intervenÇÕes urbanas: a presenÇa da pichaÇÃo na paisagem da cidade de sÃo paulo

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    INTERVENES URBANAS:

    A PRESENA DA PICHAO NA PAISAGEM DA CIDADE DE SO PAULO

    Rosane CantanhedeMestra em Cincia da Arte/UFF

    Professora de Educao Artstica do ensino mdio tcnico edo curso de ps-graduao Lato Sensu

    Instituto Federal de Educao Cincia e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ),Campus So Gonalo

    [email protected]

    GT: Para alm da paisagem: o corpo e as novas formas de habitar e conviver.

    Palavras-chave: Artes Visuais, Arte Urbana, Grafite, Pichao.

    Escrita Urbana - Reflexos do Caos

    Desde a ltima dcada do sculo XX a pichao cresceu nas cidades brasileiras

    em propores epidmicas e, a exemplo do que aconteceu em Nova York nos anos

    1970, vem sendo encarada como um problema insolvel para os governos municipais.

    Os motivos desse fenmeno apontam para o crescimento desordenado dos centros

    urbanos nos pases da Amrica Latina e para a m distribuio da renda que agravaram

    as diferenas sociais na maioria das grandes cidades brasileiras desde os anos 1980.

    O eixo Rio-So Paulo passou a abrigar uma populao marcada por conflitos sociais

    e por uma poltica excludente que veio provocar um crescimento catico em reas

    perifricas da cidade. Se considerarmos a populao no incio do sculo XX no Brasil

    apenas 10% concentravam-se em cidades e a grande maioria em comunidades de reas

    rurais; atualmente essa porcentagem subiu para cerca de 60 ou 70%. (CANCLINI,

    2006:285) Segundo o pesquisador Jos Manuel Venezuela Arce, na dcada de 1990, 9%

    da populao urbana brasileira se encontrava abaixo do nvel de pobreza absoluta. O

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    autor ressalta que as favelas desenvolveram-se com a primeira dcada (do sculo XX),

    e a urbanizao foi incorporando de maneira crescente afro-brasileiros que haviam

    acabado de obter sua libertao com a abolio da escravatura, no final do sculo

    XIX. (1999:27)

    O processo de favelizao, seja ela vertical ou horizontal, provocou um fosso

    entre as classes sociais, concentrando nessas reas uma populao que sobrevivia com

    baixas remuneraes, subempregos e trabalho informal. As grandes cidades brasileiras

    na dcada de 1990 viveram a escalada do crime organizado que girava em torno do

    trfico de drogas. O problema da violncia urbana e a intolerncia da populao face ao

    cenrio de crescente favelizao geravam um clima de insegurana para a populao

    jovem que, segundo Arce, define expectativas de vida e opes prematuras de morte.(1999:31) O autor elenca algumas expresses juvenis, dentre estas o grafite, que se

    destaca como uma resposta ao cenrio urbano marcado por problemas econmicos, pela

    violncia e pela ausncia de oportunidades a estes jovens. Os agravantes dizem respeito

    s reas de circunscrio desses jovens, aonde os conflitos socioeconmicos e de

    violncia, seja por parte do poder pblico, seja nos micro ncleos do crime organizado,

    predominantemente voltado ao trfego de drogas, faz com que essa forma de expresso

    se manifeste de forma marginal, estendendo suas aes para alm dos limites decircunscrio em busca por outros territrios da cidade.

    Nota-se que em So Paulo h uma maior concentrao de pichadores em regies

    da cidade em que a paisagem destituda de qualquer atrativo, fato que impulsiona

    ainda mais o interesse desses jovens para uma reconfigurao da paisagem local. o

    caso de HOMENS PIZZA SAM de Diadema i que picha desde 1991, e relatou no

    documentrio Escrita Urbana, 3, os motivos que o levaram a aderir pichao:

    A gente morava num lugar bem humilde e no tinha muito com o que se

    divertir, e como na minha rea tinha muito pichador, agente ficava olhando

    e admirava. Para ns, os desenhistas de hoje em dia, como o Maurcio de

    Souza, na poca eram os pichadores. E na escola tambm havia muita

    pichao. Como sempre me interessei por artes me interessei pela pichao.

    No s eu como vrios amigos que hoje em dia fez, faz, e outros pararam.

