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Banco de Imagens Brasil participa do maior evento mundial de exploração mineral Segunda fase do MINERAÇÃO tem início em abril Setor privado gera conhecimento científico na Amazônia Mineração mapeia emissão de gases de efeito estufa no País Março/abril de 2011 Ano VI - nº 42 Mineração indústria da

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Brasil participa do maior evento mundial de exploração mineral

Segunda fase do MINERAÇÃO tem

início em abril

Setor privado gera conhecimento

científico na Amazônia

Mineração mapeia emissão de gases de efeito estufa no País

Março/abril de 2011Ano VI - nº 42Mineração

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EDITORIAL

EXPEDIENTE | Indústria da Mineração - Informativo do Instituto Brasileiro de Mineração • DIRETORIA EXECUTIVA – Presidente: Paulo Camillo Vargas Penna / Diretor de Assuntos Minerários: Marcelo Ribeiro Tunes / Diretor de Assuntos Ambientais: Rinaldo César Mancin • CONSELHO DIRETOR – Presidente: José Tadeu de Moraes / Vice-Presidente: Luiz Eulálio Moraes Terra • Produção: Profissionais do Texto – www.ptexto.com.br / Jorn. Resp.: Sérgio Cross (MTB3978) / Textos: Flavia Agnello • Sede: SHIS QL 12 Conjunto 0 (zero) Casa 04 – Lago Sul – Brasília/DF – CEP 71630-205 – Fone: (61) 3364.7272 / Fax: (61) 3364.7200 – E-mail: [email protected] – Portal: www.ibram.org.br • IBRAM Amazônia: Av Gov. José Malcher, 815 s/ 313/14 – Ed. Palladium Center – CEP: 66055-260 – Belém/PA – Fone: (91) 3230.4066/55 – E-mail: [email protected] • IBRAM/MG: Rua Alagoas, 1270, 10º andar, sala 1001, Ed. São Miguel, Belo Horizonte/MG – CEP 30.130-160 – Fone: (31) 3223.6751 – E-mail: [email protected] • Envie suas sugestões de matérias para o e-mail [email protected].

INSCRIÇõES ABERTAS PARA O III WORkSHOP REDUÇÃO DE CUSTOS NA MINA E NA PLANTA

Atualize-se com as principais tecno-logias, processos e serviços para mi-neração que vão otimizar os resulta-dos de sua mina. Participe, nos dias 10 e 11 de maio, do III Workshop Redução de Custos na Mina e na Planta e conheça cases de sucesso em mineradoras do Brasil e exterior.

Para mais informações, acesse:

httP://www.revistaminerios.

com.br/iii_workshoP.Pdf

Fonte: Minérios & Minerales

A preservação do meio ambiente dei-xou de ser apenas preocupação de grupos de ambientalistas. Atualmente, as questões ambientais fazem parte dos planos de qual-quer empreendimento. A postura do Gover-no brasileiro mostra esta tendência: durante a Convenção Mundial do Clima realizada em Copenhague, Dinamar-ca, há dois anos, o País assumiu a “meta volun-tária” de redução de ga-ses entre 36,1% e 38,9% até 2020. Para atingir tal objetivo, cada segmen-to produtivo vai ter sua meta específica.

Algumas atividades, como a siderurgia e a de produção de cimento, já foram chamadas pelo Governo Federal para negociar metas de redu-ção de emissão de gases de efeito estufa (GEE). Ainda este ano será a vez da mineração, que se antecipa ao com-promisso oficial ao elaborar o mapeamento setorial de suas emissões.

No geral, a indústria da mineração pode ser considerada baixa emissora, de acordo com o inventário nacional de emis-sões elaborado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).

Ainda assim, essa indústria tem de buscar mais oportunidades de ampliar a eficiência na gestão desse tema. As principais estão no melhor uso de fontes energéticas e também nos meios de transporte, estratégia que per-mite reduzir drasticamente as emissões deri-vadas de transporte de minério pelas rodo-vias, por exemplo.

Preservação, eficiência e gestãoVários projetos das mineradoras intensi-

ficam a redução de gases de efeito estufa. Além destes programas, o setor mostra bas-tante preocupação com a recuperação e preservação do meio ambiente, como pode ser observado na reportagem desta edição

“Setor privado gera co-nhecimento científico na Amazônia”.

Esses novos valo-res fazem do Brasil um potencial destino para receber inves-tidores que trazem a preocupação am-biental como Norte na hora da escolha de onde aplicar. Acredi-tando na capacidade brasileira de aliar de-senvolvimento e meio ambiente, o IBRAM, em parceria com a ADIMB - Agência Para o Desenvolvimento Tecnológico da In-

dústria da Mineração Brasileira e também com o Governo Federal, coordenou, de 6 a 9 de março, a participação de empresas brasileiras no Brazil Pavilion, espaço nobre organizado em um dos mais importantes eventos internacionais, o PDAC - Prospec-tors & Develpers Association of Canada, realizado em Toronto.

O trabalho conjunto e as boas perspec-tivas de negócios atraíram ao PDAC uma comitiva com a qualidade e a importância que o setor merece. O objetivo central foi atingido: mostrar no exterior a realidade mineral do Brasil. E esse compromisso faz com que o IBRAM abra outras oportunida-des para as mineradoras associadas lá fora e também no País.

INfOMINE DISPONIBILIzA CURSO DE SEGURANÇA

DAS BARRAGENS DE REjEITOS

A Brasil InfoMine disponibiliza o curso Procedimentos de Gestão e Segurança das Barragens de Rejeitos. Feita pela Internet, a iniciativa tem como objetivo capacitar diretores e gerentes da mineração e de outros segmentos que utilizam barragens de rejeitos, governos e sociedade ci-vil quanto às melhores práticas para a gestão de segurança dessas estru-turas, de modo a minimizar a ocor-rência de acidentes e incidentes.

Para mais informações, entrar em

contato com marcelo villela Pelo

e-mail [email protected]

Ano VI - nº 42, março/abril de 2011Indústria da Mineração 2

Trabalho desenvolvido pela STCP Engenharia de Projetos em área de mineração leva à descoberta de novas espécies de orquídeas e bromélias

Até o final deste ano, pesquisadores que se dedicam ao estudo das epífitas – orquíde-as e bromélias – poderão comemorar a des-coberta de pelo menos cinco novas espécies existentes na Amazônia. Elas estão em pro-cesso de descrição. O trabalho vem sendo realizado desde 2009 pela STCP Engenharia de Projetos Ltda., financiado pela empresa Mineração Rio do Norte S/A, que explora bauxita no município de Oriximiná, no Pará. Esse é um dos únicos projetos no Brasil que promove o resgate e a reintrodução de epífi-tas naquela região.

Essa contribuição à ciência é prevista no próprio processo de licenciamento ambien-tal promovido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Re-nováveis (Ibama) como forma de compensa-ção aos impactos decorrentes de atividades produtivas. De acordo com o engenheiro ambiental da STCP, Ramon Gomes, o setor privado que opera na Amazônia é respon-sável pela geração de muitas informações científicas. “Como não existem mais as gran-des expedições cientificas financiadas pelo poder público, são os empreendimentos pri-vados que, por meio de seus processos de licenciamento ambiental coletam informa-ções e constroem um acervo que é referên-cia internacional”, afirma.

Setor privado gera

conhecimento científico na Amazônia

O trabalho é coordenado pelo pesquisa-dor João Batista Fernandes da Silva, botânico naturalista, especialista na família Orchidace-ae, em uma área de 10.000 hectares, onde é realizada a exploração de bauxita. As ativida-des consistem em ir ao local antes do início da exploração do minério, identificar a vege-tação que sofrerá o impacto, resgatar as epí-fitas e reintroduzi-las em locais que estão em processo de recuperação ambiental. Quando os exemplares resgatados não apresentam boas condições fitossanitárias são transporta-dos para aclimatação em um orquidário para posterior reintrodução.

Segundo o engenheiro ambiental da STCP, a preservação das espécies epífitas é fundamental, pois o epifitismo é responsável por parte significativa da diversidade que faz das florestas tropicais úmidas um dos mais complexos ecossistemas da biosfera. “A ca-pacidade das florestas tropicais em sustentar um grande número de animais pode ser atri-buída ao substrato provido pelas epífitas e por sua significativa capacidade de retenção de nutrientes da chuva, neblina e partículas em suspensão”, explica.

