Índice geral Índice de texto introduÇÃo · agosto, o interesse estratégico dos projectos da...

Estudo de Impacte Ambiental do Loteamento Municipal do Parque da Indústria Aeronáutica de Évora

25378_EIA_RNT_0005.doc | 1

ÍNDICE GERAL

ÍNDICE DE TEXTO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................3

2. OBJECTIVOS E JUSTIFICAÇÃO DO PROJECTO .............................................................4

3. DESCRIÇÃO DO PROJECTO .................................................................................................5

3.1. LOCALIZAÇÃO ........................................................................................................................................... 5

3.2. CARACTERÍSTICAS DO LOTEAMENTO ....................................................................................................... 5

3.3. PROJECTOS ASSOCIADOS E COMPLEMENTARES ................................................................................... 10

3.4. CARACTERÍSTICAS DA FASE DE CONSTRUÇÃO ..................................................................................... 10

3.5. CARACTERÍSTICAS DA FASE DE EXPLORAÇÃO ..................................................................................... 11

4. CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL E IMPACTES AMBIENTAIS DO PROJECTO ........12

5. MEDIDAS DE MINIMIZAÇÃO ................................................................................................21

6. PLANOS DE MONITORIZAÇÃO ...........................................................................................21

2 | 25378_EIA_RNT_0005.doc


25378_EIA_RNT_0005.doc | 3

1. INTRODUÇÃO

O presente documento constitui o Resumo Não Técnico (RNT) do Estudo de Impacte Ambiental (EIA) do Loteamento Municipal do Parque de Indústria Aeronáutica de Évora, adiante designado por Loteamento ou por Projecto, desenvolvido pela Câmara Municipal de Évora, a implementar no concelho de Évora, no limite entre as freguesias de Horta das Figueiras e Torre de Coelheiros.

O Estudo de Impacte Ambiental deste Loteamento, cujo Projecto se encontra em fase de Projecto de Execução, foi elaborado pela DHV S.A. no decorrer dos meses de Outubro de 2008 a Fevereiro de 2009, tendo sido mobilizada uma equipa multidisciplinar, coordenada pela Eng.ª Catarina Sequeira.

O Loteamento localiza-se numa zona a Oeste do Aeródromo de Évora.

A metodologia utilizada na elaboração do EIA seguiu os seguintes passos:

1) Descrição do Projecto em estudo e do seu enquadramento em termos dos instrumentos de gestão territorial em vigor (ou seja, dos planos regionais ou municipais de ordenamento do território);

2) Caracterização da situação ambiental actual da área potencialmente afectada pelo Projecto, no que respeita aos seguintes factores ambientais: clima, geologia e geomorfologia, hidrogeologia, solos, uso actual do solo, recursos hídricos superficiais, ecologia (fauna e flora), paisagem, património arqueológico, arquitectónico e etnográfico, qualidade do ar, ruído, sócio-economia e ordenamento do território;

3) Previsão da evolução da situação ambiental actual na ausência do Projecto;

4) Identificação, previsão e avaliação dos impactes ambientais positivos e negativos susceptíveis de serem provocados durante as fases de construção e exploração do Projecto;

5) Definição de medidas de minimização de impactes;

6) Definição dos planos de monitorização que permitirão avaliar a evolução de factores ambientais potencialmente afectados pelo Projecto.

O EIA foi elaborado obedecendo às normas técnicas constantes da Portaria nº 330/2001, de 2 de Abril, sendo constituído pelos seguintes elementos:

•••• Relatório Síntese, que apresenta a análise técnica pormenorizada das matérias contempladas pelo estudo, integrando uma parte escrita principal, peças desenhadas e anexos;

•••• o presente Resumo Não Técnico, que apresenta o essencial das informações veiculadas no Relatório Técnico, através de uma linguagem simples e acessível ao público em geral, de forma a permitir uma divulgação alargada do Projecto em avaliação.

4 | 25378_EIA_RNT_0005.doc

2. OBJECTIVOS E JUSTIFICAÇÃO DO PROJECTO

A instalação de um Parque de Indústria Aeronáutica enquadra-se na estratégia definida na Revisão do Plano Director Municipal (PDM) de Évora (publicado no Diário da Republica – II Série, através do Regulamento n.º 47/2008, de 25 de Janeiro). Com efeito, a fileira aeronáutica é definida no PDM como uma das principais tendências e oportunidades detectadas ao nível de desenvolvimento de fileiras económicas específicas a considerar como opção estratégica de desenvolvimento territorial, para ampliar a expressão local deste sector a partir das estruturas já existentes (Aeródromo, Academia de Aeronáutica) e das intenções de investidores estrangeiros já recebidas pela Autarquia.

Visando criar condições para captar investimentos na fileira aeronáutica na Planta de Ordenamento do PDM de Évora, foi delimitada, junto ao Aeródromo Municipal de Évora, uma parcela destinada a indústria aeronáutica, com vista à instalação de actividades de investigação, concepção, construção, montagem ou manutenção de aeronaves e de apoio à actividade aeronáutica ou com ela conexas.

Seguindo-se os acordos entre a EMBRAER e os governos do Brasil e de Portugal, a Câmara Municipal de Évora celebrou contratos com aquela empresa e outras suas associadas, tendo em vista a negociação de lotes para construção e instalação dos referidos Centros de Excelência.

