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Programas Terapêuticos de Administração de Metadona, Buprenorfina e Naltrexona
A Intervenção das Farmácias no Tratamento das Toxicodependências
Relatório de 2008
Programas Terapêuticos de Administração de Metadona, Buprenorfina e Naltrexona �
Programas Terapêuticos de Administração de Metadona, Buprenorfina e Naltrexona �
A intervenção das Farmácias nos Programas de Administração de Metadona, Buprenorfina e Naltrexona é uma contribuição vital para o dia-a-dia do doente, já que lhe permite seguir o tratamento na sua área de residência ou actividade profissional, com benefício para a (re)integração social do indivíduo, enquanto membro da sociedade.
Em 1998, o Serviço de Prevenção e Tratamento de Toxicodependência (SPTT), a Ordem dos Farmacêuticos (OF) e a Associação Nacional das Farmácias (ANF) assinaram um protocolo de colaboração com o objectivo de suportar o Programa de Administração de Metadona em Farmácias. Este Programa estendeu-se, em 2001, à administração da Naltrexona e, em 2004, à Buprenorfina.
Através dos referidos protocolos, as Farmácias pelas suas características técni-cas e profissionais e pela sua distribuição geográfica por todo o País, passaram a ser parceiros dos Centros de Atendimento ao Toxicodependente (CAT), permi-tindo-lhes construir uma rede mais alargada de distribuição e acompanhamento dos doentes.
As Farmácias Portuguesas prestam não só um serviço de conveniência como de qualidade a estes doentes, sendo criada uma relação de confiança e simpatia com o Farmacêutico, tendo este último um papel importante e activo na vida destes doentes.
A contribuição das Farmácias é reflectida no número de doentes integrados nos Programas. Des-de 1998, já foram acompanhados nas Farmácias, 2176 doentes no âmbito do Programa de Meta-dona.
João CordeiroPresidente da Associação Nacional das Farmácias
Uma contribuição vital
4 Programas Terapêuticos de Administração de Metadona, Buprenorfina e Naltrexona
Índice
Introdução ...................................................................................................... 7
Programa Terapêutico de Administração de Metadona ................................ 9
• EvoluçãodoNúmerodeFarmácias/Doentes................................................................... 9
• NúmerodeFarmáciascomDoentesemSeguimento,porEquipadeTratamento......... 10
• SituaçãodosDoentes........................................................................................................ 12
• DistribuiçãoporSexoeporIdade..................................................................................... 13
• TempodePermanência.................................................................................................... 14
• TotaldeDoentesemSeguimentonasFarmácias,porAno............................................. 14
Programa Terapêutico de Administração de Buprenorfina e Naltrexona .... 15
Reuniões e Formações ................................................................................. 17
Programas Terapêuticos de Administração de Metadona, Buprenorfina e Naltrexona �
6 Programas Terapêuticos de Administração de Metadona, Buprenorfina e Naltrexona Programas Terapêuticos de Administração de Metadona, Buprenorfina e Naltrexona 7
Programas Terapêuticos de Administração de Metadona, Buprenorfina e Naltrexona 7
IntroduçãoO envolvimento dos farmacêuticos de oficina nos Programas de Substituição Terapêutica com Metadona surge em Junho de 1998, com a assinatura de um protocolo de colaboração entre o Serviço de Prevenção e Tratamento da Toxicodependência (SPTT), a Associação Na-cional das Farmácias (ANF) e a Ordem dos farmacêuticos (OF).
Em Junho de 2001 foi assinado o Protocolo no âmbito da Naltrexona e em Janeiro de 2004 alargou-se a colaboração, assinando-se um protocolo relativo à Buprenorfina.
Em Janeiro de 2004 foram actualizados os protocolos de colaboração, integrando nos mes-mos mais uma entidade, a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P. (Infarmed) com a função de garantir todo o enquadramento legal do Programa tendo, o Ins-tituto da Droga e da Toxicodependência (IDT), antigo SPTT, dado continuidade ao projecto.
