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Instituto Europeu para a Igualdade de Género — Breve descrição

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Instituto Europeu para a Igualdade de Género— Breve descrição

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O Instituto Europeu para a Igualdade de Género (EIGE) é um organismo autónomo da União Eu-ropeia (UE), criado com o objetivo de contribuir para a promoção e o reforço da igualdade de género, nomeadamente mediante a integração da perspetiva de género em todas as políticas da União Europeia e nas políticas nacionais delas decorrentes e o combate contra a discriminação em razão do sexo, bem como de sensibilizar as cidadãs e os cidadãos da União para a igualdade de género.

A igualdade entre mulheres e homens representa um direito fundamental e constitui um dos prin-cípios e valores comuns e essenciais da União Europeia. Assim, a visão do Instituto Europeu para a Igualdade de Género consiste em «con-cretizar a igualdade entre mulheres e homens para todas as cidadãs e todos os cidadãos, europeus e outros».

Tendo em vista a concretização desta visão, o EIGE foi criado para se tornar um centro de co-nhecimento, assumindo um papel pioneiro no desenvolvimento de dados fiáveis, na recolha de conhecimentos e na partilha de experiências úteis e de conhecimentos especializados em ma-téria de igualdade de género. O Instituto Euro-peu para a Igualdade de Género iniciou as suas atividades em 2010.

Qual o contexto de trabalho do EIGE?

Embora a igualdade entre mulheres e homens tenha sido um dos princípios fundamentais da União Europeia desde o seu início, continua a veri-ficar-se um claro e comprovado défice democráti-co no que concerne ao envolvimento das mulhe-res nas decisões políticas comunitárias. A União Europeia, apesar do forte empenho por parte dos seus organismos e Estados-Membros, percorreu apenas metade do caminho rumo a uma socie-dade equitativa do ponto de vista do género.

Na qualidade de organismo autónomo, o EIGE ope-ra no quadro das políticas e iniciativas europeias. O Parlamento Europeu e o Conselho da União Europeia estabeleceram as bases dos objetivos e atividades do Instituto no regulamento que o cria, e atribuí-ram-lhe o papel central de dar resposta aos desafios inerentes à igualdade entre mulheres e homens e à respetiva promoção em toda a União Europeia.

A visão do Instituto consiste em concreti-zar a igualdade entre mulheres e homens para todas as cidadãs e todos os cidadãos, europeus e outros.

E a sua missão consiste em tornar-se o cen-tro de conhecimento europeu no domínio das questões relacionadas com a igualdade de género.

O que é o EIGE?

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Com vista a apoiar a formulação de políticas assen-tes numa melhor informação, o Instituto tem vindo a contribuir para a promoção da igualdade entre mulheres e homens na Europa disponibilizando à Comissão Europeia e aos Estados-Membros, paí-ses candidatos e Parlamento Europeu informação especializada e de alto nível nesta matéria.

A programação e execução de todas as ativida-des do EIGE têm por base uma abordagem coe-rente que implica a recolha, análise e tratamen-to de informação em matéria de igualdade de género na Europa, a fim de proceder a uma di-vulgação ativa da mesma. Esta abordagem per-mite ao Instituto levar a cabo a sua missão de se tornar o centro de conhecimento europeu no domínio das questões relacionadas com a igual-dade de género e uma fonte independente de

informação e conhecimento em matéria de igualdade de género.

O Instituto é dirigido por um Conselho de Adminis-tração, composto por representantes de 18 Estados- -Membros e um membro em representação da Co-missão Europeia. O Fórum de Peritas e Peritos do Ins-tituto apoia o EIGE na qualidade de órgão consultivo.

A fim de assegurar sinergias, evitar duplicação e aumentar a eficácia do seu trabalho, o Instituto estabeleceu relações estreitas e acordos de coo-peração com agências da União Europeia rele-vantes. Além disso, na primeira Casa da União Eu-ropeia do seu género, o EIGE, a representação da Comissão Europeia e o Gabinete de Informação do Parlamento Europeu partilham as instalações na Gedimino Prospectus, em Vílnius.

