influência do protocolo de secagem dos canais radiculares ... · a fase final do tratamento...

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE RIBEIRÃO PRETO ADRIANNE CALIXTO FREIRE DE PAULA Influência do protocolo de secagem dos canais radiculares na resistência de união e selamento apical de obturações com cimentos com silicato de cálcio e com hidróxido de cálcio Ribeirão Preto 2014

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Page 1: Influência do protocolo de secagem dos canais radiculares ... · A fase final do tratamento endodôntico visa a obturação tridimensional do sistema de canais radiculares, prevenindo

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE RIBEIRÃO PRETO

ADRIANNE CALIXTO FREIRE DE PAULA

Influência do protocolo de secagem dos canais radiculares na resistência de união e selamento apical de obturações com cimentos com silicato

de cálcio e com hidróxido de cálcio

Ribeirão Preto

2014

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ADRIANNE CALIXTO FREIRE DE PAULA

Influência do protocolo de secagem dos canais radiculares na

resistência de união e selamento apical de obturações com

cimentos com silicato de cálcio e com hidróxido de cálcio

Tese de Doutorado apresentada à Faculdade de Odontologia de

Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, para obtenção do grau

de Doutor em Ciências – Programa: Odontologia Restauradora - Área

de concentração: Odontologia Restauradora (opção: Endodontia).

Orientador: Prof. Dr. Antonio Miranda da Cruz Filho

“Versão corrigida”

Ribeirão Preto

2014

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Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio

convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte.

Assinatura do autor: ____________________________

Data: _____/_____/2014.

Ficha Catalográfica

Paula, Adrianne Calixto Freire de

Influência do protocolo de secagem dos canais radiculares na resistência de união e

selamento apical de obturações com cimentos com silicato de cálcio e com hidróxido de cálcio.

Ribeirão Preto, 2014.

80 p.: il.; 30 cm

Tese de Doutorado, apresentada na Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da

Universidade de São Paulo (FORP-USP), área de concentração: Odontologia Restauradora-

Endodontia.

Orientador: Cruz Filho, Antonio Miranda da

“Versão corrigida da Tese. A versão original se encontra disponível na Unidade que aloja o

Programa.”

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FOLHA DE APROVAÇÃO

PAULA, A.C.F. Influência do protocolo de secagem dos canais radiculares na resistência de

união e selamento apical de obturações com cimentos com silicato de cálcio e com hidróxido

de cálcio.

Tese de Doutorado apresentada à Faculdade de Odontologia de

Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, para obtenção do grau

de Doutor em Ciências – Programa: Odontologia Restauradora - Área

de concentração: Odontologia Restauradora (opção: Endodontia).

Aprovado em: ____/____/2014

Banca Examinadora

Prof. Dr. Antonio Miranda da Cruz Filho (Orientador)

Instituição: Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto/USP

Julgamento:____________________ Assinatura:____________________

Prof(a). Dr(a)._________________________________________________

Instituição:___________________________________________________

Julgamento:____________________ Assinatura:____________________

Prof(a). Dr(a)._________________________________________________

Instituição:___________________________________________________

Julgamento:____________________ Assinatura:____________________

Prof(a). Dr(a)._________________________________________________

Instituição:___________________________________________________

Julgamento:____________________ Assinatura:____________________

Prof(a). Dr(a)._________________________________________________

Instituição:___________________________________________________

Julgamento:____________________ Assinatura:____________________

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Este trabalho de pesquisa foi realizado no Laboratório de Pesquisa em Endodontia do

Departamento de Odontologia Restauradora da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto

da Universidade de São Paulo.

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DEDICATÓRIAS

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Às minhas filhas Nathália e Anelisa, meus amores e maiores orgulhos da minha vida,

por compreenderem minhas ausências.

Ao meu esposo Ricardo de Paula, que sempre me estimulou a seguir em frente, nos

momentos de dificuldade, com apoio incondicional.

Aos meus pais Maria Carmen Batista Calixto Freire e Manoel Adauto Freire, que, com

admiração, nunca deixaram de acreditar no meu potencial, sempre me aconselhando e

contribuindo para a realização dos meus sonhos.

A minha irmã Danielle Calixto, pela amizade e constante incentivo.

Aos meus familiares e amigos, que sempre prestigiam a minha trajetória profissional.

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AGRADECIMENTOS

Page 9: Influência do protocolo de secagem dos canais radiculares ... · A fase final do tratamento endodôntico visa a obturação tridimensional do sistema de canais radiculares, prevenindo

À Força Maior, pelas experiências vividas ao longo da minha formação profissional, pelas

amizades construídas e pelo crescimento pessoal adquirido.

Ao meu orientador, responsável direto pelo bom andamento deste trabalho, Prof. Dr.

Antonio Miranda da Cruz Filho, pelos ensinamentos transmitidos, com tanta competência,

disposição, paciência e dedicação. Muito obrigada!

Ao Prof. Dr. Manoel Damião de Sousa Neto, por conduzir, de maneira tão dedicada e

segura, o Dinter, proporcionando a todos nós uma formação acadêmica de qualidade.

Aos demais professores do curso, Jesus Djalma Pécora, Luiz Carlos Pardini, Luiz Pascoal

Vansan, Marcelo Oliveira Mazzeto, Regina Guenka Palma Dibb, Sílvio Rocha Correa da Silva,

Simone Cecilio Hallak Regalo, que apostaram na parceria USP/UNIMONTES pela contribuição

intelectual dispensada com tanto profissionalismo.

Aos colegas do Dinter, Agnaldo Rocha de Souza Júnior, Altair Soares de Moura, Carla

Cristina Camilo Araújo , Cássia Pérola dos Anjos Braga Pires, Deícola Coelho Filho, José Mendes da

Silva, Manoel Brito Júnior, Soraya Mameluque Ferreira, Tania Coelho Rocha Caldeira pelo

companheirismo nas horas difíceis e nos momentos de descontração.

Aos colegas de trabalho das disciplinas em que atuo na Unimontes, Alex Fabiano Carvalho

Quintino, João Américo Normanha, Neilor Mateus Antunes Braga, Thalita Thyrza de Almeida

Santa Rosa, Yuri Fonseca Ferreira, que, tão generosamente, dispuseram-se a contribuir para que as

atividades acadêmicas não ficassem comprometidas.

Ao João Américo Normanha e Alberto Ramos Andrada que usaram a habilidade,

conhecimento e boa vontade para a construção do aparelho de filtração de fluido empregado na

metodologia desse estudo.

Aos funcionários Reginaldo Santana e Carlos Feitosa, pela ajuda prestada, pela convivência

amigável e conselhos sinceros.

Aos amigos da pós-graduação: Jardel Mazzi, Graziela Leoni e Cecília Martins, pelo carinho

com que me receberam e disposição em ajudar.

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À FAPEMIG- Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais por viabilizar o recurso

financeiro durante a minha permanência no Doutorado.

À Universidade Estadual de Montes Claros e à Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto

da Universidade de São Paulo, cuja parceria tornou possível a realização do meu curso.

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RESUMO

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Paula, ACF. Influência do protocolo de secagem dos canais radiculares na resistência de

união e selamento apical de obturações endodônticas com cimentos com silicato de cálcio e

com hidróxido de cálcio. 2014. 80 p. Tese (Doutorado) - Faculdade de Odontologia de

Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2014.

O propósito deste estudo foi avaliar a influência de protocolos de secagem do canal na

resistência de união (RU) e no selamento apical (SA) de obturações com AH Plus, Sealapex e

MTA Fillapex. Cento e cinquenta e seis raízes de caninos superiores foram submetidas à

biomecânica com sistema Reciproc (R50) e distribuídas de acordo com o protocolo de

secagem (PS): GI‐ cones de papel; GII‐ álcool isopropílico 70% + aspiração com pontas

NaviTips; GIII‐ etanol 95% + cones de papel; GIV‐ EndoVac + cone de papel. Cada grupo foi

dividido em subgrupos conforme o cimento obturador: A‐ AH Plus; B‐ Sealapex; C‐ MTA

Fillapex. Utilizou-se para todos os espécimes técnica de obturação do cone único. As raízes

de cada subgrupo foram destinadas à avaliação do SA (n=8) e RU (n=5), por meio do método

de filtração de fluidos (FF) e push-out (PO), respectivamente. Para o PO as raízes foram

seccionadas e um slice de cada terço submetido ao teste e à análise do tipo de falha. Os

dados foram submetidos aos testes Anova two-way e three-way e Tukey por meio dos

software SPSS 15.0 e SigmaStat 3.5 (α=5%). Os resultados da FF mostraram diferença

significante entre os cimentos MTA e Sealapex (p<0,05). O SA não sofreu influência dos

protocolos. Na RU não houve diferença entre os terços do canal (p>0,05), mas houve entre

os cimentos (p<0,05), protocolos (p<0,05) e na interação cimentos/protocolos (p<0,05). O

AH Plus (1,39±0,60) apresentou os maiores valores de RU em relação ao Sealapex

(0,83±0,33) e MTA (0,76±0,34). Espécimes secos com álcool isopropílico proporcionaram aos

cimentos testados maior resistência de união que quando secos com etanol (p=0,005) e

EndoVac (p=0,002). Canais secos com etanol não influenciaram os cimentos. O uso de cones

de papel, EndoVac e álcool isopropílico e obturação com AH Plus apresentaram os maiores

valores RU que os demais cimentos. Concluiu-se que a infiltração ocorrida com o AH Plus foi

semelhante a dos demais cimentos. O AH Plus apresentou os maiores valores de RU. No

terço cervical houve predominância de falhas coesivas e de mistas nos demais terços.

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ABSTRACT

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Paula, ACF. Influence of drying protocols in the bond strength and apical sealing of teeth filled with calcium silicate and calcium hydroxide sealers. 2014. 80 p. Tese (Doutorado) - Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2014.

