instrumentos da gestão municipal ambientalmmavolume6

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Ministério do Meio Ambiente Programa Nacional de Capacitação de Gestores Ambientais Caderno de Apoio Metodológico Brasília, 2006 Livro 6_DAI GIBRAN.pmd 18/8/2006, 20:55 1

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Manual de contribuição para a criaão dos planos de gestão ambiental municipal.

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  • Ministrio do Meio Ambiente

    Programa Nacional de Capacitao de Gestores Ambientais

    Caderno de Apoio Metodolgico

    Braslia, 2006

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  • Esta publicao foi produzida no mbito do Programa Nacional de Capacitao de Gestores Ambientais com apoio das diversassecretarias do Ministrio do Meio Ambiente (MMA), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis (IBAMA) e daAgncia Nacional de guas. (Ana)

    COORDENAO: Virginia Olga Koeche MzellCONCEPO: Patricia KranzCOMISSO EDITORIAL: Cludia Magalhes, Irineu Tamaio, Taciana Neto Leme, Virginia Olga Koeche Mzell, Volney Zanardi

    Jnior.

    PROJETO GRFICO E DIAGRAMAO: Qualitas Brasil Marketing, Comunicao e Eventos Ltda.EQUIPE DO DAI: Alessandra Meirelles, Claudia Magalhes, Eugnio Spengler, Evaldo Matheus, Evandro Moretto, Jane Bauer, Joo

    Vitor da Silva Oliveira, Jorge Gabriel Moiss Filho, Lorene Lage, Maria de Ftima Massimo, Neuza Gomes da Silva Vasconcellos, Renato da Silva Lino.

    AGRADECIMENTOS: Cary Ann Cadman Instituto Banco Mundial (WBI), Jean Rodrigues Benevides e Ronald Walter CaixaEconmica Federal, Flavio Torres Lopes de La Cruz, Rosane Aguiar e Amrico Machado Martins Petrobras, Michelle Silva Milhomem, MariaYda Silva de Oliveira, Helionidia Oliveira - IBAMA, Tereza Moreira.

    FOTOS: WBI, Wigold Schafer, FNMA, Programa CAIXA Melhores Praticas, Ricardo Russo.

    CATALOGAO NA FONTE

    Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis - IBAMA

    C122 Cadernos de formao volume 6: caderno de apoio metodolgico / Minis-trio do Meio Ambiente. Braslia: MMA, 2006.

    Contedo: v. 1. Poltica nacional de meio ambiente v. 2. Como estruturar osistema municipal de meio ambiente. v. 3. Planejando a interveno ambiental no muni-cpio v. 4. Instrumentos da gesto ambiental municipal v. 5. Recursos para a gestoambiental municipal. v. 6. Caderno de apoio metodolgico.

    ISBN

    1. Poltica ambiental. 2. Capacitao. I. Ministrio do Meio Ambiente. II. Departa-mento de Articulao Institucional. III. Programa Nacional de Capacitao de GestoresAmbientais Municipais. IV. Ttulo.

    CDU (2.ed.)32:504

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  • PREFCIO

    A gesto ambiental pblica , essencialmente, uma gesto de conflitos. Esta afirmao, to

    conhecida pelos gestores ambientais, implica na construo de mecanismos e ferramentas polticas

    capazes de atuarem com eficincia em um mundo em processo acelerado de mudanas. A utilizao

    destas ferramentas deve ser acompanhada de uma atitude humana de humildade e capacidade de

    negociao como nunca antes havia sido exigido.

    A consolidao da democracia no Brasil, o entendimento das questes ambientais em sua

    mais ampla dimenso e o propsito de progredir em direo a um desenvolvimento que seja sustent-

    vel, levaram ao afloramento de conflitos que at ento no haviam se revelado. Conflitos nas relaes

    entre segmentos sociais com interesses diferentes, conflitos na ocupao do territrio e na utilizao

    dos recursos, conflitos na definio das responsabilidades de cada um.

    O gestor pblico, antes de tudo, precisa responder ao desafio de construir democraticamen-

    te estratgias capazes de sustentar projetos de longo prazo, assumidos tambm por todos os que

    aceitarem compartilhar com ele essa responsabilidade.

    Para o desenvolvimento sustentvel, portanto, necessita-se de uma viso de longo alcance e

    da capacidade de entender aspectos locais para conseguir traduzir este conceito sobre a realidade

    existente. Objetiva-se vislumbrar cenrios futuros, mas no esquecer sua relao com decises atuais,

    considerando que alm da utopia importante ter clareza de cada conceito e do papel de cada ator

    neste processo.

    dentro desta proposta que se coloca o Programa Nacional de Capacitao de Gestores

    Ambientais. Representa um passo frente na construo de um processo de longo prazo, que visa

    construir e implementar o Sistema Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA , fortalecendo os conselhos

    municipais e incentivando as prefeituras a assumirem suas importantes funes no sistema. Comparti-

    lhar este processo com o maior nmero possvel de tomadores de decises pblicas que dar a ele

    seu verdadeiro significado.

    Os Cadernos de Formao so o ponto inicial deste mutiro nacional. O quanto mais eles

    puderem ser utilizados, mais ampliaro os horizontes neste enorme desafio que gerir a riqueza

    ambiental do nosso pas de forma compartilhada, descentralizada e democrtica.

    Ministrio do Meio Ambiente

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  • SUMRIO

    APRESENTAO

    CADERNO DE APOIO METODOLGICO

    PARTE 1. O PLANEJAMENTO DAS AES EM MBITO LOCAL

    1.1 - O PROGRAMA NACIONAL DE CAPACITAO DE GESTORES AMBIENTAIS

    1.2 - ELEMENTOS PARA O PLANEJAMENTO DE UM PROJETO

    PARTE 2: MTODOS E TCNICAS DE TRABALHO

    2.1 - MOBILIZAO

    2.2 - FORMAO DE FORMADORES

    2.3 - JOGOS E EXERCCIOS

    2.4 - APRESENTAES CRIATIVAS

    2.5 - DINMICAS DE GRUPO

    2.6 - CONSTRUINDO UMA VISO DE FUTURO

    2.7 -CONSTRUINDO DIAGNSTICOS

    2.8- PLANEJAMENTO

    2.9 - CONSTRUO DE CONSENSO E GESTO DE CONFLITOS

    2.10 - AVALIAO

    CONSIDERAES FINAIS

    BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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  • 7APRESENTAOCuidar do meio ambiente, seja natural ou construdo, tarefa de todos governantes e

    cidados. Gesto o ato de administrar, ou seja, usar um conjunto de princpios, normas e funes

    para obter determinados resultados. Fazer a gesto ambiental de um municpio promover o seu

    desenvolvimento sustentvel conservando as caractersticas que lhe do qualidade de vida e aprimo-

    rando aquelas que necessitam de melhoria. Para isso preciso conscincia e cincia, capacitao dos

    administradores, funcionrios e todos que participam do processo, para que possam desempenhar

    seu papel, responsabilidades e atribuies.

    Uma gesto participativa entende que poder local no apenas a Prefeitura, mas o conjunto

    de poderes institudos (Prefeitura e Legislativo), a sociedade, o poder pblico estadual e federal, e as

    relaes que estabelecem entre si. Uma boa gesto ambiental depende do funcionamento harmoni-

    oso desse conjunto. Tem como atribuies cuidar das reas obviamente ecolgicas e de outras me-

    nos bvias, porm importantes para o equilbrio ambiental e a qualidade de vida dos cidados. Deve

    observar como os diferentes atores sociais alteram a qualidade do meio ambiente e como so distribu-

    dos os custos e benefcios decorrentes de suas aes.

    O Programa Nacional de Capacitao (PNC) tem por base a busca de referncias locais e a

    articulao com outras iniciativas, aproveitando aes j em andamento e ampliando parcerias. Foi

    formulado como um processo participativo, de acordo com a viso de que com o compromisso de

    todos que as instituies formadas podem ser realmente democrticas e efetivas.

    Departamento de Articulao Institucional

    Ministrio do Meio Ambiente

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  • 8CADERNO DE APOIO METODOLGICO

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  • 9O Ministrio do Meio Ambiente (MMA) publicou cinco Cadernos de Formao com oscontedos bsicos para a estruturao do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), aosquais cada estado dever acrescentar as informaes pertinentes sua realidade quando cons-truir sua proposta de capacitao.

    Para que esses contedos sejam colocados em prtica, ser necessrio mobilizar grupose pessoas que se disponham a colaborar com o processo de estruturao local do SISNAMA criando Secretarias, Conselhos e Fundos de Meio Ambiente e deles participando.

    Este Caderno de Apoio Metodolgico tem o objetivo de colaborar com as pessoas queatuaro como formadoras e facilitadoras no planejamento e execuo do atendimento s deman-das de formao do Programa Nacional de Capacitao de Gestores Ambientais (PNC).

    Est dividido em duas partes: a primeira, apresenta o PNC e sua metodologia, bem comoos diversos grupos ou instncias que o compem, como se relacionam e quais so suas funes.Trata, ainda, dos passos para a elaborao de um projeto, enfatizando a importncia da participa-o nesse processo.

    A segunda parte oferece sugestes de dinmicas, jogos e exerccios para apoiar as ativi-dades indicadas nos demais cadernos, buscando contemplar as necessidades de um processo deformao de formadores para a gesto ambiental participativa.

    Os projetos estaduais propem diversos mtodos - aulas formais, oficinas, eventosvivenciais e outros - cada um de acordo com as necessidades identificadas e os recursos dispo-nveis. Como cada local tem as suas caractersticas, no possvel haver uma metodologia queseja boa para todos. As sugestes apresentadas devem ser escolhidas, adaptadas e aplicadascomo for mais adequado. Esperamos, tambm, que seja possvel uma troca de experinciasutilizando a pgina do PNC no stio do MMA.

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    1. O PLANEJAMENTO DAS AESEM MBITO LOCAL

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    1.1 - O PROGRAMA NACIONAL DE CAPACITAO DE GESTORES AMBIENTAIS (PNC)

    O PNC fruto da I Conferncia Nacional de Meio Ambiente que teve o fortalecimento doSistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) como um dos eixos de discusso. A estruturao dosmunicpios para que assumam suas funes nesse sistema foi apontada como prioridade a ser alcanadaatravs da capacitao e qualificao de grupos, pessoas e instituies locais. O objetivo criar instn-cias municipais para gesto do meio ambiente onde estas ainda no existirem e fortalecer as j existen-tes, articulando-as com os demais nveis e esferas de governo.

    Para alcanar esse objetivo, preciso formar pessoas que possam exercer essas novas compe-tncias e atuar de forma participativa na gesto ambiental. Com esse fim, o MMA (Ministrio do MeioAmbiente), por meio de seu Departamento de Articulao Institucional (DAI), elaborou um programapara viabilizar aes compartilhadas na gesto ambiental. O primeiro passo para fortalecer o SISNAMA foia criao de Comisses Tripartites nos Estados. Essas Comisses, formadas por representantes do governofederal, governo estadual e municpios, so o ponto focal em cada Estado para a articulao do Programa. Otrabalho da Comisso Tripartite Nacional est descrito na pgina 62 do Caderno 3.

