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INFLUÊNCIA DA DEFORMABILIDADE DE
REVESTIMENTOS CERÂMICOS DE
ALVENARIA DE FACHADA NA CONCEPÇÃO
ESTRUTURAL DE UM EDIFÍCIO, RECORRENDO A LAJES FUNGIFORMES
MACIÇAS UTILIZANDO OU NÃO VIGAS DE
BORDO.
CRISTINA MARIA SANTOS ALBUQUERQUE CRUZ
Relatório de Projecto submetido para satisfação parcial dos requisitos do grau de
MESTRE EM ENGENHARIA CIVIL — ESPECIALIZAÇÃO EM CONSTRUÇÕES CIVIS
Orientador: Professor Jorge Manuel Chaves Gomes Fernandes
JUNHO DE 2009
MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA CIVIL 2008/2009
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
Tel. +351-22-508 1901
Fax +351-22-508 1446
Editado por
FACULDADE DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO
Rua Dr. Roberto Frias
4200-465 PORTO
Portugal
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2008/2009 - Departamento de Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia da Universidade
do Porto, Porto, Portugal, 2009.
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Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
Aos meus Pais, Irmãs, Cunhado e Daniel.
“Sinto-me nascido a cada caminho, para a eterna novidade do Mundo.”
Alberto Caeiro
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
ÍNDICE GERAL
AGRADECIMENTOS ............................................................................................................. I
RESUMO ............................................................................................................................... III
ABSTRACT ........................................................................................................................... V
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 1
1.1. ASPECTOS GERAIS ...................................................................................................................... 1
1.2. OBJECTIVOS/ESTRUTURA DO TRABALHO ................................................................................... 1
2. REVESTIMENTOS CERÂMICOS ...................................................................................... 3
2.1. LADRILHOS CERÂMICOS COMO PRODUTO DE CONSTRUÇÃO ................................................... 3
2.2. TIPOS DE REVESTIMENTOS CERÂMICOS .................................................................................... 3
2.3. REVESTIMENTOS CERÂMICOS DE FACHADA .............................................................................. 5
2.3.1. EXIGÊNCIAS FUNCIONAIS .................................................................................................... 5
2.3.2. PATOLOGIAS ........................................................................................................................ 6
2.3.3. CAUSAS DAS PATOLOGIAS .................................................................................................. 6
2.3.3.1. Descolamento e Empolamento ................................................................................ 7
2.3.3.2. Fissuração ................................................................................................................... 8
2.3.4. PREVENÇÃO DAS PATOLOGIAS ........................................................................................... 8
2.4. DEFORMABILIDADE DE REVESTIMENTOS CERÂMICOS DE ALVENARIA DE FACHADA ................ 9
3. GENERALIDADES DO EDIFÍCIO E CONCEPÇÃO ESTRUTURAL ............................... 11
3.1. CONCEPÇÃO ESTRUTURAL ....................................................................................................... 11
3.2. DESCRIÇÃO DO EDIFÍCIO/ESTRUTURA A ESTUDAR .................................................................. 11
3.2.1. DESCRIÇÃO DO EDIFÍCIO ................................................................................................... 11
3.2.2. ESTRUTURA DO EDIFÍCIO ................................................................................................... 13
3.2.2.1. Lajes Fungiformes.................................................................................................... 13
3.2.2.2. Vigas de Bordadura ................................................................................................. 14
3.2.2.3. Pilares ........................................................................................................................ 15
3.2.2.4. Paredes – Estruturas de contraventamento ........................................................ 16
3.2.3. MATERIAIS ESCOLHIDOS ................................................................................................... 16
3.2.4. REGULAMENTAÇÃO ........................................................................................................... 16
4. CRITÉRIOS GERAIS DE VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA .......................................... 17
4.1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 17
4.2 CARACTERIZAÇÃO DAS ACÇÕES ............................................................................................... 18
4.2.1. DEFINIÇÃO DE ACÇÕES ..................................................................................................... 19
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
4.2.1.1. Acções Permanentes ............................................................................................... 19
4.2.1.2. Acções Variáveis ...................................................................................................... 20
4.3. SEGURANÇA E FUNCIONALIDADE DAS ESTRUTURAS ............................................................... 20
4.3.1. ESTADOS LIMITES ÚLTIMOS ............................................................................................... 20
4.3.2. ESTADOS LIMITES DE UTILIZAÇÃO ..................................................................................... 22
5. PRÉ-DIMENSIONAMENTO ............................................................................................. 23
5.1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 23
5.2. LAJES ......................................................................................................................................... 23
5.3. LAJES EM CONSOLA .................................................................................................................. 27
5.4. ESCADAS ................................................................................................................................... 28
5.4.1. ESPESSURA APROXIMADA ................................................................................................. 28
5.4.2. DETERMINAÇÃO DAS CARGAS ........................................................................................... 28
5.4.2.1. Patamar ...................................................................................................................... 28
5.4.2.2. Lanço de escadas .................................................................................................... 28
5.5. VIGAS ......................................................................................................................................... 29
5.6. PILARES ..................................................................................................................................... 31
5.7. PAREDES ................................................................................................................................... 34
6. DIMENSIONAMENTO ..................................................................................................... 35
6.1. MODELO ESTRUTURAL .............................................................................................................. 35
6.2. DISPOSIÇÕES RELATIVAS A ELEMENTOS ESTRUTURAIS .......................................................... 38
6.2.1. ARMADURAS PRINCIPAIS E SECUNDÁRIAS ........................................................................ 38
6.2.2. DISTÂNCIA MÍNIMA ENTRE ARMADURAS ............................................................................ 38
6.2.3. RECOBRIMENTO MÍNIMO DAS ARMADURAS ....................................................................... 38
6.2.4. ADERÊNCIA DAS ARMADURAS DE BETÃO .......................................................................... 39
6.2.5. AMARRAÇÃO DE VARÕES DE ARMADURAS ORDINÁRIAS .................................................. 40
6.3. ARMADURAS EM VIGAS ............................................................................................................. 41
6.3.1. ARMADURA LONGITUDINAL ................................................................................................ 41
6.3.1.1. Dispensa de armadura longitudinal. ...................................................................... 44
6.3.2. ARMADURA TRANSVERSAL ................................................................................................ 47
6.3.2.1. Posição da Armadura Transversal ........................................................................ 53
6.4. ARMADURAS EM LAJE FUNGIFORME ........................................................................................ 55
6.4.1. ARMADURA LONGITUDINAL ................................................................................................ 55
6.4.1.1. Armadura Inferior ...................................................................................................... 57
6.4.1.2. Armadura Superior ................................................................................................... 60
6.4.1.3. Armaduras na Laje em Consola ............................................................................. 65
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
6.4.2. VERIFICAÇÃO AO PUNÇOAMENTO ..................................................................................... 68
7. DEFORMAÇÃO ............................................................................................................... 73
7.1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 73
7.2. ESTUDO DE CASO ..................................................................................................................... 74
7.3. CÁLCULO DA FLECHA INSTANTÂNEA E FLECHA A LONGO PRAZO DA PRIMEIRA SITUAÇÃO .... 78
7.3.1. MÉTODO BILINEAR ............................................................................................................. 78
7.3.1.1. Flecha – valor de base ....................................................................................... 79
7.3.1.2. Flecha – estado I ................................................................................................. 79
7.3.1.3. Flecha – estado ............................................................................................ 80
7.3.1.4. Flecha provável a ..................................................................................................... 80
7.3.1.5. Coeficiente de fluência. ........................................................................................... 81
7.3.1.6. Coeficiente , , , ........................................................................................ 85
7.3.1.7. Coeficientes de Repartição .................................................................................... 88
7.3.1.8. Determinação da flecha aI e aII .............................................................................. 89
7.3.1.9. Determinação da Flecha provável ac .................................................................... 90
7.4. CÁLCULO DA FLECHA INSTANTÂNEA E FLECHA A LONGO PRAZO DA SEGUNDA SITUAÇÃO ... 91
7.4.1. CÁLCULO DA FLECHA INSTANTÂNEA E FLECHA A LONGO PRAZO DO TERCEIRO RAMO DA
VIGA 2 ............................................................................................................................................ 92
7.4.1.1. Coeficiente de fluência. ........................................................................................... 92
7.4.1.2. Coeficientes de Repartição .................................................................................... 96
7.4.1.3. Determinação da flecha aI e aII .............................................................................. 97
7.4.1.4. Determinação da Flecha provável ac .................................................................... 98
7.4.2. CÁLCULO DA FLECHA INSTANTÂNEA E FLECHA A LONGO PRAZO DA LAJE EM CONSOLA 99
7.4.2.1. Coeficiente de fluência. ........................................................................................... 99
7.4.2.2. Coeficiente , , , ...................................................................................... 100
7.4.2.3. Coeficientes de Repartição .................................................................................. 103
7.4.2.4. Determinação da flecha aI e aII ............................................................................ 104
7.4.2.5. Determinação da Flecha provável ac .................................................................. 105
7.4.3. CÁLCULO DA FLECHA INSTANTÂNEA E FLECHA A LONGO PRAZO REAIS DA LAJE EM
CONSOLA ..................................................................................................................................... 106
7.5. ANÁLISE DE RESULTADOS ...................................................................................................... 107
7.5.1. LIMITE DE DEFORMAÇÃO DO ELEMENTO DE SUPORTE................................................... 107
7.5.1.1. Legislação portuguesa .......................................................................................... 107
7.5.1.2. Deformação provável do elemento de suporte ................................................. 108
7.5.1.3. Crítica sobre os resultados ................................................................................... 109
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
7.5.2. ESTUDO DO NOVO CASO .................................................................................................. 109
7.5.3. CÁLCULO DA FLECHA A LONGO PRAZO ........................................................................... 109
7.5.3.1. Flecha elástica ........................................................................................................ 109
7.5.3.3. Coeficiente , , , ....................................................................................... 111
7.5.3.4. Coeficientes de Repartição ................................................................................... 115
7.5.3.5. Determinação da flecha aI e aII ............................................................................ 116
7.5.3.6. Determinação da Flecha provável ac .................................................................. 117
7.5.4. CRÍTICA SOBRE OS RESULTADOS .................................................................................... 118
8. CONCLUSÕES .............................................................................................................. 119
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
ÍNDICE DE FIGURAS
Fig. 2.1 - Aplicação de revestimento cerâmico de fachada. .................................................................... 4
Fig. 2.2 - Exemplo de material cerâmico (Klinker). ............................................................................... 4
Fig. 2.3 - Exemplos de descolamento e empolamento de revestimentos cerâmicos.. ............................. 7
Fig. 2.4 - Exemplos de fissuração de revestimentos cerâmicos. ............................................................. 8
Fig. 3.1 - Complexo habitacional. ......................................................................................................... 12
Fig. 3.2 - Corte A3. ............................................................................................................................... 12
Fig. 3.3 - Exemplos de lajes fungiformes maciças. ............................................................................... 14
Fig. 3.4 - Vigas de bordo do piso tipo em estudo. ................................................................................. 14
Fig. 3.5 - Disposição dos pilares do piso tipo. ...................................................................................... 15
Fig. 5.1 - Divisão em faixas de cada pórtico equivalente. ..................................................................... 25
Fig. 5.2 - Viga mais condicionante do piso tipo. ................................................................................... 30
Fig. 5.3 - Dimensões dos pilares do piso tipo. ...................................................................................... 33
Fig. 6.1 - Vista 3D do piso tipo introduzido no programa de cálculo, Robot. ...................................... 35
Fig. 6.2 - Vista do piso tipo com todos os apoios visíveis. ................................................................... 36
Fig. 6.3 - Vista 2D do piso tipo inserido no programa Robot. .............................................................. 37
Fig. 6.4 - Tipos de amarrações de armaduras. ....................................................................................... 40
Fig. 6.5 - Representação da distância entre varões superiores em corte de viga. .................................. 43
Fig. 6.6 - Desenho esquemático da interrupção da armadura longitudinal. .......................................... 44
Fig. 6.7 - Representação esquemática da dispensa das armaduras longitudinais por tramo de viga. .... 46
Fig. 6.8 - Representação esquemática da distribuição da armadura transversal por tramo de viga. ..... 52
Fig. 6.9 - Representação esquemática da distância a estribar num tramo de viga................................. 54
Fig. 6.10 - Mapa dos momentos flectores positivos segundo a direcção x na laje fungiforme do piso
tipo. ....................................................................................................................................................... 57
Fig. 6.11 - Zona mais gravosa do lado esquerdo do mapa de momentos flectores. .............................. 58
Fig. 6.12 - Mapa dos momentos flectores positivos segundo a direcção y na laje fungiforme do piso
tipo. ....................................................................................................................................................... 59
Fig. 6.13 - Zona mais gravosa do lado superior do mapa de momentos flectores. ............................... 60
Fig. 6.14 - Mapa dos momentos flectores negativos segundo a direcção x na laje fungiforme do piso
tipo. ....................................................................................................................................................... 61
Fig. 6.15 - Mapa dos momentos flectores negativos segundo a direcção y na laje fungiforme do piso
tipo. ....................................................................................................................................................... 61
Fig. 6.16 - Mapa dos momentos flectores segunda a direcção x no pilar 5 da laje fungiforme do piso
tipo. ....................................................................................................................................................... 62
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
Fig. 6.17 - Corte segundo x com a directriz segundo y e respectivo valor do integral. ......................... 63
Fig. 6.18 - Mapa dos momentos flectores segunda a direcção y no pilar 5 da laje fungiforme do piso
tipo. ........................................................................................................................................................ 64
Fig. 6.19 - Corte segundo y com a directriz segundo x e respectivo valor do integral. ......................... 64
Fig. 6.20 - Representação das varandas e avançados. ........................................................................... 65
Fig. 6.21 - Representação das cargas actuantes na varanda................................................................... 66
Fig. 6.22 - Representação das cargas actuantes nos avançados. ............................................................ 67
Fig. 6.23 - Mecanismo de rotura por punçoamento de um pavimento de lajes. .................................... 69
Fig. 6.24 - Mecanismos de resistência ao punçoamento. ...................................................................... 69
Fig. 6.25 - Mecanismos de resistência ao punçoamento. ...................................................................... 70
Fig. 6.26 - Perímetro de controlo. .......................................................................................................... 70
Fig. 7.1 - Modelo estrutural do ROBOT em 3D com as deformações. ................................................. 75
Fig. 7.2 - Mapa das deformações sofridas pela laje e lajes em consola, em 2D. ................................... 75
Fig. 7.3 - Valores máximos das deformações sofridas pela laje e lajes em consola, em cm. ................ 76
Fig. 7.4 - Valores das deformações no contorno da laje, em cm. .......................................................... 77
Fig. 7.5 - Deformação elástica das vigas de bordadura sob combinação frequente, em cm. ................. 78
Fig. 7.6 - Relação bilinear momento-flecha. ......................................................................................... 78
Fig. 7.7 - Relação bilinear momento-flecha – Flexão Simples. ............................................................. 81
Fig. 7.8 - Ábaco com valores da Função βd (t-t0) em função do tempo de carregamento. .................... 82
Fig. 7.9 - Ábaco da função βt ................................................................................................................. 84
Fig. 7.10 - Ábaco do coeficiente ...................................................................................................... 86
Fig. 7.11 - Ábaco do coeficiente . ......................................................................................................................... 87
Fig. 7.12 - Ábaco do coeficiente . ..................................................................................................... 87
Fig. 7.13 - Ábaco do coeficiente . .................................................................................................... 88
Fig. 7.14 - Diagrama dos momentos flectores na viga 4 para a combinação frequente das acções. ..... 89
Fig. 7.15 - Deformação elástica na viga 4, sob o peso próprio da estrutura, em cm. ............................ 91
Fig. 7.16 - Deformação elástica das vigas de bordadura sob combinação frequente, em cm. ............... 92
Fig. 7.17 - Pormenor da deformação elástica da viga 4, sob combinação frequente, em cm. ............... 92
Fig. 7.18 - Ábaco do coeficiente . ..................................................................................................... 94
Fig. 7.19 - Ábaco do coeficiente . ..................................................................................................... 94
Fig. 7.20 - Ábaco do coeficiente . ..................................................................................................... 95
Fig. 7.21 - Ábaco do coeficiente . ..................................................................................................... 95
Fig. 7.22 - Diagrama dos momentos flectores na viga 2, para a combinação frequente. ...................... 96
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
Fig. 7.23 - Deformação elástica na viga 2, sob o peso próprio da estrutura, em cm. ............................ 98
Fig. 7.24 - Valores das deformações na laje em consola, em cm. ......................................................... 99
Fig. 7.25 - Ábaco do coeficiente . .................................................................................................. 101
Fig. 7.26 - Ábaco do coeficiente . ................................................................................................. 101
Fig. 7. 27 - Ábaco do coeficiente . ................................................................................................ 102
Fig. 7.28 - Ábaco do coeficiente . .................................................................................................. 102
Fig. 7.29 - Mapa dos momentos flectores negativos na laje em consola. ........................................... 103
Fig. 7.30 - Corte na secção de maior momento flector negativo e respectivo valor do integral ......... 103
Fig. 7.31 - Valores das deformações na laje em consola, em cm. ....................................................... 106
Fig. 7.32 - Mapa das deformações sofridas pela laje e lajes em consola, em 2D................................ 110
Fig. 7.33 - Valores das deformações na laje em consola. ................................................................... 110
Fig. 7.34 - Mapa dos momentos flectores negativos na laje do piso tipo. ........................................... 111
Fig. 7.35 - Corte na secção de maior momento flector negativo e respectivo valor do integral ......... 112
Fig. 7.36 - Ábaco do coeficiente . .................................................................................................. 113
Fig. 7.37 - Ábaco do coeficiente . .................................................................................................. 114
Fig. 7.38 - Ábaco do coeficiente . .................................................................................................. 114
Fig. 7.39 - Ábaco do coeficiente . .................................................................................................. 115
Fig. 7.40 - Valores das deformações na laje em consola. ................................................................... 117
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
ÍNDICE DE QUADROS
Quadro 4.1 – Acções Permanentes ........................................................................................................ 19
Quadro 4.2 – Acções Variáveis - Sobrecarga ........................................................................................ 20
Quadro 5.1 - Distribuição dos momentos flectores nas lajes fungiformes (em percentagem do
momento total). ..................................................................................................................................... 26
Quadro 6.1 – Recobrimentos mínimos das armaduras. ......................................................................... 39
Quadro 6.2 – Valores de cálculo da tensão de rotura da aderência, fbd, de armaduras ordinárias ......... 40
Quadro 6.3- Espaçamento máximo dos varões da armadura longitudinal de vigas. ............................. 42
Quadro 6.4 – Armadura longitudinal nas vigas do piso tipo. ................................................................ 44
Quadro 6.5 – Esforço transverso. Valores da tensão . ....................................................................... 45
Quadro 6.6 – Dispensas de armaduras longitudinais. ........................................................................... 47
Quadro 6.7 - Esforço transverso. Valores da tensão . ........................................................................ 48
Quadro 6.8 – Percentagem de estribos. ................................................................................................. 50
Quadro 6.9 – Armadura transversal ao longo de cada viga. .................................................................. 53
Quadro 6.10 – Dispensa de armadura transversal nas vigas 1 e 2. ........................................................ 55
Quadro 6.11 – Verificação ao punçoamento. ........................................................................................ 71
Quadro 7.1 - Quadro com valores do coeficiente ............................................................................ 83
Quadro 7.2 - Quadro com valores do coeficiente ............................................................................ 83
Quadro 7.3 - Parâmetros necessários para o cálculo de .............................................................. 93
Quadro 7.4 – Parâmetros necessários para o cálculo de ............................................................. 99
Quadro 7.5 – Parâmetros necessários para o cálculo de . ........................................................... 111
Quadro 7.6 – Valores de flechas regulamentares, para l = 2,40m. ...................................................... 118
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
SÍMBOLOS E ABREVIATURAS
– .
– .
–
– .
– .
c – recobrimento de uma armadura.
– .
– .
– .
– .
– .
à tracção do aço das armaduras ordinárias.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
h – altura total de uma secção.
l – vão teórico.
– valor de base do comprimento de amarração de uma armadura.
s – espaçamento de estribos.
u – perímetro.
– .
– .
α – coeficiente de homogeneização; ângulo.
- – -
-
– coeficiente que considera as propriedades de aderência dos varões.
– coeficiente que considera a duração ou a repetição de cargas.
– coeficiente que tem em consideração o efeito das armaduras.
– coeficiente que tem em consideração o efeito da fluência.
– coeficiente que tem em consideração o efeito das armaduras.
– coeficiente que tem em consideração o efeito da fluência.
–
– .
– coeficiente dependente das condições higrométricas do ambiente.
ρ – percentagem de armadura de tracção.
ρ’ - percentagem de armadura de compressão.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
i
AGRADECIMENTOS
Certamente que a elaboração e apresentação da minha tese, subordinada ao Tema “Influência da
deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um
edifício, recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo” foi o trabalho mais
útil e complexo que enfrentei no meu percurso académico.
Ao Professor Jorge Chaves, orientador científico, exprimo um reconhecimento especial pelo seu
aconselhamento metodológico, orientação prática, plena disponibilidade, amizade e boa disposição,
componentes que permitiram atingir a meta final.
Aos meus Pais, armaduras e lajes, que permitiram a minha formação académica.
Ao Daniel, pela amizade especial, apoio, compreensão e solidariedade imensa, neste período da minha
vida.
Á minha irmã Catarina e ao meu cunhado Ricardo, pela força que me transmitiram, para além do
carinho que sempre demonstrado.
A todos aqueles que de alguma forma deram o seu contributo para que este trabalho e tornasse
realidade.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
iii
RESUMO
A importância da elaboração do projecto de execução de um edifício é um elemento indispensável à
realização de uma obra com qualidade.
É fundamental que o projectista se baseie em regulamentos e normas existentes, de modo a que o
conjunto de elementos estruturais e não estruturais, constituintes do edifício, assegurem a sua
estabilidade, desempenho e funcionalidade. Faz-se referência aos elementos não estruturais, pois estes
assumem especial destaque na qualidade do produto final.
Procurou-se, no presente trabalho, avaliar a influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos
de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício de habitação, recorrendo a lajes
fungiformes maciças.
Numa primeira fase pretendeu-se avaliar as exigências necessárias a aplicar aos revestimentos
cerâmicos de alvenaria de fachada de modo a terem um bom desempenho nas suas funções, dadas as
patologias que poderão ocorrer. De entre as principais funções que lhes são requeridas foi analisada
uma em particular, a sua capacidade resistente quando submetida a deformações de elementos
estruturais, no caso em estudo vigas e lajes.
Ainda nesta fase foram definidos os limites de deformação regulamentares para as estruturas de betão
armado e os limites admissíveis para o elemento de suporte dos revestimentos (paredes de alvenaria).
Numa segunda fase procedeu-se a análise e interpretação estrutural de um edifício de seis pisos,
situado na cidade do Porto. Este é constituído por elementos estruturais (lajes fungiformes maciças,
pilares, vigas de bordo e paredes) e elementos não estruturais (paredes de alvenaria, revestimentos
cerâmicos de fachada, caixilharias, entre outros). Posteriormente procedeu-se à elaboração de um
modelo estrutural de um dos pisos do edifício em estudo, considerado piso-tipo, atendendo às
condições exigenciais para um projecto de estabilidade de um edifício habitacional imposto pelo
REBAP (Regulamento de Estruturas de Betão Armado e Pré-Esforçado) e RSA (Regulamento de
Segurança e Acções). Este modelo foi introduzido no programa de cálculo automático Robot
Millennium, permitindo assim o dimensionamento dos elementos estruturais horizontais,
acompanhados de peças desenhadas.