    Tem os que trabalham e ganham dinheiro com isso por causa da pichao, e

    tem pessoas que tiveram muitos problemas por causa da pichao, finadosii...

    eu sempre gostei de desenhar, mas no tinha curso, estudo, nada, a me

    interessei. (ESCRITA URBANA 3, 2007)

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    Como um grito que expe sociedade essa realidade, os jovens marcam o

    percurso de seu pertencimento social de forma a se fazer presente em reas de maior

    fluxo urbano como nas regies centrais das grandes cidades, objetivando atrair o olhar

    do pblico, que normalmente se mostra indiferente para essa realidade. Por sua vez, so

    encarados pela sociedade como vndalos, marginais, selvagens, rebeldes, a tribo dos

    guerreiros escribas underground, predominante e crescente na bolsa amnitica da

    periferia (DJAN, CAU, 2011); isto se deve ao fato da pichao se manifestar como

    uma expresso visual com caractersticas transgressoras, partindo de intervenes que

    vo de encontro s leis sociais.iii Sem interesse em estabelecer um canal de

    comunicao, a pichao, em So Paulo, permanece voltada para agredir a

    sociedade, afirma o fotgrafo Choque Photosiv.

    Pichao - Profisso Perigo

    Encarada como esporte, diverso, ou meio de fazer amigos, muitos grupos de

    jovens esto aderindo pichao de forma crescente, imprimindo suas marcas em reas

    perifricas e central da grande So Paulo. Nota-se que a diversidade de interesses vem

    contribuindo para que essa forma de interveno esteja em toda parte. Pichar no espaourbano , na definio dos prprios pichadores, uma profisso perigo. Representa uma

    carreira que pode ser curta, que envolve muita adrenalina e um estado de constante

    apreenso. H uma linha frgil que separa as simples expresses urbanas da

    criminalidade, e a ultrapassagem desses limites pode provocar a sada de muitos, ou

    porque so pegos pela polcia, ou devido morte em acidentes durante as intervenes.

    Observa-se que houve uma transformao nas intervenes urbanas atravs da

    pichao paulista do incio da dcada de 1970 aos dias atuais. Segundo Celso Gitahy,essa transformao divide-se em quatro fases com entrelaamentos entre essas etapas

    ainda nos dias atuais.

    A primeira fase caracteriza-se pela estratgia do bombardeamento de uma

    determinada marca, logo ou signo que se apoia no maior nmero possvel de

    intervenes. necessrio observar que o procedimento baseado na repetio, seja de

    signos ou de imagens, perpassa a todas as quatro fases, tanto na pichaov como no

    grafitevi

    , sendo normativa para garantia de sucesso e reconhecimento dos que executamessas intervenes.O bombardeamento de uma determinada marca quando esgotado em

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    seu territrio, regio ou cidade pode se estender a outras reas fora dos limites de

    circunscrio desses grupos, podendo chegar a outras cidades e inclusive a outros

    pases.

    A segunda fase marcada pelas disputas territoriais entre as gangs, famliasvii

    ou crews (grupos), quando cada coletivo cria seu nome e desenvolve sua marca de

    identificao a fim de se fazer reconhecer. Surge ento logos (tags) em uma tipologia

    especialmente elaborada com fins de marcar o estilo da assinatura dos grupos. De modo

    que, cada rea da cidade apresenta intervenes que identificam as famlias de

    pichadores locais, cujos nomes quase sempre dizem respeito a fatos e vivncias de seus

    membros fundadores.viii

    Existe uma tradio na pixaoix

    paulista, cada turma tem uma letra padro

    como um slogan de uma empresa, ento cada integrante que entra na turma

    tem que seguir aquele padro de letra, mas com o tempo cada integrante

    acaba deixando um DNA dele naquela letra padro da turma. Por exemplo,quem inventou a letra padro do CRIPTA foi o fundador da turma CBR, mas

    como ele parou por volta de 1999, eu continuei de 2000 pra c, e todo

    processo criativo passa por minhas mos, e das minha mos passara para os

    novos integrantes da turma. Esse tambm um ciclo natural da pixao,

    como um crculo vicioso que se renova a cada gerao. (DJAN, C. ementrevista a autora via e-mail, em: 24 jan. 2011)

    A terceira fase, e a mais perigosa, caracterizada pelo surgimento de pichaes

    no alto dos edifcios ou picos. Foi quando os pichadores deixaram o asfalto e

    arriscaram-se em intervenes cada vez mais ousadas em busca de visibilidade e espao

    na mdia.

    Por fim, a quarta fase, que tambm integra as trs anteriores, refere-se

    expanso da pichao, e ao crescimento do nmero de adeptos em intervenes cada

    vez mais arriscadas e desafiadoras, estes agem estimulados pela ideia de

    reconhecimento e visibilidade nas mdias impressas e telemticas. A despeito do apelo

    da fama e visibilidade, o interesse pela pichao apresenta-se como uma opo por

    intervenes mais rpidas e diretas, que envolvem riscos, muita ousadia e preparo

    fsico.

