indústria da mineração nº49

20
WWW.FACEBOOK.COM/IBRAM.MINERACAO WWW.FACEBOOK.COM/IBRAM.MINERACAO WWW.TWITTER.COM/IBRAM_MINERACAO WWW.TWITTER.COM/IBRAM_MINERACAO IBRAM NAS REDES SOCIAIS: IBRAM NAS REDES SOCIAIS: WWW.IBRAM.ORG.BR WWW.IBRAM.ORG.BR Senado debate royalty da mineração Decreto institui Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho Kit de ferramentas do ICMM começa a ser implementado no Brasil Especialistas relatam experiências de bom relacionamento entre mineradoras e comunidade Eugênio Sávio/ VALE Terminal Marítimo de Tubarão, Vitória/ES Novembro de 2011 Ano VI - nº 49 Mineração indústria da

Upload: hoanghanh

Post on 04-Jan-2017

227 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

www.facebook.com/ibram.mineracaowww.facebook.com/ibram.mineracaowww.twitter.com/ibram_mineracaowww.twitter.com/ibram_mineracaoIBRAM nAs Redes socIAIs:IBRAM nAs Redes socIAIs: w w w. I B R A M . o R g . B Rw w w. I B R A M . o R g . B R

Senado debate royalty da mineração

Decreto institui Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho

Kit de ferramentas do ICMM começa a ser implementado no Brasil

Especialistas relatam experiências de bom relacionamento entre mineradoras e comunidade

Eugê

nio

Sávi

o/ V

ALE

Terminal Marítimo de Tubarão, Vitória/ES

Novembro de 2011Ano VI - nº 49Mineração

i n d ú s t r i a d a

EXPEDIENTE | Indústria da Mineração - Informativo do Instituto Brasileiro de Mineração • DIRETORIA EXECUTIVA – Presidente: Paulo Camillo Vargas Penna / Diretor de Assuntos Minerários: Marcelo Ribeiro Tunes / Diretor de Assuntos Ambientais: Rinaldo César Mancin • CONSELHO DIRETOR – Presidente: José Tadeu de Moraes / Vice-Presidente: Luiz Eulálio Moraes Terra • Produção: Profissionais do Texto – www.ptexto.com.br / Jorn. Resp.: Sérgio Cross (MTB3978) / Textos: Flavia Agnello • Sede: SHIS QL 12 Conjunto 0 (zero) Casa 04 – Lago Sul – Brasília/DF – CEP 71630-205 – Fone: (61) 3364.7272 / Fax: (61) 3364.7200 – E-mail: [email protected] – Portal: www.ibram.org.br • IBRAM Amazônia: Av Gov. José Malcher, 815 s/ 313/14 – Ed. Palladium Center – CEP: 66055-260 – Belém/PA – Fone: (91) 3230.4066/55 – E-mail: [email protected] • IBRAM/MG: Rua Alagoas, 1270, 10º andar, sala 1001, Ed. São Miguel, Belo Horizonte/MG – CEP 30.130-160 – Fone: (31) 3223.6751 – E-mail: [email protected] • Envie suas sugestões de matérias para o e-mail [email protected].

EDITORIAL

Mesmo com o ano chegando ao fim, a mineração não des-cansa, muito menos cruza os braços. O setor apresentou a rea-lidade da atividade na audiência pública conjunta da Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) com a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) realizada no Senado Federal.

Participar de audiências como essa significa estabelecer um importante e permanente canal de debates sobre a relevância da atividade para o País, principalmente em um momento em que as autoridades públicas discutem a criação de uma po-lítica nacional de mineração, que inclui possíveis alterações nos chamados marcos regulatórios, nas cobrança da CFEM e a substituição do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) por uma Agência Reguladora.

Atividades não param na mineraçãoUma das fortes razões é que o Brasil é um dos países mine-

radores de maior destaque. Tanto pelo volume de produção quanto pela alta qualidade dos minérios. A indústria da mi-neração pode ser considerada como um dos pilares da eco-nomia nacional, ao lado do agronegócio. É a indutora do de-senvolvimento de outras atividades produtivas, por ser a base de toda a indústria, que transforma os minérios em bens de consumo para movimentar o atacado, o varejo e os serviços.

A perspectiva positiva de investimentos no setor, de acor-do com o IBRAM, continua. Entre 2011 e 2015, os investi-mentos são da ordem de US$ 68,5 bilhões em várias partes do Brasil. É o maior investimento do setor privado em atividades produtivas no País.

Prefeitura de Brumadinho e MMX celebram acordo

para pavimentação da Conquistinha

A MMX (associada ao IBRAM), mineradora do Grupo EBX, firmou acordo com a Prefeitura Mu-nicipal de Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, para a pavimentação de cerca de oito quilômetros da estrada da Conquistinha. A via, de grande importância na região, liga a BR-381 ao entroncamento para Brumadinho e bairro Nossa Senhora da Paz, e cria a possibilidade de chegar à sede do município pela rodovia Fernão Dias. O evento para a assinatura do contrato foi no dia 8 de novembro, na Prefeitura do município.

Atualmente, a estrada da Conquistinha é de terra. O asfaltamento foi uma solicitação do po-der público do município, que já conduziu todo o processo de licenciamento ambiental. A obra terá início previsto em 90 dias e deverá ser finali-zada em nove meses.

Mina de Alegria está entre as maiores do País

A mina de Alegria, localizada na região da unidade de Germanos, Município de Ma-riana (MG), rendeu um prêmio à Samarco (associada ao IBRAM) em 8 de novembro. A mina foi uma das vencedoras do prêmio 200 Maiores Minas Brasileiras, oferecido há sete anos pela revista Minérios & Minerales, uma das mais importantes do segmento de mineração em todo o país.

Os critérios de premiação foram a produção da mina, o tempo de lavra, os investi-mentos realizados, entre outros, que foram levantados pela organização do evento por meio de um questionário respondido por todas as empresas que concorrem ao prêmio.

Anglo American é eleita uma das empresas mais sustentáveis do Brasil

A Unidade de Negócio Níquel da Anglo Amerian (associada ao IBRAM) foi eleita pelo Guia Exame de Sustentabilidade como uma das 21 companhias mais sustentá-veis do País. Esta é a quarta vez consecutiva que a mineradora conquista o prêmio, cuja entrega aconteceu na Fundação Maria Luísa e Oscar Americano, em São Paulo. O Guia, em sua 12ª edição, é uma publicação anual que destaca as empresas modelo em desenvolvimento sustentável, sendo um dos mais respeitados levantamentos sobre o tema no Brasil.

Ano VI – nº 49, novembro de 2011Indústria da Mineração 2

Conhecer os benefícios gerados pela mi-neração nos municípios. Esta é a intenção do Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM) ao auxiliar a Vale (associada ao IBRAM) na implementação do kit de fer-ramentas do Conselho no Brasil.

O estudo analisará a contribuição econô-mica e social do setor brasileiro de minera-ção como um todo para o País, bem como a contribuição específica do subconjunto das minas da Vale, com base nos projetos da empresa no sudeste do estado do Pará.

O documento mostrará, também, a con-tribuição econômica e social dessas minas em nível local, regional e nacional, salien-tando as iniciativas de parcerias em que o setor da mineração trabalha com investido-res para fortalecer a governança e melhorar os resultados do desenvolvimento.

O foco da pesquisa recai sobre seis te-mas prioritários, identificados em pesqui-sas anteriores realizadas pelo ICMM e con-sideradas importantes na maior parte dos países em que há riquezas minerais: (1) mineração e redução da pobreza; (2) mi-neração e desenvolvimento econômico – gestão de receitas; (3) mineração e desen-volvimento econômico – planejamento do desenvolvimento regional; (4) mineração e desenvolvimento econômico – conteúdo local; (5) mineração e investimento social; e (6) mineração e solução de conflitos.

Objetivos

O estudo tem duas finalidades princi-pais. Em curto prazo a intenção é fornecer uma base sólida das contribuições econô-micas e sociais, das oportunidades e dos

desafios da mineração de larga escala no Brasil. Já no longo prazo é trazer mais es-tabilidade ao setor através da maior agre-gação de valor que parcerias significativas podem trazer para o desenvolvimento sus-tentável, caso alinhadas entre as empresas, o governo central e local, as comunidades locais e a comunidade internacional.

As descobertas do Estudo de Caso Brasil (Brazil Country Case Study) serão utilizadas para promover o engajamento entre o setor da mineração e seus investidores governa-mentais e não-governamentais, promover debates e atividades relacionadas e minorar o impacto do desenvolvimento na mineração.

