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Inovação com Tecnologia: o pedagogo e a aprendizagem do século XXI MINIOLI, Célia Scucato 1,2,3 ; FREITAS, Maria do Carmo Duarte 3,4 ; TONO, Cineiva Campoli Paulino 1,2,3,5 1 Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE. da Secretaria de Estado da Educação - SEED. 2 Área: Gestão Escolar. 3 Departamento de Ciência e Gestão da Informação - UFPR. 4 Doutorado (2003) em Engenharia de Produção - Universidade Federal de Santa Catarina. 5 Mestrado (2003) em Educação - UFPR. RESUMO – Este artigo discute, sob a ótica da Didática, o papel do pedagogo no assessoramento do professor e na construção do saber pedagógico com o uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs). Tendo como eixo principal a Gestão da Inovação, o estudo pesquisou as atitudes do professor em relação ao uso das TICs no espaço escolar e de que forma a Equipe Pedagógica das escolas públicas, de Ensino Fundamental e Médio estão assessorando e subsidiando o trabalho docente, a partir do uso das tecnologias (computador e televisão Pendrive). Aplicou-se um instrumento de pesquisa com questões fechadas e abertas, fundamentadas na Escala Likert e questões abertas nas quais se analisa o real panorama de articulação e de assessoramento por parte do pedagogo, na implantação destas tecnologias, na escola. A análise dos resultados de pesquisa aponta para a necessidade de instrumentalização do pedagogo e do professor com base nos procedimentos didático-pedagógicos necessários ao trabalho de construção deste novo saber, no espaço escolar e de um amplo assessoramento com relação às efetivas e reais potencialidades do uso do computador bem como da TV Pendrive em sala de aula. Palavras-chave: Gestão da Inovação; Tecnologia da Informação e Comunicação; Ação Pedagógica; Assessoramento; Criatividade.

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Page 1: Inovação com Tecnologia: o pedagogo e a aprendizagem do ... · Dentro da perspectiva da Gestão da Inovação a escola, no inicio deste século volta-se para a incorporação efetiva

Inovação com Tecnologia: o pedagogo e a aprendizagem do século XXI

MINIOLI, Célia Scucato1,2,3; FREITAS, Maria do Carmo Duarte3,4;

TONO, Cineiva Campoli Paulino1,2,3,5

1Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE. da Secretaria de Estado da Educação - SEED.

2Área: Gestão Escolar. 3Departamento de Ciência e Gestão da Informação - UFPR.

4Doutorado (2003) em Engenharia de Produção - Universidade Federal de Santa Catarina. 5Mestrado (2003) em Educação - UFPR.

RESUMO – Este artigo discute, sob a ótica da Didática, o papel do pedagogo no assessoramento do professor e na construção do saber pedagógico com o uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs). Tendo como eixo principal a Gestão da Inovação, o estudo pesquisou as atitudes do professor em relação ao uso das TICs no espaço escolar e de que forma a Equipe Pedagógica das escolas públicas, de Ensino Fundamental e Médio estão assessorando e subsidiando o trabalho docente, a partir do uso das tecnologias (computador e televisão Pendrive). Aplicou-se um instrumento de pesquisa com questões fechadas e abertas, fundamentadas na Escala Likert e questões abertas nas quais se analisa o real panorama de articulação e de assessoramento por parte do pedagogo, na implantação destas tecnologias, na escola. A análise dos resultados de pesquisa aponta para a necessidade de instrumentalização do pedagogo e do professor com base nos procedimentos didático-pedagógicos necessários ao trabalho de construção deste novo saber, no espaço escolar e de um amplo assessoramento com relação às efetivas e reais potencialidades do uso do computador bem como da TV Pendrive em sala de aula.

Palavras-chave: Gestão da Inovação; Tecnologia da Informação e Comunicação; Ação Pedagógica; Assessoramento; Criatividade.

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1 INTRODUÇÃO

A Comunicação Pedagógica Midiatizada designa toda forma de comunicação

com intenção educativa que utiliza um dispositivo tecnológico seja ele pertencente

aos recursos tradicionais como a televisão, o vídeo ou inovador como a rede

Internet. Com o advento do uso destes dispositivos pela sociedade, grande parte

dos profissionais da educação (gestores, pedagogos e professores), têm encontrado

dificuldades em lidar e explorar pedagogicamente e de modo efetivo as Tecnologias

da Informação e Comunicação (TICs) - Computador e TV - como ferramentas

complementares ao processo de ensino e de aprendizagem.

Dentro da perspectiva da Gestão da Inovação a escola, no inicio deste século

volta-se para a incorporação efetiva da tecnologia na educação, assumindo um

modelo de gestão escolar com caráter democrático-participativo, no qual o

assessoramento do fazer pedagógico com tecnologias passa a ser um compromisso

a ser assumido por todos os agentes que integram o processo educativo, exige-se

daí responsabilidades na tomada de decisões e principalmente um

comprometimento dos profissionais da educação com esta ação, enriquecida pela

variedade de saberes e experiências.

Juntamente com o processo de gestão, a escola passa a construir a Gestão

do Conhecimento e a Gestão da Tecnologia ampliando sua ação pedagógica, tendo

em vista as exigências postas pela sociedade e pelas mudanças necessárias, em

seu processo ensino-aprendizagem como forma de indução, do jovem usuário do

computador, na construção de seu conhecimento.

Neste processo o pedagogo como detentor de saberes relativos à didática e a

metodologia é agente fundamental, na articulação e assessoramento do professor

na implementação das tecnologias na prática pedagógica e na construção do

processo ensino-aprendizagem.

A mudança a ser implementada no espaço escolar consiste em tarefa difícil,

pois exige o envolvimento de toda a comunidade escolar.

A decisão implica em identificar e conhecer as diversas ferramentas que

deverão ser utilizadas para a realização das mudanças necessárias e para o registro

do conhecimento construído na instituição, seja através do levantamento de dados;

e informações resultantes do registro do setor administrativo, seja como resultado da

elaboração, criação, reestruturação de conhecimentos, pedagogicamente construído

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que fazem parte do dia a dia do professor e do aluno bem como do diretor e do

pedagogo.

2 OBJETIVO GERAL

Analisar o papel do pedagogo como articulador do processo de implantação,

facilitação e articulação do uso das TICs no espaço escolar.

3 GESTÃO DA INOVAÇÃO NA ESCOLA

A gestão, enquanto ação mediadora entre as diretrizes educativas e os

sujeitos implicados no processo educacional, - alunos, professores, diretores,

técnicos, pais e outros, estabelece-se a partir das relações pedagógicas que se

desencadeiam nessa mediação.

Segundo Ferreira (2004), o termo gestão significa: “ato de gerir; gerência,

administração”. Em outras palavras, gestão é a manutenção de controle sobre um

grupo, uma situação ou uma organização, de forma a atingir da melhor forma as

metas propostas pelo planejamento estratégico.

A ciência da gestão traz no seu bojo o gérmen da aprendizagem. Constitui-se

na verdade, a ciência de aprender a entender as circunstâncias e agir de acordo

com elas.

Assim, parece lógico que, qualquer intervenção que tenha como objetivo

melhorar os processos de aprendizagem e de desenvolvimento da capacidade dos

alunos, em uma unidade escolar, deve se posicionar a partir da idéia de

compreendê-los. Desta forma qualquer ação de gestão desencadeada deve partir de

análises que envolvam as causas e os mecanismos dos processos analisados.

3.1 O PAPEL INOVADOR DO INDIVÍDUO NA INSTITUIÇÃO

O processo de inovação dentro do espaço escolar procura converter a escola

em lugar mais democrático, atrativo e estimulante, visando o enriquecimento do

processo ensino-aprendizagem.

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São três as categorias de análise relativas ao ato de mudança: o indivíduo

que adota a mudança, o grupo no qual a mudança é construída e o quadro

institucional e cultural.

A escola inovadora precisará se converter em um espaço coletivo de

aprendizagem, de tomada de decisões e de gerenciamento de projetos educacionais

inovadores. Este processo exige percepção da realidade da escola a qual deve

incluir aspectos relacionados não somente à sua natureza educativa, mas á

reconstrução do currículo, a reorganização do seu espaço físico, por mais moderno

que seja; ao comprometimento das pessoas envolvidas, isto é, do corpo de

professores, dos alunos e funcionários da escola. Por fim, o processo de

inovação/mudança deve fazer parte das ações previstas no Projeto Político

Pedagógico da instituição e também do Plano de Ação do gestor, com

direcionamentos destinados a reverter o quadro observado em relação a questão da

aquisição do conhecimento, tanto relativo ao aluno como ao professor, dado o

volume de informações processado diariamente na sociedade do conhecimento.

