instituto de zootecnia programa de pÓs …iz.sp.gov.br/pdfs/1438973034.pdf · qualidade de ovos de...

58
INSTITUTO DE ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL SUSTENTÁVEL QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA DE OVOS DE POEDEIRAS CRIADAS EM SISTEMA CONVENCIONAL, CAGE-FREE E FREE- RANGE Ana Paula de Oliveira Saccomani Nova Odessa Fevereiro - 2015

Upload: tranminh

Post on 13-Dec-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

INSTITUTO DE ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL SUSTENTÁVEL

QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA DE OVOS DE POEDEIRAS

CRIADAS EM SISTEMA CONVENCIONAL, CAGE-FREE E FREE-

RANGE

Ana Paula de Oliveira Saccomani

Nova Odessa

Fevereiro - 2015

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

SECRETARIA DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO AGÊNCIA PAULISTA DE TECNOLOGIA DOS AGRONEGÓCIOS

INSTITUTO DE ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL SUSTENTÁVEL

Qualidade físico-química de ovos de poedeiras criadas em sistema

convencional, cage-free e free-range

Ana Paula de Oliveira Saccomani

Orientadora: Dra. Carla Cachoni Pizzolante

Co-orientador: Dra. Hirasilva Borba

Nova Odessa

Fevereiro - 2015

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

graduação do Instituto de Zootecnia,

APTA/SAA, como parte dos requisitos para

obtenção do título de Mestre em Produção

Animal Sustentável.

Ficha catalográfica elaborada pelo

Núcleo de Informação e Documentação do Instituto de Zootecnia

Bibliotecária: Tatiane Helena Borges de Salles – CRB 8/8946

C119q Saccomani, Ana Paula de Oliveira

Qualidade físico-química de ovos de poedeiras criadas em

sistema convencional, Cage-free-range / Ana Paula de Oliveira

Saccomani.

Nova Odessa, SP: [s.n.], 2015.

57 p.: il.

Dissertação (mestrado) – Instituto de Zootecnia. APTA/SAA,

Nova Odessa.

Orientadora: Dra. Carla Cachoni Pizzolante Co-orientador: Dra. Hirasilva Borba

Bibliografia

1. Temperatura. 2. Tempo de armazenamento. 3. Unidade Haugh. 4.

Perdas de peso. I. Pizzolante, Carla Cachoni. II. Borba, Hirasilva. III.

Titulo.

CDD 636.514

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

SECRETARIA DA AGRICULTURA E ABASTECIMENTO AGÊNCIA PAULISTA DE TECNOLOGIA DOS AGRONEGÓCIOS

INSTITUTO DE ZOOTECNIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL SUSTENTÁVEL

CERTIFICADO DE APROVAÇÃO

TÍTULO: QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA DE OVOS DE

POEDEIRAS CRIADAS EM SISTEMA CONVENCIONAL, CAGE-

FREE E FREE-RANGE

AUTOR: ANA PAULA DE OLIVEIRA SACCOMANI

Orientador: Carla Cachoni Pizzolante

Co-orientador: Hirasilva Borba

Aprovado como parte das exigências para obtenção de título de MESTRE em Produção

Animal Sustentável, pela Comissão Examinadora:

Carla Cachoni Pizzolante

Fabio Enrique Lemos Budiño

(Instituto de Zootecnia)

Ricardo Albuquerque

(Universidade de São Paulo)

Data da realização: 02 de fevereiro de 2015.

Presidente da Comissão Examinadora

Profa. Dra. Carla Cachoni Pizzolante

Dedido este trabalho aos meus pais, Elisabete Cristina de Oliveira Saccomani e Arly

Carlos Saccomani, por todo amor, incentivo, compreensão e apoio. Sem vocês não teria

dado nem sequer o primeiro passo pra chegar aonde cheguei e conseguir alcançar esse

objetivo tão esperado. Á vocês dois meus sinceros sentimentos e agradecimento.

AGRADECIMENTOS

À Deus por sempre estar presente em minha vida, que foi meu porto seguro nos

momentos de dúvidas e fraquezas.

Aos meus pais, Arly e Elisabete pela forma infinita de amor e pelo apoio, por todo o seu

carinho e dedicação.

Aos meus familiares, por todo apoio e incentivo.

À minha querida orientadora, Dra. Carla Cachoni Pizzolante, por todos os ensinamentos

durante esses anos, pelas explicações, pela paciência, boa vontade e amizade. Por estar

sempre disponível a tirar minhas dúvidas, por ser uma orientadora sempre presente.

Ao Instituto de Zootecnia pela oportunidade de realizar este curso.

À todos os funcionários e professores do Instituto de Zootecnia, pelos ensinamentos e

pelo auxílio nas análises.

À professora Dra. Hirasilva Borba pela co-orientação e ajuda para realização deste

trabalho, UNESP de Jaboticabal-SP e aos alunos Aline, Mariana, Rodrigo, Maressa,

Lizandra, Luiz, Leonardo, Juliana pela ajuda na condução do experimento.

Ao Sérgio Kakimoto, Alexandre Iwahashi, Evandro Moraes, à Korin, e a Granja

Yoshida pelo apoio para a realização do experimento.

Às minhas amigas de república de Jaboticabal, Daniela Fagotti, Sheryll Corchuello,

Letícia Higuchi, Maria Paes, Fernanda Nogueira, Andrea Bosso, Valquíria Alencar e

Maisena, por toda amizade e apoio.

Aos meus amigos de mestrado, Marcella Morelli, Thaís Ceacero, Vânia Carrijo, Glayk

Vivela, Fábio, Luiz Henrique e Ênio, pela amizade e apoio durante o curso.

E aos meus amigos, Marina Bueno, Mayara Grotto, Rayra Borzi, Bruna Andrietta,

Bruna Zambuzi, Amanda Fischer, Nyara Borzi, Michell Perine, Bruno Garcia, Rafael

Vieira, Mayara, gostaria de agradecer a todos pela compreensão nos momentos de

nervosismo, falta de tempo e impaciência.

À CAPES pela concessão da bolsa.

E a todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste trabalho,

MUITO OBRIGADA!

RESUMO

SACCOMANI, A.P.O. Qualidade físico-química de ovos de poedeiras criadas em

sistema convencional, cage-free e free-range. 2015. 57p. Dissertação (Mestrado em

produção animal sustentável) – Instituto de Zootecnia, Nova Odessa, 2015.

O objetivo com este trabalho foi avaliar o efeito da temperatura de estocagem e o tempo

de armazenamento sobre a qualidade físico-química de ovos de poedeiras criadas em

sistema convencional, cage-free e free-range. O experimento foi conduzido no

Laboratório de Tecnologia de Produtos de Origem Animal do Departamento de

Tecnologia da FCAV/UNESP – Jaboticabal. Foram utilizados 1350 ovos de poedeiras

da linhagem Isa Brown com 46 semanas de idade. O delineamento experimental

utilizado foi o inteiramente casualisado (DIC), em esquema fatorial 3x2x5, com três

sistemas de produção (convencional, cage-free e free-range), duas temperaturas de

estocagem (ambiente e refrigerada), e cinco tempos de armazenamento (0, 7, 14, 21 e 28

dias), com 15 repetições. Foram avaliados os pesos dos ovos, percentagem de perda de

peso, gravidade específica (g/cm³), unidade Haugh, índice gema (g), percentagem de

gema, albúmen e cascas, pH da gema e do albúmen, oxidação lipídica (TBARS) e

análise da composição centesimal. Os resultados obtidos foram submetidos à análise de

variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de significância. Todos os

parâmetros diferiram significativamente (p<0,05), exceto a percentagem de casca. Os

melhores resultados (p<0,05) para peso dos ovos, percentagens de gema e albúmen,

unidade Haugh, e Tbars, foram observados no sistema cage-free, no entanto não

deferiram (p>0,05) para as características de qualidade da casca. Os ovos do sistema

convencional apresentaram piores resultados para a qualidade interna. Conclui-se que a

qualidade de ovos de poedeiras nos diferentes sistemas consegue manter-se constante de

acordo com o armazenamento utilizado, podendo esta ser influenciada pela temperatura

e período de armazenamento, pois ovos mantidos sob refrigeração obtiveram melhores

resultados para todos os parâmetros avaliados.

Palavras-chave: perdas de peso, temperatura, tempo de armazenamento, unidade

Haugh, perdas de peso.

ABSTRACT

SACCOMANI, A.P.O. Qualidade físico-química de ovos de poedeiras criadas em

sistema convencional, cage-free e free-range. 2015. 57p. Dissertação (Mestrado em

produção animal sustentável) – Instituto de Zootecnia, Nova Odessa, 2015.

The objective of this study was to evaluate the effect of storage time on physico-

chemical quality of egg laying hens reared in conventional, cage-free and free-range

system. The experiment was conducted at the Laboratory of Technology of Animal

Products, Department of FCAV/UNESP – Jaboticabal. 1350 eggs Isa Brown hens at 46

weeks of age were used. The experimental design was completely randomized (CRD) in

a 3x2x5 factorial, with three systems (conventional, cage-free and free-range), two

storage temperatures (ambient and cooling), and five storage times (0,7,14,21 and 28

days), with 15 repetitions. Were avaluated weight off eggs (g), percentage of weight

loss, specific gravity (g/cm³), Haugh unit, yolk index, percentage of yolk, albumen and

shell, pH of yolk and albumen, lipid oxidation (Tbars), ans centesimal analysis. The

results obtained were subjected to analysis of variance and means compared by Tukey

testa t 5% significance. All parameters were statistically different (p<0.05), except for

shell percentage. The best results (p<0.05) for egg weight, yolk and albumen

percentage, Haugh unit, and Tbars were observed in cage-free, however, they were

accepeted (p>0.05) to shell quality. Eggs from conventional system showed the lowest

results for the internal quality. It was concluded that the egg quality of laying hens in

different systems can remain constant according to the storage used, wich may be

influenced by temperature and storage time because eggs kept under refrigeration

obtained the best results for all parameters.

Keywords: Haugh unit, storage time, temperatura, weight losses.

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................. 15

2. REVISÃO DE LITERATURA ......................................................... 17

2.1. Bem-estar animal ............................................................................... 17

2.2. Sistema de criação de poedeiras ........................................................ 20

2.2.1. Sistema convencional ..................................................................... 20

2.2.2. Sistemas alternativos de criação de poedeiras ................................. 22

2.2.2.1. Sistema Cage-free .......................................................................... 22

2.2.2.2. Sistema Free-range ........................................................................ 23

2.3. Armazenamento de ovos ................................................................... 24

2.4. O ovo e sua composição ..................................................................... 25

2.5. Qualidade físico-química do ovo ....................................................... 27

3. MATERIAL E MÉTODOS .............................................................. 29

3.1 Obtenção dos ovos e preparo das amostras ....................................... 29

3.2 Análises laboratoriais realizadas ....................................................... 30

3.2.1. Peso dos ovos e percentagem de perda de peso ................................. 30

3.2.2. Análise da qualidade externa dos ovos .............................................. 31

3.2.2.1. Gravidade específica ...................................................................... 31

3.2.2.2. Percentagem de casca .................................................................... 31

3.2.3. Análise da qualidade interna dos ovos............................................... 31

3.2.3.1. Altura do albúmen ......................................................................... 31

3.2.3.2. Altura e diâmetro da gema ............................................................. 31

3.2.3.3. Unidade Haugh .............................................................................. 31

3.2.3.4. Índice gema ................................................................................... 32

3.2.3.5. Percentagem de gema e de albúmen ............................................... 32

3.2.3.6. pH do albúmen e da gema .............................................................. 32

3.2.3.7. Oxidação Lipidica TBARS ............................................................ 32

3.2.3.8. Análise da composição centesimal do ovo ..................................... 32

3.2.3.9. Análise estatística ......................................................................... 32

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................... 33

5 CONCLUSÃO ...................................................................................... 47

REFERÊNCIAS ...................................................................................... 49

15

1 INTRODUÇÃO

A cadeia produtiva brasileira de ovos possui alta tecnologia, conquistada pelo

conhecimento e avanço da genética com a utilização de linhagens altamente produtivas,

nutrição, sanidade, ambiência e manejo, com a utilização de granjas automatizadas em

sistemas de baterias de gaiolas levando a criação das aves a níveis industriais, gerando

empregos à população e contribuindo para a excelência comercial do país, garantindo

assim, o status de grande produtor e exportador, tanto de carne quanto de ovos, em todo

o mundo (VIEIRA, 2014).

A evolução tecnológica da avicultura resultou em diversos questionamentos

acerca do bem-estar animal, os quais estão relacionados, dentre outros, o sistema de

criação intensivo com o uso de gaiolas convencionais para criação de aves sob alta

densidade, ao transporte das aves, à debicagem e aplicação de muda induzida. Diante

disso, pesquisas vêm sendo realizadas visando proporcionar melhores condições de

bem-estar às aves, de forma a induzi-las a um comportamento próximo ao natural dentro

das instalações, sem haver comprometimento do aspecto econômico (NÄAS, 2008;

MAZZUCO, 2008; TEIXEIRA e CARDOSO, 2011).