Vice-presidente da Comissão Europeia, V. Reding, presidente da Lituânia, Dalia Grybauskaite, e presidente do Parla-mento Europeu, Martin Schulz, na cerimónia de inauguração da Casa da União Europeia, em maio de 2013.

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Em suma, o EIGE desenvolve um trabalho de recolha, análise, tratamento e divulgação de dados e informações sobre as questões rela-cionadas com a igualdade de género, tornan-do-os simultaneamente comparáveis, fiáveis e relevantes para as utilizadoras e os utilizadores.

Avaliação da aplicação da Plata forma de Ação de Pequim nos Estados-Membros da União Europeia

Uma das tarefas do EIGE consiste em prestar as-sistência às presidências do Conselho da UE na avaliação e desenvolvimento de indicadores es-tabelecidos no âmbito da Plataforma de Ação de Pequim (PAP) em domínios de interesse essen-ciais. A Plataforma de Ação de Pequim reflete o compromisso assumido pela União Europeia, em 1995, no quadro das Nações Unidas. Desde 2010 até à data, o EIGE publicou quatro relatórios so-bre áreas de preocupação, também designadas por domínios de interesse específicos, da Plata-forma de Ação de Pequim, apresentando os pri-meiros dados comparáveis e fiáveis à escala da UE com vista à aplicação da PAP e desenvolvendo os primeiros indicadores relacionados com as ques-tões de género a nível da União em áreas como o ambiente e os meios de comunicação social.

1. Relatório «Avaliação da aplicação da Pla-taforma de Ação de Pequim na área F: As mulheres e a economia» e principais conclusões, elaborados no âmbito da assis-tência à Presidência polaca do Conselho da União Europeia de 2011.

2. Relatório «Avaliação da aplicação na União Europeia da área K da Plataforma de Ação de Pequim: Igualdade de género e alte-

Promover a igualdade de género

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rações climáticas» e principais conclusões, elaborados no âmbito da assistência à Presi-dência dinamarquesa do Conselho da União Europeia, 2012.

3. Relatório «Avaliação da aplicação da Plataforma de Ação de Pequim nos Es-tados--Membros: A violência contra as mulheres — Apoio à vítima» e principais conclusões, elaborados no âmbito da as-sistência à Presidência cipriota do Conse-lho da União Europeia, 2012.

4. Relatório «Avaliação da aplicação da Pla-taforma de Ação de Pequim nos Estados- -Membros da União Europeia: As mulhe-res e os meios de comunicação social — Promover a igualdade de género no processo decisório ao nível das organiza-ções de meios de comunicação social» e principais conclusões, elaborados no âm-bito da assistência à Presidência irlandesa do Conselho da União Europeia, 2013.

O último relatório do EIGE, intitulado «As mu-lheres e os meios de comunicação social — Promover a igualdade de género no processo decisório ao nível das organizações de meios de comunicação», apresenta, pela primeira vez, dados da União Europeia fiáveis e com-paráveis sobre as mulheres e os homens no processo decisório no seio das organizações de meios de comunicação social. Apresenta igualmente os primeiros indicadores ao nível da UE com vista ao acompanhamento da apli-cação, nos Estados-Membros, da área da Plata-forma de Ação de Pequim «As mulheres e os meios de comunicação social».

As principais conclusões deste relatório revelam que o setor dos meios de comunicação nos Es-tados-Membros da União Europeia continua a ser dominado por elementos do sexo masculino e que a percentagem de mulheres envolvidas na tomada de decisões ao mais alto nível em organizações de meios de comunicação so-cial continua a ser extremamente baixa, ape-sar de as mulheres constituírem quase metade da força de trabalho existente e representarem mais de metade dos elementos com formação

superior adequada a carreiras ligadas aos meios de comunicação social. Padrões persistentes de desigualdade sob a forma de sub representa-ção, «teto de vidro» e disparidades salariais en-tre mulheres e homens continuam a dominar fortemente o setor da comunicação social. O relatório salienta igualmente a importância de aplicar neste setor políticas internas que pri-vilegiem a igualdade de género, como, por exemplo, planos com vista à igualdade de gé-nero, políticas promotoras da diversidade e có-digos de conduta neste domínio, que existem em pouco mais de um quarto das organizações.