Implementação

A implementação do kit de ferramentas “Mineração - Parcerias para o Desenvolvi-mento - MPD” no Brasil será realizada pela Oxford Policy Management (Gestão de Polí-ticas Oxford) em parceria com organizações brasileiras dirigidas pelo ICMM. O projeto terá início em aproximadamente duas sema-nas com base no trabalho realizado no país (17 a 29 de Outubro de 2011), seguido de relatórios e apresentação das conclusões em um workshop com a participação de multi--investidores. Este workshop será marcado para março de 2012. A expectativa é de que a versão final do documento esteja finaliza-da em maio do ano que vem.

Histórico

Em 2004, o Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM) iniciou o pro-grama “Benefícios dos Recursos Naturais” em parceria com a Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) e o Grupo do Banco Mundial.

O ICMM criou um importante grupo de pesquisas sobre o assunto, o que fez com que alguns países escapassem da “maldição dos recursos” e desenvolvessem iniciativas para empresas, governos e a sociedade civil. Essas pesquisas foram supervisionadas por um gru-po internacional independente de assessoria.

A iniciativa “Benefícios dos Recursos Natu-rais” mostrou que a “maldição dos recursos” não é inevitável. Investimentos em mineração podem levar ao crescimento econômico e à redução da pobreza, tanto em âmbito local quanto nacional. Entretanto, as empresas, isoladamente, não conseguem identificar os benefícios da mineração - governança é um fator chave e parcerias com multi-investidores ajudam a preencher as lacunas de capacidade.

Essas descobertas basearam-se na utiliza-ção do Kit de Ferramentas “Benefícios dos Recursos Naturais” do ICMM (Abril 2006) em quatro países – Chile, Gana, Peru e Tanzânia. Em julho de 2011, o kit de ferramentas foi re-visto, ampliado e reeditado sob o título “Mi-neração - Parcerias para o Desenvolvimento”.

Kit de Ferramentas do ICMM começa a ser implementado no Brasil

Estudo possibilita uma melhor compreensão da

mineração e sua contribuição para o desenvolvimento

Visita da Delegação do ICMM ao Brasil

MM

E

Indústria da Mineração Ano VI – nº 49, novembro de 2011 3

O programa de qualificação profissio-nal Mina de Talentos, iniciativa da Bahia Mineração - Bamin (associada ao IBRAM) em parceria com o SENAI, recebeu o “Prê-mio Ser Humano - Luiz Tarquínio”, da As-sociação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-BA), por ter sido considerada a melhor iniciativa em gestão de pessoas, na Bahia, na categoria Responsabilidade So-cial. Agora, o programa poderá concorrer ao “Prêmio Ser Humano - Oswaldo Che-chia”, realizado pela ABRH Nacional.

O coordenador de Desenvolvimento de Recursos Humanos da Bamin, Miguel Argo-lo, recebeu o prêmio das mãos de Patrícia Argôlo, vice-presidente da ABRH-BA. Para ele, foi um importante reconhecimento para a Bamin, pois a empresa tem se de-dicado à qualificação de mão de obra lo-cal por meio do Mina de Talentos. “Nosso programa tem o objetivo de contribuir para mudar a realidade social das regiões de Ca-etité e Ilhéus, ao fazer com que essas pes-soas se integrem ao mercado de trabalho. Isso com um investimento de 16,7 milhões de reais até 2014”, disse.

O Mina de Talentos é considerado o maior programa de qualificação profissio-nal realizado, neste início de década, pela iniciativa privada na Bahia. A meta é qua-lificar, em três anos, mais de 6,5 mil mora-dores das regiões de Caetité e Ilhéus para as etapas de construção e operação do pro-jeto Pedra de Ferro, da Bamin. Ainda na fase de licenciamento ambiental do Pedra de Ferro, mais de 10% desta meta já foi al-cançada e outros 120 trabalhadores estão atualmente em sala de aula.

Realizado há quatro anos, o “Prêmio Ser Humano - Luiz Tarquínio” visa reconhecer

e certificar projetos e boas práticas nas áre-as da gestão de pessoas, recursos humanos, desenvolvimento sustentável e responsabi-lidade social empreendidos por organiza-ções públicas, privadas e da sociedade civil sediadas na Bahia.

“Reconhecemos aqui o trabalho de pes-soas que estão mudando a história de suas empresas por meio de ideias inovadoras e, principalmente, por estarem cuidando das pessoas que fazem estas empresas, o que é nosso maior propósito”, afirmou Ana Cláu-dia Athayde, presidente da ABRH-BA.

Sobre o Mina de Talentos

Os cursos oferecidos pelo Mina de Ta-lentos, voltados somente para a fase de construção do projeto da Bamin, contem-plam 5,5 mil vagas para moradores das re-giões de Ilhéus e Caetité, e são divididos nas áreas de movimentação de terra e car-ga; obra civil, montagem elétrica e mecâni-ca e técnicas administrativas.

Para a fase de operação serão cerca de mil vagas para cursos voltados à operação e manutenção da mina e da usina de benefi-ciamento de minério, em Caetité; do termi-nal de uso privativo (TUP) a ser construído

no Porto Sul, em Ilhéus, e a operação e ma-nutenção ferroviária.

Entre os dias 15 e 24 de março, a Bahia Mineração recebeu mais de 10 mil inscri-ções para os processos de seleção do Mina de Talentos, em postos abertos nas cidades de Caetité, Guanambi e Ilhéus.

Na primeira etapa do programa, 654 moradores das cidades de Caetité, Gua-nambi e Ilhéus concluíram os cursos de técnicas administrativas, auxiliar civil, car-pintaria, marcenaria industrial, operador de escavadeira, operador de motoniveladora e operador de trator.

Para a segunda etapa, já em andamen-to, estão previstas 134 vagas em Caetité e 152 vagas em Guanambi para os cursos de técnicas administrativas, auxiliar civil, pe-dreiro, motorista de caminhão e operador de pá carregadeira. Em Pindaí são 120 va-gas para os cursos de auxiliar civil e moto-rista de caminhão.

Em Ilhéus, também foram criadas 240 vagas voltadas especialmente para morado-res da região de Aritaguá, no norte de Ilhéus – onde será construído o terminal de uso privativo da Bamin – para os cursos de car-pintaria e auxiliar civil.

Programa de qualificação profissional da Bahia Mineração vence o Prêmio Ser Humano - Luiz Tarquínio da ABRH/BA

Mina de Talentos venceu o prêmio na categoria

Responsabilidade Social e poderá concorrer à etapa

nacional da ABRH

Bam

in

Bamin recebe o Prêmio Ser Humano - Luiz Tarquínio

Indústria da Mineração Ano VI – nº 49, novembro de 2011 5

Todo o universo inventivo dos irmãos Gustavo e Otávio Pandolfo, mundialmente conhecidos como OSGEMEOS, vai percor-rer diariamente as 51 comunidades bene-ficiadas pelos trens de passageiros da Estra-da de Ferro Vitória a Minas (EFVM) a partir deste mês, numa espécie de itinerância da exposição Fermata, mostra inédita da dupla que ficará em cartaz no Museu Vale (ES) até fevereiro de 2012.

Idealizado por OSGEMEOS, o Projeto WholeTrain levará a arte da dupla às co-munidades localizadas no entorno da linha férrea da Vale que, normalmente, não têm a oportunidade de ter acesso a exposições artísticas. Também serão beneficiadas pelo projeto as pessoas que utilizam o transporte ferroviário de passageiros da EFVM todos os dias. Para isso, sete carros das composições ferroviárias que partem diariamente de Ca-riacica (ES) e de Belo Horizonte (MG) foram transformados pelos artistas em uma grande exposição a céu aberto. Inédita, a interven-ção artística nos trens de passageiros da Vale tem como foco a vertente grafite da dupla e engloba desenhos que variam entre imagens abstratas e situações do cotidiano.

Arte sobre os trilhos: trens de passageiros da Vale exibem o mundo de OSGEMEOS

Entre os carros grafitados estão cinco de passageiros, um restaurante e um gerador - este último fica acoplado ao trem que faz o ramal de Itabira e gera a energia que abas-tece o sistema de ar condicionado da classe executiva. A previsão é de que os carros cir-culem grafitados junto aos demais da frota por um período de seis meses.