Por ser um dos assuntos mais discutidos atualmente na produção animal, o bem-

estar de poedeiras no sistema de criação em gaiolas convencionais tornou-se uma das

maiores polêmicas, devido ao reduzido espaço oferecido às aves e a ausência de

caracteres de enriquecimento ambiental que impossibilitam ou limitam o repertório de

atividades consideradas importantes para o animal, além das práticas empregadas como

elevada densidade, a muda forçada e a debicagem são questionadas. De acordo com

Hunton (1995) e Tauson (2005), com exceção de poucos países onde existe legislação

que proíbe o uso de gaiolas, estas instalações constituem o sistema predominante de

criação de aves poedeiras.

No Brasil, a produção de ovos em 2011 foi de aproximadamente 2,6 bilhões de

dúzias representando um aumento de 4,3% sobre o ano de 2010 (2,4 bilhões de dúzias),

sendo o estado de São Paulo responsável por 35,5% da produção brasileira, seguido do

estado de Minas Gerais com 11,4%. É um alimento ainda pouco consumido quando

comparado com outros países como Estados Unidos e México (UBA, 2012).

O ovo é considerado um dos alimentos mais completos para a alimentação

humana, por ser fonte de proteínas que contêm maior parte dos aminoácidos essenciais,

além de vitaminas, minerais e ácidos graxos que não podem deixar de fazer parte da

alimentação diária (RÊGO et al., 2012). Tanto o ovo inteiro, como a clara e a gema

16

representam um ingrediente essencial em muitos produtos alimentares ao combinar

propriedades nutricionais e funcionais. Além disso, contém substâncias promotoras de

saúde e preventiva de doenças. No entanto, para que todo esse potencial nutritivo seja

utilizado pelo homem, o ovo precisa ser preservado durante o período de

comercialização, uma vez que pode demorar semanas entre o momento da postura,

aquisição e preparo (MORENG e AVENS, 1990).

Vários fatores podem influenciar o tamanho e a qualidade do ovo como a

fisiologia da ave, tempo de oviposição, estrutura da gaiola, número de aves por gaiola,

frequência de colheita de ovos, idade das aves, nutrição, condições de manejo, estado

sanitário, temperatura e umidade, genética e manejo das aves (ANDRIGUETTO et al.,

1998). O tempo e a temperatura de estocagem dos ovos, linhagem e idade da poedeira

como o manejo nutricional e estado sanitário são fatores que exercem influência na

qualidade de albúmen e gema (ALLEONI e ANTUNES 2001), e quando a qualidade

dos ovos é insatisfatória pode acarretar prejuízos econômicos às indústrias e à saúde do

consumidor.

A qualidade dos ovos de consumo inclui um conjunto de características que

motivam o grau de aceitabilidade do produto pelos consumidores, sendo determinada

por diversos aspectos externos e internos. Os aspectos externos referentes à qualidade

do ovo estão relacionados à casca, ao considerar sua estrutura e higiene, e aos aspectos

internos relacionados ao albúmen, gema, câmara de ar, cor, odor, sabor e manchas de

sangue (MENDES, 2002). Como todo produto de origem animal, o ovo é perecível, e

começa a perder sua qualidade logo após a oviposição, especialmente na ausência de

adequados métodos de armazenamento (WARDY et al., 2010). Várias características de

qualidade interna são perdidas com a estocagem prolongada do ovo, alterando o

albúmen e a gema (STADELMAN e COTTERILL, 1995).

Os diversos componentes do ovo sofrem alterações de acordo com o tempo e

condições de armazenamento após a postura, resultando em depreciações

comprometendo até mesmo o seu consumo. Os ovos orgânicos, colonial e caipira

ajudam a associar e definir o sistema de criação, o tipo de alimentação e manejo, entre

outros, mas sozinhos ainda não garantem qualidade total do produto, que pode ser

complementada com características como altura de albúmen, composição química, cor

da gema (OLIVEIRA, 2006). Em função do exposto, objetivou-se com o presente

trabalho comparar ovos de poedeiras criadas em diferentes sistemas de criação, o tipo e

o tempo de armazenamento e os efeitos sobre a qualidade físico-química destes.

17

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Bem-estar animal

Todas as normas de bem-estar estão baseadas nas cinco liberdades propostas

pela “Farm Animal Welfare Council” (FAWC) que é uma das organizações mais

influentes do mundo para a proteção de animais. As cinco liberdades são dispostas da

seguinte forma: 1-Livres de fome e sede e com pronto acesso à água fresca e a uma

dieta que os mantenha saudáveis e vigorosos; 2- Livres de desconfortos e vivendo em

um ambiente apropriado que inclui abrigo e uma área confortável para descanso; 3-

Livres de dor, ferimentos e doenças por meio de prevenção ou de rápido diagnóstico e

tratamento; 4- Livres para expressar comportamento normal, uma vez que lhes sejam

garantidos: espaço suficiente, condições de alojamento apropriado e a companhia de

outros animais de sua espécie e 5- Livres de medos e angústias e com a garantia de

condições e tratamento que evitem sofrimentos mentais. As cinco liberdades procuram

oferecer uma abordagem para a compreensão do bem-estar como é percebido pelo

próprio animal (e não como definido por seu criador ou mesmo pelo consumidor) e

servem como um ponto de partida para avaliar os aspectos bons e ruins de um sistema

de criação (BROOM, 1991).

As práticas de manejo que são empregadas na cadeia produtiva de ovos são

consideradas controversas na percepção do consumidor mais sensível à questão do bem-

estar e vêm sendo questionadas, gerando muitas críticas e discussões sobre o atual

sistema de produção em gaiolas convencionais tornando-se os conceitos mais discutidos

na atualidade (NÄAS, 2008).

Consumidores preocupados com os sistemas convencionais acreditam que nos

mesmos ocorre crueldade com as aves pelo fato de serem alojadas em gaiolas com

espaço reduzido e pela ausência de enriquecimento ambiental impossibilitando ou

limitando o repertório de atividades consideradas importantes para que possam

expressar seu comportamento natural (MAZZUCO, 2006).

Considerando que as aves de produção, embora tenham necessidades

comportamentais específicas e sejam capazes de alterar seu comportamento para se

adaptarem ao ambiente em que vivem (SILVA e MIRANDA, 2009) uma das frequentes

considerações sobre o bem-estar animal em sistemas intensivos, atualmente, é a

restrição do comportamento. Este é o grande alvo das críticas às baterias de gaiolas

convencionais, pois estas se contrapõem a uma das cinco liberdades defendidas pela

18

FAWC, chamada de “liberdade para exercer seus padrões normais de comportamento”

(CHEVILLON, 2000).

Dawkins e Hardie (1989) demonstraram que as galinhas exigem em média, 1272

cm² para se virarem, 893 e 1876 cm² para abrirem e baterem as asas, respectivamente.

Evidentemente, o sistema atual de produção de ovos em gaiolas não oferece espaço

suficiente para estes comportamentos. As alterações propostas nas normas de proteção

do bem-estar são alvos de críticas por parte dos produtores quanto a sua aplicabilidade

técnica e a perda de competitividade econômica das empresas. Eles defendem que as

aves em confinamento estão com seu bem-estar assegurado, pois neste sistema de

criação, conseguem obter o que necessitam para suas necessidades como a proteção

contra predadores, alimento e água disponível e o próprio ambiente que é proporcionado

pelos galpões e que promovem a homeostasia das aves (MAZZUCO, 2006).

Outras vantagens do sistema intensivo de criação é que possibilita maior higiene,

devido a separação física entre as aves e suas excretas, não permitindo que um agente

infeccioso feche o ciclo de reinfecção no lote, facilidade de manejo, limpeza das gaiolas

e controle sobre a produção e a distribuição de alimento, aplicação de medicamentos e

vacinas, etc. Como desvantagens, o sistema não possibilita às aves a oportunidade de

realizar exercícios em gaiolas, levando à manifestação de doenças metabólicas e

limitação do comportamento natural (MAZZUCO, 2006).

Apesar de toda polêmica envolvendo a cadeia produtiva de ovos, o bem-estar de

aves poedeiras no sistema de criação intensivo que predomina no Brasil carece de

pesquisas que possam assegurar resultados e promover novas práticas de manejo,

ambiência, viabilidade produtiva e econômica dos lotes. Este sistema deve promover o

bem-estar das aves, mas necessitam do retorno econômico e a população que irá

consumir o produto ovo necessita que o mesmo seja de custo acessível, seguro (livre de

patógenos) e de qualidade (qualidade físicoquímica). Segundo BROOM (1991), por

questões de ética todo o esforço para prolongar a vida dos animais e melhorar o bem-

estar deve ser levado em consideração. Há uma orientação crescente para o banimento

progressivo de práticas e modelos de produção existentes nos sistemas intensivos

comerciais criando-se a necessidade da geração de indicadores sustentáveis de bem-

estar animal na produção de ovos (MAZZUCO, 2008).

Com exceção de poucos países, principalmente da Europa, onde já existe

legislação proibindo o uso de gaiolas desde janeiro de 2012 (COMISSÃO EUROPÉIA,

19

1999; APPLEBY, 2003) a criação em sistema convencional é predominante na criação

de aves poedeiras, principalmente no Brasil (HUNTON, 1995; TAUSON, 2005).

A Comissão Europeia, em 19 de janeiro de 2012 publicou uma nova estratégia

para a proteção e bem-estar dos animais para o período 2012-2015. Esta nova estratégia

visa reforçar algumas das medidas existentes, apresentadas anteriormente como parte do

plano de ação 2006-2010, mas também promover uma abordagem mais abrangente com

vista a melhorar as condições do bem-estar animal na União Europeia. O Comitê das

Organizações Profissionais Agrícolas e do Comitê Geral da Cooperação Agrícola

(Copa-Cogeca), o euro-grupo mais antigo de representação dos interesses dos

produtores rurais no âmbito da União Européia, saúda esta nova estratégia e contribui

ativamente para o seu desenvolvimento; pois tem como missão: defender os interesses

gerais da agricultura, manter e desenvolver relações com instituições da União

Européia. Os temas mais discutidos por estas entidades são: trocas comerciais, questões

de cooperativas, desenvolvimento rural, biotecnologia, ambiente, saúde e bem-estar

animal. Infelizmente, a estratégia não aborda a questão do bem-estar animal num quadro

político europeu mais abrangente e mais coerente, incluindo políticas ambientais e

alterações climáticas (IACA, 2013).

Com base nessas tendências, serão necessárias mudanças radicais dos sistemas

de produção, tanto nas instalações como nos sistemas de criação de aves poedeiras,

além de mudanças na genética, visando adequação de linhagens que se encaixem nos

novos moldes do mercado (BARBOSA FILHO, 2004; BARBOSA FILHO et al., 2004;

ALVES et al., 2007).

Existe um mercado emergente nos países mais desenvolvidos, entre eles os

Estados Unidos, França, Inglaterra, Alemanha e Holanda, com um novo tipo de

consumidor, mais sensível à questão do bem-estar animal, sendo que em alguns países

este mercado chega a 15% do volume de carne e ovos consumidos (MAZZUCO, 2006).

No Brasil, a conscientização a respeito do bem-estar animal ainda é nova, porém

os consumidores já estão cada vez mais preocupados com a qualidade do produto, a

segurança do alimento, respeito ao meio ambiente e também ao animal. A visão da

sociedade com relação ao bem-estar animal está mudando, e isso tem ocorrido,

principalmente, devido à rápida urbanização durante o último meio século, que,

combinada com o aumento do poder aquisitivo, demanda ações específicas com relação

ao ambiente e às condições dos criatórios dos animais (NÄÄS, 2005; MOURA et al.,

2006).

20

A União Europeia, em proteção ao bem-estar das poedeiras, estabeleceu alguns

padrões mínimos para a criação destas em 1999 (APPLEBY, 2003). Desde 2003 está

vetada a instalação de gaiolas convencionais e as já existentes sofreram modificações

para promover um espaço mínimo de 550 cm² por ave e lixa para as unhas para as

mesmas, sendo estas conhecidas como gaiolas enriquecidas. A partir de 2012, nos

países europeus, ficou permitida apenas a criação das aves em gaiolas enriquecidas ou

em sistemas alternativos (VITS et al., 2005). Porém, as limitações impostas pela

legislação internacional de bem-estar de aves poedeiras, com relação ao sistema de

criação, trazem consigo um conjunto de mudanças nas instalações e também no manejo,

atendendo as demandas de mercado. Sistemas alternativos, tais como gaiolas

enriquecidas e os sistemas de semi confinamento, poderão proporcionar as aves um

maior bem-estar do que os sistemas convencionais.

