livreto concurso de literatura 2014 - eco.g12.br · vende-se um sorriso 25 o riso 26 pobre cigarra...
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Índice
Prefácio 3
Apresentação 5
Grupo 1
Eu tinha medo... 9
Uma rainha muito boa 10
Menina com medo de inseto voador 11
A menina e seu medo de abelha 12
A menina zumbi 13
Grupo 2
Aprender a sonhar 17
Vida imaginária 18
Amor e exageros das mães 19
Destinos diferentes 20
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Grupo 3
O homem e o garoto 23
Vende-se um sorriso 25
O riso 26
Pobre cigarra 27
O leão e seu orgulho 28
Grupo 4
Alice no mundo da censura 31
The Dutch 33
Uma questão de contexto 34
A vida e a morte de Ezequiel 35
O grito dos sem voz 36
Nachos gigantes 37
Agradecimentos 39
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Prefácio
Quando se participa de um concurso, o pensamento inicial é
sempre o da vitória. Porém esta não é uma constatação absoluta,
como nada na vida o é. Por que associar vida e vitória então?
Simplesmente por que ambas as palavras nos remetem à ideia de
realidade. E realidade sempre conota a expressão “dura e crua”.
Nesse lastro, como enfrentar essa dura e crua vida real em que as
vitórias e as derrotas se conjugam? Só mesmo através da
fantasia.
Esse paralelo entre o mundo real e o imaginário fica evidente
nos textos que compõem nossa coletânea do XXIX Concurso
Maria Helena Xavier Fernandes do ano de 2014. A crueza da vida
real é contaminada pelo lirismo dos nossos jovens poetas. Seja na
transformação de textos históricos em ficcionais, seja na
transformação da ficção em realidade, o fio condutor dessas
tramas é o da fantasia. De forma que nossos escritores traduzem
o idioma humano, mesmo quando tratam de nossa caótica
sociedade ou mesmo de precariedade como indivíduos, para o
idioma da pura poesia.
De maneira que fazer parte de uma coletânea não carrega
somente o orgulho para o peito vitorioso, mas, acima de tudo, a
fantasia para a mente acomodada com as fatalidades da vida real.
Assim, o que norteia o pensamento do grande escritor – como são
os nossos “pequenos” – não é o desejo da vitória, mas a vitória
da fantasia sobre a realidade.
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Portanto, não fique constrangido caso encontre um grande
nome do futuro neste pequeno exemplar. Também não esconda o
orgulho de encontrar (onde menos se esperava?) um texto que te
leve aos recônditos da infância. Agora é hora de brincar, de ler a
fantasia que é a própria vida real.
Professor Lud,
Em nome de toda equipe de Língua Portuguesa.
Rio, 30 de outubro de 2014.
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Apresentação
Quando escrevemos um texto, nossa mente desperta e se
deixa ser invadida pela criatividade. Seus textos vão encantar a todos, transmitindo emoção,
alegria, suspense… Seus leitores ficarão envolvidos e sentindo aquele “gostinho de quero mais”.
Brinque com as palavras, deixe que elas mostrem o que está em sua mente!
A partir de agora sinta-se um escritor, capaz de levar ao outro a essência do que há de melhor em você e no mundo!
Chegou sua vez de, com as palavras, encantar a todos. Não perca tempo, concentre-se e dê asas à imaginação!
Prof. Ana Carolina
Esse texto fez parte do estímulo emocional oferecido aos alunos,
no dia da criação, em 24 de julho.
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GRUPO 1 4° e 5° anos
“Os olhos dela pareciam duas azeitonas pretas, daquelas bem brilhantes. Os cabelos eram enroladinhos e bem negros, feito fiapos da noite. […] a mãe gostava de fazer trancinhas no cabelo dela e enfeitar com laço de fita colorida. Ela ficava parecendo uma Princesa das Terras da África ou uma Fada do reino do Luar.”
Ana Maria Machado, Menina bonita do laço de fita
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EU TINHA MEDO...
Carina tinha medo de uma casa velha, escura e toda caindo aos pedaços. Toda vez que passava pela casa, passava “rapidinho” para não sentir tanto medo.
Em um dia, Carina começou a ouvir barulhos de fantasmas e ela falou para todos, mas ninguém acreditou nela, deixando-a desapontada.
