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Informativo do Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fiocruz PÁG. 6 janeiro 2014 12 PÁG. 22 PÁG. 3 Instaurada Câmara Técnica de Cooperação Internacional Os participantes da Câmara Técnica de Cooperação Internacional, que tem o Cris/Fiocruz como centro coordenador. Foto Gutemberg Britto/IOC Pesquisadora comenta desafios no campo de RH em saúde e faz balanço de fórum global Fundação apresenta proposta de cooperação Sul-Sul no Fórum Brasil-África Fiocruz e IHMT/Portugal: uma cooperação com futuro PÁG. 2 ESPECIAL

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CRIS INFORMA | 1

Informativo do Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fiocruz

PÁG. 6

janeiro2014

Nº12

PÁG. 22PÁG. 3

Instaurada Câmara Técnicade Cooperação Internacional

Os participantes da Câmara Técnica de Cooperação Internacional, que temo Cris/Fiocruz como centro coordenador. Foto Gutemberg Britto/IOC

Pesquisadora comenta desafiosno campo de RH em saúde efaz balanço de fórum global

Fundação apresenta propostade cooperação Sul-Sul no

Fórum Brasil-ÁfricaFiocruz e IHMT/Portugal:

uma cooperação com futuro

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ESPECIAL

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destaques

José Roberto Ferreira – Cris *

om o objetivo de prestar apoiotécnico e gerencial à presidên-cia, ao Conselho Deliberativo eàs unidades da Fiocruz, foi ins-

tituída a Câmara Técnica de Coopera-ção Internacional. A primeira reuniãofoi realizada em 21 de novembro, nocampus Manguinhos. O coordenadorgeral do Cris, Paulo Buss, abriu a reu-nião alertando para os desafios da Câ-mara. “Precisamos reforçar ointercâmbio entre os principais pontosde cooperação internacional das uni-dades da Fiocruz, estabelecer e avaliarpolíticas institucionais e promover a ar-ticulação entre as iniciativas da Funda-ção”, ressaltou.

Ele também falou sobre a Coope-

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Fiocruz Brasília, e a atuação da Funda-ção em apoio ao estabelecimento doInstituto Sul-Americano de Governo emSaúde (Isags), iniciativa da União dasNações Sul-Americanas (Unasul) quevem funcionando no Rio de Janeiro.

Os participantes atentaram para aimportância da dimensão estratégica dacooperação, que deve superar a fragmen-tação da cooperação norte-sul, e propu-seram uma melhor articulação entre todasas áreas da instituição. Foi reforçada tam-bém, entre outras questões, a necessi-dade de melhoria da gestão dacooperação internacional, incluindo a uni-formização de registros e notificação deprojetos, a elaboração de convênios e oprocessamento dos afastamentos de país;e ainda a atenção para os problemas re-lativos aos sistemas de saúde nas frontei-ras. Foram propostas ainda a circulaçãoem toda a Fundação das informaçõessobre cada uma de suas unidades, inclu-indo a criação de uma comunidade vir-tual para os integrantes da CâmaraTécnica; e a promoção de treinamentona área de cooperação internacional parao pessoal responsável.

* Com a colaboração deThiago Oliveira – Cris

A CT é composta porrepresentantes de cadaunidade da Fiocruz comatuação em cooperaçãointernacional, tendo oCris como centrocoordenador

ração Estruturante e Diplomacia da Saú-de, abordagem que vem sendo adota-da no campo em alinhamento com asinstituições parceiras. Em seguida, Bussfez uma apresentação sobre o contex-to da cooperação internacional desen-volvida pela Fiocruz. “A saúde é umadas prioridades da agenda brasileira decooperação internacional. Uma provadisso é a constante busca do Brasil emliderar fóruns internacionais”, disse.

A equipe do Cris apresentou as ati-vidades em curso, iniciando pela coo-peração Norte-Sul, oferecida pelospaíses desenvolvidos, e abordando ain-da a cooperação Sul-Sul, que vem sen-do promovida por países de economiaemergente, como o Brasil, em estrei-ta relação com os países em desen-volvimento. Foi também abordada aestratégia das Redes de Instituições Es-truturantes, que reúnem os InstitutosNacionais de Saúde (Rins), as Escolasde Saúde Pública (Resp) e as Escolasde Formação de Pessoal Técnico(Rets), com ênfase no aperfeiçoamen-to dos sistemas nacionais de saúde nospaíses parceiros.

Na ocasião também foram apre-sentadas as atividades desenvolvidaspelo Núcleo de Bioética (Nethis), da

FOTO DA CAPA:1- Eduardo Mazzaroppi – IOC2- Paulo Buss – Cris3- José Paranaguá – Direb/Nethis4- Carlos Linger – Cris5- Roberto S. Reis – Ipec6- Luiz Eduardo Fonseca – Cris7- Cláudia Parente – Cris8- Clementino Fraga – Cris9- João Aprígio – IFF

10- Fabiane dos Santos – ILMD/Fiocruz-AM11- Helena Distelfeld – Cris12- Pedro Burger – Cris13- Mariella Pitombo – CPqGM/Fiocruz-BA14- Álvaro Matida – Cris15- Ilka Vilardo – INCQS16- Lúcia Marques – Cris17- Helena Qassim – VPGDI/Diplan18- Fabiane Gaspar – COC19- Thiago Oliveira – Cris20- Denise Lobo – Bio-Manguinhos21- Cláudia Nunes – ICC/Fiocruz-PR22- Magali Romero Sá – COC23- José Roberto Ferreira – Cris24- Maria Cristina Guilam – VPEIC25- Ana Beatriz Noronha – EPSJV26- Wilson Savino – IOC27- Rawlinson Rodrigues – Farmanguinhos28- Maria de Fátima Militão – CPqAM/Fiocruz-PE29- Érica Kastrup – Ensp30- Ana Helena Freire – VPPLR

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Danielle Monteiro - CCS

cooperação sul-sul foi apresen-tada no segundo Fórum de Li-derança Brasil-África, queocorreu em Johanesburgo, na

África do Sul. O evento, organizadopelo jornal britânico Financial Times,contou com a presença da Fundação,representada na ocasião pelo diretor daFiocruz África, José Luiz Telles. Presen-te à mesa Cooperação para o Desen-volvimento do Sul: um modelo paraparcerias globais?, Telles falou so-bre a experiência de coopera-ção sul-sul acumulada pelaFiocruz ao longo da últimadécada e do aprendiza-do adquirido com essetrabalho. O fórum, queaconteceu no final denovembro, teve o objeti-vo de reunir os principaisatores envolvidos em parce-rias estratégicas entre Brasil eÁfrica, em busca de um diálogo cons-trutivo para o aprofundamento das re-lações entre as duas regiões.

Telles discorreu sobre a missão dainstituição e afirmou que foi o êxito daspolíticas sociais implantadas nos últimosanos no Brasil que tem atraído o inte-resse das nações, especialmente as dohemisfério sul. Ele contou que a abor-dagem brasileira de parceria entre pa-íses do sul é baseada na cooperaçãoestruturante, um princípio baseado emuma relação horizontal entre as partes,que respeita as particularidades e ne-cessidades nacionais. “Buscamos ma-ximizar tanto as instituições,principalmente as daqueles países queobjetivam o fortalecimento de seus sis-temas nacionais de saúde, quanto asinergia entre as partes”, disse.

Telles citou como exemplo de coo-peração estruturante em saúde a cons-trução do Plano Estratégico deCooperação em Saúde da CPLP (PECS-CPLP), aprovado em 2009. Ele disse queo PECS-CPLP leva em conta a políticade saúde de cada país, buscando-se

identificar as instituições que fortalecemos sistemas nacionais de saúde (institu-tos nacionais de saúde, escolas nacio-nais de saúde pública e escolas técnicasde saúde).

Segundo Telles, em uma coopera-ção, não se deve questionar quais sãoos melhores modelos de transferênciade tecnologia e de conhecimento, massim o desenvolvimento de relações ho-rizontais baseadas no respeito, na reci-procidade e na realidade de instituições

locais. “Estamos

em um processo de aprendizado mú-tuo em nossas parcerias”, destacou. Eleainda salientou que parcerias estraté-gicas com o setor privado podem mini-mizar as limitações dos governosnacionais, principalmente no contextoatual, caracterizado por uma crise glo-bal que traz grandes desafios para acooperação internacional.

Também estiveram presentes àmesa o diretor da Empresa Brasileirade Pesquisa Agropecuária (Embrapa),Erich Schaitza, e a representante doInstituto de Resseguros do Brasil, Ales-sandra Monteiro.

A atuação daFiocruz na África

A Fiocruz aposta na cooperação in-ternacional para o fortalecimento de ins-tituições estruturantes dos sistemasnacionais de saúde na África e atuacomo coordenadora das redes de es-colas de saúde pública, de escolas téc-nicas e de institutos nacionais de saúde,no âmbito do PECS-CPLP. Diversos pro-jetos estruturantes da Fundação no con-tinente são acompanhados pelo Cris,desde o desenvolvimento de institutosnacionais de saúde e escolas nacionaisde governança em saúde até o apri-

moramento da atenção básica. Es-sas iniciativas incluem o apoio à

formação de pesquisadores edocentes; o fortalecimento doInstituto Nacional de Saúde deMoçambique e o apoio à cria-ção de um instituto nacional de

saúde em Cabo Verde, São Tomée Principe e Guiné Bissau. As

ações também englobam umcurso de mestrado em ciênci-as da saúde e outro em siste-mas de saúde emMoçambique, além de um mes-trado em saúde pública em An-gola. Também faz parte desta

lista o apoio à capacitação técni-ca da força de trabalho em saúde emAngola, Moçambique, Guiné Bissau eCabo Verde; assim como a capacita-ção de gestores locais de saúde emAngola e o apoio ao sistema de infor-mação em saúde e à revista científicado INS de Moçambique.

O trabalho da Fundação na Áfricainclui ainda a instalação de Bancos deLeite Humano em Cabo Verde e Mo-çambique; a implantação de um pro-grama de fortalecimento da atenção àsaúde da mulher e da criança em Mo-çambique e Cabo Verde e a instalaçãode uma fábrica de antirretrovirais eoutros medicamentos em Moçambi-que, acoplada a uma iniciativa similarà farmácia popular.