Devido à necessidade de cumprir com os requisitos de bem-estar, vários estudos

vem sendo realizados sobre as formas em que o uso de um novo sistema de criação e

gestão podem afetar o comportamento das galinhas, a segurança, a qualidade dos

produtos (carnes e ovos), e a eficiência econômica da produção (MIAO; GLATZ; RU,

2005; USTUROI e RADU-RUSU, 2006). Para isso existe um número considerável de

pesquisas para o desenvolvimento de sistemas alternativos, gaiolas enriquecidas, ou até

mesmo modificação de gaiolas já existentes para atender os requisitos, como a

implantação de poleiros, utilização de repartições inteiras entre as gaiolas para reduzir

danos ao empenamento, ninhos e banhos de areia, e colocação de fitas para reduzir o

tamanho das unhas (ROCHA et al., 2008).

2.2 Sistemas de criação de poedeiras

2.2.1 Sistema convencional

O sistema convencional com galinhas poedeiras criadas em gaiolas de baterias é

o mais criticado, e o mais difundido. O melhoramento genético das aves para velocidade

de crescimento e para a alta produção de ovos permitiu a criação intensiva de aves em

escala industrial. (ROCHA et al., 2008)

Várias técnicas foram desenvolvidas para alcançar a maior produtividade ao

menor custo possível. A alimentação, nutrição, sanidade, ambiente e manejo devem

estar harmonizados para poder propiciar a expressão de todo o potencial das poedeiras

21

comerciais. Porém, associados aos ganhos econômicos e sociais promovidos pela

intensificação da avicultura estão os problemas relacionados ao bem-estar das aves, em

função de alguns sistemas de criação e práticas de manejo como a debicagem

(WEBSTER, 2004).

As práticas de manejo que atualmente são muito utilizadas e que são contra os

princípios de bem-estar animal são a debicagem, muda forçada, a alta densidade de

alojamento dos animais, gaiolas pequenas, piso que machuca as patas ao longo do

tempo e a restrição de comportamentos naturais dos animais (Tucker et al., 2001).

Hartman (1938) publicou sobre o sistema de criação de poedeiras em gaiolas

individuais, e a partir da década de 50 a criação se popularizou, sendo adotada em todas

as empresas produtoras de ovos comerciais, devido a inúmeras vantagens que o sistema

oferecia, apesar de exigir um investimento inicial bastante alto. Quinsenberry (1955)

propôs um programa com o objetivo de estabelecer área mínima nas gaiolas com pelo

menos três aves no mesmo espaço, além de outros tipos de gaiolas denominadas

coletivas ou colônias. Entretanto, diversos estudos descreveram que o aumento da

densidade nas gaiolas ocasionava uma redução na produção de ovos, sendo 300 cm² o

espaço considerado econômico para o alojamento de poedeiras (RUSZLER e

QUISENBERRY,1969).

Apesar da produção em gaiolas convencionais ter ainda muitos problemas

relacionados ao bem-estar, ela ainda é quem garante que a população de mais baixa

renda tenha acesso a fontes de proteína animal, tendo uma grande importância social.

As gaiolas dispensam o uso da cama, fazendo com que os animais e os ovos não tenham

contato com as excretas, evitando a coccidiose e verminoses, e previnem o consumo dos

ovos pelas galinhas, já que estes rolam para o aparador após a postura, ficando longe do

alcance das mesmas. Melhor higiene também é promovida pelo uso de gaiolas, o que

resulta em uma menor incidência de doenças infecciosas num lote, além da grande

facilidade de manejo e menores custos de produção (HESTER, 2005). Porém, esse tipo

de instalação representa uma preocupação para o bem-estar, pois impede as aves de

apresentarem comportamentos naturais, como o ato de voar, ciscar, empoleirar-se, e

andar livremente, além das aves não conseguirem limpar suas penas e não realizarem

banho de areia (SINGER, 1995). Isso faz com que aumente o estresse nos animais

devido ao espaço limitado que estão sujeitos, contribuindo para a osteoporose que torna

os ossos mais frágeis e susceptíveis a fraturas (WEBSTER, 2004).

22

2.2.2 Sistemas alternativos de criação de poedeiras

Os países da União Europeia vêm desenvolvendo há algum tempo, pesquisas

para criação de sistemas alternativos de poedeiras sem gaiolas. Estes sistemas oferecem

um ambiente mais complexo em que as aves são criadas no chão, em grandes grupos e

com um espaço mínimo de 1111 cm2 por ave ou nove aves por m

2 (PAIXÃO, 2005). As

poedeiras ainda têm acesso a ninhos, poleiros ou ripados em diferentes alturas partindo

do solo, grande área com cama para banho de areia e dependendo do tipo de sistema

uma parte pode ser aberta com acesso a pastos. Por oferecerem maior liberdade de

movimento para as aves, os sistemas alternativos melhoram a resistência óssea, porém

essa maior oportunidade de se exercitarem aumenta a incidência de fraturas, resultantes

de acidentes como batidas durante o voo ou quedas do poleiro ao serem empurradas por

outras aves (WHITEHEAD e FLEMING, 2000).

2.2.2.1 Sistema Cage-free

O sistema cage-free é um tipo de sistema alternativo na avicultura que permite as

aves apresentarem comportamentos naturais, pois elas ficam soltas nos galpões, com

acesso a ninhos, poleiros, local para banho de areia, além de um maior espaço para

movimentar ou escapar da ave mais agressiva ou dominante (VITS et al., 2005).

Liberdade de movimentos, banhos de areia, desgaste das unhas através do ato de

ciscar, e comportamentos de empoleirar são sinais de que as aves se adaptam bem,

porque estas condições, ou mesmo a cama sobreposta, tentam imitar o ambiente

natural. (BESSEI, 2010). Todos os sistemas de gaiolas tendem a proporcionar um

ambiente mais higiênico com baixo risco de doença parasitária e bacteriana, e

consequentemente, diminuem a probabilidade dos ovos (BLOKHUIS et al., 2007). A

segurança dos ovos nos novos sistemas alternativos de produção avícola poderia ser

alterada microbiologicamente (Salmonella enteritidis e outros patógenos) e

quimicamente (dioxinas, pesticidas e metais pesados), devido à postura dos ovos

serem realizadas diretamente na cama com o contato da mesma e também das

excretas.

Os sistemas alternativos demonstram desvantagens quando comparados aos

sistemas de criação em gaiolas, pois apresentam altos níveis de bactérias e fungos no

ar e maior nível de poeira do que as gaiolas, comprometendo a segurança dos

23

alimentos, devido o alto índice de contaminação da casca dos ovos postos no chão

(RODENBURG et al., 2005; DE REU et al., 2006).

2.2.2.2 Sistema free-range

Diferente do sistema convencional e bastante semelhante ao sistema cage-free, o

sistema free-range é um outro tipo de sistema alternativo, onde os animais além de

terem as mesmas características do sistema cage-free, ficam soltos no galpão com

acesso a ninhos, poleiros, local para banho de areia, com um maior espaço para se

movimentar, as aves desse sistema ainda tem acesso a piquete para forragear do lado

externo do galpão (VITS et al., 2005).

O free-range é um sistema que proporciona uma produção menos agressiva ao

meio ambiente e às aves. A saúde e o bem-estar animal podem ser afetados

positivamente aumentando-se a área de alojamento por animal e garantindo maior

liberdade de movimentação (SUNDRUM, 2001). Em contrapartida, o regime de

confinamento total causa estresse intenso (JONES e MILLS, 1999) e tem, como

consequência, respostas fisiológicas e comportamentais dos animais (MARIN et al.,

2001), podendo causar sérios problemas de saúde, produtividade e no bem-estar das

aves (ABEYESINGHE et al., 2001; BOLIS, 2001; HALL, 2001).

É um modelo de produção diferenciado, de baixa densidade, onde os animais

têm acesso direto ao pasto, consumindo insetos e forragem típica do seu hábito

alimentar, conferindo dessa maneira textura e cor diferenciada aos ovos (TAKAHASHI

et al., 2006).

O comportamento e as preferências dos consumidores são frequentemente

influenciados pelas estratégias dos produtores de alimentos e varejistas de marketing.

Embora o conhecimento dos detalhes dos sistemas de produção de ovos (genética da

galinha, nutrição, criação, entre outros) é pobre entre os consumidores, eles estão

dispostos a pagar mais por ovos produzidos em sistemas com grande apelo comercial

relacionados a mais saudável, alimentação mais segura (ovos de “grife”, ovos

enriquecidos) ou sistemas agrícolas tradicionais (orgânico, free-range, cage-free)

(PARROTT, 2004). MESIAS et al. (2011) mostraram que os consumidores preferem

os ovos produzidos em sistemas de produção alternativos, porque satisfazem suas

crenças sobre o bem-estar animal ou porque acreditam que esses ovos são menos ricos

em colesterol e gordura total. Em breve, esses produtos serão considerados mais

24

saudáveis, mais seguros e eticamente produzidos, em comparação com aqueles

provenientes de sistemas convencionais.

2.3 Armazenamento de ovos

O ovo é considerado um alimento de excelência na composição da dieta humana,

devido ao seu alto valor biológico, porém para que os nutrientes contidos no interior dos

ovos não sejam transformados em substâncias impróprias para a alimentação, é

necessário que os ovos sejam armazenados em menores temperaturas do momento da

postura até o consumo para que a perda na qualidade do alimento seja minimizada

(BRESSAN e ROSA, 2002). Ovos que são embalados de maneira incorreta, submetidos

à correntes de vento e a agentes contaminantes, e estocados em altas temperaturas e

baixa umidade, podem ter alterações internas possibilitando a contaminação por agentes

patogênicos, diminuindo a vida útil do ovo (OLIVEIRA et al., 2009).

Um aspecto importante que auxilia a preservação da qualidade interna dos ovos

é a sua refrigeração nos pontos de comercialização (SELEIM e EL-PRINCE, 2000;

CARVALHO et al., 2003). Na maioria dos países não é obrigatório o armazenamento

de ovos comerciais em refrigeração, portanto desde o momento da postura até a

distribuição final os ovos são acondicionados em temperatura ambiente, e em alguns

casos refrigerados somente quando chega à casa do consumidor final. A legislação

brasileira (BRASIL, 1997) determina condições mínimas internas, como câmaras de ar

variando de quatro a 10 mm de altura, a gema tem que ser translúcida, firme, consistente

e límpida, sem nenhuma mancha e com a calaza intacta, ovos que são armazenados em

temperatura menores conseguem manter as qualidades de forma mais eficiente do que

ovos que são submetidos a maiores temperaturas.

No mercado interno cerca de 92% dos ovos são comercializados in natura e todo

o processo de comercialização ocorre sem refrigeração, os ovos eventualmente

permanecem por mais de quinze dias expostos em prateleiras antes de serem vendidos

(LEANDRO et al., 2005), sendo que a validade máxima de um ovo, em temperatura

ambiente, sem deteriorar a sua qualidade interna, varia de quatro (AHN et al., 1981) a

quinze dias (OLIVEIRA, 2000) após a data de postura.

A temperatura ideal considerada pela legislação para armazenamento do ovo é

entre 8°C e 15°C com umidade relativa do ar entre 70 a 90%. De acordo com a Portaria

n.1 de 21/02/1990 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (BRASIL,

25

1990), o período para consumo de ovos frescos é de 30 dias sem refrigeração. O sistema

de gestão de qualidade, a legislação sobre ovo de consumo normatizado pelo MAPA

com base na Instrução Normativa nº 7, de 10 de março de 2005; e a Portaria nº 138, de 5

de junho de 2006 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, caracteriza

que os produtos sejam livres de patógenos específicos (SPF) e que a validade de ovos

comercializados “in natura” é de 30 dias, sendo não obrigatório, a refrigeração durante o

armazenamento no estabelecimento comercial.

O tempo de armazenamento também altera a qualidade do ovo, principalmente

as percentagens de albúmen e da gema, pois conforme o ovo vai ficando mais velho, a

membrana se torna mais fraca e mais elástica permitindo a entrada da água do albúmen,

o que resulta no aumento do peso da gema (SILVERSIDES et al.,1993). A liquefação

do albúmen está associada com a dissolução das calazas, que ocorre com um período

longo de armazenamento (RUTZ et al., 2005). Um aumento do pH do albúmen também

é observado com o aumento do tempo de armazenamento (SCOTT e SILVERSIDES,

2000), enquanto que o pH da gema é pouco modificado (PINTO, 2005).

2.4 O ovo e sua composição

A avicultura de postura tem evoluído muito durante os últimos anos, e como um

segmento importante na produção de alimentos de alto valor biológico, tem se adequado

às técnicas que possibilitam a melhoria da eficiência de produção de aves

(RODRIGUES et al., 2005).

O ovo é considerado um dos alimentos naturais mais perfeitos, oferecendo um

balanço quase completo de nutrientes essenciais, proteínas com alto valor biológico,

minerais, vitaminas e ácidos graxos (BRUGALLI et al., 1998), sendo também um dos

alimentos de mais baixo custo, permitindo um alto consumo por populações de baixa

renda, de um alimento rico em nutrientes (PASCOAL et al., 2008). Porém, o aumento

do consumo de ovos e a utilização de suas vantagens nutricionais dependem da

qualidade do produto oferecido à população, determinada por um conjunto de

características que podem influenciar o grau de aceitabilidade dos produtos no mercado

consumidor.

