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SAMANTHA SEARA DA CUNHA AVALIAÇÃO DO EFEITO DO LASER INFRAVERMELHO DE 780 nm NO TECIDO ÓSSEO SUBMETIDO À RADIOTERAPIA- ESTUDO EXPERIMENTAL EM RATOS UFPB- UFBA PROGRAMA INTEGRADO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA Área de Concentração: Laser em Odontologia SALVADOR 2006

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SAMANTHA SEARA DA CUNHA

AVALIAÇÃO DO EFEITO DO LASER

INFRAVERMELHO DE 780 nm NO TECIDO ÓSSEO

SUBMETIDO À RADIOTERAPIA- ESTUDO

EXPERIMENTAL EM RATOS

UFPB - UFBA

PROGRAMA INTEGRADO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

Área de Concentração:

Laser em Odontologia

SALVADOR

2006

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SAMANTHA SEARA DA CUNHA

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

PROGRAMA INTEGRADO DE DOUTORADO EM ODONTOLOGIA

ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: LASER

AVALIAÇÃO DO EFEITO DO LASER

INFRAVERMELHO DE 780 nm NO TECIDO ÓSSEO

SUBMETIDO À RADIOTERAPIA- ESTUDO

EXPERIMENTAL EM RATOS

Tese apresentada ao Programa Integrado de Pós-Graduação em Odontologia da Universidade Federal da Paraíba e Universidade Federal da Bahia em cumprimento às exigências para obtenção do título de Doutor em Odontologia. Área de concentração: Laser em Odontologia.

Orientador: Prof. Dr. André Carlos de Freitas

Co-orientadora: Profª. Drª. Viviane Almeida Sarmento

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SAMANTHA SEARA DA CUNHA

AVALIAÇÃO DO EFEITO DO LASER INFRAVERMELHO

DE 780 nm NO TECIDO ÓSSEO SUBMETIDO À

RADIOTERAPIA- ESTUDO EXPERIMENTAL EM RATOS

APROVADA PELA BANCA EXAMINADORA CONSTITUÍDA PELOS SEGUINTES

PROFESSORES:

BANCA EXAMINADORA:

_______________________________________________________ Prof. Dr. André Carlos de Freitas – Orientador – UFBA

______________________________________________________ Prof. Dr. André Alberto Câmara Puppin- Professor Adjunto UFES

____________________________________________________ Prof. Dr. Arlei Cerqueira- Professor Adjunto FBDC

__________________________________________________________

Profª. Drª. Aparecida Maria Cordeiro Marques- Membro UFBA

____________________________________________________ Profª. Drª Viviane de Almeida Sarmento- Membro UFBA

Salvador, 17 de fevereiro de 2006

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DEDICATÓRIA

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DEDICO ESTE TRABALHO

Ao meu marido: Rafael Procaci da Cunha, quem me deu tanto suporte nessa etapa tão difícil da minha vida. Agradeço pelo seu amor, dedicação e confiança. Muito obrigada por ser companheiro, me escutar nos momentos difíceis e a me ajudar a ultrapassar todos os obstáculos dessa fase. À minha filha:

Mariana Seara Da Cunha, que deu um sentido fundamental na minha vida. Eu aprendi que ser mãe vai muito além do que eu imaginava. Aprendi o que é ter e sentir um amor “incondicional”, um amor verdadeiro e eterno. Pude presenciar de corpo e alma a melhor sensação do mundo. Meu coração bate mais forte só de pensar em seu nome. Sua presença foi vital na inspiração e término desse trabalho. À minha mãe: Lucia Helena França, que foi a pessoa quem mais acreditou em mim, por muitas vezes mais do que eu mesma. Saiba que sua garra e persistência foi um grande estímulo na minha vida. Muito obrigada pelo seu apoio e a dedicação que sempre me deu. E parabéns por ser uma excelente vovó! Ao meu pai:

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José Carlos Seara, por quem eu amo muito e sinto saudades pela distância. Obrigada por todas as oportunidades oferecidas. Um dia ficaremos mais próximos e nos curtiremos mais! Déa de Moraes: Por quem tenho um profundo amor e que sempre fará parte da minha família. Você é muito importante para mim, hoje e sempre! Ao meu sogro: Luciano Procaci da Cunha, por quem eu tenho muita admiração. As minhas sogras: Iracelma Procaci da Cunha, agradeço por sua amizade e dedicação. Helena Procaci da Cunha, por quem eu tanto gostaria de ter conhecido.... A toda minha família À minha avó, meus cunhados, meus primos e tios que mesmo distantes sempre torceram pelo meu sucesso.

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AGRADECIMENTOS

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AGRADECIMENTOS ESPECIAIS

À Deus, por ser o principal motivo da minha existência. Agradeço pela vida

que me deu, por todas as oportunidades e por sempre abrir as portas dos

meus caminhos.

À minha co-orientadora Profa Dra.Viviane Sarmento, por acreditar em

mim e na pesquisa. Agradeço pelos seus conselhos e eternas horas extras

disponibilizadas na leitura do trabalho e de e-mails. Sua ajuda e gentileza

foram muito bem-vindas durante todo esse período. Seu carinho e

ensinamentos foram muito além do que uma co-orientação. Admiro sua

competência, seu profissionalismo, seu conhecimento e acima de tudo sua

dedicação e amor pela pesquisa. Desejo muita saúde para você e esse

novo bebezinho que estar por vir, e que saberá a grande mãe que possui.

Ao meu orientador Prof. Dr. André Freitas, pela atenção, sugestões ajuda

e boa vontade na revisão desse trabalho. Agradeço muito por toda sua

disposição e pelas inúmeras conversas esclarecedoras que enriqueceram

este trabalho.

AGRADECIMENTOS

A Prof. Dra. Luciana Ramalho, pela paciência e por me ajudar na leitura das

lâminas de histologia. Sou grata pela sua atenção.

A Profa Dra. Aparecida Marques, por ser uma verdadeira mãe baiana. Agradeço

a Deus por ter tido a chance de ter te conhecido, nunca fui tão bem amparada e

acolhida. Obrigada por sua amizade.

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À Profa Dra. Marleny Gerbi, por me ajudar e compartilhar seu conhecimento.

Aprendi muito com seus ensinamentos, sua bondade e generosidade.

Aos meus colegas de doutorado Ana Góis, Maria Amália Ribeiro, Daniel

Pozza, Darcy Almeida, Gyselle Meirelles, Nelson e Alessandra Mattos por

passarmos unidos pelos bons e maus momentos dessa longa caminhada.

As minhas amigas especiais Ana Góis e Amália Ribeiro pelos conselhos e

amparo nos momentos desesperadores. Obrigada pela tranquilidade passada e

pela amizade verdadeira.

Ao doutorando Daniel Pozza, pelos inúmeros favores prestados, pelo seu

companheirismo e sua alegria.

À doutoranda Darcy Almeida, pela ajuda com a manipulação de animais,

sessões de radioterapia, e pelo incentivo inicial na pesquisa.

À doutoranda Alessandra Mattos, por sua amizade e união durante nossas

apresentações em dupla nos seminários.

Ao Prof. Dr. Lino João da Costa, pela belíssima organização e programação das

aulas em João Pessoa. Suas aulas foram fundamentais para o meu aprendizado.

Ao Prof Dr. Jean Nunes, pelos seus ensinamentos e acesso ao laboratório.

À técnica Maria de Lourdes Santos, pela dedicação e tempo prestado para

confecção das lâminas de histologia.

As secretárias Tereza Costa, Adriana Felix e Suely, pela atenção, avisos e

gentilezas prestados durante o doutorado.

Ao Prof. Dr. Edmar Santana pela coordenação e organização desse curso, que

apesar de inúmeras dificuldades, foi possível concluí-lo.

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Ao Prof Dr. Antônio Pinheiro, por iniciar a turma de doutorado, pelas aulas

recebidas e por sua dedicação à pesquisa.

À Dra. Maria Eulina Ramos Tavares, pelo acesso ao setor de radioterapia e por

acreditar na pesquisa.

Ao físico Jaílton Caetano de Souza, pelas suas eternas horas extras irradiando

os animais. Muito obrigada pela sua paciência. Sua ajuda foi fundamental para

realização desse projeto.

A Rita de Cássia, por sua experiência, ajuda e boa vontade na elaboração do

material para o procedimento radioterápico.

A MM Optics, pelo empréstimo do Laser.

A Capes, pela ajuda de custo durante todo o período do doutorado

A UNIME, em especial para Marcos Ribeiro e Ana Verena, pelo empréstimo das

dependências da Universidade e utilização do biotério.

Ao técnico Cristiano da Rosa, pela ajuda com a manipulação dos animais.

Ao Hospital Santa Izabel pelo empréstimo do aparelho e dependências do

hospital.

A Faculdade de Odontologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio

Grande do Sul, em nome das professoras doutoras Elaine Bauer Veeck e Nilza

Pereira da Costa, por disponibilizarem tempo, espaço e equipamento para

realização da parte imaginológica do experimento, além de extrema boa vontade,

paciência e conhecimentos dedicados ao presente trabalho.

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SUMÁRIO

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SUMÁRIO

LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

LISTA DE FIGURAS, GRÁFICOS E TABELAS

RESUMO

ABSTRACT

1 INTRODUÇÃO............................................................................................ 26

2 REVISTA DA LITERATURA...................................................................... 29

2.1 ABORDAGEM GERAL SOBRE A RADIOTERAPIA................................ 30

2.2 EFEITOS ADVERSOS DA RADIOTERAPIA........................................... 32

2.3 EFEITOS DA RADIOTERAPIA SOBRE TECIDO ÓSSEO...................... 34

2.4 LASERTERAPIA...................................................................................... 43

2.5- IMAGENS RADIOGRÁFICAS DIGITAIS................................................. 51

3 PROPOSIÇÃO............................................................................................ 53

3.1 OBJETIVO GERAL.................................................................................. 54

3.2 OBJETIVO ESPECÍFICO........................................................................ 54

4 METODOLOGIA………….......................................................................... 55

4.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA........................................................... 56

4.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA.................................................................... 56

4.3 COLETA E PROCEDIMENTO DE DADOS............................................. 57

4.4 MATERIAIS.............................................................................................. 58

4.4.1 Equipamentos ………………………………………………………...........

4.4.2 Material para anestesia e sacrifício..............................................................

58

61

4.5 PESAGEM DOS ANIMAIS....................................................................... 61

4.6 PROCEDIMENTO DE DADOS................................................................ 61

4.6.1 Procedimento radioterápico...................................................................

4.6.2 Procedimento com o Laser....................................................................

61

64

4.7 SACRIFÍCIO DOS ANIMAIS E OBTENÇÃO DA AMOSTRA TECIDUAL 66

4.8 PROCEDIMENTO RADIOGRÁFICO....................................................... 66

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4.9 PROCEDIMENTO LABORATORIAL...................................................... 70

4.10 ANÁLISE HISTOLÓGICA....................................................................... 71

4.11 HIPÓTESES........................................................................................... 71

4.12 ANÁLISE DOS RESULTADOS.............................................................. 71

5 RESULTADOS........................................................................................... 73

5.1 INSPEÇÃO GERAL................................................................................. 74

5.2 ANÁLISE DO PESO DOS ANIMAIS........................................................ 75

5.3 RESULTADOS RADIOGRÁFICOS......................................................... 77

5.4 RESULTADOS DO EXAME MICROSCÓPICO....................................... 78

5.4.1 GRUPO I –CONTROLE – Somente radioterapia................................. 79

5.4.2 GRUPOS EXPERIMENTAIS................................................................ 82

5.4.2.1 Grupo II – Laser um dia antes da radioterapia...................................

5.4.2.2 Grupo III – Laser no mesmo dia da radioterapia................................

5.4.2.3 Grupo IV –Laser quatro semanas após a radioterapia.........................

83

87

90

6 DISCUSSÃO............................................................................................... 93

7 CONCLUSÕES........................................................................................... 107

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................

ANEXOS.........................................................................................................

109

124

ANEXO A Aprovação da pesquisa pelo comitê de ética da Faculdade de

Odontologia da UFBA.....................................................................................

ANEXO B Aprovação da pesquisa pelo Hospital Santa Izabel......................

125

126

ANEXO C Solução Fixadora de Paraformaldeído tamponado a 4%............

ANEXO D Técnica de Coloração Picrosirius................................................

127

128

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LISTA DE ABREVIATURAS SIGLAS E SÍMBOLOS

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LISTA DE ABREVIATURAS SIGLAS E SÍMBOLOS

AsGa .............. Arseneto de Gálio ATA .............. Atmosfera absoluta ATP .............. Adenosina-trifosfato BGC .............. Bone Growth Chamber bit .............. Binary digit (elemento binário) bmp .............. Bit-mapped format BMPs .............. Bone Morphogenetics proteins = Proteínas Morfogenéticas do

osso Byte .............. Binary term (unidade de memória do computador) cm Centímetro (s) ºC .............. Grau centígrado cGy .............. Centigray = rad CH .............. Canais de Harvers cm2 .............. Centímetro quadrado CO2 .............. Dióxido de carbono CW .............. Emissão Contínua DE .............. Densidade de Energia DNA Ácido desoxirribonucléico DP .............. Densidade de Potência Dpi .............. Dots per inch (pontos por polegada – 1 polegada = 2,54 cm) f .............. Freqüência Fig. .............. Figura G .............. Grama(s) Ga .............. Gálio GaAlAs .............. Galium Aluminum Arsenide: Arseneto de Gálio e Alumínio Gy .............. Unidade de dose de radiação absorvida; Gray HBO .............. Hyperbaric Oxygen; Oxigênio Hiperbárico HeNe .............. Hélio Neônio H/E .............. Hematoxilina Eosina Hz .............. Hertz He Ne .............. Hélio Neônio J ………... Joule

J/cm2 .............. Joule por centímetro quadrado

Kg .............. Quilograma KrF .............. Fluoreto de Kriptônio LASER .............. Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation

(Amplificação da luz pela emissão estimulada de radiação). LILT .............. Low Intensity Laser Treatment = Tratamento Laser com baixa

intensidade LLLT .............. Low Level Laser Therapy = Laserterapia de baixa potência ou

não-ablativa

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kV .............. QuiloVolt M .............. Metro mA .............. MiliAmperagem Mev .............. Million electron volts mg .............. Miligrama min .............. Minutos ml .............. Mililitros mm .............. Milímetro mW .............. Miliwatts mW/cm2 .............. Miliwatts por centímetro quadrado µm .............. Micrômetro NCI .............. National Cancer Institute nm .............. Nanômetro O1 .............. Observação 1 O2 .............. Observação 2 P .............. Potência p .............. Probabilidade de erro pH .............. Potencial hidrogeniônico pixel .............. Picture element pl/mm .............. Pares de linha por milímetro R .............. Randomized, aleatório

.............. Marca registrada

rad .............. Unidade de radiação para medir a energia absorvida em um meio rhBMP 2 .............. Recombinant Human Bone morphogenetic protein 2 = Proteína

morfogenética do osso recombinante humana 2 RNA .............. Ácido ribonucléico S .............. segundo (s)

TGF- .............. Transforming Growth Factor beta = Fator de Crescimento e transformação beta

UFBA .............. Universidade Federal da Bahia UFPB .............. Universidade Federal da Paraíba X .............. Experimento W .............. Watt WHO .............. World Health Organization (Organização Mundial de Saúde) YAG .............. Ítrio Alumínio de Granada

.............. Comprimento de onda

º .............. Grau (s) % .............. Por cento

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LISTA DE FIGURAS, QUADROS E TABELAS

