história da pichação carioca

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A História A pichação é um efeito colateral do sistema que não vai bem, é a válvula de escape de uma determinada seção da população que não se adapta as pressões da nova era. A pichação carioca pode ser considerada uma das pioneiras neste tipo de vandalismo na cena nacional. Surgida na década de 70, com linguagem própria e diferenciada das demais cidades do Brasil, possui sua origem nos escritos de protesto contra a ditadura militar e em outras situações que sem o contexto da repressão a desenvolveu descompromissada com a ideologia política atingindo os moldes em que se encontra hoje. A popularização dos nomes passou a ser o objetivo principal. Esta disputa pela dominação de áreas e hoje em dia dominação de topos aonde o Rei é aquele que possui mais nomes e em locais mais difíceis, é um esporte chamado “Xarpi”, uma arte proibida, como dizem seus praticantes. “Xarpi” é uma palavra originária da “língua do TTK”, dialeto originário das prisões e difundido no bairro do Catete pelos pichadores com o objetivo de confundir as demais pessoas. Para que isso ocorra as palavras são faladas “de trás para frente” explicando assim o “xar-pi” / “pi–xar”, lembrando que pela norma culta da língua portuguesa a escrita correta é “pichar”, mas acabou sendo adotada com “x” por seus praticantes. Deste tempo antigo alguns nomes ficaram marcados na galeria da fama da pichação carioca como “Ley14” (nome que fazia alusão a Lei estatal contra pichadores), “Zargo” (gozar na língua do TTK), “Jan”, “Rolê”, “Snoopy”, “Mad”, “Osca”, “Kil”, “Canto”, “Néon”, “Smal”, “Pão”, “Bin”, “Tay”, “Lebre”, “Omo” além de siglas como DGL (Demônios da Glória), RC (Rebeldes do Centro), TPI (Turma pirata de Inhaúma) e LD (Legião Diabólica). É importante destacar que o pichador “Tay” até hoje nunca parou de pichar mantendo-se sempre na ativa e conquistando a maioria dos territórios do Rio de Janeiro. Daquele tempo até hoje muita coisa mudou no país, desde a dinâmica da cidade até a maneira de se expressar. No princípio, qualquer lugar era lugar para pichar, tinha muito espaço e quase nada de concorrência; com o tempo, os “xarpis” foram percebendo que era mais prático escolher locais em que os nomes não apagassem tão rápido, acumulando assim a maior quantidade de nomes pela cidade e surgindo então a cultura da pedra, do tijolinho, da pastilha ou seja, a idéia do “eterno” que teve como um de seus precursores e como o maior ídolo o legendário “Tane”, que hoje, mesmo tanto tempo depois, ainda possui nomes nas maioria das pedras em todos os bairros do Rio de Janeiro. Apesar de vivo, “Tane” enlouqueceu por conta das drogas e muito pouco fala sobre aquela época, como conta “Playboy FR”, um dos poucos que ainda mantém contato com o ex-pichador. Depois de dominar as pedras e os eternos rasteiros, os pichadores se multiplicaram e começaram a concorrer nos espaços. Percebeu-se então que os lugares mais altos chamavam mais atenção para os seus nomes, e assim nasceu a cultura da dificuldade aonde os maiores escaladores eram venerados pelos demais surgindo desta época o rei da pichação carioca e um dos mais famosos pichadores do Brasil, o Vinga, que apesar de morto a alguns anos atrás (como a maioria dos pichadores acreditam), é venerado até hoje pela criação de seqüências em prédios dificílimos de escalar e por pichar muitas igrejas como a da Candelária que fica no cruzamento das duas ruas mais importantes do centro do Rio, e ainda, principalmente pelas inúmeras matérias nos principais jornais do Brasil que não só anunciavam o acontecido como destacavam o abuso e a coragem do pichador do “Relógio da Central”, localizado no topo de um dos edifícios mais altos do Rio e que abriga a principal estação final de trens, a famosa Central do Brasil. O Relógio da Central foi pichado duas vezes por Vinga ganhando destaque em inúmeros jornais impressos e televisivos consagrando-se desde então.

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Page 1: História da Pichação Carioca

A História

A pichação é um efeito colateral do sistema que não vai bem, é a válvula de escape de uma determinada seção da

população que não se adapta as pressões da nova era.

