infracÇÕes fiscais

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INFRACÇÕES FISCAIS Jesuíno Alcântara Martins CURSO DIS2412

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INFRACÇÕES FISCAIS. CURSO DIS2412. Jesuíno Alcântara Martins. Âmbito de aplicação do RGIT. O Regime Geral das Infracções Tributárias (RGIT) foi aprovado pela Lei n.º 15/2001, de 5 de Junho e entrou em vigor no dia 5 de Julho de 2001 . - PowerPoint PPT Presentation

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Page 1: INFRACÇÕES FISCAIS

INFRACÇÕES FISCAIS

Jesuíno Alcântara Martins

CURSO DIS2412

Page 2: INFRACÇÕES FISCAIS

Âmbito de aplicação do RGIT

O Regime Geral das Infracções Tributárias (RGIT) foi aprovado pela Lei n.º 15/2001, de 5 de Junho e entrou em vigor no dia 5 de Julho de 2001.

Antes do RGIT existiam regimes jurídicos autónomos para as infracções fiscais e para as infracções aduaneiras.

As infracções fiscais estiveram previstas no Regime Jurídico das Infracções Fiscais Não Aduaneiras (RJIFNA), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 20-A/90, de 15 de Janeiro.

As infracções aos regimes aduaneiros estavam previstas no Regime Jurídico das Infracções Fiscais Aduaneiras (RJIFA), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 376-A/89, de 25 de Outubro.

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Page 3: INFRACÇÕES FISCAIS

Âmbito de aplicação do RGIT

As infracções aos regimes contributivos e das prestações relativas ao sistema de segurança social estavam tipificadas e previstas em diplomas avulso e autónomos.

Esta situação mantém-se, com excepção dos ilícitos de natureza criminal que fazem parte do RGIT.

Os princípios gerais aplicáveis às contra-ordenações à segurança social constam das normas insertas nos art.ºs 221.º a 246.º do Código Contributivo, aprovado pela Lei n.º 110/2009, de 16 de Setembro.

O regime do processo e procedimento das contra-ordenações à segurança social, encontra-se previsto nos artigos 247.º e 248.º do Código Contributivo e no regime processual aprovado pelo Decreto-Lei n.º 107/2009, de 14 de Setembro.

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Page 4: INFRACÇÕES FISCAIS

Âmbito de AplicaçãoRegime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

ÂMBITO DE APLICAÇÃO

INFRACÇÕES

ÀS NORMAS

REGULADORAS

• Das prestações tributárias

• Dos regimes tributários, aduaneiros e fiscais, independentemente de regulamentarem ou não prestações tributárias

• Dos benefícios fiscais e franquias aduaneiras

• Das contribuições e prestações relativas ao sistema de solidariedade e segurança social, sem prejuízo do regime das contra-ordenações que consta de legislação especial

Salvo disposição em contrário, as normas do RGIT são aplicáveis aos factos de natureza tributária puníveis por legislação de carácter especial

ART.º 1º

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Page 5: INFRACÇÕES FISCAIS

Âmbito de aplicação do RGIT

RGIT

ILÍCITO DE NATUREZA CRIMINAL

ILÍCITO DE NATUREZA CRONTRA-ORDENACIONAL

ADMINISTRAÇÃO FISCAL

ADMINISTRAÇÃO ADUANEIRA

ADMINISTRAÇÃO DA SEGURANAÇA SOCIAL

ADMINISTRAÇÃO FISCAL

ADMINISTRAÇÃO ADUANEIRA

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Page 6: INFRACÇÕES FISCAIS

Âmbito de aplicação do RGIT

O RGIT não é um diploma auto-suficiente e o legislador no seu artigo 4.º definiu o direito subsidiário aplicável. Assim, aplica-se em função da natureza da infracção fiscal o seguinte direito complementar:

• Aos crimes e seu processamento aplica-se o Código Penal (CP) e o Código de Processo Penal (CPP);

• Às contra-ordenações e seu processamento aplica-se o regime geral do ilícito de mera ordenação social, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 433/82, de 27 de Outubro (RGCO).

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Page 7: INFRACÇÕES FISCAIS

Direito subsidiário

INFRACÇÕES FISCAIS

O RGIT não é um diploma auto-suficiente e o legislador no seu artigo 4.º definiu o direito subsidiário aplicável. Assim, aplica-se em função da natureza da infracção fiscal o seguinte direito complementar:

• Aos crimes e seu processamento aplica-se o Código Penal (CP) e o Código de Processo Penal (CPP);

• Às contra-ordenações e seu processamento aplica-se o regime geral do ilícito de mera ordenação social, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 433/82, de 27 de Outubro (RGCO).

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Page 8: INFRACÇÕES FISCAIS

Conceito de Infracção FiscalRegime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

CONCEITO DE INFRACÇÃO FISCAL

Facto típico, ilícito e culposo declarado punível por lei tributária anterior

CRIMES FISCAIS CONTRA-ORDENAÇÕES

ART.º 2º

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Page 9: INFRACÇÕES FISCAIS

Conceito de Infracção Fiscal

Podemos definir infracção fiscal como o facto típico, ilícito e culposo declarado punível por lei fiscal anterior ao comportamento do contribuinte.

A infracção fiscal é um facto típico porque os seus elementos constitutivos estão legalmente identificados na lei.

A infracção fiscal é um facto ilícito porque traduz a violação de uma norma ou normas legais que impõem obrigações fiscais, de natureza declarativa ou principal.

A infracção fiscal é um facto culposo porque o contribuinte ou obrigado tributário conhece quais as suas obrigações tributárias e, nos termos da lei - artigo 6.º do Código Civil (CC) - não pode alegar que não sabe quando e em que termos deve cumprir as suas obrigações fiscais.

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Page 10: INFRACÇÕES FISCAIS

Conceito de Infracção Fiscal

A culpa imputável ao agente da infracção fiscal pode ser representada por comportamento doloso ou por uma conduta negligente.

Quanto ao último elemento do conceito de infracção fiscal, isto é, a circunstância do facto típico, ilícito e culposo ter de ser declarado punível por lei anterior significa que a ilicitude do comportamento do contribuinte é aferida em função do ordenamento jurídico vigente à data da acção ou omissão do obrigado tributário.

A punição do facto ilícito tem de estar prevista à data da prática do facto, não pode resultar de uma lei posterior, não podendo, inclusive, ser atribuída a esta efeito retroactivo.

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Page 11: INFRACÇÕES FISCAIS

Definição de CulpaRegime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

CULPA

Uma pessoa é culpada por um facto típico e ilícito que praticou se conhecia, ou tinha possibilidade de conhecer, a ilicitude do seu acto, por um lado e por outro, se tinha liberdade de se motivar segundo esse conhecimento.

A culpa está excluída quando a pessoa não conheça, nem tenha obrigação de conhecer que o acto que está a praticar é ilícito e, por outro lado, não tenha liberdade de se motivar segundo esse conhecimento

CULPA: é a censura ético-jurídica dirigida a um sujeito por não ter agido de modo diverso

Elementos do juízo de culpa são:

• A imputabilidade do agente

• A sua actuação dolosa ou negligente

• A inexistência de circunstâncias que tornam não exigível outro comportamento

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Page 12: INFRACÇÕES FISCAIS

Definição de DoloRegime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

DOLO

• Age com dolo quem, representando um facto que preenche um tipo de crime, actua com intenção de o realizar

• Age ainda com dolo quem representar a realização de um facto que preenche um tipo de crime como consequência necessária da sua conduta

• Quando a realização de um facto for representada como uma consequência possível da conduta, haverá dolo se o agente actuar conformando-se com aquela realização

DIRECTO

Necessário

EVENTUAL

• No dolo directo, o agente pratica o facto com a intenção e fim de o realizar

•No dolo necessário, o agente decide empreender certa conduta sabendo que, necessariamente e como consequência, praticará o facto punível, com o qual se conforma

• No dolo eventual, o agente decide empreender certa conduta sabendo que dela pode resultar, como

consequência, o facto punível, com o qual se conforma

ART.º 14º C. PENAL

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Page 13: INFRACÇÕES FISCAIS

Definição de NegligênciaRegime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

NEGLIGÊNCIA

Age com negligência quem, por não proceder com o cuidado a que, segundo as circunstâncias, está obrigado e de que é capaz:

* Representa como possível a realização de um facto correspondente a um tipo de crime, mas actua sem se conformar com a sua realização

* Não chega sequer a representar a possibilidade da realização do facto

Na negligência há uma omissão de um dever de cuidado ou diligência, a qual torna a conduta censurável

ART.º 15º C. PENAL

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Page 14: INFRACÇÕES FISCAIS

Crime Fiscal e Contra-ordenação

O crime é uma conduta humana, voluntária e culposa, que preenche um dos modelos ou tipos legais onde a lei inscreveu bens jurídicos considerados dignos de protecção.

Atenta a relevância das receitas tributárias, o legislador decidiu criminalizar determinados comportamentos ou condutas dos contribuintes em geral, e dos agentes económicos em particular, cujo desvalor do resultado possa colocar em causa os interesses patrimoniais do Estado.

A contra-ordenação é o facto típico, ilícito e culposo declarado punível por lei tributária anterior, cujos elementos constitutivos não preenchem um tipo legal de crime.

A contra-ordenação é, portanto, um ilícito fiscal sem natureza criminal.

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Page 15: INFRACÇÕES FISCAIS

Lugar e Momento da prática da Infracção Regime Geral das Infracções Tributárias – RGIT

LUGAR MOMENTO

• Naquele em que o agente actuou

• Naquele em que o resultado típico se tiver produzido

• Naquele em que devia ter actuado (infracção omissiva)

ART.º 5º

LUGAR E MOMENTO DA PRÁTICA DA INFRACÇÃO

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Page 16: INFRACÇÕES FISCAIS

Lugar e Momento da prática da Infracção Regime Geral das Infracções Tributárias – RGIT

INFRACÇÕES OMISSIVAS

Consideram-se praticadas no termo do prazo para o cumprimento da obrigação tributária

Quando a obrigação tributária puder ser cumprida em qualquer serviço da administração tributária ou junto de outro organismo

A Infracção tributária considera-se praticada no Serviço da área do domicílio ou da sede do agente

ART.º 5º, N.º 2

LUGAR E MOMENTO DA PRÁTICA DA INFRACÇÃO

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Page 17: INFRACÇÕES FISCAIS

Responsabilidade Penal Fiscal

A responsabilidade penal fiscal decorre da prática de infracções fiscais e pode ser imputada ao agente ou agentes da infracção ou infracções na modalidade de responsabilidade criminal ou de responsabilidade contra-ordenacional.

A responsabilidade é criminal se a infracção preencher um tipo legal de crime tributário / fiscal.

A responsabilidade é contra-ordenacional quando a infracção não tiver natureza criminal, isto é, quando estiver em causa uma contra-ordenação.

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Page 18: INFRACÇÕES FISCAIS

Responsabilidade Penal Fiscal

A responsabilidade penal visa determinar o grau de culpabilidade do agente de um delito / infracção a fim de, atentas as concretas circunstâncias da comissão do ilícito, determinar a medida da pena aplicável.

A aplicação de uma pena / sanção pressupõe sempre uma culpa concreta do autor do facto ilícito, o que implica que o agente da infracção tenha tido a consciência de que estava a violar normas jurídicas.

A imputação da responsabilidade penal exige que a prática do facto seja censurável em função do tipo de culpa – dolo ou negligência.

A responsabilidade penal visa a imputação da censura e desvalor do resultado em função do dano provocado no bem juridicamente protegido.

