módulo 2 ensino diferenciado tocantins[1]
TRANSCRIPT
-
8/8/2019 Mdulo 2 Ensino Diferenciado Tocantins[1]
1/97
-
8/8/2019 Mdulo 2 Ensino Diferenciado Tocantins[1]
2/97
2
MARCELO MIRANDA DE CARVALHO
Governador do Estado do Tocantins
MARIA AUXILIADORA SEABRA REZENDE
Secretria Estadual da Educao e Cultura
ANTNIO BONIFCIO DE ALMEIDA
Subsecretrio
ISOLDA BARBOSA DE ARAJO PACINI MARTINS
Diretora de Gabinete
JUCYLENE MARIA DOS SANTOS CASTRO BORBA DIAS
Superintendente da Educao
AGUIFANEIDE LIRA DANTAS GONDIM
Diretora de Educao na Diversidade
ZULMIRA GONZAGA CARDOSO
Coordenadora da Educao de Jovens e Adultos
FRANCISCO GILSON REBOUAS PRTO JUNIORCoordenador da Formao do Projeto Ressocializao Educativa
no Sistema Prisional do Estado do Tocantins
-
8/8/2019 Mdulo 2 Ensino Diferenciado Tocantins[1]
3/97
3
Mdulo II
Ensino Diferenciado: Didtica e
Prticas Pedaggicas em Educaode Adultos
Cristiane Tavares Jordo de VasconcelosFabola Peixoto de Arajo
Gilson Prto Jr.
Palmas - Tocantins/2006
-
8/8/2019 Mdulo 2 Ensino Diferenciado Tocantins[1]
4/97
4
Autores/ Elaborao e Organizao dos Contedos/ Reviso Literria
Cristiane Tavares Jordo de Vasconcelos
Graduada em Letras e Administrao (UFPB) e Especialista em Lngua e Literatura Espanholas
(UFPB). professora na Fundao Universidade do Tocantins (UNITINS) e pesquisadora no Grupode Pesquisa Lattes/CNPq Educao, Cultura e Transversalidade(UNITINS).
Fabola Peixoto de Arajo
Graduada em Pedagogia (ULBRA), Especialista em Psicopedagogia (FACINTER) e Mestre em
Gesto Educacional (Universidade Autnoma de Asuncion). professora na Fundao Universidade
do Tocantins (UNITINS) e pesquisadora no Grupo de Pesquisa Lattes/CNPq Educao, Cultura e
Transversalidade(UNITINS).
Francisco Gilson Rebouas Prto Junior.
Graduado em Pedagogia: Orientao Educacional, Especialista em Ensino de Filosofia e Mestre em
Educao: Estado, Polticas Pblicas e Gesto da Educao (FE-UnB). Coordena o Grupo de
Pesquisa Lattes/CNPq Educao, Cultura e Transversalidade(UNITINS) e pesquisador na linha de
pesquisa Educao de Presos Adultos, do Grupo de Pesquisa Lattes/CNPq Educao e Cultura
(PPGE-UnB). Atualmente coordena duas pesquisas nesse grupo sobre a temtica: Educao de
Presos perfil e anlise da ao educativae Mapeamento das condies laborais para egressos do
sistema prisional na cidade de Palmas (TO). E-mail: [email protected] .
Ficha Catalogrfica
Ensino Diferenciado: didtica e prticas pedaggicas em educao de adultos./
Mdulo II - Elaborao: Cristiane Tavares Jordo de Vasconcelos, Fabola Peixoto
de Arajo e Gilson Prto Jr. Palmas, TO: Secretaria de Educao do Estado do
Tocantins / Gerncia de Educao de Jovens e Adultos, 2006.
97 p.: s/il.
1. Ensino Diferenciado 2. Educao de Jovens e Adultos 3. Formao Continuada
I. Cristiane Tavares Jordo de Vasconcelos II. Fabola Peixoto de Arajo III. GilsonPrto Jr
CDU:374(81)
Os conceitos e opinies emitidos so de exclusiva responsabilidade dos autores.
SECRETARIA DE EDUCAO E CULTURA DO TOCANTINS
Praa dos Girassis S/N, Esplanada das Secretarias
Palmas, Tocantins
-
8/8/2019 Mdulo 2 Ensino Diferenciado Tocantins[1]
5/97
5
Apresentao
Prezado(a) cursista,
Esse segundo mdulo intitulado Ensino Diferenciado: didtica e prticas
pedaggicas em educao de adultos fruto da sistematizao e do trabalho pedaggicoque se tenta estampar para as escolas do Sistema Prisional no Estado do Tocantins.
No primeiro mdulo discutiu-se em torno das Metodologias em educao de
adultose, de l para c, muito j deve ter sido agregado por voc professor, professora e
agente prisional em sua prtica educativa com adultos sob custdia.
Mas necessrio mais... muito mais! Queremos que voc possa contribuir para
uma ressocializao real desses educandos. Isso no ser algo fcil, nem imaginamos que
isso ocorrer da noite para o dia. Essa uma construo diuturna de todos os envolvidos.
Trata-se de uma conquista!
nesse tom de conquista que incentivamos voc a encarar esse material didticocomo um complemento a sua prtica pedaggica. Longe de ser uma receita, encaramos
cada mdulo como partes ou ingredientes de uma prtica pedaggica que vai se
consolidando a cada hora, a cada dia e ms... No por especialistas renomados, mas por
especialistas que tem vivenciado o fazer com adultos sob custdia, todos os dias.
como afirmamos em nosso primeiro mdulo:
No temos respostas fechadas, estamos construindo-as. Isso o
que vivenciam diariamente e de forma contraditria professores,
coordenadores, diretores e supervisores que esto envolvidos na
educao de ressocializandos adultos no Estado do Tocantins.
No sabemos ao certo quais os resultados que alcanaremos ou,
mesmo se sobreviveremos, em nossos pensamentos e
perspectivas, ao da Sociedade. Porm sabemos algo, algo s
nosso no fruto de um sentimentalismo pelo sofrimento alheio,
seja a do preso, de sua famlia, dos agentes penitencirios ou
mesmo o nosso que a educao no se presta ao fim de
dominar, mas ao de emancipar.
Esperamos que voc professor, professora e agente prisional participe de umaemancipao a priori: a sua como indivduo pensante, atuante e qui, transformador!
Palmas, Outubro de 2006.
Gilson Prto Jr
Coordenador da Formao do Projeto Ressocializao Educativa
no Sistema Prisional do Estado do Tocantins
-
8/8/2019 Mdulo 2 Ensino Diferenciado Tocantins[1]
6/97
-
8/8/2019 Mdulo 2 Ensino Diferenciado Tocantins[1]
7/97
7
Sumrio
Unidade 1
A didtica e o processo de ensinar e aprender 9
Unidade 2
Interdisciplinaridade na educao 17
Unidade 3
O Saber Pedaggico e a Interdisciplinaridade 22
Unidade 4
A Interdisciplinaridade na sala de aula 26
Unidade 5
Planejamento em educao 31
Unidade 6
A aula como forma de organizao do ensino 39
Unidade 7
As estratgias de ensino e os recursos miditicos 45
Unidade 8
Avaliao e a relevncia da qualidade educativa 64
Unidade 9
Histrias de Vida: entre a escola e a cela 74
-
8/8/2019 Mdulo 2 Ensino Diferenciado Tocantins[1]
8/97
8
Dia do Professor na Casa de Custdia de Palmas
Projeto Ressocializao Educativa na CCP
Foto 1: Presena da Secretria, profa. Dorinha Foto 2: Abertura das apresentaes pelos alunos
Foto 3: Apresentao dos professores Foto 4: Homenagem a profa. Iolanda
Foto 5: Profa. Dorinha com professores da CCP Foto 6: Alunos em momento de interao
-
8/8/2019 Mdulo 2 Ensino Diferenciado Tocantins[1]
9/97
9
Unidade 1A didtica e o processo de ensinar e aprender
Objetivos Reconhecer os condicionantes inerentes ao teorizar e ao fazer pedaggico.
Favorecer a compreenso da importncia da didtica no processo de ensino-
aprendizagem.
IntroduoComearemos nosso estudo neste texto, com uma pergunta que parece bsica
para o processo de ensinar e aprender, mas, que na realidade de grande relevncia para
a prtica pedaggica do professor. A vai a pergunta. Qual a importncia de estudar
didtica? Esta resposta ser construda ao longo do texto, ao refletirmos sobre o que a
didtica? E como o professor pode e deve utiliz-la?
Se refletirmos um pouco, podemos chegar a concluso que um dos piores
comentrios que um professor pode receber a respeito do seu trabalho (alm de ele no
sabe a matria) a reclamao de que ele no sabe explicar ou de que ele no temdidtica. O que isso quer dizer? Isso pode dizer pouco, se o professor assumir que o
processo de ensino-aprendizagem nada tem haver com a aula. Na maioria das vezes,
quando algum diz que um professor no tem didtica ele est dizendo que ele no
sabe ensinar, o que, no raro, significa ele no sabe dar aulas.
A didtica importante para a aprendizagem do aluno na aula? Sim. A didtica
est ligada a parte instrumental do trabalho pedaggico do professor. Sua utilidade
imensa, pois sem ela, os meios escolhidos pelos professores para concretizarem o
processo de ensino-aprendizagem poderiam, simplesmente, no serem os melhores parao ensinar e o aprender e, neste caso, a educao seria um verdadeiro faz de conta.
-
8/8/2019 Mdulo 2 Ensino Diferenciado Tocantins[1]
10/97
10
Na verdade, a didtica busca os meios para que a educao acontea, assim, ter
didtica no s ter meios para o ato educativo. No ensino, ainda que os meios
materiais sejam importantes, eles so apenas coadjuvantes.
O estudo da didtica impe-se como necessrio a todos aqueles que desejamtornar o ensino mais eficiente, e por isso mesmo adaptado s possibilidades e
necessidades do educando. Pode dizer-se que atravs da didtica que se conseguem as
tcnicas para dirigir o ensino. A didtica interessa-se mais pelo modo atravs do qual o
ensino se processa do que mesmo pelo ensino em si. Hoje, a formao didtica daqueles
que desejam ensinar, est em primeiro plano; est havendo uma tomada de conscincia
quanto da necessidade da didtica para a formao do educando e do educador.
H algumas dcadas, havia uma idia generalizada de que para ser bom professor
bastava conhecer a disciplina a lecionar. A nica preocupao era com o contedo da
disciplina. Porm, a prtica contempornea vem mostrando que esta afirmativa no
coerente com o processo de ensino-aprendizagem seguro e concreto.
Para ensinar bem, necessrio que o professor alm do conhecimento da
disciplina, saiba como ensin-la e esse comoque possibilita ao professor levar em conta
o meio fsico, afetivo e scio-cultural do seu aluno, para que de fato se efetive a
aprendizagem.
Agora que j estamos familiarizados com a Didtica, hora de conhecermos
alguns dos seus conceitos? Vamos l.