A pichação carioca pode ser considerada uma das pioneiras neste tipo de vandalismo na cena nacional. Surgida

na década de 70, com linguagem própria e diferenciada das demais cidades do Brasil, possui sua origem nos

escritos de protesto contra a ditadura militar e em outras situações que sem o contexto da repressão a

desenvolveu descompromissada com a ideologia política atingindo os moldes em que se encontra hoje.

A popularização dos nomes passou a ser o objetivo principal. Esta disputa pela dominação de áreas e hoje em dia

dominação de topos aonde o Rei é aquele que possui mais nomes e em locais mais difíceis, é um esporte chamado

“Xarpi”, uma arte proibida, como dizem seus praticantes.

“Xarpi” é uma palavra originária da “língua do TTK”, dialeto originário das prisões e difundido no bairro do

Catete pelos pichadores com o objetivo de confundir as demais pessoas. Para que isso ocorra as palavras são

faladas “de trás para frente” explicando assim o “xar-pi” / “pi–xar”, lembrando que pela norma culta da língua

portuguesa a escrita correta é “pichar”, mas acabou sendo adotada com “x” por seus praticantes.

Deste tempo antigo alguns nomes ficaram marcados na galeria da fama da pichação carioca como “Ley14” (nome

que fazia alusão a Lei estatal contra pichadores), “Zargo” (gozar na língua do TTK), “Jan”, “Rolê”, “Snoopy”,

“Mad”, “Osca”, “Kil”, “Canto”, “Néon”, “Smal”, “Pão”, “Bin”, “Tay”, “Lebre”, “Omo” além de siglas como DGL

(Demônios da Glória), RC (Rebeldes do Centro), TPI (Turma pirata de Inhaúma) e LD (Legião Diabólica). É

importante destacar que o pichador “Tay” até hoje nunca parou de pichar mantendo-se sempre na ativa e

conquistando a maioria dos territórios do Rio de Janeiro.

Daquele tempo até hoje muita coisa mudou no país, desde a dinâmica da cidade até a maneira de se expressar.

No princípio, qualquer lugar era lugar para pichar, tinha muito espaço e quase nada de concorrência; com o

tempo, os “xarpis” foram percebendo que era mais prático escolher locais em que os nomes não apagassem tão

rápido, acumulando assim a maior quantidade de nomes pela cidade e surgindo então a cultura da pedra, do

tijolinho, da pastilha ou seja, a idéia do “eterno” que teve como um de seus precursores e como o maior ídolo o

legendário “Tane”, que hoje, mesmo tanto tempo depois, ainda possui nomes nas maioria das pedras em todos os

bairros do Rio de Janeiro. Apesar de vivo, “Tane” enlouqueceu por conta das drogas e muito pouco fala sobre

aquela época, como conta “Playboy FR”, um dos poucos que ainda mantém contato com o ex-pichador.

Depois de dominar as pedras e os eternos rasteiros, os pichadores se multiplicaram e começaram a concorrer nos

espaços. Percebeu-se então que os lugares mais altos chamavam mais atenção para os seus nomes, e assim

nasceu a cultura da dificuldade aonde os maiores escaladores eram venerados pelos demais surgindo desta época

o rei da pichação carioca e um dos mais famosos pichadores do Brasil, o Vinga, que apesar de morto a alguns

anos atrás (como a maioria dos pichadores acreditam), é venerado até hoje pela criação de seqüências em prédios

dificílimos de escalar e por pichar muitas igrejas como a da Candelária que fica no cruzamento das duas ruas

mais importantes do centro do Rio, e ainda, principalmente pelas inúmeras matérias nos principais jornais do

Brasil que não só anunciavam o acontecido como destacavam o abuso e a coragem do pichador do “Relógio da

Central”, localizado no topo de um dos edifícios mais altos do Rio e que abriga a principal estação final de trens, a

famosa Central do Brasil. O Relógio da Central foi pichado duas vezes por Vinga ganhando destaque em

inúmeros jornais impressos e televisivos consagrando-se desde então.

Page 2: História da Pichação Carioca

A Caligrafia e os Novos Tempos

A evolução em relação à estética da caligrafia também foi grande, percebendo na letra diferenças de traços finos,

rápidos, circulares e legíveis do princípio para os nomes pontiagudos, vagarosos, foscados, ilegíveis e muitas

vezes simbólicos da nossa atualidade.

