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O PEDAGOGO NA INSTITUIÇÃO ESCOLAR: LIMITES E

POSSIBILIDADES NA EFETIVAÇÃO DE SUA PRÁTICA

Rosemeri Aparecida Herculano1

Yolanda Zancanella2

Resumo O presente trabalho objetivou investigar a função do Professor Pedagogo, os limites, e as possibilidades da efetivação da sua prática pedagógica na organização do trabalho pedagógico nos Colégio Estadual Nova Esperança E. F. M., Escola Estadual do Campo Barra Bonita e Escola Estadual do Campo do Rio Gavião – Ensino Fundamental, localizados no município de Nova Esperança do Sudoeste – PR. Nesse sentido, tece análises sobre a atuação do Professor Pedagogo no cotidiano escolar, considerando a sua formação, identidade no Curso de Pedagogia e suas atribuições, disposto no Edital nº 10/2007 da SEED/PR, que o nomeia Professor Pedagogo. Os procedimentos metodológicos incluíram estudo bibliográfico, levantamento e diagnóstico da realidade, através de aplicação de questionários com perguntas abertas e fechadas, com os sujeitos participantes da proposta, pretendendo identificar o olhar do Professor Pedagogo sobre sua ação. Foram entrevistadas 04 (quatro) Professoras Pedagogas atuantes nas instituições acima mencionadas. Constitui-se, portanto, em um estudo de caso. O método de pesquisa identificou um conjunto de situações presentes no cotidiano escolar que se caracterizam na sobrecarga de atividades diversas que desviam o Professor Pedagogo de sua função. Como resultados, a reflexão propiciou um olhar sobre a necessidade de novas posturas, e formação continuada do Professor Pedagogo como pressuposto para a construção de alternativas que auxiliem na organização do trabalho pedagógico na escola, almejando a qualidade do trabalho desenvolvido por esse

profissional.

Palavras chave: Educação. Pedagogia. Função do Professor Pedagogo.

1. Introdução

Este artigo tem como tema de investigação a função do Professor Pedagogo

com enfoque aos limites e possibilidades da organização do trabalho pedagógico na

escola.

Ao definir como tema de estudo a função do Pedagogo, não sem razão,

adentra-se a um conjunto de situações que estão presentes no cotidiano escolar,

qual seja, a de sobrecarga de funções diversas que não representam a capacidade

funcional do Professor Pedagogo e o desviam da efetividade prática na escola.

Assim, muitas vezes este profissional é visto executando atividades que não

lhe são pertinentes, provocando equívocos em relação a sua função, no ambiente

escolar, que acabam por descaracterizar o seu trabalho e, consequentemente, o

1 Professora Pedagoga – PDE 2016-2017. E-mail de contato: [email protected]. 2 Professora Drª Yolanda Zancanella - Unioeste – Orientadora PDE 2016-2017. E-mail de contato: [email protected].

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sentido pedagógico de sua ação, é cobrado pelos professores, sobre a sua falta de

atenção para com eles, e com os alunos.

Percebe-se neste contexto, que a característica eminentemente pedagógica

da formação que esses profissionais possuem é confundida com um caráter

literalmente administrativo, relegando o atendimento ao imperativo do processo

educacional. Desse modo, na maioria das vezes, é compreendido como um

profissional da burocracia, disciplinador de alunos, controlador de professores ou

ainda, “apagador de incêndios” na escola.

Diante desta condição do Professor Pedagogo no ambiente escolar, acredita-

se que a justificativa para a realização do estudo é pertinente, pois fere as diretrizes

de sua ação, inibindo a capacidade e qualificação profissional que obteve em sua

formação, modificando as suas perspectivas e as da própria instituição escolar

quando a prática pedagógica não se efetiva.

É esta pesquisa, portanto, uma oportunidade de buscar informações e

conhecimento sobre o contexto em que atua o Professor Pedagogo e as diferentes

atribuições que lhe são impostas pelas condições vivenciadas na escola.

Propõe-se o enunciado deste estudo: qual é o quadro de atuação do

Professor Pedagogo na escola, quando considerada a realização de funções

diversas àquelas de sua prática pedagógica?

O ponto de partida para a elaboração desta proposta para a implementação

de um projeto de intervenção pedagógica na escola encontra-se na função do

Professor Pedagogo, mas, reservada ao desenvolvimento, tão somente daquelas

funções que lhe são pertinentes considerando a sua formação.

Objetivou-se, principalmente, aprofundar conhecimento sobre a função do

pedagogo no ambiente escolar, relacionando elementos que dificultam a efetivação

de sua prática.

Para tanto, elaborou-se a Unidade Didática acerca da função do Professor

Pedagogo na Escola na forma de Caderno Pedagógico, desenvolveu-se o projeto de

intervenção pedagógica com Professores Pedagogos dos Colégios Estaduais do

município de Nova Esperança do Sudoeste, realizou-se levantamento sobre as

diversas funções desenvolvidas pelo Professor Pedagogo no ambiente escolar,

analisou-se as condições de atuação do Pedagogo face às necessidades cotidianas

do Colégio Estadual Nova Esperança E. F. M., Escola Estadual do Campo Barra

Bonita e Escola Estadual do Campo do Rio Gavião – Ensino Fundamental, debateu-

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se sobre a função do Professor Pedagogo no ambiente escolar, coletou-se dados,

junto aos Professores Pedagogos das escolas pesquisadas, para entender quais

são as suas dificuldades, e possibilidades para o exercício da sua função.

Organizou-se um grupo de estudos com os Professores Pedagogos dos Colégios

Estaduais do município de Nova Esperança do Sudoeste, como um instrumento de

discussões, análise das dificuldades e possibilidades da atuação do pedagogo no

ambiente escolar.

Os resultados obtidos com a realização dos objetivos propostos indicam o

sucesso do projeto de intervenção pedagógica e consideram a possibilidade de

responder ao questionamento do estudo.

2. O Professor Pedagogo na organização do trabalho pedagógico na escola

Observando-se o disposto na Resolução CNE/CP nº 1, de 15 de maio de

2006, do Conselho Nacional de Educação, Conselho Pleno, artigo 4º, para o curso

de Licenciatura em Pedagogia:

Art. 4º O curso de Licenciatura em Pedagogia destina-se à formação de professores para exercer funções de magistério na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino Médio, na modalidade Normal, de Educação Profissional na área de serviços e apoio escolar e em outras áreas nas quais sejam previstos conhecimentos pedagógicos (BRASIL, 2006).

