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VII ESOCITE.BR tecsoc - ISSN∕ 1808-8716 Sobral. Anais VII Esocite.br/tecsoc 2017; 4(gt14):1-16
Interlocuções possíveis entre a ciência política e ocampo CTS para a discussão da problemáticaagrícola
GT 14 - Desafios e perspectivas para políticas de CT&I no Brasil
Viviane Caroline Santos Sobral
Resumo: As problemáticas, riscos e controvérsias inerentes à ciência impõem novas demandas aocampo da ciência, tecnologia e sociedade (CTS). Nesse sentido a ciência política pode favorecer aconstrução de uma ciência que envolva cada vez mais a participação pública e que seja mais prescritiva- sobretudo, no tocante a questões controversas como o aquecimento global e a agricultura moderna.Este artigo apresenta formas pelas quais a ciência política poderia contribuir para a gerência deproblemáticas complexas – onde os fatos são incertos, os valores estão em disputa, as apostas sãoaltas e as decisões políticas são urgentes (KASTENHOFER, 2011). A discussão apresentada sedesenvolve de modo subjacente à problemática da agricultura e vai até a proposta de um novoparadigma científico, pautado na ciência pós-normal que deu origem a Agroecologia. Assim, o presentetexto se desenvolve a partir da interlocução entre a ciência política, o campo CTS e a problemáticaagrícola.
Palavras-chave: ciência, tecnologia e sociedade; ciência política; agroecologia; agricultura
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INTRODUÇÃO
A ocorrência de catástrofes ambientais e sanitárias durante o século XX, a emergência do
movimento ambientalista em meados da década de 1960 e o crescimento do desemprego estrutural
associado à emergência de novas tecnologias suscitaram maiores reflexões sobre os riscos
produzidos pela tecnociência. Houve uma ruptura em relação às concepções mais triunfalistas da
ciência, que passam a ser percebidas como “solução e causa de problemas” (VELHO, 2011). No
período mencionado a problemática ambiental passa a ser mais debatida pelas Ciências Sociais,
deflagrada por questões latentes como contaminação por radiação, uso de insumos químicos na
agricultura e, também, por todo um meio de efervescência cultural que fez da questão ambiental
uma demanda da sociedade civil.
A centralidade da questão ambiental na sociedade contemporânea fez desse tipo de estudo
um campo fecundo - dando origem a disciplinas como a sociologia ambiental e ao campo de
estudos em Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS). Em relação à Sociologia Ambiental, essa
disciplina primeiramente empenhou esforços para constatar a crise ambiental e suas causas, e,
posteriormente, se concentrou em criar mecanismos de desenvolvimento mais seguros
(HANNIGAN, 2009). Neste cenário, vale destacar que algumas obras ajudaram a popularizar o
debate sobre a questão ambiental como “Limites do Crescimento”, de Medows et al (1972), que
numa abordagem malthusiana1 apontava os principais problemas causados pelo vertiginoso
crescimento populacional. E também “Primavera Silenciosa”, de Rachel Carson (1962), obra que
denunciava os malefícios causados pelo uso de insumos químicos nas grandes monoculturas. E é
em meados das décadas de 1960 e de 1970 que começa a se desenvolver o campo CTS.
Desde os anos 1960 até hoje a discussão em torno das problemáticas tecnocientíficas tem
suscitado debates controversos nos quais os argumentos adotados muitas vezes transcendem a
esfera científica e ganham uma dimensão política proeminente. E essa dimensão política tende a ser
tanto política no sentido amplo do termo, que se refere a interação entre os agentes que defendem
ideias específicas e tentam fazer delas um consenso, quanto à política em sua acepção mais
“formal” mediada por instituições e em contextos formais. Ainda assim, a ciência política se
manteve fora do debate sobre as questões ambientais e tecnológicas que costumam - dentro do
1 Thomas Malthus publicou em 1798, “Ensaio sobre o princípio da população”, segundo a teoria lançada neste livro ocrescimento populacional seria muito superior à capacidade de produzir alimentos. Assim, com o crescimentopopulacional, a sociedade estaria fadada a uma crise por falta de alimentos.
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espectro das ciências sociais - serem mais discutidas por disciplinas como a Sociologia, a
Antropologia e pelo campo CTS.