    Desde o incio identificou-se que as maiores necessidades de capacitao esto nos municpi-os. No processo de descentralizao do SISNAMA sero repassadas a eles diversas atribuies e aresponsabilidade pela elaborao de polticas locais de desenvolvimento sustentvel em dilogo per-manente com as polticas estaduais e federal.

    Quatro eixos temticos norteiam as instituies parceiras e o pblico-alvo quanto aos assun-tos que sero abordados nas capacitaes do PNC:

    - A estrutura e o funcionamento do SISNAMA, com nfase na organizao e no fortalecimento dos sistemas municipais de meio ambiente;

    - Os instrumentos de gesto e o compartilhamento de competncias;- Participao e mobilizao social o controle social atravs das instncias do Sistema;- O financiamento do Sistema a sustentabilidade do sistema municipal, os fundos

    socioambientais disponveis e a legislao pertinente.

    O Programa foi planejado respeitando a autonomia dos estados na elaborao de suas estra-tgias e metodologias de capacitao. Da mesma forma, ser importante que, em cada Estado, os municpiosadaptem a proposta de formao sua realidade.

    A metodologia proposta envolve quatro movimentos:

    1 Gerao de demanda e sensibilizao

    2 Diagnstico estadual e elaborao de projeto estadual e respectivo plano de trabalho

    3 Formao

    4 Observatrio / monitoramento e avaliao

    E a formao de quatro grupos:

    G1 Federal, composto pelo MMA e vinculadas, ABEMA (Associao Brasileira de EntidadesEstaduais de Meio Ambiente), ANAMMA (Associao Nacional de rgos Municipais de Meio Ambien-te), CNM (Confederao Nacional dos Municpios) e Comisso Tripartite Nacional. Tem o papel de coor-denar o processo, montando os termos de referncia do PNC e os contedos bsicos,formulando critrios, articulando as relaes com Estados e Municpios, organizando e elaborando omaterial de apoio, cronogramas, prestao de contas e promovendo a continuidade do programa.

    G2 Estadual, composto pelas Comisses Tripartites Estaduais, as universidades, o governo doestado, as instituies, as CIEAs (Comisses Interinstitucionais de Educao Ambiental) e a sociedade civil. o coordenador do programa no nvel estadual. Deve articular os agentes locais, elaborar o projetoestadual, organizar o recorte regional dos contedos e definir as estratgias e metodologias adequadas scaractersticas de cada estado.

    G3 Recorte regional ou municipal (bacia, bioma, etc.) o grupo que desenvolve a capacitaopropriamente dita. Composto por gestores e conselheiros municipais de meio ambiente ou seja, o pblico-alvo do PNC, que deve ser incentivado a ter uma participao ativa na sustentabilidade do programa,desenvolvendo contedos locais, aplicando da forma mais adequada a metodologia sugerida epromovendo a multiplicao das atividades de formao.

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    G4 Setores especficos nos municpios, grupos comunitrios j existentes ou que se formaro medida que o programa se consolidar, com o papel de contribuir para que este se mantenha articuladocom os assuntos e as demandas especficas do local. Espera-se que, juntamente com os G3, possamfuncionar como multiplicadores.

    O sucesso do PNC depende em boa parte da capacidade de cada Estado para criar os G3 e G4,ou seja, novos grupos de formadores em cidades, regies ou grupos de cidades.

    Arquitetura de Capilarizao do Programa

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    ESTRATGIAS ADOTADASUm dos maiores desafios do PNC garantir a sua sustentabilidade medida que os primeiros

    grupos forem capacitados como conseguir que a capacitao seja efetivamente levada a outros grupos?

    Mais uma vez, no h uma receita pronta que sirva para todos. Indicamos aqui estratgiaspropostas nos projetos de alguns dos estados participantes.

    Seleo de Municpios e ParticipantesOs critrios de seleo dos municpios e dos participantes so crticos para a continuidade do

    Programa e entre eles destaca-se a identificao com a lgica do SISNAMA, que promove a co-respon-sabilidade. importante que os critrios considerem a necessidade de articular a seleo com a conti-nuidade e a sustentabilidade do programa.

    Seleo de Municpios

    Na seleo de municpios importante que sejam identificados aqueles dispostos a se com-prometerem com os resultados do Programa e a assumirem responsabilidade pela sua continuidade,participando ativamente da formulao e implementao de estratgias e atividades.

    O Termo de Compromisso entre o G2 e os municpios deve especificar algumas contrapartidasdesejveis para a realizao dos objetivos do Programa, tais como:

    - elaborao e construo do programa poltico pedaggico,

    - disponibilizao de funcionrios,

    - fornecimento de transporte e local para realizao dos cursos,

    - possibilidade de atuao como municpio-plo com a cesso de locais e equipamentospara a realizao dos cursos,

    - compromisso com a execuo da proposta elaborada para o municpio,

    - compromisso com a alimentao da base de dados estadual sobre gesto ambiental.

    COMO FUNCIONA O PNCAs Comisses Tripartites Estaduais so as responsveis pela elaborao dos projetos de

    capacitao dos municpios. A preparao do projeto baseia-se em um diagnstico do grau de desen-volvimento do SISNAMA nos municpios do Estado. A partir desse diagnstico, os municpios so seleci-onados e os prefeitos assinam um termo de adeso ao PNC. So ento escolhidos os participantes dacapacitao entre: gestores municipais, tcnicos das diversas reas relacionadas ao meio ambiente naprefeitura, integrantes das Cmaras de Vereadores, conselheiros de meio ambiente (onde houver),representantes da sociedade civil (lideranas, representantes de ONGs e movimentos sociais).

    Ao montarem seus projetos de capacitao, os Estados devem adotar a seguinte estratgia:

    - Definio dos temas bsicos para a capacitao;

    - Desenvolvimento da proposta especfica do seu estado, a partir das diretrizes do PNC,com discusso no mbito da Comisso Tripartite Estadual;

    - Fortalecimento das iniciativas implantadas, apoio quelas que esto em processo deimplementao e incentivo aos municpios para promoo da descentralizao;

    - Formalizao de compromisso de adeso ao PNC atravs de instrumento legal;

    - Acompanhamento e avaliao permanentes.

    PARA SABER MAISCaptulo 4 do Caderno 4.

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    Estratgias de ImplementaoAs estratgias de implementao esto diretamente ligadas s chances de xito do PNC e, portanto,

    sua continuidade. importante que incorporem e coloquem em prtica os conceitos de autonomia, participa-o, empoderamento, transparncia e responsabilidade. Devem buscar arranjos regionais e locais que propiciema criao de uma rede de pessoas com interesses em comum, que vo trocar informaes, gerar conhecimento,interagir de uma maneira produtiva, dinmica e inclusiva. Entre as estratgias propostas, destacamos:

    - A criao de redes que contemplem a diviso do estado em regies propicia a aglutinao emmunicpios-plo para a realizao dos cursos, minimizando custos, favorecendo trocas e estimulando a soli-dariedade intermunicipal.

    - A utilizao de mecanismos de comunicao entre os estados e, dentro destes, entre suasregies e municpios para troca de experincias, beneficiando o aprender com a prtica.

    - A utilizao de mtodos de educao a distncia pode ser um fator importante para superarpossveis dificuldades de deslocamento dos capacitandos. Essas metodologias podem servir como reforocurricular e suporte manuteno de atividades contnuas entre os mdulos. importante destacar que nosubstituem a presena s aulas.

    - A construo participativa de uma Proposta de Trabalho no prprio curso de capacitao, queidentifique as necessidades do SISNAMA e faa o planejamento de sua montagem, pode servir como um dossistemas de avaliao do curso e incentivar o comprometimento dos capacitandos com um papel ativo naimplementao do Programa.

    Algumas reflexes sobre o trabalho de Formao de Formadores realizado pelo Centro de Estudos ePesquisas em Educao, Cultura e Ao Comunitria (CENPEC), apresentadas no documento Novas Rotas para osNcleos Socioeducativos da Cidade de So Paulo,1 so pertinentes para o PNC: Ao final do primeiro mdulo osparticipantes planejaram conjuntamente as etapas seguintes de trabalho, que consistiam: a) na disseminao domdulo 1 para os demais profissionais; (...) o grupo de formadores optou por realizar uma reunio com cada turma11111hhhhhttp://dev1.cttp://dev1.cttp://dev1.cttp://dev1.cttp://dev1.cenpecenpecenpecenpecenpec.or.or.or.or.orggggg.br/dev1/bin/.br/dev1/bin/.br/dev1/bin/.br/dev1/bin/.br/dev1/bin/

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    Seleo de Capacitandos

    Na seleo de capacitandos importante a identificao de lideranas que atuem em dife-rentes nveis e capacidades e assim possam promover a difuso dos conhecimentos adquiridos. Paraisso, sugere-se:

    - identificao de lideranas entre os corpos tcnicos municipais permanentes;

    - a participao de diferentes segmentos sociais para beneficiar a todos com a troca de expe-rincias e perspectivas sobre a gesto ambiental, contribuindo para a construo de conselhos plurais;

    - a identificao de organizaes / pessoas da sociedade civil com experincia na facilitaode metodologias de aprendizagem participativa que podero contribuir de forma decisiva na etapa decapacitao dos G4.

    DDDDDicicicicicaaaaa: Q: Q: Q: Q: Quem paruem paruem paruem paruem participou dos prticipou dos prticipou dos prticipou dos prticipou dos procococococessos deessos deessos deessos deessos dediscdiscdiscdiscdiscusso da I e II Cusso da I e II Cusso da I e II Cusso da I e II Cusso da I e II Confonfonfonfonferererererncia Nacional dencia Nacional dencia Nacional dencia Nacional dencia Nacional deMeio AMeio AMeio AMeio AMeio Ambienmbienmbienmbienmbienttttte? Essas pessoas pre? Essas pessoas pre? Essas pessoas pre? Essas pessoas pre? Essas pessoas prooooovvvvvaaaaavvvvvel-el-el-el-el-menmenmenmenmenttttte ce ce ce ce conheconheconheconheconhecem divem divem divem divem diversos assunersos assunersos assunersos assunersos assuntttttos e poos e poos e poos e poos e po-----dem ser bem ardem ser bem ardem ser bem ardem ser bem ardem ser bem articticticticticuladasuladasuladasuladasuladas. O mesmo pode. O mesmo pode. O mesmo pode. O mesmo pode. O mesmo podeser ditser ditser ditser ditser dito dos paro dos paro dos paro dos paro dos participanticipanticipanticipanticipantttttes do Fes do Fes do Fes do Fes do Frrrrrum daum daum daum daum daAAAAAgenda 21 Lgenda 21 Lgenda 21 Lgenda 21 Lgenda 21 Locococococalalalalal.....

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  • 15

    para acompanhar o trabalho e permitir a troca de experincias entre tcnicos e representantes das organizaes.(...) os participantes puderam se reencontrar e compartilhar os avanos, dificuldades e, com a facilitao do grupode formadores, sistematizaram estratgias que poderiam contribuir no enfrentamento das dificuldades encontra-das.(..). A troca de experincias entre as organizaes fortaleceu muito o trabalho e a valorizao da construocoletiva e consiste numa importante aquisio metodolgica para o grupo.