Fundação participa de Fórum Brasil-ÁfricaDurante o evento, o diretor da Fiocruz África, José Luiz Telles, falou sobre a cooperaçãosul-sul, que cada vez mais vem chamando atenção da comunidade internacional

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Danielle Monteiro - CCS

m reunião com gestores do Crise de Farmanguinhos/Fiocruz em3 de dezembro, o ministro daCiência, Tecnologia e Inovação

de Cuba, Fidel Castro Diaz Balart, filhodo ex-presidente Fidel Castro, revelouque o país quer fechar parcerias com aFundação na área de nanotecnologia.A ideia é que a cooperação seja esta-belecida por meio de um novo centrode pesquisa cubano voltado à nanobi-otecnologia e à nanomedicina. “Iden-tificamos possibilidades de fazer novosempreendimentos no âmbito de proje-tos que já estão firmados ou de novasiniciativas que possamos elaborar emconjunto, como o intercâmbio de pro-fissionais, doutorandos e pós-doutoran-dos”, disse Balart.

Ministro de C&T de Cuba querestender parcerias com a FiocruzEm visita à Fundação, o ministro revela interesse em ampliarcooperações e fechar parcerias no campo de nanotecnologia

O ministro também se mostrou in-teressado na Fionano, rede que está emprocesso de formação e vai reunir asdiversas unidades da instituição comatuação no campo de nanotecnologia.A proposta é unir as áreas de vigilânciasanitária, vacinas, fármacos e medica-mentos, cosméticos, regulamentação,diagnóstico, entre outras que fazem usoda nanotecnologia.

Balart disse que parcerias com aFundação podem ajudar na atualiza-ção do sistema de saúde de Cuba eressaltou que o país tem alta expecta-tiva de vida (cerca de 80 anos paramulheres e 78 para homens) e baixamortalidade infantil (menos de cincomortes por mil nascidos vivos). Alémdo desenvolvimento de instituições depesquisa em cardiologia e oncologia,um dos desafios para o sistema de

Balart: “Identificamos possibilida-des de fazer novos empreendi-mentos no âmbito de projetosque já estão firmados ou de no-vas iniciativas que possamos ela-borar em conjunto, como ointercâmbio de profissionais,doutorandos e pós-doutoran-dos”. Foto: Gutemberg Britto/IOC

saúde cubano, segundo Balart, está nocampo de biotecnologia. “Consegui-mos transformar a biotecnologia emum segundo exportador de bens e ser-viços para o país com a criação de umaorganização chamada BioCubaFarma,que tem muitas relações com o Bra-sil”, contou.

O ministro também comentou que,com a gestão do presidente Raul Cas-tro, o país está realizando algumasmudanças na área de C&T. “Dentro das313 orientações que estabelecemos, hávárias ligadas a esse campo. Estamosfazendo um reordenamento dos cen-tros, e tentando nos focar em universi-dades. Há que se estruturar isso, demaneira que seja mais eficaz e econo-micamente sustentável e que haja umasustentabilidade também em termos deequipamentos”, afirmou.

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Rebert Lima - Cris

ano de 2013 foi repleto de ati-vidades para a Cooperação Tri-partite Brasil–Cuba–Haiti.Criada em 2010, a parceria de-

senvolve ações nos campos de assis-tência, vigilância sanitária, imunizaçãoe formação de recursos humanos. A ini-ciativa conta com participação intensada Fiocruz, por meio do Cris, Ensp, Icicte Canal Saúde.

Epidemiologia emanutenção hospitalar

Um dos destaques foi a realizaçãode seis módulos do curso de Epidemio-logia para profissionais de saúde haiti-anos. O curso conta com o apoio doMinistério da Saúde e da População doHaiti (MSPP) e da Brigada Médica Cu-bana (BMC), em parceria com a Ensp.

Outra iniciativa importante foi o Cursode Recursos Físicos e Tecnológicos emSaúde (REFIT), que começou em julhoe é coordenado pela pesquisadora daEnsp, Luisa Pessôa. O objetivo é quali-ficar os alunos para a gestão dos trêshospitais que o Brasil está construindono Haiti.

Visita da Ministrada Saúde do Haiti

A ministra da Saúde e da Popula-ção do Haiti, Florence Duperval Guillau-me, visitou o Brasil em março e, emsua passagem pela Fiocruz, declarouseu total apoio à Cooperação TripartiteBrasil-Cuba-Haiti: “Essa parceria buscasoluções que entendem nossas neces-sidades e levam em consideração nos-sa cultura e costumes, se constituindocomo uma cooperação sul-sul muitoeficiente”, disse a ministra.

Comunicação em saúdee qualificação profissional

O Canal Saúde realizou uma ofici-na com rádios comunitárias no Haiti eo Departamento de Promoção à Saú-de e Meio Ambiente. Durante a ofici-na, foi definido um plano de trabalhopara organizar um programa de rádiocom foco em saúde.

Uma das iniciativas da cooperaçãono campo de ensino trouxe o haitianoJules Ricardo para a Fiocruz. Ele parti-cipou do programa de pós-graduaçãodo IOC, para se especializar em ento-mologia médica, ciência que estuda osinsetos transmissores de doenças.

Outra ação na área foi uma oficinarealizada em setembro, no Haiti, como objetivo de ampliar a capacidade dosatores do sistema de saúde daquelepaís em constituir estratégias de Edu-cação Permanente em Saúde (EPS). Ainiciativa foi coordenada pelo pesqui-sador da Ensp, Inácio Motta.

Produção científica

A Cooperação Tripartite foi tema deartigo produzido pelas pesquisadoras daEnsp Luisa Regina Pessôa, Joyce Andra-de e Érica Kastrup, em parceria comAlcindo Antônio Ferla e Stela Meneghel,ambos da UFRGS, e Carlos Alberto Lin-ger (Cris/Fiocruz), para a revista Saúdepara Debate nº 49, do Centro Brasileirode Estudos de Saúde (Cebes).

De acordo com o trabalho, o for-mato Tripartite envolvendo três paísesdo hemisfério sul, unidos sob preceitosde solidariedade, horizontalidade e nãoingerência, tem inspiração nos princí-pios da Cooperação Sul-Sul, articula-dos sob a forma da cooperaçãotriangular. Ele nasce apoiado nas ex-periências exitosas do Sistema Único deSaúde do Brasil e do sistema de saúdede Cuba e no reconhecimento da im-portante contribuição de profissionais desaúde cubanos para a saúde pública doHaiti nos últimos 14 anos. Para ler oartigo na íntegra, clique aqui.

Fonte: Informe Ensp

Cooperação Brasil-Cuba-Haiti:retrospectiva 2013

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Danielle Monteiro – CCS e Isa Alves – IHMT

m 1902, nascia em Portugal a Escola de Medicina Tropical, que maistarde daria origem ao Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT).Na mesma época, no Brasil, surgia o Instituto Soroterápico de Man-guinhos, hoje Fiocruz. As duas instituições permanecem ligadas não

somente pela história e língua comum, mas também pelas linhas conver-gentes de atuação e pelas diversas colaborações que estabelecem desde2008. Uma das mais importantes é o esforço comum de elaboração de umplano estratégico de cooperação internacional em saúde no âmbito da Co-munidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Para celebrar as relações entre a Fiocruz e o IHMT, o Crisinforma traznesta edição alguns destaques dessa parceria.

ESPECIAL COOPERAÇÃO FIOCRUZ - IHMT

Fiocruz e IHMT:

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uma cooperação com futuro

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Segurança alimentar e nutricionalnos países de língua portuguesa

Danielle Monteiro - CCS

s direções da Fiocruz e do IHMTrecentemente decidiram in-tensificar a cooperação bilate-ral para gerar conhecimento

para seus sistemas de saúde e reforçarsua participação na cooperação multi-lateral no âmbito da Comunidade dosPaíses de Língua Portuguesa (CPLP) eno plano global. “Esta parceria deve-rá, nos próximos anos, priorizar não sóa formação de recursos humanos, mastambém a pesquisa em grandes áre-as”, afirma Luiz Eduardo Fonseca, res-ponsável pela cooperação com a Áfricano Cris/Fiocruz. Nesse ano, serão reali-zadas oficinas para a elaboração de umPlano de Trabalho 2014-2015, além deseminários temáticos para aproximarprofissionais das duas instituições parao desenho e implantação dos projetosde investigação.

Para celebrar as promissoras re-lações com a Fundação, o IHMT re-centemente elaborou um boletimespecial pontuando as principais co-operações entre as duas instituições.A publicação foi apresentada duran-te o lançamento do livro SegurançaAlimentar e Nutricional na Comuni-dade dos Países de Língua Portugue-sa: desafios e perspectivas,organizado pelas duas instituições.O livro, fruto de uma oficina de tra-balho realizada durante o Congres-so Mundial de Nutrição de 2012, foidistribuído durante as Jornadas Ci-entíficas do IHMT, no dia 13 de de-zembro, em Lisboa, Portugal. Osartigos foram escritos pelos partici-pantes da oficina e a coordenaçãoda publicação ficou a cargo de LuizEduardo Fonseca, do Cris, RosanaMagalhães, da Ensp, e Sónia Limae Agostinho de Carvalho, do IHMT.

ESPECIAL COOPERAÇÃO FIOCRUZ - IHMT

Danielle Monteiro – CCS

existência de somente umadroga para o tratamento dedeterminada doença gera sem-pre um temor entre a comuni-

dade científica: o risco do aumento daresistência ao medicamento. É o casoda esquistossomose: o fármaco Prazi-quantel é o único disponível para seutratamento. Foi pensando nesse perigoque a Fiocruz Minas e o IHMT se junta-ram para estudar mecanismos molecu-lares de resistência do Schistosomamansoni (parasita causador da esquis-tossomose) ao medicamento.

O trabalho em conjunto já foi inici-ado: o IMHT já tem em seu laboratóriouma cepa do parasito altamente resis-tente à droga. Já a Fiocruz estabele-ceu a tecnologia para o sequenciamento

Aprofundo e análise genômica. “O pró-ximo passo será o estudo do genomadeste parasito isolado para a identifi-cação de regiões variantes. Em segui-da, pretendemos estudar o fenótipo eos genomas de parasitos derivados docruzamento das cepas resistente e sen-sível”, revela o coordenador do projetona Fiocruz, Guilherme Correa.

O pesquisador enfatiza que a par-ceria com o IHMT é essencial para oêxito do projeto. “As conexões que oIHMT possui com outros países na Áfri-ca é também importante para que oestudo seja realizado em áreas geográ-ficas distintas com diferentes perfis epi-demiológicos e genéticos”, afirma. Ainiciativa ainda tem como meta o de-senvolvimento de uma técnica rápidade diagnóstico da resistência ao Prazi-quantel, que possa ser aplicada in loco.