O ovo é constituído por quatro partes principais: casca, membrana da casca,

gema e clara ou albúmen. Também, possui outras partes em menor proporção, como o

disco germinativo, a calaza, a câmara de ar e a cutícula (ALCÂNTARA, 2012).

26

A casca é considerada embalagem natural do ovo, com grande influência na

qualidade do produto. Sua espessura pode variar de acordo com vários fatores, como o

clima que faz com que altas temperaturas reduzam os níveis de cálcio no sangue e

consequentemente a espessura da casca, a hereditariedade que define a capacidade das

aves de utilizarem o cálcio, a idade da ave, onde estudos demonstram que cascas mais

finas aparecem depois de 10-12 meses de postura, e o nível nutricional, uma vez que a

casca é formada por bicarbonato de cálcio, e a deficiência desse nutriente pode acabar

resultando em ovos com casca mole (EL BOUSHY e RATERINK, 2001). Na casca

encontram-se pequenos poros que possibilitam trocas gasosas entre o meio interno e

externo do ovo, com a entrada de oxigênio e saída de gás carbônico. Estes poros são

cobertos por uma cutícula que protege o ovo da perda de água e impede a penetração de

microrganismos (BENITES; FURTADO; SEIBEL, 2005).

A gema representa um terço do volume do ovo sem casca. É composta por 50%

de água, 34% de lipídeos, 16% de proteínas, vitaminas A, D, E, K e do complexo B,

glicose e sais minerais. A fase líquida é uma solução de água com várias proteínas

(livetinas) em suspensão, organizadas em pequenos grânulos. Contém também lecitina,

que é um lipídeo emulsificante, estabilizante de misturas de água e óleo. A gema

também é rica em pigmentos como os carotenoides e a riboflavina. Os carotenóides são

fontes biodisponíveis de luteína e zeaxantina (RAMOS, 2008).

A clara corresponde a dois terços do volume do ovo sem casca. Consiste em sua

maioria de água, alguns sais minerais, glicose, lipídeos, e contém cerca de 10% de

proteína, sendo estas a ovalbumina, conalbumina ovomucóide, ovomucina e lisozima. A

ovalbumina e a conalbumina representam 70% do total de proteínas presente na clara e

são responsáveis pela gelatinização do albúmen (RAMOS, 2008). Junto à clara também

são encontradas as calazas (BENITES; FURTADO; SEIBEL, 2005).

O ovo é composto também por duas membranas, sendo a interna mais fina, e a

externa mais espessa, que se localiza próximo à casca. As duas membranas dão

resistência à casca e também tem a função de impermeabilizar o conteúdo dos ovos

contra a penetração de microrganismos (RAMOS, 2008).

A câmara de ar é o resultado de uma contração da membrana interna que facilita

a entrada de ar no momento da postura, quando ocorre o resfriamento do ovo, e as

calazas, que são estruturas que se expandem entre as extremidades do ovo que têm

como função manter a gema centralizada no interior do ovo impedindo seu

deslocamento (BENITES; FURTADO; SEIBEL, 2005).

27

2.4 Qualidade físico-química do ovo

Como todos os alimentos de origem animal, os ovos têm uma vida útil bastante

limitada, que irá variar dependendo do tipo de condições de alimentação e

armazenamento. O ovo é um alimento perecível, que perde sua qualidade interna

rapidamente após a postura e durante o período de armazenamento, sendo assim a perda

da qualidade é um fenômeno inevitável que acontece de forma contínua ao longo do

tempo podendo ser agravada por diversos fatores (MENDES, 2010). As qualidades

físico-químicas dos ovos são características desejadas e valorizadas pelos consumidores,

sendo percebida pelos atributos sensoriais, nutricionais, tecnológicos, sanitária, ausência

de resíduos químicos, éticos e de preservação ambiental. Entretanto essas características

também devem atender as necessidades dos produtores e processadores, uma vez que

estas são diferentes das necessidades dos consumidores.

Estudos têm sido conduzidos para desenvolver métodos de determinação de

fatores de qualidade (STADELMAN e COTTERILL, 1995). No Brasil, ainda não existe

um padrão de qualidade interna de ovos de consumo, e somente o peso e as

características das cascas são consideradas (OLIVEIRA, 2006). Essas características

apresentam diferentes graus de importância para as pessoas, que de uma forma ou outra

estão ligados à produção do ovo desde a postura até o consumidor.

Para os produtores a qualidade do ovo está relacionada com o peso e aparência

da casca, tais como sujeira, defeito, trincas e manchas de sangue, para os consumidores

prazo de validade e características sensoriais, como por exemplo, a cor da gema e casca.

Já para os processadores, qualidade significa facilidade de remoção da casca, cor da

gema e propriedades funcionais (ALLEONI e ANTUNES, 2001).

O tempo de estocagem, temperatura dos ovos, linhagem e idade da poedeira

como o manejo nutricional e estado sanitário são fatores que exercem influência na

qualidade de albúmen e gema (ALLEONI e ANTUNES 2001).

Quando a qualidade dos ovos é insatisfatória pode acarretar prejuízos

econômicos às indústrias e à saúde do consumidor. Um dos principais fatores que afeta

a qualidade do ovo são os valores da unidade Haugh, juntamente com a qualidade

interna do produto, tempo e as condições de armazenamento (SCOTT; KAMPEN;

SILVERSIDES, 2000).

28

A qualidade do ovo fresco pode ser avaliada por meio do cálculo da unidade

“Haugh”, que é realizado através da altura do albúmen denso corrigido para peso do ovo

(ALLEONI e ANTUNES, 2001). Este cálculo é utilizado universalmente, por

apresentar alta correlação com a aparência do ovo ao ser quebrado, além de ser de um

método de fácil aplicação (WILLIAMS, 1992).

Durante o armazenamento dos ovos, ocorre a diminuição da altura do albúmen e

consequentemente também diminui os valores de unidade Haugh. Assim como também

ocorre a perda de peso do ovo (SCOTT e SILVERSIDES, 2000; ALLEONI e

ANTUNES, 2001; SILVERSIDES e BUDGELL, 2004; LEANDRO et al., 2005;

CARVALHO et al., 2007).

29

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Obtenção dos ovos e preparo das amostras

Foram utilizados 1350 ovos vermelhos do tipo extra com 60g a 65g/unidade, de

galinhas da linhagem Isa Brown, com idade de 46 semanas. Destes, 450 ovos foram

adquiridos da empresa Korin, localizada em Ipeúna-SP que utilizam sistema de criação

cage-free, onde as aves são criadas soltas dentro de galpões convencionais, mas com

acesso a ninhos e poleiros que são distribuídos ao longo de todo galpão. Os outros 900

ovos foram adquiridos nas Granjas Yoshida, localizada em Bastos-SP, sendo 450 ovos

coletados do sistema convencional, em baterias de gaiolas e, 450 ovos do sistema free-

range, no qual as aves são criadas soltas em um galpão, contendo ninhos, poleiros e com

acesso a piquetes externos para pastejo.

Todas as rações utilizadas foram aproximadamente isonutritivas e atenderam as

exigências nutricionais das aves, de acordo com o manual de criação da linhagem

utilizada, mas devido à cláusula de confidencialidade com uma das empresas, apenas a

composição centesimal das rações de dois sistemas pode ser apresentada (Tabela 1).

Tabela 1. Composição das dietas experimentais utilizados em cada sistema produtivo.

Dietas

INGREDIENTES (%) Cage-free Convencional Free-range

Milho moído - 65,65 64,17

Farelo de soja 46 - 19,70 24,70

Farinha de carne 42% - 5,90 -

Sal branco comum - 0,28 0,38

Calcáreo 38% - 3,6 4,9

Calcáreo 38% grosso - 4,5 4,5

Fosfato bicálcico - - 1,0

L-lisina - 0,02 -

Allzyme SSF 50* - - 0,015 Vegpro* - 0,04 0,04

Metionina MHA 84% pó - 0,16 0,15

Suplemento vitamínico - 0,15 0,15

Probiótico 0,005 0,005

TOTAL 100,005 100,01

COMPOSIÇÃO NUTRITIVA

PB (%) 17,10 17,20 17,20

EE (%) 2,70 3,51 3,01

FB (%) 2,60 2,30 2,50

Cinza (%) 12,70 13,18

Cálcio (%) 3,80 3,93 3,99

P. Total (%) 0,629 0,585

E Met. aves (kcal/kg) 2,701 2,793 2,791

*Allyzme SSF 50 e Vegpro: complexos enzimáticos da empresa Alltech do Brasil Agroindustrial Ltda.,

capaz de aumentar a disponibilidade da energia, da proteína, dos aminoácidos, do fósforo, cálcio e

ingredientes vegetais proteícos da dieta.

30

Após a coleta nas granjas em janeiro de 2014, os ovos foram acondicionados em

bandejas de papelão com capacidade de 10 ovos cada e, encaixotados em caixas

também de papelão, sendo transportados com temperatura refrigerada até o Laboratório

de Tecnologia de Origem Animal do Departamento de Tecnologia da Faculdade de

Ciências Agrárias e Veterinárias – FCAV/UNESP, Campus de Jaboticabal-SP.

No laboratório, os ovos foram numerados, pesados e, distribuídos ao acaso em

dois grupos; um grupo em que as bandejas foram estocadas em temperatura ambiente

(25°C), e o outro em que as bandejas foram estocadas sob refrigeração (10°C). Durante

todo o experimento, as temperaturas máximas e mínimas dos locais de estocagem foram

registradas a cada 24 horas com auxílio de um termômetro. A média da temperatura de

refrigeração foi de 10 ºC ± 2ºC, e a da temperatura ambiente de 25ºC ± 2ºC.

Os tratamentos foram dispostos em arranjo fatorial de 3x2x5 sendo três sistemas

de criação (convencional, cage-free e free-range), duas condições de armazenamento

dos ovos (temperatura ambiente e refrigeração) e cinco períodos de avaliação da

estocagem ou armazenamento (zero, 7, 14, 21 e 28 dias), totalizando 30 tratamentos,

com 15 repetições de 3 ovos cada.

3.2 Análises laboratoriais realizadas

Os ovos dos diferentes tratamentos foram avaliados nos dias 0, 7, 14, 21 e 28

para perda de peso do ovo, gravidade específica, percentagem de gema, percentagem de

albúmen, percentagem de casca, unidade Haugh, pH da gema e do albúmen, índice

gema, oxidação lipídica (TBARS). Foram realizadas análises centesimais de umidade,

cinzas, proteína e extrato etéreo no dia 0.

3.2.1 Peso dos ovos e percentagem de perda de peso

No início do experimento (dia zero) todos os ovos foram pesados individualmente de

acordo com cada tratamento, e em cada tempo de avaliação. Nos dias 7, 14, 21 e 28, os

ovos foram pesados novamente, e pela diferença do peso inicial e final foi obtida a

percentagem da perda de peso.

31

3.2.2 Qualidade externa dos ovos

3.2.2.1 Gravidade Específica

A gravidade específica foi determinada através do método descrito por Mario e

Padrón (1991), onde os ovos foram imersos em soluções salinas com densidade

conhecida, variando de 1,065 a 1,100 g/cm³, com gradiente de variação de 0,005,

aferidas através de um densímetro. Os ovos foram imersos sucessivamente em

recipientes contendo as soluções salinas em ordem crescente de densidade. Considera-se

à gravidade específica do ovo a solução de menor densidade na qual o ovo flutuou.

3.2.2.2 Percentagem de casca

As cascas depois de lavadas em água corrente foram secas em temperatura

ambiente e seu peso aferido com auxilio de uma balança analítica com precisão de

0,001g..

3.2.3. Qualidade interna dos ovos

3.2.3.1 Altura do albúmen e da gema

Os ovos foram quebrados sobre uma mesa especial de vidro com um contraste

de fundo branco e com uma canaleta lateral para a análise da altura (mm) do albúmen

para o cálculo da unidade haugh, e da gema que foram medidas com auxílio do aparelho

altímetro (“Egg Quality Micrometer”) para o cálculo do índice gema.

3.2.3.2 Diâmetro da gema

O diâmetro da gema foi determinado com o auxílio de paquímetro digital

(Caliper 0–150mm), para o cálculo do índice gema.

3.2.3.3 Unidades Haugh

A unidade Haugh (HAUGH, 1937 apud CARD e NESHEIM, 1978), é uma

medida que correlaciona a altura da camada densa externa do albúmen com o peso do

32

ovo, sendo calculada mediante a seguinte equação: UH= 100 log (H + 7,57 - 1,7W0,37),

onde: H = altura do albúmen (mm); W = peso do ovo (g).

3.2.3.4 Índice gema

O índice gema é calculado como sendo igual à razão entre a altura e o diâmetro

da gema (STADELMAN e COTTERILL, 1995). A relação entre estes dois valores

forneceu o índice gema: IG = AG/DG, onde: IG = índice gema; AG = altura da gema

(mm); DG = diâmetro da gema (mm). Quanto maior o índice da gema, melhor a

qualidade do ovo.

