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Índice

Prefácio 3

Apresentação 5

GRUPO I

A ATOLADA 9

A VIAGEM 10

VIAGEM DE ÔNIBUS 11

GRUPO II

O GATO 15

INTERNET EM TUDO 17

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL 18

CARTAS E CELULARES 19

O ÚLTIMO SMARTPHONE 20

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GRUPO III

A PAIXÃO EXAGERADA 23

INESPERADO 25

A ESPERA DO PACIENTE 26

AMOR BANDIDO OU MEMÓRIAS PÓSTUMAS 27

COMO SER UMA BOA MÃE 28

CORAÇÃO PARTIDO 30

GRUPO IV

RAIMUNDO BRASILEIRO 33

A REDENÇÃO DOS IMPUNES 34

BRIGA DE CASAL 35

QUEBRANDO AS QUATRO PAREDES 37

O FAMOSO “JEITINHO BRASILEIRO” 38

MORENA 39

Agradecimentos 40

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Prefácio

O maior dilema na vida de um escritor é quando ele se depara com uma folha de papel completamente em branco e uma cabeça vazia de ideias. Urde o tempo e a necessidade de sujar o papel com a tinta da caneta se torna urgente. O medo e o relógio são nossos maiores inimigos. É o fracasso que se aproxima.

Imagina se, além de todos esses problemas, o autor ainda tiver a incumbência de fazer da folha em branco um sorriso. Se da falta de ideias, da falta de assunto, do medo, dos pequenos delitos que todo ser humano comete só por ser humano, ele ainda precisar transformar tudo isso em humor. Se virar humor nada do que foi escrito até aqui, deveria ter sido escrito (o que seria bom, pensam os senhores). Porque é a tensão que corre por essas linhas. Não o humor. Infelizmente.

No entanto, agraciado leitor, não tire conclusões por este rascunho com pretensões de prefácio (que empáfia do autor dessas linhas!). O que vai nesta coletânea é o humor singelo dos nossos jovens escritores. Alguns nomes estão cativos edição após edição do nosso concurso Maria Helena; ou seja, já curtem a sagração nada engraçada por figurar entre os melhores textos do nosso reduzido universo escolar.

Nesse lastro, os textos que aqui figuram não carregam em sua semântica o riso fácil, o riso fingido para ocultar a dor que nem sabemos ter. As histórias desta coletânea buscam trazer aquele riso cerebral, no qual ficamos procurando no texto o motivo do sorriso que escorrega para o canto da boca.

Luís Fernando Verissimo deve estar com aquela bolacha que ele chama de rosto como um tomate, tamanha a satisfação de ter servido de inspiração para a criatividade juvenil. Enquanto Stanislaw Ponte Preta deve estar esmurrando o caixão que não o deixou rir de si mesmo com tamanha homenagem.

Não há no mundo coisa maior do que a palavra escrita, pois é ela que nos vem trazendo ao longo do tempo, que vem nos contando a nós mesmos, através dos milênios. Se Brás Cubas deixou seu legado para o primeiro verme que lhe roeu as

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entranhas; aqui temos o legado do riso para quem prefere morrer de rir (com cóceguinhas cerebrais). Não à toa Salomão pediu que contassem a história da humanidade, porque a palavra tem em si todo o significado do mundo. Hoje, de repente, preferisse criar um vídeo para o youtube (mais visto e mais curtido). Isso é outra história.

Professor Lud,

em nome da equipe de língua portuguesa.

10/11/2015.

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Apresentação

O Concurso de Literatura Maria Helena Xavier Fernandes

comemora, em 2015, trinta edições. São trinta anos de celebração da palavra e pela palavra, e não podemos deixar de festejar esse momento tão especial e grandioso.

Vamos contemplar o valor da tradição, reiterando que, mesmo com o avanço da tecnologia, com a mudança dos tempos e da sociedade, a palavra não perdeu seu poder de fascinação.

Todo o fulgor dessa comemoração nos faz apresentar, nesse ano especial, dois grandes nomes da literatura brasileira – Luis Fernando Veríssimo e Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto).

Chegou sua vez de permitir que o encanto e o poder da palavra invadam sua mente.

Leia cada texto e sua sinta a essência contagiante, que transmite sentimentos e impressões sobre a vida e o mundo.

Envolva-se pelas palavras! Sinta-se leitor e escritor, aquele que cria e reinventa a palavra, o pensamento e a vida!

Boa leitura! Prof. Ana Carolina Nóbrega

Esse texto fez parte do estímulo emocional oferecido aos alunos,

no Dia da Criação, em 14 de agosto.

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GRUPO I 4° e 5° anos

“O Sol nasce para todos. A sombra, para quem é mais esperto.”

Stanislaw Ponte Preta

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A ATOLADA

Estava no ônibus indo ao meu trabalho até que uma mulher gorda entrou e, como o ônibus estava lotado, ficou mais lotado ainda.