Com base neste relatório, o Conselho «Emprego, Política Social, Saúde e Consumidores» (EPSCO) adotou conclusões sobre a promoção do papel

Pauline M. Moreau, chefe de divisão da Igualdade de Géne-ro e atualmente presidente do Conselho de Administração do EIGE na reunião temática da rede de jornalistas, na qual foi apresentado o relatório do EIGE sobre as mulheres e os meios de comunicação social, Dublim, junho de 2013.

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O EIGE e a luta contra a violência de género

A violência de género continua a ser uma das mais comuns violações dos direitos humanos cometidas contra as mulheres nos dias de hoje. Na União Europeia, 9 em cada 10 vítimas de violência nas relações íntimas são mulheres. Uma violência que inflige danos não só às mulheres, mas a famílias inteiras, comunidades e a toda a sociedade. A violência de género reflete e refor-ça as desigualdades entre mulheres e homens e continua a ser um problema de monta na União Europeia. Nos últimos anos, os organismos e as instituições da União Europeia reforçaram o seu compromisso de combater a violência de género.

A fim de facilitar o desenvolvimento de ações efe-tivas, bem como a definição de políticas baseadas em dados reais no domínio da violência de géne-ro, tem-se verificado uma necessidade urgente de dispor de dados comparáveis relativos a esta

das mulheres na tomada de decisões ao nível dos meios de comunicação social e tomou nota dos primeiros indicadores, exortando si-multaneamente ao aumento do número de mulheres no setor da comunicação social.

Base de dados do EIGE relativa aos indicado-res de Pequim: «Mulheres e homens na União Europeia — Factos e números».

Com o objetivo de apoiar o acompanhamento da aplicação da PAP na União Europeia e de pro-mover a visibilidade dos indicadores de Pequim,

o EIGE lançou a base de dados «Mulheres e ho-mens na União Europeia — Factos e números», a qual proporciona a decisores/as profissionais de estatísticas, investigadores/as e peritos/as em matéria de igualdade de género uma fonte (centralizada, coerente e de fácil utilização) de dados avaliados por género e de estatísticas so-bre questões de género em todas as áreas crí-ticas de preocupação da PAP. A base de dados é atualizada regularmente — no final de 2012 continha 47 indicadores que fornecem informa-ção sobre 10 das 12 áreas críticas da PAP.

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questão nos 28 Estados-Membros da União Eu-ropeia. O EIGE visa apoiar as decisoras e os deci-sores políticos e todas as instituições relevantes nos seus esforços para combater e prevenir a violência de género, disponibilizando dados e informações fiáveis e comparáveis. Nessa linha, o EIGE tem realizado, desde 2010, vários estudos inovadores, recolhendo dados e mobilizando recursos relacionados com a violência de gé-nero. É disponibilizada a seguir informação mais pormenorizada sobre o trabalho do EIGE até à data no domínio da violência de género.

Mutilação genital feminina

A pedido da vice presidente da Comissão Euro-peia, Viviane Reding, o EIGE realizou um estudo destinado a identificar a situação atual e as tendências no que respeita à mutilação genital feminina (MGF) nos 27 Estados-Membros da União Europeia e Croácia. Os resultados do pro-jeto incluem o relatório publicado, que apresen-ta as principais conclusões da investigação, bem como as recomendações e as fichas de dados por país sobre a situação relativa à MGF na UE-27 e na Croácia. A pesquisa também permitiu a recolha de:• métodos e ferramentas de apoio no domí-

nio da MGF; • boas práticas no combate à MGF — or-

ganizadas em torno das seguintes áreas: prevenção, proteção, procedimento pe-nal, serviços de apoio e parcerias.

