inventário das emissões gases de efeito...

Inventário das Emissões Gases de Efeito Estufa

Colégio Casa Amarela

Maio de 2012

INVENTÁRIO DE GASES DE EFEITO ESTUFA (GEE)

INFORMAÇÕES DO DOCUMENTO

Publicação do Projeto: Março de 2013

Projeto: Inventário de GEE da escola CASA AMARELA

Ano de referência: 1o e 2o semestre letivo de 2012

Local: Florianópolis, SC.

Emissões totais: 18,53 TON CO2e

Compensação: A definir

Inventário realizado por: Certificação:

Sumário

1. Introdução ........................................................................................................................ 1

2. Objetivos ........................................................................................................................... 3

3. Casa Amarela .................................................................................................................... 3

4. Metodologia de Aplicação do Inventário de GEE................................................................ 5

4.1 Gases de emissões contabilizados .............................................................................. 5

4.2 Limites Organizacionais e Operacionais do Inventario de GEE .................................... 6

4.3 Classificação das Emissões de GEE em escopos .......................................................... 8

4.4 Metodologia utilizada para captura das informações ................................................. 9

4.5 Plano de Ação para a realização do inventario de GEE ............................................. 13

5. Resultados ...................................................................................................................... 13

5.1 Escopo 1 – Emissões diretas ..................................................................................... 13

5.2 Escopo 2 - Energia ................................................................................................... 16

5.3 Escopo 3 – Emissões indiretas .................................................................................. 17

5.4 Contabilização Geral dos limites operacionais ...................................................... 18

5.5 Indicadores per capta ............................................................................................ 18

6. Considerações Finais ....................................................................................................... 19

6.1 Plano de redução de GEE e diretrizes de sustentabilidade........................................ 20

7. Compensação.................................................................................................................. 21

8. Equipe ............................................................................................................................. 21

9. Referências Bibliográficas ................................................................................................ 22

Inventário das Emissões de Gases de Efeito Estufa e relatório de sustentabilidade CASA AMARELA -2012 1/22

Lista de Figuras

Figura 1. Área externa ................................................................................................................. 4

Figura 2. Sala de aula .................................................................................................................. 4

Figura 3. Área externa ................................................................................................................. 5

Figura 4. Representação ilustrativa dos aores de emissão ........................................................... 7

Figura 5. Definição dos limites organizacionais e operacionais da escola Casa Amarela. .............. 7

Figura 6. Visão Geral dos Escopos e Emissões. ............................................................................. 9

Figura 7. Metodologia de Aplicação dos questionários .............................................................. 10

Lista de Gráficos

Gráfico 1. Tipo de combustível (%) da frota de transporte de pais e alunos utilizada ................. 14

Gráfico 2. Motorização utilizada pelos veículos (%) para transporte dos pais e alunos ............... 14

Gráfico 3. Tipo de veículo utilizado para transporte (%) dos professores e funcionários até a

escola ....................................................................................................................................... 15

Gráfico 4. Tipo de combustível (%) utilizado para transporte à escola. ...................................... 16

Lista de Tabelas

Tabela 1. Gases de Efeito Estufa e GWP Associados .................................................................... 6

Tabela 2. Fatores de emissão para veículos com motores a combustão ..................................... 12

Tabela 3. Emissões totais do transporte dos alunos ................................................................... 15

Tabela 6. Transporte dos professores e funcionários até a escola .............................................. 16

Tabela 7. Geração de energia elétrica ....................................................................................... 16

Tabela 8. Geração de resíduos orgânicos ................................................................................... 17

Tabela 9. Geração de rejeitos .................................................................................................... 17

Tabela 10. Emissão total dos 3 escopos. .................................................................................... 18


1. Introdução

A elaboração de inventários é o primeiro passo para que uma instituição, empresa ou evento

possam contribuir para o combate às mudanças climáticas, fenômeno crítico que aflige a

humanidade neste início do século XXI. Conhecendo o perfil das emissões, a partir do

diagnóstico garantido pelo inventário, qualquer organização pode dar o passo seguinte: o de

estabelecer estratégias, planos e metas para redução e gestão das emissões de gases de efeito

estufa, engajando-se na solução desse enorme desafio para a sustentabilidade global.

