introdução à segurança do trabalho e nr’s de 1 a 9

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Aula Introdução à segurança do trabalho e NR’s de 1 a 9 Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula, vocês serão capazes de: reconhecer conceitos importantes das origens relacionadas à segurança do trabalho; identificar as primeiras normas trabalhistas relacionada à prevenção de acidentes e doenças do trabalho; construir uma base sólida para o estudo de conceitos legal e legislação. Em nosso país, todos os anos, trabalhadores se acidentam, morrem ou sofrem alguma incapacitação permanente no trabalho. Apesar das estatísticas alarmantes, esse fato permanece longe do conhecimento da sociedade brasileira. No Brasil se tem um custo de 51 bilhões de reais por ano com despesas relacionadas aos acidentes de trabalho. Você aluno(a) é um privilegiado em estar passando por aprendizados relacionados à segurança do trabalho, onde poderá se tornar um agente de transformação. A partir de agora, você está entrando para um grupo de prevencionistas, daqueles que acreditam que é possível existir desenvolvimento juntamente com bem-estar físico e social. A nossa primeira aula desta disciplina trata das origens e necessidade de realizar ações preventivas em relação à doenças e acidentes relacionados ao trabalho, também explana as primeiras normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho. Bons estudos! 107

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1ºAula

Introdução à segurança do trabalho e NR’s de 1 a 9

Objetivos de aprendizagem

Ao término desta aula, vocês serão capazes de:

• reconhecer conceitos importantes das origens relacionadas à segurança do trabalho;• identificar as primeiras normas trabalhistas relacionada à prevenção de acidentes e doenças do trabalho;• construir uma base sólida para o estudo de conceitos legal e legislação.

Em nosso país, todos os anos, trabalhadores se acidentam, morrem ou sofrem alguma incapacitação permanente no trabalho. Apesar das estatísticas alarmantes, esse fato permanece longe do conhecimento da sociedade brasileira. No Brasil se tem um custo de 51 bilhões de reais por ano com despesas relacionadas aos acidentes de trabalho. Você aluno(a) é um privilegiado em estar passando por aprendizados relacionados à segurança do trabalho, onde poderá se tornar um agente de transformação. A partir de agora, você está entrando para um grupo de prevencionistas, daqueles que acreditam que é possível existir desenvolvimento juntamente com bem-estar físico e social. A nossa primeira aula desta disciplina trata das origens e necessidade de realizar ações preventivas em relação à doenças e acidentes relacionados ao trabalho, também explana as primeiras normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho.

Bons estudos!

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Ergonomia e Segurança do Trabalho 6

Seções de estudo

1. Homem e o trabalho

1 - Homem e o trabalhoO trabalho sempre fez parte da vida dos seres humanos.

Foi através dele que as civilizações conseguiram se desenvolver e alcançar o nível atual. O trabalho gera conhecimentos, riquezas materiais, satisfação pessoal e desenvolvimento econômico. Por isso, ele é e sempre foi muito valorizado em todas as sociedades. Ao longo da história, o homem esteve constantemente exposto a riscos, mas a partir da Revolução Industrial, com a invenção das máquinas a vapor, esses riscos ampliaram-se. O surgimento das máquinas em substituição ao trabalho artesanal multiplicou a produtividade no trabalho. Iniciava-se então a produção em larga escala, através do uso das novas tecnologias. As fábricas da época eram instaladas em locais improvisados, com péssimas condições de trabalho e exploração de trabalhadores (o que incluía também mulheres e crianças) em jornadas diárias de até 16 horas. O resultado disso foi um grande número de acidentes de trabalho, doenças relacionadas e muitos trabalhadores mortos ou mutilados. A partir dessa situação dramática é que se originaram as primeiras leis e estudos relacionados à proteção, à saúde e à integridade física dos trabalhadores. Disponível em: https://www.suapesquisa.com/o_que_e/trabalho.htm. Acesso em: 02/01/2019.

Todo o processo de evolução tecnológica (que passamos até hoje) nos trouxe muitos benefícios, conforto e desenvolvimento, porém, novos riscos acompanharam esse processo. Nas várias atividades humanas destinadas à produção e serviços estão presentes vários fatores que podem ser nocivos à segurança individual e coletiva. Empresas modernas com visão de futuro zelam por medidas que efetivamente protejam a saúde do trabalhador, pois, além de proporcionar desenvolvimento, satisfação e evolução, tais medidas reduzem os passivos judiciais e administrativos decorrentes de doenças e/ou acidentes ocupacionais, o que hoje é um desafio para a economia interna das empresas. Apesar disso, ainda existem empresas que relacionam os serviços de segurança do trabalho, saúde e meio ambiente como um “custo desnecessário”. Felizmente, empresas modernas e rentáveis reconhecem que investir em profissionais dessas áreas e na criação de uma cultura prevencionista, proporcionando condições adequadas e valorizando suas ações, resulta em redução de custos e maior qualidade em produtos, tempo e serviços, o que gerará também uma melhoria nos padrões de qualidade de trabalho e de vida, proporcionando bons resultados de produtividade. Fazendo com que a prevenção de acidentes se torne um pilar estratégico para as organizações e que nada justifica um fracasso na segurança das pessoas e instalações. Disponível em: redeetec.mec.gov.br/...saude_seguranca/...seguranca/...trabalho/151012_seg_trab_i.pd. Acesso em: 02/01/2019.

Para transformar empresas comuns em empresas modernas e comprometidas com o país, com a comunidade

e com os seus colaboradores, é preciso desenvolver não só ações de monitoramento do ambiente do trabalho, onde os conhecimentos técnicos em diversas condições relacionadas aos trabalhadores e ao ambiente são necessários, mas também nas situações comportamentais e educacionais relacionadas. A partir de agora, convidamos você a participar deste seleto grupo de pessoas que acreditam que o desenvolvimento econômico pode estar diretamente ligado à qualidade de vida no trabalho. Iniciamos então uma caminhada, onde pretendemos transformá-lo em mais um prevencionista!

1.1 - Histórico da segurança e saúdeAo longo da história, percebe-se que o homem sempre

demonstrou alguma preocupação com a saúde e a segurança dos trabalhadores. Acidentes e doenças com graves consequências para a integridade física e para a saúde dos trabalhadores foram surgindo, assim como o interesse em estudá-los; não só para entender as origens e os motivos de suas ocorrências, mas também para evitar sua repetição e garantir melhorias das condições de vida. (Disponível em: redeetec.mec.gov.br/images/...saude_seguranca/...seguranca/.../151012_seg_trab_i.pd). Acesso em: 05/01/2019.