(VALLADARES, 2003).

Desta forma, o gestor escolar deve estimular e gerir condições para que a

inovatividade esteja presente em todas as fases do ciclo de vida profissional de cada

indivíduo que faça parte da comunidade escolar.

Guerra1 apud Eyng (2001) apresenta três idéias básicas que perfazem a

definição de escola como organização que aprende. A primeira é constituir-se como

comunidade, a segunda é assumir a aprendizagem como foco central da

comunidade e a terceira exige que esta comunidade de aprendizagem seja crítica. A

escola que aprende é sem dúvida a escola capaz de inovar-se.

Para produzir a inovação, o gestor precisa não só de sua Equipe Pedagógica,

mas do comprometimento de todos os componentes da comunidade escolar. Assim

no desenvolvimento de um trabalho colaborativo é importante o espírito de equipe.

3.2 GESTÃO COMO MEDIAÇÃO

A gestão, enquanto ação mediadora entre as diretrizes educativas e os

sujeitos implicados no processo educacional, - alunos, professores, diretores,

1 GUERRA, M. A. S. La escuela que aprende. Madrid: Morata, 2000.

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técnicos, pais e outros, estabelece-se a partir das relações pedagógicas que se

desencadeiam nessa mediação.

Ao se analisar as dificuldades apresentadas pela escola em produzir uma

aprendizagem que venha a despertar no aluno o envolvimento, o comprometimento

e a satisfação em aprender, não se pode deixar de pensar em mudança.

Schön2 apud Jordão, (2007) apontou possibilidades de mudanças,

introduzindo a necessidade de se repensar a epistemologia da prática,

fundamentada na reflexão a partir de situações concretas.

A vida na sala de aula, dos indivíduos e dos grupos que nela se desenvolvem

e interagem, apresenta para o professor problemas de ordem conceitual,

instrumental e, portanto técnicos, como a aplicação de recursos e as estratégias

necessárias para se atingir os objetivos constantes nas Diretrizes Curriculares.

A mudança na forma de conduzir a ação pedagógica dentro do espaço

escolar e para além deste, implica em inovação. Böeme e Stehr argumentam que os

tipos de mudanças que ocorrem atualmente, em todas as áreas, dizem respeito às

formas e ao domínio do próprio conhecimento.

Segundo Nonaka e Takeuchi (1995) o desafio hoje nas grandes instituições é

a transferência do conhecimento tácito (que já existe na cabeça das pessoas) para o

conhecimento explícito, que deve acontecer em uma “Espiral do Conhecimento”

aumentando quando há um domínio completo sobre os conhecimentos adquiridos

no ciclo anterior. Em cada ciclo, através de interações sociais, montam-se conexões,

constroem-se esquemas mentais e desenvolvem-se novos conceitos a partir das

interações com os pares e os mais experientes, num processo de construção em

que se acumula sucessivamente o saber.

Uma das formas de aperfeiçoar o mundo corporativo está relacionado ao

conceito da Espiral do Conhecimento, a partir da qual, todos os componentes de

uma instituição , nas conversas e na troca de conhecimento entre si, adquirem novas

idéias para desenvolverem seu trabalho. Assim, não existe evolução sem inovação.

Mas como desenvolver a capacidade de inovar? Onde e como agir?

Mañas (1999, p. 79), falando sobre a capacidade de inovar engloba três

atitudes: 1. Inventar (nova idéia ou nova abordagem); 2. Conduzir um projeto

2 SCHÖN, D. The reflexive practitioner. Londres: Temple Smith, 1983.

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(passando de uma invenção a um produto ou ação); 3. Inventar o interlocutor de sua

ação conceitual, caso seja necessário.

3.3 O PAPEL DA CRIATIVIDADE NA TOMADA DE DECISÕES

A análise das fases ou ciclos históricos demonstram que periodicamente, a

sociedade assume formas de organização diferentes em virtude das novas

percepções dos acontecimentos mundiais, da adoção de novos valores

considerados básicos, bem como da implantação de novas estruturas econômicas,

políticas, sociais e de diferentes manifestações da criatividade.

Esta forma de pensar tem influenciado professores e gestores, mas sabe-se

que na realidade a verdade é outra. A criatividade existe também em pessoas

comuns e pode ser expressa de várias maneiras, desde pequenas formas de

resolver problemas cotidianos até invenções e descobertas do mundo científico.

Segundo Moraes (2001, p. 81),

As pessoas, em geral, não se consideram criativas, pois associam a criatividade à genialidade dos cientistas, ao senso estético dos artistas ou à descoberta de algum produto ou processo novo, diferente, inédito. É comum ver as pessoas mentalmente acomodadas, satisfeitas com a rotina diária que estabelecem e resistentes a questionamentos ou inovações sugeridas.

A criatividade pode, portanto, ser despertada e desenvolvida, pois se encontra

implícita (latente) ou explícita (aparente) em todas as pessoas.

Este atributo inato ou desenvolvido é especialmente útil aos gestores no

processo de tomada de decisões. Como a criatividade não está restrita ao cargo que

o indivíduo ocupa e muito menos a sua posição hierárquica, a receptividade dos

gestores às idéias dos outros é condição indispensável à existência de um ambiente

criativo. (PEREIRA, 2001, p. 81).

Assim, o gestor ou o tomador de decisão, precisa ter criatividade, ou estimular

a criatividade, isto é, a habilidade de gerar idéias novas e úteis. Essas idéias devem

ser diferentes daquilo que já foi feito, e deve ser apropriado para o problema ou

oportunidade presente.

Outro fator importante na tomada de decisão é a percepção, que pode ser

definida como o processo pelo qual os indivíduos organizam e interpretam as suas

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impressões sensoriais com a finalidade de dar sentido ao que vêem e ao que fazem,

isto é, a sua percepção da realidade.

Percebe-se que certas pessoas têm naturalmente a percepção e a

criatividade mais desenvolvidas que outras. Quando dotadas também de habilidades

específicas como persistência, mente aberta e capacidade de convencimento

tornam-se pessoas-chave dentro do processo de inovação.

Para Tidd et al.3 apud Valladares, (2003, p. 225)

Inovações de sucesso dependem de dois ingredientes: recursos técnicos e capacidade organizacional de gerenciá-los. Recursos técnicos representam a matéria-prima principal para a inovação. Um grupo deve possuir ou saber onde encontrar todos os ingredientes técnicos necessários para o seu trabalho.

No processo de implementação das TICs no Estado do Paraná, a matéria-

prima (computadores e TV Pendrive) já se encontram disponíveis na maioria das

escolas públicas.

Cabe agora a estas escolas públicas estaduais a implementação de

metodologias criativas que tornem capaz a sua eficaz utilização. Portanto, as

escolas como centros de produção do conhecimento podem hoje criar, inovar e

diversificar conteúdos e metodologias que possam dar conta das necessidades de

aprendizagem utilizando-se das TICs para dinamizar a construção do saber.

Para esta implementação, gestores e pedagogos precisam munir-se de

técnicas que conduzam ao envolvimento dos componentes da comunidade escolar

(professores, alunos pais e funcionários) com as ações necessárias à mudança.

Segundo Valladares (2003, p. 324), Osborn foi um dos pioneiros a estudar e

criar técnicas de desenvolvimento da criatividade em grupos. A mais conhecida é a

“brainstorming”4. Na primeira etapa dessa técnica, os participantes têm a

oportunidade de colocar suas idéias sem serem questionados ou criticados. A idéia é

deixar fluir a criatividade pela eliminação de barreiras como o medo de ser

ridicularizado ou de falar em público. Os participantes têm o direito de utilizar a idéia

dos outros, fato conhecido como “pegar carona” na idéia de outro participante,

3 TIDD, J. et. Al. Managing innovation: integrating technological, market and organizational change.

West Sussex: John Wiley and Sons, 1997. 4 Brainstorming termo que significa “Tempestade de Idéias”.

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melhorando-a ou combinando-a com outras idéias. Um dos participantes anota todas

as idéias e pode coordenar o grupo para que uma pessoa fale de cada vez e todos

tenham a oportunidade de falar. Em uma segunda fase, as idéias são analisadas

pelo grupo, onde se descartam as idéias consideradas não-aplicáveis. Essa

ferramenta também pode ser feita por escrito, conhecida como “brainwriting”.

