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O diretor técnico Joésio D.P. Siqueira e o diretor de desenvolvimento Ivan Tomaselli.

A STCP e o nossofuturo comumUm ano após a mudança para a nova sede, e já com as alterações nos procedimentos e

nas novas linhas de desenvolvimento de projetos solicitados pelos nossos clientes,foram registradas evoluções significativas na STCP.

As novas dependências trouxeram um aumento nos índices de produtividade, e a efici-ência e eficácia de nossos colaboradores puderam ser notadas mesmo antes que os proces-sos normais de avaliação de desempenho fossem efetivados.

Nossos clientes, através das diversas manifestações orais e escritas, também estãosatisfeitos. Foi ainda possível ampliar as possibilidades de parcerias na realização de ser-viços como os de gerenciamento e de engenharia.

A STCP está chegando à maioridade nos serviços de consultoria, e ocupando posição dedestaque no cenário nacional e internacional. Nosso objetivo continua sendo “buscar de for-ma permanente superar as expectativas dos clientes considerando as características técnicas eculturais de cada um deles”, conforme definido na política de qualidade da empresa.

Esses fatos ampliam nos-sas responsabilidades. ASTCP assume a cada mo-mento novos compromissos.É importante destacar os es-forços que vem sendo desen-volvidos para a oferta de no-vos serviços e tecnologiasadequadas às característicasbrasileiras, tais como a am-pliação da oferta de energia,via uso de resíduos industri-ais; o lançamento de umnovo e versátil sistema deprocessamento de informa-ções para inventários flores-tais (nativas e plantadas); ouso sustentado e racional de

florestas tropicais (via planos de manejo em regime de rendimento sustentado integradoa unidade industrial de significativa resposta econômica e social), a ampliação e adequaçãodos processos industriais visando a produtos de maior valor agregado (PMVA), o aumentoe popularização do uso de Sistemas de Informações Geográficas – SIG’s como instrumen-to de planejamento das atividades produtivas e de proteção dos recursos naturais; e, ofortalecimento da gestão ambiental de diversas empresas.

Por tudo isso justifica a satisfação de estarmos chegando à maioridade como uma dasmaiores empresas de consultoria existentes no Brasil, mas como não poderia ser diferente,estamos buscando novos desafios para satisfazer às necessidades de nossos clientes. Nossospróximos passos são para o desenvolvimento de sistemas mais simplificados de gestão denegócios; para a diminuição de exigências que ampliam os obstáculos e não contribuempara melhoria da qualidade ambiental e principalmente para a racionalização das ativida-des produtivas, contemplando de maneira mais direta as relações interpessoais nas empre-sas, inclusive propondo soluções aos eventuais conflitos existentes.

Finalmente, a STCP, através de sua equipe técnica e colaboradores, vai continuar ante-cipando fatos e tendências, de modo a atender às necessidades de seus clientes, mas sobre-tudo trabalhando para o adequado desenvolvimento econômico, social e ambiental doBrasil, por acreditar que é dessa maneira que se constrói uma nação.

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Mercado de CO2: ainda um tiro no escuro06

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Escritório Central / HeadquartersRua Lysimaco Ferreira da Costa, 101,Centro Cívico – 80530-100 – Curitiba –PR – Brasil / Fone: + 55 (41) 252-5861Fax: + 55 (41) 252-5871

Escritório (ES) / Branch OfficeBR-101, km 49 – Trevo Conceição daBarra – 29960-000 – ES – Brasil /Fone: + 55 (27) 3761-4737Fax: + 55 (27) 3761-4739

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A reprodução de artigos, conceitos e análises desta publicação é permitida, desde quemencionada a fonte (Informativo STCP, publicação da STCP Engenharia de Projetos Ltda.)

Algumas das imagens utilizadas nos anúncios foram obtidas a partir da coleção daMaster Clips IMS, 1895 Francisco Blud. East, 94901-5506, San Rafael, CA, USA

Projeto gráfico e diagramação: aab.com.br – [email protected] – (41) 264-2921

Tiragem: 4.500 exemplares

22

Quanto vale a sua empresa?

mercado

Atuações da STCP14

notas

16

Termelétricas: uma nova oportunidade de negócios na in-dústria madeireira

engenharia

A redução de preços é irreversível?

mercado

19

logística

Importância estratégica da logística03

O Ato Declaratório Ambiental (ADA) e suas interações como Imposto Territorial Rural, INCRA e IBAMA

políticas públicas

10

A logística tem umimpacto significativo

nos custos desuprimento,

processamento edistribuição de um

determinado bem ouserviço.

3

Importância estratégicada logística

Apreocupação das empresas de ummodo geral, incluídas as do setorde base florestal, é sua competitivi-

dade frente aos diferentes mercados e aosseus concorrentes. A busca constante pelaredução de custos e pela própria pressão dos

quer empresa. Esse componente foi até pou-co tempo atrás relegado a um segundo pla-no. No entanto, algumas empresas têm de-monstrado grande preocupação em relaçãoà logística, uma vez que a mesma tem umimpacto significativo nos custos de supri-

mercados sobre ospreços tem forçadoas empresas à reali-zação de novos in-vestimentos, ganhosde produtividade,identificação de no-vos nichos de mer-cado, certificaçãoem qualidade, dentre tantos outros meiospara manterem-se competitivas.

Entre a produção de um determinadobem ou serviço e sua disponibilização aomercado consumidor existe o componenteda logística, o qual desempenha um papelpreponderante na competitividade de qual-

mento, processa-mento e distribuiçãode um determinadobem ou serviço.

Em suma, empre-sas de diversos seg-mentos têm constata-do que para auferiremmaiores lucros em um

mundo globalizado, é preciso fechar a “tornei-ra” dos custos logísticos, além de propiciar aocliente final agilidade e qualidade na distribui-ção de um determinado produto.

O processo de logística e de operaçõesem um ambiente global está necessariamentecalcado na estratégia, no planejamento e na

Para maiores lucros num mundoglobalizado é preciso fechar a “tornei-

ra” dos custos logísticos, além depropiciar agilidade e qualidade na

distribuição.

Roberto Bonse e Ederson de Almeida, consultores da STCP

4

gestão. Esse processo é afetado direta-mente pelo mercado, pela concorrência,novas tecnologias e regulamentações gover-namentais. Mesmo em um mercado regio-nal, essas forças também estão presentes.

O fator logístico deve ser levado emconta em toda e qualquer situação queenvolva, por exemplo, a definição do me-lhor local para implantação de unidades in-dustriais e sistemas just in time em clusters.Site selection

Em implantações de novas unidadesindustriais (site selection), estudos deta-lhados da logística de suprimentos e dis-tribuição de produtos são fundamentaispara o sucesso do empreendimento. Ob-

viamente que aspectos sócio-econômicose de infra-estrutura também são fatoresimportantes.

É indiscutível que indústrias que de-pendem de matéria-prima florestal devemestar próximas da fonte de suprimento.No entanto, a logística de distribuição deprodutos primários e beneficiados tem umimpacto significativo sobre os custos to-tais de um produto. Conseqüentemente,a análise da distribuição tem um peso de-cisivo na definição do melhor local de ins-talação de uma unidade fabril.

A escolha do lugar ideal tem comopropósito conferir competitividade à em-presa em diferentes mercados sejam elesregionalizados ou descentralizados, e a lo-

gística otimizada tanto do suprimentoquanto da distribuição é crucial para afe-rir desempenho competitivo.

Just in time – JIT

Regiões que concentram empresas queatuam em um mesmo segmento, como éo caso dos pólos moveleiros localizadosem cidades das regiões Sul e Sudeste do

O fator logístico deve serlevado em conta até mesmona escolha do local para aimplantação de unidades

industriais. Para se beneficiar com o JIT épreciso um alto grau de cooperação

entre cliente e fornecedor.

“”

5

Brasil, e que congregam inúme-ros prestadores de serviços correla-tos a este segmento, têm a logísticacomo um alicerce importante no de-sempenho da atividade produtiva. Es-ses pólos são também denominadosde clusters pela característica que apre-sentam.

O sistema JIT (just in time) emorganizações com esse grau de rela-cionamento tem um impacto posi-tivo. Isso ocorre devido à maior in-tegração entre compras, concepçãode produtos, manufatura, gestão deestoques, marketing e distribuição.

A sinergia de indústrias com ati-vidades diferenciadas, como, porexemplo, plantas industriais deMDF e aglomerado com indústriasmoveleiras, traz benefícios comoprocedimentos de controle mais ela-borados, maior grau de normaliza-ção ao longo do sistema e uma in-tensificação de especialização. Noentanto, é preciso um alto grau decooperação entre cliente e fornece-dor para que os benefícios do siste-ma just in time sejam alcançados.Elementos de um modelologístico

Não existe receita para o desen-

volvimento de um modelo logísticoperfeito. No entanto, existem diver-sos elementos que devem ser leva-dos em consideração para que omodelo ideal contemple aspectos decusto, qualidade de serviços e tem-po.