As principais fontes antropogênicas dos gases de efeito estufa são as atividades industriais, a

produção e a utilização de energia e o desflorestamento associado à queimadas. Os diferentes

tipos de gases estão relacionados a fontes específicas de emissão, com uma grande variedade e

extensão geográfica.

Grandes eventos como congressos, feiras e seminários são causadores de impactos ambientais.

A elevada quantidade de pessoas demanda transporte, energia, água, estruturas de grande

porte e conseqüentemente a geração de resíduos, consumo de matéria-prima e energia, que

são traduzidos em emissão de gases de efeito estufa (GEE)1. Dentre os principais gases,

encontram-se o dióxido de carbono (CO2); o metano (CH4); o óxido nitroso (N2O); HFCs – hidro-

fluor-carbonos, PCFs – perfluor-carbonos e SF6 – hexafluoreto de enxofre.

No Estado de Santa Catarina, a Lei 14.8292 que instituiu a Política Estadual sobre Mudanças

Climáticas e Desenvolvimento Sustentável foi sancionada em 11 de agosto de 2009. O objetivo

da lei é o de promover a redução da emissão de GEEs e a remoção dos mesmos por sumidouros,

além de prevenir, mitigar os efeitos e adaptar o Estado às mudanças climáticas. No mesmo ano,

em 29 de dezembro de 2009, foi sancionada a Lei 12.1873 que decretou a Politica Nacional de

Mudanças Climáticas, com o objetivo de reduzir as emissões nacionais em 36,1% a 38,9% aos

níveis de 2010.

O presente relatório visa assegurar que as informações relatadas atendam aos objetivos do

Programa Brasileiro GHG Protocol, iniciado em maio de 2008 e desenvolvido pelo World

Resources Institute (WRI) em associação com o World Business Council for Sustainable

Development (WBCSD).

1 Gases de Efeito Estufa (GEE´s) são aqueles listados no Anexo A do Protocolo de Kyoto, com suas fontes e setores emissores responsáveis. Os gases são: Dióxido de carbono (CO2), Metano (CH4), Óxido Nitroso (N2O), Hidrofluorcarbonos (HFCs), Perfluorcarbonos (PFCs) e Hexafluoreto de Enxofre (HF6S). Fonte: United Nations Framework Convention on Climate Change (UNFCCC). Disponível em: http://unfccc.int/ghg_data/ghg_data_unfccc/items/4146.php. 2 www2.fiescnet.com.br/web/recursos/VUVSR01UZzNOZz09 3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l12187.htm

http://unfccc.int/ghg_data/ghg_data_unfccc/items/4146.php

../../../CRC-SC/www2.fiescnet.com.br/web/recursos/VUVSR01UZzNOZz09

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l12187.htm


2. Objetivos

O objetivo do presente relatório de inventário de gases de efeito estufa é o de quantificar e as

emissões diretas e indiretas dentro dos limites organizacionais e operacionais definidos para a

escola CASA AMARELA. Desta forma, será possível cumprir o papel sócio-ambiental no que diz

respeito ao controle das mudanças climáticas e seu grau de impacto sobre o meio ambiente.

3. Casa Amarela

A Casa Amarela é uma escola infantil que utiliza a Pedagogia Waldorf como metodologia de

ensino. Nesse sentido, tem como ponto de partida o conhecimento da criança e de seu

desenvolvimento em diversos aspectos. Enfoca o ser humano como ente físico, anímico e

espiritual. Embasada na concepção de ser humano e mundo, desenvolvida pelo filósofo

austríaco Rudolf Steiner (1861-1925), essa pedagogia tem como objetivo o cultivo das

potencialidades individuais. Leva em consideração a diversidade cultural e se compromete com

princípios éticos humanos amplos e gerais.

A Pedagogia Waldorf valoriza os seguintes aspectos:

• Integração social e cooperação

• Integração de escola e família

• Infância saudável

• Alegria e responsabilidade nos processos de aprendizagem

• Excelência intelectual, imaginação, criatividade, cultivo da memória, habilidades em resolução

de problemas

• Arte e movimento como meios de exercitar capacidades e como

elementos que permeiam todo o processo de aprendizagem

• Currículo que propicia um desenvolvimento adequado a cada faixa

etária nos âmbitos físico, emocional e cognitivo.

• Professores em permanente processo de autoeducação: além da formação acadêmica os

professores passam por uma formação específica em Pedagogia Waldorf.

-

, a criatividade, al -

.