4 OS NATIVOS DIGITAIS

Um dos grandes desafios para que ocorra uma adequação da educação às

exigências da modernidade, está na inserção das novas tecnologias nas escolas,

tendo em vista o perfil dos “nativos digitais5,” isto é, aluno-usuário do século XXI.

Com a Internet, os nativos digitais têm acesso instantâneo a todo e qualquer tipo de informação. Eles não precisam mais de ajuda dos pais e dos livros para responder a determinadas questões. Já são estimulados a terem desde cedo um comportamento pró-ativo para pesquisar qualquer assunto tanto para fins de estudo como para tirar dúvidas de questões em sua vida cotidiana. Essa geração também desenvolve uma rede de trocas de conhecimento sobre diversos assuntos. [...] Eles já estão acostumados a consultar cada amigo para saber determinado assunto. (MACEDO; LIMOEIRO, 2006, p. 36).

Os autores traçam o perfil da criança e do jovem desta sociedade do século

XXI. A observação no seu dia-a-dia nos mostrará o seguinte perfil: o jovem estará

realizando várias ações ao mesmo tempo - navegando na Internet ao mesmo tempo

em que envia torpedos de seu celular, ouve música em um MP3 player, seu ou do

colega, dá uma espiadinha na TV, vigia a vida alheia no Orkut e ainda marca com

seus amigos no MSN, a programação do final de semana. (MACEDO; LIMOEIRO,

2006).

Esta criança ou este jovem, independente da classe social a que pertençam,

diferem muito da criança e do jovem de alguns anos atrás, que tinham somente a TV

e o vídeo-game como aparato tecnológico.

Em contraposição a esta terminologia, os autores se referem a nós como

“imigrantes digitais”.

5 “O termo ‘nativos digitais’ foi criado pelo educador norte-americano Marc Prensky e define o grupo

de jovens consumidores da mídia, jovens nascidos a partir de 1994 já imersos na era tecnológica e que possuem uma vida fortemente influenciada pela Internet e pelos aparatos tecnológicos”. (MACEDO; LIMOEIRO, 2006, p. 36).

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Por mais que estejamos conectados às novas tendências tecnológicas, nunca conseguiremos adquirir as peculiaridades deles, pois nos enquadramos no que Prensky define como ‘imigrantes digitais’, ou seja, migramos para esse novo mundo e ainda temos algumas raízes fincadas no passado (MACEDO; LIMOEIRO, 2006, p. 2).

Partindo da análise deste perfil, é possível deter-se nos seguintes

questionamentos:

- Que preocupações deve ter o gestor da Escola Pública, bem como a sua

Equipe Pedagógica com relação ao arcabouço pedagógico, que venha a

despertar o interesse deste jovem “nativo digital” e passe a envolvê-lo no

processo ensino-aprendizagem?

- Que perfil de professor deverá ser desenvolvido/estimulado para dar conta

de uma ação pedagógica que envolva o jovem que já nasce dominando a

linguagem tecnológica?

- Que saberes/conhecimentos o pedagogo e o professor como “imigrantes

digitais” precisam dominar para poderem trabalhar com este perfil de

aluno?

É em razão dessas demandas que a didática precisa incorporar as investigações mais recentes sobre modos de aprender e ensinar e sobre o papel mediador do professor na preparação dos alunos, para o pensar. Mais precisamente, será fundamental entender que o conhecimento supõe metodologia e procedimentos sistemáticos do pensar. Nesse caso, a característica mais destacada do trabalho do professor é a mediação docente pela qual ele se põe entre o aluno e o conhecimento para possibilitar as condições e os meios de aprendizagem, ou seja, as mediações cognitivas. (LIBÂNEO, 2004, p. 6).

4.1 MEDIAÇÃO OU INTERAÇÃO?

Mediação supõe interação. Segundo Pérez Gómez (2000 p. 74) a análise e

considerações dos processos mentais de mediação provoca o desenvolvimento de

duas correntes de investigação: a que se centra na análise dos processos mentais

do professor ou professora quando planeja, organiza, intervém e avalia; e a que se

preocupa fundamentalmente dos processos mentais e afetivos do aluno ou aluna

quando participa em atividades de aprendizagem.

Assim, a forma de atuar do docente nas trocas educativas, a maneira de

planejar sua intervenção, de reagir frente às exigências prevista ou não, o modo de

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refletir sobre sua prática são o resultado de seu próprio processo de socialização,

isto é, são resultantes de suas experiências vividas, quando era aluno e ao longo da

sua vida escolar e profissional. Já no modelo mediacional, centrado no aluno,

considera-se que, para compreender o que realmente acontece no processo ensino

aprendizagem, deve-se levar em conta a forma de atuar do aluno frente as

atividades propostas, como conseqüência de suas elaborações pessoais, o que

influencia nos resultados do processo Estas variações constituem-se em efeitos

causados pelas respostas às atividades significativas propostas. O comportamento

do professor, bem como os materiais e estratégias de ensino, não causam

diretamente a aprendizagem, mas influenciam nos resultados na medida em que

ativam no aluno a resposta de processamento de informação. Frente ao mesmo

comportamento docente ou mesma estratégia de ensino, alunos distintos podem

ativar diferentes processos cognitivos e afetivos provocando diversos resultados de

aprendizagem.

Já na concepção de Vygotsky (1984) quando o indivíduo interage com o

mundo pode fazer mais do que parece se capaz e extrair muito mais de uma

atividade, se há um adulto ou um participante com mais experiência para mediar a

aprendizagem. Para o autor, a aprendizagem corresponde a um processo de

articulação de fatores externos e internos, com a intenção de internalizar os signos

culturais pelo indivíduo, o que propicia a mediação cultural do processo do

conhecimento. Na apropriação da experiência sócio-cultural como ser ativo, sua

ação envolve a interação com os outros já portadores desses saberes e

instrumentos.

Mas, como se processa esta interação entre o aluno, o computador ou com a

TV Multimídia no processo ensino-aprendizagem?

Segundo Bartolomé Pina apud Sancho (2007 p.213)

[...] entende-se por interatividade o fato de que ambos os extremos do canal de comunicação participam, emitindo mensagens que são recebidas e interpretadas pelo outro extremo e que, de alguma maneira, influem no modo como o diálogo continua a se desenvolver.

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Os termos “interativo” e “multimídia” são usados de modo semelhante. Os

sistemas multimídia possuem esta característica: baseiam se no sujeito e são

altamente interativos com ele

Para Preece et al (2005, p107), crianças e adultos geralmente apresentam

dificuldades para aprender coisas difíceis , fórmulas matemáticas, notações, leis da

física e outros conceitos abstratos. Uma das principais razões é acharem difícil

relacionar suas experiências concretas do mundo físico com estas abstrações de

alto nível. No entanto, as pesquisas têm mostrado ser possível facilitar este tipo de

aprendizagem com o uso de: multimídia interativas.tais como simulações, objetos

de aprendizagem , ou através de materiais preparados pelo professor, com o uso do

computador e da TV Pendrive (multimídia).

Para tanto, Gestor, Pedagogo e Professor considerados os “imigrantes

digitais” precisam se preparar para o enfrentamento deste novo desafio: o uso

pedagógico das tecnologias em sala de aula pois,

[...] uma vez que a escola é responsável pela transmissão e renovação do conhecimento, não é possível ignorar as mudanças no próprio conhecimento decorrentes das profundas transformações sociais e tecnológicas e da revolução delas decorrentes, nos sistemas de informação e comunicação. (HARGREAVES, 2001, p. 14).

Neste contexto torna-se de vital importância e compreensão do sentido do

uso das TICs no trabalho de Gestão Escolar o que significa introduzir o gestor e o

pedagogo no campo da tecnologia, aproximá-los do computador, fazê-los explorar

os diversos recursos disponíveis e sobretudo, refletir sobre o significado do próprio

trabalho nos dias atuais, ampliando a visão da função exercida.

Em última análise, buscava-se mais do que a simples apropriação e utilização das TICs por parte dos gestores, espereva-se que eles, movidos pelas novas aprendizagens fossem levados a identificar as contribuições das TICs em seu trabalho e nos processos de ensino e aprendizagem, o que evidencia uma reconcepção do seu papel de gestor, buscando novas alternativas de ação que se afastem daquelas condicionadas à visão administrativa-burocrática da gestão escolar. (ALMEIDA; ALONSO, 2003, p. 15).