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LISTA DE FIGURAS, QUADROS E TABELAS

Quadro 01 Distribuição dos grupos.......................................................................57

Figura 01 Bomba de Cobalto...............................................................................59

Figura 02 Aparelho Laser GaAlAs.......................................................................60

Figura 03 Sistema digital DenOptix®...................................................................60

Figura 04 Casulos de acrílico utilizado no posicionamento dos animais.............62

Figura 05 Organização dos animais na sessão de radioterapia e

posicionamento do chumbo no dispositivo de acrílico........................62

Figura 06 Visão próxima dos animais durante a radioterapia..............................63

Figura 07 Pontos de irradiação com o Laser e área da radioterapia...................65

Figura 08 Aplicação do Laser..............................................................................65

Figura 09 Disposição das peças cirurgicas sobre a placa de imagem, seta

evidencia o penetrômetro de alumínio.................................................67

Figura 10 Imagem radiográfica digital exibindo as peças cirúrgicas…................67

Figura 11 Mensuração da média dos níveis de cinza de área selecionada no

fêmur através do Programa ImageTool®, utilizando-se a ferramenta

"histograma"........................................................................................69

Figura 12 Espécime óssea após o corte, esquerda grupo controle, direita

grupo IV...............................................................................................70

Figura 13 Aspecto clínico da lesão cutânea e alopécia, animal do

grupo IV..............................................................................................75

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Figura 14 Lesão cutânea severa, animal do grupo II...........................................75

Quadro 02 Percentual de ganho de massa corporal dos animais........................76

Figura 15 Média da massa corporal inicial e final dos animais............................77

Figura 16 Média dos níveis de cinza, do tecido ósseo avaliado por grupo..........78

Figura 17 Fotomicrografia da espécime do grupo controle após seis semanas

da radioterapia. Observar presença exuberante de tecido adiposo na

medula óssea. H/E, Aumento aprox. de 100x......................................80

Figura 18 Fotomicrografia da espécime do grupo controle após seis semanas

da radioterapia. Observar osso cortical com a presença de poucos

osteócitos e canais de Harvers. H/E, Aumento aprox. de 100x...........80

Figura 19 Fotomicrografia da espécime do grupo controle após seis semanas

da radioterapia. Observar osso cortical com a presença de poucos

osteócitos. H/E, Aumento aprox. de 200x...........................................81

Figura 20 Fotomicrografia da espécime do grupo controle após seis semanas

da radioterapia. Observar áreas de reabsorção óssea na proximidade

da medula. H/E, Aumento aprox. de 200x............ ...............................81

Figura 21 Média do no osteócitos em dez campos, a depender do grupo

avaliado................................................................................................82

Figura 22 Média do no canais de Harvers em dez campos, a depender do

grupo avaliado.....................................................................................83

Figura 23 Fotomicrografia da espécime do grupo II após seis semanas da

radioterapia. Medula óssea com menor proporção de tecido adiposo.

H/E, Aumento aprox. de 100x..............................................................85

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Figura 24 Fotomicrografia da espécime do grupo II após seis semanas da

radioterapia. Observar osso cortical com maior densidade de

osteócitos. H/E, Aumento aprox. de 100x............................................85

Figura 25 Fotomicrografia da espécime do grupo II após seis semanas da

radioterapia. Observar osso cortical com a presença de canais de

Harvers. H/E, Aumento aprox. de 200x..............................................86

Figura 26 Fotomicrografia da espécime do grupo II após seis semanas da

radioterapia. Observar presença de fibrilos de colágeno no interior

da medula óssea. Picrosírius, Aumento aprox. de 200x.....................86

Figura 27 Fotomicrografia da espécime do grupo III após seis semanas da

radioterapia. Observar proporção tecido medular / tecido adiposo.

H/E, Aumento aprox. de 100x..............................................................88

Figura 28 Fotomicrografia da espécime do grupo III após seis semanas da

radioterapia. Observar osso cortical com a presença moderada de

osteócitos. H/E, Aumento aprox. de 200x...........................................88

Figura 29 Fotomicrografia da espécime do grupo III. Observar áreas de

reabsorção óssea na proximidade da medula óssea. H/E, Aumento

aprox. de 100x....................................................................................89

Figura 30 Fotomicrografia da espécime do grupo III. Observar presença de

fibrilos de colágeno na superfície cortical interna. H/E, Aumento

aprox. de 100x.....................................................................................89

Figura 31 Fotomicrografia da espécime do grupo IV. Observar menor

proporção de tecido adiposo. H/E, Aumento aprox. de 100x.............91

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Figura 32 Fotomicrografia da espécime do grupo IV. Observar osso cortical

com a presença de muitos osteócitos. H/E, Aumento aprox. de

100x.....................................................................................................91

Figura 33 Fotomicrografia da espécime do grupo IV. Observar osso cortical

com a presença de canais de Harvers. H/E, Aumento aprox.

de 200x...............................................................................................92

Figura 34 Fotomicrografia da espécime do grupo IV após seis semanas da

radioterapia. Observar intensa atividade osteoblástica, com neo-

formação óssea. H/E, Aumento aprox. de 200x.................................92

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RESUMO

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RESUMO

O efeito biomodulador do Laser em tecido duro normalmente vascularizado já foi comprovado cientificamente, no entanto seu efeito sobre o tecido ósseo submetido à radioterapia ainda não foi estudado na literatura consultada. O presente estudo

teve como finalidade avaliar o efeito da Laserterapia (=780 nm) sobre o tecido ósseo de ratos submetidos à radioterapia. Vinte e dois ratos Wistar foram aleatoriamente divididos em quatro grupos: Grupo I -Controle (n=4), recebeu apenas radioterapia; Grupo II- Laser um dia antes da radioterapia (n=6); Grupo III- Laser logo após a radioterapia (n=6); Grupo IV- Laser quatro semanas após a radioterapia (n=6). A radiação ionizante utilizada teve como fonte o Cobalto 60 e foi aplicado em dose única de 3000 cGy no fêmur. Os grupos experimentais, que foram submetidos ao Laser, receberam sete irradiações com intervalos de 48 h. O Laser foi aplicado em todos os grupos experimentais em quatro pontos com densidade de energia de 100 J/cm2, potência de 40 mW, tempo de 100 segundos, área de spot de 0,04 cm², por sessão. Todos os animais foram sacrificados seis semanas após a radioterapia. Clinicamente foi possível observar erosões cutâneas, iniciadas na sexta semana após a radioterapia, nos animais que receberam Laser (grupos II, III e IV). Radiograficamente observou-se uma quantidade significativamente maior (p<0,05) de tecido ósseo nos grupos II e IV, quando comparado com o grupo controle; o mesmo fato não ocorreu com o grupo III. Histologicamente foi possível observar no tecido ósseo um aumento da celularidade medular, do número de osteócitos e canais de Harvers nos grupos II e IV (p<0,05). Ocorreu ainda um aumento estatisticamente significante da atividade osteoblástica nos grupos II, III e IV (p<0,05). Pode ser concluído com esse estudo que a Laserterapia determinou uma resposta positiva na biomodulação do tecido ósseo irradiado, principalmente quando iniciada antes da radioterapia ou após quatro semanas. A utilização do Laser nos parâmetros acima, no entanto deve ser utilizado com cautela, devido às lesões cutâneas evidenciadas.

Palavras chaves: Radioterapia, Laser, Tecido ósseo.

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ABSTRACT

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ABSTRACT

The biostimulation effect of Laser in well vascularized bone tissue has already been demonstrated successfully; however its effect on bone tissue submitted to radiotherapy has not been studied yet on the literature reviewed. The aim of the

present study was to investigate the effect of Laser therapy (=780 nm) on bone tissue submitted to ionizing radiation. Twenty-two Wistar rats were randomly divided into four groups: Group I- control (n=4), submitted only to radiotherapy; Group II- Laser one day previously to radiotherapy (n=6); Group III- Laser immediately after radiotherapy (n=6); Group IV- Laser four weeks after radiotherapy (n=6). The source of ionizing radiation used was Cobalt 60, which was applied in a single dose of 3000 cGy on the femur. The Laser groups received seven applications with 48 hour interval in four points per session of DE=100 J/cm2, P=40 mW, t=100 s, beam diameter of 0.04 cm2. All animals were killed six weeks after radiotherapy. Clinical exam revealed cutaneous erosions on Laser groups (II, III and IV) that started at the 6th week after radiotherapy. The radiographic findings showed a higher bone density in groups II and IV (p<0.05) compared to control group; the same fact did not occurred to group III. Histological evidences corroborated with radiographic findings. The results showed an increase of bone marrow cells, number of osteocytes and Haversian canals in Laser groups II and IV (p<0.05). It was also found an increase of osteoblastic activity on groups II, III and IV (p<0,05). In this study Laser therapy presented a positive biostimulative effect on bone tissue; especially when applied before or four weeks after radiotherapy. However, the use of Laser in these parameters above should be used with caution due to epithelial erosions.

Key Words: Radiotherapy, Laser, Bone tissue.

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INTRODUÇÃO

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1- INTRODUÇÃO

O uso de altas doses de radiação é comumente observado no tratamento de

tumores malignos. No entanto, efeitos colaterais ocorrem com esse tipo de

tratamento, devendo-se ao fato que a radiação ionizante não é capaz de distinguir

células tumorais de células sadias (CALHOUN, SHAPIRO e STIERNBER, 1988;

KYOHARA, SAKURAI e KASHIMA, 2003). Conseqüentemente, a destruição do

tecido saudável limita a ampla capacidade da utilização da radioterapia.

Dentre esses efeitos colaterais, as complicações bucais mais importantes

incluem mucosite, xerostomia, cáries, perda do paladar, infecções secundárias,

osteorradionecrose e trismo (ALMEIDA et al, 2004). As cáries de radiação

aparecem, progridem rapidamente e são encontradas em todas as superfícies

dentárias, mesmo naquelas superfícies que são relativamente imunes ao seu

aparecimento. Localizações como dentes anteriores mandibulares, nos quais são

geralmente mais resistentes às cáries, são igualmente afetados (KARMIOL e

WALSH, 1975).

As lesões ósseas por sua vez são preocupantes, caso seja necessária à

extração de algum dente, resultando numa grande dificuldade na capacidade de

regeneração daquele tecido (BRAS, DE JONGE e VAN MERKESTEYN, 1990;

KYOHARA, SAKURAI e KASHIMA, 2003). Uma outra alteração causada pela

radiação ionizante é o distúrbio no equilíbrio de atividades osteoblásticas e

osteoclásticas, a favor de um processo destrutivo, podendo ser observado

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também uma diminuição do número de osteócitos e de osteoblastos, levando a um

declínio na síntese de colágeno e na atividade da fosfatase alcalina. Com isso, o

processo de formação de matriz óssea é paralisado, impedindo o processo de

mineralização, o que pode levar a fraturas ósseas espontâneas (AITASALO, 1986;

WURZLER et al., 1998).

As células endoteliais também são fortemente afetadas e a fibrose vascular

resulta numa diminuição da vascularização, afetando a vitalidade do osso e das

células medulares, tornando a área susceptível à infecção e necrose mesmo após

um pequeno trauma (BRAS, DE JONGE e VAN MERKESTEYN, 1990; WURZLER

et al., 1998). Por esse motivo, as extrações dentárias são contra-indicadas num

período de um ano após a radioterapia (NÉMETH, 2000).

O reparo ósseo é um assunto de imenso interesse para a odontologia devido

ao grande número de cirurgias que são realizadas envolvendo esse tecido. Com o

objetivo de auxiliar no processo de regeneração óssea, a laserterapia vem sendo

estudada como uma alternativa viável. Acredita-se que a irradiação laser pode agir

na bio-modulação de células mesenquimais não diferenciadas, transformando-as

em osteoblastos e osteócitos (TUNÉR e HODE, 2004).

O presente estudo teve como finalidade avaliar o efeito do laser de baixa

potência no tecido ósseo de ratos submetidos à radioterapia. As sessões de

laserterapia foram iniciadas em três momentos distintos: um dia antes da

radioterapia, no mesmo dia da radioterapia e quatro semanas após a aplicação da

radiação ionizante.

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REVISTA DA LITERATURA

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2- REVISTA DA LITERATURA

2.1- ABORDAGEM GERAL SOBRE A RADIOTERAPIA

De acordo com os dados da Organização Mundial de Saúde (WHO), mais de

onze milhões de pessoas são diagnosticadas com câncer todos os anos, sendo

estimado que a partir de 2020 irão existir mais de dezesseis milhões de novos

casos por ano. Além disso, o câncer causa anualmente sete milhões de mortes,

ou seja, 12,5% das mortes do mundo. Dentre as modalidades terapêuticas, a

radioterapia representa um recurso bem estabelecido para o tratamento do câncer

de cabeça e pescoço. Aproximadamente metade dos pacientes com câncer utiliza

a radioterapia em alguma fase do tratamento da doença, seja de maneira isolada

ou associada a outras formas de terapia oncológica (HYDERLEY e MADDOCK,

1996).

A radioterapia pode ser aplicada a partir de fontes de radiação externa

(radioterapia externa), bem como através de implantes intersticiais, inseridos no

interior dos tecidos, ao que se denominada braquiterapia. A principal vantagem da

braquiterapia é que há uma alta dose de radiação para o tumor sem grandes

comprometimentos aos tecidos sadios circundantes (SANNOMIYA e FURUKAWA,

2000). A radioterapia com fontes radioativas externas localizadas a uma distância

de 1 a 2 centímetros (cm) da área irradiada, é denominada de plesioterapia e

distâncias maiores recebem o nome de teleterapia. Dentre as fontes externas de

irradiação estão às irradiações por Ortovoltagem, Cobaltoterapia, Irradiação de

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Betatron, Acelerador Linear, Radio 226, Sementes de Radônio, Césio 137 e Ouro

198 (SANNOMIYA e FURUKAWA, 2000).

Na Cobaltoterapia a fonte radioativa do Cobalto 60 é acondicionada no

interior da máquina utilizada para radioterapia. Este material emite partículas de

alta energia a qual tem uma média de 1,2 meV (SANNOMIYA e FURUKAWA,

2000).

A dose de radiação dada em cabeça e pescoço é variada e expressa em

centiGrays (cGy), sendo que a unidade de padronização internacional gray (Gy)

equivale a 100 rad, portanto 1 cGy corresponde a 1 rad (EPSTEIN, WONG e

STEVENSON-MOORE, 1987).

As doses totais de irradiação empregadas para tratamento de tumores de

cabeça e pescoço podem ser de até 8000 cGy, podendo ter indicação exclusiva

pré ou pós-operatória (DIB et al., 2000 e NAGLER, 2001). Essa dose total é

baseada na localização, no tipo histológico, e se a radioterapia será usada sozinha

ou em combinação com outras modalidades de tratamento. A maioria dos

pacientes com carcinomas de cabeça e pescoço utiliza doses entre 50 e 70 Gy

com finalidade terapêutica, que geralmente é realizada num período de cinco a

sete semanas, uma vez ao dia com doses de 2 Gy por fração (DOBBS, BARRETT

e ASH, 1999, VISSINK et al., 2003).

A radioterapia pode ser fornecida em doses fracionadas, ou hiperfracionadas.

O fracionamento é uma questão importante na resposta da radioterapia. Doses

hiperfracionadas são doses baixas, porém são realizadas em dois tratamentos

diários, enquanto a fracionada apenas em um. Esse hiperfracionamento tem

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demonstrado um melhor controle do tumor em alguns casos, porém aumenta a

toxicidade aguda (WHITERS e McBRIDE, 1998). Estudos em ratos Wistar

demonstram que doses hiperfracionadas podem diminuir a força de tensão em

feridas cutâneas (OZBECK et al., 2005).

