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INSTITUTO DE ESTUDOS SUPERIORES MILITARES
CURSO DE PROMOO A OFICIAL GENERAL
2010 / 2011
TII
VERSO PROVISRIA
SISTEMAS NO TRIPULADOS DESAFIO NACIONAL DE INVESTIGAO E DESENVOLVIMENTO.
MANUEL FERNANDO DIAS CORTEZ
COR ENGEL
DOCUMENTO DE TRABALHO
O TEXTO CORRESPONDE A TRABALHO FEITO DURANTE A FREQUNCIA DO CURSO NO IESM, SENDO DA RESPONSABILIDADE DO SEU AUTOR, NO CONSTITUINDO ASSIM DOUTRINA OFICIAL DAS FORAS ARMADAS PORTUGUESAS
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INSTITUTO DE ESTUDOS SUPERIORES MILITARES
SISTEMAS NO TRIPULADOS DESAFIO NACIONAL DE INVESTIGAO E DESENVOLVIMENTO
Manuel Fernando Dias Cortez COR ENGEL
Trabalho de Investigao Individual do CPOG 2010/2011
VERSO PROVISRIA
Lisboa, 2011
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INSTITUTO DE ESTUDOS SUPERIORES MILITARES
SISTEMAS NO TRIPULADOS DESAFIO NACIONAL DE INVESTIGAO E DESENVOLVIMENTO
Manuel Fernando Dias Cortez COR ENGEL
Trabalho de Investigao Individual do CPOG 2010/2011
Orientador: COR ENGAER Rui Jorge Gregrio Gomes
Lisboa, 2011
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Sistemas No Tripulados desafio nacional de investigao e desenvolvimento.
Cor ENGEL Manuel Cortez CPOG 2010/2011 i
ndice
Resumo ................................................................................................................................. v
Abstract ............................................................................................................................... vi
Palavras-chave ................................................................................................................... vii
Keywords ............................................................................................................................ viii
Lista de Abreviaturas ......................................................................................................... ix
Introduo ............................................................................................................................ 1
Justificao do tema ....................................................................................................... 1
Importncia do estudo .................................................................................................... 2
Objecto e delimitao do estudo ..................................................................................... 3
Objectivos da investigao ............................................................................................. 3
Questo central, questes derivadas e hipteses ............................................................ 3
Metodologia .................................................................................................................... 5
Conceitos ........................................................................................................................ 5
1. O emprego de Sistemas No Tripulados em misses de duplo uso ......................... 9
a. Introduo ............................................................................................................. 9
b. As aplicaes militares .......................................................................................... 9
c. As aplicaes civis .............................................................................................. 11
d. A utilizao dos Sistemas No Tripulados em actividades de interesse
nacional ............................................................................................................... 12
(1) Marinha ................................................................................................ 12
(2) Exrcito ................................................................................................ 13
(3) Fora Area .......................................................................................... 14
(4) Foras de Segurana ............................................................................ 15
e. Integrao de requisitos entre os Ramos das Foras Armadas e as Foras de
Segurana ............................................................................................................ 17
f. Sntese Conclusiva .............................................................................................. 17
2. Competncias Cientfico-Tecnolgicas nacionais para o desenvolvimento de
Sistemas No Tripulados ........................................................................................... 19
a. Introduo ........................................................................................................... 19
b. Actividades de Investigao e Tecnologia no mbito da Defesa ........................ 19
c. As competncias cientfico-tecnolgicas dos Ramos, para o desenvolvimento de
Sistemas No Tripulados .................................................................................... 20
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Sistemas No Tripulados desafio nacional de investigao e desenvolvimento.
Cor ENGEL Manuel Cortez CPOG 2010/2011 ii
(1) O Instituto Hidrogrfico ...................................................................... 20
(2) O Centro de Investigao Naval .......................................................... 21
(3) O Centro de Investigao da Academia Militar .................................. 22
(4) O Centro de Investigao da Academia da Fora Area ..................... 23
d. As Empresas Portuguesas de Defesa .................................................................. 25
e. Portuguese Aerospace Industrial Consortium. ................................................... 26
f. Projectos de Investigao e Desenvolvimento no mbito dos Sistemas No
Tripulados realizados por universidades e empresas .......................................... 27
g. A articulao das actividades de Investigao e Desenvolvimento de Defesa 29
h. Sntese Conclusiva .............................................................................................. 29
3. Linhas de aco estratgica para o desenvolvimento de Sistemas No Tripulados
no mbito da Defesa ................................................................................................... 31
a. Introduo ........................................................................................................... 31
b. Estratgia de Investigao e Desenvolvimento de Defesa Nacional .................. 31
c. European and Defense Agency ........................................................................... 32
(1) A Poltica Europeia de Segurana e Defesa e a European and Defense
Agency .................................................................................................. 32
(2) As atribuies da European and Defense Agency ............................... 32
(3) A participao de Portugal em projectos da European and Defense
Agency no mbito dos Sistemas No Tripulados ................................. 33
d. Research and Technology Organization ............................................................. 34
(1) A estrutura da Research and Technology Organization ...................... 34
(2) Participao nacional na Research and Technology Organization ..... 35
(3) Painel Applied Vehicle Technology ..................................................... 36
(4) As novas tecnologias aplicadas aos Sistemas No Tripulados ............ 37
e. Estratgia de Desenvolvimento da Base Tecnolgica e Industrial de Defesa 37
(1) A Base Tecnolgica e Industrial de Defesa ......................................... 37
(2) A Estratgia para Base Tecnolgica e Industrial de Defesa ................ 38
(3) Os projectos prioritrios de armamento e reequipamento militar ....... 39
f. Sntese Conclusiva .............................................................................................. 40
4. A articulao dos projectos de desenvolvimento de Sistemas No Tripulados, no
mbito Civil e da Defesa ............................................................................................ 41
a. Introduo ........................................................................................................... 41
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Sistemas No Tripulados desafio nacional de investigao e desenvolvimento.
Cor ENGEL Manuel Cortez CPOG 2010/2011 iii
b. Organizaes europeias de Investigao e Desenvolvimento no mbito da
Defesa.................................................................................................................. 41
(1) Reino Unido ......................................................................................... 41
(2) Sucia ................................................................................................... 42
(3) Espanha ................................................................................................ 43
c. O papel da Direco Geral de Armamento e Infra-Estruturas de Defesa na
promoo das actividades de Investigao e Desenvolvimento de Defesa ........ 44
d. A poltica nacional para a Cincia e Tecnologia ................................................. 45
(1) A Fundao para a Cincia e Tecnologia ............................................ 45
(2) O Stimo Programa-Quadro para a Investigao e Desenvolvimento
Tecnolgico ......................................................................................... 46
(3) O Quadro de Referncia Estratgico Nacional .................................... 46
e. A articulao entre as entidades promotoras de projectos de Investigao e
Desenvolvimento e o Ministrio da Defesa Nacional ......................................... 46
f. Medidas para potenciar as capacidades nacionais de Investigao e
Desenvolvimento no domnio dos Sistemas No Tripulados ............................. 47
g. Sntese Conclusiva .............................................................................................. 49
Concluses e recomendaes ............................................................................................ 51
Sntese Geral ................................................................................................................. 51
Proposta ........................................................................................................................ 53
Bibliografia ......................................................................................................................... 56
Stios na Internet ................................................................................................................ 62
Apresentaes .................................................................................................................... 63
Entrevistas Exploratrias ................................................................................................. 64
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Sistemas No Tripulados desafio nacional de investigao e desenvolvimento.
Cor ENGEL Manuel Cortez CPOG 2010/2011 iv
APNDICES
Apndice 1 - CIAFA Investigao e Desenvolvimento: projectos em curso ............Apd 1-1
Apndice 2 - Principais projectos em curso na rea dos Sistemas No Tripulados..Apd 2-1
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Departamento de Defesa dos EUA O presente e o futuro dos SNT ....6
Figura 2 reas de evoluo tecnolgica dos SNT . ...................................................... 9
Figura 3 Previso de investimento em UAS militares. ................................................... 11
Figura 4 Aplicaes civis de UAS por sectores. ............................................................. 12
Figura 5 Projectos de I&D em SNT ................................................................................ 28
Figura 6 Defence Science and Technology Laboratory (Dstl). ....................................... 44
Figura 7 Swedish Defence Research Agency (FOI). ........................................................ 45
Figura 8 Ingeniera de Sistemas para la Defensa de Espaa, S.A. (Isdefe) .................... 46
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 reas de Actividade da RTO. ........................................................................... 36
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Sistemas No Tripulados desafio nacional de investigao e desenvolvimento.
Cor ENGEL Manuel Cortez CPOG 2010/2011 v
Resumo
Presentemente, est a verificar-se uma evoluo tecnolgica associada criao de
uma nova capacidade de projectar o poder atravs de Sistemas No Tripulados (SNT). O
emprego de SNT continua a aumentar, isto deve-se fundamentalmente s capacidades
destes sistemas em executar misses de elevado risco e ao seu baixo custo, quando
comparado com os sistemas tripulados.
de realar, ainda o facto de a maior parte da tecnologia utilizada nestes sistemas
poder ser considerada de duplo uso, o que origina uma maior rentabilizao do
investimento neste domnio tecnolgico.
O destaque que dado neste trabalho aos Unmanned Aerial System (UAS), assenta
no facto de serem os sistemas no tripulados que mais tm crescido no domnio
aeroespacial, pesando neste parecer o reconhecimento que lhes atribudo no desempenho
de misses, em que a versatilidade, os baixos custos e a minimizao de perdas humanas,
so factores determinantes.
A nvel nacional, reconhecido o interesse manifestado pelas Foras Armadas e de
Segurana na explorao destes sistemas. Embora a sua utilizao seja efectuada em
contextos diferenciados, existem requisitos tcnicos que podero ser comuns.
