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I INTERFERÊNCIA DE ONDAS NUMA ABORDAGEM DE METODOLOGIAS ATIVA, ENSINO SOBRE MEDIDA E INSTRUÇÃO PELOS COLÉGAS Wanderley Lago Oliveira Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) no Curso de Mestrado Profissional de Ensino de Física (MNPEF), como parte dos requisitos necessários á obtenção do título de Mestre em Ensino de Física. Orientador: Dr. Zolacir Trindade de Oliveira Jr. Ilhéus - BA Março /2018

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I

INTERFERÊNCIA DE ONDAS NUMA ABORDAGEM DE METODOLOGIAS ATIVA,

ENSINO SOBRE MEDIDA E INSTRUÇÃO PELOS COLÉGAS

Wanderley Lago Oliveira

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa

de Pós-Graduação da Universidade Estadual de

Santa Cruz (UESC) no Curso de Mestrado Profissional de Ensino de Física (MNPEF), como

parte dos requisitos necessários á obtenção do título de Mestre em Ensino de Física.

Orientador: Dr. Zolacir Trindade de Oliveira Jr.

Ilhéus - BA

Março /2018

II

III

FICHA CATALOGRÁFICA

O48 Oliveira, Wanderley Lago. Interferência de ondas numa abordagem de metodologias ativas : ensino sobre medida e instruções pelos colegas / Wander- ley Lago Oliveira. – Ilheus : UESC, 2018. 98f. : il. Anexos. Orientador: Zolacir Trindade de Oliveira Jr. Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual de Santa Cruz. Mestrado Nacional Profissional em Ensino de Física. Inclui referências.

1. Física (ensino médio) – Estudo e ensino. 2. Ciências (ensi- no médio) – Estudo e ensino. I. Oliveira Jr., Zolacir Trindade de. II. Título. CDD - 530

IV

Dedico esta dissertação aos meus pais Vivaldo Graça Oliveira e Noélia Soares do Lago, minha esposa Jilmara Oliveira de Andrade e minha

filha Gyanna Oliveira de Andrade Lago.

V

Agradecimentos

Agradeço primeiramente a Deus pela grandiosa oportunidade e por minha vida.

A minha esposa Jilmara Oliveira de Andrade pela paciência, colaboração e companheirismo

em todas nas horas, meus pais Vivaldo e Noelia pela preocupação e o apoio nas dificuldades

e principalmente filha Gyanna de Oliveira de Andrade Lago que é razão pela qual

continuo buscando mais conhecimento de vida.

Agradeço a todos os amigos e colegas que fiz durante o curso, em especial aos grandes

amigos David Guimarães Freire Junior e Jocival Santos Souza, pela incansável motivação

nas dificuldades do curso. Aos professores (MNPEF) da Universidade Estadual de Santa

Cruz, em especial ao professor Prof. Dr. Maxwell Siqueira, pela paciência e pelas orientações

pertinentes;

Agradeço, especialmente, ao meu orientador Profº Dr. Zolacir Trindade de Oliveira Jr, que

além de acreditar em mim, incentivou-me a buscar o meu melhor.

VI

RESUMO

INTERFERÊNCIA DE ONDAS NUMA ABORDAGEM DE METODOLOGIAS ATIVA,

ENSINO SOBRE MEDIDA E INSTRUÇÃO PELOS COLEGAS

Wanderley Lago Oliveira

Orientador: Dr. Zolacir Trindade de Oliveira Jr

Dissertação de Mestrado submetida ao Programa de Pós-Graduação Universidade

Estadual de Santa Cruz no Curso de Mestrado Profissional de Ensino de Física

(MNPEF), como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em

Ensino de Física

Este produto educacional trata de uma sequência didática sobre Interferência de Ondas,

que usa em conjunto os métodos Ensino sobre Medida e Instrução pelos Colegas. Esta

sequência está dividido em quatro módulos, sua implementação se dá em uma turma de

2ª ano do Ensino Médio na disciplina Física. A metodologia e os recursos utilizados estão

acompanhados no produto. Ensino sobre Medida, desenvolvido pelo Gregor Novak, leva

em consideração o conhecimento prévio dos alunos. Partindo das dificuldades

encontradas, para o desenvolvimento das aulas expositivas a partir da leitura dos textos

com antecedência. Já o método Instrução pelos Colegas, desenvolvido pelo Eric Mazur,

propõe aulas que possibilitem à valorização dos conceitos de Física a partir das

discussões, assim com a interação e a participação dos alunos no processo de

aprendizagem. De forma, os alunos são os próprios responsáveis por sua aprendizagem.

Destaca-se os conteúdos que são abordados, Interferência de Ondas, Experimento de

Young, Interferências de Elétrons e Efeito Fotoelétrico. Sendo disponibilizados tarefa de

leitura,questões comentadas e questões conceituais. Uma breve exposição didática de

cada tema, valorizando o debate entre os alunos e instigando seu posicionamento diante

das questões propostas. O local de implementação deste produto educacional é um

Colégio Estadual Edilson Freire em Maracás- BA, numa turma com 32 alunos. Pôde-se

inferir que a sequência didática realizada influenciou positivamente no processo de

ensino-aprendizagem. Concluí-se que o ensino desses métodos pode ser aperfeiçoado às

necessidades de aplicação para o Ensino Médio, possibilitando diversas estratégias de

ensino-aprendizagem na prática cotidiana de professores. Verificou-se ainda a validade do

produto, aumentando o interesse e a motivação dos alunos por se tratando do aprendizado

de uma forma lúdica.

Palavras-chave: Interferência, Metodologias Ativas, Ensino sobre Medida, Instrução pelos Colegas.

Ilhéus - BA

Março /2018

VII

ABSTRACT

WAVE'S INTERFERENCE IN AN APPROACH ACTIVE METHODOLOGIES;

TEACHING ON MEASURE AND INSTRUCTION BY THE COLLEAGUES

Wanderley Lago Oliveira

Advisor: Dr. Zolacir Trindade de Oliveira Jr.

Master dissertation Submitted to the Santa Cruz State University postgraduate

program of the Professional Master's Degree in Physics Teaching.As necessary

requirements to get Master' title in Physics Teaching.

This educational product is a didactic sequence about interferences with waves that use

methods; Teaching on Measure and Instruction by the colleagues. This sequence is divided in

Four Modules. Its implementation applies in a classroom of the second year of High School

physics discipline. The methodology and resources used are methods. Teaching on Measure

developed by Gregor Novak, by the which takes in account knowledge of students; starting

from the difficulties found to plan expositive classes from the previous texts reading, and the

Method Instruction by the colleagues developed by Eric Mazur, proposes lessons that give

possibilities of valuation physics concepts from the discussions such as, students interaction

and participation in the learning process. So They are responsible for their learning. The main

themes are; Waves' Interference, Young's Experiment, Electron Interference and Photoelectric

effect. Reading texts and Commented Questions are available. An abbreviated didactic

exposition of each theme valuing debate among students and instigating their position on the

proposed questions. The place of implementation of this educational product is an Edilson

Freire High School in Maracás-Ba. In a classroom with 32 students. It was can be observed that

the didactic sequence had a positive influence on the teaching-learning process. It was

concluded that the teaching of these methods can be adapted to the needs of High School and,

offers several teaching-learning strategies in the daily practice of teachers. It was can be

observed that the validity of the product increased the students' interest and motivation for

learning in a playfull form.

Keywords: Interference, Active Methodologies, Measurement Education, Instruction by

Colleagues.

Ilhéus - BA

Março /2018

VIII

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 9

1.1 Justificativa .............................................................................................................. 11

1.2 Objetivo ................................................................................................................... 12

1.2.1 Objetivos específicos ........................................................................................ 12

2 REVISÃO DA LITERATURA .................................................................................. 13

3 ASPECTOS METODOLÓGICOS ............................................................................. 14

3.1 Ensino sobre Medida - EsM ................................................................................ 14

3.2 Instrução pelos Colegas - IpC .............................................................................. 15

3.3 Combinando os métodos Ensino sobre Medida e Instrução pelos Colegas ........ 17

3.4 Construção da sequência didática ....................................................................... 19

4 APRESENTAÇÃO DO PRODUTO ......................................................................... 20

4.1 Métodos ............................................................................................................... 20

4.2 Materiais .............................................................................................................. 21

4.2.1. Tarefa de Leitura ......................................................................................... 21

4.2.2 Cartão de resposta (flashcard) ...................................................................... 21

4.2.3 Descrição de implementação da sequência .................................................. 22

4.2.3.1 Primeiro encontro, aula 1 e 2 ..................................................................... 22

4.2.3.2 Segundo encontro, aula 3 e 4 ..................................................................... 23

4.2.3.3 Terceiro encontro, aula 5 e 6 ..................................................................... 24

4.2.3.4 Quarto encontro, reiplementação da aula 5 e 6 ......................................... 26

4.2.3.5 Quinto encontro, aula 7 e 8........................................................................ 27

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 29

6 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 31

ANEXO A – PRODUTO EDUCACIONAL ................................................................ 32

APRESENTAÇÃO ........................................................................................................ 34

1. Justificativa ................................................................................................................ 35

1.2 Objetivo ................................................................................................................... 35

1.2.1 Objetivos específicos ...................................................................................... 35

ANEXO B – SEQUÊNCIA DIDÁTICA ...................................................................... 37

Módulo I- Interferência com Ondas. ......................................................................... 37

Módulo II- Experimento de Young; .......................................................................... 50

Módulo III- Interferência com Elétrons. ................................................................... 62

Módulo IV- A natureza da luz e o Efeito Fotoelétrico .............................................. 76

ANEXO C- SLIDES DE APRESENTAÇÃO DOS MÓDULOS I, II, III, e IV ........... 87

ANEXO D- RESOLUÇÃO DAS QUESTÕES COMENTADAS ............................... 96

9

1 INTRODUÇÃO

Na maior parte das escolas públicas de Ensino Médio do Brasil, o ensino de Ciências,

principalmente na disciplina de Física, não desperta muito interesse dos alunos. Acredita-se

que as aulas ministradas apenas com o método tradicional baseadas na matematização e

memorização de fórmulas, em que a maior parte do tempo é dedicada para solução de

exercícios padronizados, têm deixado de lado conceito de “fazer ciências”. Entretanto, há uma

necessidade de mudança no perfil dos profissionais da área do ensino, diante das inúmeras

possibilidades de informações disponíveis, que facilitam a formação continuada desses

profissionais.

Contudo, nenhuma mudança acontece de maneira rápida, pois esta não é uma tarefa

fácil. Essas mudanças não acontecem apenas em trocar de metodologia durante as aulas, mas

sim em uma postura efetiva dos professores, que têm a função de mudar também uma

concepção cultural de seus alunos, diante do ensino tradicional.

Esse professor deixa deve deixar de ser o centro de todas as atenções dos alunos e

passar a ser apenas um mediador das discussões, no processo de ensino/aprendizagem; por

sua vez aluno deve ser colocado no cento desse acontecimento. Isto tira o professor de sua

“zona de confiança”, quando metodologia é tradicional. A Lei de Diretrizes e Base da

Educação/LBD possibilita aos professores ter mais flexibilidade e autonomia para seu

planejamento de trabalho, no uso de metodologias que melhor atendam as necessidades dos

alunos. Isto pode permitir adequações dos conteúdos, de acordo com sua realidade sejam elas

locais regionais ou culturais.

Os parâmetros criados agora pela Base Nacional Comum Curricular- BNCC, que

formam as bases de referência para a construção de um currículo escolar (MEC-2017), orienta

que o processo de formação do ensino/aprendizagem na área de Ciências seja voltado a

incentivar os alunos a terem autonomia de criar e a questionarem o mundo ao seu redor,

tornando-se detentores do próprio centro do processo de aprender. Contudo, existe uma

resistência muito grande por parte dos profissionais da educação, em se desvincular dos

métodos tradicionais.

Diante da responsabilidade dos professores de ensinar ciências (Física) na realidade

brasileira e visando um bom rendimento de seus alunos, surge então a necessidade de buscar

novas metodologias, que considerem o processo de construção do conhecimento, que

procurem chamar a atenção dos alunos e os coloquem no centro do processo de

aprendizagem.

10

Tal responsabilidade não é um fardo leve. Em meio a condições não raro adversas de

infraestrutura e apoio institucional, o professor tem como tarefa propiciar aos alunos

condições para que possam se engajar no processo de aprendizagem e orientá-lo de

modo a alcançar uma aprendizagem significativa da matéria em estudo (ARAUJO;

MAZUR, 2013, p. 364).

Tendo em vista as dificuldades encontradas no todo processo de aprendizagem, como

é explicitada acima, os professores, pensando em sua comodidade diária, mantêm o método

de ensino tradicional, preparando aulas expositivas e listas de exercícios padronizados do

livro didático. Isto coloca os alunos como sujeitos passivos.

Escolas e universidades são as instituições nas quais se espera que essa formação

aconteça, ou pelo menos seja bem encaminhada, principalmente através de ações dos

professores (ARAUJO; MAZUR, 2013, p. 364).

A metodologia de que trata este produto educacional, visa fazer com que o aluno

perceba que faz parte de um processo de aprendizagem ativa e não seja apenas um expectador

diante da exposição do professor. Na implementação deste produto foram utilizados dois

métodos, que se basearam em metodologias ativas. O primeiro é o Just- in –Time Teacching

(Ensino sobre Medida- EsM), elaborado pelo professor Gregor Novak e colaboradores da

Universidade de Indiana- EUA , em 1999. O Ensino sobre Medida leva em consideração o

estudo prévio dos alunos e todas as dificuldades apresentadas pela turma, o professor constrói

o seu plano de trabalho para suas aulas. O segundo é o Peer Instruction- PI (Instrução pelos

Colegas- IpC). Esse método foi desenvolvido pelo professor Eric Mazur da Universidade de

Harvard- EUA. A IpC objetiva que os alunos passem o tempo pensado e discutindo sobre os

temas tratados em sala de aula.

A sequência didática, de que trata este produto, usa a combinação EsM e IpC para

abordar os conteúdos de “Interferência de ondas”, nas aulas de Física. A implementação se

deu em uma turma de 2ª ano Ensino Médio, do Colégio Estadual Edilson Freire, em Maracás -

BA. A turma é composta por de trinta e dois (32) alunos do curso Regular do Ensino Médio.

O Colégio é localizado em uma região periférica do município de Maracás.

Tendo em vista essa realidade, esse produto educacional tem como proposta despertar

a atenção e a curiosidade dos alunos, com o objetivo de melhorar o processo de ensino de

ciências, principalmente na disciplina de Física.

Este produto educacional se compõe de uma Sequência Didática de oito aulas.

Utilizando-se um Texto de apoio, sobre o conteúdo de Interferência com Ondas no âmbito do

Ensino sobre Medida e Instruções pelos Colegas.

11

O material está dividido em quatro aulas duplas. A sequência didática está dividida em

módulos, que contêm: o plano de ensino para cada aula de 100 minutos, um Tarefa de

Leitura-TL, duas Questão Comentadas, com espaço para anotação das dúvidas, os slides para

a aula expositiva e seis Questões Conceituais. A sexta questão é extra. Todas as questões

conceituais tem o gabarito. Os temas abordados na sequência didática são Interferência de

Ondas; Experimento de Young; Interferência com Elétrons; e o Efeito Fotoelétrico. O uso do

EsM e da IpC possibilita uma participação ativa dos alunos.

