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Interpretações do Brasil Um dos principais historiadores brasileiro Bacharel em Sociologia e Política pela UFMG, 1965. Mestre em Ciência Política. Universidade de Stanford, Califórnia, 1969 Ph.D em Ciência Política, Universidade de Stanford, 1975. Professor titular do Departamento de História na UFRJ Membro da Academia Brasileira de Letras desde 2004, na sucessão de Rachel de Queiroz Principais livros: Os bestializados (1987), A formação das Almas (1990), Pontos e Bordados (1999) e Cidadania no Brasil. O longo caminho (2001) José Murilo de Carvalho (8 de setembro de 1839- Andrelândia-MG)

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Interpretações do Brasil

Um dos principais historiadores brasileiro

Bacharel em Sociologia e Política pela UFMG, 1965.

Mestre em Ciência Política. Universidade de Stanford, Califórnia, 1969

Ph.D em Ciência Política, Universidade de Stanford, 1975.

Professor titular do Departamento de História na UFRJ

Membro da Academia Brasileira de Letras desde 2004, na sucessão de Rachel de Queiroz

Principais livros: Os bestializados (1987), A formação das Almas (1990), Pontos e Bordados (1999) e Cidadania no Brasil. O longo caminho (2001)

José Murilo de Carvalho(8 de setembro de 1839- Andrelândia-MG)

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Interpretações do Brasil

Qual é a questão da cidadania no Brasil?

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Cidadania no Brasil. O longo caminhoJosé Murilo de Carvalho

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Mapa da viagem

Discussão contemporânea da cidadaniano Brasil ganha impulso com o fim da ditadura militar em 1985

Em 1988, Brasil ganha nova constituição, que foi denominada “A constituição cidadã”

Ganha-se com o voto, mas a participação política não gerou, a curto e médio prazo, mudanças significativas no nível de desigualdade social e econômica

Cidadania é um fenômeno complexo e historicamente localizado: “o exercício de certos direitos como a liberdade de pensamento e o voto, não gera automaticamente o gozo de outros, como a segurança e o emprego. O exercício do voto não garante a existência de governos atentos aos problemas básicos da população” (pág 8)

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Mapa da viagem

Cidadania inclui várias dimensões:

direitos civis(liberdade individual de pensamento, de escolha e igualdade perante à lei) => direitos que se baseiam na justiça independente, eficiente e acessível a todos

direitos políticos (direito do voto e participação no governo)=> têm como instituição principal os partidos e um parlamento livre e representativo => idéia de autogoverno

direitos sociais=> permitem às sociedades organizadas, a redução da desigualdade produzida pelo sistema capitalista, garantindo um bem estar mínimo a todos (incluem o direito à participação na riqueza coletiva através do acesso ao trabalho, à escolaridade, à saúde, ao salário justo, à aposentadoria) => idéia de justiça social

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Mapa da viagem

Cidadania plena: - combina liberdade, participação e igualdade para todos - ideal ocidental, na prática parâmetro quase inatingível, mas importante de ser perseguido

Cidadãos incompletos: possuem apenas um dos direitos

Não-cidadãos: não possuem nenhum dos três direitos

T.A. Marshall – desenvolveu as distinções da cidadaniao Cidadania se desenvolve na Inglaterra com muita lentidãoo 1º direitos e liberdades civis (séc XVIII) => conquista do voto (direitos políticos) no século XIX e, a partir da organização social, criação de partidos , eleição de legislativos => conquista dos direitos sociais

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Mapa da viagem

a concepção de cidadania difere de acordo com a história e a cultura de cada país: “quando falamos de um cidadão inglês, ou norte-americano, e de um cidadão brasileiro, não estamos falando exatamente da mesma coisa”

Cidadania concebida dentro do projeto de Estado-Nação, que data da Revolução Francesa (1789) – luta pelos direitos dentro de fronteiras geográficas e políticas do Estado-Nação