Conceitos
Didtica cincia e arte de ensinar. arte quando estabelece normas de ao ou sugere
formas de comportamento didtico com base nos dados cientficos e empricos da
educao, isto porque a didtica no pode separar teoriae prtica. Ambas tm de fundir-
se num s corpo, visando a maior eficincia do ensino e seu melhor ajustamento s
realidades humana e social do educando.
A didtica um conjunto de normas destinadas a dirigir a aprendizagem que se baseia em
trs fases fundamentais: Planejamento, Execuoe Verificao. Planejamento: Visa os
planos do curso, unidade de aula e atividades extra curriculares. O planejamento uma
necessidade do ensino, sem ele no possvel um bom desempenho de tarefa. No se
pode ensinar sem prever a melhor maneira da consecuo dos objetivos, da prtica
escolar. Execuo: Visa a prtica efetiva do ensino em correlao, com as tcnicas de
ensino, motivao, material didtico, atividades extra curriculares, integrao da
aprendizagem e direo das atividades discentes em classe como fora dela. Verificao:Visa saber se o planejamento foi bem feito, tendo em vista as necessidades reais do
-
8/8/2019 Mdulo 2 Ensino Diferenciado Tocantins[1]
11/97
11
ensino e se a execuo alcanou seus objetivos. atravs da verificao que se chega a
constatar se h necessidades de retificaes no planejamento e na execuo.
Didtica uma disciplina tcnica que tem por objeto especfico a tcnica de ensino
(direo tcnica da aprendizagem). A didtica, portanto, estuda a tcnica de ensino em
todos os seus aspectos prticos e operacionais, podendo ser definida como: A tcnica deestimular, dirigir e encaminhar, no decurso da aprendizagem, a formao do homem.
A didtica definida como a cincia e a arte do ensino, referem-se teoria e prtica da
instruo e do ensino, investiga os fundamentos, condies e modos da realizao da
instruo e do ensino. A ela cabe: converter objetivos scio-polticos e pedaggicos em
objetivos de ensino; selecionar contedos e mtodos em funo desses objetivos;
estabelecer os vnculos entre ensino e aprendizagem, tendo em vista o desenvolvimento
das capacidades mentais dos alunos.
A didtica caracteriza-se como mediao entre as bases terico-cientficas da educao
escolar e a prtica docente. Ela opera como que uma ponte entre o que e o como do
processo pedaggico escolar.
Vimos os vrios conceitos de didtica, que tal agora conhecer seus fundamentos?
Elementos fundamentais da Didtica
A didtica, alm de se interessar pelo modo atravs do qual o ensino se processa,
apresenta seis elementos fundamentais do ensino, que so: Aluno; Objetivos;
Professor; Matria; Tcnicas de ensino; Meio geogrfico, Cultural e Social. Vamos
analisar a importncia de cada um deles para o processo de ensino-aprendizagem.
Aluno: O aluno quem aprende, ou quem deve aprender. para ele que existe a
escola, que deve adaptar-se a ele, encarando-o como um ser humano em crescimento
com todas as suas capacidades e limitaes, peculiaridades, interesses, reaes eimpulsos.
Objetivos: O procedimento didtico supe objetivos para encaminhar o aluno a plena
expanso da sua personalidade, levando-o a aquisio de conhecimentos e modificao
de comportamento, integrando-o a vida em sociedade.
Professor: o condutor do ensino. A ele cabe dirigir, estimular e aplainar dificuldades,
levando em conta peculiaridades e possibilidades de cada aluno; ele o guia na formao
da personalidade.
-
8/8/2019 Mdulo 2 Ensino Diferenciado Tocantins[1]
12/97
12
Matria: o contedo do ensino atravs da qual se alcanam os objetivos da escola.
Durante a elaborao do plano do curso sofrer por parte do professor seleo que deve
ter em vista as realidades educacionais e de relaes com o meio ou ambiente de cada
escola e as possibilidades de cada classe.
Tcnicas de ensino: Devem ser tanto quanto possvel, ativas. Evidente que o ensino decada disciplina exige tcnicas especficas e um currculo preparado para cada ciclo e
modalidade. O que deve ficar claro, porm, que o ensino nos diferentes ciclos e
modalidades devem ser orientados no sentido de fazer o educando participe da sua
prpria aprendizagem.
Meio geogrfico, econmico e social: O ensino s ser eficiente se levar em conta o
aspecto geogrfico, econmico e cultural do meio em que esteja localizada a escola, para
que de fato esta atenda a sua funo social, promovendo a integrao do indivduo ao
meio em que vive.
Agora hora de conhecer um pouco as divises da Didtica, para entendermos
melhor sua aplicabilidade. Preparados?
IMPORTANTE!
A percepo dos elementos fundamentais da Didtica pode variar de acordo com as
concepes de educao que se tenha. Nesse sentido, importante que voc revise
essas concepes na Unidade 1 Concepes tericas em educao do Mdulo I
pginas 11 a 20.
Diviso da Didtica
A didtica se divide em: Didtica geral e Didtica especial. A primeira, a Didtica
geral: aquela que estuda os princpios e as tcnicas que devem ser aplicadas de um
modo geral ao ensino de qualquer matria ou disciplina. Estuda os problemas de ensino de
um modo geral sem se ater a mincias pertinentes a esta ou aquela matria. O ensino
para a Didtica Geral visto como um todo. Estabelece princpios e normas gerais queregulamentam o trabalho docente a fim de que bem conduza a aprendizagem. A segunda,
A Didtica especial tem um campo mais restrito. Segue as diretrizes da Didtica geral,
porm determinada por cada disciplina, de maneira especfica. Ou seja, preocupa-se
com a soluo dos problemas de cada matria tendo em mira: contedo e tcnica de
ensino para que sejam mais condizentes com o ensino daquela matria visada. Analisa os
programas de ensino; sua extenso e profundidade, bem como a sua aplicao s
necessidades reais do meio; determina os objetivos de cada disciplina considerando os
objetivos de cada escola; cuida da adequao dos planos de aula a cada matria e a cada
fase de aprendizagem; estuda a forma mais eficiente para obteno da aprendizagem.
-
8/8/2019 Mdulo 2 Ensino Diferenciado Tocantins[1]
13/97
13
Lembre-se:
Como podemos comprovar at aqui, a Didtica no pretende ficar apenas nas
teorias e nas tendncias pedaggicas, que voc estudou na disciplina Metodologias
em educao de adultos. importante que saibamos que as teorias se apresentam
vlidas enquanto solucionam problemas da prtica pedaggica. Caso contrrio
prpria realidade questiona a teoria exigindo novos aprofundamentos, pesquisas e
estudos. Ou seja, as teorias e tendncias educacionais se desenvolvem em confronto
com a prtica pedaggica, e esta consegue resolver seus problemas com as
sugestes daquelas. Assim, podemos dizer que a didtica a busca de alternativas
para a prtica educativa, seja em qualquer contexto histrico ou em qualquer poca,
para a concretizao da aprendizagem.
A afirmativa acima, remete-nos, a um questionamento muito relevante para a
educao e para a aprendizagem do aluno. Trata-se da didtica aplicada pelo
professor em sala de aula. Por isso, hora de falarmos um pouquinho nessa relao:
Didtica e processo de ensino-aprendizagem.
A Didtica e o processo de ensino-aprendizagem
Comearemos nosso estudo com um questionamento. O que entendemos por
aprendizagem? Por aprendizagem entendemos o desenvolvimento da pessoa como um
todo: inteligncia, afetividade, padres de comportamento moral, relacionamento com a
famlia, com o bairro, com a cidade e com o pas; desenvolvimento da coordenao
motora, capacidades artsticas, comunicao, etc. Por essa abrangncia que a
aprendizagem se desenvolve em trs dimenses que so: humana, poltico-social e
tcnica.
dimenso humana: se realiza atravs do relacionamento interpessoal
entre alunos e professores, alunos e alunos, professores e professores,
enfim, entre alunos, professores e direo. Cria-se, um clima afetivo,
responsvel, em muitos aspectos, pelo sucesso (ou fracasso) da
aprendizagem.
dimenso poltico-social: o ensino-aprendizagem acontece em uma
escola que est situada em um local determinado, numa certa poca
A didtica uma reflexo sistemtica que acontece na escola e na aula. o estudo do processo de ensino-aprendizagem em sala de aula e de seusresultados.
-
8/8/2019 Mdulo 2 Ensino Diferenciado Tocantins[1]
14/97
14
histrica, que segue orientaes e diretrizes de profissionais da educao
e das polticas governamentais.
dimenso tcnica: a aprendizagem um processo intencional, isto
orientado por objetivos a serem alcanados por seus participantes.
Interessa a esse processo que os alunos consigam aprender bem o quese prope, atravs da organizao de condies apropriadas. Aspectos
como definio de objetivos, seleo de contedos, tcnicas e recursos de
ensino, organizao do processo de avaliao e escolha de tcnicas
avaliativas, planejamento de curso e de aulas. nessa dimenso que a
Didtica se debrua ao tratar do processo de ensino-aprendizagem que
acontece na escola e na aula em particular.
As dimenses citadas acima auxiliam na estruturao do trabalho docente em sala
de aula, para que sejam atingidos os objetivos de ensino planejados pelo professor. Mas,
isso no significa dizer, que a estruturao do desenvolvimento da aula sempre vai ter um
resultado positivo, parte desse sucesso depender da criatividade, flexibilidade e
perspiccia do professor, em saber o que fazer, frente a situaes didticas especficas
que surgem inesperadamente na sala de aula.
Por isso, importante que o professor conhea os componentes do processo de
ensino que so: os contedos, o ensino e a aprendizagem. O processo de ensino se
caracteriza pela combinao de atividades do professor e dos alunos.
Estes, pelo estudo das matrias, sob a direo do professor, vo atingindo
progressivamente o desenvolvimento de suas capacidades mentais. A direo eficaz
desse processo depende do trabalho sistematizado pelo professor que, tanto no
planejamento como no desenvolvimento das aulas, conjuga objetivos, contedos, mtodos
e formas organizativas do ensino.
O processo didtico se explicita pela ao recproca de trs componentes: os
contedos, o ensino e a aprendizagem, que operam em referncia a objetivos que
expressam determinadas exigncias scio-polticas e pedaggicas e sob um conjunto decondies de uma situao didtica concreta.
Para seu maior esclarecimento sobre a importncia dos componentes de ensino
e a Didtica do professor, detalharemos abaixo cada um deles.
Os contedos de ensino: compreendem as matrias nas quais so sistematizados os
conhecimentos, formando a base para a concretizao de objetivos.
O ensino: a atividade do professor de organizao, seleo e explicao dos contedos,organizao das atividades de estudo dos alunos, encaminhando objetivos, mtodos,
formas organizativas e meios mais adequados em funo da aprendizagem dos alunos.
-
8/8/2019 Mdulo 2 Ensino Diferenciado Tocantins[1]
15/97
15
A aprendizagem: a atividade do aluno de assimilao de conhecimentos e habilidades.
