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Boletim bimestral do Observat rio Europeu da Droga e da Toxicodependência Maio – Junho 1998 Nº 11 27 de Fevereiro, a Presidência britâ- nica da União Eu- r opeia, agindo em nome dos 15 Estados-membros, notificou o OEDT sobre uma nova droga sintética, o N-Metil-1-(1,3-benzodioxol 5-yl)-2-butanamina (MBDB), para que fosse elaborada uma avaliação de risco, ao abrigo do Artigo 4º da Acção Comum relativa às Novas Drogas Sintéticas adoptada a 16 de junho de 1997.* A Presidência solicitou aos Estados-membros a sua participação no processo de avaliação dos riscos desta droga comunicando ao OEDT e à Unidade Drogas da Europol (UDE) quaisquer incidentes ocorridos re- centemente, ou outras informações pertinentes sobre o MBDB, através do mecanismo de intercâmbio descrito no Artigo 3º. Embora o MBDB não conste nas Listas 1 ou 2 da Convenção das NU de 1971 sobre Substâncias Psicotrópicas, não é uma droga sintética totalmente nova. Nos últimos anos, registaram-se casos de envolvimento com esta droga em quase todos os Estados- membros, tornando a recolha de in- formação mais fácil do que em situações que envolvem uma substân- cia totalmente nova. No contexto do Artigo 3º da A c ç ã o Comum, o OEDT e a UDE decidiram apresentar um relatório conjunto, em grande parte centrado no MBDB, ao Grupo Horizontal Drogas do Conselho da União Europeia no dia 20 de Maio. A Presidência apresentará seguida- mente um relatório sobre os progressos obtidos, na reunião do Conselho Europeu que terá lugar em Cardiff, RU, de 15 a 16 de Junho. A UDE abordará a produção e o tráfico do MBDB, en- quanto que o OEDT se debruçará sobre o seu consumo e os possíveis riscos (sociais e para a saúde). Com este fim, o OEDT enviou um questionário a todos os Pontos Focais Nacionais solicitando informações sobre o MBDB, e está 1 Rua da Cruz de Santa Apolónia 23–25, 1100 Lisboa, Portugal Tel: (351 1) 811 30 00 Fax: (351 1) 813 17 11 e-mail: [email protected] http://www.emcdda.org ISSN 0873-5409 A Reunião Especial da Assem- bleia Geral das NU, para avaliar a luta contra a pro- dução, a venda, a procura, o tráfico e a distribuição ilícitos de estupe- facientes e de substâncias psico- trópicas, terá lugar em Nova Iorque, de 8 a 10 de Junho. A ordem de tra- balhos incluirá, entre outros, os se- a examinar outras fontes, nomeadamente a Internet, dados provenientes de ou- tras organizações e a biblio- grafia científica actual. Simultaneamente, foram tomadas medidas para pro- ceder à avaliação de riscos (Artigo 4º). O Comité Científico do OEDT, sob cujos auspícios se realizará a avaliação, criou um Grupo de Direcção com a função de desenvolver critérios, orientações e procedimentos para a avaliação de riscos. O OEDT constituiu um Grupo de Trabalho interno para preparar a reu- nião especial do Comité Científico da avaliação de riscos, a realizar nos últi- mos meses de 1998, reunião essa que contará também com a participação de peritos dos Estados-membros, da Co- missão, da Agência Europeia para a Avaliação dos Medicamentos e da UDE. O MBDB constitui um primeiro desafio, na prática desta Acção Comum. Richard Hartnoll * Relativa ao intercâmbio de informações, avaliação de risco e controlo das novas drogas sintéticas. O Artigo 3º apela aos Estados-membros que forneçam informações sobre a produção, o tráfico e a utilização de novas drogas sintéticas à Unidade Drogas da Europol e ao OEDT, tendo em conta os respectivos mandatos destes dois organismos. O Artigo 4º comete ao OEDT a responsabilidade, sob os auspícios do seu Comité Científico, de avaliar os possíveis riscos causados pela utilização e tráfico de novas drogas sintéticas, e as possíveis consequências da proibição. guintes temas: controlo dos precur- sores; contenção do fluxo de estimu- lantes tipo anfetaminas; cooperação judicial; combate ao branqueamento de capitais; cooperação para a erra- dicação de culturas e desenvolvi- mento alternativo. Os esforços de redução da procura serão destacados por uma “Declaração sobre os Princí- pios Orientadores da Redução da Procura de Droga”, que será apre- sentada para aprovação na reunião. A Reunião Especial proporcionará à comunidade internacional uma opor- tunidade de avaliar a actual situação do fenómeno da droga a nível mun- dial, analisar o regime de controlo actual e elaborar uma estratégia de futuro para o século XXI, no contexto de uma abordagem abrangente e equilibrada de todos os aspectos do problema da droga. Será de extrema importância a declaração política que, segundo se espera, os Estados- membros irão aprovar, reafirmando o seu grande empenho no controlo da droga como uma prioridade tanto a nível nacional como internacional. Para mais pormenores ver o próximo número do DrugNet E u r o p e. Podem ser consultadas informações complementares na Internet: http://www. u n d c p . o r g / u n d c p / g a / b k g r o u n d . h t m MBDB: Acção Comum é pela primeira vez testada na prática A Reunião Especial das Nações Unidas: tempo de reflexão

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Page 1: ISSN 0873-5409 A MBDB: Acção Comum é pela primeira vez ...€¦ · Caso deseje um relatório completo, é favor contactar: European Network of Drug and HIV/AIDS Services in Prison,

Boletim bimestral do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência

Maio – Junho 1998 • Nº 11

27 de Fevereiro, aPresidência britâ-nica da União Eu-

r opeia, agindo em nomedos 15 Estados-membros,notificou o OEDT sobreuma nova droga sintética, oN - M e t i l - 1 - ( 1 , 3 - b e n z o d i o x o l5-yl)-2-butanamina (MBDB), para quefosse elaborada uma avaliação derisco, ao abrigo do Artigo 4º da AcçãoComum relativa às Novas DrogasSintéticas adoptada a 16 de junho de 1997.* A Presidência solicitou aosEstados-membros a sua participaçãono processo de avaliação dos riscosdesta droga comunicando ao OEDT e à Unidade Drogas da Europol (UDE)quaisquer incidentes ocorridos re-centemente, ou outras informaçõespertinentes sobre o MBDB, através do mecanismo de intercâmbio descritono Artigo 3º.