No dia seguinte, na aula, tinha contado para seus amigos sobre os barulhos que ela tinha começado a ouvir e todos tinham encorajado a menina a ir à casa para ver o que havia lá.
Às duas horas em ponto, Carina já estava lá, nervosa, tremia da cabeça aos pés, mas não podia amarelar. Quando entrou na casa, começou a ver sombras que corriam para lá e para cá, até que ela entrou em um quarto, sentou-se no chão e chorou, ficou em prantos.
Porém a menina descobriu que era apenas um sonho, pois ela tinha se mudado havia pouco tempo e os barulhos dos “Fantasmas” eram os uivos de seu cachorro comprado recentemente. Ele disse que se sentia solitário. Por isso, depois ela foi embora, mas disse que voltaria no dia seguinte.
Ela voltou no dia seguinte no outro e no outro e depois em todos os dias e eles se tornaram grandes amigos.
Letícia Cardoso de Castro 1º lugar
Turma 52
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UMA RAINHA MUITO BOA
Era uma vez… Sim, eu comecei esse pequeno texto com “Era uma vez”. Sabem por quê? Porque essa história é quase tão mágica quanto um Conto de Fadas.
Vou prosseguindo com a história agora, já que precisei parar para explicar a vocês.
Era uma vez uma família muito feliz, constituída de um pai, de uma mãe e de uma linda menina, branquinha e de olhos azuis, cabelos pretos enroladinhos.
Aquela família era maravilhosa, unida, carinhosa e amorosa. E ela tinha um hobby, contar histórias para a menina dormir (principalmente contos de fadas). Mas havia um “porém”, a filha desse casal morria de medo dos vilões dos contos, dos lobos, das bruxas, dos piratas, mas do que ela mais tinha medo era das rainhas más. À noite, ela nem conseguia dormir.
Um dia, um triste dia, os pais da menina se separaram, e esse foi o dia mais triste da vida da menina.
Alguns meses se passaram, e, um dia, o pai da menina apresentou a sua filha à sua namorada. A menina ficou pálida e suas pernas, bambas; ela tremia de medo, pois aquela mulher parecia uma rainha má.
Um dia, o pai da menina deixou a namorada e a filha em casa e foi ao supermercado. Então a menina foi bem secretamente até o jardim para brincar, e, de repente, a menina caiu do balanço e ralou o joelho.
Assim que a rainha má ouviu o grito da menina, foi correndo o mais rápido que ela pôde para socorrê-la. Quando viu a menina, colocou-a nos braços e fez-lhe um carinho na cabeça. Assim a menina descobriu que a rainha má era a rainha boa.
Luana Cardoso de Castro 2º lugar
Turma 52
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MENINA COM MEDO DE INSETO VOADOR
Era uma vez uma menina que tinha medo de bichos voadores. Não importava qual era o inseto que voava: borboleta, vagalume, abelha, mosquito, barata voadora… Ela morava em um sítio e lá tinham vários animais.
Um belo dia, seu pai disse para ela ir pescar com seu irmão. Quando ela foi lá com o menino, ele quis pregar uma peça na irmã. Ele pegou várias borboletas e jogou em cima dela. Ela caiu no lago, perto de um sapo, e viu várias moscas, ficando muito assustada. O sapo comeu todas as moscas, o que a deixou mais calma. Depois a menina voltou para sua casa e foi dormir.
No outro dia, ela teve que fazer uma flor crescer para o dia seguinte e então veio uma abelha e polinizou a flor rapidamente, mas ela ficou com medo e espantou a abelha.
No dia seguinte, ela olhou a flor como estava e ela havia crescido como em um passe de mágica. Ela levou a flor para a aula de Ciências e levou uma nota dez. Logo após, ela descobriu que a abelha ajudou a flor a crescer, e desde então, a menina começou a gostar de insetos.
Luiza da Fonseca Pinheiro 3º lugar
Turma 52
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A MENINA E SEU MEDO DE ABELHA
Era uma vez uma menina corajosa, que enfrentava tudo o que via pela frente, mas, quando ela via uma abelha… era um terror. Ela gritava, esperneava, saía correndo, fazia tudo o que tinha direito.
