio pode ser
considerado como um meio de prova disciplinado pelo art. 239 CPP (prova indiciária). E o
juiz diante da sua liberdade motivada, poderá condenar o réu com base neste meio de
prova.
PROCEDIMENTO PROBATÓRIO
Será feito nessa ordem:
1. Proposição da prova
É feita pelas partes:
a) Acusação propõe prova na inicial acusatória (41CP)
b) Defesa irá propor prova na resposta escrita à acusação (396 e 396-A,CPP)
Advertência: como regra, não haverá preclusão se as partes desatenderem a este
momento, salvo, quanto a prova testemunhal que preclui. Todavia, nada impede, de acordo
com o art. 156, CPP, q o juiz ouça a testemunha de ofício como testemunha do juízo.
2. Admissão da prova
É feita por decisão do juiz autorizando q a prova seja produzida ou que ingresse no
processo.
Advertência: como regra, a decisão de admissão ou não da prova é irrecorrível, todavia,
subsistem as seguintes ferramentas:
a) Se o juiz delibera tumultua o procedimento: a ferramenta será a correição parcial.
Além disso, a defesa poderá entrar com HC e a acusação com MS.
b) Fato gerador de nulidade a ser invocada em preliminar de futura apelação.
3. Produção de prova com submissão ao contraditório (158 – 250, cpp)
4. Valoração
Será feita na sentença (386 e 387 CPP)
PRINCÍPIO PROBATÓRIOS
Regras interpretativas p/ disciplina da produção das provas em espécie:
1. Princípio da auto-responsabilidade das partes
Por eles, as partes nutrem o ônus da demonstração probatória, e se submetem as
conseqüências da sua omissão.
2. Princípio da audiência contraditória
Por ele, toda prova admite contra-prova, e antes da valoração, as provas necessariamente
se submetem às dialéticas das partes.
3. Princípio da aquisição ou da comunhão
A prova não pertence à parte, pertence ao processo. E se uma das partes pretende dispor
da prova, a outra será ouvida, e o juiz de ofício, ainda pode determinar a sua produção.
4. Princípio da oralidade (será visto na próxima aula)
Aula
Princ. da Oralidade: Prevalece na instrução probatória a utilização da palavra falada (L.
11.690/08). Decorre dele, os princs.: Princ. da concentração (por ele, os atos instrutórios
serão reunidos em audiência - q admite desmembramento qndo comprometer o bom
andamento do processo). Pric. da imediatidade – por ele, as proas serão produzidas
imediatamente perante o magistrado. Princ. da identidade física do juiz atualmente, e por
disposição expressa do CPP (399 §2º, CPP) o juiz q preside a instrução, em regra, vai
proferir a sentença, ressalvada as hipóteses de Caso fortuito, Força Maior, conjugadas no
Código de Proc. Civil.
Princ. da Publicidade: Como regra, a prospecção probatória é feita com respeito a
publicidade do ato, e com consectário lógico do contraditório e da ampla defesa.
Interceptação Telefônica (Lei 9296/96) é intuitivo concluir q a publicidade ganha um outro
contorno, afinal, a captação do teor conversa é feita de maneira sigilosa, e eventual
publicidade fora do permissivo legal, caracteriza crime. Reconhecimento de Pessoas –
nesse expediente, havendo risco de intimidação do reconhecedor, admite-se a utilização de
obstáculos p/ q o reconhecido não veja. O entendimento prevalente é de que este
expediente é cabido na fase do inquérito, pois na fase processual, deve ser respeitada a
publicidade (226, CPP). – Contra este entendimento, está Guilher Nucci – admitindo o
obstáculo, inclusive na fase processual, por ser proporcional.
Provas Cautelares e Provas Irrepertiveis: em regra, eles são prospectados sob a égide da
inquisitoriedade do Inquérito Policial (155, CPP) – O contraditório, ampla defesa e
publicidade, normalmente acontece na fase processual. Risco de intimidação da vítima
e/ou testemunha: neste caso, a regra trazia pelo Código, é a manutenção do réu no
estabelecimento prisional p/ que ele assista a audiência e seja interrogado por
videoconferência (185§2º CPP) - não sendo possível por ausência de aparato tecnológico o
réu, será retirado da sala, mas o seu advogado permanece. Regra geral de mitigação: Como
regra geral, o §1º, 792, CPP, estabelece uma regra geral de mitigação balizada pelo juiz,
qndo houver risco de escândalo, inconveniente grave, ou perigo de perturbação da ordem.