Desvendar a resistência aotratamento para a esquistossomose

A pesquisadora do IHMT, Ana Afonso, viráao Brasil, ainda esse mês, para estudar omecanismo genético de resistência aomedicamento usado no tratamento daesquistossomose. Foto IHMT

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ADanielle Monteiro - CCS

Fiocruz Bahia e o Grupo deLeishmanioses do IHMT vãounir forças para o desenvolvi-mento de um projeto inédito

no combate à leishmaniose visceral ca-

Um projeto pioneiro na lutacontra a leishmaniose

maior que o estimado para a dengue.Em alguns países, a letalidade associa-da à leishmaniose visceral varia entre5 e 12%.”, destaca Santos. Até o mo-mento, a Fiocruz Bahia concluiu a pro-dução de um protótipo (dipstick) deteste rápido para detecção de infecçãopor Leishmania, que será testado emPortugal e na Espanha. A cooperaçãoinclui ainda um estudo sobre a relevân-cia de felinos na cadeia de transmissãoe manutenção da Leishmania nos cen-tros urbanos.

Santos reforça a importância daparceria do IHMT para o sucesso doprojeto. “Trata-se de um grupo dinâ-mico com expertise laboratorial e emtrabalhos de campo, além de uma pro-dução científica criteriosa e relevantena área da Leishmaniose visceral ca-nina”, afirma.

nina: a validação deum teste rápido maissensível e específicopara o diagnósticoda doença. “Temoscomo foco essa for-ma da enfermidadeporque o cão é oprincipal reservatóriourbano do parasito”,explica o coordena-dor da iniciativa naFiocruz, Washingtondos Santos. O pro-

jeto prevê financiamento da ordem deU$ 147 mil dólares e a eficácia da novatecnologia será avaliada no Brasil e emPortugal.

“A enfermidade afeta vastas regi-ões do mundo, com um custo estima-do na ordem de 2,1 milhões, três vezes

ESPECIAL COOPERAÇÃO FIOCRUZ - IHMT

Novas alternativas de tratamentopara a doença de Chagas

Foto palavra-chave: doença deChagas, medicamento Beznidazol(pode ser feita montagem também)

Danielle Monteiro - CCS

esenvolver novas formulaçõesdo Beznidazol, medicamentoutilizado no tratamento da do-ença de Chagas. Esse é o ob-

jetivo da parceria entre a FiocruzMinas e o IHMT. A proposta é tornaro medicamento menos tóxico e maisefetivo na fase crônica da infecção.“Esta iniciativa consiste em testar,tanto in vitro como in vivo, as formu-lações que serão desenvolvidas pelosparceiros da indústria farmacêutica eavaliar vários dos aspectos relaciona-dos à imunopatologia da doença”, ex-plica o coordenador do projeto naFiocruz, Rodrigo Correa. Segundo ele,o fármaco é o único que pode elimi-nar o parasita que provoca a enfer-midade e, por esse motivo, odesenvolvimento de novas formula-ções passa a ser estratégico para otratamento do mal de Chagas.

Para obter um tratamento eficaz,os pesquisadores estão testando uma

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nano-formulação, minúsculas partículasque contém o fármaco e, devido a seutamanho, são transportadas mais facil-mente pela corrente sanguínea. “Essaestratégia vai permitir a identificaçãode novas formulações tanto para adul-tos como crianças, podendo apresen-tar baixa ou nenhuma atividade tóxica”,

explica Correa.Enquanto o IHMT está fazendo a

análise de novas formulações na faseaguda da doença, a Fiocruz está averi-guando sua eficiência na fase crônica.Comprovada a eficácia, será dado iní-cio aos ensaios clínicos em humanos,em Barcelona.

Transmitida pelo barbeiro,a doença de Chagas atinge8 milhões de pessoasem todo o mundo.Foto Arquivo CCS

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ESPECIAL COOPERAÇÃO FIOCRUZ - IHMT

Avaliação de Políticas em Ciência,Tecnologia e Inovação em Saúde

AIsa Alves - IHMT

s investigadoras Marly Cruz, doLaboratório de Avaliação deSituações Endémicas Regionaisdo Laser/Ensp/Fiocruz, Sonia

Natal, da Universidade Federal de SantaCatarina, e Zulmira Hartz, do IHMT, quecoordenaram o projeto Fiotec sobre aAvaliação da Política Nacional de Ci-ência, Tecnologia e Inovação em Saú-de - implementada pelo Departamento

de Ciência e Tecnologia do Ministérioda Saúde (DECIT) entre 2003 e 2010 -estão finalizando a apresentação dosresultados em um livro que será sub-metido à editora Fiocruz, no início de2014. “É o primeiro estudo que se faz,neste âmbito, no Brasil. Já tínhamosavaliado muitas políticas em saúde, masnunca uma política de investigação”,diz Zulmira Hartz.

O modelo de gestão do conheci-mento para investigação em saúde

pública, inspirado neste estudo e na li-teratura canadense, possibilita umaavaliação da implementação dos pro-jetos e de translação do conhecimen-to, com foco na utilidade e também naredução das desigualdades em saúde.O modelo ainda terá que ser otimiza-do, melhorado e testado pela Fiocruz eo IHMT, com o objetivo de se alinharcom os eixos prioritários de investiga-ção de cada instituição.

Os primeiros passos para a padro-nização destas ferramentas de moni-torização e avaliação do impacto depesquisas em saúde já foram dadosem um seminário, em novembro de2013, na Ensp/Fiocruz. Em 2014, serápromovida uma reunião para testarestas ferramentas, bem como a reali-zação de uma formação avançadapara professores avaliadores, promo-vida pelas duas instituições no âmbi-to do doutorado internacionalorganizado em conjunto.

As pesquisadoras Marly Cruz e Zulmira Hartz. Foto Virgínia Damas/Ensp

Parceria na área materno-infantil

KIsa Alves – IHMT

atia Silveira, do IFF/Fiocruz, foiacolhida na Unidade de SaúdePública e Bioestatística (SPIB)do IHMT, durante sete meses,

para desenvolver um estágio pós-dou-toral na área da avaliação de proje-tos, tendo por base o projeto Avaliaçãoda Implantação da Rede Cegonha nocomponente de assistência ao parto epuerpério, um programa nacional doMinistério da Saúde do Brasil. “NaSPIB, existe um grupo que está desen-volvendo um trabalho muito importan-te na área da avaliação de projetos epolíticas públicas e eu vim aprendercom essas pessoas”, conta Katia.

Para a investigadora, esta experi-ência a ajudou a melhor compreenderas realidades da África e da Europa.“O contato com alunos de mestrado edoutorado do IHMT, que são profissio-nais dos PALOP e também desenvol-

vem projetos de avaliação nos seuspaíses, ampliou a minha visão em ter-mos de conhecimento e de outros mo-delos de avaliação que podem serimplantados. E foi um estímulo”, sali-entou. Segundo ela, esta é uma ex-periência enriquecedora para o Brasil,já que o país “tem interesse em esta-belecer alianças dentro da África e comPortugal”.

Há ainda a expectativa de que osinvestigadores do IHMT possam visi-tar, em regime de mobilidade, a Fio-cruz: “O Brasil está em um momentomuito particular de desenvolvimentoeconômico e acadêmico e tem umagrande experiência na implemen-tação de políticas públicas na áreada saúde pública, e um SistemaÚnico de Saúde que atende 197milhões de pessoas. Na área dasaúde pública, existe uma trocapossível que beneficia tanto o Bra-sil como Portugal”.

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ESPECIAL COOPERAÇÃO FIOCRUZ - IHMT

Isa Alves - IHMT

irgínia Alonso Hortale, da Ensp/Fiocruz, participou de um está-gio de pós-doutorado no IHMT,entre agosto de 2012 e janeiro

de 2013, financiado pela Capes, como objetivo de desenvolver um estudocomparativo entre o Brasil e Portugalna área da formação em mestrado nocampo da saúde pública. Para a inves-tigadora, a passagem pelo IHMT foi “es-sencial para conhecer outras culturas”e o que mais valoriza essa experiênciafoi a possibilidade de “ter interagidocom outros investigadores”. Em termosde futuro, Virgínia considera fundamen-tal “fortalecer a continuidade” na áreada mobilidade de investigadores e do-centes.

“Mobilidade é essencial paraconhecer outras culturas “

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Tese coorientada na Fio-cruz e IHMT recebe prêmio

A tese como tema Usos eInfluência daAvaliação emSaúde: um estu-do exploratóriodo ProgramaNacional deControle da Dengue, da autoria deAna Claudia Figueiró, aluna doPrograma de Pós-graduação deSaúde Pública do Departamentode Saúde Coletiva da Fiocruz Per-nambuco, recebeu a menção hon-rosa do Prêmio Capes de Teses2013. O trabalho foi orientado porEduarda Cesse, da Fiocruz Per-nambuco e coorientado por Zul-mira Hartz, do IHMT, e por IsabellaSamico, do Instituto de MedicinaIntegral Professor Fernando Figuei-ra, em Pernambuco.Virgínia Hortale

Doutorado Internacional emDoenças Tropicais e Saúde Global

Isa Alves - IHMT

parceria entre a Fiocruz e oIHMT continuará a se con-solidar no futuro, nas váriasáreas de cooperação, inves-

tigação, formação e mobilidade de do-centes e investigadores. Um dos maisimportantes projetos nessa linha será aimplementação de um Doutorado In-ternacional em Doenças Tropicais eSaúde Global, o primeiro programa in-terinstitucional destinado a formar dou-tores no espaço da Comunidade dosPaíses de Língua Portuguesa (CPLP), emparceria com o Instituto de Investiga-ção Científica Tropical (IICT).

Para o coordenador do Cris/Fiocruz,Paulo Buss, o programa marcará umanova fase no conceito e na prática dacooperação sul-sul: “É o que chamo decooperação estruturante em saúde, por-que deixa resultados permanentes e sus-tentáveis, ao ajudar estruturarinstituições e preparar seus dirigentese pessoal técnico- científico”. O progra-

ma, que será iniciado em 2014, terácomo característica central a mobilida-de de estudantes e investigadores en-tre laboratórios e instituições e oA

incentivo à participação em projetos adesenvolver em países de baixa e mé-dia renda e com contato direto com aspopulações e sistemas de saúde locais.

