instrumentos de medidas eletricas

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4 Nesta seção... INSTRUMENTOS DE MEDIDAS ELÉTRICAS Tensão alternada Tensão alternada senoidal Varivolt Medida de tensão CA Introdução ao estudo do osciloscópio

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Instrumentos de Medidas Eletricas

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  • 4Nesta seo...

    INSTRUMENTOS DEMEDIDAS ELTRICAS

    Tenso alternada

    Tenso alternada senoidal

    Varivolt

    Medida de tenso CA

    Introduo ao estudo do osciloscpio

  • 140 SENAI-RJ

    Eletrnica Bsica - Grandezas Eltricas

  • SENAI-RJ 141

    Eletrnica Bsica - Grandezas EltricasEletrnica Bsica - Instrumentos de medidas eltricas

    Tenso alternada

    A tenso alternada, denominada normalmente de tenso CA, difere da tenso contnua

    porque troca de polaridade constantemente, provocando nos circuitos um fluxo de corrente

    ora em um sentido, ora em outro. (Fig. 1)

    A tenso eltrica disponvel nas residncias do tipo alternada, razo pela qual a maior

    parte dos equipamentos eltricos construdo para funcionar alimentado a partir deste tipo de

    corrente eltrica.

    Caractersticas

    A condio fundamental para que uma determinada tenso eltrica seja considerada

    como tenso alternada que a sua polaridade no seja constante. Assim, podem existir os mais

    diversos tipos de tenso alternada.

    Fig. 1

    Durante um tempo Aps algum tempo

  • 142 SENAI-RJ

    Eletrnica Bsica - Grandezas EltricasEletrnica Bsica - Instrumentos de medidas eltricas

    Os diversos tipos de tenso CA podem ser distinguidos atravs de quatro caractersticas:

    forma de onda

    ciclo

    perodo

    freqncia

    Forma de onda

    Existem tenses alternadas com diversas formas de onda. Na figura 2, so apresentados

    os grficos de alguns tipos de corrente alternada.

    Ciclo

    uma variao completa

    da forma de onda, ou seja, em

    resumo, o ciclo uma parte da

    forma de onda que se repete

    sucessivamente. (Fig. 3)

    + V + VRETANGULAR DENTE DE SERRA

    Fig. 2

    TRIANGULAR SENOIDAL

    Fig. 3

    (repetida sucessivamente)

    Ciclo

  • SENAI-RJ 143

    Eletrnica Bsica - Grandezas EltricasEletrnica Bsica - Instrumentos de medidas eltricas

    Quando se faz necessrio um estudo mais detalhado de cada uma das regies do grfico

    (acima do eixo ou abaixo do eixo), utiliza-se a expresso semiciclo para identificar a metade de

    um ciclo completo (entre dois pontos zero).

    Os semiciclos podem ser identificados como positivo (acima do eixo) e negativo (abaixo

    do eixo) (Fig. 5)

    A figura 4 mostra dois tipos de forma de onda alternada com um ciclo completo indicado.

    CicloCiclo

    t t

    Fig. 4

    Perodo

    Perodo a designao empregada para definir o tempo necessrio para que se realize

    um ciclo completo de uma corrente alternada.

    O perodo representado pela notao T e sua unidade de medida o segundo (s).

    Fig. 4

    semiciclo positivo

    semiciclo negativo

  • 144 SENAI-RJ

    Eletrnica Bsica - Grandezas EltricasEletrnica Bsica - Instrumentos de medidas eltricas

    Como o perodo da corrente alternada normalmente menor que 1 segundo, utilizam-

    -se normalmente os submltiplos da unidade:

    milissegundo ms __1__ s ou 10-3 s

    1000

    microssegundo s ___1___ s ou 10-6 s

    1000000

    As figuras 6, 7 e 8 mostram sinais alternados com perodos indicados.

    +V

    1 ciclo

    0,1 0,2 0,3 0,41(ms)

    1 ciclo

    5 10 15 20 1(ms)

    +V

    T = 0,02 s ou 20 ms

    T = 0,4 s ou 400 ms

    T = 0,03 s ou 30 ms

    ciclo

    10 20 30 401(ms)

    +V

  • SENAI-RJ 145

    Eletrnica Bsica - Grandezas EltricasEletrnica Bsica - Instrumentos de medidas eltricas

    Freqncia

    A freqncia o nmero de ciclos completos de uma corrente alternada que ocorre em

    1 segundo. indicada pela letra f e sua unidade o Hertz (Hz).

    So muito utilizados os mltiplos da unidade de freqncia:

    quilohertz kHz 100 Hz ou 103 Hz

    megahertz MHz 1000000 Hz ou 106 Hz

    As figuras 9 e 10 mostram grficos de correntes alternadas com as respectivas freqncias.

    Relao entre perodo e freqncia

    Existe uma relao matemtica entre perodo e freqncia de uma corrente alternada.

    Quanto menor o perodo (menor o tempo de durao de um ciclo), maior o nmero de ciclos

    realizados em 1 s, ou seja, freqncia e perodo so inversamente proporcionais.

    Expressando matematicamente a relao de proporcionalidade inversa tem-se:

    RELAO F = _1_ ou T = _1_

    PERODO - FREQNCIA T

    f

    onde f = freqncia em Hertz

    T = perodo em segundos

    Esta relao permite determinar a freqncia de uma corrente alternada se seu perodo

    conhecido e vice-versa.

    Fig. 9

    1s

    997 ciclos1 1 1

    1s

    Fig. 10

  • 146 SENAI-RJ

    Eletrnica Bsica - Grandezas EltricasEletrnica Bsica - Instrumentos de medidas eltricas

    Tenso alternada senoidalA tenso alternada senoidal a mais importante das tenses CA, tendo em vista que

    toda a distribuio de energia eltrica para os consumidores (residncias, indstrias, comrcio,

    etc...) feita atravs deste tipo de corrente alternada.

    Isto significa que todos os aparelhos ligados rede eltrica so alimentados por corrente

    alternada senoidal. (Fig. 11)

    Valores de pico

    Fig. 11

    Analisando-se um ciclo

    completo da tenso alternada

    senoidal, verifica-se que o valor

    instantneo da tenso est em

    modificao. (Fig. 12)

    Fig. 12

    instan

    te 1in

    stante 2

    instan

    te 3

    t

  • SENAI-RJ 147

    Eletrnica Bsica - Grandezas EltricasEletrnica Bsica - Instrumentos de medidas eltricas

    O valor de pico negativo numericamente igual ao valor de pico positivo, de forma que

    a determinao do valor pode ser feita em qualquer um dos semiciclos. (Fig. 14)

    O valor mximo de

    tenso que a CA atinge em

    cada semiciclo denominado

    de tenso de pico, indicada

    pela notao Vp. (Fig. 13)

    Fig. 13

    Tenso depico positivo

    Tenso de piconegativo

    Fig. 14

    Valor da tenso de pico a picoda CA senoidal

    A tenso de pico a pico

    (Vpp) de uma CA senoidal

    medida entre os dois picos

    mximos (positivo e negativo)

    de um ciclo. (Fig. 15)

    Fig. 15

  • 148 SENAI-RJ

    Eletrnica Bsica - Grandezas EltricasEletrnica Bsica - Instrumentos de medidas eltricas

    Considerando-se que os dois semiciclos da CA so iguais pode-se afirmar

    Relao Vp - Vpp

    da CA senoidal Vpp = 2 Vp

    Da mesma forma que as medidas de pico e de pico a pico se aplicam tenso alternada

    senoidal, aplicam-se corrente alternada senoidal. (Fig. 16)

    Correspondncia entre CA e CC

    Quando se aplica uma tenso contnua sobre um resistor, verifica-se a circulao de

    corrente de valor constante. (Fig. 17)

    Fig. 16

    Fig. 17

    Grfico da tensoaplicada no resistor

    Grfico da correntecirculante no resistor

  • SENAI-RJ 149

    Eletrnica Bsica - Grandezas EltricasEletrnica Bsica - Instrumentos de medidas eltricas

    Aplicando-se uma tenso alternada senoidal a um resistor, estabelece-se a circulao de

    uma corrente alternada senoidal. (Fig. 19)

    Como efeito resultante, estabelece-se uma dissipao de potncia no resistor (P = V I).

    Esta potncia dissipada em regime contnuo, fazendo com que haja um desprendimento de

    calor constante no resistor. (Fig. 18)

    Fig. 18

    Como a tenso e a corrente so variveis, a quantidade de calor produzida no resistor

    varia a cada instante. (Fig. 20)

    Fig. 20

    Grfico da tensoaplicada no resistor

    Fig. 19

    Grfico da correntecirculante no resistor

  • 150 SENAI-RJ

    Eletrnica Bsica - Grandezas Eltricas

    Fig. 21

    Maior produo de calor com cc (10V)do que com ca (10Vp)

    Eletrnica Bsica - Instrumentos de medidas eltricas

    Nos momentos em que a tenso zero, no h produo de calor (P = 0 A x 0 V).

    Nos momentos em que a tenso atinge o valor mximo (Vp) a corrente tambm atinge o

    valor mximo (Ip) e a potncia dissipada o produto mximo (Pp = Vp Ip).

    Em conseqncia desta produo varivel de trabalho em CA, verifica-se que um resistor

    de valor R, ligado, por exemplo, a uma tenso contnua de 10 V, produz mais calor que o mesmo

    resistor R ligado a uma tenso alternada de 10 V de pico. (Fig. 21)

    Para obter no resistor R em CA a mesma quantidade de calor, no mesmo tempo, necessita-se

    de uma tenso alternada de 14,14 V de pico. (Fig. 22)

    Do origem ao mesmotrabalho, no mesmo resistor

    e no mesmo tempo

    Fig. 22

  • SENAI-RJ 151

    Eletrnica Bsica - Grandezas EltricasEletrnica Bsica - Instrumentos de medidas eltricas

    Observando a figura 22, v-se que uma tenso alternada de 14,14 V de pico to

    eficazquanto uma tenso contnua de 10 V na produo de trabalho.

    Por esta razo, diz-se que uma tenso CA de 14,14 V corresponde a uma tenso eficaz de

    10V.

    14,14 Vp = 10 Vef Vef Volts eficazes

    Pode-se ento definir:

    Tenso eficaz (ou corrente eficaz) de uma CA senoidal um valor que indica a

    que tenso contnua (ou corrente contnua) esta CA corresponde, em termos de

    produo de trabalho.

    Existe uma relao constante entre o valor eficaz de um CA senoidal e seu valor de pico.

    Esta relao :

    TENSO EFICAZ Vef

    = V

    p

    2

    CORRENTE EFICAZ Ief

    = I

    p

    2

    Aplicando-se a equao da tenso eficaz tenso alternada senoidal de 14,14 volts de pico,

    verifica-se a correo da equao.

    Vef

    = _Vp_ Vef

    = 14,14 V Vef

    = 10 V 2 1,414

    10 V Tenso eficaz correspondente a uma tenso alternada senoidal

    de 14,14 V de pico.

    As equaes de corrente eficaz e tenso eficaz podem ser encontradas

    atravs de processos matemticos, empregando clculo integral.

  • 152 SENAI-RJ

    Eletrnica Bsica - Grandezas EltricasEletrnica Bsica - Instrumentos de medidas eltricas

    Os instrumentos utilizados para medio em circuitos de corrente alternada sempre

    indicam valores eficazes (de corrente e tenso).

