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80 especialistas de 25 países debaterão rumos da atividade mineral no 13º Congresso Brasileiro de Mineração V&M Mineração é referência em sustentabilidade Mineração é desafio no semi-árido brasileiro Centenas de empresas confirmam participação na EXPOSIBRAM 2009 É grande a procura por inscrições ao 13º Congresso Brasileiro de Mineração. Os dois eventos acontecem de 21 a 24 de setembro em Belo Horizonte (MG) Thiago Fernandes Julho/agosto de 2009 Ano IV - nº 26 Mineração indústria da

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80 especialistas de 25 países debaterão rumos da atividade mineral no 13º Congresso Brasileiro de Mineração

V&M Mineração é referência em sustentabilidade

Mineração é desafio no semi-árido brasileiro

Centenas de empresas confirmam participação na EXPOSIBRAM 2009É grande a procura por inscrições ao 13º Congresso Brasileiro de Mineração. Os dois eventos acontecem de 21 a 24 de setembro em Belo Horizonte (MG)

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Julho/agosto de 2009Ano IV - nº 26Mineração

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EXPEDIENTE Indústria da Mineração - Informativo do Instituto Brasileiro de Mineração

DIRETORIA EXECUTIVA: Presidente: Paulo Camillo Vargas Penna / Diretor de Assuntos Minerários: Marcelo Ribeiro Tunes / Diretor de Assuntos Ambientais: Rinaldo César MancinCONSELHO DIRETOR: Presidente: Roberto Negrão de Lima / Vice-Presidente: César Weinschenck de Faria

Produção: Profissionais do Texto – [email protected] / Jorn. Resp.: Sérgio Cross (MTB3978)Textos: Carolina Cascão / Tiragem: 10 mil

Sede: SHIS QL 12 Conjunto 0 (zero) Casa 04 – Lago Sul – Brasília/DF – CEP 71630-205Fone: (61) 3364.7272 / Fax: (61) 3364.7200 – E-mail: [email protected] – Portal: www.ibram.org.br

IBRAM-Amazônia: Av Gov. José Malcher, 815 s/ 313/14 – Ed. Palladium Center – CEP: 66055-260 – Belém/PAFone: (91) 3230.4066/55 – E-mail: [email protected]

IBRAM - MG: Rua Alagoas, 1270, 10º andar, sala 1001, Ed. São Miguel, Belo Horizonte/MG – CEP 30.130-160 Fone: (31) 3223.6751 – E-mail: [email protected]

Sugestões? Basta enviar um e-mail para [email protected]

EDITORIAL

Esperamos todos na EXPOSIBRAM 2009A Exposição Internacional de Mineração – EXPOSIBRAM 2009 e o 13º Congresso Brasi-

leiro de Mineração (CBM) são eventos importantes não só para o IBRAM e o setor mineral, como para a economia brasileira. Todos ganham com os resultados desses eventos promovidos pelo Instituto a cada dois anos, em Belo Horizonte (MG). Em apenas quatro dias, visitantes do exterior e de várias partes do Brasil movimentam a cidade: lotam hotéis, frequentam restaurantes e shoppings etc. Esses fatos comprovam que a EXPOSIBRAM, além de oferecer oportunidade de prospecção de negócios, também incrementa a economia local.

O tema central do 13º CBM, “Mineração e o Novo Cenário Socioeconômico”, está adequado à realidade das companhias mineradoras que, após a fase mais aguda da crise internacional, recuperam gradualmente seu ritmo de produção e vendas. Para assegurar debates de alto nível, o IBRAM selecionou conferencistas renomados e que têm muito a contribuir para que o Congresso seja o mais produtivo e rico em informações dos últimos tempos. Veja a lista dos conferencistas à página 8.

A entrevista desta edição é com o Paul Gray, palestrante do Congresso e Analista de Commodities do Goldman Sachs, um economista dos maiores bancos de investi-mento do mundo. Ele ministrará a palestra “Tendências dos Preços das Commodities Minerais”, durante a primeira Keynote Session: Novos Desafios para Mineração, no 13º CBM. Ainda há tempo para fazer inscrições ao 13º Congresso e pouquíssimos espaços disponíveis na área de feira da EXPOSIBRAM 2009. Para mais informações é só acessar www.exposibram.org.br.

SAMA é a 7ª melhor mineradora do BrasilO 36º Ranking Maiores e Melhores, da

Revista Exame, apontou a SAMA Mineração (associada ao IBRAM) como a 7ª melhor mineradora do País. Publicado em julho, o ranking coloca a empresa como a 55ª em vendas do Centro-Oeste e, pela primeira vez, entre as 1000 maiores em vendas no Brasil. Para a conquista deste título nacional, foram avaliados critérios como crescimento, renta-bilidade, saúde financeira, participação de mercado e produtividade por empregado. No ano passado, a SAMA cresceu 11% e faturou 128,7 milhões de dólares. Destes, 52,9 mi-lhões resultaram das exportações, que foram responsáveis por 41,1% das vendas.

Águas Subterrâneas serão debatidas em São Paulo

A Associação Brasileira de Águas Subterrâneas realiza, em São Paulo, entre 15 e 18 de setembro, o I Congresso Interna-cional de Meio Ambiente Subterrâneo. Na ocasião serão de-batidos assuntos de gestão do meio ambiente subterrâneo, que inclui a proteção de solo e da água e o controle da contaminação desses recursos ambientais que ainda não possui no Brasil um fórum específico para discussão. O evento levantará técni-cas e soluções inovadoras na investigação e eliminação desse passivo. As águas subterrâneas correspondem a 97% de toda água doce para consumo humano e são o principal elemento no meio ambiente subterrâneo. Mais informações no site: http://www.abas.org/cimas/.

Parceria deve impulsionar produção de fertilizantes a partir

do fosfatoA Indústrias Nucleares do Brasil (INB) e

o grupo Galvani assinaram no Ceará, um acordo que alia a exploração de urânio com a extração de fosfato em uma usina em Santa Quitéria (CE). O contrato foi assina-do pelo Ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, o Governador do Ceará, Cid Gomes, o Presidente da INB, Alfredo Tranjan Filho e o Presidente do grupo Gal-vani, Luiz Antônio Bonagura.

O acordo tem duração de 25 anos, prevê investimentos de R$ 800 milhões e a geração de 3 mil empregos. Ainda não há data marcada para o início de funcio-namento da usina, pois o projeto depende de licença ambiental do Ibama.

A ideia desta parceria é impulsionar, a partir do fosfato, a produção de fertilizan-tes agrícolas, produtos de nutrição animal e a geração de energia elétrica a partir do urânio. Toda a produção será destinada ao mercado interno. A iniciativa é estratégica para o Brasil, pois permitirá redução nas importações brasileiras de fosfato que hoje representam 50% do consumo nacional.

Com informações do Canal Rural

Indústria da Mineração Ano IV - nº 26, julho/agosto de 20092

Conselho DiretorJosé Tadeu de Moraes• – Presidente do Conselho Diretor do IBRAM.

Diretor Presidente da Samarco Mineração.

Luiz Eulálio Moraes Terra• – Vice-Presiden-te do Conselho Diretor do IBRAM.

Diretor Presidente da Embú Engenharia e Comércio.

ConselheirosHélcio Roberto Martins Guerra• – Titular.

Diretor Presidente da Anglogold Ashanti.

José Margalith• – Titular. Diretor Jurídico e de Sustentabilidade da

Anglogold Ashanti.

César Weinschenck de Faria• – Titular. Presidente da Copelmi Mineração.

Edmundo Paes de Barros Mercer• – Titular. Membro Titular do Conselho de Administração

da Minerações Brasileiras Reunidas (MBR).

Júlio César Ribeiro Sanna• – Titular. Diretor Presidente da Mineração Rio do

Norte (MRN).

José Carlos Martins• – Titular. Diretor Executivo de Ferrosos da Vale.

Tito Botelho Martins• – Titular. Diretor Executivo de Não-Ferrosos da Vale.

O Presidente do IBRAM, Paulo Camillo, homenageou Roberto Negrão de Lima. À esquerda,

a Conselheira do IBRAM, Salma Torres Ferrari.

IBRAM tem novo Conselho Diretor

Fernando Augusto Quintella• – Titular. Diretor L5 da Vale.

Jones Belther• – Titular. Diretor de Exploração Mineral da Votorantim

Metais.

Júlio Eustáquio Tizon• – Suplente. Gerente Geral de Desenvolvimento Indus-

trial da Samarco Mineração.

Fábio Luna Camargo Barros• – Suplente. Diretor Vice-Presidente da Embú Engenharia

e Comércio.

Agostinho Tíbério da Costa Marques• – Suplente.

Diretor Financeiro da Anglogold Ashanti.

José Roberto Vago• – Suplente. Gerente Geral de Projetos e Crescimento da

Anglogold Ashanti.

Carlos Weinschenck de Faria• – Suplente. Diretor-Superintendente da Copelmi

Mineração.

Wilfred Theodor Bruij• – Suplente. Diretor Presidente da Minerações Brasileiras

Reunidas (MBR).

