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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA SOLANGE SOUZA DOS SANTOS INFLUÊNCIA FAMILIAR NO TRATAMENTO TERAPÊUTICO DE PACIENTE PORTADOR DE TRANSTORNO MENTAL FLORIANÓPOLIS (SC) 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

SOLANGE SOUZA DOS SANTOS

INFLUÊNCIA FAMILIAR NO TRATAMENTO TERAPÊUTICO

DE PACIENTE PORTADOR DE TRANSTORNO MENTAL

FLORIANÓPOLIS (SC)

2014

2

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

SOLANGE SOUZA DOS SANTOS

INFLUÊNCIA FAMILIAR NO TRATAMENTO TERAPÊUTICO

DE PACIENTE PORTADOR DE TRANSTORNO MENTAL

FLORIANÓPOLIS (SC)

2014

Monografia apresentada ao Curso de Especialização

em Linhas de Cuidado em Enfermagem – Opção

Atenção Psicossocial do Departamento de

Enfermagem da Universidade Federal de Santa

Catarina como requisito parcial para a obtenção do

título de Especialista.

Profa. Orientadora: Luciana Regina Ferreira da

Mata

3

FOLHA DE APROVAÇÃO

O trabalho intitulado INFLUÊNCIA FAMILIAR NO TRATAMENTO

TERAPÊUTICO DE PACIENTE PORTADOR DE TRANSTORNO MENTAL de autoria

do aluno SOLANGE SOUZA DOS SANTOS foi examinado e avaliado pela banca avaliadora,

sendo considerado APROVADO no Curso de Especialização em Linhas de Cuidado em

Enfermagem – Área Atenção Psicossocial.

.

_____________________________________

Profa. Dra. Luciana Regina Ferreira da Mata

Orientadora da Monografia

_____________________________________

Profa. Dra. Vânia Marli Schubert Backes

Coordenadora do Curso

_____________________________________

Profa. Dra. Flávia Regina Souza Ramos

Coordenadora de Monografia

FLORIANÓPOLIS (SC)

2014

4

Dedico esse trabalho de conclusão de curso aos meus familiares e amigos que nesse período

de estudo me incentivaram a chegar até aqui.

.

5

6

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus e Meishu Sama pela oportunidade de crescimento profissional. Agradeço aos

meus familiares em especial meu esposo Ricardo Luis Fonseca Dias por acreditarem em mim. As

amigas Tatiana Gomes e Ana Paula Lourenço, e minha orientadora Luciana da Mata pelo

incentivo.

7

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................. 2

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA................................................................................. 4

3 MÉTODO........................................................................................................................ 8

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................... 10

REFERÊNCIA

ANEXO A....................................................................................................................... 11

1

RESUMO

Estudo bibliográfico, descritivo que visa a Influência Familiar no Tratamento Terapêutico

de Paciente Portador de Transtorno Mental. O interresse por esse estudo surgiu a partir da

fragilidade das clientes observado na prática profissional da autora durante 04 anos de atuação em

uma instituição psiquiátrica com usuárias internadas em longo prazo. Desenvolvido através de

livros e artigos científicos a respeito do tema proposto. O objetivo desse trabalho é reunir

informações importantes para facilitar/fortalecer a orientação, relação familiar, através da cartilha

de sensibilização.

Palavra Chave: Família, enfermagem, saúde mental.

2

1 INTRODUÇÃO

O trabalho que ora se apresenta constitui um projeto de sensibilização realizada no âmbito da

finalização do Curso de Especialização em Linhas de Cuidado em Enfermagem – Atenção

Psicossocial realizada na Universidade Federal de Santa Catarina. Escolhi como tema “ Influência

Familiar no Tratamento Terapêutico de Paciente Portador de Transtorno Mental” a fim de despertar

na família de indivíduos com transtorno mental sua importância elaborando uma cartilha de

sensibilização a partir dos resultados encontrados nessa pesquisa. Como ponto de partida para essa

investigação coloco a questão: “Qual a importância da família no tratamento terapêutico do portador

de transtornos mentais? “

A cartilha é um material de orientação à saúde de suma importância, pois permite uma busca

ativa do usuário fora do âmbito hospitalar e que deve ser neste caso fornecido aos familiares e

portadores de transtorno mental respeitando sua vontade em recebê-la e utilizá-la é importante

lembrar que como profissional de saúde é dever orientar / informar quanto aos cuidados à saúde a

todos os clientes, porém devemos repeitar quem deseja para si essas informações ou não.