Esta dissertação se estrutura da seguinte forma: no capítulo 1, a apresenta-se a

introdução; no capítulo 2, a revisão da literatura; no capitulo 3, os aspectos metodológicos; no

capítulo 4, destaca-se o produto educacional; no capítulo 5, as considerações finais, capítulo

6 referencia bibliográfica e apêndices.

1.1 Justificativa

Nos dias atuais, ensinar Física de forma tradicional não é uma tarefa fácil. Exige-se

que o aluno demonstre ser apto nos assuntos estudados nos anos anteriores. O conteúdo de

Interferências de Ondas, objetivo deste produto educacional, mostruo o conceito de que a luz

tem um comportamento ondulatório, contrariando o modelo corpuscular apresentado por

Newton.

O Efeito fotoelétrico resgata a ideia de a luz pode ser composta por partículas. De

outro lado, a interferência de elétrons numa rede cristalina evidencia que elétrons apresentam

também um comportamento ondulatório. Tratar e discutir estes temas (Interferência,

experimento de Young, interferência de elétrons e o efeito fotoelétrico) traz para o espaço de

sala de aula do Ensino Médio uma discussão atual, que confronta a ciência dos séculos XVIII

e XIX, com a do século XX, até o princípio do século XXI.

Usando o EsM e a IpC para tratar estes temas, esperamos trazer para o segundo ano

do Ensino Médio, a possibilidade de tratar um tema de Física moderna a partir da

apresentação do conteúdo próprio desta série.

Com isso, se pode mostrar que a ciências evolui a partir de questionamentos sobre a

própria ciência. Além do mais, ao adotarmos o EsM e a IpC, buscamos promover o aluno de

um espectador, passivo, para um ator ativo no processo de construção do próprio

conhecimento.

12

1.2 Objetivo

O presente produto educacional teve por objetivo realizar uma sequência didática

sobre Interferência com Ondas, contendo os conceitos desse fenômeno. Para isso usaremos os

métodos de metodologias ativas o Ensino sobre Medida e o Instrução pelos Colegas, que visa

promover ao aluno a valorização na sua forma de pensar, permitido que o mesmo possa fazer

de suas curiosidades possibilidade de continuar aprendendo.

1.2.1 Objetivos específicos

a) Discutir o fenômeno que provoca Interferências de Ondas, combinação de conceitos

de interferência construtiva e destrutiva;

b) Discutir a partir do experimento de Young o comportamento da luz, incidente e

difratando na dupla fenda surgindo o ponto máximo e mínimo;

c) Discutir o comportamento entre a trajetória de partícula e a trajetória do feixe de

elétrons na dupla fenda, analisarem seu padrão de interferência;

d) Discutir o comportamento da natureza da luz a partir do Eleito Fotoelétrico.

13

2 REVISÃO DA LITERATURA

Nesse capítulo apresentamos algumas das referências encontradas na literatura sobre

estudos de metodologias ativas, que servirão de base desse produto educacional. Focamos

nos métodos do EsM e da IpC. Bem como sua eficácia no ensino de Física na Educação

Básica, e também em formas que possibilite suas adaptações para implementação no Ensino

Médio.

O trabalho, Marisa e Renata e Anderson (2013), destaca o incentivo dos recursos

envolvido em aplicativo para promover aprendizagem de forma significativa, na disciplina de

Física. Os resultados obtidos nessa pesquisa indicam a eficácia dos métodos com custo

extremamente reduzido, presente no dia a dia dos alunos. (Marisa, Renata e Anderson;

p.3502-3)

Para Alex Soares Vieira, em sua pesquisa, destacam-se os estudos, apenas com aula

expositiva de estratégia de ensino tradicional, explica em grande parte os baixos índices de

aprovação e baixa frequência em disciplina de Física (Alex; p.27-18).

Segundo Araujo e Mazur(2013), o método IpC aplicado em diversas áreas de

conhecimento, tem mostrado uma melhora significativa comparado com o tradicional. Os

resultados obtidos nos estudos apontam que a Instrução pelos Colegas como metodologia de

ensino tem chances de prosperar no ensino superior brasileiro, pois a implementação, de uma

maneira geral, foi bem aceita pelos alunos e o desempenho em testes padronizados foi

compatível, senão melhor, que aqueles apresentados em estudos internacionais. (Araujo;

Mazur, 2013 p.362-384).

Para Gregor Novak, apesar do método Ensino sobre Medida não ser tão conhecido quanto o

Instrução pelos Colegas, vem se mostrando uma excelente opção para levar em consideração o

conhecimento prévio dos alunos na elaboração de aulas que enderecem dificuldades específicas

da turma para a qual se destina. Além disso, esse método tem se mostrado efetivo para formar

o hábito de estudo antes das aulas, por parte dos alunos. (NOVAK, 1998).

14

3 ASPECTOS METODOLÓGICOS

Diante da necessidade de ensinar tópicos de Interferências para alunos no Ensino

Médio, a partir da desorganização dos conteúdos nos livros didáticos, normalmente dividido

em três volumes, foi elaborada esta proposta de sequência didática em quatros módulos para o

ensino de Interferência de Ondas. Com métodos ativos, que visam maior participação dos

alunos no processo de aprendizagem..

3.1 Ensino sobre Medida - EsM

Nos anos de 1990, Gregor Novak, em conjunto com seus colaboradores, criaram uma

nova metodologia de ensino, cuja principal característica era o estudo prévio dos conteúdos,

EsM. Os principais fundamentos do EsM é ajudar os alunos a criar responsabilidades por sua

aprendizagem e estimular a leitura prévia do tema das aulas.

O EsM possibilita que o professor conheça as dificuldades dos alunos com relação ao

conteúdo previamente. Este conhecimento prévio permite que o professor/mediador, possa

preparar um plano de aula sobre medida, no sentido de resolver as dificuldades apresentadas

pelos estudantes. Novak ainda ressalta que, para valorizar o EsM, faz-se necessário o uso dos

três objetivos como estratégias de implementação em sala de aula:

a) maximizar a eficácia do aprendizado em sala, promovendo uma maior interação entre o

professor mediador e os alunos;

b) estruturar o tempo fora da sala de aula, por meio de atividade de leitura prévia dos Tarefa

de Leitura-TL e de solução de questões durantes o estudo extraclasse, para maximizar os

benefícios da aprendizagem;

c) estimular e manter as interações entre os colegas, fazendo com que os alunos trabalhem em

grupos, de modo que possa adquirir o máximo de conhecimento ao término das disciplinas.

Para o professor /mediador, o EsM, se subdivide em três principais momentos: o

primeiro é o planejamento que antecedem as aulas, que se caracteriza pela solução dos

problemas apontados pelos alunos na preparação do momento da discussão da aula.

O segundo é a didática de exposição e interações entre mediador e turma; e o terceiro

se caracteriza pela divisão da sala em grupos, em que os alunos irão resolver os problemas

propostos em regime de colaboração. As atividades que o professor /mediador deve preparar

para estimular os estudantes a continuar pesquisando se dá também de três maneiras; (Novak

e Middendorf -2004).

15

a) atividade de preparação das aulas expositivas, com um espaço para anotação das

dúvidas, devolvendo ao professor por e-mail ou outro meio;

b) disponibilização de TL sobre a aplicabilidade do referido tema no cotidiano, com

links e sites que possibilitem o aluno continuar pesquisando;

c) disponibilizar atividades conceituais e tarefa que posse ser realizada por parte dos

alunos.

Logo no período que antecede às aulas expositivas os estudantes recebem o TL sobre o

tema a ser tratado na aula. Este texto representa um fator motivador para que os estudantes

possam apresentar em sala aplicações do dia a dia sobre o tema relacionado. No entanto, as

questões comentadas e as tarefas são utilizadas para promover o processo de aprendizagem

autônoma por parte dos alunos, fazendo com que os mesmo possam assumir sua

responsabilidade de continuar aprendendo.

O foco do EsM está diretamente em preparar o aluno para criação de condições em

responder, de forma conceitual, as atividades proposta pelos professor em sala de aula, visto

que a partir das dificuldades apresentada pelos estudante, o professor pode intervir no

processo de ensino com a proposta de metodologia ativa que é a Instrução pelos Colegas.

3.2 Instrução pelos Colegas - IpC

Na década de 1990, Eric Mazur, propôs um método baseado na interatividade entre os

alunos, IpC. Esta metodologia, proposta por Mazur, tem como principal objetivo construir

uma forma de aprendizagem ativa, em que os alunos possam juntos pensar e discutir ideias

sobre os temas relacionados.

O método de IpC pode ser descrito como uma metodologia de ensino baseada, no

estudo prévio de materiais disponibilizados pelo professor e apresentação de questão

conceitual, em sala de aula, para aos alunos discutirem entre si. Sua meta principal é

promover a aprendizagem dos conceitos fundamentais dos conteúdos em estudo, através da

interação entre os estudantes, (ARAUJO; MAZUR, 2013).

Esta nova metodologia de ensino visa o um tipo de aprendizado que pode ser

totalmente explorado o sentido individual e coletivo produzido pelo aluno, permitindo

que, interagem e debatem conceitos e ideias. Desta forma, os alunos, são

colaboradores um com os outros no processo de autônomo de ensino. (BARROS,

VALLE, SILVA, TAGLIATI, REMOLD, 2013).

Com o uso desse método, o professor, mediador, conquista um retorno imediato sobre

a discussão das leituras dos Textos da pré-aula, disponibilizados aos alunos. O

professor/mediador promove intervenções pedagógicas no decorrer das discussões, isto

16

também os alunos têm uma resposta rápida sobre dúvidas relacionadas aos temas. Mostra a

importância do processo de estudo prévio, passo necessário para a valorização de uma

aprendizagem significativa.

O método de ensino IpC foi desenvolvido para ser aplicado em curso de graduação de

Física Básica. No Brasil essa metodologia está também sendo utilizada em outras áreas de

conhecimento como: Matemática, Química e cursos de Engenharias. Na Educação Básica é

necessária a adaptação da IpC, motivado pelo fato de que os alunos encontram muitas

dificuldades para entender conceitualmente os conteúdos da disciplina de Física.

Figura 1 - Fluxograma de implementação do método EsM,(ARAUJO; MAZUR, 2013, P.374).

O fluxograma mostra o desenvolvimento do processo metodológico da IpC, que se

inicia com uma exposição dialogada sobre os elementos centrais dos temas, feita pelo

professor, durante aproximadamente 20 minutos.

Expõem uma ou mais perguntas conceituais de múltipla escolha, que serão propostas

aos alunos, sobre os conceitos apresentados na exposição oral. No terceiro momento, os

alunos têm de um a três minutos para analisar e responder individualmente cada Questão

Conceitual apresentada.

Os alunos registram suas escolhas por meio de cartão resposta. Durante o processo de

escolha, há três possíveis caminhos, que dependem do percentual de acerto nas Questões

Conceituais.

17

a) abaixo de 30%, o tema será revisado a partir de uma nova explicação, visto que

poucos responderam corretamente a questão, indicando que o entendimento não foi

suficiente para prosseguimento dos outros conceitos.

b) entre 30% e 70%, avança para o próximo passo, dividindo a sala em grupo

promovendo o engajamento e discussões entre os alunos e voltando a realizar uma segunda

votação.

c) acima de 70%, avança-se diretamente para a análise da próxima Questão

Conceitual, já que as discussões teriam poucos benefícios.

As discussões entre os alunos são bastante eficazes, pois a segunda votação das

Questões Conceituais, o percentual de acerto após as discussões em grupo é sempre maior que

na primeira votação. Mazur acredita ainda, que em grupos, os alunos mostram a eficiência da

discussão com os colegas, ao invés de aulas tradicionais apenas com os professores.

(MAZUR; 2015, p.10).

Nesse sentido a IpC busca uma forma lúdica e motivacional de ensinar Física àqueles

alunos de maior dificuldade, valorizando a autonomia e o debate argumentativo sobre os

temas a serem discutidos. O fluxograma acima mostrou o processo de implementação da

metodologia IpC, em que a parte em destaque compreende a essência para a evolução do

conhecimento com o uso desse método.

3.3 Combinando os métodos Ensino sobre Medida e Instrução pelos Colegas

A literatura mostra, a aplicação do EsM e IpC utilizados em conjuntos(Araújo e

Mazur (2013), Novak (1998) e Mazur (2015). A implementação inicia com o EsM, que se

justifica pelo estudo prévio dos assuntos com objetivo de auxiliar no planejamento das aulas

discursivas, enfatizando sua eficiência, visto que os alunos lêem o texto disponibilizado pelo

professor em preparação para o conteúdo que será abordado.

O professor prepara sua exposição breve, de no máximo 15 a 20 minutos, que servirá

para que os alunos possam tirar algumas dúvidas acerca da leitura prévia. Assim, de acordo

com (Novak, 1998), o EsM leva em conta alguns momentos, começando com a preparação

dos Textos de Leitura prévia, passado para os alunos, até o momento de preparação didática

para exposição do professor. O uso combinado de ESM e IpC, salienta (Mazur 2015), eleva

a qualidade da discussão e consequentemente, da aprendizagem gerada sobre o assunto que

depende da qualidade das Questões Conceituais apresentadas aos estudantes. Para que uma

questão seja efetiva, ela deve requerer reflexão sobre os conceitos de nodo que os alunos não

18

consigam responder simplesmente substituindo valores em fórmulas, ou meramente

memorizando. (ARAUJO; MAZUR, 2013, p.374).

Para Araújo (1998), os principais benefícios do método de IpC é o desenvolvimento

das habilidades nos discussões, permitindo aos alunos ouvirem críticas e aprimorar uma

argumentação sólida. Já o Ensino sobre Medida estimula o desenvolvimento de habilidades de

leitura e compreensão, permitindo que os estudantes sejam o sujeito responsável por seu

próprio processo de aprendizagem. Portanto, o uso em conjunto do IpC com EsM gera um

benefício de grande importância para desenvolvimento no sentido de metodologias ativa,

propiciando mudanças no foco que direciona professor e aluno do ensino–aprendizagem.

Figura 2 – Sequência de ações do professor e dos alunos em aulas que utilizam a combinação dos métodos EsM

e do IpC para uma determinada aula (ARAUJO; MAZUR, 2013, P.374).

19

3.4 Construção da sequência didática

A sequência didática se caracteriza pela elaboração de módulos cujo tema é

Interferência com Ondas com uma abordagem de metodologia ativa.

Essa sequência será implementada em turma do 2ª anos do Ensino Médio em

quatro encontro como mostra a tabela abaixo.

Número /

tema

Resumo da implementação Atividade desenvolvida Tempo da

aula

1ª Encontro:

Aula 1 e 2

Discutir sobre Interferências

de ondas, construtiva e

destrutiva.

Exposição em 15 minutos, com

slides, votação e discussão do

IpC,

90

minutos

2ªEncontro:

Aula 3 e 4

Discutir o fenômeno de

Interferência da luz por meio

do Experimento de Young,

usando figuras.

Exposição prévia de 15

minutos do tema, discutindo as

imagens e favorecendo a

debate entre os alunos no

método IpC

90

minutos

3ª Encontro:

Aula 5 e 6

Discutir o comportamento

dos elétrons, a partir do

fenômeno de Interferência ao

passar pela dupla fenda.

Pequena exposição oral,

apresentando e discutindo

acerca sobre das figuras,

vídeos e simulador de

Interferência de elétrons.