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Page 19: INFRACÇÕES FISCAIS

Responsabilidade Penal Fiscal

A imputação da responsabilidade penal implica a verificação das duas condições seguintes:

•Liberdade de decisão – o que implica que o agente seja responsabilizado por ter proferido a prática do facto ilícito ao controle dos seus impulsos criminais/ infracção;

•Decisão concreta – o que pressupõe que à liberdade de querer ande associada a capacidade para os valores (sociedade), uma vez que sem ela as decisões humanas não poderão ser determinadas por normas de deveres.

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Page 20: INFRACÇÕES FISCAIS

Responsabilidade das Pessoas Colectivas Regime Geral das Infracções Tributárias – RGIT

PESSOAS COLECTIVAS

São responsáveis pelas infracções previstas no RGIT quando cometidas pelos seus órgãos ou representantes

Quem agir voluntariamente como titular de um órgão, membro ou representante de uma pessoa colectiva, sociedade ainda que irregularmente constituída, ou de mera associação de facto, ou ainda em representação legal ou voluntária de outrem, é punido em função da sua responsabilidade individual

A responsabilidade da pessoa colectiva é excluída quando o agente tiver actuado contra ordens ou instruções expressas de quem de direito

A responsabilidade criminal das pessoas colectivas não exclui a responsabilidade individual dos respectivos agentes

A responsabilidade contra-ordenacional das pessoas colectivas exclui a responsabilidade individual dos respectivos agentes

ART.º 7º

ART.º 7º, n.º 1

ART.º 7º, n.º 2

ART.º 7º, n.º 4

ART.º 7º, n.º 3

ART.º 6º

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Page 21: INFRACÇÕES FISCAIS

Responsabilidade Penal Fiscal

As infracções fiscais praticadas pelas pessoas colectivas, sociedades e entidades fiscalmente equiparadas implicam uma dupla responsabilidade penal:

•A responsabilidade daquelas pessoas colectivas – prevista no n.º 1 do artigo 7.º do RGIT, e

•A responsabilidade da pessoa singular – pessoa física, visto que a punição desta está prevista no artigo 6.º do RGIT.

Esta dupla responsabilidade penal fiscal, também designada por responsabilidade cumulativa, ocorre sempre que a infracção fiscal praticada seja um tipo legal de crime tributário / fiscal - n.ºs 1 e 3 do artigo 7.º do RGIT.

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Page 22: INFRACÇÕES FISCAIS

Responsabilidade Penal Fiscal

O n.º 3 do artigo 7.º do RGIT não exclui a responsabilidade criminal individual dos respectivos agentes, sendo estes exactamente a pessoa singular que agiu voluntariamente como titular de um órgão, membro ou representante, conforme previsto no n.º 1 do artigo 6.º do RGIT.

Em sede de responsabilidade contra-ordenacional, quando for cometida alguma infracção fiscal por pessoas colectivas , só há imputação de responsabilidade nos termos do n.º 1 do artigo 7.º do RGIT, visto que, em face da norma do n.º 4 do artigo 7.º do RGIT, a responsabilidade individual do agente que tenha agido em nome de outrem é excluída, nos termos previstos no n.º 1 do artigo 6.º do RGIT.

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Page 23: INFRACÇÕES FISCAIS

Responsabilidade Penal Fiscal

EXEMPLO:

INFRACÇÃO FISCAL COMETIDA POR PESSOA COLECTIVA SOCIEDADE

CONTRA-ORDENAÇÃOCRIME TRIBUTÁRIO / FISCAL

RESPONSABILIDADE PENAL CUMULATIVA

RESPONSABILIDADE PENAL SIMPLES

RESPONSABILIDADE DA SOCIEDADE RESPONSABILIDADE

DA SOCIEDADERESPONSABILIDADE DA PESSOA SINGULAR

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Page 24: INFRACÇÕES FISCAIS

Moldura Sancionatória

A moldura sancionatória ou moldura penal consiste na medida da pena cominada na lei em abstracto para cada tipo legal de ilícito fiscal.

A moldura penal caracteriza-se por assumir a forma de uma faixa, com um valor mínimo e um valor máximo, sendo estes mais ou menos elevados consoante o tipo de ilícito e do bem jurídico especificamente tutelado, dentro da qual é determinada a medida da pena em função da culpabilidade do agente da infracção e das exigências de prevenção.

O cumprimento da pena / sanção não exonera o infractor do pagamento da prestação tributária devida e dos acréscimos legais – artigo 9.º do RGIT.

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Page 25: INFRACÇÕES FISCAIS

Penas Aplicáveis Regime Geral das Infracções Tributárias – RGIT

PENAS APLICÁVEIS

CRIMES TRIBUTÁRIOS

CONTRA-ORDENAÇÕES

PESSOA SINGULAR

PESSOA COLECTIVA

• PENA DE PRISÃO

Até 8 anos

• MULTA

De 10 a 600 dias

• MULTA

De 20 a 1920 dias

PESSOA SINGULAR

PESSOA COLECTIVA

COIMA

COIMA

SANÇÕESACESSÓRIAS

ART.º 26º e ART.º 51º

MOLDURA SANCIONATÓRIA

ART.º 12.º

MULTA e COIMA = Sanção pecuniária A coima não é convertível em prisão25

Page 26: INFRACÇÕES FISCAIS

Penas Aplicáveis Regime Geral das Infracções Tributárias – RGIT

PENAS APLICÁVEIS

CRIMES TRIBUTÁRIOS

Os limites mínimo e máximo das penas de multa previstas nos diferentes tipos legais de crimes são elevados para o dobro sempre que sejam aplicadas a uma pessoa colectiva, sociedade, ainda que irregularmente constituída, ou outra entidade fiscalmente equiparada

CONTRA-ORDENAÇÕESLimites máximos

Pessoa Singular Pessoa Colectiva

• Dolo € 82 500

• Negligência € 22 500

• Dolo € 165 000

• Negligência € 45 000

Coima

Os limites mínimo e máximo das coimas previstas nos diferentes tipos legais de contra-ordenação, são elevados para o dobro sempre que sejam aplicadas a uma pessoa colectiva, sociedade, ainda que irregularmente constituída, ou outra entidade fiscalmente equiparada

ART.º 12º e ART.º 26º

O montante mínimo da coima a pagar é de € 50, excepto em caso de redução da coima em que é de € 25 – n.º 3 do art.º 26º do RGIT

MOLDURA SANCIONATÓRIA

Art.º 12.º, n.º 3

ART.º 26.º, n.º 4 26

Page 27: INFRACÇÕES FISCAIS

Sanções AcessóriasRegime Geral das Infracções Tributárias – RGIT

CRIMES TRIBUTÁRIOS CONTRA-ORDENAÇÕES

• Interdição temporária do exercício de certas actividades ou profissões

• Privação do direito a receber subsídios ou subvenções concedidos por entidades ou serviços públicos

• Suspensão de benefícios concedidos unilateralmente pela administração tributária, franquias aduaneiras e benefícios concedidos pela administração da segurança social ou inibição de os obter

• Privação temporária de participar em feiras, mercados, leilões ou arrematações e concursos de obras públicas, de fornecimentos de bens ou serviços e de concessão, promovidos por entidades ou serviços públicos ou por instituições particulares de solidariedade social comparticipadas pelo orçamento da segurança social

• Encerramento de estabelecimento ou de depósito

• Cassação de licenças ou concessões e suspensão de autorizações

• Publicação da sentença condenatória a expensas do agente da infracção

• Dissolução da pessoa colectiva

• Perda de mercadorias, outros instrumentos do crime

Pressupostos da sua aplicação constam do Art.º 17º do RGIT

• Perda de objectos pertencentes ao agente da infracção

• Privação do direito a receber subsídios ou subvenções concedidos por entidades ou serviços públicos

• Suspensão de benefícios fiscais e franquias aduaneiras concedidos unilateralmente pela administração tributária ou inibição de os obter

• Privação temporária do direito de participar em feiras, mercados, leilões ou arrematações e concursos de obras públicas, de fornecimento de bens ou serviços e de concessão, promovidos por entidades ou serviços públicos

• Encerramento de estabelecimento ou de depósito

• Cassação de licenças ou concessões e suspensão de autorizações

• Publicação da decisão condenatória a expensas do agente da infracção

Os pressupostos da sua aplicação constam do Art.º 21º-A do Regime Geral do Ilícito de Mera Ordenação Social

DL 433/82, de 27 de OutubroART.º 16º e ART:º 28º

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Page 28: INFRACÇÕES FISCAIS

Determinação da Medida da COIMA Regime Geral das Infracções Tributárias – RGIT

A COIMA DEVE SER GRADUADA EM FUNÇÃO DOS ELEMENTOS SEGUINTES:

• Da gravidade do facto

• Da culpa do agente

• Da sua situação económica

• E, sempre que possível, a coima deve exceder o benefício económico que o agente retirou da prática da infracção

GRADUAÇÃO DA COIMA

Se a contra-ordenação consistir na omissão da prática de um acto devido, a COIMA deverá ser graduada em função do tempo decorrido desde a data em que o facto devia ter sido praticado

ART.º 27º

MOLDURA SANCIONATÓRIA

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Page 29: INFRACÇÕES FISCAIS

Determinação da Medida da COIMA Regime Geral das Infracções Tributárias – RGIT

A GRADUAÇÃO DA COIMA – ART.º 27º E ART.º 76º DO RGIT

GRADUAÇÃO

DA

COIMA

ELEMENTOS OBJECTIVOS

E

SUBJECTIVOS

RELEVANTES

Gravidade do facto

Grau de culpa do agente

Situação económica do agente

Benefício económico obtido

Tempo decorrido desde a prática da infracção

Carácter acidental ou reiterado da conduta

Efectivo prejuízo da Fazenda Pública

Outras circunstâncias relevantes que possam influir no grau de culpa do agente

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Page 30: INFRACÇÕES FISCAIS

COMPETÊNCIA PARA A FIXAÇÃODAS COIMAS

É ESTABELECIDA

PELORGIT

CHEFE DOSERVIÇO DE FINANÇAS

Competência própria ouDelegada

DIRECTOR DEFINANÇASCompetência

própriaART.º 52º

SANÇÕES ACESSÓRIAS

al.b) do Art.º 52º

Regime Geral das Infracções Tributárias - RGITCompetências para aplicação das Coimas

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Page 31: INFRACÇÕES FISCAIS

Regime Geral das Infracções Tributárias - RGITCompetências para aplicação das Coimas

Competências das autoridades Tributárias

Art.º 52º do RGIT + Art.º 33º do RGCO

CONTRA-ORDENAÇÃO FISCAL

Chefe do Serviço de Finanças da área onde a infracção teve lugar

Director de Finanças da área onde a infracção teve lugar

Tipos legais:

Art.ºs 114º e 116º a 126º - Imposto < € 25 000

Contra-ordenações Autónomas

Tipos legais:

• Art.ºs 114º, 118º, 119º - imposto > € 25000

Art.º 113º, 115º ,127º ,128º e 129º31

Page 32: INFRACÇÕES FISCAIS

Responsabilidade Civil

As normas do art.º 8.º do RGIT prevêem uma forma de responsabilidade civil subsidiária dos administradores, gerentes e outras pessoas que exerçam, ainda que somente de facto, funções de administração em pessoas colectivas, sociedades, ainda que irregularmente constituídas, e outras entidades legalmente equiparadas.

A responsabilidade Civil resulta do facto culposo que lhes é imputável de terem gerado :

a) uma situação de insuficiência patrimonial da empresa, causadora do não pagamento da multa ou da coima, ou

b) de não terem procedido ao pagamento quando a sociedade ou pessoa colectiva foi notificada para esse efeito.