A escola CASA AMARELA possui espaço amplo para o desenvolvimento das atividades

educacionais. A seguir seguem algumas imagens da estrutura física da escola.

Figura 1. Área externa

Figura 2. Sala de aula

3.1 Estrutura da escola CASA AMARELA


Figura 3. Área externa

4. Metodologia de Aplicação do Inventário de GEE

A metodologia utilizada no presente inventário tem como referencia pesquisas realizadas e

metodologias elaboradas por especialistas no âmbito internacional, e através de análise in locuo

da equipe da ECONSCIENTE, de modo a captar as emissões provenientes dos processos de

operação da CASA AMARELA. Com isso, serão descritas a forma de captação e medição dos

gases de efeito estufa gerados na escola através da metodologia GHG PROTOCOL BRASIL,

método internacional adaptado e contextualizado às condições nacionais, além de ser

compatível com a norma da International Organization for Standardization (ISO) 14.064, e as

metodologias de quantificação do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC).

O inventário de gases de efeito estufa é referente aos 2 semestres letivos do ano de 2012, que

contabilizam 36 semanas de operação (9 meses), que estão relacionados ao processo de

funcionamento da escola CASA AMARELA.

No âmbito de projetos de inventário de emissões de gases de efeito estufa (GEE), todas as

emissões diretas e indiretas são contabilizadas em dióxido de carbono equivalente (CO2eq)4,

4 O Dióxido de Carbono Equivalente (CO2eq) é uma medida de como uma determinada quantidade de GEE contribui para o fenômeno do aquecimento global numa comparação com a mesma quantidade de dióxido de carbono (cujo potencial pré-definido é 1 (um), gerando a figura de toneladas de CO2 equivalente. Os potenciais de Aquecimento Global foram definidos pela Resolução 2/CP.3 da UNFCCC e

4.1 Gases de emissões contabilizados


unidade utilizada para comparar os gases de efeito estufa, baseada no GWP (Global Warming

Potential), o que significa: o seu potencial de aquecimento global de acordo com os gases

emitidos.

Para efeito de elaboração do presente inventário, mediante a utilização exclusiva da

metodologia proposta pelo GHG PROTOCOL BRASIL, foram contabilizados somente os seguintes

gases com potencial de Efeito Estufa: Dióxido de Carbono (CO2), Metano (CH4) e Óxido Nitroso

(N2O). A tabela 1 evidencia os seguintes gases e seus respectivos GWP’s.

Tabela 1. Gases de Efeito Estufa e GWP Associados

Gases de Efeito Estufa GWP

CO2 1 CH4 21 N2O 310

Fonte: GHG PROTOCOL BRASIL

As operações das instituições, empresas e eventos variam nas suas estruturas legais e

organizacionais e incluem: operações de propriedade integral, joint ventures incorporadas e não

incorporadas, subsidiárias e outras. Para efeito de contabilidade de GEE’s, os limites

organizacionais são tratados de acordo com as regras estabelecidas, que dependem da estrutura

da empresa ou evento e do relacionamento com todas as partes envolvidas.

Ao estabelecer os limites organizacionais e operacionais da escola CASA AMARELA ficou

definida a abordagem Botton up, Metodologia de inventário de emissões de CO2 definida pelo

IPCC ( Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas),

que calcula as emissões de CO2 de combustíveis através da oferta primária e secundária de

combustíveis.

O inventário de GEE envolve a identificação das emissões associadas com as operações da

instituição, classificando-as como emissões diretas ou indiretas e identificando o escopo em que

cada operação se enquadra para contabilização e elaboração do relatório de inventário de

emissões de GEE.

Os limites operacionais, organizacionais e fontes de emissão de gases de efeito estufa da escola

CASA AMARELA considerados foram os seguintes:

1. Geração de resíduos

2. Energia

constam no protocolo de Kyoto – Artigo 5, Parágrafo 3-‘’ Os potenciais de Aquecimento Global (Global Warming Potencial-GWP) utilizados para calcular a equivalência em dióxido de carbono das emissões antropogênicas por fontes e das remoções antropogênicas por sumidouros dos gases de efeito estufa listados no Anexo A foram estabelecidos pelo Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima e acordados pela Conferencia das Partes em sua terceira sessão.

