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WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR CRIMES AMBIENTAIS – LEI N. 9.605/98 VALDINEI CORDEIRO COIMBRA Mestrando em Direito Penal Internacional pela Universidade de Granada (Esp) Especialista em Direito Penal e Processual Penal pelo ICAT/UNIDF Especialista em Gestão Policial Judiciária – APC/Fortium Professor de Preparatórios para Concursos Públicos Coordenador do www.conteudojuridico.com.br Delegado de Polícia Civil do Distrito Federal Ex-analista judiciário do TJDF Ex-agente de polícia civil do DF Ex-agente penitenciário do DF Ex-policial militar do DF [email protected] Introdução Crimes ambientais na Legislação Constituição Federal/88: Art. 225 [...] § 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados. Legislação: Lei n.º 9.605 de 13.02.98 - Dispõe sobre as Sanções Penais e Administrativas Derivadas de Condutas e Atividades Lesivas ao Meio Ambiente, e dá outras providências. Esta lei é na verdade uma consolidação das infrações das leis ambientais (Código de Caça, Código Florestal e o Código de Pesca), além de trazer novas figuras penais. As penas têm uniformização e graduação adequadas, e as infrações são claramente definidas. Art. 1.º - (Vetado). Concurso de Agentes. Art. 2.º - Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes previstos nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida da sua culpabilidade, bem como o diretor, o administrador, o membro de conselho e de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a sua prática, quando podia agir para evitá-la. Responsabilidade Penal da Pessoa Jurídica:

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CRIMES AMBIENTAIS – LEI N. 9.605/98

VALDINEI CORDEIRO COIMBRA Mestrando em Direito Penal Internacional pela Universidade de Granada (Esp)

Especialista em Direito Penal e Processual Penal pelo ICAT/UNIDF Especialista em Gestão Policial Judiciária – APC/Fortium

Professor de Preparatórios para Concursos Públicos Coordenador do www.conteudojuridico.com.br

Delegado de Polícia Civil do Distrito Federal Ex-analista judiciário do TJDF

Ex-agente de polícia civil do DF Ex-agente penitenciário do DF

Ex-policial militar do DF [email protected]

Introdução Crimes ambientais na Legislação Constituição Federal/88:

Art. 225 [...] § 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.

Legislação: Lei n.º 9.605 de 13.02.98 - Dispõe sobre as Sanções Penais e Administrativas Derivadas de Condutas e Atividades Lesivas ao Meio Ambiente, e dá outras providências. Esta lei é na verdade uma consolidação das infrações das leis ambientais (Código de Caça, Código Florestal e o Código de Pesca), além de trazer novas figuras penais. As penas têm uniformização e graduação adequadas, e as infrações são claramente definidas.

Art. 1.º - (Vetado).

Concurso de Agentes.

Art. 2.º - Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes previstos nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida da sua culpabilidade, bem como o diretor, o administrador, o membro de conselho e de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a sua prática, quando podia agir para evitá-la.

Responsabilidade Penal da Pessoa Jurídica:

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Art. 3.º - As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade. Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, co-autoras ou partícipes do mesmo fato.

A Lei neste artigo adotou a teoria da realidade, também conhecida como orgânica ou da personalidade real, tal teoria tem como fundamento que pessoa não é somente o homem, mas todos os entes dotados de existência real. Tendo como seu maior precursor Otto Gierke. Os doutrinadores adeptos dessa teoria afirmam veementemente que as pessoas jurídicas são pessoas reais, dotadas de uma real vontade coletiva. Pela fundamentação do art. 3°, da lei 9.605/98, o STJ, que admite a responsabilidade penal da pessoa jurídica em crimes ambientais, desde que haja imputação simultânea da pessoa jurídica e da pessoa física que atua em seu nome e benefício. (STJ, REsp 969.160, DJ 21.08.2009).

Art. 4.º - Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente.

• A desconsideração da pessoa jurídica somente ocorrerá para responsabilização civil, das pessoas físicas que compõe a pessoa jurídica.

Art. 5.º - (Vetado).

A Aplicação da Pena

Regras Gerais Aplicação da Pena:

Art. 6.º - Para imposição e gradação da penalidade, a autoridade competente observará: I - a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas conseqüências para a saúde pública e para o meio ambiente; II - os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da legislação de interesse ambiental; III - a situação econômica do infrator, no caso de multa.

• No caso de crimes ambientais, o juiz segue critério diferenciado do Código Penal, considerando que a Lei ambiental prevê a punição penal para pessoa física e jurídica. No caso da jurídica, só aplicará o quantum da pena, não fixará o regime prisional.

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• O artigo 6º desta Lei tem primazia quando da fixação da pena base, devendo o juiz aplicar subsidiariamente o art. 59 do CP.

• As atenuantes e agravantes (segunda fase da fixação da pena), encontram-se relacionadas nos artigos 14 e 15 desta Lei.

• Antecedente ambiental, levar-se-á em conta as multas administrativas. • As causas de aumento ou diminuição de pena previstas no código penal,

compatíveis com os crimes ambientais poderão ser aplicadas, considerando o teor do art. 79 desta lei, que manda aplicar o CP e o CPP de forma subsidiária.

Penas Restritivas de Direito Aplicáveis às Pessoas Físicas (arts. 7° ao 13):

Art. 7.º - As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade quando: I - tratar-se de crime culposo ou for aplicada a pena privativa de liberdade inferior a quatro anos; II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias do crime indicarem que a substituição seja suficiente para efeitos de reprovação e prevenção do crime. Parágrafo único - As penas restritivas de direitos a que se refere este artigo terão a mesma duração da pena privativa de liberdade substituída. (ver art. 10) Art. 8.º - As penas restritivas de direito são: I - prestação de serviços à comunidade; II - interdição temporária de direitos; III - suspensão parcial ou total de atividades; IV - prestação pecuniária; V - recolhimento domiciliar.

• Aplicável apenas às pessoas físicas, em face do disposto no art. 22 desta Lei.

• A Lei n. 12.403/11 prevê no art. 319 do CPP o recolhimento domiciliar como medida cautelar diversa da prisão.

Art. 9.º - A prestação de serviços à comunidade consiste na atribuição ao condenado de tarefas gratuitas junto a parques e jardins públicos e unidades de conservação, e, no caso de dano da coisa particular, pública ou tombada, na restauração desta, se possível. Art. 10 - As penas de interdição temporária de direito são a proibição de o condenado contratar com o Poder Público, de receber incentivos fiscais ou quaisquer outros benefícios, bem como de participar de licitações, pelo prazo de cinco anos, no caso de crimes dolosos, e de três anos, no de crimes culposos. Art. 11 - A suspensão de atividades será aplicada quando estas não estiverem obedecendo às prescrições legais.

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Art. 12 - A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima ou à entidade pública ou privada com fim social, de importância, fixada pelo juiz, não inferior a um salário mínimo nem superior a trezentos e sessenta salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual reparação civil a que for condenado o infrator. Art. 13 - O recolhimento domiciliar baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do condenado, que deverá, sem vigilância, trabalhar, freqüentar curso ou exercer atividade autorizada, permanecendo recolhido nos dias e horários de folga em residência ou em qualquer local destinado a sua moradia habitual, conforme estabelecido na sentença condenatória.

Circunstâncias Atenuantes:

Art. 14 - São circunstâncias que atenuam a pena: I - baixo grau de instrução ou escolaridade do agente; II - arrependimento do infrator, manifestado pela espontânea reparação do dano, ou limitação significativa da degradação ambiental causada; III - comunicação prévia pelo agente do perigo iminente de degradação ambiental; IV - colaboração com os agentes encarregados da vigilância e do controle ambiental.

Circunstâncias Agravantes:

Art. 15 - São circunstâncias que agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime: I - reincidência nos crimes de natureza ambiental;

• Nos crimes ambientais, a reincidência só pode ser aplicada como agravante se for reincidência em crime ambiental.

II - ter o agente cometido a infração: a) para obter vantagem pecuniária; b) coagindo outrem para a execução material da infração; c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a saúde pública ou o meio ambiente; d) concorrendo para danos à propriedade alheia; e) atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas sujeitas, por ato do Poder Público, a regime especial de uso; f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamentos humanos; g) em período de defeso à fauna; h) em domingos ou feriados; i) à noite; j) em épocas de seca ou inundações; l) no interior do espaço territorial especialmente protegido; m) com o emprego de métodos cruéis para abate ou captura de animais; n) mediante fraude ou abuso de confiança; o) mediante abuso do direito de licença, permissão ou autorização ambiental;

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p) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou parcialmente, por verbas públicas ou beneficiada por incentivos fiscais; q) atingindo espécies ameaçadas, listadas em relatórios oficiais das autoridades competentes; r) facilitada por funcionário público no exercício de suas funções.

Suspensão Condicional da Pena:

Art. 16 - Nos crimes previstos nesta Lei, a suspensão condicional da pena pode ser aplicada nos casos de condenação a pena privativa de liberdade não superior a três anos.

Art. 17 - A verificação da reparação a que se refere o § 2º do art.78 do Código Penal será feita mediante laudo de reparação do dano ambiental, e as condições a serem impostas pelo juiz deverão relacionar-se com a proteção ao meio ambiente.

• Na Lei dos crimes ambientais o sursis especial somente pode ser aplicado se a reparação do dano for comprovada através de laudo de reparação do dano ambiental.

• As condições do sursis devem relacionar-se com a proteção ao meio ambiente.

• Considerando a aplicação subsidiária do Código Penal aos crimes ambientais (art. 79, desta Lei), aplica-se o sursis etário e humanitário, previsto no art. 77, §2º do CP.

Pena de Multa:

Art. 18 - A multa será calculada segundo os critérios do Código Penal; se revelar-se ineficaz, ainda que aplicada no valor máximo, poderá ser aumentada até três vezes, tendo em vista o valor da vantagem econômica auferida.

• Fixada em dias multa, 10 a 360 dias multa, cada dia multa no valor de 1/30 do maior salário mínimo, até 5 vezes este mesmo salário.

• A triplicação da multa nos crimes ambientais leva-se em conta o valor da vantagem econômica auferida, diferentemente do CP, que prevê a possibilidade no art. 60, §1º da multa ser triplicada em face da situação econômica do condenado.

Art. 19 - A perícia de constatação do dano ambiental, sempre que possível, fixará o montante do prejuízo causado para efeitos de prestação de fiança e cálculo de multa. Parágrafo único. A perícia produzida no inquérito civil ou no juízo cível poderá ser aproveitada no processo penal, instaurando-se o contraditório.

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Art. 20 - A sentença penal condenatória, sempre que possível, fixará o valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido ou pelo meio ambiente. Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença condenatória, a execução poderá efetuar-se pelo valor fixado nos termos do "caput", sem prejuízo da liquidação para apuração do dano efetivamente sofrido.