The purpose of this study was to evaluate the influence of drying protocols in the bond

strength (BS) and in the apical sealing (AS) of teeth filled with AH Plus, Sealapex and MTA

Fillapex. One hundred and fifty-six roots of maxillary canines were subjected to

biomechanical preparation with Reciproc (R50) and hand out according to the drying

protocol (DP): GI-paper points; GII-70% isopropyl alcohol + aspiration with NaviTip points;

GIII-95% ethanol + paper points; GIV-EndoVac + paper points. Each group was divided into

subgroups according the used sealer: A- AH Plus; B- Sealapex; C- Fillapex MTA. The single

cone obturation technique was used for all the samples. The roots of each subgroup were

intended for the evaluation of the AS (n = 8) and the BS (n = 5) by using the fluid filtration

(FF) and the push-out (PO) methods, respectively. Regarding the PO, the roots were

sectioned and a single slice from each third was subjected to testing and also analysed for

the type of failure. Data was submitted to the Tukey, two-way and the three-way variance

analysis (ANOVA) resorting the SPSS 15.0 and the SigmaStat 3.5 (α = 5%) software. The

results of the FF revealed a statistical significant difference between the MTA and the

Sealapex (p <0.05) sealers. The AS showed no influence of the protocols. When it comes

to the BS there was no statistical significant difference between the canal thirds (p> 0.05),

but there was between the sealers (p <0.05), the protocols (p <0.05) and in the interaction

between the sealers and the protocols (p <0.05). AH Plus (1.39 ± 0.60) revealed the

highest BS comparing with Sealapex (0.83 ± 0.33) and MTA (0.76 ± 0.34). The specimens

in which the isopropyl alcohol was used, had the highest bond strength results for the

sealers, comparing with ethanol (p = 0.005) and EndoVac (p = 0.002). In the canals that

ethanol was used, no alteration of the sealer was noticed. The use of paper points,

EndoVac and isopropyl alcohol and filling with AH Plus revealed the highest BS values

comparing with the other sealers. It was concluded that the infiltration that occurred with

AH Plus was similar with the other sealers. AH Plus showed the highest BS. In the cervical

third there was preponderance of cohesive failures, and in the other thirds the mixed type

of failure.

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SUMÁRIO

Introdução.................................................................................................................................. 1

Proposição.............................................................................................................................. 9

Materiais e Métodos.............................................................................................................. 13

Resultados..............................................................................................................................

Discussão ...............................................................................................................................

27 41

Conclusões ............................................................................................................................ 55

Referências............................................................................................................................. 59

Anexos................................................................................................................................... 67

Apêndices............................................................................................................................... 75

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INTRODUÇÃO

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A fase final do tratamento endodôntico visa a obturação tridimensional do sistema

de canais radiculares, prevenindo a colonização e reinfecção intra e extra-radicular por

patógenos orais (CLINTON; HIMEL, 2001; FLORES et al., 2011). Durante essa fase o uso do

material obturador tem como objetivo principal impedir a presença de infiltrações, bem

como, induzir a reparação de patologias periapicais e estimular o selamento biológico apical

(PETERS; WESSELINK, 2002; VASCONCELOS et al., 2011). Sabe-se que o vedamento

inadequado do sistema de canais propicia a infiltração de bactérias, fluidos e de substâncias

químicas entre a parede dentinária e o material obturador, podendo acarretar reação

inflamatória periapical (RUDDLE, 2002; HIRAI et al., 2010).

Ao longo do tempo, diferentes materiais foram sugeridos para a obturação, com

destaque para a guta-percha a qual, até o momento, é o material obturador padrão na

endodontia (ARI et al., 2010). Na última década, cones de guta-percha com taper similar às

limas de Ni-Ti, têm sido comercializados para obturação por meio da técnica de cone único.

Essa técnica minimiza a pressão aplicada pelos condensadores às paredes dentinárias e a

associação cone único/cimento resulta em uma massa uniforme, o que evita lacunas

observadas entre múltiplos cones. Em complemento, a correspondência entre os diâmetros

do cone e instrumento proporciona melhor adaptação do material sólido às paredes do

canal radicular diminuindo o risco de infiltração (YLMAZ et al., 2009). No entanto, devido à

falta de adesão da guta-percha às paredes dentinárias, preconiza-se seu uso associado a um

cimento endodôntico dotado dessa propriedade (LEE et al., 2002; GOGOS et al., 2003;

SAGSEN et al., 2011).

Os cimentos obturadores têm a finalidade de lubrificar e servir de elo de ligação

entre a guta-percha e as paredes dentinárias, além de preencher as irregularidades do

sistema de canais radiculares (ZHANG et al., 2009). Para tal, devem apresentar alguns

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requisitos básicos como: biocompatibilidade, propriedade antibacteriana, estabilidade

dimensional, radiopacidade, facilidade de adaptação às paredes radiculares e promover o

vedamento do sistema de canais radiculares (CAICEDO; VON, 1988; ZHANG et al., 2009).

Os cimentos endodônticos são classificados, basicamente, em resinosos, à base de

óxido de zinco e eugenol, de ionômero de vidro e com hidróxido de cálcio. Dentre os

cimentos que apresentam hidróxido de cálcio em sua composição, o Sealapex® foi

idealizado com o objetivo de reunir em um único material as propriedades físico-químicas do

cimento às propriedades biológicas do hidróxido de cálcio (COSTA et al., 2009).

O cimento de resina epóxica AH Plus® tem sido utilizado frequentemente em

pesquisas endodônticas como material controle (ØRSTAVIK, 2005; DIAS et al., 2014) devido à

estabilidade dimensional a longo prazo (ELDENIZ et al., 2007), adequada microretenção à

dentina e à baixa solubilidade (RESENDE et al., 2009; CARNEIRO et al., 2012; DIAS et al.,

2014). Cimentos de resina epóxica evidenciaram mais alta resistência de união às obturações

comparados aos cimentos com hidróxido de cálcio, à base de óxido de zinco e eugenol,

ionômero de vidro (LEE et al., 2002) e cimentos de metacrilato (GESI et al., 2005; DE DEUS et

al., 2009). Há relatos de que a adesividade do AH Plus na dentina radicular está relacionada

com ligações covalentes entre os anéis de epóxido e os grupos amina expostos na rede de

colágeno (FISHER et al., 2007).

Atenção especial, por parte dos pesquisadores, destina-se aos cimentos

recentemente introduzidos no mercado, como o MTA Fillapex®. Esse material foi proposto

com intuito de suprir o tempo de trabalho reduzido do cimento MTA convencional, facilitar a

fase de manipulação (PARIROKH; TORABINEJAD, 2010), bem como, melhorar a força de

adesão (CAMILLERI, 2009). O MTA Fillapex difere do agregado de trióxido mineral (MTA) por

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I n t r o d u ç ã o | 5

possuir silicato de cálcio em sua composição, no entanto, pouco se conhece a respeito da

influência dessa substância sobre as propriedades do cimento (NAGAS et al., 2012).

Há algum tempo a literatura tem chamado a atenção, especificamente, para a

importância da propriedade adesiva dos cimentos endodônticos (LEE et al., 2002; GOGOS et

al., 2003; SAGSEN et al., 2011). Sabe-se que quanto maior a adesão do material obturador

junto às paredes dentinárias, maior é a resistência da obturação ao deslocamento (UNGOR

et al., 2006; SAGSEN et al., 2011). O processo de adesão envolve forças mecânicas que

produzem o entrelaçamento do material com a dentina mantendo a massa obturadora

coesa favorecendo a vedação e, consequente redução da infiltração (SALEH et al., 2002;

TEIXEIRA et al., 2009). No entanto, a capacidade de adesão do material obturador pode ser

influenciada pelo protocolo de secagem do canal radicular, interferindo no processo de

microinfiltração (ZMENER et al., 2008; NAGAS et al., 2012; DIAS, 2012). Normalmente,

pontas de papel absorvente têm sido utilizadas para essa finalidade, porém, outras formas

de secagem têm sido propostas. O uso do álcool isopropílico, por exemplo, é uma opção

bastante viável. Canais radiculares secos por meio dessa solução promoveram obturações

com elevada resistência de união quando comparados aos espécimes secos com cones de

papel (DIAS et al., 2014).

Paralelamente, dispositivos mecânicos como o EndoVac®(SybronEndo, Orange, CA,

EUA) utilizado para a irrigação e aspiração durante o preparo biomecânico permite também

a secagem do canal radicular. Sabe-se que o processo de irrigação desse aparelho é mais

eficiente que a irrigação convencional (NIELSEN; BAUMGARTNER, 2007; SUSIN et al., 2010;

HOWARD et al., 2011; MUNOZ; CAMACHO-CUADRA, 2012), contudo, não há relatos sobre o

desempenho do EndoVac® na secagem do sistema de canais radiculares.

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6 | I n t r o d u ç ã o

A padronização dos testes para avaliação das propriedades físicas dos cimentos

endodônticos são referenciados pela especificação 57 da American Dental Association

(ADA), com exceção dos testes de adesão e infiltração (SOUSA-NETO et al., 2005; TEIXEIRA et

al., 2009). Para avaliação dessas propriedades, a escolha do método torna-se tarefa bastante

importante, uma vez que a metodologia empregada pode interferir diretamente nos

resultados (ONAY et al., 2010). Diferentes métodos foram utilizados para a análise da

infiltração, tais como penetração de corante linear, diafanização, método eletroquímico,

entre outros (VASCONCELOS et al., 2011). O método de filtração de fluidos tem sido

bastante empregado e aceito para determinação da capacidade de selamento de materiais

obturadores. Apresenta como principal vantagem a preservação das amostras após cada

ensaio, permitindo a análise em diferentes períodos de estudo (ZHANG et al., 2009; ONAY et

al., 2010; VASCONCELOS et al., 2011). Possibilita, ainda, o fornecimento de dados

quantitativos e volumétricos (YLMAZ et al., 2009), além da sensibilidade do sistema de

transporte do fluido poder ser ajustada alterando-se a pressão e o diâmetro da micropipeta

(ZHANG et al., 2009). Este método provou ser acurado e reprodutível (VASCONCELOS et al.,

2011).