90

minutos

4ª Encontro:

Aula 7e 8.

Discutir o fenômeno

dualidade onda-partícula a

partir do Efeito Fotoelétrico

Breve relato histórico da luz,

característica corpuscular e

ondulatória. Discussão sobre o

simulador.

90

minutos

Tabela 1- Programação da sequência didática

20

4 APRESENTAÇÃO DO PRODUTO

Este capítulo tem o objetivo de apresentar os passos a seguir na construção e

implementação do produto educacional. Este apresenta as metodologias de ensino utilizadas

nas implementações, os materiais necessários como: TL, questões comentadas e espaço para

anotações, questões conceituais, relatório de implementação de cada módulo com os

respectivos subtópicos em sequência.

No item 4.1 mostra o processo de adequação para a implementação dos métodos EsM

e o IpC, mostra a importância de seguir a metodologia original, adequando apenas para a

realidade da educação básica, regional ou local dos estudantes. No item 4.2, destaca-se a

preparação dos materiais que foram utilizados na implementação, como os TL, que abordam

os temam de forma mais conceitual.

Os textos foram retirado do livro de Física aula por aula de Benigno e Xavier (2010) e

Márcia e Ricci (2006), ambos com adaptações para atender as necessidades da turma de 2ª

ano do Ensino Médio. As plaquetas de cartolina são utilizadas como cartão resposta, para a

votação das questões conceituais segundo as estratégias do IpC.

No apêndice encontram-se respectivamente os módulos I, II, III, IV; cada um desses

contém o plano de ensino da sequência didática, um plano de aula de 100 minutos, um TL,

duas questões comentadas, com espaço de anotações de dúvidas, cinco questões conceituais

com gabarito.

4.1 Métodos

No planejamento desse produto educacional, optou-se em entregar para os alunos com

antecedência o TL referente a cada tema, acompanhado de duas questões comentadas. Há

espaço para que os estudantes possam anotar suas dúvidas e devolver ao professor antes da

aula expositiva.

Diante das dúvidas colocadas pelos estudantes, a partir dos nos TL, dos comentários, a

resolução das questões comentadas, a aula expositiva aconteceu. Análise e votação das

questões conceituais de forma individual é realizada. Cada questão tem apenas uma

alternativa correta entre as opções A, B, C, D e E. Os alunos puderam votar com uma placa de

cartolina utilizado no IpC em cada etapa.

Ao final da votação segue a verificação dos percentuais de acertos em cada questão

por módulo.

21

Durante as discussões, é necessário que o professor possa agir como mediador,

circulando pelo espaço da sala, estimulado os alunos a debater os conceitos e promover um

debate produtivo. Agindo desse modo, uma mudança acontece comparada com o sistema de

ensino tradicional.

No sistema tradicional os professores são apenas agentes falantes sobre conteúdos.

Usa aula expositiva, com nenhuma interação entre aluno-aluno e professor-aluno. Despreza-se

a troca de ideias entre os colegas.

4.2 Materiais

4.2.1. Tarefa de Leitura

Para a implementação EsM, utilize-se de TL para promover de forma planejada a

leitura prévia dos temas a serem discutido. Nesse sentido, os textos são Interferência com

Ondas, Experimento de Young, Interferência com, A natureza da Luz e o Efeito Fotoelétrico.

As tarefas a serem executadas são de grande importância para melhor desenvolvimento da

metodologia, dentro do processo de ensino.

No entanto, para melhor eficiência, vale a pena ressaltar que, se o professor usar

apenas ações pontuais dessa metodologia, e continuar a ministrar aula apena expositiva, não

irá alcançar o objetivo desejado por esse método ativo.

4.2.2 Cartão de resposta (flashcard)

Para a implementação da metodologia IpC, é necessário medir o percentual de acerto

dos alunos, durante a votação na turma de cada questão apresentada. Portando usou-se um

conjunto de cartões de resposta, confeccionado, de cartolina colorida, em que cada letra é uma

cor, facilitando a contagem do número de acerto das questão de múltiplas escolhas.

Figura 3- Cartão resposta (flashcard) para apuração dos resultados.

22

4.2.3 Descrição de implementação da sequência

4.2.3.1 Primeiro encontro, aula 1 e 2

Na primeira implementação de produto educacional, na sala de 2ª ano do Ensino

Médio, esperando que os alunos possam compreender satisfatoriamente o conceito de

Interferência de Ondas, construtiva e destrutiva.

Para isso, foi passado para todos em estudantes, ao textos impressos com cinco dias

úteis de antecedência, os TL e duas questões para que eles respondessem um espaço para

relata as dúvidas. As duas questões eram devolvidas com dois dias de antecedência, pois elas

serviram de base para o planejamento da aula.

A turma tinha trinta e dois alunos, 25 alunos responderam a questão 1, a questão 2 foi

parcialmente respondida por 17 alunos. Alguns alunos relataram suas dificuldades em

resolver as questões e anotaram no espaço de dúvida. Diante disso a aula com o tema foi

planejada.

O conhecimento prévio dos alunos, obtido a partir dos TL, direcionou a exposição da

aula. Ela se iniciou avaliando as dúvidas relatadas pelos alunos. Foi disponibilizado o

conjunto de plaquetas, para que os alunos pudessem votar.

Durante 17 minutos foi feita a exposição, usando slides, sobre o tema: Interferência de

Ondas, construtiva e destrutiva. Foi questionado-se havia dúvida por parte dos alunos. Fez a

votação da primeira questão. Os alunos usavam suas placas e votaram em uma única opção

para cada questão. Ao final da aula foi disponibilizado para os alunos o segundo TL com o

tema “Experimento de Young”, acompanhado de duas questões comentadas com espaço para

anotarem suas dúvidas.

Os resultados das votações do primeiro encontro, sobre o tema Interferência com

Ondas, estão representados no gráfico seguinte, para a primeira e a segunda votação.

23

Gráfico 1- Mostra o desempenho da primeira e segunda votação usando o IpC do módulo I

4.2.3.2 Segundo encontro, aula 3 e 4

No segundo encontro a expectativa era que os alunos pudessem compreender o

comportamento ondulatório da luz, mediante o experimento feito por Young. Diante da

análise feita nas questões, comentada nos espaços destinado às dúvidas, para discutir o

Experimente de Young, foi então planejada a segunda aula. A votação da primeira questão

obteve 80% de acerto

A aula tratou do processo de formação das franjas de interferências. Durante a

discussão, o professor/mediador visitou os grupos, observando a interação entre os colegas.

Após o tempo pré-estabelecido, iniciou-se a votação para a terceira questão. A quarta

questão visa uma interpretação do fenômeno de interferência de ondas a partir da análise de

uma figura com franjas claras e escuras. Nessa questão foi necessário usar um tempo maior,

para discutir a interpretação da figura que representa a passagem de um feixe de luz por uma

dupla fenda. Além disso, a discrição matemática do problema.

Diante destas dificuldades encontradas pelos alunos na Questão Conceitual, foi

necessária a intervenção do professor no momento das discussões, no sentido de justificar o

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

OPÇÃO(A) OPÇÃO(B) OPÇÃO(C) OPÇÃO(D) OPÇÃO(E)

24

uso da relação (∆𝑑 = 𝑁λ

2) para localização das franjas. Ao final da aula foi passado para

todos os alunos o terceiro TL.

O resultado da primeira e segunda votações do módulo II, está representado a seguir

no gráfico 2.

Gráfico 2- Mostra o desempenho da primeira e segunda votação usando o método IpC do módulo II.

4.2.3.3 Terceiro encontro, aula 5 e 6

Para a aula expositiva do terceiro tema “Interferência com Elétrons, recebendo as

questões comentadas para a preparação da aula discursiva, pode-se perceber que os alunos

tiveram dificuldades de compreender o tema. No espaço de anotações feita pelos eles,

relatados algumas dúvidas como citadas abaixo:

Para a aula foram preparados slides com as três figuras de Interferências: experimento

de interferência com projéteis, interferência com ondas de águas e o experimento com

elétrons Feynman (2008). Também analisamos um desenho animado

(https://www.youtube.com/watch?v=GXAYW4a3OZY), que mostra os experimentos com

dupla fenda. Durante a aula foi discutido cada uma das experiências e responde-se os

0.00%

10.00%

20.00%

30.00%

40.00%

50.00%

60.00%

70.00%

80.00%

90.00%

100.00%

(Q. C- 1) -Primeiravotação

(Q.C- 2)-Primeiravotação

(Q.C -2)Segundavotaçãoc/(IpC)

(Q.C -3) -Primeiravotação

(Q.C -4) -Primeiravotação

(Q.C- 5)-Primeiravotação

(Q.C-5)-Segundavotaçãoc/(IpC)

OPÇÃO(A) OPÇÃO(B) OPÇÃO(C) OPÇÃO(D) OPÇÃO(E)

25

questionamentos feitos nas anotações dos alunos, discutindo também o filme animado,

resolvendo a primeira questão comentada.

Expondo a primeira questão na lousa, pode-se perceber que tinha um texto de difícil

interpretação, não só em termos de estrutura, mas também na descrição. O resultado mostrou

que o número de acerto não chegou a 30% e segundo a IpC é necessário reavaliar o tema,

revisando os slides e o vídeo, durante dez (10) minutos. Foi pedido aos alunos que voltassem

a fazer a segunda votação ainda da primeira questão. Mais uma vez o resultado não foi

satisfatório, uma vez que chegou apenas a 31,2% de acerto. Divide-se a turma em pequenos

grupos de discussões durante cinco (05) minutos.

Nesse período de discussões, o professor /mediador passou visitando os grupos. Os

alunos não chegavam a um consenso em relação à opção correta da questão. Findando esse

tempo começamos a terceira votação ainda da primeira questão conceitual. O resultado

novamente não foi superior a 70% de acerto. Diante desse resultado, foi necessário reavaliar o

processo metodológico para implementação do tema “Interferência com Elétrons”.

Foi proposto aos alunos uma releitura dos textos, com o uso de outros vídeos e

materiais que foram disponibilizados. Para visualizar melhor o que aconteceu no processo de

implementação da primeira questão conceitual, e, a partir daí, reavaliar as metodologias, o

resultado está expresso no gráfico 3 que se segue.

Gráfico 3- Mostra o desempenho da primeira (QC-1) em três processo de votação com o método (IpC), módulo

III.

0%5%

10%15%20%25%30%35%40%45%

OPÇÃO(A) OPÇÃO(B) OPÇÃO(C) OPÇÃO(D) OPÇÃO(E)

(Q. C- 1) - Primeira votação(Q.C- 1)- Segunda votação/rediscutindo o tema(Q.C -1) Terceira votação c/IpC-disc. Grupo

26

4.2.3.4 Quarto encontro, reiplementação da aula 5 e 6

Uma reimplementação do terceiro tema Interferência com Elétrons foi realizada. Foi

disponibilizado para os alunos outro vídeo. A releitura dos textos foi feita a partir de consulta

de material diverso, livre escolha.

Na exposição discutiu-se com os estudantes, a complexidade do conteúdo e as

dificuldade na primeira tentativa de implementação. Repassaram-se os slides, respondendo os

questionamentos relacionados ao estudo feito por eles e discutiu-se o segundo vídeo

(https://www.youtube.com/watch?v=8bf9pEtlkSU).

O processo de votação, se deu para QC-1, o resultado apurado foi positivo comparado

com a votação da implementação da aula anterior. O resultado ficou entre 30 e 70% de

acerto. Dividiu-se a turma em grupos para discutirem e refazer a votação. Nessa segunda

votação os alunos acertaram 75%.

Na segunda questão conceitual o número de acerto foi de 81%, na questão três

acertaram 71%. A quarta QC é exposta para análise dos alunos. Os alunos têm de interpretar a

figura que mostra a interferência de elétrons em dois anteparos. Na votação o índice número

de acerto de 31%. Depois da discussão em grupo, segunda votação teve acerto chegou a 71%,

da classe.

A quinta QC na mesma linha de raciocínio que da quarta, onde usa a mesmo figura

sobre o experimento de interferência de elétrons,más interpretação diferente quanto a de

passagem dos elétrons pelas fendas.

Na primeira votação o resultado da apuração ficou entre 30 e 70%, sendo necessária a

divisão em grupo, para discutirem a questão em cinco minutos. O resultado na segunda

votação foi de 75% de acerto. O resultado da primeira e segunda votação do quarto módulo,

cujo tema Interferência com Elétrons, está expresso no gráfico que se segue.

27

Gráfico 4- Mostra o desempenho da primeira e segunda votação usando a IpC para o módulo III.

4.2.3.5 Quinto encontro, aula 7 e 8

O quinto encontro teve o tema, “A natureza da luz e o Efeito Fotoelétrico”. A aula

expositiva foi preparada, usando slides com figuras dos TL, um aplicativo

phet(https://phet.colorado.edu/pt_BR/simulation/legacy/photoelectric,

https://phet.colorado.edu/pt_BR/simulation/legacy/quantum-wave-interferenceColorado). O

PhET, um projeto na Universidade do Colorado Boulder-EUA, é um projeto de recursos

educacionais abertos sem fins lucrativos, fundado em 2002 por Carl Wieman. PhET é um

dispositina usado para melhorar a forma como que a ciência é ensinada e aprendida, através

de simulações interativas gratuitas. A resolução das questões foi comentada na lousa,

respondendo as dúvidas colocadas pelos alunos sobre a natureza da luz e suas características,

As interpretações de Newton, Christian Huygens e Rort Hooke foram apresentadas e

foram discutidas as teorias corpuscular e ondulatória da luz.

0.00%

10.00%

20.00%

30.00%

40.00%

50.00%

60.00%

70.00%

80.00%

90.00%

(Q. C- 1) -Primeiravotação

(Q.C- 1)-Segundavotaçãoc/(IpC)

(Q.C -2)Primeiravotação

(Q.C -3) -Primeiravotação

(Q.C -4) -Primeiravotação

(Q.C- 4)-Segundavotaçãoc/(IpC)

(Q.C-5)-Primeiravotação

(Q.C- 5) -Segundavotaçãoc/(IpC)

OPÇÃO(A) OPÇÃO(B) OPÇÃO(C) OPÇÃO(D) OPÇÃO(E)

28

A descoberta do Efeito Fotoelétrico foi feita por Hetz, quando ele fazia a geração

detecção de ondas eletromagnéticas. A explicação desse fenômeno foi feita por Albert

Einstein, que propôs propondo um modelo para a luz. Einstein propõe que a luz é tanto

absorvida, quanto emitida em quanta.

Após a exposição, começamos a votação, cujo índice de acerto foi de 81%. Na

segunda, logo todos os alunos queriam votar, o resultado nessa questão foi de 93,7%, de

acerto.

A terceira questão é do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio, 2008).Essa

questão exige do aluno maior atenção. A votação teve um índice de acerto que ficou entre 30

e 70%, a turma foi dividida em grupos. A segunda votação teve um resultado foi de 71,8% de

acerto. Seguimos para quarta questão, esta mostra uma tirinha, com uma conversa entre o

senhor fóton e o Doutor. Faz se necessária boa leitura do TL. O resultado apurado foi de 56%

de acerto, os alunos foram divididos em grupos para discutirem, e a segunda votação teve o

resultado de 75% de acerto.

O resultado das votações referente ao módulo IV. A natureza da Luz e o Efeito

Fotoelétrico, está exposto no gráfico 5 que se segue.