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Amanda Sá - Ensp

essoas em desvantagem so-cial encontram-se mais sus-cetíveis às situações devulnerabilidade - ocasiona-

das pelas piores condições habitacio-nais, por condições de trabalhoperigosas ou estressantes e menoracesso aos serviços sociais de manei-ra geral”, alertou o coordenador geraldo Cris/Fiocruz, Paulo Buss. Durante asessão científica promovida pelo cur-so de especialização em Promoção daSaúde e Desenvolvimento Social daEnsp, o ex-presidente da Fundaçãoanalisou as formas pelas quais o meiosocial ou a conduta individual podeminterferir na saúde. Segundo ele, des-tacam-se os determinantes que geramestratificação social, ou seja, os ‘es-truturais’, tais como: a distribuição derenda e as estruturas políticas e degovernança, que podem produzir - aoinvés de reduzir - desigualdades rela-tivas ao poder econômico.

Os Determinantes Sociais da Saú-de (DSS), conforme explicação de Buss,são as condições sociais em que aspessoas vivem e trabalham. Elas envol-vem aspectos políticos, econômicos,culturais, étnico-raciais, psicológicos ede comportamentos, que influenciama ocorrência de problemas de saúde ede seus fatores de risco na população.Na opinião do coordenador geral doCris, trabalhar os DSS é de extremarelevância para a promoção da saúde.“Comportamentos muitas vezes enten-didos como de responsabilidade exclu-siva da própria pessoa - dependentesde opções adotadas mediante a auto-nomia dos indivíduos - também devemser considerados parte dos DSS, já quetais opções são fortemente influencia-das pelo meio em que vivem, pelas pos-sibilidades de acesso à alimentaçãosaudável e de espaços de esporte e la-zer, acesso à informação, propagandas,entre outros”, analisou.

De acordo com o palestrante, pro-

moção da saúde não tem nada a vercom prevenção de doenças. “Esses sãodois campos que se complementam e,apesar de sermos profissionais da área,a nossa referência é a doença”, criti-cou. Ele enfatizou o artigo 196 da Cons-tituição Federal, que define a saúdecomo direito de todos e dever do Esta-do. Para Buss, o artigo mencionado tra-ta de um conceito brilhante depromoção da saúde. “Ele foi mais bemdescrito por nós do que na Carta deOttawa - apresentada na Primeira Con-ferência Internacional sobre Promoçãoda Saúde, realizada no Canadá em1986. O Brasil foi um país de vanguar-da nessa área. A nossa é a única Cons-tituição que tem essa visão, que tema promoção da saúde abordada emseu primeiro artigo”, disse o conferen-cista na sessão científica que ocorreudia 22 de novembro.

O ex-presidente da Fiocruz apresen-

tou ainda propostas de como abordaros determinantes por meio de açõesintersetoriais a partir das articulaçõesdo setor saúde com outros setores-cha-ve, como a geração de trabalho e ren-da, equilíbrio entre assistência aosenfermos e saúde pública, previdênciae assistência social, educação, habita-ção, saneamento e desenvolvimentosustentável. De acordo com o convida-do, a desigualdade de renda no Brasilvem caindo desde 2001, segundo da-dos da Pesquisa Nacional por Amostrade Domicílios (Pnad/IBGE). Apesar detoda essa evolução, o país continuaentre os 12 mais desiguais do mundo,com cerca de 16,3 milhões de pessoasem situação de pobreza extrema. “Taldesigualdade se expressa em um gra-diente social, no qual aqueles que ocu-pam as piores posições são também osque têm as piores condições de vida esaúde”, concluiu Buss.

Ambiente e conduta individualinterferem na saúdeEm sessão científica promovida pelo curso de especialização em Promoção daSaúde e Desenvolvimento Social da Ensp, o coordenador geral do Cris, PauloBuss, analisou a influência do meio social e da conduta individual na saúde

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Ascom/Sanofi Pasteur

m cerimônia realizada em 12 dedezembro, no Palácio do Planal-to, em Brasília, a presidente Dil-ma Rousseff e o presidente da

França, François Hollande, anunciaramum contrato de prestação de assistênciatécnica ao desenvolvimento da vacinaheptavalente injetável por Bio-Mangui-nhos/Fiocruz. A vacina terá capacidadede proteção contra sete doenças - difte-ria, tétano, coqueluche, Hepatite B, Hib- Haemophilus influenza tipo B-, menin-gite C e poliomielite -, em uma únicaaplicação. Os dois líderes assinaram umasérie de acordos em diversos setores. Naárea da saúde, o mais relevante é o con-trato para a produção da heptavalente.Para o presidente da Fiocruz, Paulo Ga-delha, presente ao evento, “a formula-

ção da vacina heptavalente pela Fiocruzfoi destaque central, no campo da saúdepública, entre os compromissos e as me-tas definidas entre os dois países na ceri-mônia. A parceria representa mais ummarco significativo, reafirmando a lide-rança da Fundação nos programas deimunização e nas contribuições ao SUS”.

O Brasil é o único país a liderar estainiciativa no mundo. Este acordo deassistência técnica com a Sanofi Pas-teur dá seguimento ao programa dedesenvolvimento da nova vacina e àparceria firmada pelo Ministério daSaúde com os três laboratórios brasilei-ros produtores de vacinas: Bio-Mangui-nhos, Instituto Butantan e FundaçãoEzequiel Dias (Funed), que trabalhamem conjunto para produção da vacinaheptavalente. O contrato firmado refor-ça os laços estabelecidos entre os dois

Acordo com França permitirá produçãode vacina contra sete doençasO anúncio foi feito pela presidente Dilma Rousseff e o presidente da França, François Hollande, em sua visita ao Brasil

países em janeiro de 2012, para intro-dução da vacina inativada contra po-liomielite (VIP) da Sanofi Pasteur noPrograma Nacional de Imunizações,fornecida pela Fiocruz. Com o lança-mento da vacina heptavalente, a vaci-na VIP fará parte da sua composição.

A vacina heptavalente contribuirápara melhorar a adesão ao calendáriovacinal, ampliar a cobertura vacinal ereduzir a mortalidade infantil causadapor estas doenças imunopreveníveis. Oimunizante vai substituir três vacinas: apentavalente (difteria, tétano, coque-luche, Haemophilus influenza tipo B eHepatite B), a meningo C conjugada ea pólio injetável.

*Com informações do blog doPlanalto e da Sanofi Pasteur

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Danielle Monteiro – CCS

Fiocruz obteve recentementemais uma conquista no cam-po de inovação em saúde: oprojeto de desenvolvimento

da vacina para a esquistossomose, ba-seado na molécula Sm14, está na lis-ta das propostas demonstrativas emPesquisa e Desenvolvimento em Saú-de pré-aprovadas para receber supor-te da Organização Mundial da Saúde(OMS). Os projetos serão apresenta-dos na próxima Assembleia Mundialda Saúde, que vai acontecer em maio.Trata-se de um alto reconhecimento,que situa a iniciativa dentre as maispromissoras do mundo.

O projeto, atualmente em fase detestes clínicos, é baseado em descober-ta inédita, e liderado pela pesquisado-ra Miriam Tendler, do IOC/Fiocruz, emuma rede de colaborações nacionais einternacionais. O anúncio da indicaçãofoi feito durante a reunião da ConsultaTécnica Global da organização, queocorreu em Genebra, Suíça, entre 3 e5 de dezembro. “Esse reconhecimentoé fruto de um trabalho de 15 anos quevai dar origem à primeira vacina parahelmintos no mundo, e ajudar a com-bater uma grave doença nas Américase África”, declara o vice-presidente deProdução e Inovação em Saúde da Fun-dação, Jorge Bermudez. Segundo ele,o projeto será um dos líderes no mun-do em demonstração da relação entre

pesquisa, desenvolvimento e inovação.A coordenadora do estudo, Miriam

Tendler, destaca que se trata de umreconhecimento de relevância inestimá-vel. “Estamos diante de uma oportuni-dade inédita para o Brasil exercer umpapel fundamental de gerar e atenderdemandas tecnológicas que beneficiemdiretamente os países endêmicos dedoenças parasitárias, que não estãoinseridas no cenário dos mercados co-merciais explorados pelas indústrias”,declara. “Para esta conquista, contri-buíram tanto os resultados científicosda fase experimental da vacina, quan-to os resultados recentes que atestamter a tecnologia ultrapassado dois gar-galos principais no desenvolvimento deuma vacina: o escalonamento do pro-cesso de produção e o início dos testesclínicos humanos com resultados desegurança e imunogenicidade atesta-dos”, complementa.

Sobre a indicaçãoOs projetos demonstrativos subme-

tidos à OMS deveriam ter como objeti-vo o desenvolvimento de tecnologiasem saúde (medicamentos, diagnósticos,vacinas, entre outros) voltadas a doen-ças que afetam de forma desproporci-onal países em desenvolvimento, ondeas lacunas no campo de P&D perma-necem sem solução devido a falhas domercado. As propostas, enviadas pelasseis regiões da OMS, deveriam de-

monstrar alternativas no uso da pesquisae desenvolvimento que levem a resul-tados concretos de inovação. Foramsubmetidos, ao total, 22 projetos, dosquais sete foram selecionados.

As propostas escolhidas serão en-caminhadas ao Conselho Executivo daOMS, que vai se reunir e avaliar quaisdelas serão submetidas à AssembleiaMundial da Saúde. “Temos expectati-va de que o projeto vai continuar a serapoiado pelos especialistas e paísesmembros da Organização Mundial daSaúde e, com isso, ganhará maior visi-bilidade e prioridade para receber me-canismos de financiamento da OMS”,afirma Bermudez.

O projetoA vacina para esquistossomose,

desenvolvida e patenteada pelo IOC/Fiocruz, é o primeiro imunizante paraa doença no mundo. O projeto finali-zou, no ano passado, a etapa de testesclínicos de fase 1, em seres humanos,que mostraram segurança e eficácia deproteção contra a doença. Para suaprodução, os pesquisadores utilizarama proteína Sm14 - obtida do Schistoso-ma mansoni, agente causador da en-fermidade -, isolada no instituto aindana década de 1990.

O imunizante também se mostroueficaz para a fasciolose (verminose queafeta o gado), o que abre espaço parao desenvolvimento de vacinas volta-das a outras doenças humanas provo-cadas por parasitos. O modelo depesquisa da Sm14 é também inéditona Fundação, já que é fruto da primei-ra parceria público-privada desenvol-vida pela instituição, firmada com aempresa Ourofino Agronegócios. Oanúncio da eficácia e segurança davacina foi feito em junho do ano pas-sado. O estudo foi apoiado financeira-mente pelo IOC/Fiocruz e pelosmecanismos de financiamento de pes-quisas científicas como CNPq e Finep,entre outros. A esquistossomose atin-ge 200 milhões de pessoas, e afetaprincipalmente países mais pobres.