A iniciativa de levar o Projeto Whole-Train para a EFVM faz parte da estratégia da Fundação Vale de valorizar e fortalecer as identidades culturais regionais por meio da preservação da memória e do patrimô-nio histórico-cultural dos locais em que a Vale atua. Com esta proposta, a Fundação contribui para a educação patrimonial, para o acesso de crianças e jovens a equipamen-tos e processos de fruição e de produção cultural e artística e para a construção de um legado positivo nas regiões nas quais a Vale está presente.

A grafitagem dos carros, que durou cinco dias, aconteceu na oficina de Ma-nutenção do Trem de Passageiros da Vale, localizada em Cariacica (ES), e contou com a participação de nomes de destaque da

cena mundial do grafite convidados por OSGEMEOS, como Coyo, Toes, ISE, Mind (Itália), Finok, Water e Diet – esses dois últi-mos da Lituânia. Como parte da itinerância da exposição Fermata, a previsão é que em 2012, o Projeto WholeTrain seja estendi-do também para a Estrada de Ferro Carajás (EFC), linha férrea da Vale que liga a cidade de São Luís, no Maranhão, a Parauapebas, no Sudoeste do Pará, num total de 892 km e 25 municípios entre os dois estados.

Projeto WholeTrain

O WholeTrain foi iniciado em São Pau-lo em 2002, quando foram grafitados dois trens inteiros e ganhou grande visibilidade tanto no Brasil como no exterior. Como re-sultado, o projeto foi ampliado e foram exe-cutadas novas grafitagens em outras cidades em parceria com companhias de trens e metrôs do Brasil (CPTM-SP, Trensurb - Porto Alegre, Supervia – Rio de Janeiro, CBTU - João Pessoa e Natal, Metrorec e CBTU - Re-cife). O projeto passou ainda pelas cidades de Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, João Pessoa e Natal.

Trem de passageiros da EFVM

A Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), ferrovia operada pela Vale e que liga os estados do Espírito Santo e Minas Gerais, mantém o único trem de passageiros diá-rio do país que percorre longas distâncias. No percurso, o passageiro tem à disposição belas paisagens, história, modernidade e conforto. Cerca de 3 mil pessoas utilizam os trens da Vale diariamente. Durante os feriados, quando o movimento aumenta, o número sobe para aproximadamente 4.500 pessoas por dia. Por ano, cerca de um mi-lhão de passageiros utilizam o transporte que, entre outras funções, incentiva o tu-rismo no Vale do Rio Doce e contribui para integrar e desenvolver as comunidades por onde a ferrovia passa.

Ano VI – nº 49, novembro de 2011Indústria da Mineração 6

Foto

s: V

ale

Projeto WholeTrain, realizado pela Vale e por OSGEMEOS

Todos os dias, às 7h, uma composição ferroviária parte do Espírito Santo rumo a Minas Gerais. Da capital mineira, a viagem do trem de passageiros tem início diariamen-te às 7h30. O trajeto dura aproximadamente 13 horas, num trecho de 664 km. A viagem pode ser feita tanto em carros econômicos quanto em executivos – esses últimos equi-pados com ar condicionado.

Para oferecer mais comodidade aos usuários, o Trem de Passageiros é equipado com carro lanchonete e carro restaurante, com mesas e cadeiras para quem não abre mão do conforto na hora das refeições. Há também um espaço exclusivo para pessoas com deficiência. Em todos os ambientes da composição ferroviária, os passageiros con-tam com atendimento da equipe de bordo. A compra dos bilhetes de viagem pode ser feita tanto nas estações ao longo do trecho, em pontos de venda autorizados e, ainda, pela internet, no site do Trem de Passageiros (www.vale.com/tremdepassageiros). Nessa última opção, as passagens podem ser ad-quiridas apenas com cartões de crédito das bandeiras Visa, Mastercard ou Diners.

Cargas

Considerada a ferrovia mais produtiva do Brasil e uma das mais modernas do mundo graças aos investimentos em recursos huma-nos e em modernas tecnologias, a Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) completou, em 2011, 107 anos de operação. Por seus 905 quilômetros de extensão passam diariamen-te pelo menos 60 tipos de produtos, entre minério de ferro, aço, soja, carvão e calcá-rio, entre outros, o que representa 40% de toda a carga ferroviária do país.

As operações da EFVM vem sendo mo-dernizadas para aumentar a segurança, a eficiência, a capacidade e a produtividade. Os cuidados com o meio ambiente tam-bém entraram na pauta da ferrovia. No fi-nal de 2008, a Vale iniciou, na EFVM, os testes com o Trem Biocombustível, projeto inédito que prevê a utilização da mistura gás natural e diesel em suas locomotivas. A iniciativa permitirá a redução das emissões de CO² na atmosfera proveniente da quei-ma de combustíveis.

Estima-se que, com o uso futuro de gás nas locomotivas que operam em suas

ferrovias, a Vale deixará de emitir 73 mil toneladas de CO² equivalentes na atmos-fera por ano. Esse volume corresponde ao seqüestro de CO² do reflorestamento de mais de 155 hectares de mata nativa e equivale, também, à emissão de uma cidade não industrializada de aproxima-damente 9 mil habitantes. Em janeiro de 2007, a Vale antecipou-se à Lei Federal 11.907/05 e passou a utilizar o B2 (mistura 2% de biodiesel e 98% de diesel comum). Em julho de 2008, substituiu o B2 pelo B3 (3% biodiesel e 97% diesel comum).

Ainda como parte dos investimentos so-cioambientais realizados na EFVM, o proje-to Ferrovia Verde trocou o uso de madeira nativa nos dormentes da linha férrea por materiais alternativos. Já estão sendo usa-dos mais de 2 milhões de dormentes de aço. Com a medida, aproximadamente 500 mil árvores deixam de ser derrubadas anu-almente. Ainda em um trecho específico da ferrovia estão instalados 500 dormentes de fibra de vidro, plástico e borracha, que utilizam como matéria-prima pneus, emba-lagens de álcool, xampu e produtos de lim-peza que deixaram de ir para o lixo.

A história da EFVM

A história da Estrada de Ferro Vitória a Minas começou em 1903, com o início da construção da Companhia Estrada de Ferro Vitória a Minas (CEFVM). Um ano depois, no dia 13 de maio, foi inaugurado o primei-ro trecho ferroviário, ligando as cidades de Vitória e Natividade. Em 1914, Mariana e Diamantina, ambas em Minas Gerais, tam-bém receberam estações. A ferrovia chegou a Belo Horizonte em 1994.

Em 1º de junho de 1942, o então pre-sidente da República, Getúlio Vargas, assinou o decreto de criação da mine-radora Vale, que incorporou algumas em-presas e a Estrada de Ferro Vitória Minas. Em 1970, entrou em circulação o maior trem do mundo em bitola métrica, com 150 va-gões e 1.550m de extensão, puxado por lo-comotivas diesel elétricas de 3.900 HP (1 HP equivale a aproximadamente 746 Watts).

Em 2002, passou a ser utilizado o trem de 320 vagões, composição com quase três quilômetros de extensão. Um ano depois, a Vale alcançou o recorde de 119,7 milhões de toneladas de carga transportadas na ferrovia.

Indústria da Mineração Ano VI – nº 49, novembro de 2011 7

A possibilidade de aumento da Com-pensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), também conhe-cida como royalty da mineração, foi tema de debate na audiência pública conjunta da Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) com a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) realizada no Senado Federal.

O projeto de relatoria do Senador Aé-cio Neves (PSDB/MG) prevê o aumento das alíquotas da CFEM para 2% a 5% do fatu-ramento bruto das empresas mineradoras. Hoje, o cálculo varia entre 0,2% e 3% do fa-turamento líquido - na média, cobra-se 2%.

A compensação financeira é devida a Estados, Distrito Federal, Municípios e ór-gãos federais pela exploração econômica dos recursos minerais extraídos do subsolo, considerados bens da União, conforme nor-ma constitucional. “Hoje, como está sendo feito, é lamentável, há uma alíquota de 2%, com uma base de cálculo sobre a receita lí-quida, sobre o valor líquido da exportação” – afirmou o Senador Flexa Ribeiro (PSDB--PA), referindo-se ao pagamento do CFEM pelas mineradoras.

Conforme explica Aécio Neves, o projeto visa acabar com conflitos gerados pela previ-são legal (Lei 7.990/1989) de se deduzir des-pesas de transporte da base de cálculo da contribuição, especialmente pela imprecisão da norma quanto à definição das despesas. “A lei não deixa claro se o transporte interno pode ser deduzido da base de cálculo. As

mineradoras afirmam que sim, ao passo que o DNPM [Departamento Nacional de Pro-dução Mineral] defende que não”, diz Aécio.

O Secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia, Cláudio Scliar, defendeu o aumento dos royalties. Ele enfatizou que a sistemática da cobrança da CFEM não é eficaz para dar um melhor retorno para os Municípios, os Estados e a União.

Na ocasião, o representante do MME afirmou que as possíveis alterações ora em estudo no Executivo, não irão afetar a com-petitividade das empresas. “Uma legislação transparente, correta, segura, vai fazer com que mais investimentos sejam feitos no País”.

Todavia, qualquer alteração, principal-mente um aumento nos royalties, como defendido pelos senadores, sem a avalia-ção necessária, pode trazer consequências irrecuperáveis ao País. O Presidente da Vale, Murilo Ferreira, lembrou da importância da atividade minerária para os brasileiros. Se-gundo ele, o setor contribuiu com US$ 104 bilhões para o saldo comercial do Brasil nos últimos dez anos. Além disso, o salário mé-dio em um município minerador é 5 vezes superior à média registrada antes da ativida-de mineradora se instalar na região.

Ferreira destacou ainda que a carga tri-butária do setor de mineração no Brasil já é superior à de outros países, o que gera im-pactos negativos sobre a competitividade no

mercado internacional. “Com certeza, uma carga tributária e custos elevados e cres-centes significariam uma vida útil cada vez menor para esses empreendimentos, com efeitos significativos sobre a vida econômica dos municípios”, disse.

O Presidente do IBRAM, Paulo Camillo Vargas Penna, concordou. Para ele não se deve avaliar essa taxação isoladamente. “Não se pode fazer uma análise dos royalties sem olhar a carga total”, ressaltou.

Como base de seu argumento, Camillo Penna utilizou um estudo encomendado pelo IBRAM à Ernst&Young, que mostra que o Brasil é campeão mundial em tribu-tos sobre vários minérios. “Nós temos efe-tivamente, pela proposta que está sendo apresentada um aumento de 5% a 10 % dos royalties. Foi esquecido que existe 50% devido ao superficiário sobre a CFEM reco-lhida. Quando se fala em 5%, na verdade estamos falando em 7,5%”, lembrou.

Na audiência pública no Senado, Penna afirmou que o setor tem planos de investir US$ 68,5 bilhões até 2015, mas que esses projetos enfrentam três entraves: licencia-mento ambiental lento, falta de mão de obra e carga tributária elevada. O Presiden-te do IBRAM ainda defendeu que o debate deve ser lastreado pelo que chamou de sus-tentabilidade técnica.“A legislação de royal-ties deve ser percebida em um ambiente de mais de 10 mil empresas que funcionam no Brasil”, enfatizou.

Senado debate royalty da mineração

Presidente do IBRAM, Paulo Camillo Vargas Penna, participa de audiência Pública no Senado

Eugê

nio

Nov

aes

Indústria da Mineração Ano VI – nº 49, novembro de 2011 9

SEGURANÇA E SAÚDE

AtUAliDADES

INFRAçõES DA NR 28 SãO REVISTAS

Por meio da Portaria 277, publicada no Diário Oficial da União em 10 de outubro último, o Ministério do Tra-balho promoveu alterações no Anexo II da NR 28 (Fiscalização e Penalida-des), que apresenta as ementas para o cálculo dos custos fiscais pelo des-cumprimento dos itens das Normas Regulamentadoras. Ao todo, foram revistos as gradações de infração de 16 regulamentações em Saúde e Se-gurança do Trabalho. Entre elas, as NRs 1, 3, 5, 6, 8, 12, 15, 18, 19, 22, 23, 25, 26, 30, 32 e 34.

Além da alteração de diversas NRs, uma nova norma foi publicada (NR 34 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria de Constru-ção e Reparação Naval) e outra foi totalmente repaginada (NR 12 – Se-gurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos). Apesar de todas as modificações na legislação de Saú-de e Segurança do Trabalho, as gra-dações de infração pelo descumpri-mento destas novas NRs, bem como das que foram atualizadas, não ti-nham sido revisadas. Com a publica-ção desta portaria, os profissionais de segurança e a direção de cada em-presa poderão calcular o custo fiscal imposto para cada item das NRs em vigor. O cálculo leva em conta o nú-mero de empregados e a gravidade da infração, atribuída nesta ementa.

Fonte: Revista Proteção

O Tribunal Superior do Trabalho (TST), por intermédio do Programa Nacional de Pre-venção de Acidentes de Trabalho, promo-veu o Seminário de Prevenção de Acidentes de Trabalho. O encontro, do qual resultou a Carta de Brasília, teve como objetivo am-pliar o debate a respeito da importância de promover a Saúde e Segurança dos trabalha-dores, bem como difundir o conhecimento especializado a respeito das causas, conse-quências e medidas preventivas concretas, a fim de subsidiar a implementação de uma política pública permanente voltada à pro-moção da saúde e da segurança no trabalho.

O evento contou com a participação do Economista José Pastore, Pesquisador da Fundação Instituto de Pesquisas Econômi-cas, Professor da Universidade de São Paulo (USP) e Consultor em Relações do Trabalho e Recursos Humanos. De acordo com ele, “o custo econômico gerado para as empre-sas com os acidentes de trabalho é muito pequeno quando comparado ao enorme sofrimento causado ao trabalhador e seus familiares”. Segundo o especialista, o custo que os acidentes de trabalho geram para as famílias, para o governo e para a sociedade é muito grande, e muitas vezes os números chegam a “surpreender aqueles que não es-tão acostumados com a sua dimensão”.

Pastore afirmou que o custo total dos aci-dentes de trabalho é de aproximadamente R$ 71 bilhões anuais, em uma avaliação “subestimada”. Este valor representa cerca de 9% da folha salarial anual dos trabalha-dores do setor formal no Brasil, que é da ordem de R$ 800 bilhões. Para chegar a este número o pesquisador observou que

devem ser somados os custos para as em-presas e os custos para a sociedade. Para as empresas, dividem-se basicamente em cus-tos segurados e não segurados. O primeiro envolve o valor gasto para se fazer seguro de acidentes de trabalho, e o segundo são aqueles que decorrem do próprio acidente, que causam muitos estragos na “vida” da empresa e que não estão segurados. Para a sociedade, trata-se dos gastos com Pre-vidência Social, Sistema Único de Saúde (SUS) e custos judiciários.

O Professor lembrou que o valor investido em seguros contra acidentes de trabalho no ano de 2009 pelas empresas foi de 8,2 bi-lhões (custo segurado). Para cada R$ 1 gas-to no custo segurado, a empresa tem uma despesa de R$ 4, em média, em custos não segurados, o que perfaz um total de R$ 41 bilhões (8 x 4 + 8 já recolhidos). Somados aos custos da sociedade e aos custos das fa-mílias (R$ 14 bilhões), que muitas vezes têm sua renda diminuída ou interrompida, a pro-porção aumenta: R$ 6 não segurados para cada R$ 1 segurado.

A Coordenadora do Programa MINERAÇÃO, Cláudia Pellegrinelli, esteve presente no Se-minário. Para ela, a iniciativa do TST de pro-mover o encontro demonstra que a impor-tância do tema atingiu sua esfera máxima. “Este é um movimento de grande relevância que vem chamando a atenção de todos os prevencionistas. Acredito que a atitude do Tribunal deve estimular ações de prevenção no trabalho por parte de maior número de empresas”, avaliou.

Fonte: Secretaria de Comunicação Social do Tribunal Superior do Trabalho

TST PROMOVE SEMINáRIO DE PREVENçãO DE ACIDENTES DE TRABALHO

Banc

o de

imag

ens

A Samarco (associada ao IBRAM) tem a valo-rização da vida como uma de suas premissas mais importantes. Baseando-se nesse valor e para atender ao objetivo estratégico de promover um ambiente de trabalho seguro, a empresa desenvolve ações de aprendiza-gem contínua que visam estimular o com-portamento seguro dos seus empregados, estendendo-o a todos que estão à sua volta.

Segundo Anna Silvia Vassem, analista de Segurança do Trabalho, os comportamen-tos seguros não devem estar apenas no coti-diano organizacional. “A segurança deve ser a base do trabalho, mas também da vida, e isso inclui as pequenas atitudes do dia a dia”, diz. São elas que compõem a cultura de segurança de uma organização, a qual pode variar de acordo com seu nível de maturidade entre os estágios Reativo, De-pendente, Independente e Interdependen-te. “A cultura reativa é aquela em que não há controles de segurança. O tratamento ocorre após as ocorrências. À medida que a empresa evolui, ela passa para o estágio Dependente, no qual os comportamen-tos seguros só ocorrem quando sob algum controle externo”, explica a analista. “Já na cultura Independente, a obediência que marcava o estágio anterior dá lugar à cons-cientização, e a pessoa cuida de si mesma,

O VALOR DAS ATITUDES DO DIA A DIA

mas ainda não há preocupação sistemática com o colega ou com outras áreas”.