    Isto significa que voltmetro conectado a um circuito de CA indica uma tenso de

    110 V. Esta tenso eficaz (produz trabalho). Para determinar o valor de pico da CA que originou

    110 V eficazes utilizam-se as mesmas equaes.

    Vef

    = V

    p Vp = V

    ef 2

    2

    Vp = 110 V 1,414 V V

    p = 155 V (Fig. 23)

    Fig. 23

    Varivolt

    um equipamento que recebe uma

    tenso alternada fixa (110 V, 220 V, 380 V) a

    partir da rede eltrica e fornece um valor de

    tenso alternada ajustvel na sada. (Fig. 24)

    O varivolt muito utilizado em teste e

    manuteno de equipamentos e tambm para

    realizao de experincias com componentes

    e circuitos eletrnicos.Fig. 24

  • SENAI-RJ 153

    Eletrnica Bsica - Grandezas EltricasEletrnica Bsica - Instrumentos de medidas eltricas

    Utilizao do varivolt

    Os bornes de entrada servem para a alimentao do varivolt a partir da rede eltrica.

    Utiliza-se um cabo para conectar os bornes de entrada tomada. (Fig. 26)

    Fig. 25

    O varivolt possui uma placa

    com quatro bornes, dos quais dois se

    destinam entrada e dois sada de

    tenso CA. (Fig. 25)

    Antes de realizar a alimentao deve-se verificar se:

    a tenso de rede confere com a tenso nominal do varivolt.

    no existe curto-circuito entre os terminais de entrada ou de sada do varivolt.

    o cabo est fixo com firmeza nos bornes.

    O cabo de alimentao deve ser ligado primeiro aos bornes de entrada do

    varivolt e depois tomada, para evitar choques eltricos e curto-circuitos.

    Placa debornes

    Fig. 26

  • 154 SENAI-RJ

    Eletrnica Bsica - Grandezas EltricasEletrnica Bsica - Instrumentos de medidas eltricas

    Os bornes de sada fornecem a tenso CA necessria. A tenso nestes bornes ajustada

    atravs do cursor, na parte superior do varivolt.

    O ajuste da tenso pode ser feito com auxlio de um voltmetro de CA conectado aos

    bornes de sada. (Fig. 27)

    Fig. 27

    Alguns varivolts j tm um voltmetro conectado aos bornes de sada, enquanto outros

    apresentam apenas uma escala junto ao cursor. (Figs. 28 e 29)

    Para evitar danos ao voltmetro (ou multmetro), o ajuste da tenso de sada deve ser

    executado atravs de uma seqncia de procedimentos:

    Fig. 28 Fig. 29

  • SENAI-RJ 155

    Eletrnica Bsica - Grandezas EltricasEletrnica Bsica - Instrumentos de medidas eltricas

    girar o cursor totalmente no sentido anti-horrio.Com o cursor nesta posio, a tenso

    nos bornes de sada praticamente nula (0 V).

    conectar um voltmetro de CA com escala apropriada para a tenso a ser ajustada.

    girar o cursor no sentido horrio at que o voltmetro indique a tenso desejada.

    Por medida de segurana no se deve executar conexes ou tocar a

    parte metlica dos bornes com o varivolt alimentado.

    Medida de tenso CAA medida de tenso alternada consiste na utilizao de instrumentos com o objetivo de

    determinar a tenso eficaz presente entre dois pontos onde exista uma CA.

    A medida de tenso alternada muito utilizada na manuteno de equipamentos

    eltricos e eletrnicos, principalmente naqueles alimentados a partir da rede eltrica.

    Instrumentos de medio

    A medio de tenso alternada pode ser realizada atravs de dois instrumentos:

    Fig. 30

    Simbologia

    A figura 30 mostra o smbolo do varivolt,

    indicando os bornes de entrada e sada.

    EntradaSada

    voltmetro ou milivoltmetro. (Fig. 31)

    multmetro em escala de CA. (Fig. 32)

    Fig. 31

    Fig. 32

    Tanto os voltmetros de CA como os

    multmetros fornecem a indicao da tenso

    eficaz presente entre os pontos medidos.

  • 156 SENAI-RJ

    Eletrnica Bsica - Grandezas EltricasEletrnica Bsica - Instrumentos de medidas eltricas

    Sempre que h referncia em medidas ou esquemas a valores de tenso CA

    (ex.: 110 VCA

    ; 220 VCA

    ; 12 VCA

    ) estes valores correspondem tenso eficaz.

    Quando um valor de CA no eficaz, deve ser identificado com o seu significado. Por exemplo:

    220 Vp 220 volts de pico

    70 Vpp 70 volts de pico a pico

    Voltmetro de CA

    Fig. 33

    Os voltmetros destinados

    medio de tenso alternada so

    identificados pelo smbolo na

    escala frontal. (Fig. 33)

    Este smbolo significa que os instrumentos para CA so instrumentos prprios para

    indicao de valores eficazes em CA.

    Os instrumentos indicados pelo smbolo so versteis, porque o seu princpio de

    funcionamento permite que sejam usados tanto para medidas em CC como em CA. Desse

    modo, observados os smbolos utilizados nos instrumentos, identificam-se:

    medidas em CC

    medidas em CC

    medidas em CA (valores eficazes)

    Deve-se sempre verificar o tipo de instrumento adequado antes de realizar uma medio

    de CC ou CA.

  • SENAI-RJ 157

    Eletrnica Bsica - Grandezas EltricasEletrnica Bsica - Instrumentos de medidas eltricas

    Multmetro

    Devido ao fato de que

    em CA existe uma troca cons-

    tante de polaridade, os bornes

    dos voltmetros de CA no tm

    polaridade para ligao. Por esse

    motivo, ao realizar-se uma

    medida, a ordem de conexo

    das pontas de prova indi-

    ferente. (Fig. 34)

    Bornes sempolaridades

    Fig. 34

    O multmetro pode ser utilizado

    para medio de tenso CA.

    A figura 35 mostra o painel de um

    multmetro, ressaltando as partes

    utilizadas para medio de tenso CA.

    Bornes

    Na maioria dos tipos comerciais

    de multmetro, os bornes para as pontas

    de prova so os mesmos em CA ou CC.

    (Fig. 36)

    Fig. 35

    Fig. 36Bornes para mediode tenso CA

    Em alguns multmetros a ponta de prova preta conectada ao borne comum,

    e a vermelha, a um borne especfico para medio de tenso CA.

  • 158 SENAI-RJ

    Eletrnica Bsica - Grandezas EltricasEletrnica Bsica - Instrumentos de medidas eltricas

    Chave seletora

    As posies de chave seletora

    destinadas medida de tenso CA so

    indicadas pelas abreviaturas ACV ou

    AC. (Fig. 37)

    Fig. 37

    O valor indicado em cada uma das posies representa a tenso eficaz mxima que o

    instrumento pode medir nesta posio da chave seletora. (Fig. 38)

    Escala selecionada ACV 300 indica a tenso

    eficaz mxima que o instrumento pode medir nesta

    posio da chave seletora: 300 V.

    Fig. 38

  • SENAI-RJ 159

    Eletrnica Bsica - Grandezas Eltricas

    Fig. 40

    Eletrnica Bsica - Instrumentos de medidas eltricas

    Escalas

    As escalas do multmetro para tenso CA so

    as mesmas utilizadas para tenso CC.

    Por esta razo, estas escalas normalmente

    esto identificadas pelas abreviaturas DC/AC (tenso

    contnua/tenso alternada). (Fig. 39)

    Fig. 39

    Alm destas escalas comuns para CC/CA os multmetros tm ainda uma escala especfica

    para medidas de tenso AC de pequeno valor (6 VCA

    ou menos). Esta escala normalmente

    identificada com as abreviaturas AC 6 V ou AC 6 V ONLY. (Fig. 40)

    Esta escala existe porque em pequenos valores de tenso CA o multmetro provoca um

    pequeno erro de indicao. Este erro corrigido no prprio instrumento atravs desta escala

    especfica.

  • 160 SENAI-RJ

    Eletrnica Bsica - Grandezas EltricasEletrnica Bsica - Instrumentos de medidas eltricas

    Procedimento para medio de tensoalternada com o multmetro

    O procedimento para utilizao do multmetro em medidas de tenso CA deve ser seguido

    rigorosamente, para evitar danos ao instrumento. Este procedimento compe-se das seguintes

    etapas:

    conectar as pontas de prova aos bornes apropriados.

    selecionar uma escala, com valor superior tenso eficaz que ser medida.

    conectar os pontos de prova nos pontos a serem medidos.

    interpretar a leitura.

    A interpretao da leitura se realiza da mesma forma que em tenses contnuas:

    indicao do ponteiro em conjunto com a posio da chave seletora.

    A seguir so apresentados quatro exemplos de interpretao da medida, um em cada escala.

    posio da chave seletora ACV 600leitura na escala de 0 a 6 (x 100)tenso medida 4 x 100 = 400 V

    posio da chave seletora ACV 300leitura na escala de 0 a 300

    tenso medida 110 V

  • SENAI-RJ 161

    Eletrnica Bsica - Grandezas EltricasEletrnica Bsica - Instrumentos de medidas eltricas

    Deve-se ter especial ateno para a posio da chave seletora que implica no uso da escala

    especfica para pequenas tenses CA (normalmente para 6 V ou 10 VCA

    ).

    A seguir esto colocados dois exemplos de utilizao desta escala.

    posio da chave seletora ACV 120leitura na escala de 0 a 120 (direta)tenso medida 70 V

    posio da chave seletora ACV 30leitura na escala de 0 a 300 (: 10)

    tenso medida 12,5 V

    posio da chave seletora ACV 6leitura na escala especfica de 0 a 6 Vtenso medida 5 V

    posio da chave seletora ACV 6leitura na escala especfica de 0 a 6 V

    tenso medida 2 V

  • 162 SENAI-RJ

    Eletrnica Bsica - Grandezas EltricasEletrnica Bsica - Instrumentos de medidas eltricas

    Guarda do instrumento

    Por uma questo de princpio de funcionamento nas escalas altas de tenso CA, o

    multmetro dificilmente pode sofrer danos por m operao. Por esta razo, quando um

    multmetro no dispe de uma posio OFF (desligado) na chave seletora, ao se guardar o

    instrumento deve-se posicionar a chave seletora para a maior escala de tenso CA disponvel

    (por exemplo: 1000 VAC).

    Introduo ao estudodo osciloscpio

    um equipamento que permite a observao de variaes de tenso eltrica em forma

    de figura em uma tela. (Fig. 41)

    Atravs do osciloscpio pode-se realizar pesquisas e anlises de defeitos em circuitos

    eletrnicos e eltricos.

    As imagens na tela de um osciloscpio so formadas pelo movimento rpido e simultneo

    de um ponto na horizontal e vertical, como em um aparelho de televiso.

    Quando o movimento do ponto rpido, a imagem que se observa na tela uma linha.

    Fig. 41

  • SENAI-RJ 163

    Eletrnica Bsica - Grandezas EltricasEletrnica Bsica - Instrumentos de medidas eltricas

    O painel e a funo dos controles

    A figura 42 apresenta um modelo de osciloscpio com o painel de controle e entradas de

    sinal em primeiro plano.

    Os controles e entradas do painel podem ser divididos em trs grupos:

    controles de ajuste do trao ou ponto na tela.

    controles e entrada de atuao vertical.

    controles e entrada de atuao horizontal.

    Sero apresentadas, entre parnteses, as designaes dos controles em ingls,

    visto que comum os osciloscpios apresentarem este tipo de identificao.