Na sequência, apresentaremos alguns fatos, adaptados da obra “Introdução à Higiene Ocupacional”, publicada no ano de 2004 pela FUNDACENTRO (Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho), com a inclusão de alguns eventos a qual se entende como conhecimento necessário, que fazem parte da história da segurança do trabalho:

• Anos 400 (a.C.) a 50, aproximadamente - Identificação de envenenamento por chumbo em mineiros e metalúrgicos, por Hipócrates, em seu clássico “Ares, Águas e Lugares”.

• Utilização de bexigas de animais como barreira para reter poeiras e fumos durante a respiração, por Plínio, o Velho, em seu tratado “De História Naturalis”.

• Na Inglaterra, no ano de 1775, Percival Lott promoveu a caracterização do câncer do escroto, doença diagnosticada entre os trabalhadores que tinham como tarefa limpar chaminés, cuja causa identificada foi a fuligem e a ausência de higiene. Esse evento resultou na criação do “Ato dos Limpadores de Chaminé de 1788”.

• Em 1934, com o Decreto Legislativo nº 24.637, é criada a Inspetoria de Higiene e Segurança do Trabalho, ampliando-se assim, o conceito de doença profissional. Tal decreto é considerado a segunda lei de acidentes do trabalho.

• Em 1938, nos Estados Unidos, foi fundada a ACGIH, na época chamada de National Conference Governmental Industrial Hygienists.

• Entre os anos de 1939 e 1945, durante a Segunda Guerra Mundial, foram desenvolvidos programas de higiene para manter a capacidade produtiva da indústria, até então com atenção voltada somente para a indústria bélica e operada por mulheres.

• Em 1943, a ACGIH publicou os “Primeiros Limites Máximos Permissíveis”, que em 1948, passaram a ser chamados de “Limites de Tolerância TLV®”

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7(Threshold Limit Value).

• Em 1943, no Brasil, com o Decreto-lei nº 5.452, de 1º de maio, entra em vigor a “Consolidação das Leis do Trabalho” (CLT), com capítulo referente à Higiene e Segurança do Trabalho.

• Em 1944 é incluída a CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) na Legislação Brasileira pelo Decreto nº 7036/44, conhecido como “Lei de Acidentes de Trabalho de 1944”.

• Em 1960, o Sistema Toyota de Produção (produção enxuta), conhecido como Toyotismo, é consolidado como filosofia de produção. Caracterizado por funcionar de maneira oposta ao Fordismo, tinha como princípios o mínimo de estoque e a produção do bem realizada de acordo com a demanda no tempo. A flexibilização deste modelo ficou conhecida como Just in Time, focado na produtividade e em evitar desperdícios, más também na saúde do trabalhador.

• Nos Estados Unidos, em 1970, é criada a OSHA (Occupational Safety and Health Administration) como agência integrante do Departamento do Trabalho e o NIOSH (National Institute for Occupational Safety and Health), como parte do Departamento de Saúde e Serviços Públicos. Coube a OSHA a responsabilidade do estabelecimento de padrões e ao NIOSH, realizar o desenvolvimento de pesquisas e fornecer recomendações de padrões à OSHA.

(Disponível em: <redeetec.mec.gov.br/...seguranca/tec_seguranca/...trabalho/151012_seg_trab_i.pdf>). Acesso em: 05/01/2019.

Durante a década de 1970, onde houve no país um alto número de obras de grande porte, como pontes, rodovias e hidrelétricas. Esse tipo de empreendimento, financiado pelo Governo, necessitava de muita mão de obra, também gerou muitos acidentes.

Após pressão internacional, foi editada pelo Ministério do Trabalho brasileiro a Portaria 3214/1978, que criou as Normas Regulamentadoras (NR), e entre elas a NR 04, que determina os padrões para instituição do SESMT. Com algumas alterações, a NR 04 ainda está em vigor. (Disponível em: https://areasst.com › Saúde e Segurança do Trabalho). Acesso em: 02/02/2019.

Imagem 1. Trabalhadores da construção civil, na obra de Brasília, década 70. Disponível em: www.google.com.br. Acesso em: 14 de fev de 2019.

1.2 - Conceitos legais e legislaçãoA definição é dada pela Lei nº 8.213, de 24 de julho de

1991 e pelo Decreto nº 2.172, de 05 de março de 1997, no Regulamento dos Benefícios de Previdência Social, entretanto, foi revogado pelo Decreto n° 3.048 de 06 de maio de 1999, o qual aprova o Regulamento da Previdência Social, e dá outras providências.

Acidente de trabalho é aquilo que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou redução da capacidade para o trabalho, permanente ou temporária.

Ou seja, para caracterizar acidente do trabalho, não se leva em consideração a grandeza da lesão ou perturbação funcional, quer seja uma pequena escoriação ou até mesmo uma lesão maior.

Consideram-se acidentes de trabalho as seguintes entidades mórbidas:

I - Doença profissional: produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho, peculiar à determinada atividade e constante da relação elaborada pela Previdência Social.

II - Doença do trabalho: adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e que com ele se relacione diretamente desde que constante na relação elaborada pela Previdência Social (ou de doença comprovadamente relacionada ao trabalho executado). (Disponível em: www.tst.jus.br/web/trabalhoseguro/o-que-e-acidente-de-trabalho). Acesso em:14/02/2019.

1º Não serão consideradas como doença do trabalho:a) a doença degenerativa;b) a inerente a grupo etário;c) a que não produz incapacidade laborativa;d) a doença endêmica adquirida por segurados habitantes

de região em que ela se desenvolve, salvo comprovação de que resultou de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho.

Nota: Não será considerado acidente de trabalho o ato de agressão relacionado a motivos pessoais.

1.3 - Normas Regulamentadoras de 1 a 9

Portaria Nº 3.214/78, SSST – Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho, atualmente, DSST – Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego. (Disponível em: www.tst.jus.br/web/trabalhoseguro/o-que-e-acidente-de-trabalho). Acesso em: 05/01/2019.

Imagem 2. Livro das Normas Regulamentadoras. Disponível em: www.google.com.br. Acesso em: 14/02/2019.