A proposta do uso do teste push-out utilizando a dentina radicular interna como

substrato, trouxe subsídios para melhor compreensão sobre a resistência de união dos

cimentos endodônticos (GESI et al., 2005; SOUSA-NETO et al., 2005; COSTA et al., 2010). Esta

metodologia é bastante empregada em trabalhos recentes para avaliação da resistência de

união de diferentes materiais obturadores (COSTA et al., 2010; et al., STIEGEMEIER 2010;

SAGSEN et al., 2011; TOPÇUOGLU et al., 2014).

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Pelo exposto torna-se interessante e pertinente analisar a influência de diferentes

protocolos de secagem do canal radicular no selamento apical e na resistência de união de

alguns cimentos endodônticos, por meio dos testes de filtração de fluido e push-out.

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PROPOSIÇÃO

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P r o p o s i ç ã o | 11

O presente estudo teve como objetivo avaliar, por meio dos testes de filtração de fluido

e push-out, a influência de diferentes protocolos de secagem do canal radicular sobre o

selamento apical e resistência de união dos cimentos com silicato de cálcio e com hidróxido

de cálcio, considerando os seguintes itens:

Avaliar, por meio da filtração de fluido, o selamento apical de dentes obturados com

os cimentos Sealapex®, MTA Fillapex® e AH Plus® após os seguintes protocolos de

secagem: convencional com pontas de papel; com álcool isopropílico 70%; com

etanol 95%; EndoVac®.

Após os protocolos de secagem propostos, avaliar por meio do teste de push-out, a

resistência de união dos cimentos supracitados nos 3 terços do canal radicular.

Analisar o tipo de falha ocorrida após o teste de push-out.

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MATERIAIS E

MÉTODOS

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M a t e r i a i s e M é t o d o s | 15

Após aprovação do presente estudo pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade

Estadual de Montes Claros – MG (anexos) foram selecionados 156 dentes caninos superiores,

cedidos pelo Banco de Dentes Humanos da UNIMONTES. Os espécimes permaneceram em

recipiente contendo solução de timol 0,1% e armazenados em geladeira a 9◦C até o momento

de uso.

Seleção da amostra

Inicialmente os dentes foram lavados em água corrente por 24 horas para remoção da

solução de timol, posteriormente, secos em gaze e radiografados. Dentes que apresentaram

calcificações, curvaturas acentuadas e tratamento endodôntico prévio foram substituídos. Os

ápices foram analisados com lupa estereoscópica (25x) para verificação da forma do forame

apical e posição do mesmo em relação ao vértice radicular. Selecionaram-se dentes com

forames apicais situados próximos ao vértice apical com formatos arredondados e

semelhantes entre si. Aqueles que distoaram do padrão foram substituídos.

As raízes foram seccionadas transversalmente na região cervical, por meio de disco

diamantado (KG Sorensen, Barueri, SP, Brasil) acoplado ao motor de baixa rotação, sob

refrigeração, padronizando-se o comprimento da raiz em 15 mm.

Preparo biomecânico

O comprimento de trabalho (CT) foi estabelecido introduzindo-se uma lima tipo K #15

(Maillefer, Ballaigues, Suiça) no canal radicular até que sua ponta fosse visualizada no forame

apical e recuada 1mm. Nesse momento foram selecionados espécimes com diâmetro

anatômico no CT entre 250 e 400µm por meio de limas manuais. Utilizou-se o sistema

Reciproc® (VDW-Silver, Alemanha) para o preparo químico-mecânico, com instrumento #R50

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16 | M a t e r i a i s e M é t o d o s

e irrigação com hipoclorito de sódio 1% (NaOCl). Na sequência, os canais foram inundados

com 5 mL de EDTA 17% por 3 minutos, seguido por irrigação com 5 mL de água destilada.

As soluções empregadas foram aviadas no Laboratório de Gerenciamento de

Resíduos da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.

Protocolos de secagem

Concluída a biomecânica, as raízes foram distribuídas aleatoriamente em 4 grupos de

acordo com o protocolo de secagem (n=39): GI- cones de papel absorvente; GII- álcool

isopropílico 70% + aspiração com pontas NaviTips; GIII- cones de papel + etanol 95% + cones

de papel; GIV- Sistema EndoVac® + cone de papel absorvente.

Para a secagem dos espécimes do GI, utilizaram-se cones de papel absorvente

(Tanari, Manacapuru, Amazonas, Brasil) de diâmetro #50, os quais foram inseridos,

sucessivamente, no interior do canal radicular, até que o último a ser retirado apresentasse

totalmente seco. A comprovação da ausência de umidade na extensão do cone foi realizada

por meio visual. No GII, o canal radicular recebeu 1mL de álcool isopropílico 70%, por meio

de seringa de ponta romba de calibre #30, o mais próximo possível do CT. A solução foi

deixada no interior do canal por 1 minuto. Posteriormente, aspirou-se a solução, por meio

de pontas NaviTips de 0,30mm de diâmetro e 25mm de comprimento (Ultradent, South

South Jordan, UT, EUA) durante 5 segundos, no CT. No GIII, inicialmente empregaram-se

cones de papel absorvente com intuito de remover o excesso de água destilada utilizada

após a instrumentação, de forma semelhante ao GI. Na sequência, inundou-se o canal

radicular com etanol 95%, por meio de seringa de ponta romba introduzida o mais próximo

do comprimento de trabalho. A solução foi mantida por 10 segundos, cronometrados por

meio de cronômetro digital e, imediatamente após, complementou-se a secagem com cones

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de papel absorvente. Para o GIV utilizou-se o sistema EndoVac® (SybronEndo, Orange, CA,

EUA) da seguinte forma: introduziu-se a macrocânula no interior da raiz, com o máximo de

profundidade em direção apical, desde que não encontrasse resistência. Em seguida,

empregou-se a microcânula no CT e, por fim, completou-se a secagem com um único cone

de papel absorvente.

Protocolo de secagem X cimento obturador

Cada grupo referente ao protocolo de secagem foi subdividido em 03 subgrupos.

Dessa forma foram selecionadas, aleatoriamente, 13 raízes para cada subgrupo conforme o

cimento obturador utilizado: Subgrupo A- cimento AH Plus® (De Trey-Dentsply, Konstanz,

Alemanha); Subgrupo B- cimento Sealapex® (Kerr-Sybron, Orange, USA); Subgrupo C-

cimento MTA Fillapex® (Angelus Ind. Prod. Odontológicos, Londrina, Brasil).

A composição química e respectivos fabricantes dos cimentos endodônticos

utilizados neste estudo estão listados no Quadro 1.

A obturação dos espécimes ocorreu imediatamente após a secagem, não havendo

intervalo entre essas etapas. Para todos os subgrupos empregou-se a técnica de obturação

do cone único. Os cimentos foram manipulados seguindo as orientações do fabricante e

levados ao interior do canal radicular por meio de lima K #25 (Maillefer, Ballaigues, Suiça),

até o comprimento de trabalho (SCHÄFER et al., 2012). Posteriormente inseriu-se o cone de

guta percha R50 envolto por cimento e, em seguida, procedeu-se o corte da obturação no

nível da porção cervical, com instrumento aquecido e compactação vertical com

condensadores de Paiva. O excesso do cimento foi removido com pensos de algodão

embebido em álcool.

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Quadro 1: Composição química e respectivos fabricantes dos cimentos endodônticos utilizados.

As raízes foram armazenadas em frascos individuais devidamente identificados

conforme o subgrupo e levados à estufa a 37ºC com 95% de umidade, pelo período

correspondente a três vezes o tempo de endurecimento dos respectivos cimentos.

Previamente à realização da parte experimental, determinou-se o tempo de

endurecimento de cada material obturador, conforme a especificação 57 da American

Dental Association (ADA). Para tal, os cimentos foram manipulados e colocados em moldes

de aço inoxidável, cilíndricos, com diâmetro interno de 10mm e espessura uniforme de 2mm

até que este ficasse totalmente preenchido. Os moldes foram fixados em suas faces externas

com auxílio de cera utilidade, sobre uma placa de vidro de 1mm de espessura por 25mm de

largura e 75mm de comprimento. O conjunto placa de vidro/molde preenchido pelo cimento

foi colocado sobre uma grade metálica de dimensões 10 x 20 x 10mm, a qual foi

acondicionada dentro de um recipiente plástico com vedação. O conjunto permaneceu na

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M a t e r i a i s e M é t o d o s | 19

câmara climatizada até o final do teste. A partir dos 2,5 minutos do início da espatulação,

colocou-se a cada 10 minutos, uma agulha de Gillmore de 100g e ponta ativa de 2,0mm de

diâmetro sobre a superfície horizontal do material. A agulha foi posicionada verticalmente e

com tempo suficiente para marcar, por meio de sua ponta, a superfície do cimento. O tempo

de endurecimento do material estendeu-se do início da mistura até o momento no qual a

marca deixada pela agulha de Gillmore deixou de ser visível (PÉCORA; SOUSA-NETO, 2001).

Distribuição das raízes de cada sub-grupo para realização dos testes (selamento apical e

resistência de união)

Das 13 raízes pertencentes a cada subgrupo, 8 foram destinadas à avaliação do

selamento apical e 5 ao teste de resistência de união, por meio do método de filtração de

fluidos e push-out, respectivamente. Vale salientar que as raízes foram selecionadas

aleatoriamente.

Método de filtração de fluido

Para realização dos testes de infiltração utilizou-se um dispositivo desenvolvido no

Doutorado Interinstitucional, através de uma parceria da Universidade Estadual de Montes

Claros e a Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.