A Estratgia de Investigao e Desenvolvimento de Defesa (EIDD) define as linhas
orientadoras para as actividades de I&D de defesa, envolvendo o Ministrio da Defesa
Nacional (MDN) e os parceiros da Base Tecnolgica e Industrial de Defesa (BTID) e do
Sistema Cientfico e Tecnolgico Nacional (SCTN), fomentando a participao destas
entidades em projectos cooperativos envolvendo as tecnologias prioritrias do Plano de
I&D de Defesa nas quais se incluem os SNT.
O investimento neste sector representa uma forte contribuio para o
desenvolvimento do nosso sistema de I&D, ao proporcionar a participao em projectos
nacionais e internacionais, das instituies do sector cientfico-tecnolgico e das empresas
da base tecnolgica e industrial nacional.
neste quadro que se insere o trabalho, ou seja, no apelo adopo de medidas que
contribuam para incentivar as competncias nacionais no mbito da investigao e
desenvolvimento (I&D) de SNT, recorrendo para o efeito a uma governao eficaz que
promova as relaes interministeriais, de modo a beneficiar das sinergias existentes em
torno destes sistemas.
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Sistemas No Tripulados desafio nacional de investigao e desenvolvimento.
Cor ENGEL Manuel Cortez CPOG 2010/2011 vi
Abstract
Currently a technological development is being seen associated with the creation of
a new capability to project power through Unmanned Systems. The use of Unmanned
Systems continues to increase. This is mainly due to the capabilities of these systems run
on high-risk missions and their low cost compared to manned systems.
It must be highlighted the fact that most of the technology used in these systems can
be considered dual-use, leading to a better return on investment.
The emphasis given to the UAS in this paper is based on the fact of being the
Unmanned Systems the area which has grown more in the aerospace industry. The
recognition of this opinion is attributed to the performance of tasks in which the versatility,
low costs and minimal loss of life, are decisive factors.
It is recognized the interest of the Armed and Security Forces in the operation of
these systems. Although its use is carried out in different contexts, there are technical
requirements that may be common.
The Strategy for R&D of Defense defines the guidelines for the R&D activities for
Defense, involving the Defense Ministry and the partners from Industrial and
Technological Base of Defense and of the National Scientific and Technological System,
stimulating the participation of these entities in cooperative projects, involving the
prioritary technologies of the R&D Plan of Defense, of which Unmanned Systems is a part
of.
Investment in this sector represents a strong contribution to the development of our
R&D system by providing participation in national and international projects, by the
institutions of the science and technology sector and companies of national industrial and
technological base.
It is within this framework that assignment fits in an appeal for adoption of
measures to help stimulate national capacities in R&D of Unmanned Systems, resorting to
the effect that promotes effective inter-ministerial governance that would entitle synergies
that exist around these systems.
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Sistemas No Tripulados desafio nacional de investigao e desenvolvimento.
Cor ENGEL Manuel Cortez CPOG 2010/2011 vii
Palavras-chave
- Sistemas No Tripulados (SNT)
- Unmanned Aerial System (UAS)
- Unmanned Aerial Vehicule (UAV)
- Investigao e Desenvolvimento (I&D)
- Estratgia de I&D de Defesa (EIDD)
- Base Tecnolgica Industrial de Defesa (BTID)
- Estratgia de Desenvolvimento da Base Tecnolgica e Industrial de Defesa
(EDBTID)
- European and Defense Agency (EDA)
- Research and Technology Organization (RTO)
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Sistemas No Tripulados desafio nacional de investigao e desenvolvimento.
Cor ENGEL Manuel Cortez CPOG 2010/2011 viii
Keywords
- Unmanned Systems
- Unmanned Aerial System (UAS)
- Unmanned Aerial Vehicule (UAV)
- Research and Development (R&D)
- Strategy for R&D of Defense
- Industrial and Technological Base of Defense
- Strategy of Development of Industrial and Technological Base of Defense
- European and Defense Agency (EDA)
- Research and Technology Organization (RTO)
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Sistemas No Tripulados desafio nacional de investigao e desenvolvimento.
Cor ENGEL Manuel Cortez CPOG 2010/2011 ix
Lista de Abreviaturas
7PQ Stimo Programa-Quadro para a Investigao e Desenvolvimento
Tecnolgico
AdI Agncia de Inovao
AV Autonomous Vehicle
AVT Applied Vehicle Technology
BDA Battle Damage Assessment
BTID Base Tecnolgica e Industrial de Defesa
BVR Beyond Visual Range
CBRN Chemical, Biological, Radiological and Nuclear
CDP Plano de Desenvolvimento de Capacidades
CE Comisso Europeia
CEDN Conceito Estratgico de Defesa Nacional
CEM Conceito Estratgico Militar
CFMTFA Centro de Formao Militar e Tcnica da Fora Area
CNAD NATO Conference of National Armament Directors / Conferncia dos
Directores Nacionais de Armamento da NATO
CNRS Centre National de la Recherche Scientifique
CONAFI Construo Naval de Fibras, SA
CONOPS Concept of Operations / Conceito de Operaes
CORDIS Community Research and Development Information Service
CPC Comisso Permanente de Contrapartidas
CPOG Curso de Promoo a Oficial General
DAT Defence Against Terrorism
DGAIED Direco-Geral de Armamento e Infra-Estruturas de Defesa
DIF Dispositivo de Foras
DL Decreto-lei
DoD Department of Defense
DPP Diviso de Planeamento e Programao
DR Dirio da Repblica
EDA European Defence Agency /Agncia Europeia de Defesa
EDBTID Estratgia de Desenvolvimiento da Base Tecnolgica e Industrial de
Defesa
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Sistemas No Tripulados desafio nacional de investigao e desenvolvimento.
Cor ENGEL Manuel Cortez CPOG 2010/2011 x
EDTIB European Defence Technological and Industrial Base
EESPUM Estabelecimento de Ensino Superior Pblico Universitrio Militar
EIDD Estratgia de Investigao e Desenvolvimento de Defesa
EM Estados Membros
EME Estado-Maior do Exrcito
EMPORDEF Empresas Portuguesas de Defesa
EUA Estados Unidos da Amrica
FA Fora Area
FCT Fundao para a Cincia e Tecnologia
FCTUP Faculdade de Cincias e Tecnologia da Universidade de Coimbra
FEUP Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
FFAA Foras Armadas
FFSS Foras de Segurana
FND Foras Nacionais Destacadas
FOPE Fora Operacional Permanente do Exrcito
FUAS Future Unmanned Aerial System
GNR Guarda Nacional Republicana
GPS Global Positioning System
HALE High Altitude Long Endurance
HFM Human Factors and Medicine
HIP Hiptese / Hipteses
I&D Investigao e Desenvolvimento
I&DT Investigao e Desenvolvimento Tecnolgico
I&T Investigao e Tecnologia
IC Infra-Estruturas Crticas
IC&DT Investigao Cientfica e Desenvolvimento Tecnolgico
IDI Investigao cientfica, Desenvolvimento tecnolgico e Inovao
IESM Instituto de Estudos Superiores Militares
IMC Information Management Committee
IMS International Military Staff
INEGI Instituto de Engenharia Mecnica e Gesto Industrial
INESC Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores
INOV Instituto de Novas Tecnologias
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Sistemas No Tripulados desafio nacional de investigao e desenvolvimento.
Cor ENGEL Manuel Cortez CPOG 2010/2011 xi
IS International Staff
Isdefe Ingeniera de Sistemas para la Defensa de Espaa
ISEP Instituto Superior de Engenharia do Porto
ISQ Instituto de Soldadura e Qualidade
ISR Instituto de Sistemas e Robtica
ISR Intelligence, Surveillance and Reconnaissance
IST Instituto Superior Tcnico
IST Information Systems Technology
ISTAR Intelligence, Surveillance, Target Acquisition and Reconaissance
ITC Iniciativas Tecnolgicas Conjuntas
LAME Low Altitude. Medium Endurance
LAUV Light Autonomous Underwater Vehicle
LBL Long Base Line
LNEC Laboratrio Nacional de Engenharia Civil
LPM Lei de Programao Militar
LTCR Long-Term Capability Requirement
MAI Ministrio da Administrao Interna
MALE Medium Altitude Long Endurance
MAV Micro Air Vehicle
MC Military Commitee / Comit Militar
MCM Mine Counter Measures
MCTES Ministrio da Cincia, Tecnologia e Ensino Superior
MDN Ministrio da Defesa Nacional
MEID Ministrio da Economia, Inovao e Desenvolvimento
NAC North Atlantic Council (NATO)
NATO North Atlantic Treaty Organisation / Organizao do Tratado do Atlntico
Norte
NBQ Defesa Nuclear, Biolgica e Qumica
NECSAVE Network Enabled Cooperation System of Autonomous Vehicles
NMSG NATO Modelling and Simulation (M&S) Group
OCDE Organizao para a Cooperao e Desenvolvimento Econmico
ONU Organizao das Naes Unidas
PAIC Portuguese Aerospace Industrial Consortium
http://www.microsofttranslator.com/bv.aspx?from=&to=pt&a=http%3A%2F%2Fwww.rta.nato.int%2Fpanel.asp%3Fpanel%3DMSG
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Sistemas No Tripulados desafio nacional de investigao e desenvolvimento.
Cor ENGEL Manuel Cortez CPOG 2010/2011 xii
PDIC Plano de Desenvolvimento e Implementao da Capacidade
PEMAS Portuguese Association for the Aerospace Industry
PESD Poltica Europeia de Segurana e Defesa
PI&DD Plano de Investigao e Desenvolvimento de Defesa
PITVANT Projecto de Investigao e Tecnologia em Veculos Areos No-Tripulados
PME Pequenas e Mdias Empresas
QC Questo Central
QD Questo Derivada / Questes Derivadas
QREN Quadro de Referncia Estratgico Nacional
R&D Research and Development
R&T Research and Technology
RCM Resoluo do Conselho de Ministros
RINAVE Registo Internacional Naval, SA
ROV Remotely Operated Vehicle
RPV Remotely Piloted Vehicle
RTA Research and Technology Agency (NATO)
RTB Research and Technology Board (NATO)
RTO Research and Technology Organization (NATO)
SAR Search and Rescue
SATCOM Satellite Communications
SCTN Sistema Cientfico e Tecnolgico Nacional
SEACON Sistema de Treino, Demonstrao e Desenvolvimento de Conceitos de
Operao com Mltiplos Veculos Submarinos
SET Sensors & Electronics Technology
SFN Sistema de Foras Nacional
STANAG Standardization Agreement
UAS Unmanned Aerial System
UAV Unmanned Aerial Vehicle
UCAV Unmanned Combat Aerial Vehicle
UE Unio Europeia / European Union
UGTV Unmanned Tactical Ground Vehicle
UGV Unmanned Ground Vehicle
UMS Unmanned Maritime System
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Sistemas No Tripulados desafio nacional de investigao e desenvolvimento.