Entretanto, o governo português viria a declarar, através das Resoluções de Conselho de Ministros n.º 126/2008 e 127/2008, ambas publicadas no Diário da Republica, I Série – N.º 164, de 26 de Agosto, o interesse estratégico dos projectos da EMBRAER para a economia portuguesa e para a região, nos termos e para os efeitos estabelecidos no n.º 5 do artigo 7º do Enquadramento Nacional de Sistemas de Incentivos nas Empresas, aprovado pelo Decreto-Lei 287/2007, de 17 de Agosto e do n.º 3 do artigo 5º do Regulamento do Sistema de Incentivos à Inovação, aprovado pela Portaria n.º 1464/2007 de 15 de Novembro. Estes diplomas consideraram que os projectos representam “um elevado contributo para a economia nacional pela sua importância no desenvolvimento e consolidação de um cluster aeronáutico em Portugal, com impactes micro e macroeconómicos transversais, incluindo a qualificação de uma rede de fornecedores de componentes e serviços para fornecer o mercado global do sector aeronáutico, tendo um significativo efeito de arrastamento em actividades a montante e a jusante, nomeadamente em pequenas e médias empresas e contribuindo significativamente para o aumento das exportações nacionais de bens e serviços, com alta intensidade tecnológica. “

De forma a poder implementar a área destinada ao acolhimento de indústria aeronáutica definida no PDM e dar sequência aos compromissos assumidos entre a Câmara Municipal de Évora e a EMBRAER, a Câmara Municipal de Évora adquiriu os terrenos necessários à Fundação Eugénio de Almeida e que agora são objecto da presente operação de loteamento de promoção municipal, tendo em vista a constituição do Parque Industrial de Industria Aeronáutica, de acordo com a planta síntese e os projectos de especialidades.

Em resumo, os objectivos do Projecto são:

– a concretização do espaço industrial tal como definido no Plano Director Municipal de Évora.

– a criação de lotes para albergar indústrias associadas à aeronáutica, porquanto a fileira aeronáutica foi considerada linha estratégica a desenvolver no município de Évora.

– A criação de oportunidades de desenvolvimento através da fixação de unidades industriais geradoras de emprego qualificado.


25378_EIA_RNT_0005.doc | 5

3. DESCRIÇÃO DO PROJECTO

3.1. LOCALIZAÇÃO

O local previsto para o Parque de Indústria Aeronáutica situa-se a Sul da cidade de Évora, a Oeste do aeródromo de Évora. (ver Figura 1 na página seguinte).

As principais características deste local são as seguintes:

•••• Possui uma área de cerca de 109 ha;

•••• Encontra-se limitado a Oeste pelo aeródromo, a Norte por caminho municipal e a Sul e Este por vedação;

•••• Tem um relevo com inclinação suave;

•••• É ocupado maioritariamente por espaços agrícolas;

•••• Situa-se a Sul e Este do Rio Xarrama (que não é abrangido pelo Loteamento).

O local é acessível através da Estrada Regional (ER) 254 que se encontra imediatamente a Este do aeródromo. O local é ainda acessível, via Norte, através do Caminho Municipal (CM) 1094, também conhecido por estrada de Almeirim, que atravessa o lugar com o mesmo nome.

O local de implantação do Projecto não integra nenhuma Área Sensível, na acepção do Decreto Lei nº 197/2005 de 8 de Novembro, a qual engloba áreas protegidas, áreas integradas na Rede Natura 2000 e áreas de protecção dos monumentos nacionais e dos imóveis de interesse público.

3.2. CARACTERÍSTICAS DO LOTEAMENTO

Descrição Geral

Na planta síntese do loteamento, sintetizada na Figura 2, para além de dados referentes à operação de loteamento em geral, encontram-se definidas (no quadro de loteamento), especificações relativas aos lotes, designadamente no que diz respeito a: área; usos; área de construção; cércea (altura) dos edifícios; área impermeável e área de implantação das construções.

Os lotes a constituir no âmbito do Loteamento destinam-se à indústria aeronáutica - lotes A-I, A-II, A-III, A-V, A-VI, B-I, B-III e B-IV, que perfazem uma área total de 602.092 m2 - e à ampliação do aeródromo - lotes A-IV e B-II e BV.

A área afecta exclusivamente ao Parque de Indústria Aeronáutica de Évora é de 66,03 hectares, correspondendo a área dos lotes a 60,21 hectares e a área dos arruamentos a 5,82 hectares.

Os projectos de execução de infra-estruturas desenvolvidos compreendem as seguintes especialidades:

- Modelação de terreno;

- Arruamentos;

6 | 25378_EIA_RNT_0005.doc

- Rede de esgotos domésticos e pluviais;

- Rede de abastecimento de águas;

- Infra-estruturas eléctricas de serviço público e;

- Telecomunicações.

A rede de gás será assegurada pela concessionária Dianagás.

A promoção das obras de infra-estruturas, que será da iniciativa municipal, decorrerá em duas fases. Numa primeira fase serão executadas as que se consideram necessárias para o funcionamento dos lotes identificados com a letra A na planta síntese, destinados à indústria aeronáutica.

Tal como decorre dos projectos de infra-estruturas elaborados, nas obras necessárias à implementação do Loteamento incluiu-se a execução dos acessos a partir da ER–254, o que será concretizado por intermédio de um novo arruamento que, atravessando o Rio Xarrama através de uma nova ponte (que substituirá a actualmente existente), se liga ao CM–1094 num troço a beneficiar até à rotunda junto ao Bairro de Almeirim.