Inicialmente as raízes foram impermeabilizadas com duas demãos de esmalte incolor

e uma de éster de cianoacrilato (Henkel Ltda, Itapevi, SP, Brasil), com exceção do milímetro

apical e da face interna superior da porção cervical. Em seguida, inseriu-se a porção radicular

apical em ponteira Cralplast de 0-200 mL, sem filtro, tipo Universal (Cral Artigos para

Laboratório Ltda, Cotia/ SãoPaulo-Brasil) e vedou-se a interface raiz/ponteira com os

mesmos materiais impermeabilizantes (Figura 1).

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Figura 1. Raiz incluída em ponteira Cralplast.

O conjunto raiz/tubo de plástico foi, então, conectado ao sistema de filtração de

fluidos (Figura 2). Todo o sistema foi preenchido com água destilada e acionada pressão de

10psi. A água, até chegar ao conjunto formado pela raiz/tubo de plástico, passava por uma

micropipeta graduada acoplada a um microscópio, o qual permitia a ampliação da graduação

da pipeta. A calibração do sistema, realizada previamente ao início do teste, consistiu em

introduzir e estabilizar uma bolha de ar, no interior da porção graduada da micropipeta.

Figura 2. Sistema de filtração de fluidos.

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M a t e r i a i s e M é t o d o s | 21

Após assegurar a ausência de vazamento nas conexões o sistema foi ativado e

equilibrado por 4 minutos. O volume de fluido infiltrado no interior da raiz foi calculado por

meio da observação do deslocamento da bolha de ar através da micropipeta. A medida foi

expressa em µL/min. O microscópio utilizado, além de ampliar a imagem da bolha de ar no

interior da porção graduada da micropipeta, também possibilitou o registro fotográfico

dessa região. Dessa forma, a primeira fotografia foi obtida após os 4 minutos de

estabilização da bolha no sistema e a segunda, 8 minutos depois (Figura 3 A e B).

Figura 3. A - bolha de ar no interior da micropipeta (seta) fotografada no primeiro

momento; B - registro fotográfico da bolha (seta) decorridos 8 minutos da fotografia inicial.

Teste de Push-out

Inicialmente, as raízes foram fixadas em placas de acrílico com auxílio de cera

aquecida (Kota import, São Paulo, SP, Brasil) (Figura 4A) e levadas a uma máquina de corte

(IsoMet 1000, Buehler, Illinois, EUA) (Figura 5A). Foram realizados cortes transversais da raiz,

por meio do disco de diamante (Figura 4B), com velocidade de 300rpm. Cada raiz

proporcionou, no mínimo 6 slices com 2,0mm de espessura, aproximadamente (Figura 4C).

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Os cortes foram realizados sob refrigeração para evitar a queima dos espécimes. O primeiro

e o último slices foram desprezados e o segundo de cada terço foi selecionado para o teste

push-out. Para tanto, empregou-se uma Máquina Universal de Ensaios Instron 4444 (Instron

Corporation, Canton, Ma, EUA) com velocidade de 1 mm/min (Figura 5B).

Os corpos de prova foram posicionados junto à máquina Instron sob um dispositivo

de aço inoxidável, de tal forma que a face de menor diâmetro do canal radicular ficasse

voltada para a haste do aparelho que suportava as pontas que pressionavam a obturação.

Foram utilizadas pontas de 0,3mm de diâmetro para os terços apicais e de 0,5mm para os

terços médios e cervicais.

As pontas, acionadas pela máquina Instron, forçavam a obturação até o seu

deslocamento do canal radicular, quando então, fornecia uma medida no visor digital. Os

resultados obtidos basearam-se na seguinte fórmula:

σ=F/ SL

A força necessária para o deslocamento do material obturador, em quilonewtons

(KN), foi transformada em tensão (σ) dada em megapascal (MPa), dividindo-se o valor da

força (F) de deslocamento pela área de adesão do material obturador (SL), em mm². Para

calcular o valor aproximado da área utilizou-se a fórmula: SL = π (R + r) ɡ, sendo: SL= área de

adesão do cimento; π= 3,14; R= raio médio, em mm, da porção coronária do slice; r= raio

médio, em mm, da porção apical do slice; ɡ= altura relativa do slice, em mm.

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M a t e r i a i s e M é t o d o s | 23

Figura 4. A- raiz fixada em placa de acrílico com cera aquecida; B- detalhe do espécime no momento do

corte; C- visualização dos slices após o corte.

Figura 5. Imagens das máquinas utilizadas. A - máquina de cortes IsoMet 1000; B- máquina

Universal de Ensaios Instron 4444.

Concluído o teste push-out e transformação das medidas realizou-se a análise do tipo

de falha apresentada em cada slice (Figura 6), com auxílio de lupa estereoscópica (ZEISS,

Steni 2000-C, Alemanha) com aumento de 25X. As falhas observadas foram classificadas em

um dos cinco subtipos, conforme estudo de Saleh et al. (2003):

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a) Adesiva à dentina - se o material obturador deslocou-se da dentina;

b) Adesiva ao material obturador – se a guta-percha deslocou-se do cimento

endodôntico;

c) Mista – quando o cimento deslocou-se tanto da dentina quanto da guta-percha;

d) Coesiva na dentina – quando ocorreu fratura na dentina;

e) Coesiva no material obturador – quando ocorreu fratura no cimento endodôntico.

Figura 6. Detalhes dos Slices analisados em lupa estereoscópica (25X). A- Slice do terço apical; B- do terço

médio e; C- cervical.

Análise estatística

Inicialmente, montaram-se dois arquivos de dados, um referente às medidas de

filtração de fluidos e outro dos valores de resistência de união. Os arquivos foram

submetidos à análise estatística por meio dos Software SPSS 15.0 e SigmaStat 3.5. As

amostras apresentaram distribuição normal (Shapiro-Wilk, p>0,05) e homogeneidade de

variância (teste de Levene, p>0,05), sugerindo aplicação de testes paramétricos. O teste que

melhor se adaptou ao modelo matemático foi o de análise de variância Anova two-way para

avaliar a influência dos protocolos de secagem (Cone de papel, EndoVac, Etanol e Álcool

isopropílico) e cimentos endodônticos (AH Plus, Sealapex e MTA Fillapex) na filtração de

fluidos e Anova three-way com parcela subdividida para avaliar a influência dos protocolos

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M a t e r i a i s e M é t o d o s | 25

de secagem (Cone de papel, EndoVac, Etanol e Álcool isopropílico), cimentos endodônticos

(AH Plus, Sealapex e MTA Fillapex) e regiões radiculares (terços cervical, médio e apical) nos

valores de resistência de união. Como teste complementar utilizou-se Tukey (α=0,05%) para

comparações múltiplas em ambos os testes (filtração de fluidos e resistência de união).

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RESULTADOS

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R e s u l t a d o s | 29

ANÁLISE DA FILTRAÇÃO DE FLUIDO

Baseado nos dados da Tabela I referentes aos valores originais da filtração de fluidos,

mensurada em microlitros por minuto (µL/min), montou-se um arquivo de dados com os

valores médios de infiltração obtidos dos 8 valores de filtração de fluido por minuto de cada

grupo. Dessa forma, possibilitou a visualização dos valores médios da infiltração para cada

cimento obturador estudado (AH Plus, Sealapex e MTA) conforme o protocolo de secagem

proposto (Cone de papel, EndoVac, Etanol e Álcool isopropílico).

O arquivo de dados foi utilizado para a análise estatística, por meio do programa SPSS

15.0. Inicialmente, realizou-se a análise de variância fatorial (two-way) para o tipo de

cimento obturador utilizado em relação aos protocolos de secagem do canal radicular

(Tabela II).

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Tabela I – Dados originais dos valores da filtração de fluidos (µL/min), com as respectivas médias e desvio padrão (X±DP), conforme os cimentos e protocolos.

Cimentos Protocolos de secagem Total

Cone de papel EndoVac Etanol Isopropílico

0,40 0,27 0,17 0,21 0,32 0,15 0,17 0,18 0,16 0,08 0,16 0,17

Sealapex 0,10 0,10 0,40 0,43 0,27±0,14 0,11 0,27 0,62 0,25 0,32 0,15 0,15 0,42 0,16 0,35 0,62 0,17 0,46 0,42 0,15 0,43 0,25±0,13 0,22±0,12 0,31±0,21 0,29±0,12 0,87 0,52 0,32 0,37 0,52 0,22 0,31 0,13 0,20 0,26 0,40 0,11

AH Plus 0,63 0,16 0,58 0,52 0,37±0,18 0,52 0,10 0,51 0,38 0,20 0,58 0,52 0,46 0,63 0,27 0,12 0,35 0,11 0,30 0,40 0,35 0,46±0,26 0,30±0,16 0,40±0,14 0,33±0,14 0,11 0,16 0,12 0,16 0,42 0,41 0,15 0,51 0,81 0,53 0,30 0,22 MTA Fillapex 0,15 0,72 0,42 0,52 0,38±0,21

0,42 0,40 0,43 0,26 0,81 0,42 0,35 0,16 0,82 0,32 0,26 0,22 0,11 0,61 0,30 0,52 0,46±0,32 0,45±0,17 0,29±0,11 0,32±0,16 Total 0,39±0,26 0,32±0,17 0,33±0,11 0,31±0,16

Tabela II – Resultados da Análise de Variância entre os cimentos e protocolos.

Fator de variação Soma dos quadrados

Grau de liberdade

Quadrado médio

Valor de F

Valor de p

Cimentos 0,255 2 0,127 3,679 0,029 Protocolos 0,0837 3 0,0279 0,806 0,494 Cimento x Protocolos 0,239 6 0,0399 1,152 0,340 Residuo 2,910 84 0,0346 Total 3,488 95 0,0367

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R e s u l t a d o s | 31

Os resultados da análise evidenciaram haver diferença estatisticamente significante

(p=0,029) apenas entre os cimentos endodônticos. Não foi observada diferença significante

entre os protocolos de secagem (p=0,494), bem como, na interação entre cimentos e

protocolos (p=0,340).

Com intuito de verificar quais dentre os cimentos obturadores foram diferentes entre

si, aplicou-se o teste complementar de Tukey (Tabela III).