O último estágio é o da cultura Interdepen-dente, o norte da Samarco. Nela, o empre-gado pratica o cuidado ativo – Eu cuido de mim, cuido do outro e deixo o outro cuidar de mim – criando um ambiente de ajuda e proteção mútuas. Para alcançá-la, as lide-ranças têm investido no desenvolvimento e na disseminação da segurança, por meio dos Diálogos Diários de Saúde e Seguran-ça, dos Comitês de Saúde e Segurança, dos treinamentos e de projetos e programas que envolvem os empregados em um processo andragógico de aprendizagem (técnicas de aprendizagem voltadas para adultos).

Um deles é o Projeto de Riscos Críticos, iniciado no ano passado. “As equipes são incentivadas a identificar em suas áreas os riscos que podem causar fatalidade ou incapacidade permanente. Além disso, os empregados são convidados a contribuir com grupos que estudam quais as dire-trizes e controles mais eficazes para lidar com esses riscos”, ressalta Anna. “É uma forma interativa e dinâmica de se envol-ver, aprender e promover o amadureci-mento na cultura de segurança”.

FONTE: Revista da Samarco

boAS pRáticAS

PROJETO RENDE PRêMIO INTERNACIONAL

A EMPRESA DE BARCARENA

A redução no número de acidentes de tra-balho é uma busca constante das indústrias em todo o mundo. Somente no Brasil, de acordo com a Previdência Social, aconte-cem cerca de sete acidentes deste tipo por dia. Por isso, as iniciativas das empresas para prevenir sinistros e manter a integri-dade do colaborador são cada vez mais importantes. Campanhas, ações e palestras são alguns dos artifícios utilizados para que as atividades de rotina não sejam as causas de novas ocorrências.

Uma prática desenvolvida pela Imerys (as-sociada ao IBRAM), empresa com planta no polo industrial de Barcarena e mina em Ipi-xuna do Pará, acaba de receber um prêmio internacional. A Academia de Segurança tem ambiente que possui todos os cenários e equipamentos necessários para a identifi-cação de situações de risco e que já capa-citou mais de 600 pessoas, entre colabo-radores, parceiros e comunidade em geral. O projeto foi o vencedor do SD Challenge, premiação que reconhece as boas práticas das unidades do Grupo Imerys em todo o mundo. Esta é a sexta vez consecutiva que a Imerys do Pará é contemplada.

A Academia de Segurança é pioneira no Pará e permite a capacitação em cenários práti-cos de situações que ocorrem no cotidiano da indústria. No espaço estão reunidas todas as ferramentas necessárias para preparar as pessoas na prevenção de riscos, sem que os participantes dos cursos precisem ir à fábrica para simular as situações reais.

Segundo Elias Farias, técnico de segurança da empresa, “ter um centro de treinamen-to dentro da Imerys é um fator motivacional para os colaboradores. As provas de que os investimentos em segurança têm dado certo são os recordes de mais de um ano sem aci-dentes em diversas áreas”, conta.

FONTE: Imerys

Banc

o de

imag

ens

VlADimiR ApS

Vladimir Aps é Engenheiro de Minas pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e Diretor Técnico da Itaoeste

A comprovação, no início deste ano, da existência de uma importante jazida de tálio no município de Barreiras, no Noroeste da Bahia, fez mais do que simplesmente somar mais um produto à já extensa lista de ma-térias-primas que o País tem a oferecer nos mercados interno e internacional. Ela abriu perspectivas inteiramente novas em um im-portante setor da exploração mineral, pois o tálio está longe de ser um metal comum.

Basta dizer que atualmente apenas dois países – o Cazaquistão e a China – têm con-dições de oferecer o metal no mercado in-ternacional. E que um deles, a China, vem adotando desde 2006 uma política de res-trições fiscais, a fim de manter a produção dentro de suas fronteiras, para o abasteci-mento exclusivo de seu mercado interno. A pouca disponibilidade vem resultando no aumento do preço do produto. De cerca de US$ 2 o grama, em 2005, ele está hoje na faixa dos US$ 6 o grama.

Apesar disso, os usos do tálio estão au-mentando. Na medicina, o tálio vem sendo cada vez mais usado como contraste para a geração de imagens em exames cardio-vasculares. As moléculas de cloreto de tá-lio marcadas com o radioisótopo TI201 são usadas há mais de 25 anos e constituem hoje o padrão em medidas do fluxo sanguí-neo no coração.

O tálio é um importante material ter-moelétrico, capaz de gerar energia elétrica a partir de uma fonte de calor. Isso abre

ARTIgO

Tálio abre novas oportunidades na economia

enormes perspectivas com relação à trans-formação do calor dissipado pelos motores em energia aproveitável. O tálio é empre-gado também como material supercondutor em altas temperaturas. Outros usos incluem filtros de comunicação sem fio, sistemas óp-ticos de detecção de infravermelhos, como cristal em dispositivos para a detecção de raios gama e a fabricação de Leds.

gramas. Isso equivale a seis anos de consu-mo mundial do produto, que é atualmente de 10 milhões de gramas por ano. Alem dis-so, é a primeira vez no mundo em que um depósito de tálio foi encontrado associado ao manganês e ao cobalto, em um ambiente geológico continental.

Esses resultados correspondem a apenas 2% de uma área de 44 mil hectares, ainda em pesquisa pela empresa. As expectativas são otimistas, pois estudos em desenvolvi-mento confirmam a continuidade do miné-rio e a presença de significativas reservas de manganês e cobalto, produtos com alta de-manda e valor de mercado.

Além de colocar o Brasil em evidência por conta da descoberta de um minério raro, a Itaoeste trouxe inovações para os processos de obtenção. Por meio de ensaios hidrometalúrgicos, as amostras foram sub-metidas a uma série de operações, chegan-do-se à produção de sulfato de manganês, óxido de cobalto e sais de tálio, com exce-lentes recuperações metálicas. Os estudos contaram com o apoio de pesquisadores contratados pela Itaoeste e foram desenvol-vidos no Departamento de Engenharia de Minas e Petróleo da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP).

O Brasil já domina a tecnologia de par-te das aplicações do tálio, especialmente para a medicina. A descoberta dessa jazida abre as portas para o desenvolvimento de cadeias de valor complexas e de alta tec-nologia. Com garantia de fornecimento e independência de fontes externas, o País ganha a possibilidade de ingressar em áreas técnicas inteiramente novas, para benefício de sua economia.

"com GARANtiA DE foRNEcimENto E

iNDEpENDêNciA DE foNtES ExtERNAS, o pAíS GANhA A

poSSibiliDADE DE iNGRESSAR Em áREAS

técNicAS iNtEiRAmENtE NoVAS, pARA bENEfício

DE SUA EcoNomiA."

Esse cenário de utilização crescente do tálio valoriza a descoberta feita pela Itaoes-te, empresa de pesquisa e desenvolvimento mineral, fundada em 2002, com atuação na Bahia, Piauí e São Paulo. A Itaoeste (associa-da ao IBRAM) tem como principal acionista o empresário Olacyr de Moraes. A jazida de tálio veio ampliar o portfólio da empresa, composto, entre outros elementos, de man-ganês, cobalto, ferro, ouro, cobre e fosfato.

A descoberta impressiona por sua magni-tude. As reservas de tálio metálico identifica-das correspondem a mais de 60 milhões de

Evan

dro

Fiúz

a

Ano VI – nº 49, novembro de 2011Indústria da Mineração 12

A SOMAR (associada ao IBRAM) é a única mineradora de areia destacada no ranking das 200 Maiores Minas Brasileiras publicada pelo anuário da Revista Minérios & Minerales. A empresa ocupa o 57ª po-sição no ranking geral, no quesito “produ-ção”, e a 19ª em “produto final gerado e previsão para 2011 e 2012”, períodos em que deverá estar minerando 3 milhões de toneladas de areia, a cada ano. Vale obser-var que a empresa está posicionada em 37º lugar em investimentos ambientais e em 71º em investimentos gerais.