A execução do programa de resgate e reintrodução de epífitas realizada sob o ge-renciamento da STCP também resultou em um banco genético de conservação de es-pécies de orquídeas e bromélias da região oeste do Pará, que está sendo mantido junto à Universidade de Viçosa. De acordo com

Gomes, o aprofundamento do conhecimen-to e a promoção da conservação do material genético dessas espécies são de fundamental importância para a otimização de programas futuros de recuperação de áreas degrada-das, conservação in e ex situ da flora, e de investigações científicas.

Na opinião do engenheiro ambiental, a presença do setor privado na Amazônia tem se tornado primordial para a conservação dos recursos naturais da região. “Toda essa pesqui-sa resultou em uma mudança de paradigma, já que melhoramos o processo de recupera-ção e preservação, empregando metodologias mais eficientes para o processo de restaura-ção ambiental. Hoje se sabe, por exemplo, que uma planta epífita pode ser reintroduzida a uma altura de três metros, contra os dez-metros usados anteriormente nos ambientes amazônicos. Assim, é possível acelerar o pro-cesso de recuperação de uma área, porque podemos fazer a reintrodução dessas espé-cies em florestas que estão em processo de recuperação, onde as árvores que funcionam como hospedeiras das epífitas, são jovens e estão em desenvolvimento”, afirma. Além dis-so, o engenheiro ressalta que as exigências nos procedimentos de licenciamento ambiental promovidas pelo Ibama e órgãos ambientais estaduais promovem e multiplicam as possi-bilidades, não somente da recuperação am-biental, mas principalmente, a ampliação da descoberta de novas e importantes espécies da biodiversidade nacional.

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No detalhe, de cima para baixo, pré-resgate, reprodução epifitário e polinização; no destaque, reintrodução

Indústria da Mineração Ano VI - nº 42, março/abril de 2011 3

TRAVA-qUEDAS APRESENTA fALHA EM PRé-TESTES

A equipe de montadores de andaime da empresa OOG (Ode-brecht Óleo e Gás) procederam testes de travamento e destrava-mento do trava-quedas Carbografite PN 2001 e CA 14.761 para cabo de aço de 8 mm, no canteiro de obras da mesma. A ação foi impulsionada devido a relato dos montadores de andaime de PCH-1 e PCE-1 do mau funcionamento do item de segurança em questão, durante o pré-teste. A equipe constatou que o referido trava-quedas soltava-se do cabo de aço ao ser acionado para ser destravado durante uma mudança de altura do usuário.

O setor de engenharia da Carbografite reconheceu o problema e se prontificou a substituir todo o lote citado.

Na avaliação da empresa, isso aconteceu pois havia uma diferen-ça no raio de curvatura do trava-quedas, que está variando entre 1,0mm e 1,4mm, o que faz com que o trava-quedas possa se sol-tar do cabo de aço naturalmente.

fUNDACENTRO OfERECE MESTRADO EM TRABALHO, SAúDE E AMBIENTE

A Fundacentro, entidade vinculada ao Ministério do Trabalho e Em-prego, do Governo Federal, já disponibiliza informações importan-tes sobre a estrutura e funcionamento do recém-criado Programa de Pós-Graduação Mestrado Acadêmico em “Trabalho, Saúde e Ambiente”. A primeira turma iniciará o curso em agosto de 2011. O exame de seleção e calendário acadêmico serão ainda divulgados.

A Fundacentro realiza em diversos estados brasileiros cerca de 160 cursos, envolvendo aproximadamente cinco mil participantes, en-tre profissionais da área de Segurança e Saúde do Trabalhador de órgãos públicos, empresas e sindicatos.

As atividades educativas têm o papel de difundir os resultados de estudos e pesquisas desenvolvidas na área nos últimos anos, atualizando os técnicos que atuam nesse campo. Os interessados devem entrar em contato pelo do e-mail [email protected] ou pelo telefone (011) 3066.6062.

ATUALIDADES

Os desafios da Segurança e Saúde do tra-balho para as micro e pequenas empresas (MPEs) foram o foco do primeiro painel realizado na I Bienal da Fundacentro. Co-ordenado pelo Assessor da Presidência da Fundacentro, Jorge Teixeira, o painel contou com a participação do economista Paul Singer, Secretário de Economia So-lidária do Ministério do Trabalho (MTE), da Secretária de Inspeção do Trabalho do MTE, Vera Lucia Albuquerque e da Vice-presidente da Fiocruz, Nisia Trindade. Par-ticiparam ainda, como expositores, Paulo Altair Araújo de Soares, do Centro Estadu-al da Fundacentro no Rio Grande do Sul, e Domingos Lino, Coordenador Geral do Departamento de Previdência, Segurança e Saúde Ocupacional (DPSSO) do Minis-tério da Previdência Social.

Vera Lucia falou sobre as dificuldades em fazer as micro e pequenas empresas MPEs-cumprirem as políticas de Segurança e Saú-

de do Trabalhador (SST), principalmente porque não têm nem estrutura, nem recur-sos financeiros para investir em SST.

Já Paul Singer centrou sua palestra sobre as cooperativas e empresas da economia soli-dária, e nas dificuldades que enfrentam para serem regularizadas nas juntas comerciais. No Amazonas, essa regularização chega a levar quase um ano. Singer abordou ainda as condições precárias de trabalho e a es-cassez de capital na economia solidária para investir em SST.

Por sua vez, Paulo Altair Araújo Soares, da Fundacentro-RS, Coordenador do Programa Nacional de SST para MPEs, traçou um his-tórico da atuação da Fundacentroem parce-ria com o Sebrae.

De 2004 a 2009, cerca de 70 profissionais da Fundacentro participaram de cursos de capacitação da Organização Internacional

PROGRAMA MINERAÇÃO NO ALVO CERTOPrimeiro painel debateu SST nas micro e pequenas empresas –

dificuldades e falta de recursos dificultam implantação de políticas

do Trabalho, em Turim (Itália), em que co-nheceram conceitos e práticas em MPEs eu-ropeias. A partir daí, criou-se um grupo de trabalho Fundacentro-Sebrae, de cerca de 20 pessoas, que iniciou a construção de uma política pública de SST para as MPEs. Esse grupo também elaborou um curso de capa-citação, com material didático desenvolvido pela Fundacentro, com base em metodolo-gia do Sebrae, e realizou um curso-piloto em Vitória para validação da metodologia. Todos os projetos do grupo foram reapresen-tados para 2011, disse Paulo.

Domingos Lino falou sobre questões previ-denciárias relacionadas às MPEs, enquanto Nisia, ao final, apresentou uma análise crí-tica sobre as palestras apresentadas duran-te o painel.

SEGURANÇA E SAÚDE

Programa pretende oferecer ferramentas para que as mineradoras

sejam cada vez mais responsáveis na área de Saúde e Segurança

O trabalho na área da mineração é um dos mais arriscados do setor industrial. De acor-do com dados do Ministério do Trabalho, a atividade mineira, a da construção civil e a da agricultura são os três setores que apre-sentam maiores riscos de acidentes no País.

Para trazer mais segurança ao trabalhador, e consequentemente melhorar a imagem da mineração junto a sociedade o IBRAM lançou, em abril, a segunda fase do MINE-RAÇÃO - Programa Especial de Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração.

Nessa fase serão adotadas estratégias de capacitação, que serão disponibilizadas às diversas empresas de mineração brasilei-ras. Estas serão focadas na transferência de todo o conhecimento gerado em três anos de trabalho na primeira etapa do Programa, quando foi elaborado um Protocolo de Boas Práticas. Ele será um guia para todas as ações que envolvem este programa.

Desenvolvido pelo IBRAM, o MINERAÇÃO tem como principal objetivo sensibilizar em-presas, sociedade civil e representantes po-líticos para o tema, que trata da importância da segurança e saúde do trabalhador e seus aspectos positivos na prosperidade econô-mica, conforme afirma a Coordenadora do programa, Cláudia Pellegrinelli.

A expectativa é que a partir dessa sensibi-lização haja uma redução no número de acidentes de trabalho na área por meio da implementação de uma série de medidas, como programas de treinamento e inter-câmbio de boas práticas.

Segundo a Coordenadora, a prioridade é a proteção à vida, cuidado que gera diversos benefícios para o desenvolvimento do pró-prio mercado. “Prevenir acidentes cria um vínculo de responsabilidade social, o que, além de proteger o maior bem da empresa, o trabalhador, é também muito produtivo para o negócio em si. Sem contar que uma empresa socialmente correta e que cuida dessas questões tem um funcionário mais motivado, que vai produzir melhor. Assim, com uma imagem sólida e sustentável, a companhia vai conseguir atrair mais parcei-

ros e ter uma imagem de credibilidade com a sociedade”, detalha.