29

Gráfico 5- Mostra o desempenho da primeira e segunda votação usando o IpC para o módulo IV.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste trabalho, foi apresentada uma sequência didática. O material constitui de TL,

quatro módulos didáticos, composto por vídeos, apresentação de slides, questões conceituais,

contendo um roteiro de implementação do tema Interferência com Ondas. Usou-se o EsM e

IpC como metodologias. Esses métodos juntos promovem o hábito da leitura, também as

discussões e debates sobrem os temas a serem trabalhados em sala de aula.

Os temas abortados nos TL, contidos nesta sequência didática, são tratados de forma

conceitual e interdisciplinar. Isto permite uma relação do cotidiano dos estudantes com as

atividades didáticas propostas. Foi possível abordar fenômenos físicos que contradizem o

censo comum. O produto educacional foi implementado em uma turma de Ensino Médio e os

resultados e dificuldades encontradas foram descritos.

Diante da expectativa criada pela aplicação das metodologia EsM e IpC, que valoriza a

leitura e a discussão, os alunos ressaltaram a importância do método utilizado. A leitura

0.00%

10.00%

20.00%

30.00%

40.00%

50.00%

60.00%

70.00%

80.00%

90.00%

100.00%

OPÇÃO(A) OPÇÃO(B) OPÇÃO(C) OPÇÃO(D) OPÇÃO(E)

30

ajudou a compreensão, antecipada dos TL. A compreensão dos assuntos fica mais clara com

a pré leitura dos textos.

Como relatado por Araujo (2013), a boa aceitação da metodologia de ensino, por parte

dos alunos, demonstra que esse tipo de metodologia estimula a participação ativa dos

mesmos, proporcionando um ambiente motivador para o processo de ensino aprendizagem.

Isto aconteceu ao longo desta implementação.

Para estimular o uso de novos métodos de ensino em um sistema já acostumado com o

tradicional, é necessário planejamento e força de vontade dos profissionais. A tendência é se

manter na zona de conforto, acomodando-a.

Além disso, os novos alunos nos dia de hoje estão diante de um cenário de avanço

tecnológico, de livre acesso a informação. Por isso, é necessária uma forma de ensino que

chame a atenção dos alunos,propondo que eles assumem o papel de agente do próprio

processo de aprender.

Com o uso, em conjunto dos métodos EsM e IpC. Notou-se o interesse em aprender,

o debate entre os colegas discutindo as interpretações, relacionado aos temas. Observou-se, o

empenho que o debate desperta na turma para convencer uns aos outros.

Portando, podemos observar que o uso de metodologias ativas, em aulas de Física

desperta de maneira lúdica as habilidades dos alunos. Para a implementação dessa sequência,

demandou uma preparação prévia de todo um material. Ao fim de cada implementação, a

sensação é de ser possível ministrar aula de maneira lúdica e atrativa. O processo de aprender

é conquistado com a participação de todos os envolvido.

Sendo assim, acredito que este produto educacional atingiu seu objetivo, de discutir o

conteúdo de Interferência com Ondas, apoiando-se nos EsM e IpC. Isto proporcionou uma

forma de aprendizagem eficiente e prazerosa dos conteúdos abordado em cada módulo.

31

6 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARAÚJO, I. S.; MAZUR, E. Instrução pelos Colegas e Ensino sob Medida: Uma proposta

para o engajamento dos alunos no processo de ensino-aprendizagem de Física. Caderno

Brasileiro de Ensino de Física, v.30, n.2: p.362-384, 2013.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Orientações Curriculares

para o Ensino Médio: volume 2. Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias.

Brasília, 2006.

BRASIL. Ministério da Educação e do Disposto, PCM+ Ensino Médio: Orientações

educacionais complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio

Brasília: MEC/SENTEC, 2002.

FEYNMAN, R.P.; LEIGHTON, R.B.; SANDS, M. vol. I. Lições de Física de Feynman,

Bookman, 2008.cap, 37.

FEYNMAN, R.P, R.P., The Feynman lectures on physics. pp. 367-375.

HEIDEMANN, L. A.; OLIVEIRA, A. M.; VEIT, E. A. Ferramentas online no ensino de

Ciências: uma proposta com o Google Docs. Física na Escola, v. 11, n.2, p. 30-33, 2010.

MOREIRA, M. A. A teoria da aprendizagem significativa e sua implementação em sala de

aula. Editora Universidade de Brasília, Brasília, 2006. 186p.

Marisa, A. C. Renata, P., A, C. T.; Ondas estacionárias em cordas e determinação da

densidade linear de um fio. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 35, n. 2, 3502

(2013).

MAZUR, Eric. Peer Instrucion: a revolução da aprendizagem ativa/ Eric Mazur;

tradução: Antonio Laschuk, - Porto Alegre: Penso 2015.

MONTEIRO, M.C. RICCI, T. F. Inserção de mecânica quântica no ensino médio : uma

proposta para professores /Porto Alegre : UFRGS, Instituto de Física, Programa de Pós-

Graduação em Ensino de Física, 2007.

NOVAK, G. M. Ensino Just-in-time: Misturando aprendizagem ativa e tecnologia. Prentice

Hall, 1999. p. 188

Revista Brasileira de Ensino de Física, v.15, n. 1 a 4, p. 153, 1993.Grande do Sul, 2006.

VIEIRA, A. S. Uma alternativa didátiva às aula tradicionais:Engajamento interativo obtido

por uso do método peer instruction(Instrução pelos colegas).Universidade Federal do Rio

Xavier da Silva, C.; Barreto Filho,.B.;.Coleção Física aula por aula. Volume 3, 1ª Edição.

São Paulo: FTD, 2010.

32

ANEXO A – PRODUTO EDUCACIONAL

Uma sequência didática sobre interferência de ondas numa abordagem de motodologias

ativa: Ensino sobre Medida e Instrução pelos Colegas, implementada no Ensino Médio.

33

PRODUTO EDUCACIONAL

INTERFERÊNCIA DE ONDAS NUMA ABORDAGEM DE

METODOLOGIAS ATIVA, ENSINO SOBRE MEDIDA E INSTRUÇÃO

PELOS COLEGAS

Wanderley Lago Oliveira

Orientador: Dr. Zolacir Trindade de

Oliveira Jr.

Ilhéus - BA Março /2018

34

APRESENTAÇÃO

Caro (a) professor (a)

Este guia constitui o Produto Educacional desenvolvido no Programa de Pós-

Graduação em Ensino de Física, da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), no Curso

de Mestrado Profissional de Ensino de Física (MNPEF). Este guia é uma sequência didática

sobre tópicos de Interferência de ondas numa abordagem de metodologias ativa, Ensino sobre

Medida e Instrução pelos Colegas

.Este material é destinado, principalmente, ao professor do Ensino Médio e possui o objetivo de

auxiliar na introdução e no desenvolvimento do conceito de Interferência de Ondas numa

perspectiva de metodologia ativas. Todas as atividades destinadas aos estudantes acompanham

este material e os recursos utilizados na sistematização implementação dos temas.

35

1. Justificativa

Nos dias atuais, ensinar Física de forma tradicional não é uma tarefa fácil. Exige-se

que o aluno demonstre ser apto nos assuntos estudados nos anos anteriores. O conteúdo de

Interferências de Ondas, objetivo deste produto educacional, mostruo o conceito de que a luz

tem um comportamento ondulatório, contrariando o modelo corpuscular apresentado por

Newton.

O Efeito fotoelétrico resgata a ideia de a luz pode ser composta por partículas. De

outro lado, a interferência de elétrons numa rede cristalina evidencia que elétrons apresentam

também um comportamento ondulatório. Tratar e discutir estes temas (Interferência,

experimento de Young, interferência de elétrons e o efeito fotoelétrico) traz para o espaço de

sala de aula do Ensino Médio uma discussão atual, que confronta a ciência dos séculos XVIII

e XIX, com a do século XX, até o princípio do século XXI.

Usando o EsM e a IpC para tratar estes temas, esperamos trazer para o segundo ano

do Ensino Médio, a possibilidade de tratar um tema de Física moderna a partir da

apresentação do conteúdo próprio desta série.

Com isso, se pode mostrar que a ciências evolui a partir de questionamentos sobre a

própria ciência. Além do mais, ao adotarmos o EsM e a IpC, buscamos promover o aluno de

um espectador, passivo, para um ator ativo no processo de construção do próprio

conhecimento.

1.2 Objetivo

O presente produto educacional teve por objetivo realizar uma sequência didática

sobre Interferência com Ondas, contendo os conceitos desse fenômeno. Para isso usaremos os

métodos de metodologias ativas o Ensino sobre Medida e o Instrução pelos Colegas, que visa

promover ao aluno a valorização na sua forma de pensar, permitido que o mesmo possa fazer

de suas curiosidades possibilidade de continuar aprendendo.

1.2.1 Objetivos específicos

a) Discutir o fenômeno que provoca Interferências de Ondas, combinação de conceitos

de interferência construtiva e destrutiva;

b) Discutir a partir do experimento de Young o comportamento da luz, incidente e

difratando na dupla fenda surgindo o ponto máximo e mínimo;

36

c) Discutir o comportamento entre a trajetória de partícula e a trajetória do feixe de

elétrons na dupla fenda, analisarem seu padrão de interferência;

d) Discutir o comportamento da natureza da luz a partir do Eleito Fotoelétrico.

37

ANEXO B – SEQUÊNCIA DIDÁTICA

Módulo I- Interferência com Ondas.

PLANO DE ENSINO

TEMA

Uma sequência didática com o tema interferência de ondas

APRESENTAÇÃO

Apresentar uma sequência didática sobre Interferência de Ondas usando o método de

metodologia ativa, instrução pelos Colegas e Ensino sobre Medidas, em uma turma de 2ª ano

do Ensino Médio do Colégio Estadual Edilson Freire em Maracás Bahia.

JUSTIFICATIVA DO TEMA

O papel de quem deve ensinar Física deve ser de estimular o conhecimento de maneira

lúdica, no entanto, já se percebe que o modelo de ensino tradicional na Educação Básica, não

está sendo eficiente no que se refere à aprendizagem dos alunos. Pois na maioria dos casos,

são aulas apenas expositivas e seguidoras de livro didático. Nessas aulas onde quase nunca

são explorado a interação entre os estudantes, numa perspectiva de estimular o ensino

significativo. Entretanto proponho uma sequência didática com um tema específico usando o

método de ensino que se utilizam de estratégias de engajamento cognitivo como Instruções

pelo Colegas e o Ensino sobre Medida, ambas as metodologias visam a interação entre os

estudantes a partir de leitura de texto e discussões sobre o tema.

OBJETIVO GERAL

Explorar um conteúdo específico de Física, Interferência de Ondas usando uma

metodologia ativa, Instruções pelos Colegas e Ensino sobre Medida.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

a) Discutir o fenômeno que provoca Interferências de Ondas da mesma amplitude a

combinação de fenômeno ondulatória que provoca ondas de interferência construtiva e

destrutivas a partir de exemplos e aplicações por meio de conceitos expositivos;

b) Discutir a partir do Experimento de Young o comportamento da luz monocromática

incidente e difratada pela dupla fenda; ponto máximo(franjas claras) e ponto mínimo (franjas

escuras);

38

c) Compreender o comportamento entre a trajetória de partícula com a trajetória do

feixe de elétrons na dupla fenda e analisar seu padrão de interferência;

d) Discutir o comportamento da natureza da luz a partir do eleito fotoelétrico;

CONTEÚDOS

a) Interferência com Ondas de mesma amplitude, construtivas e destrutivas;

b) Interferência com o Experimento de Young;

c) A Interferência com Ondas de Elétrons;

d) A natureza da luz e o Efeito Fotoelétrico.

DESENVOLVIMENTO METODOLÓGICO

O procedimento metodológico aplicado durante as aulas será baseado nos métodos de

Ensino sobre Medida e Instruções pelos Colegas que se baseiam no estudo prévio de materiais

disponibilizado previamente, apresentado discussão conceitual de aproximadamente quinze a

vinte minutos, também apresenta questões conceituais, em sala, para que os alunos discutem

entre si. Promovendo a aprendizagem dos conceitos fundamentais do tema em estudos,

através das discussões entre os estudantes.

BIBLIGRAFIA (As Tarefa de Leitura): Textos de Apoio ao Professor de Física Fonte: Artigo

de Márcia Cândido Montano e Trieste Freire Ricci – MNPEF (Com adaptações). Coleção

Física aula por aula de Benigno e Xavier. (Com adaptações).

39

PLANO DE AULA I

TEMA DA AULA: Interferência com Ondas.

DURAÇÃO DA AULA: Aula dupla de 50 minutos (100 minutos);

OBJETIVOS

Discutir o processo de Interferências de Ondas, a combinação de fenômeno

ondulatória que provoca ondas de interferência construtiva e destrutivas.

HABILIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS

Espera se que ao final das aulas os alunos possam compreender satisfatoriamente o

conceito de fenômeno ondulatório e seus conceitos, o efeito de ondas construtivas e

destrutivas.

CONTEÚDO:

Interferência com Ondas de mesma amplitude; Interferência construtiva e Interferência

destrutiva;

METODOLOGGIA:

O procedimento metodológico que será aplicado durante as aulas será baseado no método de

Ensino sobre Medida e Instruções pelos Colegas no qual se apropria de estudo prévio de

materiais disponibilizado com antecedência. Apresentando discussão conceitual de

aproximadamente quinze a vinte minutos, também expõem questões conceituais, em sala,

para que os alunos discutem entre si.Promovendo a aprendizagem dos conceitos

fundamentais do tema em estudos.

RECURSOS: Texto impresso, piloto, computador, kit multimídia, placa de cartolina com as

opções de A E, tamanho 15 cm x 10 cm.

DESENVOLVIMENTO DA AULA

No primeiro momento será feita uma discussão conceitual do conteúdo com os

alunos, do texto que é passado previamente aos mesmos. A discussão será em um período de

15 a 20 minutos. No segundo momento será votada da primeira questões conceituais, o aluno

de forma individual levantará com uma placa com as opções A, B, C, D e E. Se o número de

40

acerto for superior a 70% continuo com a próxima questão conceitual. Se o número de acerto

for de 30 a 70% será feira uma discussão em grupo de três ou quatros alunos (cinco minutos)

e volta fazer a segunda votação. Mas se o número de alunos que acertarem as questões forem

inferior a 30% é necessário voltar à discussão do Texto de Leitura novamente. São

disponibilizadas seis questões se a votação for bem sucedida, ou seja, acima de 70%, será

utilizada todas as questões em 70 minutos.

AVALIAÇÃO

Todas as atividades desenvolvidas pelos estudantes serão avaliadas no processo de

aprendizagem de Ensino sobre Medida e Instruções pelos Colegas e com a participação ativa

dos alunos, tarefas de leitura em casa, trabalhos em grupos.

BIBLIGRAFIA

(As Tarefa de Leitura): Textos de Apoio ao Professor de Física Fonte: Artigo de Márcia

Cândido Montano e Trieste Freire Ricci – MNPEF ( Com adaptações).Coleção Física aula

por aula de Benigno e Xavier. (Com adaptações).

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Texto de Leitura I- Interferência de Ondas

Um dos fenômenos mais importante da Ondulatória é a Interferência de ondas. Para

ilustrar esse efeito, vamos recorrer a uma corda tensionada em que se propagam dois pulsos

em sentidos contrário. Em determinado instante, eles vão se encontrar no ponto P, dando

origem a um pulso que é resultada da soma dos dois pulsos iniciais.