Tabela III – Teste de Tukey entre os cimentos endodônticos.

Cimentos Diferença entre as médias

Q Valor de p

MTA x Sealapex 0,112 3,400 P<0,05 MTA x AH Plus 0,00531 0,161 ns AH Plus x Sealapex 0,107 3,239 ns

Pelos resultados do teste de Tukey pode-se observar diferença estatisticamente

significante apenas entre os cimentos MTA Fillapex e o Sealapex (p=0,048). Nas demais

comparações os cimentos comportaram-se de forma semelhante em relação à infiltração,

não havendo diferença entre o AH Plus e o MTA Fillapex (p=0,993), bem como entre o AH

Plus e Sealapex (p=0,063).

ANÁLISE DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO

Baseados nas tabelas individuais dos valores originais de resistência de união (MPa),

médias e desvio padrão (Apêndices) para cada protocolo e cimento endodôntico montou-se

uma tabela condensada (Tabela IV) dos dados originais conforme o protocolo de secagem,

cimento endodôntico e terço do canal radicular. Os valores da Tabela IV originaram um

arquivo de dados o qual foi utilizado para a análise estatística. Inicialmente, realizou-se a

Análise de Variância para os diferentes cimentos, protocolos de secagem, terços e suas

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interações (Tabela V). O resultado do teste mostrou não haver diferença estatística

significante entre os terços do canal radicular (p=0,316), como também, entre as interações

cimentos/terços (p=0,630)e protocolos/terços (p=0,888). No entanto, houve diferença

significante entre os cimentos obturadores (p<0,001), entre os diferentes protocolos de

secagem (p=0,001), bem como, na interação entre os cimentos e protocolos (p=0,001).

Em função de não haver diferença estatística entre os terços do canal radicular

(cervical, médio e apical) e este fator de variação não influenciar os protocolos de secagem e

nem os cimentos obturadores, montou-se uma Tabela com os valores médios de resistência

de união dos 3 terços radiculares conforme o cimento e protocolo de secagem (Tabela VI). O

objetivo dessa Tabela foi facilitar a visualização dos valores de resistência de união médio e

total para cada cimento e protocolo utilizado.

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Tabela IV – Dados originais da resistência de união (em MPa) para cada terço do canal radicular conforme o cimento obturador e protocolo de secagem.

Cim

en

to

Protocolo de secagem

Cone de papel EndoVac Etanol Isopropílico

C M A C M A C M A C M A

AH

Plu

s

1,690 1,577 2,165 1,256 0,577 0,869 0,511 0,828 0,881 1,113 2,323 1,891

1,700 1,843 2,050 0,602 1,315 0,801 0,955 0,770 0,589 1,195 1,592 1,611

2,514 1,699 1,521 1,012 1,592 0,496 1,548 1,843 1,048 1,640 2,344 1,566

0,840 1,480 1,589 2,479 2,066 1,023 0,801 1,666 0,871 2,536 1,885 1,438

1,746 0,203 0,460 1,094 2,115 1,541 0,560 0,855 1,117 2,828 1,492 1,680

Sealape

x

0,514 1,068 0,453 1,391 0,519 0,521 0,718 0,926 1,210 0,468 0,874 0,796

0,533 0,729 0,634 1,833 0,289 1,106 0,940 1,615 1,377 0,495 0,703 0,804

0,775 1,141 1,033 0,595 0,465 0,506 0,533 0,815 0,575 0,834 1,053 0,860

0,735 0,799 0,952 1,281 0,265 0,960 0,460 0,960 0,634 0,303 0,581 1,242

0,368 1,337 0,641 0,628 1,116 1,061 0,896 0,965 1,016 1,080 1,492 0,854

MTA

0,516 0,644 0,690 0,572 0,554 0,570 0,890 0,337 0,578 0,800 0,498 0,950

0,251 1,098 1,011 0,318 0,586 0,312 0,555 0,741 0,910 1,296 1,013 0,670

0,994 0,590 0,962 0,476 1,060 0,563 0,764 0,318 0,411 1,513 1,688 0,603

0,462 1,641 0,751 0,352 0,389 0,271 1,244 0,836 1,242 0,847 0,914 1,286

0,458 1,078 1,114 0,183 0,698 0,826 1,371 0,845 0,735 0,551 0,680 0,677

Tabela V – Resultados da Análise de Variância entre os cimentos endodônticos, protocolos de secagem, terços e suas interações.

Fator de variação Soma dos quadrados

Grau de liberdade

Quadrado médio

Valor de F

Valor de p

Cimentos 14,456 2 7,228 41,445 P<0,001 Protocolos 2,993 3 0,998 5,721 P<0,01 Terços 0,405 2 0,202 1,160 Ns CimentosxProtocolos 4,170 6 0,695 3,985 P<0,01 CimentosxTerços 0,451 4 0,113 0,646 Ns ProtocolosxTerços 0,402 6 0,067 0,385 Ns Residuo 27,207 156 0,174 Total 230,028 180

Tabela VI – Valores médios e desvio padrão da resistência de união dos três terços conforme o cimento e protocolo utilizado.

Cimentos Protocolo de secagem

Cone de papel EndoVac Etanol Isopropílico

AH Plus 1,53±0,61 1,25±0,60 0,98±0,40 1,80±0,49 1,39±0,60 Sealapex 0,78±0,27 0,83±0,45 0,90±0,31 0,82±0,30 0,83±0,33

MTA 0,81±0,35 0,51±0,22 0,78±0,32 0,93±0,36 0,76±0,34 1,04±0,55 0,86±0,53 0,89±0,35 1,19±0,58

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34 | R e s u l t a d o s

A fim de determinar quais dentre os cimentos endodônticos foram diferentes

estatisticamente entre si, aplicou-se o teste complementar de Tukey (Tabela VII).

Tabela VII - Teste de Tukey para os cimentos obturadores (AH Plus, Sealapex e MTA Fillapex).

Cimentos Diferença entre as médias

Q Valor de p

AH Plus x Sealapex 0,5594 10,528 <0,001 AH Plus x MTA 0,6356 11,970 <0,001 Sealapex x MTA 0,0762 1,443 ns

Pelo resultado do teste foi possível identificar que o cimento AH Plus (p<001)

mostrou-se estatisticamente diferente aos demais cimentos. O AH Plus (1,39±0,60)

apresentou os maiores valores de resistência de união em relação aos cimentos Sealapex

(0,83±0,33) e MTA Fillapex (0,76±0,34), não havendo diferença estatística entre os dois

últimos (p=0,578).

Com objetivo de identificar quais os protocolos de secagem foram diferentes entre si,

aplicou-se o mesmo teste anterior. Os resultados do teste podem ser vistos pela Tabela VIII.

Tabela VIII - Teste de Tukey para os protocolos de secagem (cone de papel, EndoVac, etanol e álcool isopropílico).

Protocolos Diferença entre as médias

Q Valor de p

Isoprop x EndoVac 0,3212 5,218 <0,01 Isoprop x Etanol 0,2955 4,791 <0,01

Isoprop x Cone de papel 0,1447 2,357 ns Cone de papel x EndoVac 0,1766 2,861 ns

Cone de papel x Etanol 0,1509 2,433 ns Etanol x EndoVac 0,0257 0,427 ns

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Pela análise das Tabelas VI e VIII pode-se observar que a secagem do canal radicular

com álcool isopropílico (1,19±0,58) promoveu valores de resistência de união semelhantes

(p=0,358) ao protocolo no qual utilizaram-se cones de papel (1,04±0,55). No entanto, o

protocolo com álcool isopropílico foi diferente estatisticamente do etanol (p=0,005) e

EndoVac (p=0,002), não havendo diferença significante entre esses dois últimos (p=0,991).

Vale salientar que o uso de cones de papel foi semelhante à utilização do etanol (p=0,320) e

EndoVac (p=0,190).

Por meio do programa estatístico SigmaStat 3.5 aplicou-se o teste de Tukey para a

interação entre cimentos e os diferentes protocolos de secagem, no sentido de verificar

quais dentre as correlações foram diferentes estatisticamente uma das outras (Tabela IX). O

mesmo foi realizado para a interação entre os protocolos e os três tipos de cimentos (Tabela

X).

Tabela IX–Resultados do teste de Tukey para a interação entre os cimentos obturadores e os protocolos de secagem.

Cimento Protocolos Diferença entre as médias

Q Valor de p

Isoprop x Etanol 0,819 7,702 <0,001 Isoprop x EndoVac 0,553 5,200 <0,01

AH Plus Isoprop x Cone de papel 0,271 2,546 ns Cone de papel x Etanol 0,548 5,156 <0,01 Cone de papel x EndoVac 0,282 2,653 ns EndoVac x Etanol 0,266 2,503 ns Etanol x cone de papel 0,131 1,229 ns Etanol x isoprop 0,0833 0,784 ns

Sealapex Etanol x EndoVac 0,0740 0,696 ns EndoVac x Cone de papel 0,0567 0,533 ns EndoVac x Isoprop 0,00933 0,0878 ns Isoprop x cone de papel 0,0473 0,445 ns Isoprop x EndoVac 0,417 3,926 <0,05 Isoprop x Etanol 0,147 1,380 ns

MTA Isoprop x Cone de papel 0,116 1,091 ns Cone de papel x EndoVac 0,301 2,835 ns Cone de papel x Etanol 0,0307 0,289 ns Etanol x EndoVac 0,271 2,546 ns

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Tabela X–Resultados do teste de Tukey para a interação entre os protocolos de secagem e os três cimentos obturadores.