4.2 Limites Organizacionais e Operacionais do Inventario de GEE


3. Material gráfico

4. Transporte operacional (todos os profissionais envolvidos no funcionamento da escola)

5. Transporte dos alunos até a escola

Figura 4. Representação ilustrativa dos aores de emissão

Figura 5. Definição dos limites organizacionais e operacionais da escola Casa Amarela.


A classificação de uma emissão direta ou indireta depende da abordagem de consolidação da

estrutura organizacional e seus limites operacionais. Este processo ajuda a delinear as fontes de

emissão direta e indireta, melhorando a transparência e é útil para os diferentes tipos de

organizações e diferentes tipos de políticas relacionadas à mudança do clima.

São definidos três ‘’escopos’’ (Escopo 1, Escopo 2 e Escopo 3), para fins de contabilização e

elaboração do inventário de GEE.

Os Escopos 1 e 2 são aqui cuidadosamente definidos, para assegurar que não haja o registro de

dupla contagem de emissões sob o mesmo escopo. Isso permite que os escopos sejam

compatíveis para utilização nos programas em que o registro duplo tem importância. O escopo 3

é opcional e será contabilizado no presente relatório.

4.3.1 Escopo 1: Emissões diretas de GEE

Emissões diretas de gases de efeito estufa são as provenientes de fontes que pertencem ou são

controladas pela organização operacional da CASA AMARELA. De acordo com a metodologia

GHG PROTOCOL BRASIL as emissões de escopo 1 consideradas neste relatório foram: transporte

individual ou coletivo utilizado pelos pais e alunos; transporte utilizado pelos professores e

funcionários da escola.

O Escopo 2 contabiliza as emissões de GEE provenientes da aquisição de energia elétrica que é

consumida pela escola. A energia adquirida é definida como sendo aquela que é comprada ou

então trazida para dentro dos limites organizacionais da instituição. Na Casa Amarela a energia

utilizada internamente foi proveniente da ‘’Centrais Elétricas de Santa Catarina S.A. – Celesc’’.

Assim, as emissões são consideradas indiretas, pois ocorrem fora do local da instituição.

4.3.3 Escopo 3: Outras emissões indiretas de GEE

O escopo 3 é uma categoria de relato opcional, que permite a consideração de todas as outras

emissões indiretas. As emissões do Escopo 3 são uma consequência das atividades da

instituição, mas ocorrem em fontes que não pertencem ou não são controladas pela mesma. Os

limites operacionais definidos como escopo 3 neste relatório foram: uso de material gráfico e

geração de resíduos sólidos e geração de rejeitos ( material sem condições de ser

aproveitado).

4.3 Classificação das Emissões de GEE em escopos

4.3.2 Escopo 2: Emissões indiretas de GEE (energia)


Figura 6. Visão Geral dos Escopos e Emissões.

Fonte: Estratégias coorporativas de Baixo Carbono adaptado do GHG PROTOCOL BRASIL

A metodologia estatística utilizada para o cálculo do tamanho da amostra com relação a

captação dos dados foi realizada por meio da técnica de amostragem aleatória simples dos

dados amostrais, pelo qual, qualquer subconjunto da população (alunos da escola) tem a

mesma probabilidade de fazer parte da amostra, procurando assegurar-se de que o tamanho

da amostra seja representativo do universo dos usuários, de forma a não distorcer o resultado.

Assim, foi utilizado um erro amostral tolerável de 8% da população. Desta forma, para uma

população de 48 participantes (40 alunos e 8 funcionários), portanto, foram selecionados para

responderem aos questionários de transporte 37 indivíduos.

Fórmula para o Tamanho mínimo da Amostra

Sejam: N Tamanho ( número de elementos) da população;

Tamanho ( número de elementos) da amostra;

Uma primeira aproximação para o número da amostra e

Erro amostral tolerável

Primeiramente, para calcular o tamanho da amostra, com um erro amostral de 8% e 95% de

probabilidade, é necessário seguir os seguintes procedimentos.

4.4 Metodologia utilizada para captura das informações


Determinação do coeficiente de probabilidade de acordo com o erro amostral:

Logo:

Utiliza-se a formula seguinte para calcular o número de elementos necessários para

responderem aos questionários:

Sendo assim, de acordo com a metodologia estatística, para um erro amostral de 8% e

probabilidade de 95%, para uma população de aproximadamente 48 participantes, foram

coletados 37 questionários representando todos os participantes da pesquisa.