Após o lançamento oficial, o MINERAÇÃO vai colocar na prática seus projetos, ao apre-sentar soluções e ferramentas para que as empresas possam aderir cada vez mais à causa. “Ao longo do ano, realizaremos cur-sos, treinamentos, seminários com especia-listas dentro e fora das empresas”, informa.

Segundo Pellegrinelli, um convênio já firma-do com o Serviço Social da Indústria (Sesi) vai possibilitar ao Programa um grande al-cance em território nacional. “O Sesi tem cerca de mil unidades no País e, portanto, grande capilaridade. Com o acordo, po-deremos chegar também às regiões menos acessíveis, onde dezenas de empresas estão localizadas”, explicou.

Além da parceria com o Sesi, o IBRAM fará um trabalho conjunto com a Escola Politéc-nica da Universidade de São Paulo (Poli/USP). Com estes dois apoios, a ideia é atin-gir todo o setor produtivo, desde a pequena até a grande mineradora.

O Programa também trabalha para a criação de um banco de dados com as melhores práticas do setor, com o intuito de fomen-tar os programas de prevenção. Associados e não-associados podem participar do MI-NERAÇÃO. “A ideia final é colocar Saúde e Segurança como valores primordiais para a prosperidade – em todos os níveis – de uma mineradora que pretenda atuar adequada-mente às normas de responsabilidade social e aos preceitos de sustentabilidade, compor-

tamentos que não podem mais ser deixados de lado em pleno século 21”, completa Cláudia Pellegrinelli.

Bons exemplos

A Mineração Rio do Norte (MRN), que ex-trai bauxita no oeste do Pará, recentemente implantou o conceito de “corredores de se-gurança” em seus ambientes industriais. São áreas por onde passam exclusivamente equi-pamentos. Funcionários estão proibidos de circular por ali. O objetivo é evitar acidentes de trabalho. No departamento de manuten-ção elétrica das escavadeiras, por exemplo, os corredores para as máquinas têm 1,10 metro de largura e são cercados por chapas de aço de 1,20 metro de altura.

Ainda na MRN, todas as ferramentas de alto torque que antes eram utilizadas na manu-tenção dos equipamentos de lavra foram aposentadas. Já não se usa mais a força física para apertar ou soltar os parafusos dos trato-res. Agora utilizam-se equipamentos de pres-são hidráulica, acionados a distância. Tudo isso resulta em menos esforço físico e mais segurança para os funcionários.

São inúmeras as iniciativas de sucesso para prevenção de acidentes no trabalho implanta-das na indústria do alumínio. A Alcoa criou o programa De Olho no Risco, nas unidades de Poços de Caldas, Itapissuma e São Luís (Alu-mar). A iniciativa premia as melhores sugestões dadas pelos funcionários relacionadas à segu-rança no trabalho. Algumas acabam tornando-se normas de segurança da empresa.

SEGUNDA fASE DO MINERAÇÃO TEM INíCIO EM ABRIL

I Fase do MINERAÇÃO: elaboração do Protocolo de Boas Práticas

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Lítio: um importante aliado na luta contra o aquecimento global

ENTREvIsTADécIo SâNDoLI cASADEI – engenheiro de minas

Muito tem se falado sobre o novo mar-co regulatório do setor. Como o senhor avalia a iniciativa?

De fato, o tema já vem sendo objeto de pro-posições e avaliações subsequentes há mais de dois anos, o que permite avaliar pelo me-nos dois pontos: sua complexidade e dificul-dade para se chegar a um consenso.

A iniciativa, por óbvio, sempre será bem-vin-da desde que tenha como resultado o aper-feiçoamento do atual Código de Mineração, o que por ora não se pode ainda, após todo esse tempo, considerar tal objetivo finaliza-do e, portanto, passível de avaliação.

Na opinião do sr., quais propostas fal-tam ao setor para que o País seja ainda mais competitivo?

Tais propostas talvez não sejam identificáveis de forma simplista e individualizadas, mas devem contemplar, de forma abrangente e primordial a capacitação do poder público responsável pela atividade de mineração no Brasil, seja DNPM seja a nova Agência Na-

cional de Mineração (ANM) e mesmo o Con-selho Nacional de Política Mineral (CNPM).

De nada adiantará a criação da ANM ou do CNPM se de uma vez por todas o po-der público não responder de forma com-petente e responsável às demandas que atendam o crescimento sustentável da mi-neração brasileira.

É claro que nesse cenário, à empresa de mineração caberá fazer e acontecer den-tro das novas regras, que se espera, sejam aperfeiçoadas e corretamente adotadas pelo poder público.

Cumpre ainda ser destacado a necessária determinação do poder público no que se refere à sua obrigação de prover a indis-pensável infraestrutura, cuja insuficiência é um dos maiores entraves para o cresci-mento da mineração.

Da mesma forma, a capacitação dos órgãos ambientais se faz imprescindível, para que se faça a correta, sensata e responsável a convivência da mineração com a preserva-ção ambiental.

Uma das alterações está relacionada ao lítio. A ideia é fazer com que a ex-tração deste mineral seja incrementa-da. O mineral é visto como estratégi-co para o País. O senhor acredita que esta visão é uma exigência do merca-do internacional?

Não há, por ora, proposta clara e objetiva a respeito de tratamento diferenciado para o lítio, pois eventuais alterações se dariam a partir da implementação das novas normas, sem prejuízo dos direitos já adquiridos.

Por óbvio e por estrito bom senso o inte-resse da Nação, compatibilizado com a necessidade de seu desenvolvimento, sem dúvida se fará pelo esforço e dedicação das empresas produtoras que venham atender a realidade de mercado, quer nacional, principalmente, e internacional, se assim definir e quiser o governo federal.

Portanto, não há como entender qualquer alteração no texto legal, voltado à mine-ração como uma exigência do mercado internacional.

Há 36 anos assessorando mineradoras, autoridades e órgãos públicos, o engenheiro de minas Décio Sândoli Casadei fala da potencialidade do lítio, das mudanças propostas nos marcos regulatórios e, entre outros temas, da importância do setor mineral na redução das emissões de gases de efeito estufa.

Ano VI - nº 42, março/abril de 2011Indústria da Mineração 6

quais são os mercados atendidos pela produção atual e quais novos mercados seriam contemplados com esse incremento?

A produção brasileira de compostos de lítio se volta para o atendimento, especialmente no caso do hidróxido, à indústria de graxas lubrificantes especiais, enquanto que o car-bonato de lítio à cerâmica, produção de vi-dros especiais, tintas, vernizes e em alguns casos como matéria-prima a ser processada pela tecnologia especializada no âmbito da indústria farmo-química.

É sabidamente do conhecimento atual, o fu-turo do lítio como matéria-prima para a fa-bricação de baterias para carros elétricos.

Por ora, as baterias de lítio para equipamen-tos eletrônicos, especialmente notebooks são totalmente importadas.

Sem dúvida, a expectativa futura, em espe-cial os carros elétricos, representa um au-mento de demanda significativa.

O Brasil tem potencial geológico para elevar sua produção? O senhor sabe de alguma pesquisa que tenha mostra-do fortes indícios de novas jazidas?

O potencial geológico brasileiro conhecido face o mercado consumidor tem se mostra-do capaz e suficiente para seu adequado suprimento.

Há informações sobre a existência de recur-sos de lítio em alguns estados do Nordeste e em especial no Estado do Ceará e na região nordeste de Minas Gerais.

Nesse contexto torna-se obrigatório dar des-taque às concessões de lavra para lítio, que encontram-se paralisadas em flagrante desres-peito à legislação. Esse tipo de potencial não conta e nem interessa ao País na forma como é considerada, ou seja, um bem da União sendo apropriado de maneira especulativa.

O sr. acredita que falta aprofundamen-to no levantamento geológico no País, ou seja, a CPRM deveria aprofundar este tipo de pesquisa?

Muito provavelmente o detalhamento do co-nhecimento geológico do território nacional

poderá revelar a ocorrência de recursos im-portantes de lítio e, para tanto, cabe à CPRM / SGB destacada responsabilidade e mesmo compromisso com vistas ao crescimento da indústria de mineração do nosso País.

fusão nuclear (ITER - International Thermo Nuclear Experimental Reactor), resultarão em importante “limpeza” atmosférica.

quais foram os avanços dessa pro-dução que o sr. pode perceber? Essas mudanças também contribuíram para que a extração do lítio impactasse cada vez menos o meio ambiente?