Partindo-se do pressuposto deque a missão e os objetivos da em-presa já estejam definidos, bemcomo as estratégias de marketing eas prioridades em relação aos dife-rentes mercados, pode-se estruturara estratégia de operações e logística.Esses elementos envolvem principal-mente armazenagem, tecnologia decontrole de operações e distribuição,transportes e política de atendimen-to ao cliente. Dentre os diferenteselementos, alguns têm maior ou me-nor peso nos custos logísticos totais.

É importante que estudos deta-lhados sobre o impacto da logísticasejam desenvolvidos para qualquerempreendimento, seja na implanta-ção de uma nova unidade, seja emmelhoria em processos e operações.

A otimização do sistema logísti-co permite que a empresa obtenhaganhos de qualidade, eficiência e emredução de custos, resultando emmaiores lucros para a organização.

Com um sistema logístico otimizadoobtêm-se maiores ganhos de qualidade

além de custos reduzidos.

The strategic importance of logistics

Between the production of a certain good or service andits availability to the consuming market, there is the

logistics component, which plays a very important role in acompany’s competitiveness.

Within a global environment, the logistics and operationsprocess is necessarily based on strategy, planning andmanagement. The markets, competitors, new technology andgovernment regulations, directly affect this process.

When implementing new industrial units (site location),detailed studies of raw material supply and final productdistribution are fundamental for the success of anentrepreneurial. The choice of the ideal location is aimed at making the company competitive in different markets.

The optimization of the logistics system allows the company to achieve gains in quality, efficiency and costreductions, thereby resulting in greater profits for the organization.

6

Mercado de CO2: ainda um

tiro no escuro

Acomunidade internacionalentende que ocorrerão mu-

danças climáticas drásticas se a emis-são de gases de efeito estufa (CO2,CH4, N2O, HCF, PFC e SF6) con-tinuar a aumentar. A mudança cli-mática representa uma ameaça paraa humanidade.

Os países desenvolvidos, sob osauspícios da Convenção das NaçõesUnidas sobre Mudanças Climáticas,acordaram em Kyoto, Japão (1997),reduzir ou limitar a produção degases de efeito estufa, principalmen-te, CO2. Esse acordo internacionalpassou a ser conhecido como Proto-colo de Kyoto.

O Protocolo de Kyoto estabele-ceu mecanismos para auxiliar na re-dução da emissão de gases de efeitoestufa (Mecanismos de Desenvolvi-mento Limpo – MDL), dentre os

quais se pode mencionar o incenti-vo ao uso de tecnologias modernas;o desenvolvimento de novas tecno-logias para substituir processos ul-trapassados que produzem gases deefeito estufa; e a implementação deprojetos florestais, normalmente as-sociados ao seqüestro de carbono.

Uma das principais estratégiaspropostas para o seqüestro de car-bono é através de projetos florestais

(florestamento e reflorestamento).Baseado no Protocolo de Kyoto, oseqüestro de carbono (crédito decarbono) deve ter como origem as“Florestas de Kyoto”.

No Brasil, a Floresta Amazôni-ca, bem como a Mata Atlântica, nãosão classificadas como Florestas deKyoto. Em certas circunstâncias, apartir da elaboração de projetos es-pecíficos (por exemplo, a compra de

Christopher James Oliver e Marco Tuoto, consultores da STCP

EUA 20,5Federação Russa 12,2República Tcheca 10,9Reino Unido 9,3Japão 9,0

fonte: World Resources, adaptado STCP

Emissões de CO2 “per capita” em 1995 (tonelada)

Malásia 5,3China 2,7Brasil 1,6Índia 1,0Suazilândia 0,5

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uma área de floresta que será des-matada para agricultura ou outrouso, permitindo que a cobertura flo-restal seja mantida), uma área flo-restal poderá ser considerada paraseqüestro de carbono, gerando cré-ditos.

Algumas empresas florestais têmmostrando certa resistência em re-lação as “Florestas de Kyoto”, hajavisto a possível competição “desle-al” com as florestas produtivas.

Embora o Protocolo de Kyotonão tenha sido ratificado pelas na-ções signatárias e existam ambigüi-dades, um mercado para créditos decarbono já foi criado. A expectativaé que o mercado de créditos de car-bono se torne um dos maiores mer-

cado de commodities no mundo. Oexato tamanho e o potencial de mer-cado ainda é desconhecido, mas deacordo com analistas financeiros émuito grande.

Para tentar quantificar o tama-

nho do mercado de créditos de car-bono em nível mundial, a corretoravirtual CO2e.com (empresa perten-cente a Cantor Fitzgerald, em asso-ciação com a Price-Waterhouse-Co-opers) tem considerado as seguintes

premissas:As emissões de gases de efeito

estufa pelos países do Anexo B doProtocolo de Kyoto foram de apro-ximadamente 18 bilhões de tonela-das de CO2 em 1990;

Os países do Anexo B acordaramem reduzir seus níveis de emissão degases de efeito estufa em média para5,2% entre 2008-2012, tomandocomo base os níveis de 1990.

Os preços para os créditos de car-bono são previstos para variar deUS$ 3,00/t de CO2 até centenas deUS$/t de CO2.

Desde o desenvolvimento doProtocolo de Kyoto, a produção degases de efeito estufa tem aumenta-do significativamente e existe a pers-

O Uruguai já está no seusegundo inventário sobre gases

de efeito estufa. O Brasil,ainda não tem nenhum.

Indústria DesmatamentoRegião Emissões de CO2 (1.000 t) TOTAL

Ásia 7.118.317 1.300.000 8.418.317Europa 6.866.494 11.000 6.877.494América do Norte e Central 5.715.466 190.000 5.905.466América do Sul 605.029 1.800.000 2.405.029África 715.773 730.000 1.445.773Oceania 297.246 38.000 335.246TOTAL 21.318.325 4.069.000 25.387.325

fonte: World Resources, adaptado STCP

Emissões de CO2 em nível mundial (1991)

fonte: Banco de Dados STCP e CO2e.com

Projeções do Mercado Internacional de Crédito de Carbono

Mercado projetado Fonte

Mais de US$ 10 bilhões negociados até 2005

Movimento de US$ 100 bilhões/ano até 2005

Movimento de US$ 14 bilhões/ano durante 2008 até 2012

Movimento de US$ 5-10 bilhões/ano, aumentando para US$40-100 bilhões/ano caso os EUA assine o Protocolo de Kyoto

Movimento de US$ 23 bilhões/ano até 2010

Banco Mundial

SFE (Sydney Futures Exchange)

Energy Policy

Financial Times

Resource and EnergyEconomics

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pectiva de incrementos maiores atéo período de 2008-2012, quandoentra em vigor o Protocolo de Kyo-to.

Substanciais mercados derivati-vos serão desenvolvidos baseados nasnegociações dos créditos de carbo-no.

Considerando as forças de mer-cado mencionadas anteriormente, eassumindo que a emissão de gasesde efeito estufa dos países desenvol-vidos é de 18 bilhões de CO2e (CO2

equivalente), uma estimativa do ta-manho do mercado de crédito decarbono é apresentada no quadroabaixo. As informações mostramcomo o tamanho do mercado, ex-presso em US$ bilhões, varia com opreço do CO2e.

Novamente pode ser observadoque não existe um consenso sobre otamanho do mercado para créditosde carbono. A expectativa é que omercado de créditos de carbono ope-re com reduções nos níveis de emis-são de gases de efeito estufa entre10% e 20% para os países desenvol-vidos. O potencial de mercado paracréditos de carbono estaria entreUS$ 1,8 bilhões e US$ 360 bilhões.

Modelos econômicos prelimina-

res desenvolvidos por instituiçõesgovernamentais, consultores e dife-rentes organizações, indicam que opreço futuro de créditos de carbonoirá variar entre US$ 50/t e US$ 100/t de CO2e. No entanto, os valoresestão sujeitos a uma grande variação,dependendo de inúmeros fatores, es-pecialmente em relação a compro-missos internacionais firmados e aoestabelecimento de regras para a

emissão de créditos de carbono.As recentes vendas de créditos de

carbono mostram que as variaçõesnos preços são mais modestas queaquelas referenciadas anteriormen-te, oscilando de US$ 2,50/t a US$4,50/t de CO2e. No entanto, toman-do como base as expectativas domercado, os preços atuais mostram-se bem abaixo dos preços futuros,mas servem para indicar como as

coisas estão caminhando. Tais pre-ços são para venda de créditos futu-ros e os pagamentos já foram efetu-ados. Os valores variando entre US$10/t e 20/t CO2e servem como umaboa aproximação para os preços decréditos de carbono a serem prati-cados nos próximos 5-10 anos. Como desenvolvimento do mercado decrédito de carbono e uma tendênciamais clara da oferta e demanda, va-lores mais realísticos estarão sendopraticados.