A partir da ligação com a ER–254, far-se-á a comunicação ao futuro Itinerário Complementar IC33, (Évora - Sines) e ao Itinerário Principal IP2 (Faro - Bragança). A ligação com o CM–1094 permitirá também o estabelecimento de ligação viária ao Parque Industrial e Tecnológico de Évora e uma ligação mais directa ao centro da cidade.

De seguida, descrevem-se sucintamente os projectos de infra-estruturas a desenvolver.

Modelação do terreno

Foi criado um equilíbrio entre as terras a escavar, cerca de 413.000,00 m³, e as terras a aterrar cerca de 428.000,00 m³ sendo que a diferença de cerca de 15.000,00 m³ será minimizada com as terras provenientes da abertura de valas para a instalação das redes enterradas.

Arruamentos

A proposta organiza-se em torno de três eixos viários:

⇒⇒⇒⇒ Um eixo principal, Rua A, no sentido aproximadamente nascente - poente, que limita o Projecto a Norte fazendo a ligação deste com a ER 254.

⇒⇒⇒⇒ Um eixo secundário, Rua B, no sentido aproximadamente Norte – Sul, que faz a ligação com o eixo principal e os lotes industriais, não tendo continuação, fazendo-se a inversão de marcha por intermédio de rotunda.

⇒⇒⇒⇒ E um eixo terciário que faz a ligação entre o eixo secundário e as traseiras do Lote A-II, fazendo-se a inversão de marcha no parque onde finaliza o arruamento.

A partir destes eixos é feito o acesso aos vários lotes.


25378_EIA_RNT_0005.doc | 7

Figura 1

8 | 25378_EIA_RNT_0005.doc


25378_EIA_RNT_0005.doc | 9

Figura 2 - – Lay-out do Loteamento sob a carta militar à 1:25.000

Rede de esgotos domésticos e pluviais

�� Rede de Esgotos Domésticos

O traçado da rede doméstica desenvolve-se ao longo das vias, tendo o seu dimensionamento considerado uma capitação de 100 l/dia por trabalhador e 1200 trabalhadores para o Parque Industrial.

10 | 25378_EIA_RNT_0005.doc

�� Rede de Drenagem Pluvial

A definição da rede de drenagem pluvial teve em conta a rede viária proposta, a disposição e dimensão dos lotes industriais e a possibilidade de os adaptar às necessidades das indústrias a instalar.

Redes de abastecimento de água

A água será fornecida pela rede pública existente, que se encontra a Norte do Rio Xarrama. Para além do abastecimento de água aos lotes, esta rede terá também as funções de rega e de combate a incêndios, tendo sido dimensionada para os caudais necessários para este último fim (zonas de risco de incêndio de grau V).

Infra-estruturas eléctricas

As infra-estruturas projectadas compreendem uma rede subterrânea de Média Tensão, 3 Postos de Transformação e Rede de Iluminação pública, destinadas a alimentar o Loteamento.

Telecomunicações

As infra-estruturas de telecomunicações serão subterrâneas e irão ser ligadas à Rede Comunitária em Banda Larga do Distrito de Évora. As condutas serão implantadas nos arruamentos, salvaguardando as distâncias regulamentares com as restantes infra-estruturas. Os tubos serão enterrados à profundidade de 0,80m. No cruzamento com outras instalações procurar-se-á a passagem inferior.

3.3. PROJECTOS ASSOCIADOS E COMPLEMENTARES

Como projectos associados há a mencionar a nova Ponte a construir sobre o rio Xarrama, que assegurará a ligação do arruamento A do loteamento ao CM-1094, e a necessidade de proceder à alteração do traçado de duas valas existentes no terreno

3.4. CARACTERÍSTICAS DA FASE DE CONSTRUÇÃO

Tendo em consideração o tipo de Projecto em avaliação, a fase de construção a que respeita o presente EIA corresponde, no essencial, à fase de execução das infra-estruturas urbanas que servirão o Loteamento, de modo a permitir a instalação subsequente de empresas nos vários lotes, o que ocorrerá de forma faseada no tempo.

A execução das infra-estruturas urbanas previstas integra, tipicamente, as seguintes actividades:

– Criação de uma área regularizada para a implantação do Projecto (remoção da vegetação, decapagens e terraplenagens).

– Implantação do estaleiro de apoio à obra.

– Demolição de infra-estruturas existentes.

– Execução das redes de infra-estruturas.

– Execução de arruamentos e passeios.


25378_EIA_RNT_0005.doc | 11

No que respeita à construção da nova ponte, as actividades a desenvolver incluirão:

– Escavações para execução de fundações.

– Execução de betões armados.

– Execução do tabuleiro.

– Demolição da ponte existente.

– Reposição das condutas de água e do colector de esgotos existentes, sobre a nova ponte.

Na fase de construção, serão produzidos efluentes e resíduos, tais como: esgotos domésticos, águas de lavagem de equipamentos e máquinas, resíduos vegetais, resíduos sólidos urbanos, resíduos de construção e demolição (nomeadamente betões, madeira, tubagens, pedra, ferro, betuminosos).

Poderá verificar-se um aumento de ruído devido à utilização de maquinaria pesada e ao tráfego de veículos para transporte de materiais e equipamentos.

3.5. CARACTERÍSTICAS DA FASE DE EXPLORAÇÃO

Durante a fase de exploração do Loteamento, haverá eventualmente produção de efluentes, de resíduos, de ruído e de emissões atmosféricas, pelas empresas que futuramente virão a instalar-se nos lotes.