Diferente de outras áreas do Brasil, a pichação carioca é constituída por letras em estilo tag e exclusivamente

feitas com spray. No ultimo ano percebemos o aparecimento e “destruição” da Costa Verde do Rio de Janeiro com

pichações ainda em formato tag, porém feitas com tinta látex e rolinho nos mais diversos locais, inclusive trens.

Esta nova técnica tem origem na sigla “K.” (kabulosos) formada por ex integrantes da “AR” (Amantes do Rabisco)

como “Irak” e “Sor” que afirmam que essa mudança ocorreu pela falta de acesso ao spray e pela tranqüilidade na

madrugada do local que não exige tanta rapidez como nas pichações de zonas mais movimentadas.Também

fazem parte deste novo estilo nomes como “Arpa” e “Bobe” (Vencedor do prêmio “Melhor do Topo” do Xarpi Rap

Festival por pichar muitos os topos em todo o caminho da linha do trem ) ainda da AR, uma das mais tradicionais

siglas da pichação carioca.

Page 3: História da Pichação Carioca

São tempos de mudanças aonde muitas coisas inexplicáveis aconteceram. Uma dessas foi o que chamamos de “O

Boom do Xarpi” que aconteceu no ano de 2005 aonde antigos pichadores da década de 80 - nomes como “Tico”,

“Claidy”, “Mr.Zoom”, “Panda”, “Pezão”, “Fos”, “Stu”, “Zak”, “Joe”, “Sar”, “Kinka” e “Mik” além de siglas como GA

(Grafiteiros Anarquistas) e a já citada LD – que hoje são professores, policiais, bombeiros, empresários entre

outras profissões, voltaram à ativa estimulando a pichação tanto na galera antiga quanto nos novos adeptos da

cultura.

Tudo começou com a febre dos flogs de pichação na internet e as comunidades virtuais do Orkut aonde

pichadores de diversas gerações tiveram a oportunidade de se reencontrarem ocorrendo assim um estímulo

mútuo que nesta brincadeira de “relembrar os velhos tempos de moleque”, surgiu através da idéia do “Ranes” -

um dos mais antigos pichadores do Rio que teve grande fama em sua época e até hoje conserva o seu respeito e

admiração - a G80 que como ele mesmo fala tinha o objetivo de reunir os “Xarpinossauros” da década de 80.

Page 4: História da Pichação Carioca

Com a criação da G80 e a revigorarão da pichação através do reaparecimento dos antigos, foi possível a criação

de inúmeros eventos. Reapareceu a antiga reunião da Penha e criou-se o churrasco toda primeira quarta-feira do

mês e ainda surgiu o “Xarpi Rap Festival” que inspirado no “Hutúz Rap Festival” teve sua primeira edição em

novembro de 2007 contando com a presença de mais de 500 pessoas entre os maiores pichadores vivos da

história carioca além das almas dos falecidos, como brinca Tokaya um dos organizadores do festival e famoso pro

criar bordões como o já clássico “ O mais subterrâneo do submundo” que foi estampado no subtítulo do Flyer do

evento e todos os principais fotologs de pichação. Outro bordão clássico é “A Penha é relíquia e nada mudará

nossa conduta” que é uma frase antiga do Poeirinha, atendente do bar da réu (abreviação de reunião, encontro de

pichadores) e que acabou criando identidade com os pichadores que sofreram diversas pressões para mudança

do local feita por policiais, moradores além do pessoal da SuperVia (a reunião fica perto da estação de trem) mas

que nunca cederam e por isso foi adotada pela galera e hoje é a frase mais repetida do mundo da pichação. Além

da votação dos melhores do ano, aonde votaram em categorias como “Melhor topo” e “Destaque do Ano” mais de

470 pessoas, o Xarpi Rap Festival conta com show de rap e batalha de freestyle com os principais MCs do Rio de

Janeiro, troféu e apresentação de old Dirty Bacon, ilustre e tradicional integrante da Cachaça Crew. Já em sua

segunda edição, o evento foi realizado em um clube fechado a pedido da polícia que registrou na primeira edição

realizada debaixo do viaduto da Penha mais de 130 ligações em menos de 5 horas de evento com reclamações que

iam desde som alto, moleques pendurados nas janelas do bairro à pichações em massa.