Projeto de vacina para esquistossomosedeve ganhar financiamento da OMSO estudo, que gerou o primeiro imunizante no mundo contra a doença, está na lista dos projetospré-aprovados para receber suporte da Organização Mundial da Saúde

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Isabela Schincariol -Ensp

pós um período suspenso doMercosul, como consequênciade um golpe parlamentar quedestituiu o então presidente de

seu país, o Paraguai voltou a integrar obloco e está buscando restabelecer ali-anças. A Ensp/Fiocruz, que desde 2008vem apoiando o país em uma assesso-ria técnica para a implementação daEstratégia de Saúde da Família, rece-

beu o novo ministro de Saúde Pública eBem-Estar Social do Paraguai, AntonioBarrios. O objetivo da visita foi restauraracordos e cooperações com a Escola. Anova demanda tem foco na formaçãode recursos humanos para a área daatenção primária. A coordenadora deCooperação Internacional da Ensp, Eri-ca Kastrup, ressaltou que os projetospara os profissionais do sistema de saú-de do Paraguai serão orientados peloprincípio da educação permanente.

Ministro do Paraguai retomaprojetos com a Fundação

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A parceria terá ênfase na formação de profissionais para a área de atenção primária

O ministro, que assumiu o cargo emagosto de 2013, ressaltou que seu de-sejo é atingir no Paraguai o nível dequalidade de capacitação da Ensp.“Assim que chegar ao meu país, traça-remos planos de trabalho para colocarem prática o que conhecemos e apren-demos aqui, contando, é claro, com ascooperações já estabelecidas com aEscola”, declarou.

São metas da cooperação bilateralcom a Ensp o fortalecimento da imple-mentação do PSF por meio da Estraté-gia de Saúde da Família; a formaçãode massa crítica na área da AtençãoPrimária com foco na epidemiologia eem redes; a formação de técnicos emsaúde em áreas de interesse das políti-cas públicas de saúde; e o fortalecimen-to da capacidade de produçãocientífica, tecnológica e prestação deserviços em saúde. O diretor da Ensp,Hermano Castro, ressaltou que o siste-ma de saúde do Paraguai é embrioná-rio. Para mudar esta realidade, elesbuscam reforços na América Latina:“Nós, aqui no Brasil, em especial, te-mos o Programa de Saúde da Famíliae vasta expertise na formação de re-cursos humanos”.

Além da Ensp, o ministro estevecom a sua comitiva em outras unida-des da Fiocruz, como Farmanguinhos eBiomanguinhos, pois também tem in-teresse na transferência de tecnologiaem áreas de desenvolvimento de me-dicamentos e vacinas. Ele ainda visitouo Cris/Fiocruz em busca de formaçãoem diplomacia em saúde e saúde glo-bal e também para a troca de experi-ências em gestão de cooperaçõesinternacionais.

Hoje, o Paraguai já tem 740 equi-pes de Saúde da Família trabalhandopor todo o país. Mais de 700 delas fo-ram implementadas ao longo do pro-cesso de cooperação, sendo perceptívelo crescimento e desenvolvimento daAtenção Primária no país. Estas equi-pes estão em 144 distritos das 18 regi-ões sanitárias, que compõem oParaguai, cobrindo uma população demais de 2 milhões de pessoas.

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Danielle Monteiro – CCS

Fundação promoveu, entre osdias 2 e 6 de dezembro, a con-ferência estratégica CiênciaTranslacional: construindo cola-

borações internacionais, que reuniu 31acadêmicos selecionados através do Pro-grama de Bolsas para Professores Visi-tantes, criado pelo CDTS/Fiocruz emparceria com a Coordenação de Aper-feiçoamento de Pessoal de Nível Supe-rior (Capes) e a Fundação de Amparo àPesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Fa-perj). O objetivo do encontro foi conhe-cer os projetos de pesquisa desenvolvidospor esses cientistas e apresentar a elesas atividades e projetos da Fiocruz, pro-movendo interação com os pesquisado-res e alunos de graduação da Fundação.A chamada para inscrições, publicadaem março desse ano, atraiu 109 candi-datos de 26 países. A ideia é que osprofessores visitantes colaborem comprojetos junto ao CDTS e atuem em pro-gramas de graduação da Fiocruz.

Na abertura do evento, o diretorcientífico da Faperj, Jerson Lima da Sil-va, afirmou que o programa é muito

importante, pois representa um passopara outro nível de interação. “Trata-se de um projeto muito forte de cola-boração, que trará boas consequências.Além de nos ajudar a fazer boa ciên-cia, ele vai incentivar colaborações epromover uma ciência multidisciplinar.E esse é o caminho para o futuro”, dis-se. O presidente da Capes, Jorge Gui-marães, falou do trabalho desenvolvidopelo órgão e o CNPq como agênciasde fomento que apoiam a ciência anível federal e lembrou que esse é ummomento oportuno para o estabeleci-mento de cooperações e para a ciên-cia no país. “Esse tipo de iniciativa ajudaa Capes a dar seguimento a seu traba-lho. Estou certo de que esse é um ex-celente grupo de cientistas”, afirmou.

“Estamos muito confiantes e orgu-lhosos de criar esse programa e tenhocerteza de que ele terá muito êxito”,declarou o presidente da Fiocruz, Pau-lo Gadelha. Ele ressaltou que a discus-são gerada na conferência vai aoencontro da missão da Fundação, aqual, segundo ele, tem, desde o sécu-lo passado, a pró-atividade e a inova-ção como dois importantes atributos.

“Estamos tentando unir nossas princi-pais características ao processo de ino-vação, pensando em termos de ciênciatranslacional”, contou. Gadelha aindalembrou que a Fiocruz está erguendo oCentro Integrado de Protótipos, Biofár-macos e Reativos para Diagnósticos(CIPBR), o qual, juntamente com oCDTS– que deve ser finalizado em 2015- vai trazer novas possibilidades de ino-vação. “Essa iniciativa vai nos ajudar aestabelecer parcerias público-privadase reflete, de muitas formas, um novoestágio do país”, disse.

O diretor do CDTS/Fiocruz, CarlosMorel, falou sobre as orientações es-tratégicas da Fundação no campo daciência translacional e enfatizou quepesquisas na área vão ajudar a superardesafios no campo da inovação. “Nos-so número de artigos científicos publi-cados é crescente, porém, o númerode patentes obtidas está caindo. Esta-mos sofrendo com a falta de inovação”,alertou. Morel reforçou que a pesquisatranslacional em saúde na Fiocruz estáevoluindo para o modelo de aglomera-ção tecnológica com a construção doCDTS e do CIPBR. Atuando em con-

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Fiocruz cria programa de ciência translacionalCom o intuito de ampliar eventuais colaborações, a Fiocruz, através do CDTS, promoveu umaconferência estratégica sobre ciência translacional, que reuniu 31 acadêmicos selecionados atravésdo Programa de Bolsas para Professores Visitantes

O presidente da Capes, Jorge Guimarães, o diretor do CDTS/Fiocruz, Carlos Morel, o presidente da Fiocruz, PauloGadelha, e o diretor científico da Faperj, Jerson Lima da Silva, na abertura da conferência. Foto Peter Ilicciev/CCS

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junto, os dois centros prometem inovaro processo de desenvolvimento demedicamentos, segundo o diretor.

Dando seguimento à conferência,os professores visitantes trouxeramsuas experiências em áreas como fisi-opatologia de doenças; biologia estru-tural e bioinformática; química médica;nanotecnologia; gestão de tecnologiae capacity building; pesquisa e desen-volvimento em ciências médicas; e fer-ramentas terapêuticas para doençasinfecciosas e parasitárias.

Pesquisa, educação,comunicação ecooperação internacionalna Fiocruz

A vice-presidente de Pesquisa, Edu-cação, Informação e Comunicação emSaúde da Fiocruz, Nísia Lima, falou so-bre os programas de educação da insti-tuição e atentou para a importância dopapel da informação e comunicação noatual cenário social, marcado por umasociedade cada vez mais exigente emobilizada. “A pesquisa translacionaldeve lidar com essa nova realidade, ondeos movimentos sociais não somente exi-gem mais da ciência, mas também, emmuitos momentos, a enxergam comouma atividade negativa”, destacou. “Pre-cisamos organizar programas mais fortesem termos de popularização da ciênciae educação para aproximar mais a ciên-cia da sociedade”, propôs.

Já o assessor do Cris/Fiocruz, LuizEduardo Fonseca, falou sobre as ativi-dades da Fiocruz no âmbito da coope-ração internacional em saúde. “AFundação ainda recebe mais coopera-ção em ciência e biotecnologia do queoferece. Nesse sentido, a abordagemda ciência translacional é de grandeimportância dentro das relações inter-nacionais da Fundação e mostra comoesse programa de intercâmbio de cien-tistas e de conhecimento será impor-tante para nós””, disse. De acordo comdados apresentados, somente 12% doscientistas saem do país com o intuitode exercer atividades ligadas a um pro-jeto de cooperação oferecida. A maio-ria dos programas internacionais daFiocruz são de cooperação recebida e41% estão centrados no campo da pes-quisa, sendo que grande parte delescom países europeus.

Citando como exemplos as pes-quisas do IOC/Fiocruz acerca do usoda citometria de fluxo (técnica utiliza-da para contar, examinar e classificarpartículas microscópicas) na progres-são da Distrofia Muscular de Duchen-nee e na co-infecção por HIV e HTLV-1,o diretor do instituto, Wilson Savino,mostrou como a pesquisa básica aju-da na elaboração de políticas de saú-de. “A geração de conhecimentocientífico, baseado em estudos bem di-mensionados voltados a problemas desaúde específicos, podem mudar asestratégias de políticas de saúde pú-blica”, concluiu.

O setor industrialda Fiocruz: passado,presente e futuroIsabela Pimentel/Bio-Manguinhos

No terceiro dia do evento, o pre-sidente do Conselho Político e Estra-tégico do Instituto de Tecnologia emImunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fi-ocruz), Akira Homma, lembrou que,no início das atividades da Funda-ção, no Instituto Soroterápico Fede-ral (1900), todos os profissionaisenvolvidos na produção estavam li-gados à atividade de pesquisa, o querepresentou um diferencial. Citandofatos históricos como a Revolta daVacina (1904) e erradicação da fe-bre amarela (1907), o especialistadesenhou um panorama do desen-volvimento das políticas públicas desaúde, passando pela criação, em1976, de Bio-Manguinhos.