Embora o MBDB não conste nas Listas1 ou 2 da Convenção das NU de 1971sobre Substâncias Psicotrópicas, não é uma droga sintética totalmente nova. Nos últimos anos, registaram-secasos de envolvimento com esta droga em quase todos os Estados-membros, tornando a recolha de in-formação mais fácil do que emsituações que envolvem uma substân-cia totalmente nova.

No contexto do Artigo 3º da A c ç ã oComum, o OEDT e a UDE decidiramapresentar um relatório conjunto, emgrande parte centrado no MBDB, aoGrupo Horizontal Drogas do Conselhoda União Europeia no dia 20 de Maio.A Presidência apresentará seguida-mente um relatório sobre os progressosobtidos, na reunião do Conselho

Europeu que terá lugar em Cardiff, RU,de 15 a 16 de Junho. A UDE abordará aprodução e o tráfico do MBDB, en-quanto que o OEDT se debruçará sobreo seu consumo e os possíveis riscos (sociais e para a saúde). Com este fim, oOEDT enviou um questionário a todosos Pontos Focais Nacionais solicitandoinformações sobre o MBDB, e está

1

Rua da Cruz de Santa Apolónia 2 3–2 5, 11 0 0 Lisboa, Po r t u g a l • Te l : (351 1) 8 11 30 00 • Fax: (351 1) 813 17 11 • e-mail: [email protected] • h t t p : / / w w w. e m c d d a . o rg

ISSN 0873-5409

A

Reunião Especial da Assem-bleia Geral das NU, paraavaliar a luta contra a pro-

dução, a venda, a procura, o tráficoe a distribuição ilícitos de estupe-facientes e de substâncias psico-trópicas, terá lugar em Nova Iorque,de 8 a 10 de Junho. A ordem de tra-balhos incluirá, entre outros, os se-

a examinar outras fontes,nomeadamente a Internet,dados provenientes de ou-tras organizações e a b i b l i o -grafia científica actual.

Simultaneamente, foramtomadas medidas para pro-

ceder à avaliação de riscos (Artigo 4º).O Comité Científico do OEDT, sob cujosauspícios se realizará a avaliação, criouum Grupo de Direcção com a funçãode desenvolver critérios, orientações eprocedimentos para a avaliação deriscos. O OEDT constituiu um Grupo deTrabalho interno para preparar a reu-nião especial do Comité Científico daavaliação de riscos, a realizar nos últi-mos meses de 1998, reunião essa quecontará também com a participação deperitos dos Estados-membros, da Co-missão, da Agência Europeia para aAvaliação dos Medicamentos e daUDE. O MBDB constitui um primeirodesafio, na prática desta Acção Comum.

Richard Hartnoll

* Relativa ao intercâmbio de informações, avaliação derisco e controlo das novas drogas sintéticas. O Artigo 3ºapela aos Estados-membros que forneçam informaçõessobre a produção, o tráfico e a utilização de novas drogassintéticas à Unidade Drogas da Europol e ao OEDT, tendoem conta os respectivos mandatos destes dois organismos.O Artigo 4º comete ao OEDT a responsabilidade, sob osauspícios do seu Comité Científico, de avaliar os possíveisriscos causados pela utilização e tráfico de novas drogassintéticas, e as possíveis consequências da proibição.

guintes temas: controlo dos precur-sores; contenção do fluxo de estimu-lantes tipo anfetaminas; cooperaçãojudicial; combate ao branqueamentode capitais; cooperação para a erra-dicação de culturas e desenvolvi-mento alternativo. Os esforços deredução da procura serão destacadospor uma “Declaração sobre os Princí-pios Orientadores da Redução daProcura de Droga”, que será apre-sentada para aprovação na reunião.

A Reunião Especial proporcionará àcomunidade internacional uma opor-tunidade de avaliar a actual situação

do fenómeno da droga a nível mun-dial, analisar o regime de controloactual e elaborar uma estratégia defuturo para o século XXI, no contextode uma abordagem abrangente eequilibrada de todos os aspectos doproblema da droga. Será de extremaimportância a declaração políticaque, segundo se espera, os Estados-membros irão aprovar, reafirmando oseu grande empenho no controlo dadroga como uma prioridade tanto anível nacional como internacional.

Para mais pormenores ver o próximo número do D r u g N e tE u r o p e. Podem ser consultadas informações complementaresna Internet: http://www. u n d c p . o r g / u n d c p / g a / b k g r o u n d . h t m

MBDB: Acção Comum épela primeira vez

testada na prática

A

Reunião Especial

das Nações Unidas:tempo de reflexão

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roga, SIDA e Prisões” foi otema da conferência orga-nizada pela Rede Europeia de

Serviços no Domínio da Droga e da SIDAna Prisão (European Network of Drugand HIV/AIDS Services in Prison) de 12a 14 de Abril na Universidade de Olden-burgo, Alemanha. O objectivo da confe-rência, que contou com cerca de 130 par-ticipantes, incluindo delegados de orga-nizações não governamentais e funcioná-rios prisionais, consistia em avaliar umconjunto de orientações para o trabalhocom os toxicodependentes presos, orien-tações essas que deverão ser apresentadasaos ministros da Justiça dos 15 Estados-membros da UE em Março de 1999.