Ela, com o tempo, foi crescendo e crescendo e o trauma foi acabando, mas quando foi à floresta fazer uma trilha, uma abelha saiu voando atrás dela. A menina caiu, se ralou, gritou, mas, quando se acalmou, veio um enxame… eram muitas abelhas. Por isso, ela acabou sendo picada por algumas.
O tempo passou, passou e passou e ela não ficou mais com medo de abelha.
Ela podia ver uma colmeia, uma abelha na lixeira ou algum enxame, porém, agora não fazia absolutamente nada.
Manuela Teixeira Ferreira Paulino de Souza Prêmio de Edição
Turma 42
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A MENINA ZUMBI
Era uma vez uma menina que morria de medo de zumbi, ainda mais quando chegava à escola e sua amiga dizia:
– Um dia virá um zumbi à Terra.
A menina chegava a casa, trancava a porta e as janelas e se cobria toda, dos pés à cabeça.
Um dia ela adormeceu e sonhou com zumbis. No sonho só havia a menina de humana, todos os outros eram zumbis tentando morder seu pescoço. Por sorte, ela conseguiu entrar em uma casa abandonada e se trancou lá. Depois ela ligou a televisão com o mínimo de volume para os zumbis não ouvirem e comeu um prato de cereais e tomou uma bebida.
Estava morrendo de medo, com calafrio na espinha.
Um amigo entrou no sonho dela e disse:
– É só rezar!
Ela nem rezar sabia.
Então precisou que a mãe dela a acordasse para tirá-la do sonho mau.
Quando acordou, percebeu que tudo era mentira e que não tem que acreditar em qualquer pessoa e nunca mais teve medo.
Tainá Sousa Mendes de Assis Prêmio de Edição
Turma 52
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GRUPO 2 6° e 7° anos
“A gente é feliz, representa uma espécie de ameaça para os outros, como se estivéssemos dizendo que somos mais competentes do que eles em matéria de construir felicidade…”
Ana Maria Machado, Canteiros de Saturno
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APRENDER A SONHAR Certo dia, numa noite medonha Um garoto dorme e sonha Esquecendo a tempestade Fugindo da realidade. Em questão de alguns segundos Viaja para um novo mundo Dando preciosa atenção Para sua imaginação. Numa floresta escura Ele vive aventuras Brincando com os animais Viajando em portais. Passa para um pequeno navio Olha o mar, dá um leve assobio E começa a navegar Sem ter hora pra parar. De repente está no céu Voando leve como um véu Milhões de coisas passam por ele O mundo que queria era aquele. Mas no dia seguinte acorda Por um momento discorda, Pois percebe, sem suas asas Que seu lugar é a sua casa. Ele aprende a sonhar Sem ninguém lhe ensinar E naquele momento Alegria foi seu sentimento.
Bernardo Martins Corrêa D’Abreu e Costa 1º lugar
Turma 71
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VIDA IMAGINÁRIA
Era uma vez uma menina chamada Laura. Ela tinha 12 anos e era uma menina muito criativa, adorava espiar e reparar nas coisas. Mas ela não pensava nas coisas da vida do lado de fora, ela espiava o lado de dentro dela, criava coisas e mais coisas na sua imaginação.
Ela começou a frequentar um grupo de leitores e escritores para ter mais ideias e adorou. Ia lá três vezes por semana, ficava das nove da manhã até às oito da noite. Às vezes as pessoas olhavam para Laura e chamavam-na de doida por criar tantas coisas em sua cabeça. Na verdade ela nem ligava para a opinião dos outros, mas se sentia triste, excluída. Então decidiu parar com essas criações malucas em sua mente e voltou ao mundo real, mas ainda pensava em voltar para o cantinho próprio da imaginação. Observava a população, o barulho dos carros e ainda pensava em voltar.
Num dia bem movimentado, Laura foi dar um "pulo" na escola em que estudava para entregar as redações fáceis, que havia escrito para a professora. Chegou à sala de aula e a professora exclamou:
— Laura, bom te ver novamente, continua a mesma? Criativa e pensadora como sempre?
Laura ficou meio sem graça e respondeu: — Ah, sabe professora, não estou mais criando coisas na
imaginação. Sei lá, desisti! A professora disse: — Mas, minha aluna, você não pode desistir nunca na vida!
Não ligue para os outros que falam de você! Eles são apenas os "outros".
