internacionalização contábil: uma introdução · contas redutores do ativo se a provisão é um...
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Internacionalização Contábil: Uma introdução
Milton da Silva Pereira
Internacionalização Contábil Introdução e breve apresentação
EVOLUÇÃO
Acordo de constituição do IASC
celebrado pelos representantes dos
órgãos de classe de contabilidade na
Austrália, Canadá, França,
Alemanha, Japão, México, Holanda,
Reino Unido/Irlanda e Estados
Unidos.
Constituição do IASC (International Accountand Standard Committee)
1973 2001 2002 2005 2007 2010
É constituída a Fundação IASB. Em 1º de
abril de 2001, o novo IASB assume as suas
responsabilidades de definição de normas do
IASC. As normas do IASB são adotadas pelo
IASB.
Projeto de Lei 3.741 00/01 que deu origem à
lei 11.638/07
O IASC é transformado em IASB
(International Accounting Standards Board)
1973 2001 2002 2005 2007 2010
EVOLUÇÃO
A Europa passa a exigir a adoção do IFRS
pelas empresas abertas a partir de 2005;
O IASB e o FASB publicam um acordo
conjunto sobre convergência;
Surge a Lei Sarbanes-Oxley (Sarbox ou
SOX).
Acordo de Convergência IASB e FASB
(Financial Accaunting Standards Board)
1973 2001 2002 2005 2007 2010
EVOLUÇÃO
Resolução CFC 1.055/05 do CFC, cria o
Comitê de Pronunciamentos Contábeis –
(CPC)
IBRACON Edita a NPC 27, que descreve
a forma de apresentação e divulgação das
Demonstrações Contábeis;
A deliberação 488 da CVM obriga as cias
abertas a cumprirem a NPC 27.
Criação do CPC
1973 2001 2002 2005 2007 2010
EVOLUÇÃO
1973 2001 2002 2005 2007 2010
O FASB x IASB - acordo político;
O Brasil edita a Lei 11.638/07;
A CVM o BACEN e SUSEP - 2010
EVOLUÇÃO
1973 2001 2002 2005 2007 2010
O Brasil antecipa o processo de
convergência internacional para todos os
tipos societários. Entra em prática!
A CVM, BACEN e SUSEP divulgam que as
normas brasileiras estão alinhadas às normas
internacionais.
EVOLUÇÃO
ENTIDADES AFETADAS
A lei estendeu às sociedades de grande porte as disposições relativas à escrituração e elaboração das demonstrações contábeis.
A EXPRESSÃO “SOCIEDADE”
Toda e qualquer entidade é uma sociedade?
O novo código civil (NCC) Art. 44, defini 5 tipos: 1. as associações; 2. as fundações; 3. as organizações religiosas; 4. os partidos políticos; 5. Sociedades.
PORTAS ABERTAS
“A CVM, o Bacen e demais órgãos e agências reguladoras poderão celebrar convênio com entidade que tenha por objeto o estudo e a divulgação de princípios, normas e padrões de contabilidade e de auditoria, podendo, no exercício de suas atribuições regulamentares, adotar, no todo ou em parte, os pronunciamentos e
demais orientações técnicas emitidas.”
“Esta entidade deverá ser majoritariamente composta por contadores, dela fazendo parte, paritariamente, representantes de entidades representativas de sociedades submetidas ao regime de elaboração de demonstrações financeiras previstas nesta Lei, de sociedades que auditam e analisam as demonstrações financeiras, do órgão federal de fiscalização do exercício da profissão contábil e de universidade ou instituto
de pesquisa com reconhecida atuação na
área contábil e de mercado de capitais.”
Art 5o, Lei 11638/07
ENTIDADES PARTICIPANTES DO CPC
ABRASCA – Associação Brasileira das Companhias Abertas; APIMEC NACIONAL – Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais; BOVESPA – Bolsa de Valores de São Paulo; CFC – Conselho Federal de Contabilidade; FIPECAFI – Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras”; e IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil.