O processo didtico define a ao didtica e determina as condies e modalidades de
direo do processo de ensinar tendo em vista a preparao dos alunos para as tarefas
sociais. O processo de ensino opera a mediao escolar de objetivos, contedos e
mtodos; sintetiza na aula a ao didtica em sua globalidade, uma vez queoperacionaliza objetivos gerais sobre o fundo objetivo das condies concretas de cada
situao didtica.
Assim, com esses componentes de ensino, o processo educativo, ser efetivado
pelo professor, constituindo-se de um sistema articulado. O professor estar de fato
dirigindo o processo de ensino-aprendizagem, sob condies concretas das situaes
didticas, em cujo desenvolvimento se assegura a assimilao ativa de conhecimentos e
habilidades e o desenvolvimento das capacidades cognoscitivas dos alunos.
Isso significa dizer que o professor estar criando situaes de aprendizagens
para o aluno, a fim de atingir seus objetivos, isto , fazendo com que o alunos dominem
conhecimentos, habilidades e hbitos e o desenvolvam suas capacidades.
Portanto, o professor responsvel pelas tarefas de ensino, explicao da
matria, orientao das atividades, colocao de exerccios, controle e verificao da
aprendizagem. Mas tudo isso feito para encaminhar o estudo dos alunos. No se trata de
uma tarefa fcil. A contribuio mais importante da DIDTICA precisamente ajudar a
resolver a contradio entre o ensino e a aprendizagem, a detectar as dificuldades
enfrentadas pelos alunos na assimilao ativa dos contedos e a encontrar os
procedimentos para que eles prprios superem tais dificuldades e progridam no
desenvolvimento intelectual.
Atividade
1- Voc deve est indagando em que medida e de que forma a didtica pode lhe ajudar a
ser um professor (a) competente? Levando em considerao o que voc estudou at omomento, sugerimos para a realizao da atividade que converse com um professor (a)
colega de turma a respeito da importncia da didtica para a realizao da sua atividade
educativa. A seguir apresentamos algumas perguntas que daro pistas discusso sobre
a importncia da didtica na ao pedaggica do professor.
Como fazer com que os alunos se interessem pela matria?
Como motivar os alunos para que eles estudem?
Como despertar e manter a ateno dos alunos?
Como avaliar os alunos?
Como nos comunicar para que eles nos entendam?
-
8/8/2019 Mdulo 2 Ensino Diferenciado Tocantins[1]
16/97
16
O que fazer para que aprendam?
Como prepara bem uma aula?
Referncias
LIBNEO, Jos Carlos. Didtica. So Paulo: Cortez, 1994.
CANDAU, Vera M. A didtica em questo: Petrpolis: Editora Vozes, 2000.
PASSOS, Ilma. Repensando a Didtica. 6. ed. So Paulo: Papirus, 1991.
PILETTI, Claudino. Didtica geral. So Paulo. tica, 2001.
-
8/8/2019 Mdulo 2 Ensino Diferenciado Tocantins[1]
17/97
-
8/8/2019 Mdulo 2 Ensino Diferenciado Tocantins[1]
18/97
18
Breve histrico sobre o estudo da Interdisciplinaridade no Brasil
Os estudos sobre interdisciplinaridade no Brasil iniciaram-se de uma maneira mais
forte na dcada de 70, estudos estes que foram um reflexo do movimento sobre
Interdisciplinaridade ocorrido na Europa em meados dos anos 60, poca na qual osmovimentos estudantis reivindicavam novos estatutos e grades curriculares para as
universidades.
Ivani Fazenda afirma que O eco das discusses sobre interdisciplinaridade chega
ao Brasil ao final da dcada de 60 com srias distores, prprias daqueles que se
aventuraram ao novo sem reflexo, ao modismo sem medir as conseqncias do mesmo
(Fazenda, 2002, p.23), esta reflexo ilustra bem a dificuldade de interpretao e
consequentemente de aplicabilidade prtica do termo aqui no Brasil, vale salientar que a
maior dificuldade apresentada foi encontrar uma nica linguagem para explicar e integrar
todos os conhecimentos.
Na dcada de 80 os estudos revelaram que no seria possvel a construo de um
projeto interdisciplinar em educao a partir de um quadro terico j existente. Seria
necessrio que este quadro fosse construdo a partir da exigncia do objeto estudado, no
caso, o educacional.
Nos anos 90 ocorreu um aumento significativo de projetos em instituies pblicas e
privadas que se intitulam como interdisciplinares muitos ainda sem uma fundamentao
adequada criando, por muitas vezes, trabalhos improvisados e sem uma linha norteadora
coerente. Mas esta dcada tambm se destaca pelo aumento significativo de pesquisas e
dissertaes de mestrado sobre o tema, o que acarretou a criao de vrios grupos de
estudo no Brasil com o objetivo de fundamentar uma prtica docente interdisciplinar.
IMPORTANTE!
A Pedagogia de Projetos trabalha amplamente com o conceito da
interdisciplinaridade. Nesse sentido, importante que voc revise essas
concepes na Unidade 3 Pedagogia de Projetos do Mdulo I pginas 31 a 39.
Conceituando Interdisciplinaridade
A integrao entre as disciplinas recebe uma denominao dependendo da
quantidade de relaes entre estas, por isto os conceitos de transdisciplinaridade,
multidisciplinaridade, pluridisciplinaridade e interdisciplinaridade podem confundir em
suas definies.
Antes de tudo, prudente conceituar o que disciplina: etimologicamente,
disciplina uma palavra que tem a mesma origem do vocbulo "discpulo", que significa
-
8/8/2019 Mdulo 2 Ensino Diferenciado Tocantins[1]
19/97
19
"aquele que segue", tambm, um dos nomes que se pode dar a qualquer rea de
conhecimento estudada e ministrada em um ambiente escolar ou acadmico. Na viso do
estudioso Yves Lenoir, nos lembra que no se pode confudir disciplina cientfica e
disciplina escolar (FAZENDA,2001,p.47) ,considerando que os elementos conteudsticos
das disciplinas escolares so distintos daqueles das disciplinas cientficas. Assim
importante ter cuidado com esta diferenciao,pois muitas vezes o que ocorre simplesmente a transposio da interdisciplinaridade no campo cientfico para o campo
escolar.
Pluridisciplinaridade: a superposio de disciplinas que apresentam
um objeto correlato ,ou seja, apresenta uma ocorrncia de relaes
Ex: Teoria da Histria como uma disciplina do curso de Histria.
Multidisciplinaridade: So vrias disciplinas juntas que no apresentamuma relao (a princpio) entre elas, no existe cooperao. A origem damultidisciplinaridade vem da idia que o conhecimento pode ser dividido em
disciplinas (partes) , tendo cada disciplina um objeto e um mtodo prprio de
estudo.
Ex: Os currculos tradicionais nas escolas
Transdisciplinaridade: a interdisciplinaridade no seu maior grau ,
quando resulta uma ou mais disciplinas decorrentes das disciplinas j
existentes.
Ex: Um currculo que aborde cinema,poltica,ecologia, artes...
-
8/8/2019 Mdulo 2 Ensino Diferenciado Tocantins[1]
20/97
20
Interdisciplinaridade :Consiste em uma metodologia de ensino na qualocorre uma interao de duas ou mais disciplinas, podendo ocorrer uma
integrao entre os objetivos,finalidades e conceitos destas disciplinas.
Aps esta conceituao importante destacar que a principal diferena entre a
interdisciplinaridade e a multi ou pluri disciplinaridade, que a primeira prope uma
mudana de atitude e de postura em ns, como educadores, pois devemos buscar uma
unidade de pensamento e no apenas uma justaposio de contedos a serem
ministrados para os alunos.
Bordoni afirma que O ponto de partida e de chegada de uma prtica interdisciplinar
est na ao.Desta forma, atravs do dilogo que se estabelece entre as disciplinas e entre
os sujeitos das aes, a interdisciplinaridade devolve a identidade s disciplinas,fortalecendo-as e evidenciando uma mudana de postura na prtica pedaggica.
Diante desta conscincia, da necessidade de mudana de postura, ao tratarmos das
disciplinas, um dos pontos mais relevantes que os alunos consigam atingir um
desenvolvimento melhor em sua formao geral, passando de meros espectadores a atores
na construo do conhecimento.
A prtica interdisciplinar deve, entre outros pontos, ampliar a capacidade do aluno nos
seguintes aspectos:
Ter um posicionamento crtico diante da informao;
-
8/8/2019 Mdulo 2 Ensino Diferenciado Tocantins[1]
21/97
21
Expressar-se atravs das diversas linguagens existentes;
Interagir de forma ativa no meio social;
Ampliar o seu conhecimento de mundo, aliando o que ele j sabe com as
informaes passadas na sala de aula.
Mais adiante discutiremos como deve ser colocada em sala de aula ainterdisciplinaridade junto prtica do educador. No decorrer do curso ser discutida em
maior profundidade, a interdisciplinaridade simultaneamente s prticas do professor, em
situaes vivenciadas em sala de aula.
Para refletir:
as necessidades do futuro no requerem especializao, mas versatilidade, harmonia entre
uma formao especializada e um saber geral - o nico capaz de assegurar a assimilao
de novos conhecimentos e a capacidade de auto-aprendizagem(TORRES,2000) .
Atividade
Professores e professoras vocs tm agora uma introduo sobre o que
Interdisciplinaridade, assim como as outras junes plurais do
conhecimento. Vamos ver o que conseguimos aprender?
1 Momento:
Em grupos, vamos discutir o posicionamento do educador diante da interdisciplinaridade
em sala de aula.
2 momento:
Aps socializar o conjunto de opinies sugerido, escrever um texto sobre as diferenasentre a inter, multi, pluri e a transdisciplinaridade, tendo como foco o que realizado dentro
das escolas nas casas de custdia.
-
8/8/2019 Mdulo 2 Ensino Diferenciado Tocantins[1]
22/97
22
Unidade 3O Saber Pedaggico e a Interdisciplinaridade
Objetivos:
Refletir sobre a aquisio do conhecimento e sua aplicabilidade
Repensar sobre a relao da Prtica Pedaggica e a Interdisciplinaridade.
Introduo
Para falar sobre o saber pedaggico no mundo atual e sua relao com aInterdisciplinaridade preciso refletir sobre a situao que o conhecimento em suas mais
variadas vertentes encontra-se. Fala-se muito em uma nova ordem mundial, na qual a
revoluo tecnolgica, velocidade das informaes e a globalizao da economia, da
poltica e da cultura mostram um mundo aparentemente sem fronteiras, mas ao mesmo
tempo necessitado de menos teorias e de mais prticas, principalmente no mbito
educacional, necessrio repensar as nossas formas de agir como educadores e a
Interdisciplinaridade deve ir alm do saber terico ela precisa ser construda em nossa
prtica.
Conhecimento e Prtica
Querer conhecer inerente aosseres humanos, a incessante busca pelo saber
uma caracterstica que nos acompanha desde os tempos da pr-histria. A palavra
conhecer vem do latim cognoscere que significa conhecer pelos sentidos, conhecer por
experincia, saber. O homem est sempre buscando,indagando,pesquisando e por
muitas vezes acumulamos um conhecimento que,dependendo do uso que fazemos,pode
se perder no vazio e no ser aplicado na prtica.