Importa salientar que a operação destas empresas será regulamentada pelo Decreto-Lei nº 69/2003, de 10 de Abril, que estabelece:

“as normas disciplinadoras do exercício da actividade industrial, visando prevenir os riscos e

inconvenientes resultantes da exploração dos estabelecimentos industriais, salvaguardar a saúde

pública e a saúde dos trabalhadores, a segurança de pessoas e bens, a higiene e segurança dos

locais de trabalho, a qualidade do ambiente e um correcto ordenamento do território, no âmbito da

prossecução do desenvolvimento sustentável e da implementação da responsabilidade social das

empresas”.

Assim, as instalações industriais que vierem a ser responsáveis pela emissão de efluentes líquidos, resíduos, ruído e/ou gasosos terão necessariamente que cumprir a legislação ambiental específica em vigor.

No decurso da exploração do Projecto prevê-se ainda que ocorram actividades associadas à manutenção das infra-estruturas do Loteamento e, cumulativamente, à exploração das instalações a ocupar o Loteamento, por parte dos proprietários dos lotes.

12 | 25378_EIA_RNT_0005.doc

4. CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL E IMPACTES AMBIENTAIS DO PROJECTO

Apresentam-se, seguidamente, as principais características do local de implantação do Projecto e área envolvente próxima, no que respeita aos factores ambientais considerados na avaliação de impactes ambientais (referidos no Capítulo 1 e discriminados em seguida), e os resultados da análise efectuada no EIA, que permitiu identificar os impactes mais importantes do Projecto, sobre cada factor ambiental, tanto na fase de construção como de exploração do Projecto.

Geologia, geomorfologia e clima

A área do Projecto está integrada na vasta Unidade Geomorfológica da Peneplanície do Alentejo, que compreende a grande planura do Alentejo, a qual se estende desde a Serra de S. Mamede até à Serra de Alcaria Ruiva, nas proximidades de Mértola.

Em termos geológicos identifica-se a existência, na maior parte da área do Projecto, de litologias essencialmente, do tipo “rochas duras” (Tipo II), correspondentes a rochas ígneas e metamórficas fracturadas. Com menor representatividade e na zona do Rio Xarrama identificam-se aluviões com uma profundidade muito fraca, que raramente ultrapassa os 2-3 m, e Gabros e Dioritos que afloram em cunha, do centro para a extremidade SW da área do Projecto.

No que concerne à hidrogeologia, a área de implantação do Projecto localiza-se, na sua totalidade, na zona onde ocorrem os designados Sistemas Aquíferos do Maciço Antigo, encontrando-se incluída no vasto Sistema Pouco Produtivo das Rochas Ígneas e Metamórficas da Zona de Ossa-Morena (SAPPRIMZOM).

Em termos de clima, a área em estudo insere-se numa região que, devido à sua posição geográfica, sofre influências tipicamente mediterrâneas, o que lhe atribui um carácter estival e invernal de extremos. Desta forma, em termos médios, a temperatura anual do ar ronda os 15,6ºC, apresentando características de um clima temperado, em que as temperaturas médias anuais se situam entre os 10ºC e os 20ºC.

Os potenciais impactes do Projecto sobre a geologia, geomorfologia e hidrogeologia, na fase de construção, são considerados pouco significativos ou muito pouco significativos e prendem-se essencialmente com a compactação do terreno e com a diminuição da capacidade de infiltração, decorrentes da implantação de estaleiros, da circulação de maquinaria pesada, das decapagens e movimentações de terras e da impermeabilização progressiva da área.

Durante a fase de exploração não são identificados impactes na geologia e geomorfologia. No que concerne à hidrogeologia, a impermeabilização do terreno poderá induzir impactes permanentes nas condições de recarga do aquífero. Todavia, embora o aquífero seja mais susceptível a este tipo de acções, o mesmo tem uma importância reduzida e a área afectada pelo projecto não é significativa face à área total do mesmo, razões pelas quais os impactes foram considerados pouco significativos.

Relativamente ao clima, não foram identificados impactes decorrentes do Projecto em análise.

No que respeita à nova ponte, identificam-se como impactes potenciais a alteração das condições de estabilidade geotécnica local, resultante da acção construtiva das fundações, que se avaliam também como muito pouco significativos.


25378_EIA_RNT_0005.doc | 13

Solos e capacidade de uso

Na área de estudo, identificam-se 4 ordens de solos: Solos Argiluviados Pouco Insaturados, que correspondem a cerca de 54% da área do projecto e se caracterizam por serem solos evoluídos; Solos Hidromórficos, caracterizados por serem solos sujeitos a encharcamento temporário ou permanente; Solos Litólicos, caracterizados por serem solos pouco evoluídos, formados, em geral, a partir de rochas não calcárias e Solos Incipientes, caracterizados por serem solos não evoluídos, praticamente reduzidos ao material originário (que correspondem à mancha menos representativa na área do projecto).

Os solos mencionados correspondem a solos de capacidade para uso agrícola elevada e moderada. Algumas destas áreas encontravam-se classificadas como Reserva Agrícola Nacional, (cerca de 6% da área do Projecto), no entanto já foram alvo de desafectação, nos termos da legislação em vigor.

Os impactes do Loteamento nos solos resultarão do conjunto de acções em obra que venham a implicar alteração da estrutura do solo, através da decapagem de solos, da execução de terraplenagens, da compactação temporária do solo (devida à instalação do estaleiro e à movimentação de veículos e maquinaria pesada) e da compactação definitiva (devida à implantação de construções e à criação de superfícies impermeáveis, nomeadamente pelos arruamentos e pelas edificações a construir).