O programa mundial de limpeza atmosféri-ca, ora proposto, e sua adoção, já aceita ou mesmo obrigatória, tem estimulado o apro-veitamento do lítio como matéria-prima de grande importância pelo seu desempenho limpo ao gerar energia.

O projeto ITER em implantação na França – Cadarache – representa importante marco ambiental pela sua proposta de aplicação da energia nuclear limpa, sem ocorrência de rejeitos radioativos, para a geração de energia elétrica.

Portanto, nada se compara ao extraordiná-rio ganho ambiental quando se faz a opção pela energia gerada pelos aplicativos do lítio, mesmo porque sob o ponto de vista ambien-tal a mineração do lítio pode e tem sido ab-solutamente controlada em termos de inter-ferência com o meio ambiente.

Na opinião do sr. quais são os novos desafios dessa produção?

A rigor não se está diante de desafios im-portantes, mas sim da plena determinação de se adotar uma solução já conhecida e com resultados claramente favoráveis, es-pecialmente no que diz respeito à preser-vação do meio ambiente.

Este cenário, sob o ponto de vista da indús-tria da mineração, projeta um futuro com perspectivas seguras e um parâmetro de crescimento extremamente positivo.

Assim, os desafios, são identificados princi-palmente, como competência da mineração em se capacitar para atender a demanda que está por acontecer no curto prazo. No-vamente, o papel e conseqüente responsa-bilidade do poder público brasileiro também são fundamentais para garantir o crescimen-to da mineração brasileira sustentável e ga-rantir a exploração e uso dos recursos de lítio existentes no nosso País.

"NADA SE compARA Ao ExTRAoRDINáRIo GANho

AmbIENTAL qUANDo SE fAz A opÇão pELA

ENERGIA GERADA pELoS ApLIcATIvoS Do LíTIo"

Esse possível aumento seria para aten-der a demanda interna, externa ou ambas? Há espaço para o consumo interno apresentar expansão?

O cenário futuro, tanto nacional como inter-nacional, indica um mercado mundial com crescimento importante, que levará obriga-toriamente ao aumento da produção brasi-leira ao nível que, no curto prazo, poder-se-á dimensionar como decorrente da fabricação de baterias para autos elétricos. Onde? No Brasil ou no exterior? Quando?

Sabe-se que até hoje autos elétricos já em operação, ainda que de caráter experimen-tal, são acionados por baterias à base de ní-quel e chumbo, principalmente.

A bateria à base de lítio ainda não se colo-ca como parte consolidada no auto elétri-co, não obstante, as próprias baterias já se acham em adiantado estado de fabricação, praticamente como já adequadas àquela fi-nalidade e, pelas informações correntes, se firmarão como as que de fato viabilizarão os carros elétricos.

Em uma época em que muito se fala so-bre as mudanças climáticas, podemos ter o lítio como um aliado na redução das emissões de gases de efeito estufa?

Sem dúvida, a diminuição da queima de combustíveis, por exemplo, aqueles deri-vados do petróleo e carvão mineral, então substituídos por baterias de lítio, ou mes-mo a geração de energia elétrica a partir da

Indústria da Mineração Ano VI - nº 42, março/abril de 2011 7

poR cLáUDIA SALLES

gerente de assuntos ambientais do iBram

Para assegurar participação em uma econo-mia mundial de baixo consumo de carbo-

no e outros gases causadores do efeito estufa, como CH4 e N2O, a indústria da mineração brasileira promove inédito mapeamento da emissão de gases de efeito estufa (GEE).

A relevância deste mapeamento se respalda no fato de que 136% do saldo total do comér-cio exterior brasileiro está relacionado com o setor de mineração. Segundo o Departamento Nacional de Produção Mineral, são comercia-lizados 55 minerais no Brasil. Por esta razão, é inescapável estudar o estado da arte do in-ventário de emissões de gases de efeito estufa (GEE) do setor. Assim o IBRAM, consciente da necessidade de dar sua contribuição para o equilíbrio climático, decidiu, em 2010, iniciar um programa de inventário das emissões de gases de efeito estufa do setor mineral.

O mapeamento de emissões de GEE para o setor está sendo elaborado de forma gradu-al, considerando as singularidades das dife-rentes cadeias produtivas, e tem como pon-to de partida os inventários empresariais já

existentes dos dez bens minerais escolhidos para esta primeira etapa, para o ano-base 2008. Para cada um desses bens foram se-lecionadas as empresas mais significativas, cujo somatório da produção representasse pelo menos 80% do setor específico. Ao fi-nal, está sendo feita uma projeção das emis-sões totais de GEE relacionadas a cada um dos minerais analisados.

Vale ressaltar que, apesar de todas as em-presas líderes utilizarem as metodologias de cálculo preconizadas pelos órgãos de asses-soramento técnico da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Cli-ma, os inventários individuais de emissões de gases de efeito estufa contêm diferenças que foram objeto de análise criteriosa, vi-sando refletir a realidade do setor, guarda-das as peculiaridades de tecnologia, abran-gência e metodologias.

Além das diferenças entre a forma de apre-sentação das informações por parte de cada empresa, há ainda contrastes entre a forma de agregação das informações utilizada pela Se-gunda Comunicação Nacional à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima e o método adotado no presente estudo. De forma geral, a Segunda Comuni-

ARTIgO

Mineração mapeia emissão de gases de efeito estufa no País

cação Nacional apresenta as emissões de for-ma agregada por setor e sub-setor; definida como “top-down”. No caso do estudo reali-zado pelo IBRAM, decidiu-se estudar as dife-rentes cadeias do setor mineral separadamen-te, em uma análise “bottom-up”, definindo, para tanto, os limites do processo produtivo de cada um dos bens minerais contemplados neste estudo, de forma a evitar dupla conta-gem e distorções nas cadeias produtivas.

Essa iniciativa do setor mineral vem ao en-contro do que estabelece a Política Nacional sobre Mudanças Climáticas, Lei 12187/2009, e será uma contribuição do setor ao com-promisso voluntário do governo brasileiro de reduzir as emissões de GEE do Brasil, entre 36,1% a 38,9% projetadas até 2020. Com isso, a mineração ganha tempo e conheci-mento técnico para negociar com o gover-no, no ano que vem, quais serão as metas setoriais para reduzir as emissões.

PARA SABER MAIS

A Lei 12187/2009, que institui a Política Nacional de Mu-danças Climáticas, estabelece os princípios, objetivos, diretrizes e instrumentos norteadores da Política e dispõe sobre o Decre-to do Poder Executivo que estabelecerá, em consonância com a PNMC, os Planos setoriais de mitigação e de adaptação às mudanças climáticas visando à consolidação de uma economia de baixo consumo de carbono, na geração e distribuição de energia elétrica, no transporte público urbano e nos sistemas modais de transporte interestadual de cargas e passageiros, na indústria de transformação e na de bens de consumo duráveis, nas indústrias químicas fina e de base, na indústria de papel e

celulose, na mineração, na indústria da construção civil, nos serviços de saúde e na agropecuária.

Estes Planos setoriais serão estabelecidos com vistas a aten-der metas gradativas de redução de emissões antrópicas quanti-ficáveis e verificáveis, considerando as especificidades de cada setor, inclusive por meio do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo – MDL e das Ações de Mitigação Nacionalmente Apro-priadas – NAMAs.

Para alcançar os objetivos da PNMC, o País adotará, como compromisso nacional voluntário, ações de mitigação das emissões de gases de efeito estufa, com vistas em reduzir entre 36,1% e 38,9% suas emissões projetadas até 2020.

Ano VI - nº 42, março/abril de 2011Indústria da Mineração 8

Não é uma negociação simples. O tema ainda é pouco conhecido pela sociedade brasileira, es-pecialmente pelo setor produtivo, tanto que é tratado como uma agenda puramente ambiental, quando está mais afeita à área econômico-finan-ceira das empresas.

O estudo do IBRAM é aderente a PNMC e tam-bém servirá de guia para que pequenas mine-radoras possam adotar políticas de redução de emissões de gases em suas operações.

Ademais, além de contribuir para minimizar os efeitos dos GEE nas mudanças climáticas, a indús-tria mineral está de olho no que os níveis dessa emissão podem vir a representar: uma “barreira alfandegária” aos produtos fabricados com emis-são acima do tolerável. Reduzir essas emissões é um compromisso com a vida e este apelo é cada vez mais presente entre as empresas e o Brasil, pelo menos no que tange à mineração, está bem adiantado nesse ponto.