Análises conduzidas recentemen-te pela STCP indicam que o preçofuturo de créditos de carbono estãorelacionados com detalhes das regu-lamentações para sua comercializa-ção, as quais ainda não foram defi-nidas pela comunidade internacio-nal. Uma indicação é clara: se osEUA não repensarem sua decisão enão assinarem o Protocolo de Kyo-to, os preços futuros de crédito decarbono irão reduzir sensivelmenteporque os EUA serão um importan-te player no mercado de créditos decarbono, tendo em vista seus eleva-dos níveis de emissão de gases deefeito estufa.

Na realidade, o mercado de cré-dito de carbono já existe e tem sido

Mesmo sem o comérciointernacional estar

regulamentado, os créditos decarbono são negociados. Os

preços variam de US$ 2,50/t aUS$ 4,50/t de CO2e.

fonte: Adaptado da CO2e.com pela STCP

2%5%10%15%20%50%100%150%

0,360,91,82,73,6 91827

1,84,5

913,5

184590

135

3,64,518

22,53690

180270

7,29

363572

180360540

184590

135180450900

1.350

3645

180225360900

1.8002.700

Reduçãodas

emissões

Crédito de Carbono (bilhões de US$/t de CO2e)

$ 1/t $ 5/t $ 10/t $ 20/t $ 50/t $ 100/t

Estimativa do mercado potencial de crédito de carbono

9

CO2: still a shot in the dark

operado internacionalmente. AEnvironmental Defense, por exem-plo, realizou recentemente sete ne-gociações de créditos de carbono, asquais atingiram 72 milhões de to-neladas de CO2e. Valores dessa tran-sação não foram divulgados. Damesma forma, corretoras virtuaiscomo a CO2e.com, natsource.come a Canadian Pilot Trading Program- GERT estão se mostrando de “por-tas abertas para novos negócios”. AChicago Climate Exchange (CCXmercado de futuro), baseada nosEUA, recentemente indicou que embreve irá iniciar a comercialização decréditos de carbono no mercadodoméstico e outros mercados de fu-turo na Europa, Japão e Austráliaseguirão essa tendência.

No entanto, alguma coisa nãoestá certa.

Com a recente exceção do ReinoUnido, nenhum país formulou eimplementou qualquer legislaçãopara regulamentar o comércio decrédito de carbono. Não existemprocessos adequados para quantifi-car e analisar os projetos de seqües-tro de carbono que têm sido imple-

mentados. Muitas entidades inter-nacionais, como por exemplo, asNações Unidas, o World ResourcesInstitute e o Banco Mundial, estãotentando resolver esse problema.Algumas companhias multinacio-nais, incluindo Credit Lyonnais,Natsource and Swiss Re, estão tra-balhando para definir as práticascontábeis e o desenvolvimento denovos caminhos para o comércio decréditos de carbono.

No topo desses “pequenos” pro-blemas, existe um outro de maiorimportância que é a falta de legisla-ção internacional sobre os direitosde comércio sobre os créditos de car-bono como forma de garantir as ven-das. É difícil vender qualquer pro-duto quando não se tem uma legis-lação específica tratando dos direi-tos de comercialização.

E existe um outro “pequeno”detalhe, a implementação do Pro-tocolo de Kyoto ainda não foi de-finida. Os signatários não estão en-trando em acordo e, além disso,percebe-se que existem muitasquestões a serem respondidas. Seráinteressante ver quais serão os re-

sultados das novas rodadas de ne-gociações e se alguns desses “pe-quenos” detalhes permitirão queos “se” e os “mas” sejam esclareci-dos.

Na verdade, o comércio de CO2

é ainda um tiro no escuro.

The threat of drastic globalclimate changes led to the

formation of the 1997 KyotoProtocol. With the aim ofreducing global greenhouse gasemissions through a number ofmechanisms, including theimplementation of forestry projectsfor the sequestration of carbondioxide. Based on this premise, anumber of carbon sequestrationprojects have been proposed with theobjective of selling surplus sequesteredcarbon (carbon credits) in nationaland international markets.

Although the Kyoto Protocol has

not been fully ratified and hasmany details to be finalised, thecarbon credit market has alreadyemerged. According to manyanalysts the size and potential ofthe market is estimated to beanywhere between US$ 10 billionand more than US$ 600 billion.Future prices for carbon creditscould easily be well in excess of US$50.00/t CO2e. Trading of futurecarbon credits has alreadycommenced with prices varyingbetween US$ 2.50 to US$ 4.50/tCO2e.

However, with all of this good

news, a number of problems stillremain to be solved before fulltrading occurs. These problemsinclude: the absence of nationaland international legislation toassist in the regulation of carboncredit transactions and legallydefine the status of carbon credits;the lack of a globally acceptedcarbon credit accounting system; noproven process for the measurementand analysis of carbon sequestrationprojects; and, most importantly, theKyoto Protocol is still short of therequired number of signatories forits implementation.

As florestas de Kyotosão assim definidas:

• Florestas implantadas apartir de 1990 em áreasque historicamente nãopossuíam cobertura flo-restal.

• Florestas implantadas apartir de 1990 em áreasque historicamente pos-suíam cobertura florestal,mas que foram emprega-das para outros propósi-tos (agricultura, minera-ção e outros).

• Não se incluem aquelasáreas florestais que atu-almente estão vinculadasa outros negócios.

10

Mara Freire Rodrigues de Souza e Joésio D. P. Siqueira, consultores da STCP

V isando a beneficiar o proprietáriorural que mantém sua proprieda-de atendendo à função ambiental,

a Receita Federal vem considerando comoÁrea Não-Tributável as Áreas de InteresseAmbiental. Para efeito do ITR, são áreas deinteresse ambiental as de preservação per-manente e as de utilização limitada.

No Código Florestal, os art. 2º e 3º esta-belecem quais áreas são consideradas “áreasde preservação permanente”. Quanto às Áre-as de Utilização Limitada, para efeito do ITRsão as áreas: I - de Reserva Particular do Pa-

trimônio Natural, conforme Decreto nº1.922, de 5 de junho de 1996; II - de prote-ção de ecossistemas e as imprestáveis paraatividade produtiva rural, desde que decla-radas de interesse ecológico por ato do ór-gão competente federal ou estadual; III - dereserva legal (RL), e IV - em regime de ser-vidão florestal.

Para que as áreas de preservação perma-nente (APP) não sejam tributáveis, exige aReceita Federal que “o contribuinte, no pra-zo de até 6 (seis) meses contado a partir dotérmino do período de entrega da declara

É gritante ailegalidade da

exigência de um AtoDeclaratório para se

provar a existência daReserva Legal.

11

por que todos cumprem a lei e que não prati-cam crimes. É mister que se prove que nãoexiste a APP para que surja o fato gerador, ecom ele a possibilidade de se cobrar o imposto.

Talvez ainda mais gritante seja a ilegali-dade da exigência de um Ato Declaratóriopara se provar a existência da Reserva Legal.A exigência de se manter na propriedade umpercentual de vegetação nativa, que não sejaobjeto de corte raso, é estabelecida no arti-go 16 do Código Florestal, atualmente coma redação dada pela Medida Provisória 2166-67. Neste artigo é estabelecida a obrigatori-edade de se averbar a Reserva Legal à mar-gem da Matrícula do imóvel. Essa averba-ção, feita no Cartório de Registro de Imó-veis, tem fé pública, e o fito de dar publici-dade ao ato. A prova de que a Reserva Legaldo imóvel existe é feita comprovando-se queela foi averbada no competente RI. Exigir-se outra prova, é atentar contra a fé pública.

Esses motivos já seriam suficientes parase demonstrar a desnecessidade de apresen-

I – área não-tributável (as de interesseambiental reconhecidas mediante Ato De-claratório Ambiental – ADA) e II - área tri-butável (obtém-se subtraindo da área totaldo imóvel às de interesse ambiental reconhe-cidas mediante ADA).

Percebe-se que, para a receita, o ADA éum Ato Declaratório do IBAMA, de reco-nhecimento dessas áreas, como se o IBAMAatestasse à Receita sua existência efetiva. Tan-to é que a Lei 9.960 estabeleceu a obrigatorie-dade de o proprietário rural que se beneficieda redução do ITR, com base no ADA, pagaruma taxa pelos serviços técnicos de vistoria.

O parágrafo 1º desta Lei estabelece a fa-culdade em se utilizar o ADA para efeito deredução do ITR. Considera-se que outrasformas de se obter essa redução também sãopossíveis. E outra não pode ser a interpreta-ção, pois, como se verá, é absolutamente ile-gal a exigência da entrega do ADA para finsde redução do ITR, pois, o que se preten-deu com a redução do imposto foi incenti-

É absolutamente ilegal a exigência daentrega do ADA para fins de

redução do ITR.