A SOMAR – Sociedade Mineradora ope-ra há quase três décadas em uma jazida de22 quilômetros de extensão contínua no baixo Rio Jacuí, entre os municípios de São Jerô-nimo, Charqueadas e Triunfo. Nos últimos dois anos recebeu sete prêmios em qualida-de e na área ambiental. O último – Prêmio

200 Maiores Minas: SOMAR é a única mineradora de areia no ranking nacional

Mérito Ambiental Henrique Luiz Roessler – , foi entregue em agosto com a chancela da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e da Fepam, instituição responsável pelo licencia-mento ambiental no Rio Grande do Sul.

Classificação

De acordo com a publicação Minérios & Minerales, as minas foram agrupadas no Ranking Geral, de acordo com a produção run of mine (ROM) de 2010 em toneladas, e em seguida divididas por substâncias, se-guindo o mesmo critério. Também publica-mos rankings com os investimentos realiza-dos em 2010, a movimentação total de cada mina, produção total por empresas, índices de produtividade das minas nas áreas de lavra e beneficiamento, além de dados re-lativos à segurança, como número total de

homens-horas trabalhadas sem acidentes com afastamento, o recorde de segurança da mina neste quesito e os recursos aplica-dos pelas mineradoras nessa área.

Os dados relativos a investimentos em 2011 e 2012, quando informados pelas mi-nas, poderão ser conferidos na edição de dezembro da publicação, que terá uma ma-téria especial sobre o tema.

Acaba de ser publicada, pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), a ABNT NBR ISO 12743 - Concentrados de cobre, chumbo, zinco e níquel — Procedi-mentos de amostragem para determinação dos teores de metal e umidade. A norma foi elaborada pela Comissão de Estudo Espe-cial de Minérios, Concentrados e Produtos Primários de Cobre e Níquel (ABNT/CEE-81), cuja Secretaria é mantida pelo IBRAM--CONIM. A Norma Brasileira é uma adoção da ISO 12743:2006, elaborada pelo Comi-tê Técnico para a normalização de minérios e concentrados de cobre, chumbo, zinco e níquel (ISO/TC 183). Ou seja, a norma em português tem conteúdo e estrutura idênti-cos ao da norma internacional.

Publicada primeira Norma Brasileira para amostragem de concentrados de cobre, chumbo, zinco e níquel

O trabalho de elaboração foi coordena-do a partir do IBRAM-CONIM e sua publi-cação coroa o esforço do órgão em propi-ciar, ao setor interessado, a participação em todas as etapas de elaboração desse proce-dimento: do internacional ao nacional; do nacional ao internacional. “A existência do texto em português faz com que níveis ope-racionais das empresas, que não têm do-mínio da língua inglesa, possam conhecer e aplicar a norma internacional na íntegra. Além disso, o trabalho de tradução exige que o grupo se aprofunde muito no texto de origem. As discussões decorrentes desse processo formam a base para as propostas brasileiras para a revisão dos textos interna-cionais. É a conhecida melhoria contínua,

mas neste caso o ciclo PDCA internacional inclui nossos especialistas, empresas e pro-dutos, ou seja, a realidade e a experiên-cia brasileiras”, avalia a Coordenadora do IBRAM-CONIM, Thásia de Medeiros.

A amostragem dos minérios e seus con-centrados é o ponto de partida para a ava-liação e faturamento dos lotes comerciais. “É a partir de uma amostra, que tem que representar adequadamente todo o lote, que se chega aos resultados dos ensaios químicos e físicos, que servirão de base para o seu faturamento. Daí a importância de se estabelecer procedimentos e parâme-tros para uma amostragem precisa e não viciada”, enfatiza a Coordenadora.

Draga de sucção

SOM

AR

Indústria da Mineração Ano VI – nº 49, novembro de 2011 13

Tendo em vista a realização da EXPOSI-BRAM Amazônia no próximo ano, o Presi-dente do IBRAM, Paulo Camillo Vargas Pen-na, se reuniu com o Governador do Estado do Pará, Simão Jatene.

O Governador foi receptivo às questões apresentadas por Camillo Penna e à parce-ria na realização da Exposição Internacional. “Temos interesses comuns na área de trei-namento e capacitação, desenvolvimento tecnológico e na organização de um evento importante como é o caso da EXPOSIBRAM Amazônia. Então, viemos trocar experiên-cias sobre os recursos minerais, interagin-do sempre com os interesses do estado do Pará”, afirmou o Presidente do Instituto.

O dirigente também propôs a Jatene maior participação do Estado, não apenas no apoio estrutural, mas na organização dos temas para a terceira edição da EX-POSIBRAM Amazônia e do Congresso de

EXPOSIBRAM Amazônia 2012: organização está a todo vapor

Mineração da Amazônia. O Governador garantiu profissionais da equipe de governo para atender essas demandas e colaborar com a qualidade do evento, que ocorre em Belém, no Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, em novembro de 2012. “A interação do Estado com a Comis-são Organizadora do Congresso e da Expo-sição significará o enriquecimento com a proposição de temáticas importantes para o desenvolvimento e a sustentabilidade do Pará e do Brasil”, disse Camillo Penna.

No entanto, a parceria do IBRAM com o Pará vai além do evento. A relação tem se am-pliado com propostas de programas na área de saúde, segurança e recursos hídricos que vi-sam à qualificação do setor mineral no Estado. As ações são fundamentais devido a necessi-dade de maiores investimentos na qualificação da mão-de-obra empregada, no manejo dos recursos minerais paraenses, entre outras.

Em 2010, por exemplo, foi realizado o “Programa de Capacitação em Gestão de Bar-ragens de Rejeitos” para 23 técnicos da Secre-taria de Estado de Meio Ambiente. “Preten-demos ampliar a interação entre o IBRAM e seus associados com a administração pública paraense e trazer para o Estado o Programa Especial de Recursos Hídricos, desenvolvido pelo Instituto”, destacou Paulo Camillo.

Outro assunto tratado durante a audiên-cia com o Governador do Pará foi a reivindi-cação de participação do IBRAM no Conse-lho Estadual de Meio Ambiente. “Este pleito é antigo e já foi apresentado à Secretária de Meio Ambiente, Teresa Cativo. Ela recebeu muito bem nossa proposta”, frisou.

O Presidente do IBRAM, Paulo Camillo Vargas Penna, esteve presente à cerimônia de posse da nova diretoria do Sindicato das Indústrias Minerais do Estado do Pará (SIMI-NERAL), em Belém. O evento aconteceu no auditório Albano Franco, da Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA).

A solenidade foi presidida pelo Vice- Governador do Estado, Helenilson Pontes e prestigiada por empresários, políticos e fami-liares. “O desafio que temos é promover uma articulação que possa conciliar os interesses da competitividade com as exigências da sustentabilidade”, disse Pontes.

José Fernando Gomes, novo Presidente do SIMINERAL chamou a todos para um diálogo e explicou as condições propícias para alcançar esse objetivo. “As minerado-

IBRAM prestigia posse do SIMINERAL

ras podem direcionar a região para o de-senvolvimento, mas não podem fazer isso sozinhas. Se não houver apoio, não con-seguiremos construir as pontes que levam ao crescimento e ao desenvolvimento do nosso Estado. É preciso conectar a riqueza ao bem-estar capaz de proporcionar mais qualidade de vida para as gerações presen-te e futura”, enfatizou.

Na oportunidade, o Presidente do IBRAM prestou sua homenagem à equipe e declarou suas expectativas em relação à nova gestão. “Este momento é de consoli-dação de um trabalho que nasceu em 2007, ocasião em que o Sindicato foi criado para dar representatividade às empresas do Es-tado do Pará. Hoje é a primeira vez que muda a diretoria. José Fernando chega para

consolidar um trabalho muito forte que ini-ciou na gestão do Eugênio Victorasso. Ele estruturou, lançou as bases e agora a fase seguinte é de desenvolvimento desse traba-lho. O IBRAM está feliz por participar deste momento e as expectativas são as melhores possíveis”, declarou.

André Reis, Coordenador Executivo do IBRAM Amazônia, José Fernando Gomes, novo Presidente do SIMINERAL,

Paulo Camillo Vargas Penna, Presidente do IBRAM, e Eugênio Victorasso, ex-Presidente do SIMINERAL

Tem

ple

André Reis, Coordenador Executivo do IBRAM Amazônia, Paulo Camillo Vargas Penna, Presidente do IBRAM e Simão Jatene, Governador do Estado do Pará

IBRA

M A

maz

ônia

Indústria da Mineração Ano VI – nº 49, novembro de 2011 15

ENTREVISTAJoSé fERNANDo GomES JÚNioR – PrESIDEnTE DO SInDIcATO DAS InDúSTrIAS MInErAIS DO ESTADO DO PArá – SIMInErAL

Qual a missão e principais objetivos do SIMINERAL?