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Page 33: INFRACÇÕES FISCAIS

Responsabilidade Civil

A efectivação da responsabilidade subsidiária ocorre por reversão do processo de execução fiscal e pode verificar-se logo que o credor tributário se aperceber que o património da pessoa colectiva, sociedade, é insuficiente para realizar o pagamento da coima.

A reversão da coima contra os responsáveis subsidiários não exige a prévia excussão do património do devedor originário, mas a execução do património do responsável subsidiário só pode ocorrer após a excussão (esgotamento) do património do devedor directo.

Esta responsabilidade subsidiária é extensível aos técnicos oficiais de contas, mesmo que estes não exerçam funções de administração ou gerência nas pessoas colectivas e sociedades.

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Page 34: INFRACÇÕES FISCAIS

Responsabilidade Civil pelas Multas e Coimas Regime Geral das Infracções Tributárias – RGIT

Responsáveis Civil

Os administradores, gerentes e outras pessoas que exerçam, ainda que somente de facto, funções de administração em pessoas colectivas, sociedades, ainda que irregularmente constituídas, e outras entidades fiscalmente equiparadas

Pelas multas ou coimas aplicadas a infracções praticadas no período do exercício do seu cargo ou por factos anteriores quando tiver sido por culpa sua que o património da sociedade ou pessoa colectiva se tornou insuficiente para o seu pagamento

Pelas multas ou coimas devidas por factos anteriores quando a decisão definitiva que as aplicar for notificada durante o período do exercício do seu cargo e lhes seja imputável a falta de pagamento

Esta responsabilidade civil efectiva-se pela reversão do processo de execução fiscal (Responsabilidade subsidiária)

ART.º 8º

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Page 35: INFRACÇÕES FISCAIS

Responsabilidade Civil pelas Multas e Coimas Regime Geral das Infracções Tributárias – RGIT

Responsabilidade Civil – Art.º 8º

Esta responsabilidade é solidária se forem várias as pessoas a praticar os actos ou omissões culposos de que resulte a insuficiência do património das entidades em causa

As pessoas a quem se achem subordinados aqueles que, por conta delas, cometerem infracções fiscais são solidariamente responsáveis pelo pagamento das multas ou coimas àqueles aplicadas, salvo se tiverem tomado as providências necessárias para os fazer observar a lei

Quem colaborar dolosamente na prática de infracção tributáriaé solidariamente responsável pelas multas e coimas aplicadas pela prática da infracção, independentemente da sua responsabilidade pela infracção, quando for o caso

Sendo várias as pessoas, a responsabilidade é solidária

As pessoas referidas no n.º 1, bem como os técnicos oficiais de contas, são ainda subsidiariamente responsáveis, e solidariamente entre si, pelas coimas devidas pela falta ou atraso de quaisquer declarações, quando não comuniquem, até 30 dias após o termo do prazo de entrega da declaração, à Direcção-Geral dos Impostos as razões que impediram o cumprimento atempado da obrigação e o atraso ou a falta de entrega não lhes seja imputável a qualquer título.

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Page 36: INFRACÇÕES FISCAIS

Responsabilidade Civil

A comunicação do n.º 3 do art.º 8.º do RGIT deve ser feita ao Director de Finanças com jurisdição na área em que a pessoa colectiva, sociedade, tiver o seu domicílio fiscal/sede, através de carta registada com aviso de recepção.

O TOC não deve deixar de efectuar esta comunicação prevista no n.º 3 do art.º 8.º do RGIT.

Em caso de reversão do processo de execução fiscal, esta comunicação pode ser de uma importância fulcral para afastar qualquer grau de culpa na insuficiência do património do devedor originário que lhe possa vir a ser imputável , designadamente, pode vir a ser um elemento de prova essencial e determinante no âmbito da oposição judicial que tenham de deduzir para invocar a ilegitimidade da sua citação e provar que a dívida não lhe pode ser exigida.

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Page 37: INFRACÇÕES FISCAIS

Tipos Legais de CrimeRegime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

TIPOS LEGAIS DE CRIME

CRIMES TRIBUTÁRIOS COMUNS CRIMES FISCAIS

- Burla tributária- Frustração de créditos- Associação criminosa- Desobediência qualificada- Violação de Segredo

- Fraude- Fraude qualificada- Abuso de confiança

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Page 38: INFRACÇÕES FISCAIS

Tipologia dos Crimes Fiscais : Tipos Legais

• Crime de burla tributária – artigo 87.º do RGIT

Este tipo legal de crime ocorre quando alguém através de falsas declarações, falsificação ou viciação de documento fiscalmente relevante ou outros meios fraudulentos, determinar a Administração Tributária a efectuar atribuições patrimoniais das quais resulte enriquecimento do agente ou de terceiro.

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Page 39: INFRACÇÕES FISCAIS

Tipologia dos Crimes Fiscais : Tipos Legais

• Crime de frustração de créditos – artigo 88.º do RGIT

Este tipo legal de crime ocorre quando alguém, sabendo que tem de entregar tributo já liquidado ou em processo de liquidação, alienar, danificar ou ocultar, fizer desaparecer ou onerar o seu património com intenção de, por essa forma, frustrar total ou parcialmente o crédito tributário.Pratica ainda este crime quem outorgar em actos ou contratos que importem a transferência ou oneração de património com a intenção de alienar, fazer desaparecer ou onerar, sabendo que o tributo já está liquidado ou em processo de liquidação.

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Page 40: INFRACÇÕES FISCAIS

Tipologia dos Crimes Fiscais : Tipos Legais

• Crime de associação criminosa – artigo 89.º do RGIT

Este tipo legal de crime ocorre quando alguém promover ou fundar grupo, organização ou associação cuja finalidade ou actividade seja dirigida à prática de crimes tributários, Será também praticado por quem apoiar tais grupos, organizações ou associações, nomeadamente fornecendo armas, munições ou fornecer outros instrumentos para a prática do crime, designadamente armazenar, guardar ou disponibilizar locais para as reuniões ou qualquer auxílio para que se recrutem novos elementos para a actividade criminosa. Será ainda autor do crime quem chefiar, dirigir ou fizer parte dos referidos grupos, organizações ou associações.

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Page 41: INFRACÇÕES FISCAIS

Tipologia dos Crimes Fiscais : Tipos Legais

• Crime de desobediência qualificada – 90.º do RGIT

Este tipo legal de crime ocorre quando alguém que tem o dever de obediência a ordem ou mandado legítimo regularmente comunicado e emanado do Director-Geral da Autoridade Tributária e Aduaneira, ou seus substitutos legais, ou de autoridade judicial com competência em matéria de derrogação do sigilo bancário, não fornecer os documentos ou a informação bancária que lhe tiver sido solicitada.

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Page 42: INFRACÇÕES FISCAIS

Tipologia dos Crimes Fiscais : Tipos Legais

• Crime de violação de segredo – 91.º do RGIT

Este tipo legal de crime ocorre quando alguém, sem justa causa e sem consentimento de quem de direito, dolosamente revelar ou se aproveitar do conhecimento do segredo fiscal de que tenha conhecimento no exercício das suas funções ou por causa delas.Pratica ainda este crime o funcionário que revele segredo de que teve conhecimento ou que lhe foi confiado no exercício das suas funções ou por causa delas ou que, sem estar devidamente autorizado, revele segredo de que teve conhecimento ou que lhe foi confiado no exercício das suas funções ou por causa delas com a intenção de obter para si ou para outrem um benefício ilegítimo ou de causar prejuízo ao interesse público.

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Page 43: INFRACÇÕES FISCAIS

Tipologia dos Crimes Fiscais : Tipos Legais

• Crime de Fraude – artigo 103.º do RGIT

Este tipo legal de crime ocorre quando um pessoa, singular ou colectiva, desenvolver condutas ilegítimas que visem a não liquidação, entrega ou pagamento da prestação tributária ou a obtenção indevida de benefícios fiscais, reembolsos ou outras vantagens patrimoniais susceptíveis de causarem diminuição das receitas tributárias.

A fraude fiscal pode ser cometida através das condutas seguintes:a) Ocultação ou alteração de factos ou valores que devam constar dos livros de contabilidade ou escrituração, ou das declarações apresentadas ou prestadas a fim de que a Administração Tributária especificamente fiscalize, determine, avalie ou controle a matéria colectável; b) Ocultação de factos ou valores não declarados e que devam ser revelados à Administração Tributária; c) Celebração de negócio simulado, quer quanto ao valor, quer quanto à natureza, quer por interposição, omissão ou substituição de pessoas.

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Page 44: INFRACÇÕES FISCAIS

Tipologia dos Crimes Fiscais : Tipos Legais

• Crime de Fraude qualificada – artigo 104.º do RGIT

É necessária a acumulação de pelos menos duas das alíneas infra descritas:

a) O agente se tiver conluiado com terceiros que estejam sujeitos a obrigações acessórias para efeitos de fiscalização tributária; b) O agente for funcionário público e tiver abusado gravemente das suas funções; c) O agente se tiver socorrido do auxílio do funcionário público com grave abuso das suas funções; d) O agente falsificar ou viciar, ocultar, destruir, inutilizar ou recusar entregar, exibir ou apresentar livros, programas ou ficheiros informáticos e quaisquer outros documentos ou elementos probatórios exigidos pela lei tributária; e) O agente usar os livros ou quaisquer outros elementos referidos no número anterior sabendo-os falsificados ou viciados por terceiro; f) Tiver sido utilizada a interposição de pessoas singulares ou colectivas residentes fora do território português e aí submetidas a um regime fiscal claramente mais favorável; g) O agente se tiver conluiado com terceiros com os quais esteja em situação de relações especiais.

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Page 45: INFRACÇÕES FISCAIS

Tipologia dos Crimes Fiscais : Tipos Legais

• Crime de abuso de confiança – artigo 105.º do RGIT

Este tipo legal de crime ocorre quando o obrigado tributário não entregar nos cofres da Administração Tributária, directamente ou através da rede de cobrança legalmente instituída, total ou parcialmente, prestação tributária de valor superior a € 7 500, deduzida nos termos da lei e que estava legalmente obrigado a entregar.O valor de € 7 500 é aferido em relação a cada declaração fiscal, seja esta de periodicidade mensal, trimestral ou anual. Quando o valor de imposto não entregue nos cofres do Estado, por cada declaração, for de valor superior a € 50 000, o crime de abuso de confiança fiscal será qualificado.

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Page 46: INFRACÇÕES FISCAIS

Tipologia dos Crimes Fiscais : Tipos Legais

• Crime de abuso de confiança – artigo 105.º do RGIT

A punibilidade dos factos como crime de abuso de confiança exige ainda a verificação das circunstâncias seguintes:

a) Ter decorrido mais de 90 dias sobre o termo do prazo legal de entrega da prestação tributária;

b) A prestação ter sido comunicada à Administração Tributária através da correspondente declaração e não ser paga, acrescida dos juros respectivos e do valor da coima aplicável, no prazo de 30 dias a contar da notificação realizada pela AT para o efeito.