Atendendo à abrangência relativamente reduzida da área a afectar com a implantação das infra-estruturas, considera-se que os impactes decorrentes da construção do Projecto serão negativos, directos, certos, permanentes, de média magnitude e abrangência e pouco significativos, face à área disponível no concelho para uso agrícola e florestal (definida em PDM).

Na fase de exploração, os impactes negativos previsíveis são pouco significativos e estarão associados à modificação das condições de circulação da água devido à compactação do solo e à sua impermeabilização.

Ocupação actual do solo

O local onde se pretende implantar o Loteamento encontra-se actualmente ocupado maioritariamente por áreas agrícolas (cerca de 96% da área); minoritariamente surgem uma mancha florestal (sobreiros), no limite Nordeste do terreno, alguns sobreiros dispersos, no limite Oeste, e ainda áreas urbanas que correspondem às vias de comunicação existentes.

Na envolvente do Projecto é ainda possível identificar, no limite Sul, uma área florestal constituída por uma mancha de pinhal, bem como, a Nordeste, a continuação da mancha florestal de sobreiros que se desenvolve até à ER254. De salientar ainda, na envolvente do projecto, a existência de um Monte, Monte da Serralheira, que além da actividade agrícola se dedica também ao Turismo em Espaço Rural, e, a cerca de 500 do limite Norte do Loteamento, a existência do Bairro de Almeirim e do Parque Industrial e Tecnológico de Évora.

O principal impacte do Projecto, no que respeita à ocupação do solo, será a substituição dos usos da área do Projecto, essencialmente agrícola, pelo uso industrial correspondente ao Loteamento.

Apesar de haver afectação de áreas agrícolas considera-se que o impacte será negativo, permanente, mas pouco significativo.

14 | 25378_EIA_RNT_0005.doc

No que concerne à afectação da plantação de sobreiros jovens localizada no limite Nordeste do Projecto, serão efectuadas as compensações necessárias definidas pela Autoridade Florestal Nacional.

Na fase de exploração, considera-se que o impacte é positivo e significativo na medida em que o Projecto, além de respeitar a um uso com procura na região em estudo, concretiza o modelo de desenvolvimento expresso no PDM para a área específica de implantação do Loteamento.

Recursos hídricos superficiais

A área em estudo insere-se no limite Noroeste da bacia hidrográfica do rio Sado, na zona de montante do rio Xarrama, na margem esquerda.

A área de implantação do Projecto é interceptada por quatro linhas de água, duas delas afluentes directas do rio Xarrama e outras duas afluentes de 2ª ordem do mesmo rio. Tratam-se de linhas de água de pequena expressão, de escoamento torrencial, cujo curso foi artificialmente acentuado e regularizado, e fortemente ocupadas por vegetação, essencialmente, herbácea.

Ao nível dos usos verifica-se que duas das linhas de água mencionadas alimentam duas charcas/barragens inseridas na propriedade adjacente à área de implantação do Projecto a Oeste.

O impacte mais relevante do Projecto em estudo sobre os recursos hídricos superficiais resultará da impermeabilização do terreno, decorrente da implantação das infra-estruturas (rede viária e futuras edificações nos lotes). Este impacte inicia-se na fase de construção do Loteamento e mantém-se durante toda a fase de exploração, aumentando progressivamente, à medida que maior número de empresas vá ocupando os lotes e aumentando a área impermeabilizada, resultando em riscos acrescidos de inundações, nas áreas adjacentes às linhas de água. Estes riscos implicam que sejam tidos alguns cuidados no dimensionamento das intervenções.

Há ainda que registar o impacte associado à alteração das drenagens que se manifestará na diminuição dos caudais de água afluentes à charca referida.

No que se refere à qualidade da água, verifica-se que o maior impacte da fase de construção deverá sentir-se no rio Xarrama, na sequência da construção da nova ponte rodoviária e demolição da existente. Estes impactes são considerados negativos, certos, temporários (ocorrendo apenas durante a execução destas actividades), de abrangência localizada, de magnitude moderada e pouco significativos.

Durante a fase de exploração, os potenciais impactes do projecto sobre a qualidade da água dizem respeito à produção e descarga de águas residuais domésticas, industriais e pluviais, que são também pouco significativos. De referir que os esgotos domésticos e os industriais (após pré-tratamento) serão encaminhados para a ETAR de Évora.

Ecologia

A área do Projecto não se encontra inserida em nenhuma área classificada (Áreas Protegidas, Sítios da Rede Natura 2000, Zona de Protecção Especial ou IBA-Important Bird Área).

A área de estudo encontra-se bastante fragmentada e humanizada, pelo que se prevê que apenas seja utilizada regularmente por espécies tolerantes à presença humana e comuns ao nível regional.

Na área do Projecto e envolvente (de 500 m) foram cartografados 7 biótopos (que correspondem a áreas com características uniformes em termos de condições ambientais das espécies de flora e


25378_EIA_RNT_0005.doc | 15

fauna que aí ocorrem), encontrando-se maioritariamente representado o biótopo agrícola (73,14%).

Tendo em conta as características dos diferentes biótopos que ocorrem na área alvo de intervenção, não foram consideradas áreas de grande relevância ecológica. No entanto, faz-se especial referência aos sobreiros (dispersos ou em plantação), relevantes não só pela protecção legal do sobreiro, mas também por poderem constituir local de refúgio, alimentação e nidificação para diversas espécies faunísticas.

Os impactes ambientais resultantes da implementação do Projecto foram classificados, de uma maneira geral, como pouco significativos.