Em seu parágrafo único, inclui dentre as atividades docentes a participação

na organização e gestão de sistemas e instituições de ensino.

Nestas Diretrizes, segundo Barbosa e Abdian (2013, p.249), a afirmação de

que “A docência é a base da identidade do pedagogo”, confere ao Curso de

Pedagogia uma nova identidade e ao Pedagogo um novo perfil profissional.

Libâneo (2010, p.29-30), trazendo registros sobre a Pedagogia, explicita-a em

sua ocupação, incluindo:

Os processos educativos, métodos, maneiras de ensinar, mas antes disso ela tem um significado mais amplo, bem mais globalizante. Ela é um campo de conhecimentos sobre a problemática educativa na sua totalidade e historicidade e, ao mesmo tempo, uma diretriz orientadora da ação educativa.

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Quanto ao pedagógico, faz referência à finalidade da ação educativa, com

implicação direta nos objetivos sociopolíticos que implica no estabelecimento de

formas organizacionais e metodológicas da ação educativa (LIBÂNEO, 2010).

O Professor Pedagogo, comprometido com a transformação na sociedade,

visualiza a escola concreta como um ponto de partida, que possibilita o início de um

novo movimento, qual seja, o de compreender o meio que se insere, os desafios que

deve enfrentar, os anseios que comporta, seus limites e contradições. Em sua ação

organizadora, compete ao Professor Pedagogo “Analisar o mundo do aluno para, a

partir do conhecimento de sua realidade, ajudá-lo a encontrar meios para mudar a

correlação de forças com a sociedade que o explora” (PINZAN; MACCARINI;

MARTELLI, 2003, p.10).

A sociedade contemporânea caracteriza-se por mudanças, avanços

tecnológicos muito rápidos e diversificados, fazendo com que aconteçam mudanças

na vida das pessoas, refletindo nas relações pessoais e profissionais. O campo

educacional vem sofrendo forte pressão da sociedade, de forma geral, para adaptar-

se às exigências do mercado. Diante deste quadro a educação passa a ser cada vez

mais cobrada.

Com tal perspectiva de mudança na educação, o trabalho do Professor

Pedagogo adquire maior relevância, na medida em que sua atuação na escola, inclui

desde a organização, a gestão do trabalho pedagógico, coligadas às atividades

docentes dessas unidades educacionais, subsidiando a práxis pedagógica por meio

de estudos coletivos e, reflexões teórico-metodológicas valorizando os horários de

permanência como espaço de formação continuada num enfoque de trabalho

cooperativo e colaborativo.

Cabe à escola o desenvolvimento do trabalho educativo, numa concepção de

formação humanizadora que, por meio de conteúdo e atividades intencionais

possibilite aos sujeitos que dela participam o acesso aos conhecimentos

historicamente produzidos, objetivando a formação integral desse sujeitos numa

perspectiva histórico crítica.

Esta análise requer como elemento central do processo o Projeto Político

Pedagógico da escola, em razão de sua importância, visto que se caracteriza como

“[...] o fio condutor de toda a organização do trabalho pedagógico. Com base nele

que os profissionais que trabalham na escola conseguem analisar, refletir e avaliar

todos os processos pedagógicos da organização escolar” (SOARES, 2011, p.23).

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A atuação do Pedagogo nas últimas décadas tomou dimensões grandiosas

em consonância às mudanças no mundo do trabalho.

Este fenômeno pode ser evidenciado no Projeto Político Pedagógico3 em seu

marco operacional que define as linhas de ação e a reorganização do trabalho

pedagógico escolar, na perspectiva pedagógica propõe que o Professor Pedagogo:

- Colabore com a família no desenvolvimento e na aprendizagem do aluno;

- Oriente os pais e alunos, para que tenham atitudes corretas em relação ao

estudo e as tarefas escolares;

- Organize dados estatísticos ou indicadores de aproveitamento escolar, de

evasão ou repetência propondo, juntamente com o corpo docente, intervenções

adequadas;

- Estabeleça projetos para desenvolver nos educandos atitudes de respeito

compatíveis com as normas do Colégio em relação aos colegas e profissionais;

- Desenvolva atividades culturais ou esportivas para obter atitudes de

integração entre os professores, funcionários, equipe pedagógica, direção e alunos;

- Ofereça oportunidades especiais àqueles alunos que apresentam

dificuldades de aprendizagem (lições extras, grupos de reforço, mobilização de

voluntários para apoio, recuperação e atendimento individualizado);

- Acompanhe os alunos com baixo rendimento escolar (sala de apoio);

- Planeje encontros pedagógicos para buscar soluções para as dificuldades

encontradas no processo ensino-aprendizagem;

- Mantenha organizadas fichas de identificação e acompanhamento

pedagógico dos alunos;

- Organize encontros pedagógicos para discutir e entender a avaliação

escolar e sua função na educação escolar;

- Trate os alunos com respeito, atenção, dedicação para receber deles o

mesmo tratamento.

Refletindo estas orientações percebemos que o trabalho do Professor

Pedagogo, enquanto organizador do trabalho pedagógico é um componente de

articulação entre a teoria e a prática, na mediação da realização das ações previstas

nas Diretrizes Curriculares, no Projeto Político Pedagógico, no Regimento Escolar,

no Plano de Trabalho Docente e no Plano de Ação da Escola.

3 Dados retirados do PPP do Colégio Estadual Nova Esperança – E.F.M.

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Com base nesta percepção é que refletiu-se sobre o tema função do

Professor Pedagogo, pela oportunidade de verificar as várias ações desenvolvidas

pelo profissional na escola, e em analisar os parâmetros que facilitam ou limitam a

efetivação de sua prática.

Para este estudo são apresentadas como Professora Pedagoga 1; Professora

Pedagoga 2; Professora Pedagoga 3; Professora Pedagoga 4, com relação às

respostas registradas para as questões da pesquisa realizada.

