introdução ao mercado de ações e de capitais (desconhecido)

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  • SUMRIO

    1. O MERCADO DE CAPITAIS .......................................................................................1 1.1 Estrutura e Funcionamento do Sistema Financeiro ...................................................1 1.2 Segmentao do Mercado Financeiro .......................................................................3 1.3 Mercado de Capitais ..................................................................................................7 1.4 Financiamento das Empresas ...................................................................................9 2. AES ........................................................................................................................13 2.1 Definio....................................................................................................................13 2.2 Classificao das Aes ............................................................................................13 2.3 Direitos dos Acionistas...............................................................................................15 2.3.1 Dividendos ..............................................................................................................15 2.3.2 Juros Sobre o Capital Prprio.................................................................................15 2.3.3 Bonificaes ...........................................................................................................15 2.3.4 Split.........................................................................................................................16 2.3.5 Direito de Subscrio..............................................................................................16 2.3.6 Direito de Retirada..................................................................................................16 2.4 Ofertas Pblicas de Aes.........................................................................................17 2.4.1 Underwriting............................................................................................................17 2.4.1.1 Underwriting Firme...............................................................................................17 2.4.1.2 Melhor Esforo ou Best-Effort Underwriting ......................................................18 2.4.1.3 Residual ou Stand-By Underwriting...................................................................18 2.4.2 Block Trade.............................................................................................................18 2.5 Participantes ..............................................................................................................18 2.5.1 Comisso de Valores Mobilirios (CVM) ................................................................19 2.5.2 Sociedades Corretoras ...........................................................................................19 2.5.3 Agentes Autnomos de Investimento .....................................................................20 2.5.4 Investidores Institucionais.......................................................................................20 2.5.5 Sociedades Distribuidoras ......................................................................................21 3. BOLSAS DE VALORES...............................................................................................22 3.1 Histrico.....................................................................................................................22 3.2 Conceituao Legal e Funes .................................................................................23 3.3 Organizao Interna ..................................................................................................24 4. OS MERCADOS NAS BOLSAS ..................................................................................26 4.1 O Novo Mercado da BOVESPA.................................................................................26 4.2 Mercado Vista.........................................................................................................27 4.2.1 Custdia..................................................................................................................28 4.2.2 Ciclo de Liquidao.................................................................................................28 4.2.3 Operao Day Trade no Mercado Vista ............................................................29 4.2.4 Compensao e Liquidao ...................................................................................30 4.2.5 Formao do Preo Vista ....................................................................................31 4.2.6 Porque Comprar Aes? ........................................................................................31 4.2.7 Ajuste do Preo Vista da Ao em Funo de Proventos....................................31 4.2.8 Custos de Transao..............................................................................................31 4.2.9 Tributao...............................................................................................................31

  • 4.2.10 Negociao...........................................................................................................32 4.3 Os ndices de Bolsas de Valores ...............................................................................32 4.4 Mercado a Termo ......................................................................................................36 4.4.1 Prazos.....................................................................................................................36 4.4.2 Aes Negociadas ..................................................................................................36 4.4.3 Formas de Liquidao ............................................................................................36 4.4.4 Custos de Transao..............................................................................................37 4.4.5 Tributao...............................................................................................................37 4.4.6 Proventos................................................................................................................37 4.4.7 A tica do Comprador ............................................................................................37 4.4.8 A tica do Vendedor...............................................................................................37 4.4.9 Operaes de Financiamento.................................................................................37 4.4.10 Financiamento a Termo ........................................................................................37 4.4.11 Rolagem a Termo .................................................................................................38 4.5 Mercado Futuro de Aes Individuais........................................................................38 4.6 Mercado de Opes...................................................................................................41 4.6.1 Conceitos Bsicos Utilizados no Mercado de Opes............................................41 4.6.2 Garantias ................................................................................................................45 4.6.3 Prazos de Liquidao no Mercado de Opes .......................................................45 4.6.4 Custos de Transao..............................................................................................46 4.6.5 Tributao...............................................................................................................46 4.6.6 Proventos................................................................................................................46 5. NEGOCIAO ............................................................................................................47 5.1 Sistema de Negociao Eletrnica ............................................................................47 5.1.1 Tipos de Ofertas no Prego Eletrnico ...................................................................47 5.2 A Validade das Ofertas ..............................................................................................48 5.3 Sistema de Negociao Internet Home Broker .......................................................48 5.4 As Ordens..................................................................................................................48 5.5 As Negociaes.........................................................................................................48 6. DECISES DE INVESTIMENTO NO MERCADO DE AES ...................................50 6.1 A Anlise Fundamentalista ........................................................................................50 6.2 Anlise Grfica ..........................................................................................................60 6.6.1 Grfico de Barras....................................................................................................62 6.6.2 Grficos de Candlestick ..........................................................................................62 6.2.3 Ponto de Retorno, Topos, Fundos, Suportes e Resistncias .................................65 6.2.4 Ziguezagues ...........................................................................................................69 6.2.5 Tendncias .............................................................................................................70 6.2.6 Interpretao dos Grficos Atravs de Figuras.......................................................80 6.2.6.1 Padres dos Grficos de Barras..........................................................................80 6.2.6.1.1 Padres de Continuao ..................................................................................80 6.2.6.1.1.1 Tringulos ......................................................................................................81 6.2.6.1.1.2 Retngulos.....................................................................................................86 6.2.6.1.1.3 Cunhas ..........................................................................................................88 6.2.6.1.1.4 Bandeiras, Flmulas e Similares....................................................................90 6.2.6.1.2 Padres de Reverso .......................................................................................93

  • 6.2.6.1.2.1 Cabea e Ombros..........................................................................................93 6.2.7 ndice de Fora Relativa .........................................................................................97 6.2.8 GAPs.................................................................................................................... . 99 6.2.8.1 GAPs Tipos e Significados................................................................................ 100 7. OS AXIOMAS DE ZURIQUE ..................................................................................... 104

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    1. O MERCADO DE CAPITAIS

    1.1 Estrutura e Funcionamento do Sistema Financeiro

    O sistema financeiro pode ser conceituado como um conjunto de instituies e instrumentos financeiros que possibilitam a transferncia de recursos dos ofertadores ltimos para os tomadores ltimos e criam condies para que os ttulos tenham liquidez no mercado.

    Os tomadores ltimos de recursos so aqueles que se encontram em posio de dficit financeiro, isto , aqueles que pretendem gastar (em consumo e/ou investimento) mais do que sua renda. Eles precisam do complemento de poupanas de outros para executar seus planos

    Os ofertadores ltimos de recursos so aqueles que se encontram em posio de supervit financeiro, isto , aqueles que pretendem gastar (em consumo e/ou investimento) menos do que sua renda.

    Diz-se ofertadores ltimos ou ofertadores finais e tomadores ltimos ou tomadores finais de recursos(e no simplesmente tomadores e ofertadores de recursos) para diferenci-los dos intermedirios financeiros, que oferecem recursos dos ofertadores ltimos e no o seu prprio supervit financeiro, e tomam recursos no para cobrir o seu prprio dficit financeiro, mas para repass-los aos tomadores finais para que cubram seus dficits.

    Objetivo do Sistema Financeiro

    O Sistema Financeiro Nacional compem-se de instituies responsveis pela: captao de recursos financeiros; distribuio e circulao de valores; e regulao desse processo.

    Instituies e Ativos Financeiros

    As instituies financeiras que operam no mercado so classificadas segundo a natureza das obrigaes secundrias que emitem e tipos de operaes a que esto autorizadas a realizar. O primeiro critrio permite classificar as instituies financeiras em bancrias e no-bancrias. J, pelo tipo de operaes, tem-se as instituies de crdito e aquelas distribuidoras de ttulos e valores mobilirios.

    As instituies de crdito, classificadas como bancrias (ou monetrias) so os bancos comerciais e o Banco Central que, so responsveis pela oferta de moeda. O Banco Central emite papel moeda (moeda legal), a qual, uma vez em poder do pblico vai constituir, com os depsitos vista nos bancos comerciais, os meios de pagamentos da economia.

    A criao de meios de pagamentos pelo Banco Central bastante simples de se entender, uma vez que ela se reflete na prpria emisso do papel-moeda.

    A criao de moeda por parte dos bancos comerciais, por outro lado, pode ser melhor entendida atravs do seguinte exemplo:

    Suponhamos que 100 indivduos depositem em um banco comercial $100.000,00. Para que eles possam depositar essa quantia, obviamente, j tivemos

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    antes uma criao moeda, representada pela emisso do papel-moeda pelo Banco Central.

    O simples ato de depositar no significa a criao de meios de pagamento, uma vez que os indivduos estaro simplesmente trocando um ativo monetrio (dinheiro) por outro (depsito vista). Contudo, por uma questo de probabilidade, o banco sabe que pode emprestar parte desses depsitos, porque nem todos sacam seus recursos ao mesmo tempo.

    Assim, parte desses depsitos ele mantm em caixa (como encaixe) para atender aos saques dos depositantes, parte ele recolhe compulsoriamente ao Banco Central e o restante ele emprestar a tomadores, que podero deposit-lo em outros bancos, os quais por sua vez, usaro o mesmo processo.

    Desse modo, pelo efeito multiplicador, depsito inicial de $100.00,00 transforma- se em vrios outros de menor porte. Este , em essncia, o mecanismo bsico de criao de moeda escritural.

    Por esse processo, os bancos comerciais, mantendo encaixes inferiores aos seus depsitos, tornam os meios de pagamento vrias vezes superiores ao saldo do papel-moeda emitido. Isso porque, quando o banco concede um emprstimo com base em seus depsitos vista, o dinheiro passa a pertencer ao tomador do emprstimo sem que o depositante, perca seu direito de saque.

    As instituies financeiras no-bancrias (ou no-monetrias) no possuem a faculdade de criar moeda, no conceito de meios de pagamentos. A emisso da moeda legal monoplio do Banco Central, e o recebimento de depsitos vista uma concesso deste Banco aos bancos comerciais.