“”

ção, protocole requerimento de ato de-claratório junto ao IBAMA, para RECO-NHECIMENTO da área como sendo depreservação permanente. Descumprido ocitado prazo ou denegado o requerimento,será lançado imposto suplementar.”

O mesmo procedimento é exigido quan-to à “área de reserva legal”. “Para efeito deexclusão do ITR, a área de reserva legal de-verá estar, além de averbada à margem da ins-crição da matrícula do imóvel no registro deimóveis competente, reconhecida por ato de-claratório do IBAMA ou órgão delegado, sen-do vedada a alteração de sua destinação nos

var os proprietários a proteger o meio ambi-ente para as gerações presentes e vindouras.Assim, aqueles que cumprem tal objetivodevem ser agraciados com tal benesse.

Segundo o art. 2º do Código Florestal(Lei 4.771), as florestas e demais formas devegetação, que estejam nas situações descri-tas naquele artigo, são de preservação per-manente pelo só efeito daquela Lei. Ora, nãoé um Ato Declaratório do IBAMA que farásurgir a APP, ou a denegação do pedido quefará desaparecê-la. O simples ato de não serequerer um Ato Declaratório não pode ter ocondão de impedir o incentivo à manutenção

casos de transmissão,a qualquer título, oude desmembramentode área”. Para fins detributação, as áreasdo imóvel classifi-cam-se em:

da APP, simplesmen-te porque isso seriauma subversão doprincípio penal dapresunção de inocên-cia. Até que se proveo contrário, é de su-

12

Há uma totalcontradição entre os

órgãos federaisambiental e fiscal noque tange ao ADA.

Acerca desse equívoco terminológico, jáse manifestou a Delegacia da Receita Fede-ral de Julgamento de Florianópolis – SC, nadecisão DRJ/FNS nº 677, de 27 de abril de

2001, no processode nº 10920.000964/00-94, esclarecendo:

“...Ocorreu umconflito conceitualentre a nomenclatu-ra utilizada peloIBAMA e aquelautilizada pela Secre-

taria da Receita Federal (SRF). O ADA éum formulário de declaração, fornecido embranco pelo IBAMA, para ser preenchidopelo declarante com as informações que lheaprouver fornecer, e que serve para entradade dados em um cadastro do Sistema Naci-onal de Informações do Meio Ambiente – SI-NIMA, previsto no inciso VII do art. 9º daLei 6.938, de 31 de agosto de 1981.

A edição de atos administrativos e de na-tureza tributária e aduaneira (atos declara-tórios) é atualmente disciplinada pela Por-taria SRF nº 1, de 2 de janeiro de 2001.

O nome técnico “ato declaratório”, nanomenclatura utilizada pela Secretaria daReceita Federal, refere-se sempre, sem exce-ção, a um ato administrativo, com os efei-tos a ele atribuídos pela legislação em quebaseado, provindo exclusivamente da auto-ridade administrativa que o expede, em opo-sição à “declaração”, termo empregado emrelação ao formulário de informações apre-sentado por ente privado ou público, em si-tuação de obrigado à sua prestação. Emboraa palavra “ato”, em linguagem comum pos-sa ter acepção que lhe atribui o IBAMA,como poderia ocorrer hipoteticamente, naexpressão “ato de declaração”, o emprego denomen juris idêntico (“ato declaratório”), mascom função totalmente diferente, a par da de-corrente ambigüidade, acabou por causar in-desejáveis efeitos tributários, sem previsão legal.

Há, pois, uma total contradição entre osórgãos federais ambiental e fiscal no que tan-ge ao Ato Declaratório Ambiental – ADA.A Secretaria da Receita Federal entende queo ADA é um “Ato Declaratório” expedidopelo IBAMA, que RECONHECE a área

tar um Ato Declaratório do IBAMA para oreconhecimento da APP e da RL. Entretan-to, o mencionado Ato Declaratório do IBA-MA, de RECONHECIMENTO das áreas,como de interesseambiental, propala-do pela Receita Fe-deral, não existe. OAto DeclaratórioAmbiental, criadopelo IBAMA atravésda Portaria 162/97,dispõe no art. 1º queo Ato Declaratório Ambiental – ADA re-presenta a declaração indispensável ao reco-nhecimento das áreas de preservação per-manente e de utilização limitada para fins deapuração do ITR, e o art. 4º da Portaria 152/98 expressamente esclarece que O ADA é umformulário de cunho estritamente informati-vo e as informações nele contidas são de intei-ra responsabilidade do declarante.

A prova de que a Reserva Legal doimóvel existe é feita comprovando-se

que ela foi averbada nocompetente RI. Exigir-se outra prova,

é atentar contra a fé pública.

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C urrently, there is a conceptual conflict as to the interpretation of the DeclaratoryAct by IBAMA (Brazilian Institute for the Environment and Renewable

Natural Resources) and by the Treasury Department (SRF – Secretaria da ReceitaFederal) and this have been causing relevant tax problems.

The Environmental Declaratory Act – ADA is a declaration or statement made ona form supplied by IBAMA, to be completed by the declarer which serves as data for theDatabase of the National Environmental Information System (SINIMA).

The technical name declaratory act used by the Treasury Department is alwaysreferred to an administrative act. It comes exclusively from the administrative

The Environmental Declaratory ACT (ADA) and its interactions with the Rural PropertyTax (ITR), INCRA and IBAMA

authority that issues it, with the effects attributed to it by legislation. The term “ declaration” is employed to the informationform submitted by private or public entity, and its presentation is compulsory.

The fact that the filing of the ADA is obligatory is a result of numerous implications that the rural property owner willface if not filed. Although the legality of these measures is very questionable, it is better to complete the form and file it, untilit is possible to get a judicial declaration as to the impossibility of doing so for the specific reasons contained in the Law.

como sendo de preservação perma-nente e que declara a existência daReserva Legal. Para o IBAMA, esteconceito é absolutamente incorreto,pois para este órgão, o ADA é umaDeclaração do Proprietário, preenchi-da através de um formulário, que acusaa existência em seu imóvel de APP eReserva Legal.

A despeito de todos esses fatoresdemonstrando a fragilidade desseinstituto, paradoxalmente, tambémo INCRA houve por bem incluir na

ção permanente e de reserva legal deseu imóvel como áreas aproveitáveise não produtivas, podendo cair seuimóvel, pelo GU (Grau de Utiliza-ção, que é a relação percentual entrea área efetivamente utilizada e a áreaaproveitável), como propriedade im-produtiva, portanto suscetível dereforma agrária. Além disso, se a pro-priedade tiver mais de 10.000 ha e es-tiver no processo de fiscalização cadas-tral do INCRA, previsto pela Portaria558/99, o proprietário poderá ter pro-

Ordem de Servi-ç o / I N C R A /DC/Nº 2, de 14de abril de 2000,no art. 2º, a exi-gência, “quandofor o caso”, docomprovante daentrega do AtoDec l a r a tó r i oAmbiental – ADA pelo proprietárioque tenha sido notificado pela Porta-ria INCRA/P/Nº 558/99. Essa por-taria determinou o processo de fisca-lização cadastral dos imóveis rurais deárea superior a 10.000 ha.

Assim, se o proprietário rural nãoentregar o ADA no prazo previstona legislação, além de não ser bene-ficiado com a redução do imposto,terá tributadas as áreas de preserva-

blemas em regu-larizar seu imó-vel, pois não po-derá apresentarum dos docu-mentos exigidos.

É importantelembrar que aPortaria 558 can-celou os cadastros

de imóveis rurais declarados pelos pro-prietários, ou pelos possuidores dequalquer título de imóveis rurais, sub-metidos a processo de fiscalização, tor-nando insubsistentes os Certificadosde Cadastro do Imóvel Rural – CCIR,sem o qual não não poderão os pro-prietários desmembrar, arrendar, hi-potecar, vender ou prometer em ven-da os imóveis rurais, conforme esta-belece o art. 22 da Lei 4947/66.

Se o ADA não for entregue noprazo, além de não se beneficiarda redução do imposto, terá as

áreas de preservação e de reservalegal tributadas como áreas

aproveitáveis e improdutivas.

Concluindo

1 - Houve um equívoco entre as ter-minologias adotadas pela SRF e peloIBAMA, do significado do ADA –Ato Declaratório Ambiental;2 – Em função desse equívoco, aSRF passou a lançar imposto su-plementar dos contribuintes quedeixaram de apresentar o ADA, noprazo estipulado de 6 meses, conta-do a partir do término do período deentrega da declaração do imposto;3 – A entrega do ADA não podeser obrigatória, pois a Lei 9.960,no parágrafo 1º do art. 17 estabe-lece expressamente que a utilizaçãodo ADA para efeito de redução dovalor a pagar do ITR é opcional;4 – O ADA é um formulário de cu-nho estritamente informativo e as in-formações nele contidas são de intei-ra responsabilidade do declarante;5 – A obrigatoriedade em se apresen-tar o ADA decorre das inúmeras im-plicações que a ausência de sua en-trega acarreta ao proprietário do imó-vel rural. Embora bastante questio-nável a legalidade dessas medidas, en-quanto não se conseguir uma decla-ração em juízo da impossibilidade dese exigir a entrega do ADA para osfins explicitados neste artigo, o me-lhor a fazer é apresentá-lo.