Aplicação da Pena às Pessoas Jurídicas:

Art. 21 - As penas aplicáveis isolada, cumulativa ou alternativamente às pessoas jurídicas, de acordo com o disposto no art.3, são: I - multa; II - restritivas de direitos; III - prestação de serviços à comunidade. Art. 22 - As penas restritivas de direitos da pessoa jurídica são: I - suspensão parcial ou total de atividades; II - interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade; III - proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter subsídios, subvenções ou doações. § 1.º - A suspensão de atividades será aplicada quando estas não estiverem obedecendo às disposições legais ou regulamentares, relativas à proteção do meio ambiente. § 2.º - A interdição será aplicada quando o estabelecimento, obra ou atividade estiver funcionando sem a devida autorização, ou em desacordo com a concedida, ou com violação de disposição legal ou regulamentar. § 3.º - A proibição de contratar com o Poder Público e dele obter subsídios, subvenções ou doações não poderá exceder o prazo de dez anos. Art. 23 - A prestação de serviços à comunidade pela pessoa jurídica consistirá em: I - custeio de programas e de projetos ambientais; II - execução de obras de recuperação de áreas degradadas; III - manutenção de espaços públicos; IV - contribuições a entidades ambientais ou culturais públicas.

Liquidação Forçada de Empresas:

Art. 24 - A pessoa jurídica constituída ou utilizada, preponderantemente, com o fim de permitir, facilitar ou ocultar a prática de crime definido nesta Lei terá decretada sua liquidação forçada, seu patrimônio será considerado instrumento do crime e como tal perdido em favor do Fundo Penitenciário Nacional.

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As Medidas e o Procedimento Penal

Apreensão do Produto e do Instrumento de Infração Administrativa ou Crime

Art. 25 - Verificada a infração, serão apreendidos seus produtos e instrumentos, lavrando-se os respectivos autos.

• O instrumento, lícito ou ilícito, poderá ser objeto de apreensão, no entanto só se deve apreender instrumentos lícitos se forem usualmente utilizados na prática do crime ambiental.

§ 1.º - Os animais serão libertados em seu "habitat" ou entregues a jardins zoológicos, fundações ou entidades assemelhadas, desde que fiquem sob a responsabilidade de técnicos habilitados. § 2.º - Tratando-se de produtos perecíveis ou madeiras, serão estes avaliados e doados a instituições científicas, hospitalares, penais e outras com fins beneficentes. § 3.º - Os produtos e subprodutos da fauna não perecíveis serão destruídos ou doados a instituições científicas, culturais ou educacionais. § 4.º - Os instrumentos utilizados na prática da infração serão vendidos, garantida a sua descaracterização por meio da reciclagem.

A Ação e o Processo Penal

Art. 26 - Nas infrações penais previstas nesta Lei, a ação penal é pública incondicionada.

• Teoria da dupla imputação: Admite-se a responsabilidade penal da pessoa jurídica em crimes ambientais desde que haja a imputação simultânea do ente moral e da pessoa física que atua em seu nome ou em seu benefício, uma vez que "não se pode compreender a responsabilização do ente moral dissociada da atuação de uma pessoa física, que age com elemento subjetivo próprio" (REsp 889528/SC)

• Denúncia: O Ministério Público deverá descrever na denúncia o litisconsorte passivo necessário indicando as pessoas físicas e jurídicas envolvidas no crime. O sócio, só pelo fato de constar no estatuto da sociedade, não deve figurar no polo passivo da ação penal, sem a demonstração do seu poder de gestão.

• Competência Criminal: Não há norma específica estabelecendo a competência para julgar crimes ambientais. A CF dispõe que a proteção ambiental é de competência comum da União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Assim, o critério para definir a

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competência, deverá ser apurado no caso concreto, ou seja, se o crime atingir interesse direto e específico da União, ou das suas autarquias ou das suas empresas públicas a competência será da Justiça Federal, nos demais casos, competência da Justiça Estadual.

• A Súmula 91 do STJ: que dizia que os crimes contra a fauna era de competência da Justiça Federal foi revogada.

• Contravenção penal e Justiça Federal: Só existe uma hipótese de a Justiça Federal julgar contravenção penal é quando o sujeito passivo da ação possuir foro privilegiado perante a Justiça Federal (ex. Um juiz federal). Ademais a Súmula 38 do STJ, dispõe que: Compete a justiça estadual comum, na vigência da constituição de 1988, o processo por contravenção penal, ainda que praticada em detrimento de bens, serviços ou interesse da união ou de suas entidades.

Art. 27 - Nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, a proposta de aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multa, prevista no art.76 da Lei n.º 9.099, de 26 de setembro de 1995, somente poderá ser formulada desde que tenha havido a prévia composição do dano ambiental, de que trata o art.74 da mesma lei, salvo em caso de comprovada impossibilidade. Art. 28 - As disposições do art. 89 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, aplicam-se aos crimes de menor potencial ofensivo definidos nesta Lei, com as seguintes modificações: I - a declaração de extinção de punibilidade, de que trata o § 5º do artigo referido no "caput", dependerá de laudo de constatação de reparação integral do dano ambiental, ressalvada a impossibilidade prevista no inciso I do § 1º do mesmo artigo; II - na hipótese de o laudo de constatação comprovar não ter sido completa a reparação, o prazo de suspensão do processo será prorrogado, até o período máximo previsto no artigo referido no "caput", acrescido de mais um ano, com suspensão do prazo da prescrição; III - no período de prorrogação, não se aplicarão as condições dos incisos II, III e IV do § 1º do artigo mencionado no "caput"; IV - findo o prazo de prorrogação, proceder-se-á à lavratura de novo laudo de constatação de reparação do dano ambiental, podendo, conforme seu resultado, ser novamente prorrogado o período de suspensão, até o máximo previsto no inciso II deste artigo, observado o disposto no inciso III; V - esgotado o prazo máximo de prorrogação, a declaração de extinção de punibilidade dependerá de laudo de constatação que comprove ter o acusado tomado as providências necessárias à reparação integral do dano.

Os Crimes em Espécie Os Crimes contra a Fauna

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Art. 29 - Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida: Pena - detenção de seis meses a um ano, e multa. § 1.º - Incorre nas mesmas penas: I - quem impede a procriação da fauna, sem licença, autorização ou em desacordo com a obtida; II - quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo ou criadouro natural; III - quem vende, expõe à venda, exporta ou adquire, guarda, tem em cativeiro ou depósito, utiliza ou transporta ovos, larvas ou espécimes da fauna silvestre, nativa ou em rota migratória, bem como produtos e objetos dela oriundos, provenientes de criadouros não autorizados ou sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente. § 2.º - No caso de guarda doméstica de espécie silvestre não considerada ameaçada de extinção, pode o juiz, considerando as circunstâncias, deixar de aplicar a pena. § 3.º - São espécimes da fauna silvestre todos aqueles pertencentes às espécies nativas, migratórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que tenham todo ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do território brasileiro, ou águas jurisdicionais brasileiras. § 4.º - A pena é aumentada de metade, se o crime é praticado: I - contra espécie rara ou considerada ameaçada de extinção, ainda que somente no local da infração; II - em período proibido à caça; III - durante a noite; IV - com abuso de licença; V - em unidade de conservação; VI - com emprego de métodos ou instrumentos capazes de provocar destruição em massa. § 5.º - A pena é aumentada até o triplo, se o crime decorre do exercício de caça profissional. § 6.º - As disposições deste artigo não se aplicam aos atos de pesca.

• Tutela Jurídica: o equilíbrio ecológico. • Sujeito ativo: qualquer pessoa. • Sujeito passivo: a coletividade. • Elemento normativo do tipo: sem a devida permissão, licença ou

autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida. • Perdão judicial: é possível, conforme disposto no § 2º, do art. 29. • Concurso de normas: este artigo 29 revogou o art. 27, caput § 1º da Lei

n. 5.197/67, Lei de Proteção à Fauna.

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Art. 30 - Exportar para o exterior peles e couros de anfíbios e répteis em bruto, sem a autorização da autoridade ambiental competente: Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

• Tutela Jurídica: o equilíbrio ecológico. • Sujeito ativo: qualquer pessoa. • Sujeito passivo: a coletividade. • Elemento normativo do tipo: sem a devida permissão, licença ou

autorização da autoridade competente. • Consumação: com a saída das peles e couros para o exterior. • Tentativa: é admissível. • Concurso de normas: este artigo derroga, pelo princípio da especialidade,

o art. 334 (contrabando ou descaminho), do Código Penal, quando a mercadoria for peles e couros de anfíbios e repteis. Também revogou o art. 27, caput, cc. Art. 18 da Lei n. 5.197/67, Lei de Proteção à Fauna.

Art. 31 - Introduzir espécime animal no País, sem parecer técnico oficial favorável e licença expedida por autoridade competente: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

• Tutela Jurídica: o equilíbrio ecológico. • Sujeito ativo: qualquer pessoa. • Sujeito passivo: a coletividade. • Elemento normativo do tipo: sem parecer técnico oficial favorável E

licença expedida por autoridade competente. • Consumação: com a introdução do animal no país. • Tentativa: é admissível. • Concurso de normas: este artigo revogou o art. 27, §1º, cc. Art. 4º, da Lei

n. 5.197/ 97, Lei de Proteção à Fauna. Art. 32 - Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. § 1.º - Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos. § 2.º - A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal.

• Tutela Jurídica: o equilíbrio ecológico. • Sujeito ativo: qualquer pessoa. • Sujeito passivo: a coletividade. • Elemento subjetivo: dolo. • Consumação: no abuso de maus-tratos é o momento da produção do

período de dano aos animais. Na conduta de ferir ou mutilar, quando houver o ferimento ou a mutilação.

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• Tentativa: é admissível. • Concurso de normas: revogou o art. 64, da LCP.

Art. 33 - Provocar, pela emissão de efluentes ou carreamento de materiais, o perecimento de espécimes da fauna aquática existentes em rios, lagos, açudes, lagoas, baías ou águas jurisdicionais brasileiras: Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas cumulativamente. Parágrafo único - Incorre nas mesmas penas: I - quem causa degradação em viveiros, açudes ou estações de aqüicultura de domínio público; II - quem explora campos naturais de invertebrados aquáticos e algas, sem licença, permissão ou autorização da autoridade competente; III - quem fundeia embarcações ou lança detritos de qualquer natureza sobre bancos de moluscos ou corais, devidamente demarcados em carta náutica.

• Tutela Jurídica: o equilíbrio ecológico. • Sujeito ativo: qualquer pessoa. • Sujeito passivo: a coletividade. • Elemento subjetivo: dolo direto ou eventual. • Consumação: com a morte dos espécimes ou a degradação do viveiros,

no caso do parágrafo único • Tentativa: é admissível. • Concurso de normas: revoga o art. 27, § 2º, da Lei n. 5.197/67, Lei de

Proteção à Fauna. Art. 34 - Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares interditados por órgão competente: Pena - detenção de um ano a três anos ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem: I - pesca espécies que devam ser preservadas ou espécimes com tamanhos inferiores aos permitidos; II - pesca quantidades superiores às permitidas, ou mediante a utilização de aparelhos, petrechos, técnicas e métodos não permitidos; III - transporta, comercializa, beneficia ou industrializa espécimes provenientes da coleta, apanha e pesca proibidas.