Cinco grupos de trabalho reuniram-separa discutir as orientações em relaçãoàs seguintes áreas: programas “livres dedroga”; troca de seringas; programas desubstituição; programas de redução dosdanos e apoio dos pares. Os participan-tes foram igualmente informados sobreas experiências realizadas na região daBaixa Saxónia, Alemanha, em matéria deprojectos de troca de seringas nas pri-sões, em resultado da estreita colabo-ração entre a Universidade de Olden-b u rgo, o Ministério da Justiça da BaixaSaxónia e as próprias prisões.

Petra Paula Merino

Caso deseje um relatório completo, é favor contactar:European Network of Drug and HIV/AIDS Services inPrison, 4th Floor Broadway House, 112–134 The Broadway,Wimbledon, London SW19 IRL, UK. Tel: ++ 44 181 543 8333 • Fax: ++ 44 181 543 4348.E-mail: [email protected]

Base de Dados sobre a Acção de Redução da Procura de Droga(Exchange on Drug Demand Reduction Action (EDDRA)), o sistemaelectrónico de informação do OEDT sobre as actividades de reduçãoda procura de droga, está a chegar ao fim de uma fase experimental

de dez meses envolvendo os Pontos Focais Nacionais da rede REITOX.

Desde Novembro de 1997, têm vindo a realizar-se sessões “práticas” deformação nos Pontos Focais para instruir o respectivo pessoal sobre o modo deutilizar o sistema EDDRA e as suas aplicações. Em resultado destas sessões,todos os Pontos Focais têm agora introduzido pelo menos um programa deredução da procura no sistema e as reacções tanto dos observatórios nacionaiscomo das suas redes têm sido positivas. O EDDRA destina-se a satisfazer asnecessidades de informação dos técnicos e dos responsáveis políticos envolvidosno planeamento e na implementação das actividades de redução da procura naUE. À medida que a base de dados começa a expandir-se, aumentam também aspossibilidades de ligação em rede e de intercâmbio de exemplos de boas práticas.

Gregor Burkhart EDDRA está acessível na Internet: http://www.sema.be/eddra/.

D

A

EDDRA abre novos canais para a ligação em rede

“trabalho de contacto directo”(outreach work) é “semelhantea um polvo”, observou um

participante no w o r k s h o p de peritosrealizado pelo OEDT em Amesterdãode 29 a 31 de Março sobre esse mes-mo tema. Os agentes do “trabalho decontacto directo” são os “tentáculos”dos serviços de combate à droga, pres-tando assistência às pessoas a quemtais serviços não podem chegar ouainda não chegaram.

O w o r k s h o p, sobre “Conceitos, Prática eTerminologia no Domínio do Trabalho deContacto Directo” contou com a presençade 20 peritos e técnicos, analisou estestemas e identificou a necessidade de no-vos estudos. A avaliação foi consideradauma questão fundamental e susceptívelde beneficiar da assistência do OEDT.

Embora o trabalho de contacto directoapresente diferenças notáveis entre osdiferentes Estados-membros da UE,existem numerosas semelhanças. Now o r k s h o p chegou-se a um consensosobre a existência de quatro modelos.

• O trabalho de contacto directo nodomínio da juventude visa ajudar osjovens marg i n a l i z a d o s a utilizaremas redes de assistência social e apromoverem a integração social.

• “Captar clientes”é o modelo maistradicional do tra-balho de contactod i r e c t o . A q u e l e sque estão l i g a d o saos centros det r a t amento infor-m a m , na rua, osconsumidores dedroga sobre ot r a t a m e n t o em o t i v a m - n o spara o iniciarem.

• O trabalho decontacto directo conheceu umgrande desenvolvimento na décadade 80 devido à epidemia de SIDA/HIV. O modelo de “saúde pública”(em que os “agentes” forneceminformações sobre os cuidados ater no consumo de droga e na prá-tica sexual, distribuindo agulhas,seringas e preservativos) continua aser muito importante.

• Também há grupos de consumi-dores empenhados no trabalho decontacto directo, org a n i z a n d oactividades e criando facilidadesinseridas na comunidade, tantorelativamente às drogas tradicionais,como a heroína, como também àsnovas drogas sintéticas em voganos meios ligados à dança.

O relatório completo sobre estew o r k s h o p do OEDT estará disponívelem Junho.

Margareta Nilson

Drogas

atrás das

grades

Workshop s o b re

“ t r a b a l h o de

contacto dire c t o ”

OOs agentes do trabalho de contacto directo são os tentáculos dos serviços de

combate à droga, prestando assistência às pessoas a quem tais serviços não

podem chegar ou ainda não chegaram.

Foto: Diário de Notícias

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B I B L I O T E C A

Counselling Heroin andOther Drug Users

Em 1994, só na cidade escocesa deG l a s g o w, verificaram-se quase 1 00mortes causadas por overdoses dedroga, na maioria dos casos heroína.Este dado estatístico é apenas a pontade um icebergue crescente: representao enorme crescimento do consumo dedroga entre os jovens, tanto a nível na-cional como internacional. Embora aeducação sobre os perigos do consumode droga possa impedir alguns jovensde se tornarem consumidores, subsisteo problema de como ajudar aquelesque já a consomem.

Counselling Heroin and Other DrugUsers é um guia exaustivo de aconse-lhamento que orienta passo a passotodos aqueles que trabalham comheroinodependentes que se injectam, eoutros consumidores de droga. Aliandoa teoria à prática, centra-se na realida-de do consumo de droga, nunca per-dendo de vista o facto de que deve sero próprio toxicodependente a decidirquando e como sair da droga. Este livrofaz uma abordagem exaustiva das drogas,dos seus efeitos e métodos de utilização,da subcultura da droga e das a t i t u d e spessoais e sociais perante as drogas.