Segundo Torres et al (2009) as cartilhas educativas permitem ao paciente e sua família

uma leitura posterior, reforçando as informações orais, servindo como guia de orientações para

casos de dúvidas e auxiliando nas tomadas de decisões do cotidiano.

Fonseca et AL (2004) afirma que ”acreditamos que os materiais didáticos dinamizam as

atividades de Educação em Saúde, o que nos estimula a construí-los”.

Este estudo de revisão de literatura pretende contribuir para o conhecimento do profissional

de saúde mental, familiares de portador de transtorno mental, acadêmicos da área de saúde por

permitir levantar informações importantes a serem contempladas no material de sensibilização

auxiliando no entendimento, funcionamento, apoio e conduta para com a família do cliente portador

de transtorno mental visto que cada família tem sua singularidade, portanto é importante estar atento

à individualidade e unicidade de cada cliente e família.

Entendo que a família é constituída por um grupo de pessoas de parentesco consanguíneo ou

não, é considerada a base para a formação de indivíduo e é através dela que se passam as primeiras

noções de afeto, de valores que formam o ser humano introduzindo-o assim na sociedade.

3

O impacto do diagnóstico de transtorno mental na família causa uma necessidade de

mudança no seu funcionamento, portanto é de suma importância a problemática do transtorno

mental no seio da família, pois com o adoecimento de um dos componentes, abala intensamente a

estrutura representando uma fragilidade nesse sistema. O desamparo, a desesperança até mesmo as

dificuldades do enfrentamento no dia a dia com o doente psíquico permite a desestruturação da

família.

Outro aspecto relevante na falência dessa estrutura familiar é a cobrança pelo meio social

onde vive o paciente com transtorno mental, essa mesma sociedade onde está inserido, que muitas

vezes por medo, desconhecimento julga e condena a exclusão o doente titulado por ela como

“louco”, pois passa a ser um risco e consequentemente a família do mesmo pelo estigma de tê-lo

como um membro.

Como se tudo não bastasse: o diagnóstico, a mudança estrutural /emocional da família, o

desamparo, a desesperança o indivíduo doente em sua família ainda sofrem com o julgamento social

que os define o indivíduo como alguém incapaz, perdendo assim sua identidade e a família incapaz

de formar um cidadão útil à sociedade.

Contudo, a carga psicológica que sofre a família do portador de transtorno mental leva a

entender que não só o sofredor psíquico, mas a família também deve estar inserida nesse tratamento

terapêutico para assim podermos acolher suas demandas e dificuldades e também como parceria na

recuperação da identidade e no cuidado com seu familiar em questão.

Entendo que a família quando acolhida é revigorada, não se sente abandonada é fortalecida

favorecendo um convívio com seu familiar mais próximo e constante e a sociedade necessita de

esclarecimento sobre quem e, o que é e como lidar com o sofredor psíquico para assim vencer seus

próprios pré-conceitos.

Acolher requer compreensão, disponibilidade, vínculo de confiança para que garanta a

participação da família na construção do projeto terapêutico assim, sendo compreendidas são

praticadas as ações traçadas e resultam no impacto positivo junto à recuperação da família e do

doente mental.

Vejo então que o indivíduo portador de transtorno mental não é o único com problemas, pois

a loucura afeta todo o seu contexto familiar e a sociedade.

4

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 - Família no Processo Terapêutico do Portador de Transtorno Mental

Inicialmente precisamos entender o que é família, de acordo com Aurélio “pessoas

aparentadas que vivem na mesma casa, particularmente o pai, a mãe e os filhos”.

De acordo com a antropologia, existem 3 tipos básicos de família: tradicional, nuclear e

pós-moderna.

Ao meu entender família é um sistema constituído por um grupo de pessoas de parentesco

consanguíneo ou não, é de onde se tem apoio, orientação, sentimentos como amor proteção,

segurança, união e também aprendemos a cultivá-los. Cada família é um sistema único de culturas,

regras de convivência, especificidade próprias e constroem uma história singular. É considerada a

base para a formação de indivíduo e é através dela que se passam as primeiras noções de afeto, de

valores que formam o ser humano introduzindo-o assim na sociedade, portanto a família tem

fundamental papel na formação do ser humano.