    Dentre as no-bancrias distinguem-se as instituies de crdito daquelas cuja funo principal a distribuio de ttulos e valores mobilirios. A estas ltimas denominam-se instituies auxiliares e compreendem, basicamente, as Sociedades Corretoras de cmbio, ttulos e valores mobilirios e as Distribuidoras.

    Dentre as no-bancrias que operam crdito tem-se os Bancos de Investimentos; as Financeiras (Sociedades de crdito financiamento e investimento); as Sociedades de crdito Imobilirio; as Associaes de Poupana e Emprstimo, as Companhias de Arrendamento Mercantil (leasing) e as empresas de factoring.

    Os instrumentos financeiros podem tambm ser classificados em ativos financeiros monetrios e ativos financeiros no-monetrios. No caso brasileiro:

    a) ativos financeiros monetrios so o papel-moeda em poder do pblico, mais depsitos vista nos bancos comerciais, inclusive no Banco do Brasil e nas Caixas Econmicas. b) ativos financeiros no-monetrios so todos os demais: aes, duplicatas, letras imobilirias, depsitos de poupana, certificados de depsitos a prazo, etc. Enquanto os instrumentos monetrios s podem ser emitidos pelas instituies

    monetrias (Banco Central e bancos comerciais), os no-monetrios so predominantemente emitidos por instituies financeiras no-monetrias e empresas de um modo geral. Todavia, podem tambm ser emitidos por pessoas fsicas ou instituies financeiras monetrias. Assim, por exemplo, um certificado de depsito a prazo (ativo

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    financeiro no-monetrio) tanto pode ser emitido por um banco comercial (instituio monetria) como por um banco de investimento (instituio no- monetria).

    Ativos financeiros, portanto, so todos os instrumentos financeiros emitidos diretamente pelos tomadores de recursos ou pelas instituies financeiras que exercem a conexo entre esses tomadores e os ofertadores.

    Dada a existncia de conflitos de interesses entre as atividades de crdito e aquelas ligadas distribuio de ttulos e valores mobilirios, vale ressaltar que, apesar de inmeras superposies dessas funes, destacadamente devido a crescente conglomerao das instituies financeiras, os limites institucionais, por este critrio, resultam claramente demarcados.

    As instituies que operam crdito somente participam da distribuio de valores mobilirios na fase de lanamento pblico (mercado primrio). Por outro lado, as instituies que operam, basicamente, a distribuio de ttulos e valores mobilirios nos mercados secundrios somente trabalham com uma modalidade especfica de crdito a seus clientes, hoje consubstanciada nas operaes de conta margem.

    O Papel do Sistema Financeiro

    Ao se tratar das questes relacionadas s configuraes estruturais do sistema financeiro tm-se que levar em conta, em primeiro lugar, os tipos bsicos de dispndios que a economia objetiva realizar e, em segundo, inscrever essas configuraes no contexto mais amplo das relaes financeiras internacionais.

    A primeira condicionante imprime sentido s transaes do sistema financeiro e sinaliza suas tendncias estruturais, pois, a cada configurao do padro de gastos configuraes dos dispndios em consumo e investimento - dever corresponder uma estrutura financeira que poder ser tima, enquanto sustente esses gastos em seus nveis mais elevados, ou sub-tima, deprimindo-os.

    A segunda condicionante d o fechamento lgico estrutura financeira que alm de atender s necessidades de financiamentos internos, engendradas pelo crescimento econmico, dever estar em consonncia com o estgio mais avanado do desenvolvimento financeiro no plano internacional. dizer, a estrutura financeira de um pas dever se ajustar, simultaneamente, s condicionantes internas que definem o estgio de seu desenvolvimento.

    1.2 Segmentao do Mercado Financeiro

    De acordo com certas caractersticas, o mercado financeiro pode ser subdividido em quatro mercados especficos.

    Mercado de crdito onde so efetuados os financiamentos a curto e mdio prazos, do consumo

    corrente e dos bens durveis, e do capital de giro das empresas. No Brasil, atuam basicamente neste mercado os bancos comerciais, as companhias financeiras e os bancos mltiplos.

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    Mercado de capitais onde so efetuados os financiamentos do capital de giro e do capital fixo das

    outras empresas e das construes habitacionais. neste mercado que est concentrada a maior parte das operaes das instituies financeiras no-monetrias; os financiamentos so, basicamente, de mdios e longos prazos, e at mesmo de prazo indeterminado, como as operaes do mercado de aes que se constitui em um segmento deste mercado.

    Mercado monetrio onde se realizam as operaes de curto e curtssimo prazo. Nele so

    financiados os desencaixes monetrios dos agentes econmicos, especialmente as necessidades momentneas de caixa dos bancos comerciais e do Tesouro Nacional. Nele ocorrem as operaes de mercado aberto, inclusive as operaes de um dia, chamadas over-night.

    Este mercado existe como um instrumento de poltica monetria: atravs dele o Banco Central atua sobre o nvel de liquidez da economia. Quando pretende reduzir a liquidez, vende ttulos de sua emisso ou de emisso do Tesouro Nacional, retirando, assim, moeda do sistema. Quando pretende expandir a liquidez, recompra esses ttulos, ampliando o volume de moeda em circulao na economia.

    Mercado cambial onde so realizadas operaes que envolvem a necessidade de converso de

    moedas estrangeiras em moedas nacionais e vice-versa. Basicamente, so operaes de curto prazo e as instituies que nele atuam so os bancos comerciais e as firmas autorizadas, com a intermediao das Corretoras.

    As operaes do mercado cambial so basicamente de compra e venda de moeda estrangeira, com a intermediao de instituies financeiras autorizadas. O intermedirio financeiro compra divisas dos exportadores e vende para os importadores.

    A compra dos exportadores pode ser feita a prazo (curto prazo), isto , com o pagamento em moeda nacional antecipadamente ao recebimento da moeda estrangeira. Funciona, portanto, como um financiamento. As vendas de divisas aos importadores podem, por sua vez, ser feitas a prazo, em operaes a futuro ou vista.

    Alm disso, as instituies financeiras negociam divisas entre si para fechamento de suas posies. Estas operaes so semelhantes s do mercado aberto, com a diferena, naturalmente, que o dinheiro no nacional e sim divisas (dlar, marco, etc.).

    Embora sejam perfeitamente distintos quanto as suas caractersticas no resta dvida de que esses mercados se inter-relacionam, e determinadas operaes podem afetar, simultaneamente, vrios deles.

    No quadro no esto explicitadas as origens dos recursos que fluem atravs de cada mercado. bom esclarecer que os financiamentos provenientes do exterior (emprstimos de instituies financeiras internacionais, emprstimos de bancos estrangeiros, etc.) ingressam no mercado financeiro interno via mercado de crdito ou via mercado de capitais, segundo suas finalidades e prazos.

    O mercado cambial refere-se a operaes de compra e venda de divisas internamente. No Brasil, tais operaes so feitas sob o controle do Banco Central.

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    Um outro aspecto que merece destaque o no flexionamento desta segmentao segundo as modalidades operacionais. Por este critrio os diversos mercados se desdobrariam em vista, a prazo, a termo, futuros, de opes, etc.

    No mercado de crditos teramos um segmento para negociao com Certificados de Depsitos Bancrios (CDB), por exemplo, onde se realizariam as operaes de emisso e colocao primria desses ttulos e aquelas de troca de suas propriedades (mercado secundrio), ambas na modalidade vista.

    Teramos ainda um outro, onde seriam negociados contratos para entrega futura desses ttulos. Da mesma forma podem-se entender os mercados futuros para ttulos pblicos, moedas estrangeiras (mercado futuro de cmbio), e demais mercadorias cotadas nas bolsas de futuros.

    No mercado de capitais teramos os desdobramentos: mercado vista (primrio e secundrio); a prazo, na fase de mercado primrio (lanamento), a fase secundria, em negociaes de conta-margem; a termo; de opes (de compra e de venda) sobre aes; e futuro de ndices, onde se negociam contratos para entrega futura de aes que compem a carteira (terica) dos ndices de preos e/ou de rentabilidade dos mercados.

    A considerao desses desdobramentos como segmentao dos mercados fundamenta-se no fato de terem, no s espaos de negociao prprios, mas tambm por envolverem tipos diferentes de ativos financeiros e agentes em suas transaes.

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    SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL

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    SEGMENTAO DO MERCADO FINANCEIRO (Esquema)

    1.3 Mercado de Capitais

    onde se d a distribuio e negociao de valores mobilirios; Mercado Primrio; Mercado Secundrio.

    Mercado primrio e Mercado secundrio Existe, ainda, outra classificao de mercado financeiro bastante importante que

    a distino entre mercado primrio e secundrio de ttulos. Em principio, qualquer ativo financeiro tem sua primeira negociao no mercado

    primrio. Quando uma letra de cmbio, um certificado de depsito, uma ao ou qualquer outro ativo financeiro vendido pela primeira vez, isto , quando posto em circulao no mercado, diz-se que tais operaes ocorreram no mercado primrio.

    Se o primeiro comprador revender este ativo financeiro a uma terceira pessoa e esta uma a outra, e assim por diante, diz-se que tais operaes ocorrem em mercado secundrio.