Violência domésticaRecolha de recursos relacionados com a violência doméstica. Em 2012, o EIGE realizou um estudo sobre «Recolha de métodos, ferramentas e boas práticas em matéria de violência doméstica» (con-forme descrita na área D da Plataforma de Ação de Pequim). Procedeu a uma recolha de recursos,

métodos e ferramentas, bem como de boas prá-ticas no domínio da prevenção e proteção contra a violência doméstica. O estudo centrou-se fun-damentalmente em três áreas: formação no do-mínio das questões de género, sensibilização, e serviços de apoio às vítimas. A base de dados relativa a métodos e ferramentas em matéria de prevenção e proteção contra a violência do-méstica e de recolha de boas práticas aplicadas no combate à violência doméstica está orga-nizada em função destas três áreas. A recolha de métodos e ferramentas foi efetuada através de entrevistas e questionários dirigidos às partes in-teressadas em 27 Estados-Membros da União Eu-ropeia e na Croácia, contando igualmente com o apoio de peritas e peritos nacionais em cada país.

Campanha do EIGE no Facebook: «Homens contra a vio-lência infligida às mulheres».

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Lançado em junho de 2013, o Índice de igual-dade de género oferece a primeira medida sin-tética de sempre da igualdade de género, bem como um levantamento abrangente do fosso entre mulheres e homens na União Europeia e nos Estados-Membros. O Índice de igualdade de género faculta às decisoras aos decisores políti-cos e outras partes interessadas factos e dados que permitem melhorar as políticas existentes, bem como acelerar o processo de realização de uma Europa respeitadora da igualdade de géne-ro e reforçar o compromisso com os valores fun-damentais da União Europeia.

O Índice de Igualdade de Género é composto por seis domínios principais: trabalho, dinheiro, conhecimento, tempo, poder e saúde, e dois domínios satélite: interseção de desigualdades e violência. O Índice de Igualdade de Género re-vela o facto de a União Europeia estar apenas a meio caminho de uma sociedade equitativa do ponto de vista do género. Apesar de 50 anos de prática política a favor da igualdade de género na UE, a média da União Europeia é de apenas 54 (em que 1 corresponde à desigualdade total em matéria de género e 100 à igualdade de género completa).

Os maiores fossos são identificados no domínio do poder, com uma média de apenas 38 a nível da União Europeia e grandes diferenças nas per-centagens de mulheres e homens envolvidos na tomada de decisões na UE-27. Os fossos também se fazem sentir na área relacionada com a distri-buição do tempo. Este facto prende-se com a limitada participação das mulheres no mercado

de trabalho, em virtude das responsabilidades desproporcionadas que recaem sobre elas ao nível da prestação de cuidados. O Índice de Igual-dade de Género revela grandes diferenças entre mulheres e homens nesta área, registando uma média de apenas 39 a nível da União Europeia — bem abaixo do meio do caminho rumo à igualda-de de género.

O Índice de Igualdade de Género foi lançado com base numa proposta da Comissão Europeia de in-trodução de uma ferramenta de avaliação em ma-téria de igualdade de género no «Roteiro para a igualdade entre mulheres e homens (2006-2010)». Posteriormente foi incluído, como tarefa atribuída ao EIGE, no plano de ação da estratégia da Comis-são Europeia para a igualdade entre mulheres e homens (2010-2015).

Pode aceder ao Índice de Igualdade de Género http://eige.europa.eu/content/gender-equality-index

Índice de igualdade de género

Virginija Langbakk, diretora do EIGE, na conferência de lan-çamento do Índice de Igualdade de Género, em Bruxelas, junho de 2013.

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«Mainstreaming» de género, métodos, ferramentas e boas práticas

O que é o «mainstreaming» de género?