Dada a complexidade das problemáticas ligadas ao desenvolvimento científico e
tecnológico e dos riscos socioambientais suscitados por elas, faz-se necessário novas
propostas científicas que disponham de meios metodológicos adequados para abordar o
estudo de questões controversas como a biotecnologia agrícola e a mudança climática –
ambas questões fronteiriças que quase sempre estão em contextos transcientíficos e esbarram
em fatores sociológicos, culturais e epistemológicos que transcendem à arena científica. Nesse
cenário, teorias científicas que aliem tanto epistemologia quanto aspectos ligados à
governança podem favorecer o debate e a gerência das questões mencionadas.
1. A Ciência Política, o campo CTS e a problemática agrícola
A interlocução entre epistemologia e governanças possibilitaria a criação de respostas
e de marcos regulatórios que fossem ao mesmo tempo científicos e sociopolíticos
(KASTENHOFER, 2011). Nesse sentido, a ciência política poderia dar contribuições
importantes para o campo CTS e para as novas ciências como a Agroecologia - sobretudo, no
que tange a discussões sobre democracia, participação pública, governança, etc. Para ilustrar
melhor o já exposto, serão feitas reflexões sobre como a ciência política poderia contribuir na
discussão sobre as problemáticas socioambientais contemporâneas a partir da questão da
agricultura e de suas controvérsias ambientais.
A agricultura industrial é conhecida por adotar as práticas promulgadas durante as
Revoluções Verdes – períodos históricos entre e após as Grandes Guerras que ganharam
notoriedade devido ao lançamento de tecnologias agrícolas voltadas para promoção de maior
produtividade e para o controle das lavouras – essas práticas modificam as condições naturais
do solo e das plantas, criando agrossistemas. No contexto da agricultura convencional, os
agrossistemas tendem a ser mantidos e regulados por toda uma gama de produtos químicos
como nitratos, agrotóxicos, pesticidas e até novas variedades genéticas como as plantas e as
sementes transgênicas. Dessa maneira, a agricultura se aproxima do sistema de produção
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industrial pois a prática agrícola passa a ter um sistema contínuo de produção que já não
depende tanto de sazonalidades.
Vale lembrar que o sistema de produção relatado gera impactos sanitários, sociais e
ambientais como a salinização dos solos, a poluição das águas e dos solos, a contaminação
dos trabalhadores rurais e dos alimentos, o desflorestamento, a redução da capacidade
produtiva dos solos, a desertificação e até o aquecimento do planeta. É importante ressaltar
que os impactos da atividade agrícola industrial não ficam circunscritos a dimensões
territoriais ou geográficas, fator que contribui para a complexificação da problemática
ambiental-agrícola.
Os impactos da agricultura podem ocorrer local, regional e globalmente. Osefeitos locais, são os efeitos diretos das práticas agrícolas sobre o ecossistemalocal, como a erosão e aumento de sedimentos nos sistemas hídricos. Osefeitos regionais resultam da intensificação dos efeitos locais pelacombinação das práticas agrícolas de uma região e também a poluição emlarga escala de rios e lagos com os pesticidas. (POSSENTI et al, 2007).
Além de afetar as dimensões citadas, o advento dos transgênicos radicaliza ainda mais
o impacto da atividade agrícola nos meios socioculturais e no meio ambiente, pois o uso de
transgênicos tende a homogeneizar as culturas plantadas e as práticas de cultivo adotadas.