Princ. da presunção da inocência – Terminologia: - CADH – Convenção Americanda de Ds.
Humanos) – Presunção de inocência. E na CF, 5º, LVII, que diz q há Presunção de não
culpabilidade. – Conclusão: Prepondera o entendimento q essas 2 expressões são
sinônimas, sendo utilizadas equitativamente. – Há quem entende no Brasil porém, que
devemos promover um dissociação interpretativa, e por conseqüência, surgiram duas
correntes: 1ª correntes: há quem entende q a presunção de inocência, devendo prevalecer,
pois estabelece uma regra de tratamento com vários desdobramentos pautados no
princípio PRO HOMINI (Eugênio Pacceli); 2ª corrente: Doutrina Italiana – entende q após a
sentença condenatória somos meramente não culpáveis, e como regra de tratamento, o
réu já poderia ser considerado, como se estivesse definitivamente condenado, antecipando
o cárcere durante a fase recursal.
Princ. da presunção da inocência - Desdobramentos do Princípio da inocência: Regra
probatória: cabe a acusação demonstrar a culpabilidade do réu, pois caso contrário, ele
será absolvido, afinal, o convencimento em grau de certeza quando a culpabilidade é
pressuposto da punição.
Princ. da presunção da inocência - Desdobramentos do Princípio da inocência: Regra de
tratamento: ausência de efeito suspensivo no Rec. Extra e Rec. Especial (27, §2º, 8.038/90)
– Mesmo não possuindo efeito suspensivo, não haverá o automático encarceramento,
afinal, como a presunção de inocência perdura, a prisão só se justifica se presentes os
requisitos do cárcere cautelar (STF – 84.078/09). Advertência: Recursos nitidamente
protelatórios: segundo STF, eles não impedem a imediata prisão, pois caracterizam, abuso
do direito de defesa (STF AO 1.046).
Princ. da não Autoincriminação (Princ do “Nemo tenetur se Detegere”) – d. de não
produzir prova contra si mesmo.
Princ. da não Autoincriminação– Fonte Normativa – 5º, LXIII, CF – Consagra o DIREITO AO
SILÊNCIO – q é uma das expressões do d. mais amplo a não auto incriminação; art. 8º, §2º,
“g”, CADH – consagra expressamente o DIREITO A NÃO AUTO INCRIMINAÇÃO.
Princ. da não Autoincriminação – Detentor de direito: qualquer pessoa que possa se auto-
incriminar. Quanto a testemunha, em regra, subsiste o devedor p/ com a verdade (342, CP)
– todavia, na parte do depoimento que puder autoincriminá-la o dever não subsiste,
afastando-se a responsabilidade criminal.
Princ. da não Autoincriminação – Desdobramentos: Advertência quanto ao direito de não
produzir prova contra si mesmo. STF/STJ – a autoridade deverá advertir o agente desse
direito, sob pena de ilicitude da prova produzida – sob pena de a prova produzida ser
tratada como prova ilícita.
Princ. da não Autoincriminação – Conclusão: é semelhante ao aviso de Miranda (é aquela
advertência feita pelas autoridades norte-americanas – “vc tem d. de ficar calado – d. de
não responder-, td q vc disser pode ser usado contra vc, e vc tem d. a assistência por
advogado”)
Princ. da não Autoincriminação – Gravação Clandestina entre delegado e suspeito: Neste
caso, como a autoridade tinha o dever de informá-lo do d. ao silêncio, estaremos diante de
uma prova ilícita – STF, HC 80. 949. Mas entre duas pessoas normais valeria.
Princ. da não Autoincriminação – Dever de informa e imprensa: segundo o entendimento
prevalente, este dever só se aplica ao poder público STF – HC 99.558.