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Page 47: INFRACÇÕES FISCAIS

Tipos Legais de Contra-ordenaçãoRegime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

TIPOS LEGAIS DE CONTRA-ORDENAÇÃO

- Recusa de entrega, exibição ou apresentação de escrita e de documentos fiscalmente relevantes- Falta de entrega da prestação tributária- Violação de segredo fiscal- Falta ou atraso de declarações- Falta ou atraso na apresentação ou exibição de documentos ou de declarações- Falsificação, viciação e alteração de documentos fiscalmente relevantes- Omissões e inexactidões nas declarações ou em outros documentos fiscalmente relevantes- Omissões ou inexactidões nos pedidos de informação vinculativa- Inexistência de contabilidade ou de livros fiscalmente relevantes - Não organização da contabilidade de harmonia com as regras de normalização contabilística e atrasos na sua execução

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Tipos Legais de Contra-ordenaçãoRegime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

TIPOS LEGAIS DE CONTRA-ORDENAÇÃO

- Falta de apresentação, antes da respectiva utilização, dos livros de escrituração - Violação do dever de emitir recibos ou facturas- Falta de designação de representantes- Pagamento indevido de rendimentos- Pagamento ou colocação à disposição de rendimentos ou ganhos conferidos ou associados a valo mobiliários- Inexistência de prova da apresentação da declaração de aquisição e alienação de acções e outros valores mobiliários ou da intervenção de entidades relevantes -Transferência para o estrangeiro de rendimentos sujeitos a tributação- Impressão de documentos por tipografias não autorizadas- Falsidade Informática e software certificado- Violação da obrigação de possuir e movimentar contas bancárias

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Page 49: INFRACÇÕES FISCAIS

Tipologia das Contra-Ordenações Fiscais: Tipos Legais

• Recusa de entrega, exibição ou apresentação de escrita e de documentos fiscalmente relevantes – artigo 113.º do RGIT

Este tipo legal de contra-ordenação pode ocorrer quando um contribuinte ou outro obrigado tributário for interpelado ou instado por um funcionário da AT a disponibilizar documentos fiscalmente relevantes para o apuramento da sua situação tributária ou fiscalização das suas obrigações fiscais e dolosamente aquele se recusar a entregar, a exibir ou apresentar a escrita, a contabilidade ou outros documentos.

São documentos fiscalmente relevantes os livros, demais documentos e respectivas versões electrónicas, indispensáveis ao apuramento e fiscalização da situação tributária do contribuinte.

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Page 50: INFRACÇÕES FISCAIS

Tipologia das Contra-Ordenações Fiscais: Tipos Legais

• Falta de entrega da prestação tributária – artigo 114.º do RGIT

Este tipo legal de contra-ordenação pode ocorrer quando o contribuinte ou outro obrigado tributário não entregar, total ou parcialmente, pelo período até 90 dias, ou por período superior, desde que os factos não constituam crime de abuso de confiança, ao credor tributário a prestação tributária deduzida nos termos da lei.

Considera-se ainda que há falta de entrega da prestação tributária quando se verifique alguma das seguintes situações:

a) A falta de liquidação, liquidação inferior à devida ou liquidação indevida de imposto em factura ou documento equivalente, a falta de entrega, total ou parcial, ao credor tributário do imposto devido que tenha sido liquidado ou que devesse ter sido liquidado em factura ou documento equivalente, ou a sua menção, dedução ou rectificação sem observância dos termos legais; (…)

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Page 51: INFRACÇÕES FISCAIS

Tipologia das Contra-Ordenações Fiscais: Tipos Legais

Exemplos:Pessoa singular:

Imposto em falta = € 100 000 Determinação do valor da coima mínima – € 100.000 x 15% = € 15 000Coima a pagar = € 15 000

Imposto em falta = € 300 000 Determinação do valor da coima mínima – € 100 000x 15% = € 45 000Coima a pagar = € 22 500

Pessoa colectiva:Imposto em falta = € 100 000 Determinação do valor da coima mínima – € 100 000 x 30% = € 30 000Coima a pagar = € 30 000

Imposto em falta = € 300 000 Determinação do valor da coima mínima – € 300 000 x 30% = € 90 000Coima a pagar = € 45 000

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Page 52: INFRACÇÕES FISCAIS

Tipologia das Contra-Ordenações Fiscais: Tipos Legais

• Violação de segredo fiscal – artigo 115.º do RGIT

Este tipo legal de contra-ordenação pode ocorrer quando, por comportamento negligente alguém revelar ou aproveitar segredo fiscal de que tenha conhecimento no exercício das respectivas funções ou por causa delas.

Esta contra-ordenação considera-se praticada se os factos típicos resultarem de acção negligente. Se os factos forem praticados com dolo estar-se-á perante o crime tributário previsto no artigo 91.º do RGIT e não em face da contra-ordenação do artigo 115.º do RGIT.

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Page 53: INFRACÇÕES FISCAIS

Tipologia das Contra-Ordenações Fiscais: Tipos Legais

• Falta ou atraso de declarações – artigo 116.º do RGIT

Este tipo legal de contra-ordenação fiscal pode ocorrer quando o contribuinte não entregar, ou entregar fora do prazo legal, a declaração que para efeitos fiscais deva ser apresentada a fim de que a Administração Tributária especificamente determine, avalie ou comprove a matéria colectável do sujeito passivo da relação jurídica tributária.

As declarações com maior relevância fiscal e cuja não entrega preenche este tipo de contra-ordenação são as seguintes:

• Declaração de rendimentos modelo 3 do IRS, prevista no artigo 57.º do CIRS e que o contribuinte deve entregar nos prazos previstos no artigo 60.º do CIRS;

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Page 54: INFRACÇÕES FISCAIS

Tipologia das Contra-Ordenações Fiscais: Tipos Legais

• Falta ou atraso de declarações – artigo 116.º do RGIT

As declarações com maior relevância fiscal e cuja não entrega preenche este tipo de contra-ordenação são as seguintes:

• Declaração periódica de rendimentos modelo 22 do IRC, prevista na alínea b) do n.º 1 do artigo 117.º do CIRC e que o contribuinte deve entregar nos termos e prazos previstos no artigo 120.º do CIRC;

• Declaração periódica do IVA, prevista na alínea c) do n.º 1 do artigo 29.º e no artigo 41.º do CIVA, quando no período de tributação em causa não houver lugar à entrega de imposto nos cofres do Estado.

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Page 55: INFRACÇÕES FISCAIS

Tipologia das Contra-Ordenações Fiscais: Tipos Legais

Exemplo:

Pessoa SingularFalta de entrega da declaração modelo 3 do IRS – art.º 116.º do RGIT Coima mínima = € 150

Pessoa ColectivaFalta de entrega da declaração modelo 22 do IRC – art.º 116.º do RGIT Coima mínima = € 300

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Page 56: INFRACÇÕES FISCAIS

Tipologia das Contra-Ordenações Fiscais: Tipos Legais

• Falta ou atraso na apresentação ou exibição de documentos ou de declarações –artigo 117.º do RGIT

Este tipo legal de contra-ordenação pode ocorrer quando se verificar:

• A falta ou atraso na apresentação ou a não exibição, imediata ou no prazo que a lei ou a Administração Tributária fixarem, de declarações ou documentos para registos e inscrições ou actualizações;

• A falta ou atraso na apresentação de declarações ou documentos comprovativos dos factos, valores ou situações constantes das declarações, documentos de transporte ou outros que legalmente os possam substituir, comunicações, guias, registos, ainda que magnéticos, ou outros documentos;

• A não prestação de informações ou esclarecimentos que autonomamente devam ser legal ou administrativamente prestados à Administração Tributária; (…)

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Page 57: INFRACÇÕES FISCAIS

Tipologia das Contra-Ordenações Fiscais: Tipos Legais

Exemplo:

Pessoa singularDeclaração de início de actividade – nº 2 do art.º 117.º do RGITCoima mínima = € 300

Pessoa colectivaDeclaração de início de actividade – nº 2 do art.º 117.º do RGITCoima mínima = € 600

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Page 58: INFRACÇÕES FISCAIS

Tipologia das Contra-Ordenações Fiscais: Tipos Legais

• Falsificação, viciação e alteração de documentos fiscalmente relevantes – artigo 118.º do RGIT

Este tipo legal de contra-ordenação ocorre quando alguém, dolosamente falsificar, viciar, ocultar, destruir ou danificar elementos fiscalmente relevantes ou utilizar, alterar ou viciar programas, dados ou suportes informáticos, necessários ao apuramento e fiscalização da sua situação tributária, com o objectivo de obter vantagens patrimoniais susceptíveis de causarem diminuição das receitas tributárias.

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Page 59: INFRACÇÕES FISCAIS

Tipologia das Contra-Ordenações Fiscais: Tipos Legais

• Omissões e inexactidões nas declarações ou em outros documentos fiscalmente relevantes – artigo 119.º do RGIT

Este tipo legal de contra-ordenação pode ocorrer quando se verificar:

• Omissões ou inexactidões relativas à situação tributária praticadas nas declarações, bem como nos documentos comprovativos dos factos, valores ou situações delas constantes, incluindo as praticadas nos livros de contabilidade e escrituração, nos documentos de transporte ou outros que legalmente os possam substituir ou noutros documentos fiscalmente relevantes que devam ser mantidos, apresentados ou exibidos;

• Inexactidões ou omissões praticadas nas declarações ou fichas para inscrição ou actualização de elementos do número fiscal de contribuinte das pessoas singulares.

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Tipologia das Contra-Ordenações Fiscais: Tipos Legais

• Omissões ou inexactidões nos pedidos de informação vinculativa – artigo 119.º-A do RGIT

• Este tipo legal de contra-ordenação ocorre quando se verificarem omissões ou inexactidões relativas aos actos, factos ou documentos relevantes para a apreciação de pedidos de informação vinculativa, requeridas, com carácter de urgência, nos termos do artigo 68.º da Lei Geral Tributária.

Se o contribuinte, pessoa singular ou pessoa colectiva, requerer, nos termos do artigo 68.º da LGT, à Administração Tributária a prestação de informação vinculativa, com carácter de urgência, e a AT no âmbito do procedimento conducente à prestação da informação verificar que existem omissões ou inexactidões na actuação do requerente, iniciará a instauração de procedimento contra-ordenacional.

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Page 61: INFRACÇÕES FISCAIS

Tipologia das Contra-Ordenações Fiscais: Tipos Legais

• Inexistência de contabilidade ou de livros fiscalmente relevantes – artigo 120.º do RGIT

Esta contra-ordenação pode ocorrer quando a Administração Tributária verificar que:

• O contribuinte que, nos termos da lei fiscal, estiver obrigado a ter determinados elementos de escrita para efeitos de apuramento, fiscalização ou controlo da sua situação tributária, não os possui;

• A inexistência de elementos do modelo de exportação de ficheiros, obrigatórios por força da lei, bem como de livros, registos e documentos com eles relacionados, qualquer que seja a respectiva natureza.

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Page 62: INFRACÇÕES FISCAIS

Tipologia das Contra-Ordenações Fiscais: Tipos Legais

• Não organização da contabilidade de harmonia com as regras de normalização contabilística e atrasos na sua execução – artigo 121.º do RGIT

Este tipo legal de contra-ordenação ocorre quando:

• O contribuinte não tiver os seus elementos de escrita ou a contabilidade organizada de harmonia com as regras de natureza contabilística aplicáveis, ou

• Existir atraso na execução da contabilidade, na escrituração de livros ou na elaboração de outros elementos de escrita, ou de registos, por período superior ao previsto na lei fiscal.

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Page 63: INFRACÇÕES FISCAIS

Tipologia das Contra-Ordenações Fiscais: Tipos Legais

• Falta de apresentação, antes da respectiva utilização, dos livros de escrituração – artigo 122.º do RGIT

Este tipo legal de contra-ordenação ocorre quando se verificar a falta de apresentação, no prazo legal e antes da respectiva utilização, de livros, registos ou outros documentos relacionados com a contabilidade ou exigidos na lei.

Este tipo de contra-ordenação terá caído em desuso em resultado da simplificação e alterações que se registaram nesta matéria, as quais produziram alterações na lei quanto ao tipo de livros a usar e quanto aos formalismos a observar.