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Ergonomia e Segurança do Trabalho 8NR 1 – Disposições Gerais

Determina que as normas regulamentadoras, relativas à segurança e medicina do trabalho, obrigatoriamente, deverão ser cumpridas por todas as empresas privadas e públicas, desde que possuam empregados regidos de acordo com a CLT. Determina, também, que o Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho – SST é o órgão competente para coordenar, orientar, controlar e supervisionar todas as atividades relacionadas a Segurança do Trabalho. Dá competência às Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego (SRTE´s) regionais, determina as responsabilidades do empregador e a responsabilidade dos empregados. (Disponível em: https://seguranca do trabalhonwn.com/resumo-das-normas-regulamentadoras-nrs/). Acesso em: 10/02/2019.

De acordo com a NR 1, as disposições contidas nas Normas Regulamentadoras – NR aplicam-se, no que couber ao trabalhador avulso, às entidades ou empresas que lhes tomem o serviço e aos sindicatos representativos das respectivas categorias profissionais.

Trabalhador avulso é aquele que, sindicalizado ou não, presta serviços de natureza urbana ou rural a diversas empresas, sem vínculo empregatício, com intermediação obrigatória do sindicato ou do Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO). (Disponível em: https://seguranca do trabalhonwn.com/resumo-das-normas-regulamentadoras-nrs/). Acesso em: 10/02/2019.

NR 2 – Inspeção Prévia

Determina que todo estabelecimento novo deverá solicitar aprovação de suas instalações ao órgão regional do Ministério do Trabalho e Emprego, que emitirá o CAI – Certificado de Aprovação de Instalações, por meio de modelo preestabelecido no próprio site do MTE.

De acordo com o disposto na referida norma, antes do início efetivo das atividades, todo e qualquer novo estabelecimento, deverá solicitar a aprovação de suas instalações.

A solicitação dessa aprovação deverá ser feita ao órgão regional do Ministério do Trabalho - Superintendência Regional do Trabalho.

O órgão regional deverá proceder à inspeção prévia, no respectivo estabelecimento, para então verificar se estão sendo observadas as normas básicas de saúde e segurança no trabalho. (Disponível em: https://areasst.com. Legislação de Saúde e Segurança do Trabalho). Acesso em: 10/01/2019.

NR 3 – Embargo ou Interdição

A SRTE poderá interditar/embargar o estabelecimento, as máquinas, setor de serviços se os mesmos demonstrarem grave e iminente risco para o trabalhador, mediante laudo técnico, e/ou exigir providências a serem adotadas para a regularização das irregularidades. Em caso de interdição ou embargo em um determinado setor ou maquinários ou na empresa toda, os empregados receberão os salários como se estivessem trabalhando. Disponível em: https://areasst.com Acesso em: 10/01/2019.

Quando que acontece um embargo ou interdição?

Imagem 3. Sequências de erros. Disponível em: www.google.com.br. Acesso em:

14/02/ 2019.

Conforme a Norma Regulamentadora - NR 3, o embargo de obras e a interdição de estabelecimento são medidas preventivas e de urgência.

São medidas que devem ser adotadas pela autoridade competente quando forem observadas situações de risco iminente e grave para o trabalhador.

Assim, a NR 3 veio com o objetivo de evitar que o trabalhador sofra danos em sua saúde, integridade física ou até mesmo perca a vida.

Geralmente, a SRTE terá esse posicionamento quando identificarem que em determinada instalação ou estabelecimento esteja oferecendo grave e iminente risco.

Ex: Um equipamento com parte girante sem proteção, onde um trabalhador em contato pode sofrer um grave acidente. (Disponível em: https://areasst.com).Acesso em: 10/01/2019.

Imagem 4. Interdição Revista Proteção. Disponível em: www.google.com.br. Acesso em: 14/02/ 2019.

Embargo é uma medida aplicada apenas em obras.O embargo é uma medida que pode ser aplicada de

forma parcial ou total.

Embargo parcial: somente parte da obra é embargada.Exemplo: paralisação de atividades desenvolvidas em

altura, com auxílio de andaimes mal estruturados.

Embargo total: toda a obra é embargada.Exemplo: paralisação da construção de todo um

edifício.

A interdição é uma medida urgente e preventiva que consiste na paralisação parcial ou total de estabelecimentos, equipamentos, máquinas ou setor de serviço.

Lembre-se dos conceitos dispostos na NR 1.Estabelecimento: cada uma das unidades da empresa

com suas instalações em locais separados.Setor de serviço: menor unidade administrativa ou

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9operacional em um mesmo estabelecimento.

Ou seja, a interdição é uma medida que recai em condições ou ambientes de trabalho que não sejam obras.

A interdição é uma medida que pode ser aplicada de forma parcial ou total.

Interdição parcial: somente parte do setor de serviço ou do estabelecimento é interditado.

Exemplo: paralisação em parte do estabelecimento, onde foi apurado níveis de ruídos superiores ao limite legal.

Interdição total: todo o estabelecimento ou setor de serviço é interditado.

Exemplo: paralisação das atividades em decorrência da deterioração estrutural do estabelecimento como um todo.

O que podemos considerar com grave ou iminente risco?

De acordo com a Norma Regulamentadora - NR 3, grave e iminente risco contempla condições e situações, relacionadas ao trabalho, que podem ocasionar doenças e acidentes.

Entende-se como grave risco aquele que tem como consequência doenças graves, lesões graves, amputação e até mesmo a morte do trabalhador.

Entende-se como risco iminente aquele que pode acontecer a qualquer momento. (Disponível em: https://areasst.com. Acesso em 10/01/2019).

NR4 – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT)

A implantação do SESMT depende da gradação do risco da atividade principal da empresa (Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE) e do número total de empregados do estabelecimento. Dependendo desses elementos o SESMT deverá ser composto por Engenheiro de Segurança do Trabalho, Médico do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho, Auxiliar de Enfermagem do Trabalho, Técnico de Segurança do Trabalho. O quantitativo dos membros do SESMT na empresa será definido mediante a quantidade de empregados da empresa.

O SESMT tem por finalidade promover ações de prevenção e correção dos riscos encontrados para tornar o ambiente de trabalho um lugar seguro. Compatível com a preservação saúde, e com a segurança do trabalho.