As Farmácias pela sua distribuição geográfica e pelas características técnicas dos seus profissionais passaram a ser parceiras dos Centros de Respostas Integradas (CRI) e das Equipas de Tratamento (ET) antigos Centros de Atendimento ao Toxicodependente (CAT) na administração da Metadona, Naltrexona e Buprenorfina. A participação das Farmácias permite alargar a rede de distribuição de Metadona e acompanhamento dos doentes, fun-cionando sempre em articulação com as ET.
A colaboração entre as Farmácias e as ET nestes programas é uma contribuição vital para o dia a dia do doente, já que lhe permite seguir o tratamento na sua área de residência ou actividade profissional. Desta forma, a integração social e a vida privada do doente vai ser facilitada, sendo um dos grandes objectivos destes programas.
Estes programas nas Farmácias destinam-se a doentes já integrados em Programas Tera-pêuticos nas ET, sendo estes doentes seleccionados pelas mesmas.
Os farmacêuticos convidados a integrar os programas, terão de assistir previamente a cur-sos de formação organizados pelo IDT, ANF e OF, sendo o conteúdo programático definido pelos técnicos das ET e gestor da ANF.
8 Programas Terapêuticos de Administração de Metadona, Buprenorfina e Naltrexona Programas Terapêuticos de Administração de Metadona, Buprenorfina e Naltrexona 9
Programas Terapêuticos de Administração de Metadona, Buprenorfina e Naltrexona 9
À data de �1 de Dezembro de 2008 colaboraram com as farmácias 31 ET, mais 4 que no ano 2007, com a seguinte distribuição geográfica:
Programa Terapêutico de Administração de Metadona (MTD)
Evolução do NúMERo dE FARMácIAs / doENTEs
Desde o início do programa até �1 de Dezembro de 2008 tinham integrado este programa 482 farmácias, 711 farmacêuticos e 2.176 doentes. Das 482 farmácias, 203 seguiram do-entes no ano de 2008.
Gráfico1–Evoluçãodon.ºdefarmácias/doentesnoprograma
2.500
2.000
1.500
1.000
500
01998 1999 2000 2003 2007 2008
70 23 58 111 71280 201
124
509
260159
940
431
176
1915
482
203
2176
n.ºtotaldefarmáciasintegradas n.ºtotaldefarmáciascomdoentes n.ºtotaldedoentes
Zona NorteET BragaET GondomarET GuimarãesET Ocidental PortoET Oriental PortoET Viana do CasteloET Vila Nova de Gaia
Zona centroET AveiroET Castelo BrancoET CovilhãET Figueira da FozET GuardaET LeiriaET Peniche
Zona de lisboa e vale do TejoET AbrantesET AlmadaET AmadoraET BarreiroET LouresET OeirasET ParedeET ResteloET SantarémET SetúbalET TaipasET Torres VedrasET SintraET Xabregas
Zona Alentejo e AlgarveET BejaET Litoral AlentejanoET Olhão
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NúMERo dE FARMácIAs coM doENTEs EM sEguIMENTo, PoR ET
Tendo em conta a possibilidade de a mesma farmácia ter doentes em seguimento de dife-rentes ET, no gráfico seguinte, fazendo a análise por ET, o número total de farmácias para administração de metadona, à data de �1 de Dezembro de 2008, era 18�.