Princ. da não Autoincriminação - Regras interpretativas dentro da rotina procedimental:
Direito ao silêncio art. 198, CPP, é incompatível com o texto constitucional ao dizer q o
magistrado valore o silêncio em eventual sentença – ISSO NÃO PODE ACONTECER! – pq
ofende o Princ. da não autocriminação. Silêncioa X Argumento de poder no júri: se as
partes fizerem referência ao silêncio nos debates orais p/ impressionar os jurados, haverá
NULIDADE ABSOLUTA do processo – L. 11689/08. Direito de mentir: não é prudente nem
razoável afirmarmos que existe o direito a mentir, em concreto, o que ocorre é a
inexigibilidade da verdade, já que a mentira, em regra, é impunível. Mentira quanto a
qualificação p/ os tribunais superiores, ela ocasiona responsabilidade penal por falta
identidade. (307, CP), já q não está contemplado pelo d. ao silêncio. STF – RE 640.139 e STJ
151.866. Direito de não praticar qualquer comportamento atio que possa incriminá-lo –
Esse tipo de comportamento, não é exigido pois não há obrigação de contribuir, na
reconstituição do crime (7º, CPP) nem de fornecer material grafotécnico p/ a perícia. (IV,
174, CPP). Quando a prova não demanda participação ativa, não haverá qualquer violação
constitucional – qualificação do indivíduo.
Princ. da não Autoincriminação - Direito de não produzir prova invasiva: é aquela q
demanda intromissão no corpo ou em orifício no corpo. Ex: exame de reto; fornecer
sangue.
Princ. da não Autoincriminação - Prova não invasiva: é a mera expressão externa do corpo
u por meio de aparelhos não invasivas (HC 149.146) - Raio X é aceito STJ HC 149.146.
ADVERTÊNCIA: Autoriza o colhimento de material biológico p/ exame de DNA, sendo q a
interpretação Constitucional, nos permite concluir, que não pode haver invasividade – L.
12.654.2012.
PROVAS EM ESPÉCIE
Prova Pericial
Prova Pericial- Conceito: Segundo Tourinho Filho, é a modalidade probatória onde utilizará
um especialista em determinada seara do conhecimento humano, e que funciona como
auxiliar da administração da justiça, que enseja o perito.
Prova Pericial- Estudo do mérito – Imparcialidade: como o perito é auxiliar da
administração da justiça, ele deve ser imparcial, e as hipóteses de suspeição e
impedimento, aplicáveis aos juízes, lhe são extensíveis no que for compatíveis. (art. 252 e
254 do CPP). Conceito: Nada impede que apresentemos uma exceção, de suspeição, ou de
impedimento contra o perito, que será julgada pelo juiz, em decisão irrecorrível. – Perito
Oficial – é aquele que integra os quadros funcionalismo público. – Eles vão atuar com
autonomia p/ q não ocorra ingerência externa da autoridade. – (REGRA DE TRANSIÇÂO)
Perito não Oficial – é a pessoa comum do povo, convocada a atuar como perito. As partes
não terão, nenhum ingerência na escolha do perito. O perito não oficial, é tb conhecido
como juramentado, afinal, assumirá compromisso na nomeação, já o oficial assume um
compromisso, no momento em q é impossado. Regras: é necessário superior completo – os
peritos sem superior completo, q entraram no concurso antes dessa regra, tem d.
adquiridos, no entanto, estão proibidos de promover pericia medica. Conclusão: A sumula
361 do Supremo, tem parcial aplicação, pois só haverá nulidade do laudo, quando o perito
não oficial o subscreve monocraticamente; Na lei de tóxico, o laudo de constatação, será
subscrito por um só perito, pouco importa, se oficial ou não. Se o perito falta com seu dever
na produção da perícia ou na confecção do laudo, será responsabilizado pelo crime de falsa
pericia (342, CP).
Laudo pericial: é a formalização do trabalho intelectual do perito, e que vai externalizar, as
suas conclusões (160, CPP) Prazo: 10 dias – prorrogáveis desde q os peritos requeiram a
prorrogação, admitindo-se a essencialidade no caso, e a deliberação da autoridade. O
laudo, deve ser levado aos autos, com pelo menos 10 dias de antecedência da realização da
audiência de instrução e julgamento.
Laudo pericial – Estrutura: Preâmbulo – qualificação do perito, e a indicação do objeto da
pericia. Esboço fático: os peritos, vão descrever, as suas impressões sensoriais, quanto ao
objeto da pericia. 6º, I, do CPP. – Cabe ao perito aplicar, as suas regras, de conhecimento,
ao que foi analisado. Resposta aos quesitos; Parte autenticativa.
*************DIREITO TRIBUTÁRIO
Aula 01
Ementa do prof.:
Imunidades Tributárias
Princs. Tributários
Imunidades Tributárias
“Seção II
DAS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação
equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por
eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou
direitos;
III - cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver
instituído ou aumentado;
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou;
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu
ou aumentou, observado o disposto na alínea b; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42,
de 19.12.2003)
IV - utilizar tributo com efeito de confisco;
V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos
interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias
conservadas pelo Poder Público;
VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das
entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social,
sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
§ 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II,
IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148,
I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts.