Os profissionais do SESMT devem sempre utilizar seu conhecimento técnico para zelar pela saúde e segurança dos demais profissionais no ambiente de trabalho, aplicando soluções para redução e eliminação dos riscos ali existentes, assim como em máquinas e equipamentos. São suas ações que irão diminuir os acidentes e doenças do trabalho.

Cabe aos profissionais do SESMT treinar, apoiar e colaborar com a CIPA, criando uma rede de prevenção de acidentes entre os colaboradores.

A elaboração de estatísticas sobre acidentes e doenças do trabalho pelo SESMT é uma atribuição prevista na NR 04, mas que reflete no dia a dia dentro da empresa. Com os dados, que devem ser também entregues ao Ministério do

Trabalho com o preenchimento dos Quadros III, IV, V e VI, é possível verificar a situação da empresa e planejar ações em áreas mais críticas.

Também é o SESMT responsável pelas ações de emergência e primeiros socorros. Nessas situações, o caráter prevencionista dos profissionais está na elaboração de planos de emergência, formação e treinamento de brigadas e socorristas.

Essa NR trata sobre o índice de avaliação de gravidade, onde é uma exigência obrigatória do ministério do trabalho desde 2014.

Atualmente basta preencher os quadros e deixar na empresa à disposição da fiscalização do Ministério do Trabalho.

O Índice Avaliação de Gravidade (IAG) mede o grau de gravidade de cada acidente ocorrido considerando a sua duração, permitindo obter uma indicação da perda devido à incapacidade. (Disponível em: https://areasst.com). Acesso em 10/01/2019.

A fórmula do IAG é:Dias perdidos x dias debitados divididos por número de

acidentes.

Dias Perdidos: Dias em que o empregado acidentado ou doente do trabalho ficará afastado do trabalho. Começa a contar desde o primeiro dia de afastamento do trabalho.

Dias Debitados: São os dias debitados conforme a gravidade do acidente, podem ocorrer por perdas anatômicas, funcionais ou óbito. É feito com base na NBR 14280.

Falaremos mais sobre os dias debitados em Taxa de Gravidade. (Disponível em: https://segurancadotrabalhonwn.com/indice-de-avaliacao-gravidade-nr-4/.) Acesso em 12/02/2019.

Imagem 5. Tabela taxa de frequência e gravidade. Disponível em:www.google.com.br. Acesso em: 14/02/ 2019.

Número de Acidentes: Somente acidentes de trabalho e com afastamento.

No cálculo não entram dados como:

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Ergonomia e Segurança do Trabalho 10– Acidente de trajeto: Não entra porque a função do

cálculo é levantar os dados de acidentes que poderiam ter sido evitados pelo empregador. E como sabemos, o empregador não tem controle sobre o trânsito (via pública);

– Licença médica: Se o empregado for afastado por qualquer licença médica que não tenha a ver com acidente de trabalho e doença do trabalho os dados não entram no cálculo, afinal, a função do cálculo é determinar dados referentes a acidentes e doenças do trabalho (excluindo também o acidente de trajeto);

– Empregado de férias: Não entra pelo mesmo motivo que apresentamos acima. (Disponível em: https://segurancadotrabalhonwn.com/indice-de-avaliacao-gravidade-nr-4/). Acesso em 12/02/2019.

Imagem 6. SESMT. Disponível em: www.google.com.br. Acesso em: 20/02/2019.

Conforme o item 4.4.1 da NR 04, “os profissionais integrantes do SESMT devem possuir formação e registro profissional em conformidade com o disposto na regulamentação da profissão e nos instrumentos normativos emitidos pelo respectivo Conselho Profissional, quando existente”.

• Técnico de Segurança do Trabalho: técnico portador de comprovação de registro profissional expedido pelo Ministério do Trabalho;

• Engenheiro de Segurança do Trabalho: engenheiro ou arquiteto com pós-graduação, nível especialização, em Engenharia de Segurança do Trabalho;

• Médico do Trabalho: médico com certificado de conclusão de curso de especialização em Medicina do Trabalho, em nível de pós-graduação, ou portador de certificado de residência médica em área de concentração em saúde do trabalhador ou denominação equivalente, ministrados por universidade ou faculdade que mantenha curso de graduação em Medicina;

• Enfermeiro do Trabalho: enfermeiro com pós-graduação em Enfermagem do Trabalho, ministrado por universidade ou faculdade que mantenha curso de graduação em enfermagem;

• Auxiliar de Enfermagem do Trabalho: auxiliar de enfermagem ou técnico de enfermagem portador de certificado de conclusão de curso de qualificação de auxiliar de enfermagem do trabalho. (Disponível em: https://segurancadotrabalhonwn.com/indice-de-avaliacao-gravidade-nr-4/). Acesso em

12/02/2019.

NR 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA

Todas as empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista, instituições beneficentes, cooperativas, clubes, desde que possuam empregados celetistas, dependendo do grau de risco da empresa e do número mínimo de 20 empregados são obrigadas a manter a CIPA.

Este dimensionamento depende da Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE, que remete a outra listagem de número de empregados.

Seu objetivo é a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, tornando compatível o trabalho com a preservação da saúde do trabalhador.

A CIPA é composta de um representante da empresa – Presidente (designado) e representantes dos empregados, eleitos em escrutínio secreto, com mandato de um ano e direito a uma reeleição e mais um ano de estabilidade. Mesmo quando a empresa não precisar ter membros eleitos de acordo com o dimensionamento previsto. Ele deverá ter um membro designado pelo empregador.

Esse designado responderá pelas ações da CIPA na empresa. (Disponível em: www.engemed.med.br/2017/02/06/o-que-e-nr-5-e-o-que-ela-pode-fazer/). Acesso em 10/02/2019.

O que faz um “cipeiro” (membro da CIPA)?O “cipeiro” faz parte da equipe prevencionista. Ele

é um importante elo entre os funcionários de campo e os profissionais de segurança do trabalho. Eles vivenciam os processos produtivos, percebem e enxergam riscos no ambiente de trabalho que muitas vezes passam despercebidos pelo SESMT.

Seu relacionamento com o SESMT é de extrema importância. Quanto maior a aproximação entre esses dois grupos de profissionais, mais eficazes as ações prevencionistas. (Disponível em: ambientesst.com.br). Acesso em 10/12/2018.