Perguntou-se aos Professores Pedagogos se eles acreditam que no dia a dia

do seu trabalho, o desenvolvimento de sua função está de acordo com o que consta,

do Edital nº 017/2013, do Estado do Paraná - Secretaria de Estado da Administração

e da Previdência – concurso para Pedagogos, sobre as atribuições exigidas para

exercer a função, solicitando que realize comentários. As respostas são mostradas

aqui:

P1 - “Acredito que sim, pois, diariamente, atendemos pais, alunos e

organizamos atividades extra classe; orientamos aos professores quando esses nos

apresentam dúvidas ou dificuldades. Encaminhamos comunicados\convites aos pais

para informar sobres as dificuldades dos alunos. Atendemos alunos na falta de

Professores. Auxiliamos a direção no planejamento de ações pedagógicas e

financeiras”.

P2 - “Acredito que sim, pois, diariamente, desenvolve-se atividades previstas

no Edital, tais como: orientar alunos, manter contato com responsáveis, auxílio a

professores e direção”.

P3 - “Acredito que sim. No dia-a-dia, estamos sempre atendendo pais, alunos

e professores nas atividades pedagógicas. Auxiliamos a equipe gestora no

planejamento de ações pedagógicas e financeiras. Nem sempre dá tempo para

realizar todas as atividades que nos são propostas”.

P4 - “Acredito que sim, pois, de forma geral, procuramos fazer o possível para

atender e ajudar professores, alunos, responsáveis e Escola no que precisar. Muitas

vezes precisamos priorizar alguma atividade. Nem sempre é possível atender toda

demanda delegada ao Professor Pedagogo”.

Observa-se que os Professores Pedagogos entrevistados realizam intensas

atividades na instituição escolar, cumprindo com as funções pedagógicas para as

quais são contratados e, ainda atuam em atividades/funções que compete aos

professores ou ao contexto administrativo escolar.

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Na questão final perguntou-se a opinião dos entrevistados quanto à sua

formação acadêmica: Na sua opinião, sua formação acadêmica lhe

preparou/capacitou para a função/ atribuída ao pedagogo? Comente.

Das respostas obtidas, registra-se:

P1 - “Parcialmente, pois, a formação acadêmica direcionava para a atuação

como docente, principalmente na Educação Infantil. E hoje a atuação é mais

direcionada a gestão”.

P2 - “Parcialmente. A formação acadêmica preocupava-se mais em

conhecimentos teóricos e quando se está atuando, a prática tem muito mais

questões que poderia ser abordadas no processo de formação”.

P3 - “Não. Sabemos que a teoria na maioria das vezes, é uma coisa e a

prática é outra. Ainda vejo que é dado uma responsabilidade para Professor

Pedagogo que, na maioria das vezes, não depende só da vontade do trabalho do

Professor Pedagogo, mas sim de uma equipe gestora que pense junto e que

trabalhem todos juntos em um só objetivo”.

P4 - “Muito pouco. Acredito que na minha graduação fomos mais capacitados

para atuarmos como professor dos anos iniciais do Ensino Fundamental”.

As respostas evidenciam que a formação acadêmica não alcançou as

perspectivas desejadas pelos Professores Pedagogos entrevistados visto que,

receberam uma formação mais voltada para a prática docente, e que à formação

inicial não corresponde as atuais necessidades sócio educacionais. A formação

continuada apresenta um distanciamento nos discursos dos Professores

Pedagogos, quando entendemos que esta discussão deveria estar presente em

todos os âmbitos educacionais, por prescindir de um trabalho de reflexão crítica,

sobre as práticas e de construção permanente de uma identidade pessoal e

profissional de influência recíproca.

Segundo Libâneo (2006) o curso de pedagogia deve ser diferente do curso de

Licenciatura para formar professores de educação infantil e séries iniciais do ensino

fundamental. Ele defende que a base da formação do pedagogo não seja a docência

como coloca a ANFOPE, mas sim a teoria e o conhecimento pedagógico.

De acordo com Saviani (1989, p.62), pode-se dizer que:

[...] aquilo de que realmente estamos necessitando é de educadores com uma sólida formação teórica desenvolvida a partir e em função das exigências da ação educativa nas condições brasileiras. Este será o

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profissional com habilitação polivalente capaz de enfrentar os desafios da nossa realidade educacional. A formação desse tipo de profissional é a tarefa urgente acometida aos cursos superiores de educação, sejam eles denominados de pedagogia ou não.

Lembramos que a Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996, Lei das Diretrizes

e Bases da Educação (LDB), determina especialmente em seu artigo 61, parágrafo

único, acerca da formação de professores:

A formação dos profissionais da educação, de modo a atender às especificidades do exercício de suas atividades, bem como aos objetivos das diferentes etapas e modalidades da educação básica, terá como fundamentos: I – a presença de sólida formação básica, que propicie o conhecimento dos fundamentos científicos e sociais de suas competências de trabalho; II – a associação entre teorias e práticas, mediante estágios supervisionados e capacitação em serviço; III – o aproveitamento da formação e experiências anteriores, em instituições de ensino e em outras atividades4 (BRASIL, 2015, p.35).

O Plano Nacional de Educação 2014-2024 (PNE) determina em suas Metas

15 e 16, a valorização dos profissionais da educação, como uma estratégia que visa

atingir as metas anteriores.

Na Meta 15 o objetivo é garantir os incisos I, II e III do parágrafo único do

artigo 61 da LDB por meio da política nacional de formação dos profissionais da

educação; a Meta 16 estipula a formação continuada em sua área de atuação para

50% dos professores da educação básica até o último ano de vigência do PNE,

“considerando as necessidades, demandas e contextualizações dos sistemas de

ensino” (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2014, p.12).

3. O que mais dizem os Professores Pedagogos sobre sua atuação

A discussão que se segue apresenta uma autorreflexão do Professor

Pedagogo no que se refere à sua atuação no cotidiano escolar, dando voz, a esses

atores, para discorrer sobre seus julgamentos, sentimentos, emoções, e,

considerações a respeito do assunto pesquisado, enfatizando nas análises, temas

conexos à especificidade do trabalho do Professor-Pedagogo na Escola Pública.