As autoras acrescentam também que: a função social da escola ganhou

novas dimensões, para além da sala de aula e/ou dos muros da escola, portanto, ela

terá de se abrir para o mundo real e reinterpretar seu papel dentro do social. Da

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mesma forma, é fundamental que ela esteja atenta às mudanças sociais e aos

avanços tecnológicos, a fim de se beneficiar deles, trazendo para si novas propostas

de ação que favoreçam o desenvolvimento do professor e a aprendizagem do aluno,

para colocá-los em sintonia com o mundo atual.

4.2 O PEDAGOGO E O ASSESSORAMENTO

Na perspectiva da gestão democrática o pedagogo para realizar o

assessoramento do fazer pedagógico com tecnologias, para articular e gerenciar a

implementação didática das tecnologias na prática pedagógica do professor

desenvolve ações relacionadas a facilitar, orientar e assessorar o trabalho do

professor. Sua ação, portanto deve constituir-se de colaboração, atuando pela via do

convencimento e não da obrigação.

Entretanto, a participação na construção deste saber passa a ser um

compromisso a ser assumido por todos os envolvidos no processo educativo,

exigindo responsabilidades na tomada de decisões e principalmente um

comprometimento com a ação, enriquecida pela variedade de saberes e

experiências.

Esta decisão implica em identificar e conhecer as ferramentas a serem

utilizadas para a realização das mudanças necessárias a realização do processo de

inovação realizando-se o registro do conhecimento construído na instituição, através

do levantamento de dados; e informações resultantes do registro do setor

administrativo, bem como na elaboração, criação, reestruturação de conhecimentos,

pedagogicamente construídos que fazem parte do dia a dia do professor e do aluno

bem como do diretor e do pedagogo.

O uso criterioso da Tecnologia da Informação e Comunicação como apoio no processo ensino-aprendizagem proporciona ao aluno o acesso a uma poderosa ferramenta coadjuvante da construção de novos conhecimentos. Também contribui, sobremaneira, para a superação de barreiras vinculadas à estrutura curricular tradicional, possibilitando a integração do aluno às diferentes maneiras de aprender. (OLIVEIRA, 2007, p. 29).

Desta forma, se faz necessário um assessoramento que privilegie o

pedagógico sobre o tecnológico.

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Para Monereo (2007, p. 14), assessorar significa, ajudar, mediar, colaborar,

apoiar, guiar. Entre as muitas formas de entender este trabalho de apoio e de ajuda

a alguém, parece haver um consenso de que a atividade de assessoramento

educacional, para ser efetiva, deve nascer de uma atitude de colaboração, de

construção dessa prática entre assessor e assessorado.

Mas o que significa colaborar? Monereo (2007, p. 28) apresenta o seguinte

conceito:

[...] colaborar é trabalhar com alguém, isto é realizar em conjunto uma atividade significativa, com o propósito de atingir uma meta relevante e compartilhada, por certos meios ou ações que deverão ser definidas de forma coordenada, conforme as possibilidades das diferentes partes envolvidas.

Assim, colaborar significa compartilhar os mesmos conceitos e

representações do problema a ser enfrentado.

Para o autor uma situação de assessoramento é definida de acordo com os

seguintes critérios:

- a existência de um problema a resolver;

- a observação de como esse problema afeta determinados protagonistas;

- a definição de um contexto espaço-temporal.

O processo de assessoramento visando a apropriação, por parte dos

professores de metodologia de uso pedagógico das TICs envolve ações

colaborativas que estabeleça relação entre conhecimento e ação docente e

discente, apontando para uma ação condizente com as expectativas do aluno-

usuário do computador.

O pedagogo, como agente inconteste deste assessoramento deve estar

consciente deste processo para poder colaborar em sua implementação, desde o

planejamento, acompanhamento e avaliação de cada fase do mesmo.

Oliveira (2007, p. 28) coloca algumas vantagens no uso da informática no

processo de ensino e aprendizagem: motivos psicopedagógicos e tecnológicos;

ausência do bloqueio cognitivo; relacionamento interativo; diferentes modos de

resolução para um mesmo problema; prazer da descoberta; motivação; alegria;

emoção; cooperação; interação; a criança aprende brincando; aprendizagem com

significado; promoção de indagações e possibilidade de desafios.

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O autor aponta também algumas desvantagens: individualidade; aceitação

das informações retiradas do computador; softwares educativos desvinculados da

realidade do aluno; falta de clareza nas telas e nos menus e feedback inadequado.

Elena Martin et al apud Sancho (2007, p. 65), apresenta seis dimensões onde

pode ocorrer a colaboração do pedagogo à pratica docente: 1) A relação entre os

conteúdos e as capacidades; 2) A motivação; 3) A avaliação; 4) O ensino e a

aprendizagem de conceitos; 5) O ensino e a aprendizagem dos procedimentos; 6) O

ensino e a aprendizagem das atitudes.

Estes âmbitos de decisão ou dimensões da prática docente relacionadas a

incorporação do computador e da TV Pendrive às construções de conhecimento

relativas às várias disciplinas no dia-a-dia escolar, constituem-se em âmbitos nos

quais professores e assessores podem compartilhar suas representações visando a

colaboração.

Para Gomes (2006) a tecnologia, como recurso no processo de

aprendizagem, pode acontecer de duas formas:

- com a função de tornar mais fáceis as rotinas de ensinar e aprender;

nesse caso, o computador é utilizado como máquina de ensinar, repetindo,

portanto, os mesmos esquemas do ensino tradicional;

- com a função de organizar os ambientes de aprendizagem nos quais os

alunos são encorajados a resolverem situações-problema, e o professor

tanto identifica e respeita o estilo de pensamento de cada um, quanto os

convida a refletirem sobre o seu pensar (pensamento reflexivo). Nesse

caso, o ensino é inovador.

Para construir este material significativo para o uso do computador como

ferramenta complementar ao processo ensino-aprendizagem o professor necessita

apropriar-se de conhecimentos sobre as várias possibilidades de uso do computador

nos contextos de ensino-aprendizagem.

Cano apud Sancho, (2007, p. 163) apresenta uma classificação em torno das

possibilidades de utilização do computador no ensino. Com base no trabalho de

Solomon (1987), o autor citado parte de quatro outros autores para estabelecer uma

relação entre diferentes teorias de aprendizagem e o uso de computadores na

educação: o computador como livro-texto com uma função interativa (Suppes:

exercício e aprendizagem da memória); Davis e a interação socrática e

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15

aprendizagem como descobrimento; Dwyer e o computador como meio de

expressão; Papert com o construtivismo e a aprendizagem piagetiana.

Um assessoramento para ser efetivo deve, portanto considerar as várias

formas de aplicação da Internet na área da educação: como recurso educacional,

como instrumento de comunicação, para a realização de projetos, para transmitir

conteúdos, como auxílio a pesquisa e ao desenvolvimento profissional dos

professores.

5 METODOLOGIA

O encaminhamento metodológico utilizado na elaboração deste artigo segue

os pressupostos da pesquisa-ação, considerada por Moreira e Caleffe (2006) como

uma intervenção em pequena escala, no mundo real e um exame muito efetivo desta

intervenção. Ao observar as características de uso do método na pesquisa é

possível identificar: a) pesquisa-ação é situacional - está preocupada com o

diagnóstico do problema em um contexto específico para tentar resolvê-lo neste

contexto; b) é colaborativo, exigindo equipes de pesquisadores que trabalhem

juntos; c) ela é participativa, pois os participantes da equipe tomam parte

diretamente ou indiretamente na implementação da pesquisa; e d) ela é auto-

avaliativa, isto é, as modificações são continuamente avaliadas, pois o principal

objetivo é melhorar a prática.

A pesquisa classifica-se também como qualitativa, pois explora as

características dos indivíduos e cenários que não podem ser facilmente descritos

numericamente.

5.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

Compreendendo a educação como uma prática social que se concretiza nas

dimensões macro e micro, a pesquisa em educação deve representar um processo

de investigação no sentido de construção de um saber científico que tem como base

o estudo do “fazer” pedagógico. Desta forma o objetivo da investigação educativa é

a transformação e o aperfeiçoamento da prática.