Nesse sentido o desenvolvimento de transgênicos perpassa o controle da agricultura de larga
escala que passa a ser dominada pelas empresas que controlam o mercado de transgênicos
desde os processos germinativos. Para ilustrar bem a forma como o uso de transgênicos na
agricultura afeta as circunstâncias sociais, ecológicas e econômicas da agricultura global
Jasanoff (2012) declara que:
Plantas GM são desenvolvidas em laboratório, normalmente nas naçõesocidentais ricas em ciência, testadas no campo e transportadas parapropagação comercial em ambientes variáveis, tanto natural comosocialmente. A Monsanto, nesse aspecto, é como os Kew Gardens do séculoXIX: um “centro de cálculo” metropolitano, de onde produtos padronizadosfluem para se enraizar nas periferias econômicas e políticas do mundo. Parasustentar esse modo de produção é crucial assumir que as socioecologias sãotão padronizadas quanto as plantações que nelas crescem – dito de outraforma, assumir que as circunstâncias sociais e ecológicas na periferia não sãotão radicalmente diferentes das situadas nos centros metropolitanos a pontode impedir o projeto de transferência global de tecnologia. No entanto,acidentes ocorridos dentro das fronteiras de um único Estado-nação mostramque transferências do laboratório para o campo podem trazer surpresasdesagradáveis. Por exemplo, em um episódio de alto custo nos EstadosUnidos, Prodigene, uma variedade GM de milho contendo um precursor da
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insulina, Trypsin, foi plantada em um campo não demarcado na Iowa rural. Ofabricante combinou com o Departamento de Agricultura dos EUA, queaprovou os testes de campo, que o campo ficaria em quarentena no anoseguinte, de maneira a remover quaisquer propagações espontâneas porquaisquer plantas voluntárias. Na verdade, os campos não foramapropriadamente isolados e uma quantidade indeterminada de plantas GM foicolhida junto com cerca de 500.000 bushels de soja na estação seguinte.Semelhantes falhas, resultantes de associações inesperadas entre tecnologia,ambiente e comportamento humano, são ainda mais prováveis quando atransferência ocorre entre culturas distintas de cultivo e de controle de riscos.(JASANOFF, 2012, 1015-1016)
Além do referido caso acima, inúmeros incidentes com o uso de transgênicos têm sido
documentados como a própria contaminação de lavouras não-transgênicas e o endividamento
de fazendeiros que passam a se tornar cada vez mais dependentes das empresas de insumos
agrícolas como Monsanto, Bayer, Dupont e dos bancos (devido a empréstimos que visam
pagar as inovações tecnológicas e sanar prejuízos causados pelo uso de transgênicos)
(JASANOFF, 2012). Outra problemática deflagrada pelos transgênicos tem a ver com a forma
que cada país regula o uso de transgênicos - tecnologia que é bem aceita nos Estados Unidos,
mas foi banida em alguns países da Europa – essa questão tem suscitado verdadeiras batalhas
judiciais entres a companhias desenvolvedoras de transgênicos e o modo como cada país
legisla o uso desse tipo de tecnologia.
No geral, os advogados das companhias que produzem transgênicos veem essa
tecnologia como um produto e, sob essa perspectiva, a tentativa de proibir o uso de
transgênicos em alguns países é vista como uma prática protecionista que visaria manter o
mercado de alimentos, de plantas e sementes apenas com os ‘produtos’ convencionais locais
(JASANOFF, 2012). Neste contexto, a ciência política poderia contribuir para minimizar as
problemáticas citadas através de estudos de política comparada que fossem prescritivos em
relação à regulação ou veto do uso de transgênicos.
Ademais, a ciência política poderia auxiliar na construção de arenas democráticas de
negociação entre cientistas, leigos e agentes públicos e também na criação de marcos
regulatórios sobre temas complexos. Desse modo, a ciência política poderia colaborar
epistemologicamente com as ciências pós-normais(Post-Normal Science - PNS), que tentam
aliar epistemologia e governança (KASTENHOFER, 2011).
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2. A Ciência Política e a Ciência Pós-Normal e os desafios para
construção de uma governança “satisfatória”
A ciência pós-normal emerge nos anos 1970-1980 período em que o surgimento e a
estabilização de novas transdiciplinariedades (como a ecologia humana, a economia
ecológica, etc) trouxe à tona a necessidade de novas abordagens espistemológicas que
poderiam dar conta de situações complexas, com fatos incertos, valores em disputa, apostas
altas e decisões políticas urgentes (KASTENHOFER, 2011). Essa perspectitiva científica
tenta desenvolver abordagens epistemológicas que permitam encontrar respostas científicas
sólidas sobretudo, diante de problemáticas complexas. Para tanto, a ciência pós-normal
engloba uma comunidade de pares estendida, que inclui outros atores além dos cientistas.
Assim pretende-se promover a democratização da ciência, levando ao debate público questões
sobre como os empreendimentos científicos afetam a sociedade.
Ainda segundo Kastenhofer (2011), respostas normais para problemas complexos
devem ir mais além da ciência tradicional, o mesmo vale para a questão política, onde faz-se
necessário novas abordagens de governanças interativas. Se os problemas são complexos é
tarefa da ciência (e da política) criar maneiras de lidar com essas situações incomuns.