Lembrar que oConhecimentoao qual nosreferimos oConhecimentoCientfico
-
8/8/2019 Mdulo 2 Ensino Diferenciado Tocantins[1]
23/97
23
O conhecimento pressupe uma interveno nas relaes sociais e em muitos
casos em uma aquisio de poder que busca interferir e mudar o modo de agir das
outras pessoas, por isso o saber aparece como um instrumento que apresenta sempre
uma intencionalizao, e como afirma Severino (in Fazenda, 1998, p.36) a nossa
atividade tcnica deixa de ser mecnica e passa a se dar em razo de uma produtividade,
o trabalho ganhando um sentido. Espera-se, portanto, que a educao seja um processode humanizao, que seja a mediadora entre o que o sujeito e o que ele pode ser.
O Pedaggico e o Processo Interdisciplinar
Para conhecer preciso ser interdisciplinar, no se pode pensar o saber como
algo isolado, ele s passa a fazer sentido quando est inserido em um plano maior de
conhecimento, em uma esfera global. E para a prtica de ensino? A educao necessita
desta postura interdisciplinar? Para responder esta pergunta interessante analisar o que
nos afirma Bordoni a prtica interdisciplinar nos envolve no processo de aprender a
aprender, ou seja, aps rompermos o paradigma das fronteiras entre as disciplinas na
teoria hora de romper tambm na prtica.
Devemos lembrar que o que est em jogo em todo este processo a formao do
homem, que antes de ser o homem profissional o homem social, o cidado, com
todos os seus direitos e deveres.
Ao fazermos o questionamento do carter Interdisciplinar da prtica do
conhecimento, relevante sabermos que:
sempre a articulao do todo com as partes;
sempre a articulao dos meios com os fins;
sempre em funo da prtica, do agir;
Precisa sempre ser conduzido pela fora interna de uma intencionalidade;
Aprender pesquisar para construir; constri-se pesquisando.
(Severino, 1994, p.44)
Assim, conclui-se que o processo educativo necessita da prtica interdisciplinar na
intencionalidade do educador, pois o conhecimento s faz sentido quando usado como
agente transformador das aes do educando.
A Prtica Docente Interdisciplinar
Para refletir sobre o professor na sala de aula necessrio repensar sobre a
formao e a prtica. H at pouco tempo, acreditava-se que aps a graduao oprofissional estaria apto para exercer a profisso em sua plenitude, hoje, sabemos que a
-
8/8/2019 Mdulo 2 Ensino Diferenciado Tocantins[1]
24/97
-
8/8/2019 Mdulo 2 Ensino Diferenciado Tocantins[1]
25/97
25
professor deve reformular seus conhecimentos e suas relaes, devemos recordar aqui
sobre o carter transformador que o professor tem nos contextos nos quais atua, e esta
formao interdisciplinar (e postura!) subtende alm da mudana na forma de ver o
conhecimento, mas principalmente na sua forma de agir na educao.
Atividade
Professores e Professoras, vamos colocar em prtica o que aprendemos!
1 Momento:
Aps as discusses sobre a aquisio do conhecimento e a Interdisciplinaridade, Vamosrealizar um estudo de caso sobre a Prtica Docente Interdisciplinar.
2 momento:
Neste momento vamos socializar as concluses a que chegamos aps refletirmos sobre
o Professor e a Prtica Interdisciplinar.
Referncias
FAZENDA, Ivani C.A ( org.) Didtica e interdisciplinaridade. Campinas, SP: Papirus, 1991.
FAZENDA, Ivani C.A Interdisciplinaridade: Um projeto em parceria. So Paulo, SP: Loyola,
1994.
NVOA, Antonio. (coord). Os professores e sua formao. Lisboa-Portugal, Dom Quixote,
1997.
-
8/8/2019 Mdulo 2 Ensino Diferenciado Tocantins[1]
26/97
26
Unidade 4A Interdisciplinaridade na sala de aula
Objetivos:
Conhecer os Temas Transversais. Discutir como aplicar projetos interdisciplinares.
Observar exemplos do uso da Interdisciplinaridade
Introduo
Trabalhamos durante esta unidade conceituao sobre Interdisciplinaridade almde outras maneiras de integrar as disciplinas, mas sempre ficam algumas indagaes:
Ser que na prtica funciona? Como devo proceder para aplicar estes
conhecimentos nas minhas aulas? O princpio da Interdisciplinaridade permitiu, dentre
outras coisas, um avano na idia de integrao disciplinar, pois na Interdisciplinaridade
os interesses prprios de cada disciplina so mantidos, buscando assim ultrapassar
apenas o conceito de disciplina separada, sem relao com as demais.
Uma das formas de trabalhar a Interdisciplinaridade em nossa sala de aula
atravs de Projetos, pois alm da parte conteudstica necessria toda uma parte de
elaborao, execuo e por fim avaliao que possibilita a interao entre os professores,
os alunos e os contedos contemplados.
Temas Transversais
Os novos parmetros curriculares nacionais trazem os Temas Transversais (tica,
Meio ambiente, Sade, Pluralidade cultural e Orientao sexual), que correspondem a
valores e questes importantes para a vida cotidiana no Brasil e no mundo. Estes temas
(aos quais podem ser agregados outros temas de acordo com a realidade local na qual
trabalhamos) podem ser trabalhados juntos s disciplinas em projetos que podem (edevem!) ser propostos nos planos curriculares da escola e no planejamento das aulas.
-
8/8/2019 Mdulo 2 Ensino Diferenciado Tocantins[1]
27/97
27
importante lembrar que os temas transversais no constituem disciplinas, mas
temas em torno dos quais os projetos so delineados, eles devem permear toda a prtica
educativa, importante ainda enfatizar, que os temas transversais mesmo no estando
explicitamente nos projetos propostos vo estar de maneira implcita, pois,por exemplo, o
Meio Ambiente est presente em tudo, j que diz respeito ao entorno no qual vivemos e doqual devemos cuidar, ao serem propostos os temas transversais eles sero o eixo central
diante do qual as disciplinas iro girar.
Como trabalhar com Projetos?
Quando falamos a palavra Projeto, o que nos vem a mente? Geralmentepensamos em algo que ser realizado, algo futuro, para frente, e exatamente isso,
quando pensamos em elaborar um projeto para nossas aulas, para a nossa escola
importante lembrar que envolve muito de cada profissional, por isso quando assumimos
um projeto ele precisa estar conectado ao nosso projeto de vida, aqueles interesses que
nos fazem querer ir alm, buscar, saber mais.
Como afirma Machado (1997:75): A prpria organizao das atividades didticas
deve ser encarada a partir da perspectiva do trabalho com projetos. Dentre outros
estudos, destaca-se o mtodo dos projetos que apresenta a proposta do conhecimento
visto de forma global e com relaes entre si (interdisciplinaridade). O educador espanhol
Fernando Hernandz um dos principais estudiosos sobre o currculo por projetos e
afirma que: todas as coisas podem ser ensinadas por meio de projetos basta que se tenha
uma dvida inicial e que se comece a pesquisar e buscar evidncias sobre o assunto".
Para que se consiga trabalhar adequadamente com projetos necessrio que o
educador tenha muito claro as suas metas e objetivos, aonde quer chegar com a sua
proposta, o gosto do aluno precisa ser levado em considerao, mas ao elaborar o projeto
preciso ir alm, necessrio aguar a curiosidade sobre os novos conhecimentos que
vo ser explorados. A proposta de trabalhar com projetos apresenta entre as suas
vantagens a possibilidade de aproximar o aluno do mundo que o cerca.
Exemplificando um projeto interdisciplinar:
Para a construo de um projeto interdisciplinar alguns passos devem ser
seguidos:
Definio do tema importante fazer um estudo antes de decidir o tema.
A necessidade do projeto por que importante este projeto?
Objetivos aonde se quer chegar com o projetoCronograma importante para a organizao do trabalho
Relembrando!Projeto seconstitui emalgo irreal, ouseja, comoesboo,desenho, guiade imaginaoou semente deao, umprojetosignificasempre umaantecipao,uma refernciaao futuro.
Relembrando!1 Etapa:
Sonhos,
utopias,
desejos e
necessidades:
a escolha do
tema.
2 Etapa:
Planejamento.
3 Etapa:
Execuo e
realizao.
4 Etapa:
Depurao.
5 Etapa:Apresentao e
exposio.
6 Etapa:
Avaliao e
crticas.
Para mais
informaes,
consulte o
Mdulo I, pg.
33-37.
-
8/8/2019 Mdulo 2 Ensino Diferenciado Tocantins[1]
28/97
28
Metodologia quais os caminhos que sero seguidos para a concretizao
do projeto
Recursos
Criao de um gancho - dvidas dos alunos como ponto de partida para a
insero do projeto
DesenvolvimentoAvaliao
Avaliao do projeto - importante para avaliar o que deu certo e o que pode
ser melhorado no prximo projeto
(Baseado em informaes da reportagem: Um trem bo chamado
Interdisciplinaridade. Revista Nova Escola, 1999).
A prtica interdisciplinar um desafio para todos, professor, professoras,
educadores, enfim todos aqueles comprometidos com uma nova postura diante da
educao, que deixa de ver o conhecimento como algo isolado e passa a v-lo como
algo que se relaciona a partir de pontos em comum, como foi visto no incio de nossa
unidade, o mais importante a mudana de postura que vai permitir que a prtica passe a
ser aliada da teoria, e que o discurso da Interdisciplinaridade no fique apenas no papel ou
nas discusses pedaggicas.
Para ilustrar nossa discusso apresentamos um exemplo que alia Literatura e
Cincias atravs da poesia. Aqui o professor pode fazer uma ampla relao entre Cincias
(e o tema a ser trabalhado) e Literatura (atravs da poesia).
SATLITE
Fim de tarde.
No cu plmbeo
A Lua baa
Paira
Muito cosmograficamente
Satlite.
Desmetaforizada,
Desmitificada,
Despojada do velho segredo de melancolia,
No agora o golfo de cismas,
O astro dos loucos e dos enamorados.
Mas to-somente
Satlite.
Ah Lua deste fim de tarde,
Demissionria de atribuies romnticas,
Sem show para as disponibilidades sentimentais!
-
8/8/2019 Mdulo 2 Ensino Diferenciado Tocantins[1]
29/97
29
Fatigado de mais-valia,
Gosto de ti assim:
Coisa em si,
- Satlite. ( Manuel Bandeira)
Atividade
1 Momento:
Em grupos vamos fazer uma reflexo sobre:
Como planejar atividades com a Prtica Interdisciplinar?
2 momento:Agora vamos aprender mais!
Aps este 1 momento vamos (a partir dos exemplos dados) sugestionar exemplos de
atividades prticas que apresentem um carter Interdisciplinar.