Segundo Baptista (2011) “se reconhecemos a importância fundamental da família, base da

sociedade e suporte primordial do indivíduo, quer material, quer afetivo, então sua funcionalidade ou

disfunção poderá ter influência direta no indivíduo”.

Contudo, Schrank (2003) diz que: família é considerada como uma unidade básica de

organização social sendo, neste ambiente que se constitui um indivíduo, portanto, para atingirmos

a saúde do indivíduo. Ele não pode ser considerado isolado e, sim, dentro do contexto em que

vive.

Todo esse sistema familiar estruturado é desarmado perante o adoecimento de um membro,

pois surgem dúvida e insegurança, e a sobrecarga emocional aumenta perante o diagnóstico de

transtorno mental.

Ainda de acordo com Batista (2011) “uma família se vê com um portador de transtorno

mental no seu seio, toda sua estrutura sofre um abalo, na medida em que terá que procurar novas

formas de funcionamento, tendo em vista o cuidado especial que a doença acarreta”.

É possível reconhecer a importância da família na vida do ser humano, pois sendo a família a

base do ser humano é dela que o doente espera um apoio no processo de tratamento, porém esse

papel no cuidado não é nada fácil, além da dúvida, insegurança, abalo emocional, surgem à culpa,

incapacidade, sofrem preconceito social é excluído da sociedade e muitas das vezes ela não se

5

encontra preparada para tal situação, mostrando assim, um contexto familiar com problema

necessitando ser acolhida.

Navarini (2008) diz que “para a família que é o alicerce fundamental das relações humanas,

o fato de ter em seu núcleo um membro portador de transtorno mental acasiona, para ambos, uma

experiência crítica, avassaladora, que marca profundamente as suas vidas”.

Segundo Lima e Neto (embora não se possa reduzir a noção de exclusão á de pobreza, pois

a primeira é bem mais ampla, apesar de intimamente articuladas, é preciso buscar condições que

afirmem a inserção social do indivíduo portador de transtorno mental, pois todos independentes da

sua condição socioeconômica devem ter sua dignidade humana respeitada” Completa ainda dizendo:

deve-se romper com o com os mecanismos de segregação, já seculares, pelos quais os portadores de

transtornos mentais são apartados, discriminados e excluídos.

Souza Et. Al. (2009) diz que é importante ressaltar que, muitas vezes, a família sente-se

limitada para cuidar de seu familiar com transtorno psíquico e encontra dificuldade de se reunir,

discutir e resolver seus problemas.

Cohen (2009) afirma que ser acometido por um problema psíquico não pode mais ser um

motivo de exclusão social, vergonha ou sentimento de inferioridade.

De acordo com o novo paradigma de cuidado em saúde mental a família é de suma

importância no tratamento do portador de transtorno mental, passa a ser um verdadeiro aliado na

participação de construção do processo terapêutico garantindo a aceitação do seu familiar portador

de diagnóstico de doença mental ao tratamento.

Segundo Navarini (2008) nos serviços que operam no contexto da Reforma Psiquiátrica,

observa-se a necessidade de a família estar ao lado do portador de transtorno mental, modificando

comportamentos, aprendendo formas de manejo e interagindo com a equipe.

Rosa (2005) afirma que a reforma redireciona o paciente para o cuidado integral em serviços

abertos, comunitário, que preservam os vínculos sociais e os direitos da família.

É importante ressaltar que a família é fundamental em todas as fases do processo terapêutico,

é ela quem vai explanar suas dificuldades, desejos, anseios, fragilidades e junto com a equipe de

saúde irá tratar o quadro de doença do ser humano com sofrimento mental ao mesmo tempo em que

se trata.

Segundo Rosa (2005) os familiares/cuidadores, em geral, trazem para os profissionais e

serviços de saúde, além da crise psiquiátrica, todos os problemas existências.

6

De acordo com Fernandes (2012) há necessidade de se conhecer a realidade das famílias nas

quais se pretende manter ou reinserir o doente mental, na tentativa de resgatar sua subjetividade e

cidadania, para que possamos contribuir efetivamente através de estratégia que facilitem o processo

de reintegração familiar e social do portador de transtorno mental.