Cor ENGEL Manuel Cortez CPOG 2010/2011 xiii
US United States / Estados Unidos
USV Unmanned Surface Vehicles
UTL Universidade Tcnica de Lisboa
UUV Unmanned Undersea Vehicles
UV Unmanned Vehicle
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Sistemas No Tripulados desafio nacional de investigao e desenvolvimento.
Introduo
Justificao do tema
O interesse no desenvolvimento de SNT tem vindo a crescer de forma significativa
a nvel mundial, sobretudo no mbito do North Atlantic Treaty Organisation (NATO) e da
Unio Europeia (UE), devido essencialmente s capacidades que estes sistemas tm
demonstrado na execuo de misses complexas e de alto risco, permitindo a operao em
cenrios que so restritos condio humana ou cujo desgaste fsico provocado pelo tipo
de misso constitui um factor limitativo ao seu cumprimento.
A nvel nacional, reconhecido o interesse manifestado pelas Foras Armadas e de
Segurana na explorao de SNT. Embora a sua utilizao seja efectuada em contextos
diferenciados, existem requisitos tcnicos que podero ser comuns.
A EIDD define as medidas orientadoras para o desenvolvimento e sustentao dos
projectos de I&D de Defesa, envolvendo o MDN e os parceiros da BTID e do SCTN, em
articulao com as Estratgias Europeias para a Investigao e Tecnologia de Defesa e da
Base Tecnolgica e Industrial de Defesa, proporcionando, deste modo, a participao em
programas e projectos cooperativos na rea dos SNT.
Por sua vez, o facto de estes sistemas poderem incorporar tecnologias com
aplicao de duplo uso (militar e civil), constitui um factor promotor do investimento em
I&D neste sector.
Neste contexto, fundamental que se estabelea o enquadramento da Estratgia de
Desenvolvimento da Base Tecnolgica e Industrial de Defesa (EDBTID) com os interesses
nacionais para desenvolvimento dos SNT, tendo em considerao os projectos de valor
acrescentado que promovam a competitividade, a inovao e o crescimento.
Este pressuposto requer uma harmonizao dos requisitos operacionais, no sentido
de se definir as medidas mais adequadas para obter uma melhor eficincia das
competncias existentes.
Existem actualmente projectos nacionais de I&D com competncias alargadas no
mbito SNT. Referimo-nos, em particular, ao Projecto de Investigao e Tecnologia em
Veculos Areos No-Tripulados (PITVANT), ao projecto - Sistema de Treino,
Demonstrao e Desenvolvimento de Conceitos de Operao com Mltiplos Veculos
Submarinos (SEACON), ambos ao abrigo da Lei de Programao Militar (LPM) e ao
Cor ENGEL Manuel Cortez CPOG 2010/2011 1
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Sistemas No Tripulados desafio nacional de investigao e desenvolvimento.
projecto Imperio no quadro do programa de contrapartidas, associado ao contrato para a
modernizao dos avies P-3 da Fora Area Portuguesa.
Os UAS so os SNT que apresentam um espectro de aplicaes mais vasto. Ao
focarmos o trabalho nestes sistemas, estamos a evidenciar os SNT que mais tm crescido
no domnio aeroespacial, pesando para esta ilao o facto de se reconhecer que as suas
caractersticas so as que melhor se adequam ao desempenho de misses, nas quais a
versatilidade, os baixos custos e a minimizao de perdas humanas, so factores
determinantes.
Acresce ainda referir, que a Europa est a promover iniciativas marcantes neste
domnio, pelo que se torna importante para Portugal participar ab-initio em programas e
projectos nacionais e cooperativos, alinhados com o Plano Tecnolgico, que promovam o
desenvolvimento de competncias cientficas em reas de tecnologias de ponta que se
revelem como uma oportunidade de afirmao para a base tecnolgica e industrial nacional
e fomentem o desenvolvimento da economia.
Importncia do estudo
O emprego de SNT nos mais variados contextos, quer militares quer civis, constitui,
presentemente, uma realidade incontornvel com perspectivas de um crescimento
acentuado a mdio e longo prazos.
Este trabalho demonstra a importncia de que se revestem estes sistemas, para o
desempenho de um vasto leque de misses, quer no mbito das Foras Armadas (FFAA),
quer das Foras de Segurana (FFSS), o que tem conduzido realizao de estudos para a
definio de requisitos tcnicos, perspectivando eventuais aquisies. O facto de este
processo se desenrolar de forma isolada e desarticulada, denota a ausncia de medidas
mobilizadoras que conduzam a um programa nacional de desenvolvimento de SNT, que
facilite o dilogo entre os potenciais utilizadores e as entidades do tecido cientfico-
tecnolgico e da BTID. De salientar ainda, que os Ramos tm vindo a desenvolver
projectos neste domnio, revelando competncias tecnolgicas prestigiantes que devem ser
incentivadas, tendo em vista o aproveitamento coerente de sinergias que facilitem o
desenvolvimento destes sistemas.
neste contexto que se insere o trabalho, ou seja, na recomendao da adopo de
medidas que contribuam para incentivar as competncias nacionais no mbito da I&D de
SNT, recorrendo para o efeito a uma eficaz relao interministerial que permita tirar
Cor ENGEL Manuel Cortez CPOG 2010/2011 2
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Sistemas No Tripulados desafio nacional de investigao e desenvolvimento.
partido das sinergias existentes a nvel nacional, tendo como referncia as linhas
orientadoras da EDBTID.
Objecto e delimitao do estudo
A investigao visa a identificao de capacidades a nvel nacional e a anlise das
medidas que podem ser adoptadas de forma a maximizar os recursos cientfico-
tecnolgicos nacionais, promovendo o desenvolvimento de SNT, com particular destaque
para os UAS.
Objectivos da investigao
O presente trabalho consiste na caracterizao da actual capacidade nacional de
I&D de SNT e na identificao das competncias dos Ramos neste domnio, a fim de
sugerir medidas que contribuam para uma efectiva coordenao dos recursos existentes a
nvel nacional e que constituam formas de aproveitamento de sinergias e de economias de
escala, para o desenvolvimento dos SNT.
Questo central, questes derivadas e hipteses
A falta de iniciativas para optimizar recursos e ganhar eficcia no domnio do
desenvolvimento de SNT, tem levado a uma proliferao de projectos, muitos deles de
mbito cooperativo internacional, sem que exista uma articulao entre a procura e a
oferta, no oferecendo a criao de uma capacidade nacional que satisfaa as necessidades
da Defesa e da Segurana.
Esta falta de coordenao tambm reconhecida pelos decisores polticos, faltando
os mecanismos que conduzam a uma governao eficaz, promovendo a interaco entre as
entidades da base cientfico-tecnolgica e industrial nacional e as FFAA e FFSS, na
procura da satisfao das necessidades destas Foras.
Sobressai tambm, deste trabalho, a explorao das competncias que j existem
nas FFAA no domnio da I&D de SNT e que devero ser aproveitadas e integradas num
contexto alargado com as entidades do SCTN e da BTID, de modo a criar um mercado
competitivo nesta rea.
Deste modo, o fio condutor da investigao passa pela resposta seguinte questo
central (QC): - Que iniciativas devem ser adoptadas para potenciar as capacidades
nacionais de I&D no domnio dos Sistemas No Tripulados?.
Cor ENGEL Manuel Cortez CPOG 2010/2011 3
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Sistemas No Tripulados desafio nacional de investigao e desenvolvimento.
Da questo central acima descrita, identificam-se as seguintes questes derivadas
(QD):
QD1 Qual a relevncia dos SNT na realizao de misses de interesse nacional?
QD2 Existem competncias nacionais no campo cientfico-tecnolgico para o
desenvolvimento de SNT?
QD3 Em que medida as iniciativas implementadas no contexto do aumento da
capacidade tecnolgica e industrial de defesa contribuem para o
desenvolvimento dos SNT?
QD4 Como se articulam os projectos nacionais no contexto do desenvolvimento
dos SNT?
Para responder questo central e derivadas acima identificadas, foram colocadas
as seguintes hipteses (HIP):
HIP1 reconhecido que os SNT podem ter um papel importante na realizao de
misses de duplo uso.
HIP2 Em Portugal existem instituies com competncias cientfico-tecnolgicas
para o desenvolvimento de SNT.
HIP3 Foi definida uma linha de aco estratgica no mbito da Defesa onde
evidenciado o apoio a projectos na rea dos SNT.
HIP4 Presentemente no existem procedimentos que integrem as sinergias
militares e civis, num contexto interministerial, de modo a contribuir para
uma articulao racional de desenvolvimento de projectos de SNT.
Cor ENGEL Manuel Cortez CPOG 2010/2011 4
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Sistemas No Tripulados desafio nacional de investigao e desenvolvimento.
Metodologia
A pesquisa a efectuar adoptar o procedimento metodolgico de Raymond Quivy
descrito na NEP n DE 218, de 14 de Outubro de 2010 do IESM.
Este estudo ser centrado nas capacidades cientfico-tecnolgicas nacionais que
concorrem para o desenvolvimento de SNT.
Comearemos por efectuar uma breve referncia aos diferentes tipos de SNT e ao
seu emprego, tendo em conta a sua aplicao num contexto de duplo uso.