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Page 64: INFRACÇÕES FISCAIS

Tipologia das Contra-Ordenações Fiscais: Tipos Legais

• Violação do dever de emitir ou exigir recibos ou facturas – artigo 123.º do RGIT

Este tipo legal de contra-ordenação ocorre quando: • O contribuinte que exerça uma actividade económica não

proceda à passagem de recibos ou facturas ou realize a sua emissão fora dos prazos legais, nos casos em que a lei o exija, designadamente nos termos previstos na alínea b) do n.º 1 do artigo 29.º do CIVA;

• Não for exigida, nos termos da lei, a passagem ou emissão de facturas ou recibos, ou a sua não conservação pelo período de tempo previsto na lei.

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Page 65: INFRACÇÕES FISCAIS

Tipologia das Contra-Ordenações Fiscais: Tipos Legais

• Falta de designação de representantes – artigo 124.º do RGIT

Este tipo legal de contra-ordenação ocorre quando se verificar:• A falta de designação de uma pessoa com residência, sede ou

direcção efectiva em território nacional para representar, perante a Administração Tributária, as entidades não residentes neste território, bem como as que, embora residentes, se ausentem do território nacional por período superior a seis meses, no que respeita a obrigações emergentes da relação jurídico tributária,

• Na designação de representante exista omissão expressa da aceitação;

• O representante fiscal do não residente, quando pessoa diferente do gestor de bens ou direitos, não obtiver ou não apresentar à Administração Tributária a identificação do gestor de bens ou direitos, sempre que solicitado para o efeito.

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Page 66: INFRACÇÕES FISCAIS

Tipologia das Contra-Ordenações Fiscais: Tipos Legais

• Pagamento indevido de rendimentos – artigo 125.º do RGIT

Este tipo legal de contra-ordenação ocorre quando se verificar:

• O pagamento ou colocação à disposição dos respectivos titulares de rendimentos sujeitos a imposto, com cobrança mediante o sistema de retenção na fonte, sem que aqueles façam a comprovação do seu número fiscal de contribuinte;

• A falta de retenção na fonte relativa a rendimentos sujeitos a esta obrigação, quando se verifiquem os pressupostos legais para a sua dispensa total ou parcial mas sem que, no prazo legalmente previsto, tenha sido apresentada a respectiva prova.

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Page 67: INFRACÇÕES FISCAIS

Tipologia das Contra-Ordenações Fiscais: Tipos Legais

• Pagamento ou colocação à disposição de rendimentos ou ganhos conferidos por ou associados a valor mobiliários – artigo 125.º-A do RGIT

Este tipo legal de contra-ordenação ocorre quando se verificar o pagamento ou colocação à disposição de rendimentos ou ganhos conferidos ou associados a valores mobiliários, quando a aquisição destes tenha sido realizada sem a intervenção das entidades referidas nos artigos 123.º e 124.º do CIRS, e previamente não tenha sido feita prova perante as entidades que intervenham no respectivo pagamento ou colocação à disposição da apresentação da declaração a que se refere o artigo 138.º do CIRS.

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Page 68: INFRACÇÕES FISCAIS

Tipologia das Contra-Ordenações Fiscais: Tipos Legais

• Inexistência de prova da apresentação da declaração de aquisição e alienação de acções e outros valores mobiliários ou da intervenção de entidades relevantes - artigo 125.º-B do RGIT

Este tipo legal de contra-ordenação ocorre quando se verificar a inexistência de prova, de que foi apresentada a declaração a que se refere o artigo 138.º do CIRS, perante as entidades referidas no n.º 3 daquele artigo, ou que a aquisição das acções ou valores mobiliários foi realizada com a intervenção das entidades referidas nos artigos 123.º e 124.º do CIRS.

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Page 69: INFRACÇÕES FISCAIS

Tipologia das Contra-Ordenações Fiscais: Tipos Legais

• Transferência para o estrangeiro de rendimentos sujeitos a tributação – artigo 126.º do RGIT

Este tipo de contra-ordenação ocorre quando se verificar a transferência para o estrangeiro de rendimentos sujeitos a imposto, obtidos em território português por entidades não residentes, sem que se mostre pago ou assegurado o imposto que for devido.

Estar-se-á perante esta contra-ordenação quando não forem observadas, nas situações aplicáveis, as regras previstas no artigo 94.º do CIRC e no artigo 71.º do CIRS.

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Page 70: INFRACÇÕES FISCAIS

Tipologia das Contra-Ordenações Fiscais: Tipos Legais

• Impressão de documentos por tipografias não autorizadas – artigo 127.º do RGITEste tipo de contra-ordenação ocorre quando se verificar:

a)A impressão de documentos fiscalmente relevantes por pessoas ou entidades não autorizadas para o efeito, sempre que a lei o exija;

b)O fornecimento de documentos fiscalmente relevantes por pessoas ou entidades autorizadas sem observância das formalidades legais.

Esta contra-ordenação será praticada caso os contribuintes não observarem os requisitos legais impostos pelos normativos dos artigos 8.º, 9.º e 10.º do Regime de Bens em Circulação, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 147/2003, de 11 de Julho.

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Page 71: INFRACÇÕES FISCAIS

Tipologia das Contra-Ordenações Fiscais: Tipos Legais

• Falsidade informática e software certificado – artigo 128.º do RGIT

Este tipo legal de contra-ordenação ocorre quando se verificar:

• Que alguém criou, cedeu ou transaccionou programas informáticos, concebidos com o objectivo de impedir ou alterar o apuramento da situação tributária do contribuinte;

• A aquisição ou utilização de programas ou equipamentos informáticos de facturação, que não estejam certificados nos termos do n.º 9 do artigo 123.º do Código do IRC, designadamente quando não for observada a regulamentação prevista na Portaria n.º 363/2010, de 23 de Junho.

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Page 72: INFRACÇÕES FISCAIS

Tipologia das Contra-Ordenações Fiscais: Tipos Legais

• Violação da obrigação de possuir e movimentar contas bancárias – artigo 129.º do RGIT

Este tipo legal de contra-ordenação ocorre quando se verificar a falta de conta bancária ou a falta de realização de movimentos pela conta bancária nos casos legalmente previstos ou, ainda, a realização de pagamento através de meios diferentes dos legalmente previstos.

Esta contra-ordenação é praticada quando os contribuintes não observarem os normativos previstos no art.º 63.º-C da LGT.

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Page 73: INFRACÇÕES FISCAIS

Processo Penal Tributário

O processo penal tributário é o processo que tem por finalidade a investigação dos ilícitos fiscais de natureza criminal. A primeira fase do processo penal tributário denomina-se inquérito, cuja direcção cabe ao Ministério Público, assistido por órgãos de polícia criminal.

O processo penal tributário tem por fim o exercício da acção penal o qual, nos termos do n.º 1 do artigo 219.º da CRP, pertence em exclusivo ao Ministério Público, a quem compete colaborar com o tribunal na descoberta da verdade e na realização do direito.

O inquérito compreende o conjunto de diligências que visam investigar a existência de um crime, determinar os seus agentes e a responsabilidade deles e descobrir e recolher provas no sentido de decidir a dedução de acusação contra as pessoas indiciadas pela prática do crime ou, em alternativa, decidir pelo arquivamento do inquérito.

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Page 74: INFRACÇÕES FISCAIS

Auto de NotíciaRegime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

AUTO DE NOTÍCIA

- Descrição dos factos constitutivos do ilícito fiscal (infracção)

- Indicação dos normas legais violadas

- Indicação das normas punitivas

- Qualificação jurídica dos factos (Enquadramento num tipo legal)

Em função da qualificação dos factos

INSTAURAÇÃO: INQUÉRITO CRIMINAL

Ilícitos de natureza criminal

ART.º 57º e ART.º 59º e Art.º 243.º CPP

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Page 75: INFRACÇÕES FISCAIS

Instauração do InquéritoRegime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

INSTAURAÇÃO DOINQUÉRITO

COMPETÊNCIAORGÂNICA E TERRITORIAL

É definida pelo RGIT

O Director de Finanças da área em que a infracção foi praticada

O Director da Direcção de Serviços de Inspecção Tributária – DSIT – (Actual UGC)

Tem por limite a área de jurisdição territorial de cada Direcção de Finanças

Tem jurisdição emtodo o território NacionalCadastro Específico deContribuintes

ART.º 41º

O Director da Direcção de Serviços de Investigação da Fraude e de Acções Especiais

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Page 76: INFRACÇÕES FISCAIS

Objecto do InquéritoRegime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

PROCESSO DE INQUÉRITO

O inquérito compreende o conjunto de diligências que visam investigar a existência de um crime, determinar os seus agentes e a responsabilidade deles e descobrir e recolher as provas, em ordem à decisão sobre a acusação

A direcção do inquérito cabe ao Ministério Público assistido pelos órgãos de polícia criminal

Qualquer órgão de polícia criminal ou agente da administração tributária pratica, em caso de urgência ou de perigo de demora, os actos cautelares necessários e urgentes para assegurar os meios de prova – art. 37º do RGIT e art. 249º do CPP

Se durante o inquérito tiverem sido recolhidos indícios suficientes de se ter verificado crime e de quem foi o seu agente, o Ministério Público deduz acusação contra aquele

ART.ºs 35º, 40º e 42º

ARTº 262º a ART.º 285º do CPP

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Page 77: INFRACÇÕES FISCAIS

Modelo de Investigação CriminalRegime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

Modelo de investigação criminal

Por imperativo constitucional (Art.º 219.º da CRP) o exercício da acção penal é exclusivo do Ministério Público

Os órgãos da Administração Fiscal têm competência delegada pelo Ministério Público

- Director de Finanças- Director da DSIT (Actual UGC)- Director da DSIFAE

Funcionam como órgãos dePolícia criminal - OPC

Todas as entidades e agentes policiais a quem caiba levar a cabo quaisquer actos ordenados por uma autoridade judiciária

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Page 78: INFRACÇÕES FISCAIS

Exercício da Acção PenalRegime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

Exercício da Acção Penal

MINISTÉRIO PÚBLICODCIAP

DIAPProcurador da República

Restantes Comarcas

Exemplo: Loures, Oeiras, Mafra, etc.

Delega nos órgãos de Polícia Criminal

CRIMESFISCAIS

Órgãos da Administração Fiscal

Polícia Judiciária

ART.º 219º da CRP

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Page 79: INFRACÇÕES FISCAIS

Competências - InquéritoRegime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

CRIME TRIBUTÁRIO / FISCAL

Competência para oINQUÉRITO

Os órgãos da Administração Fiscal

POLÍCIA JUDICIÁRIA

A notícia do crime é sempre transmitida ao órgão da administração tributária com competência delegada para o inquérito

Tem competência para os crimes que revelem grande complexidade, transnacionais e de valor superior a€ 500.000 – Lei n.º49/2008, de 27.08

ART.º 40º , N.º 2

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Page 80: INFRACÇÕES FISCAIS

Processo Penal TributárioRegime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

PROCESSO PENAL TRIBUTÁRIO - INQUÉRITO- Auto de Notícia- Participação- Denúncia

INQUÉRITOCOMPETÊNCIA

- Director de Finanças- Director da DSIT (Actual UGC)- Director da DSIFAE

Investigação criminal CONCLUSÃOPrazo de 8 meses

ENCERRAMENTOParecer Fundamentado/Proposta

Excepto se for apresentado processo fiscal gracioso ou contencioso

ART.º 41º ART.º 42º

Constituição de Arguido

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Page 81: INFRACÇÕES FISCAIS

Processo Penal TributárioRegime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

Processo Penal Tributário - INQUÉRITO

DIRECÇÃO DE FINANÇAS

ENCERRAMENTO - PARECER

MINISTÉRIO PÚBLICO

ACUSA NOVOS ACTOS DEINQUÉRITO ARQUIVA

Fase da Investigação Criminal

Envio do Inquérito ao MP

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Page 82: INFRACÇÕES FISCAIS

Processo Penal TributárioRegime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

PROCESSO PENAL TRIBUTÁRIO - INQUÉRITO

MINISTÉRIO PÚBLICO

ACUSA ARQUIVA

Abertura de Instrução

Fase Facultativa

- Arguido- Assistente

Decisão Instrutória

PRONÚNCIA NÃO PRONÚNCIA

JULGAMENTO ARQUIVAMENTO82

Page 83: INFRACÇÕES FISCAIS

A Dispensa e Atenuação Especial da Pena

No RGIT está consagrado o instituto da dispensa e da atenuação especial da pena, mecanismo que apresenta aspectos muito positivos para o agente de um crime fiscal de reduzida gravidade.