Destacando a importância da Fi-ocruz como instituição estratégica deEstado, o presidente do CPE afirmouque é preciso reduzir a distância en-tre desenvolvimento e inovação eabrir os olhos para o futuro que seaproxima. “Precisaremos de novasvacinas e produtos biológicos diantedo quadro epidemiológico nacional,e isto só será possível com a parceriaentre ensino, pesquisa e desenvolvi-mento”, concluiu. Após a apresen-tação, os participantes da conferênciavisitaram o CIPBR.

Os acadêmicos selecionados para o Programa de Bolsas para Professores Visitantes em frente ao Castelo da Fundação.Foto Peter Ilicciev/CCS

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Fernanda Marques –Editora Fiocruz

Uma recomendação da VIII Reu-nião de Ministros da Cultura da Co-munidade dos Países de LínguaPortuguesa (CPLP), ocorrida em abrilde 2012, acaba de se tor-nar realidade: foi re-alizada, de 22 a 30de novembro de2013, em Lu-anda (Ango-la), a 1ª Feirado Livro daCPLP – e aEditora Fio-cruz estavalá! Além daexposição evenda de livros,houve colóquios,seminários, lança-mentos e debates emtorno da importância do li-vro. Editoras, livreiros, bibliotecas, as-sociações culturais e instituições deensino superior de Angola, Brasil, CaboVerde, Guiné-Bissau, Moçambique,Portugal, São Tomé e Príncipe e Ti-mor-Leste participam no evento, querecebeu cerca de 40 mil visitantes.

O técnico em saúde pública Mar-celo Pinto viajou a Angola como re-

Parceria vai captarfundos para a Rede deInstitutos Nacionaisde Saúde

No âmbito do desenvolvimento daRede dos Institutos Nacionais de SaúdePública da CPLP (RINSP-CPLP), o IHMT,em parceria com a Fiocruz (que assu-me o Secretariado Executivo destaRede), vai liderar um projeto que serásubmetido à linha de financiamento daComissão Europeia para o Desenvolvi-mento e Cooperação (EuropeAid). Aestratégia foi coordenada à margem doseminário Aspetos Políticos, Estratégi-cos e Operacionais da Gestão dos Insti-tutos Nacionais de Saúde Pública, quefoi realizado nos dias 7 e 8 de novem-bro, em Recife, no Brasil. A reunião tevecomo finalidade encontrar soluçõespara problemáticas de ordem institucio-nal e conjuntural na RINSP, como a cap-tação de recursos, o escasso grau deautonomia administrativa e político-es-tratégica e o baixo nível de desenvolvi-mento técnico-científico.

Fonte: Boletim IHMT

Os efeitos da crisemundial na saúde

Danielle Monteiro - CCS

Em entrevista à agência de notíci-as Lusa, em Lisboa, onde participou doencontro da Comissão Temática deSegurança Alimentar dos ObservadoresConsultivos da Comunidade dos Paísesde Língua Portuguesa (CPLP), o diretordo Cris/Fiocruz Paulo Buss falou sobreos efeitos da crise na saúde dos portu-gueses. Segundo ele, quanto mais seprolongarem as iniquidades resultantesda crise, piores serão os efeitos delasobre a saúde. “A mortalidade infantiljá começou a crescer, a expectativa devida de Portugal vai declinar, a saúdemental dos portugueses que perderemsuas casas e seus empregos vai come-çar a deteriorar-se, e é possível que ataxa de suicídio cresça e que apareçamproblemas de nutrição”, alertou. Cliqueaqui para ler a íntegra da entrevista.

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Fabíola Tavares – Fiocruz Pernambuco

Com o objetivo de habilitar profissio-nais de saúde para o atendimento depacientes com filarioses, uma equipe for-mada por integrantes do Serviço de Re-ferência Nacional em Filarioses (SRNF),da Fiocruz Pernambuco, realizou umacapacitação no Haiti, país endêmico paraessa doença. Na primeira semana dedezembro, 20 pessoas, entre médicos,enfermeiros, assistentes sociais e técni-cos de laboratório, participaram do cursopromovido por iniciativa da Universidadede Notre Dame, que está reabrindo umaclínica na cidade de Léogâne, localizadano oeste do território nacional, para aten-dimento desses pacientes.

“O curso teve boa aceitação por

Conexão Brasil-Angola na produção editorialpresentante da Editora Fiocruz. “Foiuma experiência muito rica. Encon-tramos um público ávido pela opor-tunidade de acesso a livros. Osentimento de que estamos contribu-indo para a formação de leitores e apromoção da leitura é extremamen-

te gratificante”, descreveu.De acordo com

João Lourenço, di-retor da Bibliote-

ca Nacionalde Angola ecoordenadorda feira, du-rante oevento fo-ram toma-das decisõesimportantes

que vão facili-tar a coopera-

ção e a formaçãode profissionais nos

países da CPLP. “Houvepropostas interessantes relativas ao

Secretariado Executivo da CPLP,como a possibilidade da existênciade um selo cultural que permita queo produto livro circule com taxas al-fandegarias diferenciadas”, afirmou.

*Com informações da AgênciaAngola Press e do Jornal de Angola

parte dos alunos. Muitos deles traba-lham com o tema e não tinham co-nhecimento teórico sobre o assunto”,avalia o chefe do SRNF, Abraham Ro-cha. “Eles puderam não apenas se fa-miliarizar com a doença, mas tambémsuperar mitos a ela relacionados”,completou o pesquisador.

A parceria entre o Serviço de Refe-rência da Fiocruz Pernambuco e a Uni-versidade de Notre Dame deverá tercontinuidade por meio de outros cur-sos oferecidos pela regional da Funda-ção. Especialistas brasileiros e dainstituição de ensino haitiana irão dis-cutir um calendário para definir os pró-ximos treinamentos, que deverão serfinanciados pela Organização Mundialde Saúde e ocorrerão no Brasil.

Curso sobre filarioses no Haiti

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A EPSJV/Fiocruz concluiu, em de-zembro, mais uma ação de coopera-ção técnica internacional. Desta vez, aescola formou 36 profissionais perua-nos no Curso de Especialização Técni-ca em Vigilância em Saúde Ambientale Controle Vetorial. O curso foi realiza-do em Iquitos, no Peru, de 4 de no-vembro a 13 de dezembro.

A formação teve como objetivo for-talecer os conhecimentos em VigilânciaSanitária e controle de vetores, com umenfoque na gestão do território em saú-de, dos profissionais de saúde responsá-

Ano Alemanha +Brasil 2013-2014

O IOC/Fiocruz e o Museu da Vida,da COC/Fiocruz, promoveram, nos dias3 e 4 de dezembro, palestras com apesquisadora Beate Kunst, do Museude História da Medicina de Berlim, Ale-manha. A iniciativa está alinhada aocalendário oficial do ano Alemanha +Brasil 2013-2014, que tem como obje-tivo estreitar as relações entre os doispaíses e incentivar novas parcerias. Ementrevista ao Portal da COC, Beate fa-lou sobre as atividades do museu e osdesafios de combinar história da medi-cina e arte em um mesmo local. A ins-tituição pública tem em seu acervopermanente cerca de 750 objetos, com-preendendo espécimes anatômico-pa-tológicos, entre outros. Em suasexposições temporárias, o museu utili-za-se frequentemente da arte para fa-lar da história da medicina. Confira aquia entrevista.

Fonte: Portal da COC/Fiocruz

Marina Lemle – VPAAPS

Durante a Rio+20, os Estados-mem-bros das Nações Unidas acertaram queos Objetivos do Desenvolvimento Susten-tável (ODS) seriam definidos até a 69ªAssembleia Geral das Nações Unidas, emsetembro de 2014, para serem implemen-tados a partir de 2015. Com o objetivode estabelecer uma agenda regional emsaúde voltada para os ODS e discutircomo os Centros Colaboradores da Or-ganização Pan-Americana de Saúde/Or-ganização Mundial da Saúde (Opas/OMS) podem cooperar para que a saú-de tenha papel primordial na agenda dodesenvolvimento sustentável, a Fiocruz –centro colaborador da Opas/OMS emSaúde Pública e Ambiente – recebeu,entre 25 e 26 de novembro, represen-tantes de diversos centros colaboradoresdas Américas para o Workshop em Saú-de e Desenvolvimento Sustentável. O

Beate Kunst: “Arte e medicinase relacionam. As duas coisascombinam e são ambas fascinantes”.Foto Peter Ilicciev/CCS

Centros colaboradores da Opas/OMSreúnem-se na Ensp

evento foi realizado na Ensp/Fiocruz.Na ocasião, o coordenador geral do

Cris, Paulo Buss, identificou uma conver-gência de visões: “O encontro reúne diver-sos centros que trabalham com temas desaúde e ambiente, determinantes sociaisda saúde e promoção da saúde, extrema-mente importantes no debate sobre saú-de, ambiente e desenvolvimento. Foidiscutido o desenho de uma estratégia detrabalho dos centros, que devem se conec-tar à OMS e à Opas porque são centroscolaboradores em um nível global”, disse.

Buss defende que os centros têmque estar conectados aos governos, in-fluenciando-os, permeáveis à socieda-de civil, e em cooperação com outroscentros técnico-científicos e acadêmi-cos. Desde 2011, a Fiocruz, por meiodo Cris, tem trabalhado para que a saú-de esteja presente na agenda mundi-al, participando de fóruns internacionaiscriados para a discussão do tema.

veis pelo controle vetorial nas regiõesmais afetadas pela dengue no Peru.

A equipe de docentes era formadapor profissionais da EPSJV e de institui-ções de saúde peruanas. A formaçãofoi dividida em três unidades: Situaçãode Saúde e Território; Gestão Territori-al da Saúde para a Vigilância e Con-trole; e Aspectos Técnicos da Vigilânciae Controle Vetorial. O TCC se desen-volveu a partir do diagnóstico das con-dições de vida e saúde dos territórios.

Fonte: EPSJV/Fiocruz

Formação de profissionais de saúde peruanos

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Lançado livrosobre saúde global

A diretora da Faculdade de SaúdePública da Universidade de São Paulo(FSP/USP), Helena Ribeiro, e o vice-di-retor da FSP, professor Paulo AntonioFortes, lançaram o livro Saúde Global.A obra aborda a saúde global como umcampo de conhecimento de carátermultiprofissional e interdisciplinar, queenvolve o ensino, a pesquisa e a práti-ca, enfoca questões e problemas desaúde que extrapolam as fronteirasnacionais, assim como seus determi-nantes e as possíveis soluções, necessi-tando da intervenção e de acordos entrediversos atores sociais, incluindo paísese governos, agências e instituições pú-blicas e privadas.