De todos os lugares em que ela podia sentar, ela decidiu se sentar ao meu lado.

Eu sou muito azarado, mas de todas as ocasiões, essa mostrou meu azar supremo.

Ela não parava de se mexer no banco e perguntou para mim do que eu gostava. Eu disse:

– Senhora, por favor não me arrume briga.

Depois ela disse:

– É dor de barriga!

Depois disso todo mundo riu. E eu só queria ir trabalhar.

Logo depois ela começou a me fazer muitas perguntas… muitas!

Depois desse inferno, principalmente porque no ônibus não tinha ar-condicionado, eu cheguei ao trabalho e ela me perguntou se podia me adicionar no Facebook. Eu disse que não e, quando eu saí, ela quebrou o vidro com um martelo e correu pra cima de mim.

Eu tentei fugir, mas ela me alcançou. Pensei que ia me matar, mas ela só quis perguntar:

– Então me adiciona no Skype?

Leonardo Duarte Pinto de Oliveira Coelho 1º Lugar

Turma: 52

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A VIAGEM

Um tempo atrás, eu fui para Natal. Ao entrar no avião, estava uma moça magra, branca, loira, com batom vermelho, roupa de secretária que me perguntou se ali era o assento dela. Eu falei que não sabia. Sugeri a ela que olhasse no papel que a comissária tinha dado antes dela ter entrado no avião, mas ela falou que o tinha perdido no caminho.

Falei que ela podia se sentar ao meu lado e, quando o dono do assento chegasse, ela sairia.

Umas horas depois, ela falou que não tinha nada para fazer e falei que ela poderia ler uma revista, mas ela achou muito chata e a jogou longe. Depois ela perguntou:

– Quero ir ao banheiro, mas para que serve esse saquinho de necessidades?

Eu disse que servia para vômitos e ela falou: – Mas tem banheiro aqui? Suspirei fundo. Logo depois ela perguntou: – Essas casas estão muito baixas… E levantamos voo, quando respondi: – Senhora, nós já levantamos voo e “isso” são prédios.

Maria Luiza Netto La Rocque de Freitas 2º Lugar

Turma: 42

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VIAGEM DE ÔNIBUS

Um dia, fiquei muito triste porque o carro da minha mãe havia quebrado e nos dias seguintes eu iria para a escola de ônibus.

Em uma vez em que eu estava no mesmo, entrou um bêbado que começou a cantar e falar alto, e sem pagar a passagem. Ele atrapalhou todas as pessoas, depois caiu no chão. Ele era alto, magro, moreno e vagava pelas ruas pedindo esmola para qualquer um que via. Era meio sujo e andava mal vestido. Quando se levantou, continuou com a cantoria, incomodando as pessoas e jogando cerveja pela janela.

Quando o motorista conseguiu tirá-lo do ônibus, tudo voltou a correr bem e ficar tranquilo. Na TV do ônibus estava passando o Jornal ao vivo e o repórter disse que o mesmo bêbado tinha assaltado pessoas que estavam em um ponto.

Assim que desceu daquele ônibus em que eu estava, ele disse que também era ladrão e havia roubado muitas pessoas e estava foragido.

Quando cheguei a casa, contei para meus pais o que havia acontecido. O carro da minha mãe tinha sido consertado, mas falei que preferia ir de ônibus pelo dia engraçado que tive.

Marianne Cattete Reis de Aguiar 3º Lugar

Turma: 42

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GRUPO II 6° e 7° anos

“Os tristes acham que o vento geme; os alegres acham que ele canta.”

Luis Fernando Veríssimo

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O GATO

Foi em um lindo dia que saí com meu pai. Sempre que saíamos, ele conversava comigo no carro, até chegar à casa da minha avó. Naquele dia, ele disse:

– Filha, adotei um gato. O nome dele é Biscoito!

Eu sem saber o que dizer, fiquei parada pensando em todos os cuidados que eu deveria ter. Então para não levar bronca, eu disse:

– Legal! Por que “Biscoito”?

– Porque ele é filhote, brinca com o Tor e o Biscoito ao lado dele parece um biscoito!

Então eu olhei para cima com cara de pensativa e balancei a cabeça, falando que sim.

Ao chegar à casa de minha avó, meu pai abriu a porta e eu olhei a sala inteira e escutei um miado vindo da sala. Olhei de novo e… nada! E depois, de novo, até olhar para os meus pés e vê-lo. Olhei para aquele pequeno gato preto e branco e adorei. Então me sentei no sofá e ele veio junto. Não resisti! Logo fui para o quarto do meu pai brincar no computador e de repente o computador desligou. Fui correndo falar com meu pai e ele foi até o quarto. Quando viu, a internet da casa inteira havia sido desligada. Mas, por quem? – pensamos.

Biscoito! Ele estava todo entrelaçado nos fios, miando! Achei aquilo o máximo: um gato desligar a internet da casa inteira.