    Estratgias de ContinuidadeNo existem ferramentas ou metodologias que garantam o sucesso de uma estratgia de multipli-

    cao. Mas h evidncias que metodologias participativas e a construo e consolidao de parcerias propici-am a apropriao dos projetos por seus participantes, criando motivao para que, solidariamente, comparti-lhem aprendizados e saberes adquiridos de forma prazerosa.

    A possibilidade de pessoas capacitadas se tornarem formadoras de outras, depende da articulaodo grupo e do apoio que este recebe, de sua capacidade de desenvolver uma metodologia prpria, do plane-jamento das aes com o aporte dos recursos necessrios para sua realizao, e da noo de responsabilidadeperante o compromisso assumido de contribuir para o xito do Programa.

    Algumas propostas interessantes surgidas nos projetos apontam: a criao de uma Rede de Forma-o em Gesto Ambiental Local, configurada como um espao facilitador de articulao poltico-institucional;a gerao de Agendas de Compromissos como uma ferramenta para o controle social e a responsabilidade dosparceiros envolvidos; e a criao de um Plano Estratgico.

    preciso pensar em como estimular a participao responsvel dos municpios atravs decontrapartidas voltadas para a fase seguinte. Quais mecanismos de articulao institucional favorecem o cum-primento dos acordos relativos execuo de atividades de capacitao pelos G3s em benefcio de novosgrupos multiplicadores?

    1.2 - ELEMENTOS PARA O PLANEJAMENTO DE UM PROJETOPlanejar decidir em qual direo se quer ir e depois conduzir as decises nessa direo. refletir e

    decidir quais so as melhores alternativas para atingir certos objetivos. O Caderno 3 explica o que planejamen-to participativo e o Caderno 5, nos captulos 3 e 4, sugere como planejar um projeto. Aqui so acrescentadasinformaes para o desenvolvimento de um programa, projeto ou plano de ao e, na segunda parte, hdinmicas e exerccios para a sua construo participativa.

    A necessidade de participao no desenvolvimento tornou-se um dos princpios centrais da boaprtica poltica a partir dos anos 90. Um grupo que compartilha idias de forma organizada possui melhorescondies de cumprir suas atribuies e de assumir compromissos, aumentando a responsabilidade de cadaum de seus integrantes pelos resultados obtidos. Assim, um processo participativo de planejamento pro-porciona a partilha do saber, do pensamento e das decises e considera o conhecimento, as idias e as experi-ncias acumuladas de todos os envolvidos.

    A participao tem duas bases complementares: uma base afetiva participamos porque sentimosprazer em fazer coisas com os outros e uma base instrumental participamos porque fazer coisas com osoutros mais eficaz e eficiente que faz-las sozinhos. 2.

    22222BBBBBororororordenadenadenadenadenavvvvveeeee, J, J, J, J, Juan Euan Euan Euan Euan E. D. D. D. D. Diaz.iaz.iaz.iaz.iaz. O que Participao. E. E. E. E. Editditditditditororororora Ba Ba Ba Ba Brrrrrasilienseasilienseasilienseasilienseasiliense, S, S, S, S, So Po Po Po Po Pauloauloauloauloaulo, 1983, 1983, 1983, 1983, 1983

    PARA SABER MAIS SOBRE PARTICIPAO:Captulos 1 e 2 do Caderno 3.

    importante assumir que o grupo ou organizao que inicia um processo tem uma posiosobre o nvel de participao que pensa ser apropriado para cada um dos diferentes interesses envolvidos.

    Existem vrias escalas de nveis de participao. Aqui apresentamos a de David Wilcox, em The Guideto Effective Participation, que prope cinco nveis de participao:

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    Este quadro no prope uma estrutura rgida. Nenhum nvel de participao melhor do queoutro cada um apropriado em diferentes circunstncias. Mas certamente representam diferentesequilbrios de controle entre interesses distintos. Muitas vezes precisamos mudar de posio. Por exemplo,um processo de informar pode levar a protestos (ou a muito entusiasmo e ofertas de ajuda) e se transformarem um processo de consulta ou de tomada de decises. Ou uma autoridade pode convidar as pessoas paraum trabalho em parceria e descobrir que elas s querem ser consultadas sobre algumas opes.

    NIVEIS OFERTADOS DE PARTICIPAO

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    PASSO A PASSOUm processo de planejamento envolve uma viso clara dos resultados esperados, os impactos

    que se deseja obter a partir dos problemas que se pretende resolver. A partir da andamos para trs,criando uma seqncia lgica para identificar os objetivos e as atividades necessrias para atingi-los,definir as metas de cada atividade e os indicadores para avaliar se esto sendo atingidas a contento, emum processo de monitoramento e avaliao.

    Entende-se como resultado as mudanas decorrentes de uma interveno na rea de impactodo projeto que possam ser descritas ou medidas. O foco no so as atividades empreendidas como, porexemplo, a construo de 50 fossos de drenagem, mas as mudanas trazidas pelas atividades empreendidas.Ou seja, uma conseqncia que h mais terra disponvel para a agricultura. O efeito que os proprietriosso capazes de produzir mais. O impacto, nesse caso, um aumento de renda que leva reduo dapobreza que, provavelmente, o objetivo maior do programa.

    Um programa ou projeto elaborado com essa metodologia estabelece os resultados que sedeseja obter em curto, mdio e longo prazos, as atividades que sero empreendidas para alcan-los e quaisindicadores, quantitativos e qualitativos, sero utilizados no monitoramento e avaliao. Organizar essasinformaes em uma matriz de resultados ajuda a deixar claras as relaes de causa e efeito.

    VISO ESTRATGICAO primeiro passo definir o foco do projeto.

    O objetivo geral ou resultado o impacto final que se pretende obter com o projeto, a situaoideal ao final do mesmo. o que define por que o projeto importante, por que ele deve ser realizado. Aviso que se tem do futuro aps o projeto ter sido implementado com sucesso.

    Os objetivos especficos ou efeitos so uma srie de resultados intermedirios, de curto prazo,a serem alcanados durante o desenvolvimento do projeto em uma combinao que contribua para oseu impacto final. Devem formar uma cadeia lgica em relao ao objetivo geral. O mesmo deve acontecerem relao s atividades planejadas para atingir cada objetivo especfico cada uma dever ter umresultado imediato, produto ou conseqncia.

    Ser preciso determinar quem estar envolvido no processo (executor e parceiros), quem serresponsvel pela direo do plano, quem ser responsvel pela implementao de suas diversas fases eatividades (coordenao do projeto) e quem ser afetado por sua implementao (beneficirios). O grupoenvolvido no projeto deve ter noo de qual o seu mandato, sua competncia e experincia e comeara identificar as questes e oportunidades que se apresentam. preciso saber quais osrecursos tcnicos, humanos, financeiros e outros disponveis (oramento), e qual o tempo necessrio paraa realizao do projeto (cronograma).

    DIAGNSTICOPara saber como chegar aos objetivos desejados, primeiro preciso saber aonde se est no que

    diz respeito situao que se deseja modificar.

    O diagnstico determina qual a situao atual e o que queremos mudar nela. Quais osprincipais problemas a serem enfrentados e quais os recursos disponveis. Deve indicar quem so osatores cuja participao necessria, quem sero os beneficirios, as oportunidades que podemcontribuir para um bom resultado e possveis riscos.

    PLANO DE AOUm Plano de Ao claro o elemento central do planejamento. J de posse de um quadro da

    situao que se pretende modificar, qual a mudana que se deseja obter e quais os recursos disponveis,pode-se comear a planejar as atividades necessrias e suas metas. No esquecer que at que o impactofinal seja atingido, ser necessrio alcanar resultados intermedirios que, juntos, contribuiro para oresultado final.

    Neste caderno so oferecidos alguns exerccios que podem ser utilizados paraa realizao de diagnsticos participativos, junto com as propostas apresentadas no Ca-derno 1 pginas 16/17, 40 e 44; Caderno 2 pgina 50; Caderno 3, pginas 22, 44 e 61;Caderno 4, pgina 23 e Caderno 5, pgina 40.

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    No se deve confundir atividades com resultados. Resultados so os efeitos de atividadesrealizadas. Realizar um treinamento uma atividade seus resultados so os novos conhecimentos ouhabilidades adquiridos em conseqncia do treinamento. Um projeto deve ser direcionado por seusresultados e no pelas atividades desenvolvidas.

    A metodologia pode ser definida como um conjunto de tcnicas e processos utilizados paratornar o trabalho de uma organizao mais eficiente. Para escolher uma metodologia preciso saber asatividades necessrias a cada um dos objetivos especficos e pensar sobre a melhor forma de estrutur-las.

    Para escolher quais atividades sero realizadas, preciso avaliar as diversas opes disponveispara se alcanar cada objetivo, analisando-as segundo diversos critrios tais como: custo x benefcio,impactos (ambientais, sociais, econmicos, culturais, de gnero), flexibilidade e possibilidades tcnicas.

    NVEIS DE RESULTADOO modelo de matriz da pgina seguinte visa conectar claramente insumos, oramento, atividades,

    produtos e resultados. preciso compreender os diferentes tipos de resultados, descritos brevemente a seguir:

    - Produtos, Conseqncias ou Resultados Imediatos descrevem os resultados diretos (produtos)das atividades realizadas. O grupo tem controle sobre as atividades realizadas e seus resultados.

    - Resultados de Mdio Prazo ou Efeitos - so resultantes tanto dos produtos e resultados imediatosquanto do desenrolar do processo em si. Podem abranger efeitos funcionais do projeto, tais como a adoo edifuso de novas tecnologias, ou transformaes em instituies ou processos de gesto, efeitos de empoderamento,tais como maior capacidade, mais confiana ou auto-estima, mais habilidade para resolver conflitos e problemas.So os resultados que se quer alcanar ao final do programa ou projeto. H menos controle sobre eles j quecircunstncias diversas e outros atores devem ser considerados.

    - Resultado de Longo Prazo ou Impacto a mudana ocorrida para a qual o projeto foi umdos fatores contribuintes. Geralmente s pode ser observado em longo prazo e recebe diversas influnciasexternas ao projeto ou programa.

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    INDICADORESPara saber se as intervenes esto tendo os resultados esperados, so usados sistemas de

    monitoramento que desenvolvem indicadores, conforme descrito no captulo 3 do Caderno 4 e abaixo.

    Indicadores buscam medir os resultados, mostrar que um resultado foi alcanado ou sinalizarque h progressos. Um indicador uma forma de medir os resultados de acordo com o que foi plane-jado em termos de quantidade, qualidade e tempo. Devem estar diretamente ligados ao resultado queesto medindo. So importantes tanto para o controle externo do projeto quanto para o interno.Durante a implementao sero um instrumento de anlise do avano do processo para determinar seh necessidade de mudanas ou correes.