“ A construção da cidadania tem a ver com a relação das pessoas com o Estado e com a nação. As pessoas se tornavam cidadãs à medida que passavam a se sentir parte de uma nação e de um Estado. Da cidadania como a conhecemos fazem parte a lealdade a Estado e a identificação com uma nação”

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A cidadania após a redemocratização

Nasce a “Nova República” (fim da ditadura militar,1985)

1984, rejeição da emenda “Dante de Oliveira” que propunha as eleições diretas no país. Ocorre grande mobilização: Campanha das “Diretas Já!”. Governo Militar, já desgastado, permite a eleição indireta no Colégio Eleitoral para a sucessão do gal. João Batista Figueiredo.

Paulo Maluf (pelo PDS) concorre com o Tancredo Neves (pela Aliança Democrática). Tancredo vence, mas não assume, falece antes da posse. Sarney, seu vice-presidente, assume o cargo.

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A cidadania após a redemocratização

Nova fase = Nova constituição (mais democrática)

Cada fase havia se apoiado em uma constituição 1ª República (1891), Era Vargas (1934), Pós Estado-Novo (1946), Ditadura Militar (1967)

O Congresso Constituinte foi instalado em fev. de 1987. Em out. de 1988é promulgada a Nova constituição.

Interesses conflitantes: liberais, contrários à intervenção estatal na economia X parlamentares ligados aos movimentos de esquerda, a favor da continuidade e da ampliação da atuação reguladora do Estado.

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“Pelas tabelas” (Chico Buarque de Holanda -1984)

“Ando com minha cabeça já pelas tabelasClaro que ninguém se importa com minha afliçãoQuando vi todo mundo na rua de blusa amarelaEu achei que era ela puxando o cordão

Oito horas e danço de blusa amarelaMinha cabeça talvez faça as pazes assimQuando ouvi a cidade de noite batendo as panelasEu pensei que era ela voltando pra mim

Minha cabeça de noite batendo panelasProvavelmente não deixa a cidade dormirQuando vi um bocado de genteDescendo as favelasEu achei que era o povo que vinha pedirA cabeça de um homem que olhava as favelasMinha cabeça rolando no maracanã”

Campanha pelas Diretas Já, final de 1983 e início de 1984Comício na Candelária, abril de 1984, com 1 milhão de manifestantes pelas Eleições Diretas para Presidente.

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A cidadania após a redemocratização

Chamada a “constituição cidadã”, incorporou Vários pontos importantes avanços em direção a um Estado Democrático

*Garantia dos Direitos Civis => influências da Declaração Universal dos Direitos Humanos em relação às liberdades individuais e às condições sociais mínimas para uma vida digna.

* Em relação às conquistas do trabalho => a limitação da jornada de trabalho para 44 horas semanais, o seguro-desemprego, a licença-maternidade e licença-paternidade, fixou em um salário mínimo de pagamento de pensões, ordenou o pagamento de 1 SM para deficientes e +65 anos, independente da contribuição e permitiu o direito de greve

Grande passo em relação à universalidade do voto: inclui analfabeto (8% dos eleitores) e estende a possibilidade do voto a maiores maiores de 16 anos => 1998, 66% da população votava

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A cidadania após a redemocratização

Em 1979 haviam dois partidos (MDB e ARENA), Regime Militar impunha obstáculos à organização e ao funcionamento dos partidos políticos

A legislação pós 1985 é bem menos restritiva: permite o registro provisório de vários partidos, extingue a exigência da fidelidade partidária (legisladores não são obrigados a permanecerem no mesmo partido sob pena de perderem o mandato) => Em 2000 haviam 30 partidos políticos

Problema que ainda persiste representação parlamentar em relação ao tamanho da população (“os estados do Norte e Nordeste são sobre-representados na Câmara, enquanto os do Sul e Sudeste, sobretudo SP, são sub-representados”)

MST (Movimento dos Sem Terra) “representa a incorporação à vida política de parcela importante da população, tradicionalmente excluída pela força do latifúndio”

Monumento dedicado ao MSTpor Oscar Niemeyer

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A cidadania após a redemocratização

Desencanto começa a crescer após 3º ano do Gov.Sarney (1985-1990) – democratização não resolve problemas sociais e econômicos da população, nem impede “as velhas práticas políticas”, como a corrupção e o uso privado dos recursos públicos.