Publicado por: Free Association BooksLtd, London, RU • Autor: Paul LockleyData: 1995 • Língua: Inglês Preço: 35 ECUsISBN: 1-85343-304-7

Para mais informações, é favor contactar:Free Association Books, 39–41 NorthRoad, London N7 9DP, UK.

O OEDT é responsável pela selecçãode materiais para a “Montra de Livros”e pelo texto apresentado. Todavia, oconteúdo dos livros e as opiniões nelesexpressas são da responsabilidadeexclusiva dos respectivos autores.

mortalidade relacionadacom o consumo de drogaconstitui uma séria preocu-

pação política e social. O número deóbitos é frequentemente encaradocomo um indicador da gravidade do“problema da droga” e por vezes,como um reflexo da adequação daspolíticas neste domínio. Embora ainformação sobre mortes relaciona-das com a droga seja útil para aavaliação das tendências quanto aouso problemático de droga e propor-cione também uma medida impor-tante na avaliação do impacto nasaúde de formas mais graves deconsumo de droga, contudo a utili-zação desta informação para ela-borar comparações transnacionaissobre o problema da droga traz sé-rios problemas práticas e conceptuais.

O conceito “mortalidade relacio-nada com a droga” não é um termosimples. As estatísticas nacionaisreferem-se geralmente às mortessúbitas directamente causadas peloconsumo de drogas. Na maioria dospaíses, estes casos são registadoscomo “overdoses”, normalmente deopiáceos, embora nem sempre sejaclaro o que está verdadeiramentecontido nos valores apresentados,devido ao frequente envolvimento decombinações de diversas drogas,incluindo álcool ou benzodiazepinas.Além disso, os óbitos indirectamenterelacionados com o consumo dedroga, por exemplo devido à SIDA,no caso dos consumidores de drogapor via intravenosa, também devem

Aser considerados quando se avaliamos riscos e os custos sociais das dife-rentes formas de consumo de droga.Em termos práticos, as diferenças noque respeita as definições e os mé-todos de recolha de dados relativa-mente à mortalidade relacionadacom a droga nos Estados-membros da União Europeia, tornam as com-parações entre os países duvidosas oumesmo enganosas.

O OEDT identificou a mortalidade re-lacionada com a droga como umi n d i c a d o r-chave e está a trabalharactivamente no sentido de melhorar aqualidade e a comparabilidade dasinformações sobre esse tema a nívelda UE. Em 1995, o Observatório lan-çou um projecto, no âmbito do seuPrograma REITOX, relativo às esta-

tísticas de rotina sobre amortalidade relacionadacom a droga. Um grupo deperitos analisou os sistemasde informação existentes eefectuou um teste-piloto deanálise dos dados dos regis-tos de óbitos da população em geral, utilizando códi-gos comuns da ClassificaçãoInternacional de Doençasem vários Estados-membros.O trabalho de organizaçõescomo a Organização Mun-dial de Saúde (OMS) e o Pro-grama das Nações Unidaspara o Controlo Internacio-nal das Drogas (PNUCID)foi tido em conta e foi rea-lizado um intercâmbio de

informações com o EUROSTAT.

Em 1998, o OEDT pretende desen-volver as recomendações do projectoatrás mencionado, propôr medidasconcretas para melhorar a compre-ensão e a comparabilidade dos dadosexistentes e definir normas para o fu-turo. Um importante desafio na aplica-ção dessas normas será o facto de ossistemas nacionais de registo da mor-talidade relacionada com a droga es-tarem integrados em estruturas muitomais amplas destinadas a registar ascausas de morte com base nos seus pró-prios regulamentos legais nacionais eprocedimentos administrativos.

Julian Vicente e Richard Hartnoll

Mortalidade relacionadacom a droga

Aperfeiçoamento de um indicador-chave

As estatísticas nacionais referem-se geralmente às

mortes súbitas directamente causadas pelo consumo

de drogas, bem como às “overdoses”

de opiáceos.

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o dia 13 de Março, oDirector do OEDT, o Sr.Georges Estievenart, e o

Director-Executivo do PNUCID, oS r. Pino Arlacchi, assinaram emViena um Memorando de Acordoentre o OEDT e o Programa das Na-ções Unidas para o Controlo Inter-nacional das Drogas (PNUCID).

O Memorando institui formalmente acooperação entre os dois organismos,em conformidade com os princípiosda Carta das Nações Unidas e deacordo com o previsto no Artigo 12ºdo Regulamento do Conselho queinstitui o OEDT.*

A p a rceria simbolizada pela assi-natura do Memorando constituirá umimportante passo nos esforços na-cionais, europeus e internacionais para controlar este problema mun-dial. A cooperação entre os doiso rganismos será baseada nos prin-cípios de pertinência, reciprocidadee partilha de tarefas baseada nacomplementaridade.

O Memorando une activamente oOEDT e o PNUCID nos seus esforçospara: melhorar a recolha e a análiseda informação; desenvolver e pro-mover métodos de comparação dosdados; intensificar a divulgação deinformações. Promove também a me-lhor utilização possível das infor-mações e dos recursos disponíveis, arealização de consultas regulares e o

Ni n t e rcâmbio de experiência técnica.Pelo seu lado, o OEDT irá promovera integração dos dados sobre as dro-gas e a toxicodependência recolhidosnos Estados-membros ou proveni-entes da Comunidade nos programasinternacionais de monitorização econtrolo da droga, em especial nosque foram estabelecidos pelas NaçõesUnidas e pelas suas agências espe-cializadas, sobretudo o PNUCID.