Figura 7. Metodologia de Aplicação dos questionários


Os questionários foram aplicados pela equipe treinada da Econsciente Inteligência em

Sustentabilidade que realizou o levantamento da pesquisa estatística e sua aplicação técnica e

científica, coletando, analisando e interpretando os dados relacionados aos objetivos da

pesquisa. Foram coletadas variáveis quantitativas, para mensurar o universo amostral do meio

de transporte utilizado pelos funcionários, pais e alunos e qualitativas, para mensurar o tipo de

combustível utilizado, qualidade do resíduo gerado e tipo de material utilizado para as aulas.

Para calcular as emissões por ano de cada perfil foi utilizado a seguinte equação:

Onde: Ec – emissões de carbono

kgkm – emissão de carbono equivalente por quilômetro

km – quilometragem do bairro até a escola Casa Amarela

T = 2 (ida e volta)

S = 5 (semana de 5 dias úteis)

Ss = 18 (semestre letivo com 18 semanas conforme calendário escolar)

A = 2 (dois semestres por ano)

Como guia referencial de estimativa de emissões por quilômetro rodado, utilizou-se a

tabela desenvolvida pelo Ministério de Energia e Mudanças Climáticas (DECC) e pelo Ministério

de Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais (Defra), do governo da Inglaterra, na sua

versão 1,2, atualizada em 19/08/2011, anexos de 1 a 13.

Esta tabela traz uma separação entre emissões diretas, provenientes da própria queima do

combustível, e de emissões indiretas, provenientes da queima de combustível para o transporte

do mesmo nos locais de revenda.


Tabela 2. Fatores de emissão para veículos com motores a combustão

Veículos Motorização:

kg CO2e por km

Total Global Total Direto Total Indireto

Carros a gasolina

Pequeno - Até 1,4L 0,20149 0,17112 0,03037

Médio - de 1,5L a 2,0L 0,24978 0,21209 0,03769

Grande - Acima de 2,0L 0,35228 0,29907 0,05321

Carros a diesel

Pequeno - Até 1,4L 0,17252 0,14503 0,02749

Médio - de 1,5L a 2,0L 0,21534 0,18095 0,03439

Grande - Acima de 2,0L 0,28964 0,24329 0,04635

Carros flex fuel

Pequeno - Até 1,4L 0,10001 0,07252 0,02749

Médio - de 1,5L a 2,0L 0,12487 0,09048 0,03439

Grande - Acima de 2,0L 0,168 0,12165 0,04635

Motocicletas

Pequeno - Até 125cc 0,10297 0,08779 0,01518

Médio - de 125cc a 500cc 0,12491 0,10649 0,01842

Grande - Acima de 500cc 0,16443 0,13992 0,02451

Ônibus urbanos Padrão Londres 0,10275 0,0863 0,01645

Ministério de Energia e Mudanças Climáticas (DECC) e pelo Ministério de Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos

Rurais (Defra), do governo da Inglaterra.

Para os carros Flex, inovação tecnológica de adaptação de dois combustíveis no mesmo

veículo muito utilizada no Brasil, foi feita uma adaptação. A queima do alcool é neutra, pois o

plantio da cana sequestra o carbono emitido com a combustão. Contudo, a entressafra do álcool

e seu natural aumento de preços levam os consumidores a optarem pelo uso da gasolina. Desta

forma, considerar-se-á metade do uso com cada tipo de combustível – 50% de gasolina e 50% de

álcool. Multiplicando esse fator de neutralidade pelas emissões advindas de um carro a gasolina

de mesma motorização chegamos ao resultado expresso na tabela acima.

Para calcular as emissões de ônibus urbanos, como não há estimativas nacionais de

quantidade de pessoas transitando no veículo nem consumo de combustível, foi utilizada

metodologia estrangeira. Em decorrência dessa ausência de informação, a base de cálculo será

aquela fornecida pelo DECC, definido como “Local bus”:

Para definir as distâncias percorridas pelos entrevistados, pedia-se para que o

entrevistado escrevesse a quantidade de kilometros de suas casas até a escola.