Gráfico2–N.ºdefarmáciascomdoentesemseguimentosobtomaobservada,porET
Gráfico3-N.ºdefarmáciasen.ºdedoentesactivosporETnazonanorte
25
20
15
10
5
0
Santarém
Loures
VianadoCastelo
Almada
Leiria
Setúbal
Gaia
Abrante
Guimarães
Sintra
Oeiras
Guarda
Peniche
Barreiro
Braga
Olhão
Orientalporto
Parede
Xabregas
Amadora
FigueiradaFoz
Gondomar
OcidentalPorto
TorresVedras
Beja
CasteloBranco
Covilhã
LitoralAlentejo
Restelo
Taipas
20
15
12 1211 11
109 9
87 7
6 6 65 5 5
4
9
32 2 2
1 1 1 1 1 1
N.º
de
Farm
ácia
s
ZonaNorte
n.ºdefarmácias
Braga
50
45
40
35
30
25
20
15
10
5
0
Gondomar
Guimarães
Ocidental
Oriental
VianadoCastelo
VilaNovadeGaia
6
15
2
8 9
17
2 4 5
10 12
23
10
47
n.ºdedoentes
Programas Terapêuticos de Administração de Metadona, Buprenorfina e Naltrexona 11
n.ºdefarmácias n.ºdedoentes
Gráfico5-N.ºdefarmáciasen.ºdedoentesactivosporETnazonadeLisboaeValedoTejo
ZonadeLisboaeValedoTejo
80
70
60
50
40
30
20
10
0
9
39
Abrantes
Almada
Barreiro
Loures
Oeiras
Parede
Restelo
Santarém
Setúbal
Sintra
Amadora
Xabregas
12
43
47
17
6
31
1520
85 6 1 3
67
20 22
11
27
957
Beja
12
10
8
6
4
2
0
n.ºdefarmácias n.ºdedoentes
Gráfico6-N.ºdefarmáciasen.ºdedoentesactivosporETnazonaAlentejoeAlgarve
ZonaAlentejoeAlgarve
LitoralAlentejano Olhão
1
6
1 2
11
6
Gráfico4-N.ºdefarmáciasen.ºdedoentesactivosporETnazonacentro
ZonaCentro
n.ºdefarmácias n.ºdedoentes
CasteloBranco
1
Covilhã FigueiradaFoz
Guarda Leiria Peniche
1 1 1 3
21
7
7890
80
70
60
50
40
30
20
10
0
11
26
157
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A causa mais frequente de saída de doentes do programa (cerca de 48% - 1.042 em 2.1�4) é por mudança de local. A transferência para outros locais está relacionada, na maioria dos casos, com a actividade laboral dos doentes. É de salientar que, desde o início do programa até à data de �1 de Dezembro de 2008, 198 doentes tiveram alta, após cumprirem o esquema terapêutico de redução de doses.
sITuAção dos doENTEs
À data de �1 de Dezembro de 2008 estavam em Programa de Metadona nas Farmácias, �79 indivíduos, designados por “activos” (mais 108 doentes que na mesma data em 2007). Pode observar-se no gráfico 7 que 1.�97 indivíduos já não estavam integrados no programa nesta data.
Gráfico7-Situaçãodosdoentesemprograma
Outras
Terapêuticas
2.500
2.000
1.500
1.000
500
0
Abandono
Comunidade
Terapêutica
Detido
Hospitalizado
Morte
Mudança
deLocal
Suspenso
Alta
Total
Activo
579
104 19840 22 19
53
1.042
2873
Outros
18
2.176
Programas Terapêuticos de Administração de Metadona, Buprenorfina e Naltrexona 1�
Gráfico8–Divisãodosdoentesporsexo
dIsTRIBuIção PoR sExo E PoR IdAdE
Desde o início do programa em 1998 até à data de �1 de Dezembro de 2008, dos 2.176 do-entes que integraram o mesmo, a maioria dos indivíduos (cerca de 77%) são do sexo mas-culino (1.66� em 2.176).
Gráfico9–Distribuiçãodosdoentesporfaixaetáriaeporsexo
1665;77%
511;23%
18-20
500
450
400
350
300
250
200
150
100
50
00 1 4 18
102 107 83
21-25 26-30 31-35 36-40 41-45 >46
55
117
330
145
463416
335
Feminino Masculino
Podemos verificar, através do gráfico, que é nas faixas etárias dos �1-�� anos aos 41-4� anos que se concentram a maioria dos doentes.
Feminino Masculino
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TEMPo dE PERMANêNcIA
No processo de recuperação dos doentes, existem diversas vertentes que necessitam de ser trabalhadas, pelo que o tempo de retenção em programa é importante, pois permite aos diversos profissionais envolvidos ter espaço necessário para trabalhar com os doentes.No ano de 2008, o tempo médio de permanência dos doentes activos foi de 22 meses.
ToTAl dE doENTEs EM sEguIMENTo NAs FARMácIAs, PoR ANo
O n.º de doentes em seguimento nas farmácias (ou seja, com, pelo menos, uma toma na farmácia) em 2008 foi de 780.