Cada pulso propaga-se de modo independente, um não interfere na propagação do

outro, por isso, ao se cruzarem, cada uma continua a se propagar com as características

originais.

Figura 1- onda se propagando em uma corda.

Observa-se que, durante o intervalo de tempo em que os dois pulsos interagem um

com outro, os dois pulsos ficam superpostos e obedecem ao que se chamam de princípio de

superposição. Assim, no ponto P é produzida uma perturbação (interferência), que é original

da soma das superposições causada por cada pulso individualmente. Portanto, a resultante da

superposição de duas o mais ondas ou pulsos originais que é chamado de interferência. Em

particular , nesse caso em que a amplitude do pulso resultante da interferência aumenta,

damos o nome de interferência construtiva.

Considere a situação descrita e seguir, na qual as orientações das perturbações dos

pulsos são invertidas uma em relação à outra. Nesse caso, em que ocorre o cruzamento dos

pulsos, seus efeitos de anulam e o ponto P da corda não se move.

Após a superposição dos pulsos, ambas sequem se propagando com suas

características iniciais. Quando a amplitude do pulso resultante da interferência diminui,

recebe o nome de interferência destrutiva.

Figura 2- Propagação de ondas destrutivas

Interferência em uma dimensão-Onda estacionária

Observa-se uma corda presa em uma das extremidades e com uma fonte vibratória,

que faz movimentos verticais periódicos.

42

Figura 3- corda em movimento vibratório

Note que , quando o primeiro pulso chegar à extremidade fixa, este sofre reflexão,

invertendo sua fase, mas mantendo todas as outras características originais. Isso também

acontece com todos os pulsos que chegam à extremidade fixa da corda. Tal fenômeno faz com

que os pulsos refletidos se superponham aos vindos da fonte. Se a fonte não cessar de

produzir a perturbação na corda, teremos um particular de interferência de ondas

estacionárias. Nessas condições, cada porção da corda realiza um movimento harmônico

simples (MHS), cuja amplitude varia de ponto para ponto, e todos com a mesma frequência.

Figura 4- Corda em (MHS) com nós e ventres

Observe que existem pontos que cuja amplitude é nula. Nesses pontos, as ondas

superpostas estão em oposição de fase. Tais pontos estão em repouso e são chamados de nós

ou nodos (N). Esses pontos apresentam interferência destrutiva. Os pontos das cordas cuja

amplitude é máxima são chamados de ventres (V). Tais pontos estão em concordância de fase

e apresenta interferência construtiva.

Estando os nós em repouso, eles não permitem a passagem de energia. Como ao longo

da existem vários nós, não existe transporte de energia numa onda estacionária. O que ocorre

é a constante transformação de energia cinética em potencial elástica e vice-versa. A distância

entre dois nós consecutivos ou dois ventres consecutivos vale 𝛌

𝟐 .

Então, 𝑉1𝑉2 =

λ

2 ou 𝑁1𝑁2

= λ

2

A distância entre um nó e um ventre consecutivos vale λ

4·. Então, 𝑁1𝑉1

= λ

4 ou 𝑁2𝑉2

= λ

4

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Interferências em duas dimensões

Vimos o fenômeno da interferência de ondas em uma corda, mas ele ocorre para

todos os tipos de ondas. Considere, por exemplo, um tanque cheio de água no qual

temos duas fontes vibrando verticalmente em sua superfície. Se elas vibrarem em fase,

com frequência e amplitudes iguais, produzirão ondas que se propagam pela superfície

da água.

Figura 5- As cristas de cada onda foram representadas com linhas cheias, e os vales com linhas pontilhadas

Após determinados intervalos de tempo, as ondas geradas por cada fonte irão interagir

entre se, ocorrendo um fenômeno de interferência. Pelo princípio da superposição, na ponte

em que dois vales ou duas cristas se superpõem, ocorre uma interferência construtiva, pois as

ondas, estando em fase, reforçam-se, causando um deslocamento maior para cima

(superposição de duas cristas) ou para baixo (superposição de dois vales). Os pontos de

interferência construtiva formam linhas que chamamos de linhas ventrais. Os pontos de

interferência destrutiva formam linhas que chamamos linhas nodais. Se representarmos ponto

de interferência construtiva com círculo cheio e os pontos de interferência destrutiva por um

círculo aberto, as linhas ventrais e nodais podem ser vista na figura 6.

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Figura 6- Circulo cheio interferência construtiva e círculo aberto interferência destrutiva

Condição de interferência construtiva

Considerando duas fontes com mesma frequência e em concordância de fase, as ondas

que chegam num pontos de linha ventral estão sempre em concordância de fase. Para haver a

interferência construtiva em determinado pontos, isto é, para ocorrer a superposição de duas

cristas nesse ponto, por exemplo, eles deverão estar defasadas de um comprimento de onda

inteiro. Isto acontece se a diferença entre as distâncias dos pontos às fontes for nula ou um

número par de meios comprimentos de onda.

Figura 7- Diferença de distancia para interferência construtiva

Caso as duas fontes estejam produzindo as perturbações em aposição de fase (uma

fonte produz uma crista enquanto a outra produz um vale), a condição muda, e n passa a vale:

n= 1,3,5,7,...

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Condição de interferência destrutiva

Considerando duas fontes com a mesma freqüência e gerado pulsos em concordância

de fase, um ponto que se situa sobre uma linha nodal recebe ondas das fontes 1 e 2 em

oposição de fase e, portanto, nele ocorre uma interferência destrutivas. Nesse caso, as ondas

estão de “deslocadas” de meio comprimento de ondas. Isso acontece se a diferença entre as

distâncias desses pontos às fontes geradoras dos pulsos for de igual a um número ímpar de

meio comprimento de onda.

Isso, se considerarmos duas fontes gerando pulso em fase. Quando duas fontes ou

ondas oscilam em fase, dizemos que são coerentes, se duas fontes gerando pulsos em aposição

de fase, a condição muda, e n passa a valer; n = 0, 2, 4, 6,...

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Questões Comentadas para texto I - Interferência de Ondas

Questão 1- Num tanque com água com profundidade constante são duas fontes vibratórias

que produzem ondas circulares. As fontes estão em concordância de fase com frequência de

10 Hz. A velocidade de propagação das ondas produzidas pela fonte é de 20m/s. Determine o

tipo de interferência que ocorre nos pontos: {Dados: d= d2 -d1, λ=v/f, d= n λ/2 e (d1 d2)2

= (F2 y)2 + (d1)2 } Determine: a) ponto X; b) ponto Y;

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Questão 2- Um ponto P pertence à primeira franja de interferência máxima da luz

proveniente de duas fontes luminosas coerentes F1 e F2. A diferença F1P – F2P, em meio

comprimento de onda, vale.

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ANOTE SUAS DÚVIDAS!!!

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Questões Conceituais para texto I- Interferência de ondas

Questão 1- Sobre o fenômeno de interferência, pode se afirmar que

a) só ocorrem com ondas mecânicas e longitudinais.

b) as linhas ventrais indicam interferência destrutiva.

c) num ponto do meio para o qual ∆𝑥 = 𝑛.λ

2·.

d) não é apropriado para demonstrar o caráter ondulatório da luz.

e) pode ocorrer a situação na qual som + som = silêncio.

Questão 2- Duas fontes coerentes emitem o mesmo som senoidal. Se um observador se

deslocar segundo uma trajetória paralela à reta que une as fontes, ele perceberá um som:

a) cuja intensidade é constante e igual ao dobre da intensidade das fontes.

b) cuja intensidade é constante e menor que a intensidades das fontes.

c) cuja intensidade é variável, passando por valores nulos e máximos, alternadamente.

d) cuja intensidade é nula.

e) só ocorrem com ondas mecânicas e de matéria.

Questão 3- Duas fontes F1 e F2 oscilam sem diferença de fase, produzindo ondas iguais que

se superpõem no ponto P como mostra a figura. A diferença de caminho entre as duas ondas é

d. Sabendo-se que o comprimento de onda das ondas é λ, para qual dos valores de d abaixo

ocorre um máximo de intensidade (interferência construtiva) no ponto P?

a) λ/4

b) λ/2

c) λ

d) 1,5. λ

e) 2.π.λ

Questão 4- Duas fontes pontuais F1 e F2, de mesma freqüência, são colocadas no mesmo

tanque a vibrar em fase, separadas pela distância d. Assinale a opção que corresponde a uma

afirmação verdadeira.

a) As ondas produzidas não sofrerão interferência, pois as fontes estão em fase.

b) Haverá interferência destrutiva em todos os pontos cujas diferenças das distâncias às fontes

sejam múltiplos inteiros da distância d.

c) Haverá interferência destrutiva em todos os pontos cujas diferenças das distâncias às fontes

sejam múltiplos inteiros do comprimento de onda.

d) Haverá interferência destrutiva em todos os pontos cujas diferenças das distâncias às fontes

sejam múltiplos ímpares de meio comprimento de onda.

e) cuja intensidade é nula.

Questão 5- Dois pulsos, A e B, são

produzidos em uma corda esticada, que tem

uma extremidade fixada em uma parede,

conforme mostra a figura.

Quando os dois pulsos se superpuserem,

após o pulso A ter sofrido reflexão na

parede, ocorrerá interferência:

a) construtiva e, em seguida, cada pulso seguirá se caminho mantendo suas características

originais.

49

b) construtiva e, em seguida, os dois pulsos seguirão juntos no sentido do pulso de maior

energia.

c) destrutiva e, em seguida os pulsos deixarão de existir, devido a absorção de energia durante

a interação.

d) destrutiva e, em seguida, os dois pulsos seguirão juntos no sentido do pulso de maior

energia.

e) destrutiva e, em seguida, cada pulso seguirá se caminho mantendo suas características

originais.

Questão 6-A interferência entre ondas é um fenômeno onde duas ou mais ondas se encontram

na mesma região do espaço. Sobre esse fenômeno é correto afirmar:

a) Ocorre somente entre ondas que se propagam em sentidos opostos e desta forma produzem

as chamadas ondas estacionárias.

b) Duas ondas que são emitidas em fase vão produzir interferências construtivas em quaisquer

pontos do espaço onde elas se encontrem.

c) Se dois pulsos de ondas que se propagam em sentidos opostos se encontrarem eles se

superpõem gerando um pulso resultante. Após passar um pelo outro eles readquirem as

formas originais e se afastam.

d) Duas ondas que são emitidas fora de fase vão produzir interferências destrutivas em

quaisquer pontos do espaço onde elas se encontrem.

e) O fenômeno da interferência ocorre somente nas ondas transversais.

GABARITO MÓDULO I

(QC-1) (QC-2) (QC-3) (QC-4) (QC-5) (QC-6)

E C C D E C

50

Módulo II- Experimento de Young;

PLANO DE AULA II

TEMA DA AULA: Interferência com Ondas.

DURAÇÃO DA AULA: Aula dupla de 50 minutos (100 minutos);

OBJETIVOS:

a) discutir a partir de Experimento de Young, o comportamento da luz monocromática

incidente e difratada pela dupla fenda emitindo frente de ondas, provoca a interferência de

dois raios que chegam mesmo ponto, ponto máximo (franjas claras) e ponto mínimo (franjas

escuras).

HABILIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS:

Espera se que ao final das aulas os alunos possam compreender satisfatoriamente o

conceito sobre fenômeno de interferência com ondas luminosa, ou seja, a tese de que a luz

possuía natureza ondulatória.

CONTEÚDO: Interferência a partir do Experimento de Young;

METODOLOGGIA:

O procedimento metodológico que será aplicado durante as aulas será baseado no método de

Ensino sobre Medida e Instruções pelos Colegas, no qual se apropria de estudo prévio de

materiais disponibilizado com antecedência. Apresentando discussão conceitual de

aproximadamente quinze a vinte minutos, também expõem questões conceituais, em sala,

para que os alunos discutem entre si. Promovendo a aprendizagem dos conceitos

fundamentais do tema em estudos.

RECURSOS: Texto impresso, piloto, computador, vídeo, kit multimídia, placa de cartolina

com as opções de A a E de 15 cm x 10 cm.

DESENVOLVIMENTO DA AULA:

Em primeiro momento será feita uma discussão conceitual do conteúdo com os alunos,

do texto que foi passado na aula anterior, comentário as imagem no período de em 15 a 20

51

minutos. No segundo momento será a votação das questões conceituais, onde os alunos de

forma individual levantará uma placa com as opção A, B,C, D e E. Se o número de acerto for

superior a 70% continua com as próximas questões conceituais. Se o número de acerto for de

30 a 70% será feira uma discussão em grupo de três ou quatros alunos (cinco minutos) e volta

fazer a segunda votação. Mas se o número de alunos que acertarem as questões for inferior a

30% é necessário voltar à discussão do texto e rever as imagens novamente. São

disponibilizadas seis questões, se o numero de acertos forem bem sucedidos, ou seja, acima de

70%, serão utilizadas todas as questões em 70 minutos.

AVALIAÇÃO

Todas as atividades desenvolvidas pelos estudantes serão avaliadas no processo de

aprendizagem de Ensino sobre Medida e Instruções pelos Colegas, bem com a participação

ativa dos alunos, tarefas de leitura em casa, trabalhos em grupos.

BIBLIGRAFIA

(As Tarefas de Leitura): Textos de Apoio ao Professor de Física Fonte: Artigo de Márcia

Cândido Montano e Trieste Freire Ricci – MNPEF (Com adaptações).Coleção Física aula por

aula de Benigno e Xavier. (Com adaptações).

52

Texto de Leitura II- O experimento de Young

Nesse experimento, Young demonstrou que a luz sofre interferência, um fenômeno

comum a todos os tipos de onda. O esquema do experimento de Young está mostrado,

esquematicamente, na Figura 1

Uma fonte de luz monocromática incidente ilumina a fenda So do anteparo A, onde é

difratada pela fenda, espalhando-se em várias direções; ao chegar ao anteparo B, à luz é

dividida em dois feixes e novamente difratada pelas fendas S1 e S2; daí eles seguem, então,

para uma tela branca. C, onde se combinam ponto a ponto e dão origem a um padrão de

franjas claras e escuras alternadas, típico de interferência ondulatória. Esse padrão

característico é conhecido pelo nome de padrão de interferência. No anteparo C, os pontos

claros são aqueles onde as ondas sofrem interferência construtiva, o que ocorre quando as

ondas provenientes das duas fendas chegam ao anteparo com fases iguais (em fase). O

conjunto desses pontos constitui uma franja clara. Em outros pontos, as ondas sofrem

interferência totalmente destrutiva, o que ocorre quando as ondas ali incidentes estão

completamente fora de fase (ou seja, com uma diferença de fase igual a π radianos). O

conjunto desses pontos forma uma franja escura.

O padrão de intensidade produzido em razão da interferência tem o aspecto mostrado

na figura 2(a), não o da figura 2(b), o que mostra que o padrão resultante da iluminação

produzida pelas duas fendas não é, simplesmente, a soma dos dois padrões obtidos com cada

uma das fendas quando a outra está bloqueada. Se isso ocorresse, a intensidade luminosa na

Figura 1- Esquema experimental de Young, Fonte: Artigo de Márcia Cândido

Montano e Trieste Freire Ricci

53

tela seria dada pela curva mostrada em azul na figura da direita, quando o que se vê, de fato, é

o padrão de intensidade mostrado na figura da esquerda.