Para Gómez (2000, p. 111) investigar para intervir na escola requer, portanto

compreender o meio complexo que preside e medeia as trocas simbólicas entre os

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16

indivíduos e os grupos que a compõem. Como qualquer outro meio social o escolar

não é nem exclusiva, nem fundamentalmente o cenário físico ou psicossocial

observável, não é somente o contexto real, mas o percebido e sentido pelos

indivíduos e grupos. Isso implica compreender a inter-relação entre os dois sistemas

que compõem a vida da aula:

- a cultura acadêmica que se vive na escola, que se reproduz tanto quanto

se transforma, abrangendo tanto os conteúdos quanto os métodos, as

experiências e as estratégias de aprendizagem, a interação e o controle;

- os modos, as normas e os princípios que regem os intercâmbios sociais

no grupo de classe e no contexto social; o clima social de relações; os

canais de participação na vida social da aula e da escola, os

conhecimentos tácitos e explícitos.

Assim toda e qualquer pesquisa que esteja relacionada à escola ou ao

processo ensino-aprendizagem tem a ver com a realidade da mesma e com o

reflexo da sociedade em que ela está inserida.

Na pesquisa-ação, os atos de investigação pressupõem uma obrigação de

beneficiar pessoas que não pertencem à comunidade científica, e em sua essência

passam a beneficiar também a aprendizagem dos alunos ou o desenvolvimento

profissional dos professores.

Essa nova concepção de construção do saber baseia-se na idéia de que o

professor deve desenvolver a capacidade de refletir sobre a sua própria prática, de

modo a tornar explícitos os saberes tácitos, provenientes de sua experiência. Para o

autor, ao conscientizar-se de seus saberes tácitos o profissional efetua o primeiro

passo que lhe permite questionar sobre as estratégias e as teorias nas quais

acredita, o que lhe possibilita transformar seus modos de atuação.

Com o advento do uso dos dispositivos tecnológicos pela sociedade, grande

parte dos profissionais da educação (gestores, pedagogos e professores), têm

encontrado dificuldades em explorar pedagogicamente e de modo efetivo as TICs -

Computador e TV - como ferramentas complementares ao processo ensino-

aprendizagem. A observação desta realidade aponta para a necessidade de se

reverter este quadro criando possibilidades pedagógicas para a incorporação pelas

escolas, desta tecnologia

O principal desafio que se coloca hoje ao papel do assessoramento, está

ligado a questão da exploração pedagógica do uso das TICs e à necessidade de se

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17

incorporar na prática pedagógica as várias possibilidades que as TICs oferecem

para a prática, no espaço escolar, tendo em vista o desenvolvimento de um modelo

de formação baseado mais na aprendizagem colaborativa e no intercâmbio de

experiências do que na mera transmissão.

Schön (1983 apud Jordão) aponta possibilidades de mudanças, introduzindo

a necessidade de se repensar a epistemologia da prática, fundamentada na reflexão

a partir de situações concretas.

Ao colocar-se em processo de pesquisa-ação, os professores, assumem a

postura de observadores participantes nas aulas e na escola, e são estimulados a

tomarem decisões e a assumirem responsabilidade sobre o processo educativo, no

espaço escolar.

A prática da intervenção sugere também que se assuma uma postura

interpretativa dos elementos componentes do objeto de estudo, com perspectiva

voltada para a reflexão, planejamento, transformação e aperfeiçoamento da

realidade.

Para Schön (1983 apud Jordão) existem três conceitos básicos que se

incluem no termo mais amplo do pensamento prático: o conhecimento na ação; a

reflexão na ação e a reflexão sobre e na ação.

Ao refletir criticamente sobre sua ação, o professor desenvolve a

compreensão da sua própria prática pedagógica e analisa os resultados

educacionais alcançados. Se esta reflexão é feita no coletivo de professores, a

mesma, integra-se ao processo de transformação, e a partir de elementos de

indagação e de diálogo com a realidade, torna a sua contribuição mais efetiva.

Este desafio, portanto exige uma mudança de atitude frente à concepção de

ensino, de sala de aula, assumindo a idéia do trabalho colaborativo, e da troca de

conhecimento.

5.2 AMBIENTE DA PESQUISA

O presente estudo pretende, através de pesquisa qualitativa e da elaboração

de um instrumento válido, diagnosticar que enfoque está sendo dado às TICs nas

escolas públicas do Estado do Paraná, pertencentes ao Núcleo Regional de Ensino

(NRE) - Área Metropolitana Norte e de que maneira os Pedagogos como

articuladores de todo o processo ensino aprendizagem e como coadjuvantes no

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18

processo de Gestão Pedagógica destas escolas estão, juntamente com os Gestores

Escolares (Diretores e Conselho Escolar), articulando, assessorando e motivando o

desenvolvimento de um trabalho colaborativo entre pedagogo, professor e aluno

tendo em vista a utilização das TICs como recursos facilitador e de enriquecimento,

nas salas de aula; na parte administrativa e na comunicação interna e externa ao

espaço escolar.

O trabalho desenvolveu-se a partir das seguintes bases de pesquisa:

Pesquisa de campo: a) Questionário envolvendo diretor e equipe pedagógica de

escolas públicas estaduais do NRE - Área Metropolitana Norte, pertencentes ao

Programa SuperAção, como registro de estratégias metodológicas já utilizadas pelos

Gestores e Equipe Pedagógica para implementação pedagógica das TICs; b)

Análise dos Projetos Políticos Pedagógicos das escolas pesquisados, a cerca das

ações planejadas e das estratégias de operacionalização quanto ao uso dos

recursos tecnológicos disponíveis.

5.3 SELEÇÃO DA AMOSTRA

Selecionou-se a população objeto de estudo e a amostra da pesquisa em

função das seguintes eixos de atitudes:

- o grau de apropriação do uso das TICs, pelos professores das escola

públicas pertencentes ao NRE - Área Metropolitana Norte de Curitiba;

- atitudes dos professores em relação ao processo de incorporação das

TICs na sala de aula;

- atitudes dos pedagogos em relação ao assessoramento na incorporação

do “fazer pedagógico”com tecnologias,no espaço escolar.

Sendo necessário delimitar uma amostra escolheu-se para esta pesquisa, dez

escolas das vinte e oito pertencentes ao Projeto SuperAção/SEED. Dentre os

quatorze municípios pertencentes ao NRE - Área Metropolitana Norte, sete possuem

escolas incluídas neste Projeto. Para restringir-se a pesquisa escolheu-se dez

escolas deste NRE pertencentes a três Municípios. São eles: Colombo (três

escolas), Pinhais (três escolas) e Almirante Tamandaré (quatro escolas).

O Programa SuperAção/SEED, constitui-se em um programa composto por

ações integradas entre os diversos Departamentos, Coordenações e NREs da

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19

Secretaria de Estado da Educação, com o objetivo de potencializar a qualidade

educacional no Paraná, superando problemas constatados e localizados em

determinadas escolas da rede pública estadual de ensino e que apresentam altos

índices de evasão e repetência,

5.4 INSTRUMENTO DE PESQUISA

Para Lüdke e André (1986, p. 25) planejar a observação significa determinar

com antecedência “o quê” e “o como” observar.

Para a coleta de dados aplicou-se como instrumento de pesquisa um

questionário, com o objetivo de medir as atitudes dos Pedagogos em relação ao uso

das TICs e ao assessoramento da incorporação das mesmas na ação pedagógica

do professor no espaço escolar.

Usou-se como parâmetro um pedagogo por escola.

Considerou-se um conceito de atitude baseado nos três componentes: o

cognitivo, o afetivo e o comportamental o que contribuiu para que a investigação

abrangesse aspectos psico-sociais e sócio-cognitivos do uso das TICs no espaço

observado. O instrumento utilizado permitiu também conhecer e compreender o grau

e tipo de envolvimento dos sujeitos objetos de estudo Gestores Escolares (Diretores

e Conselho Escolar) e Pedagogos em atividades relativas ao assessoramento,

inovação e implantação do uso do computador e da TV multimídia na realidade do

professor como ferramentas que possibilitam a construção do conhecimento, tanto

para o enriquecimento de sua prática como para subsidiar o trabalho docente no

processo de construção do conhecimento pelo aluno.

Como ponto de partida realizou-se um teste piloto para validar o instrumento

de pesquisa em relação à problematização levantada. O instrumento continha 40

itens para as respostas fechadas, que posteriormente foram sintetizados para 28

apenas.