2.2- EFEITOS ADVERSOS DA RADIOTERAPIA

Além do efeito anti-neoplásico, a radioterapia causa alterações teciduais no

campo da radiação com efeitos colaterais muitas vezes severos. A irradiação

ionizante afeta muito precocemente o conteúdo do ácido desoxirribonucléico (ADN

- DNA) nuclear, levando a aneuploidia (CAMARGO et al., 2005).

A alteração na região irradiada predispõe os tecidos bucais a infecção

bacteriana e atraso de cicatrização, podendo ainda resultar em dermatite de

radiação, fibrose, edema, telangectasia, hipossalivação, mucosite (doses acima

180 cGy), hipogeusia ou ageusia, cáries (devido à diminuição da saliva e

mudanças em sua composição química), candidose, danos em glândulas salivares

(fibrose, degeneração gordurosa, atrofia acinar e necrose celular),

osteorradionecrose e trismo. Algumas dessas lesões podem ser tratadas, sendo

que outras podem evoluir para sequelas (HAPPONEN et al., 1983; SILVERMAN,

1994; THORN et al., 2000; MOURA, CASTRO e FREIRE, 2003).

De acordo com o período em que ocorrem, esses efeitos adversos são

classificados em agudos e tardios. A morbidade aguda ocorre durante a

radioterapia e acomete tecidos com alta taxa de renovação celular, como a

mucosa bucal. Os efeitos tardios podem apresentar-se meses ou anos após o

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tratamento, observando-se os mesmos em tecidos e orgãos de maior

especificidade celular, como músculos e ossos. O comprometimento da formação

dentária, desenvolvimento e crescimento podem ocorrer quando o tratamento é

realizado durante a infância (DIB et al., 2000).

A resposta aguda da mucosa é um resultado da interrupção da mitose das

células epiteliais, já que o ciclo celular do queratinócito basal é de

aproximadamente quatro dias (SCULLY e EPSTEIN, 1996). A mucosite induzida

pela radioterapia é definida como uma inflamação reacional da mucosa bucal e

orofaringeana durante a radioterapia de cabeça e pescoço, e é caracterizada por

uma atrofia do tecido epitelial escamoso com ausência de dano vascular, e por um

infiltrado inflamatório localizado na região basal (HANDCHEL et al., 1999). Os

efeitos agudos na cavidade bucal causados pela radioterapia devem ser

abordados pelo cirurgião-dentista, pois estes podem muitas vezes limitar ou até

mesmo impedir a conclusão do tratamento oncológico, causando impacto no

prognóstico e qualidade de vida do paciente. A redução dos efeitos secundários

do tratamento oncológico é aparentemente a melhor solução para diminuir a

morbidade psico-social dos pacientes sobreviventes (BJORDAL, MASTEKAASA e

KAASA, 1995), além do custo e tempo total do tratamento (SONIS et al., 2000).

Em relação à dentição, o problema mais comum são as cáries de radiação,

que podem se tornar visíveis com três meses após o início da radioterapia, e em

casos severos uma dentição que era saudável pode ser totalmente destruída em

um ano (DREIZEN et al., 1977b). Acredita-se que a causa da destruição dentária

seja mudanças no fluxo e consistência salivar, o que promove um maior acúmulo

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de ácidos e placa bacteriana nessas superfícies, levando a uma rápida

descalcificação do esmalte (VISSINK et al., 2003a). Além da alteração do fluxo

salivar, também já foi constatada diminuição do seu pH, numa média de 7,6 antes

da radioterapia e 6,8 após o tratamento (LIMA et al., 2004). Por esse motivo é

necessária uma avaliação odontológica criteriosa dos elementos dentários antes

da radioterapia. Caso haja necessidade de extração é importante que se espere

um período de no mínimo de dez a quatorze dias, para que ocorra uma boa

cicatrização antes de iniciar o procedimento radioterápico (STARCKE e

SHANNON, 1977).

O fator mais importante e que é limitador da dose é a tolerância dos tecidos

normais adjacentes à radiação. Dependendo do estágio e localização do tumor

principal e dos linfonodos afetados, a radiação pode se dirigir para boca, glândulas

salivares, mandíbula e maxila. Com isso, apesar de uma elaboração de tratamento

com doses ótimas, podem ocorrer efeitos não desejados nesses tecidos (VISSINK

et al., 2003a).

2.3- EFEITOS DA RADIOTERAPIA SOBRE O TECIDO ÓSSEO

A radiação ionizante externa é uma modalidade importante no tratamento de

lesões malignas de cabeça e pescoço. Esse tratamento gera efeitos adversos nos

tecidos ósseos regionais, incluindo numa diminuição da capacidade de

cicatrização de fraturas ósseas e osteorradionecrose (MITCHELL e LOGAN,

1998). Esses efeitos colaterais são consistentes, já que diminuem a

vascularização e reduzem o número de osteócitos, suprimindo a atividade

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osteoblástica. A exposição de cultura de células similares a osteoblastos (MC3T3-

E1, clones de células osteoblásticas) à radiação ionizante ocasiona uma

diminuição na proliferação celular e um aumento na atividade da fosfatase

alcalina, marcador de diferenciação dos osteoblastos (DUDZIAK et al., 2000).

Além desse fator, a radioterapia pode levar os tecidos irradiados da cavidade

bucal a desenvolverem alterações como a endoarterite obliterante, que pode

resultar em um estado de hipovascularidade local, com consequente hipóxia

tecidual. Pode ocorrer ainda um estado de hipocelularidade, caracterizado

principalmente pela ausência de osteoblastos e defeito nos osteoclastos (MARX,

1983; HARRIS, 1992; MAXYMIW, WOOD e LIU, 1991; THORN et al., 2000;

MOURA, CASTRO, FREIRE, 2003).

As lesões teciduais vão depender da dose total de radioterapia, dose efetiva

biológica, tamanho do campo irradiado, do número e intervalo entre as sessões,

fracionamento da dose e agressão cirúrgica e/ou traumática ao tecido irradiado.

Os casos severos de destruição tecidual geralmente estão associados a doses

maiores que 7.000 cGy, embora 6.000 cGy possam resultar em

osteorradionecrose na mandíbula (CARLSON e ZAK, 1994; JERECZEK-FOSSA e

ORECCHIA, 2002).

As grandes alterações na matriz óssea após a irradiação são desenvolvidas

lentamente, nas quais as mudanças iniciais são resultados de uma injúria ao

sistema de remodelagem óssea, ou seja, os osteoblastos, osteócitos e

osteoclastos. Os osteoblastos tendem a ser mais radiossensíveis que os

osteoclastos, portanto pode ocorrer um aumento da atividade da lise celular. Ainda

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hoje não foi comprovado se a alteração na atividade de remodelagem óssea é um

resultado direto do dano da radiação das células desse sistema, ou de um

resultado indireto do dano vascular causado pela radiação, ou ainda, uma

combinação dos dois fenômenos. A injúria na fina vascularização óssea e nos

tecidos adjacentes leva primeiramente a uma hiperemia, seguido de uma

endoarterite, trombose e progressivamente uma obliteração de pequenos vasos.

Com o tempo, a medula exibe uma acelularidade evidente com pequena ou

ausência total de vascularização, fibrose e degeneração gordurosa. Algumas

lacunas ficam destituídas de osteócitos, ocorre uma atrofia do endósteo com

redução da atividade dos osteoblastos e osteoclastos. O periósteo se apresenta

com uma fibrose significativa, com uma perda semelhante dos elementos de

remodelagem (VISSINK et al., 2003a).

Em caso de pacientes jovens, ainda em fase de crescimento, a radiação

ionizante pode comprometer o crescimento dos ossos na região irradiada,

resultando em deformidades (GOLDWEIN, 1991); no entanto, estudos em ratos

Sprague-Dawley demonstram que esse efeito pode ser minimizado se as doses

forem ministradas de forma fracionada (EIFEL, 1988), ou se combinadas com o

uso de melatonina antes da radioterapia (YAVUZ et al., 2003).

Vários estudos em animais correlacionam a cicatrização da ferida óssea com

o tratamento radioterápico. Jacobsson et al. (1985) avaliaram a capacidade de

regeneração da maturação óssea após as irradiações de 5, 8, 11, 15 e 25 Gy com

dose única de Cobalto 60. Nesta pesquisa, os autores utilizaram a metodologia da

câmara de crescimento ósseo (The Bone Growth Chamber, BGC). A BGC

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consistiu na inserção de um implante de titânio na superfície proximal da metáfise

das duas tíbias dos coelhos, sendo que a radiação ionizante foi aplicada em

apenas uma das tíbias. Cada animal serviu como próprio controle. Após o período

de quatro semanas de cicatrização, os implantes foram removidos e o volume do

osso neoformado foi aferido através da microrradiografia e microdensiometria. Os

autores observaram que em doses entre 5 e 8 Gy, a regeneração óssea foi

reduzida em aproximadamente 20%, quando comparadas com a área controle que

não foi irradiada; em doses entre 8 e 11 Gy, observou-se uma diferença crítica, já

que um pequeno aumento da dose provocou uma enorme redução de formação

óssea, variando de 23 a 64%; nas doses acima 11 Gy, foi observada uma

diminuição na neoformação óssea entre 65 a 75% quando comparado ao grupo

controle.

Morales Marx e Gottlieb (1987) estudaram os efeitos da pré e pós-radiação

na capacidade de cicatrização de enxerto ósseo em coelhos. Os autores

concluíram que enxertos colocados em tecidos previamente irradiados falharam

na formação de osso, resultando numa estrutura enfraquecida e histologicamente

deficiente em trabéculas ósseas. No entanto, enxertos ósseos irradiados após

quatro semanas apresentavam-se menos afetados pela radiação do que aqueles

irradiados nas primeiras quatro semanas, apresentando trabéculas ósseas

estruturalmente e histologicamente superiores ao trabeculado encontrado em

enxertos colocados em locais previamente irradiados.

Arnold et al. (1998) avaliaram os efeitos da dose da radiação, a seqüência e

o intervalo entre a cirurgia e a radioterapia. Os autores efetuaram um defeito

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ósseo de 1,2 milímetros (mm) no fêmur de ratos e compararam a capacidade de

cicatrização antes e após o tratamento radioterápico. Foi concluído que a

capacidade de cicatrização aumenta se a radioterapia é dada com mais de quatro

dias após a cirurgia. O mesmo grupo de pesquisadores em outro estudo

irradiaram ratos com doses únicas de radiação X e após um dia promoveram um

defeito ósseo que se estendia através do córtex da diáfise até a cavidade medular.

Neste caso, a cicatrização da lesão foi acompanhada por um período de trinta

semanas até se obter o fechamento ósseo. Nos ratos não irradiados esse

fechamento se deu na sétima semana. Radiações com doses até 15 Gy causaram

um atraso dose-dependente na formação do calo ósseo primário e na sua

subseqüente troca por osso maduro, enquanto que em doses mais elevadas, a

capacidade de cicatrização tornou-se suprimida ou até mesmo comprometida

permanentemente. (ARNOLD, KUMMERMEHR e TROTT, 1995).

Outros pesquisadores observaram os efeitos da irradiação em osso cortical e

suas mudanças conforme o tempo. Para tal pesquisa, Maeda et al. (1988)

utilizaram ratos do tipo Sprague-Dawley e irradiaram 3500 cGy na coxa direita,

sendo observado que com duas semanas após a irradiação, os animais

apresentavam diminuição no peso, desaparecimento de células ósseas, contração

dos osteócitos e um decréscimo significativo das atividades de movimento ósseo;

a medula óssea apresentou redução de elementos hematopoiéticos e sinusóides

com um aumento de gordura. Nenhuma mudança na força de torção e nas

propriedades geométricas foi observada. No período de seis a dez semanas após

a irradiação, as anormalidades histológicas do osso permaneceram, porém houve

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uma aceleração no processo de reabsorção. No entanto, um aumento significativo

na força e no osso cortical foi observado no fêmur contra-lateral (não irradiado).

Entre quatorze e dezoito semanas ocorreu uma diminuição do osso cortical e um

aumento de porosidade, quando comparados com os ratos controle. Outras

propriedades histomórficas, tais como a porosidade óssea, contagem de

osteócitos e neoformação de periósteo começaram a se restabelecer após dezoito

semanas da irradiação, se assemelhando as do grupo controle.

Kiyohara, Sakurai e Kashima (2003) observaram mudanças estruturais e

radiográficas do osso irradiado. Através de uma unidade geradora de radiação X,

trinta e cinco ratos receberam um total de 30 Gy num campo de 15X15 mm na

porção distal do fêmur, e foram sacrificados após uma, duas, três e quatro

semanas da utilização da radiação ionizante. Após a análise histológica das

epífises, foi possível constatar que com uma semana da radiação ionizante

ocorreu um aumento dos adipócitos tanto nas trabéculas como no tecido medular.

Após duas semanas, os adipócitos aumentaram mais e houve uma diminuição do

osso esponjoso e nas células da medula. Após três semanas, ocorreu um

decréscimo tanto no trabeculado ósseo quanto nas células da medula do osso

esponjoso. Após quatro semanas o osso esponjoso diminuiu ainda mais e o

espaço da medula óssea foi aumentado. Esses resultados foram corroborados

com os achados radiográficos.

Estudos de Takahashi et al. (1994) analisaram as mudanças no sistema de

Harvers após altas doses de radiação X com finalidade terapêutica. Um total de

25, 50 e 100 Gy foi irradiado no joelho dos animais, que foram avaliados através

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da microangiografia, sendo constatado após quatro semanas da irradiação uma

dilatação na microvascularização. A partir da 12o semana pós-radiação, essa

vascularização estava bem diminuída e nenhum sinal de melhora no osso

subcondral foi observado após a 52o semana. Na análise morfológica foi revelado

na 4o semana duas mudanças nos canais de Harvers: uma oclusão dos canais

haversianos com perda de células no interior do canal, e uma dilatação capilar

com uma reabsorção anormal da matriz óssea perivascular através dos

osteoclastos. Essa reabsorção não foi substituída por uma neoformação óssea,

levando assim a um aumento da porosidade óssea. Após a 4o semana ocorreu um

decréscimo progressivo celular, incluindo as células endoteliais, células

mesenquimais perivascular, osteoblastos, osteócitos e osteoclastos, além da

diminuição do número de canais harversianos. A histomorfometria revelou que

tanto a variável tempo-dependente, quanto na dose-dependente levaram a um

decréscimo na densidade capilar e no número de osteócitos no osso subcondral.

A radioterapia de tumores de cabeça e pescoço freqüentemente diminui a

capacidade de cicatrização dos ossos do complexo maxilofacial. Uma das

complicações com maior morbidade é a osteorradionecrose, caracterizada

clinicamente por uma fístula buco-cutânea, exposição óssea e dor (NEAL, 2000),

ocorrendo predominantemente na mandíbula (90%), porém pode ser vista na

maxila (10%) e raramente observada em outros ossos faciais (HORIOT et al.,

1981, NÉMETH et al., 2000).

Alguns autores relatam que o maior perigo de desenvolvimento da

osteorradionecrose ocorre nos primeiros doze meses após a radioterapia, após

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esse período ocorre uma diminuição das chances de seu aparecimento (MURRAY

et al., 1980). Por outro lado, outros autores, ao contrário do que se pensa,

acreditam que o risco de osteorradionecrose não diminui conforme o tempo e

pode se perpetuar ao longo de toda vida do indivíduo (KANATAS, ROGERS e

MARTIN, 2002).