Conforme disposto na legislação estadual do Paraná, Lei Complementar nº

103 de 15 de março de 2004, com relação ao Plano de Carreira de Professores da

4 Incluído pela Lei nº 12.014, de 06 de agosto de 2009.

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Rede Estadual de Educação Básica, artigo 5º, inciso V, entende o Pedagogo como

professor:

V - PROFESSOR: servidor público que exerce docência, suporte pedagógico, direção, coordenação, assessoramento, supervisão, orientação, planejamento e pesquisa exercida em Estabelecimentos de Ensino, Núcleos Regionais da Educação, Secretaria de Estado da Educação e unidades a ela vinculadas (PARANÁ, 2004, p.2).

O termo Professor Pedagogo foi adotado pelo Estado do Paraná, com base

nesta Lei, reforçado pelo conteúdo já referido neste projeto, do Edital nº 10/2007 –

GS/SEED, referentes à função de Professor Pedagogo para o atual concurso

público, sobre as atribuições estabelecidas ao Pedagogo (PIRES; BASTOS, 2007).

Especificamente para as atribuições do Professor Pedagogo, registra-se o

disposto no Edital nº 10/2007 da SEED/PR:

- coordenar a elaboração coletiva e acompanhar a efetivação do Projeto

Político-Pedagógico e do Plano de Ação da Escola;

- promover e coordenar reuniões pedagógicas e grupos de estudo para

reflexão e aprofundamento de temas relativos ao trabalho pedagógico e para a

elaboração de propostas de intervenção na realidade da escola;

- participar e intervir, junto à direção, da organização do trabalho pedagógico

escolar no sentido de realizar a função social e a especificidade da educação

escolar;

- sistematizar, junto à comunidade escolar, atividades que levem à efetivação

do processo ensino e aprendizagem, de modo a garantir o atendimento às

necessidades do educando;

- participar da elaboração do projeto de formação continuada de todos os

profissionais da escola e promover ações para a sua efetivação, tendo como

finalidade a realização e o aprimoramento do trabalho pedagógico escolar;

- analisar as propostas de natureza pedagógica a serem implantadas na

escola, observando a legislação educacional em vigor e o Estatuto da Criança e do

Adolescente, como fundamentos da prática educativa;

- coordenar a organização do espaço-tempo escolar a partir do Projeto

Político-Pedagógico e da Proposta Pedagógica Curricular da Escola;

- orientar a comunidade escolar na proposição e construção de um projeto

pedagógico numa perspectiva transformadora (PARANÁ, 2007, p.02).

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Oliveira (2006, p.113) questionou acerca da imposição da Lei Complementar

nº 103/2004, que transformou o Professor Pedagogo no Estado do Paraná,

afirmando em seu estudo que:

O que parece é que os pedagogos sentiram-se obrigados a realizar funções a que não estavam acostumados; afirmaram que não gostam de executar certas funções e que elas não fazem parte de sua formação profissional e acadêmica. [...] Nessa mudança, em que o supervisor tornou-se professor pedagogo, não foi dada oportunidade para que esse profissional refletisse sobre o seu novo papel. Ele precisou assumir uma postura diferente daquela praticada há anos.

Diante das atribuições que esta legislação estadual impõe ao Professor

Pedagogo, sente-se a aflição em saber que a falta de tempo, se torna elemento

crucial, para a execução de todas as tarefas, que lhe são atribuídas (ARRUDA,

2009).

Isto porque, de acordo com Breckenfeld e Romanowski (2008, p.4667): “O

pedagogo é compreendido, pelo atual sistema de ensino público estadual

paranaense, como o profissional que articula e organiza o trabalho pedagógico na e

da escola”. Com esta função, garante a manutenção da coerência e unidade de

concepção entre as diversas áreas do conhecimento respeitando as suas

especificidades.

Além disso, consideramos fundamental ao refletir sobre o papel do Professor

Pedagogo no cotidiano escolar, conhecer a opinião dos Professores Pedagogos,

acerca da função que devem desempenhar na escola de acordo com a legislação,

conhecer o perfil o Professor Pedagogo mediante investigação da concepção, que

esses profissionais têm sobre sua real função, bem como aprofundar conhecimentos

sobre a mesma, e que elementos contribuem ou dificultam para a efetivação de suas

atribuições/prática são finalidades deste projeto de implementação pedagógica.

Na pesquisa realizada com os Professores Pedagogos apresentaram as

seguintes características: são 04 (quatro) profissionais do sexo feminino, todas com

vínculo QPM, graduadas em Pedagogia, nos anos de 1997, 2000 e 2010, sendo que

uma delas cursou em instituição de ensino superior pública, e, três delas cursaram

em instituição de ensino superior privada, duas na modalidade presencial e duas na

modalidade semipresencial.

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No exercício das atividades profissionais, atuam como professora a 14, 23, 23

e 1,6 anos; e, como Professora Pedagoga, a 11,16, 10 anos e uma delas há apenas

06 (seis) meses.

Foi Perguntado: Na falta de professores, como a escola é organizada e qual

a função da equipe pedagógica nesse caso específico. As respostas indicam que:

P1 - “Quando possível, o Prof. Pedagogo atende, ou são trocado as aulas.

Em alguns casos os alunos são dispensados”.

P2 - “Quando possível, faz-se troca com outros professores, não havendo

esta possibilidade o Professor Pedagogo orienta e encaminha atividades. Quando

estas ações não são possíveis, os alunos são dispensados”.

P3 - “Quando falta professores, na maioria das vezes, é o Professor

Pedagogo que vai coordenar os trabalhos em sala de aula. Percebo que nesses

casos fica nítido que o Professor Pedagogo é visto por alguns profissionais como

substituto, na falta de professores”.

P4 - “Quando faltam professores, o Professor Pedagogo ou a Diretora

atendem os alunos. (Trabalho em uma Escola Rural de pequeno porte).”

Observa-se que esses depoimentos confirmam uma situação existente nas

escolas em geral, e que foi motivador para o desenvolvimento deste estudo, quando

se percebe que o Professor Pedagogo passa a ser um substituto para os

professores ausentes.