OBJETIVO DO CPC
“o estudo, o preparo e a emissão de
Pronunciamentos Técnicos sobre
procedimentos de Contabilidade e a
divulgação de informações dessa
natureza, para permitir a emissão de
normas pela entidade reguladora
brasileira, visando à centralização e
uniformização do seu processo de
produção, levando sempre em conta a
convergência da Contabilidade Brasileira
aos padrões internacionais.”
APROVAÇÃO DO CFC
Uma vez que o CFC aprova uma norma
do CPC, ela torna-se obrigatória a todo
o tipo de entidade.
O processo de convergência é para
todas as entidades.
Esta em vigor desde 2010, inclusive
para as pequenas empresas.
NOVO CAMINHO
As normas expedidas deverão ser elaboradas em
consonância com os padrões internacionais de
contabilidade adotados nos principais mercados de
valores mobiliários.
EXTENSÃO DOS IMPACTOS
Quando CFC aprovar as normas CPC
harmonizadas com os padrões
internacionais, as regras serão obrigatórias
para todas das entidades, a menos que o
próprio CPC estabeleça exceções.
Veja o exemplo a seguir...
EXEMPLO RESOLUÇÃO CFC Nº. 1.110/07 - Aprova a NBC T 19.10-
Redução ao Valor Recuperável de Ativos.
O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no
exercício de suas atribuições legais e regimentais,
CONSIDERANDO que o Conselho Federal de
Contabilidade, em conjunto com outras entidades, é
membro do Comitê de Pronunciamentos Contábeis
(CPC), criado pela Resolução CFC nº. 1.055/05;
CONSIDERANDO que o CPC tem por objetivo estudar,
preparar e emitir Pronunciamentos Técnicos sobre
procedimentos de contabilidade e divulgar
informações dessa natureza, visando permitir a
emissão de normas uniformes pelas entidades-
membro, levando sempre em consideração o
processo de convergência às normas internacionais;
EXEMPLO CONSIDERANDO que o Comitê de Pronunciamentos
Contábeis aprovou o Pronunciamento Técnico CPC
01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos;
RESOLVE:
Art. 1º Aprovar a NBC T 19.10 – Redução ao Valor
Recuperável de Ativos, para aplicação aos exercícios
encerrados a partir de dezembro de 2008.
Art. 2º. Esta Resolução entra em vigor na data da sua
publicação.
Brasília, 29 de novembro de 2007.
Contadora Maria Clara Cavalcante Bugarim
Presidente
SPED
NF-e CT-e
DANFE
NFS-e
EFD
ECD
E-Lalur
Central de
Balanços
EFD (PIS/COFINS/Social)
FCONT (RTT)
XBRL
eXtensible Business Reporting Language
E
F
E
I
T
O
T
R
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B
U
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Á
R
I
O
Neutralidade
Primazia da essência sobre a forma
Agora, as normas contábeis serão orientadas por princípios, e não por enorme conjunto de regras detalhadas e, como conseqüência, haverá necessidade cada vez maior do julgamento por parte do profissional de contabilidade, quer como elaborador de demonstrações, quer como auditor.
A lei não menciona de maneira expressa, essas novas tendências, porém, ao exigir que a normatização contábil seja feita, daqui para frente, em direção às normas internacionais, abraça toda essa filosofia.
Outra conseqüência dessa convergência é a adoção da filosofia de que as normas contábeis devem ser centradas muito mais nos princípios e nos objetivos do que se pretende obter como informação do que num enorme conjunto de regras a serem observadas.
ESTRUTURA CONCEITUAL
o objetivo das demonstrações contábeis;
as características qualitativas que determinam a utilidade das informações contidas nas demonstrações contábeis;
a definição, o reconhecimento e a mensuração dos elementos que compõem as demonstrações contábeis; e
os conceitos de capital e de manutenção do capital.
A Primeira norma não tem número é CPC 00
CA
RA
CTER
ÍS
TIC
AS
QU
ALITA
TIV
AS
DA
S D
Cs
Compreensibilidade
• Materialidade
Relevância
• Representação adequada
• Primazia da essência sobre a forma
• Neutralidade
• Prudência
• Integridade
Confiabilidade
Comparabilidade
• Tempestividade
• Equilíbrio entre custo e benefício
• Equilíbrio entre características qualitativas
Limitações na relevância e na confiabilidade das informações
Visão verdadeira e apropriada
Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que resultem futuros benefícios econômicos para a entidade.