Por fim, foi efectuada a avaliação da deformabilidade do elemento de suporte dos revestimentos
cerâmicos e foi feita a posterior comparação dos resultados obtidos com os limites recomendados para
a não ocorrência de patologias nas paredes de alvenaria e por conseguinte nos revestimentos
cerâmicos. Procedeu-se também à análise de um novo caso, idêntico ao anterior, mas sem vigas de
bordo.
O objectivo primordial deste trabalho foi verificar se os requisitos legislativos são adequados e
compatíveis com a aplicação de revestimentos cerâmicos em edifícios do tipo estudado.
PALAVRAS-CHAVE: Revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada; Lajes fungiformes maciças;
Elementos estruturais; Elementos não Estruturais; Deformabilidade.
v
ABSTRACT
The importance of working out the project of a building execution is an essential element to
accomplish a quality workmanship.
It is crucial for the project-designer to count on actual regulations and norms, so that the set of
structural and non-structural elements, which make up the building, ensure its stability, performance
and functionality. Reference is made to the non-structural elements, since these take special
significance in the quality of the final product.
The aim of this work is to evaluate the influence of the deformability of façade stonework ceramic
covering on the structural conception of a dwelling building, resorting to massive flat slabs.
In a first phase it was intended to evaluate the requirements needed to apply to ceramic façade
coverings on the stonework walls, so that they have a good functioning performance, considering the
possible pathologies that might occur. From among the main required functions, a specific one was
analyzed, concerning its resistant capacity whenever undergoing structural element deformations – in
the present case, beams and flat.
Still in this phase, the legal deformation limits for the concrete structures and the acceptable ones for
the support coverings, stonework walls have been defined.
In a second phase the analysis and structural interpretation of a six-storey Oporto building was made.
It is composed of structural elements (massive flat slabs, pillars, edge beams and walls) and non-
structural elements (stonework walls, ceramic façade coverings and framework, among others). A
structural model was subsequently made of one of the storeys of the referred building, which was
thought to be a prototype-storey, having in mind the required conditions for a stability project of a
dwelling building established by the REBAP (Regulation of Concrete Structure and Prestressing) e
RSA (Regulation of Security and Action).This model was introduced in the program of automatic
calculation “Robot Millennium”, having thus allowed the sizing of the horizontal structural elements,
followed by drawn pieces.
Finally, the evaluation of the deformability of the ceramic coverings support element was made and
the subsequent comparison of the obtained results with the recommended limits for non-occurrence of
pathologies on the coverings. A new case, identical to the previous one but without edge beams, was
also analyzed.
The major aim of this work was to verify whether the legal requirements are adequate and compatible
with the ceramic coverings application in the considered type of buildings.
KEY WORDS: façade stonework ceramic coverings; massive flat slabs; structural elements; non-
structural elements; deformability.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
1
1 INTRODUÇÃO
1.1. ASPECTOS GERAIS
Quando se pretende idealizar um projecto estrutural depara-se com uma diversidade de soluções,
dependendo do tipo de material utilizado, das tecnologias existentes e do modo de execução.
A forma de um edifício é garantida por um conjunto de elementos estruturais (lajes, vigas, pilares,
paredes e fundações). No entanto, para cada caso, estes elementos irão tornar a concepção do projecto
única. Deste modo é de todo o interesse que o projectista faça uma análise estrutural correcta pois é
uma fase primordial do projecto de estruturas. Neste processo são escolhidos os modelos teóricos,
devendo representar a estrutura real, baseados nos aspectos arquitectónicos e na regulamentação
existente no respectivo país.
Respeitante à regulamentação, esta tem como finalidade verificar os estados limites últimos e os
estados limites de serviço, incluindo nestes últimos os estados limites de deformação e os estados
limites de fendilhação.
Contudo, um edifício não é apenas constituído pelo seu esqueleto. Existem ouros elementos
necessários para tornar o edifício funcional, designados elementos não estruturais (alvenarias,
revestimentos, caixilharias, entre outros). Infelizmente muitas vezes esquecidos, estes elementos são
fundamentais no que respeita ao desempenho do edifício a longo prazo.
Dos diversos elementos não estruturais realçam-se os revestimentos cerâmicos de fachada, objecto de
estudo deste trabalho.
A falta de atenção sobre o comportamento dos revestimentos cerâmicos pode conduzir à ocorrência de
anomalias, que se manifestam pelo aparecimento de patologias.
Inúmeras causas poderiam ser mencionadas pelo aparecimento dessas patologias, ainda que o presente
documento apenas se debruce na análise da deformabilidade dos elementos de suporte.
1.2. OBJECTIVOS/ESTRUTURA DO TRABALHO
A elaboração deste trabalho tem como principal objectivo verificar se os elementos estruturais
horizontais (vigas e lajes), dimensionados de acordo com o RSA e REBAP, apresentam uma
deformabilidade compatível com a deformação máxima prevista para as paredes de alvenaria
(elementos de suporte dos revestimentos cerâmicos). Pretende-se assim, verificar se os limites
impostos quer pelo REBAP quer pelo EC2 são adequados, no que diz respeito à não ocorrência de
patologias nos revestimentos cerâmicos.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
2
Para cumprir esse objectivo estruturou-se o presente documento em oito capítulos, dos quais o
presente é o primeiro:
No segundo, será feita uma abordagem do elemento não estrutural em estudo - revestimentos
cerâmicos de fachada - e definidos os limites admissíveis para as deformações dos elementos de
suporte (paredes de alvenaria);
Do terceiro ao sexto será referido todo o processo de dimensionamento, desde a descrição do edifício e
concepção estrutural (capítulo 3), passando pela definição das acções (capítulo 4), pré-
dimensionamento (capítulo 5) e por fim dimensionamento (capítulo 6), no qual se recorrerá ao
programa de cálculo Robot Millennium.
No sétimo serão apresentados dois casos de estudo, sendo o primeiro referente à deformabilidade de
uma laje com vigas de bordo, que servem de suporte ao sistema parede-revestimentos e o segundo
respeitante à deformabilidade da mesma laje, mas sem vigas de bordo. Em ambos os casos foram
analisados os resultados e comparados com os limites admissíveis para paredes de alvenarias
referenciados no capítulo 2.
No oitavo e último será verificado se, cumprindo os requisitos estipulados pelo REBAP no
dimensionamento dos elementos horizontais, não ocorrerão patologias nos revestimentos cerâmicos.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
3
2 REVESTIMENTOS CERÂMICOS
2.1. LADRILHOS CERÂMICOS COMO PRODUTO DE CONSTRUÇÃO
Percorrendo Portugal de Norte a Sul depara-se com uma grande diversidade de revestimentos
cerâmicos em fachadas.
Para ter uma melhor percepção deste tipo de material ir-se-á fazer uma breve viagem ao passado.
Herança deixada pelas comunidades árabes, entre os séculos V e XIV na Península Ibérica, em que
estes produtos eram conhecidos por al Zalaicj (termo conotado com as pedras semipreciosas de
origem mesopotâmica conhecida como “lápis-lazuli”.
Inicialmente começaram por ser aplicados em paredes interiores, presença constante na arquitectura
portuguesa, civil e religiosa, passando posteriormente a revestir completamente as fachadas dos
edifícios. [1]
A introdução do material cerâmico como elemento de revestimento de fachada, associado à melhoria
das condições de manufactura e mais tarde de fabrico industrial, ao proporcionarem melhor acesso a
este material, tornaram-no o revestimento típico das fachadas, a partir do século XIX.
Com uma criatividade muito sui generis, os portugueses foram aperfeiçoando, desenvolvendo e
diversificando este legado até à arquitectura do século XXI.
O sucesso obtido na utilização deste material até aos nossos dias, como principal revestimento das
fachadas, deve-se a vários factores, onde se destacam o facto de não exigir manutenção e de poder
funcionar como primeira camada impermeabilizante, para além do seu valor estético, económico e
técnico.
No entanto, e apesar de todo este progresso, houve sempre o cuidado de garantir um nível de
qualidade elevado, pelo que se procurou racionalizar e normalizar requisitos em relação as suas
características e aplicações. [1]
2.2. TIPOS DE REVESTIMENTOS CERÂMICOS
Um “revestimento cerâmico” é considerado como um “sistema de revestimento” constituído pelos
ladrilhos cerâmicos, pelo produto de assentamento ou estrutura de fixação ao suporte, e pelo produto
de preenchimento (refechamento) das juntas entre ladrilhos, ficando solidarizado com a parede de
alvenaria.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
4
Fig. 2.1 - Aplicação de revestimento cerâmico de fachada. [2]
Todos os materiais cerâmicos enquadram-se em tipologias de acordo com as suas características
técnicas e de adequação ao uso. Estes materiais podem ser classificados consoante o processo de
fabrico (extrudido, prensado a seco ou moldagem manual) e da absorção de água. Os ladrilhos mais
comuns são os de barro vermelho (ou rústicos), de grés (ou semi-grés) e os porcelânicos. [1]
Fig. 2.2 - Exemplo de material cerâmico (Klinker).
No que respeita aos métodos de aplicação de revestimentos cerâmicos, estes encontram-se em
constante evolução, consoante o desenvolvimento dos produtos cerâmicos e dos sistemas de fixação.
Genericamente são considerados dois grandes processos de fixação:
Por contacto;
Por fixação mecânica.
O primeiro processo consiste em provocar a adesão entre dois corpos distintos que se mantêm unidos
por forças coesivas de origem molecular, usando materiais como argamassa tradicional, cimento cola,
colas em dispersão aquosa e colas de resinas de reacção. Como exemplos têm-se:
Revestimentos “aderentes tradicionais”, em que os ladrilhos são assentes directamente nos
suportes com argamassas espessas tradicionais;
Revestimentos “aderentes colados”, em que os ladrilhos são assentes directamente nos
suportes com argamassas espessas tradicionais; [3]
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
5
O segundo processo utiliza um sistema de ancoragem mecânica de grande formato entre o suporte
resistente e a peça cerâmica. Uma vez que é criado um espaço de ar, este processo tem a vantagem de
permitir ganhos notáveis no comportamento higrotérmico da fachada (fachada ventilada). [1]
É um processo que ganha cada vez mais adeptos na medida em que garante o conforto na habitação
(aspecto cada vez mais relevante na concepção de um edifico), maior facilidade de manutenção,
fiabilidade na aplicação e segurança para as pessoas.
Por fim têm-se as juntas entre ladrilhos. Entre os diversos tipos de juntas existentes destacam-se as
juntas de construção que têm como objectivo limitar o risco de levantamento e rupturas provocadas
por movimentos estruturais (contracção/expansão, flexão).
As juntas entre ladrilhos podem ser concebidas por métodos tradicionais, utilizando pasta de cimento
(caso estas sejam estreitas) ou argamassa de cimento (se forem largas), ou com produtos pré-doseados
em fábrica. [3]
Deste modo, e combinando os diferentes elementos existentes é possível conceber uma imensa
variedade de sistemas de revestimentos cerâmicos, decorrentes de factores de ordem económica,
funcional, construtiva e estética, relacionados com o desenho dos alçados.
2.3. REVESTIMENTOS CERÂMICOS DE FACHADA
2.3.1. EXIGÊNCIAS FUNCIONAIS
Como mencionado anteriormente os revestimentos para paramentos exteriores de paredes têm como
funcionalidade proteger o tosco da parede das acções dos diversos agentes agressivos, resistindo eles
próprios a esses agentes, contribuindo dessa forma para:
a estanquidade à água da parede exterior;
conferir à parede características aceitáveis de planeza;
a verticalidade e regularidade superficial;
proporcionar à parede o efeito pretendido, mantendo-a limpa ou pelo menos tornar fácil a sua
limpeza.
Para isso será necessário que estes produtos satisfaçam as exigências funcionais relativas a
revestimento de paredes. É de realçar que as exigências funcionais dos revestimentos de parede são
indissociáveis das exigências das paredes, na medida em que as funções atribuídas ao conjunto tosco
parede-revestimento podem ser exercidas com maior ou menor contributo de cada um dos
componentes. [4]
A Directiva Europeia dos Produtos da Construção (89/106/CE) estabeleceu que os produtos, materiais
e sistemas (neste caso referente ao conjunto parede-revestimento), a utilizar na construção civil,
devem possuir um comprovativo de que respeitam os seguintes Requisitos Essenciais:
Resistência mecânica e estabilidade (EE1);
Segurança em caso de incêndio (EE2);
Higiene, saúde e ambiente (EE3);
Segurança na utilização (EE4);
Protecção contra o ruído (EE5);
Economia de energia e retenção de calor. [1]
Numa primeira análise pode não fazer sentido que os requisitos mencionados sejam aplicados aos
revestimentos; no entanto essa hipótese não está correcta. Imagine-se, como exemplo, que um edifício
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
6
de 10 andares cuja fachada é constituída por placas de granito, com dimensões de 800 mm x 500 mm x
25 mm. É de rápida percepção a importância de garantir que nenhuma pedra se destaque da fachada
(por exemplo por inadequação ou degradação do sistema de fixação de suporte) e caia em zonas
frequentadas por pessoas. Como se pode perceber, este é um caso em que o problema de estabilidade
não pode ser ignorado, sendo necessário calcular ou ensaiar o sistema de fixação de forma a garantir a
estabilidade do mesmo. [5]
Há, no entanto, funções que competem em exclusivo, a apenas um desses componentes, pelo que irão
ser apenas referenciadas as exigências relacionadas com os revestimentos cerâmicos, dado que as
atribuídas às paredes saem do âmbito deste trabalho.
Na concepção e projecto de sistemas de revestimentos cerâmicos devem ser tidas em conta as
exigências de:
Compatibilidade com o suporte;
Conforto visual e táctil;
Durabilidade;
Adaptação à utilização normal.
2.3.2. PATOLOGIAS
Existem essencialmente dois grupos de patologias possíveis nos revestimentos cerâmicos.
O primeiro, implica a rotura do sistema de revestimentos e poderá manifestar-se através de:
Descolamento/desprendimento;
Fendilhação;
Esmagamento ou lascagem dos bordos dos ladrilhos.
O segundo engloba as anomalias que se manifestam essencialmente à superfície do sistema:
Descamação;
Desgaste ou riscagem;
Insuficiente resistência ao escorregamento;
Enodoamento irreversível;
Alteração de cor ou de brilho;
Eflorescências;
Deficiência de planeza;
Fissuração ou descamação do vidrado.
2.3.3. CAUSAS DAS PATOLOGIAS
Entre as patologias mencionadas, são consideradas como as mais gravosas o descolamento ou
empolamento e fissuração, pelas questões de segurança que se levantam, por ser inevitável a sua
reparação e por serem elevados os custos que essas reparações acarretam.
Poderão ser diversas as causas destas anomalias como de seguida se refere.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
7
2.3.3.1. Descolamento e Empolamento
Fig. 2.3 - Exemplos de descolamento e empolamento de revestimentos cerâmicos. [6] , [7]
Algumas das causas que poderão conduzir ao descolamento ou empolamento dos revestimentos
poderão ser:
Deformações do suporte devido a movimentos diferenciais da estrutura do edifício ou de
assentamentos diferenciais das suas fundações;
Acções de choque mecânico;
Elevada expansão irreversível do revestimento cerâmico, não compensada pelas juntas de
assentamento e esquartelamento e pelo seu material de preenchimento;
Aderência insuficiente entre camadas do sistema de revestimento;
Falta de juntas elásticas no contorno do revestimento;
Deficiências do suporte (deficiências de limpeza, planeza, porosidade);
Reduzida flexibilidade e resistência da camada de colagem;
Áreas de trabalho demasiado extensas;
Transição entre suportes distintos;
Falta de pressão adequada dos ladrilhos no acto de assentamento;
Falta de planeamento do trabalho e deficiente qualificação da mão-de-obra.
Estas causas podem originar dois tipos de descolamentos:
Descolamentos localizados ou pontuais – associados a deficiências locais de aplicação ou de suporte,
com os seguintes sintomas:
Pequena fissura local, que em geral, se verifica nos cantos dos vãos;
Zona de concentração de tensões na parede (mudança de secção ou carga concentrada). Neste
poderá ocorrer fissuração em vez de descolamento, caso a resistência da ligação não seja
muito elevada e a resistência dos landrilhos for média/alta.
Entradas pontuais de água para o suporte ou zonas de remate de trabalho, com
argamassas/cimento-cola no limite do seu tempo de abertura, isto é, da sua capacidade de
garantir a colagem.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
8
Descolamentos generalizados (com empolamento) – associado a material cerâmico de revestimento
com franca expansão irreversível, não compensada por juntas estruturais e de assentamento com
largura e espaçamentos compatíveis. [1]
2.3.3.2. Fissuração
Fig. 2.4 - Exemplos de fissuração de revestimentos cerâmicos. [8] , [9]
São diversos os factores que podem contribuir para a fissuração dos revestimentos cerâmicos:
Fendilhação do suporte, ou movimentos diferenciais suporte-revestimento que provocam
tracção nos ladrilhos;
Contracção ou expansão do produto de assentamento dos ladrilhos;
Choque violento ou choque em ladrilhos mal assentes;
Rotura por flexão em ladrilhos mal assentes.
Deformação do suporte incompatível com a elasticidade do produto de colagem, com a
resistência à tracção dos ladrilhos e com a dimensão das juntas e sua colmatação.
2.3.4. PREVENÇÃO DAS PATOLOGIAS
(Uma vez que a superfície do revestimento estará sujeita às acções inerentes ao uso, de tipo e
severidade muito diversificada conforme o elemento revestido; à sua localização e ao tipo de edifício,
cabe a quem projecta, considerar a complexidade do funcionamento do conjunto solidário
revestimento-suporte ou da diversidade das acções inerentes ao uso e explicitar adequadamente no
Caderno de Encargos o sistema concebido, no que se refere às especificações exigenciais dos
constituintes, à adequação funcional do sistema e às regras de execução a adoptar em obra.) [10]
Desta forma evitar-se-ão comportamentos anómalos dos revestimentos cerâmicos.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
9
2.4. DEFORMABILIDADE DE REVESTIMENTOS CERÂMICOS DE ALVENARIA DE FACHADA
Uma vez feita a abordagem geral dos revestimentos cerâmicos de fachada, será abordado no presente
capítulo o caso que é objecto de estudo do presente trabalho.
Existem casos na construção em que as causas das patologias existente nos revestimentos não se
devem ao facto de erros/omissões de projecto ou de execução dos revestimentos, mas sim à
deformação ocorrida no elemento não estrutural que serve de suporte ao revestimento cerâmico, que
neste caso é a parede de alvenaria.
Assim sendo, pretende-se avaliar o comportamento do elemento parede de alvenaria aos quais os
revestimentos se encontram ligados, quando submetido a deformações resultantes dos elementos
estruturais
Este estudo visa apurar se a deformação sofrida por estes elementos é compatível com a sua resistência
à deformação.
Caso o suporte e os constituintes do sistema de revestimentos funcionassem como elementos
independentes, apresentariam variações dimensionais diferentes quando sujeitos a uma acção, uma vez
que são diferentes as suas características mecânicas, os coeficientes de dilatação térmica e os
coeficientes de dilatação com a humidade. Acrescentando a esta hipótese a aplicação de um produto de
colagem com capacidade de deformação transversal ao longo da sua espessura – de modo a minimizar,
na interface com o ladrilho, a concentração de tensões verificada na interface com o suporte – não
ocorreriam fissurações.
Contudo a realidade é diferente, uma vez que os constituintes estão rigidamente ligados entre si e ao
suporte. Este facto conduz à restrição da componente diferencial das suas variações dimensionais,
originada pela variação de temperatura, do teor de humidade e da deformação sob carga constante
(fluência), resultando assim a instalação de tensões no conjunto.
Para evitar a existência de anomalias nos revestimentos é necessário que estes sejam compatíveis com
os suportes que irão revestir, do ponto de vista mecânico, geométrico e químico.
Como tal, é de extrema importância conhecer qual a deformação máxima admissível no elemento
estrutural que serve de suporte ao revestimento cerâmico, uma vez que esta deformação está
directamente relacionada com a capacidade do próprio cerâmico se deformar.
Regulamentarmente a prevenção da fissuração das paredes, devida a deformação excessiva do suporte,
é realizada pela limitação da relação entre a flecha e o vão, cuja verificação pode, em geral, ser
dispensada, caso sejam cumpridas as relações máximas entre a altura da secção e o vão das peças de
betão armado, estabelecidas em função das respectivas condições de apoio. [11]
Contudo, os critérios e limites definidos nos diversos regulamentos nacionais e os limites considerados
por diversos autores que se dedicaram ao estudo deste tipo de casos são bastante distintos.
Em estudos levados a cabo por Pfeffermann com alvenarias de tijolos de barro, paredes de 7,50 m de
comprimento e 2,50 m de altura, constataram-se o aparecimento das primeiras fissuras em alvenaria
quando a flecha da viga de suporte era de 6,54 mm, ou seja, l/1150. O autor ainda cita que tem
constatado o aparecimento de fissuras nas alvenarias mesmo com flechas da ordem de l/1500. As
prescrições belgas, bastante mais severas, recomendam que a flecha relativa instantânea de lajes sobre
as quais se apoiam paredes não ultrapasse l/2500. Mathez da “Comissão de Deformações
Admissíveis” do Conseil International du Bâtiment, citado por Pfeffermann, recomenda que a flecha
máxima em laje de piso não ultrapasse a l/1000.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
10
Em Portugal, o Artigo 72º do REBAP admite satisfeitas as exigências regulamentares se a flecha não
ultrapassar 1/400 do vão para combinações frequentes de acções, estabelecidas de acordo com o RSA.
Acrescenta ainda que, se a deformação do elemento afectar paredes divisórias, e a menos que a
fendilhação dessas paredes seja contrariada por medidas adequadas, aquela flecha não deve ser tomada
com valor superior a 1,5 cm. [12]
Segundo o Eurocódigo 2 (EC2), as flechas que ocorram depois da construção devem ser limitadas a
l/500 para acções quase permanentes. Refere ainda que podem ser considerados outros limites em
função da sensibilidade dos elementos adjacentes.
Em Portugal, foi realizado um ensaio, por Manuel Pereira e José Aguiar, em paredes de alvenaria de
tijolo furado 30x20x11 cm, usando dois tipos distintos de argamassa de assentamento dos elementos
cerâmicos: uma argamassa de cimento e areia ao traço volumétrico 1:5 e uma argamassa mista de
cimento, cal hidratada e areia ao traço volumétrico 1:2:9. No primeiro ensaio, concluiu-se que os
suportes ou os componentes superiores das paredes não deveriam ultrapassar a flecha a longo prazo de
l/1073, enquanto que o no segundo ensaio o valor da flecha a longo prazo deve apresentar valores
inferiores a l/769. [13]
É evidente que apenas com um ensaio não é possível determinar resultados concretos, pelo que existe,
na realidade, a necessidade de serem efectuados mais estudos sobre este assunto, de modo a ser
possível compatibilizar as deformações das estruturas com as dos demais componentes da construção.
Chega-se à conclusão que não existe consenso sobre os valores admissíveis das flechas, para vigas ou
lajes onde serão apoiadas as alvenarias. No entanto, constata-se que os limites referenciados pelos
diversos autores mencionados anteriormente são muito mais restritivos que os valores regulamentados
em Portugal.