Durante a fase de construção, os principais impactes identificados decorrem da destruição de biótopos e do aumento da actividade humana, com consequente perturbação para as espécies faunísticas. Estes impactes são, contudo, de âmbito local e de magnitude reduzida.

Durante a fase de exploração todos os impactes, com destaque para o aumento da actividade humana nas zonas envolventes, com risco de perturbação e/ou atropelamento de espécies faunísticas, foram também classificados como pouco importantes.

Paisagem

A área de estudo é, de um modo geral, parte integrante de uma paisagem com características rurais dominantes, ainda que peri-urbana, onde, a par com as propriedades de grandes dimensões da planície Alentejana, se verifica o resultado da expansão urbana da cidade de Évora para Sul, em direcção ao aglomerado de Almeirim.

A orografia da área de estudo é suave, com declives reduzidos; as cotas variam entre 232 e 247. Esta área plana é entrecortada por linhas de água de carácter torrencial, de direcção predominante E-W, aprofundadas e regularizadas e praticamente invisíveis em termos paisagísticos, devido ao crescimento elevado de vegetação herbácea nas áreas adjacentes, assim como nos próprios leitos e margens.

A intervenção do Homem na Paisagem na área envolvente e na área de incidência directa do Projecto revela-se, não só na edificação de estradas caminhos e das construções do Bairro de Almeirim, do Parque Industrial e Tecnológico e do Aeródromo, mas também na ocupação do solo com um padrão agrícola e com a criação de lagos artificiais (charcas) e a utilização de vedações e sebes de compartimentação.

De uma maneira geral, considera-se que a área de estudo se insere numa única unidade de paisagem, caracterizada por um predomínio de sistemas agrícolas, integrados com manchas florestais e árvores dispersas (sobreiros). Na área de estudo predomina uma ocupação do solo com poucos obstáculos visuais e uma orografia aplanada, que favorece a visibilidade e, consequentemente, a menor capacidade de ocultar alterações paisagísticas. Todavia, da análise efectuada, constatou-se que os potenciais observadores são reduzidos.

Adjacente à área do Projecto, está instalado o aeródromo, que tem características muito distintas da paisagem da área envolvente.

No decurso da fase de construção as actividades a ela inerentes constituirão intrusões e agressões visuais que induzem impactes negativos, directos, localizados e de magnitude

16 | 25378_EIA_RNT_0005.doc

moderada, porém pouco significativos, dado o reduzido número de potenciais observadores e as características da área envolvente.

À medida que a obra avança e o local vai adquirindo as características previstas no projecto, o impacte anterior vai diminuindo de intensidade. Estes impactes podem ser minimizados, atendendo à localização do estaleiro e áreas de depósito temporário de materiais, faseamento da obra, integração paisagística e a destruição do coberto vegetal cingir-se às áreas estritamente necessárias.

Em termos dos potenciais observadores, os impactes decorrentes da fase de construção serão particularmente sentidos no Monte da Serralheira e respectiva estrada de acesso, dada a proximidade deste local e a utilização turística associada ao mesmo.

Na fase de exploração, os principais impactes na Paisagem resultam das várias alterações de carácter definitivo que serão executadas no âmbito do Projecto. Pelo facto de o Loteamento se localizar numa área com relevo suave a muito suave pela elevada visibilidade do local, considera-se que as edificações que vierem a ser construídas no Loteamento terão um efeito de barreira visual significativo, sendo o impacte minimizado pelo número reduzido de potenciais observadores, pela inserção do local, na zona periférica de Évora, próximo de uma área industrial, e pela presença actual do aeródromo na área adjacente ao futuro Loteamento.

Assim, considera-se que os impactes sentidos na fase de exploração serão negativos, certos, permanentes, de abrangência local e de magnitude elevada, porém pouco significativos.

De referir, no entanto, a situação da quinta de turismo em espaço rural existente na área adjacente ao Loteamento (Monte da Serralheira), a qual poderá perder alguma atractividade em resultado dos impactes paisagísticos provocados pelo Projecto. Assim, de forma a minimizar os impactes sentidos sobre esta utilização, o arranjo paisagístico dos Espaços Verdes de Protecção e Enquadramento deverá integrar uma faixa arbórea-arbustiva que actue como barreira visual a partir do monte e respectivos acessos.

Sócio-economia

Tal como mencionado, o Projecto insere-se no concelho de Évora, no limite entre as freguesias de Horta das Figueiras e Torre de Coelheiros.

O concelho de Évora sobressai, no contexto regional, como um importante pólo de comércio, indústria e serviços. Em 2006, o concelho de Évora apresentava 38% do total de empresas sedeadas no Alentejo Central e 29% das empresas de indústria transformadora.

Não obstante, as freguesias de Torre de Coelheiros e de Horta das Figueiras exibem dinâmicas demográficas muito diferenciadas. Horta das Figueiras, que abrange parte da cidade de Évora, possuía em 2001 cerca de 8.305 habitantes sendo directamente marcada pela dinâmica de crescimento urbano de Évora, a qual se traduz num crescimento da população residente naquela freguesia de 37,5%, entre 1991 e 2001. Por seu turno, a freguesia de Torre de Coelheiros possuía, em 2001, 817 habitantes, tendo registado face a 1991 uma perda de 14,6% da população residente.

O mesmo comportamento se verifica nos restantes indicadores analisados caracterizadores da dinâmica demográfica e sócio económica das duas freguesias, sendo que a freguesia de Horta das Figueiras apresenta indicadores mais favoráveis, face à freguesia de Torre de Coelheiros. Esta situação traduz a dicotomia urbano-rural entre as freguesias que enquadram o Projecto.