    CRIPTA DJAN, em depoimento no documentrio PixoAo (2011), descreve

    esse processo de transformao, inicialmente se pichava no baixo, ou subia no alto e

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    fazia um picox. Com a evoluo, surgiram as escaladas no primeiro andar das

    janelas, depois em cima das janelas, tambm era raro o p nas costasxi

    . Hoje em dia

    j fazem trs em p. DJAN enumera as categorias e principais alvos da pichao

    paulista:

    Existem vrios alvos para pixadores na cidade, alguns preferem pixar em

    locais menos arriscados como muros e portas, outros preferem se arriscarmais pixando topos e fachadas de casas e prdios, ou escalando prdios e

    janelas pelo lado de fora. No caso da CRIPTA nossa turma sempre se

    destacou mais pelo risco das escaladas e janelas, e as invases para pixar os

    topos dos prdios.Alguns alvos so previamente estudados, outros acabamsurgindo durante a madrugada, muitas vezes vamos com mais de um alvo em

    mente no rol, e quando um deles ou nenhum d certo acabamos

    improvisando e pixando o que aparecer pela frente. xii

    (Entrevista a autora via e-mail, em: 24 jan. 2011)

    Figuras 1e 2: Escaladas janelas e Trs em p. Foto da autora.Fonte: Vdeo Escrita Urbana 2, 2004.

    O carter efmero dessas intervenes no permite sua conservao no espao

    pblico, mesmo assim, alguns pichadores costumam datar suas intervenes para serem

    reconhecidas, principalmente quando so executadas em locais perigosos e de difcil

    acesso. Para o pichador MAX, o bom da data que o cara t fazendo hoje, e vai

    colocar a data, amanh ele passa, e caramba, vai t l. Ento o passado que vai t

    presente. (ESCRITA URBANA 3, 2007)

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    Escrita Urbana

    Signos grficos repetem-se em curtos espaos sobre as superfcies da arquiteturaurbana transformando suas fachadas, reconstruindo-as em uma segunda pele que se

    forma, descartando a informao de origem. Foi assim que surgiram as escritas de rua

    inspiradas na verticalidade da cidade de So Paulo, reforadas pelos picos e pelas

    escaladas que ao mesmo tempo desenvolveram uma maneira particular de interferir

    nos espaos verticais dos prdios da cidade.

    Qual a origem desse alfabeto? Onde

    encontrar referencia que nos ajudem a entenderessas manifestaes que no se enquadram no

    erudito ou no popularxiii, que atravessam esses

    limites ou esto ao largo?

    Canclini traz luz a esses questionamentos ao

    tecer uma anlise dos processos de hibridao

    intercultural a partir de um estudo sobre a cultura

    urbana. Segundo o autor, esse processo dehibridao acontece na quebra e mescla das

    colees organizadas pelos sistemas culturais, que

    se do a partir da desterritorializao dos processos

    simblicos e da expanso dos gneros impuros

    reconhecidos nas expresses do grafite e

    quadrinhos. O rompimento desses limites permitiu o

    desenvolvimento de uma semiologia urbana comseus cdigos (smbolos e signos grficos), que

    identificam e representam os diferentes grupos que

    atuam no tecido urbano.

    Figura 3: CRIPTA DJAN - Bombardeio em SP, Centro de So Paulo, 2003. Fonte: Foto doautor, disponvel em: www.facebook.com. Djan Ivson Cripta, acesso em: 29/05/2012

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    Consideraes Finais

    Independentemente das categorias onde atuam e, ao contrrio dos grafiteiros, os

    pichadores no so valorizados pela sociedade e sim pelos seus pares; as razes dessesucesso so os graus de dificuldades dessas intervenes ao longo do permetro urbano,

    o que lhes garantem um lugar de destaque em seu crculo. Isto porque a pichao

    concede reconhecimento mais rpido que o grafite. Contudo a armadilha da fama pode

    tornar refm queles que s visam o reconhecimento, pois to logo deixem de executar

    suas aes perdem posio caindo no anonimato, sendo imediatamente substitudos por

    outros.