O coordenador do Nethis/Fiocruz,José Paranaguá, na ocasião falou so-bre o seu capítulo que foi elaborado apartir de sua tese de doutorado do Pro-grama de Pós-Graduação em Bioéticada Faculdade de Ciências da Saúde daUniversidade de Brasília (UnB). O pes-quisador versa sobre o contraste entreas condições de vida das populações eo desenvolvimento científico, tecnoló-gico e econômico global. “A discussãoestá focada no fortalecimento da coo-peração Sul-Sul e na inserção da saúdena agenda diplomática dos países, en-tre outros pontos”, destaca Paranaguá.

O livro pode ser adquirido pelo siteda editora.

Fonte: FSP/USP

Prevenção à dengueem Cabo Verde

Modelo brasileirode Banco de LeiteHumano seráadotado na Etiópia

O Banco de Leite Humano (BLH) doIFF/Fiocruz, que recentemente comple-tou 70 anos, tem atraído a atenção doexterior. Em 21 de novembro, o BLH re-cebeu uma comitiva da Etiópia, que veioao Brasil para conhecer as instalaçõesdo primeiro Banco de Leite Humano dopaís. A rede brasileira de bancos de lei-te humano é composta por 212 bancose 121 postos de coleta espalhados portodo o país, sendo considerada a maiore mais complexa do mundo.

A simplicidade dos processos e aefetividade dos resultados da implan-tação dos bancos de leite chamaramatenção do ministro da Saúde. “Nãohavia imaginado que fosse tão fácildesenvolver essa tecnologia. Acreditoque não teremos dificuldade para im-plantar esse sistema de doação emnosso país, pois a Etiópia tem uma po-pulação com forte espírito de solidarie-dade”, afirmou Hagos.

A vinda da comitiva ao institutointegra as atividades previstas no acor-do de cooperação técnica tripartite,estabelecido em 2008 entre o governoe a Universidade de Jimma, na Etiópia,a Universidade de Tulane, nos EstadosUnidos, e o Brasil, por meio do Laser/Ensp/Fiocruz, abrangendo ações nasáreas de ensino, pesquisa e atenção àsaúde. A comitiva fez ainda uma visitaà Farmanguinhos, Bio-Manguinhos e àEPSJV/Fiocruz.

Fonte: IFF/Fiocruz

O setor de controle de qualidadedo Banco de Leite do IFF/Fiocruz.Foto Peter Ilicciev/CCS

A parceria levou a alunos de escolaspúblicas conhecimentos básicos deprevenção da dengue e as condiçõespara a transmissão da doença.

Rita Vasconcelos – Fiocruz Pernambuco

Pesquisadoras do Departamento deEntomologia da Fiocruz Pernambucoparticiparam de uma campanha de pre-venção à dengue, na Ilha de Santo An-tão, localizada no arquipélago africanode Cabo Verde. A ilha foi a única quenão registrou casos da enfermidade du-rante a primeira epidemia da doençano país, apesar da presença do Aedesaegypti em Cabo Verde.

A campanha, realizada em dezem-bro, foi uma sensibilização voltada paraalunos de escolas públicas e teve comoobjetivo orientar sobre atitudes básicasde prevenção e as condições para atransmissão da doença. As crianças eos jovens também puderam conheceras características do mosquito e suamorfologia, através da exibição de ví-deos educativos e kits com a apresen-tação do ciclo de vida do Aedesaegypti, nas suas diferentes fases.

A ação é fruto de parceria com aDelegacia de Saúde de Porto Novo – ór-gão que atua de forma semelhante àssecretarias de saúde estaduais brasileiras– e a Universidade Jean Piaget, de CaboVerde. Além da campanha, foram reali-zados trabalhos de campo, instalação dearmadilhas para mosquitos e capacita-ção de agentes de saúde locais.

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Redes estruturantes sereúnem em pré-oficina

Durante a reunião conjunta, emRecife, entre a Rede de Escolas de Saú-de Pública da América do Sul (Resp) eo Grupo Técnico de Desenvolvimentode Recursos Humanos em Saúde, am-bos da União de Nações Sul-America-nas (Unasul), o diretor da Ensp/Fiocruz,Hermano Castro, assumiu oficialmen-

Fiocruz integraredes de pesquisaclínica em HIV/Aids

A Unidade de Ensaios Clínicos doIpec/Fiocruz, liderada pela pesquisado-ra Beatriz Grinsztejn, chefe do Labora-tório de Pesquisa Clínica em DST e Aids,está entre as 37 unidades selecionadaspelo Instituto Nacional de Alergia eDoenças Infecciosas (NIAID/NIH), dosEstados Unidos, para integrar as redesde Ensaios Clínicos em Tratamento ePrevenção do HIV /Aids nos próximossete anos. O processo de seleção foimuito rigoroso e extremamente com-petitivo. No ciclo que se inicia e vai até2021, o Ipec será o único centro depesquisa brasileiro a ter um acordo decooperação firmado com a Divisão deAids do NIAID/NIH.

Fonte: Ipec/Fiocruz

Geração demedicamentos é focode cooperação comGeorgetown University

Uma parceria entre a Fiocruz, a Ge-orgetown University e as instituiçõesamericanas Oak Ridge Laboratories eCouncil on Competitiveness vai trabalharna geração de novos medicamentos, afim de construir capacidades em produ-tos farmacêuticos. A proposta foi feita poruma delegação da universidade ameri-cana, em reunião com membros do Cris,da vice-presidência de Produção e Ino-vação em Saúde, de Farmanguinhos eBio-Manguinhos, em dezembro.

O reitor do Centro Médico da Geor-getown University, Howard Federoff, co-mentou que a instituição dispõe de umsistema de dados de 1.5 milhões de pa-cientes, armazenados em um centro decomputação dos mais modernos existen-tes no mundo, que mapeiam e possibili-tam o desenvolvimento de váriaspesquisas, que vão desde o descobrimen-to da fase pré-clínica até o desenvolvi-mento clínico de novos medicamentos.A proposta prevê a colaboração brasilei-ra na pesquisa acadêmica, no setor far-macêutico e ainda do governo.

Rede coordenada pelaFiocruz é apresentadano Fórum das NaçõesSul-Americanas

A Fiocruz marcou presença no fó-rum Ciência, Tecnologia, Inovação e In-dustrialização na América do Sul, daUnião das Nações Sul-Americanas (UNA-SUL), que reuniu acadêmicos, autorida-des e representantes da sociedade civilde 11 países, no Rio de Janeiro, entre osdias 2 e 4 de dezembro. Como desen-volver a ciência na América do Sul deforma a atender às demandas mais ur-gentes da região, aumentar a coopera-ção entre os países e, ao mesmo tempo,promover uma emancipação intelectuale tecnológica das nações mais desenvol-vidas? O encontro, que contou com apresença do diretor do IOC, Wilson Savi-no, buscou responder a essas perguntas.

Savino participou da mesa de deba-tes A grande ciência e o desenvolvimen-to tecnológico na América do Sul, edestacou a experiência da rede regionalInvestigação, Educação e BiotecnologiaAplicadas à Saúde, coordenada no Brasilpela Fiocruz. Financiada em US$ 7 mi-lhões pelo Fundo para a ConvergênciaEstrutural do Mercosul (Focem) e em ati-vidade há um ano e meio, a Rede agregaoutros três centros de pesquisa de exce-lência no continente: o Instituto de Inves-tigação em Biomedicina de Buenos Aires(Conicet-Max Planck), na Argentina; oInstituto Pasteur de Montevidéu, no Uru-guai, e o Laboratório Central de SaúdePública do Paraguai (LCSP).

Fonte: IOC/Fiocruz

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Acordo de cooperaçãotriangular comAlemanha e Uruguai

Thiago Oliveira – Cris

A Fiocruz, por meio do Cris, e a Fun-dação para o Desenvolvimento Científi-co e Tecnológico em Saúde (Fiotec), deuinício ao Projeto Triangular de Coopera-ção Financeira com a Alemanha e o Uru-guai, em apoio ao combate internacionalà epidemia da Aids. Assinado em Brasí-lia, em novembro, o objetivo do acordoé melhorar o acesso e a qualidade daprestação da rede de atenção de pri-meiro nível e o fortalecimento da vigi-lância epidemiológica no Uruguai comênfase em HIV, priorizando localidadescom menos de 5 mil habitantes. A con-clusão do projeto está prevista para2018, podendo ser prorrogada.

Fundada em 1789, a Georgetown é amais antiga universidade católica dosEUA, e está sediada em WashingtonDC, sendo mundialmente conhecidapor sua orientação para a pesquisa.

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te a Secretaria Executiva da Rede.Realizada em novembro, a reunião

antecedeu o III Fórum Global de Recur-sos Humanos em Saúde, que ocorreu nofinal do mesmo mês. Também como pré-oficinas do fórum foi realizado o encon-tro entre membros da Rede dos InstitutosNacionais de Saúde da Comunidade dosPaíses de Língua Portuguesa (Rins-CPLP)e da Rede Internacional de Educação deTécnicos em Saúde da CPLP e da Uniãodas Nações Sul-Americanas (RETS-CPLPe RETS-UNASUL), o qual culminou naalteração e aprovação dos planos de tra-balho 2014-2016.

Fonte: Ensp/Fiocruz e RETS

Foto Peter Ilicciev/CCS

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Diretor do IOCé homenageadona Argentina

As significativas contribuições aoincremento de cooperações internaci-onais em ciência, tecnologia e inova-ção com o país vizinho renderam aWilson Savino, diretor do IOC/Fiocruz,o prêmio Luis Federico Leloir. A ceri-mônia ocorreu no Congresso NacionalArgentino, em novembro. Único brasi-leiro a receber a honraria na edição2013 da premiação, Savino destacou-se por integrar diversos projetos para oprogresso da ciência argentina, umdeles financiado pelo Fundo para Con-vergência Estrutural dos Países do MER-COSUL, o FOCEM. A cooperaçãoenvolve o esforço de pesquisadores doInstituto de Biomedicina Conicet-Max-Planck, do Instituto Pasteur de Monte-vidéu e do Instituto Nacional de Saúdedo Paraguai, versando sobre doençascrônico-degenerativas.

Outro projeto de cooperação é de-senvolvido com pesquisadores do Insti-tuto de Imunologia da UniversidadeNacional de Rosário, e versa sobre imu-nologia da doença de Chagas.

Fonte: IOC/Fiocruz

Doutorado ePós-doutoradona Suécia

Estão abertas as inscrições dachamada pública para candidatosinteressados em participar do pro-cesso de seleção para bolsas deDoutorado Sanduíche no Exterior(SWE) e de Pós-doutorado no Ex-terior (PDE) nas áreas prioritáriasdo Programa Ciência sem Fron-teiras, como materiais e produ-ção, eletrônica, tecnologia dainformação e comunicação, siste-mas de engenharia mecânica eenergia e meio ambiente.