Na cerimónia de assinatura, o Sr.Pino Arlacchi declarou: “Saudamosesta oportunidade de intensificar asrelações de trabalho com o OEDT. Anossa missão torna-nos parc e i r o s

naturais: o OEDT como centro derecolha de informações sobre o con-sumo de droga na União Europeia eo PNUCID como centro de conheci-mentos especializados sobre o pro-blema da droga a nível mundial”.

O Sr. Georges Estievenart salientouque, embora o Observatório aindaseja “jovem”, espera melhorar a pers-pectiva global sobre os problemas dedroga que os diversos países estãoactivamente a tentar resolver.

Os termos do Memorando de Acordoserão revistos no ano 2000.

* Regulamento (CEE) Nº 302/93 do Conselho de 8 deFevereiro de 1993 que institui um observatórioeuropeu da droga e da toxicodependência. O OEDTficou plenamente operacional em 1995.

OEDT e PNUCID unem-se no combate às drogas

Comissão

Parlamentar

faz visita de

estudo ao

Observatório

ma delegação de dozerepresentantes da ComissãoEuropeia das Liberdades

Públicas e dos Assuntos Internos,chefiada pela sua presidente Hedyd’Ancona (Países Baixos), visitou oOEDT no dia 3 de Março, para umasessão de estudo sobre as actividadesdo Observatório.

A reunião foi aberta pelo Director doOEDT, o Sr. Georges Estievenart, queapresentou as principais prioridadesdo segundo Programa de Tr a b a l h oTrienal do Observatório (1998–2000).Esta apresentação foi completada poroutras sobre os trabalhos em curso noOEDT nos departamentos de: Epide-miologia; Redução da Procura;R E I TOX; Estratégias de Informação eMeios de Comunicação; A d m i n i s -tração; Finanças e Logística. Durantea sessão, os membros da ComissãoParlamentar visitaram o Centro deDocumentação do OEDT, assistiram ademonstrações do funcionamento dosistema EDDRA* e da página web doObservatório e também à apresenta-ção de um estudo de viabilidade paraa constituição de uma base de dadosjurídica sobre a legislação dos Estados-membros da UE no domínio da droga.

Nas suas observações finais, a Pre-sidente da Comissão salientou a utili-dade da visita e da troca de pontos devista efectuados durante a visita, felici-tando o Observatório, pelas suas pu-blicações. A Sra. deputada d’Anconaexpressou ainda o desejo da ComissãoParlamentar (que está presentementea elaborar vários relatórios sobre adroga)** acompanhar de perto as acti-vidades do Observatório e realizar umdebate anual aprofundado sobre o Pro-grama de Trabalho do Observatório eo seu Relatório Geral de Actividades.

* Ver p. 2. ** Para mai s in formações, é favor contactar osecretariado da Comissão das Liberdades Públicas e dosAssuntos Internos. Tel: ++ 32 2 284 2111.

U

O OEDT E OS SEUS PA R C E I R O S

OEDT e PNUCID: “Parceiros naturais”

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“9ª Conferência Internacionalsobre a Redução dos DanosRelacionados com a Droga”

teve lugar em São Paulo, Brasil, de 15a 19 de Março, tendo sido organizadapela Associação Internacional para aRedução dos Danos (InternationalHarm Reduction Association). Entre os800 delegados que participaram naconferência incluíam-se médicos,advogados, psicólogos, investigadorese juízes, assim como representantes deorganismos governamentais e inter-nacionais, da polícia e de grupos po-líticos e sociais. A C o n f e r ê ncia foiapoiada, entre outros, pela OMS, p e l oPNUCID e pela União Europeia.

Na alocução que dirigiu à ConferênciaInternacional, o Director do OEDT, oS r. Georges Estievenart, apresentouuma perspectiva geral das actividadesde redução dos danos na União Euro-peia. Informou os participantes de que

A

as taxas de infecçãocom HIV entre os consu-midores de droga porvia intravenosa têm vin-do a baixar na Europa(com excepção da Bél-gica e de Portugal), o queindica que as interven-ções de redução dosdanos parecem estar acumprir alguns dos seusobjectivos. O Directordo Observatório referiutambém o aumento dotratamento de substituição*nos Estados-membros d aUE, como forma de in-tervenção dirigida aosconsumidores de heroí-na e outros opiáceos, erealçou o número cres-cente de respostas às no-vas tendências no domínio das drogassintéticas, muitas das quais adoptamabordagens que visam reduzir os danos sem julgar os comportamentos,recusando as estratégias pedagó-gicas tradicionais.

“ A redução dos danos é uma parteessencial das respostas ao consumo de droga na Europa”, concluiu o Sr.Estievenart. “As intervenções deredução dos danos proporcionam aosconsumidores de droga melhores con-dições de saúde, uma situação socialmais estável e menor criminalidade (...)Contudo, há que manter um equilíbrio

epois da Conferência Interna-cional supra-citada, o Direc-tor do OEDT viajou para Bra-

sília, para a delegação da ComissãoEuropeia, onde se reuniu com represen-tantes da Unidade de CoordenaçãoNacional Brasileira sobre Droga. Fo-ram identificadas áreas de interessemútuo, tendo sido debatidas algumaspossibilidades de intercâmbio de in-formação e experiências bilateraisentre o OEDT e o Brasil. Foi igual-mente abordado o tema da coopera-ção inter-regional sobre drogas entreo OEDT e a América Latina, em par-ticular o Grupo dos países Mercosur.

