módulo 2 ensino diferenciado tocantins[1]

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    MARCELO MIRANDA DE CARVALHO

    Governador do Estado do Tocantins

    MARIA AUXILIADORA SEABRA REZENDE

    Secretria Estadual da Educao e Cultura

    ANTNIO BONIFCIO DE ALMEIDA

    Subsecretrio

    ISOLDA BARBOSA DE ARAJO PACINI MARTINS

    Diretora de Gabinete

    JUCYLENE MARIA DOS SANTOS CASTRO BORBA DIAS

    Superintendente da Educao

    AGUIFANEIDE LIRA DANTAS GONDIM

    Diretora de Educao na Diversidade

    ZULMIRA GONZAGA CARDOSO

    Coordenadora da Educao de Jovens e Adultos

    FRANCISCO GILSON REBOUAS PRTO JUNIORCoordenador da Formao do Projeto Ressocializao Educativa

    no Sistema Prisional do Estado do Tocantins

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    Mdulo II

    Ensino Diferenciado: Didtica e

    Prticas Pedaggicas em Educaode Adultos

    Cristiane Tavares Jordo de VasconcelosFabola Peixoto de Arajo

    Gilson Prto Jr.

    Palmas - Tocantins/2006

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    Autores/ Elaborao e Organizao dos Contedos/ Reviso Literria

    Cristiane Tavares Jordo de Vasconcelos

    Graduada em Letras e Administrao (UFPB) e Especialista em Lngua e Literatura Espanholas

    (UFPB). professora na Fundao Universidade do Tocantins (UNITINS) e pesquisadora no Grupode Pesquisa Lattes/CNPq Educao, Cultura e Transversalidade(UNITINS).

    Fabola Peixoto de Arajo

    Graduada em Pedagogia (ULBRA), Especialista em Psicopedagogia (FACINTER) e Mestre em

    Gesto Educacional (Universidade Autnoma de Asuncion). professora na Fundao Universidade

    do Tocantins (UNITINS) e pesquisadora no Grupo de Pesquisa Lattes/CNPq Educao, Cultura e

    Transversalidade(UNITINS).

    Francisco Gilson Rebouas Prto Junior.

    Graduado em Pedagogia: Orientao Educacional, Especialista em Ensino de Filosofia e Mestre em

    Educao: Estado, Polticas Pblicas e Gesto da Educao (FE-UnB). Coordena o Grupo de

    Pesquisa Lattes/CNPq Educao, Cultura e Transversalidade(UNITINS) e pesquisador na linha de

    pesquisa Educao de Presos Adultos, do Grupo de Pesquisa Lattes/CNPq Educao e Cultura

    (PPGE-UnB). Atualmente coordena duas pesquisas nesse grupo sobre a temtica: Educao de

    Presos perfil e anlise da ao educativae Mapeamento das condies laborais para egressos do

    sistema prisional na cidade de Palmas (TO). E-mail: [email protected] .

    Ficha Catalogrfica

    Ensino Diferenciado: didtica e prticas pedaggicas em educao de adultos./

    Mdulo II - Elaborao: Cristiane Tavares Jordo de Vasconcelos, Fabola Peixoto

    de Arajo e Gilson Prto Jr. Palmas, TO: Secretaria de Educao do Estado do

    Tocantins / Gerncia de Educao de Jovens e Adultos, 2006.

    97 p.: s/il.

    1. Ensino Diferenciado 2. Educao de Jovens e Adultos 3. Formao Continuada

    I. Cristiane Tavares Jordo de Vasconcelos II. Fabola Peixoto de Arajo III. GilsonPrto Jr

    CDU:374(81)

    Os conceitos e opinies emitidos so de exclusiva responsabilidade dos autores.

    SECRETARIA DE EDUCAO E CULTURA DO TOCANTINS

    Praa dos Girassis S/N, Esplanada das Secretarias

    Palmas, Tocantins

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    Apresentao

    Prezado(a) cursista,

    Esse segundo mdulo intitulado Ensino Diferenciado: didtica e prticas

    pedaggicas em educao de adultos fruto da sistematizao e do trabalho pedaggicoque se tenta estampar para as escolas do Sistema Prisional no Estado do Tocantins.

    No primeiro mdulo discutiu-se em torno das Metodologias em educao de

    adultose, de l para c, muito j deve ter sido agregado por voc professor, professora e

    agente prisional em sua prtica educativa com adultos sob custdia.

    Mas necessrio mais... muito mais! Queremos que voc possa contribuir para

    uma ressocializao real desses educandos. Isso no ser algo fcil, nem imaginamos que

    isso ocorrer da noite para o dia. Essa uma construo diuturna de todos os envolvidos.

    Trata-se de uma conquista!

    nesse tom de conquista que incentivamos voc a encarar esse material didticocomo um complemento a sua prtica pedaggica. Longe de ser uma receita, encaramos

    cada mdulo como partes ou ingredientes de uma prtica pedaggica que vai se

    consolidando a cada hora, a cada dia e ms... No por especialistas renomados, mas por

    especialistas que tem vivenciado o fazer com adultos sob custdia, todos os dias.

    como afirmamos em nosso primeiro mdulo:

    No temos respostas fechadas, estamos construindo-as. Isso o

    que vivenciam diariamente e de forma contraditria professores,

    coordenadores, diretores e supervisores que esto envolvidos na

    educao de ressocializandos adultos no Estado do Tocantins.

    No sabemos ao certo quais os resultados que alcanaremos ou,

    mesmo se sobreviveremos, em nossos pensamentos e

    perspectivas, ao da Sociedade. Porm sabemos algo, algo s

    nosso no fruto de um sentimentalismo pelo sofrimento alheio,

    seja a do preso, de sua famlia, dos agentes penitencirios ou

    mesmo o nosso que a educao no se presta ao fim de

    dominar, mas ao de emancipar.

    Esperamos que voc professor, professora e agente prisional participe de umaemancipao a priori: a sua como indivduo pensante, atuante e qui, transformador!

    Palmas, Outubro de 2006.

    Gilson Prto Jr

    Coordenador da Formao do Projeto Ressocializao Educativa

    no Sistema Prisional do Estado do Tocantins

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    Sumrio

    Unidade 1

    A didtica e o processo de ensinar e aprender 9

    Unidade 2

    Interdisciplinaridade na educao 17

    Unidade 3

    O Saber Pedaggico e a Interdisciplinaridade 22

    Unidade 4

    A Interdisciplinaridade na sala de aula 26

    Unidade 5

    Planejamento em educao 31

    Unidade 6

    A aula como forma de organizao do ensino 39

    Unidade 7

    As estratgias de ensino e os recursos miditicos 45

    Unidade 8

    Avaliao e a relevncia da qualidade educativa 64

    Unidade 9

    Histrias de Vida: entre a escola e a cela 74

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    Dia do Professor na Casa de Custdia de Palmas

    Projeto Ressocializao Educativa na CCP

    Foto 1: Presena da Secretria, profa. Dorinha Foto 2: Abertura das apresentaes pelos alunos

    Foto 3: Apresentao dos professores Foto 4: Homenagem a profa. Iolanda

    Foto 5: Profa. Dorinha com professores da CCP Foto 6: Alunos em momento de interao

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    Unidade 1A didtica e o processo de ensinar e aprender

    Objetivos Reconhecer os condicionantes inerentes ao teorizar e ao fazer pedaggico.

    Favorecer a compreenso da importncia da didtica no processo de ensino-

    aprendizagem.

    IntroduoComearemos nosso estudo neste texto, com uma pergunta que parece bsica

    para o processo de ensinar e aprender, mas, que na realidade de grande relevncia para

    a prtica pedaggica do professor. A vai a pergunta. Qual a importncia de estudar

    didtica? Esta resposta ser construda ao longo do texto, ao refletirmos sobre o que a

    didtica? E como o professor pode e deve utiliz-la?

    Se refletirmos um pouco, podemos chegar a concluso que um dos piores

    comentrios que um professor pode receber a respeito do seu trabalho (alm de ele no

    sabe a matria) a reclamao de que ele no sabe explicar ou de que ele no temdidtica. O que isso quer dizer? Isso pode dizer pouco, se o professor assumir que o

    processo de ensino-aprendizagem nada tem haver com a aula. Na maioria das vezes,

    quando algum diz que um professor no tem didtica ele est dizendo que ele no

    sabe ensinar, o que, no raro, significa ele no sabe dar aulas.

    A didtica importante para a aprendizagem do aluno na aula? Sim. A didtica

    est ligada a parte instrumental do trabalho pedaggico do professor. Sua utilidade

    imensa, pois sem ela, os meios escolhidos pelos professores para concretizarem o

    processo de ensino-aprendizagem poderiam, simplesmente, no serem os melhores parao ensinar e o aprender e, neste caso, a educao seria um verdadeiro faz de conta.

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    Na verdade, a didtica busca os meios para que a educao acontea, assim, ter

    didtica no s ter meios para o ato educativo. No ensino, ainda que os meios

    materiais sejam importantes, eles so apenas coadjuvantes.

    O estudo da didtica impe-se como necessrio a todos aqueles que desejamtornar o ensino mais eficiente, e por isso mesmo adaptado s possibilidades e

    necessidades do educando. Pode dizer-se que atravs da didtica que se conseguem as

    tcnicas para dirigir o ensino. A didtica interessa-se mais pelo modo atravs do qual o

    ensino se processa do que mesmo pelo ensino em si. Hoje, a formao didtica daqueles

    que desejam ensinar, est em primeiro plano; est havendo uma tomada de conscincia

    quanto da necessidade da didtica para a formao do educando e do educador.

    H algumas dcadas, havia uma idia generalizada de que para ser bom professor

    bastava conhecer a disciplina a lecionar. A nica preocupao era com o contedo da

    disciplina. Porm, a prtica contempornea vem mostrando que esta afirmativa no

    coerente com o processo de ensino-aprendizagem seguro e concreto.

    Para ensinar bem, necessrio que o professor alm do conhecimento da

    disciplina, saiba como ensin-la e esse comoque possibilita ao professor levar em conta

    o meio fsico, afetivo e scio-cultural do seu aluno, para que de fato se efetive a

    aprendizagem.

    Agora que j estamos familiarizados com a Didtica, hora de conhecermos

    alguns dos seus conceitos? Vamos l.

    Conceitos

    Didtica cincia e arte de ensinar. arte quando estabelece normas de ao ou sugere

    formas de comportamento didtico com base nos dados cientficos e empricos da

    educao, isto porque a didtica no pode separar teoriae prtica. Ambas tm de fundir-

    se num s corpo, visando a maior eficincia do ensino e seu melhor ajustamento s

    realidades humana e social do educando.