Ademar Cavalcanti Silva Filho• – Suplente. Gerente de Saúde, Segurança, Meio Am-

biente e Relações Comunitárias da Minera-ção Rio do Norte (MRN).

O IBRAM elegeu novo Conselho Diretor. O Presidente é José Tadeu de Moraes, da Samarco Mineração, e o Vice-Presidente, Luiz Eulálio Moraes Terra, da Embú

Engenharia e Comércio. Confira a lista com todos os integrantes:

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Luiz Cláudio Ferreira Castro• – Suplente. Diretor do Departamento de Meio Ambiente

da Vale.

Carlos Anísio Figueiredo• – Suplente. Diretor do Departamento de Relações

Institucionais da Vale.

Salma Torres Ferrari• – Suplente. Coordenadora Executiva de Relações com

o Governo da Vale.

Valdecir Botassini• – Suplente. Diretor do Negócio Níquel da Votorantim

Metais.

Da esquerda para direita: novo Vice-Presidente do Conselho Diretor do IBRAM, Luiz Eulálio Moraes, Paulo

Camillo Penna (Presidente do IBRAM) e José Tadeu de Moraes (novo Presidente do Conselho Diretor).

Da esquerda para direita: Paulo Camillo Penna, Roberto Negrão de Lima (ex-Presidente do Conselho

Diretor do Instituto) e José Tadeu de Moraes.O Presidente do Conselho Diretor José Tadeu de

Moraes e o Vice Presidente, Luiz Eulálio Moraes Terra.

Indústria da Mineração Ano IV - nº 26, julho/agosto de 2009 3

ENTREVISTAPaul Gray - AnAlistA de Commodities do GoldmAn sAChs (Reino Unido)

Paul Gray durante 12º Congresso Brasileiro de Mineração

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“Os BRICs – Brasil, Rússia, Índia e China assumirão o papel de fomentadores do crescimento global”

Paul Gray é Analista de Commodities do Goldman Sachs, um dos maiores bancos de investimento do mundo. No último Congresso Brasileiro de Mineração, realizado há dois anos em Belo Horizonte (MG), o especialista previu que o Brasil se beneficiaria do crescimento da mineração na China e na Índia – fato este que valorizaria os contratos de exportação mineral. Gray afirmou, ainda, que o preço das commodities continuaria alto. E foi o que aconteceu.

Indústria da Mineração Ano IV - nº 26, julho/agosto de 20094

Paul Gray é formado pela Universidade de Reading, Inglaterra, em Economia Agrícola, em 1987. Ele iniciou a carreira como Analista de Commodities, há 20 anos, em uma agência do Ministério da Agricultura britânico. Nos últimos 13 anos, Gray foi responsável pela previsão e análise de mercado e preço em relação às commodities carvão, minério de ferro e outros metais.

Em 22 de setembro, o analista ministra-rá palestra “Tendências dos Preços das Commodities Minerais”, durante a primei-ra Keynote Session: Novos Desafios para Mineração, entre 9h e 12h, no 13º Congresso Brasileiro de Mineração. O evento – promovi-do pelo IBRAM – acontece simultaneamente à Exposição Internacional de Mineração – EXPOSIBRAM 2009.

Na última edição do Congresso Brasileiro de Mineração, o seu prognóstico sobre as commodities foi positivo. E agora? Qual é a sua opinião sobre o futuro das commodities?

Temos que ser muito mais seletivos agora porque existe oferta excessiva de algumas commodities. E os preços provavelmente se manterão baixos por vários anos (o alumínio, por exemplo). Já outras commodities se beneficiaram da forte demanda chinesa e sofreram um sub-investimento no lado da oferta, portanto, os preços devem se manter altos e, possivelmente, subir mais no médio prazo, como é o caso do cobre.

Outros destaques nessa mesma linha são o carvão metalúrgico e o minério de ferro em razão da estrutura concentrada da indústria e da forte demanda chinesa.

Qual foi o efeito da crise econômica nos preços das commodities?

É surpreendente como os preços da maioria dos metais e minerais se mantiveram em um bom nível durante a crise. Isso se deve em parte ao fato de a China ser a responsável pela maior parte da demanda global (normalmente

“O maiOr PrOblema Para O brasil é O custO relativamente altO dO frete marítimO Para

O cOmPradOr (cOmParadO aO da austrália)”.

“acreditamOs que O Pib mundial crescerá 3,3% em 2010, mas Os mercadOs emerGentes sairãO na frente cOm

6,3%, enquantO que as ecOnOmias desenvOlvidas crescerãO aPenas 1,3%”.

entre 30% e 50% da maioria das commo-dities), e por essa demanda ter se mantido forte graças ao investimento em ativos fixos financiados pelo governo. Também vimos que o dinheiro que estava sendo aplicado no mer-cado financeiro voltou para as commodities (possivelmente uma precaução em relação à futura inflação) e isso contribuiu para que os preços de algumas delas se mantivessem acima dos níveis justificados.

Quais fatores podem impactar no aumento do valor das commodities em todo o mundo, mesmo durante uma crise? E qual poderia ser o impacto no Brasil, por exemplo?

Veja os comentários anteriores: o governo chinês financiou o FAI (investimentos em ati-vos fixos / fixed-asset investment goods price index), e recuperou as economias dos BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China). Esses são os principais responsáveis pela demanda, e não as economias maduras dos EUA, Europa e Japão. O Brasil está especialmente bem posicionado para se beneficiar da forte demanda chinesa por minério de ferro dado o custo considera-velmente baixo do minério de Carajás e a alta qualidade. O maior problema para o Brasil é o custo relativamente alto do frete marítimo para o comprador (comparado ao da Austrália).

O sr. está otimista quanto à recuperação da economia global? Qual é a sua opinião?

Sim, temos uma boa perspectiva econômica – especialmente para a China (crucial para as commodities). Acreditamos que o PIB mundial crescerá 3,3% em 2010, mas os mer-cados emergentes sairão à frente com 6,3%, enquanto que as economias desenvolvidas crescerão apenas 1,3%. A Euroland estará particularmente fraca com um crescimento de apenas 0,7% em 2010.

O sr. tem alguma estatística sobre o setor mineral que possa explicar o comportamento do mercado de

commodities atual? Acredita em sobreviventes do setor de mineração após a cr ise? Quais empresas sobreviveriam?

Sim. As empresas bem administradas, com ativos de vida longa e baixo custo sobre-viverão e prosperarão – especialmente se tiverem commodities que sejam de interesse da China, seja por razões geológicas e/ou econômicas, tais como cobre, níquel, miné-rio de ferro, carvão metalúrgico. Existe uma preferência por empresas cujos recursos sejam diversificados para o crescimento a longo prazo.

Em sua opinião, quando e quem assumirá o papel de fomentar o crescimento global? Os BRICs? A América do Norte? A União Européia? A Ásia?

Os BRICs. O mundo em desenvolvimento crescerá mais rapidamente do que o mundo desenvolvido nas próximas décadas e há uma expectativa de que as economias emergentes consumirão uma quantidade cada vez maior de matérias-primas, commodities e energia.

Em relação ao impacto da crise econômica mundial no setor de mineração, como o setor pode reagir? Quais são os caminhos para esta reação?

As empresas de mineração precisam ser tanto administradoras de seus ativos quan-to boas operadoras. Elas precisam saber quando entrar e sair de um negócio. Os mercados com boa estrutura nos setores tenderão a apresentar os melhores retornos ao longo prazo.

Indústria da Mineração Ano IV - nº 26, julho/agosto de 2009 5

EXPOSIBRAM 2009: Mineração prevê recuperação maior dos negócios em 2010

A indústria da mineração brasileira prevê desempenho positivo em 2010. Há expec-tativa de crescimento nas encomendas de minérios nas próximas décadas. Isso anima o setor na busca pela retomada dos níveis de produção e de vendas para os mercados inter-no e externo registrados até o 2º semestre de 2008, auge da crise financeira internacional.

Outros segmentos produtivos ganharão impulso com esse movimento ascendente da mineração: a indústria de transformação poderá consolidar investimentos por ter os minérios assegurados no longo prazo; os fornecedores de serviços, equipamentos e tecnologia irão ampliar vendas para o setor mineral e a indústria; o agronegócio será abastecido com os minérios – em especial fertilizantes e calcários – para correção e enriquecimento do solo e da ração animal. “Os minérios são matérias-primas de muitos segmentos; quando a mineração vai bem todos eles podem planejar seus investimen-tos com maior segurança” diz Paulo Camillo Penna, Presidente do IBRAM.

A projeção otimista do Instituto encontra respaldo na grande procura pelos estandes da EXPOSIBRAM 2009 – Exposição Interna-cional de Mineração e pelas inscrições ao 13º Congresso Brasileiro de Mineração (www.exposibram.org.br). Os dois eventos setoriais - os maiores da América Latina - serão pro-movidos entre os dias 21 e 24 de setembro, em Belo Horizonte (MG).