O plano de ação proposto pela Econsciente Inteligência em Sustentabilidade foi dividido em 7

(sete) etapas:

I. Captura dos dados e informações preliminares.

II. Definição dos limites operacionais e organizacionais.

III. Definição do universo amostral.

IV. Realização dos questionários e captação de informações.

V. Tabulação e interpretação das informações capturadas.

VI. Produção do inventário de emissões de GEE’s decorrentes da instituição.

VII. Compensação das respectivas emissões de GEE, expressas em Dióxido de Carbono

equivalente (CO2 eq)

5. Resultados

O Inventário foi organizado segundo a estrutura sugerida pelo IPCC, cobrindo as emissões dos

seguintes setores: Escopo 1- Emissões diretas proveniente do transporte de pais e alunos e do

transporte dos funcionários como meio de locomoção de suas casas até a escola CASA

AMARELA. Escopo 2 - geração de energia elétrica. Escopo 3 - emissões indiretas provenientes da

geração de resíduos e geração de material orgânico.

5.1 Escopo 1 – Emissões diretas

A Casa Amarela está localizada no município de Florianópolis em Santa Catarina. As emissões

relacionadas ao transporte dos funcionários, pais e alunos de seus bairros de origem até a

escola CASA AMARELA foram contabilizadas de acordo com as especificações adotadas no

capítulo anterior, conforme o Escopo 1 do trabalho, e consideradas como emissões diretas.

As emissões provenientes do transporte dos alunos até a escola CASA AMARELA para o ano

letivo de 2012 correspondem a 14,61 toneladas de CO2 equivalente. As tabelas a seguir

evidenciam o combustível utilizado pelos pais dos alunos e a motorização de seus veículos. De

acordo com a pesquisa, todo o transporte utilizado para levar os estudantes foi através de

carros. Esporadicamente alguns alunos iam ou voltavam a pé ou de bicicleta.

4.5 Plano de Ação para a realização do inventario de GEE

5.1.1 Transporte dos Pais, Mães e Alunos.


Gráfico 1. Tipo de combustível (%) da frota de transporte de pais e alunos utilizada

Fonte: Dados primários

De acordo com o Gráfico 1 o combustível mais utilizado foi a gasolina, correspondendo a 94 %,

seguido de diesel, álcool e gás que representam respectivamente 3%. Já para a motorização dos

veículos, a maior parte utiliza carros com potencia 1.0, sendo menos poluentes com relação as

emissões dos gases de efeito estufa, correspondendo a 36% dos veículos.

Gráfico 2. Motorização utilizada pelos veículos (%) para transporte dos pais e alunos

Fonte: dados primários

3%

3%

94%

alcool e gas

diesel

gasolina

36%

3% 3%

29%

13%

10% 6%

1.0

1.3

1.4

1.6

1.8

2.0

acima de 2.0


Tabela 3. Emissões totais do transporte dos alunos

Motorização dos veículos Porcentagem Emissões (em kg Co2 e)

1.0 35% 550,21

1.3 3% 49,53

1.4 3% 97,08

1.6 29% 447,02

1.8 13% 181,76

2.0 10% 159,65

Acima de 2.0 6% 138,56

Total geral por mês 100% 1.623,82

Total geral no ano ( 36 semanas) 14.614,41


Os professores e funcionários da escola CASA AMARELA possuem boa consciência com relação as

emissões de poluentes relacionados ao transporte.50% deles utilizam fontes alternativas para se

deslocarem à escola, através da utilização de bicicletas ou deslocamento a pé. Sendo assim, suas

emissões para se deslocarem ao trabalho foram bastante baixas em comparação aos pais e alunos.

Ainda, podemos evidenciar que o combustível menos utilizado foi a gasolina, correspondendo a apenas

17% e o mais utilizado foram as calorias humanas, com 50% de utilização.

Gráfico 3. Tipo de veículo utilizado para transporte (%) dos professores e funcionários até a escola

Fonte: Dados primários

33%

17%

33%

17%

a pé

bicicleta

Onibus

Carro

5.1.2 Transporte funcionários


Gráfico 4. Tipo de combustível (%) utilizado para transporte à escola.


Tabela 4. Transporte dos professores e funcionários até a escola

Tipo de veículo Porcentagem Emissões (em kg co2e)

a pé 33% zero de emissões

Bicicleta 17% zero de emissões

Ônibus 33% 167,22

Carro 17% 131,75

Total geral 100% 298,97

Total geral no ano (36 semanas) 2.690,74


A CASA AMARELA utiliza a energia distribuída pela CELESC – Centrais Elétricas de Estado de

Santa Catarina. A contabilização foi feita em kW/h. A CASSA AMARELA consome mensalmente o

valor aproximado de R$100,00. Convertidos para kWh são consumidos mensalmente 305 kWh.