Conferênciade São Paulo

Redução dos danos

relacionados com a

droga

I n t e rcâmbio de

Informações

com o Brasil O Grupo de Direcção constituído na 8ª reunião do Comité Científicodo OEDT, em Novembro de 1997, com o objectivo de formular orien-tações para a avaliação de risco no contexto da Acção Comumrelativa às Novas Drogas Sintéticas, realizou a sua primeira reuniãoem Lisboa no dia 16 de Abril de 1998.

O Comité Científico do OEDT realizou a sua 9ª reunião em Lisboa nodia 17 de Abril. (Ver respectivos relatórios sobre estas reuniões no pró-ximo número de DrugNet Europe.)

O Grupo de Trabalho criado na 12ª reunião do Conselho de A d m i -nistração do OEDT, em Janeiro de 1998 para discutir o papel e as res-ponsabilidades dos Pontos Focais Nacionais, irá realizar a sua terceirareunião no dia 7 de Maio. O grupo de trabalho, composto pelos mem-bros da Mesa do OEDT e pelos representantes do Conselho de Admi-nistração da Dinamarca, Espanha, França, Grécia, Países Baixos e ReinoUnido, elaborará um documento de trabalho que deverá ser debatidoe adoptado na próxima reunião do Conselho de Administração.

A próxima reunião do Conselho de Administração terá lugar nos dias2 e 3 de Julho em Lisboa.

ÓRGÃOS ESTATUTÁRIOS DO OEDT

saudável entre a redução dos danos eas outras intervenções de redução daprocura, de modo a assegurar umapolítica eficaz de combate à droga. Ainvestigação e a avaliação são neces-sárias para saber quais trabalhos, deque modo e porquê”.

* Ahipótese subjacente ao tratamento de substituição é ade que os consumidores de droga serão, por essa via,menos marginalizados, menos delinquentes e maiscapazes de estabilizarem socialmente até acabarem pora d q u i r i r, eventualmente, um estilo de vida livre dedrogas. A metadona por via oral é a droga maisamplamente receitada na Europa para o tratamento datoxicodependência. Entre 1993 e 1996 o número depessoas que faziam tratamento com metadona quasetriplicou, ultrapassando as 200.000. Outros substitutosda heroína são a codeína, a buprenorfina e a LAAM.

O OEDT lançou recentemente um estudo exaustivo sobreo tratamento de substituição na UE.

D

Muitos projectos de resposta às novas drogas sintéticas adoptam

abordagens de redução dos danos. Os materiais utilizados

continuam a não julgar os comportamentos, recusando as

estratégias pedagógicas tradicionais e centrando-se na informação

aos consumidores.

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Comissão Europeia e a Uni-dade Coordenadora do Progra-ma Phare Multi-países para a

Luta contra a Droga foram os anfi-triões da 7ª Reunião do Grupo deLigação realizada em Riga, Letónia,nos dias 26 e 27 de Fevereiro. Durantea reunião foram analisados os resul-tados do Programa até ao momento,foram planeadas as suas orientaçõesfuturas e foi analisado o impactoobtido. Contribuiu também parareforçar os laços entre os coorde-nadores do Programa, os gestores deprojecto e os representantes da CE ede outras organizações internacionais.O OEDT foi um dos 50 participantespresentes na reunião.

Quanto ao futuro rumo do ProgramaPhare, prevê-se que no seu âmbito seconcederá mais assistência aos Paísesda Europa Central e Oriental (PECO)candidatos à adesão da UE. Entre asprioridades incluem-se: a recolha deinformação; o desenvolvimento insti-tucional; a harmonização da legis-lação; a cooperação entre a UE e osPECO em matéria de redução da pro-cura e da oferta; a criação de políticasintegradas em cooperação com oOEDT; a prevenção da produção ilícitae do consumo das drogas sintéticas; e aprevenção do tráfico de droga naregião dos Balcãs.

Os PECO que se encontram na fase depré-adesão pediram ao OEDT para lhesindicar os requisitos mínimos e as orien-tações necessários ao funcionamentode um Ponto Focal Nacional nos seuspaíses. Pediram ainda ao Observatóriopara clarificar os critérios utilizadospara obter indicadores fiáveis e úteissobre o consumo de droga.

Por último, avaliou-se o impacto globaldo Programa, na sequência de uminquérito feito aos participantes. Esteúltimo revelou que o Programa pro-duzira alterações benéficas em trêsáreas: desenvolvimento de políticas;controlo dos precursores e medidascontra o branqueamento de capitais;redução da procura.

Para mai s informações e um relatório adicional dareunião, é favor contactar : Programa de Coordenação daUnidade Phare; 25 Baznîcas iela, Riga 1010, Letónia.Tel: ++ 371 7310074/ ++ 371 7312559.Fax: ++ 371 731 0109. E-mail: [email protected]

A

6

luta contra a droga emPortugal deu um grandepasso em Fevereiro de

1998, com a criação de uma co-missão ad hoc, de especialistasqualificados, encarregada de ela-borar propostas para a adopção deuma nova estratégia nacional nodomínio da droga. Os resultadosdo seu trabalho serão apresenta-dos em Junho de 1998.

A

OEDT realizou no dia 9de Março a sua primeirareunião com o novo Mi-

nistro português das drogas, JoséSócrates. Em nome do Presidentedo Conselho de Administração doOEDT e na sua qualidade deDirector do Observatório, o Sr.Georges Estievenart apresentouuma breve síntese do segundoPrograma de Trabalho Trienal doObservatório e destacou os laçosexistentes entre o OEDT e asautoridades portuguesas.

Por sua vez, o Ministro expressouo desejo do Governo português demanter e reforçar o apoio conce-dido ao Observatório até à data.Declarou também o seu empenha-mento pessoal no reforço e namodernização do sistema portu-guês de recolha de dados paraajudar o OEDT a cumprir o seu

Programa Phare no

domínio da droga:

um novo rumo

Oobjectivo de fornecer aos respon-sáveis políticos informações fiáveise comparáveis sobre a situação dofenómeno da droga nos Estados-membros da UE. Em resposta aum convite anteriormente apresen-tado pelo Observatório, o Ministroefectuou uma visita de trabalhoao OEDT no dia 17 de Abril aqual considerou muito frutuosa.