Ainda assim, a mineração tem de buscar mais oportunidades de ampliar a eficiência na gestão desse tema.

As principais estão no melhor uso de fontes energéticas e também nos meios de transporte, estratégia que permite reduzir drasticamente as emissões derivadas de transporte de minério pe-las rodovias, por exemplo.

De todo modo, vários projetos das mineradoras intensificam a redução de gases de efeito estufa: reduzem o consumo de combustíveis fósseis ao obter maior eficiência em seu consumo e também substituindo-os, sempre que possível, por biocom-bustíveis. Além disso, há mineradoras que produ-zem essa matriz energética, por meio do plantio de espécies vegetais, utilizando áreas já antropiza-das e até abandonadas por outras atividades.

Dessa forma, há redução direta de emissão de GEE com menor queima de combustíveis fós-seis, recuperação da cobertura vegetal em áreas reprimidas, desenvolvimento socioeconômico em regiões diversas do País onde se desenvolve a atividade mineral, sequestro de carbono com o plantio da matéria-prima para a fabricação do biocombustível e consequente incentivo à cadeia produtiva de biocombustíveis no Brasil.

Em breve, o IBRAM irá apresentar a conclusão deste inédito estudo ao Ministério de Ciências e Tecnologia e ao Ministério do Meio Ambiente, como parte das negociações setoriais. É mais um avanço do setor mineral para colaborar com o esforço de combate às mudanças climáticas.

As principais implicações das mudanças no cenário econômico mundial e as perspectivas de consumo do aço no mercado interno serão os temas centrais dos debates do Congresso Brasileiro do Aço - 22ª Edição & ExpoAço 2011. O evento, promovido pelo Instituto Aço Brasil (IABr), será realizado de 01 a 03 de junho, no Transamérica Expo Center, em São Paulo. Representantes da cadeia sidero-metalúrgica terão a oportunidade de ampliar e fortalecer seus contatos com as empresas relacionadas ao setor.

A palestra inaugural do evento, com o tema Estratégia Empresarial / Nova Ordem Econômica, será proferida pelo Professor de Práticas de Gestão Global da INSEAD, José Santos. O Professor escreveu o livro “From Global to Metana-tional: How Companies Win in the Knowlegde Economy”, em co-autoria com os colegas Yves Doz e Peter Williamson. A obra foi publicada pela Harvard Business School Press.

“Posicionamento do Brasil no novo cenário da economia mundial” é o tema da apresentação do Professor da Yale University, Robert Shiller, que já confirmou sua presença. O Chairman do American Iron and Steel Institute (AISI), Daniel DiMicco e o economista e ex-ministro da Fazenda, Delfim Neto são outros pales-trantes que estarão no evento.

Os congressistas poderão ainda se juntar aos visitantes e conhecer a ExpoAço 2011 e a Vila do Aço. Com empresas siderúrgicas, mineradoras, fornecedoras de equipamentos, serviços e inovações tecnológicas para a cadeia produtiva do aço, a ExpoAço é uma feira de negócios com cerca de 3.700 m² de área construída. Na última edição, cerca de 3.500 executivos circularam pelos estandes. Já a Vila do Aço é uma minicidade orientada pelo CBCA e apresentada pelo Instituto Aço Brasil (IABr) em um espaço adicional de cerca de 1.400 m². A Vila apresentará aos visitantes nesta edição as aplicações do uso do aço na infraestrutura, em máquinas e equipamentos e no setor automotivo. Os participantes ainda terão contato com diferentes usos do aço no dia a dia e poderão entender como o produto pode ajudar a transformar cidades e colaborar com a melhoria dos espaços urbanos.

Executivos das empresas BHP Billiton Metais, Mitsubishi Corporation do Bra-sil, Marcegaglia do Brasil, Queiroz Galvão, Esab Indústria e Comércio, Medabil Sistemas Construtivos, Marcopolo S.A, Mangels Indústria e Comércio, SENAI e Banco Merrill Lynch já garantiram sua participação.

A entrada somente na ExpoAço e Vila do Aço é gratuita e os participantes ins-critos para o Congresso já estão automaticamente credenciados. Para participar somente da ExpoAço e da Vila do Aço basta fazer o credenciamento prévio como visitante no site do evento.

mais informações: www.acobrasil.org.br/congresso2010 ou (21) 2524-6917.

Perspectivas de consumo do mercado interno é tema central do

Congresso Brasileiro do AçoExpoAço 2011 e Vila do Aço são outras atrações do mais importante

evento da indústria do aço no Brasil, organizado pelo IABr

Indústria da Mineração Ano VI - nº 42, março/abril de 2011 9

A mineração brasileira se fez presente no Internacional Convention Trade Show & Investors Exchange – PDAC 2011. O mais importante encontro da mineração mundial, realizado entre os dias 6 e 9 de março, con-tou com a participação de cerca de 400 ex-positores e 25 mil visitantes.

Trata-se de uma grande vitrine, tanto para as empresas já consolidadas, como para aquelas que buscam referências, inves-timentos ou parcerias, com destaque para empresas juniores. É também uma oportuni-dade ímpar para se conhecer tendências de investimentos em pesquisa e em produção mineral em todo o mundo.

Esta foi a 80ª edição do PDAC que teve mais 100 delegações de diversos países bus-caram atrair investimentos para seus setores minerais e também por investidores interna-cionais nessa atividade econômica.

O Brasil registrou sua segunda maior delegação na feira, somente superada pela de 2008, quando a mineração vivia o seu boom. Além da delegação, o País partici-pou do Internacional Convention Trade Show & Investors Exchange com o Brasil Pavillion (que teve uma visitação média de mil pessoas por dia, sendo um dos mais vi-sitados estandes da feira), organizado pela ADIMB e IBRAM, com apoio do governo brasileiro e de empresas privadas que atu-am no Estado brasileiro.

A participação brasileira no PDAC 2011 teve como objetivos promover o setor mine-ral do País, divulgar o potencial e oportuni-dades de exploração mineral e apresentar a legislação e as ações de fomento do Gover-no à atividade. Além disso, o Pavilhão forne-ceu uma infraestrutura capaz de possibilitar contatos e reuniões das empresas patroci-nadoras com as instituições estrangeiras da mineração mundial, proporcionando, assim, excelentes oportunidades de negócios.

O IBRAM aproveitou a ocasião para di-vulgar os eventos mais importantes do setor da mineração na América Latina, promovidos pelo Instituto há mais de 20 anos: a Expo-sição Internacional de Mineração (EXPOSI-BRAM 2011) e o 14º Congresso Brasileiro de Mineração, que acontecerão entre 26 e 29 de setembro deste ano.

“O Brasil continua com a possibilidade de abrir oportunidades imperdíveis em mi-neração, como a exploração em terras indí-genas, e a nuclear”, afirma o Presidente do Instituto, Paulo Camillo Vargas Penna.

Brasil Pavilon

Logo nos primeiros dias, o estande brasilei-ro recebeu a visita do Embaixador do Brasil no Canadá, Piragibe dos Santos Tarragô.

O Brasil Pavilion ofereceu aos visitantes os prospectos com potencialidade para des-

Brasil participa do maior evento mundial de exploração mineralPavilhão Brasil no PDAC 2011 divulga o potencial e as oportunidades que o setor mineral brasileiro oferece

coberta de novas jazidas ou para a abertura de novas minas, atraindo investidores, escla-recendo sobre joint-ventures ou divulgando as condições favoráveis com vistas à realiza-ção de novos negócios.

Brazilian Mining Day

Além de ser um dos pavilhões mais visita-dos no PDAC, o espaço do Brasil contou com o Brazilian Mining Day, uma série de seminá-rios voltados para apresentar as oportunida-des de investimentos no setor mineral do País. O Diretor de Fiscalização do DNPM, Walter Arcoverde, proferiu palestra juntamente com o Secretário de Geologia, Mineração e Trans-formação Mineral do Ministério de Minas e Energia, Cláudio Scliar, e a geóloga do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), Maria Glicia. Os palestrantes abordaram os seguintes temas: as oportunidades de investimentos no Brasil, a legislação minerária e perspectivas.