(…) there are valuable lessons to be learnt for post-normal science from research onrisk. The already extended actor systems and agency regimes of evidence-based riskregulation include not only policy and administration but also scientific research andrelating rules of good practice, research communities and their epistemic cultures,advisory experts committees, and individual scientific experts; these are furtherextended in the controversial contexts at hand (in a top down or upstream manner) toinclude watchdogs, stakeholders, the concerned public and end users (or citizenscience, public and expert discourse, and protest and consumer/ user behavior,respectively). (KASTENHOFER, 2011, 309).
O referido autor endossa a necessidade de desenvolver a ciência pós-normal junto à
governança pós-normal. Quando se tem questões fronteiriças e contextos trans-científicos
e/ou transepistêmicos é necessário focar numa abordagem sociopolítica e científica. Nesse
sentido, a ciência política poderia contribuir com a ciência pós-normal na construção de
sistemas democráticos de negociação e de novas epistemologias.
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O que nos leva a argumentar em favor da democratização da ciência não é um desejogenérico de estender ao máximo a democraciana sociedade.
(...)
Tal ampliação das comunidades de pares, com a correspondente extensão dos fatos,é necessária para tornar a ciência capaz de enfrentar os novos desafios apresentadospor complexos problemas ambientais. (FUNTOWICZ; RAVETZ, 230, 1997)
Nesse cenário, a participação de comunidades ampliadas de pares - formadas por
leigos, peritos, cientistas, ambientalistas, comunidades locais, etc, torna-se fundamental para a
construção de uma ciência que reconhece seus limites, incertezas e complexidade; isto é uma
ciência pós-normal. O paradigma da ciência pós-normal parte do pressuposto de que a ciência
moderna fracassou ao ignorar a incerteza, ao reduzir e simplificar complexidades e ao se fixar
estritamente em explicações. Nesse sentido, acredita-se que a ciência normal não seria capaz
de dar respostas satisfatórias aos dilemas contemporâneos, tão associados aos riscos
tecnocientíficos. E assim, ciência pós-normal deixa de lado as “explicações científicas” e
tenta alcançar uma “compreensão societária” que pode ser construída através da mediação dos
interesses dos grupos envolvidos na problemática ambiental (FUMTOWICZ; RAVETZ,
1997).
Por causa desses aspectos humanos das questões que originam a ciência pós-normal, é necessário ampliar os elementos que constituem o empreendimentocientífico. Primeiramente, deve incluir uma expertise complementar cujasraízes e filiações residam fora do círculo ao qual pertencem os envolvidos nacriação ou regulação oficial do problema. Os novos participantes não apenasenriquecem as comunidades tradicionais de pares, criando o que se podechamar de “comunidades ampliadas de pares”, como são necessários para atransmissão de habilidades e para a garantia da qualidade dos resultados. Éimportante percebermos que esse fenômeno não é mero resultado daspressões políticas externas que incidem sobre a ciência quando o público estápreocupado com uma questão ambiental. Na verdade, nas condições em queopera a ciência pós-normal, as funções essenciais de controle de qualidade eavaliação crítica não podem mais ser realizadas plenamente por um corporestrito de especialistas. Quando os problemas carecem de soluções límpidas,quando a saúde e a ética sobressaem como aspectos dominantes das questõesem pauta, quando os próprios fenômenos são ambíguos e todas as técnicas depesquisa acham-se expostas à crítica metodológica, então os debates sobre aqualidade não lucram com a exclusão de todos, exceto os pesquisadores
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especializados e peritos oficiais. Portanto, a ampliação da comunidade depares não é mero gesto ético ou político. Pode realmente enriquecer osprocessos de investigação científica. O conhecimento das condições locaisajuda a determinar que dados são consistentes e relevantes, e também adefinir os problemas que devem ser alvo das políticas (FUMTOWICZ;RAVETZ, 228-229, 1997).
Nesse sentido, a ciência política poderia contribuir com abordagens teóricas e
metodológicas que mediassem o debate entre leigos e peritos tendo em vista que o processo
de negociação em torno das controvérsias também é um lugar de poder entre formas de
conhecimento que não dialogam entre si e que o conhecimento científico tende a contaminar a
opinião do não-perito, pois, este tipo de conhecimento possui uma maior legitimidade - já que
se pressupõe universalista em sua essência. Como salienta Guivant e Macnaghten (2011) a
perda da confiabilidade técnica ainda é um fenômeno geográfico limitado, no Brasil e em
contextos nacionais não europeus a autoridade científica ainda é bem requisitada. Nesses
casos, deve ser exigido mais das políticas de governança que devem prever as assimetrias
entre os tipos diferentes de conhecimento. Assim, a construção de uma ciência pós-normal
parece mais profícua no contexto europeu do que no Brasil. Resta então este desafio particular
para o movimento CTS local pensar ideias de governança pública adequadas ao contexto
nacional que dialoguem com a questão global.