• Tutela Jurídica: o equilíbrio ecológico, caracterizado pela preservação dos espécimes da fauna aquática, em virtude de períodos e locais interditados.

• Norma penal em branco: dependem de norma complementar editadas pelo IBAMA.

• Sujeito ativo: qualquer pessoa. • Sujeito passivo: a coletividade. • Elemento subjetivo: dolo direto.

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• Tentativa: é admissível.

Art. 35 - Pescar mediante a utilização de: I - explosivos ou substâncias que, em contato com a água, produzam efeito semelhante; II - substâncias tóxicas, ou outro meio proibido pela autoridade competente: Pena - reclusão de um ano a cinco anos.

• Tutela jurídica: preservação da fauna aquática. • Sujeito ativo: qualquer pessoa. • Sujeito passivo: a coletividade. • Elemento subjetivo: o dolo. • Consumação: com a realização da pesca nas condições indicadas no tipo

penal. • Tentativa: é admissível. • Concurso de normas: revoga o art. 8º da Lei n. 7.679/88, Código de

Pesca. Art. 36 - Para os efeitos desta Lei, considera-se pesca todo ato tendente a retirar, extrair, coletar, apanhar, apreender ou capturar espécimes dos grupos dos peixes, crustáceos, moluscos e vegetais hidróbios1, suscetíveis ou não de aproveitamento econômico, ressalvadas as espécies ameaçadas de extinção, constantes nas listas oficiais da fauna e da flora. Art. 37 - Não é crime o abate de animal2, quando realizado: I - em estado de necessidade, para saciar a fome do agente ou de sua família; II - para proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação predatória ou destruidora de animais, desde que legal e expressamente autorizado pela autoridade competente; III - (Vetado) IV - por ser nocivo o animal, desde que assim caracterizado pelo órgão competente.

Os Crimes contra a Flora

Art. 38 - Destruir ou danificar floresta considerada de preservação permanente, mesmo que em formação, ou utilizá-la com infringência das normas de proteção: Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. Parágrafo único - Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade.

• Flora: conjunto das espécies vegetais de determinada região.

1 Que vive na água. 2 Tipo penal permissivo.

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• Floresta: conglomerado de arvores de grande porte, com elevada densidade (ex.: mata atlântica, floresta Amazônia etc.).

• Tutela Jurídica: estabilidade do sistema ecológico. • Sujeito ativo: qualquer pessoa. • Sujeito passivo: a coletividade. • Elemento subjetivo: dolo ou culpa, com redução da pena à metade. • Tentativa: é admissível.

Art. 38-A. Destruir ou danificar vegetação primária ou secundária, em estágio avançado ou médio de regeneração, do Bioma Mata Atlântica, ou utilizá-la com infringência das normas de proteção: (Incluído pela Lei nº 11.428, de 2006). Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. (Incluído pela Lei nº 11.428, de 2006). Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade. (Incluído pela Lei nº 11.428, de 2006).

• Tutela Jurídica: a preservação das vegetações primárias ou secundárias do Bioma Mata Atlântica.

• Sujeito ativo: qualquer pessoa. • Sujeito passivo: a coletividade. • Elemento subjetivo: dolo, com redução da pena à metade se for culposo. • Tentativa: é admissível. • Concurso de norma: revoga o art. 26, a, da Lei n. 4.771/65 (Código

Florestal). Art. 39 - Cortar árvores em floresta considerada de preservação permanente, sem permissão da autoridade competente: Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.

• Tutela Jurídica: proteção das florestas de preservação permanente. • Sujeito ativo: qualquer pessoa. • Sujeito passivo: a coletividade. • Elemento subjetivo: dolo ou culpa, com redução da pena à metade. • Consumação: com o corte de mais de uma árvore. • Tentativa: é admissível. • Concurso de normas: o crime revogou o art. 26, b, da Lei n. 4.771/65

(Código Florestal). Art. 40 - Causar dano direto ou indireto às Unidades de Conservação e às áreas de que trata o art. 27 do Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990, independentemente de sua localização: Pena - reclusão, de um a cinco anos.

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§ 1o Entende-se por Unidades de Conservação de Proteção Integral as Estações Ecológicas, as Reservas Biológicas, os Parques Nacionais, os Monumentos Naturais e os Refúgios de Vida Silvestre. (Redação dada pela Lei nº 9.985, de 18.7.2000) § 2o A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de extinção no interior das Unidades de Conservação de Proteção Integral será considerada circunstância agravante para a fixação da pena. (Redação dada pela Lei nº 9.985, de 18.7.2000) § 3.º - Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade. Art. 40-A. (VETADO) (Artigo inluído pela Lei nº 9.985, de 18.7.2000) § 1o Entende-se por Unidades de Conservação de Uso Sustentável as Áreas de Proteção Ambiental, as Áreas de Relevante Interesse Ecológico, as Florestas Nacionais, as Reservas Extrativistas, as Reservas de Fauna, as Reservas de Desenvolvimento Sustentável e as Reservas Particulares do Patrimônio Natural. (Parágrafo inluído pela Lei nº 9.985, de 18.7.2000) § 2o A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de extinção no interior das Unidades de Conservação de Uso Sustentável será considerada circunstância agravante para a fixação da pena. (Parágrafo inluído pela Lei nº 9.985, de 18.7.2000) § 3o Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade. (Parágrafo inluído pela Lei nº 9.985, de 18.7.2000)

• Tutela jurídica: preservação do meio ambiente relacionada às unidades de preservação ambiental, tais como: Estação Ecológica, Reserva Biológica, Parque Nacional, Monumento Natural, Refúgio de Vida Silvestre (ver art. 7º, 8º e 15 da Lei n. 9.985/2000).

• Sujeito ativo: qualquer pessoa. • Sujeito passivo: a coletividade, de forma imediata e a União de forma

mediata. • Elemento subjetivo: dolo ou culpa, com redução da pena à metade

(§3º). • Consumação: ocorre com o efetivo dano causado à unidade de

preservação ambiental. • Tentativa: é admissível. • Concurso de normas: o crime revogou o art. 26, b, da Lei n. 4.771/65

(Código Florestal). Art. 41 - Provocar incêndio em mata ou floresta: Pena - reclusão, de dois a quatro anos, e multa. Parágrafo único - Se o crime é culposo, a pena é de detenção de seis meses a um ano, e multa.

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• Tutela jurídica: o equilíbrio ecológico, com preservação da flora

brasileira. • Sujeito ativo: qualquer pessoa. • Sujeito passivo: a coletividade. • Elemento subjetivo do tipo: dolo e a culpa no parágrafo único, com

pena menor. • Consumação: ocorre com o incêndio na mata ou floresta, uma vez

que se trata de crime material. • Tentativa: admitida na figura do caput. • Concurso de normas: Art. 250, §1º, II, h do CP parcialmente

derrogado.

Art. 42 - Fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar incêndios nas florestas e demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou qualquer tipo de assentamento humano: Pena - detenção de um a três anos ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.

• Tutela jurídica: o equilíbrio ecológico, com preservação da flora brasileira.

• Conduta: tipo misto alternativo (ação múltipla), sendo que a prática de mais de uma das condutas, caracteriza um único crime.

• Sujeito ativo: qualquer pessoa. • Sujeito passivo: a coletividade. • Elemento subjetivo: é somente o dolo. • Consumação: com a realização de qualquer das condutas. • Tentativa: é admissível. • Concurso de normas: revogou o art. 26, f, da Lei n. 4.771/65 (Código

Florestal) e o art. 28, parágrafo único da LCP, no que diz respeito à balões.

Art. 43 - (Vetado) Art. 44 - Extrair de florestas de domínio público ou consideradas de preservação permanente, sem prévia autorização, pedra, areia, cal ou qualquer espécie de minerais: Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.

• Tutela jurídica: o equilíbrio ecológico, visto que a permanência dos minerais é necessária para manutenção do equilíbrio ecológico.

• Sujeito ativo: qualquer pessoa. • Sujeito passivo: a coletividade. • Elemento subjetivo: somente o dolo. • Consumação: ocorre com a efetiva extração, por se tratar de crime

material e de dano. • Tentativa: é admissível.

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• Concurso de normas: revogou o art. 26, “o”, da Lei n. 4.771/65. Art. 45 - Cortar ou transformar em carvão madeira de lei, assim classificada por ato do Poder Público, para fins industriais, energéticos ou para qualquer outra exploração, econômica ou não, em desacordo com as determinações legais: Pena - reclusão, de um a dois anos, e multa.

• Tutela jurídica: o equilíbrio ecológico, com a preservação da flora brasileira.

• Sujeito ativo: qualquer pessoa. • Sujeito passivo: a coletividade. • Elemento subjetivo: somente o dolo. • Consumação: ocorre com o corte específico da árvore de madeira de

lei, ou seja, trata-se de crime material e de dano. • Tentativa: é admissível. • Concurso de normas: revogou o art. 26, “q”, da Lei n. 4.771/65

(Código Florestal). Art. 46 - Receber ou adquirir, para fins comerciais ou industriais, madeira, lenha, carvão e outros produtos de origem vegetal, sem exigir a exibição de licença do vendedor, outorgada pela autoridade competente, e sem munir-se da via que deverá acompanhar o produto até final beneficiamento: Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda, tem em depósito, transporta ou guarda madeira, lenha, carvão e outros produtos de origem vegetal, sem licença válida para todo o tempo da viagem ou do armazenamento, outorgada pela autoridade competente.

• Tutela jurídica: o equilíbrio ecológico, com a preservação da flora brasileira.

• Sujeito ativo: qualquer pessoa. • Sujeito passivo: a coletividade. • Elemento subjetivo: somente o dolo. • Consumação: ocorre com o recebimento ou aquisição dos produtos

elencados no tipo, ou com a venda, a exposição à venda, o depósito, o transporte ou guarda do produto (tipo misto alternativo). A prática de mais de uma das condutas gera apenas um crime.

• Tentativa: é admissível. • Concurso de normas: revogou o art. 26, “h” e “i”, da Lei n. 4.771/65

(Código Florestal). Art. 47 - (Vetado). Art. 48 - Impedir ou dificultar a regeneração natural de florestas e demais formas de vegetação: Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.

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• Tutela jurídica: o equilíbrio ecológico, com a preservação da flora brasileira.

• Sujeito ativo: qualquer pessoa. • Sujeito passivo: a coletividade. • Elemento subjetivo: somente o dolo. • Consumação: ocorre com a efetiva realização das condutas de

impedir ou dificultar. • Tentativa: é admissível. • Concurso de normas: revogou o art. 26, “g”, da Lei n. 4.771/65

(Código Florestal). Art. 49 - Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou meio, plantas de ornamentação de logradouros públicos ou em propriedade privada alheia: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. Parágrafo único - No crime culposo, a pena é de um a seis meses, ou multa.