Zukowski e Haracemiv (2008) discutiram de que forma o pedagogo escolar

articula as teorias pedagógicas e os saberes para efetivar sua ação, com base nas

atribuições que o sistema de Ensino Público Estadual Paranaense requer deste

profissional. As descobertas do estudo indicaram que muitas ações não eram

desenvolvidas na escola: estudos de textos sobre assuntos: avaliação, indisciplina,

projetos pedagógicos com os professores em hora atividade; outras ações eram

desenvolvidas em parte: acompanhar os conteúdos que estão sendo trabalhado em

sala de aula, laboratório de informática, laboratório de ciências, bem como a

metodologia, critérios de avaliação e postura do professor, sempre que possível.

Ainda:

As atribuições de ‘realizar com os professores em H.A. uma busca de materiais pedagógicos para suas atividades, assim como fazer pré-conselho para tomar ciência do desempenho dos alunos’ também não são realizadas porque não há espaço de tempo (ZUKOWSKI; HARACEMIV, 2008, p.5).

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Bacheti, Fernandes e Silva (2010) salientam que o pedagogo possui como

objeto de seu trabalho, o seguinte: a equipe docente e os discentes, com sua

pluralidade de saberes. O seu desafio consiste na articulação desses saberes,

“mediando relações e interações, respondendo às demandas trazidas por estes

sujeitos”. Essas demandas se referem ao processo de ensino aprendizagem, às

metodologias, aos instrumentos avaliativos e às condições socioeconômicas, entre

outras.

Analisando esses textos entendemos que situações, e, condições

semelhantes, no desempenho da função do Pedagogo, como um profissional

administrativo no ambiente escolar, tem sido encontradas em diversos estudos.

Na sequência foi questionado: “Baseado em sua experiência na função,

aponte os desafios enfrentados pelos Professores Pedagogos atualmente no âmbito

escolar”. As respostas foram as seguintes:

P1 - “Ser visto pelos professores como um parceiro da Ação Educativa”.

P2 - “Ser reconhecido como parceiro/colaborador nas ações pedagógicas por

uma grande maioria dos Professores”.

P3 - “Ainda são muitos os paradigmas a respeito da função do Professor

Pedagogo a serem quebrados. Os desafios são vários, pois alguns educadores

ainda não conseguem ver o Professor Pedagogo como aliado para estar junto com

os mesmos e contribuir nas dificuldades apresentadas no decorrer do dia-a-dia seja

no Ensino e Aprendizagem ou Indisciplina”.

P4 - “Acredito que um dos maiores desafios seja na orientação aos

professores na parte pedagógica. Muitas vezes atribuímos mais tempo em resolver

outros problemas que surgem na escola e deixamos a desejar nessa parte.

Problemas estes que muitas vezes não seria nossa função de resolver”.

As afirmações dos entrevistados indicam claramente que há desvios na

função exercida na escola, por uma condição que se estabelece na própria cultura

institucional, que concebe o Professor Pedagogo como um profissional solucionador

de questões e problemas que surgem no cotidiano.

Ao desenvolver a ação pedagógica, o Professor Pedagogo, deve ser capaz

de ter atitudes e adotar postura de educador crítico, perante seu trabalho,

possibilitando espaços de construção da reflexão e ponderando com a equipe

escolar na busca de recursos e soluções para os desafios que poderá enfrentar no

provir da atividade pedagógica.

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Atitude ingênua seria pensar que essas atribuições se concretizarão apenas

pela participação e responsabilidade do Professor Pedagogo, sem o respaldo do

governo. Porém, também não justifica “cruzar os braços” e aguardar que as coisas

aconteçam. Parafraseando Paulo Freire e fazendo uma analogia de sua fala, pode-

se dizer que, não é pelo Professor Pedagogo apenas que a mudança ocorrerá, mas

tampouco será sem a participação efetiva dele, enquanto agente de transformação,

que a mesma virá (PIRES; BASTOS, 2007).

Continuando a entrevista, questionou-se quanto ao encaminhamento, pelos

professores, de alunos indisciplinados para a Equipe Pedagógica. O que é feito?

Acontece com que frequência? As respostas obtidas são descritas a seguir:

P1 - “Sim. Os professores encaminham alunos indisciplinados para a Equipe

Pedagógica. É realizado conversa com o intuito de orientar. São feitos registros por

escrito. Havendo reincidência, são chamados os responsáveis para dar ciência da

situação. Observa-se que quando os pais são participativos os resultados são

positivos”.

P2 - “Há encaminhamentos dos alunos indisciplinados. É realizado

conversas/diálogos orientando-os para que aquele fato não se repita. É feito o

registro do ocorrido em ficha própria. Tem-se observado uma diminuição destas

situações principalmente quando há presença/participação dos pais”.

P3 - “Os alunos indisciplinados são encaminhados ao Professor Pedagogo,

que conversa com os mesmos procurando identificar os conflitos e porque ocorrem,

conversado sobre direitos e deveres dos educandos, regras da escola, e qual a

função do aluno e comportamento que deve ter em sala de aula perante colegas e

professores. Infelizmente isto ocorre com frequência. O professor não consegue

resolver os problemas e passa essa responsabilidade para o Professor Pedagogo”.

P4 - “Sim. É conversado com os alunos, falando sobre as regras escolares,

direitos e deveres, dependendo de cada situação. Se necessário e solicitado os pais

ou responsáveis a comparecerem na escola para juntos procurarmos resolver os

conflitos. Em todos os casos o ocorrido é registrado em ata. Estes

encaminhamentos não ocorrem com muita frequência”.

Verifica-se, com estes dados, que os Professores Pedagogos continuam

realizando as atividades pedagógicas de inter-relação com os alunos, ou seja,

confirmando que há acúmulo de funções na escola.

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Vasconcellos (2002, p.86-7), já havia comentado sobre a função do Professor

Pedagogo, afirmando o que não é ou que não deveria ser, algumas funções que

considerou como negativas:

[...] não é (ou não deveria ser): não é fiscal de professor, não é dedo duro (que entrega os professores para a direção ou mantenedora), não é pombo correio (que leva recado da direção para os professores e dos professores para a direção), não é coringa/tarefeiro/quebra galho/salva-vidas (ajudante de direção, auxiliar de secretaria, enfermeiro, assistente social, etc.), não é tapa buraco (que fica ‘toureando’ os alunos em sala de aula no caso de falta de professor), não é burocrata (que fica às voltas com relatórios e mais relatórios, gráficos, estatísticas sem sentido, mandando um monte de papeis para os professores preencherem – escola de ‘papel’), não é de gabinete (que está longe da prática e dos desafios efetivos dos educadores), não é dicário (que tem dicas e soluções para todos os problemas, uma espécie de fonte inesgotável de técnicas, receitas), não é generalista (que entende quase nada de quase tudo).