Imagem 7. Dicas para os cipeiros. Disponível em: www.google.com.br. Acesso em:

20/02/2019.

Sua participação, basicamente, se resume a colaborar com o SESMT na Identificação, Avaliação e Controle dos

112

11Riscos no ambiente de trabalho.

Todo “cipeiro” eleito passa por um treinamento específico antes de sua posse.

Neste treinamento ele aprende a:

• Identificar os riscos no ambiente de trabalho;• Avaliar os riscos no ambiente de trabalho;• Propor medidas de controle adequadas ao risco.A Norma Regulamentadora n°5 (NR5) elenca uma série

de assuntos mínimos exigidos legalmente. Tais como:a) estudo do ambiente, das condições de trabalho, bem

como dos riscos originados do processo produtivo;b) metodologia de investigação e análise de acidentes e

doenças do trabalho;c) noções sobre acidentes e doenças do

trabalho decorrentes de exposição aos riscos existentes na empresa;

d) noções sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida - AIDS, e medidas de prevenção;

e) noções sobre as legislações trabalhistas e previdenciários relativas à segurança e saúde no trabalho;

f) princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de controle dos riscos;

g) organização da CIPA e outros assuntos necessários ao exercício das atribuições da Comissão.

NR 6 – Equipamentos de Proteção Individual (EPI)

Por mais que essa NR seja direcionada a tratar sobre o EPI, deve se ter como conceito que EPI será a última barreira para atenuar um acidente, ou seja, não evitará a ocorrência de acidentes e significa que se o EPI “entrou em ação”, todas as proteções anteriores falharam.

Uma proteção anterior ao EPI a qual se deve aplicar são os Equipamentos de proteção coletiva (EPC´s), cujo a função é promover a proteção de forma coletiva, destinados a protegerem a saúde e a integridade física dos profissionais que trabalham em ambientes que apresentam riscos.

Entre os principais objetivos do uso dos equipamentos de proteção coletiva, estão:

• Evitar acidentes que envolvam tanto os trabalhadores, como também outras pessoas que venham a estar presentes naquele local de trabalho;

• Minimizar perdas e aumentar a produtividade da empresa através de uma melhora nas condições de trabalho;

• Neutralizar ou ao menos reduzir os riscos que anteriormente eram comuns em um determinado local de trabalho.

Exemplos de EPC´s: Sinalizações, guarda corpo, corrimão, sensores de segurança, chuveiro de emergência, extintores entre outros que promovam a segurança de um coletivo. (Disponível em: https://areasst.com). Acesso em 14/02/2019.

Imagem 8. Isolamento de área. Disponível em:www.google.com.br. Acesso em:

22/02/ 2019.

As empresas são obrigadas a fornecer aos seus empregados equipamentos de proteção individual, destinados a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador.

O EPI deve ser entregue gratuitamente, e a entrega deverá ser registrada.

Todo equipamento deve ter o CA (Certificado de Aprovação) do Ministério do Trabalho e Emprego e a empresa que importa EPIs também deverá ser registrada junto ao Departamento de Segurança e Saúde do Trabalho, existindo para esse fim todo um processo administrativo.

A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias:

• Sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho;

• Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; e,

• Para atender a situações de emergência.

Recomendação para o uso

Compete ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho – SESMT, ouvida a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA e trabalhadores usuários, recomendar ao empregador o EPI adequado ao risco existente em determinada atividade. (Disponível em: asgerenciamento.com.br/2018/10/24/nr-6-epi/). Acesso em 15/02/2019.

Cabe ao EMPREGADOR quanto ao EPI:

• Adquirir o adequado ao risco de cada atividade;• Exigir seu uso;• Fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo

órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho;

• Orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação;

• Substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;

• Responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e,

• Comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada.

• Registrar o seu fornecimento ao trabalhador,

113

Ergonomia e Segurança do Trabalho 12podendo ser adotados livros, fichas ou sistema eletrônico.

Cabe ao EMPREGADO quanto ao EPI:

• Usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;

• Responsabilizar-se pela guarda e conservação;• Comunicar ao empregador qualquer alteração que o

torne impróprio para uso; e,• Cumprir as determinações do empregador sobre o

uso adequado.

O FABRICANTE nacional ou o importador deverá:

• Cadastrar-se junto ao órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho;

• Solicitar a emissão do CA;• Comercializar ou colocar à venda somente o EPI,

portador de CA;• Comercializar o EPI com instruções técnicas

no idioma nacional, orientando sua utilização, manutenção, restrição e demais referências ao seu uso;

• Fazer constar do EPI o número do lote de fabricação; e,

• Fornecer as informações referentes aos processos de limpeza e higienização de seus EPI, indicando quando for o caso, o número de higienizações acima do qual é necessário proceder à revisão ou à substituição do equipamento, a fim de garantir que os mesmos mantenham as características de proteção original.

Dentre diversos tipos e modelos de EPI´s cabe ao representante técnico (Eng.de segurança, técnico em segurança), indicar o EPI de melhor aplicação para cada caso, como pode-se verificar um exemplo na figura abaixo sobre capacetes. (Disponível em: www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr6.htm). Acesso em 01/03/2019.

Imagem 9. Capacete de segurança. Disponível em: www.google.com.br. Acesso em: 22/02/ 2019.

Imagem 10. NR-6. Disponível em: www.google.com.br. Acesso em: 22/02/2019.

Os EPI´s é a última barreira quando se trata sobre acidente do trabalho, ou seja, ele atua na tentativa de minimizar as lesões ou doenças ou em algumas vezes evitar.

Na figura abaixo se tem um trabalhador com alguns EPI´s. Agora faça uma análise mental, você saberia reconhecer cada risco que ele estará exposto?

Complete as lacunas em branco:

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Imagem 11. EPI´s. Disponível em: www.google.com.br.Acesso em: 25/02/ 2019.

• Capacete de segurança: Importante para trabalhadores expostos à_______________e pode se variar seu tipo de acordo com o risco exposto, como trabalho com eletricidade.

• Óculos de proteção: Os tipos mais utilizados são para os riscos de respingos de líquidos (Ex: soda cáustica em líquido), esse modelo é chamado de óculos ampla visão. O outro modelo é os óculos contra impacto utilizado para partículas sólidas (Ex: Partículas sólidas metílicas de uma esmerilhadeira, ou lixadeira). Por ser um EPI que é de fácil utilização ou retirada, em um ambiente onde a cultura de segurança não é bem disseminada os trabalhadores tem resistência quanto ao uso desse EPI, é nesse momento que entra a liderança local com ações para o uso do mesmo.