Protocolos Cimentos Diferença entre as médias

Q Valor de p

AH Plus x Sealapex 0,758 7,131 <0,001 Cone de papel AH Plus x MTA 0,722 6,793 <0,001

MTA x Sealapex 0,0360 0,339 ns AH Plus x MTA 0,741 6,975 <0,001

EndoVac AH Plus x Sealapex 0,419 3,945 <0,05 Sealapex x MTA 0,322 3,029 ns AH Plus x MTA 0,205 1,926 ns

Etanol AH Plus x Sealapex 0,0793 0,746 ns Sealapex x MTA 0,125 1,179 ns AH Plus x Sealapex 0,981 9,233 <0,001

Isopropílico AH Plus x MTA 0,877 8,248 <0,001 MTA x Sealapex 0,105 0,985 ns

Os resultados da Tabela IX evidenciaram que os espécimes obturados com cimento

AH Plus e secos com álcool isopropílico apresentaram maior resistência de união em

relação aos grupos secos com etanol (p<0,001) e EndoVac (p=0,001). O cimento Sealapex

não sofreu interferência do protocolo de secagem, ou seja, independente da forma de

secagem do canal os valores de resistência de união dos espécimes obturados com este

cimento foram semelhantes. Já para os canais obturados com MTA Fillapex, quando secos

com álcool isopropílico, a resistência de união obtida foi significantemente maior que os

espécimes secos com EndoVac.

Pela Tabela X pode-se observar que quando secou-se o canal radicular com etanol

não houve diferença estatisticamente significante entre os cimentos. Os valores de

resistência de união para os três materiais foram semelhantes entre si. No entanto, o uso

de cones de papel, EndoVac e álcool isopropílico como protocolo de secagem proporcionou

aos espécimes obturados com AH Plus os maiores valores de resistência de união em

relação aos espécimes obturados com Sealapex e MTA Fillapex, não havendo diferença

entre esses dois últimos materiais.

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ANÁLISE DO TIPO DE FALHA APÓS TESTE DE PUSH-OUT

No terço cervical do canal radicular pode-se observar em todos os espécimes,

independente do cimento e protocolo de secagem, presença de falha coesiva no material

obturador (50%). Da mesma forma que independente dos fatores de variação, no terço

apical houve predominância de falhas mistas (45%). No entanto, AH Plus/cone de papel,

MTA Fillapex/etanol no terço cervical e AH Plus/álcool isopropílico no terço cervical e médio

predominaram falhas coesivas, sendo que no terço médio, AH Plus/cone de papel, MTA

Fillapex/cone de papel, MTA Fillapex/EndoVac e AH Plus/Etanol apresentaram a mesma

proporção de falhas coesivas (Figuras 7, 8 e 9).

Figura 7 – Distribuição percentual do tipo de falha no terço cervical do canal radicular.

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Figura 8 – Distribuição percentual do tipo de falha no terço médio do canal radicular.

Figura 9 – Distribuição percentual do tipo de falha no terço apical do canal radicular.

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Para melhor visualização da frequência do tipo de falhas montou-se uma tabela com

a porcentagem de cada uma delas para cada terço do canal radicular (Tabela XI).

Tabela XI–Frequência do tipo de falhas, em porcentagem (%), de acordo com os terços do canal radicular.

TIPO DE FALHA TERÇO DO CANAL

Cervical Médio Apical

Coesiva no material obturador 50 23,33 8,75

Coesiva na dentina 10 16,66 12,10

Adesiva na dentina 10 1,67 32,50

Adesiva no material obturador 1,67 1,65

Mista 30 56,67 45

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DISCUSSÃO

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D i s c u s s ã o | 43

Com a finalidade de tornar mais claro o assunto a ser discutido facilitando a

compreensão, o presente capítulo foi dividido em dois tópicos distintos: 1- considerações

sobre a metodologia empregada; 2- considerações sobre os resultados obtidos.

1- Considerações sobre a metodologia empregada.

No presente estudo foram utilizados os testes de push-out e filtração de fluido, para

avaliar, respectivamente, a resistência de união de cimentos com silicato de cálcio e

hidróxido de cálcio nos três terços radiculares e o selamento apical de raízes obturadas com

esses materiais após diferentes protocolos de secagem do canal radicular. O teste push-out

baseou-se no estudo de Sousa-Neto et al. (2005) no qual os autores utilizaram a dentina

radicular interna para teste de adesividade. O método consiste, basicamente, na utilização

de fatias do tecido dentinário radicular nas quais o cimento é inserido na porção

correspondente a luz do canal radicular permanecendo em contato com o tecido dentinário

no seu formato anatômico. Posteriormente, aplica-se uma força perpendicularmente ao

material obturador, até o seu deslocamento. Essa força é conhecida como cisalhamento,

pela qual origina o teste de cisalhamento por extrusão ou teste de push-out (DIAS, 2012;

GONÇALVES, 2013). O deslocamento do material ocorre por meio da pressão exercida por

pontas metálicas de diâmetros variados as quais são acopladas à máquina Instron. Para

maior acuidade do teste o diâmetro da ponta metálica deve justapor, ao máximo, o material

obturador sem tocar a porção de dentina do corpo de prova. Portanto, dentes com canais

arredondados ou ovalados devem ser preferidos para melhor adaptação das pontas sobre os

espécimes. Assim, utilizou-se neste experimento canino superior humano por apresentar

canal radicular ovalado no sentido vestíbulo palatino e porção apical com diâmetro

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suficiente para adequação da extremidade da ponta, permitindo a realização do teste nos

três terços radiculares.

Em relação ao teste de filtração de fluidos, optou-se pelo mesmo tendo em vista as

inúmeras vantagens oferecidas. O método permite aferir dados quantitativos e

volumétricos, apresenta maior sensibilidade que o de penetração de corantes (SILVA-NETO

et al., 2007; YLMAZ et al., 2009), além de ser facilmente reproduzido (SILVA-NETO et al.,

2007; VASCONCELOS et al., 2011). Segundo Silva-Neto et al. (2007), os resultados de

diferentes testes de infiltração não devem ser comparados, devido à falta de padronização

entre eles. Fatores como a pressão aplicada ao sistema, tempo de mensuração da infiltração,

bem como o tempo de endurecimento dos cimentos avaliados justificam as discrepâncias

dos resultados obtidos em estudos prévios (YLMAZ et al., 2009). Dessa forma, no presente

estudo procurou-se a padronização de alguns parâmetros já utilizados em estudos

anteriores no sentindo de adotar referenciais aceitos pela comunidade científica. Assim,

utilizou-se pressão de 10 psi, (SILVA-NETO et al., 2007; HIRAI et al., 2010; VASCONCELOS et

al., 2011) e aguardou-se tempo equivalente à três vezes o de endurecimento dos cimentos

utilizados para início dos teste, conforme orientação da especificação 57 da ADA.

Vale salientar que durante a seleção da amostra foram avaliados o formato e posição

do forame de cada canino empregado no experimento. Dessa forma, somente os espécimes

que apresentaram forames arredondados e localizados no vértice radicular foram

aproveitados, no sentido de evitar qualquer alteração no fluxo do fluido durante a realização

do teste de filtração de fluidos. A padronização dos dentes, em relação ao comprimento e

formato do forame são etapas importantes, pois favorecem a redução da variabilidade

(ZHANG et al,. 2009; VASCONCELOS et al., 2011).

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D i s c u s s ã o | 45

A evolução tecnológica proporcionou às técnicas e aos instrumentos endodônticos

melhorias significantes em relação ao tempo de trabalho e resistência à fratura da liga

metálica. O sistema Reciproc, assim como os demais sistemas com movimentos

reciprocantes, foi idealizado com o objetivo de minimizar o estresse de torção do

instrumento. A utilização do sistema consiste no uso de um único instrumento para preparar

todo o canal radicular e, posterior obturação com cones com geometria semelhante às limas

de Ni-Ti (ZMENER et al., 2005; ELAYOUTI et al., 2005). No presente estudo, após o preparo

químico-mecânico das raízes com instrumento #R50 do sistema Reciproc® utilizou-se para a

obturação, o cone de numeração correspondente conforme orientação do fabricante. A

técnica de obturação com cone único, segundo alguns autores, apresenta excessiva

quantidade de cimento em relação à guta-percha, com grandes possibilidades de gerar

vácuo entre o material fluido comprometendo a obturação (TAY et al. 2005, BOUILLAGUET

et al. 2008; ZHANG et al. 2009). No entanto, a proposta de se utilizar cones de guta-percha

com diâmetro e conicidade compatíveis à lima de Ni-Ti, minimiza o volume de cimento

obturador (BOUILLAGUET et al., 2008; YLMAZ et al., 2009).

2- Considerações sobre os resultados obtidos.

A análise estatística dos resultados referentes ao teste de filtração de fluidos mostrou

haver diferença significante apenas entre os cimentos endodônticos. Não houve diferença

estatística entre os protocolos de secagem, bem como, na interação cimentos e protocolos.

A infiltração observada nos espécimes obturados com o cimento AH Plus foi similar a

dos obturados com Sealapex e com MTA Fillapex. Resultados semelhantes foram observados

nos estudos de Xu et al. (2005) e Sagsen et al. (2006). No primeiro trabalho os autores

realizaram uma análise quantitativa da infiltração de glicose através do canal radicular de

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espécimes obturados com três cimentos endodônticos. O experimento foi avaliado até o

trigésimo (1, 2, 4, 7, 10, 20 e 30) dia após o selamento do canal. Durante todo o período

experimental a infiltração observada entre os cimentos AH Plus e Sealapex foram

semelhantes. Sagsen et al. (2006) por meio do método de filtração de fluido

computadorizado, corroboraram os achados anteriores. Os pesquisadores não verificaram

diferença significante na infiltração de raízes obturadas com cone único, seja associado ao

cimento AH Plus ou ao Sealapex.

Resultado divergente ao do presente estudo foi relatado por Vasconcelos et al.