    A didtica um conjunto de normas destinadas a dirigir a aprendizagem que se baseia em

    trs fases fundamentais: Planejamento, Execuoe Verificao. Planejamento: Visa os

    planos do curso, unidade de aula e atividades extra curriculares. O planejamento uma

    necessidade do ensino, sem ele no possvel um bom desempenho de tarefa. No se

    pode ensinar sem prever a melhor maneira da consecuo dos objetivos, da prtica

    escolar. Execuo: Visa a prtica efetiva do ensino em correlao, com as tcnicas de

    ensino, motivao, material didtico, atividades extra curriculares, integrao da

    aprendizagem e direo das atividades discentes em classe como fora dela. Verificao:Visa saber se o planejamento foi bem feito, tendo em vista as necessidades reais do

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    ensino e se a execuo alcanou seus objetivos. atravs da verificao que se chega a

    constatar se h necessidades de retificaes no planejamento e na execuo.

    Didtica uma disciplina tcnica que tem por objeto especfico a tcnica de ensino

    (direo tcnica da aprendizagem). A didtica, portanto, estuda a tcnica de ensino em

    todos os seus aspectos prticos e operacionais, podendo ser definida como: A tcnica deestimular, dirigir e encaminhar, no decurso da aprendizagem, a formao do homem.

    A didtica definida como a cincia e a arte do ensino, referem-se teoria e prtica da

    instruo e do ensino, investiga os fundamentos, condies e modos da realizao da

    instruo e do ensino. A ela cabe: converter objetivos scio-polticos e pedaggicos em

    objetivos de ensino; selecionar contedos e mtodos em funo desses objetivos;

    estabelecer os vnculos entre ensino e aprendizagem, tendo em vista o desenvolvimento

    das capacidades mentais dos alunos.

    A didtica caracteriza-se como mediao entre as bases terico-cientficas da educao

    escolar e a prtica docente. Ela opera como que uma ponte entre o que e o como do

    processo pedaggico escolar.

    Vimos os vrios conceitos de didtica, que tal agora conhecer seus fundamentos?

    Elementos fundamentais da Didtica

    A didtica, alm de se interessar pelo modo atravs do qual o ensino se processa,

    apresenta seis elementos fundamentais do ensino, que so: Aluno; Objetivos;

    Professor; Matria; Tcnicas de ensino; Meio geogrfico, Cultural e Social. Vamos

    analisar a importncia de cada um deles para o processo de ensino-aprendizagem.

    Aluno: O aluno quem aprende, ou quem deve aprender. para ele que existe a

    escola, que deve adaptar-se a ele, encarando-o como um ser humano em crescimento

    com todas as suas capacidades e limitaes, peculiaridades, interesses, reaes eimpulsos.

    Objetivos: O procedimento didtico supe objetivos para encaminhar o aluno a plena

    expanso da sua personalidade, levando-o a aquisio de conhecimentos e modificao

    de comportamento, integrando-o a vida em sociedade.

    Professor: o condutor do ensino. A ele cabe dirigir, estimular e aplainar dificuldades,

    levando em conta peculiaridades e possibilidades de cada aluno; ele o guia na formao

    da personalidade.

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    Matria: o contedo do ensino atravs da qual se alcanam os objetivos da escola.

    Durante a elaborao do plano do curso sofrer por parte do professor seleo que deve

    ter em vista as realidades educacionais e de relaes com o meio ou ambiente de cada

    escola e as possibilidades de cada classe.

    Tcnicas de ensino: Devem ser tanto quanto possvel, ativas. Evidente que o ensino decada disciplina exige tcnicas especficas e um currculo preparado para cada ciclo e

    modalidade. O que deve ficar claro, porm, que o ensino nos diferentes ciclos e

    modalidades devem ser orientados no sentido de fazer o educando participe da sua

    prpria aprendizagem.

    Meio geogrfico, econmico e social: O ensino s ser eficiente se levar em conta o

    aspecto geogrfico, econmico e cultural do meio em que esteja localizada a escola, para

    que de fato esta atenda a sua funo social, promovendo a integrao do indivduo ao

    meio em que vive.

    Agora hora de conhecer um pouco as divises da Didtica, para entendermos

    melhor sua aplicabilidade. Preparados?

    IMPORTANTE!

    A percepo dos elementos fundamentais da Didtica pode variar de acordo com as

    concepes de educao que se tenha. Nesse sentido, importante que voc revise

    essas concepes na Unidade 1 Concepes tericas em educao do Mdulo I

    pginas 11 a 20.

    Diviso da Didtica

    A didtica se divide em: Didtica geral e Didtica especial. A primeira, a Didtica

    geral: aquela que estuda os princpios e as tcnicas que devem ser aplicadas de um

    modo geral ao ensino de qualquer matria ou disciplina. Estuda os problemas de ensino de

    um modo geral sem se ater a mincias pertinentes a esta ou aquela matria. O ensino

    para a Didtica Geral visto como um todo. Estabelece princpios e normas gerais queregulamentam o trabalho docente a fim de que bem conduza a aprendizagem. A segunda,

    A Didtica especial tem um campo mais restrito. Segue as diretrizes da Didtica geral,

    porm determinada por cada disciplina, de maneira especfica. Ou seja, preocupa-se

    com a soluo dos problemas de cada matria tendo em mira: contedo e tcnica de

    ensino para que sejam mais condizentes com o ensino daquela matria visada. Analisa os

    programas de ensino; sua extenso e profundidade, bem como a sua aplicao s

    necessidades reais do meio; determina os objetivos de cada disciplina considerando os

    objetivos de cada escola; cuida da adequao dos planos de aula a cada matria e a cada

    fase de aprendizagem; estuda a forma mais eficiente para obteno da aprendizagem.

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    Lembre-se:

    Como podemos comprovar at aqui, a Didtica no pretende ficar apenas nas

    teorias e nas tendncias pedaggicas, que voc estudou na disciplina Metodologias

    em educao de adultos. importante que saibamos que as teorias se apresentam

    vlidas enquanto solucionam problemas da prtica pedaggica. Caso contrrio

    prpria realidade questiona a teoria exigindo novos aprofundamentos, pesquisas e

    estudos. Ou seja, as teorias e tendncias educacionais se desenvolvem em confronto

    com a prtica pedaggica, e esta consegue resolver seus problemas com as

    sugestes daquelas. Assim, podemos dizer que a didtica a busca de alternativas

    para a prtica educativa, seja em qualquer contexto histrico ou em qualquer poca,

    para a concretizao da aprendizagem.

    A afirmativa acima, remete-nos, a um questionamento muito relevante para a

    educao e para a aprendizagem do aluno. Trata-se da didtica aplicada pelo

    professor em sala de aula. Por isso, hora de falarmos um pouquinho nessa relao:

    Didtica e processo de ensino-aprendizagem.

    A Didtica e o processo de ensino-aprendizagem

    Comearemos nosso estudo com um questionamento. O que entendemos por

    aprendizagem? Por aprendizagem entendemos o desenvolvimento da pessoa como um

    todo: inteligncia, afetividade, padres de comportamento moral, relacionamento com a

    famlia, com o bairro, com a cidade e com o pas; desenvolvimento da coordenao

    motora, capacidades artsticas, comunicao, etc. Por essa abrangncia que a

    aprendizagem se desenvolve em trs dimenses que so: humana, poltico-social e

    tcnica.

    dimenso humana: se realiza atravs do relacionamento interpessoal

    entre alunos e professores, alunos e alunos, professores e professores,

    enfim, entre alunos, professores e direo. Cria-se, um clima afetivo,

    responsvel, em muitos aspectos, pelo sucesso (ou fracasso) da

    aprendizagem.

    dimenso poltico-social: o ensino-aprendizagem acontece em uma

    escola que est situada em um local determinado, numa certa poca

    A didtica uma reflexo sistemtica que acontece na escola e na aula. o estudo do processo de ensino-aprendizagem em sala de aula e de seusresultados.

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    histrica, que segue orientaes e diretrizes de profissionais da educao

    e das polticas governamentais.

    dimenso tcnica: a aprendizagem um processo intencional, isto

    orientado por objetivos a serem alcanados por seus participantes.

    Interessa a esse processo que os alunos consigam aprender bem o quese prope, atravs da organizao de condies apropriadas. Aspectos

    como definio de objetivos, seleo de contedos, tcnicas e recursos de

    ensino, organizao do processo de avaliao e escolha de tcnicas

    avaliativas, planejamento de curso e de aulas. nessa dimenso que a

    Didtica se debrua ao tratar do processo de ensino-aprendizagem que

    acontece na escola e na aula em particular.

    As dimenses citadas acima auxiliam na estruturao do trabalho docente em sala

    de aula, para que sejam atingidos os objetivos de ensino planejados pelo professor. Mas,

    isso no significa dizer, que a estruturao do desenvolvimento da aula sempre vai ter um

    resultado positivo, parte desse sucesso depender da criatividade, flexibilidade e

    perspiccia do professor, em saber o que fazer, frente a situaes didticas especficas

    que surgem inesperadamente na sala de aula.

    Por isso, importante que o professor conhea os componentes do processo de

    ensino que so: os contedos, o ensino e a aprendizagem. O processo de ensino se

    caracteriza pela combinao de atividades do professor e dos alunos.

    Estes, pelo estudo das matrias, sob a direo do professor, vo atingindo

    progressivamente o desenvolvimento de suas capacidades mentais. A direo eficaz

    desse processo depende do trabalho sistematizado pelo professor que, tanto no

    planejamento como no desenvolvimento das aulas, conjuga objetivos, contedos, mtodos

    e formas organizativas do ensino.

    O processo didtico se explicita pela ao recproca de trs componentes: os

    contedos, o ensino e a aprendizagem, que operam em referncia a objetivos que

    expressam determinadas exigncias scio-polticas e pedaggicas e sob um conjunto decondies de uma situao didtica concreta.

    Para seu maior esclarecimento sobre a importncia dos componentes de ensino

    e a Didtica do professor, detalharemos abaixo cada um deles.

    Os contedos de ensino: compreendem as matrias nas quais so sistematizados os

    conhecimentos, formando a base para a concretizao de objetivos.

    O ensino: a atividade do professor de organizao, seleo e explicao dos contedos,organizao das atividades de estudo dos alunos, encaminhando objetivos, mtodos,

    formas organizativas e meios mais adequados em funo da aprendizagem dos alunos.

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    A aprendizagem: a atividade do aluno de assimilao de conhecimentos e habilidades.

    O processo didtico define a ao didtica e determina as condies e modalidades de

    direo do processo de ensinar tendo em vista a preparao dos alunos para as tarefas

    sociais. O processo de ensino opera a mediao escolar de objetivos, contedos e

    mtodos; sintetiza na aula a ao didtica em sua globalidade, uma vez queoperacionaliza objetivos gerais sobre o fundo objetivo das condies concretas de cada

    situao didtica.