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no

tas

Atualmente, a STCP é responsável pela implementaçãoda Gestão Ambiental da Administração da Hidrovia Tocan-tins-Araguaia – AHITAR, um projeto-piloto para hidroviasno Brasil. As atividades englobam a avaliação dos procedi-mentos da AHITAR para o meio ambiente, avaliação do pas-sivo ambiental e a concepção da estrutura de gestão, atravésde um planejamento estratégico. A STCP também acompa-nhará a implantação do Plano de Ação.

Gestão ambiental da administração da hidroviaTocantins –Araguaia – AHITAR

A STCP vem fortalecendo suas atividades relacionadascom unidades de conservação. Depois de elaborar o plano demanejo das Florestas Nacionais de Carajás e do Tapirapé-Aquiri, no Pará, a STCP desenvolve o plano na Floresta deSaracá-Taquera, no mesmo Estado, também para o IBAMA.A metodologia de zoneamento ecológico-econômico e o so-fisticado sistema de gestão de informações geo-referenciadastêm sido considerados referências no Brasil.

Plano de manejo da Floresta Nacional doSaracá-Taquera

Estruturação do sistema de licenciamento – Equador

A STCP desenvolveu uma metodologia de avaliaçãode impactos ambientais em plantações florestais noEquador, no âmbito do projeto PD 17/97, financiadopela OIMT e pela CORMADERA. O projeto teve porobjetivo a contribuição para o estabelecimento de reflo-restamento sustentável, não só em termos ambientais,mas também sócio-econômicos.

Curso de avaliação de impacto ambiental

Consultores da STCP foram responsáveis pela realizaçãode cursos sobre Avaliação de Impacto Ambiental – AIA. Oscursos solicitados pelo Ministério do Meio Ambiente objeti-varam a capacitação de técnicos do próprio Ministério, doIBAMA e de diversas organizações estaduais de meio ambi-ente. Os mais de 90 participantes atualizaram seus conheci-mentos sobre instrumentos de licenciamento de empreendi-mentos (EIA/RIMA, PCA, RCA, entre outros).

A STCP recebeu a visita do Sr. Roland Peters e do Sr.Patricio Montesinos, da Fundación Chile, para a apresenta-ção do Sistema de Simulação Florestal desenvolvido pela ins-tituição. O modelo de simulação de crescimento e gestão deplantações florestais de pinus e eucalipto foi apresentado paramais de 30 profissionais do setor, em evento promovido pelaSTCP em parceria com a Fundación Chile e com o curso deEngenharia Florestal da UFPR.

Sistema de simulação florestal – Fundación Chile

Planos estratégicos do Amapá e Argentina

Depois de desenvolver o planejamento estratégico do se-tor florestal da Bolívia, a STCP está atuando em outros im-portantes projetos relacionados. O primeiro é o Plano Estra-tégico para a Indústria Moveleira e de PMVA do Amapá (pro-jeto do SEBRAE/Secretaria de Indústria e Comércio). A STCPtambém venceu a concorrência internacional promovida pelaSAGPyA, da Argentina, dentro do programa de Desenvol-vimento Florestal (financiado pelo BIRF), para elaborar um pla-no estratégico para a Província de Misiones, voltado ao desen-volvimento de pequenas e médias empresas do setor florestal.

STCP e a Certificação

A STCP tem atuado ativamente em certificação. Além deassistir diversas empresas nos seus processos de certificaçãoflorestal, a exemplo da Indústria MANOA e da GUAVIRÁ, aSTCP também tem participado das discussões do CERFLOR.Na área de certificação de produto a STCP elaborou o Pro-grama Nacional de Qualidade do Compensado – PNQC paraa ABIMCI, que estabelece padrões de qualidade e critériospara certificação de compensado de pinus.

Atuação internacional

Consultores da STCP participaram de importantes even-tos e projetos internacionais relacionados com a temática flo-restal. Dentre eles, destacam-se a Revisão do Sistema de Arre-cadação e do Regime Tributário relacionados com os produ-tos florestais na Papua Nova Guiné e uma palestra ministradanos EUA abordando a situação atual do setor florestal brasi-leiro e as oportunidades de investimentos.

Normas para manejo florestal – Peru

Consultores da STCP preparam uma proposta de um pla-no geral de manejo florestal para o Peru, por solicitação doMinistério de Agricultura do país. As atividades desenvolvi-das ocorreram no âmbito do projeto da FAO GCP/PER/035/NET – Apoio à Estratégia Nacional de Desenvolvimento Flo-restal. Além do apoio ao Instituto Nacional de Recursos Na-turais do Peru e do plano geral, os consultores elaboraramcritérios e indicadores de manejo sustentável, bem como umsistema de supervisão e controle.

A STCP assumiu a co-gestão do Parque Estadual de Serrados Reis, em Rondônia, em parceria com a Secretaria de De-senvolvimento Ambiental. O projeto, no âmbito do Progra-ma Agrícola e Florestal de Rondônia – PLANAFLORO, in-clue a concepção e implantação da estrutura institucional, aelaboração um Plano de Sustentabilidade Econômica, a con-solidação da infra-estrutura e a concepção e implementaçãode um Sistema Integrado de Segurança.

Gestão compartilhada do Parque Estadual deSerra dos Reis

A STCP reformulou a sua homepage (www.stcp.com.br).A consulta à página permite o acesso a informações instituci-onais, assim como permite o download das últimas ediçõesdo Informativo STCP e do catálogo da empresa.

Nova Homepage

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no

tes

International activities

STCP consultants took part in important international eventsand projects related to Forest. Amongst them, it is worthwhilementioning the Review of the Papua New Guinea Tax RevenueSystem related to forest products, and a talk conference in theUnited States covering the current situation in the Brazilian forestsector, and investments opportunity.

STCP and Certification

STCP has acted in various ways in relation to certification.STCP is assisting diverse companies in the process of forestcertification, as for example MANOA and GUAVIRÁ, and isparticipating in the discussions related to the National ForestCertification Program CERFLOR. STCP consultants have alsoprepared the National Plywood Quality Program – PNQC forABIMCI that establishes quality standards and certificationcriteria for the certification of Pine plywood.

Course for the Environmental Impact Evaluation

STCP Consultants were responsible for holding a course onthe Environmental Impact Assessment – EIA. The objective ofthe course was to educate the technicians from the Ministry, fromIBAMA and diverse state environment organizations. More than90 participants were able to bring their knowledge up-to-datethe permitting mechanisms (EIA/RIMA, PCA, RCA, amongstothers).

Licensing System Structuring – Ecuador

STCP developed an Environmental Impact Assessmentmethodology for forest plantations in Ecuador, under ProjectPD 17/97 financed by the ITTO and by CORMADERA. Theproject had the objective of contributing to the establishment ofthe sustainable forest plantations, not only in environmentalterms but also socio-economic terms.

New Homepage

STCP has a new homepage (www.stcp.com.br). By assessingthe page also permits one to access institutional information, aswell as to download the latest copies of the STCP Informativeand the company’s catalogue.

Forest Simulation System– Fundación Chile

STCP received a visit from Mr. Roland Peters and Mr.Patricio Montesinos, of the Fundación Chile, to discus the ForestSimulation System, recently developed. The forest plantationsimulation and management model was presented to more than30 professional of the forest sector, during an event sponsored bySTCP in partnership with the Fundación Chile and UFPRForestry Course.

Management Plan for the Saracá - TaqueraNational Forest

STCP has been strengthening its activities related toconservation units. After, preparing the Management Plan forthe Carajás and Tapirapé-Aquiri National Forests in Pará, STCPdeveloped for IBAMA the Plan for the Saracá-Taquera Forest inthe same State. The ecological economic zoning methodology andthe sophisticated georeferenced information management systemhave been considered as a reference work within Brazil.

Standards for Forest Management – Peru

STCP consultants were responsible for the proposal of anoverall plan for forest management in Peru as requested by theCountry’s Ministry of Agriculture. The activities carried out tookplace under FAO Project GCP/PER/035/NET – Support forthe National Forest Development Strategies. Besides the supportto the Peruvian National Institute of Natural Resources and thepreparation of an overall plan, the consultants prepared thesustainable management criteria and indicators. And proposeda monitoring and control system.