3.2.3.5 Percentagem de gema e de albúmen

Depois de feitas as análises descritas acima, a gema e o albúmen foram

separados e as amostras foram pesadas em balança analítica com precisão de 0,001g.

3.2.3.6 pH do albúmen e da gema

Os valores das amostras foram determinados separadamente na gema e no

albúmen em duplicata, mediante a utilização de peagâmetro digital (Testo 205).

3.2.3.7 Oxidação Lipídica (TBARS)

Foi utilizada a metodologia descrita por Pikul et al. (1989) que analisa as

substâncias reativas ao ácido 2-tiobarbitúrico (TBARS), expressas em mg de

malonaldeído/kg de amostra, utilizando 10 g de gema de ovos in natura, e os resultados

aferidos em espectrofotômetro (538 nm) e expressos em mg de TMP.kg-¹ de gema.

3.2.3.8 Análise da composição centesimal dos ovos no tempo zero

A composição centesimal foi determinada após serem analisadas umidade,

extrato etéreo, proteína e cinzas conforme procedimentos preconizados pela Association

of Official Analytical Chemists (AOAC, 1995).

3.3. Análise estatística

Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância com auxílio do

pacote computacional SISVAR e as médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5%

de significância e os fatores tempo de armazenamento à temperatura ambiente e sob

refrigeração submetidos à análise de regressão. (FERREIRA, 2011).

33

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Qualidade externa dos ovos

4.1.1. Gravidade Específica

Os ovos produzidos pelo sistema free-range apresentaram os maiores valores

(p<0,05) de gravidade específica (Tabela 2).

Tabela 2. Gravidade específica (GE) de ovos segundo sistemas de criação, temperatura a interação da

temperatura e tempo de armazenamento.

Sistemas de criação

GE (g/cm³) Cage-free Convencional Free-range

1,070 b 1,071 ab 1,072 a

Temperaturas (°C)

Ambiente Geladeira

1,068 b 1,073 a

Tempo de armazenagem (dias)

Temperatura (°C) 0 7 14 21 28

Ambiente 1,090 A 1,071 B 1,061 B 1,060 B 1,060 B

Geladeira 1,090ª 1,082 A 1,067 A 1,064 A 1,061 A

Média geral GE 1,071

CV (%) 0,53

*Médias seguidas de letras pequenas iguais na mesma linha e letras maiúsculas na mesma coluna não

diferem estatisticamente (Tukey, 5%).

Isto pode ser explicado pelo fato do peso dos ovos deste sistema serem menores

que os pesos observados no sistema cage-free e convencional (Tabela 4). Existe uma

relação entre tamanho e peso do ovo e espessura da casca. Ovos maiores dependendo da

composição da ração e de ingredientes utilizados podem apresentar espessura de casca

mais fina e menores valores de gravidade específica.

Segundo Barro (1991) a gravidade específica reflete de forma indireta o peso da

casca em relação ao peso total do ovo, pois conforme aumenta o tamanho e peso dos

ovos as cascas dos ovos ficam mais finas, e com menores valores de gravidade

específica, com o aumento do tamanho do ovo, menor quantidade de cálcio é depositada

durante a formação da casca, reduzindo sua qualidade, de forma a interferir inclusive na

qualidade interna dos ovos (OLIVEIRA et al., 2009).

Ovos armazenados em temperatura ambiente e geladeira também apresentaram

maior intensidade de queda da gravidade específica, com o tempo de armazenamento,

34

sendo essa variável mais evidenciada no tratamento com temperatura ambiente

(BRAKE et al., 1997).

O armazenamento dos ovos durante 28 dias ocasionou queda nos valores de

gravidade específica (p<0,05), quando comparado aos ovos com zero dia de

armazenamento (Figura 1).

Figura 1. Gravidade específica (GE) de ovos de poedeiras para temperatura durante o período de 28

dias.

Cotta (2002) revela em estudos que com o tempo de estocagem e a contínua

dissociação do ácido carbônico que acontece no albúmen, ocorre consequente

diminuição no conteúdo do ovo, provocando característico crescimento da câmara de

ar. Santos et al. (2009) demonstram que este aumento progressivo da câmara de ar é

responsável pela diminuição da gravidade específica do ovo.

4.1.2. Percentagem de casca

Não foram observados efeitos significativos (p>0,05) de percentagem de casca

nos diferentes sistemas, temperatura e tempo de armazenamento como mostra na

tabela 3.

35

Tabela 3. Percentagem de casca (%) para o efeito de sistemas de criação, temperatura e tempo de

armazenamento.

Sistemas de criação

% Casca Cage-free Convencional Free-range

9,98 a 10,00 a 10,17 a

Temperaturas (°C)

Ambiente Geladeira

10,10 a 10,00 a

Tempo de armazenagem (dias)

0 7 14 21 28

9,95 9,98 10,03 10,13 10,21

Média geral GE 10,05

CV (%) 7,56

*Médias seguidas de letras pequenas iguais na mesma linha não diferem estatisticamente (Tukey, 5%).

Os ovos não apresentaram diferenças nas percentagens de casca dos sistemas

mantidos nas diferentes temperaturas durante os 28 dias de armazenamento. Estes

resultados diferem dos achados de Sauveur (1993), quando reportou que o peso do ovo

diminui como resposta a uma temperatura superior afetando todos os componentes do

ovo inclusive a casca.

4.2. Qualidade interna dos ovos

4.2.1. Peso dos ovos e percentagem de perda de peso durante armazenamento

Os ovos produzidos pelo sistema cage-free apresentaram os maiores valores de

peso (p<0,05) quando comparado aos demais tratamentos (Tabela 4).

Tabela 4. Valores médios de peso dos ovos para o efeito de sistemas de criação.

Sistemas de criação

Peso do ovo (g) Cage-free Convencional Free-range Média Geral CV(%)

66,37 a 61,24 b 59,62 c 62,41 7,33

*Médias seguidas de letras iguais na mesma linha não diferem estatisticamente (Tukey, 0,5%)

Vale ressaltar, no entanto, que todos os ovos apresentaram pesos de acordo com

a legislação que classifica os ovos em jumbo com peso mínimo de 66g/unidade, extra de

60 a 65g, grande de 55 a 59g, médio com 50 a 54g, pequeno de 45 a 49g e, industrial

com menos de 45g (BRASIL, 2003).

36

Houve interação significativa (p<0,05) para os percentuais de perda de peso,

entre os sistemas de criação e tempo de armazenamento, temperatura e tempo de

armazenamento, e temperatura e sistemas de criação (Tabela 5).

Tabela 5. Perda de peso (%) dos ovos durante o tempo de armazenamento, temperatura e sistemas de

criação.

Tempo de armazenamento (dias)

Sistemas 0 7 14 21 28

Cage-free 0,00 a 1,39 a 2,91 a 3,79 b 4,46 a

Convencional 0,00 a 1,36 a 2,93 a 3,48 a 4,19 a

Free-range 0,00 a 1,12 a 2,62 a 3,36 a 4,41 a

Tempo de armazenamento (dias)

Temperatura (°C) 0 7 14 21 28

Ambiente 0,00 a 1,85 b 3,60 b 4,78 b 5,66 b

Geladeira 0,00 a 0,72 a 2,04 a 2,50 a 3,05 a

Sistemas de criação

Temperatura (°C) Cage-free Convencional Free-range

Ambiente 3,44 b 3,12 a 2,97 a

Geladeira 1,69 a 1,66 a 1,63 a

Média Geral 2,64

CV (%) 2,42

*Médias seguidas de letras iguais na mesma coluna não diferem estatisticamente (Tukey, 5%).

Para todos os sistemas de criação houve perda gradativa de peso ao longo dos 28

dias de armazenamento, sendo que os ovos que foram submetidos à refrigeração

apresentaram menores perdas de peso comparativamente aos ovos armazenados em

temperatura ambiente.

O comportamento das equações de regressão da perda de peso dos ovos durante

o tempo de armazenamento pode ser observada na Figura 2.

37

Figura 2 - Perda de peso (%) de ovos de poedeiras criadas em 3 sistemas de criação armazenados

durante o período de 28 dias.

Todos os sistemas de criação apresentaram perdas sucessivas de peso dos ovos

ao longo do tempo de armazenamento e, embora não tenham sido observadas diferenças

significativas (p>0,05) entre os sistemas aos 28 dias o sistema cage-free apresentava

maiores perdas que os demais sistemas. A Figura 3 mostra a percentagem de perda de

peso comparando as temperaturas que os ovos foram submetidos durante o

armazenamento.

Figura 3 - Perda de peso (%) de ovos de poedeiras para temperatura durante o período de 28 dias.

A perda de peso dos ovos durante o período de armazenamento ocorre porque o

ovo perde água para o meio ambiente, através de suas membranas e também da casca

(CHERIAN et al., 1990). Segundo Palmer (1972), a perda de peso do ovo está

relacionada com a temperatura, circulação de ar e também com a umidade relativa do

local em que o ovo é submetido durante o armazenamento.

Em temperaturas mais elevadas e umidade relativa do ar menor, essa perda tende

a aumentar mais do que em ovos que são mantidos em temperaturas menores, ou

submetidos à refrigeração (JONES et al., 2002).

A temperatura ideal para o armazenamento de ovos encontra-se entre 10 a 15°C,

e indicando uma melhor condição de conservação para a qualidade e conseguindo assim

uma diminuição da perda de qualidade do ovo (LANA, 2000).

38

4.2.2. Percentagem de gema e de albúmen

Houve efeitos significativos (p<0,05) dos sistemas de criação, tempo de

armazenamento (p<0,05) e interação (p<0,05) entre temperatura e sistemas de criação

para as variáveis percentagens de gema e de albúmen (Tabela 6).

Tabela 6. Percentagens de gema e de albúmen de ovos para sistemas de criação, temperatura e tempo de

armazenamento.

Sistemas de criação

Variável Cage-free Convencional Free-range Média Geral CV (%)

% Gema 26,32 a 27,65 b 26,63 a 26,87 10,32

% Albúmen 63,70 a 62,35 b 63,20 a 63,08 4,58

Tempo de armazenamento (dias)

Variável 0 7 14 21 28

%Gema 24,99 a 26,91 b 26,81 b 27,56 c 28,07 d

% Albúmen 65,05 a 63,17 b 63,16 b 62,31 c 61,72 d

Temperatura (°C)

Sistemas de criação

Cage-free Convencional Free-range

Ambiente % Gema 25,62 a 27,51 b 26,89 b

% Albúmen 64,36 a 62,38 b 62,87 b

Geladeira % Gema 27,03 ab 27,78 b 26,37 a

% Albúmen 63,03 ab 62,33 b 63,53 a

*Médias seguidas de letras iguais na mesma linha não diferem estatisticamente (Tukey, 5%).

De acordo com os resultados obtidos para sistemas de criação as percentagens de

gema e de albúmen foram melhores para os sistemas cage-free e free-range

comparativamente ao sistema convencional, isso provavelmente pode ser explicado

devido a interferência da nutrição sobre a síntese de nutrientes do ovo, pois embora as

rações sejam aproximadamente isonutritivas os ingredientes utilizados eram diferentes

podendo, portanto ter influenciado na qualidade dessas variáveis. Hiramoto et al. (1990)

verificaram que a deficiência de lisina e metionina afetam o processo de síntese de

proteína, e também o processo de percentagem de gema e albúmen.

Na figura 4 são mostradas as equações de regressão e o comportamento dos

valores de percentagem de gema e da percentagem de albúmen ao longo do período de

armazenamento.

39

Figura 4 - Percentagens de gema e albúmen de ovos de poedeiras durante o período de 28 dias.

Conforme aumenta o tempo de armazenamento, aumentam os valores da

percentagem da gema, sendo que o contrário ocorre com a percentagem de albúmen

onde os valores diminuem com o passar do tempo. Á medida em que o ovo envelhece, o

albúmen vai perdendo sua consistência, a gema desloca-se para um lado e finalmente

rompe-se a membrana vitelina, ocorrendo redução na água no albúmen em períodos

prolongados de estocagem (CRUZ e MOTA, 1996). As principais alterações físico-

químicas que afetam o albúmen dos ovos logo após a postura são: perda de CO2 e de

água através da evaporação do albúmen fluido externo; modificações bioquímicas das

proteínas e perda de água para a gema, através do albúmen fluido interno (AUSTIC e

NESHEIM, 1990). A perda de qualidade é um processo dependente do período e da

temperatura de armazenamento, mostrando que ovos que são mantidos em temperatura

de refrigeração apresentam menores perdas de qualidade do que os ovos mantidos em

temperatura ambiente (SELEIM e EL-PRINCE, 2000).

4.3. Unidades Haugh

Foram observados efeitos significativos (p<0,05) da interação entre sistemas de

criação, temperatura e tempo de armazenamento sobre os valores de unidades Haugh

dos ovos coletados (Tabela 7).

40

Tabela 7. Unidade Haugh (UH) de ovos para sistemas de criação, tempo e temperatura de

armazenamento.