    Indicadores so a evidncia, a prova que mostra se est havendo ou no progresso emdireo aos objetivos e resultados esperados. So como os instrumentos no painel de um avio queinformam ao piloto qual o desempenho, se h combustvel, se todos os equipamentos esto emordem e qual sua posio em relao ao seu destino. Servem para: comunicar; avaliar o progresso doprojeto; avisar quando h problemas para que se tomem as providncias necessrias para corrigi-los;promover o uso mais eficiente dos recursos; avaliar a satisfao dos beneficirios; mostrar as mudanastrazidas pelo projeto; fornecer dados.

    ESTRUTURA DE UMA MATRIZ DE RESULTADOS

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    Na medicina, por exemplo, a temperatura corporal uma das muitas variveis para se ava-liar se uma pessoa est doente ou no. Uma temperatura acima do normal - a febre - no a prpriadoena, mas mostra que o organismo est combatendo alguma infeco. A partir da varivel tempera-tura, construiu-se o indicador: uma escala que mede sua variao, na qual a temperatura de 36,5 grausCelsius considerada a normal, quando medida por um perodo de trs minutos. Acima disso, conside-ra-se que a pessoa est com febre, em graus progressivos. Assim, a doena o estado ou situao quepretendemos avaliar; a temperatura a varivel utilizada; a escala em graus Celsius que define o que normal e o que febre o indicador; o termmetro o instrumento ou o meio de verificao.1

    11111 VVVVValaralaralaralaralarelli, Lelli, Lelli, Lelli, Lelli, Leandreandreandreandreandro Lo Lo Lo Lo Lamas -amas -amas -amas -amas - Indicadoresde resultados de projetos sociais http://www.rits.org.br/gestao_teste/ge_testes/ge_tmes_jul99.cfm

    Os indicadores podem medir mudanas quantitativas ou qualitativas.- Indicadores quantitativos: so variveis numricas. Expressam a mudana atravs de va-

    lores ou resultados fsicos, isto , o nmero de pessoas treinadas, o nmero de bombas dgua instaladas,o nmero de reunies da comunidade, a percentagem de adultos que votam.

    - Indicadores qualitativos: so medies dos julgamentos e percepes das pessoas. Captu-ram as opinies e crenas culturais, sociais, econmicas e polticas dos indivduos, isto , seu nvel desatisfao, a qualidade dos servios prestados. Na maioria das vezes, eles so apresentados em escalasnumricas, como por exemplo, 1=timo, 2=bom, 3=regular, 4=ruim, 5= pssimo. Essa traduo pode ser feita empesquisas de opinio, entrevistas com grupos, avaliaes participativas e outras tcnicas semelhantes.

    sempre bom ter um equilbrio entre indicadores quantitativos e qualitativos.

    Para escolher indicadores:- Ouvir os beneficirios e parceiros do projeto

    - mais fcil quando os resultados esto claramente definidos

    - preciso haver uma base de dados para medir as mudanas alcanadas

    Geralmente, trs indicadores so o suficiente para medir cada resultado esperado. Alm dissodeve-se avaliar quando importante que os indicadores sejam desagregados por sexo, raa, etnia oufaixa etria.

    Indicadores podem ser diretos ou indiretos. Indicadores diretos medem os resultadosprecisamente (quantidade de resduos slidos reciclada, nmero de clientes atendidos, aumento desatisfao com o trabalho). Indicadores indiretos medem os resultados de forma menos precisa, e sousados quando os indicadores diretos so muito difceis ou caros de se obter. Exemplos de indicadoresindiretos: o nmero de mulheres vereadoras como uma medio indireta da participao poltica oufortalecimento das mulheres; o nmero de moradores com asma como uma medio indireta da qua-lidade do ar local.

    Exemplo:

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    MONITORAMENTOOs processos de monitoramento e avaliao tambm devem ser participativos e empregados

    para capacitar permanentemente as instituies e organizaes.

    No caso do PNC, o sistema de monitoramento geral do programa e seus indicadores estsendo criado por um Grupo de Trabalho que rene parceiros e estados, ou seja, G1 e G2. Alm disso, cadaestado dever criar o seu prprio sistema e trabalhar tanto para monitorar seus avanos e desafios, quantocolaborando no fornecimento de dados para o acompanhamento do Programa como um todo.

    Processos de avaliao devem ser uma ferramenta para o desenvolvimento de capacidadese contribuir para uma cultura de aprendizagem permanente. As metodologias participativas de avalia-o so orientadas para a ao e buscam capacitar os participantes, gerentes e beneficirios de progra-mas e projetos, oferecendo oportunidades de reflexo sobre os progressos e obstculos enfrentados.

    O monitoramento comea na fase de implementao. Deve ser mantida uma documenta-o acurada das atividades de implementao e de seus impactos para que as estratgias possam seravaliadas. necessrio fazer relatrios regularmente e decidir quais informaes sero necessriaspara guiar aes e decises futuras.

    Processos efetivos de monitoramento trabalham com indicadores definidos previamente,acompanhados de forma sistemtica e divulgados a todos os interessados atravs de relatrios.

    O monitoramento acontece em dois nveis distintos porm fortemente ligados. O monitoramentodo processo focado nas conseqncias - produtos e servios especficos resultantes das atividades deum programa ou projeto. O monitoramento de resultados se concentra nos efeitos do programa, ou seja,nas transformaes desejadas e incorpora produtos e contribuies de parceiros.

    VVVVVale destacale destacale destacale destacale destacar ar ar ar ar que o processo de aprendizagemsobre elaborao de indicadores importantepara qualquer atividade de gesto.

    PARA SABER MAISCaderno 4 pgina 17 e Captulo 3

    PRINCPIOS-CHAVE PARA MONTAR UM SISTEMA DE MONITORAMENTO- H necessidade de informaes sobre resultados em todos os nveis do programa ou projeto;- A informao deve se mover horizontal e verticalmente;- preciso identificar a demanda por informaes em cada nvel;

    Livro 6_DAI GIBRAN.pmd 18/8/2006, 20:5521

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    - A responsabilidade de cada nvel deve estar clara para: quais dados sero coletados (fonte);quando os dados sero coletados (freqncia); como os dados sero coletados (metodologia); quemcoletar os dados; quem relatar os dados e para quem os dados esto sendo coletados.

    Para estabelecer o processo de monitoramento de um programa preciso escolher ferramen-tas e indicadores que sejam utilizados em todos os projetos, e que contribuam para um determinadoresultado de mdio prazo. Ou seja, no PNC preciso que G1, G2 e G3 monitorem os resultados imediatosde suas atividades, e que a anlise dessas informaes por um Grupo de Trabalho (GT) de Monitoramentoindique se as atividades e estratgias em curso esto contribuindo ou no para que se atinja os resultadosintermedirios do programa como um todo e, portanto, esto na direo de seu objetivo geral.

    Atividades de MonitoramentoRegistrar dados para monitoramento:

    - At onde foram os progressos em direo aos objetivos?

    - Como est o nosso desempenho?

    Indicar reas de desempenho positivo e reas a serem melhoradas:

    - O que funcionou bem? Por qu? Todas as estratgias necessrias esto includas?

    - Estamos nos desgastando tentando usar estratgias demais?

    - Como podemos maximizar nossas contribuies?

    Avaliar resultados esperados e inesperados:

    - O qu? Quem mudou? Como?

    - Se as mudanas esperadas no ocorreram, o que precisamos alterar ou como devemosreorientar nossas expectativas?

    Reunir dados sobre a contribuio do programa para mudanas nos parceiros:

    - Quais atividades / estratgias foram utilizadas?

    - Como seus resultados influenciaram o processo de implementao do SISNAMA?

    Estabelecer prioridades para avaliao e um plano de avaliao:

    - Quais estratgias, relaes ou questes precisam ser estudadas em profundidade?

    - Como e de onde podemos coletar dados relevantes?

    2.1 MOBILIZAO

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    2. MTODOS E TCNICAS DE TRABALHO

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    PARA SABER MAIShttp://www.rits.org.br/redes_teste rd_tmes_temas_anteriores.cfm

    Caderno 3 pgina 59

    O Caderno 2 indica vrias situaes para as quais a mobilizao necessria.

    A mobilizao deve criar situaes que favoream o encontro entre pessoas e organizaespara promover a articulao das mesmas com vistas continuidade e sustentabilidade do PNC.

    Uma excelente ferramenta para mobilizao e difuso de programas mais amplos o rdio,especialmente adequado a Estados de grandes dimenses e com populao de baixo nvel de escolarida-de, podendo se constituir tambm em um instrumento de Educao a Distncia.

    A criao de um stio estadual na Internet conectado com a pgina do PNC pode servir parapotencializar a troca de experincias e informaes e o acompanhamento dos projetos. Apesar de serum instrumento de acesso limitado, prov mecanismos de integrao e de acompanhamento perma-nentes, promovendo a transparncia e o controle social.

    Alguns projetos estaduais apontam a criao de uma Rede de Formao em Gesto AmbientalLocal e outras. bom lembrar o fortalecimento de redes j existentes (fruns de Agenda 21 Local, redesde fundos ambientais, redes temticas e territoriais) que podem ser utilizadas no processo demobilizao.

    Porm a construo e manuteno de uma rede um trabalho contnuo no basta algu-mas pessoas se comunicarem. Seu bom funcionamento depende de um/a animador/a, uma tarefaconstante e permanente que demanda infra-estrutura.

    Grupos e o que precisam para trabalhar bemAqueles que querem mudar as coisas para melhor precisam encontrar pessoas que tenham o

    mesmo objetivo para trabalharem juntos, tanto para apoio prtico e emocional, quanto para eficcia. Acoeso e os esforos conjuntos de um grupo dependero do compromisso e da participao efetiva deseus membros.

    Os Quatro Estgios de Desenvolvimento de Grupos:

    1. Formao- O grupo ainda no uma equipe, um conjunto de pessoas

    - As pessoas querem estabelecer sua identidade no grupo

    - A participao limitada enquanto as pessoas se familiarizam com o local,o/a facilitador/a e umas com as outras

    - As pessoas comeam a focar a tarefa e discuti-la

    - O grupo est desenvolvendo as regras sobre as quais basear decises e aes no futuro

    2. Confuso- Caracterizada por conflitos no grupo e falta de coeso

    - H problemas de liderana e comportamento

    - As pessoas podem se hostilizar

    - Podem ocorrer discusses

    - Se bem administrado, este estgio pode levar a novos objetivos, normas e procedimen-tos mais realistas

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    Normatizao- Caracterizada pela superao das tenses e o desenvolvimento da coeso do grupo que

    estabelece normas e prticas.

    - Os membros do grupo aceitam o grupo e um ao outro.

    - Desenvolvem-se alianas e o grupo tenta mant-las.

    - O esprito de grupo se desenvolve e a harmonia se torna importante.

    Ao- Caracterizada pela maturidade e produtividade.

    - S alcanada depois do grupo passar pelos trs estgios anteriores.

    - Os membros assumem papis para realizarem as atividades do grupo.

    - Os papis se tornam flexveis e funcionais.

    - A energia do grupo canalizada para as aes identificadas.

    - Comeam a aparecer novas solues.