    A distino entre mercado primrio e mercado secundrio muito importante sob o ponto de vista econmico, j que pe em relevo a forma como se d o fluxo de recursos para o financiamento, principalmente das empresas, e mostra atravs de que mecanismos esse fluxo pode ser mantido e aumentado.

    no mercado primrio que a empresa obtm recursos para seus investimentos, que os bancos obtm recursos para financiar as empresas, etc. Deve-se ter em mente que apenas nas operaes em mercado primrio que ocorre o fluxo de

    MERCADO FINANCEIRO

    VALORES MOBILIRIO

    CRDITO MONETRIOCAMBIAL

    Prazos Curto, Mdio, Longo

    e IndeterminadoFinanciamentos: Capital de Giro

    Capital Fixo Underwriting

    Aes Debntures

    Prazos Curto, Mdio e

    Aleatrios

    Financiamentos:Capital de Giro

    Capital Fixo Habitao

    Rural Consumo

    Vista Curto e Curtssimo

    Prazo

    Controle da Liquidez Bancria

    Vista e a Curto Prazo

    Transformao da Moeda

    Estrangeira em Moeda Nacional e

    Vice-versa

  • 8

    recursos dos fornecedores de fundos para aqueles que deles necessitam, tanto para investimentos como para consumo.

    ainda no mercado primrio onde ocorre a colocao de aes ou outros valores mobilirios, provenientes de novas emisses. As empresas recorrem ao mercado primrio para complementar os recursos que necessitam, visando financiamento de seus projetos ou seu emprego em outras atividades produtivas.

    O mercado secundrio onde os ttulos j existentes se transferem de um proprietrio para outro. O valor transacionado nesse mercado no canalizado para a empresa ou para o banco, etc. Sob o ponto de vista econmico, no significa aumento ou diminuio de recursos para financiar novos empreendimentos.

    A funo deste mercado dar liquidez aos papis (ativos financeiros), negociados no mercado primrio.

    Esse mercado , pois, to importante quanto o primrio, uma vez que sua existncia condio para o funcionamento do outro. Os ativos financeiros no encontram colocao no mercado primrio se no contarem com um mercado secundrio organizado capaz de dar liquidez a esses papis.

    Como exemplo de mercados secundrios podemos citar: o open market (mercado aberto) onde se transacionam, aps a sua emisso e primeira venda, ttulos como os de emisso do Tesouro Nacional, as Letras de Cmbio, Certificados de Depsitos Bancrios (CDB), etc.; e as Bolsas de Valores, onde se transacionam, no caso brasileiro, predominantemente aes cuja emisso, muitas vezes, j ocorreu h dcadas atrs.

    O mercado secundrio onde ocorre a negociao dos valores mobilirios adquiridos no mercado primrio.

    ORGANIZADONO ORGANIZADO

    No tem lugar fsico determinado

    Qualquer ttulo

    pode ser negociado

    MERCADO DE BALCO

    BOLSA DE VALORES

    Mantm lugar adequado para a

    realizao de negcios (prego

    viva-voz e eletrnico)

    Divulga e registra rapidamente os

    negcios executados

    Supervisiona a liquidao das

    operaes

    Sistema eletrnico de registro de

    ofertas e divulgao dos

    negcios realizados via

    telefone Supervisiona a liquidao das

    operaes

  • 9

    1.4 Financiamento das Empresas

    Os interesses financeiros e os agentes econmicos, de um modo geral, esto constantemente gerando poupanas e fluxos financeiros que alimentam (financiam) o processo de crescimento da economia. Os recursos oriundos dos movimentos de caixa dos agentes econmicos esto associados s necessidades de pagamentos de curto prazo, e so transacionados, fundamentalmente, no mercado aberto. J os recursos provenientes da poupana, conquanto no se excluem movimentaes no open market, destinam-se, no fundamental, ao financiamento das atividades produtivas, em operaes de prazos mais dilatados.

    Estas operaes so conduzidas no mercado de capitais. As empresas so, no sistema econmico, os principais centros de absoro dos

    investimentos produtivos. Para o financiamento de uma unidade produtiva empresarial so requeridos recursos de diferentes naturezas, magnitudes e prazos, obtidos, normalmente, de diferentes fontes aglutinadoras de poupana. A atividade empresarial , portanto, a arte de combinar, de forma eficiente, as atividades de obteno de financiamentos, realizao de investimentos, e de gerenciamento de processos de produo e de distribuio de seus produtos (bens ou servios).

    Simplificadamente, se uma empresa no dispe de boa gerncia de produto e distribuio de seus produtos, isto refletir, negativamente, na sua poltica de financiamento que, por sua vez, implicar uma desajustada poltica de investimento. Neste caso, a empresa no gerar como resultados (lucros) do que advm baixa ou nula remunerao a seus credores e acionistas (proprietrios), acarretando interrupes nos afluxos de recursos, indispensveis continuidade de suas funes econmicas e sociais.

    Fontes de Financiamento das Empresas

    O empresrio, para a realizao de sua poltica de investimento, na constituio de seu patrimnio (ativo), conta com fontes internas e externas de financiamentos. Dentre as fontes internas destacam-se os lucros retidos, a administrao ativos e passivos, e as protees fiscais, que so recursos oriundos das diferenas do tratamento tributrio de juros e lucros.

    Quanto as fontes, externas, destacam-se os recursos dos acionistas (recursos prprios), os recursos tomados por emprstimos terceiros (por emisso de debntures, commercial paper, ou crditos bancrios), e aqueles liberados por fornecedores. Ainda como fontes externas deve-se considerar os crditos do setor externo (capital estrangeiro) e os crditos subsidiados, supridos por fontes oficiais - crditos no onerosos.

    Poltica de Investimento e de Financiamento das Empresas

    Os ativos pertencentes ao Patrimnio de uma empresa, em dado momento, so determinados em funo da Poltica de Investimento adotada pela mesma. Esta poltica busca a combinao tima desses ativos, com vista maximizao do seu retorno global, independentemente da forma pela qual eles so financiados.

  • 10

    Por outro lado, ainda de acordo com essa orientao, o mix de recursos a ser canalizado para os investimentos fixado atravs da poltica de financiamento.

    Violadas as condies que caracterizam um mercado perfeito e completo, ela ter como objetivo, otimizar o nvel de utilizao das vrias fontes (prprias e de terceiros), no intuito de promover a maximizao do retorno dos proprietrios. FONTES DE RECURSOS PARA O FINANCIAMENTO EMPRESARIAL

    Lucros Retidos

    Outras

    Desimobilizao

    Planejamento Fiscal e Tributrio

    Giro dos Crditos maior que o Giro dos Dbitos

    INTERNAS

    FONTES

    EXTERNAS

    RECURSOS DE

    TERCEIROS

    RECURSOS PRPRIOS

    Crdito Subsidiado

    Emprstimos Bancrios

    Commercial Paper

    Debntures

    Emprstimos Externos

    Fornecedores

    Outras

    Capital Social (Aes)

  • 11

    Sociedade Annima Modelo jurdico que visa permitir a operacionalizao de uma companhia, sem

    maiores responsabilidades para seus scios do que o capital investido. Caractersticas:

    Existncia autnoma, com personalidade jurdica e patrimnio distintos; Responsabilidade de seus scios limitada ao aporte de capital; Capital dividido em aes de livre transferncia.

    Tipos: de Capital Aberto: registrada na Comisso de Valores Mobilirios e portanto

    autorizada a distribuir valores mobilirios de sua emisso junto ao pblico. de Capital Fechado: sem registro junto a Comisso de Valores Mobilirios; os

    ttulos de sua emisso s podem ser objetos de transaes privadas.

    Por Que Abrir o Capital? Alguns empresrios temem abrir o capital de sua empresa participao do

    pblico por entenderem que, assim fazendo, esto entregando aos investidores uma parte do seu patrimnio acumulado custa de muito sacrifcio. Esta uma idia errnea.

    O acionista minoritrio, o investidor, somente recebe remunerao efetiva se o capital empregado gerar bons resultados na empresa. Se houver prejuzo, participa dele junto com o empresrio. Quando a empresa toma emprstimos que pode ocorrer o contrrio. Se o capital empregado resultar em prejuzo, tal prejuzo ser absorvido totalmente pelo empresrio. O emprestador do dinheiro no corre risco: remunerado a uma taxa que fixa independe da obteno ou no de lucros.

    Os recursos captados no mercado, via emisso de aes para lanamento pblico, se observadas as regras bsicas deste mesmo mercado e corretamente utilizados pela empresa, certamente contribuiro para a melhoria da remunerao do capital investido pelos acionistas majoritrios. Alis, s tem sentido tomar capitais de outros quando se espera que a rentabilidade global dos recursos investidos cresa com a aplicao dos novos recursos.

    A existncia de empresas privadas nacionais fortes e crescendo rapidamente pressupe o acesso a ambos os mercados: ao mercado de crdito e ao mercado de aes. Alm disso, exige o equilbrio entre o volume de recursos provenientes de um e de outro mercado.

    A principal vantagem do capital de risco a sua permanncia. Os recursos captados no mercado de aes no tem data fixa para resgate ou remunerao em dinheiro.

    O mecanismo simples: a) as aes so ttulos emitidos sem prazos determinados de resgate; b) a empresa no precisa pagar dividendos quando sua situao financeira no o permita ou quando incorrido em eventuais prejuzos; c) mesmo que no receba dividendo ou que os receba em pequena proporo, o acionista poder estar sendo devidamente remunerado pela valorizao de suas aes no mercado.

  • 12

    Um exemplo do que pode ocorrer em torno do item c: Suponhamos que determinada empresa decidiu implantar uma fbrica nova e no distribuiu, em determinado exerccio, nenhum dividendo. No entanto, uma vez implantada a nova unidade industrial, ela teria sua rentabilidade sensivelmente aumentada. Assim sendo, mesmo no exerccio em que no houve distribuio do dividendo, as aes da companhia valorizou-se suficientemente para remunerar em bom nvel os investidores que as possuam.

    A razo simples: os investidores sabiam que estavam enriquecendo com o desenvolvimento da empresa e o preo das aes refletia esta atitude.

    Por outro lado, medida que a participao dos recursos prprios aumenta na estrutura de capital da empresa, o custo dos capitais de emprstimos tende a ser menor. Portanto, h que se considerar ainda esta vantagem: os recursos captados via lanamento pblico de aes ou simples subscrio, melhorando a estrutura de capital da empresa, colocam-se em melhor posio em relao s outras fontes de recursos, podendo resultar em menores custos do dinheiro obtido no mercado de crdito.