Consumidos em 36 semanas, foram contabilizados 2.742,19 kWh/ano letivo e os valores

consumidos de emissão de CO2 foram correspondentes a 194 kg CO2 equivalente.

Tabela 5. Geração de energia elétrica

Energia elétrica

Item Consumo (kWh) Observações Fator de emissão (ton CO2 eq/kWh)

Emissão (ton Co2 e)

Consumo energético

2.742,19 CELESC (9 meses)

MCT* GHG PROTOCOL**

0,194

TOTAL 0,194 toneladas de CO2 eq.

*Fonte: Relógio de energia / Ministério de Ciência e Tecnologia, ** Grennhouse Gas Protocol.

50%

33%

17%

Calorias

diesel

gasolina

5.2 Escopo 2 - Energia


Tabela 6. Geração de resíduos orgânicos

Resíduo orgânico (em kg)*

Quantidade por dia 5

Quantidade por mês 100

Quantidade anual 900

Emissões 1.296,45

Emissões estimadas** 648,225 KG de CO2 e * 1 balde de 15 litros dispensados diariamente. ** Os resíduos orgânicos são dispensados em terreno baldio para alimentar os

animais, mas consideramos um reaproveitamento de 50% do produto e 50% de decomposição.

Tabela 7. Geração de rejeitos

Rejeitos (em kg)*

Quantidade por dia 1,5

Quantidade por mês 30

quantidade anual 270

Emissões 388,935 kg CO2e * 7 saquinhos de supermercado dispensados diariamente

5.3.1 Coleta seletiva de resíduos e destinação

A coleta seletiva e a reciclagem de resíduos são uma solução desejável, pois permitem a redução

do volume considerado de rejeito em sua disposição final. O rejeito entra no cálculo de GEE

como emissor de Metano (CH4).

A CASA AMARELA dispõe de coletores de resíduos com separação para os diferentes tipos:

reciclado, orgânico e rejeito. Os resíduos reciclados são encaminhados à coleta seletiva, o

material orgânico é disposto em terreno ao lado para alimentação dos animais que ali residem.

Já o rejeito é enviado para o sistema de coleta de lixo da rua, realizado pela COMCAP.

Desta forma, foi identificado que a coleta seletiva ocorre, e a destinação dos resíduos é

considerada adequada. Todos resíduos gerados são enviados para suas destinações corretas.

A escola Casa Amarela possui um volume muito pequeno de geração de material gráfico e por

isso as emissões com relação a este quesito não foram consideradas por não serem relevância

quanto a emissão de gases de efeito estufa.

5.3 Escopo 3 – Emissões indiretas

5.3.2 Material Gráfico


Após o emprego da metodologia citada pelo trabalho da equipe Econsciente Inteligência em

Sustentabilidade, para a análise das fontes de emissão de GEE chegou-se à contabilização final

de 18,53 toneladas de CO2 equivalente emitidas pelos Escopos 01, 02 e 03 dos limites

operacionais e organizacionais da escola CASA AMARELA.

Tabela 8. Emissão total dos 3 escopos.

Limite Operacional Emissão (ton Co2 eq)

ESCOPO 01 17,3 ESCOPO 02 0,19 ESCOPO 03 1,04 Emissão total 18,53 toneladas de CO2 eq. Fonte: Econsciente Inteligência em Sustentabilidade

Consumo de energia elétrica por aluno por ano letivo: 68,55 kWh de energia ou 4,75 KG deCO2e

Geração de resíduos orgânicos por aluno por ano letivo: 22,5 kg ou 16,21 Kg CO2e

Geração de rejeitos por aluno por ano letivo: 6,75 kg ou 9,72 kg CO2 e

Emissão Total de CO2e por aluno por ano letivo: 0,46 toneladas de CO2 equivalente

5.4 Contabilização Geral dos limites operacionais

5.5 Indicadores per capta


6. Considerações Finais

O presente documento determina e apresenta as emissões de GEE decorrentes da operação de

funcionamento da escola CASA AMARELA. Com base nas informações recebidas e nos dados

recolhidos através da pesquisa amostral, foi possível estimar com precisão o total de gases de

efeito estufa gerados no ano correspondente.