25378_EIA_RNT_0005.doc | 17

No que concerne aos efeitos do Projecto sobre a sócio economia salienta-se, na fase de construção, um conjunto de impactes, essencialmente de carácter temporário, associado ao período de duração dos trabalhos, que terão maior significância na envolvente imediata do Projecto.

Há a assinalar como impactes negativos mas temporários, os potenciais efeitos do aumento da movimentação de camiões, mas como impactes positivos, os impactes ao nível do emprego e do tecido empresarial, em particular no que respeita ao sector da construção civil, com efeitos positivos também no sector da restauração e alojamento.

Durante a fase de exploração, as afectações sobre a qualidade de vida das populações prendem-se, mais uma vez, com o esperado aumento de circulação de camiões com destino ao Parque da Indústria Aeronáutica de Évora. Todavia, face ao movimento esperado e às boas acessibilidades existentes, considera-se que o impacte, embora negativo, será de baixa magnitude e pouco significativo.

Após a construção das obras de urbanização do Loteamento, estarão criadas as condições para a instalação das duas fábricas da EMBRAER, em 4 lotes (que perfazem 37% da área a lotear), assegurando ainda a dotação de espaço para instalação futura de outras empresas do sector, que já se tenham mostrado interessadas em investir ou que venham a ser atraídas pela presença da EMBRAER, e, de um modo geral, pela criação de um pólo de indústria aeronáutica.

A instalação das duas unidades da EMBRAER irá contribuir, por si só, para a criação de cerca de 570 postos de trabalho directos e ainda mais indirectos. Os valores de investimento estimados rondam 120 Milhões de Euros; os volumes de vendas acumulados de 2012 a 2017 estimam-se em mais de 300 Milhões de Euros (Resolução do Conselho de Ministros n.º 126/2008).

Por outro lado, a proximidade física e as ligações funcionais em relação ao Aeródromo Municipal de Évora, determinam uma valorização deste equipamento, contribuindo para a concretização de um objecto comum de afirmação de Évora na área da aeronáutica.

Em síntese, espera-se que os impactes positivos na fase de exploração particularmente no que respeita a afirmação da fileira aeronáutica e ao domínio da dinamização económica sejam significativos ao nível regional e mesmo nacional.

Ambiente sonoro

Verifica-se que existem receptores relativamente próximos da área prevista para o Loteamento, pelo que existem condicionantes à fase de construção e de exploração do empreendimento. Prevê-se assim a ocorrência de impactes negativos prevendo-se assim junto dos receptores, mas que serão significativos apenas se as actividades se estenderem ao período nocturno. Assim, se as actividades se cingirem ao período diurno não se prevê que seja necessário implementar medidas de minimização de ruído, o que deverá ser devidamente analisado e comprovado, por medição, nas fases subsequentes do Projecto.

Qualidade do ar

Para caracterização da situação de referência utilizaram-se os dados de qualidade do ar, obtidos nas campanhas para avaliação preliminar da qualidade do ar, no âmbito da Directiva 1999/30/CE,

18 | 25378_EIA_RNT_0005.doc

e os dados disponíveis para a estação de monitorização de Terena situada no concelho do Alandroal.

De acordo com os resultados obtidos nas campanhas de avaliação preliminar da qualidade do ar, Évora apresenta valores para os vários poluentes inferiores valor limite estabelecido.

Quanto aos dados de qualidade medidos na estação de monitorização de Terena no ano de 2007 (ano mais recente disponível) verifica-se que, para qualquer dos poluentes analisados, não são ultrapassados os limites legais associados a situações crónicas de poluição atmosférica.

Os impactes esperados na qualidade do ar serão os característicos das operações associadas às obras de construção. No entanto, dada a dimensão prevista das intervenções e o reduzido tempo previsto para a fase de obra, os impactes negativos esperados serão muito pouco significativos e de natureza temporária, fazendo-se sentir a uma escala local, fundamentalmente num raio inferior a 1 km em torno das diferentes áreas de obra.

Durante a fase de exploração considera-se que, em resultado da ocupação industrial que se vier a fixar, potencialmente poder-se-ão registar impactes negativos que se farão sentir a nível local e / ou regional, não qualificáveis nesta fase, com os elementos de que se dispõe, do ponto de vista de magnitude e significância.

Património arqueológico, arquitectónico e etnográfico

Do levantamento bibliográfico efectuado bem como da prospecção arqueológica desenvolvida, verificou-se que não existem elementos patrimoniais classificados. Todavia, na Carta de Património Arqueológico, Arquitectónico e Etnográfico, apresentada de seguida, foram identificados um conjunto de elementos, que se descrevem de seguida.


25378_EIA_RNT_0005.doc | 19

Figura 3 – Carta do património arqueológico, arquitectónico e etnográfico

– Dois elementos de interesse arquitectónico: a Ponte da Ribeira de Xarrama (n.º 1), de cronologia indeterminada e o Monte da Serralheira (n.º 4), uma propriedade rural do século XVII;

– O que resta de um poço (Poço de Monte da Serralheira, n.º 5) que poderia estar associado ao Monte da Serralheira, próximo da área do Projecto.

– Dois sítios arqueológicos Casa Branca 1 (n.º 2) e Casa Branca 2 (n.º 7) que embora identificados na bibliografia, não foram reconhecidos quaisquer vestígios que corroborem as descrições de 2003.