Montou-se o instrumento de pesquisa (Apêndices 1 e 2) a partir de dois tipos

de questões: as questões de resposta fechada e as de resposta aberta. As questões

de resposta fechada são aquelas nas quais o inquirido apenas seleciona a opção,

dentre as apresentadas, que mais se enquadra à sua opinião. As questões de

resposta aberta permitem ao inquirido construir a resposta com as suas próprias

palavras, permitindo deste modo a liberdade de expressão.

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20

As questões de respostas fechadas foram montadas com base na Escala

Likert. A escala é usada quando o pesquisador quer coletar os sentidos, opiniões e

atitudes dos pesquisados.

Esta escala requer que os entrevistados (avaliados) indiquem seu grau de

concordância (aprovação) ou discordância (reprovação) com relação às declarações

(informações) que estão sendo medidas (avaliadas).

A Escala Likert apresenta uma série de cinco proposições, das quais o

inquirido deve selecionar uma, podendo estas ser: concorda totalmente, concorda,

indiferente, discorda, discorda totalmente. É efetuada uma cotação das respostas

que varia de modo consecutivo: +2, +1, 0, -1, -2. É necessário ter em atenção

quando a proposição é negativa. Nestes casos a pontuação atribuída deverá ser

invertida.

Mattar (1997, p. 15) acrescenta que os respondentes são solicitados não só a

concordarem ou discordarem das afirmações, mas também a informarem qual o seu

grau de concordância/discordância. A cada célula de resposta é atribuído um

número que reflete a direção da atitude do respondente em relação a cada

afirmação. A pontuação total da atitude de cada respondente é dada pela somatória

das pontuações obtidas para cada afirmação.

As questões de resposta aberta foram construídas com a intenção de se

investigar:

- De que forma os pedagogos estão assessorando os professores na

utilização das TICs em sala de aula?

- As tecnologias e os resultados para a aprendizagem.

- A integração (mediação) entre os recursos tecnológicos, a sala de aula e a

ação docente do professor.

- De que forma a Equipe Pedagógica das escolas públicas do NRE - Área

Metropolitana Norte estão assessorando e dinamizando o processo ensino

aprendizagem a partir das TICs.

- Como o uso das TICs está previsto no Projeto Político Pedagógico, da

escola.

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21

5.5 COLETA DE DADOS

As variáveis constantes nos Apêndices 1 e 2, foram utilizadas para a análise

das atitudes do gestor e pedagogo na assessoria do processo de inserção de

recursos tecnológicos na ação pedagógica do professor, isto é, em relação ao uso

das TICs no espaço escolar.

Coll et al. (1998, p. 122) define as atitudes como tendências ou disposições

adquiridas e relativamente duradouras a avaliar de um modo determinado, um

objeto, acontecimento ou situação e a atuar de acordo com essa avaliação.

A formação de uma atitude é resultante de: crenças, reflexos condicionados,

fixações, julgamentos, estereótipos, experiências, exposições a comunicações

persuasivas, trocas de informações e experiência com outros indivíduos, entre

outros.

Uma análise das atitudes desenvolvidas no espaço escolar com relação às

TICs assinala os pontos críticos no processo e orienta a tomada de decisões com

relação ações desenvolvidas tendo em vista a incorporação das TICs pelo professor.

A medição de atitudes é muito complexa. Para Mattar (1996, p. 87) há dois

fatores que dificultam sua medição: as atitudes existem somente na mente das

pessoas, não sendo diretamente observáveis; o conceito de atitude é complexo,

envolve três componentes, o cognitivo, o afetivo e o comportamental e dependendo

do componente que se quer medir, haverá um tipo escala mais apropriado.

6 RESULTADOS E ANÁLISE

Na primeira parte da pesquisa pretendeu-se observar o número de

pedagogos em cada escola realizando a atividade de assessoramento ao professor

em sua atividade docente.

Através de pesquisa realizada no Grupo de Apoio aos Recursos Humanos do

NRE - Área Metropolitana Norte em relação ao número de Pedagogos pertencentes

às dez escolas investigadas constatou-se que:

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22

TABELA 1 - DISTRIBUIÇÃO DOS PEDAGOGOS POR PERÍODO

FONTE: Grupo de Apoio aos Recursos Humanos (GARH), Área Metropolitana Norte (2008).

A análise da tabela acima demonstra que o número de pedagogos

disponibilizados à escola para atender a demanda das duas dimensões de trabalho:

a de assessoramento ao professor e atendimento ao aluno, nos três períodos de

atividade da escola é insuficiente em determinados períodos, necessitando de uma

redistribuirão para que o trabalho de assessoramento do “fazer pedagógico” possa

ser realizado.

A investigação sobre o acervo tecnológico na escola mostrou que mais de

50% das escolas possuem laboratório recebido através do Programa Paraná Digital.

Trinta por cento, além de possuírem computadores adquiridos através do Programa

Paraná Digital, possuem também computadores adquiridos do Programa de

Expansão e Inovação do Ensino Médio (PROEM). Outros 20% indicaram que estão

implantando laboratório.

Inquiridos sobre a questão dos laboratórios de informática atenderem as

demandas da escola, 80% responderam que não.

Quando questionados sobre como a instituição viabiliza o acesso aos

microcomputadores todos responderam que de acordo com a orientação do Núcleo

Regional de Ensino, neste primeiro momento, o laboratório será utilizado somente

por professores. Uma pequena parte, 10% respondeu que a escola viabiliza a

utilização dos microcomputadores somente para os professores e que o professor

pode usá-los de forma limitada.

Os pedagogos acrescentaram também que a Biblioteca das escolas já

estavam conectadas à Internet, no ano de 2007.

Nº PEDAGOGOS POR PERÍODO ESCOLAS

Manhã Tarde Noite

3 2 2 2

1 1 _ 1

2 3 3 2

1 2 2 1

1 1 1 _

1 1 1 1

1 3 1 1

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23

A segunda parte do Instrumento de Avaliação dividiu-se em três blocos: 1)

Conhecimento do uso do computador pelo professor; 2) Incorporação das TICs na

sala de aula; 3) Processo de ensino e aprendizagem com o uso das TICs, nos quais

se formulou questões relativas aos seguintes âmbitos de decisão ou dimensões da

prática docente, entendidos como alguns dos âmbitos nos quais professores e

assessores podem compartilhar suas representações visando a colaboração.

O primeiro bloco discute a relação entre o professor e o seu conhecimento de

uso do computador.

As atitudes apontadas no quadro abaixo serão analisadas a partir das

respostas interpretadas no Gráfico 1.

QUADRO 1 - CONHECIMENTO DO USO DO COMPUTADOR PELO PROFESSOR

1. A maioria dos professores usa o computador como uma máquina de escrever sofisticada.

2. A maioria dos professores desconhece a potencialidade de uso do computador.

3. Os cursos em sua maioria não privilegiam os conhecimentos que auxiliam ao professor na questão pedagógica.

4. O trabalho com TICs exige do professor conhecimentos sobre como se processa a relação de interação aluno-computador.

5. O professor apresenta receio face à possibilidade de solicitação para a realização de uma tarefa.

FONTE: A autora.

O instrumento de coleta de dados (questionário) que tratou das variáveis de

análise das atitudes do pedagogo na assessoria da ação pedagógica do professor

com relação ao uso do computador em sala de aula torna evidente que: os

pedagogos inquiridos demonstraram ter consciência da realidade posta nas escolas

e dos fatos em relação ao conhecimento do uso do computador pelo professor.

(Gráfico 1).

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24

GRÁFICO 1 - CONHECIMENTO SOBRE O USO DAS TICs PELO PROFESSOR - 2007

-6

-4

-2

0

2

4

6

8

10

12

Q1 Q2 Q3 Q4 Q5

Concordo Total

Concordo

Indiferente

Discordo

Discordo Total

FONTE: A Autora

Ao analisar-se o resultado do instrumento utilizado como medida para avaliar

a questão do assessoramento da ação pedagógica do professor pelo pedagogo

observou-se o seguinte: os pedagogos reconhecem que, uma parte dos professores

tem um grande conhecimento sobre o uso do computador, mas ainda existe uma

grande parcela que precisa dominar o seu uso. Os índices apontam fortemente para

o grau de concordância total.

Entretanto não existe uma opinião fechada sobre o assunto.