O tratamento da osteoradionecrose dos ossos após a radioterapia ainda é

um desafio para o clínico. Estudos de Wurzler et al. (1998), avaliaram o potencial

das Proteínas Morfogenéticas do osso (BMPs) na capacidade de formação óssea

em animais previamente irradiados. As BMPs são proteínas morfogenéticas que

induzem a diferenciação óssea. Para a realização desse estudo, dois defeitos

ósseos de 3 mm de diâmetro foram criados na calvária de ratos. O tecido ósseo foi

previamente irradiado com uma dose única de 1200 cGy e os defeitos foram

tratados com doses diferentes do recombinante humano (rh) BMP-2, utilizando o

colágeno tipo I como carreador. Os autores concluíram que o BMP-2 induz a

regeneração óssea e tem excelentes aplicações em cirurgias reconstrutivas

maxilo-faciais após a radioterapia.

Thorn JJ et al. (2000) analisaram um grupo de oitenta pacientes com

osteorradionecrose e observaram que em mais da metade dos casos a lesão foi

iniciada após de exodontias, no entanto em um terço dos casos ocorreu

espontaneamente. Além disso, foi possível constatar que osteorradionecrose se

desenvolveu nos primeiros três anos em 74% dos casos, tendo predileção pela

região de molares na mandíbula. Praticamente em todos os pacientes, com

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exceção de um, a osteorradionecrose foi encontrada no mesmo local da área

irradiada.

Um outro aspecto que causa discussão na literatura é sobre a colocação de

implantes após a radioterapia. Enquanto algumas pesquisas demonstram que é

possível a osteointegração de implantes dentários em tecidos irradiados

(BROGNIEZ et al., 2002), outros autores acreditam que os implantes devem ser

evitados, já que com a radioterapia o osso fica comprometido e com uma menor

capacidade de cicatrização (GRANSTROM et al., 1994). Acredita-se que os

implantes só podem ser colocados se a dose máxima de radiação for até 55 cGy

ou 65 cGy. Caso a dose exceda esse valor é necessária à utilização do oxigênio

hiperbárico (NICHIMURA et al., 1998).

O oxigênio hiperbárico tem sido utilizado amplamente no combate dos efeitos

não desejados da radioterapia, e até mesmo na osteorradionecrose. A terapia com

oxigênio hiperbárico consiste na inalação de 100% de oxigênio numa pressão de

pelo menos 1,5 atmosferas absolutas (ATA). Nessa técnica, o oxigênio é utilizado

como uma droga que é dissolvida no plasma e entregue aos tecidos

independentemente da hemoglobina (MAYER et al., 2005). Esse tratamento

estimula a angiogênese, através do aumento da neovascularização e otimização

de níveis celulares de oxigênio, aumentando a proliferação de osteoblastos e

fibroblastos, formação de colágeno e suporte para os novos vasos sanguíneos e

consequentemente uma melhor cicatrização no local da injúria (MYERS e MARX,

1990; CHAVEZ e ADKINSON, 2001).

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Vários estudos comprovaram que a associação do oxigênio hiperbárico com

a colocação dos implantes promove uma melhor osteointegração minimizando as

possíveis falhas do mesmo (GRANSTROM, JACOBSON e TJELLSTRON, 1992;

GRANSTROM, TJELLSTROM e BRANEMARK, 1999). Além disso, o oxigênio

hiperbárico ajuda na prevenção da osteorradionecrose caso seja utilizado antes

das extrações dentárias (MARX, JOHNSON e KLINE, 1985). Quando utilizado

antes de procedimentos cirúrgicos, o oxigênio hiperbárico promove uma redução

na deiscência da ferida, diminuição da infecção e aceleração do processo

cicatricial (MARX, 1994).

2.4- LASERTERAPIA

A terapia com Laser de baixa intensidade é baseada na bioestimulação dos

tecidos, através de uma luz monocromática. Nas últimas décadas, a luz Laser tem

sido utilizada e testada no tratamento de lesões em tecidos duros e moles. Artigos

científicos desde 1971 têm demonstrado um efeito positivo da luz Laser nos

tecidos moles (MESTER, et al., 1971), aceleração na regeneração de nervos

lesionados (ROCHKIND et al., 1986; ANDERS, et al., 1993), aumento na formação

de novos capilares, através da liberação de hormônios de crescimento (KOVACS,

MESTER e GOROG, 1974), estimulação de DNA e da síntese do ácido

ribonucléico (RNA) celular (KARU et al., 1982; KARU, SMOLYANINOVA e

SELENIN, 1991; SAPERIA et al., 1996), indicando um crescimento celular e

síntese proteica. Os fatores de crescimento transformadores ß1 (TGF-ß1) tem

efeitos diretos na cicatrização e na regulagem de reabsorção-aposição óssea. O

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TGF-ß1 estimula a proliferação de células precursoras da linhagem dos

osteoblastos e tem efeitos de estimulação direta na formação do colágeno ósseo.

(BONEWALD e MUNDY, 1990). Com isso, um efeito bioestimulador na síntese de

colágeno (CHEN e ZHOU, 1989; GHAMSARI et al., 1995) e a transformação de

fibroblastos em miofibroblastos (POURREAU-SCHNEIDER et al., 1990) também

estão muito bem documentadas.

A ação do Laser no tecido hematopoiético também já foi estudada. O Laser

diminui os mastócitos na medula óssea e os basófilos na periferia sanguínea; e

aumenta os eosinófilos. Não há mudanças no sangue periférico nos níveis de

hemoglobina, hematócrito, eritrócito ou reticulócito (PYCZEK, SOPALA e

DABROWSKI, 1994). No entanto, num estudo experimental de fraturas de rádio

em coelhos apresentaram alterações e aumento da atividade das células

sanguíneas, de macrófagos, fibroblastos e osteoclastos no grupo tratado com a

Laserterapia (TANG e CHAI, 1986).

O efeito da terapia com o Laser de baixa intensidade na regeneração óssea

tem se tornado foco de pesquisas recentes. Fraturas ósseas em ratos

apresentaram uma formação mais rápida de tecido ósseo com um melhor

trabeculado e maior vascularização após irradiações a cada dois dias com o Laser

de Hélio-Neônio (HeNe), 2,4J/cm2 durante três semanas (TRELLES e MAYOYO,

1987). Além disso, a Laserterapia tem demonstrado ser capaz de modular a

inflamação (LIZARELLI, LAMANO-CARVALHO e BRENTEGANI, 1999). Pacientes

com a síndrome da dor foram tratados com o Laser em doses entre 4-12 Joules

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por centímetro quadrado (J/cm2) e 40% apresentaram uma melhora da dor e

desaparecimento do edema (KUCHARSKA e BATKO, 1997).

Em um estudo in vitro, Yamada (1991) irradiou com o Laser de HeNe culturas

de células osteoblásticas. A taxa de crescimento celular e a síntese de DNA

aumentaram somente quando a cultura estava em fase de crescimento. À longo

prazo, o acúmulo de cálcio obteve um aumento de 46% se comparado ao grupo

controle, após quatro sessões de irradiações de 1 J/cm2. No entanto, a atividade

da fosfatase alcalina permaneceu inalterada. Em um outro estudo, culturas de

células de medula óssea foram irradiadas com o Laser de 690 nanômetros (nm),

as quais apresentaram um aumento de depósito ósseo quando comparados a

culturas não irradiadas, concluindo que o Laser tem um efeito bioestimulador nos

osteoblastos (DORTBUDAK, HAAS e MAILATH-POKORNY, 2000). Acredita-se

que a Laserterapia resulta numa pequena liberação de oxigênio singleto, agindo

como um radical livre influenciando na formação de adenosina-trifosfato (ATP),

atuando no metabolismo celular (KUDOH et al., 1989).

A Laserterapia também tem demonstrado acelerar a proliferação celular em

estudos de Ueda e Shimizu (2001). Esses achados corroboram com resultados de

um estudo por Ozawa (1998) onde é sugerido que a irradiação a Laser possui dois

papéis principais na estimulação da formação óssea. O primeiro é a estimulação

da proliferação celular, especialmente na proliferação de células nodulares da

linhagem dos osteoblastos; e o segundo papel é a estimulação da diferenciação

celular, especialmente em células precursoras, resultando em um aumento do

número de células osteoblásticas mais diferenciadas e um aumento na formação

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óssea. Os dois processos apenas podem ser estimulados através da irradiação à

Laser em células imaturas. Tais achados foram confirmados em novas pesquisas

de Ueda e Shimizu (2003), que afirmam que além de aumentar a proliferação

celular, o Laser estimula a formação de nódulos ósseos in vitro, e aumenta a

atividade e expressão genética da fosfatase alcalina. O aumento da atividade da

fosfatase alcalina já havia sido demonstrada em estudos anteriores de

Guzzardella et al. (2002).

Nagasawa (1991) pesquisou em um dos seus experimentos a capacidade de

regeneração óssea em trinta e seis ratos submetidos a defeitos no fêmur de 1 mm

de diâmetro. Antes da sutura, os defeitos foram irradiados com um tipo diferente

de luz Laser (Neodímio (Nd:YAG), Arseneto de Gálio e Alumínio (GaAlAs), HeNe,

Dióxido de Carbono (CO2), Fluoreto de Criptônio (KrF) exímero 248 nm). Em todos

esses grupos os ratos receberam doses de 100 J/cm2, exceto no grupo do

exímero, onde a dose foi de 2 J/cm2, e no grupo controle que não foi submetido à

luz Laser. Após dez dias a ferida foi analisada na microscopia óptica. No grupo

controle, foi possível constatar a presença de osteoclastos, com algumas

amostras com aspecto esponjoso e com poucas trabéculas ósseas. No grupo do

Nd:Yag foi observado uma formação esponjosa ativa com trabéculas bem visíveis.

Formações similares foram encontradas nos grupos de HeNe e GaAlAs. No grupo

tratado com o Laser de CO2 ocorreu um atraso na cicatrização, enquanto que no

grupo exímero foi observado sinais de necrose.

Yaakobi (1996) realizou defeitos ósseos na tíbia de ratos. A irradiação Laser

HeNe nos dias cinco e seis após o ato cirúrgico promoveu um aumento de 100%

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no acúmulo de cálcio, quando comparado ao grupo controle. A atividade

osteoblástica também obteve um aumento devido a uma reflexão da atividade da

fosfatase alcalina.

Pinheiro (2001) avaliou morfometricamente a quantidade de osso

neoformado após irradiações Laser de 830 nm em feridas cirúrgicas em fêmur de

ratos. Quarenta e oito ratos da linhagem Wistar foram divididos em quatro grupos,

contendo doze animais em cada. O grupo A recebeu uma dose trans-cutânea de

4,8 J/cm2, três vezes na semana e foi sacrificado após vinte e oito dias. O grupo C

recebeu apenas três sessões e foi sacrificado após sete dias. O grupo B e D

serviram como controle, não receberam Laser e foram sacrificados com sete e

vinte e oito dias. Nos seus resultados foi possível observar uma diferença

significante de osso neoformado entre o grupo C e o grupo controle; no entanto,

não houve diferença significativa entre o grupo A e o controle.

Nicolau et al. (2003) estudaram os efeitos do Laser GaAlAs (densidade de

energia (DE) de 10 J/cm², área de spot de 0,08 cm², potência (P) de 0,005 Watts

(W), energia (E) de 0,8 J) na cicatrização de feridas ósseas. O fêmur de quarenta

e oito ratos foi perfurado por uma broca cirúrgica (vinte e quatro animais

receberam radiação com Laser nos dias dois, quatro, seis e oito após cirurgia e

vinte e quatro animais serviram como controle). Os animais foram sacrificados no

5o, 15o e 25o dia após a cirurgia. Nos grupos irradiados com Laser foi possível

observar uma maior aposição mineral no 15o e 25o dia após a cirurgia, uma maior

atividade osteoblástica quinze dias após a cirurgia e maior atividade osteoclástica

vinte e cinco dias após a cirurgia. Todos os resultados foram estatisticamente

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significantes. O Laser também promoveu um aumento significativo do volume

ósseo cinco dias após a cirurgia.

Lirani (2004) avaliou os efeitos do Laser GaAlAs no reparo ósseo

(comprimento de onda () de 780 nm, DE=112,5 J/cm2, P=30 miliwatts (mW),

sessões de cinco vezes por semana, por doze dias). Após o ensaio mecânico, a

carga no limite máximo suportada pelo grupo Laser foi significantemente maior

(p<0,05) que o grupo controle (sem Laser). Na análise histomorfométrica, o grupo

tratado com Laser apresentou significância estatística quanto ao número e

superfície de osteoblastos e o volume e superfície de osteóide. Com esses

achados a autora conclui que o Laser é capaz de acelerar o reparo ósseo.

Khadra et al. (2004b) observaram os efeitos do Laser de 830 nm (GaAlAs,

P=75 mW, área de spot de 0,13 cm², densidade de potência (DP) de 550 mW/cm²,

DE=23 J/cm², E=3 J, tempo (t) de 40 seg.) em defeitos do osso parietal de ratos.

Através de uma análise histoquímica foi possível observar que o Laser aumentou

os níveis de cálcio, fósforo e proteína no grupo irradiado, quando comparado ao

controle (não irradiado). Na análise histológica foi possível observar um aumento

da angiogênese e formação de tecido conjuntivo com uma maior neoformação

óssea

Garavello, Baranauskas e Da Cruz-Hofling (2004) analisaram a influência do

Laser HeNe na angiogênese da medula na tíbia de ratos. Um orifício foi

confeccionado através de uma broca odontológica na tíbia e a superfície foi

irradiada com Laser HeNe diariamente (DE de 31,5 ou 94,5 J/cm2) por sete ou

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quatorze dias, começando a primeira irradiação vinte e quatro horas após a

cirurgia. Após análises de microscopia óptica foi possível constatar que o Laser

acelerou a deposição de matriz óssea, aumentou significativamente o número de

vasos sanguíneos após sete dias de irradiação com a DE de 94,5 J/cm2. No

entanto, com quatorze dias, as duas DE utilizadas refletiram numa diminuição

significante dos vasos sanguíneos. Esses efeitos foram atribuídos ao tratamento

com o Laser, já que nenhum aumento significante no número de vasos

sanguíneos foi detectado na perna não irradiada.

Saito e Shimizu (1997) investigaram os efeitos da Laserterapia na

regeneração óssea da sutura palatina mediana durante a expansão palatina. Os

autores utilizaram o Laser de GaAlAs, P=100 mW por sete dias (três ou dez

minutos diários), três dias (sete minutos por dia, no dias zero a dois ou quatro a

seis) e por um dia (vinte e um minutos seguidos sem interrupção, no dia zero). A

regeneração óssea da sutura palatina mediana estimada através de um método

histomorfométrico no grupo de sete dias de irradiação demonstrou uma

aceleração de 1,2 a 1,4 vezes quando comparado com o grupo não irradiado, e

esse aumento foi dose-dependente. A irradiação foi mais efetiva nos dias zero a

dois do que nos dias quatro a seis, ou no dia de dose única. Esses achados

sugerem que a Laserterapia pode acelerar a regeneração óssea na sutura palatina

durante uma rápida expansão palatina e que esse efeito é dependente não só na

dose total da irradiação Laser, mas no tempo e frequência da irradiação.