    Assim, com esses componentes de ensino, o processo educativo, ser efetivado

    pelo professor, constituindo-se de um sistema articulado. O professor estar de fato

    dirigindo o processo de ensino-aprendizagem, sob condies concretas das situaes

    didticas, em cujo desenvolvimento se assegura a assimilao ativa de conhecimentos e

    habilidades e o desenvolvimento das capacidades cognoscitivas dos alunos.

    Isso significa dizer que o professor estar criando situaes de aprendizagens

    para o aluno, a fim de atingir seus objetivos, isto , fazendo com que o alunos dominem

    conhecimentos, habilidades e hbitos e o desenvolvam suas capacidades.

    Portanto, o professor responsvel pelas tarefas de ensino, explicao da

    matria, orientao das atividades, colocao de exerccios, controle e verificao da

    aprendizagem. Mas tudo isso feito para encaminhar o estudo dos alunos. No se trata de

    uma tarefa fcil. A contribuio mais importante da DIDTICA precisamente ajudar a

    resolver a contradio entre o ensino e a aprendizagem, a detectar as dificuldades

    enfrentadas pelos alunos na assimilao ativa dos contedos e a encontrar os

    procedimentos para que eles prprios superem tais dificuldades e progridam no

    desenvolvimento intelectual.

    Atividade

    1- Voc deve est indagando em que medida e de que forma a didtica pode lhe ajudar a

    ser um professor (a) competente? Levando em considerao o que voc estudou at omomento, sugerimos para a realizao da atividade que converse com um professor (a)

    colega de turma a respeito da importncia da didtica para a realizao da sua atividade

    educativa. A seguir apresentamos algumas perguntas que daro pistas discusso sobre

    a importncia da didtica na ao pedaggica do professor.

    Como fazer com que os alunos se interessem pela matria?

    Como motivar os alunos para que eles estudem?

    Como despertar e manter a ateno dos alunos?

    Como avaliar os alunos?

    Como nos comunicar para que eles nos entendam?

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    O que fazer para que aprendam?

    Como prepara bem uma aula?

    Referncias

    LIBNEO, Jos Carlos. Didtica. So Paulo: Cortez, 1994.

    CANDAU, Vera M. A didtica em questo: Petrpolis: Editora Vozes, 2000.

    PASSOS, Ilma. Repensando a Didtica. 6. ed. So Paulo: Papirus, 1991.

    PILETTI, Claudino. Didtica geral. So Paulo. tica, 2001.

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    Breve histrico sobre o estudo da Interdisciplinaridade no Brasil

    Os estudos sobre interdisciplinaridade no Brasil iniciaram-se de uma maneira mais

    forte na dcada de 70, estudos estes que foram um reflexo do movimento sobre

    Interdisciplinaridade ocorrido na Europa em meados dos anos 60, poca na qual osmovimentos estudantis reivindicavam novos estatutos e grades curriculares para as

    universidades.

    Ivani Fazenda afirma que O eco das discusses sobre interdisciplinaridade chega

    ao Brasil ao final da dcada de 60 com srias distores, prprias daqueles que se

    aventuraram ao novo sem reflexo, ao modismo sem medir as conseqncias do mesmo

    (Fazenda, 2002, p.23), esta reflexo ilustra bem a dificuldade de interpretao e

    consequentemente de aplicabilidade prtica do termo aqui no Brasil, vale salientar que a

    maior dificuldade apresentada foi encontrar uma nica linguagem para explicar e integrar

    todos os conhecimentos.

    Na dcada de 80 os estudos revelaram que no seria possvel a construo de um

    projeto interdisciplinar em educao a partir de um quadro terico j existente. Seria

    necessrio que este quadro fosse construdo a partir da exigncia do objeto estudado, no

    caso, o educacional.

    Nos anos 90 ocorreu um aumento significativo de projetos em instituies pblicas e

    privadas que se intitulam como interdisciplinares muitos ainda sem uma fundamentao

    adequada criando, por muitas vezes, trabalhos improvisados e sem uma linha norteadora

    coerente. Mas esta dcada tambm se destaca pelo aumento significativo de pesquisas e

    dissertaes de mestrado sobre o tema, o que acarretou a criao de vrios grupos de

    estudo no Brasil com o objetivo de fundamentar uma prtica docente interdisciplinar.

    IMPORTANTE!

    A Pedagogia de Projetos trabalha amplamente com o conceito da

    interdisciplinaridade. Nesse sentido, importante que voc revise essas

    concepes na Unidade 3 Pedagogia de Projetos do Mdulo I pginas 31 a 39.

    Conceituando Interdisciplinaridade

    A integrao entre as disciplinas recebe uma denominao dependendo da

    quantidade de relaes entre estas, por isto os conceitos de transdisciplinaridade,

    multidisciplinaridade, pluridisciplinaridade e interdisciplinaridade podem confundir em

    suas definies.

    Antes de tudo, prudente conceituar o que disciplina: etimologicamente,

    disciplina uma palavra que tem a mesma origem do vocbulo "discpulo", que significa

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    "aquele que segue", tambm, um dos nomes que se pode dar a qualquer rea de

    conhecimento estudada e ministrada em um ambiente escolar ou acadmico. Na viso do

    estudioso Yves Lenoir, nos lembra que no se pode confudir disciplina cientfica e

    disciplina escolar (FAZENDA,2001,p.47) ,considerando que os elementos conteudsticos

    das disciplinas escolares so distintos daqueles das disciplinas cientficas. Assim

    importante ter cuidado com esta diferenciao,pois muitas vezes o que ocorre simplesmente a transposio da interdisciplinaridade no campo cientfico para o campo

    escolar.

    Pluridisciplinaridade: a superposio de disciplinas que apresentam

    um objeto correlato ,ou seja, apresenta uma ocorrncia de relaes

    Ex: Teoria da Histria como uma disciplina do curso de Histria.

    Multidisciplinaridade: So vrias disciplinas juntas que no apresentamuma relao (a princpio) entre elas, no existe cooperao. A origem damultidisciplinaridade vem da idia que o conhecimento pode ser dividido em

    disciplinas (partes) , tendo cada disciplina um objeto e um mtodo prprio de

    estudo.

    Ex: Os currculos tradicionais nas escolas

    Transdisciplinaridade: a interdisciplinaridade no seu maior grau ,

    quando resulta uma ou mais disciplinas decorrentes das disciplinas j

    existentes.

    Ex: Um currculo que aborde cinema,poltica,ecologia, artes...

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    Interdisciplinaridade :Consiste em uma metodologia de ensino na qualocorre uma interao de duas ou mais disciplinas, podendo ocorrer uma

    integrao entre os objetivos,finalidades e conceitos destas disciplinas.

    Aps esta conceituao importante destacar que a principal diferena entre a

    interdisciplinaridade e a multi ou pluri disciplinaridade, que a primeira prope uma

    mudana de atitude e de postura em ns, como educadores, pois devemos buscar uma

    unidade de pensamento e no apenas uma justaposio de contedos a serem

    ministrados para os alunos.

    Bordoni afirma que O ponto de partida e de chegada de uma prtica interdisciplinar

    est na ao.Desta forma, atravs do dilogo que se estabelece entre as disciplinas e entre

    os sujeitos das aes, a interdisciplinaridade devolve a identidade s disciplinas,fortalecendo-as e evidenciando uma mudana de postura na prtica pedaggica.

    Diante desta conscincia, da necessidade de mudana de postura, ao tratarmos das

    disciplinas, um dos pontos mais relevantes que os alunos consigam atingir um

    desenvolvimento melhor em sua formao geral, passando de meros espectadores a atores

    na construo do conhecimento.

    A prtica interdisciplinar deve, entre outros pontos, ampliar a capacidade do aluno nos

    seguintes aspectos:

    Ter um posicionamento crtico diante da informao;

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    Expressar-se atravs das diversas linguagens existentes;

    Interagir de forma ativa no meio social;

    Ampliar o seu conhecimento de mundo, aliando o que ele j sabe com as

    informaes passadas na sala de aula.

    Mais adiante discutiremos como deve ser colocada em sala de aula ainterdisciplinaridade junto prtica do educador. No decorrer do curso ser discutida em

    maior profundidade, a interdisciplinaridade simultaneamente s prticas do professor, em

    situaes vivenciadas em sala de aula.

    Para refletir:

    as necessidades do futuro no requerem especializao, mas versatilidade, harmonia entre

    uma formao especializada e um saber geral - o nico capaz de assegurar a assimilao

    de novos conhecimentos e a capacidade de auto-aprendizagem(TORRES,2000) .

    Atividade

    Professores e professoras vocs tm agora uma introduo sobre o que

    Interdisciplinaridade, assim como as outras junes plurais do

    conhecimento. Vamos ver o que conseguimos aprender?

    1 Momento:

    Em grupos, vamos discutir o posicionamento do educador diante da interdisciplinaridade

    em sala de aula.

    2 momento:

    Aps socializar o conjunto de opinies sugerido, escrever um texto sobre as diferenasentre a inter, multi, pluri e a transdisciplinaridade, tendo como foco o que realizado dentro

    das escolas nas casas de custdia.

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    Unidade 3O Saber Pedaggico e a Interdisciplinaridade

    Objetivos:

    Refletir sobre a aquisio do conhecimento e sua aplicabilidade

    Repensar sobre a relao da Prtica Pedaggica e a Interdisciplinaridade.

    Introduo

    Para falar sobre o saber pedaggico no mundo atual e sua relao com aInterdisciplinaridade preciso refletir sobre a situao que o conhecimento em suas mais

    variadas vertentes encontra-se. Fala-se muito em uma nova ordem mundial, na qual a

    revoluo tecnolgica, velocidade das informaes e a globalizao da economia, da

    poltica e da cultura mostram um mundo aparentemente sem fronteiras, mas ao mesmo

    tempo necessitado de menos teorias e de mais prticas, principalmente no mbito

    educacional, necessrio repensar as nossas formas de agir como educadores e a

    Interdisciplinaridade deve ir alm do saber terico ela precisa ser construda em nossa

    prtica.

    Conhecimento e Prtica

    Querer conhecer inerente aosseres humanos, a incessante busca pelo saber

    uma caracterstica que nos acompanha desde os tempos da pr-histria. A palavra

    conhecer vem do latim cognoscere que significa conhecer pelos sentidos, conhecer por

    experincia, saber. O homem est sempre buscando,indagando,pesquisando e por

    muitas vezes acumulamos um conhecimento que,dependendo do uso que fazemos,pode

    se perder no vazio e no ser aplicado na prtica.