    Alm das vantagens fiscais, a abertura de capital beneficiada nos outros fatores importantes, pois os investidores institucionais aplicam, prioritariamente, na subscrio ou compra de aes ou debntures de emisso de companhias abertas, parte dos recursos por eles captados. Entre estes investidores institucionais esto os fundos de penso, as companhias de seguros, os fundos mtuos de investimento em aes e os clubes de investimento. Eles representam um potencial elevado, que se constitui no mercado cativo para as aes das companhias abertas.

    VALORES MOBILIRIOS

    AES NOTAS PROMISSRIAS(Commercial Paper)

    DEBNTURES SIMPLES E/OU CONVERSVEIS

    EM AES

    No tem prazo para resgate

    Representam menor frao do capital da empresa emitente

    Renda varivel

    Geram benefcios aos

    acionistas

    Tm prazo para resgate (curto e mdio prazo)

    Representam

    emprstimos tomados no mercado

    Rendem juros

    Tm prazo para resgate e/ou converso em aes (longo prazo)

    Representam

    emprstimos tomados no mercado

    Rendem juros, alm

    das atualizaes monetrias

    Somente as Sociedades Annimas de Capital Aberto podem distribuir ao pblico os Valores Mobilirios de sua Emisso

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    2. AES

    2.1 Definio

    A Sociedade Annima (companhia) tem como caracterstica fundamental a diviso do capital em partes iguais denominadas aes. A ao, por sua vez, representa uma parte ou unidade do capital traduzindo a contribuio dos acionistas formao deste, quer em dinheiro, quer em bens.

    Pode-se, portanto, conceituar a ao como ttulo representativo do valor da frao em que dividido o Capital Social e do qual resulta, para o seu titular, o direito de participar da vida social da companhia (S.A).

    Tal participao processa-se patrimonialmente, mediante a percepo peridica de dividendos, e pessoalmente ou politicamente, atravs de fiscalizao dos negcios e influncias nas deliberaes sociais atravs do voto.

    As aes so, portanto, ttulos de propriedade, representados por um certificado que confere ao seu possuidor uma parcela de participao no controle e nos lucros da empresa, bem como em suas obrigaes.

    Este certificado pode ser vendido e, conseqentemente, transferido o seu interesse de propriedade para terceiros. A responsabilidade dos scios ou acionistas limitada ao preo de emisso das aes subscritas ou adquiridas.

    2.2 Classificao das Aes

    As aes que constituem o Capital Social de uma companhia podem ser classificadas segundo:

    o valor, espcie, a forma, o tipo e a classe.

    Segundo o valor, as aes podem ser com valor nominal e sem este valor. O valor nominal ser o mesmo para todas as aes em que se divide o capital social, independente de sua espcie, forma e classe, e nunca poder ser inferior ao mnimo fixado pela CVM.

    As aes sem valor nominal representam uma frao do capital social. Se a empresa tem, por exemplo, um capital de $1.000.000,00 e 500.000 aes emitidas, cada ao (sem valor nominal expresso) ter como valor

    00,2$00,000.000.1*000002,000,000.000.1*000.500/1 ==

    Neste caso, a frao do capital representada pela ao, em termos percentuais,

    de 0,0002% ou seja: dois dcimos de milsimo por centro do capital social. Segundo a espcie, as aes podem ser:

    Ordinrias: so aes que do direito a voto, alm de participar dos resultados da companhia.

  • 14

    Preferenciais: so aes que normalmente apenas participam dos resultados da empresa, mas no tem direito a voto. Dependendo do estatuto da companhia, podem ter direito a voto em garantia de dividendos mnimos. Os direitos dos acionistas preferenciais aos ativos da empresa precedem os dos acionistas ordinrios.

    Ordinrias Preferenciais

    Dividendos; Conferem o direito de voto; Normalmente a cada ao

    corresponde um voto.

    Prioridade nos dividendos (mnimos);

    Prioridade no reembolso do capital;

    Geralmente no tm direito de voto.

    Quanto forma, as aes podem ser Nominativas e Escriturais. A classe deve ser tratada como uma especificao adicional da ao, indicando,

    principalmente, direitos particulares associados a determinada ao. Esses direitos particulares so indicados por especificaes do tipo: Ao preferencial normativa classe A. O acionista dever se informar junto a Bolsa ou empresa que se refere esta classe.

    2.3 Direitos dos Acionistas

    Basicamente, o acionista tem apenas uma obrigao, a de integralizar sua parte no capital (isto , pagar a empresa o valor das aes que subscreveu).

    Entretanto, a lei n 6.404/76, que regulamenta o funcionamento das sociedades annimas, lhe confere uma srie de direitos, que nem o estatuto social nem a assemblia geral podem tirar:

    I. Participar dos lucros sociais; II. Participar do acervo da companhia, em caso de liquidao; III. Fiscalizar, na forma prevista por lei, a gesto dos negcios sociais; IV. Preferncia para subscrio de aes, partes beneficirias conversveis

    em aes, debntures conversveis em aes e bnus de subscrio; V. Retirar-se da sociedade nos casos previstos em lei, mediante o reembolso

    do valor de suas aes.

    2.3.1 Dividendos

    Parcela do lucro apurado pela empresa, que distribuda aos acionistas por ocasio do encerramento do exerccio social (balano). Pela lei das S/As, dever ser distribudo um dividendo de no mnimo 25% do lucro lquido apurado, e sempre em dinheiro. Os dividendos podem ter periodicidade diversa: mensal, trimestral, semestral, anual, etc., desde que conste no estatuto da empresa o perodo determinado. A Assemblia Geral Ordinria (AGO) quem vai determinar o percentual a ser distribudo como dividendo, de acordo com os interesses da empresa, atravs da manifestao de

  • 15

    seus acionistas. O montante a ser distribudo dever ser dividido pelo nmero de aes emitidas pela empresa, desta forma, ficando garantida a proporcionalidade da distribuio.

    O Estatuto poder estabelecer o dividendo como porcentagem do lucro ou do capital social, ou fixar critrios para determin-lo, desde que sejam regulados com preciso e mincia e no sujeitem os acionistas minoritrios ao arbtrio dos rgos de administrao ou da maioria.

    O dividendo previsto no ser obrigatrio no exerccio social que os rgos da administrao informar assemblia geral ordinria ser ele incompatvel com a situao financeira da companhia. O conselho fiscal, se em funcionamento, dever dar parecer sobre essa informao e, na companhia aberta, seus administradores encaminharo Comisso de Valores Mobilirios, dentro de 5 (cinco) dias da realizao da assemblia geral, exposio justificativa da informao transmitida assemblia.

    Os lucros que deixarem de ser distribudos sero registrados como reserva especial e, se no absorvidos por prejuzos em exerccios subseqentes, devero ser pagos como dividendos assim que o permitir a situao financeira da companhia.

    2.3.2 Juros Sobre o Capital Prprio

    Para efeito da remunerao dos acionistas prevista em lei, a empresa poder distribuir, ao invs de dividendos ou em conjunto com estes, juros sobre o capital prprio. Previstos na Lei 9249/95, que estabelece, inclusive, uma srie de condies para que possa ser realizada, essa forma de distribuio de resultados tem como principal atrativo s empresas o fato de permitir sua deduo como despesa para efeito do clculo do Imposto de Renda.

    2.3.3 Bonificaes

    Consistem no recebimento gratuito de um nmero de aes proporcional quantia j possuda. Resultam do nmero de capital, por incorporao de reservas ou lucros em suspenso. Para o patrimnio da empresa nada representam, uma vez que apenas h transferncias de um valor inscrito em uma conta (do patrimnio liquido - reservas de lucros, reservas de reavaliaes, etc.) para outra (de capital).

    A bonificao representa a atualizao da cota de participao do acionista no capital da empresa. Ela pode ser feita mediante a emisso de novas aes ao valor normal ou simplesmente pelo aumento do valor nominal das aes (carimbo) j existentes (sempre na mesma proporo da bonificao distribuda).

    Por exemplo: uma empresa com capital de $100 milhes, divididos em 50 milhes de aes ao valor nominal de $2,00 cada uma, resolve promover um aumento de capital de 50% mediante a incorporao de reservas. Ela pode distribuir bonificao de uma ao para cada duas possudas, ou , ento, aumentar o valor nominal das aes para $3,00. Ambas as formas correspondem ao aumento de capital de 50%.

  • 16

    2.3.4 Split

    Nesses ltimos anos difundiu-se, entre as companhias abertas, o uso do split ou desdobramento do nmero de aes, atravs do qual as empresas emitem novas aes que vo desde 1,2,3 ou 4 novas para cada ao antiga, at vrias dezenas ou mesmo centena.

    O desdobramento permitido tanto para as aes com valor nominal, quanto para aquelas sem este valor. A operao de desdobramento de aes (stok split/ ou split off), no altera o capital da empresa, modificando, exclusivamente o valor individual das aes.

    O aumento do valor nominal das aes, por bonificao, representa a atualizao da participao do acionista, da mesma forma que a distribuio de novas aes, de mesmo valor nominal, apresentando, contudo, as seguintes diferenas:

    Para a empresa significa uma reduo de custos e de servios, pois no so emitidas novas cautelas (somente fixado o novo valor nominal no verso das cautelas antigas)

    Para o acionista porque obter um atendimento mais eficiente e mais rpido por parte da empresa. Em princpio as duas formas so indiferentes para os acionistas, pois a

    bonificao, devido diluio das aes, provoca um ajustamento do preo de mercado, compensado pelo aumento do nmero de aes possudas, enquanto o aumento do valor nominal no altera o preo.

    Nas duas hipteses, o que pode aumentar o fluxo de dividendos, isto no caso em que a empresa efetue a distribuio tomando como parmetro o capital social da companhia.

    J, conforme a lei das sociedades por aes, os dividendos so calculados, via de regra, sobre o lucro lquido (25%).