O SIMINERAL tem como missão criar um ambiente institucional favorável à inser-ção competitiva e ao desenvolvimento sustentável da indústria mineral no Pará. Formamos um grupo que busca soluções para desafios em comum, pois acredita-mos que a disseminação do associativis-mo permitirá um novo marco estratégico na defesa e valorização do setor mineral junto à sociedade paraense. Nosso valor mais importante é um forte compromisso com uma mineração socialmente justa, economicamente viável e ambientalmente equilibrada.

O novo presidente do SIMINERAL, José Fernando Gomes Júnior, é nascido no Estado do Pará. Formando em gestão de negócios com Pós-Graduação em gestão de pessoas. Está há 6 anos na Vale como Gerente Regional de Relações Institucio-nais no Pará e Maranhão.

Presidente do SIMINERAL fala

dos desafios da nova gestão

Quais os principais desafios e ações do SIMINERAL em sua gestão?

Um grande desafio foi elaborar o nosso planejamento estratégico há três anos. Era consenso entre todos os diretores que pre-cisávamos de um plano que estruturasse o Sindicato objetivando transformá-lo na prin-cipal referência da mineração industrial no Pará. A primeira etapa deste percurso já foi vencida e os alicerces já estão prontos. Nes-te novo momento, reforçaremos as nossas quatro linhas de ação, criando novos produ-tos e serviços nas áreas de promoção, repre-sentação, assessoria e capacitação empresa-rial, sempre procurando agregar benefícios às nossas filiadas. É também momento de

conquistarmos o reconhecimento institucio-nal, o que só alcançaremos com abertura a parcerias. Criamos um canal de interlocução legítimo, qualificado e sempre aberto à for-mação de novas alianças.

Qual o panorama atual do setor mine-ral no Pará?

O processo de urbanização que ocorre mundo afora, notadamente na China, sus-tenta a elevada procura por bens minerais produzidos no Pará. Segundo a ONU, dois terços da população mundial residirão em cidades até 2050. Assim sendo, observa-se um aumento contínuo nas exportações das

Ano VI – nº 49, novembro de 2011Indústria da Mineração 16

indústrias extrativas minerais. Os últimos dados do SIMINERAL mostram que houve um crescimento de 125% nas exportações parciais de 2011 quando comparadas aos valores do ano passado, o que certamen-te se materializará em um novo recorde na balança comercial do estado. Vale destacar o aumento de 24% na geração de empregos diretos na indústria extrativa mineral. Hoje, a cadeia produtiva mineral responde por 229 mil postos de trabalho, entre empregos diretos e indiretos, nas indústrias extrativas, de transformação, terceirizados e fornece-dores. O panorama é bastante próspero, com muitos investimentos no horizonte.

Quais as expectativas para os próxi-mos anos?

Mantidas as atuais condições de mercado, os investimentos previstos pelo SIMINERAL permitem assegurar um cenário de cresci-mento nos próximos anos. A indústria ex-trativa mineral investirá US$ 24 bilhões até 2015 no Pará. Somando-se aos investimen-tos previstos pela indústria de transformação mineral, em infraestrutura e outros negócios (biodiesel), o Pará receberá US$ 38 bilhões de dólares de investimentos em sua cadeia produtiva mineral até 2015. A mineração é o segmento produtivo que mais investe, sen-do também responsável pelo maior salário médio pago aos trabalhadores do Estado.

Qual a posição do estado do Pará no cenário mineração e biodiversidade?

As boas-práticas adotadas pela indústria mi-neral elevam o Pará à uma posição de des-taque no ranking da sustentabilidade. Na relação existente entre produto e processo, a mineração destaca-se em ambos. Avança na produção que, a cada ano, imprime no-vos recordes e evolui em processos susten-táveis cada vez mais comprometidos com o equilíbrio socioambiental.O compromisso é contínuo: da pesquisa ao fechamento da mina, a indústria mineral investe em siste-mas de gestão ambiental, qualifica-se para certificações, submete-se a auditorias, en-tre outros meios que diminuem significa-tivamente os impactos ao meio ambiente. De postura proativa, a mineração industrial caracteriza-se por uma gestão que vai além das obrigações dos marcos regulatórios. São inúmeros os projetos de responsabilidade

socioambiental realizados pelas empresas em conjunto com parceiros locais, integran-do a indústria à comunidade, estimulando vocações e abrindo oportunidades para o desenvolvimento e conservação do meio ambiente.É preciso aproveitar ao máximo o privilégio brasileiro de poder combinar dois valiosos ativos naturais: a bio e a geodiver-sidade. Ao dificultarmos o uso múltiplo e sustentável destes recursos, na quantida-de e qualidade que dispomos, desperdi-çamos insumos para o desenvolvimento e fechamos janelas de oportunidades para a

torna possível esta conciliação. Há muitas alternativas para prevenir ou minimizar os impactos em áreas de mineração. Ademais, a boa gestão da biodiversidade proporciona inúmeros benefícios às empresas, entre eles: aumento na confiança dos investidores, me-nos contenciosos com órgãos fiscalizadores, redução de riscos, melhoria na relação com as comunidades e mais aceitação social. En-tretanto, por outro lado, o abrangente e con-fuso arcabouço legal dá margem a diversas interpretações sobre a relação entre mine-ração e biodiversidade, o que termina por direcionar o licenciamento ambiental para a judicialização. As interpretações ainda di-vergem sobre a aceitação da mineração in-dustrial em unidades de conservação de uso sustentável, sobre a aplicação da compen-sação ambiental recolhida pelas empresas, sobre a destinação dos produtos da biodi-versidade provenientes das áreas de supres-são vegetal das minas, entre outros desafios de abrangência setorial que fazem parte da agenda do SIMINERAL. Trabalhamos pela convergência entre mineração, meio am-biente e desenvolvimento.

Como o senhor avalia as atuais propos-tas de aumento nas alíquotas da CFEM?

Não é adequado isolar apenas uma das contribuições sem analisar o conjunto dos encargos que incidem sobre o setor mineral brasileiro. Na totalidade de tributos e con-tribuições que incidem sobre a mineração, o Brasil está situado entre as três maiores cargas tributárias do mundo, distanciando--se cada vez mais de seus principais concor-rentes. Ademais, se a Lei Kandir e o Poder Público Federal criaram distorções e perdas de arrecadação nos Estados exportadores, desequilibrando a relação entre incentivos e compensações, não cabe corrigi-las com mais distorção e ônus sobre o setor produ-tivo. Também é imperiosa a necessidade de se estabelecer mecanismos legais capazes de garantir a correta aplicação da CFEM, pois a pura sobrecarga de contribuições lamentavelmente não resultará, na maio-ria das vezes, em qualquer reflexo positivo direto ou indireto na vida dos cidadãos. A falta de fiscalização e transparência quanto à aplicação da CFEM geram conseqüências danosas e irreversíveis que em nada contri-buem para alcançar os propósitos dos royal-ties e romper com o ciclo de dependência em que muitos municípios se encontram.

"oS pRocESSoS SUStENtáVEiS Em

USo NA AtUAliDADE pERmitEm AfiRmAR

qUE é poSSíVEl pRoDUziR miNERAiS E, Ao mESmo tEmpo,

colAboRAR pARA A coNSERVAÇão DA bioDiVERSiDADE."

geração de trabalho, renda e melhor qua-lidade de vida para as presentes e futuras gerações. A mineração, em seu cotidiano, tem conseguido provar que o aproveita-mento da geodiversidade e a conservação da biodiversidade caminham lado a lado. São ativos complementares que se combi-nados eficientemente em um planejamento integrado para o uso da terra alavancarão fortemente o desenvolvimento.

Quais os maiores desafios na relação com o meio ambiente?

No Brasil, e notadamente na Amazônia, um grande desafio conceitual ainda é provar que a bio e a geodiversidade não concor-rem entre si. Os processos sustentáveis em uso na atualidade permitem afirmar que é possível produzir minerais e, ao mesmo tem-po, colaborar para a conservação da biodi-versidade. A adoção de práticas sustentáveis

Indústria da Mineração Ano VI – nº 49, novembro de 2011 17

A discussão sobre o relacionamento en-tre mineradoras e comunidade foi o tema central do III Seminário Internacional sobre Agregados para Construção Civil. Realiza-do em Atibaia (São Paulo) por iniciativa da Associação Nacional das Entidades de Produtores de Agregados para Construção Civil (Anepac), o evento apresentou experi-ências que deram certo no mundo quando o assunto são relações comunitárias.