O «mainstreaming» de género consiste no proces-so de avaliação das implicações para as mulheres e para os homens de qualquer ação programada, incluindo legislação, políticas ou programas, em qualquer área e a todos os níveis. Trata-se de uma estratégia destinada a garantir que as preocupa-ções e experiências, tanto das mulheres como dos homens, adquiram uma dimensão integrante na conceção, execução, acompanhamento e avalia-ção de políticas e programas em todas as esferas políticas, económicas e societárias, por forma a que os benefícios sejam iguais para as mulheres e os homens e as desigualdades não se perpetuem.

O objetivo último deste processo é alcançar a igualdade de género (Nações Unidas, 1997). No contexto da formulação de políticas da União Eu-ropeia, o «mainstreaming» de género tem cons-tituído uma prioridade política desde 1996. Em 1999, foi incorporada no Tratado de Amesterdão, e passou a ter uma base jurídica vinculativa para a sua implementação a nível da União Europeia.

Formação em questões de género: ferramenta para a igualdade de género

Uma das principais razões da implementação ir-regular e dispersa do «mainstreaming» de géne-ro em toda a União Europeia é a falta de enten-dimento dos princípios, em conjugação com a

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falta de aptidões para os aplicar. Muitas vezes, a vontade política de integrar a perspetiva de gé-nero não conduz ao entendimento das compe-tências necessárias para a sua implementação. A formação específica e centrada nas «questões de género», sendo uma das ferramentas mais comummente utilizada, tem um papel central no desenvolvimento de capacidades das decisoras e dos decisores políticos para cumprir os seus compromissos com a integração da perspetiva de género.

Investigar sobre o recurso à formação em igual-dade de género na União Europeia e contribuir para o desenvolvimento da capacitação no do-mínio da integração da perspetiva de género constitui uma área prioritária para o EIGE. Como tal, em 2012-2013, o EIGE implementou um pro-jeto sobre formação em questões de género na União Europeia. Os resultados da investigação, bem como os recursos e boas práticas identi-

ficados e as recomendações formuladas estão disponíveis em linha, no sítio web do EIGE:• A base de dados do EIGE «Recursos para a

formação no domínio da igualdade de gé-nero» contém materiais, orientações, práticas testadas, ideias, sugestões e dicas úteis sobre a implementação da integração da perspetiva de género e a formação de atores relevantes.

• A base de dados de formadoras/es em igualdade de género apresenta perfis atua-lizados de organizações e formadoras/es em questões de género que oferecem formação neste domínio em toda a União Europeia.

«Existe uma necessidade de continuidade na imple-mentação da integração da perspetiva de género em todas as políticas setoriais, o que será difícil as-segurar se a massa crítica de funcionários/as públi-cos/as não tiver recebido formação em questões de género» (Maruša Gortnar, Órgão do Governo para a Igualdade de Oportunidades, Eslovénia).

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Boas práticas no domínio da inte-gração da perspetiva de género

O que queremos dizer com «boas práticas» no domínio da integração da perspetiva de género? As boas práticas podem ser definidas como qual-quer prática que, após avaliação, demonstra ter tido êxito e produzido um impacto considera-do «positivo». A documentação de boas práticas implica o registo de medidas concretas tomadas com vista à igualdade de género, a disponibili-zação de medidas de caráter operacional para a implementação de estratégias com vista à inte-gração da perspetiva de género, e o reforço do desenvolvimento de capacidades e aprendiza-gem mútua entre as partes interessadas.

O EIGE desenvolveu uma abordagem e critérios para identificar, avaliar e divulgar boas práticas em várias áreas do seu trabalho. No período entre 2011/2014, o EIGE recolheu, e continuará a reco-lher, boas práticas nas seguintes áreas:• «mainstreaming» de género,• formação em questões de género,• mutilação genital feminina,• violência doméstica,• as mulheres e os meios de comunica-

ção social,• empreendedorismo feminino,• conciliação entre vida profissional, familiar

e privada.