    Lembrar que oConhecimentoao qual nosreferimos oConhecimentoCientfico

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    O conhecimento pressupe uma interveno nas relaes sociais e em muitos

    casos em uma aquisio de poder que busca interferir e mudar o modo de agir das

    outras pessoas, por isso o saber aparece como um instrumento que apresenta sempre

    uma intencionalizao, e como afirma Severino (in Fazenda, 1998, p.36) a nossa

    atividade tcnica deixa de ser mecnica e passa a se dar em razo de uma produtividade,

    o trabalho ganhando um sentido. Espera-se, portanto, que a educao seja um processode humanizao, que seja a mediadora entre o que o sujeito e o que ele pode ser.

    O Pedaggico e o Processo Interdisciplinar

    Para conhecer preciso ser interdisciplinar, no se pode pensar o saber como

    algo isolado, ele s passa a fazer sentido quando est inserido em um plano maior de

    conhecimento, em uma esfera global. E para a prtica de ensino? A educao necessita

    desta postura interdisciplinar? Para responder esta pergunta interessante analisar o que

    nos afirma Bordoni a prtica interdisciplinar nos envolve no processo de aprender a

    aprender, ou seja, aps rompermos o paradigma das fronteiras entre as disciplinas na

    teoria hora de romper tambm na prtica.

    Devemos lembrar que o que est em jogo em todo este processo a formao do

    homem, que antes de ser o homem profissional o homem social, o cidado, com

    todos os seus direitos e deveres.

    Ao fazermos o questionamento do carter Interdisciplinar da prtica do

    conhecimento, relevante sabermos que:

    sempre a articulao do todo com as partes;

    sempre a articulao dos meios com os fins;

    sempre em funo da prtica, do agir;

    Precisa sempre ser conduzido pela fora interna de uma intencionalidade;

    Aprender pesquisar para construir; constri-se pesquisando.

    (Severino, 1994, p.44)

    Assim, conclui-se que o processo educativo necessita da prtica interdisciplinar na

    intencionalidade do educador, pois o conhecimento s faz sentido quando usado como

    agente transformador das aes do educando.

    A Prtica Docente Interdisciplinar

    Para refletir sobre o professor na sala de aula necessrio repensar sobre a

    formao e a prtica. H at pouco tempo, acreditava-se que aps a graduao oprofissional estaria apto para exercer a profisso em sua plenitude, hoje, sabemos que a

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    professor deve reformular seus conhecimentos e suas relaes, devemos recordar aqui

    sobre o carter transformador que o professor tem nos contextos nos quais atua, e esta

    formao interdisciplinar (e postura!) subtende alm da mudana na forma de ver o

    conhecimento, mas principalmente na sua forma de agir na educao.

    Atividade

    Professores e Professoras, vamos colocar em prtica o que aprendemos!

    1 Momento:

    Aps as discusses sobre a aquisio do conhecimento e a Interdisciplinaridade, Vamosrealizar um estudo de caso sobre a Prtica Docente Interdisciplinar.

    2 momento:

    Neste momento vamos socializar as concluses a que chegamos aps refletirmos sobre

    o Professor e a Prtica Interdisciplinar.

    Referncias

    FAZENDA, Ivani C.A ( org.) Didtica e interdisciplinaridade. Campinas, SP: Papirus, 1991.

    FAZENDA, Ivani C.A Interdisciplinaridade: Um projeto em parceria. So Paulo, SP: Loyola,

    1994.

    NVOA, Antonio. (coord). Os professores e sua formao. Lisboa-Portugal, Dom Quixote,

    1997.

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    Unidade 4A Interdisciplinaridade na sala de aula

    Objetivos:

    Conhecer os Temas Transversais. Discutir como aplicar projetos interdisciplinares.

    Observar exemplos do uso da Interdisciplinaridade

    Introduo

    Trabalhamos durante esta unidade conceituao sobre Interdisciplinaridade almde outras maneiras de integrar as disciplinas, mas sempre ficam algumas indagaes:

    Ser que na prtica funciona? Como devo proceder para aplicar estes

    conhecimentos nas minhas aulas? O princpio da Interdisciplinaridade permitiu, dentre

    outras coisas, um avano na idia de integrao disciplinar, pois na Interdisciplinaridade

    os interesses prprios de cada disciplina so mantidos, buscando assim ultrapassar

    apenas o conceito de disciplina separada, sem relao com as demais.

    Uma das formas de trabalhar a Interdisciplinaridade em nossa sala de aula

    atravs de Projetos, pois alm da parte conteudstica necessria toda uma parte de

    elaborao, execuo e por fim avaliao que possibilita a interao entre os professores,

    os alunos e os contedos contemplados.

    Temas Transversais

    Os novos parmetros curriculares nacionais trazem os Temas Transversais (tica,

    Meio ambiente, Sade, Pluralidade cultural e Orientao sexual), que correspondem a

    valores e questes importantes para a vida cotidiana no Brasil e no mundo. Estes temas

    (aos quais podem ser agregados outros temas de acordo com a realidade local na qual

    trabalhamos) podem ser trabalhados juntos s disciplinas em projetos que podem (edevem!) ser propostos nos planos curriculares da escola e no planejamento das aulas.

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    importante lembrar que os temas transversais no constituem disciplinas, mas

    temas em torno dos quais os projetos so delineados, eles devem permear toda a prtica

    educativa, importante ainda enfatizar, que os temas transversais mesmo no estando

    explicitamente nos projetos propostos vo estar de maneira implcita, pois,por exemplo, o

    Meio Ambiente est presente em tudo, j que diz respeito ao entorno no qual vivemos e doqual devemos cuidar, ao serem propostos os temas transversais eles sero o eixo central

    diante do qual as disciplinas iro girar.

    Como trabalhar com Projetos?

    Quando falamos a palavra Projeto, o que nos vem a mente? Geralmentepensamos em algo que ser realizado, algo futuro, para frente, e exatamente isso,

    quando pensamos em elaborar um projeto para nossas aulas, para a nossa escola

    importante lembrar que envolve muito de cada profissional, por isso quando assumimos

    um projeto ele precisa estar conectado ao nosso projeto de vida, aqueles interesses que

    nos fazem querer ir alm, buscar, saber mais.

    Como afirma Machado (1997:75): A prpria organizao das atividades didticas

    deve ser encarada a partir da perspectiva do trabalho com projetos. Dentre outros

    estudos, destaca-se o mtodo dos projetos que apresenta a proposta do conhecimento

    visto de forma global e com relaes entre si (interdisciplinaridade). O educador espanhol

    Fernando Hernandz um dos principais estudiosos sobre o currculo por projetos e

    afirma que: todas as coisas podem ser ensinadas por meio de projetos basta que se tenha

    uma dvida inicial e que se comece a pesquisar e buscar evidncias sobre o assunto".

    Para que se consiga trabalhar adequadamente com projetos necessrio que o

    educador tenha muito claro as suas metas e objetivos, aonde quer chegar com a sua

    proposta, o gosto do aluno precisa ser levado em considerao, mas ao elaborar o projeto

    preciso ir alm, necessrio aguar a curiosidade sobre os novos conhecimentos que

    vo ser explorados. A proposta de trabalhar com projetos apresenta entre as suas

    vantagens a possibilidade de aproximar o aluno do mundo que o cerca.

    Exemplificando um projeto interdisciplinar:

    Para a construo de um projeto interdisciplinar alguns passos devem ser

    seguidos:

    Definio do tema importante fazer um estudo antes de decidir o tema.

    A necessidade do projeto por que importante este projeto?

    Objetivos aonde se quer chegar com o projetoCronograma importante para a organizao do trabalho

    Relembrando!Projeto seconstitui emalgo irreal, ouseja, comoesboo,desenho, guiade imaginaoou semente deao, umprojetosignificasempre umaantecipao,uma refernciaao futuro.

    Relembrando!1 Etapa:

    Sonhos,

    utopias,

    desejos e

    necessidades:

    a escolha do

    tema.

    2 Etapa:

    Planejamento.

    3 Etapa:

    Execuo e

    realizao.

    4 Etapa:

    Depurao.

    5 Etapa:Apresentao e

    exposio.

    6 Etapa:

    Avaliao e

    crticas.

    Para mais

    informaes,

    consulte o

    Mdulo I, pg.

    33-37.

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    Metodologia quais os caminhos que sero seguidos para a concretizao

    do projeto

    Recursos

    Criao de um gancho - dvidas dos alunos como ponto de partida para a

    insero do projeto

    DesenvolvimentoAvaliao

    Avaliao do projeto - importante para avaliar o que deu certo e o que pode

    ser melhorado no prximo projeto

    (Baseado em informaes da reportagem: Um trem bo chamado

    Interdisciplinaridade. Revista Nova Escola, 1999).

    A prtica interdisciplinar um desafio para todos, professor, professoras,

    educadores, enfim todos aqueles comprometidos com uma nova postura diante da

    educao, que deixa de ver o conhecimento como algo isolado e passa a v-lo como

    algo que se relaciona a partir de pontos em comum, como foi visto no incio de nossa

    unidade, o mais importante a mudana de postura que vai permitir que a prtica passe a

    ser aliada da teoria, e que o discurso da Interdisciplinaridade no fique apenas no papel ou

    nas discusses pedaggicas.

    Para ilustrar nossa discusso apresentamos um exemplo que alia Literatura e

    Cincias atravs da poesia. Aqui o professor pode fazer uma ampla relao entre Cincias

    (e o tema a ser trabalhado) e Literatura (atravs da poesia).

    SATLITE

    Fim de tarde.

    No cu plmbeo

    A Lua baa

    Paira

    Muito cosmograficamente

    Satlite.

    Desmetaforizada,

    Desmitificada,

    Despojada do velho segredo de melancolia,

    No agora o golfo de cismas,

    O astro dos loucos e dos enamorados.

    Mas to-somente

    Satlite.

    Ah Lua deste fim de tarde,

    Demissionria de atribuies romnticas,

    Sem show para as disponibilidades sentimentais!

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    Fatigado de mais-valia,

    Gosto de ti assim:

    Coisa em si,

    - Satlite. ( Manuel Bandeira)

    Atividade

    1 Momento:

    Em grupos vamos fazer uma reflexo sobre:

    Como planejar atividades com a Prtica Interdisciplinar?

    2 momento:Agora vamos aprender mais!

    Aps este 1 momento vamos (a partir dos exemplos dados) sugestionar exemplos de

    atividades prticas que apresentem um carter Interdisciplinar.

    Referncias complementares

    Disponvel na Biblioteca da EJA

    TORRES, Rosa Maria. Que (e como) necessrio aprender. Papirus, 2002

    Temas Transversais em Educao. tica, 2003

    FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. Paz e Terra, 2002.