• Luva: Esse é um EPI´s que se tem uma grande gama de aplicações e com isso uma vasta variedade de modelos e tipos de luvas. Ex: Luva de couro de raspa: utilizada para tarefas com superfícies abrasivas, pouco tempo de contato com superfície quente e superfícies seca. Pode-se aplicar em trabalhos com soldas elétricas, trabalhos de serralheria em geral. Porém, para trabalhos com manuseio de líquidos não se aplica, sendo o couro não impermeável, permitindo o contato da pele do trabalhador com produtos químicos.

• Protetor auricular: São utilizados em ambientes onde se tem exposição a faixa de_________acima das tolerâncias permitidas (veremos esse assunto com mais detalhes na NR-15). Os modelos de maior uso são: Protetores tipo de inserção ou popularmente chamado de “Plug” o qual demonstrado na figura e o modelo tipo concha. O trabalhador deve disponibilizar ambos modelos a qual a determinação de uso deve ser definida em recomendação do médico do trabalho, Ex: Pessoas que têm predisposição a infecções auditivas, possuem problemas no canal

auditivo ou o canal auditivo tem o formato de padrões comum, deve ser recomendado o uso de protetores tipo concha.

• Cinto de segurança: O uso desse equipamento é exclusivamente para atenuar as lesões de um acidente, no caso a queda de um trabalhador. Esse EPI tem tanta relevância que foi dedicado uma NR exclusiva para o tema trabalho em altura, a qual é a NR-35. O cinto de segurança utilizado em trabalho em altura é o tipo paraquedista onde envolve todo o tronco do trabalhador. O cinto de segurança faz par com uma peça fundamental a qual tem o nome de talabarte, onde completa o conjunto cinto de segurança. Essa peça é responsável pela ligação do cinto com o ponto de ancoragem e requer os mesmos cuidados na utilização que o cinto de segurança. Como qualquer outro EPI, o cinto de segurança não utilizado corretamente, não terá efeito no momento em que for acionado. Alguns exemplos de mau-uso:

- Não afivelado corretamente ou afivelamento parcial;- Fica folgado quando colocado;- Ancoragem em locais impróprios (não suporta o peso ou oferece outros riscos);- Condições do conjunto cinto de segurança deterioradas.

• Máscara: Popularmente chamado de máscara, porém seu nome técnico é respirador, onde se aplica a diversas situações como em uma emergência, na prevenção de doenças e ou contra proteção mecânica (respingos). A aplicação ideal de um respirador será baseada em alguns estudos a qual veremos mais adiante, como ex: PCMSO, PPR, PPRA. Porém, o princípio do uso ideal de um respirador é que todo ar que o trabalhador está respirando esteja sendo filtrado pelo respirador, para isso como fator determinante é garantir a boa vedação do respirador ao rosto do trabalhador. : Calçado de segurança: Esse é um EPI de fácil acessibilidade, onde geralmente o trabalhador não impõe resistência quanto ao uso, salvo se esse calçado traz grande desconforto. Os calçados em geral são determinados por análises de risco no PPRA (veremos esse programa mais adiante) e em sua maioria são de couro e de acordo com os riscos do ambiente labora se recomenda que o mesmo possua biqueira de proteção, proteção de metatarso e palmilha antiperfurante. Trabalhos em ambientes úmidos esse calçado deve ser de material impermeável. Para saber mais recomendo o site: (https://www.honeywellsafety.com/BR/Training_and_Support/Teste_de_veda%C3%A7%C3%A3o_contribui_para_o_uso_correto_dos_respiradores.aspx).

• Uniforme: Você sabia que alguns uniformes possuem CA (Certificado de Aprovação) e se caracterizam como EPI´s? Na sua maioria o uniforme não é um EPI, pois não atua na atenuação dos efeitos de um acidente ou doenças, mas não é uma regra, pois alguns uniformes atuam com EPI´s, como ex: Roupas antichamas onde utilizadas por trabalhadores expostos a contato com chamas e

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Ergonomia e Segurança do Trabalho 14altas temperaturas, como bombeiros e eletricistas. (Disponível em: www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr6.htm). Acesso em: 01/03/2019.

NR 7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO)

Essa norma estabelece, dentre outras coisas, a obrigatoriedade de exames médicos para as empresas. São eles:

– Exame admissional,– Exame periódico,– Retorno ao trabalho,– Mudança de função,– Demissional;– E exames complementares, dependendo do grau de

risco da empresa, e agentes agressores presentes no ambiente de trabalho, a critério do médico do trabalho e dependendo dos quadros na própria NR 7, bem como, na NR 15 (Insalubridade), existirão exames específicos para cada risco que o trabalho possa gerar.

Cabe aos empregadores garantir a efetiva elaboração do PCMSO e a implementação das ações previstas nele sem gerar nenhum tipo de ônus financeiro aos trabalhadores. (Disponível em: www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr7.htm). Acesso em 09/02/2019.

Através do PCMSO se realizam os controles de saúde dos empregados, bem como o monitoramento de eventuais exposições a riscos ocupacionais, ou seja, controla-se e previne-se o aparecimento de eventuais doenças ocasionadas ou agravadas pelo trabalho.

Além disso, é possível monitorar outras doenças, não relacionadas ao trabalho, mas que podem ocasionar problemas quando não controladas (diabetes, hipertensão, etc).

Normalmente as ações previstas no PCMSO andam em conjunto com as definidas em outro programa de segurança e saúde do trabalho: o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA).

Conforme estabelece a norma regulamentadora 09, o PPRA é parte integrante do conjunto mais amplo das iniciativas da empresa no campo da preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, devendo estar articulado com o disposto nas demais normas regulamentadoras, em especial com o PCMSO.

Ademais, o PCMSO deverá ser planejado e implantado com base nos riscos à saúde dos trabalhadores. Desta forma, é o PPRA que servirá de base na elaboração do PCMSO.

Todas as empresas devem providenciar a elaboração de um PCMSO, independente do seu número de funcionários e grau de risco relacionado à atividade econômica. (Disponível em: prollabor.com.br/pcmso-programa-de-controle-medico-de-saude-ocupacional/). Acesso em 25/11/2018.