    Apesar do carter efmero desse gnero de interveno, no so poucos os que

    atravessam a cidade deixando suas inscries adesivadas ao longo das superfcies da

    arquitetura urbana. Disputando acirradamente cada espao e superfcie, inventam e

    reinventam novos meios de intervir na cidade de So Paulo. Colam-se s laterais dos

    edifcios, em seus tetos, sacadas e janelas agindo maneira dos super-heris, sem

    nenhuma rede de proteo, cordas ou cintos de segurana. No ato de escalar, deixam

    seus nomes ou desenham signos indistintamente em todas as direes, construindo

    atravs da escrita seus percursos e atravessamentos. dessa maneira que visam o topodos edifcios ou picos, que em um sentido simblico representa a ascenso, o chegar

    l. Superam-se em um esforo sobre humano para alm dos limites fsicos de modo a

    deixarem suas assinaturas de ponta cabea, como forma de se imortalizarem e de

    dizerem estive aqui.

    BIBLIOGRAFIA

    _ ARCE, J.M.V. Vida de barro duro: cultura popular juvenil e grafite. Traduo de HeloisaB. S. Rocha. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1999.

    _ ANJOS, Moacir dos (So Paulo). Fernanda Mena. "'Pixo' questiona limites que separamarte e poltica", diz curador da Bienal de SP. Folha.com Ilustrada, So Paulo, 15 abr. 2010.Disponvel em: . Acesso em: 04 maio 2012.

    _CANCLINI, N. Culturas Hbridas. So Paulo: EDUSP, 2006.

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    _ DJAN, Cripta; entrevista com CAU; Subsolo Art.com/bolg. Entrevista com o pixadorCripta Djan. Postado tera-feira, 1 de setembro de 2009, 09:00. Disponvel em:. Acesso em: 22ago. 2011.

    _ DJAN,C. Canal de. Trailer do Documentrio "PIXO" de Joo Weiner. Disponvel em:. Acesso em: 22 ago. 2011.

    _ ESCRITA URBANA (Brasil). Direo Cripta Djan (Org.). Homens Pizza: Volume 7. SoPaulo, 2007. CD-ROM.

    _ ESCRITA URBANA (Brasil). Produo Cripta Djan e TH (Org.). Volume 2. So Paulo,2004. CD-ROM.

    _ GITAHY, Celso. O Que Graffiti. 1a. Edio So Paulo: Editora Brasiliense, 1999. 83 p.

    iMunicpio localizado ao sul de So Paulo e pertencente Regio do Grande ABC. De acordo

    com o IBGE sua populao total de 386.039 habitantes sendo o 15 mais populoso do estado.ii

    A palavra finados uma aluso aos pichadores que morreram durante as intervenes.iii

    LEI N 12.408, DE 25 DE MAIO DE 2011.Art. 65. Pichar ou por outro meio conspurcaredificao ou monumento urbano: Pena - deteno, de 3 (trs) meses a 1 (um) ano, e multa. 1

    oSe o

    ato for realizado em monumento ou coisa tombada em virtude do seu valor artstico, arqueolgico ou

    histrico, a pena de 6 (seis) meses a 1 (um) ano de deteno e multa. (NR)iv

    CHOQUE PHOTOS possui um acervo fotogrfico dessas intervenes e teve suas obras expostas

    na 29. Bienal Internacional de Arte de So Paulo, 2010.v A pichao se utiliza de repeties do mesmo signo grfico (tag), desenho ou assinatura.vi O grafite busca realizar o maior nmero de pinturas que podem trazer o mesmo tipo de imagensou no, e que ocupam diferentes de locais da cidade.vii Famlia uma forma de tratamento que significa grupo ou coletivo de pichadores. O termogang considerando pejorativo entre alguns grupos.viii

    Segundo Cripta Djan, o nome da famlia CRIPTA surgiu a partir do seriado Contos da criptaque era apresentado pela TV Globo na dcada de 1990.ix Pixao, ou simplesmente o pixo, com 'x' mesmo, grafia usada por seus praticantes para

    diferenciar o que fazem hoje em So Paulo das pichaes poltico-partidrias, religiosas, musicais, ou

    mesmo ligadas propaganda que h vrios anos enchem os muros e paredes da cidade, a despeito do

    quo 'limpa' ela queira apresentar-se.(ANJOS, Moacir, 2010)x

    Denominao para as interferncias no alto dos edifcios.xiP nas costas uma expresso usada para as escadas humanas no qual o pichador apoia os

    ps nos ombros de outro integrante do grupo, ou em um parceiro para executar sua interveno.xii

    Sic.xiii

    Segundo CANCLINI, as culturas populares se inserem nas categorias de pares de oposies

    convencionais, (subalterno/hegemnico, tradicional/moderno), usados para falar do popular.

    (2006:283)