Uma outra indicação do Laser é na Implantodontia. O Laser é capaz de

aumentar a proliferação celular, aumentar a síntese de osteocalcina e produção do

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TGF-β1, possivelmente resultando numa maior adesão celular com uma

modulação da atividade celular do tecido ao redor do implante (KADHRA et al.,

2005). Estudos de Asanami et al. (1993) demonstram um bom resultado do Laser

na neoformação óssea quando utilizado com implantes de hidroxiapatita em

mandíbulas de coelhos. Estudos de Khadra et al. (2004a) utilizaram o Laser

GaAlAs na cicatrização óssea de implantes de titânio. O Laser foi aplicado

imediatamente após a cirurgia e mantido por dez dias consecutivos com

aplicações diárias. Após uma análise histomorfométrica foi possível constatar que

os implantes que foram submetidos à ação do Laser apresentavam uma maior

quantidade de osso aderido ao implante, quando comparado ao grupo controle,

sem Laser. Além disso, os níveis de cálcio e fósforo estavam mais elevados no

grupo irradiado do que no não irradiado, sugerindo um maior processo de

maturação óssea. Tal fato já havia sido comprovado em estudos anteriores de

Guzzardella et al. (2003), onde além de encontrar uma maior interface

hidroxiapatita-osso, os autores observaram um aumento da microdureza óssea

nos local onde o Laser foi aplicado.

Pinheiro et al. (2003) avaliaram histologicamente a influência da Laserterapia

(=830 nm, P=40 mW, DE=4 J/cm²) sobre o reparo de defeitos padronizados em

fêmur de ratos submetidos ao implante de osso bovino Gen-ox®. Os animais

foram irradiados a cada 48 h, por duas semanas e sacrificados quinze, vinte e um

e trinta dias após a cirurgia. Os resultados mostraram evidência de um reparo

ósseo mais avançado nos espécimes irradiados em relação ao grupo não

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irradiado. O reparo nos espécimes irradiados foi caracterizado por uma maior

neoformação óssea, bem como por uma maior proliferação de fibras colágenas no

interior do defeito já a partir de quinze dias após a cirurgia. Os autores concluíram

que o Laser possui um efeito positivo na biomodulação do reparo de defeitos

ósseos submetidos a implante de osso bovino inorgânico.

2.5- IMAGENS RADIOGRÁFICAS DIGITAIS

O objetivo principal da realização de qualquer tipo de tomada radiográfica é a

reprodução mais fiel possível do objeto de interesse, pois a qualidade de imagem

se traduz no elemento de fundamental importância para o direcionamento de um

radiodiagnóstico. O sistema de imagens digitais apresenta diversas vantagens,

como um baixo custo, menor radiação e maior facilidade de manuseio, uma vez

que não precisam, como as convencionais, passar por um processo laboratorial

de revelação que poderia prejudicar e até alterar diagnósticos (WATANABE et al.,

1999.; NASSAR e NASSAR, 2002).

A imagem digital não possui o caráter estático de uma radiografia

convencional, ou seja, a técnica permite que as características da imagem

possam ser alteradas para que atinjam requisitos específicos de diagnóstico ou

ainda, para corrigir sub ou superexposições. Dessa forma, o contraste e a

densidade podem ser ajustados, a fim de se obter maiores informações

(FAGUNDES e CAMPOS, 2001). Além da interpretação subjetiva das imagens

digitais, a partir da mensuração dos níveis de cinza de áreas selecionadas nessas

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imagens, uma grande variedade de análises podem ser realizadas (SARMENTO,

PRETTO, COSTA, 1999).

Diversos estudos comprovaram a superioridade e fidelidade dos sistemas

digitais em nível ósseo, principalmente no que diz respeito à perda óssea

periodontal (VOS, et al. 1986.; BRAGGER e PASQUALI, 1988). A radiografia de

subtração digital é um método que permite a detecção de pequenas alterações

ósseas com grande precisão, sensibilidade e especificidade, além de permitir

estimativas de área e volume de ganho ou perda óssea (RIBEIRO e FEITOSA,

1999). Na dentística também é possível utilizar as radiografias digitais,

principalmente no que se refere à visualização de cáries incipientes interproximais

(VERDONSCHOT et al., 1992, LAMBERTI, 2004).

Na endodontia é possível a utilização dos sistemas digitais para avaliar

condutos radiculares obturados (SARMENTO et al., 1998; LEAL et al., 2001) e

ainda a detecção de lesões periapicais. Neste aspecto tem sido bastante

documentada a superioridade dessas imagens em relação às radiografias

convencionais (SARMENTO e PRETTO, 2003; SARMENTO et al., 2005).

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PROPOSIÇÃO

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3- PROPOSIÇÃO

3.1- Objetivo Geral

Analisar o efeito do Laser de 780 nm na prevenção e tratamento dos efeitos

secundários da radioterapia em tecido ósseo.

3.2- Objetivos Específicos

- Avaliar clinicamente, radiograficamente e histologicamente a ação do Laser

de baixa intensidade infravermelho de 780 nm, P= 40 mW, emissão contínua

(CW), sobre o tecido ósseo de ratos submetidos à radiação ionizante

(radioterapia).

- Determinar o efeito do Laser de baixa intensidade infravermelho na

prevenção dos efeitos secundários da radioterapia no tecido ósseo, quando

iniciado um dia antes da radioterapia e logo após sua conclusão; e no tratamento

dos efeitos secundários da radioterapia, quando iniciado quatro semanas após a

radioterapia.

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METODOLOGIA

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4- METODOLOGIA

Esse experimento foi aprovado pelo Comitê de Ética do Hospital Santa Izabel

(ANEXO A), e pela Comissão Interna da Faculdade de Odontologia da

Universidade Federal da Bahia (UFBA), (ANEXO B), de acordo com as Normas do

Conselho Nacional de Saúde para prática didático-científica da vivissecção de

animais – Resolução no1 de 13 de junho de 1988 e em observância da Lei 6688

de 08 de maio de 1979.

4.1- DELINEAMENTO DA PESQUISA

Foi realizado um estudo sob os paradigmas quantitativo e qualitativo

(PÁDUA, 1998), conforme especificado a seguir:

Estudo Experimental Verdadeiro, com grupo controle e só pós-teste.

Diagrama:

(CAMPBELL e STANLEY, 1970, 1973 e 1979)

E estudo descritivo não-experimental (KÖCHE, 1997).

4.2- POPULAÇÃO E AMOSTRA

Nesse estudo foram utilizados vinte e dois ratos da espécie Rattus

Norvegicus Albinus, Rodentia Mammalia, da linhagem Wistar, clinicamente sadios,

adultos, machos pesando aproximadamente entre 210 e 260 gramas (g), oriundos

da Faculdade Adventista de Fisioterapia (Cachoeira-BA). Os referidos animais

R X O1

O2

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foram colocados em gaiolas individuais, medindo 20X30X13 cm e mantidos no

Laboratório de Experimentação Animal da União Metropolitana de Educação e

Cultura (Lauro de Freitas-BA), em condições ambientais de temperatura (22° C) e

luminosidade (ciclo 12 h dia / 12 h noite), umidade relativa de 50%, alimentados

com uma ração comercial sólida sob forma de pelotas (Nuvilab® CR 1) e com

água corrente ad libidum.

Diariamente foi realizada a higienização das gaiolas e do biotério, troca de

maravalha, troca de água dos recipientes e reposição de ração.

4.3- COLETA E PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS

A população foi distribuída aleatoriamente em quatro grupos, mantidos

individualmente em gaiolas devidamente etiquetadas na sua porção externa e

organizados de acordo com o Quadro 1.

QUADRO 01- Distribuição dos grupos

GRUPO

No DE

ANIMAIS

DESCRIÇÃO

I

4

Controle – Radioterapia

II

6

Radioterapia + Laser iniciado no dia anterior

III

6

Radioterapia + Laser iniciado no mesmo dia

IV

6

Radioterapia + Laser iniciado após quatro semanas

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Grupo I- Grupo controle, formado por quatro animais, que foram submetidos

apenas à radiação ionizante (Cobalto 60- 3000 cGy).

Grupo II- Formado por seis animais, que foram submetidos à radiação

ionizante (Cobalto 60- 3000 cGy). No dia anterior a radioterapia foi iniciada as

aplicações com o Laser ( = 780 nm, P= 40 mW, CW, 4 pontos, DE= 100 J/cm2,

tempo (t) de 100 segundos (seg), a cada 48 horas durante 14 dias).

Grupo III- Formado por seis animais, que foram submetidos à radiação

ionizante (Cobalto 60- 3000 cGy) e iniciado o tratamento com o Laser no mesmo

dia, logo após a radioterapia (780 nm, P= 40 mW, CW, 4 pontos, DE=100 J/cm2,

t=100 seg, a cada 48 horas durante 14 dias).

Grupo IV- Formado por seis animais, que foram submetidos à radiação

ionizante (Cobalto 60- 3000 cGy) e iniciada a Laserterapia somente quatro

semanas após a ionizante (780 nm P=40 mW, CW, 4 pontos, DE=100 J/cm2, t=

100 seg, a cada 48 horas durante 14 dias).

Todos os animais dos grupos I, II, III e IV foram sacrificados seis semanas

após a radioterapia.

4.4- MATERIAIS

4.4.1- Equipamentos

- Bomba de Cobalto 60,Theratron 780® (Figura 01).

- Laser de diodo infravermelho (GaAlAs–Twin Laser, MMOptics®, São

Carlos, SP - Brasil), com P=40 mW e =780 nm, CW (Figura 02).

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- Óculos de proteção adequado MMOptics® para o comprimento de onda do

Laser infravermelho

- Aparelho radiográfico Timex®, 70 kilovoltagem (kV) e 7 miliamperagem

(mA).

- Micrótomo LEICA® RM212SRT (Alemanha), utilizado no corte dos blocos de

parafina.

- Sistema fotográfico digital Vidcap® e um Microscópio estereoscópico Zeiss

Axiolab®, utilizado na digitalização e captura das imagens histológicas.

- Sistema radiográfico digital DenOptix® (Figura 03).

Figura 01- Bomba de Cobalto

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Figura 02- Aparelho Laser GaAlAs

Figura 03- Sistema Digital DenOptix®

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4.4.2- Materiais para anestesia e sacrifício

- Anestésico Tiopental Sódico (THIONEMBUTAL®).

- 01 cabo de bisturi, lâminas número (no) 15 e porta-agulha (para colocação

da lâmina do bisturi).

- 01 pinça de dissecção e tesoura de Metzembaum.

- Gaze, luvas de procedimento, máscaras, gorros, aventais.

- Lápis, papel e borracha.

4.5- PESAGEM DOS ANIMAIS

Os animais foram pesados numa balança digital (Filizola®) de sensibilidade

digital de 25 g a 3 quilos (kg). A pesagem foi realizada no dia do procedimento

radioterápico e na data de sacrifício. Os ratos foram pesados sempre pela mesma

pessoa e os dados registrados em uma planilha.

4.6- PROCEDIMENTO DE DADOS

4.6.1- PROCEDIMENTO RADIOTERÁPICO

Todos os animais foram submetidos à anestesia geral através de injeção

intraperitonial de Tiopental Sódico- 0,2 mililitros (ml) a cada 100 g. Os ratos foram

então tricotomizados na região coxo-femural da perna traseira e imobilizados

durante o procedimento radioterápico em dois dispositivos de acrílico construídos

especialmente para esse procedimento baseado no experimento de Machado,

2002. Cada dispositivo (Figura 04) consiste em uma porção abaulada (casulo)

onde ficava acomodado o corpo do animal (decúbito ventral) e uma porção

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retilínea onde seu fêmur ficava posicionado. Cada dispositivo continha casulos, de

forma que cabia cinco animais no seu interior. Os dois dispositivos foram

colocados no campo de irradiação, portanto, a cada sessão de irradiação foram

simultaneamente irradiados dez animais (Figura 05 e 06).

Figura 04- Casulos de acrílico utilizados no posicionamento dos animais

Figura 05- Organização dos animais na sessão de radioterapia e posicionamento do chumbo no dispositivo de acrílico

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Figura 06- Visão próxima dos animais durante a radioterapia

A radioterapia foi realizada no Hospital Santa Izabel, e o aparelho utilizado foi

a bomba de Cobalto marca Theratron 780. Blocos de chumbo foram utilizados

para delimitar a superfície a ser irradiada, com objetivo de irradiar somente uma

área de 20 X 20 mm no fêmur do animal, protegendo o restante do corpo contra os

efeitos da radiação. Para suportar tais blocos foi confeccionado um outro

dispositivo de acrílico composto por 2 placas, de forma que os blocos de chumbo

pudessem ser posicionados de maneira adequada (Figura 05 e 06). Esse

dispositivo foi contido na porção superior da bomba de Cobalto. O aparelho foi

colocado a uma distância da fonte para superfície de 80 cm. Nenhum tipo de bolus

foi utilizado durante o procedimento. Um total de aproximadamente 3000 cGy

(uma média de 60 cGy/min), em uma única sessão foi irradiado no fêmur,

utilizando apenas um campo de irradiação, de cima para baixo. A porção inferior

irradiada teve como base o joelho do animal, sendo o restante do fêmur irradiado

a partir desse ponto (Figura 07).

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4.6.2- PROCEDIMENTO COM O LASER

O procedimento com o Laser foi realizado no Laboratório de Experimentação

Animal da UNIME. O aparelho utilizado foi o Laser de diodo infravermelho (GaAlAs

– Twin Laser – cedido pela MMOPTICS®, São Carlos, SP - Brasil), com P=40 mW

e =780 nm, CW. A dose aplicada foi de 100 J/cm2, em quatro pontos a cada 48

horas durante duas semanas (GERBI et al., 2005), perfazendo um total de sete

aplicações, que ocorreram sempre no horário do meio dia, iniciando a primeira

aplicação um dia antes, no mesmo dia, ou quatro semanas após a radioterapia, a

depender do grupo em questão.

A caneta Laser foi recoberta por filme PVC, bem justaposto à sua superfície,

sem formar rugosidades, evitando assim a difusão do Laser, além disso, o Laser

foi aplicado de forma perpendicular e em contato com a superfície a ser irradiada.

Os pontos da radiação foram escolhidos de acordo com a palpação e

marcados com caneta de retroprojetor, sendo o primeiro ponto a 0,5 cm acima da

porção mais inferior do fêmur, o segundo ponto também no fêmur a 1 cm de

distância do primeiro ponto, e os dois pontos restantes sendo um de cada lado.

Todos os pontos possuíam uma distância de 1cm, de forma que não ocorresse

uma overdose de radiação nesta região, conforme mostrado na Figura 07. Durante

todo o processo de irradiação à Laser, as marcações de caneta eram diariamente

refeitas, de tal maneira que facilitasse o processo de irradiação (Figura 08).

Terminados os procedimentos, os ratos foram colocados individualmente em

gaiolas, onde permaneceram até o dia do sacrifício.

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Não foi feita nenhuma medicação analgésica, antiinflamatória ou antibiótica

durante todo o período experimental.

Área da radioterapia 2X2cm

2 cm

2cm0,5cm1cm

Pontos de aplicação do laser

JoelhoBacia

Área da radioterapia 2X2cm

2 cm

2cm0,5cm1cm

Pontos de aplicação do laser

JoelhoBacia

Área da radioterapia 2X2cm

2 cm

2cm0,5cm1cm

Pontos de aplicação do laser

JoelhoBacia

Figura 07- Pontos de irradiação com o Laser e área da radioterapia

Figura 08- Aplicação do Laser

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4.7-SACRIFÍCIO DOS ANIMAIS E OBTENÇÃO DA AMOSTRA TECIDUAL

Os animais foram sacrificados seis semanas após a radioterapia, através de

uma overdose do anestésico Tiopental Sódico (aproximadamente 2 ml por

animal). Após a constatação da morte do animal, o fêmur foi desarticulado e as

pernas dos animais foram completamente removidas. Os espécimes foram

colocados em vidros previamente preparados e etiquetados, contendo solução de

Paraformaldeído tamponado 4% (ANEXO C) e seguidas para procedimento

radiográfico.