A abrangncia da utilizao dos UAS, o investimento tecnolgico a eles associado e
o interesse manifestado pelas FFAA e FFSS no seu uso, constituram factores
determinantes para dar destaque a estes sistemas, neste trabalho.
Depois de ponderado o interesse das FFAA e FFSS na explorao dos SNT e das
vantagens decorrentes da sua aplicabilidade no domnio civil, ser analisada a capacidade
cientfico-tecnolgica nacional para o desenvolvimento daqueles sistemas, em particular
dos UAS, escalpelizando as competncias dos Ramos em I&D. Neste contexto, ser
tambm analisado o projecto Imperio, que est a ser desenvolvido pelo Portuguese
Aerospace Industrial Consortium (PAIC).
Finalmente, procurar-se-, com base nas competncias nacionais existentes neste
domnio, identificar medidas que facilitem a articulao entre as identidades envolvidas no
desenvolvimento de SNT, a fim de obter uma maior racionalizao dos recursos, atravs do
aproveitamento das sinergias existentes e dando especial nfase s actividades de I&D de
Defesa, bem como ao seu alinhamento com a EDBTID.
Conceitos
A utilizao de SNT, tambm designados por veculos no tripulados ou Unmanned
Vehicle (UV), corresponde a um importante passo evolutivo, para aumentar a segurana
numa ampla gama de aplicaes, que vai desde a observao passiva interaco com o
ambiente onde estes sistemas operam (DoD, 2007: i). A importncia na utilizao destes
sistemas pela NATO, nos vrios teatros de operaes, j um facto incontornvel e
incentivador para o seu investimento tecnolgico (NATO, 2010: 42).
O sucesso destes sistemas est associado sua capacidade de operar, com elevado
grau de autonomia.
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Sistemas No Tripulados desafio nacional de investigao e desenvolvimento.
Esta autonomia est implcita nos sistemas operados remotamente, tambm
designados por Remotely Operated Vehicle (ROV) e nos Sistemas Autnomos, tambm
designados por Veculos Autnomos ou Autonomous Vehicle (AV).
A diferena entre os sistemas operados remotamente e os sistemas autnomos,
reside no facto de os primeiros necessitarem de ser supervisionados por um operador para
as tarefas de navegao e controlo, atravs de sistemas de telecomando, enquanto os
segundos dispensarem a presena humana para a sua operao, podendo, neste caso,
incorporar sistemas dotados de "inteligncia artificial, o que os torna ideais para operarem
em locais perigosos ou inseguros.
Quanto natureza, os SNT esto agrupados em quatro tipos, nomeadamente; os
terrestres - Unmanned Ground Vehicles (UGV), os aquticos Unmanned Undersea
Vehicles (UUV), os anfbios Unmanned Surface Vehicles (USV) e os areos Unmanned
Aerial Vehicles (UAV) (DoD, 2007). Destes, os areos so os que, face multiplicidade e
flexibilidade das suas caractersticas, apresentam um maior potencial em aplicaes
militares (Figura 1.) e civis, prevendo-se que, de acordo com os analistas, o seu
crescimento se mantenha com uma taxa anual de 10 por cento at 2020 (Inteli, 2005).
Figura 1. Departamento de Defesa dos EUA O presente e o futuro dos SNT (DoD, 2007:2)
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Para designar as aeronaves no tripuladas so usados os termos: drone, veculo
controlado remotamente Remotely Piloted Vehicle (RPV), veculo areo no tripulado -
UAV. A designao de sistema areo no tripulado - Unmanned Aerial System (UAS) a
mais adequada, dado que abrange o veculo e todos os componentes necessrios, incluindo
os sensores, necessrios para cumprir os objectivos da misso.
Embora os UUV e os USV (tambm designados por Unmanned Maritime System
UMS) sejam ambos veculos aquticos no tripulados, estes apresentam caractersticas que
os diferenciam, tendo em conta o ambiente de operao. A principal diferena reside no
modo de navegao utilizado, que para os UUV consiste na navegao pelo mtodo Long
Base Line (LBL), e para os USV na navegao pelo sistema, Global Positioning System
(GPS), podendo, neste caso, interoperar tambm com veculos areos no tripulados. Num
cenrio de operao, envolvendo vrios tipos de sistemas (areos e aquticos), as
comunicaes so efectuadas atravs de canais de comunicao estabelecidos entre os
veculos areos e os aquticos de superfcie e entre estes e os veculos aquticos
submersveis (Pereira, 2005).
Os UUV e os USV revelam grande vantagem face aos correspondentes sistemas
tripulados, pelo facto de poderem usufruir de pequenas dimenses, o que lhes permite, em
situaes de elevado risco, deslocarem-se autonomamente nos teatros de operaes, de
forma clandestina e por longos perodos, executando misses com elevado grau de
fiabilidade a baixo custo e sem o envolvimento de tripulantes.
Acresce ainda o facto de poderem operar de forma isolada ou em rede e ainda em
modo cooperativo, ampliando a capacidade de recolha e processamento de informao
atravs da distribuio dos sensores por vrios sistemas que podem ser de diferentes
dimenses, contribuindo assim para um cumprimento mais eficiente das misses.
No que respeita ao tipo de misses que podem ser executadas por estes sistemas,
destacam-se as referentes s misses de Intelligence, Surveillance and Reconnaissance
(ISR) (na escolta de navios, na avaliao de dados de combate, no apoio da busca e
salvamento), Mine Counter Measures (MCM) (na deteco, classificao, localizao e
identificao de minas e na sua neutralizao), guerra anti-submarina, monitorizao de
operaes de oceanografia e de levantamento subaqutico, ao apoio navegao,
inspeco de infra-estruturas ou de cascos de navios (Pereira, 2005: 35) e ao apoio a
comunicaes e navegao (interligando em rede com outros sistemas de diferentes
tipos).
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Em geral, estes sistemas utilizam uma grande largura de banda para o controlo e
transmisso de imagem, originando uma evoluo nos seus protocolos de transmisso.
Embora a principal aplicao destes sistemas seja o reconhecimento e a vigilncia, tem
havido uma evoluo na sua utilizao em aplicaes multiuso.
Os UAS so usados principalmente para misses Intelligence, Surveillance, Target
Acquisition and Reconnaissance (ISTAR) e como rels de comunicaes, aumentando
assim o alcance dos sistemas de comunicao (TGC, 2008).
A misso dos UAV est tambm a evoluir para o combate, como o caso dos
Unmanned Combat Aerial Vehicles (UCAV). Neste processo de transformao podemos
encontrar trs categorias de UAV (TGC, 2008: 3-4): o micro, o tctico e o estratgico; este
ltimo subdivide-se em dois tipos: o Medium Altitude Long Endurance (MALE) e o High
Altitude Long Endurance (HALE).
A principal restrio com a operao dos UAS prende-se com a necessidade da sua
certificao para voar em espaos areos no segregados. Neste pressuposto, torna-se
necessrio desenvolver e testar as tecnologias para detectar e evitar obstculos (Detect &
Avoid), que elimine a possibilidade de uma coliso entre aeronaves no espao areo (CE,
2009: 11).
Os Veculos Terrestres no Tripulados, Unmanned Tactical Ground Vehicle
(UGV), so plataformas mveis (com rodas ou membros articulados), utilizados para
aumentar as capacidades humanas em ambientes potencialmente hostis (DoD, 2009: 3).
Estes sistemas dividem-se em dois tipos: os tele-operados, controlados por operadores
humanos e os autnomos, cujas decises de controlo so tomadas automaticamente sem
interveno do operador.
Outra caracterstica destes sistemas a capacidade de adaptao s alteraes das
condies da sua rea de operao. Para o efeito, dispem da capacidade de processar as
informaes recolhidas pelos seus sensores, para, posteriormente, efectuar as correces
aos seus planos de navegao (DoD, 2009).
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1. O emprego de Sistemas No Tripulados em misses de duplo uso
a. Introduo
Presentemente est a verificar-se uma evoluo tecnolgica associada criao de
uma nova capacidade de projectar o poder, atravs de SNT.
Estes sistemas, do ponto de vista tecnolgico, caracterizam-se pela sua capacidade
em integrar um conjunto de tecnologias de ponta (Figura 2.), contribuindo para a
disseminao do conhecimento num vasto campo tecnolgico e para a criao de novos
produtos.
Figura 2. reas de evoluo tecnolgica dos SNT (DoD, 2009:48)
Neste captulo, iremos abordar o emprego dos SNT no campo militar e civil,
evidenciando as suas vantagens, na perspectiva de duplo uso. Focaremos tambm a sua
utilizao em aplicaes de interesse nacional, dando alguns exemplos neste domnio.
No mbito das FFAA e FFSS ser efectuada uma anlise sobre o interesse da
utilizao dos UAS por estas entidades, dando relevo s iniciativas empreendidas e
articulao das medidas tomadas.
b. As aplicaes militares
As misses que os SNT podem desempenhar esto tipificadas de acordo com as
suas caractersticas, com a designao de D3 Dull, Dirty e Dangerous. As misses Dull
identificam-se como as que apresentam um elevado grau de monotonia, podendo levar
exausto do seu operador; as Dirty como as que se desenvolvem em ambientes
Cor ENGEL Manuel Cortez CPOG 2010/2011 9
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contaminados; e por Dangerous as misses hostis e de elevado grau de risco (CE, 2009).
O recurso aos UAS uma mais-valia para as foras militares actuais, dotando-as de
uma nova capacidade para efectuar misses em zonas de elevado nvel de ameaa ou em
reas fortemente defendidas, onde a probabilidade de perda dos sistemas tripulados
elevada. Alm disso, os sistemas UAS representam uma forma economicamente eficiente
para realizar vigilncia martima em reas amplas. Ao nvel operacional, o UAS reduz
significativamente o nvel de incerteza do comandante, disponibilizando-lhe a capacidade
ISTAR, o Over-the-Horizon-Targeting, para alm da avaliao de danos no teatro de
guerra (RTO, 2005). O UAS pode tambm ser usado no apoio s foras de manuteno da
paz, auxiliando-as na anlise da situao no terreno.