155, III, e 156, I. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
§ 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços,
vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.
§ 3º - As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à
renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas
normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou
pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da
obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel.
§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o
patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades
nelas mencionadas.
§ 5º - A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos
impostos que incidam sobre mercadorias e serviços.
§ 6.º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito
presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser
concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule
exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou
contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 3, de 1993)
§ 7.º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de
responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer
posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não
se realize o fato gerador presumido. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
Art. 151. É vedado à União:
I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique
distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em
detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o
equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País;
II - tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em
níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes;
III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios.
Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença
tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou
destino.”
obs: É de matéria Constitucional.
Obs: Liga-se ao contexto e proteção de algo ou alguém com relação a um tributo.
Obs: A norma imunizante ou imunitória prevê uma desoneração de tributo.
Obs: Imunidade(prevista na CF) é diferente de isenção (prevista em lei). Importante: dois
artigos na CF que trazem a expressão equivocada “são isentas de” (195, §7º CF- entidade
beneficente que não paga contribuição social), a imunidade estará ligada aos mais
diferentes tributos, a depender do dispositivo constitucional §2º, inc I, 149 CF, e 5º, XXXIV
CF.
Imunidade tributária, conceito: norma contitucional de desoneração tributária, justificada
no conjunto de caros valores proclamado no texto constitucional, delimita uma não
incidência de tributo e credita ao beneficiário um d. publ. Subjetivo de não incomodação.
Valores axiológico desonerador – a base da imunidade é o verto axiológico.. (exs: liberdade
religiosa = igreja não paga impostos; liberdade sindical = sindicato n paga imposto;
liberdade de expressão = não existe sobre os livros, jornais, etc;)
A norma de não imunidade é uma norma de não incidência tributária. Ela se opõe
negativamente ao plano de competência tributária (poder político de instituição do
tributo). Para parte da doutrina, a norma de imunidade é uma norma de incompetência
tributária.
O cambo de intrubutabilidade demarcado pela imunidade não pode ser desafiado por
nada e ninguém: nem por emenda constitucional, muito menos por lei ordinária.
Principal aritgo de Imunidade: 150, VI, a, b, c.
É uma imunidade p/ União, Estados e DF. E que a fasta apenas o imposto, então a igreja
paga taxa; o sindicato de empregado paga contribuição de melhoria;
150, VI, “a”.
“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;”
Ex: não existe IPVA no carro da prefeitura; não incide IPTU no prédio da União; etc.
Imunidade recíproca = veda a cobrança mutua entre as entidades federativas. – elemento
axiológico q justifica essa norma é o pacto federativo (estamos falando aqui de federação:
federalismo de cooperação/federalismo reciproco), são entes paratizados, ou seja, não
são hierarquizados
Cobrança de tributos: indica poder de sujeição daquele q os cobra e o ente do qual se
cobra.
Outra característica daí imunidade tributaria: tem ausência de capacidade contributiva das
pessoas políticas.
Federalismo de equilíbrio – é imundade reciproca alínea a.
Rol classificatório de impostos dado por esse art.: Imposto sobre patrimônio, renda ou
serviços. (19 a 73) O STF disse q essa classificação tem q ser lata (ampla).
E quanto as outras pessoas jurídicas de d. publico (autarquias e fundações publicas)?
R: § 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços,
vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. – só menciona Autarquia e
fundação publica, logo, empresas publicas, concessionárias, e empresa publ. de economia
mista – tributação normal
O STF analisou o caso de duas empresas publicas (Correios e INFRAERO) e uma sociedade
de economia mista (CAERD), e entendeu q todas desempenhavam funções típicas de
estado e portanto dotadas de estataridade, por este motivo, estendeu-lhe a imunidade
tributária.
STF: Importante: Informação atual STF – e, 28.02.13, o pleno do STF finalizou o julgamento
do RE 601392, analisado com repercussão geral, em q se estendeu a imunidade própria dos
correios para ate mesmo os serviços não tipicamente postais, prestados em regime de
concorrência por aquela entidade.
A imunidade religiosa afasta: IR, IPTU (contra casada/prédios dedicadas ao evento
religioso), IPVA (de veículo de propriedade da igreja – não pode excesso), ITBI (não incide
na aquisição do prédio q será destinado p/ o evento religioso).