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Organizado pela “Família 5 Estrelas”, a reunião da Penha e o Xarpi Rap Festival mudou todo o conceito de

reunião e foi o divisor de águas da pichação carioca, e o que antes era um mero encontro semanal virou um

grande acontecimento e o maior evento da historia da pichação nacional.

A família 5 Estrelas que também pode ser chamada de ONG pela sua ideologia sem ligações política ou fins

lucrativos - com diz Anão um dos fundadores do grupo - é mais um marco na história pois diferente de outros

lugares, no Rio escreve-se o nome do pichador destacado como elemento principal e por fim e nem sempre

presente em tamanho bem menor, a sigla, que é o grupo que aquele pichador pertence e que dificilmente passa de

15 integrantes. Muitos desses preferem seguir “carreira solo” pichando unicamente o seu nome. Com a criação da

5 Estrelas, inspirada na idéia da G80 aonde vários malucos de várias siglas diferentes colocam G80 como uma

união maior, a 5 Estrelas surgiu com o objetivo de unir amigos de siglas diferentes, mas com um pensamento em

comum: A humildade, igualdade, disposição e democracia.

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Page 9: História da Pichação Carioca

Um pouco mais tarde surgiu a “40°”: “ - Como eu não queria tacar 5 Estrelas eu fundei a 40º, é um direito

meu.”Como diz Dosi em uma entrevista para um documentário de pichação que irá para o mercado ilegal dos

DVDs piratas da Uruguaiana ainda este ano. Também parte das entrevistas do documentário, Ari FL, outro 40º

que afirma: “ - 40º e 5 Estrelas são tudo amigo.” Quebrando qualquer possibilidade de desavença ou rincha entre

as duas grifes (fig.23) . Além deste documentário da reunião da Penha, podemos conferir no Youtube outros

trailers de filmes de pichação como o acessadícimo “Que o Mundo veja”, do diretor Dom e que de cara abre com

uma “escalada” de Kadu, um grande nome da geração 2000 do Rio de Janeiro.

União, Respeito e Integração

É importante destacar que os pichadores cariocas - com poucas exeções de desentendimentos pessoais - são

muito unidos o que possibilitou todos esses tipos de uniões e confraternizações, pois brigas são escassas e o

Page 10: História da Pichação Carioca

respeito sempre prevalece. Existem regras básicas e tradicionais como a relação direito de espaços e distâncias

entre os nomes o que acaba amenizando os desentendimentos sobre o assunto. Uma pichação, por exemplo, não

pode nunca tocar a outra e também é proibido infiltrar-se na seqüência de nomes de outros pichadores e nunca,

jamais, deve existir o atropelo. Como em quase 100% dos casos as regras fundamentais são seguidas, muito

poucas confusões são causadas acabando favorecendo a união dos grupos. Quando alguém quebra as regras, na

maioria das vezes por falta de experiência, é tirado como que chamamos de “comédia” gerando no indivíduo a

necessidade de conhecer as regras e se adaptar para ser aceito e respeitado. Para esses casos foi criado na votação

do “Xarpi Rap Festival” a categoria “Cagão do ano” aonde o pichador Sow de Caxias ganhou com mais de 50%

dos votos e foi “premiado” com o troféu abacaxi de 2007 além do fotolog “foimalvaleu” que mostra os mais

absurdos atropelos e sufocações do xarpi.

Outra situação de mudança que vem acontecendo e o fato das siglas de pichações estarem aceitando a integração

com grafiteiros, já que alguns fazem bombers em estilo pichação e ainda alguns pichadores passaram a fazer

bombers sem qualquer vínculo com a questão artística existente no graffiti mas por puro prazer da propagação do

nome. Como exemplo podemos citar novamente a AR que é a única sigla que nasceu no final dos anos 80 e que

conseguiu atravessar as décadas ativa e sempre se renovando graças a seu líder, o Vely ícone da pichação carioca,

vive para a mesma e possui uma vasta coleção de jornais, revistas, assinaturas e vídeos gravados de telejornais e

ainda as mais “relíquias” assinaturas pela parede interna de sua casa. Graças a esta dedicação para com a