Na análise da deformabilidade do elemento que serve de suporte às paredes de alvenaria, que por sua
vez servem de suporte aos revestimentos cerâmicos, será tido em conta um limite de flecha intermédio
dos enunciados anteriormente correspondendo a l/1100.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
11
3 GENERALIDADES DO EDIFÍCIO E CONCEPÇÃO
ESTRUTURAL
3.1. CONCEPÇÃO ESTRUTURAL
A concepção é uma das fases mais relevantes do projecto de estruturas, na medida em que condiciona
todo o projecto nas vertentes funcional, construtiva e económica. Se a sua concepção inicial for
deficiente torna-se muitas vezes na origem de graves patologias de diversas ordens. [14]
Um dos principais fundamentos na concepção de um projecto é garantir resistência à estrutura, actuada
pelas acções a que irá estar sujeita, com o mínimo de custos possível.
É indispensável que o engenheiro tenha uma boa compreensão do projecto arquitectónico, de modo a
ser possível concretizar a proposta de uma solução estrutural ao nível da definição geral da estrutura,
dos sistemas estruturais e na escolha prévia dos materiais.
Existe um conjunto de soluções estruturais que proporcionam diversas escolhas para a solução a
adoptar caso a caso. Deste modo, é necessário que o engenheiro tenha um espírito crítico na
interpretação de projectos para que possa seleccionar a solução que melhor se adapta no projecto base
de arquitectura.
Um edifício bem estruturado é uma mais valia na garantia de qualidade, desempenho e funcionalidade
estrutural durante a vida útil de um edifício. [15]
A análise e interpretação do projecto de arquitectura fornecido para a elaboração deste trabalho, bem
como a solução estrutural adoptada, tiveram como princípio os aspectos mencionados.
Deste modo, foi escolhida uma solução em que se utilizou, para pavimentos e varandas, lajes
fungiformes maciças, que descarregam sobre pilares e vigas de bordadura e paredes resistentes.
Posteriormente serão descritos sucintamente os elementos estruturais, constituintes do edifício.
3.2. DESCRIÇÃO DO EDIFÍCIO/ESTRUTURA A ESTUDAR
3.2.1. DESCRIÇÃO DO EDIFÍCIO
O edifício em estudo está inserido num loteamento localizado na cidade do Porto. É constituído por
oito corpos independentes, sendo apenas o lote assinalado a cor-de-rosa na figura seguinte, objecto de
estudo.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
12
Fig. 3.1 - Complexo habitacional.
De acordo com o projecto de arquitectura, o edifício é constituído por duas caves, rés-do-chão e seis
pisos de habitação, como mostra a figura seguinte.
Fig. 3.2 - Corte A3.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
13
A sub-cave e a cave encontram-se totalmente enterradas e destinam-se a estacionamento e alguns
arrumos.
O rés-do-chão é constituído por três salas: uma sala de condomínio com uma área aproximada de
80m2; outra destinada aos contentores do lixo, cuja área é de 24 m
2 e uma terceira com área
aproximada de 27 m2 para posto de transformação. Existem ainda diversos arrumos e um local para
contadores.
Do 1º ao 6º piso existem três habitações por piso, sendo duas do tipo T2, com áreas aproximadamente
de 90 m2 e uma do tipo T4, com área aproximadamente de 130 m
2.
Uma das habitações do tipo T2 possuí uma varanda e um avançado virados a Nascente. A habitação do
tipo T4 é constituída por duas varandas e um avançado (zona em consola, fora da linha envolvente),
sendo que este e uma das varandas estão virados a Nascente e a outra, com a forma de um L, está
virada a Norte e a Nascente. Por fim, a habitação do tipo T2, possuí uma varanda e um avançado
virados a Norte.
Este formato é repetido em cinco dos seis pisos existentes, havendo uma diferença arquitectónica no 1º
piso, pois neste a habitação do tipo T4 não possuí varanda.
Todos os pisos são servidos por uma caixa de elevador e uma caixa de escadas, situadas numa zona
mais ou menos central do edifício. Separando ambas as caixas das entradas das fracções, temos um
acesso horizontal comum.
É de realçar que o edifício vai ser estudado isoladamente, sem a presença das construções adjacentes,
que se encontram representadas no projecto de arquitectura fornecido.
3.2.2. ESTRUTURA DO EDIFÍCIO
3.2.2.1. Lajes Fungiformes
As lajes fungiformes são actualmente uma solução bastante apelativa e competitiva, do ponto de vista
da execução de pavimentos. Facto que se deve às diversas vantagens que este tipo de lajes acarreta,
como é o caso da flexibilidade de organização de espaços; maior facilidade de colocação de divisórias;
existência de tectos planos, facilitando a instalação de condutas (ar condicionado, electricidade,
telefones, etc.) e a rapidez de execução associada à tecnologia usada na construção. [16]
Como desvantagens, têm os inconvenientes de serem sistemas susceptíveis a deformações
relativamente grandes, concentração de esforços nos apoios (flexão e punçoamento) e flexibilidade às
acções horizontais.
Consoante a existência de diferentes situações, quer do ponto de vista dos vãos a vencer, dos níveis e
tipo de cargas a suportar, quer ainda exigências do ponto de vista arquitectónico, iremos encontrar
várias soluções de lajes fungiformes.
De seguida, apresentar-se-á o tipo de lajes fungiformes maciças, solução escolhida para a realização
dos pavimentos e varandas no edifício em estudo.
As lajes fungiformes maciças, ilustradas na figura 3.3., são utilizadas para vãos compreendidos entre
6,00 a 8,00 metros e cuja carga seja superior ao valor da carga de utilização de valor moderado.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
14
Estas lajes constituem a solução mais económica para vãos desta grandeza. A sua vantagem
económica resulta ainda na facilidade de execução e da menor incorporação de mão-de-obra face a
outras soluções.
Fig. 3.3 - Exemplos de lajes fungiformes maciças. [16]
3.2.2.2. Vigas de Bordadura
Neste edifício foram utilizadas vigas de bordadura, cuja função é conferir uma maior rigidez à
fachada, tentando-se assim garantir a não fendilhação e diminuição da deformação, aquando da
construção das paredes exteriores.
Fig. 3.4 - Vigas de bordo do piso tipo em estudo.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
15
3.2.2.3. Pilares
Segundo o Professor Aníbal Guimarães da Costa, para a obtenção de uma solução estrutural
adequada, a escolha do posicionamento dos pilares deve respeitar determinados aspectos, tais como:
Procurar colocar os pilares em todos os vértices do contorno das lajes, exceptuando as zonas
avançadas e varandas, onde se admitem consolas;
Devem ser, preferencialmente, localizados em paredes de alvenaria ou em zonas já previstas
na arquitectura;
Respeitando a arquitectura do piso em análise, inserir uma malha de pilares, com a máxima
regularidade possível (apesar em edifícios com lajes fungiformes não ser necessário),
procurando formar pórticos;
Evitar a colocação de pilares em espaços amplos, em circulações, em vãos de fachadas, entre
outros;
Procurar que a malha de pilares direccione, indirectamente, a painéis de lajes com vãos
máximos inferiores a 7,0/8,0 m, em lajes bidireccionais, e a vigas com vãos máximos
inferiores a 7,0/8,0 m;
Compatibilização dos pilares com as soluções encontradas para os vários pisos, ou seja,
colocar os pilares de forma a existir uma continuidade vertical desde as fundações até à sua
cota superior;
Tentar construir uma malha o mais ortogonal possível, apesar de em lajes fungiformes, tal não
seja necessário; [14]
Tendo em conta os aspectos referenciados, apresentou-se a seguinte disposição dos pilares, assinalados
a vermelho na figura 3.5.
Fig. 3.5 - Disposição dos pilares do piso tipo.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
16
De realçar que as figuras ilustradas anteriormente correspondem ao piso tipo. Uma vez que no edifício
em estudo os pisos 1,2,3,4,5,6 são iguais, definiu-se um deles, como piso tipo, para fazer a análise da
deformabilidade dos pavimentos e varandas.
3.2.2.4. Paredes – Estruturas de contraventamento
As caixas de escadas e elevadores são sistemas resultantes da associação de elementos verticais de
parede, capazes de resistir isoladamente a todos os esforços actuantes na estrutura de um edifício.
Têm como funções a transmissão de cargas verticais à fundação e fornecimento de rigidez (lateral e
torsional) adequado ao edifício. [17]
3.2.3. MATERIAIS ESCOLHIDOS
Para o presente trabalho foi prevista a utilização de betão da classe C25/30, correspondente à classe
B30 e aço da classe A500NR.
3.2.4. REGULAMENTAÇÃO
O dimensionamento dos elementos estruturais foi realizado com base no estipulado na regulamentação
aplicável actualmente em Portugal, nomeadamente o Regulamento de Estruturas de Betão Armado e
Pré-Esforçado (REBAP), o Regulamento de Segurança e Acções para Estruturas de Edifícios e Pontes
(RSA) e o Eurocódigo 2: Projecto de estruturas de betão – Parte1-1:Regras gerais e regras para
edifícios.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
17
4 CRITÉRIOS GERAIS DE VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA
4.1. INTRODUÇÃO
A concepção de um edifício é realizada tendo em vista um período de vida útil de aproximadamente
50 anos, período no qual o edifício desempenhará correctamente as suas funções, com graus de
segurança adequados, sem perder de vista os aspectos económicos e, em certos casos, estéticos. [12]
Para que a estrutura possa ser dimensionada de forma a garantir a sua segurança e durabilidade, é
necessário cumprir os requisitos estabelecidos quer no Regulamento de Segurança e Acções para
Estruturas de Edifícios e Pontes (RSA) quer no Regulamento de Estruturas de Betão Armado e Pré-
Esforçado (REBAP).
No respeitante à verificação da segurança, esta é realizada em termos de estados limites, ou seja,
estados a partir dos quais se considera que a estrutura fica total ou parcialmente prejudicada na aptidão
para desempenhar as funções para que foi projectada. [15]
Segundo o RSA, consoante o tipo e finalidade da estrutura, irão verificar-se diferentes estados, sendo
estipulado que atingir um estado limite último provocará elevados prejuízos na estrutura, e atingir um
estado limite de utilização resultará em prejuízos pouco severos, do ponto de vista estrutural.
Referente ao estado limite último, a simples ocorrência desse estado corresponde a uma situação
limite, independentemente da sua duração. No que respeita aos estados limites de utilização, um
estado só constituirá situação limite caso se mantenha instalado durante um certo tempo mínimo, ou a
repetição da ocorrência ultrapasse determinados limites.
Para este último tipo dos estados limites, podem ser definidas diversas durações de referência:
muito curta duração (poucas horas no período de vida da estrutura);
curta duração (5% do período de vida da estrutura);
longa duração (50% do período de vida da estrutura).
É de notar que, por período de vida da estrutura, se entende um intervalo de tempo de referência em
relação ao qual são estabelecidas as condições de segurança e quantificados os valores das acções.
O REBAP define os seguintes estados limites:
Estados limites últimos:
Estados limites de resistência: rotura, ou deformação excessiva, em secções dos elementos da
estrutura, envolvendo ou não fadiga;
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
18
Estados limites de encurvadura: instabilidade de elementos da estrutura ou da estrutura no seu
conjunto;
Estados limites de equilíbrio: perda de equilíbrio de parte ou do conjunto da estrutura
considerada como um corpo rígido.
Estados limites de utilização:
Estados limites de fendilhação: consoante os casos podem ser relativos, quer à descompressão
(anulamento da tensão normal de compressão numa fibra especificada da secção), quer à
largura de fendas (ocorrência de fendas com largura superior a dados limites).
Estados limites de deformação: correspondentes à ocorrência de níveis de deformações que
prejudicam o desempenho das funções atribuídas à estrutura.
Outro aspecto bastante relevante a ter em conta na concepção de um edifício são as diversas acções
que irão actuar simultaneamente sobre este, quer de modo contínuo, quer descontínuo.
Estas acções dependem da sua variação no espaço (fixas ou móveis), do seu modo de actuação
(estática ou dinâmica) ou até da sua variação no tempo (permanentes, variáveis ou acidentais).
Surge então a necessidade de quantificar e caracterizar estas acções de modo a efectuar um correcto
dimensionamento das estruturas.
4.2 CARACTERIZAÇÃO DAS ACÇÕES
A classificação e quantificação das acções foram realizadas com o auxílio do RSA.
Este documento permite definir os diferentes tipos de acções, independentemente da natureza dos
materiais e considerando a sua variabilidade no tempo.
Fundamentalmente são consideradas as acções:
Permanentes: acções que actuam durante toda ou praticamente toda a vida da estrutura,
sofrendo apenas variações em torno do seu valor médio.
Consideram-se acções permanentes os pesos próprios dos elementos estruturais e não estruturais da
construção, os pesos dos equipamentos fixos, os impulsos de terras, certos casos de pressões
hidrostáticas, os pré-esforços e os efeitos da retracção do betão e dos assentamentos de apoios.
Variáveis: acções que assumem valores com variação significativa em torno do seu valor
médio durante a vida da estrutura.
Consideram-se como acções variáveis as sobrecargas e as acções do vento, os sismos, as variações de
temperatura, a neve, os atritos em aparelhos de apoio e, em geral, as pressões hidrostáticas e
hidrodinâmicas.
Acidental: acções cuja probabilidade de assumirem valores significativos durante a vida útil da
estrutura, é muito baixa e a quantificação apenas pode, em geral, ser feita por meio de valores
nominais estrategicamente escolhidos.
Consideram-se como acções acidentais as que resultam de causas, tais como: explosões, choques de
veículos e incêndios.
De um modo geral, a quantificação das acções é realizada através de valores característicos ,
definidos de acordo com os critérios estabelecidos no RSA, embora, no caso das acções variáveis,
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
19
também por valores reduzidos, obtidos a partir dos valores característicos, multiplicados por
coeficientes de redução, . Estes últimos têm como função quantificar as acções tendo em conta a sua
combinação e o estado limite em consideração.
Geralmente, para uma dada acção e em função do seu valor característico , os valores reduzidos
são expressos do seguinte modo.
− valor de combinação;
− valor frequente;
− valor quase permanente.
Em habitações e no que respeita à acção variável sobrecarga, os valores dos coeficientes tomam os
seguintes valores:
− 0, 4;
− 0, 3;
− 0, 2.
4.2.1. DEFINIÇÃO DE ACÇÕES
4.2.1.1. Acções Permanentes
As acções verticais consideradas no estudo do edifício em causa foram:
o peso próprio dos elementos estruturais;
as paredes exteriores;
os revestimentos;
as paredes divisórias.
Em relação ao peso próprio dos elementos estruturais, estes foram determinados através do peso
volúmico do betão armado estimado em 25 .
Os valores utilizados para as restantes acções são apresentados na tabela seguinte.
Quadro 4.1 – Acções Permanentes.
Garagem Revestimentos 2,00
Habitação Revestimentos 2,00
Divisórias 2,00
Varanda Revestimentos 3,50
Cobertura Revestimentos 3,50
Paredes
Exteriores Revestimentos 10,00
Em relação aos valores tabelados é necessário fazer algumas anotações.
Garagem − foi considerado um revestimento na ordem dos 5 cm de betão na face superior e 3
cm na face inferior, resultando numa acção de 2,00 .
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
20
Habitação − foi considerado um revestimento na ordem dos 6 cm de betão na face superior e 2
cm na face inferior, resultando numa acção de 2,00 . No que respeita às paredes
divisórias considerou-se o seu peso próprio igual a 40% do peso de um metro linear de parede.
4.2.1.2. Acções Variáveis
Para este projecto foram consideradas as sobrecargas apresentadas na tabela seguinte.
Quadro 4.2 – Acções Variáveis – Sobrecarga.
Garagem 4,00
Habitação 2,00
Varanda 5,00
Cobertura 2,00
Em relação a estes valores também é necessário fazer algumas anotações.
Garagem − “Garagens para automóveis ligeiros particulares ─ 4,00 ”.
Cobertura − “Terraços acessíveis ─ 2,00 ”.
4.3. SEGURANÇA E FUNCIONALIDADE DAS ESTRUTURAS
Para que se possa proceder à verificação da segurança em relação aos diferentes estados limites é
necessário considerar as combinações de acções cuja actuação simultânea seja possível de concretizar
e que originam na estrutura os efeitos mais desfavoráveis.
Em termos de acções permanentes, estas devem constar em todas as combinações, sendo consideradas
com os seus valores característicos superiores ou inferiores, consoante for mais desfavorável, enquanto
que as acções variáveis apenas devem constar nas combinações quando os seus efeitos forem
desfavoráveis para a estrutura.
Seguidamente serão descritos pormenorizadamente os dois estados limites considerados, bem como o
tipo de combinações adoptados em ambos.
Todo o dimensionamento do edifício será realizado em termos de estados limites últimos. A análise da
deformabilidade será feita considerando estados limites de utilização.
4.3.1. ESTADOS LIMITES ÚLTIMOS
A verificação da segurança em relação aos estados limites últimos é efectuada em termos de esforços e
consiste em respeitar a seguinte condição:
(4.1.)
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
21
em que,
− valor de cálculo do esforço actuante;
valor de cálculo do esforço resistente.
Nas situações em que por conveniência ou necessidade, a verificação da segurança for feita em termos
de outras grandezas que não esforços, por exemplo, tensões, deverá utilizar-se a mesma formulação
acima indicada, substituindo apenas os esforços pela grandeza de comparação escolhida. [18]
Para a verificação da segurança, os valores de cálculo dos esforços actuantes devem ser calculados de
acordo com as regras de combinação que se seguem:
Combinações fundamentais: intervêm as acções permanentes e as variáveis
Em geral:
(4.2.)
Combinações acidentais: intervêm as acções permanentes, as variáveis e as de acidente.
(4.3.)
em que,
− esforço resultante de uma acção permanente, tomada com o seu valor característico;
− esforço resultante de uma acção variável considerada como acção de base da combinação,
tomada com o seu valor característico;
− esforço resultante de uma acção variável distinta da acção de base, tomada com o seu valor
característico;
− esforço resultante de uma acção de acidente, tomada com o seu valor nominal;
− coeficiente de segurança relativo às acções permanentes;
− coeficiente de segurança relativo às acções variáveis;
− coeficientes correspondentes à acção variável de ordem .
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
22
Os coeficientes de segurança relativos às acções, e que figuram nas combinações fundamentais,
devem tomar os seguintes valores:
, no caso de a acção permanente em causa ter efeito desfavorável;
, para todas as acções permanentes cujo efeito seja favorável;
, para todas as acções variáveis. [18]
4.3.2. ESTADOS LIMITES DE UTILIZAÇÃO
As verificações relacionadas com os estados limites de utilização são efectuadas atendendo aos
parâmetros que definem os estados limites (flecha, largura de fendas, etc.), adoptando-se, salvo
indicação em contrário dos regulamentos relativos aos diferentes tipos de estruturas e de
materiais, valores unitários para os coeficientes de segurança, , quer nos relativos às acções quer
às propriedades dos materiais.
A verificação da segurança estará garantida quando os valores dos parâmetros que definem os
estados limites forem iguais ou superiores aos obtidos a partir das combinações de acções de
acordo com as seguintes regras [18]:
Estados limites de muito curta duração – combinações raras:
(4.4.)
Estados limites de curta duração - combinações frequentes:
(4.5.)
Estados limites de longa duração - combinações quase permanentes:
(4.6.)
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
23
5 PRÉ-DIMENSIONAMENTO
5.1. INTRODUÇÃO
O pré-dimensionamento estrutural de um edifício é uma das fases fundamentais na idealização de um
projecto.
Definida a geometria da estrutura, dos sistemas estruturais e dos materiais, é necessário definir, o mais
próximo quanto possível da realidade, as secções dos diversos elementos estruturais existentes, tendo
em conta o carregamento a que o edifício estará sujeito.
Este é um dos principais objectivos do pré-dimensionamento, antecedendo deste modo à sua
modelação estrutural e por conseguinte à fixação definitiva das secções reais.
Tendo um pré-dimensionamento bem executado será mais fácil fazer o dimensionamento estrutural,
pois não será necessário fazer alterações nas diversas secções e posterior análise estrutural, evitando
deste modo, um longo processo iterativo.
Em relação ao modelo estrutural, foram estudadas duas geometrias estruturais diferentes. A primeira,
constou de um edifício constituído por pilares e vigas de bordadura em betão armado que davam apoio
aos pavimentos, constituídos por lajes fungiformes maciças. A segunda, constou da mesma estrutura,
mas agora sem vigas de bordadura.
Tendo em conta a complexidade inerente à construção do edifício e a facilidade de execução,
procurou-se uniformizar as dimensões dos diversos elementos construtivos.
Antes de iniciar o pré-dimensionamento das secções, de referir que os materiais utilizados foram o
Betão de Classe 25/30 e o Aço de Classe A500NR.
5.2. LAJES
As lajes, em geral elementos esbeltos, devido à resistência (flexão e esforço transverso) e às
características de utilização (deformabilidade, isolamento sonoro, vibrações, protecção contra
incêndios, entre outros), ficam com a sua espessura condicionada. Segundo o REBAP para lajes
apoiadas directamente em pilares, a sua espessura tem de ser igual ou superior a 15 cm. [19]
Segundo o Artigo 102º. do mesmo, será dispensada a verificação ao estado limite de deformação na
laje se, uma vez verificada a segurança ao estado limite último e as restantes disposições
regulamentares, a sua espessura for igual ou superior ao valor dado pela expressão seguinte:
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
24
(5.1.)
sendo,
– espessura da laje;
– vão equivalente da laje, sendo o vão teórico e um coeficiente cujos valores são dados no
Quadro XV do REBAP para os vários tipos de condições de apoio da laje;
– coeficiente que tem em conta o tipo de aço utilizado. (Artigo 89º.)
Dados utilizados:
(Considerou-se a laje apoiada num bordo e encastrada no outro, armada numa só direcção).
Dado tratar-se do pré-dimensionamento de lajes fungiformes foi necessário ter em conta que neste tipo
de lajes, os maiores esforços, devido às acções verticais, surgem segundo o maior vão, correspondente
à direcção principal de flexão, uma vez que as faixas entre pilares, no menor vão, são mais rígidas.
[20]
– maior vão livre existente na estrutura, considerando laje sem vigas de bordo;
– maior vão livre existente na estrutura, considerando laje com vigas de bordo;
(Aço A500).
Aplicando a expressão,
Lajes sem vigas de bordo:
Lajes com vigas de bordo:
O valor estipulado para a espessura da laje fixou-se nos 25 cm, para ambas as opções.
Determinada a espessura da laje, foi necessário fazer uma verificação de segurança em relação aos
esforços actuantes.
No que diz respeito ao momento flector, M, ao dimensionar-se a laje considera-se que a rotura se
inicia para uma extensão na armadura de tracção próxima do limite ( ), correspondendo a
um valor de momento reduzido [21]
As acções verticais permanentes a considerar são:
Peso Próprio (Betão armado):
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
25
Revestimentos:
Divisórias:
As sobrecargas verticais a considerar são:
Habitação:
A Carga Total ( ) = Peso Próprio da laje + Peso Próprio dos revestimentos + Peso
Próprio das divisórias + Sobrecarga (5.2.)
Momentos Negativos:
(5.3.)
A determinação rigorosa dos esforços actuantes em lajes fungiformes é bastante complexa o que nos
conduz a estabelecer um processo simplificado que permite o cálculo aproximado dos esforços.
Este processo consiste em considerar a estrutura, constituída pela laje e pelos pilares de apoio, dividida
em dois conjuntos independentes de pórticos ortogonais. Considera-se em cada pórtico uma faixa
central e duas faixas laterais, figura 5.1, e os momentos actuantes em cada faixa são as fracções do
momento total do pórtico especificado no quadro 5.1.