• Tutela jurídica: o equilíbrio ecológico, com a preservação da flora brasileira.

• Sujeito ativo: qualquer pessoa. • Sujeito passivo: a coletividade. • Elemento subjetivo: o dolo e a culpa, no parágrafo único, com pena

menor. • Consumação: ocorre com a efetiva realização das condutas descritas

no tipo (destruir, danificar, lesar, maltratar). • Tentativa: é admissível. • Concurso de normas: revogou o art. 26, “n”, da Lei n. 4.771/65

(Código Florestal). Art. 50 - Destruir ou danificar florestas nativas ou plantadas ou vegetação fixadora de dunas, protetora de mangues, objeto de especial preservação: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

• Tutela jurídica: o equilíbrio ecológico, com a preservação da flora brasileira.

• Sujeito ativo: qualquer pessoa. • Sujeito passivo: a coletividade. • Elemento subjetivo: o dolo. • Consumação: ocorre com o efetivo dano causado, por se tratar de

crime material e de ação múltipla. • Tentativa: é admissível.

Art. 50-A. Desmatar, explorar economicamente ou degradar floresta, plantada ou nativa, em terras de domínio público ou devolutas, sem autorização do órgão competente: (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)

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Pena - reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006) § 1o Não é crime a conduta praticada quando necessária à subsistência imediata pessoal do agente ou de sua família. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006) § 2o Se a área explorada for superior a 1.000 ha (mil hectares), a pena será aumentada de 1 (um) ano por milhar de hectare. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)

• Tutela jurídica: o equilíbrio ecológico, com a preservação da flora brasileira.

• Terras de domínio público: estão a disposição do povo, da coletividade e de responsabilidade do Poder Público, que tem a obrigação de cuidar para que estejam sempre em condições de uso.

• Terras devolutas: são os espaços físicos que não se encontram registrados, ou se afastam do patrimônio das pessoas jurídicas públicas, administrativamente encaradas, todavia sem se incorporarem, a qualquer título, ao patrimônio particular.

• Sujeito ativo: qualquer pessoa. • Sujeito passivo: a coletividade. • Elemento subjetivo: só o dolo. • Consumação: ocorre com a efetiva realização das condutas descritas

no tipo (desmatar, explorar economicamente, degradar). • Tentativa: é admissível, nas condutas de desmatar ou degradar. • Excludente de antijuridicidade: se a conduta foi praticada foi

necessária à subsistência pessoal do agente ou de sua família. • Causa de aumento de pena: haverá aumento de pena se a área

explorada for superior a 1.000 (mil hectare), na proporção de um ano por milhar de equitar.

• Concurso de normas: revogou o art. 26, “n”, da Lei n. 4.771/65 (Código Florestal).

Art. 51 - Comercializar motosserra ou utilizá-la em florestas e nas demais formas de vegetação, sem licença ou registro da autoridade competente: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

• Tutela jurídica: o equilíbrio ecológico, com a preservação da flora brasileira.

• Sujeito ativo: qualquer pessoa. • Sujeito passivo: a coletividade. • Elemento subjetivo: o dolo. • Elemento normativo: sem licença ou registro da autoridade

competente.

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• Consumação: com a prática da comercialização ou a utilização da motosserra.

• Tentativa: é admissível. • Concurso de normas: revogou o art. 45, §3º, da Lei n. 4.771/65

(Código Florestal) Art. 52 - Penetrar em Unidades de Conservação conduzindo substâncias ou instrumentos próprios para caça ou para exploração de produtos ou subprodutos florestais, sem licença da autoridade competente: Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.

• Tutela jurídica: o equilíbrio ecológico, com a preservação da flora brasileira.

• Sujeito ativo: qualquer pessoa. • Sujeito passivo: a coletividade. • Elemento subjetivo: o dolo. • Elemento normativo: sem licença da autoridade competente. • Consumação: com o ingresso nas Unidades de Conservação,

tratando-se de crime de mera conduta. • Tentativa: é admissível, em tese. • Concurso de normas: revogou o art. 26, “c”, da Lei n. 4.771/65

(Código Florestal) Art. 53 - Nos crimes previstos nesta Seção (art. 38 a 52 – Crimes contra a flora), a pena é aumentada de um sexto a um terço se: I - do fato resulta a diminuição de águas naturais, a erosão do solo ou a modificação do regime climático; II - o crime é cometido: a) no período de queda das sementes; b) no período de formação de vegetações; c) contra espécies raras ou ameaçadas de extinção, ainda que a ameaça ocorra somente no local da infração; d) em época de seca ou inundação; e) durante a noite, em domingo ou feriado.

Dos Crimes de Poluição e Outros Crimes Ambientais

Art. 54 - Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. § 1.º - Se o crime é culposo: Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. § 2.º - Se o crime: I - tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para a ocupação humana;

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II - causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que momentânea, dos habitantes das áreas afetadas, ou que cause danos diretos à saúde da população; III - causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do abastecimento público de água de uma comunidade; IV - dificultar ou impedir o uso público das praias; V - ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ou detritos, óleos ou substâncias oleosas, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou regulamentos: Pena - reclusão, de um a cinco anos. § 3.º - Incorre nas mesmas penas previstas no parágrafo anterior quem deixar de adotar, quando assim o exigir a autoridade competente, medidas de precaução em caso de risco de dano ambiental grave ou irreversível.

• Tutela jurídica: preservação do meio ambiente, propiciando a vida e a saúde do homem, animais e a flora.

• Poluição pode ser: da atmosfera, hídrica, térmica, do solo, visual, sonora, radiotaiva.

• Sujeito ativo: qualquer pessoa. • Sujeito passivo: a coletividade. • Elemento subjetivo: o dolo. Culpa no §1º, com pena menor. • Consumação: configura-se com a situação de perigo criada pela

poluição de qualquer natureza. • Tentativa: é admissível na segunda parte do artigo. • Concurso de normas: revogou o art. 15, “c”, da Lei n. 6.938, mas

convive harmonicamente com o art. 252 (Uso de gás tóxico ou asfixiante) e 270 (Envenenamento de água potável ou de substância alimentícia ou medicinal) do CP, e com a Contravenção do art. 38 (emissão de fumaça, vapor ou gás), da LCP.

Art. 55 - Executar pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem a competente autorização, permissão, concessão ou licença, ou em desacordo com a obtida: Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. Parágrafo único - Nas mesmas penas incorre quem deixa de recuperar a área pesquisada ou explorada, nos termos da autorização, permissão, licença, concessão ou determinação do órgão competente.

• Tutela jurídica: preservação do meio ambiente, por meio do solo e subsolo.

• Sujeito ativo: qualquer pessoa. • Sujeito passivo: a coletividade. • Elemento subjetivo: somente na forma dolosa. • Consumação: ocorre com a efetiva execução da pesquisa, lavra ou

exploração.

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• Tentativa: é admissível apenas no caput. • Concurso de normas: revogou o art. 24 da Lei n. 6.453/77

(atividades nucleares) e o art. 21 da Lei. n. 7.805/89 (Permissão para lavra garimpeira).

Art. 56 - Produzir, processar, embalar, importar, exportar, comercializar, fornecer, transportar, armazenar, guardar, ter em depósito ou usar produto ou substância tóxica, perigosa ou nociva à saúde humana ou ao meio ambiente, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou nos seus regulamentos: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. § 1o Nas mesmas penas incorre quem: (Redação dada pela Lei nº 12.305, de 2010) I - abandona os produtos ou substâncias referidos no caput ou os utiliza em desacordo com as normas ambientais ou de segurança; (Incluído pela Lei nº 12.305, de 2010) II - manipula, acondiciona, armazena, coleta, transporta, reutiliza, recicla ou dá destinação final a resíduos perigosos de forma diversa da estabelecida em lei ou regulamento. (Incluído pela Lei nº 12.305, de 2010) § 2.º - Se o produto ou a substância for nuclear ou radioativa, a pena é aumentada de um sexto a um terço. § 3.º - Se o crime é culposo: Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.

• Tutela jurídica: preservação do meio ambiente e da saúde humana. • Condutas: mista alternativa, ou seja, crime de ação múltipla e de

conteúdo variado. São doze verbos no caput, além das condutas assemelhadas no § 1.

• Sujeito ativo: qualquer pessoa. • Sujeito passivo: a coletividade. • Elemento subjetivo: Dolo e culpa, em face da previsão no §3º, com

pena menor. • Consumação: ocorre com a prática de qualquer das condutas, sendo

que a prática de mais de uma delas restará configurado apenas um crime.

• Tentativa: é admissível apenas em alguns verbos, tais como produzir, exportar, comercializar.

• Concurso de normas: revogou o art. 15 da Lei n. 7.802/89 (sobre resíduos, agrotóxicos) e os arts. 20, 22, 24 e 25 da Lei n. 6.453/77 (atividades nucleares).

Art. 57 - (Vetado).

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Art. 58 - Nos crimes dolosos previstos nesta Seção (art. 54 a 56 - Crimes de Poluição e Outros Crimes Ambientais), as penas serão aumentadas: I - de um sexto a um terço, se resulta dano irreversível à flora ou ao meio ambiente em geral; II - de um terço até a metade, se resulta lesão corporal de natureza grave em outrem; III - até o dobro, se resultar a morte de outrem. Parágrafo único - As penalidades previstas neste artigo somente serão aplicadas se do fato não resultar crime mais grave. Art. 59 - (Vetado). Art. 60 - Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar, em qualquer parte do território nacional, estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente poluidores, sem licença ou autorização dos órgãos ambientais competentes, ou contrariando as normas legais e regulamentares pertinentes: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.

• Tutela jurídica: preservação do meio ambiente. • Condutas: mista alternativa, ou seja, crime de ação múltipla e de

conteúdo variado. São cinco condutas. • Sujeito ativo: qualquer pessoa. • Sujeito passivo: a coletividade. • Elemento subjetivo: somente na forma dolosa. • Consumação: ocorre com a prática de qualquer das condutas, sendo

que a prática de mais de uma delas restará configurado apenas um crime.

• Tentativa: é admissível Art. 61 - Disseminar doença ou praga ou espécies que possam causar dano à agricultura, à pecuária, à fauna, à flora ou aos ecossistemas: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

• Tutela jurídica: preservação do meio ambiente. • Sujeito ativo: qualquer pessoa. • Sujeito passivo: a coletividade. • Elemento subjetivo: somente na forma dolosa. • Consumação: ocorre com a disseminação, pois é crime de perigo. • Tentativa: é admissível. • Concurso de normas: revogou o art. 259 do CP (Difusão de doença

ou praga – 2 a 5 anos de reclusão e multa) Os Crimes Contra o Ordenamento Urbano e o Patrimônio Cultural

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Art. 62 - Destruir, inutilizar ou deteriorar: I - bem especialmente protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial; II - arquivo, registro, museu, biblioteca, pinacoteca, instalação científica ou similar protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial: Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. Parágrafo único - Se o crime for culposo, a pena é de seis meses a um ano de detenção, sem prejuízo da multa.