Novos sensores esto a ser avaliados para a definio de requisitos dos UAS do
futuro, permitindo dar uma vantagem de combate no teatro de guerra, em sectores como a
guerra electrnica, a deteco de minas e as medidas de Defesa Nuclear, Biolgica e
Qumica (NBQ) (RTO, 2005).
Acresce ainda referir que o desenvolvimento tecnolgico est a contribuir para a
construo de pequenas plataformas, do tipo micro e mini UAS, providas de sensores e de
sistemas electro-pticos avanados, com potencial interesse para muitas aplicaes
militares da NATO, em particular nas operaes urbanas.
A Figura 3. apresenta um grfico comparativo, entre a Europa e os EUA, sobre a
previso do investimento em UAS militares, para o perodo de 2007 a 2016 (UE, 2007:6).
Figura 3. Previso de investimento em UAS militares (UE, 2007: 6)
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c. As aplicaes civis
O desenvolvimento de SNT considerado, de forma consensual, como uma
oportunidade de elevado interesse estratgico para as naes, revelando-se como um sector
em franco crescimento e com inquestionvel interesse para a base tecnolgica e industrial
nacional.
O potencial da sua utilizao, embora com forte aplicao na rea militar, revela-se
tambm de elevado interesse no uso civil, nomeadamente em aplicaes relacionadas com
actividades de segurana de locais, deteco, monitorizao e combate a incndios nas
florestas, na vigilncia das fronteiras, em misses cientficas, na avaliao e monitorizao
da poluio, na oceanografia, no apoio da busca e salvamento, no controlo do trfego
rodovirio e no controlo ambiental (Figura 4.).
Figura 4. Aplicaes civis de UAS por sectores (UE, 2007: 51)
Os UAS j foram utilizados com sucesso nas operaes de avaliao de danos e na
busca de sobreviventes em catstrofes naturais, nomeadamente no tsunami asitico e no
furaco Katrina. Estes sistemas podero tambm ser usados como rels de curto alcance
para comunicaes mveis, em situaes de destruio ou inexistncia das infra-estruturas
fixas (UE, 2007:50).
A ausncia de quadro jurdico para a integrao UAS no espao areo europeu, tem
limitado o crescimento da indstria neste sector. Na Europa, as aeronaves com mais de 150
Cor ENGEL Manuel Cortez CPOG 2010/2011 11
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kg so obrigadas a ter um certificado de aeronavegabilidade, passado pela European
Aviation Safety Agency (EASA) (CE, 2009:7).
d. A utilizao dos Sistemas No Tripulados em actividades de interesse nacional
Os SNT revelam-se como sistemas integradores de tecnologias, potenciando a
disseminao de conhecimento em reas de interesse para a BTID, para a criao de novos
produtos, com aplicaes diversificadas.
Estes sistemas desempenham um papel cada vez mais importante em teatros de
operaes militares, sendo o emprego operacional dos UAS j superior, nalgumas reas, ao
das aeronaves tripuladas, o que tem gerado um elevado interesse por parte dos principais
fabricantes mundiais do sector aeroespacial (UE, 2007).
Neste domnio, reala-se a importncia atribuda aos UAS no desempenho de
misses de vigilncia da fronteira martima e das guas territoriais nacionais, assim como
na vigilncia de incndios, referida nos vectores de Promoo da Segurana Martima e
Preveno dos Acidentes nos Oceanos e de Gesto Sustentvel dos Recursos Florestais e
sua Proteco Adequada, do Plano de Implementao da Estratgia Nacional de
Desenvolvimento Sustentvel 2015 (PIENDS, 2006:74-75).
Esta realidade foi enfatizada pelo Secretrio de Estado da Defesa Nacional e dos
Assuntos do Mar, na sesso de abertura do Seminrio UAV (Veculos Areos No-
tripulados) que estratgias para os utilizadores e para a base tecnolgica e industrial
nacional?, quando realou a vantagem da utilizao destes sistemas nos domnios da
defesa e segurana e no sector civil, assim como a importncia em se alcanar esforos
conjuntos, com vista racionalizao de recursos no sistema portugus de I&D e no que
respeita mobilizao das empresas da base tecnolgica e industrial nacional (Perestrello,
2009).
(1) Marinha
A Marinha considera relevante o emprego dos UAS, como elemento de apoio
directo s operaes navais e como complemento activo para o sistema de vigilncia do
espao de envolvimento martimo (Miranda, 2010).
Os UAS so reconhecidos pela Marinha, como meios fundamentais para as misses
ISTAR, reforando, assim, o reconhecimento situacional do ambiente marinho nacional.
Cor ENGEL Manuel Cortez CPOG 2010/2011 12
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O sistema de vigilncia, juntamente com o sistema de controlo e coordenao e o
sistema de rede, habilitam a Marinha com as capacidades necessrias para orientar a sua
actuao no mar, atravs da execuo de um conjunto adequado de tarefas militares e no
militares.
Na perspectiva da Marinha, o espao de envolvimento martimo dever ser
abordado, segundo uma perspectiva de sistemas, a quatro dimenses, no contexto espacial,
areo, de superfcie e de sub-superfcie. Em todas elas possvel operar SNT, no entanto, o
emprego destes meios requer uma viso integrada, tornando-se necessrio obter
complementaridade entre os veculos utilizados nos diversos segmentos de operao do
sistema de vigilncia. de extrema importncia a articulao entre os veculos tripulados,
designadamente: os navios, os submarinos, as aeronaves e helicpteros martimos, bem
como as unidades de aco litoral, a fim de permitir uma actuao amplamente abrangente.
A criao de foras modulares ligadas aos meios navais existentes sugere a
formao de destacamentos mistos, formados por helicpteros, orgnicos e UAS/LAME, o
que permitir aumentar significativamente a rea de observao em cerca de 120 a 200
milhas de raio.
A Marinha releva a importncia da interoperabilidade e da uniformizao modular
de sistemas e sensores, num ambiente conjunto e cooperativo militar e no militar. Salienta
ainda o valor que estes sistemas representam na gesto e domnio da informao nas
organizaes, tendo em conta as suas capacidades abrangentes, que se traduziro, no s
num incremento potencial estratgico, operacional e tctico, mas sobretudo, num
acrscimo para o capital humano.
(2) Exrcito
O Plano de Desenvolvimento e Implementao da Capacidade (PDIC) ISTAR,
aprovado por despacho do General Chefe do Estado-Maior do Exrcito, de 18 de Agosto
de 2009, visa a concepo de um sistema ISTAR para o Exrcito, at ao final de 2024
(Oliveira, 2010).
Este Plano contempla a edificao de capacidades ISTAR para apoiar uma Brigada.
Este apoio ser garantido por uma unidade de escalo Batalho, com capacidade para a
Gesto da Informao atravs de um sistema ISTAR.
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De modo a atingir, em 2018, a Full Operation Capability do Batalho ISTAR, o
Exrcito planeou, para o perodo de 2014 a 2015, a aquisio de quatro UAS/LAME, da
classe I e doze mini-UAS.
A configurao da unidade de escalo Batalho ISTAR contempla um peloto que
concentrar quatro UAS/LAME e quatro seces compostas por trs mini-UAS cada, para
apoio a trs unidades de escalo Batalho e ao Esquadro de Reconhecimento.
Os UAS tero um emprego prioritrio em misses de reconhecimento, vigilncia e
de apoio ao Targeting - principalmente atravs da referenciao e designao de alvos e no
Controlo e Avaliao de Danos (Battle Damage Assessment).
Estes sistemas podem ainda, modularmente, ser afectos a outras Subunidades da
Fora Operacional Permanente do Exrcito - FOPE (quer em contexto de Foras Nacionais
Destacadas - FND, quer na realizao de misses em Territrio Nacional, como por
exemplo: Treinos/Exerccios e na conduo de Misses de Interesse Pblico Ex:
Situaes de Excepo, Situaes de Catstrofe/Calamidade, etc.).
Salienta-se para a disponibilidade manifestada pelo Exrcito, em cooperar em
projectos de desenvolvimento de UAS com universidades, empresas da BTID, entre outras
entidades.
Acresce ainda realar, que o Exrcito poder antecipar a aquisio de mini-UAS
face ao surgimento de requisitos operacionais urgentes.
(3) Fora Area
Nos actuais teatros de operaes, os UAS so considerados instrumentos
indispensveis realizao das mais variadas misses. Este fenmeno leva a que a Fora
Area (FA) no fique indiferente evoluo destes sistemas (Vilares, 2010).
A heterogeneidade deste assunto faz com que o mesmo seja tratado pela FA, de
forma pluridisciplinar, consoante as reas de especializao. A Diviso de Operaes do
Estado-Maior representa a FA nas reunies do Joint Capability Group UAV e trata dos
assuntos ao nvel de Standardization Agreement (STANAG), tendo actualmente a seu
cargo, o desenvolvimento do conceito de operaes para UAS, onde se destacam as
questes relacionadas com a gesto do espao areo e a futura integrao destes sistemas
no espao areo no segregado.
Por sua vez, a Diviso de Planeamento do Estado-Maior da FA a entidade
responsvel pelas propostas das foras e consequentemente pela insero deste assunto em
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sede de Lei de Programao Militar (LPM). No que respeita certificao de UAS,
compete Direco de Engenharia e Programas do Comando Logstico da FA gerir esta
temtica.
Cabe ainda salientar o papel que o Centro de Investigao da Academia da Fora
Area (CIAFA) tem vindo a desempenhar na Investigao e Tecnologia (I&T) em UAS,
gerando competncias ao nvel dos recursos humanos e potenciando as infra-estruturas
tecnolgicas existentes; beneficia, para o efeito, do espao areo segregado, necessrio
para a realizao de voos de teste, proporcionado, quer pela Base-Area n1, em Sintra,
quer pelo Centro de Formao Militar e Tcnica da Fora Area (CFMTFA), na OTA.