Fig. 5.1 - Divisão em faixas de cada pórtico equivalente. [12]
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
26
Quadro 5.1 - Distribuição dos momentos flectores nas lajes fungiformes (em percentagem do momento total). [12]
Momentos flectores Faixa central da
travessa
Faixas laterais da
travessa
Pórticos intermédios a1+a2 b1+b2
Pórticos extremos a2 b2
Momentos positivos 55 45
Momentos negativos 75 25
Tendo em conta os valores expostos foi possível determinar os Momentos Flectores Negativos.
(5.4.)
(5.5.)
(5.6.)
considerando,
Sendo o momento reduzido determinado pela expressão,
(5.7.)
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
27
em que,
– momento reduzido do valor de cálculo do momento flector resistente;
– valor de cálculo do momento flector actuante;
– largura da secção;
– altura útil da secção;
– valor de cálculo da tensão de rotura do betão à compressão.
donde resulta,
Dado que o momento reduzido se encontrou no intervalo estabelecido, pôde-se considerar verificada a
segurança em relação aos esforços actuantes. Deste modo e uma vez que a espessura da laje cumpriu o
estabelecido no REBAP, foi considerada uma espessura de laje igual a 25 cm.
A razão da escolha da mesma espessura de laje para ambas as opções prendeu-se por dois factos. O
primeiro por ser o valor de momento reduzido mais próximo do valor económico para a construção da
laje e o segundo por se prever uma ligeira melhoria da estrutura aquando da colocação das vigas de
bordadura.
5.3. LAJES EM CONSOLA
Nas lajes (em consola) que constituem as varandas e os avançados foi considerado uma espessura
igual à da laje que constituí o piso. Deste modo e recorrendo ao Artigo 102º. do REBAP foi necessário
verificar se seria viável tal consideração.
Dados utilizados:
(Laje em consola (sem rotação no apoio))
(Aço A500)
Aplicando a expressão (5.1.) obteve-se:
Tendo sido a espessura considerada para a laje em consola igual a 25 cm, conclui-se que é viável a
consideração feita.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
28
5.4. ESCADAS
As escadas, em betão armado, são constituídas por uma estrutura laminar associada a degraus,
desempenhando o papel de comunicações verticais. As acções a considerar (peso próprio e sobrecarga)
têm direcção vertical actuando obliquamente em relação ao plano da estrutura gerando além de um
momento flector e esforço transverso, um esforço axial. No entanto o momento flector é o esforço
condicionante no dimensionamento da escada, pelo que se aplicam as regras da análise de lajes. [22]
As escadas, inseridas numa caixa de escadas, são constituídas por dois lanços e um patamar
intermédio. O apoio efectiva-se ao nível dos pisos e do pilar intermédio, sendo realizado por paredes
resistentes.
5.4.1. ESPESSURA APROXIMADA
Para estimar a espessura, recorreu-se ao auxílio do Artigo 102º. do REBAP.
Dados utilizados:
(Laje simplesmente apoiada)
(Aço A500)
Aplicando a expressão 5.1:
Pelo que se considerou uma espessura igual a 18 cm.
5.4.2. DETERMINAÇÃO DAS CARGAS
5.4.2.1. Patamar
Peso Próprio do Patamar – ;
Revestimentos – ;
Sobrecarga (RSA, Artigo 37.1º. – Locais privados) – ;
Associado a cada patamar temos uma carga num total de .
5.4.2.2. Lanço de escadas
Considerando os degraus constituídos por um patim de 25 cm e uma altura de 18 cm.
Peso Próprio da Lajeta: ; Peso Próprio dos degraus – ;
Revestimentos – ;
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
29
Sobrecarga (RSA, Artigo 37.1º. – Locais privados) – ;
Associado a cada lanço de escadas temos uma carga num total de .
5.5. VIGAS
As vigas são elementos lineares horizontais que têm como função suportar as lajes que nelas
descarregam.
Quando na utilização de lajes fungiformes apenas são colocadas vigas no bordo destas, designadas
vigas de bordadura. As vigas não só são importantes devido à rigidez que estas conferem, mas também
pelo facto de evitarem grandes deformações, nomeadamente na bordadura, causadas pela transmissão
das acções das paredes da fachada.
Quando se procede ao pré-dimensionamento de uma viga é essencial ter em atenção os aspectos
arquitectónicos associados ao edifício, uma vez que estes vão condicionar as secções das vigas
existentes.
Assim, e sempre que seja possível, as vigas devem ser dimensionadas de modo a ficarem embutidas
nas paredes.
Tomando como principio este pressuposto, a sua largura será condicionada pela espessura da parede
enquanto que a altura dependerá da existência de aberturas nas paredes, como é o caso de portas e
janelas.
Sendo assim, e uma vez que as paredes constituintes do edifício em estudo têm uma espessura de 35
cm, e considerando 2,50 cm para reboco e/ou revestimentos, a largura das vigas fica condicionada a
um valor inferior ou igual a 30 cm. Para o pré-dimensionamento das vigas estipulou-se uma largura de
30 cm.
Em relação à dimensão máxima permitida para a altura de uma viga de bordadura será:
(5.8.)
(5.9.)
Pegando no modelo estrutural e considerando da carga total actuante, majorada pelo respectivo
coeficiente de segurança, definiu-se a altura da viga. Essa altura foi determinada com base no valor do
momento reduzido, utilizado para o cálculo de elementos submetidos a esforços de flexão, como este
caso, e limitando-se a 0,25, valor recomendado.
Para fazer um correcto pré-dimensionamento é necessário determinar a viga mais crítica do piso em
questão, ou seja, aquela que combina com o maior vão e por conseguinte com a maior carga incidente.
De uma análise da planta estrutural, vê-se que as vigas sujeitas a um maior carregamento são aquelas
cujas varandas e avançados do edifício descarregam sobre elas.
Analisando todas as vigas em questão, escolheu-se a viga que possuía maior vão, estimando-se de
seguida o valor da altura correspondente ao valor do momento reduzido atrás mencionado.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
30
De seguida são apresentados os cálculos efectuados no pré-dimensionamento da viga mais crítica
(viga 4 representada a verde escuro), com os resultados que conduziram ao valor geométrico das
secções atribuídas às vigas do piso tipo.
Fig. 5.2 - Viga mais condicionante do piso tipo.
As acções verticais permanentes a considerar são:
Peso Próprio (Betão armado):
Revestimentos: ;
Divisórias: ;
Paredes Exteriores: ;
As sobrecargas verticais a considerar são:
Habitação: .
– maior vão livre existente na estrutura
A carga na viga, , e o momento flector da viga, , ficam definidos da seguinte forma:
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
31
(5.10.)
Aplicando a expressão 5.7:
considerando,
Adoptando uma altura de 65 cm, foi necessário verificar se o momento reduzido ainda se encontrava
no intervalo estabelecido.
A viga considerada tem altura de 65 cm e largura de 30 cm.
De seguida, apresenta-se uma planta com disposição das vigas e as respectivas dimensões no piso-tipo.
5.6. PILARES
Os pilares são elementos lineares verticais que merecem especial atenção, dado que o seu colapso
conduz, geralmente, à rotura global da estrutura.
Estas cargas verticais provocam esforços axiais e momentos flectores, que para o caso do pré-
dimensionamento, estes últimos serão desprezados.
É de fácil percepção, que à medida que se percorre o edifício desde a cobertura até às fundações, as
acções actuantes nos pilares vão aumentando.
Para poder determinar as secções de cada pilar foi necessário determinar a carga correspondente a cada
pilar. Para isso foi utilizado um processo expedito, o cálculo das áreas de influência. Este processo
consistiu em determinar a área de influência que descarregou sobre cada pilar em cada piso e
multiplicar essa acção resultante pelo número de pisos constituintes do edifício.
Sabendo a disposição dos pilares e determinada a área de influência, foi efectuado o seu pré-
dimensionamento que consistiu em estimar a carga axial que neles descarrega seguida da verificação
de segurança para peças sujeitas a compressão simples. Esta verificação baseia-se na comparação entre
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
32
os esforços actuantes e os esforços resistentes . Os esforços resistentes são calculados a
partir da soma dos esforços resistentes de cada um dos materiais utilizados, do aço e do betão. [15]
Assim, tem-se:
(5.11.)
(5.12.)
onde,
Considerando (esta percentagem deve variar entre , para que a tensão de
compressão no betão não seja elevada e consequentemente a durabilidade da estrutura seja a
adequada), tem-se:
que por sua vez é igual a
sendo,
– área da secção do pilar;
– área de aço;
– valor de cálculo da tensão de rotura do betão à compressão:
− valor de cálculo da tensão de cedência ou da tensão limite convencional de proporcionalidade a
0,2% à tracção do aço das armaduras ordinárias.
Quanto aos esforços actuantes, foram obtidos a partir da contabilização das acções a que cada pilar
está submetido, consoante a sua área de influência, sendo a combinação utilizada a seguinte:
(5.13.)
(5.14.)
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
33
Determinado o valor de foi possível determinar a área de betão e definir as secções dos pilares ao
longo do edifício, começando ao nível das fundações, dado ser a situação mais gravosa e tendo sempre
em conta os aspectos arquitectónicos.
(5.15.)
(5.16.)
(5.17.)
De seguida, apresenta-se uma planta com disposição dos pilares e as respectivas dimensões no piso-
tipo.
Fig. 5.3 - Dimensões dos pilares do piso tipo.
Os respectivos cálculos, bem como as áreas de influência necessárias para a determinação das secções
dos pilares encontram-se no Anexo 2.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
34
5.7. PAREDES
Em todas as estruturas de edifícios há a necessidade de introduzir elementos laminares verticais no
sentido de conferirem rigidez à estrutura, no que respeita a acções horizontais. Estes elementos
verticais, nomeadamente as paredes em betão armado, são responsáveis por assegurarem o
contraventamento da estrutura quando submetida a esforços horizontais. Este contraventamento é
ainda mais eficaz se os pisos mantiverem sempre a mesma planta, isto é, paredes sempre com igual
espessura ao longo do desenvolvimento em altura do edifício. [15]
A espessura mínima a considerar deve ser de 15 cm, de modo a permitir uma correcta disposição da
armadura, pelo que foi considerado uma espessura de 20 cm, espessura usada correntemente em
edifícios desta categoria. Estas paredes dizem respeito à caixa de escadas e de elevadores.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
35
6 DIMENSIONAMENTO
6.1. MODELO ESTRUTURAL
Para a execução do dimensionamento dos elementos estruturais utilizou-se como ferramenta de
cálculo o Robot Millennium que se baseia no método dos elementos finitos e no método dos
deslocamentos.
Terminado o processo de pré-dimensionamento e definida a estrutura, introduziu-se o modelo do piso
tipo no programa de cálculo, ilustrado na figura seguinte.
Fig. 6.1 - Vista 3D do piso tipo introduzido no programa de cálculo, Robot.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
36
Como se pode visualizar, o piso tipo é constituído por elementos de casca para as lajes e paredes, e
elementos de barra em catorze pilares com uma altura de 3 m acima e abaixo do elemento casca
horizontal e seis vigas de bordadura.
O modelo foi reproduzido exactamente com as secções dos vários elementos constituintes do piso tipo,
calculadas no capítulo dedicado ao pré-dimensionamento.
De modo a ser possível fazer um correcto estudo, tentando uma aproximação da realidade, foi
necessário considerar determinados aspectos, tais como:
Em termos de apoios, foram considerados quatro tipos:
Nas extremidades inferiores dos pilares restringiram-se todos os deslocamentos (X, Y e Z) e
rotações (X, Y e Z) – apoios encastrados, enquanto que nas extremidades superiores
restringiram-se os deslocamentos segundo X e Y e rotações (X, Y e Z), bloqueando-se o
deslocamento vertical, segundo Z (encastramento deslizante).
Nas paredes das caixas de escadas e elevadores consideram-se nas bases apoios restringindo
os três deslocamentos e nas suas extremidades superiores apoios cujos deslocamentos segundo
X e Y estão bloqueados.
Quanto aos elementos de casca, foram geradas através de uma malha rectangular formada por
elementos de quatro nós e lados de aproximadamente 50 cm.
De seguida são apresentadas duas ilustrações correspondentes às vistas 3D e 2D, respectivamente,
onde é possível visualizar os aspectos acima mencionados.
Fig. 6.2 - Vista do piso tipo com todos os apoios visíveis.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
37
Fig. 6.3 - Vista 2D do piso tipo inserido no programa Robot.
Definido o modelo, introduziram-se as acções correspondentes às restantes cargas permanentes e à
sobrecarga, caracterizadas no capítulo 4 do presente trabalho.
Tendo como objectivo o dimensionamento dos elementos horizontais, vigas e lajes, e a verificação ao
estado limite último, segundo o RSA e o REBAP, definiram-se as seguintes combinações de acções:
Combinação Fundamental:
(6.1.)
em que,
– peso próprio e restante carga permanente;
– sobrecarga;
, no caso de a acção permanente em causa ter efeito desfavorável;
, para todas as acções permanentes cujo efeito seja favorável;
, para todas as acções variáveis.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
38
Estado limite último:
(6.2.)
6.2. DISPOSIÇÕES RELATIVAS A ELEMENTOS ESTRUTURAIS
No presente capítulo será destacado um conjunto de regras para o dimensionamento das lajes e vigas,
em estudo, do piso tipo.
As disposições relativas dizem respeito a armaduras, distâncias e diâmetros mínimos e ao número de
camadas de varões.
Com estas disposições pretendeu-se traduzir, de forma simplificada, os critérios de dimensionamento
relativos à fendilhação e à deformação.
6.2.1. ARMADURAS PRINCIPAIS E SECUNDÁRIAS
Nas armaduras de betão armado é necessário dispor de dois tipos de armaduras; as primeiras
directamente relacionadas com os esforços, designadas como principais; as segundas para assegurarem
um bom funcionamento numa perspectiva das estruturas, designadas como secundárias. Estas últimas
são utilizadas aquando da existência de singularidades localizadas devidas quer a variações bruscas de
geometria das peças (nós, aberturas, variações de secção, etc.) quer a actuação de forças em zonas
restritas dos elementos estruturais (cargas concentradas, zonas de emendas e amarração de varões).
[12]
6.2.2. DISTÂNCIA MÍNIMA ENTRE ARMADURAS
Entre as armaduras ou seus agrupamentos deve existir uma distância mínima para que se possa realizar
a betonagem em boas condições, assegurando-lhes, assim, um bom envolvimento pelo betão, bem
como as necessárias condições de aderência.
No que respeita às armaduras ordinárias, a distância livre entre varões não deve ser inferior ao maior
dos varões em causa (ou ao diâmetro equivalente dos seus agrupamentos), com o mínimo de 2 cm.
[12]
6.2.3. RECOBRIMENTO MÍNIMO DAS ARMADURAS
Para se efectuar a betonagem em boas condições e assegurar quer a protecção necessária contra a
corrosão quer a eficiente transmissão das forças entre as armaduras e o betão será necessário garantir
um recobrimento mínimo das armaduras e seus agrupamentos.
Os recobrimentos mínimos a adoptar, em elementos não laminares em que se utilize betão de classe
inferior a B30 e armaduras ordinárias, devem ser os seguintes:
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
39
Quadro 6.1 – Recobrimentos mínimos das armaduras.
(cm)
Em ambientes pouco agressivos 2,0
Em ambientes moderadamente agressivos 3,0
Em ambientes muito agressivos 4,0
Estes valores podem, no entanto ser diminuídos de 0,5cm, no caso de elementos laminares e para
betões da classe B30, B35 e B40; de 1,0cm, para betões de classes superiores a B40. Estas
diminuições são cumulativas, no entanto, não se deve, em caso algum, adoptar recobrimentos
inferiores a 1,5 cm. [12]
Dado que o edifício se situa num ambiente pouco agressivo, apenas seria necessário um recobrimento
de 2 cm, no entanto para garantir que se dimensiona pelo lado da segurança, foi escolhido um
recobrimento de 4 cm.
6.2.4. ADERÊNCIA DAS ARMADURAS DE BETÃO
A aderência das armaduras ao betão é uma propriedade que assume um papel de relevância no que
concerne quer ao problema do funcionamento conjunto dos dois materiais, quer à definição dos
critérios de amarração e de emenda de armaduras.
A sua quantificação baseia-se na definição de uma tensão de rotura de aderência, cujos valores
dependem das características de aderência das armaduras, da classe do betão e das condições de
envolvimento das armaduras pelo betão.
Em termos de aderência é possível classificar as armaduras ordinárias em armaduras de alta ou normal
aderência.
Em relação às condições dependentes do envolvimento dos varões pelo betão, considera-se que estes
se encontram em condições de boa aderência quando, na ocasião da betonagem, formem com a
horizontal um ângulo pertencente ao intervalo de 45º a 90º, ou quando os varões estejam integrados
em elementos cuja espessura, na direcção da betonagem, não exceda 25 cm. Em caso afirmativo,
considera-se que os varões estão ainda em condições de boa aderência se se situarem:
na metade inferior do elemento;
na metade inferior da parte betonada numa mesma fase de betonagem);
a mais de 30 cm da sua face superior.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
40
No quadro seguinte serão indicados os valores de cálculo da tensão de rotura da aderência, , das
armaduras ordinárias. [12]
Quadro 6.2 – Valores de cálculo da tensão de rotura da aderência, fbd, de armaduras ordinárias (1)
.
(MPa)
Características de aderência dos varões
Classe de betão
B15 B20 B25 B30 B35 B40 B45 B50 B55
Aderência normal 0,80 1,00 1,10 1,20 1,30 1,40 1,50 1,60 1,70
Alta aderência 1,80 2,10 2,40 2,70 3,00 3,30 3,60 3,90 4,20
(1) Os valores de cálculo indicados referem-se a varões betonados em condições de boa aderência; para outras condições de aderência, estes
valores devem ser multiplicadas por 0,7.
6.2.5. AMARRAÇÃO DE VARÕES DE ARMADURAS ORDINÁRIAS
As extremidades dos varões das armaduras ordinárias devem ser fixadas ao betão através de
amarrações consoante as condições de aderência do betão, podendo ser efectuadas por prolongamento
recto ou curvo (incluindo ganchos ou cotovelos) dos varões; por laços ou por dispositivos mecânicos
especiais.
Caso se tratem de varões de aderência normal devem ser utilizadas apenas amarrações com ganchos,
exceptuando se os varões estiverem sempre sujeita a compressão, caso em que convirá utilizar
amarrações. Para varões de alta aderência devem ser utilizadas amarrações rectas, exceptuando se os
varões estiverem sempre sujeitos a tracção, caso em que se permite a utilização de ganchos ou
cotovelos.
Na figura seguinte, estão explícitos os tipos de amarração das armaduras acima mencionados.
Fig. 6.4 - Tipos de amarrações de armaduras. [12]
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
41
Os comprimentos de amarração, , são definidos pela seguinte expressão:
(6.3.)
em que:
(6.4.)
não devendo, de modo algum, ser tomados inferiores a qualquer dos seguintes valores:
;
;
, no caso de varões traccionados;
, no caso de varões comprimidos.
Os símbolos utilizados têm o seguinte significado:
− secção da armadura requerida pelo cálculo;
− secção da armadura efectivamente adoptada;
− coeficiente cujo valor é 0,7, no caso de amarrações curvas em tracção, e é igual à unidade nos
restantes casos;
− diâmetro do varão ou diâmetro equivalente do agrupamento;
− valor de cálculo da tensão de cedência ou da tensão limite convencional de proporcionalidade a
0,2% do aço;
− valor de cálculo da tensão de rotura de aderência, cujos valores estão expressos no quadro 6.2.
6.3. ARMADURAS EM VIGAS
6.3.1. ARMADURA LONGITUDINAL
A percentagem de armadura longitudinal de tracção nas vigas, , no caso de armaduras de aço A500,
não deve ser inferior a 0,12, sendo definida pela seguinte relação:
(6.5.)
em que,
− área da secção da armadura;
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
42
− largura média da zona traccionada;
− altura útil da secção.
A área da armadura longitudinal de tracção ou de compressão deverá ser inferior a 4% da área da
secção da viga.
O espaçamento máximo dos varões de armadura longitudinal de tracção na zona de momentos
flectores máximos não deve ser superior aos valores da tabela seguinte.
Quadro 6.3 - Espaçamento máximo dos varões da armadura longitudinal de vigas.
(cm)
Ambiente A500
Pouco agressivo (w = 0,3mm) 10
Moderadamente agressivo (w = 0,2mm) 5
Uma vez que o edifício em estudo se encontra num ambiente pouco agressivo o espaçamento máximo
dos varões da armadura longitudinal a considerar foi de 10 cm. Ao ser respeitada a condição
mencionada não será necessário verificar o estado limite de fendilhação.
Pelas tabelas de “Betão Armado – Esforços Normais e de Flexão” é possível em determinados casos
utilizar fórmulas simplificadas, desde que se respeite a condição .
Para a determinação da quantidade de armadura necessária para resistir aos momentos flectores,
recorreu-se às seguintes fórmulas:
(6.6.)
(6.7.)
em que,
– momento reduzido do valor de cálculo do momento flector resistente;
– valor de cálculo do momento flector actuante;
– largura da secção;
– altura útil da secção;
– valor de cálculo da tensão de rotura do betão à compressão.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
43
− valor de cálculo da tensão de cedência ou da tensão limite convencional de proporcionalidade a
0,2% à tracção do aço das armaduras ordinárias.
Na determinação da quantidade de armadura superior consideraram-se os momentos negativos mais
gravosos, nomeadamente nos apoios.
Na escolha da armadura teve-se em conta dois critérios:
Evitar a formação de duas camadas de varões, de modo a manter a altura útil da viga;
Escolha de uma armadura corrida reforçada nos apoios, sem esquecer o cumprimento do
espaçamento máximo dos varões para a verificação da fendilhação.
Quanto à quantidade de armadura inferior tiveram-se em conta os momentos positivos mais gravosos.
Efectuada as escolhas das soluções foi necessário verificar a distância mínima entre as armaduras ou
seus agrupamentos, definida no em 6.2.2. É um cálculo bastante simples, que traduz a distância
representada na seguinte figura.
Fig. 6.5 - Representação da distância entre varões superiores em corte de viga.
(6.8.)
A distância, d, tem de ser superior ao diâmetro do varão para garantir a realização da betonagem em
boas condições, com um mínimo de 2,00 cm, asseguram-se assim um bom envolvimento do betão com
as armaduras e as condições necessárias de aderência.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
44
De seguida será apresentado o quadro com os resultados finais respeitantes às seis vigas em análise.
Quadro 6.4 – Armadura longitudinal nas vigas do piso tipo.
Tramo Lado Viga 1 Viga 2 Viga 3 Viga 4 Viga 5 Viga 6
Sup
erior
1
Esq.
As,min
Dir.
2
Esq. -
As,min -
Dir. -
As,min -
Dir. -
Infe
rior 1 Ao
longo dos
tramos
2 -
3 -
Os valores e desenhos necessários para a determinação das armaduras longitudinais das vigas estão
representados no Anexo 3.
6.3.1.1. Dispensa de armadura longitudinal.
De acordo com os critérios estabelecidos pelo REBAP apenas será possível proceder à interrupção da
armadura de tracção das vigas caso esteja garantida a absorção das forças de tracção correspondentes a
um diagrama obtido por translação, paralela ao eixo da viga, do diagrama de , em que é o
valor de cálculo do momento actuante numa dada secção e z é o braço do binário das forças interiores
na mesma secção, figura 6.6.