    Disponvel na internet

    Artigo sobre Interdisciplinaridade:

    http://www.cetrans.futuro.usp.br/textos/artigos/centro_textos_artigos.htm

    Interdisciplinaridade de A a Z Ivani Fazenda:

    http://www.educacional.com.br/reportagens/educar2001/texto.04.asp

    Interdisciplinaridade na escola:

    http://novaescola.abril.uol.com.br/ed/122_mai99/html/inter.htm

    Repensando a formao do professor interdisciplinar:

    http://www.anped.org.br/25/joegarciat08.rtfUm exemplo concreto de interdisciplinaridade:

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    http://uvnt.universidadevirtual.br/ciencias/artigos/

    artigos_umexemploconcretodetrabalhotran.htm

    Referncias

    BIANCHETTI, Lucdio (org.) Interdisciplinaridade: para alm da filosofia do sujeito.

    Petrpolis, RJ: Vozes, 1995.

    BORDONI, Thereza Cristina. Uma postura interdisciplinar. Disponvel em:

    www.forumeducacao.hpg.ig.com.br/textos/textos/didat_7.htm - 21k.Acesso em 08 de agosto

    de 2006

    FAZENDA, Ivani C.A ( org.) Didtica e interdisciplinaridade. Campinas, SP: Papirus, 1998.

    ______________________. Interdisciplinaridade: Um projeto em parceria. So Paulo, SP:

    Loyola, 1994.

    ______________________. Interdisciplinaridade: Histria, teoria e pesquisa. Campinas, SP:

    Papirus, 1994.

    FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. 20 ed. So Paulo: Paz e Terra, 1996.

    JAPIASSU, Hilton. Interdisciplinaridade e patologia do saber. Rio de Janeiro: Imago,

    1976.HERNANDEZ, Fernando. Transgresso e mudana na educao. Artmed, 2002.

    NVOA, Antonio. (coord). Os professores e sua formao. Lisboa-Portugal, Dom Quixote,

    1997.

    Revista Nova Escola. Agosto/2002, p.23.

    Inter Transdisciplinaridade e Transversalidade. www.incluso.com.br/projetos_texto.

    Instituto Paulo Freire. Acesso em 19/08/2006.

    www.ensinonet/transversalidade Acesso em 19/08/2006.

    http://www.novaescola.abril.uol.com.br/ed/122. Acesso em 20/08/2006.

    http://www.sbfisica.org.br/fne/Vol3/Num1/a07 Acesso em 19/08/2006.

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    Unidade 5Planejamento em educao

    Objetivos:

    Definir o que Planejamento em Educao.

    Discutir como planejar em educao.

    Introduo

    Ao falar sobre planejamento, imediatamente fazemos uma relao com a nossa

    vida cotidiana,pois durante todo o tempo estamos planejando,fazendo planos, seja para o

    nosso dia a dia, seja, no caso dos professores, para as atividades pedaggicas queexercem, pois durante todo o tempo (conscientemente ou no) estamos fazendo parte de

    planejamentos.

    Para que o trabalho docente seja bem realizado fundamental que se faa o

    planejamento das atividades pedaggicas, da nossa ao pedaggica, pois ao termos tudo

    planejado, no ficar espao para o improvisado para atividades feitas de ltima hora,

    que podem comprometer todo o processo de ensino e de aprendizagem dos nossos

    alunos.

    Mas o que realmente importante no processo de planejamento? Ser que

    todos precisam planejar? Existem tipos diferentes de planejamento? O que

    planejamento docente? O que um plano de aula?

    Nesta unidade vamos discutir e refletir sobre estas dvidas que permeiam a prtica

    pedaggica, sempre lembrando que o Planejamento Pedaggico deve ser visto como

    algo que no imutvel e que precisa est sempre em consonncia com a Prtica

    Pedaggica do professor.

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    O que mesmo o Planejamento das Atividades Pedaggicas?

    Deve-se pensar no planejamento no como algo complicado que vai nos dar

    mais trabalho, mas como um meio que ir ajudar a facilitar e dinamizar o trabalho

    pedaggico. Precisa ser olhado como um instrumento, um facilitador do trabalho do

    professor, pois como nos afirma Vera Carneiro (2003) Planejar um momento dereflexo sobre a ao, um momento de pensar, para melhor agir.

    Um dos principais problemas ao se planejar um trabalho pedaggico a tendncia

    que se tm ao imediatismo, ou seja, se espera sempre resultados imediatos, preciso

    certa dose de pacincia, sempre levando em considerao a realidade social, econmica e

    cultural na qual o trabalho est inserido.

    O planejamento das atividades pedaggicas requer que o professor faa uma

    reflexo sobre a realidade e tambm sobre as aes que devem ser desenvolvidas, para

    evitar a realizao de planejamentos inviveis ou fora da realidade do aluno. Outro ponto a

    ser considerado a necessidade de uma metodologia que vai ser o caminho a ser

    percorrido durante todo o processo de planejamento.

    Qual a diferena entre Planejamento e Plano?

    Planejar significa estabelecer objetivos amplos, descobrir a realidade, observar os

    recursos que esto disponveis e determinar uma metodologia vivel dentro de um tempo

    de realizao, j o plano vem ser o resultado de todo este trabalho, o desenho, o esboo

    de tudo que foi planejado pelas equipes de trabalho. as formas alternativas de ao para

    superar as dificuldades ou alcanar os objetivos desejados. Para Libneo (1994:222), o

    Planejamento um processo de racionalizao, organizao e coordenao da ao

    docente, articulando a atividade escolar e a problemtica do contexto social e o Plano de

    ensino um roteiro organizado das unidades didticas para um ano ou semestres.

    Pode-se concluir que o Planejamento mais amplo, enquanto que o Plano mais

    especfico coma funo de orientar o educador em sua prtica cotidiana, devendo ser

    flexvel para possibilitar mudanas durante o processo, j que variveis externar podemaparecer durante a execuo do Planejamento pr-estabelecido.

    Como Planejar?

    Para delimitar as fases, as etapas, do processo de Planejamento necessrio que

    os envolvidos saibam que situaes diversas e adversas podem surgir na sala de aula,

    mas isto no significa que alguns passos no possam ser seguidos:

    a) Diagnstico: Nesta fase precisa ser analisado o local, a quantidade dealunos, a situao social e econmica, a cultura da organizao, depois de

    quandoimaginamos aformao dosujeito integral,fica ento oquestionamento

    : Que sujeitointegral esteque ir para asociedadeposteriormentee no sabeplanejar? Comoele encarar suafutura profisso,que com certezaexigirconstantesplanejamentos?

    Ento,independentedo projeto, oplanejamento uma ao desumaimportnciapara a formaode nossosalunos.(NOGUEIRA,2003, p.99)

    Para maisinformaes,consulte oMdulo I, pg.34.

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    realizada esta etapa o professor ou os professores devem elaborar o

    Planejamento observando os seguintes itens:

    b) A ementa da disciplina: fundamental para saber os contedos que sero

    trabalhados.

    c) Os objetivos (gerais e especficos): os objetivos devem deixar clara a

    ao pretendida e devem ser iniciados com verbos no infinitivo.d) Os contedos: Aqui devem ser inseridos os contedos a serem

    trabalhados sempre sob uma perspectiva de formao e com contedos

    relevantes para a realidade dos alunos.

    e) Metodologia: o caminho que o professor deve seguir para organizar as

    situaes que iro culminar no ensino-aprendizagem.

    f) Recursos didticos ou de ensino: aqui deve ser levada em considerao

    a infinidade de recursos disponveis (slides, transparncias, data show,

    sites, bibliotecas, etc.), mas tambm importante a observncia da

    realidade da instituio e dos alunos, para que no seja planejado algo

    que no possa ser realizado.

    g) Avaliao: aqui sero propostas as formas que sero utilizadas para a

    avaliao do aluno, sempre buscando a avaliao como um instrumento

    de desenvolvimento para o aluno e no como um instrumento de punio.

    (baseado em texto da Prof. Regina Barros Leal, Universidade de

    Fortaleza)

    (adaptado de Piletti, 2002).

    Planejamento de Ensino e as partes que o compem

    Diagnstico daRealidade Definio dos Objetivos

    Seleo dosInstrumentos de

    Avalia o

    Seleo dos Contedos

    Seleo e Organizaodos Procedimentos de

    Ensino

    Seleo dos RecursosDidticos

    Estruturao do Plano deEnsino

    Replanejamento

    Feedback ouRetroalimentao

    Avaliao

    Plano em Ao

    Fase de Aperfeioamento

    Fase de Desenvolvimento

    Sobre Comoplanejar umcontedoaplicando aMetodologia daProblematizao?Alguns

    procedimentos,no uma receitaconsulte o Mdulo pg. 47 e 48.

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    Atividade

    1 Momento:

    Em grupos vamos fazer uma discusso sobre a importncia do Planejamento para a

    Prtica Pedaggica.

    a) At que ponto o planejar nos ajuda em nossa prtica diria?

    b) Quais as dificuldades que encontramos ao planejar?

    c) O planejamento limita a Prtica pedaggica?

    2 momento:

    Aps este 1 momento que tal observar as partes que compem um Planejamento e

    fazer uma relao com a prtica diria?

    Por que planejar as atividades didticas?

    Aps nossas primeiras discusses sobre o Planejamento das atividades, vem a

    indagao: Por que planejar as atividades? O que ir trazer de contribuies concretas

    para o dia a dia do professor? Ao realizar o planejamento a equipe de professores deve

    em mente algumas metas, que iro nortear todo o trabalho que est por vir. O

    Planejamento certamente contribuir para:

    a) Minimizar a improvisao de atividades e de metodologias na sala de

    aula;

    b) Organizar o tempo proposto para cada atividade e cada contedo a

    ser ministrado;

    c) Atingir os objetivos desejados;

    d) Ajudar a prever as dificuldades que aparecero durante as aulas.

    Como observamos o Planejamento proporciona que o professor organize suas

    atividades e tenha uma melhor estrutura para desenvolver o seu trabalho junto aos

    alunos e a unidade escolar como um todo.

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    Tipos de Planejamento

    Agora em uma perspectiva mais ampla vamos conhecer os nveis de

    Planejamento no sistema educacional. Usaremos como referencias Libneo (2001) e

    Teixeira (2005), assim temos:

    Planejamento educacional: o processo de anlise e reflexo das vrias facetasde um sistema educacional, para delimitar suas dificuldades e prever alternativas

    de solues. o processo contnuo que se preocupa com o para aonde ir e

    quais as maneiras adequadas para chegar l. (PARRA apud

    SANTNNA,1995,p.14)

    Planejamento escolar: o planejamento global da escola, no qual so tomadas

    as decises sobre a organizao, funcionamento e a proposta pedaggica da

    instituio.

    Planejamento curricular: a previso da vida escolar do aluno. elaborado portodos os participantes do processo pedaggico, aonde so definidos os

    contedos do currculo escolar dos alunos.