1ª eleição direta para presidente – 1989 2º turno: Collor (ligados às elites, mas “apresentando-se como salvador desvinculado dos vícios políticos”, como a “corrupção”, é apoiado por um partido inexpressivo - PRN) com 28,52% dos votos X Lula (PT) com 16,08% dos votos

Collor vence a eleição no 2º turno com 49,94% contra 44,23% de Lula

Problemas no Gov. Collor: falta de apoio parlamentar e acusação de corrupção por pessoas próximas à família (por final do próprio irmão), resulta em mobilização popular, impeachment e substituição por Itamar Franco (seu vice-presidente) – afastamento dentro da lei, vitória da legalidade e dos pressupostos democráticos

Valter Capanato/ABR

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1994 – FHC é eleito no 1º turno durante seu mandato, Congresso aprova a reeleição, a qual conquista, em 1998, ainda no 1º turno

Lula, após 5 candidaturas, só viria eleger-se em 2002 e reeleger-se em 2006

Valter Capanato/ABR

A cidadania após

a redemocratização

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Ganhos da constituição:

lenta melhoria dos indicadores de qualidade de vida

Maiores dificuldades na área social =>devido à grande desigualdade social

Desigualdade maior em relação à região e à etnia. Embora “racismo” tenha virado crime inafiançável em 1989

Proteção do consumidor => Código de Defesa do Consumidor em 1990

Em 1995 foi criado o Juizado de Pequenas Causas Cíveis e Criminais

entrave à prática da cidadania => falta de conhecimentos políticos, civis e sociais da população

Valter Capanato/ABR

A cidadania após a redemocratização

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Retratos da desigualdade:

Judiciário: acesso limitado a pequena parcela da população

Cidadãos divididos em duas classes: “doutores” (acima da lei) – correspondem a 8% da população ( Renda familiar acima de 20 SM, segundo PNAD de 1996)

X “cidadãos simples” – 63%, entre 2 e 20 SM de renda familiar => para quem os códigos civil e penal, são aplicados de “maneira parcial e incorreta” X “elementos” - cidadãos de terceira classe (população marginal, trabalhadores sem carteira assinada, menores abandonados, mendigos...) - desprotegidos pela sociedade e pelas leis – 23% dos que recebem até 2 SM de renda familiar

Valter Capanato/ABR

A cidadania após a redemocratização

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A cidadania na encruzilhada

No Brasil, a cronologia e a lógica de Marshall é invertida

“1º vieram os direitos sociais, implantados em período de supressão dos direitos políticos e de redução dos direitos civis por um ditador que se tornou popular. Depois vieram os direitos políticos, de maneira bizarra. A maior expansão do direito do voto deu-se no período ditatorial, em que órgãos de representação política foram transformados em peça decorativa do regime. Finalmente, ainda hoje muitos direitos civis, a base da seqüência de Marshall, continuam inacessíveis à maioria da população. A pirâmide dos direitos foi colocada de cabeça para baixo” (pág 220)

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A cidadania na encruzilhada

Há diferentes caminhos para a cidadania

No Brasil, destaca-se a excessiva valorização à centralidade do poder Executivo (“executivo forte”, na busca de um “messias”, um “salvador da pátria”. Ex candidatos eleitos pelo voto popular após 45: GV, Jânio Quadros e Fernando Collor)

“reforço da tradição portuguesa, ou ibérica, e do patrimonialismo. O Estado é sempre visto como todo-poderoso, na pior hipótese como repressor e cobrador de impostos; na melhor, como um distribuidor paternalista de empregos e favores”