2.2 – Processo Terapêutico

Quando se fala em processo terapêutico entendo que é buscar a construção de novas práticas

assistenciais exercida pela equipe multidisciplinar, onde o indivíduo portador de transtorno psíquico

é inserido e possa ser participante ativo e responsável o qual o cliente é estimulado a assumir nesse

processo.

Schrank (2003) discursa estas estratégias são serviços com propostas terapêuticas

inovadoras, ancoradas nos paradigmas da interdisciplinaridade, da reabilitação psicossocial, do

resgate a cidadania e da multiplicidade de formas de intervenção sobre a doença mental.

Mediante a Reforma Psiquiátrica, transformações vêm ocorrendo e exigi da equipe de

saúde mais precisamente enfermagem psiquiátrica atualizações para acompanhar as mudanças,

pois seu papel nesse momento de processo terapêutico é de reabilitação do portador de transtorno

psíquico.

Lima et al cita que o papel do enfermeiro psiquiátrico é o de agente terapêutico e suas ações

tem base no relacionamento estabelecido com a pessoa em sofrimento psíquico que assiste e

entendido como relação terapêutica”

Segundo Campos e Barros (2000) a prática da enfermeira, neste contexto, deve ser criativa,

flexível, com finalidade de possibilitar aumento de habilidades, de autonomia do usuário do serviço

de atenção à saúde mental, não mais voltada exclusivamente à remissão de sintomas.

Nesse momento de construção do processo terapêutico a família é requisitada como parceira

no cuidado ao doente é necessário que o profissional de saúde fortaleça um relacionamento de

confiança, respeito baseada na escuta, valorização da família de forma humanizada, acolhimento,

para que o vínculo seja formado e garanta a participação da família e consequentemente a aceitação

ao tratamento do doente com sofrimento mental respeitando seus limites.

De acordo com Paulo Freire (2006) o respeito à autonomia e à dignidade de cada um è um

imperativo ético e não um favor que podemos ou não conceder uns aos outros

7

Navarini (2008) aborda que “os profissionais de saúde devem refletir sobre suas intervenções

junto ao portador de transtorno mental e seus familiares e identificar as necessidades desse grupo”.

8

3 - METODOLOGIA

O presente estudo é uma reflexão crítica baseada no interesse de compreender a

importância da família para o tratamento terapêutico do portador de transtorno mental, através de

um aprofundamento teórico realizado após uma pesquisa bibliográfica gerar novos

conhecimentos visando uma melhoria assistencial, portanto entendo que o produto é um recurso

tecnológico ou material educativo.

Proponho como intervenção uma padronização na conduta assistencial de enfermagem e

na recepção a família do portador com transtorno mental através de uma cartilha de

sensibilização, sendo então um tipo de produto considerado uma tecnologia de educação.

Para o desenvolvimento do material didático o primeiro passo foi o levantamento

bibliográfico através de artigos científicos e livros especializados, realizou-se leitura crítica a fim

de identificar informações pertinentes que pudessem estabelecer relação na problemática a ser

desenvolvida, definindo conceitos e cuidados importantes que se seguidos podem contribuir para

um bom relacionamento entre família e o doente psíquico, nesse momento há uma reflexão sobre

ações que possam auxiliar nesse relacionamento.

A seguir, realizar a transformação da linguagem das informações colhidas na literatura. É

de suma importância essa etapa visto que mensagens que sejam coerentes com o público alvo de

fácil leitura, convidativa, ilustrativa irá favorecer o entendimento de todas as camadas da

sociedade.

O material didático precisa ser objetivo, de fácil compreensão, e conter informações não

muito extensa, mas significativa então ainda nesse momento, faz-se necessário selecionar quais

informações são realmente importantes para constar nesse material.

Qualificação: Echer (2005) diz que essa é a fase de avaliação do material construído. Essa

etapa é realizada através de 3 fases distintas onde profissionais de saúde especializado em

educação de pacientes em áreas afins, a de pacientes individuais e a de grupos de pacientes nesse

caso de saúde mental avaliam.