Tempo de armazenamento (dias)

Sistema de criação 0 7 14 21 28

Temperatura ambiente (°C)

Cage-free 90,48 a 40,81 a 31,46 a 24,22 b 21,81 b

Convencional 87,59 ab 45,94 a 34,76 a 29,82 ab 31,59 a

Free-range 81,77 b 45,5 a 34,31 a 32,08 a 29,40 a

Temperatura geladeira (°C)

Cage-free 89,27 a 70,02 a 44,17 a 44,89 a 43,36 b

Convencional 87,59 ab 61,10 b 45,02 a 51,12 a 51,64 a

Free-range 81,77 b 59,08 b 45,33 a 49,52 a 50,76 b

Média Geral 50,87

CV (%) 15,02

*Médias seguidas de letras iguais na mesma coluna não diferem estatisticamente (Tukey, 5%).

Melhores resultados de unidades Haugh foram observados em ovos frescos, no

sistema cage-free e, conforme aumentou o tempo de armazenamento os valores de UH

diminuíram, sendo mais acentuado a queda em ovos armazenados em temperatura

ambiente.

O aumento no tempo de armazenamento diminuiu os valores de UH para todos

os sistemas. Estes valores são resultantes da correlação que ocorre entre a altura do

albúmen e o peso dos ovos da unidade Haugh. Durante o período de armazenamento

ocorre a desnaturação e insolubilização da conalbumina fazendo com que esta proteína

fique mais larga e fibrosa, e dessa maneira provocando um forte aumento da viscosidade

do albúmen (CHEFTEL, 1989).

Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos para ovos com boa

qualidade a unidade Haugh deve ser superior a 72, intermediária para valores entre 60 e

72 e de baixa qualidade para valores abaixo de 60 (USDA, 2006), de acordo com os

nossos resultados para a temperatura ambiente somente no dia 0 os ovos apresentaram

boa qualidade e para a temperatura refrigerada os ovos conseguiram manter uma boa

qualidade até 7 dias, sendo que ovos do sistema cage-free apresentaram resultados

superiores aos demais sistemas.

Esse processo de perda de qualidade é completamente dependente do período e

da temperatura de armazenamento e apresenta maior velocidade durante os primeiros

dias após a postura, diversos estudos relatam que ovos mantidos em menores

41

temperaturas apresentam valores mais elevados do que os ovos que são mantidos em

temperatura ambiente (XAVIER et. al, 2008).

4.4. Índice gema

Foram observados efeitos significativos (p<0,05) da interação entre os sistemas

de criação, temperatura e tempo de armazenamento pra índice gema (Tabela 8).

Tabela 8. Índice gema de ovos para sistemas de criação, temperatura e tempo de armazenamento.

Tempo de armazenamento (dias)

Sistema de criação 0 7 14 21 28

Temperatura ambiente (°C)

Cage-free 0,45 a 0,33 a 0,24 a 0,20 a 0,16 a

Convencional 0,46 a 0,31 b 0,23 a 0,19 a 0,16 a

Free-range 0,44 a 0,32 ab 0,23 a 0,20 a 0,16 a

Temperatura geladeira (°C)

Cage-free 0,45 a 0,46 a 0,36 b 0,36 b 0,36 a

Convencional 0,46 a 0,40 b 0,37 ab 0,35 b 0,36 a

Free-range 0,44 a 0,40 b 0,39 a 0,40 a 0,36 a

Média Geral 0,33

CV (%) 8,05

*Médias seguidas de letras iguais na mesma coluna não diferem estatisticamente (Tukey, 0,5%).

De acordo com os dados obtidos observa-se diminuição nos valores médios dos

índices gemas conforme aumentou o tempo de armazenamento, sendo mais evidenciada

a diminuição nos ovos que foram submetidos à temperatura ambiente. O sistema de

criação cage-free foi o sistema que obteve melhores resultados, seguido do sistema free-

range.

A diminuição do índice gema pode ser explicada pelo fato que ao passar do

tempo, a água do albúmen migra para gema, fazendo que ocorra um alongamento e um

achatamento, resultando em um estiramento e fragilidade da membrana vitelina (JONES

et al., 2002). Os fatores que influenciam a resistência da membrana vitelínica são os

mesmos que influenciam a qualidade do albúmen, dessa maneira, durante o

armazenamento a qualidade dos ovos é afetada pela temperatura que os ovos são

submetidos, umidade e o tempo de estocagem (FROMM e LIPSTEIN, 1964 apud

KIRUNDA, 2000).

42

4.5 pH da gema e do albúmen

De acordo com os resultados obtidos houve interação significativas (p<0,05)

entre sistema e tempo de armazenamento, no pH das gemas (Tabela 9).

Tabela 9. pH da gema de ovos para sistemas de criação e tempo de armazenamento.

Tempo de armazenamento (dias)

Sistema de criação 0 7 14 21 28

Cage-free 5,95 a 6,22 b 6,31 a 6,47 b 6,46 b

Convencional 6,07 a 6,03 a 614 a 6,08 a 6,07 a

Free-range 6,11 a 6,15 b 6,18 a 6,29 b 6,35 b

Média Geral 6,19

CV (%) 5,03

*Médias seguidas de letras iguais na mesma coluna não diferem estatisticamente (Tukey, 0,5%)

Conforme dados apresentados na tabela 8 observa-se que com o aumento do

tempo de armazenamento dos ovos, aumentaram também os valores de pH, com piora

da qualidade interna dos ovos.

A Figura 5 demonstra o comportamento das equações de regressão dos sistemas

em relação ao tempo de armazenamento, mostrando que o sistema convencional

apresentou os melhores resultados de pH dos ovos em relação ao sistemas cage-free e

free-range.

Figura 5 - pH da gema de ovos de poedeiras para sistemas de criação durante o período de 28 dias.

43

O aumento do pH da gema ocorre devido a migração de íons alcalinos como o

sódio, potássio e o magnésio do albúmen para a gema durante o período de

armazenamento, que são trocados pelos íons de hidrogênio, provocando um acréscimo

no pH da gema (SHANG et al., 2004). Saloman (1991) mostra através de estudos que a

qualidade da gema é pouco alterada até o sétimo dia, independentemente do ambiente

de armazenamento, sendo mais expressiva a partir de 14 dias.

Para a variável analisada do pH do albúmen, foram observadas interação

significativas (p<0,05) entre a temperatura e o tempo de armazenamento (Tabela 10).

Tabela 10. pH do albúmen de ovos para sistemas e temperatura de armazenamento dos ovos.

Tempo de armazenamento (dias)

Temperatura (°C) 0 7 14 21 28

Ambiente 8,23 a 9,06 b 9,18 b 9,28 b 9,32 b

Geladeira 8,23 a 8,72 a 8,74 a 8,82 a 8,73 a

Média Geral 8,83

CV (%) 4,49

*Médias seguidas de letras iguais na mesma coluna não diferem estatisticamente (Tukey, 0,5%)

Houve aumento do pH do albúmen conforme aumentou o tempo de

armazenamento, sendo esse aumento mais expressivo nos ovos que estavam em

temperatura ambiente do que os de temperatura de geladeira (Figura 6).

Figura 6 - pH do albúmen de ovos de poedeiras para temperaturas durante o período de 28 dias.

44

O aumento do pH do albúmen é resultante da perda de CO2 para o ambiente, de

modo a alterar o sabor dos ovos e piorar a unidade Haugh, já que o pH alcalino afeta a

membrana vitelínica (KEENER, 2000), esta perda é maior nas primeiras 12 horas após a

postura e é acelerada pela temperatura de armazenamento (SCHIMIDT et al., 2002), por

isso ovos que são mantidos em temperaturas ambiente apresentam valores mais

alcalinos do que os que são mantidos sob refrigeração. O ácido carbônico presente no

albúmen dissocia-se formando água e gás carbônico que são liberados para o meio

externo provocando dessa maneira um aumento do pH do albúmen, e transformando o

albúmen denso em líquido, interferindo na qualidade da ovo (ORDÓNEZ, 2005). O

aumento é bem mais evidente nos primeiros 7 dias (LAPÃO et al., 1999), onde houve

um aumento de 8,23 para 9,06 para a temperatura ambiente e 8,72 para geladeira.

4.6 Oxidação lipídica (TBARS)

No que se refere à oxidação lipídica da gema, a ANAVA apresentou interação

significativa (p<0,005) entre sistemas de criação, temperatura e tempo de

armazenamento (Tabela 11).

Tabela 11: Valores de TBARS (mg TMP/kg), para o efeito da interação entre sistemas de criação, temperatura e tempo de armazenamento dos ovos.

*Médias seguidas de letras iguais na mesma coluna não diferem estatisticamente (Tukey, 0,5%).

Observando os resultados das análises de TBARS em todos os sistemas

aumentaram com o tempo de armazenamento, ou seja, a oxidação lipídica da gema

Tempo de armazenamento (dias)

Sistema de criação 0 7 14 21 28

Temperatura ambiente (°C)

Cage-free 0,021 b 0,021 b 0,024 a 0,021 a 0,030 a

Convencional 0,015 a 0,023 b 0,027 b 0,033 c 0,032 a

Free-range 0,013 a 0,018 a 0,024 a 0,025 b 0,031 a

Temperatura geladeira (°C)

Cage-free 0,022 c 0,024 b 0,027 a 0,034 a 0,045 a

Convencional 0,016 b 0,024 b 0,035 c 0,040 b 0,047 a

Free-range 0,013 a 0,020 a 0,029 b 0,046 c 0,047 a

Média Geral 0,0028

CV (%) 7,72

45

tornou-se mais expressiva com o passar do tempo, sendo maiores quando os ovos foram

armazenados em temperatura de geladeira.

A análise de TBARS é importante para verificar o índice de qualidade do ovo,

onde indica a oxidação lipídica. Ovos com excelente qualidade apresentam valores

inferiores à 0,03 mg de malonadeído/kg de amostra sendo que o limite para consumo é

de 0,07 a 0,08 mg de malonaldeído/kg de alimento (CADUN; CAKLI; KISLA, 2005).

Dessa maneira os resultados encontrados estão dentro dos limites aceitáveis para o

consumo de alimentos, mantendo maior qualidade do alimento até aos 14 dias.

Para temperatura resultados semelhantes foram encontrados em relação as de

Franchini et al. (2002), que observaram aumento nos valores de TBARS no

armazenamento com menores temperaturas durante o período de estocagem. Esses

resultados provavelmente são decorrentes da diluição da oxidação lipídica nos ovos que

foram armazenados em temperatura ambiente mascarando dessa maneira o resultado,

demonstrando menores valores do que os ovos que foram armazenados na temperatura

de geladeira.

4.7 Composição Centesimal dos Ovos

Para a composição centesimal dos ovos houve efeito significativo (p<0,05) nos

valores de proteína bruta e extrato etéreo (Tabela 12).

Tabela 12. Valores médios da composição centesimal dos ovos para os sistemas de criação.

Sistema de criação Matéria seca Umidade Proteína Bruta Extrato

Etéreo Cinzas

Cage-free 98,18 a 1,82 a 35,98 a 51,91 a 3,59 a

Convencional 98,66 a 1,34 a 35,56 a 51,10 ab 3,64 a

Free-range 98,30 a 1,70 a 33,89 b 50,68 b 3,57 a

*Médias seguidas de letras iguais na mesma coluna não diferem estatisticamente (Tukey, 0,5%).

Ovos dos sistemas cage-free e convencional apresentaram os melhores

resultados para as variáveis proteína bruta e extrato etéreo, comparativamente ao

sistema free-range. Nossos resultados foram semelhantes aos encontrados por

STADELMAN (1998), que demonstraram os valores de gema de ovos liofilizados com

quantidade de matéria seca em torno de 95%, 30% de proteína, 55% de extrato etéreo e

4% de cinzas.

46

Ahn et al. (1997) analisaram o efeito do tamanho dos ovos de poedeiras sobre o

conteúdo de sólidos totais do ovo, do albúmen e da gema, e chegaram a conclusão de

que os teores de extrato etéreo e de proteína tem relação direta com o tamanho dos ovo,

dessa maneira como o free-range apresentou peso dos ovos menores, a relação de

proteína e extrato etéreo dos ovos também foram menores.

47

5 CONCLUSÃO

Nas condições em que o trabalho foi realizado, pode-se concluir que ovos

provenientes do sistema cage-free, armazenados sob refrigeração, apresentam os

melhores valores de qualidade físico-química.

48

49

REFERÊNCIAS

ABEYESINGHE, S.M.; WATHES, C.M.; NICOL, C.J. The aversion of broiler

chickens to concurrent vibration and thermal stressors. Applied Animal Behaviour

Science, v.73, n.3, p.199-215, 2001.

AHN, B. Y.; KIM, J. W.; LEE, Y. B. I. Studies on the quality of locally produced eggs

during marketing and distribution. II: effects of washing treatment and storage

temperature on egg quality. Korean Journal of Animal Science, v.23, n.2, p.92-96,

1981.