Referncias complementares
Disponvel na Biblioteca da EJA
TORRES, Rosa Maria. Que (e como) necessrio aprender. Papirus, 2002
Temas Transversais em Educao. tica, 2003
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. Paz e Terra, 2002.
Disponvel na internet
Artigo sobre Interdisciplinaridade:
http://www.cetrans.futuro.usp.br/textos/artigos/centro_textos_artigos.htm
Interdisciplinaridade de A a Z Ivani Fazenda:
http://www.educacional.com.br/reportagens/educar2001/texto.04.asp
Interdisciplinaridade na escola:
http://novaescola.abril.uol.com.br/ed/122_mai99/html/inter.htm
Repensando a formao do professor interdisciplinar:
http://www.anped.org.br/25/joegarciat08.rtfUm exemplo concreto de interdisciplinaridade:
-
8/8/2019 Mdulo 2 Ensino Diferenciado Tocantins[1]
30/97
30
http://uvnt.universidadevirtual.br/ciencias/artigos/
artigos_umexemploconcretodetrabalhotran.htm
Referncias
BIANCHETTI, Lucdio (org.) Interdisciplinaridade: para alm da filosofia do sujeito.
Petrpolis, RJ: Vozes, 1995.
BORDONI, Thereza Cristina. Uma postura interdisciplinar. Disponvel em:
www.forumeducacao.hpg.ig.com.br/textos/textos/didat_7.htm - 21k.Acesso em 08 de agosto
de 2006
FAZENDA, Ivani C.A ( org.) Didtica e interdisciplinaridade. Campinas, SP: Papirus, 1998.
______________________. Interdisciplinaridade: Um projeto em parceria. So Paulo, SP:
Loyola, 1994.
______________________. Interdisciplinaridade: Histria, teoria e pesquisa. Campinas, SP:
Papirus, 1994.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. 20 ed. So Paulo: Paz e Terra, 1996.
JAPIASSU, Hilton. Interdisciplinaridade e patologia do saber. Rio de Janeiro: Imago,
1976.HERNANDEZ, Fernando. Transgresso e mudana na educao. Artmed, 2002.
NVOA, Antonio. (coord). Os professores e sua formao. Lisboa-Portugal, Dom Quixote,
1997.
Revista Nova Escola. Agosto/2002, p.23.
Inter Transdisciplinaridade e Transversalidade. www.incluso.com.br/projetos_texto.
Instituto Paulo Freire. Acesso em 19/08/2006.
www.ensinonet/transversalidade Acesso em 19/08/2006.
http://www.novaescola.abril.uol.com.br/ed/122. Acesso em 20/08/2006.
http://www.sbfisica.org.br/fne/Vol3/Num1/a07 Acesso em 19/08/2006.
-
8/8/2019 Mdulo 2 Ensino Diferenciado Tocantins[1]
31/97
31
Unidade 5Planejamento em educao
Objetivos:
Definir o que Planejamento em Educao.
Discutir como planejar em educao.
Introduo
Ao falar sobre planejamento, imediatamente fazemos uma relao com a nossa
vida cotidiana,pois durante todo o tempo estamos planejando,fazendo planos, seja para o
nosso dia a dia, seja, no caso dos professores, para as atividades pedaggicas queexercem, pois durante todo o tempo (conscientemente ou no) estamos fazendo parte de
planejamentos.
Para que o trabalho docente seja bem realizado fundamental que se faa o
planejamento das atividades pedaggicas, da nossa ao pedaggica, pois ao termos tudo
planejado, no ficar espao para o improvisado para atividades feitas de ltima hora,
que podem comprometer todo o processo de ensino e de aprendizagem dos nossos
alunos.
Mas o que realmente importante no processo de planejamento? Ser que
todos precisam planejar? Existem tipos diferentes de planejamento? O que
planejamento docente? O que um plano de aula?
Nesta unidade vamos discutir e refletir sobre estas dvidas que permeiam a prtica
pedaggica, sempre lembrando que o Planejamento Pedaggico deve ser visto como
algo que no imutvel e que precisa est sempre em consonncia com a Prtica
Pedaggica do professor.
-
8/8/2019 Mdulo 2 Ensino Diferenciado Tocantins[1]
32/97
32
O que mesmo o Planejamento das Atividades Pedaggicas?
Deve-se pensar no planejamento no como algo complicado que vai nos dar
mais trabalho, mas como um meio que ir ajudar a facilitar e dinamizar o trabalho
pedaggico. Precisa ser olhado como um instrumento, um facilitador do trabalho do
professor, pois como nos afirma Vera Carneiro (2003) Planejar um momento dereflexo sobre a ao, um momento de pensar, para melhor agir.
Um dos principais problemas ao se planejar um trabalho pedaggico a tendncia
que se tm ao imediatismo, ou seja, se espera sempre resultados imediatos, preciso
certa dose de pacincia, sempre levando em considerao a realidade social, econmica e
cultural na qual o trabalho est inserido.
O planejamento das atividades pedaggicas requer que o professor faa uma
reflexo sobre a realidade e tambm sobre as aes que devem ser desenvolvidas, para
evitar a realizao de planejamentos inviveis ou fora da realidade do aluno. Outro ponto a
ser considerado a necessidade de uma metodologia que vai ser o caminho a ser
percorrido durante todo o processo de planejamento.
Qual a diferena entre Planejamento e Plano?
Planejar significa estabelecer objetivos amplos, descobrir a realidade, observar os
recursos que esto disponveis e determinar uma metodologia vivel dentro de um tempo
de realizao, j o plano vem ser o resultado de todo este trabalho, o desenho, o esboo
de tudo que foi planejado pelas equipes de trabalho. as formas alternativas de ao para
superar as dificuldades ou alcanar os objetivos desejados. Para Libneo (1994:222), o
Planejamento um processo de racionalizao, organizao e coordenao da ao
docente, articulando a atividade escolar e a problemtica do contexto social e o Plano de
ensino um roteiro organizado das unidades didticas para um ano ou semestres.
Pode-se concluir que o Planejamento mais amplo, enquanto que o Plano mais
especfico coma funo de orientar o educador em sua prtica cotidiana, devendo ser
flexvel para possibilitar mudanas durante o processo, j que variveis externar podemaparecer durante a execuo do Planejamento pr-estabelecido.
Como Planejar?
Para delimitar as fases, as etapas, do processo de Planejamento necessrio que
os envolvidos saibam que situaes diversas e adversas podem surgir na sala de aula,
mas isto no significa que alguns passos no possam ser seguidos:
a) Diagnstico: Nesta fase precisa ser analisado o local, a quantidade dealunos, a situao social e econmica, a cultura da organizao, depois de
quandoimaginamos aformao dosujeito integral,fica ento oquestionamento
: Que sujeitointegral esteque ir para asociedadeposteriormentee no sabeplanejar? Comoele encarar suafutura profisso,que com certezaexigirconstantesplanejamentos?
Ento,independentedo projeto, oplanejamento uma ao desumaimportnciapara a formaode nossosalunos.(NOGUEIRA,2003, p.99)
Para maisinformaes,consulte oMdulo I, pg.34.
-
8/8/2019 Mdulo 2 Ensino Diferenciado Tocantins[1]
33/97
33
realizada esta etapa o professor ou os professores devem elaborar o
Planejamento observando os seguintes itens:
b) A ementa da disciplina: fundamental para saber os contedos que sero
trabalhados.
c) Os objetivos (gerais e especficos): os objetivos devem deixar clara a
ao pretendida e devem ser iniciados com verbos no infinitivo.d) Os contedos: Aqui devem ser inseridos os contedos a serem
trabalhados sempre sob uma perspectiva de formao e com contedos
relevantes para a realidade dos alunos.
e) Metodologia: o caminho que o professor deve seguir para organizar as
situaes que iro culminar no ensino-aprendizagem.
f) Recursos didticos ou de ensino: aqui deve ser levada em considerao
a infinidade de recursos disponveis (slides, transparncias, data show,
sites, bibliotecas, etc.), mas tambm importante a observncia da
realidade da instituio e dos alunos, para que no seja planejado algo
que no possa ser realizado.
g) Avaliao: aqui sero propostas as formas que sero utilizadas para a
avaliao do aluno, sempre buscando a avaliao como um instrumento
de desenvolvimento para o aluno e no como um instrumento de punio.
(baseado em texto da Prof. Regina Barros Leal, Universidade de
Fortaleza)
(adaptado de Piletti, 2002).
Planejamento de Ensino e as partes que o compem
Diagnstico daRealidade Definio dos Objetivos
Seleo dosInstrumentos de
Avalia o
Seleo dos Contedos
Seleo e Organizaodos Procedimentos de
Ensino
Seleo dos RecursosDidticos
Estruturao do Plano deEnsino
Replanejamento
Feedback ouRetroalimentao
Avaliao
Plano em Ao
Fase de Aperfeioamento
Fase de Desenvolvimento
Sobre Comoplanejar umcontedoaplicando aMetodologia daProblematizao?Alguns
procedimentos,no uma receitaconsulte o Mdulo pg. 47 e 48.
-
8/8/2019 Mdulo 2 Ensino Diferenciado Tocantins[1]
34/97
34
Atividade
1 Momento:
Em grupos vamos fazer uma discusso sobre a importncia do Planejamento para a
Prtica Pedaggica.
a) At que ponto o planejar nos ajuda em nossa prtica diria?
b) Quais as dificuldades que encontramos ao planejar?
c) O planejamento limita a Prtica pedaggica?
2 momento:
Aps este 1 momento que tal observar as partes que compem um Planejamento e
fazer uma relao com a prtica diria?
Por que planejar as atividades didticas?
Aps nossas primeiras discusses sobre o Planejamento das atividades, vem a
indagao: Por que planejar as atividades? O que ir trazer de contribuies concretas
para o dia a dia do professor? Ao realizar o planejamento a equipe de professores deve
em mente algumas metas, que iro nortear todo o trabalho que est por vir. O
Planejamento certamente contribuir para:
a) Minimizar a improvisao de atividades e de metodologias na sala de
aula;
b) Organizar o tempo proposto para cada atividade e cada contedo a
ser ministrado;
c) Atingir os objetivos desejados;
d) Ajudar a prever as dificuldades que aparecero durante as aulas.
Como observamos o Planejamento proporciona que o professor organize suas
atividades e tenha uma melhor estrutura para desenvolver o seu trabalho junto aos
alunos e a unidade escolar como um todo.
-
8/8/2019 Mdulo 2 Ensino Diferenciado Tocantins[1]
35/97
35
Tipos de Planejamento
Agora em uma perspectiva mais ampla vamos conhecer os nveis de
Planejamento no sistema educacional. Usaremos como referencias Libneo (2001) e
Teixeira (2005), assim temos:
Planejamento educacional: o processo de anlise e reflexo das vrias facetasde um sistema educacional, para delimitar suas dificuldades e prever alternativas
de solues. o processo contnuo que se preocupa com o para aonde ir e
quais as maneiras adequadas para chegar l. (PARRA apud
SANTNNA,1995,p.14)
Planejamento escolar: o planejamento global da escola, no qual so tomadas
as decises sobre a organizao, funcionamento e a proposta pedaggica da
instituio.