Destacamos que o Edital nº 10/2007 GS/SEED descreve as atividades do

cargo de Professor Pedagogo, iniciando com a função de “Coordenar a elaboração

coletiva e acompanhar a efetivação do Projeto Político-Pedagógico e do Plano de

Ação da Escola [...]” (PARANÁ, 2007, p.2).

São relatos que mostram as reais vivências profissionais de Professores

Pedagogos, ou seja, sua atuação foge da suas atribuições como mediadores no

fazer pedagógico, na interação entre os membros da escola, motivando pensar em

outras possibilidades que visem propiciar o fortalecimento teórico, formação

continuada, grupo de estudos. Essas ações deveriam ser desenvolvidas em horário

de trabalho como opções, ao enfrentamento a situações adversas e visando colocar

em prática a real função profissional.

Assim afirmam Zukowski e Haracemiv (2008, p.8), sobre a função do

Professor Pedagogo e o que efetivamente desempenha na escola:

Percebe-se que a função do pedagogo nas escolas públicas está um tanto quanto desarticulada com a concepção de educação transformadora, pois muitas vezes este profissional passa a fazer às vezes de menino de recados, fiscalizador de atrasos e faltas tanto dos discentes como docentes, atendente de problemas disciplinares, substituto de professores que, pelos mais variados motivos, necessitam se ausentarem das escolas em que trabalham; organizador da semana cultural, causando assim uma série de atividades paralelas que impossibilitam o trabalho pedagógico, o qual está preparado, pelo menos teoricamente, para realizar.

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No momento em que é atribuída ao Professor Pedagogo a responsabilidade

de discussão, reflexão e busca de soluções coletivas para as práticas pedagógicas,

a sua identidade e autoridade como Pedagogo e profissional “vai sendo outorgada”

(CARVALHO, 2007, p.12).

Foi solicitado ao Professor Pedagogo entrevistado que descreva um dia do

seu trabalho. Os relatos são registrados:

P1 - “Verificar se há alguma ocorrência como falta de professores. - Planejar

ou executar atividades que previamente foram definidas como atividade da Escola. -

atender alunos com atitudes de indisciplina. Ir na sala de aula ajudar o professor

acalmar a turma. Atualmente estamos organizando Avaliação Institucional (1º

semestre 2016).”

P2 - “Observar se todos os Professores estão presentes. Organizar

atividades diárias previstas. Conversas com alunos, auxilio a professores, repasse

de informações, observar o Registro de Classe, orientar para que o PPP seja

observado/efetivado, orientar para que a hora-atividade seja utilizada da melhor

maneira, organização dos documentos burocráticos”.

P3 - “Meu dia de trabalho na maioria das vezes é tranquilo, pois trabalho em

uma Escola Rural de pequeno porte, então os problemas também se apresentam

menores. O bom disso é que posso ter contato frequente com todos os alunos e a

maioria dos professores. Atualmente estamos atualizando PPP, PPC, Regimento

Escolar e Avaliação Institucional. Atendimento a pais, alunos, necessidades dos

professores, assuntos pontuais da SEED, NRE”.

P4 - “No dia-a-dia é auxiliado direção, professores, atendido alunos,

responsáveis. Atualmente (1º semestre 2016) estamos atualizando, revendo

Regimento Escolar, PPP, PPC. Avaliação Institucional referente ao ano 2015.

Demandas vindas do NRE, SEED”.

Verifica-se que as atividades escolares, para esses Professores Pedagogos

estão dentro da normalidade, segundo a sua própria visão e percepção.

Entretanto, analisando os textos de Libâneo (1996), entendemos que na

diversidade de práticas educativas presentes na sociedade, configurando-se como

uma ação pedagógica escolar e extracurricular, é considerada a atuação do

pedagogo em várias instâncias. O pedagogo é considerado o profissional para o

exercício desta prática educativa, vinculada à organização e aos processos de

transmissão e assimilação ativa de saberes e modos de ação, para que sejam

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obtidos os objetivos de formação humana já planejados em sua contextualização

histórica.

E, se para alguns Professores Pedagogos que participaram deste estudo as

atividades escolares ocorrem de modo normal, a opinião de Vasconcellos (2013), é

de que a caracterização de uma situação inerente ao Professor Pedagogo, de modo

geral, que não realize as funções da profissão, admite a ocorrência de duas

possibilidades. Na primeira delas, ocorre o desvio de função, quando o seu papel sai

do âmbito das atividades pedagógicas e se incumbe em funções que atendam às

necessidades outras da escola, incluindo condições inadequadas de trabalho do

processo educativo; a vida dos alunos e as condições insatisfatórias que a escola

detêm.

A segunda possibilidade apontada por Vasconcellos (2013) diz respeito a uma

situação estreitamente vinculada ao seu desempenho profissional: a de que a sua

atuação como pedagogo, na condição adversa com a qual convive, não lhe permita

resolver os problemas da escola, a exemplo da garantia da aprendizagem

qualitativa.

É preciso que o Professor Pedagogo reveja continuamente a sua prática

pedagógica, especialmente quando verificamos que a sua função na escola está

sendo substituída pelas atribuições estranhas à essa função. A exemplo do que

propõe Nickel (2006), o pedagogo torna-se um profissional talentoso e competente

quando reflete de maneira metódica, sistemática e crítica sobre o que faz enquanto

faz, aperfeiçoando-se e construindo sua autonomia profissional.

Entretanto, o conhecimento que demonstram de sua função, é uma

perspectiva ainda de especializações, habilitações de outrora. Têm dificuldade de

expressar com clareza, sobre a função do “Professor Pedagogo”, quando referem-se

aos alunos focaliza a Orientação Educacional, os professores a Supervisão Escolar,

não aparece nas suas falas, o conceito de trabalho coletivo e não fragmentado

sendo como mediador da ação educativa, propondo a classe trabalhadora uma

formação democrática e de qualidade, para isto suas ações deve estar voltada para

processo de ensino e aprendizado e não ser o multitarefas.