O resultado das respostas pertinentes ao Gráfico 1, aponta quanto a Questão

2, uma discordância, indicando que as respostas estão no patamar da dúvida.

Houve uma semelhança na percentagem de respostas: concordo totalmente e

discordo, mostrando que a maioria dos pedagogos tem opinião conflitante quanto ao

grau de conhecimento da potencialidade de uso do computador, pelo professor.

Entretanto só conhecer a utilização do uso do computador não implica em

saber utilizá-lo de forma pedagógica que pode ser evidenciado pelas respostas às

questões 3) Os cursos em sua maioria não privilegiam os conhecimentos que

auxiliam ao professor na questão pedagógica, e a questão 4) O trabalho com TICs

exige do professor conhecimentos sobre como se processa a relação de interação

aluno-computador.

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QUADRO 2 - INCORPORAÇÃO DAS TICS NA SALA DE AULA

6. A maioria dos professores usa o computador como uma máquina de escrever sofisticada.

7. A maioria dos professores desconhece a potencialidade de uso do computador.

8. Os cursos em sua maioria não privilegiam os conhecimentos que auxiliam ao professor na questão pedagógica.

9. O trabalho com TICs exige do professor conhecimentos sobre como se processa a relação de interação aluno-computador.

10. O professor apresenta receio face à possibilidade de solicitação para a realização de uma tarefa.

FONTE: A Autora

GRÁFICO 2 - INCORPORAÇÃO DAS TICs NA SALA DE AULA - 2007

0

12

14

10

8

-10 -5 0 5 10 15

Q6

Q7

Q8

Q9

Q10Discordo Total

Discordo

Indiferente

Concordo

Concordo Total

FONTE: A Autora

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26

A tendência apontada no quadro 2, e relacionadas e analisadas no Gráfico 2

indicam um grau total de concordância por parte dos pedagogos em relação à:

Questão 7 “A maioria dos professores desconhece a potencialidade de uso do

computador”; Questão 8 “Os cursos em sua maioria não privilegiam os

conhecimentos que auxiliam o professor na questão pedagógica”; Questão 9 “O

trabalho com TICs exige do professor conhecimentos sobre como se processa a

relação de interação aluno-computador” e Questão 10 “O professor apresenta receio

face à possibilidade de solicitação para a realização de uma tarefa” relacionadas ao

grau de conhecimento do uso das TICs pelo professor em sala de aula. Ficou

evidenciado pelos dados coletados que: a maioria dos professores desconhece a

potencialidade de uso do computador; que os cursos em sua maioria não privilegiam

os conhecimentos que auxiliam ao professor na questão pedagógica; que o trabalho

com TICs exige do professor conhecimentos sobre como se processa a relação de

interação aluno-computador; que o professor apresenta receio face à possibilidade

de solicitação para a realização de uma tarefa.

Neste gráfico o grau de discordância recai sobre a Questão 6 “A maioria dos

professores , segundo a resposta dos pedagogos, usa o computador como uma

máquina de escrever sofisticada” quando há um grande incidência de respostas

apontando para o discordo totalmente e discordo, mostrando que a maioria dos

pedagogos divergem de opinião sobre o fato da maioria dos professores usarem ou

não o computador como uma máquina de escrever sofisticada. Para comprovar em

que grau este fato ocorre na realidade, seria necessário um estudo mais

aprofundado.

No Quadro 3, constam atitudes relacionadas ao processo ensino-

aprendizagem referentes ao uso do computador pelos professores e alunos e que

fazem parte do processo de instrumentalização do pedagogo e do professor com

base nos procedimentos didático-pedagógicos necessários ao trabalho de

construção de um novo saber, no espaço escolar.

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QUADRO 3 - PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM COM O USO DAS TICS

11. A aprendizagem com o uso do computador prepara o aluno para um bom desempenho em sua vida profissional.

12. A qualidade do material de aprendizagem interfere no aprendizado.

13. No uso das TICs o docente transforma-se em mediador de aprendizagem.

14. O uso do computador desenvolve no aluno a capacidade de trabalho em grupo. (Colaborativo).

15. O trabalho com o computador desenvolve a autonomia do aluno.

16. O trabalho com o computador desenvolve no aluno a capacidade de buscar a informação, de pesquisar.

17. As novas tecnologias oferecem suporte às pessoas em seu dia-a-dia.

18. Um dos desafios a ser enfrentado pelo professor consiste em utilizar sistemas que permitam as pessoas comunicarem-se umas com as outras quando estiverem em locais fisicamente diferentes para realizarem trabalhos e discussões. (Fórum, chat, blog, messenger, e-mail e ambientes virtuais).

FONTE: A Autora

GRÁFICO 3 - PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM COM O USO DAS TICs

-6

-4

-2

0

2

4

6

8

10

12

Concordo Total Concordo Indiferente Discordo Discordo Total

Q11

Q12

Q13

Q14

Q15

Q16

Q17

Q18

FONTE: A Autora

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O Gráfico 3 construído a partir das respostas às questões do Quadro 3,indica

uma significativa concordância com as atitudes apontadas no instrumento de

pesquisa, pois a incidência maior de respostas recaiu no concordo totalmente e

concordo.

Entretanto, o gráfico aponta uma discordância em relação às atitudes

apresentadas nas seguintes questões: Questão 11 “A aprendizagem com o uso do

computador prepara o aluno para um bom desempenho em sua vida profissional”

aparece (-1) uma resposta negativa; Questão 13 “No uso das TICs o docente

transforma-se em mediador de aprendizagem” onde aparecem duas (-2) indicações

discordantes e na Questão 14 “O uso do computador desenvolve no aluno a

capacidade de trabalho em grupo. (Colaborativo).” onde o grau de discordância

corresponde a quatro indicações (-4).

Analisando estas respostas do instrumento de pesquisa conclui-se que os

inquiridos demonstram um desconhecimento em relação aos procedimentos

didático-pedagógicos necessários ao trabalho de construção deste novo saber e da

importância do uso de atividades colaborativas em trabalhos que utilizem as TICs no

espaço escolar.

Com as Questões Abertas investigou-se de que forma o pedagogo assessora

a ação pedagógica do professor quanto ao uso do computador como ferramenta

complementar ao processo ensino-aprendizagem.e de que maneira a escola realiza

o registro das ações efetuadas..

Quando se perguntou se a escola realiza integração (mediação) entre

recursos tecnológicos, sala de aula e ação docente do professor os números

demonstram que a estratégia é via agendamento prévio (3); outros afirmaram ser

necessário capacitação (2); e os demais colocaram que somente os professores

estão se apropriando destes meios, quem sabe ajuda aquele que nada sabe e, de

modo geral, a mediação não acontece.

A abordagem relacionada à forma como a Equipe Pedagógica assessora o

professor na utilização de metodologias que dinamizam o processo ensino-

aprendizagem encontrou as seguintes citações:

- afirmam não auxiliarem por não serem capacitados no uso das

ferramentas (2);

- alegam falta de pedagogo ou que o laboratório encontra-se em fase de

implantação (3);

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29

- quando da implantação do laboratório não tinham pedagoga (2);

- assessoramento ocorre quando solicitado ou durante a construção do

plano de trabalho docente (2);

- não fazem por falta de tempo (1).

Perguntou-se ainda se a utilização das TICs está prevista no Projeto Político

Pedagógico? As respostas foram:

- As TICs não estão presentes Projeto Político Pedagógico (3);

- A utilização das TICs não está especificada no projeto, como tal, mas

como uma ferramenta metodológica a ser utilizada de forma a facilitar o

processo ensino-aprendizagem (3);

- Explicam que as TICs estão inseridas no Projeto Político Pedagógico em

forma de conscientização dos professores (1);

- Consideram as TICs como um apoio pedagógico, ou seja, um recurso para

o professor utilizar em sua aula (2);

- Aparecem no Projeto Político Pedagógico como parte do planejamento de

cada disciplina, pois o aluno precisa ter o mínimo de domínio das

tecnologias (1).

As resposta não evidenciaram as formas de assessoramento realizadas e

nem possíveis experiências que as mesmas O trabalho com TICs exige do professor

conhecimentos sobre como se processa a relação de interação aluno-computador.

estivessem realizando.

Finalmente as questões de interatividade e discussão das experiências, troca

de material, informações com colegas da Escola ou de outras Escolas, foram ainda

questionados.