A partir desse experimento, a teoria ondulatória da luz passou a predominar sobre a

teoria corpuscular de Newton, tornando-se o alicerce teórico para a óptica ondulatória

desenvolvida a partir de então e alcançando sua formulação física e matemática definitiva na

década de 1860.

O Experimento de Thomas Young foi abordado em termos ondulatórios, quando uma

luz monocromática é usada como fonte e atravessa duas fendas estreitas e próximas,

produzindo numa tela um padrão de interferência semelhante ao que é mostrado na figura 3.

Vamos ver, agora, como o resultado observado na tela do arranjo de Young pode ser

explicado pela teoria quântica da luz, ou seja, usaremos outro modelo para a luz, não o

modelo ondulatório clássico, em que a luz é considerada uma onda eletromagnética, mas um

Figura 2- Gráfico da intensidade versus posição na tela; Fonte: Artigo de Márcia Cândido Montano e Trieste Freire

Ricci

Figura 3-Vista lateral do arranjo do experimento de Young; Fonte: Artigo de

Márcia Cândido Montano e Trieste Freire Ricci

54

modelo corpuscular da luz, considerada como um feixe ou uma corrente de “partículas de

luz”, chamadas de fótons. Como havíamos feito antes quando explicamos o experimento de

Young com base na teoria ondulatória, vamos considerar que a fonte emite luz

monocromática, ou seja, luz de uma única frequência (ou cor). O número desses fótons mono

energéticos emitidos por segundo pela fonte é proporcional à grandeza que chamamos de

intensidade luminosa na teoria ondulatória da luz.

Young realizou ainda um segundo experimento, no qual demonstrou o fenômeno da

interferência da luz. Incidiu dois feixes de luz por orifícios separados, e observou que sobre o

anteparo aparecia uma configuração de áreas claras e escuras alternando-se. Tal fenômeno só

poderia ser explicado pela interferência de ondas. As áreas que aparecem no anteparo são

chamadas franjas de interferência.

Figura 4- Franja de interferência a partir de franjas claras e escuras; Fonte: Coleção Física aula por aula de

Benigno e Xavier.

Nas franjas claras, ocorre interferência construtiva e existe um reforço das ondas. Nas

franjas escuras, as ondas se anulam e ocorre interferência destrutiva. Nas áreas adjacentes às

claras e às escuras, a intensidade da luz varia gradualmente entre as franjas.

Vale a pena chamar a atenção para o fato de que em qualquer experimento desse tipo

ocorre tanto a difração quanto a interferência das ondas luminosas originadas dos dois

orifícios.

55

Figura 5-Como pode variar a distribuição das franjas em função da separação entre as fendas; Fonte: Coleção

Física aula por aula de Benigno e Xavier.

Esses experimentos realizados por Young demonstraram que a teoria de Newton

estava errada, pois, se o caráter da luz fosse corpuscular, construído por partículas, esse

comportamento seria impossível de ser demonstrado.

56

Questões comentadas para texto II - Experimento de Young

Questão1- Realizou-se uma experiência da interferência, conforme feita por Young, com luz

de aproximadamente 5000 Å de comprimento de onda. Sabendo-se que a separação entre as

fendas era de 1,00 mm, pode–se calcular a distância d entre duas franjas claras consecutivas,

observadas a 5,0 m das franjas. Quanto a distancia d vale, aproximadamente?(Dados: Å=

1.10-10 m, λ =2𝑑𝑦

𝑛𝐿, onde d= y).

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Questão2- A figura mostra a montagem da experiência de Young sobre o fenômeno da

interferência da luz. Um feixe de luz monocromática incide perpendicularmente sobre uma

parede opaca da esquerda, que tem duas fendas F1 e F2, próxima entre si. Alua após passar

pelas vendas, forma uma figura de interferência no anteparo da direita. O ponto C é a posição

da primeira franja escura, contada a partir da franja clara central. A diferença de percurso

entre as luzes provenientes das fendas é de 2,4. 10-7 m.

De acordo com a tabela dada, identifique qual é a cor de luz do experimento.

a) Vermelha

b) Amarela

c) Verde

d) Azul

e)Violeta

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Questões Conceituais para texto II- Experimento de Young

Questão1- A interferência da luz mostra que:

a) a luz é constituída por corpúsculos.

b) a luz é um ente que se propaga com grande velocidade

c) a luz se propaga no vácuo com nos meios translúcidos.

d) a luz é um fenômeno elétrico.

e) a luz é um fenômeno ondulatório.

Questão2- A respeito da formação de franjas de interferência, sabemos que tal fenômeno só

acontece quando ferem utilizadas fontes de luz coerente. Isso que dizer que elas:

a) são fontes de luz brancas.

b) apresentam a mesma fase.

c) apresentam a mesma amplitude.

d) apresentam a mesma fase, amplitude e frequência.

e) a luz é um ente que se propaga com grande velocidade infinita.

Questão3- Referente aos fenômenos de interferência luminosa, a experiência de Young

contribuiu para provar que:

a) As teorias ondulatória e corpuscular são insuficientes para explicar esse fenômeno.

b) Somente por meio da teoria ondulatória da luz é possível explicar de forma satisfatória a

interferência.

c) Somente a teoria corpuscular da luz é capaz de explicar satisfatoriamente a interferência.

d) As duas teorias, ondulatória e corpuscular, explicam satisfatoriamente o fenômeno da

interferência luminosa.

e) a luz é constituída por corpúsculos, isso por si só explica sua interferência

Questão 4- A figura a seguir representa um feixe de luz propagando-se da esquerda para a

direita, incidindo em dois anteparos: o primeiro com dois pequenos orifícios e o segundo,

opaco. Neste, forma-se uma série de franjas claras e escuras.

60

Os fenômenos responsáveis pelo aparecimento das franjas são sucessivamente:

a) A refração e a polarização. b) A polarização e a interferência.

c) a reflexão e a difração. d) a difração e a polarização.

e) a difração e a interferência.

Questão 5- Na montagem da experiência de Young, esquematizada abaixo, F é uma fonte de

luz monocromática de comprimento de onda igual a λ.

Na região onde se localizar o primeiro máximo secundário, qual a diferença é entre os

percursos ópticos dos raios proveniente das fendas a e b.

a) λ/4 b) λ/2 c) λ d) 3/2λ e) 2.π.λ

Questão 6- Thomas Young, médico e Físico inglês, foi o primeiro demonstrar a teoria

ondulatória da luz com sólida base experimental, Sua descobertas reforçaram as teorias de

Huygens publicadas no fim do século XVII. O experimento de Young consistia de uma única

fonte de luz monocromática e anteparos que permitiam a difração dessa onda em estreita

fendas. Os raios luminosos difratados se superponham formando franjas de interferência em

uma tela. O desenho visto a seguir mostra, esquematicamente, a experiência de Young.

(Dados: ∆x=nλ

2)

61

A luz monocromática é difratada nas fendas Fo (anteparo A1), F1 e F2(anteparo A2),

havendo a superposição no anteparo A3 quando ocorre o padrão de interferência observado.

Sabendo que a luz utilizada tem freqüência igual a 6,0 . 1014 Hz e se propaga com velocidade

de módulo igual a 3,0. 108 m/s. Determine, em unidade do Sistema Internacional, a diferença

entre os percursos ópticos a e b dos raios que partem de F1 e F2 e atinge o ponto P.(Use:

∆x=nλ

2, ∆x= b – a, v = λf)

a) 5,7. 10-5 m

b) 6,7. 10-6 m

c) 7,1. 10-7 m

d) 7,5. 10-7 m

e) 8,5. 10-9 m

GABARITO MÓDULO II

(QC-1) (QC-2) (QC-3) (QC-4) (QC-5) (QC-6-extra)

E D B E C D

62

Módulo III- Interferência com Elétrons.

PLANO DE AULA III

TEMA DA AULA: Interferência com Ondas.

DURAÇÃO DA AULA: Aula dupla de 50 minutos (100 minutos);

OBJETIVOS:

Discutir o comportamento entre a trajetória de partícula com a trajetória dos feixes de

elétrons na dupla fenda e analisar seu padrão de interferência;

HABILIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS:

Espera se que ao final das aulas os alunos possam compreender satisfatoriamente o

conceito do comportamento de uma partículas em relação ao o comportamento dos elétrons, a

partir do ponto de observação do padrão de interferência;

CONTEÚDO: Interferência com Elétrons.

METODOLOGGIA:

O procedimento metodológico que será aplicado durante as aulas será baseado no

método de Ensino sobre Medida e Instruções pelos Colegas, no qual se apropria de estudo

prévio de materiais disponibilizado com antecedência. Apresentando discussão conceitual de

aproximadamente quinze a vinte minutos, também expõem questões conceituais, para que os

alunos discutem entre si. Promovendo a aprendizagem dos conceitos fundamentais do tema

em estudos.

RECURSOS: Texto impresso, piloto, computador, kit multimídia, placa de cartolina com as

opções de A, B, C, D e E, de tamanho 15 cm x 10 cm.

DESENVOLVIMENTO DA AULA: Em primeiro momento será feita uma discussão

conceitual do conteúdo com os alunos, com base no Texto Leitura assistindo também um

vídeo de animação que mostra o comportamento dos projéteis, ondas e elétrons.Será utilizado

simuladores para mostra o processo de interferência (phet). Será discussões com os alunos

63

no período de 15 a 20 minutos. No segundo momento será mostrado as questões conceituais,

os alunos de forma individual levantarão uma placa com as opção A, B, C, D e E. Se o

número de acerto for superior a 70% continuo com as próximas questões conceituais. Se o

número de acerto for de 30 a 70% será feira uma discussão em grupo de três ou quatros

alunos ( cinco minutos) e volta fazer a votação. Mas se o número de alunos que acertarem as

questões for inferior a 30% é necessário voltar à discussão do Texto de Leitura novamente.

AVALIAÇÃO

Todas as atividades desenvolvidas pelos estudantes serão avaliadas no processo de

aprendizagem de Ensino sobre Medida e Instruções pelos Colegas e com a participação

ativa dos alunos, tarefas de leitura em casa, trabalhos em grupos.

BIBLIGRAFIA

(As Tarefas de Leitura): Textos de Apoio ao Professor de Física Fonte: Artigo de Márcia

Cândido Montano e Trieste Freire Ricci – MNPEF (Com adaptações). Coleção Física aula por

aula de Benigno e Xavier. (Com adaptações).

64

Texto de Leitura III- A Interferência com de Elétrons.

O experimento de fenda dupla também pode ser realizado com feixes de objetos

microscópicos, idênticos e dotado de massa. Nosso protótipo desse tipo de objeto

microscópico será o elétron. O que podemos esperar como resultado desse experimento

levado a cabo com um feixe de elétrons, em vez de luz (que é um feixe de fótons sem massa).

De acordo com tudo que aprendemos em toda a nossa experiência de vida e de nossa

relação com o mundo material a este respeito, se os elétrons são partículas massivas, então

deveriam se comportar como bolinhas muito pequenas (dotadas de carga elétrica, além de

massa), mas essencialmente bolinhas.

A partir daí, a experiência cotidiana nos sugere que tal experimento seria muito

parecido com uma brincadeira que consiste em atirar um feixe de bolas de tênis, em alta

velocidade e uma de cada vez (imagine-se uma grande máquina construída para essa

finalidade, uma espécie de “metralhadora de bolas de tênis”) contra uma parede de cimento

onde existissem duas janelas (as “fendas”). As janelas têm seus centros separados por uma

determinada distância. Uma vez que as bolas são de grande velocidade, todas conseguiriam

chegar à parede e algumas conseguiriam entrar na sala que existe após a parede, atravessando

em alta velocidade e atingindo uma parede que se encontra do lado oposto da sala. Para

melhorar ainda mais a analogia com a situação da experiência de fenda dupla com elétrons,

poderíamos imaginar também que as bolas de tênis atiradas pela máquina saíssem todas

pintadas com uma leve camada de tinta vermelha e que as paredes da sala após a parede de

porta dupla fossem pintadas de branco e, inicialmente, sem nenhuma marca.

Se a finalidade da nossa máquina não fosse a de atirar bolas de tênis, mas, sim, de

produzir ondas na água, observaríamos que as ondas se espalhariam por toda a parede além da

janela. E com as bola de tênis, o efeito observado seria o mesmo? Como você, acha que seria

a aparência da parede oposta da sala após termos esperado tempo suficiente para que um

número muito grande de bolas de tênis tenha sido arremessado pela máquina?

Diferentemente das ondas produzidas na água, cada bola atingirá a parede em apenas

uma posição. Vamos imaginar, inicialmente, que apenas uma das janelas está aberta. Embora

algumas das bolas ricocheteiem nas bordas da janela, a probabilidade de uma bola passar pela

janela é muito maior do que a de ela bater na borda da janela e ser desviada lateralmente. Se

esperarmos por algum tempo, vamos verificar que as marcas deixadas na parede oposta vão

gradualmente revelando um padrão. A maior parte das bolas incide na parede oposta numa

região situada aproximadamente entre as duas linhas perpendiculares à parede e que passam

65

pelas bordas laterais da mesma. Fora dessa região, o número de marcas diminui rapidamente,

tanto para um lado como para outro. Um padrão semelhante é observado quando for a outra

janela que estiver aberta, apenas com um pequeno deslocamento para o lado da nova janela

aberta.

Entretanto, o que nos garante que as bolas não interferem entre si, como ocorre com as

ondas no experimento de Young, quando foi comprovada a interferência da luz que passa por

duas fendas? Sim, seria, mas, para que isso ocorra, as bolas deveriam ter saído da máquina ao

mesmo tempo, o que não acontece. (Suas balas não sairiam ao mesmo tempo da metralhadora,

mas uma de cada vez, embora com alta frequência.)

E se usarmos elétrons no lugar de bolas? Vamos deixar de lado a nossa metralhadora

de bolas de tênis e imaginar agora que a fonte seja um filamento aquecido capaz de emitir

elétrons, os quais são colimados na saída da fonte, formando um feixe direcionado (como se

fosse um canhão de elétrons). Que padrão você acha que será agora observado na tela

(semelhante à nossa “parede do lado oposto da sala” da analogia anterior)? Como você acha

que o resultado do experimento de duas fendas poderia ser interpretado neste caso? O padrão

observado na parede, que agora será representado por pontos causados pelos impactos dos

elétrons numa tela pintada com tinta sensível aos impactos. O padrão de impactos que vai se

Figura 1- Balas de metralhadora incidindo em duas fendas; Fonte: Artigo de Márcia Cândido Montano e Trieste

Freire Ricci.

66

formando à medida que o tempo passa será o mesmo observado com as bolas de tênis?Para

quantificar a distribuição dos elétrons na tela, podemos usar um contador de Geiger,

posicionado em cada posição da mesma, o qual nos permite realizar uma contagem

cumulativa dos impactos numa vizinhança daquele ponto.

Assim que o filamento aquece bastante e começa a emitir elétrons, observamos na tela

C que um padrão começa a se formar e fica evidente que a distribuição é muito diferente

daquela obtida com as bolas de tênis. A experiência imaginária anterior, pois os elétrons

detectados na tela não diminuem tanto para um lado como para outro, mas, sim, distribuem-

se em bandas, com espaços negros entre elas, em regiões aonde poucos elétrons ou nenhum

elétron chega, exatamente como no caso do experimento de Young para a radiação

eletromagnética. O padrão observado é o mesmo da interferência com luz! Ou seja, neste

experimento, os elétrons estão se comportando como se fossem ondas. Será que isso está

acontecendo porque o número de elétrons emitidos é muito grande? O que observaríamos se

fosse emitido apenas um elétron de cada vez, de maneira que apenas um deles incide no

anteparo de fenda dupla e também na tela de cada vez?