Um dos principais objetivos do PCMSO é a detecção precoce de doenças relacionadas ao trabalho, promovendo ações para evitar essas ocorrências.

Quem elabora o PCMSO?A elaboração do PCMSO é responsabilidade do Médico

do Trabalho da empresa.Caso o SESMT da empresa, dimensionado de acordo

com a NR 04, não conte com um médico do trabalho em seu quadro, cabe ao empregador indicar um médico do trabalho, funcionário ou não da empresa, para coordenar o programa.

O médico do trabalho é um profissional com formação em medicina e especialização, em nível de pós-graduação ou residência, em medicina do trabalho ou equivalente.

Imagem 12. PCMSO. Disponível em: <www.google.com.br>. Acesso em: 25/02/ 2019.

Agora, vamos entender sobre o papel do médico do trabalho em uma empresa:

O médico do trabalho indicado para coordenar o PCMSO de uma determinada empresa deve realizar os exames médicos previstos no item 7.4.1 da NR 07, que sejam:

Admissional: quando da entrada do trabalhador na empresa, antes que o colaborador seja contratado, avaliando sua condição física atual e a compatibilidade com a função a ser desempenhada;

Periódico: periodicidade a ser definida no PCMSO levando em consideração a obrigatoriedade prevista em norma e os agravantes ou atenuantes devido às condições de saúde dos trabalhadores, de acordo com a própria NR 07 e com as condições verificadas no PPRA (NR 9);

De retorno ao trabalho: após o colaborador retornar de algum afastamento deverá ser realizado obrigatoriamente no primeiro dia da volta ao trabalho, de trabalhador ausente por período igual ou superior a 30 (trinta) dias por motivo de doença ou acidente, de natureza ocupacional ou não, ou parto;

De mudança de função: quando da transferência do trabalhador de setor, especialmente quando os riscos à saúde são diferentes do setor de origem;

Demissional: no desligamento do colaborador, a ser realizado antes da homologação.

Também cabe ao médico do trabalho definir e delegar os exames complementares necessários, sempre observando as definições da NR 7.

Após a realização dos exames adequados, o médico elabora um ASO – Atestado de Saúde Ocupacional, que deverá concluir se o trabalhador se encontra apto para exercer suas funções, ou não. Disponível em: (https://areasst.com.) Acesso em 10/04/2019.

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15NR 8 – Edificações

Esta norma define os parâmetros para as edificações, observando-se a proteção contra a chuva, insolação excessiva ou falta de insolação, enfim, busca estabelecer condições do conforto nos locais de trabalho.

É importante também no que tange o assunto, observar as legislações pertinentes nos níveis federal, estadual e municipal.

O objetivo de toda NR é sempre garantir a segurança e saúde a todos que trabalham. A questão do conforto você pode observar também de forma bem mais específica na NR 24.

No item 8.2 desta NR orienta que os locais de trabalho devem ter a altura do piso ao teto, pé direito, de acordo com as posturas municipais, atendidas as condições de conforto, segurança e salubridade, estabelecidas na Portaria 3.214/78.

Mais uma vez a NR 8 cita a NR 24 que é sobre o conforto e de certa forma a NR 17, mas o que seria um pé direito? Disponível em: (sistemas.eel.usp.br/docentes/arquivos/8853480/LOT2054/RESUM0DASNRs.pdf.). Acesso em 11/02/2019.

Imagem 13. NR-8. Disponível em:www.google.com.br. Acesso em: 25/02/2019.

O pé direito é a medida entre o piso e o teto. A norma até fala que o pé direito tem que estar de acordo com as posturas municipais atendidas as condições de conforto, segurança e salubridade.

A pergunta é: o que são posturas municipais?Leis municipais, código de postura de município, todos

estes são posturas municipais. Podemos dizer que as mesmas são normas criadas pelo município e para o próprio município.

Lembrando que a CLT traz como pé direito à altura de 3 metros, mas via de regra, o recomendado é seguir as posturas municipais e somente na ausência dela, o valor descrito pela CLT.

É claro que a NR 8 é genérica em alguns pontos (a maioria deles), ainda bem que existe a NR 18 que vem de forma bem estratégica aprofundar os itens que possam ter ficado subjetivos na NR 8.

A norma apesar dessa se chamar edificações, não se preocupa tanto com a parte da construção, enquanto a NR 18 trata especificamente desse tema. Disponível em: (https://segurancadotrabalhonwn.com/comentando-os-principais-itens-da-nr-8/.). Acesso em: 11/02/2019

NR 9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA)

Estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implantação do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) a todas as empresas que admitam trabalhadores como empregados.

O PPRA objetiva a preservação da saúde e integridade do trabalhador, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e controle dos riscos ambientais existentes, ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em vista a proteção ao meio ambiente e até dos recursos naturais.

Consideram-se riscos ambientais para os efeitos da NR 9 os agentes químicos, físicos e biológicos apenas. Desta forma, o programa não engloba risco de acidentes ou riscos ergonômicos.

Dentre os agentes de riscos químicos é possível citar os gases e poeiras diversos. Disponível em: https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/questao/17ba3453-d7). Acesso em 25/02/2019.

Imagem 14. NR-9. Disponível em: www.google.com.br. Acesso em: 25/02/ 2019.

Dentre os agentes de riscos físicos, as radiações ionizantes e não ionizantes, o ultrassom e infrassom, as altas ou baixas temperaturas, o quase sempre presente ruído, as vibrações e as pressões anormais.

Imagem 15. NR-8. Disponível em: www.google.com.br. Acesso em: 25 de fev de 2019.

Imagem 1. NR-8. Disponível em: www.google.com.br. Acesso em: 25/02/ 2019.

Dos agentes biológicos, importante citar os vírus e bactérias, fungos, bacilos, parasitas, dentre outros.

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Ergonomia e Segurança do Trabalho 16

Imagem 1. Arquivo pessoal.

Ao analisar qual a natureza do risco que você está lidando, também devem ser considerados fatores como a intensidade e o tempo de exposição.

Isso porque para ser considerado um risco ambiental de fato, o conjunto destes fatores juntamente da natureza dos agentes, deve ser suficiente para causar danos à saúde do trabalhador – conforme verifica-se no item 9.1.5 da NR 9. (Disponível em: https://areasst.com). Acesso em: 13/02/2019.