A utilizao destes meios permitiria, tambm, apoiar misses operacionais, bem
como recolher informaes e complementar a vigilncia de actividades de superfcie,
desenvolvidas no Espao Estratgico de Interesse Nacional Permanente, para alm de
melhorar a capacidade das operaes areas contra foras de superfcie em ambiente
terrestre, com especial enfoque na capacidade de reconhecimento e no Controlo e
Avaliao de Danos (Battle Damage Assessment).
Subsistem, no entanto, aspectos que merecem uma especial ateno, por serem
elementos crticos para uma operao segura dos UAS; entre eles, sobressai a integrao
destes sistemas em espao areo no segregado. Para alm destes, permanecem ainda por
regulamentar os seguintes aspectos: a gesto de frequncias e a largura de banda,
necessrias para o Comando e Controlo, a necessidade de Satellite Communications
(SATCOM) para operaes Beyond Visual Range (BVR), a formao de pilotos e de
operadores de sensores e as questes relacionadas com o Networking.
Todavia, a FA considera que relativamente aos UAS, devero ser equacionadas
todas as medidas ao nvel mais alto, no sentido de serem tomadas as diligncias necessrias
para evitar a duplicao de esforos, procurar, tambm, fomentar a criao de sinergias que
conduza edificao de um plano coerente, face ao desenvolvimento destes sistemas,
contribuindo, dentro do possvel, para a uniformizao de requisitos.
(4) Foras de Segurana
A utilizao dos UAS pelas FFSS tem sido um tema de reflexo, tendo em conta as
potenciais capacidades destes sistemas, face misso destas Foras (Pinto, 2010).
Na sequncia do estudo elaborado pela Guarda Nacional Republicana (GNR),
concluiu-se que os UAS apresentavam vantagens nas vertentes da segurana, da
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componente humana, na capacidade de comando e controlo remoto, na partilha de meios e
informao e na capacidade de viso e rastreio da zona de aco.
Identificaram-se tambm desvantagens, relacionadas com a interaco dos UAS
com outras aeronaves e com os sistemas de gesto de trfego areo, bem como outro
eventual problema decorrente das limitaes dos data-links de banda larga, que poderiam
comprometer a qualidade das imagens obtidas para a identificao de ocorrncias.
O estudo revelou tambm, o facto de existirem poucas referncias, quanto
utilizao dos UAS em actividades afins s das FFSS e acima de tudo a ausncia de
certificao e regulamentao prpria para a operao destes sistemas em espao areo no
segregado.
A utilizao UAS pelas FFSS perfeitamente abrangente, existindo uma
multiplicidade de reas em que os mesmos podero vir a ser utilizados, destacando-se,
entre outras: o combate ao narcotrfico, a imigrao ilegal, a vigilncia e o controlo da
fronteira martima, o seguimento e vigilncia de objectivos de investigao policial, o
apoio a operaes policiais, a proteco das foras de segurana, a gesto de trfego
rodovirio, a gesto do apoio a situaes de crise e proteco civil, o planeamento civil de
emergncia, a segurana de grandes eventos, a segurana de instalaes de reas sensveis,
a busca de desaparecidos e o clculo de reas queimadas em incndios florestais.
No incio de 2010, a GNR foi convidada pela AFA a participar numa parceria como
testador e operador de UAS, no mbito do projecto PITVANT, o que permitiu GNR
retomar de novo este assunto e analis-lo numa perspectiva integrada.
Atendendo ao facto de no existir, ao nvel das FFSS, uma doutrina associada
utilizao de UAS, a eventual participao da GNR nesta parceria constitui uma
oportunidade que proporcionar o desenvolvimento de competncias nesta rea,
partilhando o conhecimento com uma entidade que dispe de infra-estruturas prprias e
know-how no sector aeronutico. Para alm disso, a eventual participao dos outros
Ramos nesta parceria, poder contribuir para uma evoluo sustentada de solues neste
domnio, que satisfaam as partes envolvidas.
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e. Integrao de requisitos entre os Ramos das Foras Armadas e as
Foras de Segurana
Da anlise efectuada, constatou-se que o processo da definio de requisitos
tcnicos dos UAS tem-se desenrolado de forma isolada e desarticulada entre os Ramos,
dificultando o dilogo entre os potenciais utilizadores e as entidades do SCTN e da BTID.
Apesar de os sistemas terem uma utilizao diferenciada, existem requisitos
tcnicos que podero ser complementares ou mesmo comuns, o que pressupe uma
harmonizao que conduza s medidas mais adequadas, face s competncias tecnolgicas
existentes a nvel nacional (Correia, 2009). Todavia, a concretizao desta medida s
vivel atravs do estabelecimento de uma ligao entre as FFAA, as FFSS e as entidades
do SCTN e da BTID, com o envolvimento dos Centro de investigao dos Ramos e a
superviso da Direco-Geral de Armamento e Infra-Estruturas de Defesa (DGAIED).
f. Sntese Conclusiva
Os SNT que apresentam a maior abrangncia de aplicaes, quer militares quer
civis, so os UAS. Estes revelam um elevado potencial de aplicaes na rea militar, como
por exemplo nas operaes ISR, caracterizadas muitas vezes de Dull, Dirty and
Dangerous.
As FFAA e FFSS tm interesses comuns na explorao dos UAS, para o
cumprimento das suas misses, faltando, no entanto, uma abordagem conjunta na definio
de requisitos, que envolva a BTID e o SCTN, de modo a encontrar as solues
tecnolgicas mais adequadas.
Como complemento do que foi referido anteriormente, cabe ainda salientar a
importncia de que se reveste para Portugal a criao de uma capacidade nacional para o
desenvolvimento destes sistemas, tendo em considerao a sua utilizao, no s ao nvel
militar, como tambm civil (aplicao dual).
No obstante o interesse na utilizao destes sistemas no campo civil, existem
actualmente algumas restries que limitam o seu crescimento, nomeadamente a ausncia
de legislao e regulamentos para a sua utilizao no espao areo no segregado. Prev-
se, no entanto, que uma vez eliminadas estas restries, o crescimento de UAS no mercado
civil seja superior ao militar.
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Face ao exposto, podemos concluir que os SNT, mais precisamente os UAS,
podero ter um papel importante na realizao de misses de duplo uso, pelo que se
considera validada a Hiptese 1 e respondida a Questo Derivada 1.
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2. Competncias Cientfico-Tecnolgicas nacionais para o desenvolvimento de Sistemas No Tripulados
a. Introduo
O facto de o sector dos SNT envolver uma elevada diversidade de reas cientficas,
tem gerado um crescente interesse por parte das universidades e instituies de I&D, em
desenvolver projectos nesta rea tecnolgica, fomentando, assim, o acrscimo de
competncias neste domnio.
Neste captulo, daremos destaque s actividades de I&D em curso nos Centros de
Investigao dos Ramos1, ao projecto Imperio em desenvolvimento pelo PAIC e aos
projectos que esto a ser desenvolvidos pelas universidades e empresas no mbito dos
SNT, com financiamentos nacionais e comunitrios.
Por ltimo, abordaremos a perspectiva de articulao dos projectos em curso no
mbito dos SNT, envolvendo as entidades anteriormente referidas.
b. Actividades de Investigao e Tecnologia no mbito da Defesa
Para satisfazer as necessidades tecnolgicas das FFAA face ao novo quadro
estratgico de ameaas, inevitvel o recurso ao desenvolvimento de novos sistemas e
equipamentos mais sofisticados e eficazes, baseados em avanados conceitos cientficos e
tecnolgicos.
A I&D de Defesa constitui um suporte fundamental para a Defesa, ao desenvolver
solues tecnologicamente evoludas e cada vez mais exigentes, satisfazendo as
necessidades das FFAA, a mdio e longo prazos, contribuindo para o crescimento da
economia e proporcionando o desenvolvimento de produtos com aplicao dual.
Ao MDN compete promover a cooperao nacional e internacional entre os
parceiros da BTID e SCTN, atravs dos mecanismos disponveis que facilitem a
participao nas iniciativas, actividades, programas e projectos europeus da European
Defence Agency (EDA) e da NATO, atravs da participao em diversos painis da
1 Os Centros de Investigao dos Ramos incluem; o Centro de Investigao Naval (CINAV), o Centro de
Investigao da Academia Militar (CINAMIL) e o Centro de Investigao da Academia Militar (CIAFA).
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Research & Technology Organisation (RTO), bem como em grupos da Conferncia
Nacional de Directores de Armamento (CNAD). Esta participao extensiva tambm aos
protocolos bi/multilaterais estabelecidos com outros pases (MDN, 2011a).
Esta medida vem contribuir para a divulgao das oportunidades de I&D de Defesa,
a nvel nacional e internacional, incentivando a participao da BTID nacional no mercado
internacional, em articulao com as Estratgias Europeias para a Investigao e
Tecnologia de Defesa European Defence Research & Technology Strategy e da Base
Tecnolgica e Industrial de Defesa European Defence Technological and Industrial Base
Strategy (MDN, 2011a).
As FFAA dispem, na sua estrutura, de centros com competncias cientfico-
tecnolgicas especficas na rea da Defesa, que desenvolvem a sua actividade cientfica em
parceria com entidades do SCTN e da BTID, participando em projectos, a nvel nacional e
internacional (MDN, 2011c).
Os centros referidos so:
O Instituto Hidrogrfico (IH);
O Centro de Investigao Naval (CINAV);
O Centro de Investigao da Academia Militar (CINAMIL);
O Centro de Investigao da Academia da Fora Area (CIAFA).