    Fig. 42

  • 164 SENAI-RJ

    Eletrnica Bsica - Grandezas EltricasEletrnica Bsica - Instrumentos de medidas eltricas

    Controle de ajuste de trao ou ponto na tela

    A figura 43 destaca o grupo de controles de ajuste do trao ou ponto em um modelo de

    osciloscpio.

    Brilho ou luminosidade (BRIGHTNESS ou INTENSITY)

    o controle que ajusta a luminosidade do ponto ou trao. Em alguns osciloscpios, este

    controle est acoplado chave liga-desliga do equipamento.

    Deve-se evitar o uso de brilho excessivo, pois a tela do osciloscpio pode ser danificada.

    Foco (FOCUS)

    o controle que ajusta a nitidez do ponto ou trao luminoso.

    O foco deve ser ajustado de forma a se obter um trao fino e ntido na tela. Os ajustes de

    brilho e foco so ajustes bsicos que so realizados sempre que se utiliza o osciloscpio.

    Iluminao da retcula (SCALE ILLUMINATION)

    Permite iluminar as divises traadas na tela.

    Fig. 43

  • SENAI-RJ 165

    Eletrnica Bsica - Grandezas EltricasEletrnica Bsica - Instrumentos de medidas eltricas

    Controles e entrada de atuao vertical

    A figura 44 destaca o grupo de controles de atuao vertical em um modelo de

    osciloscpio.

    Entrada de sinal vertical (INPUT)

    Nesta entrada conectada a ponta de prova do osciloscpio. As variaes de tenso

    aplicadas nesta entrada aparecem sob a forma de figuras na tela do osciloscpio. (Fig. 45)

    Fig. 44

    Fig. 45

    Sinal aplicado entrada vertical

    Imagem na tela

  • 166 SENAI-RJ

    Eletrnica Bsica - Grandezas EltricasEletrnica Bsica - Instrumentos de medidas eltricas

    Chave de seleo do modo de entrada (CA-CC ou AC-DC)

    Esta chave selecionada de acordo com o tipo de forma de onda a ser observada. Em

    alguns osciloscpios esta chave tem 3 posies (CA-0-CC ou AC-GND-DC). A posio adicional

    0 ou GND usada para a realizao de ajustes do osciloscpio em algumas situaes.

    Chave seletora de ganho vertical (V GAIN ou V/DIV)

    Atravs desta chave seletora possvel aumentar ou diminuir a amplitude de uma

    projeo na tela do osciloscpio. A figura 46 ilustra o que ocorre com a figura quando se

    movimenta esta chave seletora.

    Aumento de amplitude

    Fig. 46

    Reduo de amplitude

  • SENAI-RJ 167

    Eletrnica Bsica - Grandezas EltricasEletrnica Bsica - Instrumentos de medidas eltricas

    Ajuste fino de ganho vertical (FINE, VARIABLE ou VERNIER)

    Tem a mesma funo da chave seletora de ganho vertical: aumentar ou diminuir a

    amplitude da figura na tela.

    Enquanto a chave seletora provoca variaes de amplitude em passos (propores

    definidas), o ajuste fino permite variar linearmente a amplitude.

    Posio vertical (POSITION)

    Permite movimentar a projeo para cima ou para baixo na tela. A movimentao no

    interfere na forma da figura projetada na tela.

    Controles de atuao horizontal

    A figura 47 destaca os controles de atuao horizontal em um modelo de osciloscpio.

    Fig. 47

  • 168 SENAI-RJ

    Eletrnica Bsica - Grandezas EltricasEletrnica Bsica - Instrumentos de medidas eltricas

    Chave seletora na base de tempo (H. SWEEP)

    o controle que permite variar o tempo de deslocamento horizontal do ponto na tela.

    Atravs deste controle pode-se ampliar ou reduzir horizontalmente uma figura na tela. (Fig. 48)

    Em alguns osciloscpios esta chave seletora tem uma posio identificada como EXT

    (externa) possibilitando que o deslocamento horizontal do ponto seja controlado por um

    circuito externo ao osciloscpio, atravs de entrada especfica. Quando a posio externa

    selecionada no h formao do trao na tela, obtendo-se apenas um ponto.

    Ajuste fino (VARIABLE)

    Este controle permite um ajuste mais preciso do tempo de deslocamento do ponto na

    tela. Atua em conjunto com a chave seletora da base de tempo.

    Posio horizontal (H. POSITION)

    o ajuste que permite centrar horizontalmente a forma de onda na tela. Girando o controle

    de posio horizontal para a direita, o trao se move horizontalmente para a direita ou vice-versa.

    Fig. 48

  • SENAI-RJ 169

    Eletrnica Bsica - Grandezas EltricasEletrnica Bsica - Instrumentos de medidas eltricas

    Controles e entrada de sincronismo

    So controles que permitem fixar a forma de onda na tela do osciloscpio. Estes controles

    so utilizados principalmente na observao de sinais alternados. A figura 49 destaca os controles

    de sincronismo.

    Fig. 49

    Estes controles sero analisados por ocasio da utilizao do osciloscpio na medida de

    tenso CA.

    Pontas de prova

    As pontas de prova so utilizadas para interligar o osciloscpio aos pontos de medio.

    (Fig. 50)

    Fig. 50

  • 170 SENAI-RJ

    Eletrnica Bsica - Grandezas EltricasEletrnica Bsica - Instrumentos de medidas eltricas

    A extremidade livre tem uma garra jacar, denominada de terra da ponta de prova, que

    deve ser conectada ao terra do circuito, e uma ponta de entrada de sinal, que deve ser conectada

    no ponto que se deseja medir. (Fig. 52)

    Conector

    Extremidade livrepara medio

    Fig. 51

    Fig. 52

    Terra da ponta de prova

    Entrada de sinal naponta de prova

    Existem dois tipos de ponta de prova: ponta de prova 1:1

    ponta de prova 10:1

    A ponta de prova 1:1 se caracteriza por aplicar entrada do osciloscpio a mesma tenso

    ou forma de onda que aplicada ponta de medio. (Fig. 53)

    Uma das extremidades da ponta de prova conectada a uma das entradas do

    osciloscpio atravs de um conector; a extremidade livre serve para conexo aos pontos de

    medio. (Fig. 51)

    Fig. 53

    Pontos de medidaPonta de prova 1:1

    Ao osciloscpio

  • SENAI-RJ 171

    Eletrnica Bsica - Grandezas EltricasEletrnica Bsica - Instrumentos de medidas eltricas

    A ponta de prova 10:1 divisora de tenso, entregando ao osciloscpio a dcima parte

    da tenso aplicada ponta de medio. (Fig. 54)

    As pontas de prova 10:1 so usadas para permitir que o osciloscpio seja utilizado para

    medio ou observaes de sinais com tenses ou amplitudes 10 vezes maiores que o seu limite

    de medida normal.

    Por exemplo: um osciloscpio que permita a leitura de tenses de at 50 V com ponta de

    prova 1:1 pode ser utilizado em tenso de at 500 V (10 x 50) com uma ponta de prova 10:1.

    Existem pontas de prova que dispem de um boto atravs do qual se pode selecionar 10:1 ou

    1:1. (Fig. 55)

    Pontos de medidaPonta de prova 10:1

    Ao osciloscpio

    Fig. 54

    Fig. 55

  • 172 SENAI-RJ

    Eletrnica Bsica - Grandezas EltricasEletrnica Bsica - Instrumentos de medidas eltricas

    Osciloscpio de duplo trao

    Existem osciloscpios que permitem a visualizao simultnea de dois sinais na tela.

    So denominados de osciloscpios de duplo trao. (Fig. 56)

    Esses equipamentos tm alguns controles que so comuns aos dois traos e outros que

    so individuais para cada trao: controles bsicos (brilho, foco)

    controles do horizontal (base de tempo e posio)

    A figura 57 destaca os controles que so comuns aos dois traos em um modelo de

    osciloscpio.

    Fig. 56

    Fig. 57

  • SENAI-RJ 173

    Eletrnica Bsica - Grandezas EltricasEletrnica Bsica - Instrumentos de medidas eltricas

    As diferenas entre os osciloscpios de trao simples e duplo trao situam-se basicamente

    nas entradas e controles do vertical;

    nos controles e entrada de sincronismo.

    Entradas e controles do vertical osciloscpio de duplo trao

    A figura na tela do osciloscpio uma projeo da tenso aplicada entrada vertical.

    Assim, para observar dois sinais simultaneamente, necessrio aplicar duas tenses em duas

    entradas verticais.

    Os osciloscpios de duplo trao dispem de dois grupos de controles verticais:

    um grupo para o CANAL A ou CANAL 1.

    um grupo para o CANAL B ou CANAL 2.

    Cada canal vertical controla um dos sinais na tela (amplitude, posio vertical).

    A figura 58 destaca os grupos de controles do canal 1 (CH1) e canal 2 (CH2).

    Os grupos de controles verticais dos dois canais geralmente so iguais.

    Fig. 58

  • 174 SENAI-RJ

    Eletrnica Bsica - Grandezas EltricasEletrnica Bsica - Instrumentos de medidas eltricas

    Cada canal dispe de

    entrada vertical (1A e 2A).

    chave seletora CA-0-CC (1B e 2B).

    chave seletora de ganho vertical (1C e 2C). Fig. 59

    ajuste fino de ganho vertical (1D e 2D).

    posio vertical (1E e 2E).}

    Alguns osciloscpios dispem ainda de um controle denominado de INVERSOR (invert)

    que, quando utilizado, permite inverter a figura na tela. (Figs. 60 e 61)

    Fig. 59

    Fig. 61Fig. 60

    Canal 1 Normal Canal 1 Invertida

  • SENAI-RJ 175

    Eletrnica Bsica - Grandezas EltricasEletrnica Bsica - Instrumentos de medidas eltricas

    Modo de operao vertical do duplo trao

    Os osciloscpios de trao duplo dispem de uma chave seletora que permite que se use

    apenas um dos traos na tela.

    Um osciloscpio de duplo trao pode ser utilizado como se fosse de trao simples: tanto

    o CANAL 1 como o CANAL 2 podem ser utilizados individualmente.

    Entre os grupos de controles verticais do canal 1 e 2 existe uma chave seletora que

    permite que se determine quantos e que canais aparecero na tela. Esta chave tem pelo menos

    trs posies: CH 1, CH 2, DUAL (ou CHOPPER).

    Na posio CH 1, aparecer apenas um trao na tela, projetando o sinal que estiver

    aplicado entrada vertical do canal 1.

    Na posio CH 2, aparecer apenas um trao na tela, projetando o sinal que estiver

    aplicado entrada vertical do canal 2.

    Na posio DUAL (CHOPPER), aparecero na tela dois traos , cada um representando

    o sinal aplicado a uma das entradas.

    Em osciloscpios mais sofisticados, esta chave pode ter mais posies, que permitiro

    outras alternativas de funcionamento.

    Controles de sincronismo osciloscpios de duplo trao

    Os controles de

    sincronismo tm por

    funo fixar a imagem na

    tela. A figura 62 destaca o

    grupo de controles de

    sincronismo.

    Fig. 62

  • 176 SENAI-RJ

    Eletrnica Bsica - Grandezas EltricasEletrnica Bsica - Instrumentos de medidas eltricas

    Os controles de sincronismo so

    chave seletora de fonte de sincronismo;

    chave seletora me modo de sincronismo;

    controle de nvel de sincronismo;

    entrada de sincronismo.

    Estes controles sero analisados detalhadamente por ocasio da medida de tenso CA

    com osciloscpio.

  • SENAI-RJ 177

    Eletrnica Bsica - Grandezas Eltricas

    5

    Nesta seo...