AHN, D.U.; KIM, S.M.; SHU, H. Effect of egg size and strain and age of hens on the

solids content of chicken eggs. Poultry Science, v.76, p.914-919, 1997.

ALCÂNTARA, J.B. Qualidade físico-química de ovos comerciais: avaliação e

manutenção da qualidade. Goiânia. 2012. 31f. Seminários aplicados 23 (Doutorado

em Ciência Animal) Universidade Federal de Goiás – Escola de Veterinária e Zootecnia

de Goiânia, 2012.

ALLEONI, A.C.C.; ANTUNES, A. J. Unidade Haugh como medida da qualidade de

ovos de galinha armazenados sob refrigeração. Scientia Agricola, v.58, n.4, p.681-685,

2001.

ALVES, S.P.; SILVA, I.J.O.; PIEDADE, S.M.S. Avaliação do bem-estar de aves

poedeiras comerciais: efeitos do sistema de criação e do ambiente bioclimático sobre o

desempenho das aves e a qualidade de ovos. Revista Brasileira de Zootecnia, v.36,

n.5, p.1388-1394, 2007.

ANDRIGUETTO, J.M.; PERLY, L.; MINARD, I.; FLEMMING, J.S.; GEMAEL, A.;

SOUZA, G.A.; BONA FILHO, A. Nutrição animal: as bases e os fundamentos de

nutrição animal, os alimentos. 6.ed. São Paulo: Nobel, 1998. 395p.

APPLEBY, M.C. The European Union ban on conventional cages for laying hens:

history and prospects. Journal of Applied Animal Welfare Science, v.6, n.2, p.103-

121, 2003.

AOAC - ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official

methods of analysis. 16.ed. Arlington, 1094. 1995p.

AUSTIC, R. C.; NESHEIM, M. C. Poultry production. 13.ed. Philadelphia: Lea e

Febiger. 1990, 399 p.

BARBOSA FILHO, J.A.D. Avaliação do bem-estar de aves poedeiras em diferentes

sistemas de produção e condições ambientais, utilizando análise de imagens. 2004.

123f Dissertação (mestrado em Agronomia), Universidade de São Paulo, Piracicaba –

SP.

50

BARBOSA FILHO, J.A.D.; ALVES, S.P.; SILVA, M.A.N.; SILVA, I.J.O.;

BRIQUESI, L. Avaliação do bem-estar de aves poedeiras criadas em cama e em gaiola

em função da produção de ovos. Revista Brasileira de Ciência Avícola, Campinas,

n.6, p.140, 2004. Suplemento.

BARRO, D.R. Manejo do ovo incubável do ninho ao incubatório. incubação: curso

de atualização. Campinas: FACTA, 1991, p.83-90.

BENITES, C. I.; FURTADO, P. B. S.; SEIBEL, N. F. Características e aspectos

nutricionais do ovo. In: ________. SOUZ-SOARES, L. A.; SIEWERDT, F. Aves e

ovos. PELOTAS: UFPEL, 2005. p.57-64.

BESSEI, W. Behaviour of laying hens in small group systems in the view of animal

welfare. Archiv fur Geflugelkd, v.74, p.6-12, 2010.

BLOKHUIS, H.J.; VAN NIEKERK, T.F.; BESSEI, W.; ELSON, A.; GUEMENE, D.;

KJAER, J.B.; LEVRINO, G.A.M.; NICOL, C.J.; TAUSON, R.; WEEKS, C.A; DE

WEERD, H.A.V. The LayWel project: welfare implications of changes in production

systems for laying hens. World Poultry Science, v.63, p.101-114, 2007.

BOLIS, D.A. Biosseguridade na criação alternativa de frangos. In: CONFERÊNCIA

DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA AVÍCOLA APINCO, 2001. Campinas. Anais...

Campinas: APINCO, 2001. p.223-234.

BRAKE, J.; WALSH, T.J.; BENTON Jr, C.E.; PETITTE, J.N./ MEIJERBOF, R.;

PENALVA, G. Egg handling and storage. Poultry Science. v.76, p.144-151. 1997.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Portaria n. 1 de

21/02/1990. Publicada em 06/03/1990. Oficializa as Normas gerais de inspeção de

ovos e derivados. Brasília. DF: MAPA, 1990. Disponível em:

<http://extranet.agricultura.gov.br/sislegis-consulta>. Acesso em: 05 jan. 2015.

BRASIL. Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. Secretaria de defesa

agropecuária e departamento de inspeção de produto de origem animal. Resolução nº

01, de 9 de janeiro de 2003. Aprova a uniformização da nomenclatura de produtos

cárneos não formulados em uso para aves e coelhos, suídeos, caprinos, ovinos,

bubalinos, eqüídeos, ovos e outras espécies de animais. Diário Oficial [da] República

Federativa do Brasil.Brasília, 2003. Disponível em:

<http://sistemasweb.agricultura.gov.br/sislegis>. Acesso em: 10 out. 2014.

BRASIL. Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. Regulamento de

Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal. Decreto n°30.691, de 29

de março de 1952, e alterações. Diário Oficial da União Brasília, 1997. Disponível

em: <www.agricultura.gov.br>. Acesso em: 05 mar. 2014.

BRESSAN, M.C.; ROSA, F.C. Processamento e industrialização de ovos de codorna.

In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE COTURNICULTURA NOVOS CONCEITOS

APLICADOS À PRODUÇÃO DE CODORNAS, 1., 2002, Lavras, MG. Anais...

Lavras: UFLA, 2002. p.85-95.

51

BROOM, D.M. Animal Welfare: Concepts and Measurements. Journal of Animal

Science, v.69, p.4167-4175, 1991.

BRUGALLI, I.; RUTZ, F.; ZONTA, E.P.; ROLL, V.F.B. Efeito dos níveis de óleo de

proteína da dieta sobre a qualidade interna de ovos, em diferentes condições e tempo de

armazenamento. Revista Brasileira de Agrociência, v.4, n.3, p.187-190, 1998.

CADUN, A.; CAKLI, S.; KISLA, D. A study of marination of deepwater pink shrimp

(Parapenaeus longirostris, Lucas, 1846) and its shelf life. Food Chemistry, London,

v.85, n.11, p.1897-1902, 2005.

CARD, L. E.; NESHEIM, M. C. Produción avícola. Zaragoza: Editoral Acribia, 1978.

CARVALHO, F. B. Influência da idade, da linhagem, do sistema e do tempo de

conservação na qualidade interna e da casca de ovos comerciais. 2003. 40f.

Monografia (Especialização em Zootecnia). Escola de Veterinária, Universidade

Federal de Goiás, Goiânia, 2003.

CARVALHO, F.B.; STRINGHINI, J.H.; JARDIM FILHO, R.M.; LEANDRO, N.S.M.;

CAFÉ, M.B.; DEUS, H.A.S.B. Qualidade interna e da casca para ovos de poedeiras

comerciais de diferentes linhagens e idades. Ciência Animal Brasileira. v.8, p.25-29.

2007.

CEC - COMMISSION OF THE EUROPEAN COMMUNITIES. Council Diretive

1999/74/EC of 19 July/1999 laying down minimum standards for the protection of

laying hens. Office for Official Publications of the Euro pean Communities, 1999. 8 p.

CHEFTEL, J.C.; CUQ, J.L.; LORIENT, D. Proteínas alimentarias. Zaragoza: Acríbia,

1989. cap.6, p.167-177.

CHERIAN, G.; LANGEVIN, C.; AJUYAL, A.; LIEN, K.; SIM, J.S. Research note:

Effect of storage conditions and hard cooking on peelability and nutrient density of

white and brown shelled eggs. Poultry Science, v.69, p.1614-1616, 1990.

CHEVILLON, P. Stress et/ou efforts pré-abattage et qualité technologique de la

viande deporc. Colloque ISPAIA, 2000.

COTTA, J. T. B. Galinha: produção de ovos. Viçosa: Aprenda Fácil, 2002. 260 p

CRUZ, F.G.G.; MOTA, M.O.S. Efeito da temperatura e do período de armazenamento

sobre a qualidade interna dos ovos comerciais em clima tropical úmido. In: APINCO

DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA AVÍCOLAS, 1996, Campinas. . Anais... Campinas:

FACTA, 1996. p.96.

DAWKINS, M.S.; HARDIE, S. Space needs of laying hens. British Poultry Science,

v.30, p.413-416, 1989.

DE REU, K.; GRIJSPEERDT, K.; HEYNDRICKX, M.; UYTTENDALE, M.;

DEBVERE, J.; HERMAN, L. Bacterial shell contamination in the egg collection chains

52

off differente housing systems for laying hens. British Poultry Science, v.47, p.163-

172, 2006.

EL BOUSHY, A.R.E.; RATERINK, R. Componentes do ovo. Avicultura industrial,

v.3, p.37-42, 2001.

FAWC - FARM ANIMAL WELFARE COUNCIL. Five Freedoms. Disponível

em:<http://www.fawc.org.uk/freedoms.htm>. Acesso em: 06 jan.2012.

FERREIRA, D.F. Sisvar: a computer statistical analysis system. Ciência e

Agrotecnologia, Larvas, v. 35, n.6, p. 1039-1042, 2011.

FRANCHINI, A.; SIRRI, F.; TALLARICO, N.; MINELLI, G.; IAFFALDANO, N.;

MELUZZI, A. Oxidative stability and sensory and functional properties of eggs from

laying hens fed supranutritional doses of vitamins E and C. Poultry Science,

Champaign, v.81, n.1, p.1744-1750, 2002.

FROMM, D.; LIPSTEIN, R. Strength, distribution, weight, and some histological

aspects of the vitelline membrane of the hens egg yolk. Poultry Science, Champaign,

v.43, p.1240−1244, 1964.

HALL, A.H. The effect of stocking density on the welfare and behaviour of broiler

chickens reared commercially. Animal Welfare, v.10, n.1, p.23-40, 2001.

HARTMAN, R.S.; LANDS, R. Keeping chickens in cages. California; 1938.

HAUGH, R.R. The Haugh unit for measuring egg quality. United States Egg Poultry

Magazine, v.43, p.552-555, 1937.

HESTER, P.Y. Impact of science and management on the welfare of egg laying strains

of hens. Poultry Science, v.84, p.687-696, 2005.

HIRAMOTO, K.; MURAMATSU, T.; OKUMURA, J. Effect of methionine and lysine

deficiencies on protein synthesis in the liver and oviduct and in the whole body of

laying hens. Poultry Science, v.69, p.84-89, 1990.

HUNTON, P. Egg production, processing and marketing. In: HUNTON, P. (ed.).

Poultry production. Amsterdam: Elsevier, 1995. p.457-481.

IACA – ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DAS INDÚSTRIAS DE ALIMENTOS

COMPOSTOS PARA ANIMAIS. Seção Opinião – Per Olsen – 2013. Disponível em:

<http://tektix2.com/index.php/destaque/artigos-de-opiniao/283- bem-estar-animal-a-

perspetiva-dos-produtores-europeus> Acesso em: 26 set. 2014

JONES, D.R.; THARRINGTON, J.B., CURTIS, P.A.; ANDREDSON, K.E.; KEENER,

K.M.; JONES, F.T. Effects of cryogenic cooling of shell eggs on egg quality. Poultry

Science, v.81, p.727-733, 2002.

53

JONES, R.B.; MILLS, A.D. Divergent selection for social reinstatement behavior in

Japanese quail: effects on sociality and social discrimination. Poultry Avian Biology

Review, v.10, n.4, p.213-223, 1999.

KEENER, K.M.; LACROSSE, J.D.; CURTIS, P.A.; ANDERSON, K.E.; FARKAS,

B.E. The influence of rapid air cooling and carbono dioxide cooling and subsequente

storage in air and carbono dioxide on shell egg quality. Poultry Science, Champaign,

v.79, n.2, p.1067-1071, 2000.

KIRUNDA, D.F.K.; MCKEE, S.R. Relating quality characteristics of aged eggs and

fresh eggs to vitelline membrane strength as determined by a texture analyzer. Poultry

Science, v.79, p.1189-1193, 2000.

LANA, G.R.Q. Processamento e conservação de ovos. In: _____. Avicultura.

Campinas: Livraria e Editora Rural Ltda, 2000. p.172-182.

LAPÃO, C.; GAMA, L.T.; SOARES, M.C. Effects of broiler breeder age and length of

egg storage on albumen characteristics and hatchability. Poultry Science, Champaign,

v.78, n.5, p.640-645, 1999.

LEANDRO, N.S.M.; DEUS, H.A.B.; STRINGHINI, J.H.; CAFÉ, M.B.; ANDRADE,

M.A.; CARVALHO, F.B. Aspectos de qualidade interna e externa de ovos

comercializados em diferentes estabelecimentos na região de Goiânia. Ciência Animal

Brasileira, v.6, p.71-78, 2005.

MARIN, R.H.; FREYTES, P.; GUZMAN, D.; JONES, R.B. Effects of an acute stressor

on fear and on the social reinstatement responses of domestic chicks to agemates and

strangers. Applied Animal Behaviour Science, v.71, n.1, p.57-66, 2001.