    Alguns Mtodos para Promover e Manter a Mobilizao:- Arte e Cultura - Existem diversas maneiras prazerosas de envolver as pessoas com questes

    ambientais complexas; de teatro de rua a contar histrias, de trilhas para detetives a vdeos de grupos.

    - Avaliaes - Estas so pesquisas comunitrias especficas, que contribuem muito parao avano do trabalho quando realizadas pela prpria comunidade local com a ajuda de especialistas napreparao do trabalho.

    - Fruns So espaos de discusso de grupos especficos que tm carter permanente,realizando encontros regulares de curta durao. Os participantes so os responsveis pela coordena-o e pelo acompanhamento. Funcionam melhor com papis claros e objetivos definidos.

    - Gincanas - Uma forma divertida de passar informaes, estimular o envolvimento e trazernovas pessoas para debater as questes patrocinar uma gincana com algumas tarefas relacionadasaos assuntos ambientais e outros de interesse.

    - Grupos de Foco So pequenos grupos que trabalham uma questo especfica atravsde oficinas. Podem ser um complemento valioso ao permitirem que pessoas do grupo maior se re-nam em subgrupos de acordo com suas aptides, competncias ou preferncias e trabalhem sobrequestes diversas, de forma mais livre, cada um com seu cronograma e s se reportem ao grupo maiorquando necessrio.

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    - Oficinas So reunies nas quais pequenos grupos auxiliados por um(a) facilitador(a)exploram questes, desenvolvem idias e tomam decises. A idia de oficina est relacionada com umaatividade concreta, com resultados. So menos formais e mais criativas que reunies abertas e comits ese caracterizam como um espao no qual se conjuga a teoria e a prtica, tendo como resultados acapacitao (novas prticas, conhecimentos, habilidades) e produtos (diagnsticos, planos) teis a quemestiver envolvido com o trabalho.

    - Painis - Destinam-se exposio de determinados temas seguida de debates entre osexpositores e o pblico.

    - Panfletos e Boletins Boletins ajudam a manter os membros do grupo em contato.Como a maioria dos grupos entrega panfletos e boletins para toda sua vizinhana, no importando seso membros do grupo ou no, esses ajudam a atrair novos membros.

    - Pesquisas So uma boa maneira de permanecer em contato, aumentar a participaoe atrair novos participantes. Mostram que o grupo est disposto a ouvir outras pessoas e no apenasaquelas que j participam de atividades na comunidade.

    - Porta a Porta Bater de porta em porta o mtodo mais antigo de mobilizao. Umamaneira de melhorar as chances de ser atendido deixar um panfleto com antecedncia debaixo daporta, avisando que algum far uma visita. um trabalho que deve ser feito por moradores do bairroque j so conhecidos, pelo menos de vista.

    - Questionrios So efetivos quando focalizam tpicos especficos e so dirigidos a re-as ou comunidades pequenas. Devem ser preparados por pessoal especializado. O que muitas vezes seesquece quem vai analis-los e como os resultados sero usados. A mdia pode ser usada para circularidias e perguntas.

    - Seminrios So eventos destinados discusso e ao aprofundamento sobre um temadeterminado. Prevem a participao de especialistas, que fazem apresentaes e depois participamde debate com a audincia.

    - Pedir aos membros que convidem outros

    - Ir aonde as pessoas esto, em vez de esperar que elas venham at voc. Ir areunies de outros grupos e a eventos em geral.

    - Buscar maneiras de coletar nomes, endereos e telefones usando listas depresena nas reunies. Em eventos organizados por outros grupos, passar uma lista jun-to com um panfleto, explicando o que o seu grupo est fazendo.

    - Fazer um esforo especial para incluir grupos que normalmente so mal re-presentados: jovens, idosos, pessoas com deficincia, pessoas de baixa renda. Mostrarque as questes que os afetam sero levadas em considerao, usar linguagem ade-quada e buscar se comunicar por imagens, alm de palavras.

    Devemos lembrar do seguinte:- Nenhum mtodo bom ou ruim por si s. A maioria to bom quanto a criatividade e o

    estilo das pessoas que os escolhem e usam.

    - Abordagens diferentes so boas para pessoas e questes diferentes. Devemos sempredesenvolver programas mistos.

    - No tentar reinventar a roda. Outras pessoas j tm experincia, habilidade e mtodosexperimentados; assim, o melhor usar o que j existe para crescer.

    - Trabalhar com as pessoas que j esto ativas, especialmente com educao e desenvol-vimento comunitrio. Elas provavelmente j tm a confiana da comunidade e contatos que no sedescobriria nunca.

    ALGUMAS DICAS

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    - Ser claro quanto sua posio e sobre os mtodos escolhidos: se eles so de cima parabaixo e mo-nica (informar as pessoas) ou de baixo para cima e mo dupla (dar s pessoas um papel real nasdecises). Os dois mtodos tm sua funo, mas so muito diferentes.

    - Reunies so fruns para tomada de deciso e no de aprovao de decises tomadasanteriormente. Grupos precisam de seu prprio tempo e ritmo para poder chegar s suas concluses.

    - Para manter a mobilizao e continuamente envolver mais pessoas, preciso um processocontnuo de comunicao.

    QUAL MTODO USAR?

    Ao decidir qual(is) mtodo(s) usar, preciso pensar no seguinte:

    Objetivos:

    Por que as pessoas vo se envolver e quais resultados esperam obter?

    Assunto: A natureza e abrangncia do assunto.

    Participante: Quem afetado, interessado ou pode contribuir ?

    Tempo: Quanto tempo as pessoas podem dedicar atividade?

    Oramento: Recursos disponveis.

    Dicas Para Organizar Boas ReuniesDurante o processo de mobilizao acontecero vrias reunies. Para estimular a freqncia e

    participao do maior nmero de pessoas, devem ser realizadas em locais adequados e agradveis. Preverum intervalo para o caf, para que as pessoas tenham a oportunidade de interagir mais vontade. Conseguir um esquema para cuidar das crianas importante para garantir a presena dasmulheres. Devemos lembrar que algumas pessoas tm necessidades especiais para atender sreunies e, no caso dos mais pobres, o transporte pode ser um obstculo. Realizar reunies em diferen-tes locais permite que mais pessoas participem.

    Apesar de todos os participantes compartilharem a responsabilidade pelo bom funciona-mento de uma reunio, as vezes preciso algum para facilitar ou moderar o trabalho.

    2.2 - FORMAO DE FORMADORESA aprendizagem a transformao da informao em conhecimento til. Uma aprendiza-

    gem efetiva demanda a habilidade para aplicar o que foi aprendido.

    A proposta do PNC de um processo participativo de formao com atividades e metodologiasinterativas, que utilizem as experincias dos participantes e os desafiem a tirar suas prprias concluses apartir do trabalho desenvolvido. A metodologia utilizada deve servir como exemplo para as atividades deformao que as pessoas capacitadas realizaro mais adiante no processo.

    Adultos aprendem melhor quando motivados por alguma necessidade e levados a assumir aresponsabilidade pelo seu aprendizado. A participao importante no processo e a aprendizagem mais efetiva quando se promove a troca de experincias, tanto entre os alunos, quanto entre esses e o/afacilitador/a. importante que as pessoas tenham tempo para refletir sobre as experincias, chegar ssuas prprias concluses e delas tirarem princpios gerais que possam ser aplicados futuramente.Adultos precisam de um ambiente de respeito e confiana para a aprendizagem, assim como, precisamsentir-se apoiados pelas reaes/avaliaes do/a facilitador/a.

    Em uma oficina para a formao de formadores, importante que todos tenhamoportunidade de participar dos exerccios e experimentar as tcnicas que devero aplicar no futuro.A aprendizagem experimental com tcnicas interativas tem quatro momentos: experincia, reao experincia, generalizao (lies aprendidas) e aplicao das lies aprendidas.

    As aulas ou mdulos devem ser planejados de forma que os participantes passem por essesquatro passos. Na fase da experincia usado um exerccio ou apresentao na qual informaes soapresentadas e debatidas. O componente reflexo deve lev-los a ponderar e analisar essas novas infor-

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    maes, desenvolvendo suas prprias idias sobre o assunto. A generalizao permite quecheguem a concluses e lies mais amplas sobre o que aprenderam. Finalmente, a fase da aplicaopermite que apliquem as generalizaes a uma nova situao ou pensem sobre como podem aplicaros conhecimentos adquiridos. Isto pode ser resumido no diagrama a seguir:

    Se este mtodo for escolhido, uma forma de organizar as etapas de um mdulo ou sesso de

    formao pode ser:

    1 - Estabelecer a atmosfera para aprendizagem

    - Conquistar a ateno e o interesse dos alunos

    - Criar empatia

    - Rememorar experincias relevantes ao tema em pauta

    2 - Apresentar os objetivos

    - Ligar o que ser aprendido com as necessidades dos participantes

    - Apresentar os objetivos e checar se esto todos de acordo

    - Informar o que ser realizado durante o mdulo ou aula para atingir os objetivos

    3 - Iniciar a experincia de aprendizagem

    - Introduzir uma atividade na qual os alunos experimentem uma situao relevantepara os objetivos da formao (atividade teatral, debate em grupos, estudo de caso,vdeo etc)

    - Os alunos usam esta experincia para reunir dados para o debate

    - Se a sesso comeou com uma apresentao, hora de realizar uma atividade

    participativa

    Fonte : CEDPA. Treainning Trainers for Development. EUA, 1995

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    4 Refletir sobre a experincia

    - O/A facilitador/a conduz um debate sobre a experincia

    - Os alunos compartilham suas reaes

    - Os alunos participam de um debate focado na resoluo de problemas

    5 Debater as lies aprendidas sobre o assunto em pauta

    - Os alunos identificam pontos-chave que emergiram do debate

    - O/A facilitador/a os ajuda a tirar concluses sobre a experincia e a reflexo

    6 Debater como o que foi aprendido pode ser aplicado

    - Com base no que foi concludo no passo anterior, o grupo debate como essa

    informao pode ser til em suas vidas/projetos

    - Os alunos debatem os problemas que esperam encontrar na aplicao do que foi

    aprendido

    - Os alunos discutem o que podem fazer para superar as dificuldades na aplicao deseus novos conhecimentos

    7 Encerramento

    - Resumir a sesso

    - Verificar se os objetivos foram alcanados

    - Avaliar

    - Debater o que mais precisa acontecer para que o assunto em pauta seja bem

    lembrado ou se falta algum contedo sobre o tema

    - Ligar o tema ao resto do programa

    - Assegurar que os alunos tenham uma boa sensao ao final da sesso

    Planejando uma OficinaUma oficina diferente de uma reunio porque, como o prprio nome indica, dela deve sair

    algum resultado concreto so espaos de trabalho, de construo e no apenas de debate. Em umafbrica, uma oficina onde se faz o trabalho manual; aqui, significa uma maneira prtica, criativa eespecial de compartilhar pensamentos, idias e habilidades.