– Monte da Serralheira 3 (n.º 6) corresponde a uma pedra de lagar em granito, recolhida no Monte. Não foram identificados no local quaisquer vestígios arqueológicos eventualmente associáveis a esta ocorrência.

20 | 25378_EIA_RNT_0005.doc

– O caminho antigo (Monte da Serralheira – n.º 3), que serve o Monte da Serralheira, poderá remontar à época romana. Aqui e exactamente no troço que contorna a quinta é possível observar a compactação de elementos pétreos e cerâmicos, formando um lageado irregular, e sulcos longitudinais no substrato granítico.

– Dois sítios arqueológicos (Casito e Monte da Serralheira 2), conhecidos nas imediações da área de estudo. No entanto, as coordenadas disponíveis localizam-se a mais de 200 metros de distância do limite exterior da área de implantação do projecto. Os trabalhos de relocalização permitiram confirmar que não se verifica o prolongamento da dispersão das manchas de materiais arqueológicos para o perímetro da área de estudo.

Relativamente aos elementos acima mencionados destaca-se a fase de construção como a mais lesiva, uma vez que comporta um conjunto de intervenções e obras potencialmente geradoras de impactes genericamente negativos, definitivos e irreversíveis.

Desta forma, os impactes directos expectáveis sobre o património ocorrem nesta fase e irão afectar, essencialmente, os seguintes elementos: Ponte da Ribeira de Xarrama; Casa Branca 1 (n.º 2); Monte da Serralheira 1 (n.º 3) e Casa Branca 2 (n.º 7).

Na fase de implementação do projecto, não são expectáveis impactes.

De referir que de acordo com a legislação em vigor, as obras serão acompanhadas pró um arqueólogo que assegurará a implementação das medidas necessárias de protecção e registo do património.

Ordenamento do Território

Na área de intervenção do Projecto destacam-se as disposições inscritas nos seguintes instrumentos de gestão territorial: Programa Nacional da Politica de Ordenamento do Território (PNPOT); Plano Regional de Ordenamento do Território do Alentejo (PROT-Alentejo) em elaboração; Plano de Bacia Hidrográfica do Sado (PBH Sado); Plano Regional de Ordenamento Florestal do Alentejo Central (PROF - AC); Plano Director Municipal de Évora (PDM).

No âmbito do PNPOT constatou-se que o Projecto em análise contribui para a concretização das Opções Estratégicas Territoriais definidas para a região Alentejo designadamente no que concerne ao robustecimento da dimensão funcional e da centralidade de Évora como pólo base dos três eixos que estruturam a região e à promoção do eixo Vendas Novas – Montemor - Évora como um espaço dinâmico de desconcentração industrial e logística da área Metropolitana de Lisboa.

No que se refere ao PROT, verifica-se que o Projecto irá assegurar um reforço e diversificação da base económica do município de Évora, enquadrando-se nos objectivos específicos definidos aquele plano regional.

Relativamente aos Planos Sectoriais, designadamente o PBH do Sado e o PROF do Alentejo Central, consta-se que o Projecto em análise não colide com os objectivos e orientações daqueles planos.

Por fim, e analisando o PDM de Évora, verifica-se que o Projecto se enquadra quer nas orientações estratégicas definidas (designadamente no que concerne na afirmação da fileira aeronáutica no município de Évora), quer na concretização do disposto na planta de ordenamento que define para a área em causa três categorias de espaço; Espaços afectos a actividades industriais, Áreas especiais de comércio e equipamentos, Área de expansão do aeródromo e


25378_EIA_RNT_0005.doc | 21

Áreas agrícolas e florestais indiferenciadas, que encontram correspondência com a Planta de Síntese do Loteamento.

Analisando as condicionantes constantes na planta com o mesmo nome apresentada no PDM, verifica-se que existem um conjunto de condicionantes abrangidas sendo que, ou as mesmas já foram alvo de parecer com vista à sua desafectação e/ou relocalização, como é o caso do vértice geodésico e da Reserva Agrícola Nacional (de acordo com os pareceres da Comissão Regional da Reserva Agrícola Nacional e do Instituto Geográfico Português), ou deverão ser considerados os pareceres já emitidos pelas várias entidades. Nesta última situação, insere-se servidão aeronáutica e a ER 254, tendo sido recebidos ao pareceres do Instituto Nacional de Aviação Civil e das Estradas de Portugal, respectivamente. Por fim, há a ainda a mencionar a necessidade de ser solicitado à Administração da Região Hidrográfica do Alentejo do respectivo Titulo de Utilização de Recursos Hídricos

Face ao exposto consideram-se positivos os impactes do Projecto ao nível do ordenamento do território.

5. MEDIDAS DE MINIMIZAÇÃO

De forma a minimizar os impactes negativos identificados foi definido um conjunto de medidas para aplicação nas fases de desenvolvimento do Projecto, na fase das obras de construção (das infra-estruturas do Loteamento e das próprias unidades industriais) e na fase de exploração.

Estas medidas passam essencialmente por uma boa gestão ambiental das obras e pela definição de regras relativas à instalação das unidades industriais, aplicáveis a aspectos como emissões gasosas, efluentes líquidos, resíduos, riscos ambientais, etc. Passam ainda pela verificação do seu cumprimento, durante a fase de exploração.

6. PLANOS DE MONITORIZAÇÃO

Durante a fase de construção e de exploração do Loteamento serão efectuadas análises às águas subterrâneas e medições de ruído, para verificar se não estão a ocorrer impactes.

Índice geral Índice de texto introduÇÃo · agosto, o interesse estratégico dos projectos da...

Documents