• Tutela jurídica: preservação do Ordenamento Urbano ou Patrimônio Cultural.

• Sujeito ativo: qualquer pessoa. • Sujeito passivo: imediato é a pessoa jurídica de direito público e o

mediato é a coletividade. • Elemento subjetivo: Dolo e culpa, com pena menor, em face do

parágrafo único. • Consumação: ocorre com a destruição, inutilização ou deterioração

(crime de dano material). • Tentativa: é admissível, na modalidade dolosa. • Concurso de normas: revogou o art. 165 do CP (Dano em coisa de

valor artístico, arqueológico ou histórico – pena de 6 meses a 2 anos de detenção e multa)

Art. 63 - Alterar o aspecto ou estrutura de edificação ou local especialmente protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial, em razão de seu valor paisagístico, ecológico, turístico, artístico, histórico, cultural, religioso, arqueológico, etnográfico ou monumental, sem autorização da autoridade competente ou em desacordo com a concedida: Pena - reclusão, de uma três anos, e multa.

• Tutela jurídica: preservação do Patrimônio Cultural Brasileiro. • Sujeito ativo: qualquer pessoa. • Sujeito passivo: imediato, a coletividade e o mediato o proprietário. • Elemento subjetivo: Dolo. • Consumação: ocorre com a alteração (crime de dano material). • Tentativa: é admissível. • Concurso de normas: revogou o art. 166 do CP (Alteração de local

especialmente protegido – pena de 1 mês a 1 ano de detenção e multa)

Art. 64 - Promover construção em solo não edificável, ou no seu entorno, assim considerado em razão de seu valor paisagístico, ecológico, artístico, turístico, histórico, cultural, religioso, arqueológico, etnográfico ou monumental, sem autorização da autoridade competente ou em desacordo com a concedida: Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.

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• Tutela jurídica: preservação do Patrimônio Cultural Brasileiro. • Sujeito ativo: qualquer pessoa. • Sujeito passivo: imediato, a coletividade e o mediato, o detentor do

solo não edificável. • Elemento subjetivo: Dolo. • Consumação: ocorre com a alteração (crime de dano material). • Tentativa: é admissível.

“Art. 65. Pichar ou por outro meio conspurcar edificação ou monumento urbano (Redação dada pela Lei nº 12.408, de 2011):

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.

§ 1o Se o ato for realizado em monumento ou coisa tombada em virtude do seu valor artístico, arqueológico ou histórico, a pena é de 6 (seis) meses a 1 (um) ano de detenção e multa.

§ 2o Não constitui crime a prática de grafite realizada com o objetivo de valorizar o patrimônio público ou privado mediante manifestação artística, desde que consentida pelo proprietário e, quando couber, pelo locatário ou arrendatário do bem privado e, no caso de bem público, com a autorização do órgão competente e a observância das posturas municipais e das normas editadas pelos órgãos governamentais responsáveis pela preservação e conservação do patrimônio histórico e artístico nacional.” (NR)

• Tutela jurídica: preservação do Patrimônio Cultural Brasileiro e o Meio Ambiente Visual.

• Sujeito ativo: qualquer pessoa. • Sujeito passivo: imediato, o proprietário e o mediato, a coletividade. • Elemento subjetivo: Dolo. • Consumação: ocorre com o pichamento ou a grafitagem, ou seja, é

crime material. • Tentativa: é admissível.

Os Crimes Contra a Administração Ambiental

Art. 66 - Fazer o funcionário público afirmação falsa ou enganosa, omitir a verdade, sonegar informações ou dados técnico-científicos em procedimentos de autorização ou de licenciamento ambiental: Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

• Tutela jurídica: Administração pública ambiental • Sujeito ativo: somente o funcionário público (ver, conceito de

funcionário público no art. 327 do CP), trata-se de crime próprio. • Sujeito passivo: a Administração pública ambiental e a coletividade. • Elemento subjetivo: somente dolo. • Consumação: ocorre com a realização de uma das condutas descrita

no tipo penal.

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• Tentativa: é admissível, na forma comissiva. Art. 67 - Conceder o funcionário público licença, autorização ou permissão em desacordo com as normas ambientais, para as atividades, obras ou serviços cuja realização depende de ato autorizativo do Poder Público: Pena - detenção, de um a três anos, e multa. Parágrafo único - Se o crime é culposo, a pena é de três meses a um ano de detenção, sem prejuízo da multa.

• Tutela jurídica: Administração pública ambiental • Sujeito ativo: somente o funcionário público (ver, conceito de

funcionário público no art. 327 do CP), trata-se de crime próprio. • Sujeito passivo: a Administração pública ambiental e a coletividade. • Elemento subjetivo: Dolo e culpa, com pena reduzida, em face do

parágrafo único. • Consumação: ocorre com a efetiva concessão da licença,

autorização ou permissão. • Tentativa: inadmissível. • Concurso de normas: o art. 21, da Lei n. 6.453/77 (atividade

nucleares), não foi revogado, tendo aplicação subsidiária: “Art. 21 - Permitir o responsável pela instalação nuclear sua operação sem a necessária autorização - Pena: reclusão, de dois a seis anos”.

Art. 68 - Deixar, aquele que tiver o dever legal ou contratual de fazê-lo, de cumprir obrigação de relevante interesse ambiental: Pena - detenção, de um a três anos, e multa. Parágrafo único - Se o crime é culposo, a pena é de três meses a um ano, sem prejuízo da multa.

• Tutela jurídica: Administração pública ambiental • Sujeito ativo: somente o funcionário público (ver, conceito de

funcionário público no art. 327 do CP), trata-se de crime próprio. • Sujeito passivo: a Administração pública ambiental e a coletividade. • Elemento subjetivo: Dolo e culpa, com pena reduzida, em face do

parágrafo único. • Consumação: ocorre com a efetiva concessão da licença,

autorização ou permissão. • Tentativa: inadmissível. • Concurso de normas: o art. 21, da Lei n. 6.453/77 (atividade

nucleares), não foi revogado, tendo aplicação subsidiária: “Art. 21 - Permitir o responsável pela instalação nuclear sua operação sem a necessária autorização - Pena: reclusão, de dois a seis anos”.

Art. 69 - Obstar ou dificultar a ação fiscalizadora do Poder Público no trato de questões ambientais:

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Pena - detenção, de um a três anos, e multa.

• Tutela jurídica: Administração pública ambiental • Sujeito ativo: qualquer pessoa. • Sujeito passivo: a Administração pública ambiental e a coletividade. • Elemento subjetivo: Dolo • Consumação: com a prática da conduta descrita no tipo. • Tentativa: admissível, em tese. • Concurso de normas: revoga o art. 17 e 27 da Lei n. 5.197/67

(antigo código de caça)

Art. 69-A. Elaborar ou apresentar, no licenciamento, concessão florestal ou qualquer outro procedimento administrativo, estudo, laudo ou relatório ambiental total ou parcialmente falso ou enganoso, inclusive por omissão: (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006) Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006) § 1o Se o crime é culposo: (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006) Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos.(Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006) § 2o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se há dano significativo ao meio ambiente, em decorrência do uso da informação falsa, incompleta ou enganosa. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)

• Tutela jurídica: Administração pública ambiental e a proteção do meio ambiente.

• Sujeito ativo: crime próprio, que só pode ser praticado por pessoa encarregada de estudo, laudo ou relatório ambiental, que servirá de base ao licenciamento, concessão florestal ou qualquer outro procedimento administrativo.

• Sujeito passivo: a Administração pública ambiental e a coletividade. • Elemento subjetivo: Dolo e culpa, em face da previsão no § 1º, com

pena menor. • Consumação: com a prática da conduta descrita no tipo. • Tentativa: admissível, em tese.

A Infrações Administrativas

Regras Gerais

Art. 70 - Considera-se infração administrativa ambiental toda ação ou omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente.

• Os artigos 70 a 76 desta Lei, que tratam das infrações administrativa, estão regulamentadas pelo Decreto nº 6.514, de 22 De Julho de 2008 que dispõe sobre as infrações e sanções administrativas ao meio

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ambiente, estabelece o processo administrativo federal para apuração destas infrações, estabelecendo no seu art. 3º:

Art. 3o As infrações administrativas são punidas com as seguintes sanções: I - advertência; II - multa simples; III - multa diária; IV - apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora e demais produtos e subprodutos objeto da infração, instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos de qualquer natureza utilizados na infração; (Redação dada pelo Decreto nº 6.686, de 2008). V - destruição ou inutilização do produto; VI - suspensão de venda e fabricação do produto; VII - embargo de obra ou atividade e suas respectivas áreas; VIII - demolição de obra; IX - suspensão parcial ou total das atividades; e X - restritiva de direitos.

§ 1.º - São autoridades competentes para lavrar auto de infração ambiental e instaurar processo administrativo os funcionários de órgãos ambientais integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA, designados para as atividades de fiscalização, bem como os agentes das Capitanias dos Portos, do Ministério da Marinha. § 2.º - Qualquer pessoa, constatando infração ambiental, poderá dirigir representação às autoridades relacionadas no parágrafo anterior, para efeito do exercício do seu poder de polícia. § 3.º - A autoridade ambiental que tiver conhecimento de infração ambiental é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante processo administrativo próprio, sob pena de co-responsabilidade. § 4.º - As infrações ambientais são apuradas em processo administrativo próprio, assegurado o direito de ampla defesa e o contraditório, observadas as disposições desta Lei. Art. 71 - O processo administrativo para apuração de infração ambiental deve observar os seguintes prazos máximos: I - vinte dias para o infrator oferecer defesa ou impugnação contra o auto de infração, contados da data da ciência da autuação; II - trinta dias para a autoridade competente julgar o auto de infração, contados da data da sua lavratura, apresentada ou não a defesa ou impugnação; III - vinte dias para o infrator recorrer da decisão condenatória à instância superior do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, ou à Diretoria de Portos e Costas, do Ministério da Marinha, de acordo com o tipo de autuação; IV - cinco dias para o pagamento de multa, contados da data do recebimento da notificação.