Etapa importante tanto quanto as outras assim entendo, pois permite a avaliação de

pessoas diferentes com qualificações diferentes e a adequação do material, ou seja, avaliação do

que realmente consta no material, do que não foi compreendido, o que se escreveu e o que é

9

entendido e como é entendido. Sendo assim, segundo Echer (2005) com todas as etapas seguidas,

chega-se ao objetivo do material didático construído.

10

4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nas literaturas consultadas a família é citada como parte imprescindível para o

restabelecimento da saúde de um indivíduo e há necessidade de orientações/esclarecimentos

sobre o enfrentamento com os problemas sociais, econômicos, culturais relacionados à doença

mental e até mesmo relacionamento com o doente mental.

A pesquisa demonstrou que a cartilha, que é um material escrito de orientação, é de

grande contribuição para a pesquisadora, profissionais de saúde, acadêmicos, familiares e o

próprio portador de transtorno mental visto que potencializa a família, instiga a equipe

multidisciplinar no relacionamento com a família do doente mental e a linguagem acessível,

informações relevantes, ilustrações tornam a cartilha mais interessante e estimulante facilitando o

entendimento, promovendo a autonomia do paciente, adesão dos familiares e profissionais de

saúde mais preparados para lidar com os familiares.

Entendo então que a cartilha é mais do que um aglomerado de informações, mas sim um

aliado educacional.

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ANEXO A

Influencia Familiar no Tratamento Terapêutico de Paciente

Portador de Transtorno Mental

12

Influencia Familiar no Tratamento Terapêutico de Paciente

Portador de Transtorno

CARTILHA DE ORIENTAÇÃO EM SAÚDE MENTAL.

MAIO/2014

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ÍNDICE

Apresentação

Família no processo terapêutico do portador de transtorno mental

Processo Terapêutico

Considerações Finais

Bibliografia

14

APRESENTAÇÃO

É com satisfação que a autora oferece à comunidade esta cartilha que

tem principal objetivo reunir informações importantes para

facilitar/fortalecer a orientação, relação familiar.

Aqui você encontra explicação sobre Família no processo terapêutico do

portador de transtorno mental e o que é Processo Terapêutico.

Essa cartilha contribui para o conhecimento do profissional de saúde

mental, familiares de portador de transtorno mental, acadêmicos da

área de saúde para a sociedade de um modo geral que sempre que tiver

oportunidade, poderá das informações.

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1-Família no Processo Terapêutico do Portador de Transtorno

Mental

Inicialmente precisamos entender o que é família, de acordo com

Aurélio “pessoas aparentadas que vivem na mesma casa, particularmente

o pai, a mãe e os filhos”. De acordo com a antropologia, existem 3 tipos

básicos de família: tradicional, nuclear e pós-moderna.

Ao meu entender família é um sistema constituído por um grupo de

pessoas de parentesco consanguíneo ou não, é de onde se tem apoio,

orientação, sentimentos como amor proteção, segurança, união e

também aprendemos a cultivá-los. Cada família é um sistema único de

culturas, regras de convivência, especificidade próprias e constroem

uma história singular. É considerada a base para a formação de indivíduo

e é através dela que se passam as primeiras noções de afeto, de valores

que formam o ser humano introduzindo-o assim na sociedade, portanto a

família tem fundamental papel na formação do ser

humano.

De acordo com o novo paradigma de cuidado

em saúde mental a família é de suma importância no tratamento do

portador de transtorno mental, passa a ser um verdadeiro aliado na

participação de construção do processo terapêutico garantindo a

aceitação do seu familiar portador de diagnóstico de doença mental ao

tratamento. É importante ressaltar que a família é fundamental em

todas as fases do processo terapêutico, é ela quem vai explanar suas

dificuldades, desejos, anseios, fragilidades e junto com a equipe de

16

saúde irá tratar o quadro de doença do ser humano com sofrimento

mental ao mesmo tempo em que se trata.

2-Processo Terapêutico

Quando se fala em processo terapêutico entendo que é buscar a

construção de novas práticas assistenciais exercida pela equipe

multidisciplinar, onde o indivíduo portador de transtorno psíquico é

inserido e possa ser participante ativo e responsável o qual o cliente é

estimulado a assumir nesse processo.