    Em uma oficina, um grupo de pessoas se rene para compartilhar seus conhecimentos eexperincias atravs de debates e atividades. Facilitadores/as so as pessoas que tornam o processo deaprendizado na oficina mais organizado, integrado e produtivo. Normalmente os participantes sen-tam-se em crculo, para mostrar que o/a facilitador/a tambm um participante, e que todos fazemparte da oficina juntos.

    Planejar uma oficina to importante quanto preparar uma aula formal ou uma apresenta-o. As atividades so organizadas para maximizar a participao, extrair as experincias dos prpriosparticipantes e ajudar a dar forma ao que pode ser aprendido com elas. A agenda deve prover varieda-de, de acordo com o tamanho do grupo e do tipo de atividade e energia requeridas em cada momentopara manter os participantes envolvidos em todos os nveis.

    O formato pode variar de acordo com as necessidades, idade, e experincias do grupo.O nmero de participantes no deve ser muito grande. Em torno de 20 pessoas, o ideal.

    Oficinas quase sempre trabalham com pequenos grupos porque:

    - todos tm chance de se envolver

    - as pessoas participam mais em grupos pequenos do que em grandes

    - em pequenos grupos os participantes aprendem uns com os outros

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    1 - Decidir qual o objetivo da oficina; isto no a mesma coisa que o tema, mas o que se esperaalcanar ao final da oficina, o seu resultado.

    2 - Saber a quem a oficina dirigida. Quem so? Quais so os desafios que esto enfrentando?Qual o seu nvel de experincia? J se conhecem? Trabalharo juntos no futuro?

    3 - Verificar o local e as instalaes. Tem cadeiras suficientes? Se houver mesas na sala, elas podem serretiradas? Voc pode usar o quadro-negro, ou pregar papel pardo na parede? Certifique-se de que todos sa-bem exatamente como chegar ao local - normalmente uma boa idia visit-lo com antecedncia.

    4 - Rever todos os exerccios e jogos e tambm as fichas que sero usados. Depois, preparar oprograma para a oficina. Quem facilitar deve saber o que quer que acontea e quando, mas ser flexvel. O/A facilitador/a o guia, e deve providenciar um mapa que permita ao grupo descobrir seu prpriocaminho at o objetivo.

    5 - Reunir todos os materiais necessrios, especialmente uma boa quantidade de papel pardo ecanetas hidrogrficas ou pincis atmicos, alm de fita-crepe e tachinhas para afixar as folhas na parede.

    6 - Escrever a agenda em folhas de papel grandes, providenciar crachs com nomes para osgrupos que precisarem deles, papel pardo para exerccios escritos, papel para desenho, questionriospara avaliao escrita e o que mais for necessrio para as atividades planejadas.

    essencial envolver os participantes ativamente de forma a incorporar a experincia de cadaum. Esse tipo de aprendizagem d aos capacitandos a oportunidade de desenvolver suas prpriashabilidades e receber uma reao imediata a elas. Assim, quem estiver conduzindo a oficina no devedar todas as respostas e exemplos, mas pedir que o grupo discuta perguntas como:

    - Que problemas podem surgir com a utilizao desse mtodo?

    - Como podemos usar essa abordagem?

    - Vamos supor que voc precisa... Como faria isso?

    - Algum conhece alguma experincia...

    As Tarefas de Quem FacilitaUm/a facilitador/a tem a responsabilidade especfica de ajudar uma reunio ou oficina a ser

    eficaz, providenciando para que algumas coisas aconteam:

    - Ajudar a criar uma atmosfera descontrada e prestar ateno aos sentimentos.- Ajudar todos a compartilharem o processo do grupo, com tempo para cada um falar e

    ser ouvido com respeito.

    - Assegurar que a tarefa seja compreendida e manter o processo em andamento nadireo correta (o que pode requerer um tempo para olhar o processo do grupo, e casoas coisas no estejam indo bem, propor uma mudana de ritmo ou de atividade, oumesmo uma pausa).

    - Providenciar que um/a relator/a seja escolhido/a para anotar observaes.

    - Controlar a durao das atividades ou solicitar que algum o faa.

    - De tempos em tempos, ajudar a esclarecer at onde o grupo chegou, tanto em termosde idias quanto de sentimentos, seja fazendo perguntas, resumindo ou reformulandoobjetivos.

    - Quando chegar a hora certa, buscar o consenso sobre aspectos especficos que necessitem deum acordo.

    - Quando o trabalho de um grupo for continuar, verificar se as tarefas para sua continua-

    o foram estabelecidas/acordadas: quando ser a prxima reunio, quem a facilitar equem far o qu nesse meio tempo.

    Um rUm rUm rUm rUm registregistregistregistregistro fo fo fo fo fotototototogrogrogrogrogrficficficficfico sempro sempro sempro sempro sempre dive dive dive dive diver-er-er-er-er-tido partido partido partido partido para os para os para os para os para os participanticipanticipanticipanticipantttttes e til pares e til pares e til pares e til pares e til para sera sera sera sera seraneaneaneaneanexado aos rxado aos rxado aos rxado aos rxado aos relaelaelaelaelatttttrios finaisrios finaisrios finaisrios finaisrios finais. impor-. impor-. impor-. impor-. impor-tantantantantanttttte lembre lembre lembre lembre lembrar da far da far da far da far da folha de frolha de frolha de frolha de frolha de freqncia!eqncia!eqncia!eqncia!eqncia!

    PARA SABER MAISNa pgina 17 do Caderno 2 esto descritas as caractersticas de um/a bom/boa facilitador/a.

    Passos na Preparao

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    2.3 - JOGOS E EXERCCIOSOs jogos e exerccios esto apresentados aqui na ordem em que normalmente acontecem

    em uma oficina. Ou seja, comeam pelas apresentaes dos participantes e contrato do grupo; se-guem com formas criativas de abordar um tema e as dinmicas de grupo que podem ser utilizadaspara debater os contedos apresentados. A seguir, esto as dinmicas que podem ser usadas em umprocesso de planejamento: viso de futuro, diagnstico e plano de ao. Finalmente, algumas informa-es sobre a gesto de conflitos e sugestes para a avaliao.

    Quebra-Gelos e ApresentaesSo usados no incio do trabalho quando os participantes no se conhecem ou para que se

    conheam melhor.

    Verdade/MentiraPea a cada participante para escrever trs verdades e uma mentira sobre si mesmo.

    Depois cada um l a sua lista e o resto do grupo tenta adivinhar qual a mentira.

    A utilizao de tcnicas de visualizao fundamental quando se trabalha comgrupos. Atravs da visualizao se cria um centro comum de ateno, que aglutina infor-maes relevantes para o trabalho do grupo.

    A tcnica de visualizao com fichas4, um instrumento que agiliza o levanta-mento e a socializao de opinies, possibilita aprofundar a reflexo individual, estimula acapacidade de sntese, facilita a organizao de idias, organiza o processo de discusso,colabora para melhor acompanhamento do debate, documenta a discusso e propicia onivelamento quanto h participao de pessoas com nveis hierrquicos distintos.

    Atravs das fichas se promove e prioriza a participao e se respeita a igualdadede opinies, pois todos tm um mesmo espao para responder s perguntas e mesmo aspessoas mais tmidas acabam por expressar suas idias e opinies.

    44444 VVVVVisualizaisualizaisualizaisualizaisualizao em fichaso em fichaso em fichaso em fichaso em fichas, c, c, c, c, cararararartttttelas ou tarjetaselas ou tarjetaselas ou tarjetaselas ou tarjetaselas ou tarjetas c c c c cararararartttttolinas em colinas em colinas em colinas em colinas em cororororores e fes e fes e fes e fes e formaormaormaormaormatttttos vos vos vos vos variadosariadosariadosariadosariados,,,,,utilizadas parutilizadas parutilizadas parutilizadas parutilizadas para ra ra ra ra registregistregistregistregistrar o prar o prar o prar o prar o procococococesso de dis-esso de dis-esso de dis-esso de dis-esso de dis-cccccusso desenusso desenusso desenusso desenusso desenvvvvvolvida pela equipe que criouolvida pela equipe que criouolvida pela equipe que criouolvida pela equipe que criouolvida pela equipe que criouo mto mto mto mto mtodo Metaplan.odo Metaplan.odo Metaplan.odo Metaplan.odo Metaplan.

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    Quem ?Cada pessoa escreve em um carto alguma coisa que os outros no sabem sobre ela. Recolha

    os cartes, misture bem e leia alguns para que o grupo identifique quem a pessoa.

    Participantes apresentam um ao outro

    - Pea que cada participante encontre algum que no conhea e entreviste-o/a.

    - Depois de trs minutos, pea que invertam os papis

    - Depois de mais trs minutos, pea que cada um apresente quem entrevistou ao

    grupo. Dois minutos para cada apresentao.

    Jogo de bolaDivida os participantes em grupos de oito a doze pessoas e faa trs bolas de papel para cada

    grupo. Pea que fiquem de p em crculo. Explique que o objetivo aprender os nomes uns dos outrose pea que cada um diga o seu nome devagar e claramente. Explique que a pessoa com a bola dir onome de algum e jogar a bola para esta pessoa. A pessoa que receber a bola deve olhar nos olhos deoutra pessoa, dizer seu nome e jogar a bola. Comece o jogo. Depois de alguns minutos introduza asegunda bola e diga que continuem da mesma forma e em alguns minutos coloque a terceira bola nojogo. O grupo deve conseguir manter as trs bolas em jogo sem deix-las cair por dez ou quinze joga-das. Se uma bola cair recomece a contagem.

    Ao final, pergunte como se sentiram durante o jogo e explore como jogar bola pode ser umametfora para comunicao. Pea ao grupo que considere o que foi necessrio para garantir que ojogo fosse bem sucedido e como isso se relaciona com uma boa comunicao. Por exemplo: olhar nosolhos, chamar algum pelo nome, estar seguro que a pessoa est pronta para receber a bola (ou amensagem), jogar a bola (ou falar) diretamente para a pessoa, e no jogar quando outra bola (ou men-sagem) est sendo jogada ao mesmo tempo.

    Trabalhando Acordos importante que ao longo do trabalho o grupo identifique objetivos comuns e estabelea

    as regras que iro regular seu funcionamento. Isso contribui para a manuteno dos vnculos, oferecen-do uma base compartilhada sobre a qual devero se estabelecer as relaes. Assim, logo no incio bom explicitar os papis, tarefas e responsabilidades de cada participante, as expectativas de aprendi-zagem, a relao dessas expectativas com a avaliao, as pautas de trabalho, as regras de conduta,convvio e funcionamento, enfim, todas as informaes referentes razo de ser daquele grupo.

    Ajudas e obstculos em gruposObjetivo: Aumentar a conscincia dos participantes sobre o que faz um grupo trabalhar bem e o

    que torna difcil o trabalho conjunto e a partir da concordar sobre as regras para o trabalho deste grupo.

    1 - Pea aos participantes para darem exemplos de suas prprias experincias sobre o quefacilita ou dificulta que um grupo trabalhe bem. Liste as palavras-chave em um cartaz, com uma colunapara exemplos de ajuda e outra para obstculos.

    2 - Baseando-se na discusso destas duas listas, formule um acordo de trabalho para o grupo.Itens a lembrar:

    - Respeito a todas as contribuies.