Eles observam que respostas da governança estão frequentemente fora de sintoniacom as preocupações do público, e que a pesquisa em STS precisa entender melhoros processos que medeiam respostas institucionais, e que podem catalisar formasmais reflexivas, relacionais e transformativas de aprendizadoinstitucional.Finalmente, Leach et al. (2005: 3), na introdução do livro mencionadoanteriormente, destacam a necessidade de identificar as complexidades e variedadesde sinergias que existem entre conhecimentos peritos e leigos, as novas dinâmicasentre o global e o local na construção de formas híbridas de controle público eprivado da ciência e tecnologia, e como elas transcendem cada vez mais fronteirasnacionais. No mesmo livro, o artigo de Leach e Scoones (2005) enfoca as relaçõesentre ciência e cidadania em um contexto global, e faz uma importante contribuiçãoao enfatizar os processos globais que relacionam risco, ciência e sociedade em umcontexto comparativo. Observando as especificidades locais, eles questionamdiversas generalizações sobre cidadania e participação política e identificamdiferentes tradições de participação, incluindo a liberal, a comunitarista e arepublicana cívica. Estas são importantes críticas, mas são ainda uma respostaparcial para as complexas relações que agora emergem entre o local e o global, e acomo estas vêm estruturando a governança científica de maneiras que podem serradicalmente diferentes, de acordo com os contextos nacionais (GUIVANT;MACNAGHTEN, 95-96, 2011).
Desse modo, a Ciência Política local poderia contribuir com o campo CTS a partir das
discussões sobe cidadania e participação. No caso da discussão sobre transgênicos, por
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exemplo, a diferença das culturas políticas nacionais contribui fortemente com o resultado
final da discussão. Neste caso, para entender os resultados obtidos em cada país/região é
necessário entender as culturas políticas locais.
(...) analisamos, usando uma estrutura conceitual parecida, a reação diferenciada aosOGMs no Brasil, na Europa e nos EUA (GUIVANT, 2009). Nos EUA, simplesmentenão havia questionamento. Na Europa, havia tanto controvérsia quantoaprendizagem social – a busca e a implementação de processos de democratizaçãoda ciência; no Brasil, havia controvérsia, mas sem democratização. No Brasil,debates de ambos os lados da discussão apelaram ao discurso técnico do risco,assumindo que a ciência poderia ser mobilizada para apoiar sua posição (que OGMseram seguros ou não; que eles beneficiariam ou prejudicariam o meio ambiente/biodiversidade). Isto pode ser descrito como um modelo linear de política científica:que a ciência pode e deve determinar as políticas (PIELKE, 2007). Então, noperíodo subsequente ao barulhento confronto entre atores antagonistas, o modelopadrão de ciência foi reforçado; isto contrasta com o contexto do ReinoUnido/Europa, em que a ciência adotou um tom humilde e de ouvidoria como partede uma nova retórica de transparência e abertura, e em que formas institucionais deengajamento público tornam-se parte da nova governança científica. Assim, paraentender o debate brasileiro sobre OGMs, é preciso entender a persistência dacultura política brasileira, caracterizada como inflexivelmente elitista e tradicional, eonde mesmo a ação de partidos políticos e esfera pública (incluindo movimentossociais) permanecem distantes da vida cotidiana da maioria das pessoas.(GUIVANT; MACNAGHTEN, 97, 2011).
Desse modo, faz-se necessário não só a construção de arenas públicas de debates sobre
C&T mas, também a promoção de uma educação pública em CTS para que a população
nacional possa ser mais crítica em relação aos empreendimentos científicos. Sem uma
educação que pondere sobre a perspectiva CTS não parece ser possível construir espaços
deliberativos e discursivos que sejam de fato eficientes. É preciso alterar a maneira como a
população percebe a C&T no Brasil, aumentando a criticidade em torno dos empreendimentos
tecnocientíficos.