pichação, Vely conseguiu tornar a AR a sigla com maior durabilidade de todos os tempos, são mais de 17 anos e a

cada ano mais novos pichadores desejam fazer parte desta família. O vínculo com o graffiti se deu quando um de

seus membros decidiu ir além da pichação buscando algo mais estratégico como o graffiti, não que este tenha que

ser uma arte aceitável ou comercial, mas sim um graffiti no qual possui em sua essência a pichação e a

transgressão das leis. Já com um integrante graffiteiro na sigla, Vely, que trabalha com airbrush e sempre

simpatizou com o graffiti decidiu que era hora de ir adiante e convidou mais um graffiteiro para a família, e assim

aconteceu com outras siglas e crews, que misturam a diversidade do Xarpi e do graffiti surgindo um novo estilo

de intervenção e cultura muito mais receptiva aonde o respeito é a palavra chave por que como diz mais um

bordão 5 Estrelas, o importante é se sentir bem.

Page 11: História da Pichação Carioca

Os Direitos Humanos e Os Problemas com a Polícia

A verdade é que a polícia não gosta de pichador, mas o grafiteiro por já ter o rótulo de “Artista” sempre tem um

desenrolo, mas na hora da infração aonde é pego em fragrante não importa que seja fazendo um bomber “na casa

dos outros” ou pintando um trem; pichando ou grafitando o ato de vandalismo é igual e a lei é aplicada da mesma

forma. Diante desta situação, muitos já sofreram. Tomar tapas e ser pitando é o mínimo do abuso dos policiais

para com esses jovens, pois muitas vezes outros tipos de torturas gratuitas são aplicadas e muitas vezes o infrator

é levado a morte. O desrespeito com os direitos humanos é claro. As leis foram criadas para garantir uma punição

diante de um julgamento justo, mas aqui no Brasil a morte é algo natural não só para os policiais, mas como para

os seguranças e os próprios moradores que por uma questão cultural acham que a violência é o correto para estas

situações. Temos muitos exemplos de assassinatos de pichadores. O mais recente é do pichador Caixa da VR

(Vício Rebelde) que saiu estampado nos jornais do Rio, agora não por sua proeza nas janelas dos prédios, mas

sim com a foto do seu cadáver e um texto que contava que o rapaz foi morto pichando.

Com todas estas mudanças e aperfeiçoamento da cultura em direção algo mais democrático e menos

discriminatório, tornou possível vivermos um momento único em que triunfa a união de todas as épocas desde

adolescentes dominados pelo espírito de revolta aos “coroas” que usam a pichação como “Xarpi terapia” - como

citou Nuno em uma entrevista e com um grande sentimento de nostalgia . Com certeza a ligação sentimental

entre os amigos, grupos, siglas é e sempre será o melhor da pichação para esse mundo de pessoas que podem

estar aonde menos esperamos desde no nosso gerente do banco aos nossos filhos.

Page 12: História da Pichação Carioca

Para ver mais:

www.fotolog.com/antigos_atuais07 - Fotolog com imagens dos xarpis antigos

www.fotolog.net/foimalvaleu - As piores ratações da história!

www.nunodv.blogspot.com - Blog de entrevistas com pichadores famosos

www.luzcamerapichacao.com.br - Site de Pichação Carioca

www.youtube.com/watch?v=NlNvqOWgyks&feature=related - Trailer do filme “Que o mundo

Veja”

Texto: Panmela Castro - Pesquisadora em artes e movimentos juvenis; fotos: Panmela Castro,

fotologs diversos e imagens do filme da reunião da Penha; Agradecimentos(entrevistas): Tas,

Bola, Tokaya, Palyboy, Luno, Velho, Mory, Fit, Dig, Digo, Vuca, Sucas, Fox, CMS, Nuno, Naty, Ari,

Tala, Tol, Dosi, Ete, Jax, Sase, Bobe, Dino, Vely, Arpa, Kabal, Gaio, Zuly, Ira, Raiva, Woo, Runk,

Pequeno, Lirow, Museu(SP), Sor e todos que contribuíram com as 44 entrevistas realizadas para

a matéria. Homenagens (Entrevistados falecidos durante o período das entrevistas): Pé AR e Mc

Ta Ligado (Vencedor da Batalha de Mcs do Xarpi Rap Festival).