(2011), ao avaliarem a capacidade de selamento dos cimentos AH Plus, Acroseal, Sealapex,

MBP e MTA-Obtura. Após 15 dias do selamento, menores valores de infiltração foram

observados nos espécimes obturados com Sealapex em relação ao AH Plus. No entanto, no

decorrer do experimento notou-se progressivo aumento da infiltração no grupo do Sealapex,

sendo que ao final dos 60 dias esse material comportou-se de forma similar ao AH Plus. Há

relatos que o cimento Sealapex sofre expansão volumétrica devido à absorção de água

durante seu endurecimento podendo acarretar em um aumento da solubilidade com

consequente influência sobre a capacidade de vedação (CAICEDO; FRAUNHOFER, 1988).

Bem provavelmente a discrepância entre os resultados referentes aos estudos aqui

relatados deve-se, basicamente, a diferença entre os métodos utilizados para avaliar a

infiltração. Mesmo com a utilização de métodos semelhantes deve-se considerar os

parâmetros individuais adotados em cada um. O período de mensuração da infiltração,

tempo de endurecimento do cimento e a pressão aplicada ao sistema são fatores que

podem influenciar os resultados (SILVA-NETO et al., 2007; YLMAZ et al., 2009). Camps;

Pashley (2003) utilizaram 3 métodos distintos para avaliar a capacidade de vedação dos

cimentos Sealapex, AH Plus, Pulp Canal Sealer e Ketac-Endo. A análise por meio dos testes de

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dissolução ou extração de corantes e de filtração de fluidos apontou maiores valores de

infiltração para o Sealapex. Quando a avaliação ocorreu por meio do método com

penetração de corantes, não houve diferença significante entre os materiais.

A resistência de união de um material obturador pode ser influenciada positivamente

com o tratamento prévio da dentina intrarradicular com EDTA, semelhante ao que foi

realizado em todos os grupos deste estudo. O agente quelante promove a remoção da

camada de smear e facilita a penetração do cimento endodôntico nos túbulos dentinários,

proporcionando maior imbricação mecânica e íntimo contato do material obturador junto às

paredes dentinárias, aumentando a capacidade de adesão do material (ELDENIZ et al., 2005;

SOUSA-NETO et al., 2005; RACHED-JUNIOR et al., 2009; TEIXEIRA et al, 2009; VIOLICH;

CHANDLER, 2010; DIAS, 2012).

No presente estudo, a análise estatística referente aos resultados do teste de

resistência de união mostrou haver similaridade entre os três terços radiculares. No entanto,

houve diferença significante entre os cimentos endodônticos, entre os protocolos de

secagem do canal radicular e na interação cimento/protocolo. Quanto à semelhança

encontrada entre os terços, Babb et al. (2009) justificam que, mesmo havendo diferença da

densidade tubular ao longo do canal radicular, este fator não é o suficiente para interferir na

adesividade do cimento endodôntico. Outra explicação, talvez mais coerente e pertinente

para a situação, é que a técnica do cone único dispensa a condensação lateral, bem como

maior pressão durante a condensação vertical. No presente experimento, após o corte do

excedente do cone, o material obturador foi apenas acomodado junto ao limite cervical da

raiz. Provavelmente, a falta da condensação ativa, tanto lateral como verticalmente, não

proporcionou de forma eficiente a imbricação do cimento através dos túbulos dentinários.

Assim, a propriedade adesiva de cada material individualmente mostrou-se uniforme ao

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longo do canal radicular, não registrando diferença entre os terços radiculares, bem como na

interação cimento/terço.

Dentre os cimentos avaliados, o AH Plus apresentou os maiores valores de resistência

de união corroborando os achados de pesquisas anteriores (ALFREDO et al., 2008; DE-DEUS

et al., 2009; DIAS et al., 2014). Várias características e propriedades desse material

contribuem para o entendimento da sua maior capacidade adesiva diante do Sealapex e

MTA Fillapex. O AH Plus é um cimento à base de resina epóxica dotado de elevado tempo de

polimerização e boa capacidade de escoamento (VERSIANI et al., 2006). Tais características

favorecem sua penetração através dos túbulos dentinários expostos (TEIXEIRA et al., 2009;

VILANOVA et al., 2011), formando tags, semelhante ao que ocorre com os adesivos

dentinários (SOUSA-NETO et al., 2002; RACHED-JUNIOR et al., 2009; COSTA et al., 2010 ). Em

somatória, estudo anterior tem sugerido que a adesão do AH Plus à dentina deve-se não

apenas à imbricação mecânica, mas também a uma possível capacidade do material ligar-se

quimicamente à matriz de colágeno do tecido dentinário (FISHER et al., 2007).

A análise estatística também mostrou que a resistência de união foi influenciada

pelos protocolos de secagem, bem como pela interação cimento/protocolo. Esses resultados

estão coerentes com os achados descritos na literatura atual. Estudos de Nagas et al. (2012)

e Dias et al. (2014) evidenciaram que as condições de umidade do canal radicular interferem

diretamente na resistência de união dos cimentos endodônticos. Zmener et al. (2008)

ressaltaram que quando os canais são completamente secos, há probabilidade de ocorrer a

remoção da água contida nos túbulos dentinários, dificultando a penetração dos cimentos

hidrofílicos e prejudicando a adesão. Por outro lado, simplesmente a presença do cimento

hidrofílico no canal radicular não é o suficiente para deslocar a água se o canal apresentar-se

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totalmente úmido. Neste caso, a água interposta entre o tecido dentinário e cimento

prejudica a adesão do material (ZMENER et al., 2008). Tais observações sugerem que canais

totalmente úmidos ou totalmente secos não apresentam as condições mais favoráveis para

a adesão do cimento obturador (NAGAS et al., 2012).

No presente estudo, torna-se importante ressaltar que foram avaliados 3 cimentos

endodônticos, sendo apenas um deles hidrofílico, no caso o AH Plus. Os cimentos Sealapex e

MTA Fillapex não apresentam essa característica. Em relação à influência dos protocolos de

secagem diante da resistência de união dos materiais, os espécimes secos com álcool

isopropílico apresentaram os maiores valores quando comparados aos do etanol e EndoVac.

Considerando que a condição mais favorável para obtenção da adesividade do cimento seja

uma superfície radicular não totalmente desidratada, acredita-se que o etanol (C2H5OH) por

apresentar uma molécula de maior polaridade, com dois carbonos em sua cadeia,

provavelmente favoreça maior remoção de água dos túbulos dentinários do que o álcool

isopropílico (C3H70H), com menor polaridade (ENGEL et al., 2005; ZEMNER et al., 2008).

Diante do exposto, entende-se que a secagem menos eficiente do canal promovida pelo

álcool isopropílico em relação ao etanol proporcionou maior umidade da dentina radicular

favorecendo a adesão do cimento hidrofílico AH Plus. Complementando essa observação, a

análise da interação protocolo/cimento mostrou que em canais secos com álcool

isopropílico, a resistência de união promovida por espécimes obturados com cimento AH

Plus apresentou valores significantemente maiores que aqueles obturados com Sealapex e

MTA Fillapex, não havendo diferença entre esses últimos materiais.

Ainda em relação à influência dos protocolos de secagem, a análise estatística entre

eles mostrou que o grupo do álcool isopropílico foi similar ao do cone de papel absorvente.

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Provavelmente, semelhante ao que ocorreu no grupo do álcool isopropílico, o cone de papel

absorvente promoveu a secagem do canal, porém não totalmente, mantendo a umidade da

dentina radicular. A análise da interação protocolo/material mostrou que nos espécimes

secos com cones de papel e obturados com cimento AH Plus os valores de resistência de

união foram significantemente maiores que aquele selados com Sealapex e MTA Fillapex,

corroborando o resultado do teste anterior. No entanto, Dias et al. (2014) relataram que

canais radiculares secos por meio do álcool isopropílico e obturados com cimentos

hidrofílicos apresentaram valores significantemente mais altos de resistência de união que

canais obturados com os mesmos materiais, porém secos com cones de papel. A divergência

entre os resultados provavelmente está associada à capacidade de absorção dos cones, a

qual varia de acordo com a sua procedência (VICTORINO et al., 2008) ou ainda, se utilizado

na sua forma in natura ou esterelizado (BRAMANTE et al., 1994).

Os valores de resistência de união para os cimentos Sealapex e MTA Fillapex foram

semelhantes entre si e significantemente inferior ao do AH Plus, quando os espécimes foram

secos por um dos três protocolos nos quais a dentina radicular provavelmente permaneceu

úmida, ou seja, nos grupos do álcool isopropílico, cone de papel e EndoVac. Esse

comportamento deve-se provavelmente, em virtude dos cimentos Sealapex e MTA não

apresentarem características hidrofílicas. A adesão do cimento MTA Fillapex em canais

totalmente úmidos chega a ser praticamente inexistente (NAGAS et al., 2012). Em condições

nas quais ocorreu, aparentemente, a secagem completa semelhante a encontrada no grupo

do etanol 95%, os três cimentos estudados comportaram-se de forma similar, não havendo

diferença significante entre eles.

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Pela interpretação dos resultados quanto ao EndoVac, acredita-se que apesar do

sistema proporcionar interessante movimentação hidráulica através da irrigação e sucção do

canal com pressão negativa, a dinâmica do dispositivo como sistema unicamente de

secagem, provavelmente não apresentou pressão suficiente para aspirar todo o contéudo

líquido do interior do canal. Dessa forma, as paredes dentinárias permaneceram com

excesso de umidade prejudicando a adesão. A influência do sitema EndoVac na resistência

de união foi estatisticamente semelhante a do grupo do etanol 95%, no entanto, tudo leva à

interpretar que com o EndoVac houve uma deficiência muito grande no processo de

secagem, permanecendo excesso de umidade. Já no grupo do etanol 95% a secagem foi,

praticamente, completa removendo a quantidade de água necessária para manter a dentina

radicular umedecida. Pela análise da interação protocolo/material, verificou-se que no grupo

do etanol 95% a adesão de forma geral foi deficiente, não havendo diferença entre os

cimentos. No grupo do EndoVac a adesão do cimento AH Plus foi significantemente maior às

dos demais materiais, no entanto, bem menores aos valores de resitência de união do AH

Plus nos espécimes secos com ácool isopropílico. Assim, torna-se coerente na comparação

entre os protocolos de secagem, o grupo do EndoVac ser estatisticamente similar ao etanol

e diferente do grupo do alcool isopropílico.

