inicial de alimentos

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Inicial de alimentos

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ao de separao

ESTADO DO ACRE

DEFENSORIA PBLICA

ESTADO DO ACRE

DEFENSORIA PBLICA

EXCELENTSSIMO (A) SENHOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA ______ VARA DE FAMLIA DA COMARCA DE RIO BRANCO ACRE

TAYRA PRISCILA PEREIRA MARTINS, KAROLINNE PEREIRA MARTINS e LAURA PEREIRA MARTINS, menores impberes, neste ato representado(a)s por sua genitora, LUCICLIA DA SILVA PEREIRA, brasileira, solteira, Agente de Sade, portador(a) da Cdula de Identidade n 168.395/SSP/AC e CPF/MF n 232.532.152-53, residente e domiciliada na Rua Mamed Saad, n. 184, Bairro Wanderley Dantas, nesta cidade, pela Defensora Pblica infra assinada, integrante da Assistncia Judiciria Gratuita no Estado do Acre, com endereo profissional na Av. Getlio Vargas, n 2.852, Bosque, nesta cidade, onde recebe intimaes em geral, vm, respeitosamente, digna presena de V. Ex., com fundamento no art. 227 da Constituio Federal, no art. 396 do Cdigo Civil, e na Lei n 5.478/68, propor a presente

AO DE ALIMENTOS

em desfavor de LAURA MOREIRA MARTINS, av das alimentandas, residente e domiciliada na Rua Coronel Jos Galdino, n. 250, Cohab do Bosque, nesta cidade, pelos fatos e fundamentos que passa a aduzir.

I PRELIMINARMENTE

Requer lhe sejam concedidos os benefcios da Assistncia Judiciria Gratuita, por no ter condies de arcar com as custas processuais e honorrios de advogado, por ser juridicamente pobre nos termos da declarao acostada (doc. 01).

II DOS FATOS

A alimentante av das alimentandas TAYRA PRISCILA PEREIRA MARTINS, KAROLINNE PEREIRA MARTINS e LAURA PEREIRA MARTINS, conforme fazem prova as certides de registro de nascimento anexadas (DOCs. 02/04), fruto de um relacionamento de mais de seis anos entre a representante das requerentes e o senhor ANTONIO CESAR MOREIRA MARTINS, filho da demandada.

O senhor ANTONIO CESAR MOREIRA MARTINS, pai das alimentandas, j foi condenado na ao de alimentos n. 8.980/94, a pagar s filhas a ttulo de alimentos o valo mensal de 01 (um) salrio mnimo (DOC. 05).

Ocorre que referido senhor nunca paga regularmente a penso, obrigando-as a constantemente ajuizar execues (DOCS. 06/08) se quiserem receber o que lhes de direito e necessrio.

Inclusive, Excelncia, dito senhor j ajuizou ao revisional para reduzir o valor da penso (DOC. 09), no tendo logrado xito, mesmo ante a falta de contestao das alimentandas, porquanto no fez prova da reduo de suas possibilidades.

Acontece que o senhor ANTONIO CESAR MOREIRA MARTINS dependente qumico (drogadito), alcolatra, portador de Hepatite B, e no trabalha, morando com a me que lhe sustenta, inclusive os vcios.

J a representante das alimentadas, aps a separao, se viu sozinha com ela e mais dois filhos para criar, sendo compelida diante da nova situao a arcar com despesas como aluguel, alimentao, educao, transporte, entre outras.

DA NECESSIDADE

As necessidades de uma criana so evidentes, principalmente no caso das alimentandas, que encontram-se em idade escolar, necessitando, alm de uma alimentao especfica equilibrada indispensvel para seu crescimento fsico e intelectual, de material escolar, cursos extracurriculares que lhes preparem para o mercado de trabalho, alm das despesas ordinrias com roupas e remdios (quando necessrio), lazer, transporte, entre outras.

Alm disso, a caula das meninas portadora de epilepsia, fazendo uso de medicamente controlado, necessitando de constante acompanhamento mdico e despesas com remdios.

DA POSSIBILIDADE

A av das alimentandas proprietria de uma autopeas (Auto Peas Antero Ltda.), de onde retira mensalmente renda superior a R$2.000,00 (dois mil reais), proprietria de 06 imveis que aluga (02 casas e 04 apartamentos), e ainda pensionista do falecido esposo, que era aviador, e, tendo em vista que o filho, devedor da penso, no trabalha, alcolatra e dependente qumico, sustentado pela me, posto que mora com ela, e no tem qualquer gasto consigo prprio, alm do que tudo o que necessita ou quer lhe concedido pela genitora, demonstra ela ter plenas condies de contribuir na manuteno das necessidades das menores.

Por sua vez, a me das alimentandas encontra-se atualmente trabalhando como agente de sade, emprego temporrio, que lhe rende mensalmente apenas 01 (um) salrio mnimo, insuficiente para fazer face s necessidades das filhas, e em face dos atuais acontecimentos, est passando por srias dificuldades financeiras, no tendo, portanto, condio de continuar arcando sozinha com as despesas das meninas.