    CAPACITORES

    Capacitor armazenamento de cargas

    Capacitncia

    Tipos de capacitores

    Teste de isolao do capacitor

    Comportamento do capacitor em CA

  • 178 SENAI-RJ

    Eletrnica Bsica - Grandezas EltricasEletrnica Bsica - Capacitores

  • SENAI-RJ 179

    Eletrnica Bsica - Grandezas EltricasEletrnica Bsica - Capacitores

    Capacitor armazenamentode cargas

    O capacitor um componente capaz de armazenar cargas eltricas, sendo largamente

    empregado nos circuitos eletrnicos.

    Um capacitor se compe basicamente de duas placas de material condutor,

    denominadas de armaduras, isoladas eletricamente entre si por um material isolante chamado

    dieltrico. (Fig.1)

    Fig. 1

    Armaduras

    Dieltrico

    O material condutor que compe as armaduras de um capacitor eletricamente neutro

    no seu estado natural.

  • 180 SENAI-RJ

    Eletrnica Bsica - Grandezas Eltricas

    No existindo potencial eltrico em cada uma das armaduras, no h diferena de

    potencial ou tenso entre elas como est ilustrado na figura 9, na pgina a seguir.

    Fig. 2

    Potenciais eltricos nulos

    Fig. 3

    O fenmeno de armazenamento de cargas pelo capacitor pode ser

    compreendido mais facilmente, analisando o movimento de eltrons no circuito.

    Por esta razo, ser utilizado o sentido eletrnico da corrente eltrica no

    desenvolvimento do assunto.

    Conectando-se os terminais do capacitor a uma fonte de CC, o capacitor fica sujeito

    diferena de potencial dos plos da fonte.

    Eletrnica Bsica - Capacitores

    Em cada uma das armaduras o nmero total de prtons e eltrons igual, portanto as

    placas no tm potencial eltrico. (Fig. 2)

  • SENAI-RJ 181

    Eletrnica Bsica - Grandezas Eltricas

    O potencial da bateria aplicado a cada uma das armaduras faz surgir entre elas uma fora

    chamada campo eltrico, que nada mais do que uma fora de atrao (cargas de sinal diferente)

    ou repulso (cargas de mesmo sinal) entre cargas eltricas.

    O plo positivo da fonte absorve eltrons da armadura qual est conectado enquanto

    o plo negativo fornece eltrons outra armadura. (Fig. 4)

    Fig. 4

    A armadura que fornece eltrons fonte fica com ons positivos, adquirindo um potencial

    positivo; a armadura que recebe eltrons da fonte fica com ons negativos, adquirindo potencial

    negativo. (Fig. 5)

    Eltrons

    Eltrons

    Isto significa que, ao conectar o capacitor a uma fonte de CC, surge uma diferena de

    potencial entre as suas armaduras.

    Fig. 5

    placa positiva

    placa negativa

    Eletrnica Bsica - Capacitores

  • 182 SENAI-RJ

    Eletrnica Bsica - Grandezas Eltricas

    A tenso presente nas armaduras do capacitor ter um valor to prximo ao da tenso

    da fonte que, para efeitos prticos, pode-se consider-las iguais.(Fig. 6)

    Quando o capacitor assume a mesma tenso da fonte de alimentao, diz-se que o

    capacitor est carregado.

    Se, aps ter sido carregado, o capacitor for desconectado da fonte de CC, suas armaduras

    permanecem com os potenciais adquiridos. (Fig. 7)

    Fig. 6

    Isto significa dizer que, mesmo aps ter sido desconectado da fonte de CC, ainda existe

    tenso presente entre as placas do capacitor. Resumindo, pode-se dizer que, quando um

    capacitor conectado a uma fonte de CC, absorve energia desta fonte, armazenando cargas

    eltricas (ons positivos e negativos) nas suas armaduras.

    Fig. 7

    Eletrnica Bsica - Capacitores

  • SENAI-RJ 183

    Eletrnica Bsica - Grandezas Eltricas

    Esta capacidade de absorver e manter a energia em suas armaduras na forma de cargas

    eltricas que define o capacitor como sendo um armazenador de cargas eltricas.

    A energia armazenada no capacitor na forma de desequilbrio eltrico entre suas armaduras

    pode ser reaproveitada.

    Descarga do capacitor

    Tomando-se um capacitor carregado e conectando seus terminais a uma carga haver

    uma circulao de corrente, pois o capacitor atua como fonte de tenso. (Fig. 8)

    Isto se deve ao fato de que atravs do circuito fechado inicia-se o restabelecimento do

    equilbrio eltrico entre as armaduras. Os eltrons em excesso em uma das armaduras,

    movimentam-se para a outra onde h falta de eltrons, at que se restabelea o equilbrio de

    potencial entre elas como est ilustrado na figura 9, na pgina a seguir.

    Fig. 8

    Eletrnica Bsica - Capacitores

    Resistor

  • 184 SENAI-RJ

    Eletrnica Bsica - Grandezas Eltricas

    Durante o tempo em que o capacitor se descarrega, a tenso entre suas armaduras

    diminui, porque o nmero de ons restantes em cada armadura cada vez menor. Ao fim de

    algum tempo, a tenso entre as armaduras to pequena que pode ser considerada zero.

    Capacitncia

    Capacitncia a propriedade que tem um capacitor de armazenar cargas.

    Esta capacidade de armazenamento de cargas de um capacitor, entretanto, depende de

    alguns fatores:

    rea das armaduras quanto maior a rea das armaduras, maior a

    capacidade de armazenamento de um capacitor.

    Fig. 9

    Capacitor carregado Capacitor em descarga

    Capacitor descarregado

    Eletrnica Bsica - Capacitores

  • SENAI-RJ 185

    Eletrnica Bsica - Grandezas Eltricas

    espessura do dieltrico quanto mais fino o dieltrico, mais prximas

    esto as armaduras. O campo eltrico formado entre elas maior e

    a capacidade de armazenamento tambm.

    natureza do dieltrico quanto maior a capacidade de isolao do

    dieltrico, maior a capacidade de armazenamento do capacitor.

    Pode-se dizer, assim, que quanto maior for a capacidade de armazenamento de cargas,

    maior ser a capacitncia.

    A unidade de medida de capacitncia o farad, representado pelo smbolo F. Como essa

    unidade extremamente grande, usam-se, na prtica, seus submltiplos.

    A tabela 1 apresenta os smbolos representativos de cada submltiplo e o seu valor com

    relao unidade.

    A converso de valores entre as subunidades feita da mesma forma que ocorre com

    as outras grandezas. (Fig. 10)

    SUBMLTIPLO

    Tabela 1

    microfarad F 110-6 farad

    0,000001 F

    nanofarad nF 110-9 farad

    0,000000001 F

    picofarad pF 110-12 farad

    0,000000000001 F

    SMBOLOREPRESENTATIVO DO

    SUBMLTIPLO

    VALOR COM RELAOAO FARAD

    pFF nF

    Fig. 10

    Eletrnica Bsica - Capacitores

  • 186 SENAI-RJ

    Eletrnica Bsica - Grandezas Eltricas

    A capacitncia um dos fatores eltricos que identifica um capacitor.

    Tenso de trabalho

    Alm da capacitncia, os capacitores tm ainda outra caracterstica eltrica importante: a

    tenso de trabalho, que se define como a tenso mxima que o capacitor pode suportar entre as

    suas armaduras.

    A aplicao, no capacitor, de uma tenso superior a sua tenso de trabalho mxima,

    pode provocar o rompimento do dieltrico, fazendo com que o capacitor entre em curto,

    perdendo as suas caractersticas.

    Na maioria dos capacitores, o rompimento do dieltrico danifica permanentemente o

    componente.

    APLICAO

    Exemplos de converso:

    1 F = 1000 nF 820 nF = 0,82 F

    22 nF = 22000 pF 1200pF = 1,2 nF

    68 nF = 0,068 F 47000pF = 47 nF

    150 pF = 0,15 nF 47000pF = 0,047 F

    Deve-se tomar o cuidado de utilizar sempre capacitores com tenso de

    trabalho superior ao valor com que o componente ir realmente trabalhar.

    Eletrnica Bsica - Capacitores

  • SENAI-RJ 187

    Eletrnica Bsica - Grandezas Eltricas

    Tipos de capacitores

    Atualmente encontra-se no mercado um grande nmero de tipos de capacitores,

    empregando os mais diversos materiais.

    H quatro tipos bsicos de capacitores:

    fixos despolarizados

    ajustveis

    variveis

    eletrolticos

    A figura 11 mostra alguns capacitores na sua forma real.

    Capacitores fixos despolarizados

    Estes componentes apresentam um valor de capacitncia especfico, que no pode ser

    alterado, e no tm polaridade especificada para ligao. Qualquer uma das suas armaduras

    pode ser ligada tanto a potenciais positivos como a negativos.

    Fig. 11

    Eletrnica Bsica - Capacitores

  • 188 SENAI-RJ

    Eletrnica Bsica - Grandezas Eltricas

    Existem diversos tipos de capacitores fixos. Entre eles citam-se, por exemplo

    capacitor de stiroflex . (Fig. 13)

    capacitor de cermica. (Fig. 14)

    capacitor de polister. (Fig. 15)

    A figura 12 mostra o smbolo usado

    para representar os capacitores fixos

    despolarizados.

    Fig. 12

    Alguns capacitores fixos podem apresentar-se em verso com os dois terminais nas

    extremidades (tipo axial) ou com os dois terminais no mesmo lado do corpo (tipo radial).

    (Figs. 16 e 17)

    Fig. 13 Fig. 14 Fig. 15

    De acordo com a necessidade de montagem, pode-se utilizar um ou outro tipo.

    Fig. 16 Fig. 17

    Eletrnica Bsica - Capacitores

  • SENAI-RJ 189

    Eletrnica Bsica - Grandezas Eltricas

    Capacitores ajustveis

    So utilizados nos pontos de calibrao dos circuitos. (Figs. 18 e 19)

    Apresentam valor de capacitncia ajustvel dentro de certos limites, por exemplo

    10 pF a 30 pF.

    Capacitores variveis

    So utilizados em locais onde a capacitncia constantemente modificada.

    As figuras 20 e 21 mostram um capacitor varivel e seu smbolo.

    Fig. 18 Fig. 19

    Fig. 20 Fig. 21

    Smbolo

    Eletrnica Bsica - Capacitores

  • 190 SENAI-RJ

    Eletrnica Bsica - Grandezas Eltricas

    Encontram-se tambm capacitores variveis mltiplos que se constituem de dois ou

    mais capacitores variveis, acionados pelo mesmo eixo.

    As figuras 22 e 23 mostram um capacitor duplo e o seu smbolo. A linha pontilhada

    indica que os dois capacitores tm seu movimento controlado pelo mesmo eixo.

    Capacitores eletrolticos

    Os capacitores eletrolticos so capacitores fixos cujo processo de fabricao permite a

    obteno de altos valores de capacitncia com pequeno volume.

    A figura 24 permite uma comparao entre as dimenses de um capacitor eletroltico e

    um no eletroltico de mesmo valor.

    Fig. 22 Fig. 23

    No eletroltico Eletroltico

    Fig. 24

    O fator que diferencia os capacitores eletrolticos dos demais capacitores fixos o

    dieltrico. Nos capacitores fixos comuns, o dieltrico de papel, mica ou cermica. O dieltrico

    dos capacitores eletrolticos um preparado qumico chamado de eletrlito, que oxida pela

    aplicao de tenso eltrica, isolando uma armadura da outra.