Enquanto isso, meu pai com o gato no colo, morrendo de raiva e eu sorrindo e olhando a cara dele. Então pedi para que ele soltasse o gato. Com raiva, ele soltou. Chamei o gato e ele veio! Pronto! Foi o bastante para eu achá-lo um gato INIMAGINÁVEL!!!

Houve muitos outros dias e vivemos muitas aventuras! Ele desligou muitas vezes a internet, já o chamei muitas vezes, entre outras coisas anormais que gatos normais não fazem – e o meu pai ainda não o achava um gato normal. Apesar de eu vê-lo de quinze em quinze dias, eu sentia mais amor por ele do que meu pai e a família dele que o viam sempre, mas não o achavam um gato anormal.

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Há pouco tempo fui à casa da minha avó; não a visitava há quatro ou cinco meses. Então na hora de subir as escadas, Biscoito estava ali na frente, mancando e com a coluna toda torta. Meu pai olhou e não disse nada. O gato me olhou e veio se deitar nos meus pés. Eu, com medo, não fiz nada, mas meus olhos se encheram de lágrimas. Meu pai foi subindo a escada e o gato me olhando e eu o olhava! Senti pena, mas não pude fazer nada.

Até hoje não perguntei para meu pai sobre o gato. O gato era INIMAGINÁVEL!

Lara Mel Soares Di Leta

1º Lugar Turma: 61

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INTERNET EM TUDO

Eu sou dos anos 2030, e junto do meu pai, venho por meio desta carta contar como o mundo está. Os problemas causados pela falta de água foram resolvidos, pois encontramos água em um planeta não muito distante daqui. Sabemos que a água não durará para sempre, por isso estamos procurando em outros planetas.

Os computadores estão em todos os lugares, independente de onde você esteja. Mesmo se você estiver em uma estrada, haverá rede WiFi, pois os países investiram pesado na internet. Independentemente em que país você esteja, a cada 300 metros tem um roteador WiFi. Se você estiver em um campo de futebol haverá WiFi.

As principais fontes de emprego são as fábricas de computadores, e ao invés de pagar com dinheiro, eles pagam com internet grátis, acessórios para computadores, celulares, câmeras, softwares, entre outros. Os videogames como X-box, Playstation, wii, dentre outros, necessitam de internet para serem ligados, não necessitam de tomadas.

Meu pai dizia que nos tempos dele, a vida era muito bem vivida, com brincadeiras, esportes, etc. A obesidade hoje é cerca de 70% da população. Jovens, homens, mulheres e crianças usam computadores por cerca de dezesseis horas consecutivas por dia. Agora nós podemos dizer que os computadores dominaram o mundo.

Fabiano Marques Bastos Filho

2º Lugar

Turma: 71

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INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

Um dia, dois garotos estavam estudando para um teste que ia ser muito difícil, pois era um teste final. Eles estavam estudando horas a fio, até que um dos garotos disse:

– Quer saber? Não vou estudar mais não.

– Por quê? – o outro perguntou.

– Meu celular tem um I.A. (Inteligência Artificial) que vai me responder tudo!

E os dias foram passando e os garotos fazendo coisas completamente diferentes. Um brincava e o outro lia; um jogava e o outro estudava. Até a mãe do garoto que não estudava o mandou fazer os deveres de casa.

– Vai fazer o dever, menino!

– Tá bom, mãe.

– E sem celular!

– OK!

O garoto, "muito esperto", usou o celular o dia todo na véspera do teste para fingir que estava estudando. Só que se esqueceu de carregar o aparelho.

No dia do teste, ele estava desesperado e maluco, roendo os dentes e mordendo os lábios, até seu amigo que estudou disse:

– Quer a cola?

– Sim! Por favor!

O garoto passou um tubo de cola.

– Você está de brincadeira!

– Olha a tampa.

"Você deveria ter estudado Burrice Artificial."

Gustavo Rodrigues de Moraes

3º Lugar

Turma: 71

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CARTAS E CELULARES

Um dia desses, estava na escola tendo aula de História. Meu professor falava e falava como as pessoas tinham dificuldade de se comunicar entre eles. Quer dizer que eles escreviam cartas, mas se faltasse o meio para escrever? Como iriam fazer? Nossa mãe! Já pensou? Caramba.

Fiquei muito interessada na comunicação antiga, que resolvi pesquisar mais. Busquei fotos, textos, trabalhos, cartas antigas etc. No dia seguinte lembrei que teria aula de História, então imprimi tudo rápido e guardei na mochila.

Na escola, fui falar com meu professor. – Professor, ontem fiquei pensando na comunicação antiga e

resolvi trazer amostras para você ver a dificuldade que eles tinham.

– Você é uma menina muito inteligente! A comunicação era extremamente difícil na época, imagine só se tivéssemos que escrever cartas para falar com as pessoas?!