O PPRA deve ser desenvolvido no âmbito de cada estabelecimento de trabalho, com atenção especial à antecipação dos riscos, o reconhecimento da existência de fato desses riscos, a avaliação dos mesmos através de medições de concentração e exposição, e o constante controle de sua ocorrência.

O programa deve estar sempre vinculado ao PCMSO (Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional) e vice-versa, conforme item 9.1.3.

Isto é necessário para identificar e analisar o comprometimento da saúde dos colaboradores e sua relação com as atividades exercidas, promovendo sempre medidas adequadas para garantir o bem-estar dos trabalhadores. (Disponível em: https://areasst.com). Acesso em 13/02/2019.

Quem precisa implantar?

Independentemente do número de trabalhadores ou do grau de risco, o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais é obrigatório em todas as empresas e instituições, independente da sua área de atuação.

Basta haver a contratação de no mínimo um trabalhador regido pela CLT, para a empresa ser obrigada a desenvolver o Programa – conforme pode verificar no item 9.1.1 da NR 9.

Fato relativamente desconhecido ou ignorado, condomínios (residenciais ou comerciais) também são obrigados a desenvolver o PPRA, sempre que admitirem trabalhadores como empregados - por exemplo, o porteiro. (Disponível em: https://areasst.com) .Acesso em: 13/02/2019.

A responsabilidade do desenvolvimento do PPRA é do empregador, mas a sua implantação, controle e avaliação deve ter a participação dos trabalhadores – indicado no item 9.1.2 da norma.

O PPRA executado com zelo, é ainda um meio de promover a qualidade de vida dos trabalhadores – pois além de evitar acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, acaba

por trazer um maior conforto aos colaboradores ao longo da jornada diária. (http://www.segurancadotrabalhobr.com.br/dominando-o-ppra).

Dessa forma, existem benefícios ao bem-estar geral dos funcionários, além do mero cumprimento da legislação.

Já do ponto de vista empresarial, a implantação do programa efetivamente evita prejuízos – tanto financeiros quanto humanos – na medida em que:

Reduz o número de afastamentos por acidentes de trabalho – afastamentos que inevitavelmente prejudicam o andamento da produção por falta de pessoal, bem como geram custos com o pagamento destes funcionários;

Evita a estabilidade provisória: ao evitar acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, a empresa resguarda-se também que os trabalhadores sejam assegurados por lei ao direito de não serem dispensados. Isso porque o Artigo 118 da Lei 8.213/91 dispõe que a empresa deve manter o contrato de trabalho com o segurado que foi acidentado por, no mínimo, doze meses após a cessação do auxílio-doença;

Evita autuações devido ao descumprimento dos itens constantes na NR 9. Estes itens, como tratam da Segurança do Trabalho, possuem autuações que variam de R$670,38 a R$6.708,08 por item descumprido. Os valores das autuações podem ser consultados na NR 28 – Fiscalização e Penalidades;

Evita processos trabalhistas: não havendo prejuízos ao trabalhador, ele não possui base legal para mover ações contra a empresa pedindo indenização ou reparação de danos, por exemplo – pelo menos no que diz respeito à segurança do trabalho. (Disponível em: https://areasst.com ) Acesso em: 13/02/2019.

O PPRA é um programa dinâmico e se for levado a sério desde a elaboração até a execução das medidas preventivas, pode contribuir de forma bem significativa para a organização das ações de prevenção de acidentes e doenças do trabalho dentro de cada empresa.

Após elaborado e/ou revisado o PPRA, a equipe técnica terá material de referência para revisar as aplicações dos EPI´s, avaliar os EPC´s instalados, instalações/lay out dos postos de trabalho, em conjunto com o médico do trabalho avaliar as evoluções de doenças relacionadas ao trabalho.

Ex: O PPRA realizado esse ano, constatou na avaliação física que o nível de ruído de um determinado posto de trabalho está acima dos limites de tolerância, onde é um fato novo, pois a avaliação do ano anterior os resultados estavam dentro das tolerâncias. O que fazer?

Vamos supor que nesse posto de trabalho seja a operação de uma pá carregadeira.

Primeiro item a verificar é se mudou algo de um ano para o outro (ex: tipo e modelo da máquina), se a rota/percurso foi alterada, comparado do último ano (influência do ambiente externo), depois verificar no PPRA se o ruído identificado é ruído de impacto ou contínuo. Na operação de máquina pá carregadeira, geralmente o ruído é contínuo. Essas condições podem interferir diretamente para a graduação do risco exposto nesse exemplo de posto de trabalho.

Como ação mitigatória para o risco, recomenda-se a instalação de uma cabine na máquina, caso já disponha desse EPC, é necessário verificar sua vedação quanto ao ambiente externo. Como já comentado, a inclusão do uso de um EPI,

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17no caso um protetor auricular, será a última opção, ou seja, quando não tiver mais nenhuma alternativa para minimizar o risco (Ruído), será necessário o uso do protetor auricular. (Disponível em: https://areasst.com )Acesso em: 13/02/2019.

Retomando a aula

Vamos, então, recordar:

1 - Homem e o trabalho

Nessa seção, estudamos a relação homem e trabalho, de como a história nos traz a necessidade de regulamentação de leis trabalhistas de prevenção de acidentes e doenças no trabalho.

1.1 - Histórico da segurança e saúde

Verificamos alguns fatos, adaptados da obra “Introdução à Higiene Ocupacional”, publicada no ano de 2004 pela FUNDACENTRO (Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho), que conta a história sobre atos prevencionistas na história da segurança do trabalho.

1.2 - Conceitos legais e legislação

Aqui, vimos conceitos de acidentes, doenças profissional e ocupacional. Esse conhecimento será essencial para darmos seguimento com os estudos.

1.3 - Normas Regulamentadoras de 1 a 9

Aqui, iniciamos nosso estudo nas Normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho. Tratamos das NR´s 1 a 9, iniciando com a NR 1, que são as disposições gerais e seguindo com as demais NR´s, onde destaca-se a NR 4 que trata sobre o SESMT e a NR 5 CIPA, ambas têm papel fundamental para implantação, cumprimento e sustentação das demais normas.

CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes). NR5. Implementando e Mantendo Autor: Waldhelm Neto Nestor; editora: Viena.

Vale a pena ler

Vale a pena

Minhas anotações

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