Se estiver em curso um processo penal por crime de fraude fiscal simples ou de abuso de confiança fiscal, caso o contribuinte até à dedução da acusação proceda à reposição da verdade fiscal – Pagamento do Imposto e acréscimos legais – pode ser dispensada a pena.

Quando o processo penal se encontrar em fase de julgamento, a pena não poderá ser dispensada, no entanto, mediante a verificação dos mesmos pressupostos legais, pode ser especialmente atenuada.

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Page 84: INFRACÇÕES FISCAIS

Processo Penal TributárioRegime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

PROCESSO PENAL TRIBUTÁRIO - INQUÉRITO

DISPENSA E ATENUAÇÃO ESPECIAL DA PENA

Se o agente do crimerepuser a verdade sobre a situação tributária

O crime punível com pena de prisão igual ou inferior a 3 anos

- Pagamento dos impostose demais acréscimos legais

- A ilicitude do facto e a culpa do agente não forem muito graves;- À dispensa da pena se não opuserem razões de prevenção

Visa-se essencialmente a racionalização económica da criminalização dos ilícitos de natureza fiscal

ART.ºs 22º, 44º e 45º

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Page 85: INFRACÇÕES FISCAIS

Dispensa e atenuação especial da penaRegime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

Se o agente da infracção repuser a verdade sobre a situação tributária e o crime for punível com pena de prisão igual ou inferior a três anos a pena poderá ser dispensada

Reposição da verdade fiscal consiste na efectivação do pagamento dos impostos e demais acréscimos legais

REQUISITOS:

• A ilicitude do facto e a culpa do agente não forem muito graves

• A prestação tributária e demais acréscimos legais tiverem sido pagos, ou tiverem sido restituídos os benefícios injustificadamente obtidos

• À dispensa da pena não se opuserem razões de prevençãoSe a pena já não puder ser dispensada, isto acontece se o processo já estiver em fase de julgamento; a pena será especialmente atenuada se o agente repuser a verdade fiscal e pagar a prestação tributária e demais acréscimos legais até à decisão final ou no prazo nela fixado

- O Ministério Público, ouvida a administração tributária ou da segurança social e com a concordância do juiz de instrução, pode decidir-se pelo arquivamento do processo se se verificarem os pressupostos da dispensa da pena

- Se a acusação tiver sido já deduzida, o juiz de instrução, enquanto esta decorrer, pode, com a concordância do Ministério Público e do arguido, ouvida a administração tributária ou da segurança social, decidir-se pelo arquivamento do processo, se se verificarem os pressupostos da dispensa da pena

ART.º 22º

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Page 86: INFRACÇÕES FISCAIS

A prescrição do procedimento criminal

O art.º 21.º do RGIT estabelece que o procedimento criminal prescreve no prazo de cinco anos a contar da prática do facto tipo e ilícito.

A Administração Tributária tem cinco anos para detectar a infracção e agir criminalmente contra os respectivos agentes, podendo mesmo o prazo ser reduzido a quatro anos se a infracção depender da liquidação do tributo – n.º 3 do artigo 21.º do RGIT.

O n.º 4 do art.º 21.ºdo RGIT permite a aplicação dos art.ºs 120.º e 121.º do Código Penal, os quais determinam, respectivamente, a suspensão e a interrupção do prazo de prescrição do procedimento criminal.

86

Page 87: INFRACÇÕES FISCAIS

Prescrição do Procedimento CriminalRegime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

O procedimento criminal por crime tributário extingue-se, por efeito da prescrição, logo que sobre a prática da infracção tenham decorrido cinco anos

Este prazo só se aplica se o direito ao exercício da liquidação do imposto tiver caducado. Caso contrário, aplicar-se-á sempre o prazo previsto no n.º 1 e n.º 2 do Art.º 21 do RGIT

Quando o limite máximo da pena de prisão prevista no tipo legal de crime tributário for igual ou superior a cinco anos, aplicam-se os prazos de prescrição previstos no Art.º 118º do Código Penal

O prazo de prescrição interrompe-se e suspende-se nos termos previstos no Código Penal, mas a suspensão da prescrição do procedimento verifica-se em caso de suspensão do processo penal por efeito de : Reclamação Graciosa, Impugnação Judicial , Oposição Judicial

O prazo de prescrição do procedimento criminal é reduzido ao prazo de caducidade do direito à liquidação da prestação tributária quando a infracção depender daquela liquidação.

ART.º 21.º

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Page 88: INFRACÇÕES FISCAIS

Mecanismo do Direito à Redução da Coima

O mecanismo do direito à redução da coima consubstancia uma garantia dos contribuintes, que se traduz no direito de pagar uma coima mínima.

Este direito existe sempre que o contribuinte, não obstante não ter cumprido atempadamente a obrigação tributária a que estava adstrito, toma a iniciativa de regularizar a situação tributária, entregando a declaração fiscal ou a prestação tributária em falta.

O art.º 29.º do RGIT consagra três situações de direito à redução da coima, cuja diferenciação está directamente correlacionada com o tempo decorrido entre o momento da prática da infracção e a data da regularização da situação tributária.

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Page 89: INFRACÇÕES FISCAIS

Mecanismo do Direito à Redução da Coima

O mecanismo do direito à redução da coima só pode funcionar caso se verifiquem as condições seguintes:

a) Não pode ter sido instaurado processo de contra-ordenação referente à infracção em causa;b) Não pode ser sido levantado auto de notícia, recebida participação ou denúncia, e;c)Não pode ter sido iniciado procedimento de inspecção tributária.

Estas condições são comuns às alíneas a), b) e c) do n.º 1 do artigo 29.º do RGIT, com excepção do início do procedimento de inspecção tributária que constitui o motivo de activação do mecanismo no caso da al. c) do n.º 1 do artigo 29.º do RGIT.

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Page 90: INFRACÇÕES FISCAIS

Mecanismo do Direito à Redução da CoimaRegime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

MECANISMO DO DIREITO À REDUÇÃO DA COIMA

Pedido de pagamento até 30 dias a contar da prática da infracção

Pedido de pagamento após 30 dias a contar da prática da infracção

Pedido de pagamento após início do procedimento de inspecção tributária e até ao seu termo

COIMAAPAGAR

Não existe Fixaçãodacoima

INICIATIVA DO CONTRIBUINTE

COIMA A PAGAR DE VALOR IGUAL A 12,5% DO MONTANTE MÍNIMO LEGAL

COIMA A PAGAR DE VALOR IGUAL A 25% DO MONTANTE MÍNIMO LEGAL

COIMA A PAGAR DE VALOR IGUAL A 75% DO MONTANTE MÍNIMO LEGAL

ART.ºs 29º,30º e 31º90

Page 91: INFRACÇÕES FISCAIS

MECANISMO DO DIREITO À REDUÇÃO DA COIMA

INICIATIVA DO CONTRIBUINTE

REQUISITOS

• Pagamento nos 15 dias posteriores ao da entrada nos Serviços do pedido de redução

• Pagamento nos 15 dias posteriores à notificação da coima pela entidade competente

• Regularização da situação tributária do infractor

Entende-se por regularização da situação tributária o cumprimento das obrigações tributárias que deram origem à infracção

Vale como pedido de redução a

entrega da prestaçãotributária ou do documento ou

declaraçãoem falta

Mecanismo do Direito à Redução da CoimaRegime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

ART.º 30º

91

Page 92: INFRACÇÕES FISCAIS

Mecanismo do Direito à Redução da CoimaRegime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

MECANISMO DO DIREITO À REDUÇÃO DA COIMA

INICIATIVA DO CONTRIBUINTE

Se o pagamento das coimas com redução não for efectuado ao mesmo tempo que a entrega da prestação tributária ou do documento ou declaração em falta, o contribuinte é notificado para efectuar no prazo de 15 dias, sob pena de ser levantado auto de notícia e instaurado processo contra-ordenacional

Sempre que a coima variar em função da prestação tributária, é considerado montante mínimo, para efeitos das alíneas a) e b) do n.º 1 do art.º 29º do RGIT

10 % da prestação devida

20 % da prestação devida

PESSOA SINGULAR

PESSOA COLECTIVA

ART.º 31º

92

Page 93: INFRACÇÕES FISCAIS

Mecanismo do Direito à Redução da Coima

Exemplo: Falta de entrega da Declaração periódica de Rendimentos – Mod.-22-IRC

Tipo legal de contra-ordenação – Artigo 116.º do RGITMínimo legal = € 300 (n.º 1 do Art.º 116.º e n.º 4 do Art.º 26.º do RGIT)€ 300 x 12,5% = € 37,50 (coima a pagar) - € 300 x 25% = € 75 (coima a pagar) -

Exemplo: Falta de entrega da Declaração de Rendimentos – Mod.-3-IRS

Tipo legal de contra-ordenação – Artigo 116.º do RGITMínimo legal = € 150€ 150 x 12,5% = € 18,75 (Por força do n.º 3 do Art.º 26.º do RGIT tem de pagar € 25) - € 150 x 25% = € 37,50 (coima a pagar) -

al. a) do n.º 1 do art. 29.º

al. a) do n.º 1 do art. 29.º

al. b) do n.º 1 do art. 29.º

al. b) do n.º 1 do art. 29.º

93

Page 94: INFRACÇÕES FISCAIS

Mecanismo do Direito à Redução da Coima

Exemplo: Falta de entrega da Declaração de início, de alteração ou cessação de actividade

Pessoa SingularTipo legal de contra-ordenação – Artigo 117.º, n.º 2 do RGITMínimo legal = € 300€ 300 x 12,5% = € 37,50 (coima a pagar) -€ 300 x 25% = € 75 (coima a pagar) -

Pessoa Colectiva, SociedadeTipo legal de contra-ordenação – Artigo 117.º, n.º 2 do RGITMínimo legal = € 600 (n.º 2 do Art.º 117.º e n.º 4 do Art.º 26.º do RGIT)€ 600 x 12,5% = € 75 (coima a pagar) - € 600 x 25% = € 150 (coima a pagar) -

al. a) do n.º 1 do art. 29.º

al. a) do n.º 1 do art. 29.º

al. b) do n.º 1 do art. 29.º

al. b) do n.º 1 do art. 29.º

94

Page 95: INFRACÇÕES FISCAIS

Mecanismo do Direito à Redução da Coima

Exemplo: IR retido na fonte, IVA, IS – no valor de € 2 000

Tipo legal de contra-ordenação – Artigo 114.º, n.º 2 do RGIT

Pessoa SingularMínimo legal = € 2 000 x 10% (Art.º 31.º do RGIT)= € 200€ 200 x 12,5% = € 25 (coima a pagar) - € 200 x 25% = € 50 (coima a pagar) -

Pessoa Colectiva, SociedadeMínimo legal = € 2 000 x 20% (Art.º 31.º do RGIT)= € 400€ 400 x 12,5% = € 50 (coima a pagar) -€ 400 x 25% = € 100 (coima a pagar) -

al. a) do n.º 1 do art. 29.º

al. a) do n.º 1 do art. 29.º

al. b) do n.º 1 do art. 29.º

al. b) do n.º 1 do art. 29.º

95

Page 96: INFRACÇÕES FISCAIS

Mecanismo do Direito à Redução da Coima

Quando a situação for para enquadrar na alínea c) do n.º 1 do artigo 29.º do RGIT o valor da coima a pagar é apurado da seguinte forma:

- Montante mínimo legal x 75% = valor da coima a pagar.