– Tem toda razão! Ainda bem que hoje em dia temos meios de comunicação mais modernos, né?! Celulares avançados, computadores...

– Exatamente! Quem diz que naquela época a vida era mole, está enganado!

Tudo era complicado. Fui sentar na minha cadeira e fiquei pensando como nós temos sorte de ter aparelhos incríveis e modernos em nossas mãos!

Maria Clara Torres de Abreu Carvalho

Prêmio de Edição

Turma: 71

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O ÚLTIMO SMARTPHONE

Certo dia, todos os smartphones do mundo estarão ligados no mesmo sistema. Será na cidade do Rio de Janeiro. Tudo o que precisamos estará no último smartphone.

Toda a humanidade precisará ter relógios individuais, calculadoras, livros, calendários etc. Todos os dados importantes do mundo estarão no último smartphone.

Um dia, eu perguntarei para minha avó: – Você sabe quanto é três mais três? – Pergunte a ela, querida… Apertarei o botão e, em poucos segundos… a resposta

aparece na tela mais próxima. – Mas vó… como eu sei que a resposta está certa? – Ele nunca erra. – E se estiver errado desta vez? – Claro que está certo, conte nos dedos, e você verá que está

certo. – Como nos dedos? – É o que sempre fiz. Meu pai, seu biso me ensinou: levante

três dedos em sua mão, e três em outra? Veja se não deu? O smartphone está certo: três mais três, igual a seis.

– Entendi, mas e se eu botasse cinquenta mais quarenta e sete. Não dá para contar nos dedos. Como saberia que está certo?

– Verdade… – E se ele estivesse mentindo? – Essa mentira que não pode ser desmentida, pode se tornar

realidade. Estamos dominados pela técnica, mas ainda resta filosofia.

Carolina Mendonça de Lucas

Prêmio de Edição

Turma: 63

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GRUPO III 8° e 9° anos

“O que nos leva a escolher uma vida morna? A resposta está estampada na distância e na frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "bom dia", quase que sussurrados.”

Luis Fernando Veríssimo

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A PAIXÃO EXAGERADA

Era noite, o ladrão se preparava para um novo assalto. Ia invadir uma casa. Estava todo orgulhoso, pois ia tirar onda com seus amigos depois.

Entrou na casa pela janela de um quarto que estava com a luz apagada. Ligou a luz e começou a pegar os objetos mais valiosos, até que viu uma foto com uma mulher que reconheceu na hora; era seu primeiro amor. A paixão pela garota foi sumindo ao longo dos anos, mas quando viu aquela foto, ficou apaixonado novamente.

Ele queria muito vê-la, queria finalmente declarar sua paixão, mas não podia, senão ela iria chamar a polícia. Ficou pensando em algum jeito de encontrá-la sem que ela estranhasse. Quando descobriu, saiu cuidadosamente do quarto em que estava e fui procurá-la. Ia ser difícil, pois a casa era bem grande, tinha dois andares.

Entrou em vários cômodos, a maioria não tinha um só móvel. Perguntava para si mesmo o porquê de tantos quartos vazios, já que só morava uma pessoa naquela casa. Quando estava indo para a sala, viu a garota descendo as escadas.

O ladrão ficou parado, não sabia o que fazer. A garota o estava encarando.

– Antônio? É você? O que está fazendo aqui?

– Eu… eu… eu preciso falar uma coisa pra você – respondeu sorrindo.

A garota “percebeu” o que ele queria dizer e rapidamente reagiu sorrindo:

– Claro! Eu aceito!

– O quê? – estranhou o ladrão.

– Eu aceito me casar com você!

– Mas não era bem isso o que eu iria dizer…

– Eu estou esperando isso há anos! – disse a garota, ignorando o que Antônio disse – vamos morar aqui, nesta casa! Finalmente vou encher esses quartos com móveis para crianças!

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– Do que você está falando?! – perguntou o ladrão, assustado.

– Nós vamos ter muitos filhos! – respondeu animada.

O ladrão ficou em choque. Até tinha gostado um pouco da ideia do casamento, mas ter filhos?! Ele nunca pensou em ter filhos, além disso, ele não fazia a menor ideia de como sustentar uma família enorme roubando.

Enquanto a garota não parava de falar sobre seus planos, o ladrão saiu rapidamente da casa, e ele só pensava em uma coisa:

– Ela é louca.

Carolina Valente Correa de Sá e Benevides

1º Lugar

Turma: 81

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INESPERADO

O tempo parecia não passar enquanto estava no avião. Estava tão cansado. Não via a hora de deitar em minha cama e dormir até o dia seguinte. Olhava pela janela e o chão já estava se aproximando. Estávamos pousando, finalmente.

Peguei um táxi até minha casa. Parei em frente ao grande imóvel amarelo e me dirigi à pequena entrada de madeira. A porta estava trancada e minha chave não a abria. Teria a fechadura sido trocada enquanto viajava? Decidi tocar a campainha e, surpreendentemente, não foi minha esposa Carminha quem a abriu.