3. Agroecologia: uma ciência pós-normal?
A perspectiva científica agroecológica deriva dos críticos acadêmicos da agricultura
convencional e congrega em sua base epistemológica os mesmos interesses da ciência pós-
normal e do campo CTS (crítica em relação a ciência convencional). A agroecologia levanta
um quadro de sistemas de análise desenhado pela ecologia e, assim, visa propor a conservação
de recursos dos agricultores (WANER, 2008).
Theoreticians of agroecology claim their approach should be distinguishedepistemologically from the more reductionist conventional industrialagricultural sciences because it is grounded in ecology and uses the
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agroecosystem as a framework of analysis (Altieri 1989; National ResearchCouncil 1989). In the Global South, agroecology is proposed as analternative to the Green Revolution and expansion of transgenic technologies(Altieri 2002; Uphoff 2002). Proponents of agroecology as an alternativedevelopment model argue that its potential can only be realized with moreparticipatory forms of extension (Chambers, Pacey, and Thrupp 1989;Uphoff 2002) that challenge the fundamental problem of expert/lay powerrelations, which have privileged the role of scientists at the expense of poorfarmers and their indigenous knowledge (Chambers 1990;Scoones andThompson 1994). (WANER, 2008, 3-4).
Ou seja, a epistemologia da Agroecologia está centrada em formas participativas de
extensão. E em relação à importância da interação entre o conhecimento agroecológico, com o
conhecimento dos leigos e os saberes tradicionais, Gomes (2012) aponta que:
O conceito epistemologia é utilizado com o sentido de teoria doconhecimento, englobando tanto o conhecimento científico como os saberescotidianos, no caso, expressados na sabedoria dos agricultores, também édenominado conhecimento “tradicional”, “local” ou “autóctone”. Esteesclarecimento indica que a análise exclusiva dos conhecimentos científicosdeve ficar no campo da filosofia da ciência. (...) Para evitar que se busque a saída para a crise usando as mesmas ferramentasresponsáveis por ela, ou seja, para que a base epistemológica na busca desoluções para os problemas contemporâneos, da agricultura em particular eda ciência em geral, não seja a mesma epistemologia que sustenta oparadigma responsável pelo surgimento de seus problemas, é importantefazer-se um mapa, ainda que breve, das características do paradigma emcrise, feito através de breve reconstrução crítica das concepções teóricas doconhecimento científico técnico, permitindo uma reflexão sobre o progressoda moderna ciência ocidental, evitando que a busca das basesepistemológicas da Agroecologia venha seguir por um caminho equivocado.(GOMES, 2012, p.13)
As bases do pensamento agroecológico derivam de uma crítica à epistemologia
tradicional e à ciência moderna. Assim, muito da epistemologia da Agroecologia pretende
alcançar uma epistemologia política, que não ignore as consequências sociopolíticas do uso da
ciência. Dessa maneira, a Agroecologia dialoga com a ciência pós-normal.
Este é o campo da ciência pós-normal. Nele, é necessário, sobretudo, evitar aFalsa Certeza, como no caso dos agrotóxicos, onde se supunha que seguir asindicações técnicas do fabricante era suficiente para o uso seguro. Agora,muito tempo depois, foram descobertos os efeitos colaterais, lentos, masletais. A ciência pós-normal é recomendada para se sair do reducionismodominante nas “comunidades restringidas de pares”, levando a tomada dedecisão para o âmbito das “comunidades estendidas de pares”, através dodebate mais amplo com toda a sociedade. Ou seja, promovendodemocratização na produção e circulação do conhecimento, exatamentecomo pretendido na Agroecologia. (GOMES, 2012, p. 34)
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E para promover um diálogo entre os saberes faz-se necessário um pluralismo
epistemológico que considere outras formas de conhecimento, além do científico, e que
promova o diálogo entre os cientistas, os cidadãos e a natureza (GOMES, 2012). Por isso, um
dos pilares da Agroecologia é o modelo diferenciado de extensão, que deve ser baseado na
participação popular. O termo extensão emergiu no século XIX para descrever o movimento
do conhecimento científico vindo das universidades e das estações de pesquisa agrícola esse o
termo foi formalizado na Cooperative Extension Service, prática que dispunha de
financiamento público (WANER, 2008).