Arcoverde também proferiu palestra so-bre as oportunidades de investimentos na mineração brasileira visando esclarecer aos investidores quais as vantagens trazidas com a futura implantação do novo marco regu-latório para a mineração brasileira. Para os presentes, esses pronunciamentos feitos pe-los integrantes do governo foram fundamen-tais para tranquilizar o mercado, que natu-ralmente se sente inseguro sempre que há alguma perspectiva de mudança na Lei.

Delegação Brasileira no PDAC [E/D]: Geólogo do Serviço Geológico do Brasil, Marcelo Vasquez, Ouvidor do DNPM, Paulo Santana, Diretor de Fiscalização do DNPM, Walter Arcoverde, Secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral, Cláudio Scliar, Secretário-Executivo da ADIMB, Onildo João Marini, Diretor de Assuntos Minerários do IBRAM,

Marcelo Ribeiro Tunes, Presidente do IBRAM, Paulo Camillo Penna e Diretor da Codemig, Marcelo Nassif.

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Ano VI - nº 42, março/abril de 2011Indústria da Mineração 10

ferrous inicia operações em MGPrevisão é que sejam realizados

embarques de até 2,5 mi/t de ferro até o fim deste ano

A Ferrous Resources do Brasil iniciou a produção de minério de ferro em duas das minas que possui em Minas Gerais: a de Esperança, em Itatiaiuçu e Viga, em Congo-nhas. A previsão da empresa é embarcar até 2,5 milhões de toneladas do insumo siderúr-gico ao longo do ano.

A Ferrous obteve a licença de instalação (LI), concedida pelo Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam), da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimen-to Sustentável de Minas Gerais (Semad). Com isso, a companhia pode iniciar a implantação da mina com capacidade de produção para 15 milhões de toneladas por ano.

Segundo informou a empresa, Viga é o ativo mineral central para o desenvolvimen-to da primeira fase de seu projeto no Brasil. Além da exploração da mina, o empreendi-mento prevê uma planta de beneficiamento no local com capacidade para beneficiar 25 milhões de toneladas de minério de ferro por ano a partir de 2014 e será ligada ao terminal portuário no Espírito Santo por mineroduto.

O Presidente da Ferrous comentou a libe-ração da licença. “Estamos muito contentes por começarmos a produzir minério de ferro em duas das minas da companhia. A Ferrous torna-se uma empresa em plena operação, deixando de ser incipiente (greenfield). Com a produção e venda de 2,5 milhões de to-neladas de minério de ferro, em parte por meio do nosso acesso garantido ao porto de Sepetiba, vamos gerar fluxo de caixa opera-cional significativo em 2011 e acreditamos que irá crescer em 2012 e 2013 à medida que expandirmos a produção. Com a con-quista da Licença Prévia do Terminal Portuá-rio e da Licença de Instalação da Mina Viga, continuamos no caminho certo para alcan-çarmos nossas metas de produção. A Ferrous tem um futuro brilhante e potencial para se tornar uma das cinco maiores produtores de minério de ferro do mundo”.

Previsão da empresa é embarcar 2,5 milhões de toneladas do insumo siderúrgico até o fim deste ano

Além de Esperança e Viga, a Ferrous de-tém mais três ativos minerários no Quadrilá-tero Ferrífero de Minas Gerais - região que concentra as maiores jazidas do mineral no País - e um ativo na Bahia.

Projeto

A mineradora, constituída em 2007 por capital de fundos de investimento majorita-riamente norte-americanos e ingleses, tem como meta exportar 25 milhões de tone-ladas de minério de ferro a partir de 2014, com potencial para expansão para 62 mi-lhões de toneladas anuais a partir de 2016.

Neste ano, a Ferrous assegurou que tem condições de exportar 750 mil toneladas de minério de ferro via Companhia Portu-ária Baía de Sepetiba, no Rio de Janeiro. O restante da produção de 2011 será comer-cializado no mercado interno. Já para o ano que vem, a previsão é de aumento da pro-dução, atingindo 4 milhões de toneladas e 6 milhões de toneladas em 2013.

Segundo o jornal Valor Econômico, a ex-portação de minério este ano vai permitir à empresa gerar fluxo de caixa operacional significativo este ano para garantir o sucesso do seu projeto. O periódico também infor-ma que em 2009 a Ferrous tentou fazer uma operação de abertura de capital na Bolsa de Londres, mas a crise econômica e financeira que derrubou os mercados impediu a reali-zação da operação. Com a recuperação das economias mundiais, os sócios da empresa - em grande parte fundos de investimento estrangeiros - estão programando um novo IPO para o segundo semestre deste ano.

Licença Prévia

Do projeto de aportes da Ferrous, pelo menos US$ 2,7 bilhões seriam destinados ao Espírito Santo, para a construção do porto de grande calado e três usinas de pelotiza-ção no município de Presidente Kennedy, no extremo Sul do Estado.

A empresa conquistou a Licença Prévia (LP) do Terminal Portuário do município ca-pixaba, concedida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

A LP do Terminal Portuário é um marco para a construção da rede de infraestrutura de transporte da Ferrous, que irá contemplar o porto e o mineroduto de aproximadamen-te 400 quilômetros. O mineroduto ligará a Mina Viga, em Congonhas (MG), ao Termi-nal Portuário a ser construído no litoral Sul do Espírito Santo.

O porto está planejado para abranger um terminal de embarque de minério de ferro, planta de filtragem e instalações admi-nistrativas. A estrutura portuária permitirá o recebimento simultâneo de até dois navios de grande capacidade para transporte de minério de ferro.

A capacidade anual de escoamento do porto será de 25 milhões de toneladas de minério de ferro a partir de 2014, com potencial de expansão para 50 milhões de toneladas anuais a partir de 2016. O iní-cio das obras do porto está condicionado à obtenção da Licença de Instalação (LI), que a Ferrous espera receber do IBAMA em breve.

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O Governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, e o Presidente da Vale, Roger Ag-nelli, assinaram no Palácio Tiradentes, em Belo Horizonte, convênio com o objetivo de criar mais 30,9 mil vagas no Programa de Educação Profissional (PEP), que prepara jovens mineiros para o mercado de traba-lho. A Vale é a primeira empresa privada a se tornar parceira da iniciativa, lançada pelo Governo de Minas em 2007.

O PEP atende 172.872 alunos, em 128 municípios e, com a parceria da Vale, o nú-mero de jovens beneficiados saltará para 203.772. A meta do Governo de Minas é chegar a 400 mil estudantes até 2014. Se-rão investidos R$ 143 milhões, sendo R$ 43 milhões de recursos próprios do Estado e R$ 100 milhões da Vale. Em quatro anos, o governo mineiro já destinou R$ 440 mi-lhões ao programa.

Nova oportunidade

Com a parceria, os jovens terão uma chance concreta de serem recrutados para trabalhar na Vale ao concluírem cursos com

formação em áreas de interesse da minera-dora. Atualmente, o PEP oferece 83 diferen-tes cursos em 11 áreas do conhecimento: ambiente, saúde e segurança, apoio edu-cacional, controles e processos industriais, gestão e negócios, hospitalidade e comuni-cação, infraestrutura, militar, produção ali-mentícia, produção cultural e design e pro-dução industrial e recursos naturais.

Os cursos, totalmente gratuitos, são mi-nistrados em 400 escolas estaduais e em 150 instituições parceiras municipais, privadas ou ligadas ao Sistema S (Senac e Senai), que formam a Rede Mineira de Formação Pro-fissional. A duração dos cursos varia de 14 a 28 meses.

Quem participa

Para participar do PEP o aluno deve estar matriculado no 2º ou 3º ano do ensino mé-dio da rede pública estadual. O programa também é aberto à participação de jovens que já tenham concluído o ensino médio e ainda a estudantes matriculados no Progra-ma de Educação de Jovens e Adultos (EJA).

As inscrições para o PEP 2011 se encer-raram em dezembro do ano passado. Um total de 284 mil pessoas se inscreveram para disputar as 30 mil novas vagas ofere-cidas pelo Governo de Minas em parceria com a Vale.

FIT

Além do PEP, o Governo de Minas ofe-rece aos jovens mineiros diversos cursos de Formação Inicial para o Trabalho (FIT), in-cluídos na grade curricular de todas 2.093 escolas de ensino médio da rede estadual.

São cursos de computação gráfica, ilus-tração digital, multimídia na educação, cons-trução de web sites, sistema operacional e programação, projeto auxiliado por compu-tador, informática básica e manutenção de computadores. São atendidos 349 mil alu-

nos e 21 mil professores do ensino médio foram capacitados para esses cursos, com carga horária que varia de 40 a 80 horas. Os investimentos do Governo de Minas no programa somam R$ 21,6 milhões.