Depois de alguns dias, Laura voltou para si, e começou a criar várias e várias coisas novamente. Assim se tornou uma grande escritora profissional, e seu conselho era: não ligue para os outros, eles são apenas os "outros".
Maria Clara Torres de Abreu Carvalho 2º lugar
Turma 61
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AMOR E EXAGEROS DAS MÃES
Vamos combinar que há mães que exageram, na maioria das vezes. Há vezes em que elas estão certas e nas outras mais ou menos. Porque mães parecem professores: sabem tudo e quando erram, admitem. Mas às vezes elas passam dos limites, como por exemplo: você chega à sua casa com namorada e ela começa a contar e mostrar fotos suas quando era bebê.
Vou contar coisa que achamos que a mãe exagera: “Vai colocar o casaco, menino”. “Toma banho, que você está fedendo”. “Não quer comer mais comida da mãe, filho? Está tão boa”. “Dorme agasalhado, hein, e bota uma camisa”. “O dia está tão bonito lá fora, vai lá brincar”.
Mas se você for pensar pelo outro lado, ela esperou nove meses pra nós nascermos. E faz tudo isso, porque ama a gente mais do que tudo no mundo, ama a gente e quer nos proteger a qualquer custo. E fazer que nós tenhamos boa educação. Para crescermos bem, fortes, saudáveis e que tenhamos um bom futuro e um bom emprego.
As mães são demais, então podemos concluir que devemos mais às mães do que elas nos devem.
Gabriel Marques Ribas
3º lugar
Turma 61
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DESTINOS DIFERENTES
Cinco amigas se encontraram
com seus destinos traçados
seus medos, suas conquistas
seus caminhos levados.
A primeira é artista
balé é sua conquista
a segunda é professora
mas seu sonho, diretora.
A terceira devaneia,
não sabe o que quer,
nem mesmo fazer
seu pé de meia.
A quarta é sensata
já pensou o que vai ser
cinema é o seu foco
cineasta é o seu querer.
A quinta, já nasceu sabendo
que amar era o seu dom
queria ser boa mãe e
cuidar de seus filhos.
Letícia Macedo Ramos Azevedo da Silva
Prêmio de Edição Turma 61
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GRUPO 3 8° e 9° anos
“Só teremos um país de verdade no dia em que gastarmos mais com escolas do que com televisão, isto é, no dia em que gastarmos mais com a educação do que com a falta de educação.”
Millôr Fernandes, A Bíblia do Caos
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O HOMEM E O GAROTO
Novo dia. Dia de verão. Calor que faz com que o cansaço nos tome por completo. Na rua, através dos milhares de pessoas, pode-se ver dois homens com características similares, mas em posições completamente diferentes. Um ainda é um garoto, passando na esquina com seu pequeno violão maltratado e ainda com o brilho no olhar de um garoto inocente que um dia já foi. No outro lado da rua, está o homem, consertando a fechadura da porta de sua casa e indo trabalhar com amargura de quem teve que enfrentar a realidade muito cedo. Tão parecidos e ao mesmo tempo tão diferentes.
O garoto com o violão tocava todos os dias em frente a uma loja de eletrônicos com a esperança de que alguém o ouvisse. Mas no nosso cotidiano somos iguais a cavalos com aquelas proteções que não nos deixam enxergar a nossa volta, apenas seguimos a mesma direção, cansados demais para ver coisas novas. Garoto ingênuo que acredita demais nas pessoas. Largou tudo pelo sonho de ser músico. Trocou tudo por nada. E agora vive na esquina tocando por alguns trocados esperando que alguém o ouça.
O homem, estressado pelo cotidiano, pela injustiça da vida, estava sempre trabalhando com o propósito de alimentar seus filhos. Sua única pausa era quando parava para ouvir o garoto, pensando como seria sua vida sem responsabilidades. Enquanto o garoto olhava para aquele homem vestido com a roupa de seu trabalho, ouvindo sua música, pensava como seria ter uma casa, um trabalho fixo, uma família.
Só que uma hora o inverno chega e traz com ele a chuva e o frio. Nessa época, as pessoas não saem muito, ficam em casa com suas famílias, e a rua vazia. Enquanto isso, o garoto está lá: cantando para si mesmo, para esquentar sua alma. Começou a chover e já era tarde da noite, e então o garoto viu o homem entrando em casa e parou para pedir uma xícara de café para se esquentar com os melhores modos possíveis. O homem então o olhou e disse:
— Você parece ser um bom garoto, educado. O que faz na rua?