Fig. 6.6 - Desenho esquemático da interrupção da armadura longitudinal.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
45
Considerando estribos verticais, o valor de translação, , que depende do valor de cálculo do esforço
actuante, , e do tipo de armadura de esforço transverso, poderá assumir valores diferentes.
Nas zonas em que:
Nas zonas em que:
sendo,
– valor de tensão cujo valor é dado no quadro 6.5;
– largura da alma da secção;
– altura útil da secção.
Quadro 6.5 – Esforço transverso. Valores da tensão .
(MPa)
Classe do Betão B15 B20 B25 B30 B35 B40 B45 B50 B55
2,40 3,20 4,00 5,00 6,00 7,00 8,00 9,00 10,00
Para se proceder à dispensa das armaduras recorreu-se ao programa de cálculo Robot Millenium,
determinando a localização da viga onde os diagramas dos momentos, positivos e negativos, se
anulavam. A localização é dada pelo parâmetro L1, figura 6.7, correspondente à distância
compreendida entre o apoio, onde se verifica o maior valor do momento negativo e o local da viga
onde este momento se anula.
Uma vez que as vigas estão divididas por tramos, constituindo cada extremidade um apoio, essas
distâncias serão dadas a partir dos apoios colocados nas extremidades esquerda ou direita, consoante
se esteja a analisar o momento negativo verificado numa, ou noutra extremidade.
Para tornar mais fácil a determinação da distância à qual a armadura corrida garante a resistência ao
momento flector da envolvente, X, figura 6.7, foi efectuada uma simplificação a nível dos diagramas
de momentos, ou seja, assumiu-se o seu desenvolvimento como linear em vez de parabólico, situação
real, estando esta hipótese pelo lado da segurança. A simplificação efectuada é demonstrada nas
ilustrações seguintes, para os momentos negativos, uma vez que para os momentos positivos não foi
efectuada dispensa de armadura.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
46
Fig. 6.7 - Representação esquemática da dispensa das armaduras longitudinais por tramo de viga.
em que,
L1 e L2 – distância compreendida entre o valor do momento máximo negativo e momento nulo;
L – comprimento do tramo de viga;
As,calc – armadura de cálculo;
As,corrida – armadura corrida ao longo do tramo de viga;
X – distância correspondente ao momento resistente da armadura corrida em relação ao apoio.
Determinação de X:
Para o lado esquerdo
(6.9.)
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
47
Para o lado direito
(6.10.)
Assim, a dispensa da armadura é efectuada a partir de um comprimento, designado por , que vai
desde o apoio até ao ponto onde a armadura é dispensada. Esse parâmetro é definido por:
(6.11.)
A determinação de , está descrita no em 6.2.5.
Na tabela seguinte apresentam-se os valores de referentes às armaduras de cada viga.
Quadro 6.6 – Dispensas de armaduras longitudinais.
(m)
Tramo Lado Viga1 Viga2 Viga3 Viga4 Viga5 Viga6
1 Esquerdo 2,55 2,15 0,95 1,40 1,35 1,15
Direito 3,05 2,95 1,90 1,40 1,35 2,00
2 Esquerdo 2,95 2,50 1,80 - 2,20
Direito 3,05 3,10 0,75 - 0,70
3 Esquerdo 2,65 3,00 -
Direito 1,45 2,50 -
Os valores tabelados foram arredondados às centésimas por excesso para múltiplos de 5.
De realçar que os valores intercalares encontram-se no Anexo 3.
6.3.2. ARMADURA TRANSVERSAL
Segundo o REBAP, a definição do valor de cálculo do esforço transverso resistente, , de elementos
sujeitos a flexão simples, como é o caso das vigas, baseia-se na teoria da treliça de Mörsch,
convenientemente corrigida.
Assim o valor de cálculo do esforço transverso resistente é obtido pela expressão:
(6.12.)
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
48
em que,
– termo corrector da teoria de Mörsch;
– valor da resistência das armaduras de esforço transverso segundo a mesma teoria.
Em qualquer caso, o valor de deve satisfazer a seguinte condição:
(6.13.)
Nesta expressão o valor de toma os valores indicados no quadro 6.5 em 6.3.1.1. e e têm o
significado também aí referidos.
Para a determinarão de recorreu-se à seguinte expressão:
(6.14.)
em que,
– valor de tensão cujo valor é dado no quadro 6.7.
Quadro 6.7 - Esforço transverso. Valores da tensão .
(MPa)
Classe do Betão B15 B20 B25 B30 B35 B40 B45 B50 B55
0,50 0,60 0,65 0,75 0,85 0,90 1,00 1,10 1,15
Para o cálculo de utilizou-se a seguinte expressão:
(6.15.)
em que,
– altura útil da secção;
– área da secção da armadura de esforço transverso (no caso de estribos, compreende os vários
ramos do estribo);
– espaçamento das armaduras de esforço transverso;
− valor de cálculo da tensão de cedência ou da tensão limite convencional de proporcionalidade a
0,2% à tracção do aço das armaduras ordinárias.
– ângulo formado pelas armaduras de esforço transverso com o eixo do elemento (
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
49
Uma vez que foram utilizados estribos verticais, , para todas a vigas em estudo, foi possível
simplificar a expressão anterior.
(6.16.)
Determinado o método de cálculo das armaduras transversais é necessário analisar as disposições
construtivas associadas a estes elementos, de acordo com o estipulado pelo REBAP.
Estas devem ser colocadas ao longo de todo o vão das vigas, abrangendo a totalidade das suas alturas e
envolvendo quer a armadura longitudinal de tracção quer a de compressão, quando esta seja
considerada como resistente.
Respeitantes às suas extremidades, estas devem terminar por meio de ganchos, podendo ser empregues
cotovelos caso os varões sejam de alta aderência, devendo ser executados como indicado na figura 6.4.
A distância entre dois ramos consecutivos do mesmo estribo não deve exceder a altura útil da viga
nem 60 cm.
A percentagem de estribos, , é definida pela expressão seguinte e não deve ser inferior aos limites
especificados pelo quadro 6.8.
(6.17.)
em que,
– área total da secção transversal dos vários ramos do estribo;
– largura da alma da secção;
– espaçamento de estribos;
– ângulo formado pelas armaduras de esforço transverso com o eixo do elemento (
O espaçamento dos estribos, , deve, no caso de estribos verticais, respeitar as seguintes condições:
: , com máximo de 30 cm
, com máximo de 25 cm
, com máximo de 20 cm
Nestas expressões toma os valores referidos mo quadro 6.5.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
50
Quadro 6.8 – Percentagem de estribos.
(%)
Armaduras de aço
A235 0,16
A400 0,10
A500 0,08
Nas zonas das vigas em que se verifique a condição estes valores mínimos de
percentagem de estribos poderão ser reduzidos multiplicando-os pela relação , em que
toma os valores referidos no quadro 6.7.
Tendo em conta os aspectos mencionados anteriormente e visto que em determinadas situações será
apenas necessária a armadura mínima, o primeiro procedimento passa por a definir e contabilizar a sua
capacidade resistente.
Para as vigas em estudo de dimensões 30 x 65 cm:
(6.18.)
Considerando armadura com dois ramos, que corresponde a uma área de , obtém-se o
seguinte espaçamento:
Para a armadura mínima optou-se por,
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
51
Respeitante à capacidade resistente desta solução, esta é contabilizada do seguinte modo:
(6.19.)
sendo
e
Deste modo tem-se que a capacidade resistente para a solução é:
Definida a armadura mínima necessária procedeu-se ao cálculo da armadura para os maiores esforços
a que a viga está sujeita.
Como referido anteriormente a viga divide-se em tramos, sendo analisados, neste caso, de forma
independente, visto que os estribos são interrompidos na zona de intersecção com os pilares. Contudo
será utilizado o mesmo raciocínio para cada tramo, consistindo na divisão do tramo em três trechos: o
referente ao apoio da esquerda, ; o referente ao apoio da direita, , e a zona
central de armadura mínima.
Na figura seguinte apresenta-se um esquema geral, em que a primeira imagem ilustra uma
representação genérica do esforço transverso e a segunda ilustra a armadura de esforço transverso
relativa a cada um dos tramos considerados.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
52
Fig. 6.8 - Representação esquemática da distribuição da armadura transversal por tramo de viga.
O processo admitido para cada tramo consistiu em considerar o esforço máximo actuante, ,
igual ao esforço resistente, , para determinar , a partir do qual se obteve a área de armadura por
m2, . De seguida foi escolhido o tipo de solução que melhor se adaptava à área de armadura obtida,
tendo sempre em atenção os requisitos mínimos necessários para a colocação de estribos, mencionados
anteriormente. As soluções para as vigas em estudo são apresentadas no quadro seguinte.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
53
Quadro 6.9 – Armadura transversal ao longo de cada viga.
Tramo Apoio Viga 1 Viga 2 Viga 3 Viga 4 Viga 5 Viga 6
1
Esquerdo 8//.10 6//.15 6//.20 6//.20 6//.20 6//.20
Zona central de
armadura mínima 6//.20 6//.20 6//.20 6//.20 6//.20 6//.20
Direito 8//.15
(4 ramos) //.125 6//.20 6//.20 6//.20 6//.20
2
Esquerdo //.125 6//.20 6//.20 - 6//.20
Zona central de
armadura mínima 6//.20 6//.20 6//.20 - 6//.20
Direito //.10 6//.20 6//.20 - 6//.20
3
Esquerdo //.125 //.125
(4 ramos) -
Zona central de
armadura mínima 6//.20 6//.20 -
Direito 6//.20 //.10 -
Os valores e desenhos necessários para a determinação das armaduras transversais das vigas estão
representados no Anexo 3.
6.3.2.1. Posição da Armadura Transversal
Solucionada a armadura transversal, procedeu-se à determinação da distância a estribar. Este processo
é análogo ao utilizado para a dispensa da armadura longitudinal.
Para tal recorreu-se ao programa de cálculo Robot Millenium, determinando a localização da viga
onde os diagramas dos esforços transversos, positivos e negativos, se anulam. A localização é dada
pelo parâmetro L1, correspondente à distância compreendida entre apoio, onde se verifica o maior
valor do esforço transverso, negativo ou positivo, e o local da viga onde este esforço transverso se
anula.
De seguida determinou-se a distância à qual a armadura mínima garante a resistência ao esforço
transverso da envolvente, X, efectuando-se o seu arredondamento por excesso em função do
espaçamento dos estribos, ou seja, para que estes fiquem a distâncias exactas.
A próxima ilustração explica o método utilizado.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
54
Fig. 6.9 - Representação esquemática da distância a estribar num tramo de viga.
Deste modo obtém-se:
Para o lado esquerdo
(6.20.)
Para o lado direiro
(6.21.)
Este processo apenas foi efectuado para as vigas 1 e 2, uma vez que para as restantes vigas apenas
existem estribos minimos.
De seguida apresenta-se o quadro com as distâncias a estribar das vigas 1 e 2.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
55
Quadro 6.10 – Dispensa de armadura transversal nas vigas 1 e 2.
Tramo Apoio Viga 1 Viga 2
1
Esquerdo 1,40 0,15
Zona central de
armadura mínima 3,70 5,45
Direito 1,90 1,20
2
Esquerdo 1,15
6,10 Zona central de
armadura mínima 4,20
Direito 1,10
3
Esquerdo 0,90 2,20
Zona Central de
armadura mínima 5,10 3,40
Direito 0,65 1,60
Os valores necessários para a determinação da dispensa das armaduras transversais das vigas estão
representados no Anexo 3.
6.4. ARMADURAS EM LAJE FUNGIFORME
6.4.1. ARMADURA LONGITUDINAL
A metodologia proposta para análise e dimensionamento das armaduras de flexão apoia-se numa
análise elástica da laje efectuada com uma modelação através de elementos finitos, recorrendo-se para
isso ao programa de cálculo Robot Millennium, e pelos critérios estipulados pelo REBAP.
Segundo este último, a percentagem de armadura principal deve respeitar os limites dispostos para as
vigas. Estes, bem como o método de cálculo estão descritos em 6.3.1.
Dado tratar-se de uma laje armada em duas direcções, o condicionamento desta imposição aplica-se a
cada uma das duas armaduras principais.
Assim, considerando a percentagem mínima de armadura têm-se,
Respeitante ao espaçamento máximo entre varões da armadura principal, este não deve ser superior a
1,5 vezes a espessura da laje, com máximo de 35 cm. Para que seja controlada a fendilhação, o
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
56
espaçamento máximo dos varões não deve também exceder valores duplos dos indicados no quadro
6.3.
Para a laje em estudo, com 25 cm de espessura obtém-se um limite de,
espaçamento máximo, (s,máx) =
1,5 25 37,5
min 35 20
2 10 20
máx
cm
cm s cm
cm
Apesar do cumprimento do critério disposto no REBAP relativamente à distância máxima entre varões
para o controlo da fendilhação, foi adoptada uma armadura mínima, que vem de acordo com o
disposto no Eurocódigo 2 (EC2), de modo a reforçar o controlo desta. Este exige que, em todas as
secções sujeitas a tracção significativa, devida a deformações impostas combinadas ou não com forças
aplicadas, seja colocada uma quantidade mínima de armadura que assegure a não plastificação
aquando do surgimento das primeiras fendas. [23]
Para a determinação da referida armadura foi utilizada a seguinte expressão:
(6.22.)
em que,
− área mínima das armaduras para betão armado na zona traccionada;
– valor absoluto da tensão máxima admissível na armadura imediatamente depois da formação da
fenda. Poderá ser considerada igual à tensão de cedência da armadura, .
− coeficiente que tem em conta a distribuição de tensões na secção, imediatamente antes da
fendilhação e da variação do braço do binário. Para tracção simples o seu valor é 1,00.
– é um coeficiente que considera o efeito das tensões não uniformes auto-equilibradas, de que
resulta uma redução dos esforços de coacção, sendo o seu valor igual a
0,80 para espessuras com ;
0,65 para espessuras com ;
Os valores intermédios podem ser obtidos por interpolação;
− valor médio da resistência do betão à tracção à data em que se prevê que se possam formar as
primeiras fendas. = ou inferior, ( (t)), se se prever uma fendilhação antes dos 28 dias;
− valor médio da tensão de rotura do betão à tracção simples;
− área de betão traccionado. A zona de betão traccionado é aquela em que, pelo cálculo da secção,
se demonstra que está em tracção imediatamente antes da formação da primeira fenda. [24]
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
57
na secção total
6.4.1.1. Armadura Inferior
Ao analisar o mapa do digrama de momentos flectores na laje, fornecido pelo programa de cálculo,
optou-se por:
Aumentar em 20% dos momentos flectores positivos de modo a considerar a possível
alternância de sobrecargas que não foi contabilizada aquando da introdução das combinações
das acções.
Escolher uma solução única em termos de armadura inferior, dado não se verificar uma grande
discrepância de momentos, nas várias zonas da laje.
Os mapas que serão apresentados de seguida possuem uma alternância de cores para representarem a
variação do valor de momentos ao longo de toda a laje, correspondendo a cor mais escura ao maior
momento, ou seja, ao mais gravoso, e a mais clara ao menor momento, ou seja, ao menos gravoso.
Na ilustração seguinte apresentam-se os momentos flectores positivos segundo a direcção x.
Fig. 6.10 - Mapa dos momentos flectores positivos segundo a direcção x na laje fungiforme do piso tipo.
Como é possível visualizar existem três zonas nitidamente mais gravosas, uma do lado esquerdo e
duas do lado direito. Contudo, e recorrendo ao mencionado anteriormente, apenas será feita a análise
para os momentos flectores do lado esquerdo, pois apresentam momentos mais gravosos.
Assim para o lado esquerdo apresentam-se os seguintes momentos flectores.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
58
Fig. 6.11 - Zona mais gravosa do lado esquerdo do mapa de momentos flectores.
Analisando a figura verifica-se que o momento mais gravoso é igual a .
Considerando determinou-se o espaçamento máximo dos varões.
Para um espaçamento de obteve-se,
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
59
O mapa seguinte representa os momentos flectores segundo a direcção y.
Fig. 6.12 - Mapa dos momentos flectores positivos segundo a direcção y na laje fungiforme do piso tipo.
Como se pode verificar existem duas zonas claramente mais gravosas, uma superior e outra do lado
inferior esquerdo.
Efectuando um processo análogo ao da direcção x, apenas será feita a análise para os momentos
flectores da zona superior por apresentarem os momentos mais gravosos.
Assim para o lado superior apresentam-se os seguintes momentos flectores.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
60
Fig. 6.13 - Zona mais gravosa do lado superior do mapa de momentos flectores.
Analisando a figura verifica-se que o momento mais gravoso é igual a .
Considerando , determinou-se o espaçamento máximo dos varões.
Para um espaçamento de obteve-se,
6.4.1.2. Armadura Superior
Para definição da armadura superior consideram-se como critérios:
Estender uma armadura mínima ao longo de toda a laje em cada direcção, x e y, reforçando-a
nas zonas de maior momento, correspondentes às bandas dos pilares.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
61
Por uma questão de uniformização optar pela solução de armadura de reforço para a situação
mais gravosa, considerando-a para os restantes pilares.
Nas ilustrações seguintes apresentam-se os momentos flectores negativos segundo as direcções x e y.
Fig. 6.14 - Mapa dos momentos flectores negativos segundo a direcção x na laje fungiforme do piso tipo.
Fig. 6.15 - Mapa dos momentos flectores negativos segundo a direcção y na laje fungiforme do piso tipo.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
62
Como armadura mínima a estender ao longo de toda a laje consideram-se varões de 12 mm e
espaçamento de 20 cm, ou seja, , cuja área é de . Esta escolha vai de encontro ao
cumprimento da armadura mínima definida anteriormente.
Definida a armadura mínima, procedeu-se à determinação das armaduras de reforço nas bandas dos
pilares.
Uma vez que se efectua a mesma metodologia de cálculo para todas as zonas dos pilares, será, de
seguida, demonstrado apenas para uma banda de um pilar, constando no Anexo 3 os valores para cada
uma das restantes zonas, bem como os desenhos necessários para efectuar o respectivo cálculo.
Definido o mapa de digramas dos momentos flectores negativos e analisados os pilares que
suportavam maior momento negativo, ou seja, o mais gravoso, começou por efectuarem-se cortes nos
diagramas segundo as duas direcções, x e y, com um valor de 1,5 m, para cada lado em relação ao
centro do pilar. Este valor corresponde a do vão máximo existente entre pilares, sendo este
aproximadamente 7,0 m. Esta consideração está de acordo com o estipulado no Artigo 119º. do
REBAP, descrito no capítulo 5.2.
De seguida serão demonstrados os cálculos efectuados para o pilar 5.
Nas ilustrações seguintes apresentam-se os momentos flectores segundo a direcção x e o respectivo
corte, onde é possível verificar que este atravessa a mancha dos momentos flectores mais gravosos.
Fig. 6.16 - Mapa dos momentos flectores segunda a direcção x no pilar 5 da laje fungiforme do piso tipo.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
63
Fig. 6.17 - Corte segundo x com a directriz segundo y e respectivo valor do integral.
O corte foi feito com a directriz que tem a direcção do vector-momento, neste caso direcção y, dando-
nos o valor do integral de momentos flectores, necessário para dimensionar a armadura superior na
direcção x.
Como já existe ao longo da laje armadura mínima , apenas será colocada armadura de modo a
complementar a área requerida. Assim sendo,
Uma vez que para a armadura mínima se considerou um espaçamento de 20 cm, a mesma
consideração foi feita para a armadura de reforço de modo a eliminar possíveis incompatibilidades que
pudessem surgir. Deste modo obteve-se,
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
64
De seguida apresentam-se os momentos flectores segundo a direcção y e o respectivo corte.
Fig. 6.18 - Mapa dos momentos flectores segunda a direcção y no pilar 5 da laje fungiforme do piso tipo.
Fig. 6.19 - Corte segundo y com a directriz segundo x e respectivo valor do integral.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
65
Deste modo obteve-se,
Analisados os três pilares mais importantes, optou-se, em ambas as direcções pela solução de
por uma questão de uniformização.
6.4.1.3. Armaduras na Laje em Consola
Como referido no capítulo 5, dedicado ao pré-dimensionamento, definiram-se as varandas e avançados
como lajes em consola, cujo dimensionamento foi realizado de um modo distinto do já enunciado.
O método de dimensionamento consistiu em determinar o momento existente na zona de
encastramento, devido às acções das cargas verticais a que a laje se encontra sujeita.
Devido à existência de varandas e avançados, aos quais são aplicados cálculos de dimensionamento
diferentes, será feito de seguida uma descrição dos cálculos efectuados para cada um dos casos.
Fig. 6.20 - Representação das varandas e avançados.
A A V V
V
A
V
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
66
Na figura 6.20 são representados os avançados pela letra A e as varandas pela letra V.
Verifica-se que apenas uma varanda está isolada. As restantes estão adjacentes aos avançados, o que
implica que as paredes de alvenaria sejam elementos comuns a ambos. Assim, por simplificação, serão
consideradas, em termos de dimensionamento, essas varandas como avançados, o que se traduz quanto
ao seu cálculo no seu sobredimensionamento.
Varanda:
Fig. 6.21 - Representação das cargas actuantes na varanda.
em que,
(6.23.)
(6.24.)
sendo,
(6.25.)
Uma vez que se trata de uma estrutura isostática, não foi necessário recorrer, como efectuado
anteriormente, ao programa de cálculo, pelo que se determinou o momento flector na secção de
encastramento pela expressão seguinte:
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
67
Para o cálculo da armadura foram utilizadas as expressões 6.6. e 6.7.
Apesar de só ser necessário de armadura, optou-se por usar a armadura corrida da laje,
, a que corresponde uma área de .
Segundo o REBAP, a armadura de distribuição deve ser igual ou superior a 20% à armadura relativa à
secção da armadura principal no encastramento, o que corresponde a uma área de aço de
. Deste modo, foi escolhida para armadura de distribuição , equivalente a uma
área de aço de . Refere ainda que esta armadura deve ser disposta junto à face da laje
oposta à da aplicação das cargas, na direcção perpendicular à da armadura principal. Neste sentido foi
aí considerada uma armadura de .
Avançados:
Fig. 6.22 - Representação das cargas actuantes nos avançados.
em que,
(6.25.)
(6.26.)
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
68
O valor de utilizado no cálculo anterior foi definido no capítulo 5 dedicado ao pré-
dimensionamento, respeitante a paredes exteriores.
Para o cálculo do momento flector na secção de encastramento recorreram-se às equações
fundamentais de equilíbrio que a seguir se apresentam.
0 , 0 , 0
0 , 2,40 , 68,10
, 99,72 ., 2,40 1,20 2,400
sd
sd
Fx H enc kN H enc kN
Fy V enc P P V enc kN
M enc kN mM enc P PM
Para o cálculo da armadura utilizou-se as expressões 6.6 e 6.7.
Seguindo o critério utilizado para o dimensionamento das varandas, optou-se por uma armadura,
correspondente a uma área de aço . Dado que a armadura 20%
da armadura principal no encastramento equivale a uma área de aço de , escolheu-se a
solução de , correspondente a uma área de .