Environmental Development of the Tocantins-Araguaia Waterway Management – AHITAR

STCP is now responsible for the implementation of theEnvironmental Development for the Tocantins-AraguaiaWaterway Management – AHITAR, a pilot project for Brazilianwaterways. The activities encompass the evaluation of AHITARprocedures for the environment, evaluation of environmentalliabilities and the designing up of a management structure,through strategic planning. STCP will also monitor theimplementation of the Action Plan.

Strategic plans for Amapá and Argentina

After carrying out strategic planning for the Bolivian forestsector, STCP is currently undertaking other important relatedprojects. The first is the Strategic Plan for the Furniture and VAPIndustry for the State of Amapá (sponsored by SEBRAE andSecretary of Industry and Commerce). The second refers to thefact that STCP was selected through an international bid ofSAGPyA from Argentina, within the Forest Development Program(financed by the IRDB), for the preparation of a strategic plan forthe Province of Misiones in Argentina, aimed at the developmentof small and medium-sized companies in the forest sector.

Shared Management of the Serra dos Reis StatePark

In association with the Environmental DevelopmentSecretary, STCP has assumed the co-management of the Serrados Reis State Park, in Rondônia. The project is part of theRondônia Agriculture and Forest Program PLANAFLORO. Theactivities include the conception and implementation of aninstitutional structure, the preparation of an EconomicSustainability Plan, the infrastructure consolidation, and theconception and implementation of an Integrated Security System.

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Inúmeras empresas estão buscando alternativas para descarte dos resíduos de forma que omesmo seja remunerado, melhorando a rentabilidade do seu negócio principal.

Uma das características da in-dústria madeireira é a ge-

ração de grandes quantidades de re-síduos durante o processamento damatéria-prima (madeira). Os resídu-os gerados nas diversas etapas doprocessamento primário e secundá-rio da madeira são representados ba-

Tradicionalmente, a geração deenergia térmica (vapor) é a princi-pal demandante de resíduos pela in-dústria madeireira. Mas, comumen-te, a capacidade de geração de ener-gia térmica através dos resíduos pro-duzidos é superior à demanda. Naverdade, a geração de energia térmi-

sicamente porcascas, costanei-ras, pó-de-serra,refilos, destopose peças desclassi-ficadas. No Bra-sil, é possívelconstatar quegrande parte des-ses resíduos não são aproveitadoseconomicamente, muito pelo con-trário, são queimados a “céu aber-to” ou, até mesmo, depositados emlocais inadequados, como por exem-plo, margem de rios e lagos, aterrossanitários e outros. Tais tratamentosinadequados dados aos resíduos demadeira podem configurar-se comopassivos ambientais para as empre-sas produtoras.

Por outro lado, inúmeras empre-sas ligadas à atividade madeireira es-tão buscando alternativas para des-carte dos resíduos gerados, de for-ma que o mesmo seja remunerado,melhorando a rentabilidade do seunegócio principal. Diversas alterna-tivas têm sido consideradas, comopor exemplo:• Geração de energia térmica e/ou

elétrica;• Produção de produtos reconstitu-

ídos, como por exemplo, aglome-rado, MDF e outros;

• Forragem e adubação;• Outros.

ca não demandatodo o resíduogerado, ocasio-nando um exce-dente de energia.

Baseado noexposto, aliado àcrise energéticaexperimentada

pelo Brasil, a adoção do sistema deco-geração de energia (térmica e elé-trica) através do aproveitamento dosresíduos gerados pela indústria ma-deireira tem-se tornado um negócioaltamente atrativo.

Legislação do setor elétrico

As mudanças que vêm ocorren-do na legislação brasileira, particu-larmente em relação ao setor elétri

O sistema de co-geração deenergia através do aproveita-

mento de resíduos está setornado um negócio atrativo.

Francisco S. Lopes e Cláudio J. Wipieski, consultores da STCP

17

A geração de energia térmica é a principaldemandante de resíduos pela indústriamadeireira.

co, têm criado novas oportuni-dades para negociação de exceden-tes de energia elétrica a preços bas-tante atrativos, o que tem contribu-ído para viabilização e implementa-ção de sistemas de co-geração.

que atendam a novas cargas pela ex-pansão do mercado.

As termelétricas e o meioambiente

Uma das barreiras que dificultama implantação de termelétricas a gás,de grande porte, são as restrições le-vantadas pelas organizações não-go-vernamentais e as intervenções doMinistério Público no licenciamen-to ambiental destas instalações. Asrazões alegadas são o lançamento deágua quente nos rios e as emissõesde óxidos de nitrogênio e dióxido decarbono que contribuem para a po-luição global. Segundo José Gol-demberg, da Comissão Nacional dePolítica Energética - CNPE, estesproblemas são reais, mas devem sercomparados com os impactos am-bientais das outras alternativas. A ge-ração diesel, por exemplo, gera cer-ca de 30 % a mais de dióxido de car-bono e ainda produz óxidos de en-xofre e material particulado.

A Resoluçãon° 245 de 11 deagosto de 1999,da Agência Naci-onal de EnergiaElétrica – ANE-EL, incentiva odesenvolvimentode alternativaspara geração deenergia elétrica apartir de fontes renováveis. Já foramregulamentados os prazos e as con-dições para a sub-rogação dos recur-sos da Conta Consumo de Combus-tíveis (CCC) a empreendimentosem sistemas elétricos isolados, quesubstituam total ou parcialmente ageração termelétrica a partir de com-bustíveis derivados de petróleo ou

No caso dageração de ener-gia elétrica a par-tir de resíduos deserraria, as restri-ções praticamen-te desaparecem,pois há uma re-dução no impac-to ambiental cau-sado. Os resídu-

os de madeira quando descartadosno solo, provocam o lixiviamento ea contaminação dos lençóis freáti-cos e cursos d’água. Quando quei-mados ao ar, de forma não comple-ta, liberam produtos prejudiciais aomeio ambiente. Estes mesmos resí-duos utilizados como combustívelem caldeira, sofrem uma queima

Uma serraria com produçãoanual de 36 mil m3 tem

capacidade de gerar até 13,2MWh/ano. Energia mais

que suficiente para suprir ademanda própria.

Na geração de energia elétrica a partir deresíduos de serraria, as restrições diminuem,devido à redução no impacto ambiental.

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muito mais completa, reduzin-do as emissões e minimizando os im-pactos ambientais.

Nesse aspecto, o próprio reflores-tamento é uma solução para o pro-blema de emissão de CO2 com asnovas árvores absorvendo o CO2 daatmosfera. Para a geração de 5MWh, uma floresta de 500 ha seriasuficiente para absorver todo o CO2

gerado pela usina.

Oportunidades daco-geração

Uma serraria de médio porte,com uma produção anual da or-dem de 36 mil m3 de serrado, temcapacidade para gerar de 10,8 mila 13,2 MWh/ano, energiamais que suficiente para suprir ademanda própria de uma indús-tria desse porte. A energia elétricagerada baseada em óleo diesel temum custo aproximado de 9 vezesao da energia elétrica gerada a par-tir de biomassa (resíduos de ma-deira).

Em algumas regiões do Brasil,as indústrias de base florestal es-tão isoladas e não dispõem deenergia elétrica em rede, utilizan-

do geração a partir de óleo diesel.Principalmente nessas unidadesindustriais localizadas em regiõeslongínquas, uma oportunidade denegócio bastante atrativa é a ins-talação de unidades de médio por-te de geração de energia elétrica apartir de biomassa.

Um módulo, com área efetivade 2.400 ha de floresta plantada

de eucalipto, tem capacidade deproduzir de forma sustentada cer-ca de 5 MWh/ano. Um empreen-dimento deste porte geraria cercade 200 empregos nas áreas flores-tais, de exploração e de operação,e representaria um investimentoglobal de aproximadamente R$ 8milhões. Com a utilização dos re-cursos disponíveis pela Resoluçãoda ANEEL, este investimento po-

deria reduzir-se a pouco mais deR$ 2 milhões.

O trabalho da STCP

Diversos estudos da STCP sãoorientados para a definição de tec-nologias que visam o aproveita-mento racional dos resíduos dasindústrias madeireiras. A aplicaçãodestas tecnologias tem mostradosuas potencialidades técnicas, eco-nômicas e ambientais.

Considerados esses aspectos aSTCP vem desenvolvendo, comsucesso, projetos de co-geraçãopara várias empresas industriaismadeireiras estabelecidas princi-palmente na Amazônia. Essesprojetos têm apresentado resul-tados satisfatórios, não só na re-gulação do suprimento de ener-gia às empresas, como tambémrespostas econômicas e financei-ras, as quais têm estimulado odesenvolvimento e o interesse deoutros projetos para solucionaro problema energético de diver-sos clientes da STCP, compro-vando que a decisão de desenvol-ver essa linha de ação foi acerta-da.