Quando o número N de fótons incidentes por unidade de tempo aumenta muito, aproximando-

se dos valores da ordem daqueles que ocorrem normalmente em situações encontradas no

nosso dia-a-dia, a distribuição dos impactos na tela começa a revelar um padrão não aleatório

de pontos, como o mostrado na figura 3 (b).

Quando o valor de N aumenta ainda mais, o padrão delineado torna-se mais nítido, como o

ilustrado na figura 3(c). Se a observação se estender por um tempo mais longo, aumentando,

com isso, o número total, N, de fótons que já atingiram a tela, os pontos impressos passam a

se agrupar em faixas bem definidas, dando origem ao padrão mostrado nas figuras3(b) e 3(c).

Figura 2-Arranjo experimental de Young com elétrons. O padrão mostrado mais à direita corresponde ao dos

impactos de elétrons na tela; Fonte: Artigo de Márcia Cândido Montano e Trieste Freire Ricci

67

Através do exemplo numérico, vamos verificar a relação entre o valor da intensidade

luminosa e o número de fótons emitidos num determinado instante. Isso acontece porque o

fóton que incide na tela comporta-se agora como uma partícula clássica, bem localizada e que

passa por apenas uma das fendas, sem revelar qualquer sombra de um comportamento

tipicamente ondulatório, ou seja, concluímos que um fóton pode apresentar tanto propriedades

corpusculares quanto ondulatórias, dependendo do arranjo experimental que se utiliza para

efetuar o experimento com ele.

Figura 3-Estágios da formação de um padrão de interferência produzido por dupla fenda; Fonte: Artigo de

Márcia Cândido Montano e Trieste Freire Ricci

68

Questões Conceituais comentadas para texto III- Interferência de ondas

com Elétrons Questão1- Observe a figura:

As figuras acima representam resultados de experimentos de interferência de feixes de

fótons (a) e de elétrons (b) de baixíssima intensidade. Verifica-se que a incidência de poucos

fótons ou de poucos elétrons resulta em marcas na tela de detecção como se fosse produzida

por objetos individuais. Por outro lado, a incidência de muitos fótons ou de muitos elétrons

resulta na formação de um padrão de interferência na tela de detecção, similar ao produzido

no experimento de fendas duplas.

A partir dessas informações, responde justificando acerca da possibilidade de conciliação

entre esses resultados experimentais e os conceitos clássicos e mutuamente excludentes de

onda e partícula.

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Questão 2- Em um experimento de difração de elétrons incide sobre um anteparo com duas

fendas A e B. No ponto P há um detector de elétrons que mede a intensidade de 36 elétrons

por segundo apenas a fenda A está aberta e a intensidade de 16 elétrons por segundo quando

apenas a fenda B está aberta.

Responda, quando ambas as fendas estiverem abertas qual a intensidade I em elétrons por

segundos em P está compreendido no intervalo.(Justifique sua resposta e sua dúvida)

a) 4 ≤ I ≤ 100

b) 20 ≤ I ≤ 52

c) 0 ≤ I ≤ 52

d) 16 ≤ I ≤ 36

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ANOTE SUAS DÚVIDAS!

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Questões Conceituais para texto III- Interferência com Elétrons. Questão1- As ondas eletromagnéticas, como a luz e as ondas de rádio, têm um “sério

problema de identidade”. Em algumas situações apresentam-se como onda, em outras,

apresentam-se como partícula, como no efeito fotoelétrico, em que são chamadas de fótons.

Isto é o que chamamos de dualidade onda-partícula, uma das peculiaridades que encontramos

no universo da Física e que nos leva à seguinte pergunta: “Afinal, a luz é onda ou partícula?”.

O mesmo acontece com um feixe de elétrons, que pode se comportar ora como onda, ora

como partícula.

Com base no que foi exposto, assinale a proposição CORRETA.

a) O fenômeno da difração só fica evidente quando o comprimento de onda for bem superior

a ordem de grandeza da abertura da fenda.

b) O físico Thomas Alva Edson apresentou uma teoria ousada, baseada na seguinte hipótese:

“se fótons apresentam características de onda e partícula […], se elétrons são partículas mas

também apresentam características ondulatórias, talvez todas as formas de matéria tenham

características duais de onda e partícula”.

c) Após a onda passar pela fenda dupla, as frentes de ondas geradas em cada fenda sofrem o

fenômeno de interferência, que pode ser construtiva ou destrutiva. Desta forma, fica evidente

o princípio de dependência de propagação de uma onda.

d) Um feixe de elétrons incide sobre um obstáculo que possui duas fendas, atingindo um

anteparo e formando a imagem apresentada na figura acima. A imagem indica que um feixe

de elétrons possui um comportamento ondulatório, o que leva a concluir que a matéria

também possui um caráter dualístico.

e) Christian Huygens, físico holandês, foi o primeiro a discutir o caráter dualístico da luz e,

para tanto, propôs o experimento de fenda dupla.

73

Questão 2- Observe o Texto;

“Associar um comprimento de onda de matéria, ou seja, um elétron, um próton ou uma bola

de beisebol! Essas ondas obedecem ao princípio da superposição? Essas questões foram que

as onda de matéria de fato possui um comportamento de padrão de intensidade obtido ao

passar através de fendas separadas por uma distância d. O feixe de elétrons é de baixa

intensidade, com um elétron atravessando o aparelho de cada vez, o que aparentemente

significa que , de alguma forma,cada elétron passa por ambas as fendas...,Pesquisas realizada

durante os anos 1980 demonstraram que átomos e até mesmo moléculas , podem produzir”.

a) intensidade.

b) difração

c) ondulatória

d) interferência

e) ondas refratadas.

Questão 3 - Leia o Texto:

“Partículas microscópicas, como elétrons, têm um comportamento peculiar ao passar por uma

fenda dupla. Este comportamento é diferente tanto de projéteis como de ondas. Pela nossa

intuição com partículas clássicas, nada parece mais certo do que isso. Supondo que isto seja

correto, todos os elétrons que atingem o anteparo se dividem em dois grupos: aqueles que

passaram pelo buraco 1 e aqueles que passaram pelo buraco 2.”

De acordo com o texto os elétrons tem as características de ambos, o que significa dizer seu

comportamento de:

a) Interferência com ondas mecânica

b) Ondas de difração de fronteira

c) Caracterização de apenas corpuscular

d) Dualidade onda-partícula.

e) Caracterização de apenas ondulatória

74

Questão 4–Observe a figura

Responda

a) O esquema descrito mostra que um fóton não é uma partícula, e nem exatamente uma onda

ele é a excitação de um campo eletromagnético. Ou seja, o fóton é essencialmente

informação.

b) Esquema do experimento de fenda dupla com elétrons sendo observados por fótons. As

probabilidades P´1 e P´2 correspondem às situações nas quais apenas os buracos 1 ou 2 estão

abertos, respectivamente. Já a probabilidade P´12 corresponde à situação em que os dois

buracos estão abertos simultaneamente.

c) O esquema mostra o aspecto que chamou a atenção de De Broglie, foi o fato de que as

regras de quantização envolviam números inteiros. Ora, sabia-se, desde muito tempo, que os

números inteiros eram fundamentais em todos os ramos da física onde havia fenômenos

ondulatórios, elasticidade, acústica e ótica.

d) O fenômeno da difração só fica evidente quando o comprimento de onda for bem superior

a ordem de grandeza da abertura da fenda, um feixe de elétrons incide sobre um obstáculo que

possui duas fendas, atingindo um anteparo e formando a imagem apresentada na figura acima.

e) O esquema se caracteriza apenas por um fenômeno ondulatório.

Questão 5- “De acordo com afigura todos os elétrons que chegam ao anteparo podem ser

divididos em duas classes: (1) aquelas que atravessam o orifício 1, e (2) aqueles que atravessa

o orifício 2. A partir da taxa de cliques, o resultado das medidas é mostrado pela curva de P1

na figura. Para o resultado de P2, a distribuição de probabilidade dos elétrons que atravessam

o orifício 2 da figura.O resultado P12 obtido com ambos os abertos claramente não é a soma

de P1 e P2”.(Richard Feynman, p.386).

75

O texto mostra que a probabilidade de cada orifício isolado mostrou que o experimento com

elétrons existem interferência quando;

a) P12= P21 b) P12= P1 - P2 c) P12= P1 + P2 d) P12≠P1 + P2 e) P1= 2P2

GABARITO MÓDULO III

(QC-1) (QC-2) (QC-3) (QC-4) (QC-5)

D D B B C

76

Módulo IV- A natureza da luz e o Efeito Fotoelétrico

PLONA DE AULA IV

TEMA DA AULA: Interferência com ondas.

DURAÇÃO DA AULA: Aula dupla de 50 minutos (100 minutos);

OBJETIVO

Discutir o comportamento dual da natureza da luz a partir do Eleito Fotoelétrico;

HABILIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS:

Espera se que ao final das aulas os alunos possam compreender satisfatoriamente o

conceito sobre fenômeno onda-partícula, ou seja, comportamento corpuscular e ondulatório

da luz.

CONTEÚDO: A natureza da luz e o efeito fotoelétrico;

METODOLOGGIA:

O procedimento metodológico que será implementado durante as aulas serem

baseados no método, Ensino sobre Medida e Instruções pelos Colegas. No qual se apropria de

estudo prévio, que promove uma discussão conceitual de aproximadamente 15 a 20

minutos, também apresenta questões conceituais, em sala, para que os alunos discutem entre

si.

RECURSOS: Texto impresso, piloto, computador, kit multimídia, placa de cartolina com as

opções de A, B, C, D e E, tamanho 15 cm x 10 cm.

DESENVOLVIMENTO DA AULA

No primeiro momento será feita uma discussão conceitual do conteúdo com os

alunos, do texto que foi passado previamente aos mesmo, no tempo de 15 a 20 minutos.No

segundo momento será mostrado as questões conceituais aos alunos de forma individual,que

levantará uma placa com as opção A, B,C, D e E. Se o número de acerto for superior a 70%

continuo com as próximas questões conceituais. Se o número de acerto for de 30 a 70% será

feira uma discussão em grupo de três ou quatros alunos (cinco minutos) e volta fazer a

77

votação. Mas se o número de alunos que acertarem as questões forem inferior a 30% é

necessário voltar à discussão do Texto de Leitura novamente.

AVALIAÇÃO

Todas as atividades desenvolvidas pelos estudantes serão avaliadas pelo método de

Instruções pelos Colegas e Ensino sobre Medida, com a participação ativa dos alunos, tarefas

de leitura em casa, trabalhos em grupos.

BIBLIGRAFIA

(As Tarefas de Leitura): Textos de Apoio ao Professor de Física Fonte: Artigo de Márcia

Cândido Montano e Trieste Freire Ricci – MNPEF ( Com adaptações).Coleção Física aula

por aula de Benigno e Xavier. (Com adaptações).

78

Texto de Leitura IV- A natureza da luz e o Efeito Fotoelétrico

Um pouco da história da luz

Uma das questões mais cruciais da história da ciência sempre foi a de descobrir se a

luz é constituída por partículas ou por ondas. Essa é a questão da natureza da luz e tem-se

notícia de que intrigou os homens desde a época dos gregos antigos.

Os gregos antigos acreditavam que a luz fosse formada por minúsculos grãos de algum

tipo de matéria, certamente diferente da matéria ordinária. Alguns deles afirmavam que a luz

estava presente nos nossos olhos, na forma de pequenas partículas emitidas, que, ao atingirem

um objeto, tornavam-no visível. Essa ideia começou a ser questionada no início do século

XVII e, em 1678, o astrônomo e Físico holandês Christian Huygens (1629-1695) propôs que a

luz seria composta por ondas. Segundo Huygens, a luz podia se propagar no vácuo (entre o

Sol e a Terra, por exemplo) por existir uma substância invisível nessa região, uma substância

sem massa, difusa e estática, chamada éter luminífero, que permearia todo o universo e os

poros da matéria e que constituiria o meio de propagação das ondas luminosas.

Em 1704, em sua obra Óptica, Isaac Newton (1642-1727) descreveu todas as formas de

comportamento e qualidades da luz, propondo também uma teoria corpuscular da luz, na qual

a luz seria constituída por partículas ou corpúsculos de luz. Newton precisou valer-se de

algumas hipóteses adicionais para conseguir explicar corretamente as leis da reflexão e

refração, já então conhecidas. Entre as hipóteses auxiliares, Newton admitiu (erroneamente,

hoje sabemos) que a velocidade de propagação da luz fosse maior na água, ou no vidro, do

que no ar. Dada a grande influência de Newton durante os séculos XVIII e XIX, a teoria

corpuscular da luz foi aceita sem grandes questionamentos a partir de então, subjugando

largamente a teoria rival proposta por Huygens. Além de Christian Huygens, o físico inglês

Robert Hooke (1635-1703) contrapunha-se à teoria de Newton para a luz, ao explicar a

refração da luz com uma teoria ondulatória antiga, considerando que a luz se propagasse com

velocidade menor na água, ou no vidro, do que no ar. Foram eles os principais defensores da

teoria ondulatória da luz na época. Nessa época ainda não tinha sido observado o fenômeno

de difração e acreditava-se então, que a luz se propagasse sempre em linha reta. Esse foi um

dos motivos que levaram Newton a rejeitar a teoria ondulatória da luz.

79

Dualidade onda-partícula a partir do efeito fotoelétrico

Sob determinadas condições, a radiação eletromagnética apresenta propriedades

tipicamente ondulatórias, tais como difração, interferência e polarização (o experimento de

Young constituiu uma manifestação basicamente da interferência). Sob outras condições,

porém, a radiação eletromagnética comporta-se como se fosse constituída por um feixe de

partículas. Esses aspectos corpusculares da luz só foram revelados pela primeira vez em

experimentos realizados nas primeiras décadas do século XX, embora o efeito fotoelétrico, de

1887 constitua de fato uma manifestação desse caráter. Nesse modelo corpuscular a radiação

eletromagnética é considerada como sendo um feixe ou uma corrente de partículas de luz, ou

quanta de luz, chamadas atualmente de fótons.

Dessa forma, a radiação revela um “duplo caráter” físico, o que significa dizer que se

comporta como onda sob determinadas circunstâncias e como partículas sob outras. Nenhuma

das teorias ondulatória e corpuscular, explica sozinha todos os aspectos e comportamentos da

radiação observados na natureza. Não faz sentido dizer que a radiação “é” uma onda

eletromagnética, ou “é” um feixe de fótons, mas, sim, que é descrita pela física com dois

modelos matemáticos concorrentes, o modelo ondulatório e o modelo corpuscular. Portanto,

as ondas eletromagnéticas não são fenômenos puramente ondulatórios nem puramente

corpusculares.