Um homem, usando samba-canção de patinhos amarelos com uma touca de banho na cabeça e uma escova de dente na boca, abriu a porta. Fiquei paralisado. Quem era aquele? E o que ele estava fazendo na minha casa?

Depois de muitas explicações, descobri que ele morava ali. Minha esposa tinha vendido a casa. É isso mesmo, tinha como ficar pior?

Resolvi, por fim, ligar para ela. Alguns toques e então ouvi sua voz elétrica. Sinceramente, parecia que ela estava sob o efeito de narcóticos.

Carminha me disse que vendeu a casa e fugiu com o porteiro. Como assim? Nós nem tínhamos um porteiro! De repente, escuto uma voz conhecida – Claudinho. O porteiro do prédio da esquina. Não aguento. Desligo o celular e saio andando pela rua. Sim, tinha como ficar pior? Minha mãe ia me matar.

Eu já sabia que esse casamento não ia dar certo, desde que me senti atraído por aquele garçom. Desde pequeno, Carminha já tinha percebido esse meu lado. Só se casou comigo por causa de nossos pais.

Enquanto andava, me lembrei do homem dos patinhos amarelos e o jeito que o mesmo olhou para mim. Voltei correndo para casa e toquei a campainha. O homem abriu a porta e perguntou:

– Quer tomar um banho? E tinha como ficar melhor?

Ana Beatriz Alexandre Cosenza Fernandes 2º Lugar

Turma: 93

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A ESPERA DO PACIENTE

Impaciente por semanas, e agora perdendo a visão por completo, o paciente agora rabugento de tanto esperar, finalmente recebeu a visita de seu médico que deveria ter chegado desde o dia em que foi internado, falando com um tom um tanto irritantemente alegre:

– Olá, senhor Jackson, como você está? – Péssimo. Venho esperando minha cirurgia durante

semanas, e agora não vejo nada! – exclamou Alan Jackson com o máximo de intensidade que sua voz podia exercer.

Enquanto isso o médico ainda mantinha seu tom sorridente: – Não tema, senhor Jackson, é hoje que você vai recuperar

sua visão, só preciso que você assine este documento para confirmar a sua cirurgia.

– Claro. Pode me dar uma ajuda? Um dia após a operação, o senhor Jackson finalmente

acordou, mas percebeu, segundos depois, que ainda estava escuro.

– Meus parabéns, sua cirurgia de substituição do coração foi um sucesso.

– Meu o quê? – Sua conta é de R$ 26.730,00. – Isso é um terrível engano, eu nem posso pagar por isso. – Então só tem um modo de resolver esta situação. Quatro dias depois, Alan Jackson foi levado ao tribunal e

preso pela acusação de não pagar sua cirurgia intencionalmente, mesmo com o fato de ainda estar cego. Ao passar pela multidão de fotógrafos, um dos jornalistas falou para seu amigo:

– Mas esse país tá cheio de aproveitador. Até parece que ele é cego, só sendo um mané para acreditar nessa.

Octavio Lyra Heitor

3º Lugar

Turma: 93

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AMOR BANDIDO OU MEMÓRIAS PÓSTUMAS

Eu, Luiz Fernando, mais conhecido na comunidade como Luizinho Canhão, tive uma vida muito dura depois que minha mãe morreu em um tiroteio, e eu tive que cuidar dos meus dois irmãos, Willian e Wallace.

E meu pai? Nunca conheci esse cara. Fugiu de casa por se meter com traficantes antes de eu nascer. Desde então vive sozinho com meus dois irmãos. Tive que largar a escola para poder cuidar deles, eu sabia que eles não poderiam ficar sozinhos nas nossas condições, que eram poucas.

Anos mais tarde, assim como meu pai, Wallace fugiu por se meter com traficantes e Willian foi assassinado. Até hoje eu não sei o porquê. Com o tempo, tive que refazer minha vida. Procurei trabalho, mas eu sempre recebia um “não” como resposta e ouvia sempre a desculpa de que eu não tinha o físico para trabalhar em lojas. Depois de umas semanas, arranjei um trampo em um bar, mas logo depois fui demitido por me pegarem comendo escondido a comida do bar.

Um tempo depois, me envolvi com uns caras errados e comecei a roubar. Certa noite, eu e eles estávamos planejando assaltar a casa de uma mulher que, segundo eles, era cheia da grana. Chegamos lá à meia-noite, como combinado. Conseguimos entrar pelos fundos, quando escuto um som parecido com um piano.

Quando fui procurar para ver o que era, eu a vi. Laura, meu primeiro amor. Paralisei. Um dos meus camaradas fez um barulho e Laura foi ver o que era; me escondi. Um dos moleques botou uma arma na nuca dela – não aguentei e comecei a discutir com eles. De repente, escuto um tiro e vejo Laura no chão. Começo a me perguntar “Como eu me meti nisso?”, e me mato.