O templo foi conceituado a partir de várias teorias. No passado o tempo era apenas o local
do culto, tributando-se tudo ou mais. Com a evolução da teoria causuística, houve
necessidade de reformular o conceito, aos poucos tempo passou a abranger aquilo q
correspondia a ele próprio e até mesmo, situações ligadas indiretamente ao propósito
religioso.
STF: “p/ essa corte o templo é entidade, ou seja, uma organização religiosa, a qual merece
proteção sem mesquinharia e sem sectarismo.” 5º, VI ao VIII, CF.
“VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício
dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas
liturgias;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis
e militares de internação coletiva;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção
filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e
recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;”
Casos práticos: igreja X é proprietária de apartamento e o aluga de 3º recebendo alugueis.
Incide IPTU?
R: “Art. 150, §4º - § 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem
somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das
entidades nelas mencionadas.”
Provado o reinvestimento dos aluguéis no propósito eclesiástico, teremos a conecção entre
o valor protegido e a atividade correlata. Ex: empresa X é proprietária de um terreno q
utiliza p/ estacionamento dos fiéis.
A imunidade tributária, só se restringe na situação de propriedade daquele bem imóvel.
Vale dizer q as igrejas e as entidade políticas colocando-se como inquilinas, não merecerão
a proteção da imunidade (ou seja, se a igreja paga aluguel, e o proprietário é outra pessoa,
terá IPTU).
O stf analisou a possibilidade de estender a imunidade religiosa aos templos/lojas
maçônicos (as) (RE 562351). Em setembro de 2012 houve julgamento e afastou imunidade
às lojas marçonicas, sob o argumento q a marçonaria n é uma sociedade de cunho religioso,
não se confundindo com religião, mas apenas uma entidade q cultua uma filosofia de vida.
4 pessoas jurídicas protegidas: Partidos políticos (fundações ligadas ao partido político
são imunes tb); Sindicatos de Trabalhadores; Instituições de educaçã; Entidade de
assistência social (150, VI alínea C):
“c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das
entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social,
sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;”
Não se cogitará MP nesses 4 tributos:
Imposto grandes fortunas
Empréstimo Compulsório – pq demanda lei complementar
....
Aula 02
Princ. da legalidade tributária
Tributo tem que vir em lei - O Tributo não pode estar ligado ao poder executivo -Eles não
podem decidir quem pode ou não pagar tributo. Mitigação do poder executivo: alterar
(aumentar, reduzir) as alíquotas de certos tributos dentro da lei. 151, §1º CF – tem 4
impostos federais podem ter sua alíquota reduzida pelo chefe do poder executivo,
presidente da republica – em regra por decreto presidencial, mas pode até por portaria.
São eles: II,IE, IPI, IOF, CIDE Combustível e ICMS Combustível.
Extrafiscalidade – é o atributo de certos tributos que regulam o mercado, não visando
apenas à arrecadação.
EC 33-2001- trouxe 2 exceções ao principio da legalidade. CIDE Combustível (177§4º, I, CF);
ICMS Combustível (tributo estadual, quem vai mexer na alíquota dele é o poder executivo
estadual – 155, §4, IV, “c”, CF).
97, CTN – o princ. da legalidade se mostra nesse art., como estrita legalidade – tipicidade
legal – tipicidade fechada.
Elementos estruturantes da lei tributária, se a lei não tiver, terá vício estruturante:
Alíquota, base de calculo, suj. passivo, multa, fato gerador – qm vai trazer a alíquota, o
tributo e a lei, o poder poderá mexer depois nos 6 casos jáe estudado.
É possível a alteração da data de pagamento do tributo por ato do poder executivo, ex:
uma portaria? R: Possibilidade de interpretação: art. 97 diz q somente a lei pode
estabelecer – e como a data do pagamento de tributo não consta do 97 e seus incs, o poder
executivo pode alterar – entendimento prevalecente do STF – Mas há outra interpretação,
a ampliativa, uma vez que a matéria diz respeito à segurança jurídica – avocando
necessidade de lei, ainda que não conste no elemento do 97
Base de cálculo – a base de caçulo precisa de lei, entretanto, é comum à atualização da
base de cálculo, por meio de ato do poder executivo, desde que se utilizem índices oficiais
de correção monetária do período, caso contrário, teremos uma falsa atualização
(aumento), e isso demanda lei.
(aula de tributário continua no próximo post).