    Eletrnica Bsica - Capacitores

  • SENAI-RJ 191

    Eletrnica Bsica - Grandezas Eltricas

    A utilizao do eletrlito permite a reduo da distncia entre as armaduras a valores

    mnimos, o que possibilita a obteno de maiores valores de capacitncia (desde 1F at os

    valores maiores que 20000 F).

    Este tipo de capacitor selado em um invlucro de alumnio que isola as armaduras e o

    eletrlito da ao da umidade.

    Desvantagens do capacitor eletroltico

    Os capacitores eletrolticos apresentam algumas desvantagens que so decorrentes do seu

    processo de fabricao:

    a polaridade

    b alterao de capacitncia

    c tolerncia

    a) Polaridade

    A utilizao do dieltrico qumico (eletrlito) nos capacitores eletrolticos apresenta

    algumas desvantagens:

    a formao da camada de xido entre as placas depende da aplicao de tenso

    nas armaduras, com polaridade correta;

    a ligao de polaridades incorretas sobre as armaduras do capacitor provoca a destruio

    do eletrlito, permitindo a circulao de corrente entre as armaduras. Em conseqncia, o

    capacitor sofre um processo de aquecimento que faz o eletrlito ferver, podendo inclusive

    provocar uma exploso do componente devido formao de gases no seu interior.

    Os capacitores eletrolticos polarizados so utilizados apenas em circuitos

    alimentados por corrente contnua. Nos circuitos de corrente alternada, a

    troca de polaridade da tenso danifica o componente.

    O smbolo dos capacitores

    eletrolticos expressa a polaridade das

    armaduras. (Fig. 25)

    Fig. 25

    Eletrnica Bsica - Capacitores

  • 192 SENAI-RJ

    Eletrnica Bsica - Grandezas Eltricas

    No componente, a polaridade expressa de duas formas:

    por um chanfro na carcaa, que indica o terminal positivo. (Fig . 26)

    por sinais de + impressos no corpo. (Fig. 27)

    Fig. 26Terminal positvo

    Fig. 27

    b) Alterao da capacitncia

    O capacitor eletroltico sofre alterao de capacitncia quando no est sendo utilizado.

    Esta alterao se deve ao fato de que a formao da camada de xido entre as armaduras depende

    da aplicao de tenso no capacitor.

    Quando o capacitor eletroltico permanece durante um perodo sem utilizao, o dieltrico

    sofre um processo de degenerao que afeta sensivelmente a sua capacitncia.

    Por esta razo, sempre que for necessrio utilizar um capacitor que estava estocado durante

    algum tempo, deve-se conect-lo a uma fonte de tenso contnua durante alguns minutos,

    para permitir a reconstituio do dieltrico antes de aplic-lo no circuito.

    c) Tolerncia

    Os capacitores eletrolticos esto sujeitos a uma tolerncia elevada no valor real, com

    relao ao valor nominal. Esta tolerncia pode atingir valores de 20 a 30% e at mesmo 50% em

    casos extremos.

    Eletrnica Bsica - Capacitores

  • SENAI-RJ 193

    Eletrnica Bsica - Grandezas Eltricas

    Tipos de capacitores eletrolticos

    Existem dois tipos de capacitores eletrolticos, que esto relacionados com o tipo de

    dieltrico empregado:

    capacitor eletroltico de xido de alumnio.

    capacitor eletroltico de xido de tntalo.

    As figuras 28 e 29 mostram, respectivamente, um capacitor eletroltico de xido de alumnio

    e um de tntalo.

    Os capacitores eletrolticos de xido de tntalo apresentam uma vantagem sobre os eletrolticos

    de xido de alumnio, pois sua capacitncia sofre menor variao com o passar do tempo.

    Capacitores eletrolticos mltiplos

    Existem capacitores eletrolticos mltiplos, que consistem em dois, trs ou at mesmo

    quatro capacitores no mesmo invlucro externo ou carcaa. (Figs. 30 e 31)

    Fig. 28 Fig. 29

    Fig. 30 Fig. 31

    Terminal negativo

    Terminais positivos

    Terminal negativo

    Terminais positivos

    Eletrnica Bsica - Capacitores

  • 194 SENAI-RJ

    Eletrnica Bsica - Grandezas Eltricas

    Capacitores eletrolticos como os da figura 31

    so muito usados em fontes de alimentao.

    Os capacitores eletrolticos mltiplos podem

    ser representados pelo smbolo mostrado na figura 32.

    Especificao tcnica de capacitores

    Os capacitores so especificados tecnicamente pelas seguintes caractersticas:

    tipo;

    capacitncia;

    tenso de trabalho.

    Exemplos: capacitor de polister, 0,47 F/600 V

    capacitor eletroltico, 2200 F/63 V

    Apresentao das caractersticas nos capacitores

    A capacitncia e a tenso de trabalho dos capacitores expressa no corpo do

    componente de duas formas:

    diretamente em algarismos;

    atravs de um cdigo de cores.

    A figura 33 apresenta alguns capacitores com os valores de capacitncia e a tenso de

    trabalho expressos diretamente em algarismos.

    Fig. 32

    Fig. 33

    Os valores so apresentados normalmente em microfarads (F)ou picofarads (pF).

    Eletrnica Bsica - Capacitores

  • SENAI-RJ 195

    Eletrnica Bsica - Grandezas Eltricas

    Quando os capacitores so menores que 1F (Exemplos: 0,1 F;

    0,0047 F; 0,012 F) o zero que precede a vrgula no impresso no corpo do

    componente. Aparece diretamente um ponto, que representa a vrgula. Assim:

    Valor do capacitor Valor impresso no corpo

    0,1 F . 1 F

    0,047 F . 047 F

    0,012 F . 012 F

    0,68 F . 68 F

    Cdigo de cores para capacitores

    A figura 34 mostra o cdigo de cores para capacitores e a ordem de interpretao dos

    algarismos.

    Fig. 34

    1o algarismo

    2o algarismo

    No de zeros

    Tolerncia

    Tenso nom.

    Eletrnica Bsica - Capacitores

  • 196 SENAI-RJ

    Eletrnica Bsica - Grandezas Eltricas

    O valor de capacitncia expresso pelo cdigo de cores dado em picofarads

    (pF). Assim:

    Amarelo Violeta Laranja Branco Azul

    47000 pF + 10% 630 V 47 nF

    Laranja Branco Amarelo Branco Vermelho

    390000 pF + 10% 250 V 0,39 F

    Teste de isolao docapacitor

    Um capacitor em condies normais apresenta entre suas armaduras resistncia infinita

    (isolao), no permitindo assim circulao de corrente.

    Entretanto, quando o dieltrico sofre degenerao, a resistncia entre as armaduras

    diminui, permitindo a circulao de uma pequena corrente denominada de corrente de fuga.

    Quando se deseja verificar as condies do capacitor quanto resistncia de isolao

    entre as armaduras, utiliza-se normalmente o ohmmetro.

    A escolha da escala do ohmmetro depende do valor de capacitncia do capacitor a ser

    testado (tabela 2).

    Para valores de capacitncia at 1 F, a escala recomendada x 10000; para valores

    superiores, recomenda-se x 100 ou x 10.

    Tabela 2

    CAPACITNCIA

    at 1F

    de 1 F a 100 F

    acima de 100 F

    ESCALA

    x 10000

    x 1000

    x 10 ou x 1

    Eletrnica Bsica - Capacitores

  • SENAI-RJ 197

    Eletrnica Bsica - Grandezas Eltricas

    Aps selecionada a escala, conectam-se as pontas de prova do ohmmetro aos terminais

    do capacitor. Neste momento, o ponteiro deflexiona rapidamente em direo ao zero e logo em

    seguida retorna mais lentamente em direo ao infinito da escala.

    Quando o capacitor est com a isolao em condies, o ponteiro deve retornar at o

    infinito da escala.

    Devem-se inverter as pontas de prova e repetir o teste.

    Comportamento docapacitor em CA

    Os capacitores despolarizados podem funcionar em corrente alternada, devido ao fato

    de que cada uma das suas armaduras pode receber tanto potencial positivo como negativo.

    Os capacitores polarizados no podem ser conectados CA, porque a troca de polaridade

    provoca danos ao componente.

    Quando um capacitor conectado a uma fonte de corrente alternada, a troca sucessiva

    de polaridade da tenso est aplicada s armaduras do capacitor. (Fig. 35)

    Fig. 35

    Eletrnica Bsica - Capacitores

  • 198 SENAI-RJ

    Eletrnica Bsica - Grandezas Eltricas

    Com a troca sucessiva de polaridade, uma mesma armadura durante um semiciclo

    recebe eltrons da fonte e, no outro, devolve eltrons para a fonte. (Figs. 37 e 38)

    A cada semiciclo, a armadura que

    recebe potencial positivo entrega

    eltrons fonte, enquanto a armadura que

    est ligada ao potencial negativo recebe

    eltrons. (Fig. 36)

    Eltrons

    Eltrons

    Existe, portanto, um movimento de eltrons ora entrando, ora saindo da armadura. Isso

    significa que circula uma corrente alternada no circuito, embora as cargas eltricas no passem

    de uma armadura do capacitor para outra, atravs do dieltrico.

    Um capacitor ligado a uma fonte de CA permite a circulao de corrente

    no circuito.

    Fig. 37 Fig. 38

    Eltrons

    Eltrons

    Eltrons

    Eltrons

    Eletrnica Bsica - Capacitores

    Fig. 36

  • SENAI-RJ 199

    Eletrnica Bsica - Grandezas Eltricas

    Reatncia capacitiva

    Os processos de carga e descarga sucessivas de um capacitor ligado em CA do origem a

    uma resistncia passagem da corrente no circuito. Esta resistncia denominada de reatncia

    capacitiva, que pode ser definida como a oposio que um capacitor apresenta circulao de

    corrente em circuitos de CA.

    A reatncia capacitiva representada pela notao Xc e expressa em ohms ().A reatncia capacitiva Xc expressa pela equao:

    Xc = ___1___

    2pi f C

    onde: Xc = reatncia capacitiva em 2pi = constante (6,28)

    f = freqncia da corrente alternada em Hz

    C = capacitncia do capacitor em F

    Como a capacitncia normalmente no expressa em farads, pode-se operar a equao

    de forma a poder usar o valor do capacitor em F.

    Xc = 106

    2pi f C

    onde: Xc = reatncia capacitiva em 106 = constante

    f = freqncia em Hz

    C = capacitncia em F

    2pi = constante > 6,28

    Eletrnica Bsica - Capacitores

  • 200 SENAI-RJ

    Eletrnica Bsica - Grandezas Eltricas

    APLICAO

    Exerccio 1: A reatncia de um capacitor de 100 nF aplicado a uma rede de CA

    de freqncia 60 Hz :

    Dados f = 60 Hz Xc = 106

    C = 100 nF ou 0,1 F 2pi f C

    Xc = 1000000

    6,28 60 0,1

    Xc = 26539

    Fatores que influenciam na reatncia capacitiva

    A reatncia capacitiva depende apenas da capacitncia e da freqncia da rede CA, o

    que se pode demonstrar atravs da equao que a expressa.

    O grfico da figura 39 mostra o comportamento da reatncia capacitiva com a variao

    da freqncia da CA.

    Pelo grfico, verifica-se que a reatncia capacitiva diminui com o aumento da freqncia.

    Fig. 39

    Eletrnica Bsica - Capacitores

  • SENAI-RJ 201

    Eletrnica Bsica - Grandezas Eltricas

    No grfico da figura 40, tem-se o comportamento da reatncia capacitiva com a variao

    da capacitncia.