Gonçalo Felgueiras

Também serão introduzidas algu-mas alterações nas estruturas gover-namentais de Portugal neste domí-nio. A primeira destas mudanças seráa criação de uma Comissão Inter-ministerial chefiada por A l e x a n d r eRosa, o qual substitui o Padre VítorFeytor Pinto como representantede Portugal no Conselho de A d m i -nistração do OEDT. A s e g u n d amudança será a criação de um Ins-tituto da Toxicodependência, quesubstituirá o Observatório VIDAcomo Ponto Focal REITOX em Por-tugal. A fim de assegurar umamaior eficiência e coordenaçãoda acção política antidroga, oMinistro José Sócrates supervi-sionará directamente os org a n i s -mos supramencionados.

Gonçalo Felgueiras

OEDT reune com ministroportuguês responsável pela

luta contra a droga

Ministro José Socrates

Portugal prepara NovaEstratégia de Combate

à Droga

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primeira lei austríaca impor-tante no domínio da droga,data de 1951, foi alterada no

início de 1980 e em 1985 de modo aestabelecer uma distinção clara entreas pessoas envolvidas em actividadescriminais e as pessoas com problemasde saúde relacionados com a droga.Esta distinção baseava-se no princípioda “terapia em vez de castigo”, naqual a toxicodependência era enca-rada como uma doença psicosocial e otoxicodependente mesmo que infrin-gisse a lei, era encarado como umapessoa doente. A 1 de Janeiro de 1998uma nova lei sobre drogas narcóticasimpôs-se fortemente.

Com esta nova lei, a Áustria junta-seaos seus parceiros da União Europeia,adoptando partes das actuais Con-venções sobre Drogas das NU relativasao controlo das substâncias psicotró-picas (Quadros III e IV da Convençãodas NU de 1971) e dos precursores(Quadros I e II da Convenção das NUde 1988). Uma outra inovação impor-tante diz respeito às menos restritasmedidas legais quanto à posse decannabis por consumidores primários.

Esta nova lei consolidará as abordagenssocial e médica do fenómeno da drogana Áustria e reforçará a atitude repres-siva deste país para com o tráfico dedroga, as organizações criminosas comele relacionadas e o branqueamento de capitais.

Danilo Ballotta

A

Mudanças nasLegislações dos

Estados-Membros noDomínio das

DrogasAustria: Nova Lei dos

Estupefacientes

D R U G S - L E X

Relatório Anual 1998

m Janeiro de 1998, oConselho de Administra-ção do OEDT aprovou o

Programa de Trabalho do Obser-vatório para 1998, juntamentecom a estrutura e o calendáriopara a produção do R e l a t ó r i oAnual sobre a Evolução doFenómeno da Droga na UniãoEuropeia – 1998.

Este ano, além dos capítulostradicionais (prevalência e padrõesde consumo, redução da procura,estratégias nacionais e acção anível da União Europeia) o R e l a -t ó r i o incluirá dois capítulos no-vos. O primeiro abordará a situa-ção do fenómeno da droga nosPaíses da Europa Central e Orien-tal (PECO). O segundo, dedicadoao financiamento das actividadesantidroga, fornecerá informaçõeso mais pormenorizadas possívelsobre os gastos da luta contra adroga a nível nacional, regional elocal, bem como uma perspectivageral dos custos sociais da droga.

O lançamento oficial do RelatórioAnual de 1998 está previsto parameados de Setembro.

Novas Publicações do OEDT

General Report of A c t i v i t i e s1997 (Relatório Geral deActividades 1997 - versãoinglesa)

Monografia Científica Nº 2 doOEDT– Evaluating Drug Pre-vention in the European Union( Avaliação da Prevenção daDroga na União Europeia).

Brevemente…

10 versões linguísticas doRelatório Anual de 1997.Relatório Geral de Actividades1 9 9 7 (versões em alemão,espanhol, francês, portuguêsprevistas para junho de 1998).Primeiro Relatório sobre asEstruturas e Fontes de Informa-ção sobre Droga.Série de Manuais do OEDTNº 1 – Linhas Orientadoraspara Avaliação da Prevençãoda Droga (versão inglesa).

Consultas regulares sobre aspublicações do OEDT podemser feitas na Internet:http://www.emcdda.org

E

PUBLICAÇÕES

DO O•E•D•T

A Italia prepara-se

para alterar a sua

legislação no domínio

da droga

m Abril foi apresentado aoGoverno italiano um novoprojecto de lei, elaborado por

uma comissão inter-ministerial, pararever alguns aspectos importantes dalegislação italiana no domínio da dro-ga. De acordo com as alterações pro-postas, a posse de droga quando emgrupo (actualmente abrangida por

sanções penais) ficaria sujeita a san-ções administrativas* se fôr consi-derada unicamente para uso pessoal.Caso seja adoptada, a nova lei signi-ficará também um reforço das medidasalternativas à prisão; a introdução deuma distinção clara entre a venda oca-sional de drogas em pequena escala eo tráfico organizado; a promoção demedidas integradas para os presosafectados pelo vírus HIV. Prevê-se que este projecto de lei seja discutidoantes do Verão.

Danilo Ballotta

* Por exemplo, a apreensão da carta de condução ou dopassaporte.

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Breve perspectiva sobre

um Ponto Focal Nacional

políticos e institucionais nacionaissobre as diferentes prioridades nodomínio das drogas e as possíveismedidas a adoptar.