    Planejamento de ensino: aqui que ocorrem as decises sobre a atuao dos

    professores no seu dia-a-dia, no cotidiano pedaggico.

    Planejamento Poltico-Social: aqui a principal preocupao definir os fins e

    buscar concepes globalizantes para situaes de risco ou de crise dentro do

    contexto escolar.

    Planejamento Estratgico

    interessante falarmos um pouco sobre o Planejamento Estratgico que embora

    seja mais usado no mbito empresarial um tipo de planejamento que tambm pode

    ser aplicado na educao. O Planejamento Estratgico se baseia em: explicitar

    objetivos, definir estratgias e polticas para que estes objetivos sejam alcanados.

    Segundo Ribeiro, para implantar o Planejamento Estratgico existem trs etapas,

    a saber: levantamento dos dados, diagnstico, definio das finalidades e por fim aexplicitao dos objetivos. Existem, ainda, dois tipos de Planejamento Estratgico:

    O Planejamento Intuitivo: geralmente feito por apenas uma pessoa, de curto

    tempo e no ocorre um estudo elaborado, baseado em ocorrncias passadas.

    O Planejamento de Previso: feito mais formalmente, com muitas pessoas

    envolvidas, geralmente a longo prazo, e para que ocorra so feitas muitas pesquisas

    e discusses.

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    Verbos utilizados na elaborao de objetivosConhecimento Compreenso Aplicao Anlise Sntese

    AvaliaoDeciso

    DefinirRepetirApontar

    Inscrever

    RegistrarMarcarCitar

    RecordarNomearRelatar

    SublinharArrolar

    EnunciarListar

    EnumerarAdquirir

    QuantificarSepararMostrarExplorar

    EscolherPreparar

    ProduzirDiscutir

    DescreverExplicarExpressarReafirmarInterpretarIdentificar

    TranscreverRevisarNarrar

    RatificarLocalizarRetificar

    ReconhecerQuestionar

    CriticarConfrontar

    AplicarUsar

    EmpregarDemonstrar

    DramatizarIlustrarOperar

    InventariarEsboarTraar

    ExaminarConstruir

    RepresentarEncenarEfetuar

    AcrescentarPreencherCompletarEscreverEscolher

    ExemplificarUtilizar

    DistinguirAnalisar

    DiferenciarCalcular

    ExperimentarProvar

    RelacionarCompararContrastarInvestigarDebater

    ExaminarCategorizar

    SeriarClassificarOrdenar

    QuantificarSepararExplorar

    PesquisarAssociarDescobrir

    ObservarEntrevistar

    Agrupar

    CompararPlanejarPropor

    EsquematizarFormularCoordenarConjugarReunir

    ConstruirCriarErigir

    OrganizarDirigir

    PrestarFormarJuntar

    SepararAcrescentarCompletar

    Agrupar

    JulgarAvaliarTaxarValidar

    SelecionarEscalarEstimarMedirAferir

    MostrarQuestionar

    Criticar

    Fonte: Adaptado de Jesus Martn Cordeiro da Oficina de Capacitao do Material Impresso. Maio/2006. Palmas.

    Unitins, Libanio (1998), Piletti(2002).

    Como realizar Planejamentos e Planos na prtica?

    Antes de tudo preciso que o professor goste do que faz e esteja aberto a

    compartilhar idias, a aprender coisas novas e ser flexvel, importante uma postura demudana de atitude diante do desafio que Planejar no mbito educacional.

    Uma forma interessante de planejar atividades buscar saber dos problemas que

    esto acontecendo no ambiente que a escola est inserida, pois a partir deste

    conhecimento, as aulas e os contedos podem girar em torno de uma problemtica maior

    que faz parte do cotidiano do aluno. Pode ser alguma problemtica como a questo do lixo

    nas ruas, problemas com a sade, meio ambiente, assim a realidade dos alunos e alunas

    serviria como base para a construo das aulas e consequentemente do conhecimento.

    O ato de Planejar necessita ser visto no como uma obrigao docente, mas como

    uma ao que proporcionar um maior e melhor desenvolvimento da prtica pedaggica

    junto aos nossos alunos.

    Atividade

    1.Aps nossas discusses sobre Planejamento e Planos, vamos nos organizar em

    grupos e baseados em nossas informaes construir um Plano de Aula para os nossos

    alunos, levando em considerao uma postura Interdisciplinar na construo dos mesmos.

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    Bibliografias complementares

    Disponvel na biblioteca da EJA

    ZABALA, Antoni. A prtica educativa: como ensinar, Porto Alegra: Artmed,

    1998.

    Disponvel na internet

    Artigo sobre Planejamento

    http://www.crmariocovas.sp.gov.br/planejamento/i._planejamento

    Artigo sobre Planos de Aula

    http://www.novaescola.abril.uol.com.br/volta_aulas/volta.htm.

    Referncias

    BENINC, E. As origens do planejamento participativo no Brasil. Revista Educao - AEC,

    n. 26, jul./set. 1995.

    GANDIN, D. A prtica do planejamento participativo. 2.ed. Petrpolis: Vozes, 1994.

    LIBNEO, J. C. Organizao e gesto escolar: teoria e prtica. 4. ed. Goinia: Editora

    alternativa, 2001

    LCK, H. Planejamento em orientao educacional. 10. ed. Petrpolis: Vozes, 1991.

    TEIXEIRA,Gilberto. O planejamento em educao: revisando conceitos..em :

    http://serprofessoruniversitario.pro.br/ler.php?modulo=16&texto=1621.acesso em

    20/08/2006

    SANT'ANNA, F. M.; ENRICONE, D.; ANDR, L.; TURRA, C. M. Planejamento deensino e

    avaliao. 11. ed. Porto Alegre: Sagra / DC Luzzatto, 1995.

    VASCONCELLOS, C. S. Planejamento: plano de ensino-aprendizagem e projeto

    educativo. So Paulo: Libertad, 1995.

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    Unidade 6A aula como forma de organizao do

    ensino

    Objetivos

    Compreender os elementos e aspectos que esto envolvidos na organizao

    de uma aula;

    Apresentar conceitos e regras para uma boa aula.

    Introduo

    Uma aula envolve atividades administrativas e pedaggicas, cujo objetivo

    promover a aprendizagem do aluno. A aula a forma predominante de organizao do

    processo de ensino. A idia mais comum ao se falar de aula visualizar um professor

    expondo um tema perante uma classe silenciosa. Mas, o processo de ensino no se

    resume a isso. Atravs das aulas, acontece o encontro entre os alunos e a matria de

    ensino, preparada didaticamente no plano de ensino e nos planos de aula como vimos no

    tema anterior, ao falamos da importncia da didtica para o processo de ensino-

    aprendizagem.

    Sabemos que nas aulas se conjugam diversas formas didticas, por meio das

    quais estabelecida a correspondncia entre tipos de aulas e os mtodos de ensino.

    Sendo assim, podemos dizer que a aula toda situao didtica na qual se pem

    objetivos, conhecimentos, problemas e desafios, com fins instrutivos e formativos, que

    incitam as crianas e jovens a aprender.

    Portanto, por essas e outras situaes, que a aula, no deve ser

    reconhecida somente pela exposio, mas por todas as formas didticas organizadas e

    dirigidas direta ou indiretamente pelo professor, tendo em vista realizar o ensino e a

    aprendizagem dos alunos.

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    Por isso, necessrio que a aula deva cumprir as seguintes exigncias:

    Ampliao do nvel cultural e cientfico dos alunos, assegurando profundidade esolidez aos conhecimentos assimilados;

    Seleo e organizao de atividades dos alunos que possibilitem desenvolver sua

    independncia de pensamento, a criatividade e o gosto pelo estudo;

    Empenho permanente na formao de mtodos e hbitos de estudos;

    Formao de habilidades e hbitos, atitudes e convices, que permitam a

    aplicao de conhecimentos na soluo de problemas em situaes da vida

    prtica;

    Desenvolvimento das possibilidades de aproveitamento escolar de todos os

    alunos, diferenciando e individualizando o ensino para atingir nveis relativamente

    iguais de assimilao da matria;

    Valorizao da sala de aula como meio educativo, para formar as qualidades

    positivas de personalidade dos alunos;

    Conduo do trabalho docente na classe, tendo em vista a formao do esprito de

    coletividade, solidariedade e ajuda mtua, sem prejuzo da ateno s

    peculiaridades de cada aluno.

    A estruturao didtica da aula

    Vimos, ao abordarmos a respeito da didtica do professor, que o trabalho

    docente requer estruturao e organizao dos elementos que envolvem o processo de

    ensino, a fim de que sejam atingidos os objetivos maiores, que a aprendizagem do aluno.

    Vimos tambm que a indicao de etapas do desenvolvimento da aula no significa que

    todas as aulas devam seguir um esquema rgido, inflexvel at que se cumpra todo o

    planejamento do professor. Por isso, bom ressaltar que a estruturao da aula um

    processo que implica flexibilidade e tambm conhecimento do professor, como mostra o

    esquema abaixo:

    A metodologia daproblematizao outra metodologiaque pode auxiliar oprofessor em sala

    de aula, pois temuma relao diretarealidade social. Oponto de partida eo ponto dechegada daMetodologia daProblematizao a realidade socialdos alunos. Essaperspectiva importante pelanecessidade que

    temos de trabalharcom umaeducao crticaque amplie o olhardas pessoas sobreo contexto em quevivem, atuandosobre ele parapromovermelhorias naqualidade de vida.

    Para mais

    informaes,consulte o MduloI, pg. 41.

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    O esquema acima, tenta mostrar a dinmica entre as fases do processo de

    ensino. A preparao e a introduo implicam o entrelaamento com os

    conhecimentos anteriores, demarcando o movimento do conhecimento velho ao

    novo, do novo ao velho; j h aqui enlaamentos tambm com outras didticas do

    processo de transmisso/assimilao: a consolidao, a recordao, a fixao etc.

    A seguir voc ir identificar algumas indicaes para o desenvolvimento dos

    passos didticos para a aula:

    a. Preparao e introduo da matria:deve-se mobilizar a ateno do aluno ao

    estudo, organizao do ambiente, suscitamento do interesse e ligao da matria

    nova em relao anterior. Compreende atividades interligadas: a preparao

    prvia do professor, a preparao dos alunos, a introduo da matria e a

    colocao didtica dos objetivos. Isso ajuda os alunos a terem clareza dos

    resultados a seguir.