Exemplo: Falta de entrega da Declaração periódica de Rendimentos – Mod.-22-IRC

Tipo legal de contra-ordenação – Artigo 116.º do RGITMínimo legal = € 300 (n.º 1 do Art.º 116.º e n.º 4 do Art.º 26.º do RGIT)€ 300 x 75% = € 225,00 Coima a pagar = € 225,00

Exemplo: Falta de entrega da Declaração de Rendimentos – Mod.-3-IRS

Tipo legal de contra-ordenação – Artigo 116.º do RGITMínimo legal = € 150€ 150 x 75% = € 112,50Coima a pagar = € 112,50

96

Page 97: INFRACÇÕES FISCAIS

Mecanismo do Direito à Redução da Coima

Exemplo: Falta de entrega da Declaração de início, de alteração ou cessação de actividade

Pessoa SingularTipo legal de contra-ordenação – Artigo 117.º, n.º 2 do RGITMínimo legal = € 300€ 300 x 75% = € 225Coima a pagar = € 225

Pessoa Colectiva, SociedadeTipo legal de contra-ordenação – Artigo 117.º, n.º 2 do RGITMínimo legal = € 600 (n.º 2 do Art.º 117.º e n.º 4 do Art.º 26.º do RGIT)€ 600 x 75% = € 450Coima a pagar = € 450

al. c) do n.º 1 do art.º 29.º

al. c) do n.º 1 do art.º 29.º

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Page 98: INFRACÇÕES FISCAIS

Mecanismo do Direito à Redução da Coima

Exemplo: IR retido na fonte, IVA, IS – no valor de € 2 000

Tipo legal de contra-ordenação – Artigo 114.º, n.º 2 do RGIT

Pessoa SingularMínimo legal = € 2 000 x 15% (Art.º 114.º, n.º 2 do RGIT) = € 300€ 300 x 75% = € 225Coima a pagar = € 225

Pessoa Colectiva, SociedadeMínimo legal = € 2 000 x 30% (Art.º 114.º, n.º 2 do RGIT) = € 600€ 600 x 75% = € 450 Coima a pagar = € 450

al. c) do n.º 1 do art.º 29.º

al. c) do n.º 1 do art.º 29.º

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Page 99: INFRACÇÕES FISCAIS

Mecanismo do Direito à Redução da Coima

O direito à redução da coima depende da exclusiva iniciativa do contribuinte infractor nos casos das alíneas a) e b) e da sua vontade em requerer a aplicação do mecanismo nas situações integráveis na alínea c) do n.º 1 do artigo 29.º do RGIT.

Não é suficiente solicitar a redução da coima, nos termos analisados, é também necessário observar os requisitos previstos no artigo 30.º do RGIT.

Sempre que o contribuinte não proceder ao pagamento da coima reduzida no prazo previsto no artigo 30.º do RGIT, - 15 dias a contar da notificação - o contribuinte perde o direito à redução e é imediatamente instaurado o processo de contra-ordenação.

99

Page 100: INFRACÇÕES FISCAIS

Processo de Contra-Ordenação Fiscal

O processo de contra-ordenação tem por objecto o processamento das infracções que não tenham natureza criminal.

O processo de contra-ordenação compreende uma fase administrativa e uma fase judicial.

Nas contra-ordenações fiscais, o processo de contra-ordenação é instaurado no serviço tributário da área onde tiver sido cometida a infracção, isto é, no Serviço de Finanças da área do domicílio fiscal do infractor ou da área onde tiver sido detectada a infracção.

A finalidade do processo de contra-ordenação é a aplicação de coimas e, eventualmente, sanções acessórias .

100

Page 101: INFRACÇÕES FISCAIS

Processo de Contra-Ordenação Fiscal

O processo de contra-ordenação tem única e exclusivamente por fim a aplicação de coimas e das sanções acessórias e o respectivo cumprimento .

Em circunstância alguma existe liquidação de imposto no processo de contra-ordenação.

A investigação e instrução no processo de contra-ordenação são dirigidas pelo Chefe do Serviço de Finanças onde tenha sido instaurado o respectivo procedimento contra-ordenacional.

O processo de contra-ordenação pode ser instaurado com base em um dos documentos indicados no artigo 56º do RGIT – Em regra é o auto de notícia.

101

Page 102: INFRACÇÕES FISCAIS

Objecto do Processo de Contra-ordenaçãoRegime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

OBJECTO DO PROCESSO DE

CONTRA-ORDENAÇÃO

AS INFRACÇÕES TRIBUTÁRIAS SEM NATUREZA CRIMINAL ART.º 51º

VISA:

A APLICAÇÃO DE COIMAS SANÇÕES ACESSÓRIAS – Art.º 28º RGIT e Art.º 21º-A do RGCO

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Page 103: INFRACÇÕES FISCAIS

Classificação das Contra-ordenaçõesRegime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

CONTRA-ORDENAÇÃO ILÍCITO DE NATUREZANÃO CRIMINAL(Administrativa)

CONTRA-ORDENAÇÃO SIMPLES

CONTRA-ORDENAÇÃO GRAVE

Facto típico, ilícito e culposo punível por lei tributária anterior

Definição de Infracção Fiscal

As puníveis com coima cujo limite máximo não exceda € 5 750

As puníveis com coima cujo limite máximo seja superior a € 5 750

ART.º 23º

103

Page 104: INFRACÇÕES FISCAIS

Auto de NotíciaRegime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

AUTO DE NOTÍCIA

- Descrição dos factos constitutivos do ilícito fiscal (infracção)

- Indicação dos normas legais violadas

- Indicação das normas punitivas

- Qualificação jurídica dos factos (Enquadramento num tipo legal)

Em função da qualificação

dos factos

INSTAURAÇÃO: PROCESSO DE CONTRA-ORDENAÇÃO

Ilícitos sem naturezacriminal

Ilícitos de natureza contra-ordenacional

ART.º 57º e ART.º 59º

104

Page 105: INFRACÇÕES FISCAIS

Qualificação – Infracção FiscalRegime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

INFRACÇÃO FISCAL

Qualificação

CONTRA-ORDENAÇÃO

PROCESSO DECONTRA-ORDENAÇÃO Competência para instauração

SERVIÇO DE FINANÇAS

Com competência territorial na área da prática da infracção

FASE ADMINISTRATIVA

ART.º 67º

105

Page 106: INFRACÇÕES FISCAIS

Instauração – Processo Contra-ordenaçãoRegime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

PROCESSO DE CONTRA-ORDENAÇÃO

INSTAURAÇÃO Quando haja suspeita de prática de contra-ordenação tributária ou de outra natureza para a qual sejam competentes as autoridades tributárias – art.º 54º do RGIT

Base do Processo

• Auto de Notícia levantado por funcionário competente

• Participação de entidade oficial

• Denúncia feita por qualquer pessoa

• Declaração do contribuinte (ou obrigado tributário) a pedir a regularização da situação tributária

No Serviço Tributário da área onde tiver sido cometida a contra-ordenação – art.º 67º do RGIT

ART.º 56º

106

Page 107: INFRACÇÕES FISCAIS

Processo Contra-ordenaçãoRegime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

SERVIÇO DE FINANÇAS

- Auto de Notícia- Participação- Denúncia- Declaração Fiscal

INSTAURAÇÃO

NOTIFICAÇÃO DO INFRACTOR

PROCESSO DECONTRA-ORDENAÇÃO

Suspenso para liquidação do imposto

APRESENTAÇÃO DE DEFESA PAGAMENTO

ANTECIPADO

PAGAMENTOVOLUNTÁRIO

NOTIFICAÇÃO

Carta Registada c/AR

ART.º 70º

ART.º 55º

107

Page 108: INFRACÇÕES FISCAIS

Atitudes do ArguidoRegime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

ATITUDES/REACÇÕES DO ARGUIDO

ARGUIDO

=

INFRACTOR

ATITUDES

=

REACÇÕES

• Apresentação de Defesa

• Pagamento antecipado

• Indiferença

ART.ºs 71º, 75º

108

Page 109: INFRACÇÕES FISCAIS

Processo de Contra-ordenaçãoRegime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

NOTIFICAÇÃO DO INFRACTOR

Apresenta Defesa

Não há lugar a aplicação de coima

ARQUIVO DO PROCESSO

Há lugar a aplicação de

Coima

DECISÃO DE APLICAÇÃO DA COIMA

SançõesAcessórias

NOTIFICAÇÃODADECISÃO

ART.º 77º ART.º 79º, nº 2109

Page 110: INFRACÇÕES FISCAIS

Processo de Contra-ordenaçãoRegime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

DEFESA DO ARGUIDO - ART.º 70º E ART.º 71º do RGIT

APRESENTAÇÃO DE DEFESA PELO

ARGUIDO

ESCRITA

OU

VERBAL

ELEMENTOS PROBATÓRIOS

• DOCUMENTOS

• TESTEMUNHAS

• EXAMES

• PERÍCIAS

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Page 111: INFRACÇÕES FISCAIS

Processo de Contra-ordenaçãoRegime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

NOTIFICAÇÃO DO INFRACTORPARA DEFESA

PEDIDO DE PAGAMENTOANTECIPADO

No prazopara a defesa10 dias

Paga uma COIMA de valor igual ao mínimo legal

AGUARDA QUE POSSA REALIZAR O PAGAMENTO

VOLUNTÁRIO

PRAZOAté à DECISÃO

Paga uma COIMA no valor de 75% da coima

fixada

ART.º 70º

ART.º 75º

ART.º 78º

111

Page 112: INFRACÇÕES FISCAIS

Processo de Contra-ordenaçãoRegime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

CONTRA-ORDENAÇÃO SIMPLES OU GRAVE – ART.º 75º DO RGIT

Pagamento Antecipado

em

Processo de Contra

Ordenação(Não Afasta

Sanção Acessória)

PRAZO

10 DIAS

PRAZO DE DEFESA

BENEFÍCIOS:

COIMA = MÍNIMO LEGAL COMINADO NO TIPO LEGAL DE

CONTRA ORDENAÇÃO

Custas Processuais:

Reduzidas a metade

Requisitos:

Pagamento no prazo legal

( 10 dias )

Regularização da situação

tributária

112

Page 113: INFRACÇÕES FISCAIS

Dispensa e Atenuação Especial da CoimaRegime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

Pode não ser aplicada coima caso se verifiquem cumulativamente as circunstâncias seguintes:

• A prática da infracção não ocasionar prejuízo efectivo à receita tributária

• Estar regularizada a situação tributária

• A falta revelar um diminuto grau de culpa

A decisão sobre a dispensa ou atenuação da Coima tem de ser tomada pela entidade competente para aplicar a coima.

A coima pode ser especialmente atenuada no caso de o infractor reconhecer a sua responsabilidade e regularizar a situação tributária até à decisão do processo

Quando houver lugar à atenuação especial da punição por contra-ordenação, os limites máximo e mínimo da coima são reduzidos para metade – Art.º 18.º n.º 3 do RGCO – DL 433/82, de 27.10

ART.º 32º

113

Page 114: INFRACÇÕES FISCAIS

Dispensa e Atenuação Especial da Coima

A dispensa e atenuação especial da coima só é aplicada em situações muito especiais, visto que a intenção do legislador foi introduzir no sistema penal tributário um mecanismo que, permita não aplicar qualquer coima ou então atenuá-la especialmente.