Prior to this institution, farmers in some states self-organized to recruitscientific experts to help with agricultural problem solving (Fiske 1979;Hassanein 1999). With the creation of the professional CooperativeExtension Service in 1914, a more pronounced expert scientist/lay farmerrecipient dynamic emerged. Entrepreneurial farmers who relied on thetechnoscientific expertise of extension agents discovered they coulddramatically increase yields, and the more participatory group learningpracticed by farmer institutes gave way to expert/lay power dynamics(McConnell 1959; Peters 1996; Scheuring, McCorkle, and Lyons 1995).(WANER, 2008, 2).
Vale lembrar que inicialmente a atividade de extensão estava associada aos cientistas
precursores da agricultura industrial que desenvolviam tecnologias na área de química,
mecânica e genética. As tecnologias desenvolvidas eram frequentemente testadas pelos
agricultores e repassadas para eles pelos agentes de extensão essa atividade ficou conhecida
como “transferência tecnológica”.
Extension activities increased farmer knowledge of agricultural science, buttechnologies such as the “miraculous sprays” (i.e., DDT) revolutionizedsocial relations and discourse among researchers, extension agents, andfarmers. Several scholars have observed that the technology of chemicalinsecticides was so powerful as to revolutionize how growers,2 extensionagents, and agricultural researchers understood their social roles (MacIntyre1987; Palladino 1996; Perkins 1982). (WANER, 2008 , 2).
Dessa maneira, a “transferência tecnológica” ganhou espaço até se tornar um forte
modelo de extensão rural. Através desse modelo de transferência tecnológica a agricultura
industrial moldou a forma como a ciência organiza a interação entre os agricultores e os
cientistas. Numa contrapartida ao tipo de extensão relatado, as premissas agroecológicas
defendem que a extensão estimule respostas e soluções que venham da comunidade de
agricultores e que sejam ecologicamente sustentáveis.
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A extensão agroecológica requer a disseminação de conhecimentos ecológicos entre os
agricultores, os cientistas e a sociedade, de modo a formar uma rede de conhecimento
informada pela Agroecologia. Isto é importante porque o discurso e as parcerias que os atores
da rede elaboram em suas atividades revelam muito sobre suas motivações individuais.
Ademais, o discurso agroecológico pode servir de estratégia para atrair e matricular outros
atores nessa rede (WANER, 2008). Vale salientar que o discurso agroecológico pode mudar de
acordo com o ator que professa esse tipo de discurso. Mas, para ter o status de agroecológico
o discurso e o modelo de extensão devem demonstrar preocupação com a gestão ambiental e
com a rentabilidade econômica (WANER, 2008).
The agroecological partnership model explicitly fuses concern for economicprofitability with environmental stewardship, but it is not singular. Threepartnership discourses have emerged, originally associated with one of thethree pioneer partnerships among almond, winegrape, and pear growers(Warner 2006). These discourses emerge from growers’ perceptions of thebiological factors of production and the specific configuration of agronomic,ecological, social, and economic factors shaping social and ecologicalrelations in the cropping systems (see Table 1). Partnership leaders use thesediscourses to represent their pollution prevention activities to growers in apositive light. Growers organizations use these discourses to presentagriculture in a positive light to publics: neighbors, consumers, andregulatory agencies. Extensionists and researchers use these discourses toexplain the social value of their participation to university administrators.Environmental agency staff justify funding partnerships because partnershipscan achieve agency (and public) pollution prevention goals in ways thatregulatory enforcement cannot. (WANER, 2008, 12.)
Como é possível verificar na citação acima a extensão é mais complexa do que o
discurso dos cientistas proponentes da Agroecologia. E na prática a Agroecologia pode se
distanciar dos seus pressupostos teóricos. Quanto a isso, Waner (2008) salienta a importância
dos atores envolvidos na Agroecologia agricultores estarem engajados numa rede participativa
e bem integrada.
Agroecology cannot be put into action without collaboration among multipleactors and can only be successful as a participatory science. Growers andscientists have learned how to reduce their reliance on agrochemicaltechnologies by managing integrated farming systems. They have configuredtheir social networks around ecological organisms and relationships. Thismay result in increased economic risk while simultaneously reducing the riskto human and environmental well-being. Continued public controversy overthe impact of pesticides will stimulate collaborative efforts to find alternativepractices and foster further efforts to develop new, more participatory
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extension practice, organized along the lines of Latour’s (1999) circulatorysystem of science model. (WANER, 2008, 20.)