O inventário e compensação das emissões de gases de efeito estufa potencialmente emitidos

demonstra a iniciativa e preocupação dos gestores da escola com o meio ambiente, estimulando

a consciência ambiental e adoção de práticas sustentáveis que formidavelmente, merece o

reconhecimento da sociedade e do público em geral.

A reflexão sobre as práticas sociais, em um contexto marcado pela degradação permanente do

meio ambiente e do seu ecossistema, cria uma necessária articulação com a produção de

sentidos sobre a educação ambiental. A dimensão ambiental configura-se crescentemente

como uma questão que diz respeito a um conjunto de atores do universo educativo,

potencializando o envolvimento dos diversos sistemas de conhecimento, a capacitação de

profissionais e a comunidade numa perspectiva interdisciplinar.

Essas atitudes, quando bem aplicadas, proporcionam o gerenciamento ambiental que permite a

redução de custos por meio da diminuição do desperdício de matérias-primas e de recursos

como água e energia, economizando com a melhor utilização dos recursos e elevando o nível de

bem estar dos indivíduos.

Entre os resultados advindos do inventário de GEE estão a divulgação da escola como

ambientalmente responsável, conscientiza o publico quanto aos impactos ambientais e à

redução das emissões de gases de efeito estufa de anos futuros.

A gravidade da crise climática exige esforços adicionais e permanentes, alianças ampliadas e

responsabilidades compartilhadas para que com o decorrer do tempo as emissões possam ser

reduzidas e compensadas proporcionando a neutralidade da instituição para com o meio

ambiente.


A. O transporte dos alunos até a escola é o principal fator que eleva as emissões da

operação e funcionamento da escola casa amarela, sendo assim é a atividade que pode

modificar expressivamente as emissões se algumas ações forem tomadas. Sabemos que

a opção de transporte por bicicleta é critico pelo perigo que oferece na cidade, mas é

uma opção. O transporte público, infelizmente, também apresenta dificuldades de

horários e qualidade, mas é outra opção. Fica então, como melhor alternativa, o

estímulo ao compartilhamento do transporte, a carona entre os pais.

B. Com relação ao consumo de energia, é sugerido um projeto de eficiência energética,

troca de lâmpadas (led), verificar se a fiação está adequada e se possível, instalar um

aero-gerador, uma vez que se trata de uma região com boa incidência de ventos.

(energia renovável/limpa)

C. Com relação aos resíduos gerados a compostagem destes ajuda na diminuição das

emissões de metano, ótima iniciativa, e a separação dos resíduos já diminui em muito a

quantidade de rejeito gerado, também minimizando o gás Metano a ser considerado

para efeito de cálculo do Gases de efeito estufa.

D. A indicação principal, se a iniciativa de realizar inventários de gases de efeito estufa

anualmente se manter, como indicador de sustentabilidade com metas de redução, é

que se defina procedimentos para levantar as informações necessárias com maior

precisão.

E. Todavia, a compensação é sempre bem vinda, não somente para quitar emissões da

atividade com relação aos gases de efeito estufa, mas como forma de educação

ambiental com de pais e alunos. É muito importante preparar as novas gerações, os seus

desafios para sustentabilidade serão muito maiores do que os nossos.

6.1 Plano de redução de GEE e diretrizes de sustentabilidade


7. Compensação

8. Equipe

Equipe técnica:

Alex Eckschmidt

Engenheiro Agrônomo, Msc.

Eduardo Beskow

Economista

Equipe Operacional:

Twiany Dubois

Assistente de Operações


9. Referências Bibliográficas

ALVARES JR., Olimpio de Melo e Linke, RENATO Ricardo Antonio. Metodologia simplificada de

cálculo das emissões de gases de efeito estufa de frotas de veículos no Brasil. 2006. ANP –

Agência Nacional do Petróleo. Disponível em: http://www.anp.gov.br/. Acesso em outubro

2011.

BARBETTA, Pedro Alberto. Estatística Aplicada às ciências sociais. 7ed-Florianópolis: Ed da UFSC,

2007.

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do Clima. Disponível em: www.mct.gov.br/clima/. Acesso outubro de 2011.

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necessitam do fator médio de emissão do Sistema Interligado Nacional do Brasil. Disponível em:

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inventário das emissões gases de efeito...

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