Até agora, a EXPOSIBRAM 2009 – reco-nhecida por estimular a prospecção de ne-gócios - comercializou 393 estandes, mais de 80% do espaço, e já confirmou 347 exposito-

res (45% estrangeiros). Na última edição, em 2007, a Exposição reuniu 445 estandes e 362 expositores. Espera-se receber 50 mil pessoas nos quatro dias de evento. Há dois anos, 43 mil visitaram os eventos do IBRAM.

Quanto ao 13º Congresso Brasileiro de Mineração, espera-se que 1,5 mil inscritos, vindos de 25 países, debatam as perspec-tivas da mineração internacional diante do novo cenário socioeconômico. As discus-sões serão de alto nível, com a participação confirmada de mais de 80 especialistas renomados das áreas Financeira, Ambiental, Tecnológica, Administrativa, do Direito e de Infraestrutura, entre outras.

O IBRAM promove os eventos, com o patrocínio de importantes companhias – Vale, AngloGold Ashanti, BHP Billiton, Anglo American, Samarco, MRN, Ernst & Young, KPMG, Geosol – e do Governo do Estado de Minas Gerais, por meio da Codemig.

Busca por novos negócios

“A indústria mineral planeja seus negócios com anos de antecedência e o elevado inte-resse de empresários em sondar negócios no Brasil é uma significativa sinalização para as próximas décadas”, diz Camillo Penna. Além disso, o Instituto faz o acompanhamento periódico dos projetos de mineração em pla-nejamento e em execução. O levantamento indica que até 2013 a indústria da mineração investirá US$ 47 bilhões no Brasil. Até o 2º semestre de 2008 (o valor previsto era de US$ 57 bilhões) prazo até 2012.

“A atividade mineral é a que mais investe no País atualmente, mesmo tendo sofrido as revezes da crise financeira internacional. E este volume expressivo atrai as atenções do

centenas de emPresas cOnfirmaram

ParticiPaçãO Para PrOsPectar nOvOs

neGóciOs.

O evento acontece simultaneamente

ao o 13º Congresso Brasileiro de Mineração

Autoridades durante execução do Hino Nacional na solenidade de abertura da EXPOSIBRAM 2007

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Indústria da Mineração Ano IV - nº 26, julho/agosto de 20096

mundo para o Brasil”, diz Camillo Penna. Além das empresas, dirigen-tes de renomadas organizações internacionais confirmaram presença em setembro, em Belo Horizonte: o Fórum Econômico Mundial; o ICMM - Conselho Internacional de Mineração e Metais; o PDAC – Prospectors and Developers Association of Canada, representante das empresas de prospecção mineral do Canadá; e o OLAMI – Organis-mo Latinoamericano de Minería. A programação atualizada pode ser acessada em www.exposibram.org.br.

Poucos estandes disponíveis

Menos de 30% dos estandes da EXPOSIBRAM 2009 estão dispo-níveis para comercialização. A organização acredita que as vendas serão encerradas em agosto. Na edição de 2007, quase 100 empresas deixaram de participar em razão da grande procura pelos estandes. “É normal que uma crise global iniba a participação de algumas empresas, mas as mineradoras e as companhias fornecedoras de equipamentos e serviços ao setor têm que aproveitar a EXPOSIBRAM e o Congresso para acompanhar de perto a evolução dos negócios, sob o risco de perderem espaço nesse mercado”, diz Camillo Penna.

Participar da EXPOSIBRAM é uma oportunidade para conhecer bem de perto os projetos empreendidos pelas empresas da área mi-neral no Brasil e no mundo. Companhias de países como Alemanha, Austrália Chile e Canadá ocuparão pavilhões independentes. Pelos estandes da mostra é possível ter contato em primeira-mão com as novidades tecnológicas desenvolvidas pelos diversos fornecedores dessa indústria. Em 2007 a EXPOSIBRAM e o Congresso Brasileiro de Mineração registraram presença de 43 mil pessoas. Naquele ano, foram montados 445 estandes, mais do que em 2005, com 370.

mais informações pelo telefone: (31) 3444.4794site Oficial eXPOsibram: www.exposibram.org.br

TABELA DE ESPAÇOS (preço por m²)

Somente área

Montagem básica

"Chave na mão"

Área externa

descoberta

cateGOria Início TérminoMínimo

de 18 m2

Obrigatório até 16 m2

Opcionalaté 16 m2

Mínimo de 100 m2

Associados e Patrocinadores

16/04/09 10/09/09 585,00 670,00 715,00 255,00

Ex-expositores 16/04/09 10/09/09 630,00 715,00 760,00 275,00

Demais 16/04/09 10/09/09 630,00 715,00 760,00 275,00

fOrmas de ParticiPaçãO dOs eventOs

PATROCINADORES (cotas diamante, ouro, prata e bronze)

Diamante 2 cotas de R$ 200.000,00 cada

Ouro 4 cotas de R$ 120.000,00 cada

Prata 6 cotas de R$ 50.000,00 cada

Bronze 8 cotas de R$ 30.000,00 cada

taXas de inscriçÕes Até 11/09/09* No local

Associados R$ 770,00 R$ 990,00

Não associados R$ 1.100,00 R$ 1.430,00

Membros de Universidades(1) R$ 385,00 R$ 440,00

Profissionais Seniores(2) R$ 385,00 R$ 440,00

Estudantes(3) R$ 220,00 R$ 275,00

Inscrição para 1 dia R$ 365,00 R$ 470,00

* Valores para pagamento através de boleto bancário emitido no ato da inscrição através do site: www.exposibram.org.br.

(1) Universidade: destina-se a professores, mestrandos e doutorandos (mestrandos e doutorandos deverão anexar comprovante junto à ficha de inscrição).

(2) Profissional Sênior (acima de 60 anos de idade): enviar cópia da carteira de identidade junto com a ficha de inscrição.

(3) Estudante de nível técnico ou universitário das áreas de Engenharia de Minas e Metalurgia, Geologia, Direito e Meio Ambiente: deverá anexar comprovante escolar junto à ficha de inscrição.

Obs.: a taxa de inscrição inclui almoço no local do Congresso (dias 22, 23 e 24/9) e pasta contendo o CD-ROM com as palestras recebidas.

EXPOSIBRAM 2009

80 esPecialistas de 25 Países debaterãO rumOs da atividade mineral.

Prospecção de negócios: a EXPOSIBRAM 2007 foi apontada como uma das melhores edições da história do evento.

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As empresas que adquirirem o espaço depois do dia 10 de agosto, não terão os nomes •e logomarcas incluídos no cd-rom do evento.

descrição dos tipos de áreasSomente área:• disponível para estandes acima de 18m². Área demarcada no piso do pavilhão, sem qualquer elemento de montagem. A infraestrutura de energia e hidráulica será cobrada separadamente e deverá ser solicitada por meio de formulário disponível no Manual do Expositor.

Área com montagem básica:• obrigatória para estandes de até 16m². Inclui forneci-mento de carpete, divisórias brancas, iluminação com spot light a cada 3m2 de área montada, tomada de 500w por estande e nome da empresa expositora em placa padronizada na testeira.

Área com “Chave na mão”:• opcional para estandes de até 16m². Incluem itens da “área com montagem básica” e mobiliário de acordo com a dimensão do estande.

Área externa descoberta:• disponível para aquisição acima de 100m². Será demarcada no piso, sem elemento de montagem.

Indústria da Mineração Ano IV - nº 26, julho/agosto de 2009 7

Angela A.G. Küpper• - Principal Geotechnical Engineer - AMEC Earth & Environmental.Anthony Hodge• – President - International Council on Mining and Metals - ICMM.Anthony J. Andrews• - Ph.D. - Executive Director - The Prospectors and Developers Association of Canada – PDAC (Canadá).Aurelio Matínez Canabal• -Presidente - OLAMI - Or-ganismo Latinoamericano de Minería.Bob Carter• - Gerente de Assuntos Corporativos - VALE-INCO.Braulio Pikman• - Diretor - Air, Energy and Climate Change - ERM Brasil Ltda. - Environmental Resources Management.Carlos Alberto Silva• - Gerente Sênior de Sustentabi-lidade - KPMG Auditores Independentes.Carlos Augusto Vilhena Filho• - Pinheiro Neto Advogados.Carlos Horácio Bertoni• - Gerente Geral – Brasil - Aurea Minerals.Carlos Minc• - Ministro de Meio Ambiente.Cecília Negrão Balby• - Consultoria Ambiental e Social.Christine Copley• - Diretora do Programa de Desenvol-vimento Sustentável - International Council on Mining and Metals - ICMM.Cláudia M.B.Fernandes Pellegrinelli• - Coordenadora do Programa MinerAÇÃO - Instituto Brasileiro de Mineração - IBRAM.Comandante Carlos Roberto Leite• - Secretaria da CIRM - Comissão Interministerial para os Recursos do Mar - SECIRM.Cristina Campos Esteves• - Procuradora Jurídica - De-partamento Nacional de Produção Mineral - DNPM.Décio Sandôli Casadei• - Sócio Gerente - Casadei Engenharia Mineral S/C Ltda.Deming Whitman• - Chief Executive Officer - AMIRA International Ltda.Deputado Luiz Sávio de Souza Cruz• - Assembléia Legislativa de Minas GeraisEdson Farias Mello• - Coordenador Geral de Econo-mia Mineral - Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral-SGMEduardo Evangelista Caixeta• - Coordenador de Opera-ção de Mina – Nióbio - Anglo American Brasil Ltda.Eleazar de Carvalho Filho• - Chairman da BHP Billiton Brasil.E• lmer Prata Salomão - Presidente da GEOS Geologia para Mineração Ltda.Franklin Feder• - Presidente da Alcoa.Gilberto Mascarenhas Meira• - Gerente Geral de Logística da Votorantim Metais.