A controvérsia pública em relação aos agrotóxicos e outros malefícios socioambientais
causados pela agricultura industrial favorece o fortalecimento da rede agroecológica
(WANER, 2008). Por sua vez o fortalecimento desse campo, que inclui cientistas, agricultores
e consumidores fortalece a busca por práticas agrícolas alternativas e por uma ciência mais
comprometida com os modelos participativos de colaboração e extensão.
A Agroecologia traz consigo reivindicações que ganharam escopo na proposta de
ciência pós-normal. Pois, essa perspectiva científica emerge da crítica às ciências agrícolas
convencionais e é uma ciência que se propõe mais democrática, aberta ao debate público e à
avaliação de pares estendida. Em muitos aspectos a Agroecologia encontra consonância com a
CPN e por isso a Agroecologia pode contribuir com concatenação da metodologia e da teoria
CPN.
Outro fator que pode atrelar a Agroecologia e CPN é o fato dessas duas perspectivas
estarem preocupadas com a dimensão social e ecológica dos empreendimentos científicos. No
mais, muitos críticos dessas abordagens científicas discutidas questionam o sistema
metodológico dessas abordagens e endossam a vulnerabilidade da CPN em relação aos grupos
de pressão que podem influenciar agenda científica com demandas da agenda política
(WANER, 2008).
Mesmo com tantos desafios lançados à CPN e à Agroecologia, é preciso lembrar que
essas perspectivas científicas ainda estão em construção e que num mundo deflagrado com
tantas problemáticas de origem tecnocientífica, como a questão do lixo nuclear, dos
agrotóxicos e dos adubos químicos que contaminam o meio ambiente e as pessoas, qualquer
proposta que vise atrelar ciência, desenvolvimento social e preservação ambiental merece ser
analisada e, porque não dizer, acolhida.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O paradigma pós-normal propõe que o contexto de justificação seja aberto a um
sistema de avaliação por pares ampliada - que inclua cientistas, camponeses, ambientalistas,
sociedades, tradicionais, etc. Assim, a autonomia científica passa a estar sujeita a
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questionamentos éticos e políticos. Dessa maneira, para melhor organizar os sistemas de
governança e participação pública considero que o modelo de ciência pós-normal deve levar
em consideração as especificidades locais de participação pública e o nível de educação em
CTS. No tocante a isso, a ciência política poderia contribuir com os estudos em ciência e
tecnologia criando modelos de governança apropriados aos contextos nacionais e promovendo
estudos de política comparada capazes de adequar marcos regulatórios internacionais às
realidades políticas locais.
Os estudos CTS emergem da crise paradigmática da ciência moderna, mas, eles ainda
apresentam uma visão eurocêntrica do futuro do seu próprio campo, pois, consideram a
questão da participação pública na ciência como algo dado no contexto da Sociedade de
Risco. Entretanto é necessário lembrar que a cultura política local, bem como os níveis
educacionais locais interferem diretamente sobre o resultado das negociações CTS. Nesse
sentido, ciência política pode oferecer mecanismos interessantes de adaptação de políticas de
governança para contextos específicos, assim, os cientistas políticos deveriam ser estimulados
a se aproximar das reflexões sobre CTS.
A Agroecologia se diferencia de outras formas de conhecimento, pois ela está
assentada em uma estratégia de pesquisa diferente da estratégia da ciência moderna. No
entanto, é importante destacar que se utilizada de modo conservador, a Agroecologia pode ter
um viés instrumental e se distanciar dos agricultores e do cuidado com a natureza. Nesse
sentido, é importante estar alerta quanto ao modo como Agroecologia é conduzida e averiguar
se ela está sendo executada com respeito aos seus preceitos ecológicos e sociais (participação
popular).
No mais, vale endossar que Agroecologia é uma ciência cujo os elementos históricos
e a pressão social foram tão importantes quanto à “crise da ciência convencional”, pois, a
emergência da Agroecologia está centrada nos questionamentos sobre o uso de insumos
químicos e sobre a proliferação dos latifúndios monocultores nos países em desenvolvimento.
O crescimento da interação entre ciência política e questões CTS podem ajudar a fundamentar
as bases para uma ciência pós-normal. Neste sentido, a Agroecologia já apresenta em sua base
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epistêmica indícios que apontam para a aliança entre epistemologia e governança – elo
fundamental para fundamentar as bases de uma nova ciência.
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