Importa, ainda, salientar as actividades de investigao, desenvolvimento e
inovao promovidas pelos Estabelecimentos de Ensino Superior Pblico Universitrio
Militar (EESPUM) no mbito das suas atribuies (MDN, 2010c:1058), visando a
produo e a divulgao de conhecimento cientfico, nomeadamente em reas de interesse
para a Segurana e Defesa, envolvendo universidades, entidades pblicas e empresas
nacionais e estrangeiras.
c. As competncias cientfico-tecnolgicas dos Ramos, para o
desenvolvimento de Sistemas No Tripulados
(1) O Instituto Hidrogrfico
O Instituto Hidrogrfico (IH) um rgo da Marinha, que tem por misso assegurar
as actividades de Investigao de Desenvolvimento Tecnolgico (I&DT) relacionadas com
as cincias e as tcnicas do mar, visando a sua aplicao prioritria em operaes militares
navais, designadamente nas reas da hidrografia, da cartografia hidrogrfica, da segurana
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http://www.hidrografico.pt/hidrografico/http://www.hidrografico.pt/hidrografico/http://www.hidrografico.pt/hidrografico/
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da navegao, da oceanografia e da defesa do meio marinho, o que o torna um centro de
referncia no conhecimento e na investigao do mar (IH, 2011).
Este Instituto faz j uso de tecnologia de ponta para o levantamento de dados
hidrogrficos, oceanogrficos e geolgicos. Possui, para o efeito, de um ROV que usado
na observao do fundo do mar em trabalhos de carcter cientfico, na vistoria de reas de
potencial perigo para a segurana da navegao, na inspeco de estruturas subaquticas,
na localizao de equipamento oceanogrfico perdido, no apoio a operaes de
mergulhadores e ainda na observao de destroos de navios e de avies acidentados.
Embora o IH utilize SNT no apoio s suas actividades de I&DT, no dispe, no
entanto, de competncias no domnio do desenvolvimento daqueles sistemas.
(2) O Centro de Investigao Naval
O Centro de Investigao Naval (CINAV) uma unidade orgnica de Investigao
cientfica, Desenvolvimento tecnolgico e Inovao (IDI), de ndole multidisciplinar,
integrado na Escola Naval e constitudo na dependncia directa do Comandante deste
EESPUM (EN, 2010).
O CINAV desenvolve a sua actividade em reas de interesse para a Marinha, sem
prejuzo das competncias prprias do IH, decorrentes da sua misso e do seu Estatuto de
Laboratrio do Estado. Assegura ainda o apoio s actividades de I&D resultantes da
condio de EESPUM.
O CINAV dispe das infra-estruturas da Escola Naval para desenvolver a sua
actividade de investigao, sendo a maioria dos seus investigadores, docentes daquele
Estabelecimento de Ensino.
Em 2008, teve incio o primeiro projecto de um UAV de aplicao naval,
denominado, Pelicano que agregava o veculo areo, a estao de controlo e o sistema de
piloto-automtico. O Pelicano surgiu na sequncia do projecto Protoavis, que teve incio
em 2004/2005, na Escola Naval (Lobo, 2006:14), como resposta necessidade manifestada
pela Marinha no desenvolvimento da Capacidade Ocenica de Superfcie, no que diz
respeito a UAV.
O projecto Pelicano apresentava uma aplicao de espectro alargado, no restrito
apenas Marinha, visando reforar a capacidade deste Ramo nas actividades de busca e
salvamento, fiscalizao de pescas e controlo ambiental, em particular na rea da Proteco
Civil.
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Este projecto seria submetido Direco-Geral de Armamento e Equipamento de
Defesa (DGAED), em Outubro de 2007, na sequncia do desafio lanado por aquela
Direco-Geral, aos trs Ramos, para a apresentao de projectos de I&T, enquadrados
pela LPM. Contudo, o objectivo e as caractersticas tecnolgicas do projecto, levariam a
que o painel de peritos incumbidos de analisar as propostas, emitisse um parecer no sentido
de agregar aquele projecto ao PITVANT, proposto pela AFA, pesando nesta deciso a
similaridade de ambos e os benefcios decorrentes dessa sinergia.
No mbito do repto lanado pela DGAED, a Marinha apresentou uma proposta
de projecto de um Light Autonomous Underwater Vehicle (LAUV), designado por
SEACON, que tem como finalidade dotar o Ramo de um sistema para treino,
demonstrao e desenvolvimento de conceitos de operao com veculos submarinos
autnomos de pequena dimenso, com tolerncia a falhas (DGAIED, 2008).
Este projecto, com a durao de dois anos, que envolve a Faculdade de Engenharia
da Universidade do Porto (FEUP), tem fomentado as actividades I&D em domnios de
interesse cientfico e pedaggico comuns, especialmente na rea de veculos submarinos
autnomos, procurando assim estreitar as relaes de cooperao cientfica e tcnica entre
as instituies. De salientar o facto de esse projecto poder vir a contribuir para o
desenvolvimento da Capacidade de Guerra de Minas, nas vertentes de Treino e Doutrina
(DGAIED, 2008).
(3) O Centro de Investigao da Academia Militar
O Centro de Investigao da Academia Militar (CINAMIL) a estrutura de
Investigao Cientfica da Academia Militar, criada em 4 de Dezembro de 2001, por
Despacho do Chefe de Estado-Maior do Exrcito, que tem como responsabilidade a
coordenao das actividades de I&D do Exrcito, a gesto dos bens patrimoniais e
financeiros atribudos para a I&D, o acompanhamento e o aconselhamento dos Ncleos de
I&D (Ribeiro, 2006).
O principal objectivo do CINAMIL a promoo da investigao cientfica em
reas de interesse para a Academia Militar, em particular na rea da Segurana e Defesa,
fomentando a colaborao e o intercmbio cientfico com instituies e investigadores de
outras instituies universitrias, cientficas, tecnolgicas e empresariais.
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http://www.hidrografico.pt/hidrografico/
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Para alm de outras atribuies, o CINAMIL coordena tambm as actividades de
investigao cientfica, de modo a impulsionar o desenvolvimento de iniciativas
interdisciplinares.
As linhas de investigao foram definidas, de forma a consolidar a poltica de I&D
do Exrcito, tendo presente as grandes reas do conhecimento e da produo cientfica, de
acordo com objectivos de longo prazo que presidem organizao e execuo dos
projectos de investigao neles inscritos (Ribeiro, 2006:114).
A nica referncia no domnio das tecnologias relacionadas com os SNT o
projecto de I&D de um UAV, denominado - Praecursor. Este projecto, que envolveu a
Diviso de Planeamento e Programao do Estado-Maior do Exrcito (DPP/EME), o
Comando das Tropas Aerotransportadas e o Grupo de Aviao Ligeira do Exrcito, surgiu
de uma parceria com a Universidade de Aveiro e tinha, como finalidade, o
desenvolvimento de um sistema constitudo por um UAV e uma estao terrestre
(Maldonado, 2006).
O veculo areo constitudo por uma asa flexvel, um sistema de propulso
mecnica, um computador de bordo, sensores e um sistema de comunicaes, tinha como
principal objectivo a localizao de focos de incndios, podendo ainda ser utilizado para
outras misses, como a deteco de explosivos, as misses de vigilncia e de SAR, a
vigilncia policial, a inspeco de linhas de alta tenso e a cobertura fotogrfica e de vdeo.
(4) O Centro de Investigao da Academia da Fora Area
A actividade de I&D na Academia da Fora Area (AFA) teve incio em 1996,
consubstanciada pela instalao do laboratrio de aeronutica, o que veio garantir, a par
dos recursos humanos afectos actividade de I&D, as condies necessrias para o
desenvolvimento do conhecimento cientfico e tecnolgico na rea da concepo, no
domnio da aeronutica militar.
A criao do Centro de Investigao da AFA (CIAFA) acabaria por ocorrer em
2008, a fim de dar resposta aos requisitos implcitos nos diplomas legais referentes ao
ensino superior pblico militar (MDN, 2010c:1058).
Inserido na estrutura da AFA, o Centro de Investigao constitui o ncleo do
sistema de conhecimento cientfico da FA, dispondo de autonomia cientfica que lhe
permite definir, programar e executar a investigao e demais actividades cientficas,
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representando ainda aquele Ramo, junto ao MDN, para os assuntos de Investigao e
Tecnologia de Defesa.
O CIAFA funciona como uma entidade agregadora das unidades de produo e de
gesto de conhecimento da FA, promovendo a ligao com as entidades do sistema
cientfico nacional e com as agncias de investigao e tecnologia internacionais. A
participao na EDA e na RTO de oficiais da AFA tem contribudo para o reforo da
participao e coordenao nas actividades de Investigao e Desenvolvimento
Tecnolgico (I&DT), com pases da Unio Europeia (UE) e da NATO.
O facto de o CIAFA dispor de dois laboratrios, um de Cincias e Tecnologias e
outro de Aeronutica, com infra-estruturas nicas no pas, especficas para as aces de
investigao cientfica e tecnolgica no sector aeroespacial, tem permitido a explorao
destas capacidades pela comunidade cientfica nacional e internacional, contribuindo assim
para o desenvolvimento de um networking gerador de parcerias.
O desenvolvimento destas iniciativas, pelo CIAFA, junto das entidades da BTID e
do SCTN, tem permitido o encontro entre especialistas das diversas reas tecnolgicas da
BTID e do SCTN, que tm resultado no desenvolvimento de projectos de interesse para a
Defesa.
Como resultado desta estratgia, destacam-se os projectos que tm sido
desenvolvidos em termos da investigao cientfica, no mbito de plataformas areas no-
tripuladas (Apndice A), reveladoras de tecnologia de baixo custo e que tm sido
exploradas, no sentido de validar a futura utilizao de UAS pela FA.
Neste contexto, reala-se o projecto PITVANT, com calendrio de execuo de
2008-2015, centrado no desenvolvimento de novas tecnologias e de novos conceitos de
operao para sistemas de veculos areos no-tripulados de pequena dimenso (Apndice
A). Pretende ainda formar pessoal com capacidade, para definio de requisitos, operao e
manuteno de sistemas UAS.
Os produtos, as tecnologias e os conceitos de operao a desenvolver no mbito do
PITVANT, revestem-se da maior importncia, no s em operaes militares, mas tambm
em actividades de natureza civil (Morgado, 2009).