Guy Thiran• - Secretary-General - EUROMETAUX - European Association of Metals.James Otto• - Attorney and Mineral Economist.Jan Klawitter• - Head of Mining & Metals Industry - Global Leadership Fellow - World Economic Forum.Jeff Parshley• - Principal Consultant GeoEnvironmental - SRK Consulting Reno.João Augusto Hilário de Souza• - Gerente de Enge-nharia de Minas - Coffey Mining.João Bosco Silva• - Diretor-Superintendente - Voto-rantim Metais.João Carlos Ferraz• - Diretor de Planejamento - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES.Joaquim Pimenta de Ávila• - Diretor - Pimenta de Ávila Consultoria Ltda.John McEndoo• - AngloGold Ashanti Mineração.John P. Williams• - Duncan & Allen Counselours at Law.Jorge Juan Soto Delgado • - Diretor de SST - Braskem.Jorge Muñiz Ziches• - Muñiz, Ramirez, Pérez-Taiman & Luna-Victoria Abogados.José de Freitas Mascarenhas• - Presidente do Con-selho de Infraestrutura – COINFRA - Confederação Nacional da Indústria - CNI.José Francisco Martins de Viveiros• - Diretor Presiden-te - Arcelor Mittal Mineração Serra Azul S.A.José Otávio Carneiro de Carvalho• - Secretário Executivo - Sindicato Nacional da Indústria do Cimento - SNIC.José Roberto Ceneteno• - Gerente de Recursos Hídri-cos - Anglo Ferrous Brazil S.A.José Tadeu de Moraes • - Diretor-Presidente da Samar-co Mineração S.A. - Presidente do Conselho Diretor do IBRAM. Juliana Rehfeld Rudich• - Gerente de Desenvolvimen-to Sustentável - Anglo American Brasil Ltda.Juvenil Tiburcio Félix• – Presidente - IMS Engenharia Mineral Ltda. K• arlis Jansons - Geotechnical Manager - SNC-Lavalin Inc.Luiz Cláudio Castro• - Diretor de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - Vale S.A.Marcel Pineau• - Vice-president Mine Reclamation and Geotechnical - SNC-Lavalin Mining and Metallurgy.Marcelo Ribeiro Tunes• - Diretor de Assuntos Mine-rários do IBRAM.Marco Antonio Fujihara• - Diretor Responsável pela Divisão de Sustentabilitas - Instituto Totum.Maria de Lourdes F.Álvares da Silva• - Diretora Téc-nica - ECM S.A. Projetos Industriais.Mª Sulema M. de Budin Pioli• – Consultora - Environ-mental Resources Management - ERM.

Palestrantes confirmados até 4 de agosto

Estudantes de Engenharia de todo o País participaram da EXPOSIBRAM 2007 e do 12º Congresso Brasileiro de Mineração

Prospecção de novos negócios na última edição da EXPOSIBRAM

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Mário Cicareli Pinheiro• – Diretor - Potamos Enge-nharia e Hidrologia Ltda.Maureen Therese Upton• – Director - Resource Initiatives LLC.Miguel Antonio Cedraz Nery• - Diretor Geral - Depar-tamento Nacional de Produção Mineral - DNPMOscar José Tessari• - Sócio Diretor - GEOST Consul-toria Ltda.Patrícia Helena Gambogi Boson• - Secretária Executi-va Conselho Empresários Meio Ambiente - Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais - FIEMG.Paul Gray• - Commodities Analyst - Goldman Sachs JBWere.Paul Michael Hollesen• - Vice-President of Environ-mental and Community Affairs - AngloGold Ashanti.Paulo Camillo Vargas Penna• - Diretor Presidente do IBRAM.Paulo Castellari-Porchia• - Diretor do Centro de Excelência - Anglo Base Metals.Paulo César Abrão• - Diretor Geoconsultoria.Paulo Fernando Bahia Guimarães• - Chairman para América do Sul.Paulo Ricardo Behrens da Franca• - Gerente Geral de Planejamento e Desenv. de Mina - Vale - Depar-tamento de Operações de Ferrosos Sul.Paulo Roberto Haddad• - Phorum Consultoria e Pes-quisa em Economia Ltda.Paulo Safady Simão• – Presidente - Câmara Brasileira da Indústria da Construção - CBIC.Rafael Vergara• - Socio - Carey y Cia. Ltda. Abogados.Richard Court• - Chairman - GRD Minproc.Rinaldo César Mancin• - Diretor de Assuntos Ambien-tais do IBRAM.Roberto Cerrini Villas Bôas• – Pesquisador - Centro de Tecnologia Mineral - CETEM.Sérgio Alair Barroso• - Secretário de Estado de Desen-volvimento Econômico de Minas Gerais.Sérgio Medici de Eston• – Chefe do Departamento de Engenharia de Minas e Petróleo - Universidade de São Paulo - USP.Silvia Maria Calou• - Diretora Executiva - ABCE-Asso-ciação Bras.de Concessionárias de Energia Elétrica.Vanessa Empinotti• - Analista de Meio Ambiente - Confederação Nacional da Indústria - CNI.Vicente de Paulo Galliez Filho• - Diretor Jurídico - Anglo America Brasil Ltda.Vicente Humberto Lôbo Cruz• - Diretor de Mineração e Projetos - Bunge Fertilizantes S.A.Welber Barral• - Secretário de Comércio Exterior - Ministé-rio do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.William Waack• (Jornalista).

Indústria da Mineração Ano IV - nº 26, julho/agosto de 20098

seGurança e saÚde

PROGRAMA ESPECIAL DE SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL NA MINERAÇÃO

ATUALIDADES

Associação Brasileira de Higienistas comemora 15 anos

Entre os dias 19 e 23 de agosto, a Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais (ABHO) promoverá o IV Congresso Brasileiro de Higiene Ocupacional e o XVI Encontro Brasileiro de Higienistas Ocupacionais, sob o tema: “ABHO 15 anos: Higiene Ocupacional agregando valor a um mundo sustentável”.

Especialistas compartilharão experiências na área de prevenção e controle dos riscos ambientais, encontrados nos locais de trabalho, responsáveis pelas doenças ocupacionais de milhares de trabalhadores no Brasil.

O congressista, além de assistir as palestras, poderá participar também de cursos de atualização, como a “Engenharia Econô-mica Aplicada à Prevenção, Ventilação Aplicada nos Espaços Confinados”. Segundo o Presidente da ABHO, Marcos Domin-gos, “uma sociedade que luta para ter trabalhadores sadios não desperdiça recursos com tratamentos médicos, evita indeniza-ções às vítimas, e não precisa consolar as viúvas e órfãos”.

Mais informações sobre os eventos: (11) 3081-5909, [email protected] e www.abho.org.br

BOAS PRÁTICAS

REABILITAÇÃO: Prêmio Profissional 2009 recebe inscrições até setembro

Estão abertas até o dia 30 de setembro as inscrições para a 1ª edição do Prêmio Reabilitação Profissional 2009. O concurso – que visa divulgar melhores práticas nessa área no Brasil – é uma iniciativa do Centro Brasileiro de Segurança e Saúde Industrial (CBSSI), com apoio dos Ministérios do Trabalho e Emprego, da Previdência Social, da Saúde e da Organização Iberoamericana de Seguridade Social - OISS, entre outros órgãos e instituições.

As empresas privadas e órgãos públicos que tenham trabalhos na área de reabilitação profissional, já implantados e com resul-tados consistentes podem participar do Prêmio. Os vencedores apresentarão seus trabalhos no plenário do 4º Congresso de Reabilitação Profissional de Acidentados no Trabalho, nos dias 4 e 5 de novembro, em São Paulo.

Para participar é preciso registrar o trabalho no site www.prore-abilitação.com.br. Não há taxa de inscrição. Mais informações no número: 0800 10 9494

Programa MinerAÇÃO ganha nova logomarca

O Programa MinerAÇÃO lançou em julho de 2009 nova lo-gomarca – que vem sendo desenvolvida desde abril. A versão atual – aprovada pelos coordenadores do MinerAÇÃO – é uma representação de curvas de níveis, de organização e de padrões. A imagem da logomarca reproduz a Segurança e Saúde por meio da cor verde e, simbologicamente, o desenho de capacete.