Após a tomada radiográfica, as peças foram incisadas longitudinalmente, de

modo a expor todo o fêmur. O fêmur foi totalmente removido, preservando o seu

periósteo e em seguida encaminhados ao Laboratório de Patologia da FOUFBA,

para procedimento histológico.

4.8- PROCEDIMENTO RADIOGRÁFICO

As peças cirúrgicas foram colocadas diretamente sobre uma placa de

imagem para radiografia cefalométrica do sistema radiográfico digital DenOptix®

300 dots per inch (dpi), pixel de 85 micrômetros (µm), de forma que a perna

estivesse com sua superfície ventral voltada para placa (Figura 09). Todas as

pernas, oriundas dos ratos do mesmo grupo, foram dispostas horizontalmente

sobre a mesma placa durante a exposição radiográfica. Isso evitou que possíveis

diferenças na exposição aos raios X (ruído fotônico (SARMENTO, CARVALHO e

LUZ, 2004)), alterassem a escala de cinza exibida nos espécimes de um mesmo

grupo experimental. Assim, as variações na densidade e no contraste da imagem

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final, resultantes das oscilações da fonte de raios X, incontroláveis, ocorreram de

forma igual para todos os espécimes dentro de um mesmo grupo. Foi adicionado

ao conjunto um penetrômetro de alumínio de cinco degraus com 1 mm de

incremento. O aparelho radiográfico (70 kV e 7 mA) foi programado com um tempo

de exposição de 0,06 seg, distância focal de 1,20 m e feixe perpendicular ao

objeto.

Figura 09- Disposição das peças cirúrgicas sobre a placa de imagem, seta evidencia o penetrômetro de alumínio

Figura 10- Imagem radiográfica digital exibindo as peças cirúrgicas

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Após a exposição radiográfica a placa foi levada à unidade de leitura do

sistema DenOptix®, permitindo a obtenção das imagens digitais correspondentes.

Estas foram exportadas do sistema e armazenadas em formato bmp (Bitmap)

(Figura 10). As imagens digitais foram então abertas no programa Photoshop®

(Adobe Systems Incorporated, Mountain View, California, USA) e corrigidas em

brilho a partir do penetrômetro e novamente salvas. Tal procedimento teve como

finalidade a uniformização dos tons de cinza exibidos pelas imagens dos

diferentes grupos avaliados, evitando que o ruído fotônico interferisse na posterior

mensuração dos valores dos níveis de cinza. Em seguida as imagens foram

abertas no programa Image Tool® (University of Texas Health Science Center,

San Antonio, Texas , USA), e traçando-se um polígono na região irradiada (pelo

Laser) de cada rato, através da ferramenta “histograma” foi mensurada a média

dos níveis de cinza daquela região (Figura 11).

A média dos níveis de cinza refere-se a um valor numérico que representa o

grau de brilho ou escurecimento dos pixels selecionados. Sabe-se que em um

computador de 8 bits, a escala de cinza pode exibir duzentos e cinqüenta e seis

possíveis tons de cinza, variando desde a cor preta até a cor branca, passando

por um número razoável de diferentes tons de cinza. Cada um desses tons é

representado no computador por um número, que varia do valor 0 (zero), que

equivale à cor preta, ao valor 255 (duzentos e cinqüenta e cinco), que representa

a cor branca (SARMENTO, PRETTO e COSTA, 1999). Mensurando-se o nível de

cinza de áreas selecionadas em uma imagem digital, pode-se avaliar o grau de

escurecimento de cada pixel, que por sua vez indicará a quantidade de tecido

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mineralizado que foi atravessado pelo feixe de raios X, durante a exposição

radiográfica. Assim, pixels com valores de cinza mais altos, são brancos ou cinza

claros e representam áreas de maior conteúdo mineral. Áreas com níveis de cinza

pequenos (pretos ou cinzas escuros) indicam áreas com menor quantidade de

tecido mineralizado, que pode ter sido resultado, por exemplo, de processos de

reabsorção óssea (SARMENTO e RUBIRA, 1998; SARMENTO e PRETTO, 2003;

SARMENTO et al., 2005), ou no caso da estrutura dentária, ser resultante de uma

descalcificação como ocorre numa lesão de carie (LAMBERTI, 2004), ou ainda

significar uma maior porosidade ou menor quantidade de materiais odontológicos

(SARMENTO et al., 1998; LEAL et al., 2001; CRUZ et al., 2004). Os valores do

nível de cinza mensurados em cada espécime foram anotados numa ficha

específica, para posterior análise.

Figura 11- Mensuração da média dos níveis de cinza de área selecionada no fêmur através do Programa ImageTool®, utilizando-se a ferramenta "histograma"

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4.9- PROCEDIMENTO LABORATORIAL

Após o período de fixação as peças foram descalcificadas em ácido nítrico à

10% por um período de trinta e oito horas. Após este procedimento, foram

cortadas (Figura 12), desidratadas e incluídas em parafina para posteriores cortes

histológicos de 5 µm, semi-seriados de 1:5.

Figura 12- Espécime óssea após o corte, esquerda grupo controle, direita grupo IV.

Para o corte dos blocos de parafina com as peças, utilizou-se um micrótomo

LEICA® RM212SRT (Alemanha).

Os cortes foram corados por Hematoxilina de Harris e Eosina Alcoólica (H/E)

e pela técnica de Picrosírius (ANEXO D), e analisadas em microscopia de luz com

aumentos de dez, vinte, quarenta e cem vezes. Para a digitalização e captura das

imagens foram utilizados um Sistema fotográfico digital Vidcap® e um Microscópio

estereoscópico Zeiss Axiolab®.

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4.10- ANÁLISE HISTOLÓGICA

A análise dos espécimes através da microscopia de luz foi realizada por meio

de avaliação descritiva e semiquantitativa visando observar as características dos

efeitos da radioterapia e do Laser nos diferentes grupos, através da presença de

fibras colágenas, grau de atividade osteoblástica no periósteo, grau de reabsorção

óssea na proximidade da medula e proporção tecido adiposo/medular, em

aumentos de 4, 10, 20 e 40 vezes. A avaliação do grau foi realizada através de

valores numéricos 1 (leve), 2 (moderado), 3 (intenso).

Além disso, foi realizada através da microscopia de luz na lâmina histológica,

a escolha aleatória de dez campos ao longo de toda a cortical óssea, com o

aumento de vinte vezes. Esses campos foram fotografados e seguidos para

análise quantitativa da presença de osteócitos viáveis e canais de Harvers através

do programa de computação Image Tool®.

4.11- HIPÓTESES

H1- O Laser atua na prevenção dos efeitos danosos da radioterapia no tecido

ósseo.

H2- O Laser é capaz de tratar os efeitos adversos da radioterapia no tecido

ósseo.

4.12- ANÁLISE DOS RESULTADOS

Os dados foram tabulados e analisados através dos testes não paramétricos

de Kruskal-Wallis, Qui-quadrado, teste Mann-Whitney e paramétrico teste t de

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student não pareado, utilizando os programas de computação SPSS versão 9.0 e

INSTAT versão 3.0, com nível de significância estatística de 5% em todas as

análises.

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RESULTADOS

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5- RESULTADOS

5.1- INSPEÇÃO GERAL

Após a sessão de radioterapia, todos os animais, com exceção de um do

grupo IV (que foi a óbito), permaneceram sadios durante todo o período

observacional. Após o efeito anestésico, foi possível constatar uma falta de

movimentação das pernas irradiadas e dificuldade de locomoção dos animais.

Essa situação só foi amenizada a partir do quarto dia pós-radioterapia. A alopécia

foi constatada a partir da primeira semana em todos os animais, sendo mais

evidente nos grupos experimentais II, III e IV, que foram submetidos a

Laserterapia.

Ao final da sexta semana todos os animais deambulavam relativamente bem,

no entanto, no dia do sacrifício foi possível constatar pequenas erosões na pele da

perna de todos os animais dos grupos II, III, IV, de diferentes magnitudes. As

erosões estavam situadas na face interna da perna e não na superfície externa,

que encontrava-se mais próxima ao feixe da radiação. Todas as feridas foram

representadas por lesões maculares de aproximadamente 1 cm de diâmetro

(Figura 13), no entanto em dois animais, um do grupo II e um do grupo IV as

lesões se encontravam mais evidentes com aspecto eritematoso e mais severo

(Figura 14). No grupo controle, que recebeu somente radioterapia, tais erosões

não puderam ser observadas.

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75

Figura 13- Aspecto clínico da lesão cutânea e alopécia, animal do grupo IV

Figura 14- Lesão cutânea severa, animal do grupo II

5.2- ANÁLISE DO PESO DOS ANIMAIS

Durante as seis semanas de duração do experimento, foi possível observar

que os ratos do grupo controle (somente radioterapia) apresentaram um ganho de

30,5% da massa corporal, correspondendo à menor taxa de incremento de massa

corporal dentre os grupos. Os ratos dos grupos experimentais apresentaram um

ganho maior, sendo que o grupo II (Laser um dia antes da radioterapia) apesar de

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não apresentar os animais mais pesados ao tempo de sacrifício, obteve o maior

percentual de ganho de massa corporal, com 61,5%. O grupo III (Laser no mesmo

dia da radioterapia) apresentou um aumento de 52, 6% e o grupo IV (Laser quatro

semanas após a radioterapia) um aumento de 58,6%, conforme Quadro 02.

Quadro 02- Percentual de ganho de massa corporal dos animais

Grupo Massa corporal (g) % de ganho

Dia zero Sexta semana

Grupo Controle 256 334 30,5

Grupo II 218 352 61,5

Grupo III 234 357 52,6

Grupo IV 244 387 58,6

Comparando-se a massa corporal entre o dia zero e a sexta semana no

grupo controle, observa-se que houve diferença estatisticamente significante (p=

0,026, teste Mann-Whitney). Nos grupos experimentais essa diferença ainda foi

mais acentuada, no grupo II (Laser um dia antes da radioterapia), no grupo III

(Laser no mesmo dia da radioterapia) e no grupo IV (Laser quatro semanas após a

radioterapia), o valor de p (probabilidade de erro) foi menor que 0,0001 (teste t não

pareado), o que é considerado uma diferença extremamente significante (Figura

15).

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77

200

240

280

320

360

400

0 6

Semana

Peso

(g

) Grupo I

Grupo II

Grupo III

Grupo IV

Figura 15- Média da massa corporal inicial e final dos animais

5.3- RESULTADOS RADIOGRÁFICOS

Após a análise das radiografias, a média dos níveis de cinza mensurado em

cada espécime foi comparada entre os grupos (teste t de Student). Assim, foi

possível observar que no grupo I (controle- somente radioterapia) a quantidade de

tecido ósseo foi a menor entre os grupos. No grupo II (Laser um dia antes da

radioterapia), foi observado um aumento desse volume, que foi estatisticamente

significante quando comparado ao grupo controle (p<0,01). No grupo III (Laser no

mesmo dia da radioterapia), ocorreu também um aumento da quantidade de tecido

ósseo, no entanto esse aumento não foi estatisticamente significante, quando

comparado com o grupo controle (p>0,01). No grupo IV (Laser após quatro

semanas da radioterapia) foi possível observar um aumento da quantidade de

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tecido ósseo, que foi estatisticamente significante quando comparado ao grupo

controle (p<0,01). Esses resultados são representados na Figura 16.

Figura 16- Média dos níveis de cinza, do tecido ósseo avaliado por grupo

5.4- RESULTADOS DO EXAME MICROSCÓPICO

Por meio da análise dos grupos experimentais e controle foram avaliados os

seguintes critérios: presença de fibras colágenas, grau de atividade osteoblástica

no periósteo, grau de reabsorção óssea na proximidade da medula e proporção

tecido adiposo/medular. Esses resultados foram analisados através do teste não

paramétrico Qui-quadrado para uma probabilidade de erro de 5%. Além disso, foi

realizada a contagem total de osteócitos e dos canais de Harvers em dez campos,

com aumento de vinte vezes. Tais resultados foram analisados pelo teste não

paramétrico de Kruskal-Wallis para uma probabilidade de erro de 5%.

105

110

115

120

125

130

135

140

NIV

EIS

DE

CIN

ZA

GRUPO I GRUPO II GRUPO III GRUPO IV

GRUPOS

GRUPO I GRUPO II GRUPO III GRUPO IV

Controle

Laser dia anterior à

radioterapia, p<0,01

Laser logo após à

radioterapia, p>0,01

Laser quatro semanas após

à radioterapia, p<0,01

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79

5.4.1- GRUPO CONTROLE (GRUPO I- SOMENTE RADIOTERAPIA)

Após seis semanas do início da radioterapia, foi possível observar na medula uma

grande quantidade de tecido adiposo e consequentemente uma diminuição de

tecido medular. Ocorreu um baixo índice da atividade osteoblástica, atividade esta

caracterizada pela presença de um cordão de osteoblastos localizados no

periósteo. Além disso, foram observadas áreas de reabsorção óssea de

intensidade moderada. Tal atividade osteoclástica foi caracterizada pela presença

de lacunas de reabsorção no osso cortical próximo a porção medular. Fibras

colágenas estavam presentes em 50% das amostras.

Após a contagem de osteócitos, a média do número obtido em dez campos

foi de 195. Em relação ao número de canais de Harvers, sua média em dez

campos foi de oito.

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PRANCHA 01 Fotomicrografias do grupo I Controle (Somente radioterapia)

Figura 17- Fotomicrografia da espécime do grupo controle após seis semanas da radioterapia. Observar presença exuberante de tecido adiposo na medula óssea. H/E, Aumento aproximado de 100x

Figura 18- Fotomicrografia da espécime do grupo controle após seis semanas da radioterapia. Observar osso cortical com a presença de poucos osteócitos e canais de Harvers. H/E, Aumento aproximado de 100x

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Figura 19- Fotomicrografia da espécime do grupo controle após seis semanas da radioterapia. Observar osso cortical com a presença de poucos osteócitos. H/E, Aumento aproximado de 200x

Figura 20- Fotomicrografia da espécime do grupo controle após seis semanas da radioterapia. Observar áreas de reabsorção óssea na proximidade da medula. H/E, Aumento aproximado de 200x

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5.4.2- GRUPOS EXPERIMENTAIS

Os grupos experimentais apresentaram de uma maneira geral uma maior

quantidade de osteócitos (Figura 21). Após o teste não paramétrico de Kruskal-

Wallis com múltiplas comparações, obteve-se um valor de significância

extremamente significante p=0,0002. Também foi possível observar uma diferença

muito significativa no número de canais de Harvers (Figura 22), com o valor de

significância de p=0,0015. Além disso, foi possível observar um aumento da

atividade osteoblástica em todos os grupos experimentais.