A percepção que tivemos com os resultados do nosso estudo, projeto de

intervenção pedagógica é similar às informações que foram registradas por Libâneo

(2004, p.192), quando afirma que a “Sobrecarga de funções atribuída ao professor

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pedagogo no dia-a-dia escolar, tem contribuído para a fragmentação do seu

trabalho”.

A preocupação é com relação ao trabalho do Professor Pedagogo, que deixa

de ser realizado a contento, trazendo consequências ao cotidiano da escola e ao

sucesso do aluno, fato que confirma a importância da atuação do pedagogo escolar

na melhoria da oferta de ensino para os estudantes (LIBÂNEO, 2004).

Muitos ainda têm dificuldade de superar a visão fragmentada da organização

do trabalho pedagógico, para uma atuação de totalidade conseguindo exercer suas

funções no coletivo. Compete a cada profissional, perante as situações

desfavoráveis do dia-a-dia escolar, como a fragmentação, a multitarefa, a crise de

identidade, instituir inicialmente em si, as condições para uma transformação que

encaminhe ao pedagogo unitário, fundamental escola pública na sociedade atual

capitalista, competitiva e excludente, onde uma das poucas alternativas que nossos

alunos dispõem para emancipação cidadã é o conhecimento.

Pieri e Portelinha (2014) discutem o papel do pedagogo na análise crítica da

interpretação da realidade, e quanto à necessidade do estabelecimento de uma

rotina de atuação para efetivar a ação pedagógica, mediante elaboração de um

Plano de Ação do Pedagogo coletivo.

Os resultados dessa discussão permitiu analisar com profundidade a

realidade vivida no espaço escolar, incluindo pensar nas condições de trabalho e de

formação do pedagogo, com planejamento coletivo de possíveis ações que possam

transformar a realidade apresentada (PIERI; PORTELINHA, 2014).

No destaque de Libâneo (2004, p.46), a formação correta do profissional de

pedagogia tem como objetivo a sua atuação na investigação, planejamento e

desenvolvimento das implicações sociais, políticas, psicológicas e culturais que

estão inseridas no processo de ensino escolar.

4. Estendendo o estudo sobre a função do Professor Pedagogo no Estado do

Paraná aos professores participantes do Grupo de Trabalho em Rede, da

SEED

Este artigo se caracteriza como o resultado do desenvolvimento de um projeto

de implementação pedagógica do PDE, cuja proposta inicial e Unidade Didática

foram apresentadas transversalmente, possibilitando a formação presencial para

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seus participantes, bem como possibilitou a formação a vários Professores

Pedagogos participantes do Grupo de Trabalho em Rede (GTR), da Secretaria

Estadual de Educação do Estado do Paraná (SEED).

Buscou-se nesse processo de Grupo de estudos e GTR, refletir sobre a

formação do Professor Pedagogo, bem como sua função para reconhecer-se como

um profissional que tem atribuições especificas, analisar sua prática pedagógica

para atuar de acordo com sua profissionalidade, especificidade que requer a função.

Foram partilhado e tratado alguns desafios, problemas e as plausíveis ações

que podem ser realizadas para aprimorar a organização de trabalho pedagógico na

escola. Lançou-se alguns questionamentos aos Professores Participantes do GTR.

O GTR teve a participação de 18 (dezoito) Professores Pedagogos para os

questionamentos acerca da função do Pedagogo no espaço escolar, abaixo

transcritas:

- A sua formação acadêmica preparou-o de forma expressiva para o exercício

de Professor Pedagogo?

- Professor Pedagogo, você distingue as funções do Edital nº 017/2013 do

Estado do Paraná, SEED? (Edital disponível nos materiais complementares).

- Todas as demandas recebidas pelo Professor Pedagogo são de sua

incumbência? E se relacionam com suas atribuições e funções determinadas

legalmente?

- Quais outras atividades não fazem parte de suas atribuições, mas que são

assumidas no cotidiano da escola?

- Atividades alheias ao trabalho pedagógico comprometem seu trabalho

específico na escola? Justifique.

A participação de Professores Pedagogos a esses questionamentos foi

relevante, mostrando similaridades nas suas percepções e realidades, das quais

fazem-se registros:

As demandas que movimentam e ocupam o tempo que deveria ser direcionado para o desenvolvimento das ações pedagógicas envolvem ações assumidas pelo Pedagogo em face de inúmeros fatores como: desvio de atividades de agentes II para o pedagógico como cuidar de livro ponto de professores, atestado de professores, bater sinal, fazer horário e alterar horário, controlar as movimentações de corredores, atender turmas com ausências reiteradas de professores, atender cotidianamente casos de indisciplina oriundos da falta de postura docente somada em alguns casos à ausência de domínio de conteúdo. E ainda desenvolver jornada que inicia ou conclui fora do horário de aula, sob a alegação que pais e alunos devem

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receber atendimento a qualquer tempo da coordenação pedagógica, bem como preencher as formalidades requeridas cotidianamente pelos Núcleos Regionais de Educação que acenam uma preocupação exaltada com elementos burocráticos de ordem descritiva (ROTTA, 2017).

Pieri e Portelinha (2014, p.12) também se depararam com pedagogos em

exercício de funções diversas com relação à sua formação, afirmando presenciarem

a figura de “Um pedagogo “sobrecarregado à mercê das necessidades imediatas

distanciando-se das propostas de contribuir com a transformação, conduzindo ao

esvaziamento e equívocos em seu fazer e em sua formação”.

Nos próprios depoimentos de Professores Pedagogos, ainda com relação aos

questionamentos propostos no GTR, compreende-se que a mesma preocupação

alcança a todos esses profissionais e lhes impõe novos questionamentos:

Na maioria das vezes atuo na resolução de conflitos entre professores e alunos, assim como nos conflito entre alunos e alunos [...] diariamente, ficar no portão na entrada verificando se estão de uniforme. No intervalo é solicitado que fiquemos no pátio cuidando dos alunos [...] nos veem como monitores ou inspetores na função de ‘faz tudo’ (SILVA, 2017).

“O pedagogo é o verdadeiro ‘faz tudo’ dentro da escola, acredito que essa

colocação define a prática dos pedagogos na atualidade. [...] fazemos um pouco de

tudo e fazemos muito pouco do que realmente é nossa função” (MELO, 2017).