Planejamento curricular: a previso da vida escolar do aluno. elaborado portodos os participantes do processo pedaggico, aonde so definidos os
contedos do currculo escolar dos alunos.
Planejamento de ensino: aqui que ocorrem as decises sobre a atuao dos
professores no seu dia-a-dia, no cotidiano pedaggico.
Planejamento Poltico-Social: aqui a principal preocupao definir os fins e
buscar concepes globalizantes para situaes de risco ou de crise dentro do
contexto escolar.
Planejamento Estratgico
interessante falarmos um pouco sobre o Planejamento Estratgico que embora
seja mais usado no mbito empresarial um tipo de planejamento que tambm pode
ser aplicado na educao. O Planejamento Estratgico se baseia em: explicitar
objetivos, definir estratgias e polticas para que estes objetivos sejam alcanados.
Segundo Ribeiro, para implantar o Planejamento Estratgico existem trs etapas,
a saber: levantamento dos dados, diagnstico, definio das finalidades e por fim aexplicitao dos objetivos. Existem, ainda, dois tipos de Planejamento Estratgico:
O Planejamento Intuitivo: geralmente feito por apenas uma pessoa, de curto
tempo e no ocorre um estudo elaborado, baseado em ocorrncias passadas.
O Planejamento de Previso: feito mais formalmente, com muitas pessoas
envolvidas, geralmente a longo prazo, e para que ocorra so feitas muitas pesquisas
e discusses.
-
8/8/2019 Mdulo 2 Ensino Diferenciado Tocantins[1]
36/97
-
8/8/2019 Mdulo 2 Ensino Diferenciado Tocantins[1]
37/97
37
Verbos utilizados na elaborao de objetivosConhecimento Compreenso Aplicao Anlise Sntese
AvaliaoDeciso
DefinirRepetirApontar
Inscrever
RegistrarMarcarCitar
RecordarNomearRelatar
SublinharArrolar
EnunciarListar
EnumerarAdquirir
QuantificarSepararMostrarExplorar
EscolherPreparar
ProduzirDiscutir
DescreverExplicarExpressarReafirmarInterpretarIdentificar
TranscreverRevisarNarrar
RatificarLocalizarRetificar
ReconhecerQuestionar
CriticarConfrontar
AplicarUsar
EmpregarDemonstrar
DramatizarIlustrarOperar
InventariarEsboarTraar
ExaminarConstruir
RepresentarEncenarEfetuar
AcrescentarPreencherCompletarEscreverEscolher
ExemplificarUtilizar
DistinguirAnalisar
DiferenciarCalcular
ExperimentarProvar
RelacionarCompararContrastarInvestigarDebater
ExaminarCategorizar
SeriarClassificarOrdenar
QuantificarSepararExplorar
PesquisarAssociarDescobrir
ObservarEntrevistar
Agrupar
CompararPlanejarPropor
EsquematizarFormularCoordenarConjugarReunir
ConstruirCriarErigir
OrganizarDirigir
PrestarFormarJuntar
SepararAcrescentarCompletar
Agrupar
JulgarAvaliarTaxarValidar
SelecionarEscalarEstimarMedirAferir
MostrarQuestionar
Criticar
Fonte: Adaptado de Jesus Martn Cordeiro da Oficina de Capacitao do Material Impresso. Maio/2006. Palmas.
Unitins, Libanio (1998), Piletti(2002).
Como realizar Planejamentos e Planos na prtica?
Antes de tudo preciso que o professor goste do que faz e esteja aberto a
compartilhar idias, a aprender coisas novas e ser flexvel, importante uma postura demudana de atitude diante do desafio que Planejar no mbito educacional.
Uma forma interessante de planejar atividades buscar saber dos problemas que
esto acontecendo no ambiente que a escola est inserida, pois a partir deste
conhecimento, as aulas e os contedos podem girar em torno de uma problemtica maior
que faz parte do cotidiano do aluno. Pode ser alguma problemtica como a questo do lixo
nas ruas, problemas com a sade, meio ambiente, assim a realidade dos alunos e alunas
serviria como base para a construo das aulas e consequentemente do conhecimento.
O ato de Planejar necessita ser visto no como uma obrigao docente, mas como
uma ao que proporcionar um maior e melhor desenvolvimento da prtica pedaggica
junto aos nossos alunos.
Atividade
1.Aps nossas discusses sobre Planejamento e Planos, vamos nos organizar em
grupos e baseados em nossas informaes construir um Plano de Aula para os nossos
alunos, levando em considerao uma postura Interdisciplinar na construo dos mesmos.
-
8/8/2019 Mdulo 2 Ensino Diferenciado Tocantins[1]
38/97
38
Bibliografias complementares
Disponvel na biblioteca da EJA
ZABALA, Antoni. A prtica educativa: como ensinar, Porto Alegra: Artmed,
1998.
Disponvel na internet
Artigo sobre Planejamento
http://www.crmariocovas.sp.gov.br/planejamento/i._planejamento
Artigo sobre Planos de Aula
http://www.novaescola.abril.uol.com.br/volta_aulas/volta.htm.
Referncias
BENINC, E. As origens do planejamento participativo no Brasil. Revista Educao - AEC,
n. 26, jul./set. 1995.
GANDIN, D. A prtica do planejamento participativo. 2.ed. Petrpolis: Vozes, 1994.
LIBNEO, J. C. Organizao e gesto escolar: teoria e prtica. 4. ed. Goinia: Editora
alternativa, 2001
LCK, H. Planejamento em orientao educacional. 10. ed. Petrpolis: Vozes, 1991.
TEIXEIRA,Gilberto. O planejamento em educao: revisando conceitos..em :
http://serprofessoruniversitario.pro.br/ler.php?modulo=16&texto=1621.acesso em
20/08/2006
SANT'ANNA, F. M.; ENRICONE, D.; ANDR, L.; TURRA, C. M. Planejamento deensino e
avaliao. 11. ed. Porto Alegre: Sagra / DC Luzzatto, 1995.
VASCONCELLOS, C. S. Planejamento: plano de ensino-aprendizagem e projeto
educativo. So Paulo: Libertad, 1995.
-
8/8/2019 Mdulo 2 Ensino Diferenciado Tocantins[1]
39/97
39
Unidade 6A aula como forma de organizao do
ensino
Objetivos
Compreender os elementos e aspectos que esto envolvidos na organizao
de uma aula;
Apresentar conceitos e regras para uma boa aula.
Introduo
Uma aula envolve atividades administrativas e pedaggicas, cujo objetivo
promover a aprendizagem do aluno. A aula a forma predominante de organizao do
processo de ensino. A idia mais comum ao se falar de aula visualizar um professor
expondo um tema perante uma classe silenciosa. Mas, o processo de ensino no se
resume a isso. Atravs das aulas, acontece o encontro entre os alunos e a matria de
ensino, preparada didaticamente no plano de ensino e nos planos de aula como vimos no
tema anterior, ao falamos da importncia da didtica para o processo de ensino-
aprendizagem.
Sabemos que nas aulas se conjugam diversas formas didticas, por meio das
quais estabelecida a correspondncia entre tipos de aulas e os mtodos de ensino.
Sendo assim, podemos dizer que a aula toda situao didtica na qual se pem
objetivos, conhecimentos, problemas e desafios, com fins instrutivos e formativos, que
incitam as crianas e jovens a aprender.
Portanto, por essas e outras situaes, que a aula, no deve ser
reconhecida somente pela exposio, mas por todas as formas didticas organizadas e
dirigidas direta ou indiretamente pelo professor, tendo em vista realizar o ensino e a
aprendizagem dos alunos.
-
8/8/2019 Mdulo 2 Ensino Diferenciado Tocantins[1]
40/97
40
Por isso, necessrio que a aula deva cumprir as seguintes exigncias:
Ampliao do nvel cultural e cientfico dos alunos, assegurando profundidade esolidez aos conhecimentos assimilados;
Seleo e organizao de atividades dos alunos que possibilitem desenvolver sua
independncia de pensamento, a criatividade e o gosto pelo estudo;
Empenho permanente na formao de mtodos e hbitos de estudos;
Formao de habilidades e hbitos, atitudes e convices, que permitam a
aplicao de conhecimentos na soluo de problemas em situaes da vida
prtica;
Desenvolvimento das possibilidades de aproveitamento escolar de todos os
alunos, diferenciando e individualizando o ensino para atingir nveis relativamente
iguais de assimilao da matria;
Valorizao da sala de aula como meio educativo, para formar as qualidades
positivas de personalidade dos alunos;
Conduo do trabalho docente na classe, tendo em vista a formao do esprito de
coletividade, solidariedade e ajuda mtua, sem prejuzo da ateno s
peculiaridades de cada aluno.
A estruturao didtica da aula
Vimos, ao abordarmos a respeito da didtica do professor, que o trabalho
docente requer estruturao e organizao dos elementos que envolvem o processo de
ensino, a fim de que sejam atingidos os objetivos maiores, que a aprendizagem do aluno.
Vimos tambm que a indicao de etapas do desenvolvimento da aula no significa que
todas as aulas devam seguir um esquema rgido, inflexvel at que se cumpra todo o
planejamento do professor. Por isso, bom ressaltar que a estruturao da aula um
processo que implica flexibilidade e tambm conhecimento do professor, como mostra o
esquema abaixo:
A metodologia daproblematizao outra metodologiaque pode auxiliar oprofessor em sala
de aula, pois temuma relao diretarealidade social. Oponto de partida eo ponto dechegada daMetodologia daProblematizao a realidade socialdos alunos. Essaperspectiva importante pelanecessidade que
temos de trabalharcom umaeducao crticaque amplie o olhardas pessoas sobreo contexto em quevivem, atuandosobre ele parapromovermelhorias naqualidade de vida.
Para mais
informaes,consulte o MduloI, pg. 41.
-
8/8/2019 Mdulo 2 Ensino Diferenciado Tocantins[1]
41/97
41
O esquema acima, tenta mostrar a dinmica entre as fases do processo de
ensino. A preparao e a introduo implicam o entrelaamento com os
conhecimentos anteriores, demarcando o movimento do conhecimento velho ao
novo, do novo ao velho; j h aqui enlaamentos tambm com outras didticas do
processo de transmisso/assimilao: a consolidao, a recordao, a fixao etc.
A seguir voc ir identificar algumas indicaes para o desenvolvimento dos
passos didticos para a aula:
a. Preparao e introduo da matria:deve-se mobilizar a ateno do aluno ao
estudo, organizao do ambiente, suscitamento do interesse e ligao da matria
nova em relao anterior. Compreende atividades interligadas: a preparao
prvia do professor, a preparao dos alunos, a introduo da matria e a
colocao didtica dos objetivos. Isso ajuda os alunos a terem clareza dos
resultados a seguir.