    Observa-se que a reatncia capacitiva diminui com o aumento da capacitncia.

    Na equao da reatncia no aparece o valor de tenso. Isto significa que a reatncia

    capacitiva independente do valor de tenso CA aplicada ao capacitor.

    A tenso aplicada ao capacitor ir influenciar apenas na corrente circulante no circuito.

    Relao entre tenso CA, corrente CA ereatncia capacitiva

    Quando um capacitor conectado a uma fonte de CA estabelece-se um circuito eltrico.

    Neste circuito esto em jogo trs valores:

    tenso aplicada.

    reatncia capacitiva,

    corrente circulante.

    Fig. 40

    Eletrnica Bsica - Capacitores

  • 202 SENAI-RJ

    Eletrnica Bsica - Grandezas Eltricas

    onde: Vc = tenso no capacitor em V

    I = corrente no circuito (eficaz) em A

    Xc = reatncia capacitiva em

    Deve-se lembrar que os valores de V e I indicados nas medies com um voltmetro e um

    miliampermetro de CA conectados ao circuito so sempre valores eficazes, a menos que sejam

    especificados de forma diferente (Vp, Vpp ou Ip, Ipp).

    Fig. 41

    APLICAO

    Exerccio 1: Um capacitor de 1 F conectado a uma rede de CA 220 V 60 Hz.Qual

    a corrente circulante no circuito?

    Xc = 106

    = 106

    Xc = 2653 2pi f C 6,28 60 1

    I = Vc

    = 220 V

    = 0,0829 A Xc 2653

    I = 82,9 mA

    Eletrnica Bsica - Capacitores

    Estes trs valores esto relacionados entre si nos circuitos de CA da mesma forma que nos

    circuitos de CC, razo pela qual se pode aplicar a Lei de Ohm para estabelec-los. (Fig. 41)

  • SENAI-RJ 203

    Eletrnica Bsica - Grandezas Eltricas

    Determinao experimental dacapacitncia de um capacitor

    Quando a capacitncia de um capacitor despolarizado desconhecida, possvel

    Conhecendo-se os valores de tenso e corrente no circuito, determina-se a reatncia

    capacitiva do capacitor:

    Xc = Vc

    onde Vc = tenso no capacitor

    Ic

    Ic = corrente no capacitor

    Utilizando os valores disponveis, determina-se a capacitncia.

    Xc = 106

    2pi f C

    isolando C

    C(F) = 106

    2pi f C

    Este processo tambm pode ser utilizado para determinao da capacitncia de uma

    associao de capacitores, desde que sejam despolarizados.

    determin-la por processo experimental.

    Aplica-se o capacitor a uma fonte

    de CA com tenso e freqncia

    conhecidas e determina-se a corrente

    com um ampermetro de CA (Fig. 42). O

    valor de tenso de pico da CA aplicada

    deve ser inferior tenso de trabalho do

    capacitor.

    (conhecido)

    (conhecida)(desconhecido)

    Fig. 42

    Eletrnica Bsica - Capacitores

  • Nesta seo...

    INDUTORES ETRANSFORMADORES

    Magnetismo

    Induo

    Transformador

    Relao de transformao

    Relao de potncia nos transformadores

    Identificao dos terminais das bobinasdo primrio

    Especificao de transformadores

    Relao de fase entre as tensesdo primrio e do secundrio

    6

  • 206 SENAI-RJ

    Eletrnica Bsica - Grandezas Eltricas

  • SENAI-RJ 207

    Eletrnica Bsica - Grandezas EltricasEletrnica Bsica - Indutores e Transformadores

    Magnetismo

    ms naturais

    Alguns materiais encontrados na natureza apresentam propriedades magnticas naturais.

    Esses materiais so denominados de ms naturais. Exemplo desses ms naturais a magnetita,

    minrio de ferro que naturalmente magntico.

    O magnetismo uma propriedade que certos materiais possuem que faz com que eles

    exeram uma atrao sobre materiais ferrosos. (Fig. 1)

    As propriedades dos corpos magnticos so grandemente utilizadas em eletricidade

    (motores, geradores) e eletrnica (instrumentos de medida, transmisso de sinais, etc...).

    Fig. 1

  • 208 SENAI-RJ

    Eletrnica Bsica - Grandezas Eltricas

    ms artificiais

    Os ms artificiais so barras de materiais ferrosos que o homem magnetiza por processos

    artificiais. So muito empregados porque podem ser fabricados com os mais diversos formatos,

    a fim de atender s necessidades prticas. (Fig. 2)

    Eletrnica Bsica - Indutores e Transformadores

    Os ms artificiais em geral tm propriedades magnticas mais intensas que os naturais.

    Plos magnticos de um m

    Externamente, as foras de atrao magntica de um m se manifestam com maior

    intensidade nas suas extremidades. (Fig. 3)

    Fig. 2

    Fig. 3

    Zonas de maior intensidadedas propriedades magnticas

  • SENAI-RJ 209

    Eletrnica Bsica - Grandezas EltricasEletrnica Bsica - Indutores e Transformadores

    Por esta razo, as extremidades so denominadas de plos magnticos do m. (Fig. 4)

    Plos magnticos do im

    Cada um dos plos apresenta

    propriedades magnticas especficas, sendo

    denominados de plo sul e plo norte. (Fig. 5)

    Uma vez que as foras de atrao

    magntica dos ms so mais concentradas nos

    plos, conclui-se que a intensidade destas

    propriedades decresce para o centro do m.

    Na regio central do m se estabelece

    uma linha onde as foras de atrao magntica

    do plo sul e do plo norte so iguais e se

    anulam. Ela denominada de linha neutra, e

    , portanto, a linha divisria entre os plos do

    m. (Fig. 6)

    Fig. 5

    Fig. 7

    m molecularampliado milhes

    de vezes

    Fig. 4

    Origem do magnetismo

    Fig. 5

    Linha neutra

    O magnetismo tem a

    sua origem na organizao dos

    materiais. Cada molcula de

    um material um pequeno

    m natural, denominado de

    m molecular ou domnio.

    (Fig. 7)

  • 210 SENAI-RJ

    Eletrnica Bsica - Grandezas Eltricas

    Quando durante a formao de um

    material as molculas se orientam em

    sentidos diversos, os efeitos magnticos dos

    ms moleculares se anulam no todo do

    material. Forma- se, assim, um material sem

    magnetismo natural. (Fig. 8)

    Entretanto, se durante a formao

    do material as molculas assumem uma

    orientao nica (ou predominante), os

    efeitos magnticos de cada m molecular

    se somam, dando origem a um m com

    propriedades magnticas naturais. (Fig. 9)

    Eletrnica Bsica - Indutores e Transformadores

    Fig. 8

    Fig. 9

    Na fabricao de ms artificiais, as molculas de um material

    (desordenadas) sofrem um processo de orientao a partir de foras externas.

    Inseparabilidade dos plos

    Os ms tm uma propriedade caracterstica: por mais que se divida qualquer deles em

    partes menores, as partes sempre tero um plo norte e um plo sul. (Fig. 10)

    Fig. 10

  • SENAI-RJ 211

    Eletrnica Bsica - Grandezas Eltricas

    Esta propriedade do m de ser dividido em partes, at a condio de ms moleculares,

    tornando-se impossvel isolar um plo norte ou plo sul, denominada de inseparabilidade

    dos plos.

    Interao entre ms

    Quando os plos magnticos de dois ms esto prximos, as foras magnticas dos

    dois ms reagem entre si de forma singular: se os dois plos magnticos prximos forem

    diferentes (norte de um com sul do outro) h uma atrao entre os dois ms. (Fig. 11)

    Eletrnica Bsica - Indutores e Transformadores

    No entanto, se os dois plos prximos forem iguais (norte de um prximo ao norte do

    outro) h uma repulso entre os dois ms. (Fig. 12)

    Fig. 12

    Fig. 11

  • 212 SENAI-RJ

    Eletrnica Bsica - Grandezas Eltricas

    Pode-se resumir a interao entre dois ms em duas regras:

    plos magnticos iguais se repelem.

    plos magnticos diferentes se atraem.

    Eletrnica Bsica - Indutores e Transformadores

    Campo magntico Linhas de fora

    Os efeitos de atrao ou repulso entre dois ms ou de atrao de um m sobre os

    materiais ferrosos se devem existncia de um campo magntico que provm do m.

    O espao ao redor do m em que existe atuao das foras magnticas denominado

    de campo magntico.

    Como artifcio para estudar este campo magntico, admite-se a existncia de linhas de

    fora magntica ao redor do m.

    Esta experincia mostra tambm uma maior concentrao de limalhas na regio dos

    plos do m, devido maior intensidade de magnetismo nas regies polares.

    Fig. 13

    A linhas de fora magntica de

    um m so invisveis e somente podem

    ser visualizadas com auxlio de um

    recurso: colocando-se um m embaixo

    de uma lmina de vidro e espalhando

    (borrifando) limalha de ferro sobre o

    vidro, as limalhas se orientam conforme

    as linhas de fora magntica. (Fig. 13)

    O formato caracterstico das

    limalhas sobre o vidro, denominado de

    espectro magntico, apresentado na

    figura 14.

    Fig. 14

  • SENAI-RJ 213

    Eletrnica Bsica - Grandezas Eltricas

    Orientao das linhas de fora

    Com o objetivo de padronizar os estudos relativos ao magnetismo e s linhas de fora,

    estabeleceu-se, como conveno, que as linhas de fora de um campo magntico se dirigem do

    plo norte em direo ao plo sul. (Fig. 16)

    Eletrnica Bsica - Indutores e Transformadores

    A maior intensidade do magnetismo nos plos do m se deve concentrao das linhas

    de fora que ocorre nestas regies. (Fig. 15)

    Fig. 15

    Esta conveno se aplica s linhas de fora externas ao m.

    Fig. 16

  • 214 SENAI-RJ

    Eletrnica Bsica - Grandezas Eltricas

    Eletromagnetismo

    Eletromagnetismo um fenmeno magntico provocado pela circulao de uma

    corrente eltrica.

    A denominao eletromagnetismo se aplica a todo fenmeno magntico

    que tenha origem em uma corrente eltrica.

    Campo magntico em um condutor

    Quando um condutor percorrido por uma corrente eltrica, ocorre uma orientao no

    movimento das partculas no seu interior.

    Esta orientao do movimento das partculas tem um efeito semelhante orientao

    dos ms moleculares.

    Como conseqncia desta orientao, verifica-se o surgimento de um campo magntico

    ao redor do condutor. (Fig. 17)

    Eletrnica Bsica - Indutores e Transformadores

    Fig. 17

  • SENAI-RJ 215

    Eletrnica Bsica - Grandezas Eltricas

    A circulao de corrente eltrica em um condutor d origem a um campo

    magntico ao seu redor.

    O sentido de deslocamento das linhas de fora dado pela regra da mo direita, para o

    sentido convencional da corrente eltrica.

    Regra da mo direita

    Eletrnica Bsica - Indutores e Transformadores

    As linhas de fora deste campo magntico, criado pela corrente eltrica que passa por um

    condutor, so circunferncias concntricas num plano perpendicular ao condutor. (Fig. 18)

    Fig. 18

    Fig. 19

    Envolvendo o condutor com os

    quatro dedos da mo direita de forma

    que o dedo polegar indique o sentido da

    corrente (convencional), o sentido das

    linhas de fora ser o mesmo dos dedos

    que envolvem o condutor. (Fig. 19)

    Pode-se tambm utilizar a regra

    do sacarrolha como forma de definir o

    sentido das linhas de fora.