E, por fim:

Estou no estado faz três anos e, desde que entrei, tenho me sentido bastante confusa no que se refere a minha função. Quando li a sua postagem, em especial na parte em que você coloca que "fazemos um pouco de tudo e fazemos muito pouco do que realmente é nossa função", cheguei a conclusão que é isso mesmo. Entretanto, questiono-me: O que faremos? O que podemos fazer para que a comunidade escolar como um todo compreenda o nosso papel? (SILVA, 2017).

Pieri e Portelinha (2014, p.15), em estudo com professores cursistas no GTR,

obtiveram sugestões para a efetividade na função de Pedagogo, dentre elas, a

organização de diferentes ferramentas para auxiliar na comunicação, interação e

constituição de um posicionamento coletivo, como o e-mail coletivo, o grupo de

WhatsApp, blog, e reuniões sistemáticas.

A ênfase, contudo, foi quanto a assumir literalmente a função pedagógica,

exercendo-a de modo satisfatório para o próprio Pedagogo, fechando a porta da

coordenação para estudo, como uma organização e decisão do profissional.

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Na proposição de novos questionamentos aos Professores Pedagogos

participantes do GTR, o enfoque foi quanto ao planejamento de estratégias a serem

usadas, para que este profissional desenvolva um trabalho de reorganização do

ambiente escolar e que sua função seja realmente efetivada, com atuação mais

eficaz, auxiliando o professor no processo de ensino aprendizagem.

As participações revelaram a preocupação, de modo geral, por parte de todos

os Professores Pedagogos que realizam funções diversas daquela de pedagogo.

Neste sentido, Santos (2017) afirma: “Acho que pela falta de clareza em relação a

real função, muitos pedagogos se contentam em ser auxiliares da direção”.

“É importante que professores possuam ciência acerca do papel do

pedagogo no âmbito deste contexto, de que não seja ‘de apagar incêndios’, senão

este profissional ‘continuará acumulando para si, atividades que não lhe cabem’

(SILVA, 2017).

São depoimentos, percepções e impressões de Professores Pedagogos que

se encontram no espaço cotidiano da escola e manifestaram por meio do GTR as

suas vivências e experiências. De fato, não há coerência entre a formação como

Pedagogo e o exercício da atividade profissional inerente. O que está registrado é a

mesma característica que vem aumentando e se mantendo:

“O pedagogo na função ‘Faz tudo’.” (SILVA, 2017); “o pedagogo é visto como

um ‘faz tudo’ na escola” (LIMA, 2017); “Na sua visão, quais os avanços que a

carreira de pedagogo obteve, durante os últimos anos?” (MORAES, 2017);

“Infelizmente não vejo possibilidade de isso acontecer no espaço do nosso trabalho

[formação continuada do pedagogo], pois somos convocados pelas demandas da

escola a todo o momento, não temos tempo de sentar e ler ou estudar dentro do

nosso ambiente de trabalho. Se queremos nos aperfeiçoar temos que fazer isso fora

do nosso horário de trabalho” (NECKEL, 2017).

As afirmações dos Professores Pedagogos participantes do GTR se

assemelham àquelas que foram obtidas com os profissionais participantes do projeto

de intervenção pedagógica, destacando de P4, que: “Muitas vezes atribuímos mais

tempo em resolver outros problemas que surgem na escola e deixamos a desejar

nessa parte. Problemas estes que muitas vezes não seria nossa função de resolver”.

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Considerações Finais

Tendo como proposta inicial a implementação de um projeto de intervenção

pedagógica com o desenvolvimento junto aos Professores Pedagogos das

instituições: Colégio Estadual Nova Esperança E.F.M., Escola Estadual do Campo

Barra Bonita e Escola Estadual do Campo do Rio Gavião – Ensino Fundamental, no

formato de Grupo de Estudo buscou-se saber acerca do quadro de atuação do

Professor Pedagogo na escola, com respeito à realização de funções diversas

aquelas de sua prática pedagógica.

Para isto, aprofundamos o conhecimento sobre a função do Professor

Pedagogo no ambiente escolar, relacionando elementos que dificultam a efetivação

de sua prática, com realização de entrevista com Professores Pedagogos de escolas

estaduais do município de Nova Esperança do Sudoeste. Os resultados do estudo

indicam a percepção de todos os Professores Pedagogos quanto ao desvio da

função como Pedagogos, e maior desempenho em tarefas administrativas e

funcionais da escola.

Percebemos que a própria escola, por parte de seus membros, vê o trabalho

do Professor Pedagogo como um trabalho técnico, com enfoque na resolução de

conflitos escolares, de inspeção e de exigências no cumprimento de regras pelos

alunos, e como um profissional mediador de problemas de indisciplina. Enquanto

isso, fica afastado de sua função na prática educativa vinculada à organização e aos

processos de transmissão e de assimilação de saberes, essenciais para a formação

humana, bem como não atua como Pedagogo na gestão democrática da escola.

Verificamos que, apesar de os Professores Pedagogos, terem esse

conhecimento sobre o seu exercício profissional, as ações individuais não têm sido

muito promissoras no sentido de modificar as situações vivenciadas em seu

cotidiano escolar.

Constatamos a necessidade de novas posturas por parte dos Professores

Pedagogos, de forma coletiva e visando à construção de alternativas que contribuam

para a organização do trabalho pedagógico na escola no pleno exercício da função

de Pedagogo.

Como resultados das reflexões e análises, foi possível desvelar a

necessidade de novas posturas coletivas, para o enfrentamento dos problemas no

cotidiano escolar, e importância da formação continuada do Professor Pedagogo,

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como pressuposto para a construção de alternativas que auxiliem na organização do

trabalho pedagógico na escola, almejando a qualidade do trabalho desenvolvido por

esse profissional.

Finalizando, entendemos que a discussão sobre o tema não se esgota nessa

pesquisa, os obstáculos e dificuldades prosseguirão na escola, e, no desempenho

do Professor Pedagogo, no entanto, a formação continuada poderá ser uma

possibilidade de (re)construir uma proposta de trabalho coletivo, composto de

postura reflexiva que lhes proporcionem a qualificação de sua prática, para que

descubram saídas, para a instalação de um exercício adequado e autônomo.

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