Manuela Monteiro da Silva Baptista

Prêmio de Edição

Turma: 91

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COMO SER UMA BOA MÃE

Eu já estava cansada de tanta gritaria. Todo dia era a mesma coisa. Todo dia eu ouvia um deles gritar:

– Mãe! O Beto pegou a minha boneca!

E o outro retribuía no mesmo tom ou às vezes mais alto:

– Eu só peguei a boneca dela, porque ela pegou o meu carrinho!

E então começava a discussão para ver quem estava certo. Eu já tinha tentado de tudo: colocá-los em quartos separados, contratar uma babá para cada um, e até mesmo trancá-los em seus quartos. Mas nada adiantava.

Um dia, eu organizei um chá da tarde para as minhas amigas aqui em casa. Estava correndo tudo bem, até que a Mariana desceu chorando e falou:

– Mãe! O Beto quebrou a minha casa da Barbie.

E para estragar tudo de vez, o Beto veio se defender:

– Mentira! Eu só estava arrumando o telhado!

E começou tudo de novo. Todo mundo estava gritando. As babás e as crianças e eu. Então uma das minhas amigas se levantou e falou:

– Você é a pior mãe de todas. Organize um outro chá da tarde quando você puder controlar os seus filhos.

E todas elas foram embora. Eu fiquei com tanta raiva do Beto e da Mariana que os coloquei de castigo por um bom tempo.

Duas semanas depois, decidi fazer um novo chá da tarde para explicar o ocorrido. Tudo começou bem. As minhas amigas já tinham me entendido, até que eu ouvi alguém descendo as escadas. Era Mariana. Antes que ela pudesse fazer outra besteira, eu gritei com ela e a mandei para o seu quarto. Ela ficou triste e disse:

– Eu só ia te entregar essa flor.

Minhas amigas reprovaram a minha atitude. Novamente eu era – na visão delas – uma mãe horrível.

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Depois desses acontecimentos, eu percebi que as pessoas podem odiar você de qualquer jeito. Entre boa ou ruim, agressiva ou calma, eu decidi ser a mesma.

Rani Delecrodi Leonardo Pereira Prêmio de Edição

Turma: 81

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CORAÇÃO PARTIDO

Já era madrugada quando o Luiz chegou ao seu prédio e entrou na portaria. Estranhamente, o porteiro não estava lá. Ele subiu de elevador e percebeu que tinha perdido as chaves.

Ao bater na porta de seu apartamento, ouviu uma voz: – Se esconde, se esconde! Não era a voz de sua mulher, com certeza. Eles se

conheciam desde a infância, então ele disse: – Amor, você está aí?! Nenhuma resposta. Luiz lembrou-se de que havia uma chave

debaixo do tapete, mas cadê o tapete?! Eu tenho que entrar aí, ele pensou, mas como? Então, desesperado, gritou: – Saia daí ou vou chamar a polícia! Com toda sua força chutou a porta e entrou. Procurou na

cozinha, na sala, entrou no quarto e… POM!!! Uma mulher apareceu com um taco de golfe e bateu no meio

da testa dele com o taco. – Quem é você?! – Ele conseguiu dizer. – Sou a dona do apartamento! Quem é você?! – Sou o dono do apartamento! Cadê a minha mulher?! – Ela é morena, de olhos verdes? – Sim! O que você fez com ela? – Nada. Ela vendeu o apartamento e fugiu com o porteiro. Chocado, lembrou-se de que sua amada mulher nunca quis

se casar com ele e só pensava na separação. Pedi desculpas, dei meia volta e fui direto para o hospital com

a testa sangrando e o coração partido.

Ricardo Carvalho Szendrodi

Prêmio de Edição

Turma: 81

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GRUPO IV Pré I, Pré II e Pré III

“A prosperidade de alguns homens públicos do Brasil é uma prova evidente de que eles vêm lutando pelo progresso de nosso subdesenvolvimento.”

Stanislaw Ponte Preta

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RAIMUNDO BRASILEIRO

O Brasil, país da idiossincrasia, não cabe nesse Mundo E se a última palavra desse verso fosse Raimundo Daquele Carlos, que foi gauche Seria um jeitinho de burlar a intensa lida, Uma licença poética.

Mas as rimas brasileiras são que nem nossa língua Intercontinental, não só a nós pertence Mesmo só a nós parecendo pertencer.

Sinhô português deu um jeito na rota Que de indiana virou indígena Que fez Tupã sofrer Achou terra, e junto com ela o abuso, a força, a perna e o braço Eternizando esse laço.

Colonos ainda amarraram os Negros Dando um jeitinho, um Raimundo Não querendo sujar de barro sua mãos Mesmo sujando de lama suas almas.