Normas para os trabalhos técnicos do MinerAÇÃO

O IBRAM vem trabalhando desde maio de 2009 na criação de uma NORMA/IBRAM para Elaboração de Trabalhos Téc-nicos do Programa MinerAÇÃO. O objetivo é padronizar a estrutura e a apresentação dos trabalhos técnicos a serem anexados ao Programa, de modo a torná-lo homogêneo, considerando que serão tratados assuntos com conteúdos técnicos diferenciados.

Para auxiliar na adequação das normas aos termos e padrões da ABNT e OSHAS, o IBRAM será apoiado por uma professora da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Minas Gerais, especializada em Metodologia de Trabalhos Científicos.

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Em busca de maior competitividade, inovação e o constante desenvolvimento de novos produtos, a gestão de projetos vem ocupando um papel cada vez mais impor-tante dentro das empresas. Um bom exemplo disso é o crescimento no número de partici-pantes do último Estudo de Benchmarking em Gerenciamento de Projetos Brasil, realizado pelo Project Management Institute, capítulo Rio de Janeiro (PMI-RJ).

No total, 373 empresas de diversos segmentos em todo o País participaram da pesquisa -, um número 100% maior em relação ao da pesquisa anterior, quando 185 instituições foram entrevistadas. Este assunto foi discutido, no mês passado, no 7º Encontro Nacional de Profissionais em Gerenciamento de Projetos, “do BSC à gestão de portfólio: como conectar estratégias e projetos”.

Mineração e Benchmarking

Em 2008, a Anglo American Brasil (associada ao IBRAM) ganhou o Prêmio Benchmarking Ambiental Brasileiro, uma iniciativa criada para reconhecer projetos que contribuem para a difusão do conhe-cimento socioambiental nas empresas e instituições de todo o Brasil. A mineradora foi escolhida dentre 90 trabalhos inscritos. O case premiado foi “Biodiversidade Brasil: Análise e Recuperação das áreas de influên-cia da empresa e Projetos Socioambientais com comunidades vizinhas”.

Confira abaixo entrevista com o Diretor de Operações e Otimização de Ativos da Anglo American Brasil, José Gregório Ferreira da Mata e com a Gerente de Desenvolvimento Sustentável, Juliana Rehfeld.

Como é a ação da Anglo American na busca de maior competitividade no setor de mineração?

José Gregório Ferreira da Mata - A visão da Anglo American é tornar-se a empresa de mineração de escolha preferencial no mundo. Isso quer dizer ser a opção número um de investidores, de parceiros comerciais, de em-pregados e de comunidades e governos onde atua. Para cada uma destes grupos a empresa tem uma série de programas específicos que nos permitem alcançar essa ambição.

Um dos principais programas que objetiva au-mentar a competitividade dentro deste contexto é o chamado “Otimização de Ativos - AO”. Esta disciplina elevará a eficiência operacional de to-das as suas operações por meio de um modelo estruturado de análises de fluxos operacionais, “benchmarks” internos e externos e estabeleci-mento de metas e objetivos de melhoria. Fazem parte também do “AO” as melhorias de com-petitividade da área de suprimentos. Por meio de uma estrutura centralizada globalmente a empresa tem conseguido ganhos significativos de redução de custos.

O que a empresa faz para inovar constantemente?

Juliana Rehfeld - Primei-ramente a inovação é hoje um valor que faz parte da cultura da empresa, é enco-rajada e premiada. Existem

ferramentas de comunica-ção, coleta e análise de

ideias abertas desde o pessoal operacio-nal até aos escritórios e as comunidades, para que sugestões de melhoria sejam

continuamente implantadas. Além disso, há processos de consulta tanto interna como externa para que novas ideias e perspectivas possam ser regularmente recebidas.

A Anglo American foi vencedora do Prêmio Benchmarking Ambiental Brasileiro 2008. O que, em sua opinião, fez com que o projeto se destacasse? Como é o projeto?

JR - O trabalho apresentado foi uma siste-mática ação de mapeamento e preservação da biodiversidade no entorno das várias minas e unidades produtivas da empresa, buscando fomentar esta conscientização nas comunidades tanto na forma de intervenções e materiais de educação como também de projetos de capacitação profissional e geração de renda. Creio que foi esta integração, além da preocupação com a biodiversidade, que despertou a atenção da banca.

E neste ano, a Anglo American espera ser vencedora mais uma vez? Pode comentar algum projeto futuro?

JR - Há sempre muitos bons projetos sendo apresentados neste fórum. De nossa parte temos importantes trabalhos nas áreas de redução de consumo de recursos renováveis e iniciativas para enfrentar os desafios das mudanças climáticas. Fizemos nosso inven-tário de gases de Efeito Estufa de acordo com as diretrizes do WRI e fazemos parte de um grupo que colabora com o Ministério de Meio Ambiente e a universidade FGV para incentivar os diversos setores industriais para discutir fatores de emissão de CO2, elaborar e apresentar seus inventários. Em termos do “water footprint”, há vários projetos locais não só para ampliar o nível de recirculação da água como para aproveitar, por exemplo, água da chuva. Em todos os nossos projetos de apoio ao desenvolvimento socioeconô-mico das comunidades privilegiamos os mo-dos de produção ambientalmente corretos, como o fomento a pequenos produtores rurais para o plantio direto.

Projetos da Anglo American destacam competitividade e desenvolvimento sustentável

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Indústria da Mineração Ano IV - nº 26, julho/agosto de 200910

Gestão de recursos hídricos

REUNIÃO DO CONSELHO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS – CNRH

• Dando sequência ao fortalecimento da rede de gestão das águas do segmento da indústria, aconteceu na Federação das Indústrias do Es-tado de São Paulo (FIESP), em junho, a reunião de alinhamento com os representantes e conselheiros da indústria no Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH).

• Foram discutidos, no encontro, a estratégia para a discussão do reuso de água que vêm sendo tratada na Câmara Técnica de Ciência e Tecnolo-gia (CTCT). Além disso, foi feita revisão da resolução CNRH nº 17, que define as diretrizes para elaboração dos planos de recursos hídricos das bacias hidrográficas, discutida na Câmara Técnica do Plano Nacional de Recursos Hídricos (CTPLAN).

• O IBRAM ocupa a vaga de titular do CNRH para o próximo triênio (abril 2009 – abril 2012).

CRITÉRIOS NA BACIA DO RIO DAS VELHAS

• Foi aprovada em Minas Gerais, a Deliberação Normativa 04/09 que “esta-belece critérios e normas e define mecanismos básicos da Cobrança pelo Uso de Recursos Hídricos na Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas".

• A cobrança está prevista para iniciar em dezembro. E será aplicada em três diferentes etapas: captação, consumo e lançamento de efluentes.

• Além de contemplar os parâmetros de uso da água, a DN normatizou o coeficiente específico de captação e consumo de água, levando em consideração as especificidades de cada setor usuário de água.

• Para o setor de mineração, tais valores serão multiplicados por um co-eficiente de abatimento do valor cobrado igual a 0,5. Salienta-se que a AGB Peixe Vivo terá o prazo de até dois anos após o início da cobrança para propor ao CBH Velhas para os diferentes tipos de mineração, o aperfeiçoamento dos coeficientes, considerando a aplicação das Reso-luções do CNRH nº 29/2002 e 55/2005.

IBRAM E O SISTEMA NACIONAL DE GERENCIAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS

• O grupo de trabalho do Programa Especial de Recursos Hídricos do IBRAM - PERH, reuniu-se em julho, em Belo Horizonte (MG), para tratar de temas como a identificação e cadastro do setor de mineração junto aos comitês e conselhos estaduais, a estratégia de divulgação da agenda de recursos hídricos no segmento da mineração e periodicidade das reuniões.

• Estipulou-se que o grupo se reunirá bimestralmente com o objetivo de consolidar a participação da indústria da mineração nos fóruns do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos - SINGREH.

• Outras questões abordadas foram a DN que definiu a metodologia e critérios de cobrança na Bacia do Rio Araguari, aprovada em junho.

Programas paraenses ganham prêmio

internacionalA mineradora Imerys Capim Caulim

promove anualmente o prêmio Sustainable Development Challenge

Os programas paraenses Educação Ambiental e Luz do Amanhã foram os vencedores do prêmio internacional Sus-tainable Development Challenge (Desafio para o Desenvol-vimento Sustentável) – mantidos pela mineradora Imerys Rio Capim Caulim (associada ao IBRAM). O prêmio anual, que também é promovido pela Imerys, envolve todas as unidades da empresa no mundo. A categoria que rendeu mérito aos programas é “Relação com a Comunidade”.

As ações vencedoras são desenvolvidas nos municípios de Barcarena e Ipixuna, ambas no Pará, e promovem ensino escolar, artístico e ambiental. O “Luz do Amanhã”, criado em 2004, é exercido em parceria com a Secretaria Municipal de Educação e ensina alunos de 3 a 6 anos da Escola Pica-Pau Amarelo, localizada na Vila do Conde. No total, dez profes-sores e 260 alunos participam desta iniciativa.

O outro programa vencedor, o de Educação Ambien-tal, é desenvolvido desde 2003. Capacita professores por meio de módulos explicativos sobre o meio ambiente, os hábitos e cultura da comunidade. Mais de 100 integrantes da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Barcarena participaram do treinamento.