O Observatorio Espanhol é lideradopor três organismos especializados: oO rganismo Consultivo, composto pormembros de grupos sociais, profissionaise cientistas que trabalham no domínioda droga; uma comissão técnica, res-ponsável pelas ligações com as fontesde informação dos Pontos Focais e pe-las questões técnicas; e um comité cien-tífico, responsável pela investigação,pelo estudo e pela formação nos as-pectos sociais, de saúde e económicosdo problema da droga.

8

m Dezembro de 1997, no con-texto do seu Plano de AcçãoNacional contra as Drogas (Plan

de Medidas de Lucha contra las Drogas)adoptado em Janeiro de 1997, oGoverno espanhol criou o ObservatorioEspanhol sobre Drogas. O objectivo doObservatorio – que é o Ponto FocalNacional espanhol da rede REITOX – étornar-se um barómetro permanentedo problema da droga em Espanha,para recolher informação e desenvol-ver instrumentos de recolha, análise etransmissão de informação sobre adroga e a toxicodependência.

O Observatorio Espanhol sobre Drogasé o organismo permanente em Espanhapara a recolha de informação de diver-sas fontes, tanto nacionais como interna-cionais, para posteriormente colocaressa informação à disposição das ins-tituições, dos profissionais que traba-lham no domínio da droga e da socie-dade como um todo. Pretende sertambém um instrumento eficaz noprocesso de tomada de decisões,aconselhando a Delegação do GovernoNacional competente do Plano sobreDrogas (Delegación del Gobierno parael Plan Nacional sobre Drogas) sobreas acções a empreender nesta área.

As tarefas do Observatorio Espanholsobre Drogas espanhol são:

• recolher e analisar informação defontes nacionais e internacionais;

• criar um novo sistema de informa-ção que permita avaliar a situaçãodo fenómeno da droga em qualquermomento e analisar as suas tendên-cias futuras;

• divulgar informação através dapublicação de relatórios periódicos;

• colaborar e coordenar actividadesconjuntas com o OEDT, no sentidode melhorar a comparabilidade dasua informação com a dos outrosEstados-membros da UE;

• na sua qualidade de Ponto FocalNacional compete-lhe divulgar emEspanha a informação sobre a situa-ção da droga na União Europeia;

• promover a investigação e a reali-zação de estudos sobre questõespertinentes relacionadas com o con-sumo de drogas e os seus efeitos;

• expandir o trabalho do seu Centrode Documentação sobre Drogas;

• aconselhar os diversos org a n i s m o s

E

Calendário do OEDT

5–7 de Maio -

7 de Maio -

7–9 de Maio -

11 de Maio

11–12 de Maio -

14–15 de Maio

15–16 de Junho

17 de Junho

Espanha

Editor Oficial: Serviço de Publicações Oficiais das Comunidades Europeias • Proprietário: Observatório Europeu da Droga e da Toxicode-

pendência, Rua da Cruz de Santa Apolónia, 23-25, P-1100 Lisboa • Director: Georges Estievenart • Redactora/Coordenadora: Kathy

Robertson • A s s i s t e n t e : Aurore Coutinho • T r a d u ç ã o : Centro de Tradução de Organismos da União Europeia • Impressão: Cromotipo,

Artes Gráficas, Lda • Design e Lay o u t : Carlos Luís, Design de Comunicação, Rua João Gomes Abreu, Nº13-1ºEsq, 2810 Feijó •

ISSN - 0873-5409DrugNet Europe • Editado em Portugal • AO-AA-98-003-PT-C Impresso em papel 100% ecológico.

7 de Março de 1998, o OEDT publicou dois convites à manifestaçãode interesse no Jornal Oficial das Comunidades Europeias, série S (JOS 47 – 07.03.1998) com o fim de identificar potenciais contratantes

para assistir o Observatório na: consolidação da tecnologia de informação eda infra-estrutura de comunicações de dados (OEDT/CEI/INF 98 – 2000 – JOdocumento 27570–98); execução do seu Programa de Trabalho de1998–2000 (OEDT/CEI/98–2000 WP – JO documento 27572–98). As pessoase as organizações de carácter público ou privado que desejem serconsideradas para inclusão na(s) lista(s) são convidadas a apresentar a suacandidatura, enviando o formulário de candidatura requerido, acompanhadodos documentos de apoio para o endereço indicado no Jornal Oficial. Oformulário pode ser obtido das seguintes formas:

• através de um pedido endereçado ao OEDT, conforme está indicado nos avisos,especificando a(s) versão(ões) linguísticas em que pretendem o formulário;

• importando o documento da página w e b do OEDT: http://www. O E D T. o rg

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PAINEL DE AVISOSConvites à manifestação de interesse

19–20 de Junho

22–23 de Junho

26 de Junho

28 de Junho–3 de Julho ª

2–3 de Julho

21–23 de Julho

Reuniões Seleccionadas da EU

20 de Maio -

29 de Maio

3–5 de Junho

15–16 de Junho

No Ponto Focal estão instalados três tiposde sistemas de informação: um sistemapermanente sobre os toxicodependentes;serviços telefónicos que fornecem e re-colhem informações sobre a toxicode-pendência dos e para os cidadãos parauma avaliação imediata; e um sistemade intercâmbio rápido de informações,composto por centros de saúde e detratamento, o qual fornece informaçõesrápidas sobre as novas tendências nodomínio do consumo de droga.

Para mais informações, é f avor contactar: CamiloVázquez, Observatorio Espanhol sobre Drogas, Ministeriodel Interior, Delegación del Gobierno para el PlanNacional sobre Drogas, C/ Recoletos, 22, E–28001Madrid, Espanha.Tel: ++ 34 1 537 27 24/25 Fax: ++ 34 1 537 27 08.E-mail [email protected]