A herança hoje está em Brasília De terno e gravata, personificada De chifre e cauda Com Raimundo dando um jeitinho no jeitinho Querendo prender recém-nascido.

Está na renda que diminui pro imposto No guarda de trânsito, no pixuleco Na mulher “presejada”, no nosso teto... Raimundando por aí.

Felipe Tinoco Cantone Corrêa de Sá

1º Lugar

Turma: Pré III

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A REDENÇÃO DOS IMPUNES

Em meio aos inúmeros problemas que afetam a realidade socioeconômica brasileira no século XXI, um está mais contundente e evoca as mais diversas reações na pauta política: a corrupção. Nesse contexto, alguns setores da sociedade adotaram um truísmo absolutamente generalizante e raso para explicar as razões de tal problema, culpabilizando o modo de ser intrínseco ao brasileiro. Dessa forma, isento os verdadeiros culpados pelas ações escusas no poder.

Tal diatribe, alcunhada de “jeitinho brasileiro”, é o subterfúgio perfeito criado pela elite para esconderem-se dos críticos ao mesmo tempo que continua praticando a corrupção. Afinal, o almoço individual de R$ 1300,00 custeado pelo Planalto de um deputado do partido Solidariedade, com fortuna de queijos, vinhos e nossos refinadíssimos é equiparável ao furto de um pão por uma criança faminta nas ruas do Rio de Janeiro. A corrupção está na genética do brasileiro. Não há nada a ser feito.

Em uma análise mais profunda, é possível estabelecer um diálogo dessa teoria determinista com o aforismo do cronista Nelson Rodrigues sobre o “complexo de vira-lata” do brasileiro. A elite se beneficia ao incutir a noção de inferioridade dos brasileiros frente aos países desenvolvidos - que amiúde corroboram para o problema no Brasil – está deliberadamente se esquecendo dos inúmeros brasileiros trabalhadores que arduamente mudam para alterar o panorama secular da corrupção.

É importante ressaltar que a concepção do “jeitinho brasileiro” não é algo exclusivo da elite e está completamente divulgada nos meios sociais devido à intensa propaganda midiática. A mídia, por sua vez, possui um discurso fervoroso contra a corrupção, mas coloca pautas como a reforma política em segundo plano (a exemplo do modo como a maioria das emissoras eximiram-se de propagar sobre a reforma distorcida e que não atende aos interesses da população no que tange ao financiamento empresarial de campanhas). Esse interesse tácito aliado à hipocrisia geral confluem para a cultura da corrupção.

Daniel da Costa Ferrari 2º Lugar

Turma: Pré III

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BRIGA DE CASAL

Quinta-feira, seis da manhã, quarenta graus. A história começa em um conjugado na baixada. Mal começou o dia e o casal já está brigando. Ele xingando no quarto e ela gritando na cozinha. E os filhos de 6 e 8 anos do casal assistindo a tudo escondidos.

Ele soca o armário, ela grita na cozinha, ele ofende a mãe dela, ela quebra um prato presente da família dele. E de repente como cena de filme, os dois se encontram no meio da sala. Entre corações acelerados, a raiva e o desejo de ferir o outro começam as ofensas.

– Imprestável! Isso é o que você é! Ao mesmo tempo em que o outro grita: – Você não me dá valor! E como em todas as brigas de casais, os dois começam a

falar ao mesmo tempo. – Você fica o dia todo em casa e não consegue passar a

merda de uma camisa direito! – Talvez se você ajudasse um pouco! Custa lavar uma

louça?– fala apontando o dedo para o outro. – Ajudar? Eu sustento essa casa é sua obrigação cuidar das

crianças e da casa! – grita. – Não bote meus filhos no meio disso! – Como não? Ele reprovou em Matemática e ela tá sempre

suja parece um moleque. – responde. A resposta vem acompanhada de uma gargalhada

debochada. – Quer dizer que além de lavar, passar, cozinhar eu tenho

que ficar correndo atrás de Maria, para que ela não se suje brincando e ainda ensinar Matemática? E você faz o quê? Assiste à TV com eles? Traz balas no fim do dia?

– Não faça drama! Minha mãe fez isso a vida toda. – Então volta pra mamãezinha – rebate. – Não me provoque! – Ou o quê? Você vai embora? Eu não preciso de você. – Não? E vai sobreviver como? Você não trabalha. Aceite,

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você depende de mim! – Eu posso trabalhar! Eu fiquei em casa porque você

precisava ser independente, não porque eu não podia. – Não me culpe. Eu nunca pedi que ficasse em casa. – Não precisou, alguém tinha que ficar com as crianças e

você podia lidar com os julgamentos dos seus amigos. Foi a gota d’água. Magoados, com raiva e se sentindo

culpados, um trancou-se no quarto e o outro foi trabalhar. Enquanto isso na sala, a menina fala para o irmão: – Faz um sanduíche? – Faz você! – ele reponde. – Mas você é homem. – E daí? – perguntou o menino. – E daí que quando eu crescer, eu vou trabalhar fora e ser

independente que nem a mamãe e você vai ficar em casa que nem o papai!