Os candidatos selecionadosvão desenvolver seus projetos noscentros de pesquisa e desenvolvi-mento da SAAB AB, empresa su-eca criadora de sistemas dedefesa aeroespaciais ou nas insti-tuições de pesquisa parceiras naSuécia.

SAIBA MAIS

Fonte: CNPq

Curso internacionalem parceria comPortugal e Moçambique

A Fiocruz, por meio do Programade Pós-Graduação em Saúde Públicada Ensp, realizou o curso internacionalDireito e Saúde: dialogando com Por-tugal e Moçambique, em conjunto coma Universidade Eduardo Mondlane, deMoçambique. A atividade foi mais umfruto da cooperação entre a Fundaçãoe o Centro de Estudos Sociais da Uni-versidade de Coimbra.

Realizado de 18 a 29 de novem-bro, o curso teve o objetivo de discutira produção do conhecimento como umespaço emancipatório, de forma queo encontro entre os campos direito esaúde possibilitem a construção deuma cidadania sanitária. “Temos odesafio de desenvolver projetos depesquisa no campo de gênero, sexua-lidade e direitos humanos entre os trêspaíses. Além do mais, nos abriu a pos-sibilidade de ampliar o convênio coma Universidade Eduardo Mondlane,com o intercâmbio de alunos dos doispaíses de língua portuguesa”, disseMaria Helena Barros, coordenadora doconvênio CES – Fiocruz.

Fonte: Ensp/Fiocruz

Países latino-americanos queremampliar cooperaçãoregional

Uma ação articulada com foco emciência, tecnologia e inovação é vistacomo uma possível solução para os pro-blemas que enfrentam os países lati-no-americanos e caribenhos. Aampliação e o fortalecimento da coo-peração regional é o primeiro item daDeclaração da América Latina e doCaribe entregue aos participantes do6° Fórum Mundial de Ciência (FMC),que ocorreu de 24 a 27 de novembro,no Rio de Janeiro.

Na opinião do diretor do EscritórioRegional de Ciência e Tecnologia da

Organização das Nações Unidas paraa Educação, a Ciência e a Cultura(Unesco), Jorge Grandi, é preciso criarum instrumento financeiro que permi-ta a pesquisadores e laboratórios tra-balhar juntos. “Muitas vezes, parasolucionarmos problemas cientificamen-te, precisamos da interação entre dife-rentes laboratórios. E é aí que está oproblema. Não temos um instrumentoque permita a associação de atores di-ferentes”, avaliou Grandi.

Ele acredita que o FMC é um ex-celente ambiente para dar início à dis-cussão sobre criar um mecanismofinanceiro para a CT&I da região. Mem-bros de academias de ciências de 65países se reunirão no Brasil para discu-tir o papel da ciência para o desenvol-vimento global e sustentável.

Fonte: MCTI

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MARIA HELENA MACHADOentrevista

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Qual a importância do RH emsaúde para o alcance da cober-tura universal?

Maria Helena: Primeiro, gostariade dizer que prefiro o termo ‘trabalha-dor em saúde’, e não RH. Isso significaelevar o termo a sua real categoria deprioridade em qualquer sistema e es-trutura organizacional, pois os trabalha-dores são a peça fundamental dagrande engrenagem do sistema de saú-de, independente do continente ondeesteja. Essa é a importância: tornar es-tratégica a área e elevá-la à máximaprioridade institucional, afinal, estamosfalando de pessoas qualificadas e pre-paradas para atender às necessidadesda população que busca atendimentoem situações adversas.

Qual a importância dos re-cursos humanos em saúde parao alcance dos Objetivos de De-senvolvimento do Milênio?

“É inconcebível alcançar os Objetivos deDesenvolvimento do Milênio sem priorizare produzir políticas públicas consistentes,duradouras e coerentes com essas metas”

Maria Helena: É inconcebível pen-sar alcançar os Objetivos de Desenvol-vimento do Milênio no campo da saúdesem priorizar e produzir politicas públi-cas consistentes, duradouras e coeren-tes com esses objetivos. Ou seja, nãose pode pensar saúde para todos semter como centro o acesso dos profissio-nais para realizar estes objetivos.

Um dos grandes problemasno campo de RH em saúde nomundo é a escassez de profissi-onais. A que se deve isso?

Maria Helena: São várias as razões,que vão desde a baixa relação entreoferta e demanda de profissionais até aausência de politicas públicas adequa-das de valorização dos profissionais, ge-rando seu afastamento do sistema desaúde. Essa é uma questão complexa edeve ser discutida - como observado noFórum Global - respeitando as realida-des regionais. A escassez de médicos

Foto Virgínia Damas/Ensp

Danielle Monteiro - CCS

investimento em Recursos Humanos em saúde é essencial para o alcancedos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). Sem uma força detrabalho eficiente e suficiente, não é possível um sistema de saúde sólido eeficaz. Mas o que é necessário para enfrentar os principais desafios no cam-

po de RH em saúde no mundo, como a insuficiência de profissionais? Por que o RHem saúde é importante para o alcance dos ODM e da cobertura universal? E qual aimportância das cooperações internacionais para que se atinjam essas metas? Essasperguntas foram respondidas pela pesquisadora da Ensp/Fiocruz, Maria Helena Ma-chado, em entrevista ao Crisinforma. Nesse bate-papo, ela também comenta osprincipais resultados do III Fórum Global sobre Recursos Humanos em Saúde, no qualesteve presente representando a Fundação. O Cris/Fiocruz também marcou presen-ça no Fórum e participou das pré-oficinas do evento, que reuniram membros da Rededos Institutos Nacionais de Saúde da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa(Rins/CPLP), da Rede Internacional de Educação de Técnicos em Saúde (RETS/CPLPe Rets/Unasul) e da Rede de Escolas de Saúde Pública (Resp).

O evento, que aconteceu em novembro, em Recife, foi coordenado pelaOrganização Mundial da Saúde (OMS) e a Global Health Workforce Alliance(GHWA), em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e oMinistério da Saúde do Brasil. O Fórum culminou na Declaração de Recife, docu-mento de compromisso dos países membros, que traz 10 ações que devem serimplantadas pelas nações no campo de RH em saúde. A declaração propõeainda a criação de redes internacionais e o apoio internacional para que os gover-nantes atinjam as metas no seu próprio país.

no continente africano, por exemplo, éuma situação específica, que deve eprecisa ser vista de forma especial, umavez que as realidades de cada país sãodefinidoras dos rumos a tomar pelas au-toridades governamentais. A escassezde profissionais de saúde no Canadá,Brasil, Peru, ou mesmo na Europa, poroutro lado, é localizada, específica deuma determinada área longínqua e, porvezes, de difícil acesso.

Que soluções podem ser pro-postas para a ampliação do nú-mero de profissionais de saúdenos países para o alcance dacobertura universal?

Maria Helena: É preciso regionali-zar o problema da escassez para buscarsaídas específicas e respeitosas com arealidade local. Reconheço a importân-cia das cooperações internacionais, massou mais favorável a soluções nacionaispor meio de politicas públicas capazes

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de resolver de fato este enorme proble-ma. É preciso ter um diagnóstico claroda situação da Força de Trabalho emSaúde (FTS) existente no país, e de sualocalização, verificando sua concentra-ção e escassez; analisar o comportamen-to da oferta e demanda dessa FTS;analisar a capacidade institucional doaparelho formador e, especialmente,observar a possível e quase sempre de-sigualdade de distribuição destas insti-tuições formadoras no país. A soluçãodeste grave problema é sempre um con-junto de soluções envolvendo muito maisque a simples matemática da oferta edemanda de FTS.

Quais são os outros desafi-os no campo de RH em saúde nomundo?

Maria Helena: São tantos que ficadifícil mencioná-los. Elegeria dois de-safios estratégicos. O primeiro seria for-mar profissionais mais em sintonia comsua realidade e menos ‘estandartiza-dos’. O segundo seria dar uma melhoradequação ao mundo do trabalho noqual vão atuar, dando mais dignidade

e valorização a esses profissionais. Im-plantar políticas públicas que priorizema carreira, bons salários, boas condiçõesde desenvolver com dignidade e tran-quilidade as atividades cotidianas e,acima de tudo, respeito e atenção es-pecial para com aqueles que cuidamda população. Trabalhadores de saúdesão um bem público precioso que oEstado (seja ele qual for) deveria cui-dar com preciosidade, priorizando-os.O mundo precisa trilhar este caminhose de fato a meta for saúde para todosno próximo milênio.

O que a Fiocruz tem feito, in-clusive em termos de coopera-ções internacionais, na tentativade solucionar esses desafios?

Maria Helena: A Fiocruz é umexemplo perfeito de como uma insti-tuição pública de vocação nacionalpode contribuir para buscar a supera-ção destes desafios, formando milha-res de trabalhadores para o sistema desaúde, qualificando-os em áreas estra-tégicas para os serviços, fazendo par-cerias nacionais e internacionais com

outras instituições, o que permite des-centralizar e ampliar sua capacidadeformativa. A Fiocruz, com suas parceri-as, vem contribuindo também na pro-dução de conhecimento, formandoquadros de jovens pesquisadores nasregiões e países, especialmente naAmérica Latina e África. Contudo, hámuito ainda que realizar e ampliar nos-sa capacidade de transferência de tec-nologia, saber e conhecimento.

Como se deu a participaçãoda Ensp/Fiocruz no Fórum Glo-bal de RH? E quais foram os prin-cipais desdobramentos desseencontro?

Maria Helena: A Ensp esteve ativanão só com a presença de sua direçãonos debates, como também com a pre-sença de nós, pesquisadores da área,buscando ampliar os contatos internaci-onais no campo da pesquisa e coopera-ção técnica. Este foi o terceiro Fórumdo qual participamos e, em todos, fize-mos um bom debate, e estabelecemoscontatos e ótimas possiblidades de par-cerias institucionais.

CRIS INFORMA #12 | DEZEMBRO DE 2013 - ExpedienteCoordenadoria de Comunicação Social (CCS) | Edição e redação: Danielle Monteiro comapoio da Coordenação de Informação e Comunicação do Cris/Fiocruz | Projeto gráfico eedição de arte: Guto Mesquita e Rodrigo Carvalho | Fotografia: Peter Ilicciev e Arquivo

CCS | Contato: Danielle Monteiro - Tel: (21) 3885-1065 - E-mail: [email protected]