Preparao da aula
Problema e orientao
do objetivo
TRANSMISSO EASSIMILAO DAMATRIA NOVA
Aspectosexternos(Mtodos deEnsino)
Aspectosinternos(Mtodos deassimilaoativa)
- Percepo- Formao deconceitos- Desenvolvimento decapacidadescognoscitiva eoperativa
Trabalho com a matria anterior
- Exerccios
- Recordao
Avaliao
-
8/8/2019 Mdulo 2 Ensino Diferenciado Tocantins[1]
42/97
42
b. Tratamento didtico da matria nova:aproximao inicial do objeto de estudo
para ir formando as primeiras noes, ou seja, realiza-se a percepo dos objetos
e fenmenos ligados ao tema, at consolidar conceitos sobre os objetos de
estudo. Sistematizao das idias e conceitos de um modo que seja possvel
operar mentalmente com eles as tarefas tericas e prticas.
c. Consolidao e aprimoramento dos conhecimentos e habilidades:incluem os
exerccios de fixao, a recapitulao da matria, as tarefas de casa, o estudo
dirigido; entretanto, dependem de que os alunos tenham compreendido bem a
matria e de que sirvam de meios para o desenvolvimento do pensamento
independente, do raciocnio e da atividade mental dos alunos.
d. A aplicao: a culminncia relativa do processo de ensino. A funo
pedaggico-didtica da aplicao a de avanar da teoria prtica, colocar osconhecimentos disponveis a servio da interpretao e anlise da realidade.
e. Controle e avaliao dos resultados escolares: uma funo didtica que
percorre todas as etapas do ensino e abrange a considerao dos vrios tipos de
atividades do professor e dos alunos no processo de ensino. A avaliao cumpre,
ao menos, trs funes: pedaggico-didtica; diagnstica e formativa.
Estivemos conhecendo alguns passos didticos para uma boa aula. Agora hora de
conhecermos alguns tipos de aulas e mtodos de ensino, para maior aprofundamento da
disciplina.
Tipos de aulas e mtodos de ensino
De acordo com os objetivos e contedos da matria, as aulas podero ser previstas
em correspondncia com as etapas do processo de ensino. Assim, podemos ter aulas
direcionadas a vrios objetivos como:
Aula de preparao e introduo da matria;
Aulas de tratamento mais sistematizado da matria nova;
Aulas de consolidao (exerccios, recordao, sistematizao,
aplicao);
Aulas de verificao da aprendizagem para avaliao diagnstica ou
de controle.
Entretanto, apesar dos diferentes estilos de aulas, deve sempre existir a
preocupao em verificar as condies prvias para que ocorra a aula, comeando com a
A Metodologia daProblematizaonos desafia amudarmos aseqncia dasnossas aulas.Seria como virardo avessoaquilo queestamosrotineiramenteacostumados afazer na nossaprofisso deprofessores. Seuquestionamentoe suapreocupaonesse momentodeve ser: masento nessametodologia ocontedo noser explicadoaos alunos? Ocontedo deixoude serimportante? Essa uma conclusoprecipitada. Essemomento da aula
acontece econtinua tendo amesmaimportncia,porm o quemuda o seulugar naseqncia dosprocedimentosdesenvolvidoscom os alunos.
Para mais
informaes,consulte oMdulo I, pg. 43.
-
8/8/2019 Mdulo 2 Ensino Diferenciado Tocantins[1]
43/97
43
orientao e preparao dos alunos para entendimento do assunto que ser abordado
pelo professor.
Conforme o tipo da aula, da matria, dos objetivos e dos contedos, escolhe-se o
mtodo de ensino, dentro das variaes de cada um. Cabe ao professor ter criatividade e
flexibilidade para escolher os melhores procedimentos, combin-los, tendo em vistasempre o que melhor possibilita o desenvolvimento das capacidades cognoscitivas dos
alunos.
Escolhendo o que apresentar em uma aula
Embora a maior parte dos professores, acreditarem que os pontos importantes e
fundamentais da aula esto concentrados, nas tcnicas de ensino. bom deixar claro, que
nem sempre as tcnicas utilizadas pelos professores e o cumprimento do programa das
suas disciplina, conseguem atingir os objetivos propostos inicialmente nos seus
planejamentos. Isso se d pelo simples fato, da grande maioria dos docentes, acreditarem,
que sem tcnica e burocracia pedaggica, o ensino ser de alguma forma, suspeito, de m
qualidade ou superficial.
Na verdade, em relao a essa viso equivocada de ensino adotada por alguns
professores o que poderamos dizer que o professor independente da tcnica que ir
utilizar na sua aula, deve primeiro concentrar-se na aprendizagem dos seus alunos, deve
pensar primeiro na organizao de uma aula que comece por estimular a curiosidade dos
discentes. Voc pode est se perguntando nesse momento, como fazer isso? muito
simples, basta seguir nossa linha de raciocnio. Iremos responder esse seu
questionamento, com uma simples ilustrao comparativa entre um dramaturgo e um
professor. Ainda assim, voc no est entendendo? Ento vamos l. Tomaremos como
exemplo um roteirista de cinema ou romancista. Se observarmos bem a funo que
desempenham, veremos que esses profissionais conhecem a importncia de comear sua
novela ou sua pea de teatro com alguma coisa que capture a ateno, do pblico, uma
afirmao provocadora de tenso ou uma justaposio que atrai a audincia das pessoase mantm seu envolvimento, enquanto a trama e os personagens so desenvolvidos mais
adiante. O mesmo deve acontecer com o processo de preparao para uma boa aula.
nesse sentindo, que o professor deve vislumbrar a preparao da sua aula, como se fosse
um meio para capturar a ateno do seu pblico, que o aluno, e assim chegar atingir de
fato o processo de ensino-aprendizagem.
Na verdade, aula deve criar no aluno uma expectativa de que alguma coisa
importante ir surgir a qualquer momento, deixando-o curioso e motivado, a espera de algo
novo, como em uma novela ou pea de teatro. Assim, depois e prender a ateno do alunono assunto que ser desenvolvido, pontos restantes iro sendo acrescentados, como por
exemplo, as tcnicas que sero utilizadas no decorrer do processo.
-
8/8/2019 Mdulo 2 Ensino Diferenciado Tocantins[1]
44/97
44
Enfim, ao organizar a aula, o professor deve lembrar que ela uma apresentao
dramtica que precisa de: um comeo envolvente que prenda a ateno do pblico alvo,
no caso o aluno, para que a partir da possa se chegar a uma concluso que conduza de
volta os mesmos aos pontos importantes, j trabalhados pelo professor anteriormente,
formando assim uma teia de conhecimentos.
Atividade
1- Montando um plano de curso. Pense que voc ir montar um curso para ensinar
professores a dar aula. Que conhecimentos e competncias voc incluiria no
currculo do seu curso? Use os conhecimentos apresentados no texto estudado
para fazer seu plano de curso.
2- Depois do plano montado responda: o que voc aprendeu sobre como ensinar? O
que lhe parece mais importante para uma boa aula? Como as informaes
discutidas no texto, iro se relacionar com a sua experincia de professor?
Referncias
ALVES, Nilda (Org). Formao de professores: pensar e fazer. So Paulo: Cortez, 2002.
BORDENAVE, juan diaz; PEREIRA, Adair Martins. Estratgias de ensino-aprendizagem.
Petrpolis. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 1997.
GIL, Antmio Carlos. Metoldologia do ensino superior. So Paulo: Atlas, 1997.
LOPES, Antnia Osima e VEIGA, Ilma Passos Alencastro. (Orgs). Repensando a Didtica.
22 ed. So Paulo: Papirus, 2005.
LOWMAN, Joseph. Dominando as tcnicas de ensino. So Paulo: Atlas, 2004.
-
8/8/2019 Mdulo 2 Ensino Diferenciado Tocantins[1]
45/97
45
Unidade 7As estratgias de ensino e
os recursos miditicos
Objetivos
Reconhecer a importncia dos recursos pedaggicos na prtica educativa do
professor, como elementos inovadores e mobilizadores de novos
conhecimentos e informaes.
Saber adequar as diferentes estratgias de ensino aos contedos, ao nveldo aluno e aos objetivos da educao e aos recursos miditicos.
Introduo
Para o professor moderno, a escolha adequada das atividades de ensino uma
etapa importante de sua profisso. nesta tarefa que se manifesta a verdadeira
contribuio de seu mtier.
Assim, como a competncia profissional do engenheiro se manifesta na escolha
acertada de materiais e mtodos de construo, a idoneidade do profissional professor se
manifesta na escolha das suas estratgias de ensino adequadas aos objetivos
educacionais, aos contedos de matria e aos alunos.
Dessa forma, entende-se que as estratgias de ensino so veculos usados pelo
professor para criar situaes de aprendizagem e abordar contedos que permitam ao
aluno viver as experincias necessrias para a sua prpria transformao.
-
8/8/2019 Mdulo 2 Ensino Diferenciado Tocantins[1]
46/97
46
Para aqueles professores que tiveram uma formao pedaggica adequada, a
escolha das estratgias de ensino parece um processo simples, ou seja, no merece o
ttulo de problema. Entretanto, para os numerosos professores que mergulharam (ou foram
mergulhados) no magistrio sem formao adequada para exercer essa profisso, o
problema complexo e chega a ser aterrorizante.
Nessa perspectiva o professor precisa considerar alguns pontos importantes na
escolha das suas estratgias de ensino, para que o processo de ensino e aprendizagem
seja realmente concretizado. Considerando as afirmaes iniciais, resolvemos trazer
algumas dicas de estratgias de ensino para voc professor.
Segue abaixo alguns pontos a ser considerados pelo professor na escolha das
suas estratgias de ensino:
1- necessrio que o professor envolva o aluno de alguma forma na
estratgia de ensino proposta, para que ele tenha participao ativa
no processo de aprendizagem. Lembrem sempre do exemplo do
dramaturgo.
2- necessrio que a formulao dos critrios de escolha das
atividades, a ser desenvolvidas esteja ligada sempre aos pontos de
vista pedaggicos. Como os que seguem abaixo.
Mtodos e tcnicas de ensino
Procedimentos de ensino, estratgia, mtodos e tcnicas. Esses so alguns dos
termos utilizados para designar aspectos relativos ao tpico como ensinar. Vejamos o
significado especfico de cada um desses termos.
Estratgia uma palavra emprestada da terminologia militar. Trata-se de uma descrio
dos meios disponveis pelo professor para atingir os objetivos especficos.
Mtodo O significado etimolgico da palavra mtodo : caminho a seguir para alcanarum fim. Para nosso objetivo podemos conceituar mtodo como sendo um roteiro geral para
a atividade. O mtodo indica as grandes linhas de ao, sem se deter em operacionaliz-
las. Podemos dizer que o mtodo um caminho que leva at certo ponto, sem ser o
veculo de chegada, que a tcnica.
Tcnica a operacionalizao do mtodo. Se um professor, por exemplo, quer utilizar
um mtodo ativo para atingir seus objetivos, poder operacionalizar esse mtodo atravs
da utilizao das diferentes tcnicas.