O menino para, encara a irmã e vai fazer o sanduíche.

Yasmin Bonaparte Martins D’elly

3º Lugar

Turma: Pré III

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QUEBRANDO AS QUATRO PAREDES

A mulher dona de casa É como uma flor a desabrochar Ou como um prisioneiro em sua própria prisão Com o desejo de se libertar Um mundo mudado e tanta revolução Há nele grandes histórias e uma grande paixão Além da pia, do prato e do fogão Sair do cotidiano seguindo o coração Com tantos “ão” eu uso pra justificar Que a mulher é o aumentativo da forma de amar E que sem ela não há e nunca haverá Não se preocupe se ela trabalhar Ou se ela um dia parar de lavar Em quatro paredes não dá pra trancar Quem já nasceu pra brilhar.

Lucas Domingues Maia Prêmio de Edição

Turma: Pré III

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O FAMOSO “JEITINHO BRASILEIRO”

Em todo lugar do mundo existem leis, ou seja, códigos de conduta que devem ser seguidos para que haja organização e bom convívio em sociedade. Entretanto, é certo falar que em todos esses lugares as leis cumprem com o seu objetivo? Usando como exemplo o Brasil, onde a transgressão das leis é conhecida como “jeitinho brasileiro”, fica a dúvida se elas realmente funcionam.

O “jeitinho brasileiro” é uma forma de burlar o sistema para favorecer a si próprio, ou seja, uma forma mais amena de representar o desacato às leis. Um exemplo disso é o suborno, existem diversos casos em que pessoas oferecem dinheiro em troca de benefícios. Essa oferta pode acontecer com amigos, chefes, policiais entre outros. O grande problema é que esse tipo de coisa é “jogada para baixo dos panos” e considerada comum para a população, fazendo com que os praticantes de ação saiam impunes.

A expressão: “Deixa que eu dou um jeitinho” está tão internalizada no vocabulário do povo que nem se percebe a gravidade da situação. Mesmo sendo vista com um tom informal, de brincadeira, é desrespeito às leis e deve ser considerada ilegal, e não normal. Caso isso não aconteça, elas perdem seu objetivo principal.

É importante lembrar que as leis, mesmo não sendo cumpridas cem por cento, ajudam a sociedade a ser o que ela é hoje. Caso contrário, a violência seria extrema e os países não teriam limites.

Clara Beatriz Teixeira Lima Cavalcante

Prêmio de Edição

Turma: Pré II

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MORENA

Nem toda mulher é igual, nem toda mulher é diferente. Ah, mulher... Coisa de outro mundo. Ora te alegra, ora transforma a tua vida num inferno. Mas não é qualquer inferno, é aquele que você nem poderia imaginar a existência.

A mulher que Pedro conheceu não era muito diferente. E que morena complicada ele foi arranjar. No começo era tudo uma maravilha, não se imaginava com outra se não com aquela - que era não só a melhor dançarina de polidance do Brasil, mas também a dona do melhor macarrão ao molho branco.

Mandava flores todo dia, escrevia poemas, vídeos de gatos brincando, músicas para suas novas coreografias. E ela por sinal não era diferente, pois adorava ser protegida por Pedro, nem que isso ocorresse apenas em filme de terror, daqueles bem banais.

Aí começaram os jantares em família, as viagens juntos, o carro do ano para ida à casa de praia... Quando se deu conta já tinha comprado a aliança mais cara de uma joalheria famosa da 5ª Avenida, em Nova Iorque.

A morena tinha mudado, já não era mais a mesma. As conversas mudaram, elogios já não bastavam.

E num piscar de olhos lá estava ela na TV, falando sobre seu novo livro “A arte de fazer Pole”. Agora ela morava em Londres com seus dois filhos e um ator famoso de um seriado adolescente. E Pedro? Bem, Pedro estava em um bar de esquina vendo como empregou bem o seu dinheiro.

Moral da História: Nunca fale sobre suas viagens para uma dançarina de boate.

Ana Clara Barbosa Ribeiro

Prêmio de Edição

Turma: Pré I

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Agradecimentos

Abelardo Soares

Ana Carolina Nóbrega

André Cruz

Antônio Carlos Tonnesen

Cristina Andrietta

Flávia Macedo

Flavio Casal

Lourdes Fonseca

Ludwig Araujo

Rogério Mello

Produção gráfica:

Abelardo Neto

Fabio Carvalho

Luana de Britto Vidal

Sergiana Marques

,

Multimídia e Plotagens:

Fabio Carvalho

Produção e Impressão:

Fabio Carvalho

Luana de Britto Vidal

Sergiana Marques

Coordenação:

Prof. Ana Carolina Nóbrega

Prof. Estrela Rodrigues