Nesse momento de construção do processo terapêutico a família é

requisitada como parceira no cuidado ao doente é necessário que o

profissional de saúde fortaleça um relacionamento de confiança,

respeito baseada na escuta, valorização da família de forma

humanizada, acolhimento, para que o vínculo seja formado e garanta a

participação da família e consequentemente a aceitação ao tratamento

do doente com sofrimento mental respeitando seus limites.

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Considerações Finais

Nas literaturas consultadas a família é citada como parte imprescindível

para o restabelecimento da saúde de um indivíduo e há necessidade de

orientações/esclarecimentos sobre o enfrentamento com os problemas

sociais, econômicos, culturais relacionados à doença mental e até mesmo

relacionamento com o doente mental.

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Referências

Batista, A.P. - A integração do portador de Transtorno Mental na

Família, Universidade Jean Piaget de Carbo Verde, Ago 2011,

Disponível em:

http://bdigital.cv.unipiaget.org:8080/jspui/handle/10964/284.

BORBA, L.O. - Vivência Familiar De Tratamento Da Pessoa Com

Transtorno Mental Em Face Da Reforma Psiquiátrica – Curitiba 2010,

Disponível em: http://hdl.handle.net/1884/24485

CAMPOS, C.M.S.; BARROS, S. Reflexões sobre o processo de cuidar da

enfermagem em saúde mental. Rev.Esc.Enf. USP, v.34, n.3, p. 271-6, set.

2000

Cirilo, L.S. Novos Tempos: Saúde Mental, CAPS e cidadania no discurso

de usuários e familiares. Universidade Estadual da Paraíba - Campina

Grande 2006. Disponível em:

http://bdtd.uepb.edu.br/tde_arquivos/1/TDE-2009-08-07T102615Z-

55/Publico/LiviaSalesCirilo.pdf

Cohen, C.; Salgado, M.T.M. - Reflexão sobre a autonomia civil das

pessoas portadoras de transtornos mentais, Revista Bioética 2009 17

(2): 221 – 235

Echer Fernandes, M.A. et. al. – Reforma psiquiátrica: percepção de

família do portador de transtorno mental. Revista Interdisciplinar

UNINOVAFAPI, Teresina. v.5, n.3, p.21-25, Jul-Ago-Set. 2012. ISSN

1983-9413

Fonseca Franco, R.F. A Experiência De Familiares Nos Cuidados E Na

Convivência Com Portadores De Transtornos Mentais No Contexto Da

19

Mini-Aurélio; - O Dicionário da Língua Portuguesa: Sexta Edição

Revisada e Atualizada. Editora Positivo, Curitiba Fev2006.

Reforma Psiquiátrica. Universidade Federal De Minas Gerais. Belo

Horizonte 2002

Freire Grigolo, T.M. - 'Dizem que sou louco': um estudo sobre

identidade e instituição psiquiátrica. Revista de Ciências Humanas,

Florianópolis, Edição Esp. Temática, p. 95-119, 2000.

20

REFERÊNCIAS:

Batista, A.P. - A integração do portador de Transtorno Mental na Família, Universidade Jean Piaget de Carbo Verde, Ago 2011, Disponível em: http://bdigital.cv.unipiaget.org:8080/jspui/handle/10964/284 BORBA, L.O. - Vivência Familiar De Tratamento Da Pessoa Com Transtorno Mental Em Face Da Reforma Psiquiátrica – Curitiba 2010, Disponível em: http://hdl.handle.net/1884/24485 CAMPOS, C.M.S.; BARROS, S. Reflexões sobre o processo de cuidar da enfermagem em saúde mental. Rev.Esc.Enf. USP, v.34, n.3, p. 271-6, set. 2000 Cirilo, L.S. Novos Tempos: Saúde Mental, CAPS e cidadania no discurso de usuários e

familiares. Universidade Estadual da Paraíba - Campina Grande 2006. Disponível em:

http://bdtd.uepb.edu.br/tde_arquivos/1/TDE-2009-08-07T102615Z-

55/Publico/LiviaSalesCirilo.pdf

Cohen, C.; Salgado, M.T.M. - Reflexão sobre a autonomia civil das pessoas portadoras de transtornos mentais, Revista Bioética 2009 17 (2): 221 – 235. Echer IC. Elaboração de manuais de orientação para o cuidado em saúde. Rev Lat Am Enfermagem. 2005; 13(5):754-7. Fernandes, M.A. et. al. – Reforma psiquiátrica: percepção de família do portador de transtorno mental. Revista Interdisciplinar UNINOVAFAPI, Teresina. v.5, n.3, p.21-25, Jul-Ago-Set. 2012. ISSN 1983-9413 Fonseca LMM, Scochi CGS, Rocha SMMR, Leite AM. Cartilha educativa para orientação materna sobre os cuidados com o bebê prematuro. Rev Lat Am Enfermagem. 2004; 12(1):65-75. Franco, R.F. A Experiência De Familiares Nos Cuidados E Na Convivência Com Portadores De Transtornos Mentais No Contexto Da Reforma Psiquiátrica. Universidade Federal De Minas Gerais. Belo Horizonte 2002 Freire, P.; Pedagogia da Autonomia- Saberes Necessários à Pratica Educativa. 33a

Edição, pág. 62. Editora Paz e Terra S/A – São Paulo 2006. Grigolo, T.M. - 'Dizem que sou louco': um estudo sobre identidade e instituição psiquiátrica. Revista de Ciências Humanas, Florianópolis, Edição Esp. Temática, p. 95-119, 2000. https://periodicos.ufsc.br/index.php/revistacfh/article/view/25765/22562

21

Lima, R.V.M; Pedrão, L.J; Gonçalves, J.G; Luis, M.A.V. - Papéis, Conflitos E Gratificações Do Enfermeiro De Serviços Abertos De Assistência Psiquiátrica. Rev. Eletr. Enf. 2010;12(2):348-53. Disponível em: http://www.fen.ufg.br/revista/v12/n2/v12n2a19.htm.doi:10.5216/ree.v12i2.10358 Lima, V.B.O; Neto, J.R.C.B. - Reforma Psiquiátrica E Políticas Públicas De Saúde Mental No Brasil: Resgate Da Cidadania Das Pessoas Portadoras De Transtornos Mentais. Universidade de Fortaleza – UNIFOR Disponível em: http://www.fa7.edu.br/recursos/imagens/file/direito/ic2/vi_encontro/reforma_psiquiatrica_e_politicas_publicas_de_saude_mental_no_brasil.pdf Mini-Aurélio; - O Dicionário da Língua Portuguesa: Sexta Edição Revisada e Atualizada. Editora Positivo, Curitiba Fev2006. Navarini, V; Hirdes, A. - A Família Do Portador De Transtorno Mental: Identificando Recursos Adaptativos, Texto Contexto Enferm, Florianópolis, 2008 Out-Dez; 17(4): 680-8. Pimenta, E.S. - A Relação Das Famílias No Tratamento Dos Portadores De Transtorno Mental Realizado No Centro De Atenção Psicossocial: Uma Perspectiva Institucionalista, - PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS, Mestrado em Psicologia, Belo Horizonte 2008. Rosa, L.C.S. - A inclusão da família nos projetos terapêuticos dos serviços de saúde mental, Psicologia em Revista, Belo Horizonte, v. 11, n. 18, p. 205-218, dez. 2005 Santin,G; Teresinha, E.K. - A Família E O Cuidado Em Saúde Mental-Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC - Santa Cruz do Sul, n. 34, jan/jul. 2011 Schrank G, Kantorski LP. Ações de saúde mental desenvolvidas nos centros de atenção psicossocial voltadas à família do portador de transtorno psíquico. Fam Saúde Desenv. 2003 Set-Dez; 5(3):203-12. Souza, M.D.S. et al. - A convivência em família com o portador de transtorno psíquico, Rev. Eletr. Enf. [Internet]. 2009;11(1):124-32. Disponível em: http://www.fen.ufg.br/ do prevista/v11/n1/v11n1a16.htm. Souza J, et AL. - Avaliação Do Funcionamento Familiar No Contexto Da Saúde Mental. Núcleo de pesquisa em Psiquiatria Clínica e Psicopatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo (USP), Rev. Psiq. Clín. 2011;38(6):254-9 TORRES, H. C. et al . O processo de elaboração de cartilhas para orientação do autocuidado no programa educativo em Diabetes. Rev. bras. enferm., Brasília , v. 62, n. 2, Abr. 2009 .