Procedimentos Maneira de efetuar alguma coisa. Consiste em descrever as atividades
desenvolvidas pelo professor e as atividades desenvolvidas pelos alunos. Do ponto de
-
8/8/2019 Mdulo 2 Ensino Diferenciado Tocantins[1]
47/97
47
vista da concepo tradicional de ensino, os procedimentos referem-se maneira pela
qual os alunos podem assimilar a carga de informaes adequadas.
Isto porque a concepo tradicional, ou escola tradicional, considera o educando
apenas como um repositrio de informaes que devem ser absorvidas sem contestao.
Por isso, os mtodos mais valorizados na escola tradicional so aqueles que proporcionammaior eficincia na assimilao de contedos e informaes. Na medida em que os
mtodos da escola tradicional se revelaram inadequados s caractersticas da sociedade
em transformao e obsoletos em relao aos estudos da Psicologia desenvolvidos nos
fins do sculo passado e comeo deste, surgiram os mtodos novosque procuram apoiar-
se na estrutura psicolgica do aluno. importante salientar, nesta altura, que os mtodos
chamados tradicionaisou novosso assim considerados em razo do enfoque central que
do aos diferentes elementos envolvidos na ao educativa.
Da mesma forma que caracterizamos a educao tradicional como apoiada na
autoridade, no professor, e a educao renovada como aquela que se fundamenta no
aluno, nas suas motivaes e em seus interesses, os mtodos de ensino, como maneira
de operacionalizao de idias mais amplas e gerais, podem ser entendidos nessa mesma
linha de raciocnio. Com o desenvolvimento cada vez maior das cincias da educao,
natural que os mtodos tambm passem a ser afetados pelos novos conhecimentos que
se adquirem dia a dia a respeito da aprendizagem. E esses mtodos ganham cada vez
maior sofisticao, medida que passam a ser equacionados em termos de tecnologias
que perseguem fins viveis, onde o planejamento do que fazer colocado em termos de
estratgias a serem escolhidas por uma ao.
A relao inseparvel contedo, objetivo e mtodo
A escolha e organizao dos mtodos de ensino devem corresponder
necessria unidade dos objetivos, dos contedos, e dos mtodos, assim, como s
condies concretas das situaes didticas.
Em primeiro lugar, os mtodos de ensino dependem dos objetivos imediatos da
aula: introduo de matria nova, explicao de conceitos, desenvolvimento dehabilidades, consolidao de conhecimentos, etc. Ao mesmo tempo, dependem de
objetivos gerais da educao previstos nos planos de ensino. Em segundo lugar, a escolha
e organizao dos mtodos dependem dos contedos especficos e dos mtodos
peculiares de cada disciplina e dos mtodos de sua assimilao. No h mtodo nico de
ensino, mas uma variedade de mtodos cuja escolha depende dos contedos da
disciplina, das situaes didticas especficas e das caractersticas scio-culturais e de
desenvolvimento mental dos alunos. Em terceiro lugar, em estreita relao com as
condies anteriores, a escolha dos mtodos implica o conhecimento das caractersticas
dos alunos quanto capacidade de assimilao conforme idade e nvel dedesenvolvimento mental e fsico e quanto s suas caractersticas scio-culturais e
individuais.
-
8/8/2019 Mdulo 2 Ensino Diferenciado Tocantins[1]
48/97
48
O uso adequado e eficaz dos mtodos de ensino visa assegurar, no processo de
transmisso/assimilao de conhecimentos e habilidades, a atualizao das capacidades
potenciais dos alunos, de modo que adquiram e dominem mtodos prprios de aprender.
Isso significa que nenhum ensino pode ser bem sucedido se no partir dascondies prvias dos alunos para enfrentar o desafio de construir novos conhecimentos.
Os mtodos no tm vida independentemente dos objetivos e dos contedos,
assim como a assimilao dos contedos depende tanto dos mtodos de ensino como dos
de aprendizagem. Os mtodos so as formas pelas quais os objetivos e contedos se
manifestam no processo de ensino.
A relao objetivo-contedo-mtodo tem como caracterstica a mtua
interdependncia. Os mtodos medida que expressam formas de transmisso e
assimilao de determinadas matrias, atuam na seleo de objetivos e contedos. O
contedo determina o mtodo, pois a base informativa concreta para atingir os objetivos.
Classificao dos mtodos e tcnicas
Mtodos e tcnicas tradicionais So mtodos e tcnicas que exigem um
comportamento passivo do aluno. Segundo esses mtodos e tcnicas, cabe ao professor
transmitir os conhecimentos e, aos alunos, apenas receber. Aquilo que o professor
transmite o mais importante e no aquilo que o aluno descobre. Aos alunos somente permitido ouvir, memorizar e repetir. Dentro dessa categoria de mtodos e tcnicas,
estudaremos:
A aula expositiva e
A tcnica de perguntas e respostas.
Tcnicas e mtodos novos Ao constatarem que as tcnicas tradicionais no atendiam
plenamente s exigncias da educao, alguns educadores criaram novos mtodos e
novas tcnicas. As principais causas que influenciaram o surgimento de novas tcnicas enovos mtodos, ou da escola nova, foram as seguintes:
Mudanas rpidas nas condies de vida, decorrentes das descobertas
cientficas e conseqente progresso tecnolgico.
Transformaes econmicas e sociais que trouxeram novas necessidades e
novos tipos de ensino.
Mudanas na vida familiar com repercusso na vida escolar.
Influncia de novas idias.
Influncia das revolues polticas.
Contribuio das cincias do homem (Psicologia e Sociologia).
Contribuio da Psicologia da Criana.
-
8/8/2019 Mdulo 2 Ensino Diferenciado Tocantins[1]
49/97
49
Os novos mtodos so tambm denominados mtodos ativos por se oporem
radicalmente a tudo quanto passivo nos mtodos tradicionais. Baseiam-se no princpio
de que o homem um ser em desenvolvimento, cuja atividade, espontnea e natural,
condio para o seu crescimento fsico e intelectual. A participao ativa do alunoconsubstancia-se primordialmente no espao que o professor reserva para as descobertas
do educando. Os novos mtodos do grande destaque vida social do indivduo como
fator fundamental para o seu desenvolvimento intelectual e moral.
Nesse sentido, adquire tambm grande importncia o relacionamento dos alunos entre
si e dos alunos com o professor. Pois, nesse sentido, a disciplina no se fundamenta mais
na autoridade do professor, ou somente na necessidade do aluno, mas na
responsabilidade de ambos. Para comprovar nossa fala, colocamos abaixo um
organograma que representa os novos mtodos de ensino a ser utilizado e aplicado pelo
professor na sua aula.
(Fonte: BORDENAVE, Juan Daz; PEREIRA, Adair Martins: Estratgias de Ensino-
Aprendizagem)
Vimos, nos textos anteriores do nosso caderno de estudos que cada aula, tem um
potencial didtico diferente, dependendo do fim a que se prope, bem como suas
limitaes especficas. Por isso, No possvel oferecer receitas metodolgicas prontas eacabadas, como quem entrega uma receita de bolo A razo: os ingredientes so muitos e
Escolha dasmetodologias de
ensino
Experincia didtica doprofessor
Processo de ensino
Tempo disponvel
Estrutura do assunto e tipode aprendizagem envolvido
Contribuies e limitaesdas atividades de ensino
Tipos de alunos
Aceitao e experincia dos
alunos
OBJETIVOSEDUCACIONAIS
-
8/8/2019 Mdulo 2 Ensino Diferenciado Tocantins[1]
50/97
50
variam em cada situao de ensino-aprendizagem, alm de variar a personalidade do
professor e as caractersticas dos alunos.
Portanto, as estratgias de ensino, devem ser propostas pelo professor de forma
que possam ser realmente compreendidas pelos alunos. Isto significa que o professor, ao
selecionar determinadas metodologias, precisa est seguro de que seus alunos
apresentam os pr-requisitos necessrios para a sua compreenso. Para sua melhorcompreenso, selecionamos algumas estratgias de ensino para serem estudadas e
analisadas por voc professor.
Algumas estratgias de ensino-aprendizagem
Sabemos que as estratgias de ensino so em grande nmero, entretanto, muitos
so os professores que dominam uma nica estratgia, que a da exposio. Tambm h
muitos professores que, embora conhecendo outras estratgias, no as aplicam por no
se sentem seguros para aplic-las.
E ainda h os professores que diversificam suas estratgias unicamente pelo
desejo de diversificar, sem saber se so ou no adequadas aos seus propsitos. Ao se
decidir pela aplicao de determinada estratgia, o professor dever certificar-se de que
esta adequada sua clientela e tambm aos objetivos que pretende alcanar com sua
utilizao. Vejamos algumas estratgias de ensino aplicadas pelos professores, pontuando
suas vantagens e desvantagens.
A aula expositiva
Caracterizao
A aula expositiva consiste numa preleo verbal utilizada pelos professores com o
objetivo de transmitir informaes a seus alunos. um procedimento bastante antigo.
Sabe-se que foi utilizado pelos filsofos da antiguidade, pelos escolsticos da idade
Mdia, pelos professores do Renascimento e continua sendo aplicado pela maioria dosprofessores.
No Brasil constitui seguramente o procedimento mais empregado em todos os nveis
de ensino. Em muitas escolas utilizada quase de forma exclusiva e so em grande
numero os professores que identificam ensino com exposio.
Ao mesmo tempo em que a estratgia mais utilizada tambm a mais controvertida.
Enquanto alguns professores defendem seu uso, sobretudo pela praticidade, outros a
criticam, chegando a conceituar aula expositiva como um processo em que os fatos sotransmitidos das fichas do professor para o caderno do aluno sem passar pela mente de
nenhum dos dois.
Escolstica
A Escolstica
uma linhadentro dafilosofiamedieval, deacentosnotadamentecristos,surgida danecessidade deresponder sexigncias def, ensinadapela Igreja,
consideradaento como aguardi dosvaloresespirituais emorais de todaa Cristandade.Por assimdizer,responsvelpela unidadede quecomungava da
mesma f.
-
8/8/2019 Mdulo 2 Ensino Diferenciado Tocantins[1]
51/97
-
8/8/2019 Mdulo 2 Ensino Diferenciado Tocantins[1]
52/97
52
Papis do professor numa aula expositiva
A exposio uma forma de expresso verbal extremamente usada na sociedade.
O comportamento dos professores numa aula expositiva no apenas ensina os contedos,mas serve de modelo para os alunos aprenderem a ouvir, compreender e fazer suas
prprias apresentaes. Da a necessidade de cuidados para preparar e ministrar esse tipo
de aula. Quando ministra uma aula, o professor ensina no apenas o contedo, mas
ensina a aprender. E, como voc mesmo j refletiu no texto anterior, o professor ensina
tambm a ensinar: o professor est servindo-se de modelo, modelando seus alunos todo o
tempo.
Numa exposio o que faz o professor?
Apresenta informao verbal pertinente;
Mostra e explica conceitos concretos;
Mostra e explica conceitos definidos e regras;
Demonstra procedimentos, raciocnios ou formas de anlise ou prova;
Explica como resolve problemas
Existem diversas formas de exposio, incluindo a dog