One of the characteristics of the timber industry is the generation of a large amount of waste during rawmaterial (log) processing. The use of an energy co-generating system (thermal and electric) making use of the

waste being generated by the timber industry has been a highly attractive business.A medium-sized sawmill, with an annual sawn wood production in the order of 36 thousand m3, has a

capacity to generate 10.8 to 13.2 thousand MWh/year, more than enough energy to supply the company’s owndemand. Electric energy based on diesel oil generation would cost approximately 9 times more than the energygenerated from biomass (wood residues).

In several regions of Brazil, forest based companies are isolated and do not have a network electricenergy available, using instead energy generated by diesel oil. Especially for industrial units located inremote regions, the installation of medium-sized electric energy generating units based on biomass is a veryattractive business investment.

STCP has undertaken diverse studies for the definition of technologies aimed to take rational advantage oftimber industry waste. The application of these technologies has shown their technical, economic and environmentalpotential.

Thermoelectric power plants: a new businessopportunity in the timber industry

A STCP desenvolve projetos deco-geração. A aplicação destastecnologias tem mostrado suas

potencialidades técnicas,econômicas e ambientais.

19

A redução de preçosé irreversível?

Apesar de sentida apenas recentemente coma desaceleração da economia mundial, a

redução dos preços de produtos florestais emnível internacional tem sido verificada desde adécada de 80. No caso de produtos de madeira

mercado norte-americano, em que fica eviden-ciada a redução de preços quando a análise éfeita sob a ótica de preços constantes.

No mercado doméstico brasileiro a situaçãoé mais crítica. Produtos, como o compensado,

A madeira tropical foi maisafetada que a madeira de

conífera. Os preços naexportação de Red Meranticaíram em média 12,2%

enquanto o do compensadoMR despencou 15,5%.

sólida, as quedas mais acentu-adas têm sido experimentadasem mercados ainda em desen-volvimento, enquanto que emmercados mais evoluídos, aexemplo do norte-americano,as reduções são bem mais co-medidas.

Nos EUA, a maioria dosprodutos de madeira sólida vêmapresentando variações de pre-ços negativas. O MDF foi o pro-duto que mais desvalorizou no mercado norte-americano na última década (-2,7% ao ano). Paraprodutos mais evoluídos, a exemplo do OSB, ospreços mostram-se crescentes (0,7% ao ano), comtendência de reduções a curto e médio prazo.

Na figura 01 é apresentada a evolução dospreços de alguns produtos de madeira sólida no

sofreram variações extrema-mente acentuadas nos preços,atingindo níveis da ordem de-9,4% ao ano na última déca-da (1990-2001). Ainda nessemesmo período, reduções nospreços também foram observa-das para o aglomerado (-6,7%ao ano) e para o serrado de Pi-nus (-3% ao ano). É importan-te mencionar que as constan-tes desvalorizações do Real nos

últimos anos exerceram forte influência no com-portamento dos preços.

Nas transações internacionais nunca foram ex-perimentadas tão drásticas variações nos preçosdos produtos florestais como aquelas verificadas apartir da década de 90.

Em nível internacional, a madeira tropical foi

Nos EUA, amaioria dosprodutos de

madeira sólidavêm

apresentandovariações de

preços negativas.

Marco Tuoto, Christopher James Oliver e Maurício Mattioli, consultores da STCP

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mais afetada que a madeira de co-nífera. Os preços praticados pela Ma-lásia na exportação de Red Meranticaíram em média 12,2% ao ano nosúltimos 5 anos (1996-2001), enquan-to o preço do compensado MR ex-portado pela Indonésia despencou15,5% ao ano no mesmo período.

Para produtos baseados em madei-ra de conífera, as reduções também fo-ram acentuadas, tendo sido experi-mentada queda da ordem de 11% aoano para produtos como o compen-sado de Pinus (C/C) e o clear blockde Pinus exportado pelo Brasil. Nocaso do serrado de Pinus (KD) expor-tado pelo Chile, a diminuição no pre-ço foi de 6,1% ao ano durante o perí-odo analisado (1994-2001).

Diversos aspectos ao longo da úl-tima década podem ser apontadoscomo causadores da contínua redu-ção de preços dos produtos flores-tais em nível internacional, dentreos quais se evidenciam:Abertura de mercado

O processo de globalização trou-xe um maior nível de competitivi-dade através do acesso à informação,adoção de novas tecnologias, redu-ção de perdas, logística, remunera-ção de produtos marginais e outros, oque refletiu sensivelmente no compor-tamento dos preços internacionais.

Aumento da ofertaNa última década ocorreu um au-

mento substancial na oferta de ma-deira, principalmente daquelas oriun-das de plantações, decorrentes da ma-turação dos reflorestamentos de Pinusimplantados durante os anos 70 emdiversos países, como por exemplo, oBrasil, o Chile, a Nova Zelândia e,mais recentemente, a Argentina.

Cabe mencionar o aumento daoferta de madeira oriunda de países doleste europeu (Estônia, Letônia, Polô-nia e República Tcheca) e Rússia a par-

tir da década de 90.Crise asiática

A crise asiática ocorrida em mea-dos de 1997 provocou uma forte re-cessão nos países do sudeste asiático,o que causou impacto nos preços de pro-dutos florestais em nível mundial. Entre1997 e 1998, o preço de alguns produ-tos florestais chegaram a cair 50% e ain-da não existem sinais de recuperação.Produtos substitutos

Durante a década de 90, os pro-dutos de madeira sólida sofreramforte competição dos produtos alter

fonte: Banco de Dados STCP e Random Lengths

Figura 01 – Evolução dos preços de produtos de madeira sólida nomercado Norte-Americano (US$ constante – ano base 2001)

Variação de preços de produtos florestais em nível mundial (US$ constante – ano base 2001)

Mercado Variação de preços

PeríodoProdutoPaís

Serrado Pinus KD 1990 - 2001 -3,0% aaCompensado Virola (15 mm) 1990 - 2001 -9,4% aaAglomerado Cru (15 mm) 1990 - 2001 -6,7% aa

Brasil

Serrado SPF KD 1990 - 2001 0,2% aa

Compensado Pinus - SYP CDX (12 mm) 1990 - 2001 -0,5% aaAglomerado Cru (19 mm) 1990 - 2001 -1,4% aaMDF Cru (19 mm) 1990 - 2001 -2,7% aa

OSB (11 mm) 1990 - 2001 0,6% aa

EUA

Doméstico

BrasilClear Block Pinus (5/4”) 1994 - 2001 -11,2% aa

Compensado Pinus C+/C (18 mm) 1996 - 2001 -11,6% aa

Chile Serrado Pinus KD (5/4” - MDG&BTR) 1994 - 2001 -6,1% aa

Indonésia Compensado Tropical MR BB/CC (6 mm) 1996 - 2001 -15,5% aa

Serrado Red Meranti KD (FAS) 1996 - 2001 -12,2% aaMalásia

Internacional

fonte: Banco de Dados STCP

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Figura 03 – Evolução dos preços de produtos demadeira sólida no mercado internacional

(US$ constante – ano base 2001)

fonte: Banco de Dados da STCP, Random, Legths e ITTO MIS

Figura 02 – Evolução dos preços de produtos demadeira sólida no mercado brasileiro

(US$ constante – ano base 2001)

fonte: Banco de Dados da STCP

nativos, como por exemplo, o plástico (PVC), os me-tais (ferro, alumínio, etc), a fibra de vidro, o gesso, en-tre outros. Em nichos específicos, como por exemplo,molduras, janelas e portas, a substituição tem sido maisacentuada. A durabilidade, a estabilidade dimensional,a não necessidade de acabamentos superficiais (pintu-ra) e principalmente seu preço mais atrativo têm sido osprincipais fatores que têm levado à substituição da ma-deira pelos produtos alternativos.Desaceleração da economia mundial

A recente desaceleração da economia mundial tem sidoum fator que tem contribuído ainda mais para a reduçãode preços dos produtos florestais internacionalmente. Adesaceleração da economia mundial é reflexo do desaque-cimento dos EUA, Japão e alguns mercados europeus.

O índice médio de queda de preços das exportaçõesdos produtos florestais é maior. No caso do segmentode madeira sólida e mobiliário, a redução foi de 2,1%, epara celulose e papel a queda foi bem mais acentuada,atingindo 9,9%.

Tanto a curto como a médio prazo não existe a ten-dência de recuperação de preços. Muito pelo contrário,a expectativa é que as reduções sejam, de certa forma,irreversíveis. Comportamentos diferenciados serão ex-perimentados para alguns produtos reconstituídos (OSB,LVL e I-Joists), que ainda são produtos em desenvolvi-mento e especialidades.

Na verdade, a tendência para os preços internacionaisde produtos de madeira sólida está relacionada com a ca-pacidade dos produtores em buscar mecanismos para me-lhorar a sua competitividade frente à redução dos preços,de forma a garantir sua participação no mercado.