    2.3.5 Direito de Subscrio

    O acionista tem o direito, assegurado por lei, de preferncia para subscrio de aes, que consiste na prioridade comum a todos (acionistas ordinrios e preferenciais) de adquirir, pelo preo da emisso, uma parcela das novas aes proporcional s j possudas.

    Normalmente, os aumentos de capital por meio de subscries ocorrem quando as condies do mercado se apresentam favorveis, de modo que os acionistas, subscrevendo as aes novas, ganham a diferena entre o seu preo de mercado e o seu valor de emisso. O direito de preferncia na subscrio pode ser negociado no prego da Bolsa.

    2.3.6 Direito de Retirada

    De acordo com a lei das sociedades annimas, a aprovao das seguintes matrias pela assemblia geral d ao acionista o direito de retirada:

  • 17

    a) criao de aes preferenciais ou aumento de classes existentes sem guardar propores com as demais, salvo, se j previstas ou autorizadas pelo estatuto; b) alteraes nas preferncias, vantagens e condies de resgate ou amortizao de uma ou mais classes de aes preferenciais ou criao de nova classe mais favorecida; c) reduo do dividendo obrigatrio; d) fuso da companhia, ou sua incorporao em outra; e) participao em grupo de sociedade; f) mudana do objeto social da companhia. Nos casos dos itens a e b, somente tero direito os titulares das aes

    prejudicadas. J nos casos dos itens d e e somente tero direito os titulares de aes que no integrem ndices de aes negociados em mercados de valores mobilirios e/ou titulares de aes de companhias abertas nas quais mais da metade de suas aes pertenam ao acionista controlador.

    Nos casos de ciso da companhia, somente haver direito de retirada se a ciso implicar em:

    a) mudana de objeto social; b) reduo do dividendo obrigatrio; c) participao em grupo de sociedades. O acionista dissidente tem o direito de retirar-se da companhia mediante o

    reembolso do valor de suas aes, se o reclamar companhia, no prazo de 30 dias, contados da publicao da ata da assemblia geral. O estatuto pode estabelecer normas para determinao do valor de reembolso, entretanto, somente poder ser inferior ao valor patrimonial das aes, constantes do ltimo balano aprovado pela assemblia geral, se estipulado com base no valor econmico da companhia a ser apurado por avaliao feita por peritos ou empresa especializada.

    2.4 Ofertas Pblicas de Aes

    2.4.1 Underwriting

    o processo de lanamento de aes mediante subscrio pblica para o qual a empresa encarrega um intermedirio financeiro, que ser responsvel pela colocao no mercado. Esses lanamentos pblicos de aes podem ser basicamente de trs tipos:

    2.4.1.1 Underwriting Firme

    o processo de lanamento no qual a instituio financeira, ou um consrcio de instituies subscreve a emisso total, encarregando-se, por sua conta e risco, de coloc-la no mercado junto aos investidores individuais (pblico) e institucionais. Neste tipo de operao, no caso de um eventual fracasso, a empresa j recebeu integralmente o valor correspondente s aes emitidas. O risco inteiramente do underwriter (intermedirio financeiro que executa uma operao de underwriting). O fato de uma

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    emisso ser colocada atravs de underwriting firme oferece uma garantia adicional ao investidor, porque, se as instituies financeiras do consrcio esto dispostas a assumir o risco da operao, porque confiam no xito do lanamento, uma vez que no h interesse de sua parte em imobilizar recursos por muito tempo.

    2.4.1.2 Melhor Esforo ou Best-Effort Underwriting

    o lanamento de aes no qual a instituio financeira assume apenas o compromisso de fazer o melhor esforo para colocar o mximo de uma emisso junto sua clientela, nas melhores condies possveis e num determinado perodo de tempo. Neste caso, as dificuldades de colocao das aes iro se refletir diretamente na empresa emissora. Neste caso o investidor deve proceder a uma avaliao mais cuidadosa, tanto das perspectivas da empresa quanto das instituies financeiras encarregadas do lanamento.

    2.4.1.3 Residual ou Stand-By Underwriting

    um esquema de lanamento, no qual a instituio financeira se compromete a promover a colocao das aes no mercado dentro de um certo prazo, findo o qual ela prpria subscrever a parcela que o mercado no absorveu. A condio dessas operaes pode estar a cargo de Bancos e Corretoras, enquanto lderes de sindicatos formados para o lanamento, ou ser realizada em bolsas de valores, nos chamados leiles especiais.

    2.4.2 Block Trade

    Leilo de grande lote de aes antigas (de posse da Companhia ou de algum acionista) com colocao junto ao pblico atravs das bolsas de valores.

    2.5 Participantes

    Os investidores no compram aes diretamente na Bolsa. Compram-nas atravs das sociedades corretoras membros daquela entidade. O cliente emite uma ordem de compra ou venda sua corretora e esta se encarrega de execut-la no prego. Para isto ela mantm, no recinto de negociao, seus operadores, que so habilitados pela Bolsa de Valores atravs de um exame de qualificao. O operador, de posse das ordens de compra e de venda dos clientes de sua corretora, participa diretamente do prego, apregoando seus negcios.

    So admitidos negociao apenas os ttulos e valores mobilirios registrados na Bolsa; aes de sociedades annimas (devidamente registradas na CVM com todas as condies legais e cujas empresas emissoras tenham cumprido as exigncias da Bolsa de Valores) e ttulos pblicos federais e estaduais.

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    2.5.1 Comisso de Valores Mobilirios (CVM)

    Entidade autrquica em regime especial, criada pela Lei n 6385, de 7/12/76, vinculada atualmente ao Ministrio da Fazenda, administrada por um presidente e quatro diretores nomeados pelo Presidente da repblica e que funciona como rgo de deliberao colegiada de acordo com regimento interno aprovado pelo Ministro da Fazenda.

    Compete CVM: I. Regular, com observncia da poltica definida pelo Conselho Monetrio Nacional,

    as matrias expressamente previstas na Lei das sociedades por ao (lei 6.404/76);

    II. Administrar registros institudos pela lei que a criou: registro de empresas para negociao de suas aes no mercado, registro de auditores independentes e consultores e analistas de Valores Mobilirios etc;

    III. Fiscalizar a emisso e distribuio de valores mobilirios no mercado; a negociao e intermediao de valores mobilirios; a negociao e funcionamento das Bolsas de Valores; a administrao e custdia de ttulos e valores mobilirios; a auditoria das companhias abertas; os servios de consultor e analista de valores mobilirios; a veiculao de informaes relativas ao mercado, s pessoas que dele participem e aos valores nele negociados;

    IV. Propor ao CMN limites mximos de preos, emolumentos e qualquer outro rendimento cobrado pelos intermedirios financeiros;

    V. Fiscalizar as companhias abertas.

    A CVM no uso de suas atribuies, tem poderes para: I. Examinar livros e documentos; exigir informaes e esclarecimentos; requisitar

    informaes de qualquer rgo pblico, autarquia ou empresa pblica; obrigar as companhias abertas a republicar balanos, demonstrativos etc, com correes;

    II. Apurar, mediante inqurito administrativo, atos legais e prticas no-equitativas de administraes de companhias abertas e de qualquer participante no mercado; aplicar penalidades previstas;

    III. Suspender a negociao de um ttulo ou colocar em recesso as Bolsas de Valores; divulgar informaes a fim de orientar os participantes no mercado; suspender ou cancelar registros.

    2.5.2 Sociedades Corretoras

    So instituies financeiras constitudas como sociedades annimas ou sociedades por quotas de responsabilidade limitada. Sua principal funo a de promover, de forma eficiente, a aproximao entre compradores e vendedores de ttulos e valores mobilirios, dando a estes negociabilidade adequada atravs de leiles realizados em recinto prprio (prego das Bolsas de Valores). Desta forma, as sociedades corretoras exercem o papel de unificadoras de mercado, dando segurana

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    ao sistema e liquidez aos ttulos transacionados. Suas principais atividades so as seguintes:

    Operar com exclusividade na Bolsa de Valores da qual membro com ttulos e valores mobilirios de negociao autorizada;

    Comprar, vender e distribuir ttulos e valores mobilirios, por conta de terceiros; efetuar lanamentos pblicos de aes (operaes de underwriting);

    Encarregar-se da administrao de carteiras de valores e da custdia de ttulos e valores mobilirios; instituir, organizar e administrar fundos e clubes de investimento; prestar servios como transferncia de ttulos, desdobramento de cautelas, recebimento de juros, dividendos ou encarregar-se da subscrio de ttulos e valores mobilirios, etc;

    Operar no mercado aberto (open market) e intermediar as operaes de cmbio. Em decorrncia da reorganizao operacional do mercado de valores mobilirios

    ocorrida em 2000, as corretoras de valores, independentemente de localizao de sua sede, passaram a ser corretoras membros da BOVESPA e, dependendo do nmero de ttulos patrimoniais possudos, se enquadram nas seguintes categorias: Internacional, Nacional, Regional Rio de Janeiro e Regional.

    2.5.3 Agentes Autnomos de Investimento

    Segundo a Resoluo n 2.838 de 30/05/2001 e a Instruo CVM n 355 de 01/08/ 2001, a pessoa natural ou jurdica uniprofissional, que tenha como atividade a distribuio e mediao de ttulos, valores mobilirios, cotas de fundos de investimento e derivativos, sempre sob a responsabilidade e como preposto das instituies contratantes; e, outras atividades autorizadas expressamente pelo Banco Central do Brasil e pela Comisso de Valores Mobilirios. Os Agentes Autnomos de Investimento podem ser credenciados junto : bancos mltiplos com carteira de investimento, bancos de investimento, corretoras de valores e de mercadorias e distribuidoras de valores.

    Para efeito da Lei n 4.595, os agentes autnomos de investimento equiparam-se s instituies financeiras.

    2.5.4 Investidores Institucionais

    Instituies ou Entidades que em funo de seu perfil operacional e/ou objetivos sociais direcionam parte de seus recursos/reservas para o mercado acionrio:

    Os principais investidores so: Entidades de Previdncia Privada Fechadas (as Fundaes); Entidades de Previdncia Privada Abertas (os Montepios); Sociedades Seguradoras; Sociedades de Capitalizao; Fundos Mtuos de Investimento; Investidores Institucionais Estrangeiros.