Figura 21- Média do no osteócitos em dez campos, a depender do grupo avaliado

0 50

100 150 200 250 300 350 400 450

Grupo I

Grupo II

Grupo III Grupo IV

Grupos

Número de osteócitos

Média do n

o osteócitos

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Figura 22- Média do no canais de Harvers em dez campos, a depender do grupo avaliado

5.4.2.1 GRUPO II (LASER UM DIA ANTES DA RADIOTERAPIA)

Após seis semanas da radioterapia, combinadas com duas semanas de

aplicações de Laser, iniciadas um dia antes da radioterapia, foi possível observar

um aumento evidente da atividade osteoblástica, sendo estatisticamente

significante quando comparados com o grupo controle (p<0,05). Também no

grupo II foi observado um aumento da atividade osteoclástica, caracterizado pelas

lacunas de reabsorção localizadas na superfície interna do osso cortical próximo à

região medular, porém tal fato não foi estatisticamente significante quando

comparado ao grupo controle (p>0,05). A proporção tecido adiposo/tecido medular

se encontrou com grande quantidade de tecido medular e poucos adipócitos,

quando comparado ao grupo controle (p<0,05). A presença de colágeno foi

0

5

10

15

20

25

30

Grupo I Grupo II Grupo III Grupo IV

Grupos

Número de CH

Média do noCH

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observada em 67% dos casos, mas essa diferença não foi estatisticamente

significante quando comparado ao grupo controle (p>0,05).

O osso cortical apresentou o número de osteócitos elevado, média de 406

em dez campos, havendo diferença significante quando comparado com o grupo

controle (p<0,05). O mesmo fato ocorreu com os canais de Harvers que também

apresentaram um aumento, média de vinte e sete em dez campos, sendo este

valor significativo quando comparado ao grupo controle (p<0,05).

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PRANCHA 02 Fotomicrografias do grupo experimental II (Laser no dia anterior a

radioterapia)

Figura 23- Fotomicrografia da espécime do grupo II após seis semanas da radioterapia. Medula óssea com menor proporção de tecido adiposo. H/E, Aumento aproximado de 100x

Figura 24- Fotomicrografia da espécime do grupo II após seis semanas da radioterapia. Observar osso cortical com maior densidade de osteócitos. H/E, Aumento aproximado de 100X

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Figura 25- Fotomicrografia da espécime do grupo II após seis semanas da radioterapia. Observar osso cortical com a presença de canais de Harvers. H/E, Aumento aproximado de 200x

Figura 26- Fotomicrografia da espécime do grupo II após seis semanas da radioterapia. Observar presença de fibrilos de colágeno no interior da medula óssea. Picrosírius, Aumento aproximado de 200x

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5.4.2.2- GRUPO III (LASER NO MESMO DIA DA RADIOTERAPIA)

Nesse grupo foi possível observar um aumento evidente da atividade

osteoblástica, sendo estatisticamente significante quando comparados com o

grupo controle (p<0,05). No entanto no que diz respeito ao processo de

reabsorção, foi observado um aumento moderado da atividade osteoclástica,

porém tal fato não foi estatisticamente significante quando comparado ao grupo

controle (p>0,05). A proporção tecido adiposo/tecido medular se encontrou em

níveis semelhantes ao do grupo controle, com grande quantidade de adipócitos e

diminuição do tecido medular, não havendo diferença estatisticamente significante

(p>0,05). A presença de colágeno foi observada em 50% dos casos, mas essa

diferença não foi estatisticamente significante quando comparado ao grupo

controle (p>0,05).

O osso cortical apresentou o número de osteócitos discretamente aumentado

quando comparado ao grupo controle, média de 286 em dez campos, porém essa

diferença não foi estatisticamente significante (p>0,05). O mesmo fato ocorreu

com os canais de Harvers que também apresentaram um aumento moderado,

com a média de vinte e um em dez campos, mas não foi estatisticamente

significante quando comparado ao grupo controle ( p>0,05).

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PRANCHA 03 Fotomicrografias do grupo experimental III (Laser no mesmo dia da radioterapia)

Figura 27- Fotomicrografia da espécime do grupo III após seis semanas da radioterapia. Observar proporção tecido medular / tecido adiposo. H/E, Aumento aproximado de 100x

Figura 28- Fotomicrografia da espécime do grupo III após seis semanas da radioterapia. Observar osso cortical com a presença moderada de osteócitos. H/E, Aumento aproximado de 200x

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Figura 29- Fotomicrografia da espécime do grupo III. Observar áreas de reabsorção óssea na proximidade da medula óssea. H/E, Aumento aproximado de 100x

Figura 30- Fotomicrografia da espécime do grupo III. Observar presença de fibrilos de colágeno na superfície cortical interna. H/E, Aumento aproximado de 100x

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5.4.2.3-GRUPO IV (LASER QUATRO SEMANAS APÓS A RADIOTERAPIA)

Passadas seis semanas da aplicação da dose única da radioterapia,

combinada com duas semanas de aplicações de Laser, iniciadas na quinta e sexta

semanas, foi possível observar um aumento evidente da atividade osteoblástica,

sendo estatisticamente significante quando comparados com o grupo controle

(p<0,05). Além disso, foi observado um aumento da atividade osteoclástica, porém

tal fato não foi estatisticamente significante quando comparado ao grupo controle

(p>0,05). A proporção tecido adiposo/tecido medular se encontrou com grande

quantidade de tecido medular e poucos adipócitos, quando comparado ao grupo

controle (p<0,05). A presença de colágeno foi observada em 40% dos casos, mas

essa diferença não foi estatisticamente significante quando comparado ao grupo

controle.

O osso cortical apresentou um elevado número de osteócitos, média de 354

em dez campos, havendo diferença estatística significante quando comparado

com o grupo controle (p<0,05). O mesmo fato ocorreu com os canais de Harvers

que também apresentaram um aumento significativo, média de 25 em dez

campos, quando comparado ao grupo controle (p<0,05).

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PRANCHA 04 Fotomicrografias do grupo experimental IV (Laser quatro semanas após a radioterapia)

Figura 31- Fotomicrografia da espécime do grupo IV. Observar menor proporção de tecido adiposo. H/E, Aumento aproximado de 100x

Figura 32- Fotomicrografia da espécime do grupo IV. Observar osso cortical com a presença de muitos osteócitos. H/E, Aumento aproximado de 100x

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Figura 33- Fotomicrografia da espécime do grupo IV. Observar osso cortical com a presença de canais de Harvers. H/E, Aumento aproximado de 200x

Figura 34- Fotomicrografia da espécime do grupo IV após seis semanas da radioterapia. Observar intensa atividade osteoblástica, com neo-formação óssea. H/E, Aumento aproximado de 200x

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DISCUSSÃO

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6- DISCUSSÃO

Uma das grandes dificuldades na Odontologia é como lidar com os efeitos

adversos da radioterapia. Com as chances de desenvolvimento da

osteorradionecrose a partir da intervenção cirúrgica dos dentes comprometidos

pela ação da radiação ionizante, ocorre uma diminuição na capacidade de

cicatrização na região, aumentando o risco de fraturas patológicas. A reabilitação

oral também é difícil, já que a capacidade de osteointegração dos implantes é

acometida (GRANSTROM, et al, 1994).

Desta forma, terapias que possam determinar o retorno da normalidade

desses tecidos precisam ser avaliados quanto a sua eficácia clínica. A laserterapia

é uma possível modalidade terapêutica para o tecido lesionado pela radioterapia.

Nesse estudo, avaliou-se o efeito da Laserterapia utilizando o Laser de

GaAlAs (780 nm, 40 mW, CW, área de spot 0,04 cm2, 100 J/cm² por ponto, t=100

seg.) sobre o tecido ósseo de ratos submetidos à radioterapia. O modelo animal

escolhido foi o rato, já que é o mais utilizado para área de avaliação dos efeitos

secundários da radioterapia (ARNOLD et al., 1998; MAEDA et al., 1998;

WURZLER et al., 1998.; KIYOHARA, SAKURAI e KASHIMA, 2003) e também na

área de regeneração óssea com o Laser (LIRANI, 2004; GERBI et al., 2005).

Devido às dificuldades inerentes ao estudo com animais, os ratos foram

expostos a uma única dose de irradiação, que foi suficiente para promover

mudanças trabeculares do osso. Além disso, essa dose única foi protocolada por

estudos anteriores variando de 25-35 Gy (JACOBSSON et al., 1985; ARNOLD et

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al., 1998; MAEDA et al., 1998; WURZLER et al., 1998; KIYOHARA, SAKURAI e

KASHIMA, 2003).

O aparelho de Cobalto 60 foi o escolhido por ser o mais acessível, e

sabidamente causa mais efeitos adversos do que outras fontes de radiação

(PACHIGOLLA, POU e QUINN, 2000). Além disso, a profundidade de ação desse

aparelho começa a partir de 0,5 cm, enquanto os aceleradores lineares

(dependendo do tipo e megavoltagem) começam a agir a partir de 1,5 cm

(McENTEE, 2001). Levando em consideração a pequena espessura do fêmur do

rato (em torno de 0,6 mm sem tecidos moles e 2,4 cm com tecidos moles), ficou

claro que esse aparelho seria o mais apropriado para esse tipo de pesquisa. Essa

talvez seja a razão das erosões cutâneas encontradas nos animais dos grupos II,

III e IV, serem justamente na porção interna do fêmur do animal irradiado, devido à

penetrabilidade da radiação pelo Cobalto 60. A presença dessas lesões corrobora

com achados de Wurzler et al. (1998), no qual a radioterapia promoveu uma

descamação epitelial. Mas em seu estudo essas lesões iniciaram logo após a

radioterapia e regrediram na terceira semana. Na presente pesquisa as erosões

foram observadas somente na sexta semana, numa fase mais tardia, e ocorreram

apenas nos animais que receberam Laser. A presença dessas lesões nos grupos

experimentais será discutida mais adiante.

Com relação ao ganho de massa corporal, os animais do grupo controle,

ganharam menos massa corporal do que os animais que receberam o Laser

(grupos II, III e IV). O fato da radioterapia causar diminuição do ganho da massa

corporal, já havia sido constatado em estudos anteriores (MAEDA et al., 1998;

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Wurzler et al., 1998), onde os grupos que sofreram irradiação ionizante ganharam

menos massa corporal do que animais que não receberam nenhum tipo de

radiação. Vale ressaltar que nessa pesquisa, tanto a bebida, quanto a comida

foram fornecidas ad libidum. No entanto nos grupos que receberam Laser o ganho

de massa corporal foi significativamente maior. Sendo assim, talvez seja possível

sugerir que o Laser promoveu uma maior atividade nos animais, aumentando seu

apetite e consequentemente sua massa corporal.

Já em relação à análise histológica, as alterações ósseas sofridas no grupo I

(controle, que recebeu somente radioterapia) foram visíveis e estavam

diretamente relacionadas com uma estrutura óssea escassa de células com a

presença de poucos osteócitos, quando comparadas ao grupo experimental que

utilizaram Laser. Tal fato já havia sido documentado previamente em estudos

anteriores de Maeda et al. (1998), que afirmaram que na sexta semana após

radioterapia ocorre uma redução do número de osteócitos estatisticamente

significante entre um osso normal e um que recebeu radiação ionizante; além

disso, é mencionada uma redução do tamanho dos osteócitos, descrevendo uma

possível retração dos mesmos (MAEDA et al.,1988). Nessa pesquisa observou-se

também pouca quantidade de canais de Harvers no grupo controle, quando

comparado ao experimental. Tal fato está de acordo com pesquisas de Morales,

Marx e Gottlieb (1987), onde foi observada uma diminuição da vascularização

local após a exposição de mandíbulas de coelhos à radiação ionizante. Além

desses efeitos, foi possível constatar no grupo controle uma baixa atividade

osteoblástica. Esses achados são consistentes em estudos de Matsumura et al.

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(1996); Dare et al. (1997) e Dudziak et al. (2000), que encontraram uma

diminuição da proliferação osteoblástica, levando a crer que a radiação ionizante

implica na diferenciação terminal das células precursoras ósseas e osteoblastos.

Zonas de reabsorção óssea foram visíveis, mas não tão intensas como o

esperado, contrariando os achados de Kiyohara, Sakurai e Kashima (2003) que

encontraram reabsorção óssea a partir da quarta semana pós-radioterapia com

um afinamento das trabéculas ósseas. Uma outra característica encontrada no

grupo controle foi um aumento expressivo de tecido adiposo, com consequente

diminuição do tecido medular. Tal fato já havia sido documentado anteriormente

(MAEDA et al., 1988; KIYOHARA, SAKURAI e KASHIMA, 2003).

Em relação aos achados radiográficos, sabe-se que com o avanço da

tecnologia e a disponibilidade da informática como instrumento complementar nas

análises de imagens, é possível obter radiografias digitais ou digitalizadas que

forneçam informações precisas, aumentando significativamente o potencial de

diagnóstico, para uma melhor conduta terapêutica.

No sistema radiográfico digital DenOptix® as radiografias digitais podem ser

adquiridas com diferentes resoluções (150, 300 e 600 dpi), levando

consequentemente a uma variação no tamanho do pixel, na resolução espacial da

imagem (pl/mm), assim como no tamanho da sua matriz. Nessa pesquisa foi

utilizada uma resolução de 300 dpi. Esse valor foi baseado em estudos anteriores,

como o de Almeida et al. (2000), que comprovaram que as resoluções de 150 dpi

apresentam-se com qualidade inferior às de 300 e 600 dpi, e que essas últimas

apresentam um similar nível de eficiência, possibilitando o diagnóstico de registros

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radiográficos sutis. No entanto, as imagens de 600 dpi demoram mais para serem

abertas, arquivadas, importadas e exportadas, além de consumirem uma memória

acentuada de arquivo, por essas razões as de 300 dpi foram as escolhidas.

Na presente pesquisa, os achados radiográficos demonstraram que o grupo

controle apresentou uma menor quantidade de tecido ósseo, quando comparado

ao grupo experimental, nos quais os valores de média dos níveis de cinza

estavam mais elevados. Esses achados corroboram com a análise histológica no

qual o grupo experimental apresentou-se mais celularizado quando comparado ao

controle, evidenciando uma boa sensibilidade do sistema radiográfico digital. A

alta sensibilidade de interpretação de sistemas digitais já havia sido documentada

por outros autores em diversas áreas da odontologia (VOS, et al. 1986;

BRAGGER e PASQUALI, 1988; VERDONSCHOT et al., 1992; SARMENTO e

RUBIRA, 1998; SARMENTO et al., 1998; LEAL et al., 2001; SARMENTO e

PRETTO, 2003; SARMENTO et al., 2005). Vale a pena ressaltar a possível

influência dos tecidos moles sobre os valores de nível de cinza encontrados, já

que estes foram radiografados juntamente com o tecido ósseo (PUPPIN, 2000).

Porém sua presença não invalida as constatações descritas acima, uma vez que

na macroscopia (Figura 12) pode-se notar que nos grupos experimentais o tecido

ósseo era mais espesso, e que na análise histológica os grupos experimentais

apresentaram maior quantidade de osteócitos, canais de Harvers e atividade

osteoblástica .

Quando se discute Laserterapia, sabe-se que esta modalidade terapêutica

tem sido utilizada com sucesso nos últimos anos, suas aplicações são inúmeras e

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tem demonstrado bons resultados em nível de tecido ósseo. Já foi comprovado

seu efeito positivo em tratamentos ortodônticos (KAWASAKI e SHIMIZU, 2000), no

alvéolo dentário após extrações (KUCEROVA et al., 2000), em fraturas ósseas

(LUGER et al., 1998), após colocação de implantes (LOPES et al., 2005) e em

defeitos ósseos (ROCHKIND et al., 2004). Outros estudos comprovam a eficácia

do Laser na redução e aceleração do processo inflamatório, aumento da síntese

de colágeno, aumento na força de tensão, diminuição do tempo de cicatrização e

redução no tamanho da ferida (WOODRUFF et al., 2004).