Jacilaine Souza, Assistente Social da Imerys, afirma que a premiação prova o trabalho positivo e evolutivo dos pro-gramas. “As duas iniciativas foram analisadas. Isso mostra que conseguimos atingir objetivos, principalmente os de sustentabilidade. As escolas recebem melhoria não só no ensino como também na infraestrutura. Vamos continuar o investimento”, ressalta.

A Coordenadora da Escola Batista Campos (instituição localizada também na Vila do Conde), Mariléa Araújo, afir-ma que o Programa de Educação Ambiental é repassado aos alunos tanto na escola quanto nas atividades externas de lazer e arte. “Esse trabalho cria um ciclo de aprendizado importante para o compromisso social na nossa região. O prêmio é merecido”, disse.

Todos os projetos inscritos no prêmio foram avaliados pelo Comitê Global de Desenvolvimento Sustentável, do Grupo Imerys. Foram levados em consideração a qualidade do pro-jeto, a consistência e o foco no investimento da educação de comunidades locais.

A Imerys Rio Capim Caulim é uma empresa produtora do mineral caulim. A partir do beneficiamento deste é gerado o papel, as pílulas de remédios e até produtos de beleza.

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Para proteger a biodiversidade local, a empresa mantém o Programa de Manejo de Ecossistemas

V&M Mineração é referência nas normas ISO 14001 e OHSAS 18001A equipe do IBRAM

esteve na Mina Pau Branco, em

Brumadinho (MG), da V&M Mineração e conferiu os exemplos de sustentabilidade

que fazem da empresa referência nas normas

ISO e OHSAS

ISO 14001 é uma norma desenvolvida pela International Organization for Standardization (ISO) e que estabelece diretrizes sobre a área de gestão ambiental dentro de empresas.

OHSAS 18001 consiste em um Sistema de Gestão, assim como a ISO 14001, porém com o foco voltado para a saúde e segu-rança ocupacional. Por meio da ferramenta OHSAS 18001, uma empresa pode atingir, controlar e melhorar, o nível do desempenho da Saúde e Segurança do Trabalho.

A V&M Mineração (associada ao IBRAM), subsidiária da V&M do Brasil, empresa side-rúrgica dedicada à fabricação de tubos de aço sem costura, controlada pela francesa Vallou-rec, obteve a manutenção das certificações de acordo com as normas ISO 14001 e OHSAS 18001, obtidas pela primeira vez em 2000 e em 2004, respectivamente. No final de abril, a mineradora – que é exemplo na área de sustentabilidade – recebeu a Fundação Carlos Alberto Vanzolini que verificou os certificados da empresa nas duas normas.

Uma prova desta referência nas normas é que, recentemente, a empresa teve a Licença de Operação (LO) renovada até 2015 pelo Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam). Normalmente, o licen-ciamento tem a duração de quatro anos, de acordo com a legislação ambiental estadual. E acrescido de três anos como bônus se a empresa tiver reconhecimento do sistema de gestão ambiental. Deste período, um ano é devido ao reconhecimento e, os outros dois, pela não ocorrência em qualquer pe-nalidade, sanção ou multa no período de vigência da LO da empresa.

Nos últimos dez anos, a empresa vem implantando um novo conceito de gestão, baseado na sustentabilidade ambiental, sociocultural e econômica. “Obter essas certificações mostra que temos um dife-

rencial. Nos organizamos internamente e seguimos programas de gestão, grupos de melhoria contínua e Total Quality Manage-ment (TQM). Além disso, temos a preocu-pação com nosso público interno e com a comunidade do entorno”, disse o Gerente de Controle de Gestão da V&M Mineração, Carlos Alberto Ferreira.

Para garantir os recursos que mantêm os programas com a comunidade da área de atuação da empresa, a V&M patrocina projetos culturais, de educação e de ge-ração de renda por meio de mecanismos de incentivo como a Lei Rouanet, a Lei Estadual de Incentivo à Cultura, Fundo da Infância e do Adolescente (FIA) e Lei do Esporte. Essas ações complementam e vão além das exigências dos requisitos para obtenção das certificações.

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Indústria da Mineração Ano IV - nº 26, julho/agosto de 200912

A empresa

A V&M Mineração produz de minério de ferro que abastece a Usina Barreiro da V&M do BRASIL para a fabricação do aço. Ela foi fundada em 1955. As operações estão cen-tralizadas, desde 1982, na Mina Pau Branco, em Brumadinho, a poucos quilômetros de Belo Horizonte (MG).

O minério extraído possui alto percentual de teor de ferro. O volume beneficiado por ano, representa uma média de 4 milhões de toneladas. Todo o processo de produção segue rígidos controles ambientais, que pre-veem a reabilitação de áreas alteradas.

Atualmente, mais de 600 pessoas traba-lham na mineradora. Deste número, 235 são empregados diretos e 398 prestadores de serviços.

Concentrador de minério

Projeto “Congo Brasil” educa por meio da música e aulas de tambores

Programas Sociais

Pelo patrocínio de projetos incentivados, a V&M Mineração proporciona às crian-ças, jovens, adultos e idosos do entorno da Mina Pau Branco três diferentes ações sociais que abrangem a arte e a educação (Pó da Terra), cinema (Animará) e música (Congo Brasil).

O Programa “Pó da Terra” ensina arte e cultura à crianças e jovens e auxilia na transformação social nessas comunidades participantes. O “Animará” leva às comu-nidades o conhecimento sobre as técnicas audiovisuais da produção cinematográfica. Assim, os alunos podem utilizar o cinema como ferramenta de registro da realidade sociocultural onde vivem. A terceira ação social é o Projeto “Congo Brasil” que educa por meio da música e aulas de tambores.

Segundo o Superintendente de Contro-ladoria da V&M Mineração, Rogério Perillo de Carvalho, é importante que as minera-doras contribuam com desenvolvimento econômico e socioambiental. “Assumir um papel construtivo nas questões sociais e comunitárias pode não estar diretamente ligada às atividades de mineração, mas compõem a responsabilidade de uma em-presa sustentável”, diz.

Indústria da Mineração Ano IV - nº 26, julho/agosto de 2009 13

Atitudes para a Sustentabilidade

BIODIVERSIDADE

A V&M Mineração possui aproximada-mente 200 hectares de Reserva Legal de Mata Nativa (Mata Atlântica), onde man-tém o Programa Manejo da Reserva Legal, por meio do qual faz monitoramento da fauna e da flora.

Para proteger a biodiversidade local, a em-presa mantém uma série de projetos. Dentre eles, o Programa de Manejo de Ecossistemas que se desenvolve em várias etapas, todas focadas na recuperação das áreas mineradas e na minimização de impactos.

A primeira fase é a da coleta de sementes e acontece entre abril e junho. Nessa etapa uma equipe apanha sementes de espécies nativas e as encaminham para o Viveiro de Mudas, localizado próximo à Reserva Legal.

Depois as mudas são preparadas e enca-minhadas para replantio nas áreas em pro-cesso de revegetação. “O objetivo principal da colheita é perpetuar as espécies nativas da região. Atualmente, a nossa produção anual é de 50 a 60 mil mudas”, garante a Gestora de Meio Ambiente da VMMN, Fernanda Barcellos.

A mineradora alcançou em janeiro de 2009, 365 dias sem acidentes com afastamen-to de empregados diretos. Em março, chegou à marca de 1 milhão de horas trabalhadas sem acidentes com afastamento, considerados os funcionários diretos e também prestadores de serviços.

Passados três meses, o recorde permanece e as horas trabalhadas sem acidentes com afastamento aumentaram para uma marca superior a 1,3 milhão. O objetivo agora é fechar 2009 sem nenhum acidente. Em julho, os prestadores de serviço buscam a meta de 365 dias sem acidentes com afastamento, re-corde também alcançado pelos empregados próprios em janeiro deste ano.

“Isso se deve principalmente ao fato do crescente empenho individual de cada empregado e prestador de serviço em atuar priorizando a segurança em seu trabalho”, afirma Mário Cançado, Superintendente Geral da V&M Mineração.

Dentre as ações que contribuem para os indicadores recordes de segurança no traba-lho está o Cap Ten Safe, programa desenvol-vido em todo o Grupo Vallourec que busca melhorar ainda mais os índices de segurança com foco em 2010.

No Cap Ten Safe são desenvolvidas ações como a Caminhada OPA, que é realizada por superintendentes, gerentes, coordenadores, gestores e técnicos de segurança que foram trei-nados para serem “caminhantes”. Esta é uma função de observador. O caminhante analisa a forma de trabalho nas áreas operacionais. Depois, discute com o empregado os riscos, alternativas e soluções imediatas para situações inadequadas na execução daquelas tarefas.

Existe também o Diálogo Diário de Segu-rança que promove a reflexão sobre os riscos de acidentes e o Grupo de Melhoria Contínua (GMC), responsável pela diminuição do nú-mero de acidentes com veículos e máquinas, além da política de uso e controle dos Equi-pamentos de Proteção Individual (EPIs).