O chefe do Serviço de Finanças e o Director de Finanças são as entidades competentes para aplicar a dispensa e a atenuação da coima.

A dispensa da coima só pode ocorrer quando estejam verificados todos os pressupostos previstos nas alíneas do n.º 1 do art.º 32.º do RGIT.

Quando a infracção implicar a falta de entrega da prestação tributária nos cofres do Estado, existe prejuízo para a receita tributária provocado pelo retardamento na disponibilidade dos dinheiros públicos – a coima só pode ser atenuada.

114

Page 115: INFRACÇÕES FISCAIS

Processo de Contra-ordenaçãoRegime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

DECISÃO DE APLICAÇÃO DA COIMA – ART.º 79º DO RGIT

DECISÃO DE

FIXAÇÃO DA COIMA

REQUISITOS LEGAIS – ART.º

79.º n.º 1

NOTIFICAÇÃO DA DECISÃO

Art.º 70º n.º 2 e Art.º 79º n.º 2

CARTA REGISTADA C/AVISO DE

RECEPÇÃO

INFORMAÇÃO COMPLEMENTAR

ART.º 79º n.º 2

FOTOCÓPIA DA DECISÃO

• PAGAMENTO

• RECURSO JUDICIAL

• COBRANÇA COERCIVA

115

Page 116: INFRACÇÕES FISCAIS

Processo de Contra-ordenaçãoRegime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

PROCESSO DE CONTRA- ORDENAÇÃO

DECISÃO DE APLICAÇÃO DA COIMA

NOTIFICAÇÃODA

DECISÃO

PRAZO DE20 DIAS

Pagamentoda coima

EXTINÇÃO DOPROCESSO

RECURSOJUDICIAL

Não pagamentoda Coima

Cobrança Coerciva

116

Page 117: INFRACÇÕES FISCAIS

Processo de Contra-ordenaçãoRegime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

CONTRA-ORDENAÇÃO SIMPLES OU GRAVE – ART.º 78º DO RGIT

Pagamento Voluntário

em

Processo de Contra

Ordenação

(Não Afasta Sanção

Acessória)

PRAZO

ATÉ À

DECISÃO

BENEFÍCIOS:

REDUÇÃO A 75% DA COIMA FIXADA

Limite mínimo a pagar

= Limite legal da coima cominada

no tipo legal

Custas Processuais:

Pela totalidade

Requisitos:

Pagamento no prazo legal

( 15 dias )

Regularização

da situação tributária

117

Page 118: INFRACÇÕES FISCAIS

Pagamento em PrestaçõesRegime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

Pagamento da Coima

A coima terá de ser paga no prazo de 20 dias a contar da notificação feita, nos termos do n.º 2 do art.º 79º do RGIT, não podendo ser acrescida de quaisquer adicionais, excepto as custas processuais

A autoridade administrativa ou o tribunal poderá autorizar o pagamento da coima em prestações, em prazo que não exceda um ano, sempre que a situação económica do arguido o justifique

O pagamento em prestações poderá ir até dois anos, não podendo a última prestação ultrapassar aquele limite a contar da definitividade ou do trânsito em julgado da decisão e implicando a falta de pagamento de uma prestação o vencimento de todas as outras – Art.º 88º do RGCO – DL 433/82, de 27.10

118

Page 119: INFRACÇÕES FISCAIS

Cobrança Coerciva da CoimaRegime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

COBRANÇA COERCIVA DA COIMA

• Quando o arguido não pagar a coima no prazo de pagamento voluntário – 20 dias

• Quando não apresentar recurso contra a decisão de fixação da coima

A cobrança coerciva das coimas aplicadas em processo de contra-ordenação tributário é realizada em processo de execução fiscal – Art.º 65º do RGIT

Para se realizar a cobrança coerciva das coimas é extraída uma certidão de dívida para efeitos de instauração do processo de execução fiscal – Art.º 148º e Art.º 150º do CPPT. O processo de contra-ordenação é arquivado.

ART.º 65

119

Page 120: INFRACÇÕES FISCAIS

As Nulidades no Processo de Contra-Ordenação

As nulidades são desvios de forma e de acção processual em relação ao formalismo prescrito na lei e a que esta faça corresponder uma invalidação mais ou menos extensa de actos processuais.

As nulidades podem consistir na prática de um acto que a lei não admite, porque o proíbe expressamente, ou na omissão de um acto prescrito na lei, por exemplo, a notificação para audição e defesa do arguido.

As nulidades podem ser relativas ou absolutas. As nulidades absolutas previstas no artigo 63.º do RGIT têm por efeito a anulação dos termos subsequentes do processo que dependam absolutamente dos actos inquinados.

120

Page 121: INFRACÇÕES FISCAIS

NulidadesRegime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

NULIDADES NO PROCESSO DE CONTRA-ORDENAÇÃO

ART.º 63º do RGIT

• O levantamento do auto de notícia por funcionário sem competência

• A falta de assinatura do autuante e de menção de algum elemento essencial da infracção

• A falta de notificação do despacho para audição e apresentação de defesa

• A falta dos requisitos legais da decisão de aplicação das coimas, incluindo a notificação do arguido

As nulidades mencionadas são de conhecimento oficioso e podem ser arguidas até a decisão se tornar definitiva

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Page 122: INFRACÇÕES FISCAIS

A Fase Judicial do Processo de Contra-Ordenação

O processo de contra-ordenação alcança a fase judicial se o arguido interpuser recurso da decisão de aplicação da coima e/ou da sanção acessória.

A fase judicial do processo de contra-ordenação é uma fase facultativa que apenas existirá se o arguido interpuser recurso judicial da decisão de aplicação da coima, nos termos previstos no art.º 80.º do RGIT .

O processo apenas subirá ao tribunal tributário se a autoridade que aplicou a coima e, eventualmente, a sanção acessória, não revogar a decisão.

Se a decisão for revogada, nos termos do n.º 3 do art.º 80.º do RGIT, o processo não é remetido ao tribunal tributário.

122

Page 123: INFRACÇÕES FISCAIS

Processo de Contra-ordenaçãoRegime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

PROCESSO DE CONTRA-ORDENAÇÃO

Decisão deFixação da

Coima NOTIFICAÇÃODA DECISÃO

RECURSOJUDICIAL

DIRIGIDO AO JUIZDO TRIBUNAL

ADMINISTRATIVO E FISCAL

Entregue no Serviçode Finanças onde esteja

pendente o CO

Até ao enviodos autos a

tribunal

A ENTIDADE QUE APLICOUA COIMA PODE REVOGAR

A DECISÃO123

Page 124: INFRACÇÕES FISCAIS

Fase Judicial do Processo de Contra-Ordenação - RECURSO JUDICIALRegime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

RECURSO JUDICIAL

Dirigido ao Juiz do Tribunal Administrativo e Fiscal

Territorialmente competente

A entidade que aplicou a Coima pode revogar a decisão até à remessa dos

Autos a Tribunal

Entregue no Serviço de Finanças

Ministério Público Introduz os autos em

Juízo

ACUSAÇÃO

Representante da Fazenda Pública:

•Apresenta prova complementar

• Arrola testemunhas

• Indica outros elementos que repute relevantes

ART.º 80º

ART.º 62º RGCO

ART.º 81º124

Page 125: INFRACÇÕES FISCAIS

RECURSO JUDICIAL

JUIZ

Remessa dos autos a tribunal

Ministério Público Introduz os autos em

Juízo

ACUSAÇÃO

Decide por Despacho

Opta por produção de prova

Tribunal

DECISÃO JUDICIAL

SENTENÇA

RECURSO DA DECISÃO

Tribunal Central Administrativo ou

para o STA (quando matéria de direito)

ART.º 83º

ART.º 64º RGCO

Fase Judicial do Processo de Contra-Ordenação - RECURSO JUDICIALRegime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

125

Page 126: INFRACÇÕES FISCAIS

A Prescrição do Procedimento Contra-Ordenacional

O procedimento por contra-ordenação extingue-se, por efeito da prescrição, logo que sobre a prática da infracção sejam decorridos cincos anos. O prazo de prescrição tem início no momento em que a infracção se considera consumada.

A instauração de procedimento tributário ou de processo judicial, em que se discuta a situação tributária do contribuinte, determina a suspensão do prazo de prescrição do procedimento contra-ordenacional.

A prescrição do procedimento por contra-ordenação fiscal também se suspende e interrompe nos termos dos preceitos do art.ºs 27.º-A e do artigo 28.º do RGCO.

A prescrição do procedimento contra-ordenacional tem por efeito a impossibilidade do autor do ilícito fiscal poder ser sancionado, pois, já não lhe poderá ser aplicada qualquer coima.

INFRACÇÕES FISCAIS

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Prescrição do Procedimento e da CoimaRegime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

PRESCRIÇÃO DO PROCEDIMENTO

O procedimento por contra-ordenação extingue-se, por efeito da prescrição, logo que sobre a prática da infracção tenham decorrido cinco anos

O prazo de prescrição do procedimento contra-ordenacional é reduzido ao prazo de caducidade do direito à liquidação da prestação tributária quando a infracção depender daquela liquidação.

Este prazo só se aplica se o direito ao exercício da liquidação do imposto tiver caducado. Caso contrário, aplicar-se-á sempre o prazo previsto no n.º 1 do Art.º 33 do RGIT

PRESCRIÇÃO DA COIMAAs sanções por contra-ordenação tributária prescrevem no prazo de cinco anos a contar da data da sua aplicação, sem prejuízo das causas de interrupção e de suspensão previstas na lei geral - RGCO

O prazo de prescrição interrompe-se e suspende-se nos termos estabelecidos na lei geral – Art. 27.º-A e Art.º 28º do RGCO – mas a suspensão da prescrição verifica-se também por efeito da suspensão do processo em razão de: Reclamação Graciosa, Impugnação Judicial; Oposição Judicial

A prescrição do procedimento tem sempre lugar quando, desde o seu início e ressalvado o tempo de suspensão, tiver decorrido o prazo da prescrição acrescido de metade

ART.º 34º

ART.º 33.º

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Extinção do procedimento por Contra-ordenação e da CoimaRegime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

Extinção do procedimento por contra-ordenação

O procedimento por contra-ordenação extingue-se nos seguintes casos:

• Morte do arguido

• Prescrição ou amnistia, se a coima ainda não tiver sido paga

• Pagamento voluntário da coima no decurso do processo de contra-ordenação tributária

• Acusação recebida em procedimento criminal

Extinção da Coima

A obrigação de pagamento da coima e de cumprimento das sanções acessórias extingue-se com a morte do infractor

ART.º 61º

ART.º 62128

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Revisão das Coimas

As decisões finais proferidas em processo de contra-ordenação são susceptíveis de revisão.

A revisão da decisão da autoridade administrativa é da competência do tribunal tributário de 1.ª instância e a revisão das decisões deste cabem ao Tribunal Central Administrativo.

Quando a coima tiver sido aplicada pelo tribunal, a revisão cabe à instância judicial imediatamente superior, excepto se a decisão tiver sido tomada pelo Supremo Tribunal Administrativo – n.º 2 do art.º 85.º do RGIT.

A revisão tem por base a descoberta de novos factos ou meios de prova, quando os novos factos ou meios de prova, só por si ou combinados com os que foram apreciados no processo, suscitem graves dúvidas sobre a justiça da condenação.

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Infracções Fiscais

FIM

MUITO OBRIGADO

PELA

VOSSA ATENÇÃO

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