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Art. 72 - As infrações administrativas são punidas com as seguintes sanções, observado o disposto no art.6: I - advertência; II - multa simples; III - multa diária; IV - apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora, instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos de qualquer natureza utilizados na infração; V - destruição ou inutilização do produto; VI - suspensão de venda e fabricação do produto; VII - embargo de obra ou atividade; VIII - demolição de obra; IX - suspensão parcial ou total de atividades; X - (vetado); XI - restritiva de direitos. § 1.º - Se o infrator cometer, simultaneamente, duas ou mais infrações, ser-lhe-ão aplicadas, cumulativamente, as sanções a elas cominadas. § 2.º - A advertência será aplicada pela inobservância das disposições desta Lei e da legislação em vigor, ou de preceitos regulamentares, sem prejuízo das demais sanções previstas neste artigo. § 3.º - A multa simples será aplicada sempre que o agente, por negligência ou dolo: I - advertido por irregularidades que tenham sido praticadas, deixar de saná-las, no prazo assinalado por órgão competente do SISNAMA ou pela Capitania dos Portos, do Ministério da Marinha; II - opuser embaraço à fiscalização dos órgãos do SISNAMA ou da Capitania dos Portos, do Ministério da Marinha. § 4.º - A multa simples pode ser convertida em serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente. § 5.º - A multa diária será aplicada sempre que o cometimento da infração se prolongar no tempo. § 6.º - A apreensão e destruição referidas nos incisos VI a V do "caput" obedecerão ao disposto no art.25 desta Lei. § 7.º - As sanções indicadas nos incisos VI a IX do "caput" serão aplicadas quando o produto, a obra, a atividade ou o estabelecimento não estiverem obedecendo às prescrições legais ou regulamentares. § 8.º - As sanções restritivas de direito são: I - suspensão de registro, licença ou autorização;

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II - cancelamento de registro, licença ou autorização; III - perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais; IV - perda ou suspensão da participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito; V - proibição de contratar com a Administração Pública, pelo período de até três anos. Art. 73 - Os valores arrecadados em pagamento de multas por infração ambiental serão revertidos ao Fundo Nacional do Meio Ambiente, criado pela Lei nº 7.797, de 10 de julho de 1989, Fundo Naval, criado pelo Decreto nº 20.923, de 8 de janeiro de 1932, fundos estaduais ou municipais de meio ambiente, ou correlatos, conforme dispuser o órgão arrecadador. Art. 74 - A multa terá por base a unidade, hectare, metro cúbico, quilograma ou outra medida pertinente, de acordo com o objeto jurídico lesado. Art. 75 - O valor da multa de que trata este Capítulo será fixado no regulamento desta Lei e corrigido periodicamente, com base nos índices estabelecidos na legislação pertinente, sendo o mínimo de R$ 50,00 (cinqüenta reais) e o máximo de R$ 50.000.000,00 (cinqüenta milhões de reais). Art. 76 - O pagamento de multa imposta pelos Estados, Municípios, Distrito Federal ou Territórios substitui a multa federal na mesma hipótese de incidência.

Disposições Finais Cooperação Internacional para a Preservação do Meio Ambiente:

Art. 77 - Resguardados a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes, o Governo brasileiro prestará, no que concerne ao meio ambiente, a necessária cooperação a outro país, sem qualquer ônus, quando solicitado para: I - produção de prova; II - exame de objetos e lugares; III - informações sobre pessoas e coisas; IV - presença temporária da pessoa presa, cujas declarações tenham relevância para a decisão de uma causa; V - outras formas de assistência permitidas pela legislação em vigor ou pelos tratados de que o Brasil seja parte. § 1.º - A solicitação de que trata este artigo será dirigida ao Ministério da Justiça, que a remeterá, quando necessário, ao órgão judiciário competente para decidir a seu respeito, ou a encaminhará à autoridade capaz de atendê-la. § 2.º - A solicitação deverá conter: I - o nome e a qualificação da autoridade solicitante;

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II - o objeto e o motivo de sua formulação; III - a descrição sumária do procedimento em curso no país solicitante; IV - a especificação da assistência solicitada; V - a documentação indispensável ao seu esclarecimento, quando for o caso. Art. 78 - Para a consecução dos fins visados nesta Lei e especialmente para a reciprocidade da cooperação internacional, deve ser mantido sistema de comunicações apto a facilitar o intercâmbio rápido e seguro de informações com órgãos de outros países.

Aplicação Subsidiária:

Art. 79 - Aplicam-se subsidiariamente a esta Lei as disposições do Código Penal e do Código de Processo Penal.

SISNAMA:

Art. 79-A - Para o cumprimento do disposto nesta Lei, os órgãos ambientais integrantes do SISNAMA, responsáveis pela execução de programas e projetos e pelo controle e fiscalização das atividades suscetíveis de degradarem a qualidade ambiental, ficam autorizados a celebrar, com força de título executivo extrajudicial, termo de compromisso com pessoas físicas ou jurídicas responsáveis pela construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, considerados efetiva ou potencialmente poluidores, bem como os capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental. § 1.º - O termo de compromisso a que se refere este artigo destinar-se-á, exclusivamente, a permitir que as pessoas físicas e jurídicas mencionadas no "caput" possam promover as necessárias correções de suas atividades, para o atendimento das exigências impostas pelas autoridades ambientais competentes, sendo obrigatório que o respectivo instrumento disponha sobre: I - o nome, a qualificação e o endereço das partes compromissadas e dos respectivos representantes legais; II - o prazo de vigência do compromisso, que, em função da complexidade das obrigações nele fixadas, poderá variar entre o mínimo de noventa dias e o máximo de cinco anos, com possibilidade de prorrogação por igual período; III - a descrição detalhada de seu objeto e o cronograma físico de execução e de implantação das obras e serviços exigidos; IV - as multas que podem ser aplicadas à pessoa física ou jurídica compromissada e os casos de rescisão, em decorrência do não-cumprimento das obrigações nele pactuadas; V - o foro competente para dirimir litígios entre as partes. § 2.º - No tocante aos empreendimentos em curso no dia 30 de março de 1998, envolvendo construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, considerados

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efetiva ou potencialmente poluidores, bem como os capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, a assinatura do termo de compromisso deverá ser requerida pelas pessoas físicas e jurídicas interessadas, até o dia 31 de dezembro de 1998, mediante requerimento escrito protocolizado junto aos órgãos competentes do SISNAMA. § 3.º - Da data da protocolização do requerimento previsto no parágrafo anterior e enquanto perdurar a vigência do correspondente termo de compromisso, ficarão suspensas, em relação aos fatos que deram causa à celebração do instrumento, a aplicação e a execução de sanções administrativas contra a pessoa física ou jurídica que o houver firmado. § 4.º - Sob pena de ineficácia, os termos de compromisso deverão ser publicados no órgão oficial competente, mediante extrato. § 5o Considera-se rescindido de pleno direito o termo de compromisso, quando descumprida qualquer de suas cláusulas, ressalvado o caso fortuito ou de força maior. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.163-41, de 23.8.2001) § 6o O termo de compromisso deverá ser firmado em até noventa dias, contados da protocolização do requerimento. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.163-41, de 23.8.2001) § 7o O requerimento de celebração do termo de compromisso deverá conter as informações necessárias à verificação da sua viabilidade técnica e jurídica, sob pena de indeferimento do plano. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.163-41, de 23.8.2001) § 8o Sob pena de ineficácia, os termos de compromisso deverão ser publicados no órgão oficial competente, mediante extrato. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.163-41, de 23.8.2001) Art. 80. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de noventa dias a contar de sua publicação. Art. 81. (VETADO) Art. 82. Revogam-se as disposições em contrário. Brasília, 12 de fevereiro de 1998; 177º da Independência e 110º da República. FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Gustavo Krause

JURISPRUDENCIA SOBRE O TEMA

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STJ - PENAL. PROCESSUAL PENAL. RECURSO ESPECIAL. CRIME AMBIENTAL. INÉPCIA DA DENÚNCIA. NÃO-INDICAÇÃO DA DATA. NÃO-OCORRÊNCIA. MINISTÉRIO PÚBLICO. INTIMAÇÃO PESSOAL. RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. INTEMPESTIVIDADE. OCORRÊNCIA. DENÚNCIA EXCLUSIVAMENTE DA PESSOA JURÍDICA. VIOLAÇÃO DO PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE SUBJETIVA. TEORIA DA DUPLA IMPUTAÇÃO. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. 1. A ausência de indicação da data dos fatos não implica inépcia da denúncia, quando a exordial acusatória é instruída pelo inquérito policial contendo informações detalhadas de todos os fatos imputados à recorrente. 2. É intempestivo o recurso interposto fora do prazo assinalado no art. 586 do CPP. 3. O princípio do promotor natural não sustenta a fundamentação de tempestividade do recurso ministerial, uma vez que, como instituição una e indivisível, a distribuição interna de atribuições permite melhor atuação, mas não impede que um órgão substitua outro com o escopo de cumprimento de seus fins existenciais. 4. "Admite-se a responsabilidade penal da pessoa jurídica em crimes ambientais desde que haja a imputação simultânea do ente moral e da pessoa física que atua em seu nome ou em seu benefício, uma vez que "não se pode compreender a responsabilização do ente moral dissociada da atuação de uma pessoa física, que age com elemento subjetivo próprio" (REsp 564.960/SC, Rel. Min. GILSON DIPP, Quinta Turma, DJ 13/6/05). 5. Recurso parcialmente provido para restaurar a decisão de primeira instância. (REsp 969160/RJ, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA TURMA, julgado em 06/08/2009, DJe 31/08/2009) _____________________________________________________________________ STJ - CRIMINAL. CRIME AMBIENTAL PRATICADO POR PESSOA JURÍDICA. RESPONSABILIZAÇÃO PENAL DO ENTE COLETIVO. POSSIBILIDADE. PREVISÃO CONSTITUCIONAL REGULAMENTADA POR LEI FEDERAL. OPÇÃO POLÍTICA DO LEGISLADOR. FORMA DE PREVENÇÃO DE DANOS AO MEIO-AMBIENTE. CAPACIDADE DE AÇÃO. EXISTÊNCIA JURÍDICA. ATUAÇÃO DOS ADMINISTRADORES EM NOME E PROVEITO DA PESSOA JURÍDICA. CULPABILIDADE COMO RESPONSABILIDADE SOCIAL. CO-RESPONSABILIDADE. PENAS ADAPTADAS À NATUREZA JURÍDICA DO ENTE COLETIVO. RECURSO PROVIDO. I. Hipótese em que pessoa jurídica de direito privado, juntamente com dois administradores, foi denunciada por crime ambiental, consubstanciado em causar poluição em leito de um rio, através de lançamento de resíduos, tais como, graxas, óleo, lodo, areia e produtos químicos, resultantes da atividade do estabelecimento comercial. II. A Lei ambiental, regulamentando preceito constitucional, passou a prever, de forma inequívoca, a possibilidade de penalização criminal das pessoas jurídicas por danos ao meio-ambiente. III. A responsabilização penal da pessoa jurídica pela prática de delitos ambientais advém de uma escolha política, como forma não apenas de punição das condutas lesivas ao meio-ambiente, mas como forma mesmo de prevenção geral e especial. IV. A imputação penal às pessoas jurídicas encontra barreiras na suposta incapacidade de praticarem uma ação de relevância penal, de serem culpáveis e de sofrerem penalidades. V. Se a pessoa jurídica tem existência própria no ordenamento jurídico e pratica atos no meio social através da atuação de seus administradores, poderá vir a praticar condutas típicas e, portanto, ser passível de responsabilização penal. VI. A culpabilidade, no conceito moderno, é a responsabilidade social, e a culpabilidade da pessoa jurídica, neste contexto, limita-se