Toda a mina possui sinalização que auxilia a segurança, inclusive noturna. As vias têm placas indicativas e educativas e, ainda, ponta-letes que iluminam as estradas. O uso de EPIs também é estimulado e orientado por placas colocadas em pontos de destaque nas áreas de trabalho. Os resultados são visíveis: apesar de, no período de 2006 a 2008, a frota de cami-nhões que circulam na mina ter aumentado em mais de 30%, houve uma redução de 40% no número de acidentes de trânsito.

Segurança e saúde: mais de 1 milhão de horas trabalhadas sem acidentes

Recentemente a empresa recebeu licença de operação por mais sete anos pelo Copam

Política de uso e controle dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)

Indústria da Mineração Ano IV - nº 26, julho/agosto de 200914

Conheça as etapas do Manejo de Ecossistemas

AVALIAÇÃO

É feita previamente na área a ser suprimida para observar as espécies relevantes da fauna e flora.

RESGATE DE FAUNA E FLORA

As espécies encontradas são des-locadas para áreas próximas, como a Reserva Legal, ou encaminhadas para institutos especializados de pesquisa.

RECUPERAÇÃO DE ÁREAS ALTERADAS/ PROPAGAÇÃO DE ESPÉCIES NATIVAS

A revegetação dos taludes e das su-perfícies expostas é sempre conjugada com o plantio inicial de gramíneas e leguminosas para enriquecimento do solo. Em seguida, são inseridas espé-cies nativas da região, provenientes do Viveiro das Mudas. Trinta dias após o plantio, têm início as atividades de ma-nejo e manutenção como: verificação de brotação, adubação, replantio das mudas que morreram, capinagem de todas as mudas arbóreas e monitora-mento da evolução da vegetação nas áreas reabilitadas.

BARRAGENS

A V&M Mineração possui duas barra-gens, uma de rejeitos e outra para con-tenção de sedimentos pluviais. O rejeito gerado pelo beneficiamento de minério é depositado na barragem de rejeito Cacho-eirinha. A água utilizada no beneficiamento do minério não recebe adição de qualquer substância química. Parte da água é recir-culada por meio de bombeamento e parte é drenada através dos filtros da barragem, voltando para o meio ambiente. Já a água pluvial é direcionada para a barragem e dique de contenção de sedimentos, para decantação dos sólidos e devolução ade-quada para os cursos d’água.

Espaço construído com material reutilizado

O Espaço Social Recanto de Mina é um local preparado para utilização como centro de treinamento, realização de workshops e reuniões sociais da mineradora. Como parte do Projeto Sucata, o espaço foi construído com materiais reutilizados das próprias ações operacionais na Mina Pau Branco,

A repórter Carolina Cascão visitou a mina a convite da V&M Mineração

FECHAMENTO DA MINA

Em conformidade com a Deliberação Normativa 127/2008 do Copam, a empresa possui uma reserva financeira, depositada e revisada anualmente, com objetivo de garantir o investimento para adequadas atividades no momento do futuro fechamento da mina.

MANEJO DA ÁREA DE RESERVA DE MATA ATLâNTICA

Anualmente, é realizado o aceiro, uma espécie de limpeza, no entorno da reserva para evitar riscos de incêndios, assim como cercamento para evitar vandalismo.

como por exemplo, tubos de aço utilizados estruturalmente e as telas de peneiras (usa-das para separar os minérios) transformadas em guarda-corpo (parapeito que serve para segurança) e forro de teto.

O Projeto Sucata, além de racionalizar o uso dos materiais de consumo industrial, destina para reutilização na empresa cerca de 180 toneladas anuais de materiais que, de outra forma, seriam resíduos industriais descartados.

A empresa possui três diferentes ações sociais: arte-educação, cinema e música.

Indústria da Mineração Ano IV - nº 26, julho/agosto de 2009 15

Bloco de cerâmica

feito de lama vermelha

Divulgação

Casa toda construída com material cerâmico na Vila dos Cabanos (PA)

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Como forma de exercício da sustenta-blidade, a produtora de alumina Alunorte (Alumina do Norte do Brasil S.A), localizada em Barcarena, no Pará, está testando o apro-veitamento de resíduos – a chamada lama vermelha – resultado do processo de produ-ção da alumina, a matéria-prima do alumínio. Para colocar à prova, a empresa pavimentou o chão - um trecho de aproximadamente 90 metros quadrados – com blocos cerâmicos feitos a partir da lama vermelha.

A medida surgiu como forma de ação sus-tentável para diminuir a geração de resíduos. Por isso, há sete anos, a Alunorte iniciou pes-quisas sobre a possibilidade de reutilização da lama vermelha, por meio de avaliação físico-química do rejeito e identificação das propriedades do material, tais como Ph (me-dida de acidez) e porosidade.

Para se chegar aos resultados atuais dos blocos de cerâmica, vários testes foram re-alizados, no município de Barcarena. Um exemplo disto é o Mercado de Peixe da Vila do Conde, construído com tijolos de lama

vermelha. Outra prova é a Vila dos Cabanos, onde se tem uma

casa construída com todos os produtos cerâmicos,

das paredes às telhas.

Lama Vermelha Limpa e Sustentável

Um dos desafios da pesquisa é eliminar completamente os resíduos de soda cáustica – produto corrosível que pode prejudicar o meio ambiente – presente na lama vermelha. O Engenheiro de Projetos da empresa, Alan Viveiros, explica que a utilização do forno é a parte mais importante da produção dos blocos de lama vermelha. “É preciso temperatura superior a das cerâmicas tradicionais. Isso garante um produto sem resíduos de soda”, explica.

A opção pelos blocos cerâmicos, detalha o Engenheiro, é garantir o máximo aproveitamento da lama vermelha. “Os blocos são produzidos na proporção de 80% de lama e 20% de argila (material necessário para dar homogeneidade ao produto)”, diz. Segundo o especialista, a durabilidade e a resistência da cerâmica são superiores às do concreto.

Comunidade unida na era da sustentabilidade

A madeira que iria para o lixo virou obra de arte. Foi a contribuição para a sustentabilidade do artesão e operador de porto, Eduardo Marques. Ele aproveitou o material que seria descar-tado como lixo, durante as obras de expansão da refinaria de alumina, e passou a utilizar os restos de madeira na produção de peças, como porta temperos e retratos, e ainda ornamentos que exibe nas exposições que participa. A última em que esteve foi “A Indústria move a arte”, promovida pelo Serviço Social da Indústria – SESI.

Sustentabilidade também é estar na moda. A Cooperativa de Costura e Moda de Barcarena (Coopermodas), apoiada pela Alunorte, reaproveita lonas usadas em banners publicitários e transforma em bolsas femininas. O material é doado pela empresa. Cada bolsa custa entre R$ 5 e R$ 25.

Esta mesma cooperativa também produz ecobags – bolsas para substituir sacolas plásticas. O acessório não polui o ambiente, é feito a partir do algodão e o uso é retornável – pode-se usar quantas vezes quiser em qualquer lugar: padaria, supermercado ou como enfeite. Mais de 5 mil peças já foram distribuídas pela refinaria. O produto ganhou também o reconhecimento fora do Pará: foi elogiado na Conferência Internacional do Instituto Ethos, um dos grandes eventos de sustentabilidade do Brasil.

Resíduos da alumina

revestem chão de mineradoraA medida é uma forma de aproveitamento dos resíduos da alumina:

matéria-prima do alumínio

Indústria da Mineração Ano IV - nº 26, julho/agosto de 200916

Alunos na oficina de reaproveitamento de garrafas PET

Produção de farinha de mandioca em Juruti (PA)

A mineradora Alcoa também ajuda 400 moradores do Assentamento Socó I, em Juruti (PA), a produzir farinha de mandioca com qualidade e de forma ágil. A comunidade recebeu da empresa a Casa da Farinha – um local de treinamento e capacitação na pro-dução da tradicional cultura da mandioca em farinha e outros derivados.

Para o Presidente da Associação dos Produ-tores Rurais do Assentamento Socó I (APRAS), Paulo Pimentel Alfaia, a iniciativa agregará va-lor ao produto e a Casa da Farinha será o local de reuniões, encontros e produção.

A ação, desenvolvida pela Alcoa na Matriz de Compensação Coletiva (MCC), reúne 33 atividades nas áreas de educa-ção, lazer, economia, meio ambiente e infra-estrutura. Todas elas foram definidas em reuniões entre o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), a APRAS e instituições parceiras. O objetivo da Matriz é estruturar o assentamento e

capacitar os produtores para que seja agregado valor à produção.

O Consultor Sênior de Sustentabilidade da Alcoa, Brício Lima, explica que as ações da Matriz são importantes na difusão do co-nhecimento. “Transmitir informações para as gerações futuras é um grande passo”.

A Casa da Farinha, segundo o Consultor, é uma mini indústria de derivados da mandioca que será como uma escola. “É um projeto piloto que será multiplicado em outras comu-nidades. Uma forma de reverter em renda e qualidade de vida”, diz.