  • 21

    2.5.5 Sociedades Distribuidoras

    As Sociedades Distribuidoras de Ttulos e Valores Mobilirios so firmas constitudas como sociedades annimas, sociedades por quotas de responsabilidade limitada, ou ainda como firmas individuais, cuja autorizao para funcionamento dada pelo Banco Central do Brasil, que tambm estipula os capitais mnimos a que esto obrigadas em funo da regio em que atuem.

    Suas atividades bsicas, determinadas pela Resoluo n 1.120, de 04 de abril de 1986, do Banco Central do Brasil, com as alteraes trazidas pela Resoluo n 1.653 de 26 de outubro de 1989, so:

    Subscrever, isoladamente ou em consrcio, emisses de ttulos ou valores mobilirios para revenda; intermediar a colocao de emisses no mercado; contratar com a emissora, em conjunto ou separadamente, a sustentao de preos de ttulos no mercado, no perodo de lanamento e colocao da emisso;

    Encarregar-se da venda vista, a prazo ou prestao, de ttulos e valores mobilirios por conta de terceiros;

    Operar tambm no mercado aberto (open market) ,desde que satisfaa s condies exigidas pelo Banco Central do Brasil;

    Instituir, organizar e administrar fundos e clubes de investimento.

  • 22

    3. BOLSAS DE VALORES

    3.1 Histrico

    A palavra Bolsa, no seu sentido comercial e financeiro, nasceu em Bruges, cidade da Blgica, onde se realizavam assemblias de comerciantes na casa de um senhor chamado VAN DERBURSE, em cuja fachada havia um escudo com trs bolsas, braso de armas do proprietrio.

    A Bourse de Paris foi implantada por Lus VII em 1141, sendo regulamentada em 1304. Napoleo I fixou-a num prdio suntuoso onde permanece at hoje. Em 1698 foi fundada a Bolsa de Fundos Pblicos de Londres. Embora as operaes com valores j estivessem legalizadas, o enorme crescimento das negociaes naquele ano exigiu a organizao da Bolsa em carter oficial.

    Mas, s no Sculo XVIII estas instituies atingiram um grande desenvolvimento, quando as exigncias de crdito pblico obrigaram os banqueiros a fracionar os emprstimos em ttulos de participao. Com a expanso das sociedades por aes, permitindo grandiosos agrupamentos de Recursos, elas assumiram um papel preponderante na oferta e procura de capitais. Desde os velhos mercados medievais at hoje, as Bolsas de Valores vm sofrendo profundas transformaes em sua estrutura. No Brasil, seu desenvolvimento est intrinsecamente ligado ao desenvolvimento da estrutura financeira do Pas, que se assentou basicamente sobre dois tipos de instituies: os bancos comerciais e as Bolsas de Valores. No entanto, somente na segunda metade deste sculo comearam a surgir instituies especializadas em diferentes tipos de crdito. Antes do sculo XlX no se encontravam instituies organizadas, mas apenas indivduos exercendo as funes de banqueiros ou corretores.

    A reestruturao econmica do Pas, na primeira metade do sculo passado, exigiu a organizao do sistema financeiro, abrangendo tambm a figura do corretor, contempornea ao perodo colonial. As disposies sobre o ofcio j apareciam na legislao, a partir do sculo XVIII, mas a regulamentao da atividade s viria a acontecer em 14 de junho de 1845, atravs do Decreto n 417, com o objetivo principal de evitar a interferncia, nessas operaes, de um nmero irrestrito de pessoas. Desde ento, os Corretores Oficiais de Fundos Pblicos passaram a ter cargos vitalcios, mediante nomeao do Ministro da Fazenda, tendo em vista que representavam o Governo e seus atos.

    Em So Paulo, em dezembro de 1894, foi aprovada uma tabela de corretagem para a embrionria Bolsa Livre de Valores, por ato do governo estadual. Esse fato representou o passo inicial para a criao dos primeiros cargos de corretores de fundos pblicos. Em 1895, o Governo Estadual institua a Bolsa Oficial de ttulos de So Paulo.

    As atividades das Bolsas e Corretoras dos estados brasileiros foram regulamentadas pelo Governo Federal somente em 1934, atravs do Decreto n 24.275. Mas a legislao tornou-se mais afirmativa, passando a reger todas as instituies bolssticas do Pas, a partir do Decreto-Lei n 1.344 de 1939. No entanto, mesmo depois dele, elas continuaram sendo entidades pblicas com ingerncia dos governos estaduais em suas administraes.

  • 23

    Foi a partir das reformas que institucionalizaram o sistema financeiro nacional, iniciadas em 1964, que as Bolsas de Valores assumiram as caractersticas que hoje possuem.

    Em 2000, foi assinado um protocolo (convnio) entre as bolsas de valores brasileiras, estabelecendo que todas as atividades relacionadas com ttulos de emisso privada passariam a ser centralizadas na Bolsa de Valores de So Paulo, enquanto que a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro se focaria no desenvolvimento e implementao de um mercado eletrnico para negociao de ttulos pblicos.

    Ao longo de sua histria, a BOVESPA passou por mudanas para aperfeioar sua estrutura. Recentemente em 28 de agosto de 2007, quando uma reestruturao societria resultou na criao da BOVESPA Holding, que tem como subsidirias integrais a Bolsa de Valores de So Paulo (BVSP) responsvel pelas operaes dos mercados de bolsa e de balco organizado e a Companhia Brasileira de Liquidao e Custdia (CBLC) que presta servios de liquidao, compensao e custdia.

    A reestruturao societria consolidou o processo de desmutualizao, permitindo que o acesso s negociaes e demais servios prestados pela Bolsa sejam desvinculados da propriedade de aes. No formato anterior da BOVESPA, apenas corretoras proprietrias de ttulos patrimoniais podiam negociar em Bolsa.

    Mais recentemente em 2008 foi criada a BM&FBOVESPA com a integrao da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) e Bolsa de Valores de So Paulo (BOVESPA).

    Juntas as Companhias formam a terceira maior bolsa do mundo em valor de mercado, a segunda das Amricas e a lder do continente latino-americano, concentrando cerca de 70% do volume dos negcios da regio.

    3.2 Conceituao Legal e Funes

    Possuem autonomia financeira, patrimonial e administrativa, mas esto sujeitas

    superviso da Comisso de Valores Mobilirios e obedecem as diretrizes e polticas emanadas do Conselho Monetrio Nacional.

    Seus objetivos e atividades so: a) Manter local adequado ao encontro de seus membros e a realizao, entre eles de transaes de compra e venda de ttulos e valores mobilirios, em mercado livre e aberto, organizado e fiscalizado pelos prprios membros, autoridade monetria e pela CVM; criar e organizar os meios materiais, os recursos tcnicos e as dependncias administrativas necessrias pronta, segura e eficiente realizao e liquidao das operaes efetuadas no recinto de negociao (prego); organizar, administrar, controlar e aperfeioar o sistema e o mecanismo de registro e liquidao das operaes realizadas; estabelecer sistema de negociao que propicie e assegure a continuidade das cotaes e a plena liquidez do mercado de ttulos e valores mobilirios; b) Fiscalizar o cumprimento, pelos seus membros e pelas sociedades emissoras de ttulos e valores mobilirios, das disposies legais e regulamentares, estatutrias e regimentais, que disciplinam as operaes de Bolsa, aplicando aos infratores as penalidades cabveis; dar ampla e rpida divulgao s operaes

  • 24

    efetuadas em seu prego; assegurar aos investidores completa garantia pelos ttulos e valores negociados; c) Exercer outras atividades conexas e correlatas que lhe sejam permitidas por lei.

    3.3 Organizao Interna

    O rgo deliberativo mximo das Bolsas de Valores a assemblia geral e a gesto dos seus negcios sociais feita atravs do conselho de administrao e do superintendente geral.

    O conselho de administrao constitudo por doze membros e respectivos suplentes, reelegveis, sendo:

    Oito titulares ou administradores de firmas ou sociedades corretoras, membros da Bolsa e com um mandato de trs anos, renovvel de um tero;

    O Superintendente Geral, escolhido pelo Conselho de Administrao; Um representante das companhias abertas escolhido entre as registradas na

    Bolsa; O representante dos investidores (pessoas fsicas); e O representante dos investidores institucionais.

    Compete ao conselho de administrao: Traar a poltica geral da Bolsa de Valores e autorizar as medidas e providncias

    necessrias para regular o funcionamento da entidade. Autorizar, proibir ou suspender a negociao e a cotao de quaisquer ttulos ou

    valores mobilirios, exceto os da dvida pblica federal; suspender, total ou parcialmente, as atividades da Bolsa de Valores em casos de grave emergncia, comunicando de imediato a deciso, devidamente justificada, Comisso de Valores Mobilirios; admitir ou recusar a admisso de novos membros ao quadro social da entidade e obedecendo ao estatuto; impor sanes aos membros da entidade.

    Escolher e autorizar a contratao do Superintendente Geral, bem como decidir sobre a sua demisso; deliberar sobre a contratao de superintendentes executivos; propor oramentos e programas de aplicao de recursos, apresentar relatrios de atividades e balanos gerais e propor atualizao do capital social assemblia geral entre outras atribuies.

    Ao superintendente geral cabe dar execuo poltica e as determinaes do conselho de administrao, bem como, dirigir todos os trabalhos da Bolsa. Suas principais funes so: apresentar ao conselho de administrao os oramentos, relatrios e balano geral relativos a cada exerccio, contratar os superintendentes executivos, determinar-lhes as atribuies e poderes, bem como rescindir os contratos respectivos, tudo com a prvia aprovao do conselho de administrao; representar a entidade, ativa e passivamente, em juzo ou fora dele, nos termos do mandato especial que lhe outorgado.