6.4.2. VERIFICAÇÃO AO PUNÇOAMENTO
Os esforços de punçoamento ocorrem em lajes sem vigas (lajes fungiformes) na zona de transmissão
de esforços aos pilares. Estes esforços são caracterizados pela rotura local ao corte num contorno da
área de carga, sendo especialmente críticos quando as cargas são excêntricas. [25]
O estado limite último de punçoamento caracteriza-se pela formação de um tronco de cone, que por
norma se desliga do resto da laje, ilustrado na figura 6.22, resultando da interacção de efeitos de corte
e flexão na zona da laje próxima do pilar. É um mecanismo de colapso local associado a uma rotura
frágil (sem aviso prévio notório), condicionada pela resistência à tracção e compressão do betão, e que
pode gerar um colapso progressivo da estrutura, na medida em que a rotura junto ao pilar implica um
incremento da carga em pilares vizinhos. [26]
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
69
Fig. 6.23 - Mecanismo de rotura por punçoamento de um pavimento de lajes.
No perímetro do pilar, junto à superfície, zona provável de ocorrência de colapso, as forças de corte
são resistidas, figuras 6.23 e 6.24 pela:
Força de compressão radial, inclinadas na zona comprimida (1);
Força de atrito entre inertes (2);
Efeito de ferrolho das armaduras de flexão (3).
Fig. 6.24 - Mecanismos de resistência ao punçoamento. [26]
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
70
Fig. 6.25 - Mecanismos de resistência ao punçoamento. [26]
Forças que equilibram a força de punçoamento:
Componente vertical da compressão radial (1);
Componente vertical da força de atrito entre os inertes na fenda (2);
Componente vertical da força do efeito de ferrolho (3). [26]
Segundo o disposto no REBAP, não será necessário adoptar armaduras específicas para resistir ao
punçoamento caso o valor de cálculo do esforço resistente de punçoamento, , seja inferior ou igual
ao valor e cálculo do esforço actuante de punçoamento, , ao longo do perímetro considerado.
No caso de não existirem armaduras específicas para resistir ao esforço resistente de punçoamento,
este valor obtém-se por:
(6.27.)
em que:
(6.28.)
e
(6.29.)
Fig. 6.26 - Perímetro de controlo.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
71
sendo,
– valor de cálculo do esforço resistente de punçoamento por unidade de comprimento do contorno
crítico de punçoamento;
– perímetro do contorno crítico de punçoamento, definido por uma linha fechada envolvendo a área
carregada a uma distância não inferior a e cujo perímetro é mínimo;
– coeficiente cujo valor é dado por 1,6 – d, com d expresso em metros, e que não deve ser tomado
inferior à unidade;
– tensão cujo valor está indicado no capítulo 6.3.2.
No caso de a força de punçoamento, , considerou-se o valor fornecido pelo programa de cálculo
Robot Millennium.
Apenas serão analisados os pilares interiores, P5, P8, P9, pois para os restantes, uma vez que existem
vigas, os esforços da laje serão descarregados nestas que por sua vez descarregam sobre pilares, que
assim não necessitam de verificação ao punçoamento.
De seguida apresentam-se os valores referentes ao e .
Quadro 6.11 – Verificação ao punçoamento.
Pilares b h d u 1 VRd VSd
(m) (m) (m) (m) (m) (MPa) (KN) (KN)
P5 0,75 0,40 0,21 2,96 1,39 0,75 647,96 621,59
P8 1,00 0,30 0,21 3,26 1,39 0,75 713,64 704,40
P9 0,80 0,45 0,21 3,16 1,39 0,75 691,74 687,40
Analisando os resultados verifica-se que os três pilares cumprem segurança relativamente ao
punçoamento.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
72
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
73
7 DEFORMAÇÃO
7.1. INTRODUÇÃO
A concepção dos edifícios tem vindo a evoluir ao longo do tempo, assistindo-se cada vez mais a
construções mais audazes, passando por se conceber edifícios mais altos e esbeltos, com grandes vãos,
menos pilares e lajes menos espessas.
Como consequência dessa evolução e da evolução de técnicas de projecto e de execução de obra,
começaram a surgir, com maior frequência, anomalias nas construções, resultantes de causas diversas,
ao nível do projecto e da execução.
Algumas dessas anomalias, como são os casos:
de fissuração de elementos;
interferência com o funcionamento de portas e janelas;
interferência com o alinhamento de máquinas e aparelhos – a conservação dos alinhamentos
pode ser dificultada com o desenvolvimento de flecha no tempo,
estão relacionadas com a deformação excessiva das lajes.
Deste modo, cabe ao projectista decidir, em cada caso, quais as verificações necessárias para controlar
as deformações das estruturas em serviço normal. Esse objectivo passa por:
Satisfazer as condições de serviço estabelecidas (não prejudicar o funcionamento da estrutura
e do equipamento instalado);
Evitar patologias em elementos não estruturais (divisórias, acabamentos, entre outros);
Usar contra-flechas quando aconselhável.
A determinação das deformações em peças de betão armado fissurado, tendo em conta as combinações
de acções, a fluência e a retracção leva a cálculos laboriosos e por vezes complexos, pelo que se
recorrem a métodos simplificados para o cálculo de flechas, como por exemplo o Método Bilinear e o
Método dos Coeficientes Globais.
Será o Método Bilinear utilizado no presente trabalho. Da mesma forma irá ser utilizado o programa
Robot Millennium onde através do modelo do piso tipo será avaliada a deformação elástica da
estrutura.
Posteriormente serão comparados estes valores obtidos com os definidos regulamentarmente.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
74
7.2. ESTUDO DE CASO
Relembra-se que o objectivo deste trabalho prende-se com a avaliação da deformabilidade dos
elementos estruturais (vigas e lajes) que sustentam os suportes (paredes de alvenaria) de aplicação de
revestimentos cerâmicos, pelo que se pretende que essa deformação seja compatível com estes, de
modo a não provocar a sua fissuração.
Posto isto recorreu-se ao programa de cálculo Robot Millennium e ao modelo estrutural descrito em
6.1.
Sendo a análise de deformações efectuada para o Estado Limite de Utilização, foi necessário
introduzir no programa de cálculo uma nova combinação relativa a este.
A combinação utilizada, tal como referido em 4.3.2. foi a seguinte:
Estados limites de curta duração - combinações frequentes:
(7.1.)
em que,
– acções permanentes quantificadas pelos seus valores médios;
– acção variável considerada como acção base da combinação quantificada pelo seu valor
frequente, sendo igual a 0,3.
Definida a combinação a utilizar, foi calculada a deformação do modelo estrutural que nos permitirá
determinar o ponto de flecha máxima.
Os mapas que serão apresentados de seguida possuem uma alternância de cores para representarem a
variação do valor de flecha ao longo de toda a laje, correspondendo a cor mais escura ao maior valor
de flecha e a mais clara ao menor valor.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
75
Fig. 7.1 - Modelo estrutural do ROBOT em 3D com as deformações.
Fig. 7.2 - Mapa das deformações sofridas pela laje e lajes em consola, em 2D.
Como se pode observar existem várias zonas cujas deformações apresentam valores elevados; no
entanto, uma vez que se pretende analisar as zonas que servem de suporte às paredes exteriores, as
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
76
deformações relativas ao interior da laje não serão consideradas, pelo que se irá analisar o contorno da
laje, varandas e avançados (lajes em consola).
Fig. 7.3 - Valores máximos das deformações sofridas pela laje e lajes em consola, em cm.
Os valores 2,10 mm e 3,80 mm correspondem aos máximos obtidos no contorno da laje e na laje em
consola, respectivamente.
É de realçar que o valor apresentado para as laje em consola é acrescido da deformação que o contorno
da laje sofreu, pelo que será necessário subtrair esse valor em excesso para que possa ser possível
analisar a deformação real a que a parede de alvenaria vai estar sujeita.
0,21 0,38
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
77
Analisando com mais pormenor a zona da laje em consola, obtiveram-se os seguintes valores de
deformação.
Fig. 7.4 - Valores das deformações no contorno da laje, em cm.
Através da figura concluiu-se que o valor acrescido na laje em consola é de 2,00 mm, pelo que a sua
real deformação será:
Determinada a flecha elástica da laje em consola foi necessário fazer uma análise para ambas as
situações, na medida em que cada uma apresenta uma situação diferente em que:
No primeiro caso a alvenaria encontra-se apoiada na laje que por sua vez se encontra apoiada
na viga, apresentando estes dois últimos elementos as mesma deformações, pelo que de
seguida irá ser determinada a deformação a que a viga está sujeita.
No segundo caso irá ser analisada a deformação que a laje em consola estará sujeita.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
78
7.3. CÁLCULO DA FLECHA INSTANTÂNEA E FLECHA A LONGO PRAZO DA PRIMEIRA SITUAÇÃO
Fig. 7.5 - Deformação elástica das vigas de bordadura sob combinação frequente, em cm.
Como se pode verificar pela figura a flecha elástica é 2,10 mm.
7.3.1. MÉTODO BILINEAR [23]
Dado que o programa de cálculo apenas dá informação sobre deformações elásticas, isto é,
deformações que têm em consideração as propriedades apenas do betão considerado homogéneo,
torna-se necessário corrigi-las, através do Método Bilinear, a fim de ter em conta os efeitos da
armadura, da fendilhação e da fluência e assim obter-se a deformação real.
É um método simplificado utilizado para o cálculo de flechas, baseado na constatação que, no estado
de serviço, a relação momento-flecha pode ser aproximada por meio de uma lei bilinear, figura 7.6,
que representa de algum modo uma lei ponderada das relações momento-curvatura.
Fig. 7.6 - Relação bilinear momento-flecha.
Viga4
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
79
Inicialmente determina-se a flecha de base que resulta de um cálculo elástico com rigidez
apenas do betão, para que possa ser possível calcular os valores extremos e da flecha nos estados
I e , figura 7.6. Estes valores são determinados tendo em conta apenas as características da secção
determinante, desprezando assim, o efeito de variação da armadura e da solicitação ao longo do
elemento.
7.3.1.1. Flecha – valor de base
A flecha é a flecha de um elemento não fendilhado, admitindo secções homogéneas e desprezando a
influência da armadura (traccionada e comprimida), o que nos leva a admitir uma rigidez igual à
rigidez do betão simples, ou seja, . A partir deste valor é possível determinar os dois valores
extremos e ( e ) da flecha a.
O valor obtido para a flecha , figura 7.5, foi de 2,10 mm.
7.3.1.2. Flecha – estado I
A partir do momento em que a percentagem de armadura, , é superior a 0,5% é necessário
contabilizar a influência da armadura sobre as características geométricas da secção, uma vez que
provoca um aumento de rigidez e um deslocamento do centro de gravidade.
De modo a contabilizar o efeito das armaduras, não considerado no valor da flecha , é necessário
introduzir um coeficiente de correcção, e do valor de base , que conduzirá à obtenção de uma
flecha , para t = 0.
(7.2.)
Para determinar a flecha no tempo t, introduz-se o coeficiente , de modo a considerar os efeitos da
fluência. Como nesta situação, serão apenas consideradas as cargas permanentes, a expressão que
permite o cálculo para tempo t fica:
(7.3.)
Nas expressões 7.2 e 7.3, os símbolos tomam o seguinte significado:
– flecha de base devida às cargas permanentes;
– flecha no estado I;
– flecha devido às cargas permanentes;
– coeficiente que considera o efeito das armaduras;
– coeficiente que considera o efeito da fluência;
– coeficiente de fluência ( .
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
80
Os valores de e foram obtidos através de ábacos.
7.3.1.3. Flecha – estado
Na medida em que a flecha é obtida desprezando a participação do betão traccionado entre fendas,
o seu valor será maior que a flecha base, podendo ser considerada como o extremo superior da flecha
provável a.
Exprimindo a flecha com a ajuda do valor de base e de um coeficiente de correcção, , que
exprime o efeito da armadura obtém-se, para t = 0:
(7.4.)
Introduzindo o efeito da fluência, traduzido no coeficiente, , e considerando apenas as cargas
permanentes, a expressão que permite calcular a flecha no estado II0 para o tempo t é a seguinte:
(7.5.)
Nas expressões 7.4 e 7.5, os símbolos tomam o seguinte significado:
– flecha no estado considerando as cargas permanentes;
- coeficiente que considera o efeito das armaduras;
- coeficiente que considera o efeito da fluência;
Os valores de e foram obtidos através de ábacos.
7.3.1.4. Flecha provável a
Com a aproximação bilinear, a relação que determina a flecha provável a, no domínio das cargas de
utilização, é a seguinte:
se (7.6.)
- se (7.7.)
Os momentos M e Mr são definidos na secção determinante D (MD,MRD) e e Mr são definidos de
acordo com a figura seguinte:
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
81
Fig. 7.7 - Relação bilinear momento-flecha – Flexão Simples.
com,
(7.8.)
em que,
– coeficiente de repartição;
– coeficiente que considera as propriedades de aderência dos varões, toma o valor 1,0 se os varões
forem de alta aderência e 0,5 se os varões forem lisos;
– coeficiente que considera a duração ou a repetição das cargas, toma o valor 1,0 para cargas únicas
e de curta duração e 0,5 se as cargas actuarem com permanência ou para vários ciclos de cargas
eepetidas;
MrD – momento de fendilhação na secção determinante;
MD – momento flector total, sob a combinação das acções consideradas, na secção determinante.
De referir que para momentos de fendilhação superiores ao momento flector actuante, o coeficiente de
repartição assume o valor zero.
É de realçar a importância da secção determinante, na medida em que esta corresponde à secção em
que se quer determinar a flecha, ou seja, à secção de momentos positivos máximos, quer na direcção x
quer na y.
7.3.1.5. Coeficiente de fluência.
Para ser possível determinar os coeficientes , , , , é necessário, primeiramente, calcular o
coeficiente de fluência. O seu valor aproximado é dado no ponto 3.4. do anexo I do REBAP.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
82
(7.9.)
Na expressão anterior é possível distinguir três termos distintos:
O primeiro termo, , traduz o efeito de deformação que se processa nos primeiros dias após a
aplicação da carga (parcialmente recuperável) e é quantificado a partir dos valores da tensão de rotura
por compressão do betão na idade do carregamento e a tempo infinito.
(7.10.)
em que,
- tensão de rotura por compressão do betão na idade do carregamento;
- tensão de rotura por compressão do betão a tempo infinito.
O segundo termo, - , refere-se às deformações elásticas diferidas, sendo composto pelo
coeficiente de elasticidade, , geralmente considerado igual a 0,40 e pela função - definida de
acordo com a figura 7.8, assumindo o valor de 1,00.
Fig. 7.8 - Ábaco com valores da Função βd (t-t0) em função do tempo de carregamento.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
83
O terceiro termo, - , refere-se à deformação plástica diferida.
É constituído pelo coeficiente de plasticidade diferida e pelas funções e .
O primeiro é determinado pela seguinte expressão:
(7.11.)
O valor de é obtido no quadro seguinte, devendo o seu valor ser reduzido em 25% no caso de
betões de consistência alta e aumentados de 25% para betões de consistência baixa.
Quadro 7.1 - Quadro com valores do coeficiente . [12]
O valor de é obtido no quadro seguinte, em função da espessura fictícia do elemento, h0.
Quadro 7.2 - Quadro com valores do coeficiente . [12]
O valor da espessura específica é determinado através da expressão seguinte: [12]
(7.12.)
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
84
em que,
Ac – área da secção transversal do elemento;
u – parte do perímetro da secção trasversal do elemento em contacto com o ambiente.
– coeficiente dependente das condições higrométricas do ambiente e que toma os seguintes valores:
Imersão em água
Humidade relativa alta (90%)
Humidade relativa média (70%)
Humidade relativa baixa (40%)
Considerando uma humidade relativa média obtém-se um .
Deste modo é 2,0 e é 1,52.
Assim, o coeficiente de plasticidade diferida é:
Por fim, para o cálculo de - é determinado através do gráfico seguinte, na qual se considerou
que o primeiro carregamento na estrutura foi aos 14 dias. [12]
Fig. 7.9 - Ábaco da função βt.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
85
Pela figura, o valor de toma o valor de 0,97 e o de o valor de 0,25.
Resultando assim no valor do coeficiente de fluência de:
É de realçar que o segundo e terceiro termos processam-se lentamente ao longo do tempo.
7.3.1.6. Coeficiente , , ,
A obtenção destes coeficientes é realizada a partir da análise de ábacos, embora para ser possível essa
determinação seja necessário, previamente, definir alguns parâmetros.
Os coeficientes , , e são obtidos em função das relações d/h, ρ´/ρ e , embora os dois
últimos ainda pelo produto de , onde é o coeficiente de envelhecimento e tem o valor de 0,8.
d − altura útil da secção;
d’ − distância da armadura de compressão à face;
h − altura total;
ρ´ − percentagem de armadura de compressão
ρ − percentagem de armadura de tracção;
− coeficiente de homogeneização (Es/Ec).
Antes da determinação dos parâmetros, relembre-se que na zona de deformação máxima, a armadura
traccionada é de e a armadura de compressão é de .
0,61
0,94 0,900,65
dd h d h
h
'
' 0,040,06
0,65
dd h d h
h
0,80
2,32 2,002,90
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
86
4
2006,450
310,04
(5 16) 10,05 100,006
0,30 0,61
s
c
E
E
As
b d
4'
' '
4
(2 16) 4 100,002
0,30 0,610,40
(5 16) 10,05 100,005
0,30 0,61
s
s
A
b d
A
b d
Após definidos todos os parâmetros foi possível, através da análise dos gráficos correspondentes, obter
os coeficientes necessários.
Nos ábacos, a nomenclatura não coincide com a utilizada neste capítulo. A ligação é a seguinte:
Os ábacos e os valores calculados são apresentados nas figuras seguintes:
Fig. 7.10 - Ábaco do coeficiente
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
87
Através do ábaco, verifica-se que o valor do coeficiente é 0,92.
Fig. 7.11 - Ábaco do coeficiente .
Através do ábaco, verifica-se que o valor do coeficiente é 4,00.
Fig. 7.12 - Ábaco do coeficiente .
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
88
Através do ábaco, verifica-se que o valor do coeficiente .é 0,78.
Fig. 7.13 - Ábaco do coeficiente .
Através do ábaco, verifica-se que o valor do coeficiente é 0,12.
7.3.1.7. Coeficientes de Repartição
Como se pôde verificar na expressão 7.8, o coeficiente de repartição é definido pelo momento de
fendilhação na secção determinante , e pelo momento flector máximo , resultante da
combinação de acções e das cargas consideradas na secção determinante. Assim sendo, o momento
flector máximo a considerar será o maior valor dos momentos negativos.
Respeitante ao valor do momento de fendilhação, este é determinado pela seguinte expressão:
(7.13.)
em que,
− valor médio da tensão de rotura do betão à tracção simples;
b – largura da secção;
h – altura da secção.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
89
O momento flector máximo na secção determinante, , foi determinado com o auxilio Robot
Millenium.
Fig. 7.14 - Diagrama dos momentos flectores na viga 4 para a combinação frequente das acções.
Como se pode verificar pela imagem o momento máximo na secção determinante, , é de 116,45
KN.m.
Calculados os valores dos momentos é possível determinar o coeficiente de repartição.
Para t = 0,
Para t = t,
7.3.1.8. Determinação da flecha aI e aII
Flecha no estado I:
Para t = 0,
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
90
Para t = t,
Flecha no estado II0:
Para t = 0,
Para t = t,
7.3.1.9. Determinação da Flecha provável ac
- se
Para t = 0, flecha instantânea,
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
91
Para t = t, flecha a longo prazo,
O valor máximo da flecha a longo prazo verificada na viga 4 é igual a 10,31 mm. O pensamento que
ocorre de imediato é ser esta a deformação sofrida pelo suporte dos revestimentos cerâmicos (parede
de alvenaria) colocado sobre a viga. Contudo esta hipótese é errada na medida em que a colocação da
parede de alvenaria é realizada numa fase posterior à execução da estrutura. A sua execução já terá em
conta a deformação existente na viga, pelo que o seu assentamento acompanhará, ao longo do seu
plano, as deformações já introduzidas nos componentes adjacentes.
Desta forma, e de modo a ser possível determinar a deformação máxima do suporte dos revestimentos
cerâmicos é necessário subtrair a deformação instantânea provocada pelo peso próprio dos elementos
estruturais.
Para tal recorreu-se ao programa de cálculo existente, agora com os valores das deformações apenas sujeitas ao peso próprio.
Fig. 7.15 - Deformação elástica na viga 4, sob o peso próprio da estrutura, em cm.
Como se pode verificar pela figura a flecha referente ao peso próprio é 1,00 mm
Subtraindo este valor à flecha correspondente à deformação a longo prazo, obtém-se uma deformação
na parede de alvenaria igual a:
7.4. CÁLCULO DA FLECHA INSTANTÂNEA E FLECHA A LONGO PRAZO DA SEGUNDA SITUAÇÃO
Como referido em 7.2 a laje em consola tem um acréscimo da deformação que o contorno da laje
sofreu, pelo que será necessário subtrair esse acréscimo de modo a ser possível determinar a
deformação real da laje em consola.
Deste modo serão feita duas análises; a primeira para a viga 2, pelas mesma razões mencionadas em
7.2 e a segunda para a laje em consola.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
92
7.4.1. CÁLCULO DA FLECHA INSTANTÂNEA E FLECHA A LONGO PRAZO DO TERCEIRO RAMO DA VIGA 2
Fig. 7.16 - Deformação elástica das vigas de bordadura sob combinação frequente, em cm.
Fig. 7.17 - Pormenor da deformação elástica da viga 4, sob combinação frequente, em cm.
Através da figura conclui-se que a deformação elástica máxima da viga 4 foi de 2,00 mm.
7.4.1.1. Coeficiente de fluência.
Para ser possível determinar os coeficientes , , , , é necessário, primeiramente, calcular o
coeficiente de fluência. O seu valor aproximado é dado no ponto 3.4. do anexo I do REBAP.
Uma vez que os significados dos termos desta expressão e respectivos cálculos se encontram descritos
em 7.3.1.4, apenas serão demonstrados os resultados finais.
Viga 2, terceiro tramo
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
93
Quadro 7.3 - Parâmetros necessários para o cálculo de
0,33 1,52
0,40 2,90
1,00 0,97
24,00 cm 0,25
2,00
Resultando assim no valor do coeficiente de fluência de:
Antes da determinação dos parâmetros, relembre-se que na zona de deformação máxima, a armadura
traccionada é de e a armadura de compressão é de .
0,61
0,94 0,900,65
dd h d h
h
'
' 0,040,06
0,65
dd h d h
h
0,80
2,32 2,002,90
4
2006,450
310,04
(5 16) 10,05 100,006
0,30 0,61
s
c
E
E
As
b d
4'
' '
4
(2 20) 6,28 100,003
0,30 0,610,63
(5 16) 10,05 100,005
0,30 0,61
s
s
A
b d
A
b d
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
94
Após definidos todos os parâmetros foi possível, através da análise dos gráficos correspondentes, obter
os coeficientes necessários.
Os ábacos e os valores calculados são apresentados nas figuras seguintes:
Fig. 7.18 - Ábaco do coeficiente .
Através do ábaco, verifica-se que o valor do coeficiente é 0,90.
Fig. 7.19 - Ábaco do coeficiente .
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
95
Através do ábaco, verifica-se que o valor do coeficiente é 4,00.
Fig. 7.20 - Ábaco do coeficiente .
Através do ábaco, verifica-se que o valor do coeficiente .é 0,76.
Fig. 7.21 - Ábaco do coeficiente .
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
96
Através do ábaco, verifica-se que o valor do coeficiente é 0,12.
7.4.1.2. Coeficientes de Repartição
Respeitante ao valor do momento de fendilhação, este é determinado pela expressão 7.13:
em que,
− valor médio da tensão de rotura do betão à tracção simples;
b – largura da secção;
h – altura da secção.
Fig. 7.22 - Diagrama dos momentos flectores na viga 2, para a combinação frequente.