Requer, portanto, seja a requerida condenada a contribuir para o sustento das netas com a importncia mensal de R$600,00 (seiscentos reais), equivalente a 3 (trs) salrios mnimos.III DO DIREITO

Os alimentos, como cedio, devem ser fixados atendendo-se aos critrios de necessidade do alimentando e real condio econmica do alimentante, atendendo sempre ao princpio da proporcionalidade. Neste sentido, a disposio da lei civil:

Art. 400 - Os alimentos devem ser fixados na proporo das necessidades do reclamado e dos recursos da pessoa obrigada.

Nesse sentido, mansa e pacfica a jurisprudncia dos nossos tribunais, colhida nos seguintes acrdos:

A prestao de alimentos, ora requerida, advm da relao parental existente entre as partes, consoante faz prova a Certido de Registro de Nascimento acostada. Em razo deste vnculo familiar, portanto, que surge o dever dos pais de criar, assistir e educar os filhos menores, situao esta consolidada pelo art. 229, da Carta Magna e pela Lei 5.478/68, bem como pelos arts. 396 e 397, do Cdigo Civil vigente.

J a responsabilidade dos avs advm da Lei Civil, art. 397, alm da legislao j mencionada, posio que j vem sendo pacificada pela jurisprudncia ptria, segundo os acrdos paradigmticos mencionados a seguir:

CIVIL. FAMLIA. AO DE ALIMENTOS. LEGITIMIDADE PASSIVA DE AV. PRESENA DO PAI NO PLO PASSIVO. POSSIBILIDADE. RESPONSABILIDADE SUPLEMENTAR. ART. 397 DO CDIGO CIVIL. DIVERGNCIA NO COMPROVADA.

I. No se conhece do recurso especial amparado na alnea "c" do inciso III do art. 105 da Constituio Federal, quando inadequadamente demonstrada pelo recorrente a divergncia.

II. O art. 397 do Cdigo Civil Brasileiro, ao dispor sobre o direito prestao alimentar, no excluiu a responsabilidade solidria dos ascendentes prximos. Sendo insuficiente a capacidade econmica do pai para arcar integralmente com o dever jurdico dos alimentos devidos ao filho, podero suplementar a penso os ascendentes prximos (avs), na medida de suas possibilidades, apuradas em juzo.

III. Precedentes do STJ.

IV. Recurso especial no conhecido.

AO DE ALIMENTOS PROPOSTA POR NETO CONTRA OS AVS PATERNOS. EXCLUSO PRETENDIDA PELOS RUS SOB A ALEGAO DE QUE O PROGENITOR J VEM CONTRIBUINDO COM UMA PENSO. ART. 397 DO CODIGO CIVIL.

O fato de o genitor j vir prestando alimentos ao filho no impede que este ltimo possa reclama-los dos avos paternos, desde que demonstrada a insuficincia do que recebe.

A responsabilidade dos avs no apenas sucessiva em relao a responsabilidade dos progenitores, mas tambm complementar para o caso em que os pais no se encontrem em condies de arcar com a totalidade da penso, ostentando os avs, de seu turno, possibilidades financeiras para tanto.

Recurso especial no conhecido.

IV. DO PEDIDO

Em face de todo o exposto, requer a Vossa Excelncia:

a) a concesso da Assistncia Judiciria, bem como a gratuidade da Justia, conforme a Lei 1.060/50, para o que afirma ser juridicamente pobre nos termos da declarao em anexo (doc. 01).

b) em face das urgentes necessidades das filhas, que se encontram privadas do recebimento da penso que lhes devida pelo pai, requer a fixao, desde logo, dos alimentos provisrios, no valor requerido, qual seja R$600,00 (seiscentos reais), equivalente a 3 (trs) salrios mnimos, a ser recolhido at o dia 05 (cinco) de cada ms, e creditado em conta a ser aberta em nome da me dos alimentandos, o que desde j se requer;

c) A citao da alimentante LAURA MOREIRA MARTINS, no endereo j declinado inicialmente, para querendo, contestar a presente ao, sob pena de revelia e confisso, bem como sua intimao para comparecer audincia a ser designada por esse r. Juzo, para o fim de fixao dos alimentos;

d) a intimao do Ministrio Pblico para acompanhar o feito, na forma do artigo 82, I do Cdigo de processo Civil e da norma regente de alimentos;

e) finalmente, requer a Vossa Excelncia sejam julgados procedentes os pedidos da inicial para fixar em definitivo os alimentos requeridos provisoriamente, na forma requerida.

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, inclusive o depoimento pessoal das partes e oitiva das testemunhas que sero arroladas oportunamente e que comparecero em Juzo independentemente de intimao.

D-se causa o valor de R$7.200,00 (sete mil e duzentos reais) art. 259, VI, CPC.

o que espera ver deferido por ser de justia.

Rio Branco, 10 de dezembro de 2002.

Clia da Cruz Barros Cabral Ferreira

Defensora Pblica

STJ. RESP 81.838. Rel. Min. Aldir Passarinho. DJ 04/09/2000, pg. 155.

STJ. RESP 70.740. Rel. Min. Barros Monteiro. DJ 25/08/1997, pg. 39375.

Avenida Getlio Vargas, 2.852. Bosque. Fone 228-1312 / 228 1314

CEP 69.900-000 Rio Branco Acre

Inicial - Alimentos - avs - audalice.doc - fl. 6

_992850354.doc