A concentração em boas práticas constitui um apoio ao trabalho do EIGE na construção e de-senvolvimento de relações de cooperação e trabalho em rede com as partes interessadas en-volvidas na conceção e implementação de estra-tégias para a integração da perspetiva de género e de políticas e práticas em matéria de igualdade de género.

Os homens e a igualdade de género

Há pelo menos uma década que há lugar, na União Europeia, a debates sobre como assegurar um maior envolvimento dos homens nas iniciativas de igualdade de género e sobre a forma como a desigualdade de género afeta diferentes grupos de homens. Alguns dos Estados-Membros da União Europeia têm integrado políticas relativas aos ho-mens no quadro mais alargado das políticas de igualdade de género. Contudo, estes desenvolvi-mentos na Europa são ainda bastante desiguais.

O papel dos homens na promoção da igualdade de género tem vindo a ser cada vez mais objeto de estudos e políticas dedicadas a questões de géne-ro na União Europeia. O «Roteiro para a igualdade entre mulheres e homens 2006-2010» da Comissão Europeia sublinha a necessidade de os homens participarem mais nas atividades ligadas à pres-tação de cuidados. A Estratégia para a Igualdade entre Mulheres e Homens 2010-2015 afirma que a igualdade de género necessita da contribuição,

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do apoio e da participação ativas dos homens e as políticas definidas devem também abordar as desigualdades que afetam os rapazes e os ho-mens, por exemplo, no que respeita à literacia, ao abandono escolar precoce e à saúde no trabalho.

O EIGE reconhece a importância de trabalhar na área do envolvimento dos homens na promoção da igualdade de género. Em 2012, o Instituto apresentou um estudo sobre a participação dos homens em iniciativas relacionadas com a igualdade de género e disponibilizou no seu sítio web a base de dados relativa à participação dos homens em organizações que trabalham no domínio da igualdade de género.

O Instituto integrará a visibilidade das desigualda-des de género que afetam os homens nas suas atividades principais, salientando a sua participa-ção nas atividades de apoio à igualdade de gé-nero, por exemplo, integrando o trabalho desen-volvido por homens na promoção da igualdade de género na Coleção de Recursos do EIGE «Mu-lheres e homens da Europa». Além disso, o EIGE continuará a desenvolver as suas atividades de sensibilização neste domínio, através de debates em linha, campanhas nos meios de comunicação social, reuniões, entrevistas, etc.

Benefícios da igualdade de género

Em abril de 2013, o EIGE lançou um estudo sobre os benefícios da igualdade de género. Ao direcionar o debate para os benefícios da igualdade de género, o EIGE procura prestar um apoio mais eficaz às ações em prol de uma inclusão mais ampla da igualdade de género na agenda política dos Estados-Membros da União Europeia. Este aspeto é particularmente im-portante nestes tempos de crise económica e social.

O estudo analisará conceitos e definições, compo-nentes-chave, bem como a lógica subjacente às políticas e iniciativas relacionadas com a igualdade de género na União Europeia. Além disso, analisará que tipos de dados sobre os benefícios da igualda-de de género podem apoiar a definição de políticas informadas e contribuir para um debate público so-bre o modelo económico e social europeu.

Instrumento de Assistência de Pré Adesão

Disponibilizar informação às instituições da União Europeia sobre a igualdade de género e integração da perspetiva de género nos países candidatos e potenciais candidatos constitui uma das tarefas atri-buídas ao EIGE. Em 2013, o EIGE foi convidado a par-ticipar no Instrumento de Assistência de Pré-Adesão (IPA), pelo que o Instituto iniciou um projeto que in-cide sobre medidas preparatórias para a participa-ção dos países candidatos e potenciais candidatos no trabalho do EIGE. O principal objetivo deste tra-balho é reforçar a capacidade dos países candidatos e potenciais candidatos para aplicar as políticas da União Europeia no domínio da igualdade de género. Trata-se de um projeto piloto destinado a estabele-cer contactos, avaliar as necessidades e expetativas dos países candidatos e potenciais candidatos, e es-tudar as formas de cooperação com o EIGE no futuro.