Atualmente existem diversos tipos de Laseres com diferentes comprimentos

de onda, nos quais incluem-se o HeNe de 632,8 nm, GaAlAs de 805 ± 25 nm,

Arseneto de Gálio (GaAs) de 904 nm, que tem sido utilizado com grande eficiência

em doses, protocolos e formas de tratamento diferentes (BASFORD, 1995;

WALSH, 1997). A utilização do Laser GaAlAs, como o utilizado neste estudo tem

aumentado bastante nos últimos dez anos. Esse tipo de Laser é conhecido por ter

alto poder de penetração em comparação com os outros tipos, oferecendo ao

clínico uma ferramenta de grande eficiência (KHADRA et al., 2004b)

Os comprimentos de onda mais elevados geralmente são mais resistentes à

dispersão do que os mais baixos, além disso, possuem um alto poder de

penetração tecidual (KOLÁROVÁ, DITRICHOVÁ e WAGNER, 1999). Há relatos

que o comprimento de onda do Laser de 632,8 nm penetra 0,5-1mm antes de

perder 37% da sua intensidade (BASFORD, 1995). Já os Laseres no espectro

eletromagnético na faixa do infravermelho, penetram 2 mm antes de perder parte

de seu percentual de energia. Isso é um fator importantíssimo que leva a

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indicação desse comprimento de onda para o tecido ósseo (PINHEIRO et al.,

2003).

Apesar de existirem pesquisas in vivo e in vitro com resultados positivos, os

resultados em algumas pesquisas não mostram efeitos relevantes do Laser

(COOMBE et al., 2001)

A grande dificuldade na análise comparativa do Laser em outras pesquisas

deve-se ao fato da falta de informações e da metodologia de aplicação. Alguns

estudos, por exemplo, não citam o funcionamento do aparelho utilizado. E isso é

importantíssimo, pois alguns aparelhos utilizam seu cálculo de dose baseado na

média de um centímetro quadrado, enquanto outros dispositivos se baseiam na

área do “spot”, que também pode sofrer variações, e é claro que com doses

diferentes se obtém resultados locais também divergentes. No caso do aparelho

utilizado nesse trabalho, o cálculo de dose do mesmo é baseado na área de 0,04

cm2, que é a área do spot do aparelho. Além disso, existem inúmeras outras

variáveis. Em primeiro lugar, a dose é na verdade um volume, e não uma área,

como é feito no seu cálculo. De acordo com Tunér e Hode (2004), existem

também outros fatores decorrentes de diferentes tipos de equipamentos, como o

feixe do raio Laser e seu design não ser homogêneo, o fato da potência poder

mudar de acordo com o aumento da temperatura do diodo, o comprimento de

onda pode variar de acordo com a elevação dessa temperatura, o fato do

comprimento de onda poder ser +/- 10 nm do que o informado no manual do

aparelho.

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A dosimetria é uma questão fundamental nos resultados da Laserterapia.

Doses muito baixas podem não ter nenhum efeito sobre o tecido, e doses altas

podem resultar em pouco ou nenhum efeito, enquanto que doses extremamente

elevadas podem levar a efeitos inibitórios e contrários (GROSS e JELKMANN,

1990; SATTAYUT, HUGHES e BRADLY, 1999)

A dose do Laser utilizada nessa pesquisa (DE= 100J/cm2, E= 4 J, P= 40mW,

t= 100 seg, área do spot 0,04cm2) foi semelhante a estudos anteriores nos quais

houve efeitos positivos no osso (BASFORD, 1995; KUCEROVA et al., 2000;

LIRANI, 2004; KHADRA et al., 2005; GERBI et al., 2005). Além disso, o Laser foi

utilizado por quatorze dias com aplicações alternadas. Essas irradiações repetidas

são necessárias para manter continuidade no processo de reparo, já que uma

única sessão não é suficiente. Tal fato já havia sido mencionado anteriormente por

Tunér e Hode (2004) no qual também é recomendado que as aplicações de

Laserterapia sejam em quantidade aproximada de 3-4 sessões por semana

durante 2 semanas, podendo variar a cada caso.

As feridas cutâneas apresentadas nos grupos II, III e IV que utilizaram Laser

em conjunto com a radioterapia, foram inesperadas, já que estudos anteriores

comprovaram que o Laser promoveu uma diminuição da resposta inflamatória

(MEDRADO et al., 2003). Isto contrariou o presente estudo no qual o processo

inflamatório foi acentuado. A razão da presença dessas feridas cutâneas pode

estar relacionada a um excessivo acúmulo de energia na célula, tanto ocasionado

pela radioterapia quanto em conjunto com a energia liberada pelo Laser,

ultrapassando assim o limiar de aceitação de energia do tecido. Deve ser

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lembrado que as feridas estavam localizadas na porção mais interna da perna do

animal, confirmando a alta penetração do Laser infravermelho, e da radioterapia.

No entanto, à nível ósseo, o osso apresentou-se mais sadio e com maior

vitalidade nos grupos onde o Laser foi utilizado, demonstrando que o Laser

diminuiu os efeitos secundários causados pela radiação ionizante. Tais resultados

confirmam os achados em estudos anteriores onde o Laser acelera a cicatrização

de feridas ósseas, aumentando a atividade celular, sem alteração da estrutura

óssea (TRELLES e MAYAYO, 1987; NAGASAWA, KATO e NEGESHI, 1991;

GLINKOWSKY e ROWINSK, 1995; SAITO e SHIMIZU, 1997; LUGER et al., 1998;

FREITAS, BARANAUSKAS e CRUZ-HOFLING, 2000; NICOLAU et al., 2003).

A cicatrização óssea geralmente ocorre em três fases: uma fase inflamatória,

seguida por uma fase proliferativa e por final a fase de remodelação (THOMAS et

al., 1995). Acredita-se que o maior efeito bioestimulador do Laser encontra-se na

fase proliferativa, onde o processo metabólico celular é aumentado devido à

fotorecepção mitocondrial à luz monocromática. Além disso, o Laser aumenta o

metabolismo da cadeia respiratória de determinadas células, alterando suas

propriedades eletrofísicas (MEYERS, 1990; MEDRADO et al., 2003)

Os resultados desse estudo mostram um aumento do número de osteócitos

em todos os grupos onde o Laser foi utilizado (grupo II- Laser um dia antes da

radioterapia; grupo III- Laser no mesmo dia; grupo IV- Laser após quatro

semanas). Tal fato está de acordo com estudos anteriores recentes onde o Laser

apresentou um efeito positivo aumentando o número de osteócitos e proliferação

celular (DORTBUDAK, HAAS e MAILATH-POKORNY, 2002). O grupo III (Laser no

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mesmo dia da radioterapia) não teve um aumento tão significante no número de

osteócitos. Esses resultados podem estar de acordo com pesquisas que sugerem

que a ação do Laser na estimulação da diferenciação celular ocorre especialmente

em células precursoras, no caso células osteoblásticas (OZAWA et al., 1998), e no

caso do grupo III, essas células deveriam estar num número bem pequeno já que

a primeira irradiação à Laser foi iniciada logo após a sessão de radioterapia.

Acredita-se que a Laserterapia intensifica a formação dos gradientes de prótons

da transmembrana eletroquímica da mitocôndria, fazendo com que mais cálcio

seja liberado pela mitocôndria. O cálcio adicional transportado para o citoplasma

leva à mitose e proliferação celular (FRIEDMANN, LUBART e LAULICHT, 1991).

Sendo assim, é sugerido que a bioestimulação da Laserterapia aumenta o

potencial osteogênico das células ósseas (KHADRA et al., 2005).

Além disso, foi possível observar um aumento estatisticamente significante

no número de canais de Harvers nos grupos experimentais (II e IV). A

neoangiogênese é muito importante no processo de reparo ósseo já que aumenta

a liberação de oxigênio e nutrientes da célula (NIYIBIZI e MYUNG, 2000). Em

relação ao aumento de colágeno, não foi possível verificar nenhuma diferença

significativa entre os grupos experimentais e o controle. Tal fato deve ter ocorrido

por uma ausência de uma agressão física, como um ato cirúrgico.

Foi observada em todos os grupos experimentais II, III e IV, a presença de

atividade osteoclástica, porém não foi estatisticamente significante quando

comparado ao grupo controle. Estudos de Garavello-Freitas et al. (2003)

demonstraram que o Laser estimula o crescimento trabecular e um aumento de

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osteoclastos num primeiro momento, e posteriormente acelera a organização da

matriz colágena. A presença da atividade osteoclástica é muito importante no

processo de remodelação óssea.

Também foi possível constatar uma diminuição do número de adipócitos com

um aumento estatisticamente significante do tecido medular, nos grupos II (Laser

um dia antes da radioterapia) e IV (Laser quatro semanas após a radioterapia),

quando comparado ao controle, tal fato possivelmente ocorreu pela estimulação

do Laser na proliferação celular, aumentando a celularidade medular.

É importante relatar que o Laser deve ser evitado em áreas tumorais, pela

possibilidade de estimular o crescimento e proliferação do tumor. No entanto,

enquanto alguns estudos in vitro relataram uma estimulação através do Laser, o

efeito in vivo tem sido diferente. Acredita-se que o sistema imunológico é

provavelmente muito mais estimulado do que o tumor propriamente dito (TUNÉR e

HODE, 2004).

Antes de se pensar no tratamento, vale lembrar que prevenir sempre é

melhor. É de grande importância lembrar que os efeitos colaterais da radioterapia

podem ser minimizados se houver um planejamento criterioso. Antes de tudo é

importante saber o prognóstico do paciente para um melhor planejamento bucal

antes da radioterapia. Não é recomendado muitas extrações empíricas em dentes

assintomáticos cariados em pacientes com tumores em estágio terminal ou

avançado. Os dentes a serem extraídos devem esperar um prazo de pelo menos

14 a 21 dias de cicatrização antes do início da radioterapia. No entanto esse prazo

é grande e nem sempre há tempo hábil, quando o tratamento do tumor é de

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extrema urgência. Às vezes esses pacientes são submetidos à radioterapia antes

de uma análise odontológica criteriosa e acabam desenvolvendo problemas

dentários futuros. Quando isso ocorre, o tratamento posterior torna-se mais difícil,

devido a todos os efeitos indesejáveis da radioterapia (SULAIMAN, HURYN e

ZLOTOLOW, 2003).

É de suma importância que o dentista se comunique com o radioterapeuta e

oncologista. Os dentes de prognóstico questionáveis que se encontram no campo

da irradiação devem ser extraídos antes do tratamento radioterápico. Os

elementos dentários que se encontram fora do campo não requerem um

tratamento tão radical, porém necessitam de um acompanhamento odontológico.

Após o tratamento radioterápico é recomendado um regime com a utilização de

flúor tópico, para uma maior proteção dos dentes, além disso, tanto as extrações

como outros procedimentos cirúrgicos no portal da radiação devem ser evitados

ao máximo, sempre que possível. No entanto, se for realmente necessário pode

se utilizar oxigênio hiperbárico antes das extrações, porém essa técnica não

previne o aparecimento da osteorradionecrose em todos os casos (SCHWARTZ e

BEUMER, 2004).

Um dos problemas com a oxigenação hiperbárica é o elevado custo do

equipamento, poucas câmaras existentes no Brasil (não existe em todos os

estados), baixa portabilidade desse equipamento e algumas contra-indicações

(portadores de doença pulmonar). Além disso, o tratamento com oxigênio

hiberbárico, dependendo do protocolo utilizado pode durar de 90-120 minutos, e

são necessários aproximadamente dez sessões antes do procedimento cirúrgico e

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de cinco a sete pós-cirurgia (AITASALO et al, 1998). Por essa razão seria

interessante o desenvolvimento de novas técnicas e aparelhos portáteis para o

tratamento de tais patologias. Nesse estudo o Laser comprovou ter um efeito

benéfico no osso de ratos Wistar, tanto quando utilizado previamente à

radioterapia quanto num período posterior. Além disso, o Laser de baixa potência

tem a característica de ser um instrumento portátil e de baixo custo. No entanto é

importante lembrar do aparecimento de feridas cutâneas nas pernas irradiadas, o

que mostra que ainda é necessário cautela quanto sua utilização em pacientes

irradiados.

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CONCLUSÕES

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7- CONCLUSÕES

Com base nos resultados encontrados nesse estudo, sob o protocolo

utilizado, é possível concluir que:

1- A utilização da luz Laser estimulou a atividade de remodelação óssea e

irrigação sanguínea local, nos vários tempos experimentais, embora tenha

desencadeado reações inflamatórias cutâneas nos grupos II (Laser um dia antes

da radioterapia), III (Laser no mesmo dia da radioterapia) e IV (Laser quatro

semanas após a radioterapia). Tal fato não ocorreu com o grupo controle

(somente radioterapia).

2. Radiograficamente o Laser se mostrou eficaz tanto na prevenção, quando

a primeira aplicação foi iniciada antes da radioterapia, como também no

tratamento dos efeitos secundários da radioterapia, já que foi encontrado um

aumento da quantidade de tecido ósseo nos grupos II e IV, quando comparados

ao grupo controle.

3. Histologicamente os achados corroboraram com a análise radiográfica, já

que os grupos II e IV apresentaram um aumento do número de osteócitos, dos

canais de Harvers, e da atividade osteoblástica, quando comparados ao grupo

controle. O mesmo fato não ocorreu com o grupo III, no qual somente a atividade

osteoblástica estava acentuada.

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UFPB e UFBA, 2004.

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ANEXOS

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ANEXO A

APROVAÇÃO DA PESQUISA PELO COMITÊ DE ÉTICA DA FACULDADE DE ODONTOLOGIA DA UFBA

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ANEXO B APROVAÇÃO DA PESQUISA PELO HOSPITAL SANTA IZABEL

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ANEXO C

SOLUÇÃO FIXADORA PARAFORMALDEÍDO TAMPONADO 4%

Solução Fixadora:

o Composição para 1000 ml:

Água destilada – 1000 ml

Paraformaldeído – 40 g

Fosfato de sódio monobásico – 4 g

Fosfato de sódio dibásico – 6,5 g

o Forma de preparo da solução:

Aquecer o volume total (ou não) da água

Com a água pré-aquecida, introduzir o Fosfato de

sódio monobásico;

Após a dissolução do Produto, adicionar o Fosfato de

sódio dibásico.

Quando a água já estiver próximo a ebulir (ferver),

introduzir o Paraformaldeído e dissolvê-lo bem.

Após a Solução estiver fria, completar o volume total,

se necessário, e filtrar a solução em papel filtro.

Verificar o pH que deve estar em torno de 7,0.

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ANEXO D

COLORAÇÃO DE PICROSIRIUS2

Solução de Sirius Red

Água destilada............................................................100ml

Ácido pícrico saturado

Sirius Red....................................................................0,1g

Preparo da solução:

Adicionar Ácido pícrico à água destilada até saturar. Em seguida, acrescentar 0,1g do Sirius Red sob agitação.

Solução de Light Green

Light green..................................................................0,1g

Água destilada………………………………………100ml

Técnica de coloração

1. Desparafinizar

2. Hidratar os cortes – Álcool absoluto

Álcool a 80%

Álcool a 70%

Água destilada

3. Corar em solução de Sirius Red por 30 minutos

4. Contra-corar em solução de Light Green por 05 minutos

5. Lavar rapidamente em água corrente

6. Desidratar

7. Clarificar

8. Montar no bálsamo do canadá

Resultados: Fibras colágenas em vermelho, fundo esverdeado

2 Fonte: Labotarório de Patologia (FOUFBA).