    - Ouvir - cada um fala na sua vez.

    - Repartir o tempo de falar.

    - Manter os acordos sobre tempo e dar um bom exemplo, chegando pontualmente noincio do encontro e aps cada intervalo.

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    Alternativa:

    Pea a cada participante que conte trs regras que usa em sua vida e anote medida queforem falando. Use-as para junto com os participantes desenvolver as regras do grupo.

    Concordando sobre PrincpiosEsta uma parte importante de qualquer processo.

    Prepare conjuntos de seis pedaos de cartolina cortados como um quebra-cabeas.

    Cada pea do quebra-cabeas representa um princpio importante: Transparncia, Diversidade,Eqidade, Responsabilidade, Receptividade, Confiana. Se o nmero de pessoas presentes no for divisvelpor seis, prepare alguns pedaos extras com a palavra Confiana, conforme mostrado acima.

    Comece o exerccio dizendo aos participantes que o sucesso de um processo participativodepende do quanto as pessoas envolvidas so guiadas por esses seis princpios.

    D uma pea do quebra-cabeas a cada participante e pea que cada um encontre as outraspessoas que tm a mesma pea e formem um grupo. Quando os seis grupos estiverem formados, peaque cada um discuta o significado de seu princpio para o sucesso de um processo participativo.

    Depois pea que encontrem as outras peas e formem os quebra-cabeas. Se houver peasConfiana sobrando, vai haver alguma confuso. No tem problema aproveite para debater sobre isso.

    Ao final, faa uma discusso pedindo que as pessoas apresentem o que foi debatido em cadasubgrupo e provoque o debate perguntando:

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    - O que chamou a ateno de vocs?

    - O que vocs ouviram que realmente faz sentido?

    - Existem outros valores que gostariam de acrescentar?

    - Ao pensar sobre estes princpios, quais as conseqncias para o nosso trabalho?

    Para o Desenvolvimento de GruposEstas atividades podem ser realizadas no incio do trabalho ou em algum intervalo, para relaxar

    o grupo.

    Caminhar cegoObjetivo: Desenvolver confiana e promover a cooperao.

    Em pares - uma pessoa est com os olhos vendados e a outra a guia para explorar o ambiente. Istopode ser feito ou dando as mos mas sem se falar ou sem qualquer contato fsico, apenas usando a voz.

    NObjetivo: Desenvolver habilidades de cooperao e se divertir.

    Ficam todos em um grande crculo com os braos estendidos frente. Cada um fecha os olhose caminha lentamente em direo ao centro e encontra duas outras mos para segurar. importante nodar as duas mos para a mesma pessoa. Depois, abrindo os olhos, sem soltar as mos, o grupo devecoletivamente tentar desfazer o n at estarem todos novamente em crculo.

    Pode ser feito sem que as pessoas possam falar ou permitindo que elas se comuniquem.

    A pessoa que estiver observando no deve interferir a no ser que o grupo queira desistir, Entopode ser solidrio(a) e dar algumas idias sobre o que pode ser feito. Este jogo funciona melhor em gruposde doze a quinze pessoas.

    A linhaObjetivo: experimentar solues ganha-ganha.

    Em pares, de frente, segurar as mos um do outro. Imaginar que h uma linha no cho entrevocs. Agora tente levar seu parceiro para o seu lado.

    Os participantes freqentemente tentam forar a outra pessoa a atravessar a linha. Depois deum tempo, pergunte aos participantes o que aconteceu. Em seguida mostre-lhes a soluo ganha-ganha: ambos cruzam a linha voluntariamente.

    2.4 - APRESENTAES CRIATIVASO contedo dos Cadernos de Formao extenso e em parte complexo. Ao preparar aulas

    ou apresentaes possvel criar algumas formas mais interativas do que apenas uma pessoa fazeruma longa palestra sobre um tema.

    Entrevista ColetivaApresente um resumo de sua palestra e identifique trs ou quatro itens relevantes. A seguir,

    distribua cartes em branco e pea a cada participante para escrever pelo menos uma pergunta paracada item, em cartes separados (pode usar cartes de cores diferentes para os itens). Recolha os car-tes e divida os participantes em grupos de acordo com o nmero de itens. D a cada grupo os cartescom perguntas sobre um determinado item e pea que os organizem, eliminando as perguntasduplicadas. Em seguida, cada grupo faz suas perguntas na forma de uma entrevista. Ao final, se neces-srio, acrescente informaes que no tenham sido abordadas.

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    O captulo Formao de Formadores sugere uma seqncia para a aborda-gem de um tema na qual podem ser utilizadas algumas das tcnicas sugeridas abaixo.Assuntos tratados nos demais cadernos tambm podem ser apresentados e debatidosusando uma combinao destas tcnicas.

    Reflexo RpidaPare a sua apresentao depois de sete a dez minutos e pea que cada pessoa reflita sobre o

    que ouviu e escreva alguma idia que teve sobre o assunto em um pedao de papel. Dobre-o de formaque no se veja o que foi escrito. A seguir, os participantes devem trocar seus papis repetidas vezes.Sorteie trs ou quatro pessoas e pea que leiam o que est escrito no papel que receberam.

    Talk-ShowRena um painel de especialistas ou pessoas com experincia e prepare uma lista com os

    principais tpicos a serem tratados. Conduza uma simulao de talk-show, apresentando o assunto eentrevistando os membros do painel. Depois pea aos participantes que faam suas perguntas e co-mentrios. Conclua resumindo os principais pontos.

    2.5 - DINMICAS DE GRUPOAs tcnicas apresentadas a seguir so teis para facilitar o processo de aprendizagem e pro-

    mover o debate. Antes de escolher a tcnica a ser utilizada, quem estiver facilitando o trabalho deve seperguntar:

    - Qual papel esta tcnica tem no processo?

    - Que tema ser trabalhado?

    - Que objetivo queremos alcanar?

    - Com quem vamos trabalhar?

    O/A facilitador/a deve conhecer o tema em pauta para poder conduzir corretamente o proces-so de discusso e conhecer os limites de cada tcnica. Normalmente uma s tcnica no suficiente paratrabalhar um tema completamente e dever ser associada a outra que permita sua complementao.

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    Painel ProgressivoLevantamento de informaes (elementos de diagnstico, expectativas, avaliaes, opinio sobre

    algum tema).

    - Comece pedindo que cada participante reflita individualmente sobre um tema ou per-gunta (cinco minutos).

    - Divida os participantes em duplas para que socializem a reflexo inicial e aprofundem a

    discusso (cinco minutos).

    - Em seguida, junte as duplas em grupos de quatro e repita a etapa anterior. Prossigadando cinco minutos para cada etapa at que o grupo se rena todo em plenria.

    - Faa a sntese final do trabalho e anote em um cartaz o resultado da participao de

    todos no processo.

    Retrato da VidaLevantamento de informaes (diagnstico, viso de futuro).

    A tcnica consiste em expressar atravs de smbolos, desenhos, cores o que estiver emdiscusso.

    Divida os participantes em grupos de no mais do que cinco pessoas, de forma aleatria ou porinteresse, dependendo do objetivo da discusso, e distribua uma cartolina, canetas hidrogrficas epincis atmicos para cada grupo.

    Explique o tema a ser discutido para cada grupo e pea que, em vez de responderem por escritoou oralmente, usem desenhos para se expressarem sem palavras.

    Ao final os grupos se renem em plenria e apresentam seus desenhos sem dizer nada. Os demaisparticipantes devem tentar descobrir o que o grupo quis dizer com o seu desenho, enquanto o/a facilitador/a registra as contribuies em um cartaz. A seguir, o grupo explica o significado do desenho, confirmando ouno a interpretao da plenria. Os demais grupos se apresentam da mesma forma.

    Ao final, quem estiver facilitando o trabalho faz a sntese apropriada para a sesso.

    Grupos Rotativos ou Caf MundialPara debater, analisar vrios temas ou questes em paralelo, ou aprofundar a discusso sobre um

    tema e seus vrios aspectos

    Arrume a sala distribuindo mesas, de acordo com o nmero de temas a serem discutidos, e colocan-do quatro ou cinco cadeiras ao redor de cada mesa. Fica bem interessante se, como em um bar, houver toalhasnas mesas, um vaso com plantas ou flores, as mesas estiverem espalhadas sem muita ordem...

    Parte do sucesso da tcnica est na escolha e formulao dos temas e perguntas para quegerem debates interessantes e solues criativas. Coloque uma pergunta, texto ou sugesto de temasobre cada uma das mesas, escrito em uma folha de papel ofcio ou cartolina. Os participantes se distri-buem pelos grupos e comeam os debates (aproximadamente quinze minutos para cada rodada).

    Ao sinal do/a facilitador/a, os grupos se mudam para outras mesas e repetem a operao.

    Nos grupos rotativos, os membros de cada grupo passam juntos por todas as mesas e ao finalcada grupo apresenta suas concluses.

    No Caf Mundial, os participantes mudam de mesa aleatoriamente depois de cada rodada.Em cada mesa h um participante que fica nela do incio ao fim, anotando os debates e resumindo seusresultados para cada novo grupo assim as conversas ficam progressivamente enriquecidas.

    Na ltima rodada, o grupo que estiver em cada mesa elabora um cartaz com a sntese dadiscusso sobre o tema. Em plenria, apresentam seus cartazes e todos fazem suas contribuies.

    Construo Coletiva de ConceitoElaborao e nivelamento de conceitos e idias

    Quem estiver conduzindo a tcnica formula uma pergunta sobre o significado do conceito quese quer construir. Por exemplo: O que entendemos por autonomia?, O que entendemos por desenvol-vimento sustentvel?.

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    Os participantes apresentam, sem censura, o entendimento que tm sobre o tema, sem limitede idias para cada um. O/A facilitador/a vai anotando as idias em um cartaz.

    Ao final, apresenta o conceito a partir das idias centrais que apareceram, aprofundando adiscusso e questionando os participantes a respeito do que entendem sobre cada aspecto levantado.Finaliza escrevendo uma definio do conceito construdo coletivamente em um cartaz.

    Grupos NominaisPara obter solues ou levantar informaes

    Antes da apresentao ou da aula, tenha claro quais so as informaes que espera obter ou quaisquestes necessitam soluo. Desenvolva duas perguntas especficas sobre o assunto que ser tratado.

    Divida os participantes em pequenos grupos de seis a oito pessoas, cada um com um/a coor-denador/a. Mostre as perguntas. As pessoas, inicialmente, trabalham sozinhas ou em pares por dez aquinze minutos, respondendo s perguntas.

    Nos grupos, lem suas respostas enquanto o/a coordenador/a as anota. Depois de um brevedebate, os membros do grupo votam nas trs melhores respostas para cada pergunta.

    Em plenria, os coordenadores mostram as respostas, explicam o que for necessrio e, sepossvel, feito um sumrio geral.

    O prximo passo depende do contexto da aula. As pessoas podem voltar aos pequenos gru-pos e desenvolver alguma idia especfica surgida, ou podem votar em suas prioridades.