MAZZUCO, H. Bem-estar na avicultura de postura comercial: sob a ótica científica.

Avicultura Industrial, v.1, p.18-25, 2006.

MAZZUCO, H. Ações sustentáveis na produção de ovos. Revista Brasileira de

Zootecnia, n.37, p.230-238, 2008.

MENDES, F.R. Qualidade física, química e microbiológica de ovos lavados

armazenados sob duas temperatuas e experimentalmente contaminados com

Pseudomonas aeruginosa. 2010. 72f. Dissertação (Mestrado em Ciência Animal) –

Escola de Veterinária, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2010.

MESIAS, F.J.; MARTINEZ-CARRASCO, F.; MARTINEZ, J.M.; GASPAR, P.

Functional and organic eggs as an alternative to conventional production: a conjoint

analysis of consumers' preferences. Journal Science Food Agricola, v.91, p.532-538,

2011.

MIAO, Z.H.; GLATZ, P.C.; RU, Y.J. Free-range poultry production - A review. Asian-

Aust. Journal Animal Science, v.18, p.113-132, 2005.

MORENG, R.E.; AVENS, J.S. Ciência e produção de aves. São Paulo: Roca, 1990. p.

227-249.

54

MOURA, D.J.; NÄÄS, I. A.; PEREIRA, D.F.; SILVA, R.B.T.R.; CAMARGO, G.A.

Animal welfare concepts and strategy for poultry production: a review. Revista

Brasileira de Ciência Avícola, Campinas, v.8, n.1, p.137-48, 2006.

NÄÄS, I. A. Bem-estar na avicultura: fatos e mitos. Revista AveWorld, Campinas,

v.10, p.4-8, 2005.

NÄAS, I.A. Princípios de Bem estar animal e sua aplicação na cadeia avícola.

Biológico, v.70, n.2, p.105-106, 2008. Disponível em:<

http://www.biologico.sp.gov.br/docs/bio/v70_2/105-106.pdf>. Acesso em 05 jan. 2014.

OLIVEIRA, D.D.; SILVA, E. N. Salmonela em ovos comerciais: ocorrência, condições

de armazenamento e desinfecção da casca. Arquivo Brasileiro de Medicina

Veterinária e Zootecnia, Belo Horizonte, v.52, n.6, 2000.

OLIVEIRA, G.E. Influência da temperatura de armazenamento nas características

físico-químicas e nos teores de aminas bioativas em ovos. 2006. 78f. Dissertação

(Mestrado em Farmácia) - Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Minas

Gerais, Minas Gerais, 2006.

OLIVEIRA, G.E.; FIGUEIREDO, T.C.; SOUZA. M.R. et al. Bioactive amines and

quality of egg from dekalb hen under different storage conditions. Poultry Science,

v.88, p.2428-2434. 2009.

ORDOÑEZ, J.A. Tecnologia de alimentos: alimentos de origem animal. Porto Alegre,

Artmed, 2005. v.2, 279p.

PAIXÃO, R.L. É possível garantir bem-estar aos animais de produção?. Revista

Conselho Federal de Medicina Veterinária, n.36, p.66-73, 2005.

PALMER, H.H.; PAUL, C.O. Food Theory and Applications. Estados Unidos da

América: John Wiley & Sons, Inc., 1972. 797p. cap.9, p.527-561.

PARROTT, P.A.W. Hen welfare: the consumers' perspective. In: PERRY, C. Welfare

of the Laying Hen. Wallingford, United Kingdom. CAB International, 2004. p. 11-22.

PASCOAL, L.A.F.; BENTO JR, F. A.; SANTOS, W.S.; SILVA, R.S.; DOURADO,

L.R.B.; BEZERRA, A.P.A. Qualidade de ovos comercializados em diferentes

estabelecimentos na cidade de Imperatriz-MA. Revista Brasileira de Saúde Produção

Animal, v.9, n.1, p.150-157, 2008.

PIKUL, J.; LESZCZYNSKI, D.E.; KUMMEROW, F.A. Evaluation of tree modified

TBA methods for measuring lipid oxidation in chicken meat. Journal of Agriculture

and Food Chemistry, v.37, p.1309-1313, 1989.

PINTO, A.T. Estudo do comportamento de Salmonella Enteritidis e Escherichia

coli na casca, sua penetração no conteúdo interno e alterações na qualidade em

ovos de galinha contaminados artificialmente simulando condições usuais de

produção comercial. 2005. 148f. Tese (Doutorado em tecnologia de Alimentos).

55

Faculdade de Engenharia de Alimentos, Universidade Estadual de Campinas,

Campinas, 2005.

QUISENBERRY, J.H. Egg production in Texas encouraged through the use of laying

cages. The Southwestern Veterinarian, v.9, p.1-5, 1955.

RAMOS, B.F.S. Gema de ovo composição em aminas biogénicas e influência da

gema na fração volátil de creme de pasteleiro. 2008. 111f. Dissertação (Mestrado em

Controlo de qualidade) – Faculdade de farmácia. Universidade do Porto, Porto, 2008.

RÊGO, I.O.P.; CANÇADO, S.V; FIGUEIREDO, T.C.; MENEZES, L.D.M.;

OLIVEIRA, D.D.; LIMA, A.L.; CALDEIRA, L.G.M.; ESSER, L.R. Influência do

período de armazenamento na qualidade do ovo integral pasteurizado refrigerado.

Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v. 64, n.3, p.735-742.

2012.

ROCHA, J.S.R.; LARA, L.J.C.; BAIAO, N.C. Produção e bem-estar animal: aspectos

éticos e técnicos da produção intensiva de aves. Ciência veterinária nos trópicos, v.11,

n.1, p.49-55, 2008.

RODENBURG, T.B.; TUYTTENS, F.A.M.; SONCK, B.; DE REU, K.; HERMAN, L.;

ZOONS, J. Welfare, health, and hygiene of laying hens housed in furnished cages and

in alternative housing systems. Journal of Applied Animal Welfare Science, v.8, n.3,

p.211-226, 2005.

RODRIGUES, E.A.; CANCHERINI, L.C.; JUNQUEIRA, O.M.; LAURENTIZ, A.C.;

FILARDI, R.S.; DUARTE, K.F.; CASARTELLI, E.M. Desempenho, qualidade de

casca e perfil lipídico de gema de ovos de poedeiras marrons alimentadas com níveis

crescentes de óleo de soja no segundo ciclo de postura. Acta Scientarium Animal

Science, v.27, p.207-212. 2005.

RUSZLER, P.L.; QUISENBERRY, J.H. Economic performance traits as affected by

cage size and bird densities. Poultry Science, v.48, p.1864-1865, 1969.

RUTZ. F.; ANCIUTI, M. A.; PAN, E.A. Manejo de matrizes de corte: fisiologia e

manejo reprodutivo de aves. Pelotas: UFPel, 2005. cap 6, p.76-122.

SALOMAN, S.E. Egg and eggshell quality. London: Wolf Publishing, 1991. 149p.

SANTOS, M.S.V.; ESPÍNDOLA, G.B.; LÔBO, R.N.B.; FREITAS, E.R.; GUERRA,

J.L.L.; SANTOS, A.B.E. Efeito da temperatura e estocagem em ovos. Ciência e

Tecnologia de Alimentos, v.29, n.3, p.513-517, 2009.

SAUVEUR, B. El huevo para consumo: bases productivas. Tradução por Carlos

Buxadé Carbó. Barcelona: Aedos Editorial, 1993. 377p.

SCHIMIDT, G.S.; FIGUEIREDO, E.A.P.; AVILA, V.S. Incubação: estocagem de

ovos fertéis. Brasília, DF: Embrapa, 2002. p.1-5. (Comunicado Técnico, 303)

56

SCOTT, T.A.; KAMPEN, R.; SILVERSIDES, F.G. The effect of phosphorus, phytase

enzyme, and calcium on the performance of layers fed wheat-based diets. Canadian

Journal of Animal Science, v.80, p.181–190, 2000.

SELEIM, M.A.; El-PRINCE, E. Effect of storage and boiling on some quality

characteristics of eggs. Assiut Journal of Agricultural Sciences, v.31, n.4, p.1-15,

2000.

SHANG, X.G.; WANG, F.L.; LI, D.F., YIN, J.D.; LI, J.Y. Effect of dietary conjugated

linoleic acido on productivity of laying hens and egg quality during refrigerated storage.

Poultry Science, Champaign, v.79, n.12, p.1775-1781, 2000.

SILVA, I.J.O.; MIRANDA, K.O.S. Impactos do bem-estar na produção de ovos.

Thesis, v.6, n.11, p.89-115, 2009.

SILVERSIDES, F. G., TWIZEYIMANA, F., VILLENEUVE, P. Research note: a study

relating to the validity of the Haugh unit correction for egg weight in fresh eggs. Poultry

Science, Champaing, v. 72, p.760-764, 1993.

SILVERSIDES, F.G.; BULDGELL, K. The relationships among measures of egg

albumen height, pH and whipping volume. Poultry Science, v.8, p.1619-1623. 2001.

SINGER, P. Animal liberation. Random House, 1995.

TAKAHASHI, S.E.; MENDES, A.A.; SALDANHA, E.S.P.B.; PIZZOLANTE, C.C.;

PELÍCIA, K.; GARCIA, R.G.; PAZ, I.C.L.A.; QUINTEIRO, R.R. Efeito do sistema de

criação sobre o desempenho e rendimento de carcaça de frangos de corte tipo colonial.

Revista Brasileira de Medicina Veterinária, v.58, n.4, p.343-349, 2006.

STADELMAN, W.J. Egg and poultry meat processing. Ellis Horwood Ltd., England,

1988.

STADELMAN, W.J.; COTTERILL, O.J. Egg science and technology. New

York/London: Food Products Press, 1995. 323p.

SUNDRUM, A. Organic livestock farming – A critical review. Livestock Production

Science, v.67, n.3, p.207-215, 2001.

TAUSON, R. Management and housing systems for layers-efects on welfare and

production. World’s Poultry Science Journal, v.61, p.477-490, 2005

TEIXEIRA, R.S.C.; CARDOSO, W.M. Muda forçada na avicultura moderna. Revista

Brasileira de Reprodução Animal, v.35, n.4, p.444-455, 2011.

TUCKER, C.B.; FRASER, D.; WEARY, D.M. Tail docking dairy cattle: Effects on

cow cleanliness and udder health. Journal of Dairy Science, v.84, p-84-87, 2001.

UBA - UNIÃO BRASILEIRA DOS AVICULTORES. Relatório anual 2012, [online],

2012. Disponível em: <http://www.abef.com.br/ubabef/exibenoticiaubabef> Acesso em:

10 set. 2014.

57

USDA - UNITED STATES DEPARTMENT OF AGRICULTURE. Foreing

Agricultural Service. 2007. Disponível em : <http://www.fas.usda.gov>. Acesso em:

10 nov 2008.

USTUROI, M.; RADU-RUSU, R.M. Alternative solutions to be used in laying hens'

husbandry. University of Agricultural Sciences and Veterinary Medicine, v.62, p.32-

36, 2006.

VIEIRA, M.F.A.; TINOCO, H.F.F.; BARRETO, S.L.T.; COELHO, D.J.R.; SOUZA,

G.S.; INOUE, K.R.A.; MENDES, M.A.S.A.; CASSUCE, D.C. Efeitos da densidade de

alojamento e sistemas de criação sobre o comportamento, desempenho produtivo e a

qualidade de ovos de poedeiras comerciais. Revista Eletrônica de Pesquisa Animal,

n.2, p.169-185. 2014

VITS, A.; WETZENBÜRGER, D.; HAMANN, H.; DISTL, O. Production, egg quality,

bone strength, claw length, and keel bone deformities of laying hens housed in

furnished cages with different group sizes. Poultry Science, v.84, p.1551-1519, 2005.

WARDY, W.; TORRICO, D.D.; NO, H.K.; PRINYAWIWATKUL, W.; SAALIA, F.K.

Edible coating affects physic-functional properties and shelf life of chicken eggs during

refrigerated and room temperature storage. International Journal of Food Science &

Technology, v.45, p.2659–2668, 2010.

WEBSTER, A.B. Welfare implications of avian osteoporosis. Poultry Science, v.83,

p.184-192, 2004.

WHITEHEAD, C.C.; FLEMING, R.H. Osteoporosis in cage layers. Poultry Science,

v.79, p.1033–1041, 2000.

WILLIAMS, K.C. Some factors affecting albumen quality with particular reference to

Haugh unit score. Poultry Science. v.48, p-6,16. 1992.

XAVIER, I.M.C.; CANÇASO, S.V.; FIGUEIREDO, T.C.; LARA, L.J.C.; LANA,

A.M.Q.; SOUZA, M.R., BAIÃO, N.C. Qualidade de ovos de consumo submetidos a

diferentes condições de armazenamento. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária

e Zootecnia, Belo Horizonte, v.60, n.4, p.953-959, 2008.