Passado
Presente
Futuro
Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos já ocorridos, cuja liquidação se espera que resulte em saída de recursos capazes de gerar benefícios econômicos.
Deriva de eventos já
ocorridos
é uma obrigação
presente da entidade
A liquidação se espera que
resulte em saída de recursos
capazes de gerar benefícios
econômicos;
É resultado de eventos
passados
É um recurso
controlado pela
entidade
se espera que resultem
futuros benefícios
econômicos
ATIVO PASSIVO
Patrimônio Líquido é o valor residual dos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos.
NOVOS CONCEITOS
Provisão é um passivo de prazo ou de
valor incertos.
Em alguns países o termo “provisão” é também
usado no contexto de itens tais como depreciação,
redução de ativos ao valor recuperável e créditos
de liquidação duvidosa: estes são ajustes dos
valores contábeis de ativos. Item 7 do CPC 25
Contas redutores do Ativo
Se a Provisão é um passivo de prazo ou de valor incertos, que nome passa a ter as contas redutoras do ativo, que são contabilizadas com base em estimativas, como por exemplo:
Provisão para Créditos de liquidação Duvidosa; Provisão para perdas de estoque; Provisão para desvalorização de ativos, etc.
Podem conter o seguinte prefixo: Perdas Estimadas...
Perdas Estimadas para Créditos de liquidação Duvidosa;
Perdas Estimadas de estoque;
Perdas Estimadas de desvalorização de ativos, etc.
PARA SER UM ATIVO
Três elementos vão nortear essa nova classificação, onde os ativos que estejam sobre o CONTROLE da entidade, auferindo os BENEFÍCIOS que ele produz e correndo os RISCOS que ele carrega.
Benefícios
Riscos
Controle
CONCEITOS DE RECEITAS E DESPESAS
Receitas são aumentos nos benefícios econômicos durante o período contábil sob a forma de entrada de recursos ou aumento de ativos ou diminuição de passivos, que resultem em aumento do patrimônio líquido e que não sejam provenientes de aporte dos proprietários da entidade; e
Despesas são decréscimos nos benefícios econômicos durante o período contábil sob a forma de saída de recursos ou redução de ativos ou incremento em passivos, que resultem em decréscimo do patrimônio líquido e que não sejam provenientes de distribuição aos proprietários da entidade.
CONJUNTO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
1. Balanço Patrimonial
2. Demonstração do Resultado do Exercício
3. Demonstração dos Resultados Abrangentes
4. Demonstração das Mutações do PL
5. Demonstração dos Fluxos de Caixa
6. Demonstração do Valor Adicionado (agregado)
7. Notas Explicativas
8. Relatório da Administração
CPC 26
ESTRUTURA DO ATIVO
Ativo
Ativo Circulante
Realizável a LP
Permanente
Investimentos
Imobilizado
Diferido
Ativo
Ativo Circulante
Ativo Não circulante
Realizável a LP
Investimentos
Imobilizado
Intangível
ESTRUTURA DO PASSIVO
Passivo Passivo Circulante Exigível a LP Resultado de Exercícios
futuros Participação minoritária Patrimônio Líquido
◦ Capital ◦ Reservas ◦ LPA
Passivo Passivo Circulante Não Circulante Minoritários Patrimônio Líquido
◦ Capital ◦ Reservas ◦ AAP ◦ PA
Balanço Patrimonial
Ativo
Circulante
Não Circulante
.Realizável LP
.Investimentos
.Imobilizado
.Intangível
Passivo
Circulante
Não Circulante
Patrimônio Líquido
PRINCIPAIS CONTAS ALTERADAS Disponível
Aplicações Financeiras
Títulos Descontados
Ativo Permanente
Propriedades p/investimento
Ativo Diferido
Ativo Intangível
Exigível a Longo Prazo
Resultado Exercícios Futuros
Reserva de Subvenções
Reserva de Incentivos Fiscais
Reserva de Reavaliação
Ajuste de Avaliação Patrimonial
Lucros Acumulados
Não controladores