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— Não tenho onde ficar, passei o verão todo na expectativa de alguém me ouvir.
— Pois alguém ouviu e gostou. Você alegrou minha vida só com sua voz. Não gostaria de entrar?
Moral: Deve-se prever sempre o dia de amanhã e se você tem boas atitudes, será retribuído com bons frutos.
Luana Bonaparte Martins D’Elly
1º lugar
Turma 81
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VENDE-SE UM SORRISO
A seriedade que nos acompanha durante várias horas do nosso dia a dia atrapalha momentos que seriam para aproveitar e relaxar. Desde o início dos tempos, o sorriso é diretamente ligado à felicidade. Mas qual seria seu verdadeiro sentido?
Uma piada engraçada, uma boa lembrança, uma pessoa que nos deixe feliz… Para muitas pessoas qualquer coisa é motivo para uma risada. Porém, para aqueles que carregam consigo preocupações ou uma pesada carga de seriedade, o riso não é tão simples. Talvez com um bom momento em família, isso seja alcançado, mas nem sempre se tem sucesso nessa árdua tarefa. O bom humor é tão importante que deveria ser vendido em lojas e quitandas, para serem facilmente alcançados.
Cientistas dizem que rir aumenta nossa expectativa de vida. Se é assim, pessoas otimistas, que riem à toa deveriam ser imortais. Durante o instante de uma gargalhada, as preocupações vão embora e uma carga de positividade nos invade. Tudo fica mais fácil de lidar e conviver. O senso de humor que nos envolve é, e deve ser, considerado vital
Luísa Meziat Pina Vilela
2º lugar
Turma 91
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O RISO
"O riso!" O que é o riso para muitos? O riso pode ser o resultado de uma boa piada, de uma história engraçada ou também o riso pode ser o que muitas pessoas estampam no rosto para esconder algum tipo de dor, tristeza.
O riso é uma coisa que, de algum modo, traz felicidade a todos, nem que seja por um instante.
De certa forma, o humorista pode ser o motivo do riso de muitos, pode ser a pequena felicidade de muitos. Por segundos ou minutos, o humorista traz felicidade à pessoa mais triste, à pessoa com mais problemas... Ter a profissão de humorista, se é que isso é possível, talvez seja a melhor profissão do mundo, pois fazer as pessoas rirem, trazer felicidade, alegria às pessoas é a coisa mais maravilhosa que existe.
Sabemos que o riso é importante para a vida de qualquer um e sabemos também que muitos ao invés de sorrir, choram. O mundo abre muitas portas para rirmos e não devemos desperdiçar isso com pessoas que nos fazem chorar por motivos sérios ou tolos. A vida nos dá momentos únicos e risos únicos, não devemos chorar por pessoas erradas e coisas erradas. Apenas devemos rir por coisas e momentos certos que a vida nos dá.
Manuela Monteiro da Silva Baptista
3º lugar
Turma 81
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POBRE CIGARRA
Era manhã, sol brilhando, dia lindo, era início do verão. A melhor estação para os habitantes de Work Village; mas este verão foi diferente.
Logo, no primeiro dia, uma cigarra chegou à vila. Foi muito bem recebida por todos, mas não teve muita cerimônia, embora estivesse quase na hora do plantio começar. Assim que perceberam a hora, todos correram para suas casas.
Sabendo da vinda da cigarra, já haviam construído uma casa para ela. Quando finalmente bateu o relógio, informando que era hora de plantar, o inspetor passou de casa em casa verificando seus trabalhos. Até que chegou à casa da cigarra e a viu dormindo na rede, então gritou:
— O que você pensa que está fazendo? Você tem que plantar para quando o inverno chegar!!!
— Calma, calma! — disse a cigarra, acordando assustada. Eu dou um jeito, quando estiver chegando o inverno.
— Pare de preguiça! Você vai passar fome! — o inspetor disse furioso.
— Fique calmo, eu sempre dou um jeito. — respondeu a cigarra, calma.
Depois de alguns meses, o inverno chegou e quase todos estavam em casa com suas famílias, menos a cigarra. Com fome, bateu de casa em casa e ninguém deu comida para ela.