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à vontade do seu administrador ao agir em seu nome e proveito. VII. A pessoa jurídica só pode ser responsabilizada quando houver intervenção de uma pessoa física, que atua em nome e em benefício do ente moral. VIII. "De qualquer modo, a pessoa jurídica deve ser beneficiária direta ou indiretamente pela conduta praticada por decisão do seu representante legal ou contratual ou de seu órgão colegiado." IX. A atuação do colegiado em nome e proveito da pessoa jurídica é a própria vontade da empresa. A co-participação prevê que todos os envolvidos no evento delituoso serão responsabilizados na medida se sua culpabilidade. X. A Lei Ambiental previu para as pessoas jurídicas penas autônomas de multas, de prestação de serviços à comunidade, restritivas de direitos, liquidação forçada e desconsideração da pessoa jurídica, todas adaptadas à sua natureza jurídica. XI. Não há ofensa ao princípio constitucional de que "nenhuma pena passará da pessoa do condenado...", pois é incontroversa a existência de duas pessoas distintas: uma física - que de qualquer forma contribui para a prática do delito - e uma jurídica, cada qual recebendo a punição de forma individualizada, decorrente de sua atividade lesiva. XII. A denúncia oferecida contra a pessoa jurídica de direito privado deve ser acolhida, diante de sua legitimidade para figurar no pólo passivo da relação processual-penal. XIII. Recurso provido, nos termos do voto do Relator. (REsp 564960/SC, Rel. Ministro GILSON DIPP, QUINTA TURMA, julgado em 02/06/2005, DJ 13/06/2005, p. 331) _____________________________________________________________________ STJ - PENAL E PROCESSUAL PENAL. [...] CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE. DENÚNCIA. INÉPCIA. RESPONSABILIDADE PENAL DA PESSOA JURÍDICA. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. [...] IV - Em momento algum, frise-se, a quaestio foi decidida à luz de dispositivos constitucionais, porquanto, apenas procurou-se demonstrar que a responsabilidade penal se fundamenta em ações atribuídas às pessoas físicas. Dessarte a prática de uma infração penal pressupõe necessariamente uma conduta humana. Logo, a imputação penal à pessoas jurídicas, carecedoras de capacidade de ação, bem como de culpabilidade, é inviável em razão da impossibilidade de praticarem um injusto penal. Embargos de declaração rejeitados. (EDcl no REsp 622724/SC, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 02/08/2005, DJ 29/08/2005, p. 403) _____________________________________________________________________ STJ - PROCESSUAL PENAL. RECURSO ESPECIAL. CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE. DENÚNCIA REJEITADA PELO E. TRIBUNAL A QUO. SISTEMA OU TEORIA DA DUPLA IMPUTAÇÃO. Admite-se a responsabilidade penal da pessoa jurídica em crimes ambientais desde que haja a imputação simultânea do ente moral e da pessoa física que atua em seu nome ou em seu benefício, uma vez que "não se pode compreender a responsabilização do ente moral dissociada da atuação de uma pessoa física, que age com elemento subjetivo próprio" cf. Resp nº 564960/SC, 5ª Turma, Rel. Ministro Gilson Dipp, DJ de 13/06/2005 (Precedentes). Recurso especial provido. (REsp 889528/SC, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 17/04/2007, DJ 18/06/2007, p. 303) _____________________________________________________________________

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STF - EMENTA: (1) Habeas Corpus. Crime previsto no art. 46, parágrafo único, da Lei nº 9.605, de 1998 (Lei de Crimes Ambientais). Competência da Justiça Comum (2) Denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal perante a Justiça Federal com base em auto de infração expedido pelo IBAMA. (3) A atividade de fiscalização ambiental exercida pelo IBAMA, ainda que relativa ao cumprimento do art. 46 da Lei de Crimes Ambientais, configura interesse genérico, mediato ou indireto da União , para os fins do art. 109, IV, da Constituição. (4) A presença de interesse direto e específico da União, de suas entidades autárquicas e empresas públicas - o que não se verifica, no caso -, constitui pressuposto para que ocorra a competência da Justiça Federal prevista no art. 109, IV, da Constituição. (5) Habeas Corpus conhecido e provido. (HC 81916, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, julgado em 17/09/2002, DJ 11-10-2002 PP-00046 EMENT VOL-02086-02 PP-00194) _____________________________________________________________________ STJ - CRIMINAL. CONFLITO DE COMPETÊNCIA. PESCA PREDATÓRIA EM RIO INTERESTADUAL. POSSÍVEL CRIME AMBIENTAL. LESÃO À BENS, SERVIÇOS OU INTERESSES DA UNIÃO EVIDENCIADA. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL - Compete, em regra, à Justiça Estadual, o processo e julgamento de feitos que visam à apuração de crimes ambientais. - A competência da Justiça Federal é restrita aos crimes ambientais perpetrados em detrimento de bens, serviços ou interesses da União, ou de suas autarquias ou empresas públicas. - Tratando-se de possível pesca predatória em rio interestadual, que banha mais de um Estado da federação, evidencia-se situação indicativa da existência de eventual lesão a bens, serviços ou interesses da União, a ensejar a competência da Justiça Federal. - Conflito conhecido para declarar a competência do Juízo Federal da Segunda Vara de Uruguaiana/RS. (CC 39055/RS, Rel. Ministro PAULO MEDINA, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 23/02/2005, DJ 11/04/2005, p. 176) _____________________________________________________________________ STJ - CONFLITO DE COMPETÊNCIA. PENAL. CRIME CONTRA A FAUNA. PESCA PREDATÓRIA MEDIANTE A UTILIZAÇÃO DE PETRECHOS PROIBIDOS. AUSÊNCIA DE LESÃO A BENS, SERVIÇOS OU INTERESSES DA UNIÃO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL. 1. A partir do cancelamento do enunciado n.º 91 da súmula desta Corte, a competência da Justiça Federal restringe-se aos casos em que os crimes ambientais foram perpetrados em detrimento de bens, serviços ou interesses da União, suas autarquias ou empresas públicas. 2. O crime do caso sub examine não se amolda às hipóteses que justificam a fixação da competência na Justiça Federal. 3. Conflito de competência conhecido para declarar competente para processar e julgar o feito o Juízo de Direito do Juizado Especial Criminal de Rio Grande/RS. (CC 36594/RS, Rel. Ministro HÉLIO QUAGLIA BARBOSA, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 10/11/2004, DJ 24/11/2004, p. 226) _____________________________________________________________________ STJ - HABEAS CORPUS. CRIME AMBIENTAL. SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO. APLICABILIDADE DOS INCISOS II, III E IV DO ARTIGO 89 DA LEI 9.099/95. INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 28, INCISO III, DA LEI 9.605/98. ARGÜIÇÃO

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DE NULIDADE DO PACTO ACORDADO. INEXISTÊNCIA. CONDIÇÃO VIOLADORA DA DIGNIDADE HUMANA. PROCEDÊNCIA. EXPOSIÇÃO DESNECESSÁRIA. DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA (CF, ARTIGO 1º, III). ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA 1. As condições listadas no art. 89 da Lei 9.099/95, referentes à aplicação do sursis processual, podem ser aplicadas às hipóteses de prática de crime ambiental, uma vez que o artigo 28, III, da Lei 9.605/98, só afasta a aplicação das condições previstas nos incisos II, III e IV do §1º do artigo 89 da Lei dos Juizados Especiais durante a prorrogação do período de prova da suspensão condicional do processo. 2. "(...) a condição imposta ao ora Paciente de tornar ostensivo através da mídia local, que colabora para a redução da poluição sonora de Itabuna/BA, inclusive, obrigado a veicular seu próprio nome em outdoors expostos naquela Cidade, termina, sem dúvida, por expô-lo publicamente, submetendo-o a condição vexatória e capaz, em tese, de vir perdurar por tempo superior ao prazo de 15 (quinze) dias estipulado no acordo. Desse modo, por certo, a mencionada exigência revela-se eivada de inconstitucionalidade, por configurar hipótese clara de ofensa ao princípio da dignidade humano, alçado como fundamento da República Federativa do Brasil (CF, art. 1º, III).". 3. Ordem parcialmente concedida. (HC 39576/BA, Rel. Ministro HÉLIO QUAGLIA BARBOSA, SEXTA TURMA, julgado em 24/02/2005, DJ 14/03/2005, p. 430)

EXERCÍCIOS DIRIGIDOS 1) JUIZ SUBSTITUTO - MT - 2009 - VUNESP (Questão 90). Com relação à tutela penal do meio ambiente, pode-se afirmar que: (cód. Q54886) a) a responsabilidade das pessoas jurídicas exclui a responsabilidade das pessoas físicas, autoras, co-autoras ou partícipes do mesmo fato. b) a situação econômica do infrator deverá ser observada pela autoridade competente para a imposição e gradação da pena de multa. c) a penalidade de prestação domiciliar poderá ser aplicada às pessoas físicas e jurídicas. d) a manutenção de espaços privados consiste em uma das formas de prestação de serviços à comunidade pela pessoa jurídica. e) o elevado grau de instrução ou escolaridade do agente é circunstância atenuante da pena.

2) SIMULADO LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - TIPO CESPE - 2007 (LEI DE CRIMES AMBIENTAIS N° 9605/98 Item 06). Para imposição e gradação da penalidade, a autoridade competente observará os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da legislação de interesse ambiental. Art. 6º, inciso II (cód. Q04136) a) Verdadeiro b) Falso

3) DEFENSOR PÚBLICO - PI - 2009 - CESPE (Questão 73).

Com relação aos crimes contra o meio ambiente, a fauna e a flora, assinale a opção correta. (cód. Q54633)

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a) A extração de areia em floresta de domínio público independe de autorização, e, portanto, não é considerada crime quando for destinada a manutenção de viveiro de avifauna nativa. b) Abater um animal para proteger lavoura é um ato que independe de autorização. c) Se um indivíduo, em estado de necessidade, abate um animal para saciar a sua fome, sua conduta não será considerada crime. d) O abate de animal, ainda que este seja considerado nocivo pelo órgão competente, é considerado crime. e) Os crimes contra a fauna praticados durante a noite, aos sábados e aos domingos aumentam as respectivas penas.