A vale em Minas

Além do convênio referente ao PEP, a Vale mantém hoje em Minas diversas ações de qualificação profissional com o objetivo de promover o desenvolvimento local, a partir do acesso à educação, emprego e ren-da. A Vale é também parceira do Circuito Cultural Praça da Liberdade, maior comple-xo cultural do País, que o Governo de Minas está implantando em Belo Horizonte.

A Vale investiu R$ 27 milhões na criação do Memorial Minas Gerais, inaugurado em novembro do ano passado. Com museografia do designer Gringo Cardia, o Memorial con-ta a história do Estado, suas memórias e seus costumes. Em um mesmo espaço está reuni-da toda a riqueza cultural do Estado, desde o século XVIII até o cenário contemporâneo, incluindo uma perspectiva futurista.

Em 2011, a Vale está investindo US$ 4 bilhões em Minas, recursos que se refletem na geração de emprego e renda. A expec-tativa é de que sejam gerados 3 mil novos empregos este ano em Minas, aumentando para 45 mil o quadro de empregados da Vale no Estado, entre próprios e terceiros. A empresa está implantando três grandes em-preendimentos no Estado: a Mina Apolo e as usinas Conceição-Itabiritos e Vargem Gran-de-Itabiritos. Serão gerados cerca de 2 mil empregos aproximadamente na operação, aumentando a produção de minério de fer-ro da Vale em Minas Gerais em 46 milhões de toneladas por ano.

Além disso, três Estações Conhecimento estão sendo implantadas em Minas Gerais, nas cidades de Brumadinho, Diamantina e Governador Valadares. São núcleos de de-senvolvimento humano e econômico ideali-zados pela Fundação Vale e viabilizados por meio de parcerias locais com poder público e a comunidade. A proposta do espaço é se consolidar como um centro de referência regional de boas práticas, onde se busca o desenvolvimento das pessoas respeitando as vocações produtivas locais. Está prevista a construção de 18 Estações Conhecimento no Brasil até 2012.Vi

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O PEP oferece 83 diferentes cursos em 11 áreas do conhecimento

Governo de Minas e Vale fazem parceria para ampliar educação profissional de jovens mineiros

Ano VI - nº 42, março/abril de 2011Indústria da Mineração 12

Em parceria com a Escola Politécnica da USP, a empresa, que treinou 470 empregados de suas unidades no País, abre o curso para outras empresas

Segurança é um valor para a Anglo Ameri-can. Investir nesse valor e torná-lo presente em cada ação dos empregados é uma das principais missões da empresa. Para isso, em parceria com o Departamento de Engenharia de Minas e de Petróleo da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo – PMI/Poli/USP, a empresa investiu R$ 3,5 milhões para de-senvolver, em 2008, uma nova metodologia de treinamento em segurança. O Programa de Gerenciamento de Risco de Segurança foi responsável por educar 470 empregados da Anglo American no Brasil em um período de três anos, com um total de 25 turmas. Para comemorar essa conquista, a Anglo American anunciou, no encerramento do treinamento da última turma de 2010, a divulgação do curso para as demais organizações do País.

“O Programa de Gerenciamento de Risco de Segurança é um curso de extrema im-portância para qualquer empresa, indepen-dentemente da área em que atua, por isso, a Anglo American decidiu compartilhar este re-curso para as outras empresas. Esse curso serve para mudar o modo como as pessoas pensam. É uma reeducação”, afirma John Landmark, Diretor de Exploração da Anglo American Brasil e um dos criadores do programa.

O curso foi criado pela Anglo American em 2008, em parceria com 10 universidades do Chile, Brasil, África do Sul, Canadá, Esta-dos Unidos, Austrália e Reino Unido - todas trabalham em conjunto para garantir a mel-hor forma de treinamento em segurança. Em todas as operações da empresa, 4.500 pes-soas foram treinadas, 470 só no Brasil.

“Para a Unidade Níquel esse número é bastante significativo, parte dele representa o treinamento da liderança de todos os setores da Anglo American / Níquel. Para 2011, es-

peramos treinar um número ainda maior até conquistarmos 100% de nossos empr-egados. Nós, da Anglo American, queremos que cada um de nossos empregados volte para casa diariamente sem nenhuma lesão e sabemos que é possível”, enfatiza Walter De Simoni, Presidente da Unidade Níquel.

Outra novidade é que, no Brasil, será lan-çada a Sala de Tele-Ensino na Poli/USP, para que o curso seja ministrado. A Anglo Ameri-can Brasil e a Universidade de São Paulo firmaram uma parceria onde a mineradora, fornece todo o conteúdo do curso além dos equipamentos necessários. Duas empresas do setor de mineração já estão com as datas mar-cadas para iniciar os treinamentos, que não devem se restringir apenas a este segmento, mas atingir também as petrolíferas, indústrias químicas e empresas de construção civil.

De acordo com Landmark, o grande difer-encial do curso é a unificação global da lin-guagem de segurança e gestão de riscos. Por isso, qualquer empregado de qualquer planta de qualquer operação do mundo é capaz de compreender os ensinamentos. “Para a Anglo American, este programa é importante porque, além de instituir as regras para uma visão Zero Lesão, é o primeiro a unir toda a empresa em uma só – One Anglo. Merece destaque tam-bém o fato de o treinamento ter contribuído, nesses últimos anos, para menos acidentes e menos fatalidades”, destaca o Diretor.

“Nossa diretriz de Segurança investe em três pilares fundamentais e diferentes que, juntos, garantem a produção segura e a eficiência operacional. O primeiro deles é o treinamento e capacitação de nossos empr-egados. O segundo é a disponibilização de equipamentos e infraestrutura adequados e seguros, E, por fim, existem os sistemas de gestão, com procedimentos e técnicas bem desenhadas e implementadas. A dissemina-ção desta filosofia de segurança dentro e fora da empresa permitirá a criação de uma cul-tura em que a segurança será um valor para cada um de nós”, explica Walter De Simoni.

Segundo Stephan Weber, Presidente da Anglo American Minério de Ferro, a inicia-tiva da Anglo American, além de estar alin-hada com uma política interna de prevenção de incidentes, reflete a necessidade de mu-dar a imagem da atividade de mineração no mundo, geralmente associada a incidentes.

“Devemos sempre lembrar que segu-rança é algo que se conquista no dia a dia, e isto requer o envolvimento de todos os nossos empregados. A preocupação com a segurança deve ser constante, e o gerencia-mento dos riscos deve fazer parte da rotina de cada um. O esforço em busca de Zero Lesão é uma meta que só será atingida com liderança, união e trabalho em equipe”, diz Alexandre Gomes, Diretor de Segurança e Desenvolvimento Sustentável da Anglo American Minério de Ferro.

Os Modelos de gestão de Risco e segurança da Anglo American

A Anglo American desenvolve seu Mode-lo de Gestão Risco e Segurança com base em dois sistemas: o Anglo Safety Way (sistema de gestão de segurança) e o Anglo Health Way, (sistema de gestão de saúde ocupa-cional). Eles estão compostos por diferentes padrões que envolvem: as Regras de Ouro de Segurança (condutas obrigatórias), o Pro-grama de Gerenciamento de Riscos de Se-gurança (para identificar as condições peri-gosas, avaliar o risco,e controlar eventos não desejados), o Programa de Liderança Visível e Percebida (que ensina os líderes a darem o exemplo de comportamento seguro) e o Fatal Risks Standards (protocolos de riscos fatais), entre outros procedimentos.

Anglo American investe R$ 3,5 milhões em metodologia

inédita de treinamento em segurança

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Indústria da Mineração Ano VI - nº 42, março/abril de 2011 13

Mineradora marca trajetória com pioneirismo em tecnologia ambiental e garante reservas de areia para pelo menos mais 20 anos de atendimento ao mercado gaúcho. Desempenho e cuidado com o meio ambiente garantiram a empresa quatro premiações no último ano.

A areia é o bem mineral mais consumido no mundo depois da água. É fundamental para o setor da construção civil. Escolas, pré-dios, estradas, saneamento, pavimentações e edificações industriais, por exemplo, têm im-portância relevante para o progresso e bem-estar da população. Segundo os especialistas do setor, o consumo de areia e brita é um dos fatores que podem determinar o Índice de Desenvolvimento Humano de um país.