Como se pode verificar pela imagem o momento máximo na secção determinante, , é de 124,68
KN.m.
Calculados os valores dos momentos é possível determinar o coeficiente de repartição.
Para t = 0,
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
97
Para t = t,
7.4.1.3. Determinação da flecha aI e aII
Flecha no estado I:
Para t = 0,
Para t = t,
Flecha no estado II0:
Para t = 0,
Para t = t,
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
98
7.4.1.4. Determinação da Flecha provável ac
- se
Para t = 0, flecha instantânea,
Para t = t, flecha a longo prazo,
Fig. 7.23 - Deformação elástica na viga 2, sob o peso próprio da estrutura, em cm.
Como se pode verificar pela figura a flecha referente ao peso próprio é 1,00 mm
Subtraindo este valor à flecha correspondente à deformação a longo prazo, obtém-se uma deformação
na parede de alvenaria igual a:
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
99
7.4.2. CÁLCULO DA FLECHA INSTANTÂNEA E FLECHA A LONGO PRAZO DA LAJE EM CONSOLA
Fig. 7.24 - Valores das deformações na laje em consola, em cm.
A deformação elástica na laje em consola é de 3,80 mm.
7.4.2.1. Coeficiente de fluência.
Quadro 7.4 – Parâmetros necessários para o cálculo de
0,33 1,45
0,40 2,90
1,00 0,97
33,00 cm 0,25
2,00
O valor do coeficiente de fluência de:
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
100
7.4.2.2. Coeficiente , , ,
Definidas as armaduras é possível determinar os coeficientes , , ,
0,21
0,84 0,800,25
dd h d h
h
'
' 0,040,16
0,24
dd h d h
h
0,80
2,26 2,002,82
4
2006,450
310,05
( 12 / /.20 16 / /.20) 15,71 100,007
1,00 0,21
s
c
E
E
As
b d
4'
' '
4
( 10 / /.20) 3,93 100,002
1,00 0,210,25
(12 / /.20 16 / /.20) 15,71 100,007
1,00 0,21
s
s
A
b d
A
b d
Após definidos todos os parâmetros foi possível, através da análise dos gráficos correspondentes, obter
os coeficientes necessários.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
101
Os ábacos e os valores calculados são apresentados nas figuras seguintes:
Fig. 7.25 - Ábaco do coeficiente .
Através do ábaco, verifica-se que o valor do coeficiente é 0,93.
Fig. 7.26 - Ábaco do coeficiente .
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
102
Através do ábaco, verifica-se que o valor do coeficiente é 4,50.
Fig. 7. 27 - Ábaco do coeficiente .
Através do ábaco, verifica-se que o valor do coeficiente .é 0,80.
Fig. 7.28 - Ábaco do coeficiente .
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
103
Através do ábaco, verifica-se que o valor do coeficiente é 0,16.
7.4.2.3. Coeficientes de Repartição
Respeitante ao valor do momento de fendilhação, este é determinado pela expressão 7.13, referida em
7.3.1.6:
Fig. 7.29 - Mapa dos momentos flectores negativos na laje em consola.
Para determinar o momento flector máximo na secção determinante, , procedeu-se da mesma forma
que no dimensionamento da armadura superior para a laje. Desta forma e pelas mesmas razões
enunciadas no dimensionamento, fez-se um corte com 1,5m, visível na figura seguinte.
Fig. 7.30 - Corte na secção de maior momento flector negativo e respectivo valor do integral.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
104
Calculados os valores dos momentos é possível determinar o coeficiente de repartição.
Para t = 0,
Para t = t,
7.4.2.4. Determinação da flecha aI e aII
Flecha no estado I:
Para t = 0,
Para t = t,
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
105
Flecha no estado II0:
Para t = 0,
Para t = t,
7.4.2.5. Determinação da Flecha provável ac
- se
Para t = 0, flecha instantânea,
Para t = t, flecha a longo prazo,
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
106
Fig. 7.31 - Valores das deformações na laje em consola, em cm.
Como se pode verificar pela figura a flecha referente ao peso próprio é 0,90 mm
Subtraindo este valor à flecha correspondente à deformação a longo prazo, obteve-se uma deformação
na parede de alvenaria igual a:
(7.24.)
7.4.3. CÁLCULO DA FLECHA INSTANTÂNEA E FLECHA A LONGO PRAZO REAIS DA LAJE EM CONSOLA
0,09
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
107
7.5. ANÁLISE DE RESULTADOS
7.5.1. LIMITE DE DEFORMAÇÃO DO ELEMENTO DE SUPORTE
No presente capítulo irão ser analisadas duas situações distintas: a primeira referente aos limites de
deformação em vigor na legislação portuguesa, para os elementos que servem de suporte às paredes de
alvenaria, com o valor de cálculo obtido; a segunda para os mesmos elementos, embora comparado
com o valor considerado em 2.4, tendo em conta os valores máximos das deformações referidos por
outros autores, nesse mesmo capítulo.
7.5.1.1. Legislação portuguesa
Como referido no ponto 2.4 o REBAP limita a deformação da viga a uma flecha igual a l/400 do vão.
A viga em análise apresenta um vão igual a 6,79 m, pelo que obtém o valor para a deformação
máxima admissível para que não ocorra fissuração de:
Primeira situação:
Segunda situação:
Considerando o estipulado pelo EC2, obtém-se:
Primeira situação:
Segunda situação:
Considerando o estipulado para a deformação máxima prevista para as paredes de alvenaria, obtém-se:
Primeira situação:
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
108
Segunda situação:
7.5.1.2. Deformação provável do elemento de suporte
De acordo com os resultados obtidos em 7.3.1.7., tem-se para os valores prováveis de deformação:
Primeira situação:
Flecha instantânea:
Flecha a longo prazo:
Segunda situação:
Flecha instantânea:
Flecha a longo prazo:
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
109
7.5.1.3. Crítica sobre os resultados
Numa primeira análise, efectuada com o programa de cálculo, fazia todo o sentido considerar a viga 4
a mais condicionante em termos de deformabilidade, uma vez que, de ambas as soluções era a que
apresentava maior deformação elástica.
No entanto essa hipótese não está correcta, tendo sido confirmada nos resultados após a aplicação do
método bilinear.
Relembra-se que o objectivo primordial deste trabalho era verificar se os elementos horizontais,
dimensionados de acordo com o RSA e REBAP, apresentariam uma deformabilidade compatível com
a prevista para as paredes de alvenaria (elementos de suporte dos revestimentos cerâmicos).
Analisando o primeiro caso; em termos de legislação portuguesa, o valor obtido para a deformação a
longo prazo cumpre claramente o estabelecido, traduzindo-se assim como um elemento próprio para
execução e hipoteticamente, sem que haja risco de aparecimento de fissuras.
Todavia, comparando com o valor considerado em 2.4 para a máxima deformação prevista para as
paredes de alvenarias, depreende-se que a parede de alvenaria ficará sujeita a deformações
incompatíveis com as que consegue suportar, pelo que apresentará fissuração, a longo prazo, e por
conseguinte levará, também, à fissuração dos revestimentos cerâmicos.
No que diz respeito à segunda situação, o processo complica-se, na medida em que o
dimensionamento foi realizado de modo a ser possível dispensar a verificação ao estado limite último.
No entanto constata-se uma discrepância entre os valores máximos de deformação admitidos para a
laje e as paredes de alvenaria. Estes valores são bastante credíveis, pois a laje em consola está sujeita a
grandes cargas.
Analisando o valor da flecha instantânea verifica-se que ao executar as paredes de alvenaria no
contorno da laje em consola, estas vão estar logo sujeitas a deformações incompatíveis com o que
conseguem suportar, provocando assim a sua fissuração. A longo prazo, as consequências serão mais
graves, uma vez que se tratam de flechas significativas.
7.5.2. ESTUDO DO NOVO CASO
Como se referiu anteriormente, a fissuração nos revestimentos é causada pela deformação excessiva
do suporte. Deste modo ir-se-á analisar a deformabilidade da laje, seguindo a comparação dos seus
resultados com os valores determinados para a laje com vigas de bordadura.
Para o novo caso de estudo utilizou-se o mesmo modelo estrutural, mas agora sem a aplicação das
vigas de bordo, bem como o programa de cálculo Robot Millenium.
Retiradas as vigas de bordo, foram determinados novos momentos, de modo a ser possível determinar
as novas armaduras e por conseguinte as novas flechas (flecha instantânea e a longo prazo).
7.5.3. CÁLCULO DA FLECHA A LONGO PRAZO
7.5.3.1. Flecha elástica
Das imagens seguintes, é possível retirar a flecha elástica relativa à combinação de acções
considerada.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
110
Fig. 7.32 - Mapa das deformações sofridas pela laje e lajes em consola, em 2D.
Como se pode verificar a deformação mais significativa localiza-se na laje em consola,
Fig. 7.33 - Valores das deformações na laje em consola.
em que a flecha elástica assume o valor de 8,90 mm.
7.5.3.2. Coeficiente de fluência.
Para ser possível determinar os coeficientes , , , , é necessário, primeiramente, calcular o
coeficiente de fluência. O seu valor aproximado é dado no ponto 3.4. do anexo I do REBAP.
0,89
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
111
(7.13.)
Uma vez que os significados dos termos desta expressão e respectivos cálculos se encontram descritos
em 7.3.1.4, apenas serão demonstrados os resultados finais.
Quadro 7.5 – Parâmetros necessários para o cálculo de .
0,33 1,45
0,40 2,90
1,00 0,97
33,00 cm 0,25
2,00
O valor do coeficiente de fluência de:
(7.14.)
7.5.3.3. Coeficiente , , ,
Para a obtenção dos coeficientes é necessário, em primeiro lugar, determinar a nova armadura
existente na laje em consola, visto ser o local onde se verifica a maior deformação. Para tal recorreu-se
ao programa de cálculo Robot Millenium para determinar os momentos flectores na laje em consola.
Fig. 7.34 - Mapa dos momentos flectores negativos na laje do piso tipo.
236,82
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
112
Para determinar o momento flector máximo procedeu-se da mesma forma que no dimensionamento da
armadura superior para a laje. Desta forma e pelas mesmas razões enunciadas no dimensionamento,
fez-se um corte com 1,5m, visível na figura seguinte.
Fig. 7.35 - Corte na secção de maior momento flector negativo e respectivo valor do integral.
Considerando , obtém-se:
Seguindo o critério utilizado para o dimensionamento das varandas em 6.4.1.3., optou-se por uma
armadura de distribuição de de , que equivale a 20% da armdura principal.
Definidas as armaduras é possível determinar os coeficientes , , , .
0,21
0,84 0,800,25
dd h d h
h
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
113
'
' 0,040,16
0,24
dd h d h
h
0,80
2,26 2,002,82
4
2006,450
310,10
( 20 / /.10) 31,42 100,015
1,00 0,21
s
c
E
E
As
b d
4'
' '
4
( 16 / /.20) 10,05 100,005
1,00 0,210,32
( 20 / /.10) 31,42 100,015
1,00 0,21
s
s
A
b d
A
b d
Após definidos todos os parâmetros foi possível, através da análise dos gráficos correspondentes, obter
os coeficientes necessários.
Os ábacos e os valores calculados são apresentados nas figuras seguintes:
Fig. 7.36 - Ábaco do coeficiente .
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
114
Através do ábaco, verifica-se que o valor do coeficiente é 0,88.
Fig. 7.37 - Ábaco do coeficiente .
Através do ábaco, verifica-se que o valor do coeficiente é 3,00.
Fig. 7.38 - Ábaco do coeficiente .
Através do ábaco, verifica-se que o valor do coeficiente .é 0,73.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
115
Fig. 7.39 - Ábaco do coeficiente .
Através do ábaco, verifica-se que o valor do coeficiente é 0,20.
7.5.3.4. Coeficientes de Repartição
Respeitante ao valor do momento de fendilhação, este é determinado pela expressão 7.13, referida em
7.3.1.6:
O momento flector máximo na secção determinante, , foi determinado com o auxílio Robot
Millenium, que neste caso corresponde ao momento determinado, anteriormente, no cálculo das
armaduras longitudinais.
Calculados os valores dos momentos é possível determinar o coeficiente de repartição.
Para t = 0,
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
116
Para t = t,
7.5.3.5. Determinação da flecha aI e aII
Flecha no estado I:
Para t = 0,
Para t = t,
Flecha no estado II0:
Para t = 0,
Para t = t,
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
117
7.5.3.6. Determinação da Flecha provável ac
- se
Para t = 0, flecha instantânea,
Para t = t, flecha a longo prazo,
Fig. 7.40 - Valores das deformações na laje em consola.
Como se pode verificar pela figura a flecha referente ao peso próprio é 2,90 mm
Subtraindo este valor à flecha correspondente à deformação a longo prazo, obtém-se uma deformação
na parede de alvenaria igual a:
0,29
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
118
7.5.4. CRÍTICA SOBRE OS RESULTADOS
Quadro 7.6 – Valores de flechas regulamentares, para l = 2,40m.
REBAP l/400 6 mm
EC2 l/500 4,8 mm
Valor considerado l/1100 2,18 mm
Laje sem vigas de bordo :
Como se pode verificar, a construção em laje sem vigas de bordos acarretará graves patologias, no
sentido em que estas possuem deformações muito elevadas comparativamente às permitidas
regulamentarmente. Enquanto que a solução anterior respeitava o cumprimento da legislação
portuguesa, esta, claramente, desobedece os limites estipulados.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
119
8 CONCLUSÕES
A realização deste trabalho abriu alguns horizontes relativos à concepção e execução de um projecto,
bem como às diversas patologias que se podem constatar aquando da sua construção.
Idealizar um projecto torna-se uma tarefa árdua e complexa, na medida em que é necessário ter em
conta uma diversidade de condicionalismos.
Deve reconhecer-se que, em geral, existe uma maior preocupação com o cálculo da estrutura do
edifício e não se vê essa mesma preocupação com a concepção e execução, as quais conduzem muitas
vezes, a que as construções possuam uma vida útil, sem patologias, bastante mais curta que a
teoricamente prevista.
Mesmo que o edifício esteja bem dimensionado, uma concepção estrutural imperfeita poderá originar
diversas anomalias.
Por regra, é-se conduzido a concepções estruturais muito dependentes da solução arquitectónica que se
pretende, o que se torna logo à partida uma dificuldade para o projectista, pois tem de conciliar os
problemas arquitectónicos com a idealização de uma solução com um bom comportamento estrutural e
com o mínimo de custos em materiais.
Neste caso, encontrada uma solução, descrita no capítulo 5, efectuou-se o dimensionamento dos
elementos estruturais horizontais, lajes e vigas, tendo em conta os requisitos estabelecidos pelo RSA,
REBAP, e EC2, com referência, em especial, para as limitações relativas aos estados limites de
deformação.
Apesar do correcto dimensionamento dos elementos estruturais e do cumprimento dos limites de
deformação a longo prazo associados às lajes e vigas em estudo (elementos estruturais que sustentam
os suportes, paredes de alvenaria, de aplicação dos revestimentos cerâmicos), não será possível
eliminar os fenómenos de fissuração das paredes e por conseguinte dos revestimentos cerâmicos.
Este facto é comprovado, no primeiro caso, com os resultados das flechas a longo prazo, que apontam
para fissurações nas alvenarias para deformações mais baixas que as permitidas pelo REBAP e EC2,
assim como no primeiro caso, segunda situação, em que se conclui que a curto prazo os revestimentos
irão mostrar patologias.
Estudos realizados por diversos autores constataram que realmente o aparecimento das fissurações em
alvenarias dá-se para limites muito mais restritivos que os regulamentados para estruturas de betão, o
que, aliás, é confirmado logo na análise dos resultados relativamente às flechas instantâneas, as quais
demonstraram, claramente, que se iriam verificar anomalias para deformações amplamente inferiores
às estipuladas pela legislação portuguesa.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
120
Como seria de esperar, a nova solução apresentada, acarreta o mesmo problema, embora agravado pela
omissão das vigas de bordadura.
Apesar de ser bastante apelativa a sua eliminação, devido a diversas vantagens mencionadas
anteriormente, não se pode esquecer o papel fundamental que estas possuem em termos de garantia de
estabilidade global do edifício, dado que conferem maior rigidez à fachada.
Em ambos os casos a situação mais gravosa deu-se na laje em consola, pelo que se conclui que a
execução de elementos não estruturais naquelas lajes conduz a problemas bastante graves, pelo que se
deve ter a máxima atenção nestes casos.
Torna-se evidente a existência de incompatibilidade entre o funcionamento da estrutura e do sistema
paredes de alvenaria e revestimento cerâmico. Após a colocação dos cerâmicos, os dois sistemas
começam a trabalhar conjuntamente, em relativo equilíbrio, o que faz com que, na ocorrência de
deformações excessivas, haja uma ruptura desse equilíbrio, conduzindo assim, à fissuração das
paredes e por conseguintes dos revestimentos.
A análise destes resultados é bastante interessante, na medida em que alerta o autor para fenómenos
que existem com alguma frequência e que, na maioria das vezes, são ignorados.
Será então plausível sugerir uma revisão das disposições regulamentares no que respeita às
deformações de elementos estruturais, que embora não pondo em risco a segurança da estrutura,
causam danos em elementos não estruturais.
Enquanto isso não acontecer, e uma vez que esse processo é bastante complexo e moroso, é necessário
existir por parte do projectista alguma sensibilidade para este tipo de problemas. Terá que ter em
mente que para projectar um edifício de qualidade não será apenas necessário cumprir o imposto pelos
regulamentos estruturais.
Revela-se, relativamente à deformabilidade de revestimentos cerâmicos, a escassez de informação
sobre este assunto e consequentes patologias, o que indica o desinteresse quer dos utilizadores, quer
dos projectistas. Foi bem salientado neste trabalho que tal questão deveria ser mais considerada.
Por último, apresentam-se alguns pontos a ter em conta, de forma a evitar as flechas, particularmente
sob acções de longa duração:
uso de valores baixos da relação vão/altura de modo a aumentar a rigidez do elemento;
uso de sistemas estruturais que forneçam restrição às rotações nos suportes, por exemplo, por
meio de continuidade;
utilização de betões de alta resistência, tendo baixa relação de água/cimento – boa cura e
endurecimento adequado antes da aplicação da carga e evitar carga excessiva durante a
construção;
adicionar armadura de compressão, se as tensões de compressão para acções de longa duração
forem altas;
reduzir as tensões, sobre-dimensionando a armadura de tracção longitudinal;
aplicar as carga à estrutura o mais tarde possível. [23]
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
121
BIBLIOGRAFIA
[1] Sousa, A.V.S., Freitas, V. M. A. P., Silva, J. A. R. M., Manual de aplicação de revestimentos
cerâmicos. Associação Portuguesa da Indústria de Cerâmica, Coimbra, 2003.
[2] http://www.ccb.org.br/assentamento/manual_fachadas.pdf. 16/04/2009
[3] Lucas, J. A. C., Anomalias em revestimentos cerâmicos colados. LNEC, Lisboa, 2001.
[4] Lucas, J. A. C., Exigências funcionais de revestimentos de paredes. LNEC, Lisboa, 1990.
[5] Veiga, M. R., Acção de formação sobre revestimentos exteriores de paredes, LNEC, Lisboa, 2004.
[6] http://www.patorreb.com/pt/default.asp?op=201&ficha=044. 15/06/2009
[7] http://www.patorreb.com/pt/default.asp?op=201&ficha=088. 15/06/2009
[8] http://www.patorreb.com/pt/default.asp?op=201&ficha=041 15/06/2009
[9] http://www.patorreb.com/pt/default.asp?op=201&ficha=040 15/06/2009
[10] Lucas, J. A. C., Azulejos ou ladrilhos cerâmicos – Descrição geral, exigências normativas,
classificação funcional. LNEC, Lisboa, 2003.
[11] Silva, J. A. R. M., Fissuração de Alvenarias - Estudo do comportamento das alvenarias sob
acções térmicas. Dissertação de Doutoramento, FCTUC, Coimbra, 1998
[12] Regulamento de Estruturas de Betão Armado e Pré-Esforçado (REBAP), Decreto-Lei n.º
349-C/83 de 30 de Julho.
[13] Pereira, M.F.P. Anomalias em Paredes de Alvenaria sem Função Estrutural. Dissertação de
Mestrado em Engenharia Civil, Universidade do Minho, Guimarães, 2005.
[14] Pacheco, Pedro, Pouca, N.V., Manual de Apoio ao Trabalho de Projecto. Apontamentos da
cadeira de Estruturas de Betão 2, FEUP, Porto, 2006.
[15] Costa, A.G. Estruturas de Edifícios. Apontamentos da cadeira de Concepção e Execução de
Estruturas de Edifícios, FEUP, Porto, 1999.
[16]http://www.dec.fct.unl.pt/seccoes/S_Estruturas/Betao_armado_II/downloads/7Lajesfungif
ormes-Introducaocores.pdf 30/04/2009
[17] Oliveira, J. G. F. S., Ferreira, M., I., O, S. Análise Global de Estruturas de Edifícios. FEUP,
Porto.
[18] Regulamento de Segurança e Acções para Estruturas de Edifícios e Pontes (RSA), Decreto-Lei
n.º 235/83, de 31 de Maio.
[19] Marchao, C., Appleton, J.. Betão Armado e Pré-Esforçado II: Módulo 2 – Lajes de Betão
Armado. Folhas de apoio às aulas, IST, Lisboa, 2007/2008.
[20] Gomes, A., Appleton, J., Almeida, João. Betão Armado e Pré-Esforçado II: Volume 1 –
Dimensionamento e Pormenorização de Lajes, IST, Lisboa, 1989.
[21] Figueiras, J.A.. Lajes Maciças. FEUP, DEC/LEC, 2003/2004.
[22] Figueiras, J.A.. Dimensionamento de Escadas em Betão Armado. FEUP, 1992
[23] Figueiras, J.A., Verificação aos Estados Limites de Utilização. FEUP, DECivil, 1997.
Influência da deformabilidade de revestimentos cerâmicos de alvenaria de fachada na concepção estrutural de um edifício,
recorrendo a lajes fungiformes maciças utilizando ou não vigas de bordo.
122
[24] Eurocódigo 2: Projecto de estruturas de betão – Parte 1-1: Regras gerais e regras para
edifícios, Norma Europeia EN 1992-1-1:2004. Abril/2004.
[25] Pouca, N. V., Faria, R. M., Esforço transverso. Torção. Punçoamento. FEUP, 1997
[26] Marchao, C., Appleton, J., Betão Armado e Pré-Esforçado II: Módulo 2 – Lajes de Betão
Armado. Folhas de apoio às aulas, IST, Lisboa, 2007/2008
ANEXO 1
ARQUITECTURA
PLANTA DO COMPLEXO HABITACIONAL
PLANTA DA SUB-CAVE E CAVE
PLANTA DO R/C
PLANTA DO PISO 1
PLANTA DOS PISOS 2,3,4,5 E 6
PLANTA DA COBERTURA
CORTE A2
CORTE A3
ALÇADO NORTE
ALÇADO NASCENTE
ANEXO 2
PROCESSO DE DIMENSIONAMENTO
A.2.1. ÁREAS DE INFLUÊNCIA DA LAJE DE PISO DA CAVE
A.2.2. ÁREAS DE INFLUÊNCIA DA LAJE DE PISO DO RÉS-DO-CHÃO
A.2.3. ÁREAS DE INFLUÊNCIA DA LAJE DE PISO DO PISO 1 ATÉ AO 6
A.2.4. ÁREAS DE INFLUÊNCIA DA COBERTURA
A.2.5. TABELAS DE PRÉ-DIMENSIONAMENTO DOS PILARES
A.2.6. PLANTA FINAL DO PRÉ-DIMENSIONAMENTO
A.2.1. ÁREAS DE INFLUÊNCIA DA LAJE DE PISO DA CAVE
De seguida apresenta-se um quadro com os pilares e as respectivas áreas de influência.