Gráfico10-Tempodepermanênciadosdoentesemprograma
Gráfico11–N.ºdedoentesemseguimentonasfarmáciasem2008
900
800
700
600
500
400
300
200
100
0
145
0a3meses
3a6meses
6a12meses
1a2anos
2a3anos
3a4anos
4a5anos
>5anos
Total
90154 139
9258 23
79
780
2008
2007
2006
2005
2004
2003
2002
2001
2000
1999
1990
0 200 400 600 800 1.000
52
278
452
529
499
457
458
545
694
709
780
N.ºdedoentes
Programas Terapêuticos de Administração de Metadona, Buprenorfina e Naltrexona 1�
Programa Terapêutico de Administração de Buprenorfina (BPN) e Naltrexona (NTX)
Desde o início do programa da Buprenorfina integraram este projecto 217 farmácias e 364 farmacêuticos, estando em programa 14 doentes, em �1 de Dezembro de 2008.
Desde o início do programa da Naltrexona integraram este projecto 234 farmácias e 392 farmacêuticos, estando em programa 1 doente, em �1 de Dezembro de 2008.
450
400
350
300
250
200
150
100
50
0
ProgramadaBuprenorfina ProgramadaNaltrexona
n.ºdefarmáciasintegradas n.ºdefarmacêuticoscomformação
Gráfico12-N.ºdefarmáciasen.ºfarmacêuticosintegradosnosprogramasterapêuticosdeadministraçãodeBPNeNTX
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Programas Terapêuticos de Administração de Metadona, Buprenorfina e Naltrexona 17
Reuniões e FormaçõesDesde Maio de 2008 (data de início de funções da nova gestora) até �1 de Dezembro do mesmo ano foram realizadas 26 reuniões entre ET, Farmácias e Gestor da ANF, por forma a dinamizar a articulação entre as diferentes entidades e apoiar e acompanhar as farmácias que seguem doentes no âmbito destes programas.
Estas reuniões são marcadas trimestralmente ou semestralmente de acordo com as ne-cessidades das farmácias, ET e a zona onde estão inseridas.
Nestas reuniões são discutidos vários pontos, tais como:• Percurso dos doentes activos nas farmácias;• Critérios de exigência do programa (se estão a ser cumpridos);• Evolução do programa nas farmácias;• Formação às farmácias já em programa e a novas farmácias;• Casos práticos relevantes;• Apresentação teórica de novos doentes;• Outros assuntos importantes do momento.
No dia 8 de Agosto de 2008 houve uma reunião entre João Goulão e José Pádua (IDT), Cris-tina Santos, Anabela Madeira e Isabel Jacinto (ANF), para dar conhecimento aos parceiros da nova gestora dos programas e também para definir estratégias para os mesmos.
Durante o ano de 2008, a gestora visitou � farmácias que receberam doentes em tratamento com Metadona, uma vez que estas necessitavam de uma “reciclagem” de conhecimentos pois fizeram a formação em 200� e nunca tinham tido doentes antes.
No 2º Semestre de 2008 foram realizadas 6 formações resultantes de solicitações de várias ET e Farmácias. Nestas formações inscreveram-se, por vezes, mais do que um farmacêu-tico por farmácia.
Cursos Dia Local Parceiro FC FP NF FCTP NFCT
BPN/NTX(para farmácias que fizeram formação
só para a MTD)2�/06/2008 Santarém CRI Ribatejo 17 12 - 1� -
MTD/BPN/NTX 27/10/2008 Lisboa CRI Oeste 20 16 11 18 16
MTD/BPN/NTX 0�/11/2008 LisboaCRI Penísula de Setúbal
24 14 11 17 17
MTD/BPN/NTX 10/11/2008 Porto ET Braga e Gaia 17 1� 6 17 1�
MTD/BPN/NTX 0�/12/2008 Santarém CRI Ribatejo �0 27 14 �1 �0
MTD/BPN/NTX 10/12/2008 Aveiro CRI Aveiro 14 11 9 14 14
Totais 122 93 51 112 90
Tabela1–Formaçõesrealizadasem2008(FC-Farmáciasqueconfirmarampresença;FP–Farmáciasqueestiverampresentes;NF–NovasFarmácias;FCTP–Farmacêuticos
queestiverampresentes;NFCT–NovosFarmacêuticos)
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