    Preparao da aula

    Problema e orientao

    do objetivo

    TRANSMISSO EASSIMILAO DAMATRIA NOVA

    Aspectosexternos(Mtodos deEnsino)

    Aspectosinternos(Mtodos deassimilaoativa)

    - Percepo- Formao deconceitos- Desenvolvimento decapacidadescognoscitiva eoperativa

    Trabalho com a matria anterior

    - Exerccios

    - Recordao

    Avaliao

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    b. Tratamento didtico da matria nova:aproximao inicial do objeto de estudo

    para ir formando as primeiras noes, ou seja, realiza-se a percepo dos objetos

    e fenmenos ligados ao tema, at consolidar conceitos sobre os objetos de

    estudo. Sistematizao das idias e conceitos de um modo que seja possvel

    operar mentalmente com eles as tarefas tericas e prticas.

    c. Consolidao e aprimoramento dos conhecimentos e habilidades:incluem os

    exerccios de fixao, a recapitulao da matria, as tarefas de casa, o estudo

    dirigido; entretanto, dependem de que os alunos tenham compreendido bem a

    matria e de que sirvam de meios para o desenvolvimento do pensamento

    independente, do raciocnio e da atividade mental dos alunos.

    d. A aplicao: a culminncia relativa do processo de ensino. A funo

    pedaggico-didtica da aplicao a de avanar da teoria prtica, colocar osconhecimentos disponveis a servio da interpretao e anlise da realidade.

    e. Controle e avaliao dos resultados escolares: uma funo didtica que

    percorre todas as etapas do ensino e abrange a considerao dos vrios tipos de

    atividades do professor e dos alunos no processo de ensino. A avaliao cumpre,

    ao menos, trs funes: pedaggico-didtica; diagnstica e formativa.

    Estivemos conhecendo alguns passos didticos para uma boa aula. Agora hora de

    conhecermos alguns tipos de aulas e mtodos de ensino, para maior aprofundamento da

    disciplina.

    Tipos de aulas e mtodos de ensino

    De acordo com os objetivos e contedos da matria, as aulas podero ser previstas

    em correspondncia com as etapas do processo de ensino. Assim, podemos ter aulas

    direcionadas a vrios objetivos como:

    Aula de preparao e introduo da matria;

    Aulas de tratamento mais sistematizado da matria nova;

    Aulas de consolidao (exerccios, recordao, sistematizao,

    aplicao);

    Aulas de verificao da aprendizagem para avaliao diagnstica ou

    de controle.

    Entretanto, apesar dos diferentes estilos de aulas, deve sempre existir a

    preocupao em verificar as condies prvias para que ocorra a aula, comeando com a

    A Metodologia daProblematizaonos desafia amudarmos aseqncia dasnossas aulas.Seria como virardo avessoaquilo queestamosrotineiramenteacostumados afazer na nossaprofisso deprofessores. Seuquestionamentoe suapreocupaonesse momentodeve ser: masento nessametodologia ocontedo noser explicadoaos alunos? Ocontedo deixoude serimportante? Essa uma conclusoprecipitada. Essemomento da aula

    acontece econtinua tendo amesmaimportncia,porm o quemuda o seulugar naseqncia dosprocedimentosdesenvolvidoscom os alunos.

    Para mais

    informaes,consulte oMdulo I, pg. 43.

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    orientao e preparao dos alunos para entendimento do assunto que ser abordado

    pelo professor.

    Conforme o tipo da aula, da matria, dos objetivos e dos contedos, escolhe-se o

    mtodo de ensino, dentro das variaes de cada um. Cabe ao professor ter criatividade e

    flexibilidade para escolher os melhores procedimentos, combin-los, tendo em vistasempre o que melhor possibilita o desenvolvimento das capacidades cognoscitivas dos

    alunos.

    Escolhendo o que apresentar em uma aula

    Embora a maior parte dos professores, acreditarem que os pontos importantes e

    fundamentais da aula esto concentrados, nas tcnicas de ensino. bom deixar claro, que

    nem sempre as tcnicas utilizadas pelos professores e o cumprimento do programa das

    suas disciplina, conseguem atingir os objetivos propostos inicialmente nos seus

    planejamentos. Isso se d pelo simples fato, da grande maioria dos docentes, acreditarem,

    que sem tcnica e burocracia pedaggica, o ensino ser de alguma forma, suspeito, de m

    qualidade ou superficial.

    Na verdade, em relao a essa viso equivocada de ensino adotada por alguns

    professores o que poderamos dizer que o professor independente da tcnica que ir

    utilizar na sua aula, deve primeiro concentrar-se na aprendizagem dos seus alunos, deve

    pensar primeiro na organizao de uma aula que comece por estimular a curiosidade dos

    discentes. Voc pode est se perguntando nesse momento, como fazer isso? muito

    simples, basta seguir nossa linha de raciocnio. Iremos responder esse seu

    questionamento, com uma simples ilustrao comparativa entre um dramaturgo e um

    professor. Ainda assim, voc no est entendendo? Ento vamos l. Tomaremos como

    exemplo um roteirista de cinema ou romancista. Se observarmos bem a funo que

    desempenham, veremos que esses profissionais conhecem a importncia de comear sua

    novela ou sua pea de teatro com alguma coisa que capture a ateno, do pblico, uma

    afirmao provocadora de tenso ou uma justaposio que atrai a audincia das pessoase mantm seu envolvimento, enquanto a trama e os personagens so desenvolvidos mais

    adiante. O mesmo deve acontecer com o processo de preparao para uma boa aula.

    nesse sentindo, que o professor deve vislumbrar a preparao da sua aula, como se fosse

    um meio para capturar a ateno do seu pblico, que o aluno, e assim chegar atingir de

    fato o processo de ensino-aprendizagem.

    Na verdade, aula deve criar no aluno uma expectativa de que alguma coisa

    importante ir surgir a qualquer momento, deixando-o curioso e motivado, a espera de algo

    novo, como em uma novela ou pea de teatro. Assim, depois e prender a ateno do alunono assunto que ser desenvolvido, pontos restantes iro sendo acrescentados, como por

    exemplo, as tcnicas que sero utilizadas no decorrer do processo.

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    Enfim, ao organizar a aula, o professor deve lembrar que ela uma apresentao

    dramtica que precisa de: um comeo envolvente que prenda a ateno do pblico alvo,

    no caso o aluno, para que a partir da possa se chegar a uma concluso que conduza de

    volta os mesmos aos pontos importantes, j trabalhados pelo professor anteriormente,

    formando assim uma teia de conhecimentos.

    Atividade

    1- Montando um plano de curso. Pense que voc ir montar um curso para ensinar

    professores a dar aula. Que conhecimentos e competncias voc incluiria no

    currculo do seu curso? Use os conhecimentos apresentados no texto estudado

    para fazer seu plano de curso.

    2- Depois do plano montado responda: o que voc aprendeu sobre como ensinar? O

    que lhe parece mais importante para uma boa aula? Como as informaes

    discutidas no texto, iro se relacionar com a sua experincia de professor?

    Referncias

    ALVES, Nilda (Org). Formao de professores: pensar e fazer. So Paulo: Cortez, 2002.

    BORDENAVE, juan diaz; PEREIRA, Adair Martins. Estratgias de ensino-aprendizagem.

    Petrpolis. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 1997.

    GIL, Antmio Carlos. Metoldologia do ensino superior. So Paulo: Atlas, 1997.

    LOPES, Antnia Osima e VEIGA, Ilma Passos Alencastro. (Orgs). Repensando a Didtica.

    22 ed. So Paulo: Papirus, 2005.

    LOWMAN, Joseph. Dominando as tcnicas de ensino. So Paulo: Atlas, 2004.

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    Unidade 7As estratgias de ensino e

    os recursos miditicos

    Objetivos

    Reconhecer a importncia dos recursos pedaggicos na prtica educativa do

    professor, como elementos inovadores e mobilizadores de novos

    conhecimentos e informaes.

    Saber adequar as diferentes estratgias de ensino aos contedos, ao nveldo aluno e aos objetivos da educao e aos recursos miditicos.

    Introduo

    Para o professor moderno, a escolha adequada das atividades de ensino uma

    etapa importante de sua profisso. nesta tarefa que se manifesta a verdadeira

    contribuio de seu mtier.

    Assim, como a competncia profissional do engenheiro se manifesta na escolha

    acertada de materiais e mtodos de construo, a idoneidade do profissional professor se

    manifesta na escolha das suas estratgias de ensino adequadas aos objetivos

    educacionais, aos contedos de matria e aos alunos.

    Dessa forma, entende-se que as estratgias de ensino so veculos usados pelo

    professor para criar situaes de aprendizagem e abordar contedos que permitam ao

    aluno viver as experincias necessrias para a sua prpria transformao.

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    Para aqueles professores que tiveram uma formao pedaggica adequada, a

    escolha das estratgias de ensino parece um processo simples, ou seja, no merece o

    ttulo de problema. Entretanto, para os numerosos professores que mergulharam (ou foram

    mergulhados) no magistrio sem formao adequada para exercer essa profisso, o

    problema complexo e chega a ser aterrorizante.

    Nessa perspectiva o professor precisa considerar alguns pontos importantes na

    escolha das suas estratgias de ensino, para que o processo de ensino e aprendizagem

    seja realmente concretizado. Considerando as afirmaes iniciais, resolvemos trazer

    algumas dicas de estratgias de ensino para voc professor.

    Segue abaixo alguns pontos a ser considerados pelo professor na escolha das

    suas estratgias de ensino:

    1- necessrio que o professor envolva o aluno de alguma forma na

    estratgia de ensino proposta, para que ele tenha participao ativa

    no processo de aprendizagem. Lembrem sempre do exemplo do

    dramaturgo.

    2- necessrio que a formulao dos critrios de escolha das

    atividades, a ser desenvolvidas esteja ligada sempre aos pontos de

    vista pedaggicos. Como os que seguem abaixo.

    Mtodos e tcnicas de ensino

    Procedimentos de ensino, estratgia, mtodos e tcnicas. Esses so alguns dos

    termos utilizados para designar aspectos relativos ao tpico como ensinar. Vejamos o

    significado especfico de cada um desses termos.

    Estratgia uma palavra emprestada da terminologia militar. Trata-se de uma descrio

    dos meios disponveis pelo professor para atingir os objetivos especficos.

    Mtodo O significado etimolgico da palavra mtodo : caminho a seguir para alcanarum fim. Para nosso objetivo podemos conceituar mtodo como sendo um roteiro geral para

    a atividade. O mtodo indica as grandes linhas de ao, sem se deter em operacionaliz-

    las. Podemos dizer que o mtodo um caminho que leva at certo ponto, sem ser o

    veculo de chegada, que a tcnica.

    Tcnica a operacionalizao do mtodo. Se um professor, por exemplo, quer utilizar

    um mtodo ativo para atingir seus objetivos, poder operacionalizar esse mtodo atravs

    da utilizao das diferentes tcnicas.

    Procedimentos Maneira de efetuar alguma coisa. Consiste em descrever as atividades

    desenvolvidas pelo professor e as atividades desenvolvidas pelos alunos. Do ponto de

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    vista da concepo tradicional de ensino, os procedimentos referem-se maneira pela

    qual os alunos podem assimilar a carga de informaes adequadas.