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Centro de Recursos e Documentação (RDC) do EIGE

O objetivo a longo prazo do Centro de Recursos e Documentação (RDC) do EIGE é reunir a me-mória institucional de todo o trabalho desenvol-vido no domínio da igualdade de género a nível da União Europeia e dos Estados-Membros e torná-lo acessível a todas e a todos, promovendo ativamente a cooperação entre os atores envol-vidos na igualdade de género em toda a União Europeia. O objetivo último é disponibilizar o co-nhecimento adequado no domínio da igualdade de género na hora certa aos atores relevantes.

O RDC assenta em três funções principais:

• compilação, organização e disponibilização, através de um único ponto de acesso, de um manancial de recursos em matéria de igual-dade de género que estavam, até à data, dis-persos por uma multiplicidade de fontes;

• divulgação dos novos conhecimentos e re-cursos produzidos pelo próprio Instituto;

• fornecimento de uma plataforma colaborati-va em linha onde as decisoras e os decisores, peritas e peritos e outras partes interessadas podem debater questões relacionadas com a igualdade de género e partilhar a sua expe-riência e recursos pertinentes.

O RDC do EIGE desenvolveu três grandes instru-mentos para alcançar estas metas: • Biblioteca com acesso físico e em linha• Centro de conhecimento• Rede Europeia para a Igualdade de Género

(rede eletrónica) EuroGender

A biblioteca em linha fornece acesso, através de uma interface, única e uniforme, a uma série de

recursos relacionados com a igualdade de géne-ro. Até agora, estão disponíveis no RDC em linha do EIGE mais de 400 mil recursos.

Em 2012, foi reunido um conjunto especial de in-formação sobre a violência de género, com mais de 26.000 recursos. A partir de 2013, têm sido produzidas coleções de recursos sobre ques-tões relacionadas com o género e os meios de comunicação; o género e as alterações climáti-cas; conciliação da vida profissional, familiar e privada; homens e igualdade de género; e ainda mecanismos institucionais para o progresso das mulheres, com especial incidência no «mains-treaming» de género.

Esses recursos estão disponíveis através de uma rede em expansão de parcerias entre o EIGE e os principais centros de documentação e infor-mação dos Estados-Membros da União Europeia. Até à data, o EIGE estabeleceu parcerias com a Atria (Instituto para a Igualdade de Género e His-tória das Mulheres), em Amesterdão, a Amazone (Centro de Recursos para a Igualdade entre Mu-lheres e Homens), em Bruxelas, o Cid-femmes et

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genre (Centro de Informação e Documentação para Mulheres e Questões de Género), no Lu-xemburgo, a Biblioteca para assuntos de Género do Centro de Estudos Transdisciplinares para as questões de género, na Humboldt-Universität, Berlim, a KvinnSam (Biblioteca Nacional de Re-cursos para Estudos de Género da Universidade de Gotemburgo) e, mais recentemente, o Kvinfo (Centro Dinamarquês de Investigação e Informa-ção sobre as questões de Género, Igualdade e Diversidade), a Ariadne (Centro de Documenta-ção de estudos sobre as mulheres da Biblioteca Nacional da Áustria), em Viena, a Biblioteca del-le Donne (a Bilioteca Italiana das Mulheres), em Bolonha, a Biblioteca sobre Género e Igualdade e Arquivos Históricos do Secretariado-Geral para a Igualdade de Género — Ministério do Interior, Grécia e a ETUI (Centro de Documentação do Ins-tituto Sindical Europeu).