Após análise e considerações sobre a infiltração de fluidos e resistência de união em

relação aos 4 protocolos de secagem do canal radicular e os 3 cimentos endodônticos aqui

estudados, procurou-se estabelecer uma possível correlação entre os resultados de ambos

os testes realizados. Diante das limitações do estudo ex vivo e das situações nas quais foram

realizados os testes verificou-se não existir uma relação entre infiltração e resistência de

união. Na literatura atual há trabalhos que buscaram estabelecer essa relação, no entanto,

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52 | D i s c u s s ã o

concluíram não haver correlação entre penetração do cimento na dentina tubular,

adesividade e infiltração (MACHADO et. al., 2014; MOINZADEH et al., 2014).

A busca contínua para o desenvolvimento de cimentos obturadores com melhores

propriedades físico-químicas, particularmente, no que se refere à capacidade de adesão do

material tornou relevante o estudo e observação da interface dentina/cimento, na qual

ocorre a união entre material e tecido dental. As possíveis falhas da união encontradas nessa

região possibilitam classificá-las e muitas vezes identificar a causa, além de proporcionar

conhecimento sobre a capacidade adesiva do material. Clinicamente, a falha na união pode

ocorrer devido ao estresse mecânico causado pela flexão do dente ou durante o preparo

radicular para colocação de pinos (BABB et al., 2009). Pelo exposto, após o teste push-out, o

exame dos tipos de falhas encontradas em cada slice foi realizado no presente estudo. A

análise dos espécimes evidenciou independentemente dos protocolos e cimentos utilizados,

presença de falhas coesivas no terço cervical, principalmente coesiva no material. O tipo de

falha observada deve-se provavelmente a maior quantidade de cimento nessa região, em

função da técnica de obturação adotada. Apesar do cone de guta-percha apresentar

diâmetro e conicidade compatíveis ao do instrumento destinado ao preparo do canal, nota-

se na técnica do cone único maior área livre entre dentina e cone de guta-percha na região

cervical do que nos demais terços.

No terço médio e apical houve a predominância de falhas mistas. Nessas duas regiões

o espaço compreendido entre o cone de guta-percha e parede dentinária, provavelmente, é

menor que na região cervical, devido a padronização do diâmetro do cone em relação à lima

de Ni-Ti. Consequentemente, além da espessura do cimento endodôntico nesse espaço ser

menor, a distribuição desse material ao longo dos dois terços torna-se mais difícil em função

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da dimensão diminuída, promovendo uma distribuição pouco uniforme. Em um mesmo slice

pode haver maior quantidade de cimento entre o cone e o canal radicular em certa região e

em outra, quantidade bem menor do material cimentante entre essas superfícies. Dessa

forma, acredita-se que devido à deficiência do processo de secagem, de forma em geral,

associada à distribuição irregular do cimento ao longo das paredes dentinárias, num mesmo

slice foi possível visualizar o cimento deslocado da parede dentinária numa região e em outra

deslocado do cone de guta-percha.

Dias et al. (2014) em seus estudos encontraram predominância de falha adesiva no

terço apical do canal. Justificaram que nessa região há maior dificuldade para remoção da

camada de smear (TUNGA et al., 2011; PRADO et al., 2011), em função da dimensão

diminuída da luz do canal, inviabilizando a penetração da solução irrigante, bem como do

agente quelante. A permanência dessa camada junto às paredes dentinárias, como já

comentado, impede a adequada adesão do material. Porém, no presente estudo, o forame

apical não foi impermeabilizado, permitindo que a solução irrigante e quelante auxiliar

fluíssem continuadamente ao longo de todo canal radicular. No entanto, a dificuldade de

acesso, principalmente, à região apical para promoção da secagem, independentemente da

impermeabilização ou não do forame, impede que as manobras sejam realizadas de forma

adequada, permanecendo excesso de umidade. Conforme já descrito anteriormente, o

excesso ou ausência total da umidade na dentina interferem negativamente na força de

união do material obturador (ZMENER et al., 2008; TUNGA et al., 2011; DIAS, 2012).

Os resultados deste estudo revelaram a importância em se obter maiores informações

a respeito de protocolos de secagem que sejam adequados as condições de umidade e ao

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tipo de cimento obturador favorecendo sua propriedade adesiva e proporcionando menor

infiltração apical.

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CONCLUSÕES

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Com base nos resultados obtidos pode-se concluir que:

1. Os protocolos de secagem não influenciaram o selamento apical dos cimentos

endodônticos testados.

2. A infiltração nos espécimes obturados com AH Plus foi semelhante a dos cimentos

MTA Fillapex e Sealapex.

3. Os maiores valores de resistência de união foram observados com os espécimes

obturados com AH Plus em relação aos demais cimentos.

4. Dentre os protocolos, espécimes secos com álcool isopropílico proporcionaram os

maiores valores de resistência de união que quando secos com etanol ou EndoVac.

5. No terço cervical foi observada maior frequência de falhas coesivas no material e de

mistas nos terços médio e apical.

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REFERÊNCIAS

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ANEXOS

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A n e x o s | 69

Anexos Relatório do Comitê de Ética

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A n e x o s | 71

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72 | A n e x o s

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APÊNDICES

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A p ê n d i c e s | 75

Apêndices Valores originais de resistência de união (MPa), médias e desvio

padrão para cada protocolo e cimento endodôntico.

Protocolo de secagem

Cimento endodôntico

Terços Valores (Mpa) Médias±DP

0,514 0,533 Cervical 0,775 0,585±0,168 0,735 0,368 1,068

Cone de papel Sealapex 0,729 Médio 1,141 1,015±0,250 0,799 1,337 0,453 0,634 Apical 1,033 0,743±0,242 0,952 0,641

Protocolo de secagem

Cimento endodôntico

Terços Valores (Mpa) Médias±DP

1,690 1,700 Cervical 2,514 1,698±0,592 0,840 1,746 1,577

Cone de papel AH Plus 1,843 Médio 1,699 1,361±0,661 1,480 0,203 2,165 2,050 Apical 1,521 1,557±0,674 1,589 0,460

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76 | A p ê n d i c e s

Protocolo de secagem

Cimento endodôntico

Terços Valores (Mpa) Médias±DP

0,516 0,251 Cervical 0,994 0,537±0,275 0,462 0,458 0,644

Cone de papel MTA 1,098 Médio 0,590 1,010±0,424 1,641 1,078 0,690 1,011 Apical 0,962 0,906±0,179 0,751 1,114

Protocolo de secagem

Cimento endodôntico

Terços Valores (Mpa) Médias±DP

1,391 1,833 Cervical 0,595 1,146±0,529 1,281 0,628 0,519

EndoVac Sealapex 0,289 Médio 0,465 0,531±0,345 0,265 1,116 0,521 1,106 Apical 0,506 0,831±0,294 0,960 1,061

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A p ê n d i c e s | 77

Protocolo de secagem

Cimento endodôntico

Terços Valores (Mpa) Médias±DP

1,256 0,602 Cervical 1,012 1,289±0,708 2,479 1,094 0,577

EndoVac AH Plus 1,315 Médio 1,592 1,533±0,630 2,066 2,115 0,869 0,801 Apical 0,496 0,947±0,384 1,023 1,541

Protocolo de secagem

Cimento endodôntico

Terços Valores (Mpa) Médias±DP

0,572 0,318 Cervical 0,476 0,380±0,149 0,352 0,183 0,554

EndoVac MTA 0,586 Médio 1,060 0,658±0,251 0,389 0,698 0,570 0,312 Apical 0,563 0,509±0,225 0,271 0,826

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Protocolo de secagem

Cimento endodôntico

Terços Valores (Mpa) Médias±DP

0,718 0,940 Cervical 0,533 0,710±0,213 0,460 0,896 0,926

Etanol Sealapex 1,615 Médio 0,815 1,057±0,318 0,960 0,965 1,210 1,377 Apical 0,575 0,962±0,351 0,634 1,016

Protocolo de secagem

Cimento endodôntico

Terços Valores (Mpa) Médias±DP

0,511 0,955 Cervical 1,548 0,875±0,417 0,801 0,560 0,828

Etanol AH Plus 0,770 Médio 1,843 1,193±0,518 1,666 0,855 0,881 0,589 Apical 1,048 0,902±0,204 0,871 1,117

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A p ê n d i c e s | 79

Protocolo de secagem

Cimento endodôntico

Terços Valores (Mpa) Médias±DP

0,890 0,555 Cervical 0,764 0,965±0,338 1,244 1,371 0,337

Etanol MTA 0,741 Médio 0,318 0,616±0,266 0,836 0,845 0,578 0,910 Apical 0,411 0,776±0,320 1,242 0,735

Protocolo de secagem

Cimento endodôntico

Terços Valores (Mpa) Médias±DP

0,468 0,495 Cervical 0,834 0,637±0,314 0,303 1,080 0,874

Isopropílico Sealapex 0,703 Médio 1,053 0,941±0,356 0,581 1,492 0,796 0,804 Apical 0,860 0,911±0,187 1,242 0,854

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Protocolo de secagem

Cimento endodôntico

Terços Valores (Mpa) Médias±DP

1,113 1,195 Cervical 1,640 1,863±0,781 2,536 2,828 2,323

Isopropílico AH Plus 1,592 Médio 2,344 1,928±0,398 1,885 1,492 1,891 1,611 Apical 1,566 1,638±0,167 1,438 1,680

Protocolo de secagem

Cimento endodôntico

Terços Valores (Mpa) Médias±DP

0,800 1,296 Cervical 1,513 1,002±0,392 0,847 0,551 0,498

Isopropílico MTA 1,013 Médio 1,688 0,959±0,454 0,914 0,680 0,950 0,670 Apical 0,603 0,838±0,284 1,286 0,677