    Antes de assumir suas funes, os integrantes do conselho de administrao, o superintendente geral e os superintendentes executivos tm seus nomes submetidos aprovao da Comisso de Valores Mobilirios, que apreciar a indicao de acordo

  • 25

    com os padres exigidos para a aceitao dos dirigentes de instituies financeiras. Esto, pois, sujeitos s penalidades previstas por lei para aqueles dirigentes, com os quais se equiparam.

    Existem ainda as superintendncias executivas onde esto ligados os departamentos (ou divises) pertencentes s suas respectivas reas de atuao. Todavia, especialmente nas Bolsas de menor porte, algumas reas esto sob a superviso direta do superintendente geral.

    Alm disso, existem os rgos de staff que esto ligados presidncia ou s superintendncias. So as consultorias jurdicas, as assessorias de relaes pblicas, as assessorias de organizao e mtodos, as consultorias ou assessorias econmicas, etc.

  • 26

    4. OS MERCADOS NAS BOLSAS

    Os mercados disponveis negociao nas Bolsas de Valores so: vista: que tem a finalizao da operao (transferncia dos ttulos e acerto

    financeiro) em um curto perodo. Derivativos: no caso do mercado de aes so os mercados a termo e de

    opes. Em ambos se estabelece hoje as condies em que ser efetuada a finalizao da operao, que ir ocorrer em uma data futura. Uma das razes de um produto/mercado ser denominado de derivativo o fato

    de sua existncia e formao de preo estar vinculada ao grau de risco e as diferentes expectativas quanto ao futuro comportamento de um outro produto/mercado.

    Tanto as transaes a vista como as com derivativos podem ser feitas no sistema eletrnico (prego eletrnico)

    4.1 O Novo Mercado da BOVESPA

    A BOVESPA desenvolveu um novo segmento de mercado onde so transacionadas aes de empresas comprometidas com os princpios de boa governana corporativa.

    Para uma empresa habilitar-se a negociao no Novo Mercado, ela deve resumidamente atender os seguintes requisitos:

    Emisso exclusiva de aes ordinrias; Realizao de ofertas pblicas de colocao de aes por meio de mecanismos

    que favoream a disperso do capital; Manuteno em circulao de uma parcela mnima de aes representando 25%

    do capital; Extenso para todos os acionistas das mesmas condies obtidas pelos

    controladores quando da venda do controle da companhia; Estabelecimento de um mandato unificado de um ano para todo o Conselho de

    Administrao; Disponibilizao de balano anual seguindo as normas do US GAAP ou IAS

    GAAP; Introduo de melhorias nas informaes prestadas trimestralmente, entre as

    quais a exigncia de consolidao e de reviso especial; Obrigatoriedade de realizao de uma oferta de compra de todas as aes em

    circulao, pelo valor econmico, nas hipteses de fechamento de capital ou cancelamento do registro de negociao no Novo Mercado;

    Cumprimento das regras de diclousure em negociaes envolvendo ativos de emisso da companhia por parte de acionistas controladores ou administradores da empresa;

    Adeso Cmara de Arbitragem para resoluo de conflitos societrios.

  • 27

    Alm disso, a BOVESPA ir classificar as demais empresas negociadas em dois nveis (1 e 2), dependendo do grau de atendimento aos seguintes itens:

    NVEL 1 2 ITENS

    X Mandato unificado de um ano para todo o Conselho de Administrao;

    X

    Extenso para todos os acionistas detentores de aes ordinrias das mesmas condies obtidas pelos controladores quando da venda do controle da companhia e de 70% deste valor para os detentores de aes preferenciais;

    X

    Direito de voto s aes preferenciais em algumas matrias como transformao, incorporao, ciso e fuso da companhia, aprovao de contratos entre a companhia e empresas do mesmo grupo e outros assuntos em que possa haver conflito de interesse entre o controlador e a companhia;

    X

    Obrigatoriedade de realizao de uma oferta de compra de todas as aes em circulao, pelo valor econmico, nas hipteses de fechamento do capital ou cancelamento do registro neste Nvel 2;

    X Adeso Cmara de Arbitragem para resoluo de conflitos societrios;

    X X Manuteno em circulao de uma parcela mnima de aes representando 25% do capital;

    X X Realizao de ofertas pblicas de colocao de aes atravs de mecanismos que favoream a disperso do capital;

    X X Melhoria nas informaes prestadas trimestralmente, entre as quais a exigncia de consolidao e de reviso especial;

    X X Cumprimento de regras de diclousure em operaes envolvendo ativos de emisso da companhia por parte de acionistas controladores ou administradores da empresa;

    X X Divulgao de acordos de acionistas e programs de stock options;

    X X Disponibilizao de um calendrio anual de eventos corporativos. 4.2 Mercado Vista

    o mercado onde se realizam operaes de compra e venda de aes emitidas pelas empresas abertas registradas em Bolsa.

    Este mercado caracteriza-se por ter os preos das aes com cotao atual e pelo fato das operaes serem liquidadas em trs dias, se no houver atraso por parte do vendedor na entrega das aes vendidas ou falta de pagamento por parte do comprador, referente s aes compradas.

  • 28

    Considera-se D+0 como sendo o dia da realizao da operao no Prego ou no Sistema Eletrnico. Assim a Corretora Vendedora ter at o dia D+2 para a entrega das aes (liquidao fsica) e a Corretora Compradora ter at o dia D+3 para pagar a operao (liquidao financeira).

    As liquidaes fsica e financeira so realizadas pela clearing, empresa independente, administrativa e financeiramente das Bolsas e responsvel pela prestao dos servios de compensao dos ttulos negociados no mercado.

    4.2.1 Custdia

    Servio de guarda de valores prestado pelas instituies autorizadas aos participantes do mercado.

    Infungvel: o mesmo ativo depositado o que ser devolvido/transferido quando solicitado;

    Fungvel: comprometimento no sentido de devoluo/transferncia de um ativo de idnticas caractersticas, porm, no necessariamente o mesmo que foi depositado.

    4.2.2 Ciclo de Liquidao

    D+0 Dia da operao no Prego (Viva Voz ou Eletrnico) nico dia para especificao de opes e termo Cobertura Depsito de margem de garantia (ativos)

    D+1 Prazo para especificao/reespecificao de operaes (a vista) Depsito de margem (espcie) Liquidao Financeira (termo, opes, futuro)

    D+2

    Entrega fsica dos ttulos na custdia (liquidao fsica) Relatrio de potenciais inadimplentes

  • 29

    Liquidaes Fsica e Financeira da operao Cobertura financeira para vendedor inadimplente

    D+3 Liquidao fsica e financeira da operao Cobertura financeira para vendedor inadimplente

    D+4

    ltimo dia para regularizao da liquidao fsica da operao. Caso estes prazos no sejam obedecidos pela Corretora Vendedora ou pela

    Corretora Compradora, sero tomadas as seguintes providncias:

    Corretora Vendedora no entregou as aes em D+2: Recompra ou Reverso D+5

    Emisso de ordem de recompra das aes e incio do prazo para execuo da recompra D+6

    Prazo para a execuo da recompra e confirmao D+7

    Prazo para confirmao e trmino do prazo para execuo da recompra D+8

    Confirmao da Recompra - Prazo Final D+9

    Reverso da operao. Obs.: Todos os dias D acima citados so considerados como dias teis.

    4.2.3 Operao Day Trade no Mercado Vista

    uma operao de Compra e Venda de uma mesma quantidade de aes de uma mesma empresa, realizada no mesmo dia pelo mesmo investidor, atravs da mesma corretora e liquidada pelo mesmo agente de compensao.

    Esta operao ser liquidada por saldos em D+3. Se o investidor vendeu aes de uma empresa X em um determinado dia, a um preo superior a compra, tambm realizada no mesmo dia, ele receber um crdito em D+3 na compensao financeira referente ao saldo positivo da operao.

    Se o investidor vendeu aes de uma empresa X em um determinado dia a um preo inferior a compra tambm realizada no mesmo dia, ele ter que pagar o prejuzo da operao em D+3 sofrendo um dbito na compensao financeira.

  • 30

    Exemplo: Compra de 1.000 aes do ativo X por $1.000,00 Venda de 1.000 aes do ativo X por $1.100,00

    Operaes inversas realizadas no prego do mesmo dia, pelo mesmo investidor e

    pela mesma corretora

    Liquidao: O comprador tem que pagar $ 1.000,00, e, receber $ 1.100,00, como vendedor. Logo: o investidor tem a receber $ 100,00 como saldo financeiro da operao.

    COMPRADOR

    A

    1.000 aes por $ 1.000,00 do ativo X

    VENDEDOR B

    Mesmo Investidor VENDEDOR

    A 1.000 aes por $ 1.100,00 do

    ativo X COMPRADOR

    C

    O comprador C paga $ 1.100,00 pela operao, $ 1.000,00 so destinados ao

    vendedor B e $ 100,00 ao vendedor A. As operaes de day trade podem ser realizadas igualmente nos mercados

    futuros e de opes.

    4.2.4 Compensao e Liquidao

    Clearing: Empresa independente Funo: compensar e liquidar as operaes realizadas na BOVESPA, controlar os

    riscos das operaes nos mercados derivativos e administrar as margens de garantia.

    Agentes de compensao: plenos e prprios. CICLO DA COMPENSAO E LIQUIDAO

    Corretora Vendedora

    Agente Compensao

    Clearing Agente Compensao

    Custdia

    Prego da BOVESPA

    Corretora Compradora

    Crdito em R$D+3

    Dbito em R$ D+3

    Crdito em R$na Conta da

    Corretora

    Dbito em R$na Conta da

    Corretora

    Executa Ordem

    Executa Ordem

    Entrega Ttulos D+2

    Recebe Ttulos D+3

  • 31

    4.2.5 Formao do Preo Vista

    Oferta e procura Fatores determinantes:

    - Desempenho histrico - Perspectivas futuras

    4.2.6 Porque Comprar Aes?

    Obteno de um ganho Lucratividade determinada por:

    - Direitos e Proventos - Valorizao das cotaes das aes

    4.2.7 Ajuste do Preo Vista da Ao em Funo de Proventos

    As bolsas somente permitem que sejam realizados negcios com aes que estejam com seu estado de direito totalmente atualizado, ou seja, que no tenha nenhum dividendo ou bonificao / desdobramento a receber.