Resultado Não Operacional
Caixa e Equivalentes de Caixa
Investimentos Financeiros
Passivo – Garantia de Financiamento
Não existe mais
Novo grupo
Não existe mais
Novo grupo
Não Circulante
Reclassificado (PC ou PNC)
DRE
DRE
Suspensa
Novo grupo
Totalmente Distribuído
Dentro do PL do Controlador
Não existe mais
Novo Limite: O saldo das reservas de lucros, exceto as para contingências, de incentivos
fiscais e de lucros a realizar, não poderá ultrapassar o capital social. Art. 199, Lei 6.404/76
DRE ou DRP Por Natureza Por Função Receitas Outras Receitas Variação do estoque de
produtos acabados e em elaboração
Consumo de matérias-primas e materiais
Despesa com benefícios a empregados
Depreciações e amortizações Outras despesas Total da despesa Resultado antes dos tributos
Receitas
Custo dos produtos e serviços vendidos
Lucro bruto
Outras receitas
Despesas de vendas
Despesas administrativas
Outras despesas
Resultado antes dos tributos
CPC 26, 102-103
DFC x DVA
DFC
Investimen
tos
Operacional
Finan
ciamentos
VALOR ADICIONADO PRODUZIDO
Govern
o
Sócio
s
Em
pre
gado
Fin
ancia
dore
s
CPC 03 (Direto ou Indireto) CPC 09
DEPRECIAÇÃO
As depreciações relativas ao Ativo
Imobilizado também sofrerão profundas
modificações.
A Lei nº 11.638 estabelece que as
depreciações de tais ativos deverão
respeitar a vida útil econômica dos bens
No Brasil não se utiliza a depreciação
econômica
Vida útil econômica é o período de tempo
estimado tecnicamente em que se espera
obter benefícios futuros de um ativo.
No Brasil, a prática comum é de se utilizar as
tabelas fornecidas pela legislação do imposto
de renda. Em outras palavras, o que se faz no
Brasil não é uma depreciação econômica, mas
sim uma depreciação fiscal.
DEPRECIAÇÃO
Se o bem tem uma taxa de
depreciação permitida pela
legislação fiscal, ex. 10%aa
faz-se a depreciação em dez anos sem se
considerar qualquer outro
detalhe
Não interessa se esse bem tem uma vida útil de 5 ou 10, ou 15 anos para a
sua empresa
o valor residual igual a zero
Faz-se a depreciação pelo
valor nominal total
Depreciação
Fiscal
DEPRECIAÇÃO
Espera-se que as depreciações a serem consideradas pelas empresas a partir do ano de 2008 reflitam, de forma
absolutamente adequada, o desgaste ou a perda de valor econômico que tais bens estejam sofrendo.
Não se espera encontrar mais nas DRE registros de depreciações que
sejam feitos simplesmente
porque a legislação fiscal nos autoriza.
Espera-se que os ativos que tenham
para a empresa uma vida útil de 30
ou 40 anos não sejam depreciados
em 5 ou 10 anos apenas porque a Receita Federal
autoriza.
O registro contábil deverá refletir a
realidade da vida útil de cada bem,
considerando o seu valor de
recuperação.
Os contabilistas utilizarão de forma mais constante sua capacidade de julgamento, e isso poderá criar grandes dificuldades, afinal subjetividade é algo inerente às pessoas, portando sem condições para fixação de regras.
Assim, serão de todo recomendável que esteja presente, cada vez mais, a máxima proferida pelo prof. Sérgio de Iudícibus:“Subjetivismo Responsável”
Mensagem da Fipecafi
Esse tipo de procedimento, afetará
muito a vida dos
contadores
Nós teremos que
treinar muito
teremos que aprender
muito
não esperem regras
não esperem
metodologias
Não esperem receitas de
como isso deverá ser feito.
Todos nós deveremos
aprender isso de
forma conjunta.
É isso que se espera dos
contadores, atuais e
futuros, é isso que se
espera das futuras
demonstrações contábeis.
Só assim ter-se-a
demonstrações que
representam de forma
adequada, o resultado de
qualquer atividade.