Essa cultura mais orientada para o Estado do que para representação é denominada “Estadania”, em comparação com a “cidadania”

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A cidadania na encruzilhada

Soma-se a desvalorização pelo legislativo, onde há o maior desprestígio dos políticos, embora os eleitores continuem dando a eles o seu voto por causa da expectativa em obter favores pessoais

Êxito de Vargas – “distribuição de benefício sociais por cooptação sucessiva de categorias de trabalhadores para dentro do sindicalismo corporativo achou terreno fértil em que se enraizar. Os benefícios sociais não eram tratados como um direito de todos, mas como fruto da negociação de cada categoria com o governo. A sociedade passou a se organizar para garantir os direitos e privilégios distribuídos pelo Estado” – Tal corporativismo também ocorreu na Constituição de 1988

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A cidadania na encruzilhada

Necessidade de controle fiscal => corte em benefícios sociais e fim do estado de bem-estar social, especialmente na Europa

Pensamento liberal renovado – discurso da auto-regulamentação do mercado e da redução do tamanho e papel do Estado

“Cidadão torna-se cada vez mais um consumidor, afastado de preocupações com a política e com os problemas coletivos”

A cultura do consumo se espraia entre a população economicamente menos favorecida de forma perversa (a reivindicação é pelo direito de consumir) existência de 2 Brasis, acentua-se a desigualdade: “a escravidão de hoje, o novo câncer que impede a constituição de uma sociedade democrática”

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Como resolver a “cidadania na encruzilhada”

“reforçar a organização da sociedade para dar embasamento social ao político, isto é, democratizar o poder. A organização da sociedade não precisa e não deve ser feita contra o Estado em si. Ela deve ser feita contra o Estado clientelista, corporativo e colonizado”

ONGS indo na direção sugerida, não são parte do governo e desenvolvem atividades de interesse público. Para o autor, não têm o vício do clientelismo, do paternalismo e da “estadania”

Elogia a inclusão do PT nas esfera executiva dos governos de Estado e Prefeituras( livro publicado antes da era Lula)

E advoga pela implementação de mecanismos de diminuição da desigualdade e aumento da participação política popular

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Quais são as semelhanças e as diferenças entre o pensamento de José Murilo de Carvalho e Sérgio Buarque de Holanda?

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O que é cidadania para DaMatta e para José Murilo de Carvalho? Existe alguma semelhança entre as concepções?

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E com o filme “Quanto vale ou é por quilo?” como podemos discutir DaMatta e José Murilo de Carvalho?

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Qual a diferença entre República e Democracia?

Como foi a República, na Primeira República no Brasil?

Quando ela começa a se democratizar?

Atualmente, a maior parte da população já está incluída no sistema eleitoral. Na opinião do autor, tal fato é suficiente para garantir uma democracia plena ou não? Por que?

No entanto o autor afirma que a democracia avançou mais no Brasil que a República. O que ele quis dizer?

José Murilo de Carvalho – O Estado de São Paulo27 de dezembro de 2009

Entre a República e a democracia

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“Democracia é algo que nunca se completa. É um caminho que vamos trilhando com idas e vindas, processos e retrocessos. Se entendermos democracia como um sistema comandado pela lei com ampla participação popular, mesmo fora dos períodos eleitorais, liberdade de imprensa, é uma coisa... Se analisarmos a democracia de um ponto de vista mais amplo, é outra. Significa não apenas participação política das pessoas, mas o que chamaria de cidadania e igualdade civil, passando por uma melhor distribuição de renda e acesso à justiça. Ora isso não temos no Brasil. Pessoas com recursos escapam facilmente das malhas da justiça(....). A desigualdade econômica é terrível. Temos distâncias quilométricas entre o topo e a base da pirâmide. Então, a democracia no Brasil ainda é algo precário ”

José Murilo de Carvalho - entrevista

Paradoxos da democracia