A biblioteca física está localizada na Casa da União Europeia, em Vílnius, e compreende dois espaços principais:

• um espaço geral, no piso térreo (ponto de entrada), onde se pode aceder a informa-ções e publicações gratuitas sobre o traba-lho no domínio da igualdade de género na União Europeia, a espaços de leitura, a wi-fi gratuito e ainda a outras facilidades. O ponto de entrada, aberto a todas as cidadãs e todos os cidadãos, está disponível gratui-tamente para acolher igualmente eventos relacionados com a igualdade de género (exibições de filmes, debates, lançamentos de livros, exposições, etc.). Também é pos-sível pesquisar na base de dados das cole-ções do RDC. Uma pesquisa mais específica pode ser realizada na biblioteca especializada;

• uma biblioteca especializada, em torno de cinco grandes coleções:

• coleção principal,• coleção «literatura cinzenta»,• coleção do EIGE,• recursos multimédia,• publicações em série, periódicos e jornais.

O Centro de Conhecimento é composto pelos próprios relatórios de investigação do EIGE, bases de dados de métodos, ferramentas e boas práti-cas e factos e estatísticas sobre a igualdade de género. Esta coleção está também disponível na interface do RDC em linha do EIGE.

EuroGender — Rede Europeia para a Igualdade de Género (rede eletrónica) — é uma plataforma colaborativa em linha hospedada no sítio web do EIGE. Faz a ponte entre políticos/as e decisores/ /as, por um lado, e profissionais, investigadores/ /as, indivíduos e organizações, por outro, permi-tindo o intercâmbio de opiniões, experiências, informações e dados relevantes no domínio da igualdade de género.

Pode aceder ao Centro de Centro de Recursos e Documentação em linha em: http://eige.europa.eu/rdc

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Vamos comunicar

Pode encontrar o EIGE em várias plataformas. Todas as nossas publicações estão disponíveis no sítio web do EIGE, através do seu Centro de Recursos e Documentação e da EU Bookshop. Pode também entrar em contacto connosco através de um ponto de encontro virtual (EuroGender) onde pode fazer parte de uma comunidade em linha.

Nas nossas instalações, em Vílnius, poderá igualmente entrar no nosso Centro de Recursos e Documentação, loca-lizado no piso térreo de Gedimino pr. 16. Está aberto de segunda a sexta-feira, entre as 10h30-14h30 e as 16h00- -19h30. O ponto de entrada é um local de encontro, interação e aprendizagem sobre o trabalho desenvolvido sobre a igualdade de género na União Europeia. Para mais informações: [email protected]

Para fins de investigação e acesso a informação mais aprofundada, visite a nossa biblioteca especializada no quarto andar. A fim de programar a sua visita à nossa biblioteca especializada, queira fazer uma marcação através do ende-reço de correio eletrónico [email protected].

Pode também comunicar connosco através das redes sociais:

Assine o boletim informativo do EIGE: http://eige.europa.eu/newsletter/subscriptions

Page 16: Instituto Europeu para a Igualdade de Género — Breve descriçãocite.gov.pt/pt/destaques/complementosDestqs/Descricao_EIGE.pdfres nas decisões políticas comunitárias. A União

O Instituto Europeu para a Igualdade de Género (EIGE) é um organismo autónomo da União Europeia, criado com o objetivo de contribuir para a promoção e o reforço da igualdade de género, nomeadamente mediante a integração da perspetiva de género em todas as políticas da União Europeia e nas políticas nacionais delas decorrentes, e o combate contra a discriminação em razão do sexo, bem como de sensi-bilizar as cidadãs os cidadãos da União para a igualdade de género. Para mais informação, consulte o sítio web do EIGE (http://eige.europa.eu). 

Instituto Europeu para a Igualdade de GéneroGedimino pr. 1601103 VilniusLITUÂNIATel. +370 52157444E-mail: [email protected]://eige.europa.euhttp://www.twitter.com/eurogenderhttp://www.facebook.com/eige.europa.euEuroGender: http://eurogender.eige.europa.eu/; http://www.youtube.com/eurogender

ISBN: 978-92-9218-414-8 doi: 10.2839/40862

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