4) PROCURADOR DO ESTADO SUBSTITUTO - PGE/PI - 2008 - CESPE (Legislação Especial, questão 77). Quanto à criminalidade na exploração mineral, assinale a opção correta. (cód. Q09796) a) É crime executar lavra ou extração de recursos minerais sem a competente concessão, sendo facultado ao concessionário poder discricionário de estender os limites da concessão à lavra de minerais não elencados pelo órgão ambiental competente, desde que configurada a atividade de pesquisa. b) Só a obtenção do recurso mineral já configura o crime. c) Para a configuração do crime é necessário que haja poluição. d) Nos crimes de exploração mineral, só é aceito como elemento subjetivo o tipo dolo direto. e) Para os efeitos da Lei dos Crimes Ambientais, no que tange à exploração mineral, considera-se pesquisa a execução dos trabalhos necessários à definição da jazida, sua avaliação e a determinação da exequibilidade do seu aproveitamento econômico; e considera-se lavra o conjunto de operações coordenadas objetivando o aproveitamento industrial da jazida, desde a extração das substâncias minerais úteis que ela contiver, até o beneficiamento das mesmas.

5) SIMULADO LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - TIPO CESPE - 2007 (LEI DE CRIMES AMBIENTAIS N° 9605/98 Item 15). É considerada pena privativa de liberdade o recolhimento domiciliar. Art. 8º, inciso V

(cód. Q04145) a) Verdadeiro b) Falso

6) Estudo Dirigido - CJUR - (CESPE / Analista - TJ-DF / 2004)

Nos crimes contra o meio ambiente, previstos na Lei nº 9.605/98, as penas aplicáveis à pessoa jurídica são as mesmas previstas para a pessoa natural. (cód. Q88879) a) Verdadeiro b) Falso

7) Estudo Dirigido - CJUR - (CESPE / Defensor Público - DPE-CE / 2008)

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Nos crimes ambientais, caso o laudo de constatação comprove não ter sido completa a reparação do dano ambiental, o prazo de suspensão do processo será prorrogado, até o período máximo previsto, acrescido de mais um ano, com suspensão do prazo da prescrição. (cód. Q88869) a) Verdadeiro b) Falso

8) ANALISTA MINISTERIAL - CIÊNCIAS JURÍDICAS - 2010 - MPE/TO - UFT- COPESE (Ambiental, questão 98).

98. Sobre as infrações da Lei dos Crimes Ambientais assinale a alternativa incorreta: (cód. Q81937) a) Nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, a proposta de aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multa, somente poderá ser formulada desde que tenha havido a prévia composição do dano ambiental, salvo caso de comprovada impossibilidade. b) Nas infrações penais a ação penal é pública condicionada à representação. c) Os produtos e subprodutos da fauna não perecíveis serão destruídos ou doados a instituições científicas, culturais ou educacionais. d) Os instrumentos utilizados na prática da infração serão vendidos, garantida a sua descaracterização por meio da reciclagem.

9) SIMULADO LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - TIPO CESPE - 2007 (Questão 06). Segundo a legislação brasileira torna-se obrigatório o cadastro para que pessoas jurídicas ou físicas que se dedicarem a atividades capazes de gerar qualquer tipo de poluição ou da realização de serviços de extração, transporte e comercialização de produtos perigosos (indústrias, postos de combustíveis). A princípio, o cadastro é igualmente obrigatório para quem trabalha com a exploração de produtos e subprodutos da flora (plantas, madeira, lenha ou carvão vegetal), fauna (animais, couros, peles) e recursos minerais. Do texto, infere-se Em determinados casos será dispensado o cadastro, a exemplo de atividades que envolvam artesanato e ambulantes que utilizam carvão vegetal, ainda que explorem a matéria-prima retirada de reservas florestais.

(cód. Q04126) a) Verdadeiro b) Falso

10) DOUTRINA EM GERAL (Penal). São requisitos observados pela autoridade competente, para a aplicação da penalidade, em casos de crime ambiental: (cód. Q24933) a) gravidade do fato e localidade onde ocorreu o crime ambiental; b) localidade onde ocorreu o crime ambiental e se o crime atingiu a flora ou a fauna; c) se o crime ambiental atingiu a flora ou fauna e os antecedentes do infrator quanto a legislação ambiental; d) os antecedentes do infrator quanto a legislação ambiental e a gravidade do fato.

11) DEFENSOR PÚBLICO - DEFENSORIA PÚBLICA-GERAL/CE - 2008 - CESPE (Legislação Especial, item 157). Caso o laudo de constatação comprove não ter sido completa a reparação do

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dano ambiental, o prazo de suspensão do processo será prorrogado, até o período máximo previsto, acrescido de mais um ano, com suspensão do prazo da prescrição. (cód. Q08469) a) Verdadeiro b) Falso

12) Estudo Dirigido - CJUR - (Ministério Público/CE - 2009 - FCC)

A pena de multa nos crimes ambientais poderá ser aumentada até: (cód. Q88907) a) quatro vezes, ainda que aplicada no valor máximo, em virtude da situação econômica do réu. b) cinco vezes, ainda que aplicada no valor máximo, tendo em vista o valor da vantagem econômica auferida. c) três vezes, ainda que aplicada no valor máximo, tendo em vista o valor da vantagem econômica auferida. d) três vezes, se não aplicada no valor máximo, em virtude da situação econômica do réu. e) cinco vezes, ainda que aplicada no valor máximo, em virtude da situação econômica do réu.

13) DEFENSOR PÚBLICO - RN - 2006 - PRÓPRIA (Penal,questão 11). A lei de crimes ambientais estabelece que (cód. Q03079) a) a responsabilidade das pessoas jurídicas, quando o crime ocorrer em decorrência de determinação do representante legal destas, exclui a responsabilidade das pessoas físicas, co-autoras do delito. b) as penas privativas de liberdade ou restritivas de direito serão sempre graduadas segundo a situação socioeconômica do réu. c) a suspensão condicional da pena poderá ser aplicada quando a pena in abstrato for de até dois anos e tiver o acusado reparado o dano ambiental. d) a legislação de crimes ambientais estabelece que a não comprovação pelo laudo da completa reparação do dano impõe a prorrogação do prazo de suspensão do processo no prazo do art. 89 da Lei nº 9.099/95, acrescido de mais um ano, com suspensão do prazo da prescrição.

14) ENGENHEIRO AMBIENTAL(Todos os cargos nível superior) - IBRAM - 2009 - CESPE (Caderno I, questão 55).

Quanto à Lei dos Crimes Ambientais, julgue: 55 As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade. (cód. Q53541) a) Verdadeiro b) Falso

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15) AGENTE AMBIENTAL - 2009 - PREF.SÃO CAETANO DO SUL/SP - CAIPIMES ( questão 18).

18. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida é sujeito a pena de: (cód. Q81823) a) detenção de um ano a dois anos, e multa. b) detenção de seis meses a um ano, e multa. c) detenção de um ano e seis meses a dois anos, e multa. d) detenção de dois anos a três anos, e multa.

16) DOUTRINA EM GERAL (Penal). Podem ser consideradas penas aplicáveis às pessoas jurídicas, no caso de crime ambiental, seja de forma isolada, cumulada alternativamente as penas de: (cód. Q24938) a) prisão do autor em cárcere fechado; b) prisão do autor em cárcere semi-aberto; c) multas; d) todas as alternativas estão corretas;

17) Estudo Dirigido - CJUR - CESPE / Analista de Atividades - IBRAM / 2009)

A pessoa jurídica poderá ser responsabilizada penalmente pela prática de crime ambiental, estando sujeita a pena de prestação de serviços à comunidade. (cód. Q88863) a) Verdadeiro b) Falso

18) SIMULADO LEGISLAÇÃO AMBIENTAL - TIPO CESPE - 2007 (Questão 01). O licenciamento ambiental é uma obrigação legal prévia à instalação de qualquer empreendimento ou atividade potencialmente poluidora ou degradadora do meio ambiente e possui como uma de suas mais expressivas características a participação social na tomada de decisão, por meio da realização de audiências públicas como parte do processo. Do exposto e considerando a lei aplicada ao meio ambiente, deduz-se:

Compete ao órgão local o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades com significativo impacto ambiental de âmbito regional.

(cód. Q04121) a) Verdadeiro b) Falso

19) PROMOTOR DE JUSTIÇA - MPMG - 2006 - PRÓPRIA (Legislação Especial, questão 68). Assinale a alternativa CORRETA, de acordo com o que dispõe a lei que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC: (cód. Q08310)

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a) integram o grupo de Unidades de Proteção Integral as seguintes categorias de unidades de conservação: Estação Ecológica, Reserva Biológica, Parque Nacional, Monumento Natural, Área de Relevante Interesse Ecológico e Área de Proteção Ambiental. b) o objetivo básico das Unidades de Conservação de Proteção Integral é compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela de seus recursos naturais. c) em se tratando de unidade de conservação deve ser elaborado um Plano de Manejo que abranja a área correspondente à unidade de conservação, sua zona de amortecimento e os corredores ecológicos, incluindo medidas com o fim de promover sua integração econômica e social das comunidades vizinhas. d) restauração, segundo a definição estabelecida na lei citada, é a restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada a uma condição não degradada, diferente de sua condição original. e) a Estação Ecológica, como Unidade de Conservação de Proteção Integral, tem como objetivo a preservação da natureza e a realização de pesquisas científicas, sendo públicos a posse e o domínio de sua área. Havendo áreas particulares incluídas em seus limites deverão ser cedidas, a título gratuito, ao Poder Público, sendo esta uma das restrições legais ao direito de propriedade.

20) Conteúdo Jurídico. Doutrina em geral 2007 (Crimes ambientais. Lei 9.605/98). A prestação de serviços à comunidade consiste na atribuição ao condenado de tarefas gratuitas junto a parques e jardins públicos e unidades de conservação, e, no caso de dano da coisa particular, pública ou tombada, na restauração desta. Art. 9º (cód. Q16556) a) Verdadeiro b) Falso

Gabarito 1) R: Alternativa B 2) R: Verdadeiro 3) R: Alternativa C 4) R: Alternativa E 5) R: Falso 6) R: Falso 7) R: Verdadeiro 8) R: Alternativa B 9) R: Falso 10) R: Alternativa D 11) R: Verdadeiro 12) R: Alternativa C 13) R: Alternativa D

14) R: Verdadeiro 15) R: Alternativa B 16) R: Alternativa C 17) R: Verdadeiro 18) R: Falso 19) R: Alternativa C 20) R: Falso

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REFERÊNCIAS BANCO DE QUESTÕES do WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR . Disponível em: < http://www.conteudojuridico.com.br/?banco_de_questoes>. Acesso em: 13 jan. 2012. CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal - Legislação penal especial v. 4. 7 ed. São Paulo: Saraiva, 2012. GOMES, Luiz Flavio; CUNHA, Rogério Sanches. Legislação criminal especial. 2ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2010. NUCCI, Guilherme de Souza, Leis penais e processuais penais comentadas. 5 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2010. SILVA, José Geraldo da. BONINI, Paulo Rogério. Leis Penais Especiais anotadas. Coordenador: Wilson Lavorenti. 12 ed. Campinas, SP: Millennium Editora, 2011.