Mais de 40 produtores das comunidades do assentamento foram capacitados para beneficiar a mandioca e a produção de deri-vados. “Os moradores colocarão em prática, na Casa da Farinha, a teoria dos cursos reali-zados e, ainda, aperfeiçoarão os produtos”, diz Elisabeth Vieira, da Victória Amazônica, que conduz a implantação dos projetos da MCC sob coordenação da Alcoa.

Alcoa ajuda moradores na produção de farinha

A ação promoveu lições de responsabilidade ambiental

apoiada pela mineradora Alcoa

Uma garrafa de plástico pode levar 400 anos para se decompor. Se tiver a destinação inadequada, este material se torna resíduo e prejudica ambientalmente a sociedade. No município de Juruti, no Oeste do Pará, os alunos da Escola Estadual de Ensino Médio Vereador Raimundo de Souza Coelho deram o exemplo: transformaram resíduo em uten-sílios domésticos, peças de decoração e brin-quedos durante oficina de reaproveitamento de garrafas pets. A iniciativa foi apoiada pelo Programa de Educação Ambiental da Alcoa (associada ao IBRAM), produtora de alumínio em Juruti, no Pará.

Alunos da comunidade de Juruti transformam garrafas plásticas em peças decorativas

Preocupados com a questão ambiental e a quantidade de resíduo gerado na cidade, os professores da escola resolveram transformar a ideia em realidade. “A questão ambiental está em pauta no mundo todo e aqui não poderia ser diferente. É um trabalho de consciência ecológica que incentiva futuras gerações e estimula uma vida em harmonia com a sociedade e a natureza”, explica o Diretor da escola, Jim Jones.

Para que a oficina se tornasse a realidade, a escola promoveu uma gincana para reunir materiais recicláveis, entre eles as garrafas. O professor Denílson Pereira conta que foram arrecadadas 20 mil garrafas plásticas de vários tamanhos. “A partir daí, organizamos a oficina. Por enquanto, os produtos ficarão na escola. No futuro próximo, faremos um bazar para comercializar a ‘obra’ dos alunos”, explica.

Patrocínio

O Programa de Educação Ambiental, que integra os Planos de Controle Ambiental (PCAs) do empreendimento, providenciou a parte didática da oficina, incluindo um instrutor, materiais didáticos e de consumo e certificado aos participantes.

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IBRAM participa do 2º Encontro Latino-Americano

da Construção e Mineração

Paulo Camillo, Presidente do IBRAM (à esquerda), durante discurso no 2o Elacon

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Navio transportando bauxita pelo rio TrombetasBauxita em vagões de trem Área de secagem de minério

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A Mineração Rio do Norte (associada ao IBRAM), uma das maiores produtoras mundiais de bauxita, têm dois motivos para comemo-rar. Em agosto, a empresa completará 30 anos de operações em Porto Trombetas, no oeste do Pará.

Além disso, pelo segundo ano consecutivo, recebe o título de campeã nacional do setor de mineração no ranking do anuário Valor 1000, do grupo do Valor Econômico. A publicação destaca as mil maiores empresas do Brasil com base nos últimos balanços de 2008. Entre as mil, escolhe as campeãs de 25 setores, por meio da soma da pontuação em sete critérios: rentabilidade, margem da atividade, liquidez corrente, giro do ativo, crescimento sustentável, receita líquida e geração de valor.

MRN é bicampeã nacional de mineração no ranking da Valor 1000

O IBRAM participou do 2º Encontro Latino-Americano da Construção e Mineração, re-alizado em São Paulo. O evento reuniu profissionais e empresas dos setores de Construção e Mineração e aconteceu simultaneamente ao M&T Expo 2009, uma das maiores feiras de máquinas e equipamentos.

Os participantes discutiram a situação do setor mineral no País diante da crise financeira internacional e também avaliaram a recuperação do setor. Os empresários da indústria da mineração informaram que a retomada da produção e dos negócios minerários começou e será mais consistente em 2010.

De acordo com dados da Associação Nacional das Entidades de Agregados para Construção Civil (Anepac) o segmento de areia e pedras britadas continua em crescimento e ainda prevê alta de 2% em relação a 2008, que já havia crescido 19% sobre 2007. Isso devido às obras públicas que mobilizam a construção civil. O setor de agregados da construção civil espera uma produção de 456 milhões de toneladas neste ano.

Em relação a outros segmentos do setor de mineração, Paulo Camillo Penna, Presidente do IBRAM, acredita em uma recuperação no segundo semestre, quando a conjuntura internacional estiver um pouco mais nítida.

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Tradicionalmente as atividades econômicas do semi-árido não são as de mineração e sim, predominantemente, a canavieira e a do fumo. Mas a realidade da re-gião de Alagoas será mudada por meio do Projeto Arapiraca, da Mineração Vale Verde (associada ao IBRAM), empresa da canaden-se Aura Minerals. Este assunto será debatido pelo Presidente da Mi-neração Vale Verde, Carlos Bertoni, no últi-mo dia de 13º Congres-

so Brasileiro de Mineração (24 de setembro), em Belo Horizonte (MG). O evento - uma realização do IBRAM - acontecerá simul-taneamente à Exposição Internacional de Mineração 2009 (EXPOSIBRAM 2009) entre os dias 21 e 24 de setembro.

A jazida mineral, denominada Serrote da Laje, está localizada na área rural do município de Craíbas (a 150 quilômetros de Maceió). Os maiores desafios, na opinião do dirigente da Vale Verde, envolvem questões de infraestrutura. “Em Minas Gerais, por exemplo, existem eletricidade e água. Na região do semi-árido essas estruturas básicas precisam ser implantadas por meio de ações de trabalho com os Governos Municipal, Estadual e Federal”, afirma.

Já foi comprovada que a região é rica em minérios: a jazida de Serrote da Laje possui mais de 200 milhões de toneladas de minério de cobre, ouro e ferro. Cobre é o minério em maior quantidade nesta jazida. De acordo com Carlos Bertoni, desde a dé-cada de 80, empresas mineradoras nacionais

Sondagem do projeto Serrote da Laje

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Presidente da Mineração Vale Verde,

Carlos Bertoni

Projeto Arapiraca (AL): mineração é desafio no semi-árido brasileiro

O assunto será discutido no 13º Congresso Brasileiro de Mineração, em setembro

pesquisam o solo do agreste nordestino. “A pesquisa não é em larga escala. Como o semi-árido não é conhecido por potencial mineral, a região é deixada de escanteio e esquecida”, desabafa.

A previsão é que a Vale Verde comece a minerar no local em 2012. Mas com uma con-dição: “o desenvolvimento deve estar atrelado ao bem estar da sociedade. É um compromisso com a população”, segundo Bertoni.

Investimento X minas

“Na minha opinião o processo de mi-neração é um quebra-cabeça. Uma mina não é encontrada e sim feita. Para isso são necessários quatro requisitos básicos de infraestrutura: água, eletricidade, ferrovia e porto”, releva Carlos Bertoni.

A questão da eletricidade já está encami-nhada na região de Arapiraca. Resultado de uma ação de trabalho conjunta entre a Vale Verde e os Governos Municipal, Estadual e Fe-deral, o Ministério de Minas e Energia (MME) anunciou, recentemente, uma nova linha de transmissão e uma subestação elétrica – o que já resolve a questão por mais 20 anos.

Outro desafio – e um dos maiores entraves na região do agreste – é a água. Mas esta é outra questão já encaminhada. Em agosto, um consórcio formado pela Odebrecht Ambiental e a Cab Ambiental apresentará resultados de um estudo sobre gestão de recursos hídricos. “Espera-se que em maio de 2010 o processo esteja concluído. Isso é uma prova da ação de trabalho entre o Governo do Estado e as parcerias público-privada”, diz Bertoni.

O processo prevê a construção de uma nova adutora (que pode durar em média 50 anos) e a revitalização do sistema atual – que é ineficiente. Tudo isso envolverá 9 municípios.

“Somos catalisadores de soluções, uma espécie de interface para que os entraves sejam resolvidos. A mineração chega à região e, proporciona sustentabilidade, e ainda, promove infraestrutura”, afirma o Presidente da Vale Verde.

A Vale Verde existe desde 2007. E o proje-to está orçado em torno de R$ 1 bilhão.

Educação é o maior desafio

Um desafio grande é o da educação. É preciso preparar a comunidade, ensinar e treinar para o trabalho no Projeto. O grande entrave é o fato de que a população rural não tem, em média, nem o ensino fundamental. “Precisaremos de mão-de-obra que vai desde motoristas de caminhão a eletricistas. Em Mi-nas Gerais, por exemplo, existe essa cultura. Na região do semi-árido é diferente. A cultura é canavieira e, em Arapiraca, é fumo”, revela Carlos Bertoni.

Segundo Bertoni, atualmente, a empresa e os prestadores de serviço da mineração já empregam 150 pessoas da comunidade. “Queremos dar oportunidade para as pes-soas do município e por isso precisamos de parceria para qualificá-las”, frisou.

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