Acresce por fim referir, que a multidisciplinaridade e a abrangncia deste projecto
permitiro que as FFAA, as FFSS e em particular a FA, possam adquirir competncias que
lhes facilitem a adaptao ao novo paradigma do poder areo, actualmente em fase de
franco desenvolvimento a nvel mundial: o Sistema Areo No Tripulado.
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d. As Empresas Portuguesas de Defesa
As Empresas Portuguesas de Defesa (EMPORDEF) holding das indstrias de
Defesa Nacional, tm pautado a sua actividade pelo desenvolvimento de capacidades ao
nvel da I&D, procurando estabelecer uma base de competitividade em reas tecnolgicas
orientadas para os mercados da defesa e outros domnios, assentes em tecnologias e
produtos de duplo uso.
De realar a participao destas empresas no programa de contrapartidas das
aquisies de equipamento militar para a defesa, regido pelas mais recentes disposies
comunitrias, que se revela como um factor de desenvolvimento da indstria nacional de
defesa, com especial incidncia nas reas aeronutica, naval, de comunicaes e
tecnolgica (MDN, 2010a).
No seguimento desta orientao e considerando as mais-valias evidenciadas pelas
empresas deste grupo, sublinha-se o contributo das empresas do ncleo tecnolgico da
EMPORDEF, mais concretamente a Edisoft e a Empordef-TI, no desenvolvimento de
projectos no domnio dos SNT.
No caso particular da Edisoft, destaca-se a participao desta empresa no projecto
cooperativo, de categoria B, desenvolvido no mbito da EDA, denominado Unmanned
Tactical Ground Vehicle (UGTV) (MDN, 2009b:36). Este projecto, constitudo por trs
fases, tem como finalidade a montagem de um prottipo com vista sua utilizao
operacional. Com incio em 2009, concluiu a primeira fase em 2010, envolvendo, alm da
Edisoft, a Patria Land & Armament Oy (Finlndia), a THALES Optronique S.A (Frana), a
DIEHL BGT Defence GmbH & Co. KG (Alemanha), a Hellenic Aerospace Industry S.A
(Grcia), a CIO Iveco (Itlia) e a PIAP (Polnia).
A Empordef-TI, cuja actividade est orientada para o mercado da simulao,
apresenta tambm uma vasta experincia nas reas de treino sinttico e de software de
teste. Esta empresa, juntamente com a Edisoft, participa no consrcio PAIC, constitudo
por mais onze empresas e liderado pela Portuguese Association for the Aerospace Industry
(PEMAS), que visa o desenvolvimento de UAS para aplicaes civis, projecto referenciado
como Imperio SP1-01 (descrito no pargrafo seguinte). Estas duas empresas, do ncleo
tecnolgico da EMPORDEF, tm como responsabilidade, no contexto deste projecto,
participar no desenvolvimento e incorporao de sistemas embarcados de comunicao,
comando e controlo, gesto de misso e estaes de solo (PAIC, 2009).
Cor ENGEL Manuel Cortez CPOG 2010/2011 25
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e. Portuguese Aerospace Industrial Consortium.
O Portuguese Aerospace Industrial Consortium (PAIC) surge no mbito do
contrato de contrapartidas, relativo modernizao de cinco aeronaves P-3C Orion, que se
encontram ao servio da FA, tendo sido assinado em Julho de 2008, entre a Comisso
Permanente de Contrapartidas e a Lockheed Martin.
Deste contrato, resulta o projecto Imperio SP1-01 que tem como objectivos
(PAIC, 2009):
Desenvolver um UAS para uso civil, incluindo sistemas de suporte terrestre
e sensores;
Certificar o sistema como um produto aeronutico destinado ao mercado
civil internacional;
Estabelecer uma slida cooperao entre a Lockheed Martin e a indstria
portuguesa;
Criar uma base industrial nacional e de conhecimento que permita o
desenvolvimento de uma cadeia de fornecimento de sistemas UAS;
Contribuir activamente para a criao de um cluster aeroespacial portugus.
A Lockheed Martin, para alm de transferir para o Consrcio portugus, know-how
e tecnologia, participar nas actividades do projecto, cuja durao de cinco anos.
O Consrcio liderado pela PEMAS conta com a participao das seguintes
empresas nacionais: Active Space Technologies, Edisoft, Empordef-TI, Skysoft, Critical
Software, Iberomoldes Group, Pousada, Tekever, Spinworks, PIEP, INEGI, Listral e Centi.
Estas empresas tm financiado, desde 2009, com fundos prprios, o projecto Imperio
SP1-01.
O projecto est estruturado em trs fases e encontra-se actualmente entre a primeira
e a segunda fase, estando j concludos os ensaios de voo.
O arranque da segunda fase estava previsto para o segundo trimestre de 2011,
envolvendo as empresas ligadas aos sistemas embarcados (sensores).
A definio dos Conceitos de Operao (CONOPS) e dos requisitos da componente
terrestre so da responsabilidade da Critical Software, cabendo Edisoft a definio de
requisitos da componente martima.
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De acordo com as informaes prestadas pelo director tcnico do PAIC, Eng.
Srgio Oliveira, o levantamento dos requisitos para ambas as componentes foi efectuado
junto das FFAA e FFSS.
De salientar ainda, que o produto resultante deste projecto apresenta capacidades de
emprego dual, incluindo, entre outras aplicaes, o controlo florestal, a ajuda no combate a
incndios (particularmente na monitorizao do rescaldo de incndios em reas
confinadas), o seguimento de cardumes, o controlo da temperatura martima, o controlo
atmosfrico e de poluio e o controlo rodovirio.
Actualmente, o projecto encontra-se parado, em virtude de no terem sido
aprovados os projectos submetidos ao Quadro de Referncia Estratgico Nacional
(QREN), aguardando outras formas de financiamento.
f. Projectos de Investigao e Desenvolvimento no mbito dos Sistemas
No Tripulados realizados por universidades e empresas
Do levantamento efectuado sobre os projectos em desenvolvimento2 relacionados
com os SNT, envolvendo universidades e empresas nacionais (Apndice B), com apoios de
fundos nacionais e comunitrios, verificou-se uma participao significativa de entidades
nacionais do SCTN e da BTID, abrangendo um largo espectro de actividades neste
domnio.
41%
19%
19%
21%
Projectos
FCT
QREN
AdI
EU
2 Informao obtida das bases de dados da FCT, da AdI, do QREN e do CORDIS
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Sistemas No Tripulados desafio nacional de investigao e desenvolvimento.
Figura 5. Projectos de I&D em SNT
Dezanove por cento dos projectos identificados (Figura 5.) so financiados pelo
Sistema de Incentivos I&DT nas Empresas do QREN e envolve todos os tipos de SNT.
Destes, destaca-se o AirTiCi - Tcnicas de Inspeco Avanadas para a Monitorizao de
Infra-Estruturas Crticas (IC) - coordenado pelo Instituto Superior Tcnico (IST). O
consrcio consiste em trs empresas (HAGEN, LABELEC, e BRISA), um instituto de
transferncia de tecnologia - Instituto de Soldadura e Qualidade (ISQ), um laboratrio do
estado, Laboratrio Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e um instituto de investigao
francs - Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS), Sophia Antipolis. A
equipa de investigao tem como objectivo maximizar a incorporao de competncias
nacionais ao nvel cientfico e tecnolgico, contando, para isso, com o know-how de um
dos lderes mundiais da rea dos veculos de descolagem vertical para inspeco de IC.
Este projecto tem um financiamento de 948.343,00 e decorre no perodo de 2009 a 2012.
Dos dezassete projectos financiados pela Fundao da Cincia e Tecnologia (FCT),
destacam-se o PERCEP-DRIVEN e o Caravela, ambos coordenados pelo Instituto de
Sistemas e Robtica (ISR) da Universidade Tcnica de Lisboa (UTL) e orientados para os
UMS. Estes projectos envolvem as empresas, Registo Internacional Naval (RINAVE) e
Construo Naval de Fibras (CONAFI), para alm do Instituto Superior de Engenharia do
Porto (ISEP), o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores do Porto (INESC) e a
Universidade dos Aores.
Dos projectos financiados pela Agncia de Inovao (AdI), reala-se o SimUAV,
destinado a desenvolver um simulador de voo para um UAV, para validao dos seus
subsistemas e dos sistemas de suporte em terra. Este projecto, que decorre no perodo de
2007 a 2010, coordenado pela Critical Software e envolve a Universidade da Beira
Interior (UBI) e a Faculdade de Cincias e Tecnologia da Universidade de Coimbra
(FCTUC) tendo um financiamento de 85.140,00 .
Dos projectos suportados pelo 7 Programa-Quadro da Unio Europeia (UE),
destaca-se o Perseus, coordenado pela empresa espanhola, Indra Sistemas e com a
participao do CIAFA e do Instituto de Novas Tecnologias - Instituto de Engenharia de
Sistemas e Computadores (INOV-INESC), para alm de um elevado nmero de
instituies e empresas europeias (Apndice A: A-2). O projecto decorre de 2010 a 2014 e
tem um financiamento de 27.850.000,00.
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Sistemas No Tripulados desafio nacional de investigao e desenvolvimento.
g. A articulao das actividades de Investigao e Desenvolvimento de
Defesa
Da anlise efectuada ao longo deste trabalho, constata-se que o facto de no existir
uma estrutura de topo que coordene de forma conjunta e integrada toda a actividade
relacionada com o desenvolvimento de projectos, no mbito dos SNT, potenciando a
mobilizao dos recursos nacionais, na procura do dilogo entre as diversas identidades do
SCTN, da BTID e dos Centros de Investigao dos Ramos, tem contribudo para o
desenvolvimento disperso e desintegrado de projectos. Esta situao leva ocorrncia de
projectos em duplicado, o que dificulta a edificao de uma capacidade nacional que
promova a competitividade neste domnio tecnolgico.
h. Sntese Conclusiva
Existem, a nvel nacional, universidades e instituies de I&D, com competnc