O Brasil produz cerca de 465 milhões de toneladas/ano de agregados para a cons-trução civil, como areia e brita, o que re-presenta um consumo de 2,4 toneladas per capita. O volume ainda é baixo se compa-rado com os 2,79 bilhões de toneladas pro-duzidos pelos Estados Unidos, cerca de 9,1 toneladas por habitante. O segmento gera 65 mil empregos diretos.

O Rio Grande do Sul está no mapa da mineração como um dos principais pólos produtores de areia do País. E é nesse con-texto que está inserida a SOMAR - Socieda-de Mineradora, líder em 2010 no ranking das 200 maiores minas brasileiras no seg-mento de mineração de areia, segundo classificação elaborada pela revista especia-lizada Minérios & Minerales.

A história de pioneirismo da empresa já está a caminho de três décadas de opera-ções ininterruptas, realizadas em uma jazi-da de 22 quilômetros de extensão no baixo Rio Jacuí – o maior rio do Estado -, entre os municípios de São Jerônimo, Charqueadas e Triunfo.

Foi a primeira mineradora do Brasil a im-plantar, em abril de 2008, a tecnologia do GPS nas dragas que operam em suas con-cessões, possibilitando que suas atividades sejam monitoradas 24 horas por dia pela Fundação Estadual de Proteção ao Meio Ambiente (FEPAM).

Hoje a empresa é dirigida pela segunda geração da família e tem como Diretora-executiva a filha de um dos fundadores, Veronica Della Mea. Fundada em 1976, a SOMAR, no aguardo do processamento dos seus títulos de lavra, iniciou suas atividades em 1984. A empresária explica que foi a partir do primeiro desmembramento vertical do Brasil, ou seja, a separação de jazidas, que a SOMAR recebeu do Ministério de Mi-nas e Energia 14 Portarias de Lavra que lhe conferiram o direito e a responsabilidade de atuar no aproveitamento do mineral areia. “Estas 14 Portarias de Lavra foram reunidas nos únicos três Grupamentos Mineiros que existem no estado do Rio Grande do Sul no setor da areia”, diz.

Com uma produção de 1,8 milhão de metros cúbicos de areia (o que equivale a 2,7 milhões de toneladas métricas ) e con-trato firmado com importantes obras do Rio Grande do Sul, como trechos da Rodovia do Parque (BR-448), a SOMAR já anunciou possuir reservas para, pelo menos, mais 20 anos de atendimento ao mercado gaúcho. Só no último ano, a empresa recebeu quatro premiações em reconhecimento às tecno-logias implantadas na área ambiental e na atividade da mineração.

Educação ambiental

A SOMAR também foi pioneira em cam-panhas de replantio da mata ciliar. Foi por iniciativa da mineradora que o Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Baixo Jacuí criou o Projeto Elo Verde, com o objetivo de sensibilizar proprietários de áreas de 40 municípios da região para, em parceria, implantar o projeto.

A educação ambiental também é o cen-tro de outro programa impulsionado pela SOMAR: o Margens Viva, desenvolvida para jovens em parceria com ONGs e escolas do entorno. O projeto deu origem ao primei-ro arboreto didático do País em uma esco-la, com estudos que envolveram os temas Formações Florestais do Rio Grande do Sul, Ecossistemas Brasileiros, Reinos Florísticos do Mundo e Espécies Emblemáticas.

Tecnologia pioneira e preservação são marcas da SOMAR

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Ano VI - nº 42, março/abril de 2011Indústria da Mineração 14

Descoberta primeira jazida

de tálio no BrasilA primeira reserva conhecida de tálio no

Brasil foi descoberta recentemente na Bahia. Em apenas uma das áreas pesquisadas pela empresa Itaoeste, que detém a concessão para exploração da reserva, foi encontrado o equivalente para atender todo o consumo mundial, estimado em 10 toneladas anuais, pelo período de seis anos.

O tálio é um metal extremamente raro, estratégico e de alto valor, que atualmente só é produzido na China e no Cazaquistão. A reserva total de tálio metálico é superior a 60 milhões de gramas na primeira área onde a pesquisa foi concluída. Atualmente, o mi-neral é cotado a US$ 6 o grama.

A empresa detém o direito de pesquisa em outras 23 áreas, nos quais estudos ainda não foram concluídos. O terreno cujo levan-tamento foi concluído corresponde a apenas 2% do total de pesquisas do projeto.

Nas demais áreas, dados preliminares indicam a continuidade da mineralização e, em vários locais, os teores de tálio apresen-tam-se acima da média obtida na primeira área pesquisada, o que mostra o excepcio-nal potencial da reserva.

Tálio

O mineral descoberto tem diversas apli-cações de alta tecnologia, embora seja um elemento extremamente tóxico.

Ele está na Tabela Periódica entre o mer-cúrio e o chumbo, dentro do grupo IIIA, juntamente com elementos com o índio e o gálio, essenciais na eletrônica atual.

O tálio pode ser empregado materiais ter-moelétricos, supercondutores de alta tempe-ratura e como contraste em exames médicos.

Outras novas jazidas pelo País

Além da jazida de tálio outras 1.290 ja-zidas foram descobertas no Brasil em 2010. A informação é do Departamento Nacional

de Produção Mineral. Segundo o DNPM, a descoberta de novos depósitos de minerais metálicos, como o minério de ferro, é a mais representativa e atingem 2,5 bilhões de to-neladas com teor médio de 42%.

Ainda de acordo com o Departamento, reservas de ouro atingiram a marca de 1,3 bi-lhão de toneladas de minério, com teor mé-dio de 2,57 gramas por tonelada. Os minerais fertilizantes – como potássio, fosfato e calcá-rio, importantes insumos utilizados na agricul-tura – também tiveram as reservas ampliadas e agora chegam a 3,4 bilhões de toneladas.

Os dados divulgados têm por base a quantidade de Relatórios Finais de Pesqui-sa aprovados pelo DNPM, referentes a 63 substâncias. O documento informa ainda que os agregados utilizados na construção civil – como areia, argila, granito, saibro, brita e cascalho – também ampliaram suas respectivas reservas.

O Departamento também informa que Minas Gerais é o estado que mais concen-trou pedidos de áreas para pesquisa e explo-ração. Tradicional no segmento de extração mineral, o estado mineiro abriga, em suas fronteiras, minas, dentre outras, da Vale, da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), da Usiminas e da MMX. Em segundo lugar, com cerca de 3 mil requerimentos, está a Bahia.

Possibilidade de novos depósitos

Com o mercado das commodities mine-rais em alta, o DNPM estima que neste ano sejam requeridos 27 mil pedidos para pesqui-sa de exploração mineral no País, valor maior que o registrado em 2010, quando se atingiu o recorde de 25,117 mil requerimentos.

Além do preço elevado, a discussão em torno de um novo marco regulatório para o setor mineral também contribui para estimu-lar a corrida por novas áreas. As possíveis mu-danças de regras geram incertezas, o que aca-ba estimulando as companhias a acelerarem seus pedidos para novas áreas no DNPM.

Investimentos em pesquisa mineral poderiam ser maiores

Apesar do aumento de requerimentos de pesquisa para exploração mineral no País ter aumentado, a situação brasileira poderia ser muito melhor.

Mesmo com o aumento do orçamento mundial voltado para pesquisa geológica registrado em 2010 (passou de US$ 7,32 bilhões em 2009 para US$ 10,7 bi) o País continuou correspondendo com apenas 3% do total. Enquanto isso, importantes concor-rentes de mercado como Canadá e Austrália, representaram 19% e 12% , respectivamen-te. Países vizinho e menores em extensão também investem mais que o Brasil, como Chile com 5% e Peru 5%.

Um dos problemas principais é a falta da chamada pesquisa geológica básica do solo brasileiro, utilizada para indicar o potencial de descoberta de minerais. Cerca de 20% do território tem cobertura numa escala que permite identificar a presença de jazidas.

O governo federal tem se empenhado em mudar esta situação. O Serviço Geológi-co do Brasil (CPRM) investiu R$ 132 milhões de 2005 a 2008, ante um investimento ín-fimo de R$ 13 milhões entre 2000 e 2004. Mas ainda assim, os recursos aplicados para tal finalidade são insuficientes.

“O conhecimento geológico que se tem no Brasil é absolutamente insuficiente para reduzir os riscos do investimento na desco-berta de recursos minerais”, diz Paulo Ca-millo Penna, Presidente do IBRAM.

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ica.

uol.c

om.b

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Tálio

Indústria da Mineração Ano VI - nº 42, março/abril de 2011 15