    Essa medida adotada para evitar que existam diferentes formaes de preo para as mesmas aes. Dessa forma, quando uma empresa comunica que ir distribuir algum provento a seus acionistas, as Bolsas estabelecem um prazo at o qual as aes de emisso dessa empresa iro ser negociadas na forma Com Direito, e a partir do qual somente sero transacionadas na forma Ex-Direito (aes que j receberam e/ou no tem direito ao provento).

    O mercado, por sua vez, quando do primeiro dia de negociao ex-direito ajusta as cotaes das aes, de maneira a descontar os efeitos da distribuio de proventos no preo dos ttulos.

    4.2.8 Custos de Transao

    Corretagem Emolumento Taxa de liquidao

    4.2.9 Tributao

    Negociao com Aes: I.R. = 15% sobre o ganho lquido. I.R. = 20% sobre o ganho lquido em operaes day-trade, sendo 1% na fonte

    Nas operaes de vendas ter a incidncia na fonte de I.R. na alquota de 0,005% sobre o valor.

  • 32

    4.2.10 Negociao

    Lote Padro: - Unitrio - Cem Aes - 1 mil Aes - 10 mil Aes - 100 mil Aes

    Fracionrio

    4.3 Os ndices de Bolsas de Valores

    Os ndices das Bolsas de Valores procuram medir a lucratividade mdia de uma carteira de aes, num determinado tempo.

    Estes ndices possibilitam aos investidores avaliarem seus investimentos e a tendncia dos negcios em geral: aos administradores dos fundos de investimentos compararem seus desempenhos com o do mercado como um todo; s autoridades econmico-financeiras utiliz-los como instrumentos de auxlio em suas anlises da situao do pas.

    Evidentemente, para que um indicador possa efetivamente ser utilizado, para medir a lucratividade das aes negociadas, num mercado, o ndice deve possuir o maior crdito possvel junto a todas as instituies que, de uma forma ou de outra, tenham interesse neste mercado.

    As aes que compe o ndice formam uma suposta carteira de investimentos que devem representar de forma mais fiel e eficiente o comportamento do mercado.

    A evoluo dos ndices das Bolsas uma informao de extrema importncia que os analistas, investidores ou especuladores, devem somar a outras, na avaliao de seus investimentos no mercado acionrio.

    Dow-Jones Industrial O ndice Dow Jones foi criado em 1897 por Charles H. Dow, editor do Wall Street

    Journal e fundador da agncia de Notcias Econmicas Dow & Jones Company. Sua publicao era diria sob a forma de um ndice geral de preos para o mercado de aes industriais e outro para as aes de companhias ferrovirias. Charles H. Dow foi o primeiro a observar que as aes do mercado se movem juntamente, seguindo a trajetria das mais representativas, sendo assim possvel medir atravs de uma mdia a intensidade das oscilaes.

    Na sua construo inicial o ndice Dow-Jones-lndustrial tinha uma formulao extremamente simples, pois se constitua de uma mdia aritmtica aos preos de 30 aes do setor industrial que eram consideradas as mais representativas entre as listadas na New York Stock Exchange.

    A medida que as aes deste ndice foram sofrendo splits (aumento do n de aes) tornou-se necessrio um ajuste ao divisor da mdia. Este ajuste, entretanto, vem dando origem a algumas imperfeies na representatividade do ndice, pois as aes que pouco ou nunca usaram split tornaram mais influentes que as outras que

  • 33

    regularmente se racharam, alm do seu critrio de seleo das aes do grupo ser extremamente conservador.

    Standard & Poors O ndice S&P foi criado no final da dcada de 50 pela agncia de Notcias e

    Pesquisas Econmicas Standard & Poors Co. que lanou uma mdia de preos de 500 aes, ponderada pela quantidade de aes existentes em cada uma. Estas aes representam 86% do valor agregado total das aes mais importantes do mercado.

    A Standard & Poors procurou estabelecer uma mecnica de clculo, de forma que aproximasse o seu ndice do preo das aes da New York Stock Exchange.

    NYSE O ndice NYSE foi criado pela prpria New York Stock Exchange em 1966,

    composto por 1200 aes, de modo que se aproxime do valor mdio das aes no mercado. A New York Stock Exchange tentou convencer durante anos a Dow-Jones a dividir seu ndice para aproxim-lo do preo mdio das aes na Bolsa, e evitar, desta forma, as manchetes de jornal, anunciando grandes variaes de pontos na mdia das aes em um nico dia; no conseguindo a NYSE decidiu passar a publicar seu prprio ndice.

    ndice BOVESPA O ndice BOVESPA foi criado em 1968, a partir da construo de uma carteira

    terica de aes que em conjunto representam 80% do volume transacionado vista nos doze meses anteriores formao da carteira, sua funo ser indicador de desempenho mdio das cotaes das aes negociadas na Bolsa de Valores de So Paulo.

    Este ndice no sofreu modificaes metodolgicas desde sua implantao, tendo apenas sofrido divises do seu valor (por 100 e por 10), unicamente para efeito de divulgao. O nmero de aes que o compe altera-se quadrimestralmente em funo da participao relativa de cada ao nos ltimos 12 meses, atualmente ela soma 57 papis.

    IEE ndice de Energia Eltrica Primeiro ndice setorial criado pela bolsa de Valores de So Paulo (BOVESPA).

    Tem base 1000 em 28 de dezembro de 1994 e mede o desempenho dos papis mais lquidos desse setor. Atualmente formado por 13 aes, tem como importante caracterstica o fato de ser um ndice em que todas as aes apresentam igual participao - em termos de valor - na composio da carteira.

    IBX ndice Brasil Com base 1000 em 29 de dezembro de 1995 composto pelos 100 principais

    papis - em termos de participao no nmero de negcios e no volume financeiro-transacionados no mercado vista da Bolsa de Valores de So Paulo. A participao de cada ttulo na carteira funo da representatividade do seu respectivo mercado no

  • 34

    tipo (nmero de aes em circulao multiplicado pela sua cotao em prego) no somatrio dos valores de mercado dos 100 papis integrantes do ndice.

    NDICE N DE AES

    Dow Jones Industrial 30 Aes de Empresas Industriais negociadas

    na Bolsa de Valores de Nova York

    Dow Jones Ferrovia 20 Aes de Empresas Ferrovirias negociadas

    na Bolsa de Valores de Nova York

    Dow Jones Utilidades 15

    Aes de Empresas de setores variados negociadas na Bolsa de Valores de Nova

    York

    Dow Jones Composto 65 Conjunto de outros ndices

    S & P 500 Agncia de Pesquisa Standard & Poors

    NYSE Composite 1683 Bolsa de Valores de Nova York

    BOVESPA 66 Bolsa de Valores de So Paulo

    FGV 100 100 Fundao Getlio Vargas

    (Empresas no-financeiras)

    FT 100 100

    Financial Times Agncia de Notcias Econmicas da Bolsa de Valores de Londres

    (Empresas no-financeiras)

    Nikkei 230 Agncia de Notcias Econmicas da Bolsa de

    Valores de Tquio

    Topix 1165 Bolsa de Valores de Tquio Dax 30 Bolsa de Valores de Frankfurt CAC 240 Bolsa de Valores de Paris

  • 35

    EXEMPLO DE MONTAGEM DE CARTEIRA DE UM NDICE PONDERADO PELA REPRESENTATIVIDADE EM MERCADO

    Momento 1 Mercado Vista

    Ao N Neg. Part. % (1) Vol. % Part. %

    (2) Ind. (Neg. / Vol.)

    )2(*)1( Part. %

    A 2.500 25 32.000 16 20,0 20,3 B 2.800 28 84.000 42 34,3 34,9 C 1.700 17 26.000 13 14,9 15,2 D 2.300 23 52.000 26 24,5 24,9 E 700 7 6.000 3 4,6 4,7

    Total 10.000 100 200.000 100 98,3 100,0

    Momento 2 Amostra de aes que iro compor o ndice:

    Ao Ind. (Neg. / Vol.) Part. % Part. % Acumul.B 34,3 34,9 34,9 D 24,5 24,9 59,8 A 20,0 20,3 80,1 C 14,9 15,2 95,3 E 4,.6 4,7 100,0

    Part. % Ajustada

    Part. % Acumul.

    43,6 43,6 31,1 74,7 25,3 100,0

    Momento 3 Montagem da Carteira, supondo ndice = 10.000 pontos.

    Ao Part. % (Ajustada) (1) Peso

    (1) * 10.000 = (2)Preo Fech.

    (3) Qtde. Terica (2) / (3) = (4)

    B 43,6 4.360 20,00 218 D 31,1 3.110 31,10 100 A 25,3 2.530 2,00 1.265 100,0 10.000

    Momento 4 Clculo do ndice no prego seguinte (D + 1):

    Ao Qtde. Terica(1)100 Preo Ao (D + 1)

    (2) Pontos do ndice

    (1) * (2) = (3) Variao

    (%) B 218 21,00 4.578 + 5,0 D 100 33,45 3.345 + 7,6 A 1.265 1,80 2.277 - 10,0

    ndice 10.200 + 2,0

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    4.4 Mercado a Termo

    a operao em que o Comprador e Vendedor formalizam um contrato de Compra e Venda de aes de uma empresa para liquidao futura com preo e prazo predeterminados no presente. Neste mercado, no existe a troca de posio das partes, isto , o Comprador e o Vendedor so os mesmos at o vencimento do contrato, que pode ser no final do prazo contratado ou antecipado.

    O preo da operao a termo, que determinado em mercado, formado