  • 216 SENAI-RJ

    Eletrnica Bsica - Grandezas Eltricas

    Regra do sacarrolha

    O sentido das linhas de fora dado pelo movimento do cabo do sacarrolha, cuja ponta

    avana no condutor no mesmo sentido da corrente (convencional). (Fig. 20)

    Eletrnica Bsica - Indutores e Transformadores

    A intensidade do campo magntico ao redor de um condutor depende da intensidade

    da corrente que flui no condutor. (Figs. 21 e 22)

    Fig. 20

    Sentido

    da co

    rrente

    conven

    cional

    Sentido das linhasdo campo magntico

    A intensidade do campo magntico ao redor de um condutor diretamente

    proporcional corrente que circula nesse condutor.

    Fig. 21 Fig. 22

    Corrente pequenaCampo magntico fraco

    Corrente elevadaCampo magntico intenso

  • SENAI-RJ 217

    Eletrnica Bsica - Grandezas Eltricas

    Campo magntico em uma bobina

    Para obter campos magnticos de maior intensidade a partir da corrente eltrica, usa-se

    enrolar o condutor em forma de espiras, constituindo uma bobina.

    A figura 23 mostra uma bobina, e a figura 24 mostra o seu smbolo.

    Eletrnica Bsica - Indutores e Transformadores

    As bobinas permitem uma soma dos efeitos magnticos em cada uma das espiras.

    Enrolando um condutor em forma de espiras, constitui-se uma bobina,

    que permite a soma dos efeitos magnticos no condutor.

    A figura 25 mostra uma bobina constituda por vrias espiras, ilustrando o efeito

    resultante da soma dos efeitos individuais.

    Fig. 24Fig. 23

    Fig. 25

  • 218 SENAI-RJ

    Eletrnica Bsica - Grandezas Eltricas

    Os plos magnticos formados pelo campo magntico tm caractersticas semelhantes

    aos plos de um m natural.

    A intensidade do campo magntico em uma bobina depende diretamente da

    intensidade da corrente e do nmero de espiras. (Fig.26)

    Eletrnica Bsica - Indutores e Transformadores

    Fig. 26

    a corrente

    o nmerode espiras

    a intensidade docampo aumentaAUMENTANDO

    Bobinas com ncleo

    O ncleo a parte central das bobinas.

    Quando nenhum material colocado no interior

    da bobina, diz-se que o ncleo de ar. (Fig. 27)

    maior corrente

    maior nmero de espiras

    NAS

    BOBINAS

    maior intensidade docampo magntico

    Fig. 27

  • SENAI-RJ 219

    Eletrnica Bsica - Grandezas Eltricas

    Para obter uma maior intensidade de

    campo magntico a partir de uma mesma bobina,

    pode-se utilizar o recurso de colocar um material

    ferroso (ferro, ao...) no interior dela.

    Neste caso, o conjunto bobina-ncleo de

    ferro recebe a denominao de eletrom. (Fig. 28)

    Eletrnica Bsica - Indutores e Transformadores

    Fig. 28

    A maior intensidade do campo magntico nos eletroms se deve ao fato de que os

    materiais ferrosos provocam uma concentrao das linhas de fora. (Fig. 29)

    Fig. 29

    Quando uma bobina tem um ncleo de material ferroso, seu smbolo expressa esta

    condio. (Figs. 30 e 31)

    Bobina comncleo de ferro

    Bobina comncleo de ferrite

    Fig. 30 Fig. 31

    Permeabilidade magntica

    A capacidade de um material de concentrar as linhas de fora denominada de

    permeabilidade magntica, que representada pela letra grega (mi).

    De acordo com a permeabilidade magntica, os materiais podem ser classificados como:

    diamagnticos permeabilidade pequena (menor que 1) e negativa.

  • 220 SENAI-RJ

    Eletrnica Bsica - Grandezas Eltricas

    So exemplos de materiais diamagnticos: cobre, ouro.

    paramagnticos permeabilidade em torno da unidade.

    So materiais que praticamente no alteram o campo magntico (no

    dispersam nem concentram as linhas de fora). (Fig. 33)

    Eletrnica Bsica - Indutores e Transformadores

    Os materiais diamagnticos promovem uma disperso do campo magntico.

    (Fig. 32)

    Bloco de materialdiamagntico

    Fig. 32

    So exemplos de materiais paramagnticos: o ar, o alumnio.

    Fig. 33

    Bloco de materialparamagntico

  • SENAI-RJ 221

    Eletrnica Bsica - Grandezas Eltricas

    Os materiais ferromagnticos so atrados pelos campos magnticos.

    Magnetismo remanente

    Quando se coloca um ncleo de ferro em uma bobina, na qual circula uma corrente

    eltrica, o ncleo se torna imantado, porque as suas molculas se orientam conforme as linhas

    de fora criadas pela bobina. (Figs. 35 e 36)

    Eletrnica Bsica - Indutores e Transformadores

    ferromagnticos so materiais com alta permeabilidade.

    Caracterizam-se por promover uma concentrao das linhas magnticas. (Fig. 34)

    Fig. 34

    Fig. 35 Fig. 36

    Bloco de materialferromagntico

  • 222 SENAI-RJ

    Eletrnica Bsica - Grandezas Eltricas

    Induo

    O princpio da gerao de energia eltrica baseia-se no fato de que toda vez que um

    condutor se movimenta no interior de um campo magntico aparece neste condutor uma

    diferena de potencial. (Fig. 38)

    Eletrnica Bsica - Indutores e Transformadores

    Cessada a passagem da corrente, alguns

    ms moleculares permanecem na posio de

    orientao anterior, fazendo com que o ncleo

    permanea ligeiramente imantado. (Fig. 37)

    Esta pequena imantao denominada

    de magnetismo remanente ou residual. O mag-

    netismo residual importantssimo, principal-

    mente para os geradores de energia eltrica.

    Este tipo de m denominado de m tem-

    porrio.Fig. 37

    Essa tenso gerada pelo movimento do condutor no interior de um campo magntico

    denominada de tenso induzida.

    Foi o cientista ingls Michael Faraday, ao realizar estudos com o eletromagnetismo, que

    determinou as condies necessrias para que uma tenso seja induzida em um condutor.

    As observaes de Faraday podem ser resumidas em duas concluses:

    Fig. 38

  • SENAI-RJ 223

    Eletrnica Bsica - Grandezas Eltricas

    Isto significa: campo mais intenso maior tenso induzida

    variao do campo mais rpida maior tenso induzida

    Os geradores de energia eltrica se baseiam nos princpios estabelecidos por Faraday.

    Auto-induo

    O fenmeno de induo faz com que o comportamento das bobinas em um circuito de CC

    seja diferente do comportamento dos resistores no mesmo tipo de circuito.

    Eletrnica Bsica - Indutores e Transformadores

    1 quando um condutor eltrico sujeito a um campo magntico varivel, tem origem

    nesse condutor uma tenso induzida.

    importante notar que para se ter um campo magntico varivel no condutor pode-se:

    a) manter o campo magntico estacionrio e movimentar o condutor perpen-

    dicularmente ao campo. (Fig. 39)

    b) manter o condutor estacionrio e movimentar o campo magntico. (Fig. 40)

    Fig. 39 Fig. 40

    Movimento do condutor Movimento do campo magntico

    2 a magnitude da tenso induzida diretamente proporcional intensidade do fluxo

    magntico e razo de sua variao.

  • 224 SENAI-RJ

    Eletrnica Bsica - Grandezas Eltricas

    Se neste mesmo circuito o resistor for substitudo por uma bobina, o comportamento

    ser diferente. A corrente atinge o valor mximo algum tempo aps a ligao do interruptor.

    (Fig. 42)

    Eletrnica Bsica - Indutores e Transformadores

    Em um circuito formado por uma fonte de CC, um resistor e uma chave, a corrente atinge

    o seu valor mximo instantaneamente, no momento em que o interruptor ligado. (Fig. 41)

    Chavedesligada

    Chaveligada

    Este atraso para atingir a corrente mxima se deve induo e pode ser melhor

    compreendido imaginando o comportamento do circuito passo a passo.

    Suponha-se o circuito composto por uma bobina, uma fonte de CC e uma chave. (Fig. 43)

    Fig. 41

    Chavedesligada

    Chaveligada

    Fig. 42

    Fig. 43

  • SENAI-RJ 225

    Eletrnica Bsica - Grandezas Eltricas

    No momento em que a chave

    fechada, inicia-se a circulao de corrente

    na bobina.

    Com a circulao da corrente, surge

    o campo magntico ao redor de suas espiras.

    (Fig. 45)

    Eletrnica Bsica - Indutores e Transformadores

    Enquanto a chave est desligada, no h campo magntico ao redor das espiras porque

    no h corrente circulante.

    A figura 44 mostra apenas a bobina em destaque, com algumas espiras representadas

    em corte.

    Fig. 44

    Campomagntico

    Fig. 45

    Na medida em que a corrente cresce em direo ao valor mximo, o campo magntico

    nas espiras se expande. (Fig. 46)

    Fig. 46

    Campomagnticoem expanso

  • 226 SENAI-RJ

    Eletrnica Bsica - Grandezas EltricasEletrnica Bsica - Indutores e Transformadores

    Ao se expandir, o campo magntico em movimento gerado em uma espira corta a espira

    colocada ao lado. (Fig. 47)

    Conforme Faraday enunciou, induz-se nessa espira cortada pelo campo em movimento

    uma determinada tenso.

    Cada espira da bobina induz, nas espiras vizinhas, uma tenso eltrica.

    Desse modo, a aplicao de tenso em uma bobina provoca o aparecimento de um

    campo magntico em expanso que gera, na prpria bobina, uma tenso induzida.

    Este fenmeno que consiste em uma bobina induzir sobre si mesma uma tenso

    denominado de auto-induo.

    A tenso gerada na bobina por auto-induo tem uma caracterstica importante: tem

    polaridade oposta tenso que aplicada aos seus terminais, razo pela qual denominada de

    fora contra-eletromotriz. (f.c.e.m.).

    Voltando ao circuito:

    Ao ligar a chave, aplica-se a tenso, com uma determinada polaridade, bobina.(Fig. 48)

    Fig. 47

    Fig. 48

    Polaridade da fonte

  • SENAI-RJ 227

    Eletrnica Bsica - Grandezas Eltricas

    Como a f.c.e.m. atua contra a tenso da fonte, a tenso aplicada bobina , na realidade:

    V resultante = V fonte f.c.e.m.

    A corrente no circuito causada por esta tenso resultante:

    (V f.c.e.m.)

    I =

    Como a f.c.e.m. existe apenas durante a variao do campo magntico gerado na bobina,

    quando o campo magntico atinge o valor mximo a f.c.e.m. deixa de existir e a corrente atinge

    o valor mximo.

    O grfico da figura 51 mostra detalhadamente esta situao.

    Eletrnica Bsica - Indutores e Transformadores

    A auto-induo gera, na bobina, uma tenso induzida (f.c.e.m.) de polaridade oposta

    tenso aplicada. (Fig. 49)

    Fcem Tensoaplicada

    Fig. 49

    Representando f.c.e.m. como uma bateria existente no interior da prpria bobina, o

    circuito apresenta-se conforme mostrado na figura 50.