    2.6 - CONSTRUINDO UMA VISO DE FUTUROA viso de futuro permitir que todos manifestem, de forma positiva, suas preocupaes. Est

    mais concentrada no tipo de futuro que as pessoas desejam do que no que elas pensam ser inevitveldevido aos problemas que esto vivendo. O resultado um conjunto de idias, valores e objetivoscompartilhados, que serviro como um ponto de referncia no futuro.

    Existem diversas maneiras de elaborar uma viso de futuro. Pode ser realizada uma dinmica,na qual os participantes expressam, atravs de palavras ou desenhos, o futuro ideal para sua cidade e/oucomunidade. Pode tambm comear por uma lista dos bens ambientais da comunidade, para que osparticipantes possam se concentrar no que precisa ser salvo e melhorado. Esta lista inclui bens naturais,habitats, prdios histricos e outros bens tangveis; mas tambm deve incluir itens tais como: um sensoforte de comunidade, vida cultural animada ou habilidade para cooperar com outros setores. As idiaspodem ser criadas pelo grupo numa tempestade de idias e a lista guardada para referncias futuras.

    Tempestade de Idias uma maneira de trabalhar em grupo, que tenta descobrir solues criativas para um proble-

    ma; uma tcnica que provavelmente ser usada em diversas outras ocasies durante a capacitao. tilcomo ponto de partida para um debate ou para gerar um grande nmero de idias. Para que d certo, preciso seguir as regras, que devem ser aceitas por todos os membros do grupo.

    1 Defina o problema ou pergunta

    - Pea ao grupo que diga todas as idias que vierem cabea sem censura.

    - No discuta as idias nem rejeite nenhuma delas pea ao grupo que faa o mesmo.

    - Anote as idias, medida que forem faladas, de forma que todos possam v-las. Umaidia leva outra.

    - Quando acabarem, risque as idias que todo o grupo concordar que no valem a pena.

    - Busque temas comuns.

    2 Encontre grupos de idias semelhantes.

    - Procure grupos ou conjuntos de idias relacionadas ao mesmo tpico.

    - Comece identificando diversos pares de idias.

    - Procure temas em comum entre as prprias idias; no comece por um conjunto de

    AAAAAs ts ts ts ts tcniccniccniccniccnicas apras apras apras apras apresenesenesenesenesentadas partadas partadas partadas partadas para a ca a ca a ca a ca a cons-ons-ons-ons-ons-trtrtrtrtruuuuuo de o de o de o de o de VVVVViso de Fiso de Fiso de Fiso de Fiso de Futuruturuturuturuturo podem sero podem sero podem sero podem sero podem serusadas junusadas junusadas junusadas junusadas junttttto co co co co com os eom os eom os eom os eom os exxxxxerererererccios prccios prccios prccios prccios prooooo-----postpostpostpostpostos no Cos no Cos no Cos no Cos no Caderno 2, pginas 15, 24,aderno 2, pginas 15, 24,aderno 2, pginas 15, 24,aderno 2, pginas 15, 24,aderno 2, pginas 15, 24,35, 45.35, 45.35, 45.35, 45.35, 45.

    Livro 6_DAI GIBRAN.pmd 18/8/2006, 20:5537

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    categorias para depois ir encaixando as idias.

    - Quando o grupo houver encontrado um par, marque estes itens com um smbolo (comoum quadrado, um crculo ou um tringulo). Marque todas as idias relacionadas com estepar com o mesmo smbolo. Use smbolos neutros, sem significado.

    - O grupo precisa concordar com estes conjuntos.

    3 Reflexo

    Deixe que os participantes reflitam sobre o trabalho fazendo algumas perguntas como:

    - O que chama a ateno de vocs quando vem estas idias?

    - O que os surpreende?

    - O que est aqui confirma algo que vocs j vinham pensando?

    - O que isto diz sobre a direo desta iniciativa?

    - Quais outras conseqncias podem ser deduzidas de nossa discusso?

    Carta do Futuro

    Parte 1Divida os participantes em grupos de trs a seis pessoas e d um flip-chart e pincis atmicos

    a cada grupo. Explique que vo desenvolver uma viso de futuro usando um mtodo um pouco diferente.Antes de comear, vamos pensar um pouco sobre as mudanas que podem acontecer no mundo nosprximos cinco anos. Pea para pensarem em diferentes tipos de mudanas tais como processos polti-cos, mudanas tecnolgicas, hbitos, comunicao etc.

    Parte 2Depois de uns cinco minutos imaginando como ser o futuro, explique que agora vo criar

    uma viso de futuro para o prprio grupo, imaginando como este estar em cinco anos e escrevendocartas do futuro.

    Pea a cada grupo para pensar em uma pessoa que participa do processo mas talvez no estejamais envolvida daqui a cinco anos. Diga que cada grupo escrever uma carta para esta pessoa. Lembre atodos que uma boa carta tem uma introduo, o corpo da carta e um final. Escreva algumas perguntas-base, como as abaixo, em um flip-chart:

    - O que especificamente o grupo conseguiu realizar?

    - O que foi preciso para alcanar estas realizaes?

    - Quais obstculos e barreiras o grupo precisou superar? Como conseguiram isso?

    - Qual o impacto das realizaes do grupo para a comunidade?

    - Qual o maior desafio para os cinco anos seguintes?

    Sugira que as cartas levem estas perguntas em considerao e diga aos grupos que tmaproximadamente 25 minutos para escrever.

    Parte 3Pea que cada grupo leia a sua carta e que os demais participantes identifiquem temas im-

    portantes em cada uma e escrevam estes temas em um cartaz.

    Pergunte aos membros do grupo que escreveu a carta:

    - Vocs ficaram surpresos com os temas identificados?

    - O grupo deixou passar algum tema que vocs queriam comunicar?

    Depois que todos os grupos se apresentarem, promova um dilogo sobre os temas em comum

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    realmente participativo. Ao contrrio das consultas tradicionais, que so feitas de cima para baixo com acontratao de especialistas, o diagnstico comunitrio usa diversos mtodos para ajudar os participan-tes a compartilhar conhecimentos, rever e participar de avaliaes tcnicas, estabelecer as prioridades edesenvolver em equipe as opes de ao. Ou seja:

    - Inicia um dilogo entre grupos da comunidade e entre a comunidade e os tcnicos.

    - Focaliza o planejamento nos interesses, necessidades e preferncias das pessoas.

    - Informa os participantes sobre os aspectos tcnicos dos problemas que querem resolver,envolvendo-os na coleta e anlise de dados.

    - Evita decises baseadas somente nas avaliaes conduzidas por especialistas, e

    - Cria um grupo bem informado preparado para trabalhar pela sustentabilidade.

    Os mtodos para envolver diretamente a populao na formulao de um diagnstico podemincluir pesquisas, grupos de foco e audincias pblicas. Naturalmente no possvel envolver todos osmoradores, mas comunidades especficas podem ser estimuladas a desenvolver seu prprio processo e aencaminhar os resultados. Pode-se trabalhar com uma amostra significativa da populao. Ou atravs degrupos como estudantes, ambientalistas, comrcio, mulheres, entre outros.

    importante lembrar de coletar informaes no apenas sobre as condies locais e sobre osproblemas, mas tambm sobre as inovaes, os processos alternativos e/ou informais que esto sendousados para resolver problemas.

    Um recurso importante a ser mapeado so as capacidades das pessoas. importante saber quetipo de profissionais existem na cidade, se existem voluntrios e pessoas com experincia em facilitao.Dependendo das caractersticas do municpio, ser til contar com engenheiros florestais e/ou bilogosmarinhos, por exemplo.

    Importante: As mesmas tcnicas utilizadas para a construo de diagnsti-cos, repetidas mais adiante no processo, podem servir como instrumentos demonitoramento e avaliao, comparando seus resultados com os resultados iniciais.

    e integre-os em uma viso de futuro. Caso apropriado, pea aos participantes que priorizem os temas eidentifiquem quais podem ser convertidos em objetivos.

    2.7 - CONSTRUINDO DIAGNSTICOSPara comear um processo de elaborao participativa de um diagnstico ambiental de uma

    regio, preciso primeiro envolver o pblico, indo at as pessoas que nela habitam. So elas que vivemnas comunidades e tm a experincia diria das questes que as afetam e que um sistema de gestoambiental deve tratar.

    A anlise das questes pela comunidade fundamental para um processo de planejamento

    Os exerccios apresentados a seguir podem ser usados para responder s per-guntas apresentadas no Caderno 1, pginas 17, 26, 40, 44.

    CaminhadaPara estimular as pessoas a terem uma postura investigativa e a encontrarem solues atra-

    vs do dilogo e da reflexo, podem ser feitas caminhadas para identificar e discutir as diferentes per-cepes sobre as caractersticas locais, sua forma de ocupao e o modo de vida das pessoas.

    Deve-se definir com antecedncia junto com o grupo um trajeto que permita a observao dasquestes que mais interessam. A partir da, elabora-se um roteiro com os aspectos que devem serobservados (infra-estrutura, uso da terra, eroso, vegetao, atividades agrcolas, industriais ou comerciais).Os membros do grupo devem ter funes como tomar notas, fazer desenhos, etc. Ao final da caminhadaessas informaes so sintetizadas e registradas e procede-se a um debate sobre os problemas, dificuldades,potencialidades e alternativas. Os dados so usados na construo de um mapa que poder ser trabalhadono prximo exerccio.

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    Mapeamento do Territrio1 - Comece com um mapa do municpio ou da rea em questo, de preferncia mostrando

    tambm o entorno. No precisa ser um mapa muito tcnico. Deve ser grande o bastante para que ogrupo possa v-lo bem. Nesta etapa pode ser usado um bom desenho. Em alguns casos, os prpriosparticipantes podem desenhar um mapa.

    2 - Procure reas fceis de serem definidas tais como bairros, rios, montanhas, vales, florestas,reas industriais. Tambm destaque caractersticas importantes como limites, as principais estradas e ruase locais onde as pessoas costumam se encontrar.

    3 - Ligue este mapa aos principais pontos da Viso de Futuro construda anteriormente. Peaao grupo para localizar as reas nas quais esto concentradas as maiores preocupaes / interesses.Alguns podem ser gerais enquanto outros podem ser bem especficos. Eroso do solo, por exemplo,pode aparecer em uma rea desmatada recentemente. A poluio da gua pode aparecer em lugaresonde os resduos industriais entram em um rio. Colocar estas preocupaes em um mapa ajudar aspessoas a serem claras e especficas.

    4 - Destaque as reas geogrficas de maior preocupao para o grupo. Pode ser til marcaruma fronteira ao redor das que aparecem como as principais reas de preocupao.

    5 - Marque no mapa as principais jurisdies. Estas podem ser limites comunitrios comoreas de planejamento ou reas de interesse para servios relevantes.

    Ligando a Viso ao TerritrioEsse exerccio pede que os participantes faam uma tempestade de idias sobre um processo de

    desenho de rede.

    1 - Em uma folha grande de papel escreva NOSSA VISO no centro, com um crculo ao redor.Pea aos participantes para identificarem os principais temas dos exerccios de construo