O fato de a natureza da luz deixar de poder ser considerada somente como ondulatória

foi inicialmente revelado, como afirmamos, no efeito fotoelétrico, que não podia ser explicado

corretamente com base na teoria ondulatória da luz. Foi Einstein quem, em seu artigo de 1905

sobre o efeito fotoelétrico, propôs o novo modelo corpuscular da luz, juntamente com o

conceito de quantum de luz. Outros experimentos, porém, especialmente concebidos para

testar a hipótese de Einstein, revelaram que, sob determinadas condições, a radiação

realmente se comporta como se fosse formada por um feixe de fótons. Um desses

experimentos cruciais foi o de espalhamento de raios X em superfícies metálicas, realizado

repetidas vezes e com muita precisão por Compton e sua equipe nos primeiros anos da década

de 1920. A partir dele, a comunidade dos físicos começou a, gradualmente aceitar a validade

da hipótese de Einstein para explicar o comportamento observado da radiação. Efeito

fotoelétrico, de 1887 paradoxalmente, a observação do efeito fotoelétrico aconteceu quando

Heinrich Hertz realizava experiências para confirmar a existência das ondas eletromagnéticas,

em 1887. Hertz observou que, quando a radiação luminosa ultravioleta incidia sobre um

eletrodo negativamente carregado e feito de um metal alcalino, promovia uma descarga

elétrica (corrente elétrica) entre esse eletrodo e o outro (carregado positivamente). Isso

80

constituía uma indicação de que os elétrons conseguiam sair da superfície do metal do

eletrodo negativamente carregado pela absorção de energia a partir da luz incidente. Nos anos

que se seguiram a sua descoberta, o efeito fotoelétrico passou a ser estudado detalhadamente

com arranjos experimentais que consistiam, basicamente, numa câmara lacrada onde era feito

vácuo, contendo numa das extremidades uma placa de metal alcalino ligada ao pólo negativo

de uma bateria, um coletor metálico do lado oposto ao da câmara, ligado ao pólo positivo da

bateria, uma fonte de tensão contínua, um voltímetro e um amperímetro, conforme mostrado

na figura 1.

Entre os dois eletrodos é mantida pela bateria uma diferença de potencial cuja

polaridade podia ser invertida, de modo que os elétrons ejetados do metal (chamados de

fotoelétrons) alcalino pudessem ser tanto acelerados quanto freados em seu caminho em

direção à outra placa.

Quando a luz bate na placa, vários de seus elétrons superficiais adquirem energia da

radiação incidente suficiente para que se libertar do campo eletrostático, que os atrai de volta

para a placa alcalina, e abandonam o metal com uma determinada quantidade de energia

cinética. Os elétrons são mantidos na superfície do alvo por força elétrica (se esses forças não

existissem, os elétrons cairiam do salvo por força gravitacional).

Para escapar do alvo, um elétron necessita de certa energia mínima Φ,que depende do

matéria que é feito o alvo e recebe o nome de função trabalho. Quando a energia hf cedida por

um fóton a um elétron é maior que a função trabalho do material, Einstein resumiu os

resultados dos experimentos do efeito fotoelétrico na equação Kmáx = hf – Φ.

Figura 11-Arranjo experimental do efeito fotoelétrico; Fonte: Artigo de Márcia Cândidas Menteiro e Trieste F.

Ricci

81

Isso significa, então, que a energia cinética dos fotoelétrons mais energéticos é toda

convertida em energia potencial elétrica no momento em que o elétron pára e começa a

inverter seu movimento. Assim, medindo-se o valor do potencial de corte podia-se determinar

a energia cinética máxima dos fotoelétrons emitidos, com velocidade máxima, a partir da

placa alcalina.

82

Questões comentadas para texto IV- Elétrico Fotoelétrico

Questão1-O gráfico mostrado ao lado resultou de uma experiência na qual a superfície

metálica de uma célula fotoelétrica foi iluminada, separadamente, por duas fontes de luz

monocromática distintas, de freqüências v1 = 6,0 x 1014 Hz e v2 = 7,5 x 1014 Hz,

respectivamente. As energias cinéticas máximas, K1 = 2,0 eV e K2 = 3,0 eV, dos elétrons

arrancados do metal, pelos dois tipos de luz, estão indicadas no gráfico. A reta que passa

pelos dois pontos experimentais do gráfico obedece à relação estabelecida por Einstein para o

efeito fotoelétrico, ou seja, K = h - , onde h é a constante de Planck e é a chamada função

trabalho, característica de cada material. Baseando-se na relação de Einstein. Qual é o valor

calculado de , em elétron-volts.

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Questão2- O Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), instalado no Pólo

Tecnológico de Campinas-SP, è o Único desse Gênero existente no Hemisfério Sul. O

LNLS colocou o Brasil num seleto grupo de países capazes de produzir luz síncroton. Luz

síncroton é a intensa radiação eletromagnética produzida por elétrons de alta energia

num acelerador de partículas.

Qual é comprimento de onda do fóton com energia de 6.600 eV ? ___________________________________________________________________________

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Questões Conceituais para texto IV- Efeito fotoelétrico

Questão1- A figura abaixo descreve o efeito fotoelétrico. Esse experimento contribuiu para a

descoberta da

a) dualidade onda-partícula da luz.

b) energia de ionização dos metais.

c) emissão continua de radiação por um corpo aquecido.

d) descrição da ligação química entre elementos metálicos.

e) fissão nuclear pode ser explicada.

Questão-2- O efeito fotoelétrico é um fenômeno

pelo qual:

a) elétrons são arrancados de certas superfícies

quando há incidência de luz sobre elas.

b) as lâmpadas incandescentes comuns emitem

um brilho forte.

c) as correntes elétricas podem emitir luz.

d) as correntes elétricas podem ser fotografadas.

e) a fissão nuclear pode ser explicada.

Questão-3- (ENEM) O efeito fotoelétrico contrariou as previsões teóricas da física clássica

porque mostrou que a energia cinética máxima dos elétrons, emitido por uma placa metálica

iluminada, depende:

a) exclusivamente da amplitude da radiação incidente.

b) da freqüência e não do comprimento de onda da radiação incidente.

c) da amplitude e não do comprimento de onda da radiação incidente.

85

d) do comprimento de onda e não da freqüência da radiação incidente.

e) da freqüência e não da amplitude da radiação incidente.

Questão-4- Leia a tirinha a seguir.

Para validar a proposta do analista, ocorrência da dualidade onda-partícula, o senhor Fóton

deve ser capaz de sofrer

a) interferência e refração.

b) interferência e polarização.

c) difração e efeito fotoelétrico.

d) energia de ionização dos metais.

e) efeito fotoelétrico e Compton.

Questão-5- O efeito fotoelétrico ocorre quando uma radiação eletromagnética, por exemplo, a

ultravioleta, incide sobre uma placa metálica, provocando a emissão de elétrons por essa

placa, como mostra a figura a seguir. Esse efeito tem aplicações importantes em sistemas

como alarmes, portões eletrônicos, etc. O efeito fotoelétrico foi também utilizado por Bohr

para propor seus postulados. Relacionando tal efeito com o modelo atômico proposto por

Bohr, é INCORRETO afirmar que:

86

a) o elétron deve receber uma energia mínima suficiente para sua emissão da placa metálica.

b) a emissão de elétrons que estiverem mais próximos do núcleo requer radiação mais

energética.

c) a quantidade de energia, para que ocorra o efeito fotoelétrico, é a mesma para qualquer

metal.

d) a radiação absorvida, em parte, e convertida em energia cinética pelo elétron que foi

emitido.

e) a radiação tem comprimento de onda e não da freqüência da radiação incidente.

e) O efeito contrariou as previsões teóricas da física clássica porque mostrou que a energia

cinética máxima dos elétrons é nula.

Questão-6(Extra)- Selecione a alternativa que apresenta as palavras que completam

corretamente as lacunas, pela ordem, no seguinte texto relacionado com o efeito fotoelétrico.

O efeito fotoelétrico, isto é, a emissão de…,por metais sob a ação da luz, é um experimento

dentro de um contexto físico extremamente rico, incluindo a oportunidade de pensar sobre o

funcionamento do equipamento que leva à evidência experimental relacionada com a emissão

e a energia dessas partículas, bem como a oportunidade de entender a inadequacidade da visão

clássica do fenômeno. Em 1905, ao analisar esse efeito, Einstein fez a suposição

revolucionária de que a luz, até então considerada como um fenômeno ondulatório, poderia

também ser concebida como constituída por conteúdos energéticos que obedecem a uma

distribuição, os quanta de luz, mais tarde denominados.

a) fótons – contínua – fótons

b) fótons – contínua – elétrons

c) elétrons – contínua – fótons

d) elétrons – discreta – elétrons

e) elétrons – discreta – fótons

GABARITO MÓDULO - IV

(QC-1) (QC-2) (QC-3) (QC-4) (QC-5) (QC-6-extra)

A A E E C E

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ANEXO C- SLIDES DE APRESENTAÇÃO DOS MÓDULOS I, II, III, e IV

Aula 1 e 2.

88

89

Slides de apresentação de módulo II

Aula 3 e 4

90

91

Slides de apresentação de módulo III

Aula 5 e 6

92

93

Slides de apresentação de módulo IV

Aula 7 e 8

94

95

96

ANEXO D- RESOLUÇÃO DAS QUESTÕES COMENTADAS

(Q, Com -1) – módulo I

a) Considerando o ponto x, temos ∆𝑑= d1- d2, ∆𝑑= 10 – 5; ∆𝑑 = 5𝑐𝑚, então, λ=v/f, logo

λ=20/ 10, λ= 2 cm, então ∆𝑑= n λ/2, então, 5 = n2/2, então n=5.

Para n= 5(ímpar), temos interferência destrutiva para fonte em fase.

b) Considerando o ponto Y, temos, 152= 92 + d12 , resolvendo Teorema de Pitágoras temos,

d1= 12 cm. Como ∆𝑑= 12 -9, isso é igual a ∆𝑑= 3 cm. Logo ∆𝑑= n λ/2, temos 3 = n 2/2,com

n=3.

Para n =3(impar), temos interferência destrutiva para fonte em fase.

b) As posições das franjas claras (interferência máxima) representa interferência construtiva,

nas condições d= n λ /2, onde n=0,2,4,6..,Para o primeiro máximo, temos que n=2, assim d =

n2/2, Logo n=2. Portanto F1P – F2P em meio comprimento de onda vale 2.

(Q, Com -2) – módulo I

Os dados da questão são: λ= 5000A° = λ= 5. 10 -7 m, d = 1mm ou d = 1 . 10 -3m e L= 5 m.

Considerando que s distância seja igual ao comprimento (λ), ou seja, d = λ, λ= 2𝑑𝑦

𝑛𝑙 então d=

λnl

2𝑦 , logo d =

5 .10−7.2.5

2.10−3 , então d = 25. 10-4 m

(Q, Com -1) – módulo II

Os dados da questão são: λ= 5000A° = λ= 5. 10 -7 m, d = 1mm ou d = 1 . 10 -3m e L= 5 m.

Considerando que s distância seja igual ao comprimento (λ), ou seja, d = λ, λ= 2𝑑𝑦

𝑛𝑙 então d=

λnl

2𝑦 , logo d =

5 .10−7.2.5

2.10−3 , então d = 25. 10-4 m

(Q, Com -2) – módulo II

As posições das franjas escuras representam interferência destrutivas. Logo, d= n λ /2, para

n=1 e d= 2,4. 10-7 m. Temos, 2,4. . 10-7 = 1. λ /2 = λ = 4,8. 10-7 m.

Usando a tabela ao lado, notamos que esse comprimento de onda equivale a uma luz de cor

azul, ou sela, letra (B).

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(Q, Com -1) – módulo III

Segundo a física clássica, a energia é transportada através de ondas ou partículas,

como, por exemplo, ondas na água transportam energia sobre a superfície da água e uma

flecha transfere energia para o alvo. Essa visão culminou na construção de um modelo

ondulatório para explicar alguns fenômenos e de um modelo corpuscular para outros. Como

os dois modelos obtiveram sucesso, isso fez com que os físicos se condicionassem a pensar

que os entes do universo fossem ou partículas ou ondas. Em 1924, Louis de Broglie propôs em sua tese de doutorado que o comportamento

dual onda-partícula não estava restrito somente para ondas eletromagnéticas, mas também

para corpos com massa. De Broglie fundamentou-se na teoria desenvolvida por Einstein para

explicar o efeito fotoelétrico, na qual os fótons além de se comportarem como ondas, também

apresentam comportamento corpuscular. Dessa forma, os elétrons, assim como os fótons,

também apresentam uma onda associada a seu movimento e exibem características tanto

ondulatórias quanto corpusculares, dependendo da situação em que são observados.

As duas primeiras figuras dadas no enunciado correspondem à detecção de cinco

fótons e dez elétrons, respectivamente, e evidenciam que essas entidades estão se

comportando como corpúsculos que colidiram com o alvo de forma aleatória, como se fossem

bolas arremessadas por uma fenda e que colidiram com um anteparo, marcando-o. Isso é

característico do comportamento de uma partícula clássica, que pode ser localizada e

desviada, transferindo energia por meio de colisões, sem sofrer interferência e difração. Nas imagens seguintes, as com 150 e com 15.000 fótons e as com 3.000 e 70.000

elétrons, podemos notar que estão se formando franjas de interferência construtiva e

destrutiva, que são propriedades ondulatórias. Uma onda clássica não tem localização precisa,

transfere energia de forma gradual e exibe as propriedades de interferência e difração.

Segundo Louis de Broglie, não apenas os elétrons, mas todas as partículas carregadas ou não,

apresentam aspectos ondulatórios quando estão sob as condições da óptica física. Conclui-se, então, que com uma quantidade pequena de entes, sejam eles fótons ou

elétrons, não se consegue perceber o padrão de interferência nas figuras e tudo se passa como

se esses entes se comportassem de forma independente. Porém, quando um número grande de

entes incide na tela, o padrão de interferência surge e o comportamento ondulatório pode ser

observado nas figuras.

(Q, Com -2) – módulo III

Trata-se de um experimento de dupla fenda. Quando a fenda A está aberta, a intensidade de

onda no ponto P é dada pelo módulo da amplitude da onda ao quadrado IA(x) = |φA(x)|2.

Quando a fenda B está aberta IB(x) = |φB(x)|2. Quando as duas fendas estão abertas:

IAB(x) = |φA(x) + φB(x)|2 = IA + IB +2(IA.IB)1/2 cos θ

Em que cos θ da a diferença de fase entre as contribuições das duas frentes de ondas que

resultam da difração da onda original nas fendas. O último termo é o de interferência. Com

IA = 36 e IB = 16, e – 1 ≤ cos θ ≤ + 1:

IAB (Máxima) = 36 + 16 – 2(36.16)1/2 = 4

IAB (Máxima) = 36 + 16 + 2(36.16)1/2 = 100

Portanto a intensidade no ponto P com as duas fendas abertas é tal que: 4 ≤ I ≤ 100.

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(Q, Com - 1) – módulo IV

Analisando o efeito fotoelétrico estabelecido por Einstein, K= h- veremos que o

coeficiente angular do gráfico nos fornece a constante de Planck, então, temos. h= 3−2

(7,5−6).1014

h= 6,67. 10 -15 eVs. Substituindo qualquer um dos dois pontos do gráfico na relação

matemática, temos K= hv- logo =eV.

(Q, Com - 2) – módulo IV

A energia deste fóton em Joule é de E= 1,6. 10-19. 6.600, então E = 1, 056.10-15 Joules.

Portanto, o comprimento de onda deste fóton pode ser calculado a partir: E= h.f, onde E= h.f/

λ, logo λ = 6,6. 10 -34. 3.10 8, então λ = 1, 875. 10 -10 m.