    Bobina

    Fig. 50

    tenso resultante R

  • 228 SENAI-RJ

    Eletrnica Bsica - Grandezas EltricasEletrnica Bsica - Indutores e Transformadores

    O mesmo fenmeno ocorre quando a chave desligada. A contrao do campo induz

    Fig. 51

    uma f.c.e.m. na bobina retardando o decrscimo da corrente. (Fig. 52)

    Em resumo, pode-se dizer que a auto-induo faz com que as bobinas tenham uma

    caracterstica singular: a oposio a variaes bruscas de corrente.

    Fig. 52

    Chavedesligada Chave ligada Chave desligada

    auto--induo

    auto--induo

    Crescelentamente

    Decrescelentamente

    Chavedesligada Chave ligada

    auto--induo cessa a auto-induo

    I= V - fcem R

    t

  • SENAI-RJ 229

    Eletrnica Bsica - Grandezas Eltricas

    Indutncia

    A capacidade de se opor s variaes de corrente denominada de indutncia e

    representada pela letra L.

    A unidade de medida da indutncia o henry, representado pela letra H.

    A unidade de medida de indutncia, henry, tem submltiplos muito utilizados em

    eletrnica. A tabela 1 mostra a relao entre os submltiplos e a unidade.

    Eletrnica Bsica - Indutores e Transformadores

    A indutncia de uma bobina depende de diversos fatores:

    material

    do ncleo seo

    formato

    do nmero de espiras

    do espaamento entre as espiras

    tipo

    do condutor

    seo

    Em funo de apresentar indutncia, as bobinas so tambm denominadas de indutores.

    Os indutores podem ter as mais diversas formas, podendo inclusive ser parecidos com

    um transformador.

    SUBUNIDADE

    milihenry(mH)

    microhenry(H)

    VALOR COM RELAO AO henry

    10-3 H ou 0,001 H

    10-6 H ou 0,000001 H

    {

    {

  • 230 SENAI-RJ

    Eletrnica Bsica - Grandezas Eltricas

    Indutores em CA

    Quando se aplica um indutor em um circuito de CC, a sua indutncia se manifesta

    apenas nos momentos em que existe variao de corrente.

    J em CA, como os valores de tenso e corrente esto em constante modificao, o

    efeito da indutncia se manifesta permanentemente.

    Essa manifestao permanente da oposio circulao de corrente varivel

    denominada de reatncia indutiva, representada pela notao XL.

    Reatncia indutiva (XL) a oposio que um indutor apresenta

    circulao de corrente alternada.

    Em outras palavras, reatncia indutiva a resistncia de um indutor em

    corrente alternada.

    A reatncia indutiva expressa em ohms e pode ser determinada atravs da equao:

    onde XL

    = reatncia indutiva em X

    L = 2 pi f L 2pi = constante (6,28)

    f = freqncia da corrente alternada

    L = indutncia do indutor em henry

    Eletrnica Bsica - Indutores e Transformadores

    Fig. 53

    A figura 53 mostra alguns tipos caractersticos de indutores.

  • SENAI-RJ 231

    Eletrnica Bsica - Grandezas Eltricas

    A reatncia indutiva de um indutor no depende da tenso aplicada aos

    seus terminais.

    A corrente que circula em um indutor aplicado a CA (IL) pode ser calculada com base na Lei

    de Ohm, substituindo-se R por XL.

    Eletrnica Bsica - Indutores e Transformadores

    APLICAO

    Exerccio 1 A reatncia de um indutor de 600 mH aplicado a uma rede de CA de 60 Hz :

    XL = 2pi f L

    XL

    = 6,28 60 0,6

    XL = 226,08

    onde IL = corrente eficaz no indutor em A

    V = tenso eficaz em V

    XL = reatncia indutiva em

    TransformadorO transformador um dispositivo que permite elevar ou rebaixar os valores de tenso ou

    corrente em circuitos de CA. (Figs. 54 e 55)

    IL =

    V X

    L

    A grande maioria dos equipamentos eletrnicos emprega transformadores, seja como

    elevador ou como rebaixador de tenses.

    TRANS-FORMA-

    DOR 110 VCA 220 VCA

    Fig. 54 Fig. 55

    TRANS-FORMA-

    DOR 110 VCA220 VCA

  • 232 SENAI-RJ

    Eletrnica Bsica - Grandezas EltricasEletrnica Bsica - Indutores e Transformadores

    A figura 56 mostra alguns transformadores.

    Princpio de funcionamento

    Fig. 56

    Campo magnticovarivel

    Quando uma bobina

    conectada a uma fonte de CA,

    surge um campo magntico

    varivel ao seu redor. (Fig. 57)

    Aproximando-se outra

    bobina primeira, o campo

    magntico varivel gerado na

    primeira bobina corta as

    espiras da segunda. (Fig. 58)

    Fig. 57

    Fig. 58

    tensoaplicada

    Como conseqncia da variao de campo magntico sobre suas espiras, surge na

    segunda bobina uma tenso induzida. (Fig. 59)

  • SENAI-RJ 233

    Eletrnica Bsica - Grandezas Eltricas

    A bobina na qual se aplica a tenso CA denominada de primrio do transformador e a

    bobina onde surge a tenso induzida denominada de secundrio do transformador. (Fig. 60)

    Eletrnica Bsica - Indutores e Transformadores

    Fig. 59

    importante observar que as bobinas primria e secundria so eletricamente isoladas

    entre si. A transferncia de energia de uma para a outra se d exclusivamente atravs das linhas

    de fora magnticas.

    Fig. 60

    A tenso induzida no secundrio

    de um transformador proporcional ao

    nmero de linhas magnticas que corta a

    bobina secundria.

    Por esta razo, o primrio e o

    secundrio de um transformador so

    montados sobre um ncleo de material

    ferromagntico. (Fig. 61)

    Ncleo deferro

    Primrio

    Secundrio

    Fig. 61

  • 234 SENAI-RJ

    Eletrnica Bsica - Grandezas Eltricas

    O ncleo diminui a disperso do campo magntico, fazendo com que o secundrio seja

    cortado pelo maior nmero de linhas magnticas possvel, obtendo uma melhor transferncia

    de energia entre primrio e secundrio.

    As figuras 62 e 63 ilustram o efeito provocado pela colocao do ncleo no transformador.

    Eletrnica Bsica - Indutores e Transformadores

    Com a incluso do ncleo, o aproveitamento do fluxo magntico gerado no primrio

    maior. Entretanto, surge um inconveniente: o ferro macio sofre grande aquecimento com a

    passagem do fluxo magntico.

    Para diminuir esse aquecimento, utiliza-se ferro silicoso laminado para a construo do

    ncleo. (Fig. 64)

    Fig. 62

    Fig. 63

    Com a laminao do ferro,

    reduzem-se as correntes parasitas

    responsveis pelo aquecimento do

    ncleo.

    A laminao no elimina o

    aquecimento, mas o reduz sensivel-

    mente, comparando ao que ocorre com

    o ferro macio.

    Ferro silicosolaminado

    Fig. 64

  • SENAI-RJ 235

    Eletrnica Bsica - Grandezas Eltricas

    Os traos colocados no smbolo entre as bobinas do primrio e secundrio, indicam o

    ncleo de ferro laminado. O ncleo de ferro empregado em transformadores que funcionam

    em baixas freqncias (50 Hz, 60 Hz, 120 Hz).

    Eletrnica Bsica - Indutores e Transformadores

    A figura 65 mostra os smbolos empregados para representar o transformador, segundo

    a norma da ABNT.

    Fig. 65

    Transformadores com mais deum secundrio

    possvel construir transformadores com mais de um secundrio, de forma a obter

    diversas tenses diferentes. (Figs. 67 e 68)

    Fig. 66

    Transformadores que funcionam em

    freqncias mais altas (kHz) geralmente so

    montados em ncleo de ferrite. A figura 66

    mostra o smbolo de um transformador com

    ncleo de ferrite.

    Fig. 67

    Fig. 68

    Este tipo de transformador muito utilizado em equipamentos eletrnicos.

  • 236 SENAI-RJ

    Eletrnica Bsica - Grandezas Eltricas

    Relao de transformao

    A aplicao de uma tenso CA ao primrio de um transformador resulta no aparecimento

    de uma tenso induzida do seu secundrio. (Fig. 69)

    Eletrnica Bsica - Indutores e Transformadores

    Fig. 69

    Aumentando-se a tenso aplicada ao primrio, a tenso induzida no secundrio aumenta

    na mesma proporo. (Fig. 70)

    Verifica-se atravs dos exemplos das figuras 69 e 70 que, no transformador tomado como

    exemplo, a tenso do secundrio sempre a metade da tenso aplicada no primrio.

    A relao entre as tenses do primrio e secundrio depende fundamentalmente da

    relao entre o nmero de espiras no primrio e secundrio.

    Se a tenso aplicada no primriodobra, a tenso induzida nosecundrio tambm dobra.

    Fig. 70

  • SENAI-RJ 237

    Eletrnica Bsica - Grandezas EltricasEletrnica Bsica - Indutores e Transformadores

    Num transformador com primrio de 100 espiras e secundrio de 200 espiras, a tenso

    no secundrio ser o dobro da tenso no primrio. (Fig. 71)

    Denominando-se o nmero de espiras do primrio de NP e do secundrio de N

    S pode-se

    escrever:

    VS = 20 V = 2 N

    S = 2

    VP 10 V N

    P

    Verifica-se que o resultado da relao NS/N

    P o mesmo da relao V

    S/V

    P. Logo, pode-se

    escrever:

    VS = NS

    VP N

    P

    Matematicamente pode-se escrever que, para o transformador usado como exemplo:

    V

    S = 0,5 onde VS = tenso no secundrio

    VP VP = tenso no primrio

    O resultado desta relao (VS/V

    P) denominado de relao de transformao.

    A relao de transformao expressa a relao entre a tenso aplicada ao

    primrio e a tenso induzida no secundrio.

    Se h o dobro de espiras nosecundrio, haver o dobro da

    tenso no secundrio

    Fig. 71

  • 238 SENAI-RJ

    Eletrnica Bsica - Grandezas Eltricas

    Um transformador pode ser construdo de forma a ter qualquer relao de transformao

    de que se necessite. Por exemplo:

    Eletrnica Bsica - Indutores e Transformadores

    Tipos de transformador quanto relao de transformao

    Quanto relao de transformao, os transformadores podem ser classificados em trs

    grupos:

    transformador elevador

    transformador rebaixador

    transformador isolador

    Transformador elevador denomina-se transformador elevador todo transformador com

    uma relao de transferncia maior que 1 (NS > NP).

    Devido ao fato de que o nmero de espiras do secundrio maior que o do primrio, a

    tenso do secundrio ser maior que a do primrio.

    Transformador elevador NS > NP VS > VP

    RELAO DETRANSFORMAO

    3

    5,2

    0,3

    TENSES

    VS = 3 x V

    P

    VS

    = 5,2 x VP

    VS = 0,3 x V

    P

  • SENAI-RJ 239

    Eletrnica Bsica - Grandezas Eltricas

    A figura 72 mostra um exemplo de transformador elevador, com relao de transformao

    de 1,5.

    Eletrnica Bsica - Indutores e Transformadores

    Se uma tenso de 100 VCA

    for aplicada ao primrio, a tenso no secundrio ser de 150 V

    (100 x 1,5 = 150 ).

    Transformador rebaixador todo transformador com relao de transformao

    menor que 1 (NS < NP).

    Nesse tipo de transformador, a tenso no secundrio menor que no primrio.

    Transformador rebaixador NS < NP VS < VP

    Fig. 72

    A figura 73 mostra um exemplo

    de transformador rebaixador, com