As atitudes apontam que as trocas de material e de informações ocorrem

através das Jornadas Pedagógicas, cursos de capacitação, e-mails, bilhetes e

telefones. Acrescente-se a criação de modelos de materiais para tornar o trabalho

mais objetivo, produtivo, enfim para facilitar a interpretação de dados para as

intervenções e superação das dificuldades.

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30

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A gestão da inovação na escola a partir da utilização de uma metodologia

própria aponta também para a necessidade do professor incorporar na sua prática

as atitudes necessárias para produzir a transformação do espaço escolar.

O assessoramento do fazer pedagógico com tecnologias exige um

comprometimento dos profissionais da educação com a ação, enriquecida pela

variedade de saberes e experiências. Entretanto, é na prática que estes saberes

serão construídos.

O pedagogo como agente inconteste e articulador do assessoramento e da

implementação didática das tecnologias na prática pedagógica devem incentivar e

participar da construção do processo de inovação, pois é o responsável pela tomada

de decisão.

Esta decisão implica em identificar e conhecer as diversas ferramentas que

serão utilizadas para a realização das mudanças necessárias e para o registro do

conhecimento construído na instituição, seja através do levantamento de dados e

informações resultantes do registro do setor administrativo, seja como resultado da

elaboração, criação, reestruturação de conhecimentos pedagogicamente

construídos que fazem parte do dia-a-dia do professor e do aluno bem como do

diretor e do pedagogo.

O pedagogo, através de seu assessoramento pode estimular também a

Gestão do Conhecimento na escola que segundo Nonaka e Takeuchi (1995)

constitui-se no maior desafio hoje nas grandes instituições. Com a Gestão do

Conhecimento realiza-se a transferência do conhecimento tácito (que já existe na

cabeça da pessoas) para o conhecimento explícito, que deve acontecer em uma

“Espiral do Conhecimento” aumentando quando há um domínio completo sobre os

conhecimentos adquiridos no ciclo anterior.Aproveitando-se o conhecimento

construído em cada ciclo, através de interações sociais, montam-se conexões,

constroem-se esquemas mentais e desenvolvem-se novos conceitos a partir das

interações com os pares e os mais experientes, num processo de construção em

que se acumula sucessivamente o saber.

Com esta postura e a partir desta prática o pedagogo produzirá a

transformação das escolas em centros de produção do conhecimento abrindo

caminhos para que professor e equipe pedagógica possam de forma colaborativa

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criar, inovar e diversificar conteúdos e metodologias que possam realmente dar

conta das necessidades de aprendizagem do aluno usuário do computador,

utilizando-se das TICs para dinamizar a construção do saber.

REFERÊNCIAS

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APÊNDICES

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APÊNDICE 1 - CARACTERIZAÇÃO DO SUJEITO DE PESQUISA - PEDAGOGO

INSTRUÇÕES:

• Leia as perguntas atentamente.

• As questões devem ser respondidas de forma detalhada e de acordo com o seu entendimento.

• Utilize o tempo que for necessário.

QUESTIONÁRIO 1 - CARACTERIZAÇÃO DO SUJEITO DE PESQUISA - PEDAGOGO

SUJEITO ( )

ESCOLA ( )

DIREÇÃO ( )

DIREÇÃO AUXILIAR ( )

PEDAGOGO ( )

A) DADOS DE IDENTIFICAÇÃO:

1. Município: _____________________________________________________

2. NRE: _________________________________________________________ 3. Sexo: M ( ) F ( ) 4. Formação: ______________________________________________________

B) ACERVO TECNOLÓGICO NA ESCOLA: 5. Sua escola possui instalações físicas (laboratórios de Informática):

Ofertados pelo Programa Nacional de Informática na Educação (PROINFO) ( ) Programa Expansão, Melhoria e Inovação no Ensino Médio do Paraná (PROEM) ( )

Adquiridos pela escola ( ) Pertencentes ao Programa Paraná Digital ( ) O Projeto está em fase de implementação ( ) Não possui laboratório de Informática ( )

6. O espaço pedagógico do laboratório é adequado ao número de alunos? Computadores ( ) alunos ( ) 7. Como a sua instituição viabiliza o acesso dos alunos aos microcomputadores, para atender às necessidades

discentes? Plenamente ( )

De forma limitada ( ) Não viabiliza para o uso de alunos ( ) Viabiliza somente para o uso do professor ( ) Os microcomputadores não são utilizados ( )

8. A biblioteca de sua instituição está conectada a Internet? Sim ( ) Não ( )

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C) VARIÁVEIS OBSERVÁVEIS: As variáveis a seguir são utilizadas para a análise das atitudes do pedagogo na assessoria do processo

de inserção de recursos tecnológicos na ação pedagógica do professor, isto é, em relação ao uso das

Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) em sala de aula.

Em relação á observação quanto ao conhecimento sobre o uso das TICs, pelo professor, assinale o seu grau de concordância ou discordância para cada uma das afirmações a seguir: LEGENDA: CT = Concordo Totalmente C = Concordo I = Indiferente D = Discordo DT = Discordo Totalmente

1. A maioria dos professores usa o computador como uma máquina de escrever sofisticada.

CT CI I D DT

2. A maioria dos professores desconhece a potencialidade de uso do computador.

CT C I D DT

3. Os cursos em sua maioria não privilegiam os conhecimentos que auxiliam ao professor na questão pedagógica.

CT C I D DT

4. O trabalho com TICs exige do professor conhecimentos sobre como se processa a relação de interação aluno-computador.

CT C I D DT

5. O professor apresenta receio face à possibilidade de solicitação para a realização de uma tarefa.

CT C I D DT

Em relação aos processos de incorporação das TICs, na sala de aula, assinale o seu grau de concordância ou discordância para cada uma das afirmações a seguir:

LEGENDA: CT = Concordo Totalmente C = Concordo I = Indiferente D = Discordo DT = Discordo Totalmente

6. O processo de otimização dos recursos tecnológicos já existe nas escolas.

CT C I D DT

7. São necessárias mais atividades que desenvolvam e favoreçam o uso do computador de forma pedagógica.

CT C I D DT

8. É importante a incorporação do computador como ferramenta de trabalho.

CT C I D DT

9. O computador facilita o desenvolvimento de aprendizagens significativas.

CT C I D DT

10. As potencialidades pedagógicas e criativas do computador estimulam os jovens a realizarem as atividades de sala de aula.

CT C I D DT

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Em relação ao processo de ensino e aprendizagem com o uso das TICs, assinale o seu grau de concordância ou discordância para cada uma das afirmações a seguir:

LEGENDA: CT = Concordo Totalmente C = Concordo I = Indiferente D = Discordo DT = Discordo Totalmente

11. A aprendizagem com o uso do computador prepara o aluno para um bom desempenho em sua vida profissional.

CT C I D DT

12. A qualidade do material de aprendizagem interfere no aprendizado. CT C I D DT

13. No uso das TICs o docente transforma-se em mediador de aprendizagem.

CT C I D DT

14. O uso do computador desenvolve no aluno a capacidade de trabalho em grupo. (Colaborativo).

CT C I D DT

15. O trabalho com o computador desenvolve a autonomia do aluno. CT C I D DT

16. O trabalho com o computador desenvolve no aluno a capacidade de buscar a informação, de pesquisar.

CT C I D DT

17. As novas tecnologias oferecem suporte às pessoas em seu dia-a-dia. CT C I D DT

18. Um dos desafios a ser enfrentado pelo professor consiste em utilizar sistemas que permitam as pessoas comunicarem-se umas com as outras quando estiverem em locais fisicamente diferentes para realizarem trabalhos e discussões. (Fórum, chat, blog, messenger, e-mail e ambientes virtuais).

CT C I D DT

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APÊNDICE 2 - QUESTÕES ABERTAS

A UTILIZAÇÃO DO COMPUTADOR COMO FERRAMENTA COMPLEMENTAR AO PROCESSO

ENSINO-APRENDIZAGEM

1. Como é realizada nesta Escola a integração (mediação) entre os recursos

tecnológicos, a sala de aula e ação docente do professor?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2. De que forma a Equipe Pedagógica deste Estabelecimento de ensino assessora

o professor na utilização de metodologias que dinamizem o processo ensino-

aprendizagem no Laboratório de Informática?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3. Como a utilização das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) está

prevista no Projeto Político-Pedagógico da Escola?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4. Você tem o hábito de discutir suas experiências, trocar material, informações com

seus colegas da Escola ou de outras Escolas. Explique como.

__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________