Even though the deceleration in world economieshas only recently been felt, a reduction in the prices

of forest products at the international level has beensystematically verified since the 1980’s. This isparticularly true in the case of solid wood products,where the decrease in prices have been more accentuatedin the developing markets, whilst in the moreestablished markets, such as the United States ofAmerica, the reduction in prices have been moremoderate.

A number of aspects can be identified as the causefor the continual reduction of prices, includingglobalization, increases in the supply of timber, theAsian crisis, product substitution (non-wood products)and the deceleration of the global economy.

Based on the present recessive scenario, both in theshort and the medium term the tendency for arecuperation of prices does not exist. In fact the contraryis more likely, indicating that the experienced reductionin prices is therefore, to a certain extent, irreversible. Adifferent trend has been experienced by somereconstituted wood products, such as OSB, LVL andI-Joists, products which are specialties and still indevelopment.

Is the reduction inprices irreversible?

Quanto vale asua empresa?Quanto vale asua empresa?

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uma faixa de valor de referência;• Identificação de oportunidades de investimen-

to, uma vez que se analisa a relação entre ovalor da ação da empresa no mercado e seuvalor intrínseco;

• Avaliação do impacto das estratégias sobre ovalor da empresa. As decisões operacionais, fi-nanceiras e de investimento estão diretamen-te relacionadas com o valor da empresa.

Métodos

Os diversos métodos de avaliação de empre-sas existentes são regidos por diferentes critériosde fixação de valor, embora apresentem caracte-rísticas comuns. Em linhas gerais, pode-se clas-sificar esses métodos em três grandes grupos:

1 – Método Financeiro. Sustenta que o valor

Opreço de uma empresa, referênciafundamental nas negociações dequalquer tentativa de fusão ou aqui-

sição, nunca é aleatório. Ao contrário, sua deter-minação exige a combinação da análise estraté-gica do negócio com teorias financeiras.

Este artigo traz os principais métodos de avali-ação de empresas, descrevendo em detalhes o mé-todo financeiro – o mais comumente utilizado natarefa de determinação do valor de empresas.

A avaliação de empresas vem desempenhan-do um papel cada vez mais importante no mun-do dos negócios. Trata-se de um processo com-plexo, e, por isso mesmo, tem múltiplas utilida-des, entre as quais se destacam:• Determinação do valor da empresa no proces-

so de fusão ou aquisição, a fim de se estimar

Luís Fernando Scheffler e Ederson de Almeida, consultores da STCP

O método deavaliação maisutilizado é o“Financeiro,”pois pode seraplicado para

diversospropósitos.

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da empresa é igual ao fluxo de cai-xa (entradas menos saídas de dinhei-ro ao longo do período analisado), tra-zido para preços de hoje (valor pre-sente). Para trazer o valor futuro a va-lor presente é preciso usar uma taxade desconto, ou o equivalente a umataxa de juros numa situação de em-préstimo. Nesse caso, a taxa de des-conto é uma taxa de rentabilidade(retorno) esperada pelo acionistasobre o capital investido.

É o método mais utilizado por-que pode ser aplicado com propósi-tos diversos: aquisições, fusões, de-finição de relações de permuta deações e revisão do grau de recupera-

pais etapas são apontadas a seguir:A relação estratégia-valor

Essa análise permite demonstrar aorigem do valor criado pela estratégiaque a empresa definiu para atingir seusobjetivos. Essa relação é obtida a par-tir da estratégia definida pela empresapara o alcance de seus objetivos, quepodem ser traduzidos em retorno eco-nômico, crescimento e risco.• Retorno Econômico. É igual à mar-

gem dos resultados operacionais ob-tidos sobre o investimento realizadopela empresa. O valor gerado depen-de de o retorno econômico desse in-vestimento ser superior ao custo docapital necessário para financiá-lo.

• Crescimento. A medida relaciona-da com o objetivo de crescimento éo nível de atividade e, indiretamen-te, o capital humano e o investimen-to em capital fixo de longo prazoque esse negócio exige. Quanto mai-or o volume de negócios que a em-presa espera alcançar, maiores as ne-cessidades de investimento.

• Risco. O grau de exposição a deter-minados riscos pode alterar o fluxode caixa esperado do negócio. A ava-liação desses riscos permite identi-ficar na organização pontos fracosque contribuiriam para destruir essevalor e para pôr em perigo a con-cretização das estratégias.

Tais objetivos ao serem realizadospropiciam a criação de valor. O valorcriado pela empresa é o retorno emdividendos e lucros de capital. Ele émedido como o valor presente dos flu-xos de caixa de um negócio – menoso valor das dívidas no início.O cálculo da taxa dedesconto

Para calcular o valor presente dofluxo de caixa é preciso estimar o cus-to médio ponderado do capital emfunção da estrutura financeira da em-presa, conceito conhecido comoWACC (Weighted Average Cost of Ca-pital ou Custo Médio Ponderado do

ção de ativos registrados nos lança-mentos contábeis, entre outros. Par-te do princípio de que o valor deuma empresa em atividade dependede sua capacidade de gerar lucros nofuturo. Tal valor, pode ser subdivi-dido em valor presente do fluxo decaixa e valor residual.

Esse método é aplicável a empre-sas cujos fluxos de caixa são positi-vos e àquelas em que não se perce-bem acontecimentos futuros quepossam alterar substancialmente suacondição de empresa em atividade.

2 – Avaliação por múltiplos. Ana-lisa a empresa a partir de indicadoresde avaliação, comparando os dadoscom os de outras companhias simila-res, que atuam no mesmo mercado.A comparação também pode ser feitaentre os parâmetros da empresa e osda média de mercado, sempre consi-derando empresas similares.

Se a principal vantagem desse mé-todo está na simplicidade de cálculo,sua dificuldade reside no levantamen-to de informações de outras empresas

3 – Avaliação mediante opções. É omenos difundido entre os três métodos.Consiste em estabelecer o valor econô-mico de uma empresa adotando-se téc-nicas similares às utilizadas para avaliar opreço de opções financeiras.

Esse método emprega técnicassemelhantes às utilizadas na avalia-ção financeira. Aplica-se na avalia-ção de projetos de investimentoscuja viabilidade depende da ocorrên-cia, ou não, de certos acontecimen-tos sobre os quais existe incerteza naatualidade. Por exemplo, a alterna-tiva de expandir uma fábrica no casodas condições do mercado evoluíremfavoravelmente. É uma medida queconsidera a probabilidade de ocor-rência de um evento.Aplicação do métodofinanceiro: processo

Por se tratar do enfoque mais difun-dido, convém se concentrar na aplica-ção do método financeiro, cujas princi-

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T he fundamental reference point for any negotiations for a merger or acquisition, the price of a company, isnever random. On the contrary, the determination of the price requires a combination of a strategic analysis of

the business with financial theories.The evaluation of a company is a very complex process, and for this reason, it has many uses, amongst which are worth

mentioning: a) the determination of the value of the company in a merger or acquisition process; b) the identification ofan investment opportunity; and c) the evaluation of the impacts of different strategies on the value of the company.

The diverse company evaluation existing methods are determined by the different criteria used to calculate thevalue, although they all have common characteristics. Generally, these methods can be classified into three largegroups: Financial Method, Multiples Evaluation Method and Evaluation Through Options Method.

The market value of the company obtained using these evaluation methods can be broken down into twoelements: net initial investment value and the additional value generated by the business. This additional valuereflects the capacity of the company’s assets to generate an economic value.

What is the value of your company?

• Renda perpétua. No caso da conti-nuidade da operação do negócio,deve-se estimar um valor para o flu-xo de caixa, que represente a suacontinuidade após o período proje-tado, aplicando-se o conceito deperpetuidade. O valor de perpetui-dade, portanto, corresponde ao va-lor que a empresa irá gerar após ohorizonte adotado no fluxo de caixa.

A análise dos resultados

O valor de mercado da empresaobtido com esses métodos de avalia-ção podem ser decompostos em doiselementos: o valor do investimento

líquido inicial e o valor adicional ge-rado pelo negócio. Esse valor adicio-nal reflete a capacidade de os ativosdas empresas gerarem valor econômico.

Mesmo assim, é possível mensu-rar a importância de alguns intangí-veis, se for considerado o nível deinvestimento realizado por certasempresas. O montante de investi-mentos em publicidade e promoção,por exemplo, é maior em empresasde produtos de consumo de massa,o que revela que grande parte dosrecursos se destina a conseguir oposicionamento da marca dos pro-dutos comercializados.

Capital). As fontes de financia-mento são o capital próprio e o de ter-ceiros.O cálculo do valor residual

O valor residual é adicionado aofinal do fluxo de caixa projetado parao negócio. Pode ser calculado atra-vés de duas maneiras distintas:• Valor de liquidação. Justifica-se a

escolha desse critério quando exis-tem fatos que condicionem o ciclode vida de um negócio. Nesses ca-sos, o adequado é estimar o valor deliquidação do investimento líquidoao fim do último período projetado.