As relações entre pedreiras e minera-doras de areia com a população que vive em seu entorno podem gerar conflitos. Isso porque a exploração desses minérios, em-bora essenciais para a vida urbana,é reali-zada a céu aberto, naturalmente provocan-do ruído e poeira.

Especialistas relatam experiências de bom relacionamento entre mineradoras e comunidadeRelatos aconteceram durante o III Seminário

sobre Agregados para Construção Civil

Da esquerda para direita: Marcelo Ribeiro Tunes, Diretor de Assuntos Minerários do IBRAM, Carlos

Fernando Forero Bonell, Diretor-Geral da Associação Colombiana de Produtores de Agregados Pétreos

(ASOGRAVAS), Jeniffer Joy Wilson, CEO da National Stone, Sand and Gravel Association e Jaume Pugii

Canal, CEO da Associação Catalã de Agregados

Paul

o Sa

ntan

a

Só que quanto maior a distância entre produtor e consumidor, maior será o custo do transporte, multiplicando o preço final dos agregados. “Essa é a principal razão pela qual a exploração de brita e areia tem de estar próxima das regiões urbanas que consomem estes produtos minerais”, diz Ednilson Artioli, Presidente do Conselho da Associação Nacional das Entidades de Produtores de Agregados para Construção Civil (Anepac).

O setor acredita que é possível chegar a um bom relacionamento, que torne o con-vívio pacífico entre mineradora e população se forem priorizados os investimentos em boas relações com a comunidade do entor-no da mineração. Mas, é preciso ir além. Se-gundo Jeniffer Joy Wilson, CEO da National Stone, Sand and Gravel Association, dos Es-tados Unidos, é necessário, também, a em-presa investir em comunicação.

Para que a mídia, as autoridades e os acadêmicos, assim como a comunidade, compreendam o que é a indústria de brita, por exemplo, é fundamental que entendam o que ela produz. “Para tanto, é preciso uma comunicação clara e precisa com to-dos os públicos. É dessa forma que o setor ganhará credibilidade.”

A imagem do setor, assinalou Joy Wilson, passa necessariamente pela forma pela qual as pessoas vêem as empresas e essas devem ter como foco “melhorar sempre”, operan-do de acordo com as leis, as regulamenta-ções e o Poder Judiciário.

Nos EUA, informou Joy Wilson, o setor trabalha com inúmeras ferramentas de co-municação objetivando aproximar popu-lação, acadêmicos e a própria mídia. São

produzidos DVDs, filmes, livros e comuni-cados pelas redes sociais. A informação so-bre o setor chega também aos estudantes por meio de informativos que tratam das profissões da área e foi criado um museu da pedra. “Não temos a pretensão de fazer com que ninguém se apaixone pela área, mas que entendam o setor e aceitem nos-sa missão e responsabilidade de colaborar com o desenvolvimento.”

Nos Estados Unidos, a indústria de bri-ta participa com US$ 37 bilhões do PIB e cada cidadão consome por ano 7 tone-ladas de pedras. “São números surpreen-dentes e sabemos que não dá para fazer ‘recrescer’ as pedras que retiramos da na-tureza, mas que podemos utilizá-la para o bem de todos. É isso que precisamos que todos entendam.”

Ao término da exposição de Joy Wilson, o CEO da Associação Catalã de Agrega-dos, Jaume Pugii Canal, e o Diretor-Geral da Associação Colombiana de Produto-res de Agregados Pétreos (ASOGRAVAS), Carlos Fernando Forero Bonell, também apresentaram aos congressistas uma visão geral do setor de agregados de seus res-pectivas regiões.

Após a realização destas palestras, o Diretor de Assuntos Minerários do IBRAM, Marcelo Ribeiro Tunes, moderou um debate entre os expositores. “O trabalho realizado na divulgação da atividade tanto na Espa-nha (em especial na Catalunha), como na Colômbia ou nos Estados Unidos chama a atenção. Os três países buscam um entrosa-mento principalmente com o público mais jovem. Quando, por exemplo, se tem uma atividade de replantio, são as crianças da es-cola que a praticam. Essas iniciativas fazem com que a visão que a sociedade tem do setor modifique na base”, afirma.

Também participaram do evento Jim O’Brien, Presidente da UEPG (Associação Europeia de Agregados), Moureen Miller, Presidente da Ontario Stone, Sand & Gra-vel Association (OSSGA), Rolf Georg Fu-chs, Diretor da Integratio Mediação Social e Sustentabilidade, Liedi Bariani Bernucci, Engenheira Civil pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Claudio Sbrighi-neto Diretor do Instituto Brasileiro do Con-creto – IBRACON e Pedro Couto, Advogado e Assessor Jurídico do SINDIBRITA/RJ.

Ano VI – nº 49, novembro de 2011Indústria da Mineração 18

Diretrizes têm como objetivo diminuir Acidentes

de Trabalho no Brasil

Pela primeira vez, o Brasil terá uma Políti-ca Nacional de Segurança e Saúde no Traba-lho (PNSST). O Decreto 7.602 que instituiu a nova Política foi publicado no Diário Oficial da União em 8 de novembro e traz avanços pontuais ao estabelecer normas para promo-ção da saúde e a melhoria da qualidade de vida do trabalhador, buscando a prevenção por meio da eliminação ou redução dos ris-cos nos ambientes laborais.

De acordo como decreto, a PNSST tem por objetivos a promoção da saúde, a me-lhoria da qualidade de vida do trabalhador, a prevenção de acidentes e de danos à saú-de relacionados ao trabalho. São princípios dessa política o fortalecimento da universi-dade, o diálogo social e a integralidade de ações entre os três ministérios envolvidos.

A PNSST aponta como prioritárias as ações de promoção e proteção sobre as de assistência, reabilitação e reparação. Para alcançar esse objetivo, a política deverá ser implementada por meio da articulação con-tinuada das ações de governo, por meio de um comitê executivo no campo das relações de trabalho, previdência e saúde, com a par-ticipação das organizações representativas de trabalhadores e empregadores.

Para o Diretor do Departamento de Polí-ticas de Saúde e Segurança Ocupacional do Ministério da Previdência, Remígio Todes-chini, a assinatura do decreto tem um papel fundamental no combate à acidentalidade “A assinatura do decreto pela Presidenta refor-ça a necessidade de se combater de frente a questão da acidentalidade no País, determi-nando uma ação integrada entre os ministé-rios da Previdência, Trabalho e Saúde e forta-lecendo o diálogo social com trabalhadores e empregadores”, destacou Todeschini.

Decreto institui Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho

A formulação e gestão das principais di-retrizes da Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho deve ser realizada, de acordo com o decreto, pela Comissão Tri-partite de Saúde e Segurança no Trabalho. A Comissão já realizava desde 2008 esta fun-ção através de portarias interministeriais.

A construção desta Política de Saúde do Trabalho é fruto de um amplo debate e orga-nização da comissão tripartite formada pelas centrais sindicais, representantes do governo (ministérios do Trabalho, Saúde e Previdência) e entidades patronais, onde a CUT teve papel importante na elaboração das diretrizes.

Partindo dos princípios de universalida-de, proteção e prevenção, o Plano será fun-damental para diminuir e eliminar os riscos de acidentes laborais. Segundo o Anuário Estatístico da Previdência Social, somente em 2010 foram registrados 701.496 aciden-tes de trabalho, número menor se compara-do ao ano anterior (733.365). Mas o número de mortes cresceu 11,4% de um ano para o outro, de 2.650 para 2.712.

O setor de serviços liderou o ranking de acidentes, com 333.895 notificações de aci-dente de trabalho. Em seguida, aparece a indústria, incluindo a construção civil, com 307.620 ocorrências.

Trabalho conjunto

De acordo com a Previdência Social, a política deverá ser implementada por arti-culação continuada das ações de governo, por meio de um comitê executivo no cam-po das relações de trabalho, previdência e saúde, com a participação das organi-zações representativas de trabalhadores e empregadores.

A formulação e gestão das principais di-retrizes da Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho deve ser realizada, de acordo com o decreto, pela Comissão Tri-partite de Saúde e Segurança no Trabalho.

*Com informações de CUT Nacional, Prevenção Online e Ministério da Previdência Social

Vale

Trabalhador na mina de ferro de Carajás, no Pará

Indústria da Mineração Ano VI – nº 49, novembro de 2011 19