    Isto porque a concepo tradicional, ou escola tradicional, considera o educando

    apenas como um repositrio de informaes que devem ser absorvidas sem contestao.

    Por isso, os mtodos mais valorizados na escola tradicional so aqueles que proporcionammaior eficincia na assimilao de contedos e informaes. Na medida em que os

    mtodos da escola tradicional se revelaram inadequados s caractersticas da sociedade

    em transformao e obsoletos em relao aos estudos da Psicologia desenvolvidos nos

    fins do sculo passado e comeo deste, surgiram os mtodos novosque procuram apoiar-

    se na estrutura psicolgica do aluno. importante salientar, nesta altura, que os mtodos

    chamados tradicionaisou novosso assim considerados em razo do enfoque central que

    do aos diferentes elementos envolvidos na ao educativa.

    Da mesma forma que caracterizamos a educao tradicional como apoiada na

    autoridade, no professor, e a educao renovada como aquela que se fundamenta no

    aluno, nas suas motivaes e em seus interesses, os mtodos de ensino, como maneira

    de operacionalizao de idias mais amplas e gerais, podem ser entendidos nessa mesma

    linha de raciocnio. Com o desenvolvimento cada vez maior das cincias da educao,

    natural que os mtodos tambm passem a ser afetados pelos novos conhecimentos que

    se adquirem dia a dia a respeito da aprendizagem. E esses mtodos ganham cada vez

    maior sofisticao, medida que passam a ser equacionados em termos de tecnologias

    que perseguem fins viveis, onde o planejamento do que fazer colocado em termos de

    estratgias a serem escolhidas por uma ao.

    A relao inseparvel contedo, objetivo e mtodo

    A escolha e organizao dos mtodos de ensino devem corresponder

    necessria unidade dos objetivos, dos contedos, e dos mtodos, assim, como s

    condies concretas das situaes didticas.

    Em primeiro lugar, os mtodos de ensino dependem dos objetivos imediatos da

    aula: introduo de matria nova, explicao de conceitos, desenvolvimento dehabilidades, consolidao de conhecimentos, etc. Ao mesmo tempo, dependem de

    objetivos gerais da educao previstos nos planos de ensino. Em segundo lugar, a escolha

    e organizao dos mtodos dependem dos contedos especficos e dos mtodos

    peculiares de cada disciplina e dos mtodos de sua assimilao. No h mtodo nico de

    ensino, mas uma variedade de mtodos cuja escolha depende dos contedos da

    disciplina, das situaes didticas especficas e das caractersticas scio-culturais e de

    desenvolvimento mental dos alunos. Em terceiro lugar, em estreita relao com as

    condies anteriores, a escolha dos mtodos implica o conhecimento das caractersticas

    dos alunos quanto capacidade de assimilao conforme idade e nvel dedesenvolvimento mental e fsico e quanto s suas caractersticas scio-culturais e

    individuais.

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    O uso adequado e eficaz dos mtodos de ensino visa assegurar, no processo de

    transmisso/assimilao de conhecimentos e habilidades, a atualizao das capacidades

    potenciais dos alunos, de modo que adquiram e dominem mtodos prprios de aprender.

    Isso significa que nenhum ensino pode ser bem sucedido se no partir dascondies prvias dos alunos para enfrentar o desafio de construir novos conhecimentos.

    Os mtodos no tm vida independentemente dos objetivos e dos contedos,

    assim como a assimilao dos contedos depende tanto dos mtodos de ensino como dos

    de aprendizagem. Os mtodos so as formas pelas quais os objetivos e contedos se

    manifestam no processo de ensino.

    A relao objetivo-contedo-mtodo tem como caracterstica a mtua

    interdependncia. Os mtodos medida que expressam formas de transmisso e

    assimilao de determinadas matrias, atuam na seleo de objetivos e contedos. O

    contedo determina o mtodo, pois a base informativa concreta para atingir os objetivos.

    Classificao dos mtodos e tcnicas

    Mtodos e tcnicas tradicionais So mtodos e tcnicas que exigem um

    comportamento passivo do aluno. Segundo esses mtodos e tcnicas, cabe ao professor

    transmitir os conhecimentos e, aos alunos, apenas receber. Aquilo que o professor

    transmite o mais importante e no aquilo que o aluno descobre. Aos alunos somente permitido ouvir, memorizar e repetir. Dentro dessa categoria de mtodos e tcnicas,

    estudaremos:

    A aula expositiva e

    A tcnica de perguntas e respostas.

    Tcnicas e mtodos novos Ao constatarem que as tcnicas tradicionais no atendiam

    plenamente s exigncias da educao, alguns educadores criaram novos mtodos e

    novas tcnicas. As principais causas que influenciaram o surgimento de novas tcnicas enovos mtodos, ou da escola nova, foram as seguintes:

    Mudanas rpidas nas condies de vida, decorrentes das descobertas

    cientficas e conseqente progresso tecnolgico.

    Transformaes econmicas e sociais que trouxeram novas necessidades e

    novos tipos de ensino.

    Mudanas na vida familiar com repercusso na vida escolar.

    Influncia de novas idias.

    Influncia das revolues polticas.

    Contribuio das cincias do homem (Psicologia e Sociologia).

    Contribuio da Psicologia da Criana.

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    Os novos mtodos so tambm denominados mtodos ativos por se oporem

    radicalmente a tudo quanto passivo nos mtodos tradicionais. Baseiam-se no princpio

    de que o homem um ser em desenvolvimento, cuja atividade, espontnea e natural,

    condio para o seu crescimento fsico e intelectual. A participao ativa do alunoconsubstancia-se primordialmente no espao que o professor reserva para as descobertas

    do educando. Os novos mtodos do grande destaque vida social do indivduo como

    fator fundamental para o seu desenvolvimento intelectual e moral.

    Nesse sentido, adquire tambm grande importncia o relacionamento dos alunos entre

    si e dos alunos com o professor. Pois, nesse sentido, a disciplina no se fundamenta mais

    na autoridade do professor, ou somente na necessidade do aluno, mas na

    responsabilidade de ambos. Para comprovar nossa fala, colocamos abaixo um

    organograma que representa os novos mtodos de ensino a ser utilizado e aplicado pelo

    professor na sua aula.

    (Fonte: BORDENAVE, Juan Daz; PEREIRA, Adair Martins: Estratgias de Ensino-

    Aprendizagem)

    Vimos, nos textos anteriores do nosso caderno de estudos que cada aula, tem um

    potencial didtico diferente, dependendo do fim a que se prope, bem como suas

    limitaes especficas. Por isso, No possvel oferecer receitas metodolgicas prontas eacabadas, como quem entrega uma receita de bolo A razo: os ingredientes so muitos e

    Escolha dasmetodologias de

    ensino

    Experincia didtica doprofessor

    Processo de ensino

    Tempo disponvel

    Estrutura do assunto e tipode aprendizagem envolvido

    Contribuies e limitaesdas atividades de ensino

    Tipos de alunos

    Aceitao e experincia dos

    alunos

    OBJETIVOSEDUCACIONAIS

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    variam em cada situao de ensino-aprendizagem, alm de variar a personalidade do

    professor e as caractersticas dos alunos.

    Portanto, as estratgias de ensino, devem ser propostas pelo professor de forma

    que possam ser realmente compreendidas pelos alunos. Isto significa que o professor, ao

    selecionar determinadas metodologias, precisa est seguro de que seus alunos

    apresentam os pr-requisitos necessrios para a sua compreenso. Para sua melhorcompreenso, selecionamos algumas estratgias de ensino para serem estudadas e

    analisadas por voc professor.

    Algumas estratgias de ensino-aprendizagem

    Sabemos que as estratgias de ensino so em grande nmero, entretanto, muitos

    so os professores que dominam uma nica estratgia, que a da exposio. Tambm h

    muitos professores que, embora conhecendo outras estratgias, no as aplicam por no

    se sentem seguros para aplic-las.

    E ainda h os professores que diversificam suas estratgias unicamente pelo

    desejo de diversificar, sem saber se so ou no adequadas aos seus propsitos. Ao se

    decidir pela aplicao de determinada estratgia, o professor dever certificar-se de que

    esta adequada sua clientela e tambm aos objetivos que pretende alcanar com sua

    utilizao. Vejamos algumas estratgias de ensino aplicadas pelos professores, pontuando

    suas vantagens e desvantagens.

    A aula expositiva

    Caracterizao

    A aula expositiva consiste numa preleo verbal utilizada pelos professores com o

    objetivo de transmitir informaes a seus alunos. um procedimento bastante antigo.

    Sabe-se que foi utilizado pelos filsofos da antiguidade, pelos escolsticos da idade

    Mdia, pelos professores do Renascimento e continua sendo aplicado pela maioria dosprofessores.

    No Brasil constitui seguramente o procedimento mais empregado em todos os nveis

    de ensino. Em muitas escolas utilizada quase de forma exclusiva e so em grande

    numero os professores que identificam ensino com exposio.

    Ao mesmo tempo em que a estratgia mais utilizada tambm a mais controvertida.

    Enquanto alguns professores defendem seu uso, sobretudo pela praticidade, outros a

    criticam, chegando a conceituar aula expositiva como um processo em que os fatos sotransmitidos das fichas do professor para o caderno do aluno sem passar pela mente de

    nenhum dos dois.

    Escolstica

    A Escolstica

    uma linhadentro dafilosofiamedieval, deacentosnotadamentecristos,surgida danecessidade deresponder sexigncias def, ensinadapela Igreja,

    consideradaento como aguardi dosvaloresespirituais emorais de todaa Cristandade.Por assimdizer,responsvelpela unidadede quecomungava da

    mesma f.

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    Papis do professor numa aula expositiva

    A exposio uma forma de expresso verbal extremamente usada na sociedade.

    O comportamento dos professores numa aula expositiva no apenas ensina os contedos,mas serve de modelo para os alunos aprenderem a ouvir, compreender e fazer suas

    prprias apresentaes. Da a necessidade de cuidados para preparar e ministrar esse tipo

    de aula. Quando ministra uma aula, o professor ensina no apenas o contedo, mas

    ensina a aprender. E, como voc mesmo j refletiu no texto anterior, o professor ensina

    tambm a ensinar: o professor est servindo-se de modelo, modelando seus alunos todo o

    tempo.

    Numa exposio o que faz o professor?

    Apresenta informao verbal pertinente;

    Mostra e explica conceitos concretos;

    Mostra e explica conceitos definidos e regras;

    Demonstra procedimentos, raciocnios ou formas de anlise ou prova;

    Explica como resolve problemas

    Existem diversas formas de exposio, incluindo a dog