Piso -1
Pilares Muro de Suporte Área de Influência (m2)
P1 MS -
P2 21,19
P3 18,11
P4 MS -
P5 28,22
P6 MS -
P7 MS -
P8 36,50
P9 24,45
P10 MS -
P11 MS -
P12 38,61
P13 31,23
P14 MS -
Convém referir que os pilares P1, P4, P6, P7, P10, P11 e P14 não possuem área de influência uma vez
que a laje vai descarregar sobre o muro de suporte, logo, não tendo influência no dimensionamento
destes pilares.
A.2.2. ÁREAS DE INFLUÊNCIA DA LAJE DE PISO DO RÉS-DO-CHÃO
Como anteriormente, apresenta-se de seguida um quadro com a área de influência de cada pilar.
Rés-do-Chão
Pilares Muro de Suporte Área de Influência (m2)
P1 MS -
P2
20,81
P3
18,92
P4 MS -
P5
27,51
P6 MS -
P7 MS -
P8
36,48
P9
32,26
P10 MS -
P11 MS -
P12
37,13
P13
39,65
P14 MS -
A.2.3. ÁREAS DE INFLUÊNCIA DA LAJE DE PISO DO PISO 1 ATÉ AO 6
De seguida apresenta-se em tabela os pilares com a respectiva área de influência. Neste caso, as áreas
encontram-se divididas em área de habitação, varanda e avançado.
Piso 1 ao 6
Pilares Área de Influência Área Habitação
(m2)
Área Varanda (m2)
Área Avançado
(m2)
P1 18,90 10,72 6,13 2,05
P2 22,53 - - -
P3 5,30 - - -
P4 39,16 21,95 9,36 7,85
P5 29,18 - - -
P6 11,75 - - -
P7 35,49 21,24 4,18 10,07
P8 38,24 - - -
P9 30,90 - - -
P10 23,21 - - -
P11 21,35 9,80 11,54 -
P12 31,01 20,52 10,49 -
P13 29,78 19,43 - 10,34
P14 18,75 10,17 6,22 2,35
A.2.4. ÁREAS DE INFLUÊNCIA DA COBERTURA
A cobertura apresenta exactamente o mesmo modelo estrutural que o piso tipo em termos de áreas. No
entanto estas deixam de ser divididas em áreas de habitação, varanda ou avançado. Desta forma, na
seguinte tabela, apresentam-se as respectivas áreas para cada pilar.
Cobertura
Pilares Área Cobertura (m2) Pilares Área Cobertura (m
2)
P1 18,90 P8 38,24
P2 22,53 P9 30,90
P3 5,30 P10 23,21
P4 39,16 P11 21,35
P5 29,18 P12 31,01
P6 5,87 P13 29,78
P7 35,49 P14 18,75
A.2.5. TABELAS DE PRÉ-DIMENSIONAMENTO DOS PILARES
TABELA DE PRÉ-DIMENSIONAMENTO RESPEITANTE À CAVE
Cave
Pilares Muro de Suporte Área de
Influência (m2)
Desenvolvimento da
parede/viga (m) Esforço (KN/m)
P1 MS - - -
P2 21,19 6,36 362,39
P3 18,11 5,44 309,71
P4 MS - - -
P5 28,22 359,83
P6 MS - - -
P7 MS - - -
P8 36,50 - 465,34
P9 24,45 - 311,68
P10 MS - - -
P11 MS - - -
P12 38,61 - 492,24
P13 31,23 - 398,20
P14 MS - - -
TABELA DE PRÉ-DIMENSIONAMENTO RESPEITANTE AO RÉS –DO-CHÃO
Rés-do-Chão
Pilares Muro de
Suporte
Área de
Influência (m2)
Desenvolvimento da parede/viga
(m) Esforço (KN/m)
P1 MS - - -
P2 20,81 6,05 353,08
P3 18,92 5,59 322,19
P4 MS - - -
P5 27,51 - 405,83
P6 MS - - -
P7 MS - - -
P8 36,48 - 538,02
P9 32,26 - 475,87
P10 MS - - -
P11 MS - - -
P12 37,13 6,31 547,60
P13 39,65 6,74 584,90
P14 MS - - -
TABELA DE PRÉ-DIMENSIONAMENTO RESPEITANTE DO 1º PISO À COBERTURA
Piso 1 à Cobertura
Pilares Área de
Influência
Área
Habitação
(m2)
Área
Varanda
(m2)
Área
Avançado
(m2)
Desenvolvimento da
parede/viga (m)
Área
Cobertura
(m2)
P1 18,90 10,72 6,13 2,05 6,24 18,90
P2 22,53 - - - - 22,53
P3 5,30 - - - - 5,30
P4 39,16 21,95 9,36 7,85 6,81 39,16
P5 29,18 - - - - 29,18
P6 11,75 - - - - 5,87
P7 35,49 21,24 4,18 10,07 6,59 35,49
P8 38,24 - - - - 38,24
P9 30,90 - - - - 30,90
P10 23,21 - - - - 23,21
P11 21,35 9,80 11,54 - 6,97 21,35
P12 31,01 20,52 10,49 - 6,65 31,01
P13 29,78 19,43 - 10,34 6,39 29,78
P14 18,75 10,17 6,22 2,35 3,72 18,75
TABELA DE PRÉ-DIMENSIONAMENTO DOS PILARES
Dimensões Teóricas Dimensões Reais
Pilares Esforço
(KN/m) N (KN/m)
Nsd
(KN/m) AC (m
2) h (m) b (m) h (m) b (m) AC (m
2)
P1 2218,05 2218,05 3327,07 0,16 0,53 0,30 0,60 0,30 0,18
P2 1723,46 2438,93 3658,40 0,17 0,58 0,30 0,60 0,30 0,18
P3 405,43 1037,33 1555,99 0,07 0,25 0,30 0,30 0,30 0,09
P4 4065,06 4065,06 6097,58 0,29 0,97 0,30 1,00 0,30 0,30
P5 2231,99 2997,65 4496,47 0,21 0,71 0,30 0,75 0,40 0,30
P6 898,67 898,67 1348,00 0,06 0,21 0,30 0,30 0,30 0,09
P7 3721,27 3721,27 5581,90 0,27 0,89 0,30 1,00 0,30 0,30
P8 2925,14 3928,50 5892,75 0,28 0,93 0,30 1,00 0,30 0,30
P9 2363,51 3151,06 4726,59 0,22 0,75 0,30 0,80 0,45 0,36
P10 1775,65 1775,65 2663,47 0,13 0,42 0,30 0,60 0,30 0,18
P11 2236,05 2236,05 3354,07 0,16 0,53 0,30 0,60 0,30 0,18
P12 2947,81 3987,65 5981,48 0,28 0,95 0,30 1,00 0,30 0,30
P13 2833,94 3817,04 5725,56 0,27 0,91 0,30 1,00 0,30 0,30
P14 1985,58 1985,58 2978,36 0,14 0,47 0,30 0,60 0,30 0,18
ANEXO 3
DIMENSIONAMENTO
A.3.1. PLANTA ESTRUTURAL DO PISO TIPO
A.3.2. VIGA 1
A.3.3. VIGA 2
A.3.4. VIGA 3
A.3.5. VIGA 4
A.3.6. VIGA 5
A.3.7. VIGA 6
A.3.8. LAJE – ARMADURA SUPERIOR
A.3.9. LAJE – ARMADURA INFERIOR
A.3.10. CORTE DE VARANDA – A-A
.3.2. VIGA 1
Diagrama de Momentos Flectores e respectivo quadro.
Viga 1
Tramo 1
x Msd (KN.m)
Tramo 2
x Msd (KN.m)
Tramo 3
x Msd (KN.m)
0,00 -292,27 0,00 -303,21 0,00 -329,63
1,50 0,00 1,29 0,00 1,29 0,00
3,48 194,14 3,15 127,77 4,32 117,06
5,57 0,00 4,49 0,00 5,84 0,00
7,01 -445,25 6,43 -303,95 6,65 -90,24
Diagrama de Esforços Transversos e respectivo quadro.
Viga 1
Tramo 1
x Vsd (KN)
Tramo 2
x Vsd (KN)
Tramo 3
x Vsd (KN)
0,00 -336,77 0,00 316,65 0,00 -351,36
3,48 0,00 3,15 0,00 2,07 0,00
7,01 432,38 6,43 -307,40 6,65 126,25
Quadro da Armadura Longitudinal
Viga 1
Armadura Msd (kN.m) µ As,calc (cm2) Solução As,efect (cm
2) ρ (%)
Superior
292,27 0,16 12,75 16,10 0,88
445,25 0,24 20,81 21,01 1,15
329,63 0,18 14,63 16,10 0,88
90,24 0,05 3,57 6,28 0,34
Inferior
194,14 0,10 8,08 10,05 0,55
127,77 0,07 5,15 8,04 0,44
117,06 0,06 4,69 8,04 0,44
Quadro da Armadura Transversal
Viga1
Tramo Apoio Vsd Vwd (Asw/s),calc s máx
Solução (Asw/s),eff Vwd,eff Vrd
(kN) (kN) (cm2/m) (m) (cm
2/m) (KN) (KN)
1 Esquerdo -336,77 199,52 8,36
0,25
8//.10 (2 ramos) 10,05 239,96 377,21
Direito 432,38 295,13 12,36 8//.15 (4 ramos) 13,40 319,95 457,20
2 Esquerdo 316,65 179,40 7,52 //.125 (2 ramos) 8,04 191,97 329,22
Direito -307,40 170,15 7,13 //.10 (2 ramos) 8,04 191,97 329,22
3 Esquerdo -351,36 214,11 8,97 //.125 (2 ramos) 10,05 239,96 377,21
Direito 126,25 Estribos mínimos 6//.20 2,83 67,49 204,74
Quadro da Dispensa de Armadura Longitudinal
Viga 1
Tramo Lado L1 ou L2 As,calc As,eff As,corr X lb,net Al Ltotal
(m) (cm2) (cm
2) (cm
2) (m) (m) (m) (m)
1 Esquerdo 1,50 12,75 16,10 6,28 0,76 1,14 0,61 2,51
Direito 1,44 20,81 21,01 6,28 1,00 1,42 0,61 3,04
2 Esquerdo 1,29 20,81 21,01 6,28 0,90 1,42 0,61 2,94
Direito 1,94 14,63 16,10 6,28 1,11 1,31 0,61 3,02
3 Esquerdo 1,29 14,63 16,10 6,28 0,74 1,31 0,61 2,65
Direito -
Quadro da Armadura Transversal – Distâncias
Viga1
Tramo Apoio Z ou (L-Z) (m) Vsd (kN) X (m) Distancia a estribar (m)
1 Esquerdo 3,48 -336,77 1,36 1,40
Direito 3,53 432,38 1,86 1,90
2 Esquerdo 3,15 316,65 1,11 1,15
Direito 3,28 -307,40 1,09 1,10
3 Esquerdo 2,07 -351,36 0,86 0,90
Direito 4,58 126,25 - -
A.3.3. VIGA 2
Diagrama de Momentos Flectores e respectivo quadro.
Viga 2
Tramo 1
x Msd (KN.m)
Tramo 2
x Msd (KN.m)
Tramo 3
x Msd (KN.m)
0,00 -197,00 0,00 -176,35 0,00 -502,09
1,12 0,00 1,21 0,00 1,40 0,00
3,40 138,28 2,85 64,35 3,64 208,20
4,78 0,00 4,56 0,00 6,09 0,00
6,80 -313,55 6,10 -154,68 7,19 -322,65
Diagrama de Esforços Transversos e respectivo quadro.
Viga 2
Tramo 1
x Vsd (KN)
Tramo 2
x Vsd (KN)
Tramo 3
x Vsd (KN)
0,00 213,98 0,00 199,59 0,00 518,57
3,40 0,00 2,30 0,00 3,64 0,00
6,80 -313,00 6,10 123,56 7,19 -373,16
Quadro da Armadura Longitudinal
Viga 2
Armadura Msd (kN.m) µ As,calc (cm2) Solução As,efect (cm
2) ρ (%)
Superior
197,00 0,11 8,21 9,42 0,52
313,55 0,17 13,81 16,10 0,88
502,09 0,27 24,04 25,92 1,42
322,65 0,17 14,28 16,10 0,88
Inferior
138,28 0,07 5,60 8,04 0,44
64,35 0,03 2,51 8,04 0,44
208,20 0,11 8,73 10,05 0,55
Quadro da Armadura Transversal
Viga 2
Tramo Apoio Vsd Vwd (Asw/s),calc s máx
Solução (Asw/s),eff Vwd,eff Vrd
(kN) (kN) (cm2/m) (m) (cm
2/m) (KN) (KN)
1 Esquerdo 213,98 76,73 3,21
0,25
6//.15 3,77 89,99 227,24
Direito -313,00 175,75 7,36 //.125 (2 ramos) 8,04 191,97 329,22
2 Esquerdo 199,59 62,34 2,61 6//.20 2,83 67,49 204,74
Direito 123,56 6//.20 4,24 101,23 238,48
3 Esquerdo 518,57 381,32 15,98 //.125 (4 ramos) 16,08 383,94 521,19
Direito -373,16 235,91 9,88 //.10 (2 ramos) 10,05 239,96 377,21
Quadro da Dispensa de Armadura Longitudinal
Viga 2
Tramo Lado L1 ou L2 As,calc As,eff As,corr X lb,net Al Ltotal
(m) (cm2) (cm
2) (cm
2) (m) (m) (m) (m)
1 Esquerdo 1,12 8,21 9,42 6,28 0,26 1,25 0,61 2,13
Direito 2,02 13,81 16,10 6,28 1,10 1,23 0,61 2,95
2 Esquerdo 1,21 13,81 16,10 6,28 0,66 1,23 0,61 2,50
Direito 1,54 24,04 25,92 6,28 1,13 1,33 0,61 3,08
3 Esquerdo 1,40 24,04 25,92 6,28 1,04 1,33 0,61 2,98
Direito 1,10 14,28 16,10 0,00 1,10 1,27 0,61 2,98
Quadro da Armadura Transversal – Distâncias
Viga2
Tramo Apoio Z ou (L-Z) (m) Vsd (kN) X (m) Distancia a estribar
(m)
1 Esquerdo 3,40 213,98 0,15 0,15
Direito 3,40 -313,00 1,18 1,20
3 Esquerdo 3,64 518,57 2,20 2,20
Direito 3,54 -373,16 1,60 1,60
A.3.4. VIGA 3
Diagrama de Momentos Flectores e respectivo quadro.
Viga 3
Tramo 1
x Msd (KN.m)
Tramo 2
x Msd (KN.m)
0,00 -63,14 0,00 -176,46
1,39 0,00 1,30 0,00
3,48 73,87 2,49 90,69
5,28 0,00 4,59 0,00
6,46 -166,27 5,98 -22,06
Diagrama de Esforços Transversos e respectivo quadro.
Viga 3
Tramo 1
x Vsd (KN)
Tramo 2
x Vsd (KN) Vsd (KN)
0,00 -40,53 0,00 -158,12
3,48 0,00 2,49 0,00
6,46 150,39 5,98 75,86
Quadro da Armadura Longitudinal
Viga 3
Armadura Msd (kN.m) µ As,calc (cm2) Solução As,efect (cm
2) ρ (%)
Superior
63,14 0,03 2,46 10,30 0,56
176,46 0,09 7,28 9,42 0,52
22,06 0,01 0,84 10,30 0,56
Inferior 73,87 0,04 2,90 6,03 0,33
90,69 0,05 3,59 6,03 0,33
Quadro da Armadura Transversal
Viga 3
Tramo Apoio Vsd Vwd (Asw/s),calc s máx
Solução (Asw/s),eff Vwd,eff Vrd
(kN) (kN) (cm2/m) (m) (cm
2/m) (KN) (KN)
1 Esquerdo -40,53
0,25
6//.20 2,83 67,49 204,74
Direito 150,39 6//.20 2,83 67,49 204,74
2 Esquerdo -158,12 6//.20 2,83 67,49 204,74
Direito 75,86 6//.20 2,83
Quadro da Dispensa de Armadura Longitudinal
Viga 3
Tramo Lado L1 ou L2 As,calc As,eff As,corr X lb,net Al Ltotal
(m) (cm2) (cm
2) (cm
2) (m) (m) (m) (m)
1 Esquerdo 1,39 2,46 10,30 6,28 0,00 0,34 0,61 0,95
Direito 1,18 7,28 9,42 6,28 0,16 1,11 0,61 1,88
2 Esquerdo 1,30 7,28 9,42 6,28 0,18 1,11 0,61 1,90
Direito 1,39 0,84 10,30 6,28 0,00 0,12 0,61 0,73
A.3.5. VIGA 4
Diagrama de Momentos Flectores e respectivo quadro.
Viga 4
Tramo 1
x Msd (KN.m)
0,00 -70,52
0,89 0,00
3,96 189,72
6,47 0,00
6,94 -71,95
Diagrama de Esforços Transversos e respectivo quadro.
Viga 4
Tramo 1
x Vsd (KN)
0,00 -153,14
3,96 0,00
6,94 65,95
Quadro da Dispensa de Armadura Longitudinal
Viga 4
Armadura Msd (kN.m) µ As,calc (cm2) Solução As,efect (cm
2) ρ (%)
Superior 70,52 0,04 2,76 5,15 0,28
71,95 0,04 2,82 5,15 0,28
Inferior 189,72 0,10 7,88 10,05 0,55
Quadro da Armadura Transversal
Viga 4
Tramo Apoio Vsd Vwd (Asw/s),calc s máx
Solução (Asw/s),eff Vwd,eff Vrd
(kN) (kN) (cm2/m) (m) (cm
2/m) (KN) (KN)
1 Esquerdo -153,14
0,25 6//.20 2,83 67,49 204,74
Direito 65,95 6//.20 2,83 67,49 204,74
Quadro da Armadura Longitudinal
Viga 4
Tramo Lado L1 ou L2 As,calc As,eff As,corr X lb,net Al Ltotal
(m) (cm2) (cm
2) (cm
2) (m) (m) (m) (m)
1 Esquerdo 0,89 2,76 5,15 4,02 0,00 0,77 0,61 1,38
Direito 0,47 2,82 5,15 4,02 0,00 0,79 0,61 1,40
A.3.6. VIGA 5
Diagrama de Momentos Flectores e respectivo quadro.
Viga 5
Tramo 1
x Msd (KN.m)
0,00 -67,43
0,46 0,00
2,97 183,17
6,00 0,00
6,94 -63,84
Diagrama de Esforços Transversos e respectivo quadro.
Viga 5
Tramo 1
x Vsd (KN)
0,00 148,16
3,02 0,00
6,94 -44,82
Quadro da Dispensa de Armadura Longitudinal
Viga 5
Armadura Msd (kN.m) µ As,calc (cm2) Solução As,efect (cm
2) ρ (%)
Superior 67,43 0,04 2,63 5,15 0,28
63,84 0,03 2,49 5,15 0,28
Inferior 183,17 0,10 7,59 10,05 0,55
Quadro da Armadura Transversal
Viga 5
Tramo Apoio Vsd Vwd (Asw/s),calc s máx
Solução (Asw/s),eff Vwd,eff Vrd
(kN) (kN) (cm2/m) (m) (cm
2/m) (KN) (KN)
1 Esquerdo 148,16
0,25 6//.20 2,83 67,49 204,74
Direito -44,82 6//.20 2,83 67,49 204,74
Quadro da Armadura Longitudinal
Viga 5
Tramo Lado L1 ou L2 As,calc As,eff As,corr X lb,net Al Ltotal
(m) (cm2) (cm
2) (cm
2) (m) (m) (m) (m)
1 Esquerdo 0,46 2,63 5,15 4,02 0,00 0,74 0,61 1,35
Direito 0,93 2,49 5,15 4,02 0,00 0,70 0,61 1,31
A.3.7. VIGA 6
Diagrama de Momentos Flectores e respectivo quadro.
Viga 6
Tramo 1
x Msd (KN.m)
Tramo 2
x Msd (KN.m)
0,00 -73,39 0,00 -160,27
1,41 0,00 1,05 0,00
3,47 102,76 3,49 69,27
5,25 0,00 5,55 0,00
5,45 -205,04 6,97 -11,81
Diagrama de Esforços Transversos e respectivo quadro.
Viga 6
Tramo 1
x Vsd (KN)
Tramo 2
x Vsd (KN)
0,00 60,72 0,00 148,89
3,47 0,00 3,49 0,00
5,45 -194,28 6,97 -60,80
Quadro da Dispensa de Armadura Longitudinal
Viga 6
Armadura Msd (kN.m) µ As,calc (cm2) Solução As,efect (cm
2) ρ (%)
Superior
73,39 0,04 2,88 8,29 0,45
205,04 0,11 8,58 9,42 0,51
11,81 0,01 0,45 8,29 0,45
Inferior 102,76 0,06 4,09 6,03 0,33
69,27 0,04 2,71 6,03 0,33
Quadro da Armadura Transversal
Viga 6
Tramo Apoio Vsd Vwd (Asw/s),calc s máx
Solução (Asw/s),eff Vwd,eff Vrd
(kN) (kN) (cm2/m) (m) (cm
2/m) (KN) (KN)
1 Esquerdo 60,72
0,25
6//.20 2,83 67,49 204,74
Direito -194,28 6//.20 2,83 67,49 204,74
2 Esquerdo 148,89 6//.20 2,83 67,49 204,74
Direito -60,80 6//.20 2,83 67,49 204,74
Quadro da Armadura Longitudinal
Viga 6
Tramo Lado L1 ou L2 As,calc As,eff As,corr X lb,net Al Ltotal
(m) (cm2) (cm
2) (cm
2) (m) (m) (m) (m)
1 Esquerdo 1,41 2,88 8,29 6,28 0,00 0,50 0,61 1,11
Direito 0,20 8,58 9,42 6,28 0,05 1,31 0,61 1,97
2 Esquerdo 1,05 8,58 9,42 6,28 0,28 1,31 0,61 2,20
Direito 1,43 0,45 8,29 6,28 0,00 0,08 0,61 0,69
A.3.7. LAJE FUNGIFORME MACIÇA – ARMADURA SUPERIOR
Em vez de se apresentar o cálculo individualizado para cada uma das zonas de pilares, apresenta-se
primeiro todas as imagens necessárias, obtidas através do programa Robot Millennium v.17.5,
seguindo-se um quadro resumo com todos os valores dos cálculos efectuados, sendo que estes seguem
a metodologia de cálculo indicada para a zona do pilar 5 no capítulo 6.
Pilar 8
Na direcção x,
O respectivo corte,
Na direcção y,
O respectivo corte,
Quadro Final
Zona Direcção Lcut ∫ M Msd
µ As As,exist As,nec
Solução As,ef
(m) (kN.m) (kN.m/m) (cm2/m) (cm
2/m) (cm
2/m) (cm
2/m)
Pilar 8 x 3,00 275,78 91,93 0,125 11,33 5,65 5,67 10.05
y 3,00 274,04 91,35 0,124 11,25 5,65 5,59 5,65
Pilar 9 x 3,00 257,76 85,92 0,117 10,51 5,65 4,86 5,65
y 3,00 288,81 96,27 0,131 11,92 5,65 6,27 10.05