Quando bateu na casa do inspetor, ele disse: “Eu te avisei! Agora, dê o seu jeito!”
Após o inverno, todos queriam saber onde estava a pobre cigarra, mas ela havia morrido de fome.
Moral: Não seja preguiçoso, nem sempre se pode “dar um jeito”.
Ana Carolina Vianna Gama
Prêmio de Edição Turma 83
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O LEÃO E SEU ORGULHO
Um leão forte estava na floresta com seu grupo quando, de repente, passou uma manada de zebras. Seu grupo queria atacá-las, mas o leão falou:
– Eu vou sozinho! Sou forte o suficiente para pegá-las. E seu grupo retrucou: – Mas nós estamos famintos também! E o leão respondeu: – Se sobrar alguma coisa, deixo para vocês! E o destemido leão foi à batalha. As zebras surpreendidas
correram, mas o Leão era muito mais rápido e elas tiveram que lutar.
Entretanto as zebras tinham um plano de defesa e o Leão sozinho não conseguiu desfazê-lo.
Sozinho, o Leão foi atingido por coices, foi pisoteado e, mesmo fazendo de tudo para conseguir atacar suas presas, não conseguiu.
Desta forma, o Leão levou uma dura lição: Quando se quer muito, nada se consegue.
Caio Pinheiro de Souza
Prêmio de Edição
Turma 91
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GRUPO 4 Pré I, Pré II e Pré III
“Além do território da emoção humana, médicos e escritores também compartilham um instrumento comum: a palavra. É claro que nos dois casos a atitude é diferente. O médico avalia a emoção, o escritor utiliza-a como matéria-prima.”
Moacyr Scliar, A face oculta
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ALICE NO MUNDO DA CENSURA
A existência da raça humana sempre foi marcada por uma divisão social entre aqueles que mandam e os que obedecem e uma das principais ferramentas para tal domínio é a censura. Desde o século XV, a prática de limitar o pensamento crítico do homem já se fazia presente com a publicação de qualquer conhecimento que contestasse os mandamentos religiosos. Mais tarde, haveria aqueles que ousassem perseguir quem tivesse um pensamento político diferente do seu, como ocorreu no período da ditadura e no totalitarismo fascista. Contudo, anos se passavam e o pensamento crítico continuava refém dos interesses de uma minoria, que para se estabelecer no poder, buscava uma alienação da população através da censura.
Livros e rádios tiveram suas vozes caladas por anos e a pergunta que ecoava pelas ruas era: Por quê? A resposta era simples, porque essa sempre foi a maneira encontrada pelo governo de exercer seu controle sobre seus cidadãos. Sem informação não há reflexão, consequentemente não há rebelião, logo, era mais fácil entregar uma ideia já mastigada do que ensinar a alguém a mastigá-la do seu próprio jeito. E assim foram se calando grandes pensadores, foram se exilando grandes compositores com a desculpa de defender os valores e a dignidade dos jovens, quando na verdade o que estava sendo feita era a criação de um “rebanho padronizado”.
A década de 60 trouxe medo e repressão a quem pensasse diferente e expressasse uma nova visão de mundo. Nessa época, pessoas desapareciam repentinamente, eram torturadas até serem obrigadas a se alienarem por não aguentarem o fardo da sabedoria. O tempo continuou correndo, a política foi se tornando cada vez mais liberal, a democracia foi sendo conquistada, porém a defasagem pela falta de conhecimento não foi apagada. Ainda há aqueles que, por esquecimento, preguiça ou por costume, não buscam informação. Esse talvez seja o pior tipo de censura, um isolamento por livre e espontânea escolha.
Uma das características do século XXI é o intenso fluxo de informação gerado pela globalização e a liberdade de expressão conquistada ao longo dos anos. É preciso saber aproveitá-la e ter
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a consciência de que esse é um privilégio que a população atual tem, pois muitos, no passado, lutaram e fracassaram. O livro representa o mundo nas mãos do homem e, por isso, não pode ser calado.
Monique Castelo Branco Roque
1º lugar
Turma Pré III
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THE DUTCH
Uma história de amor improvável, marcada pela guerra, o preconceito e a traição. Os protagonistas? A inocente filha de um comerciante holandês e um orgulhoso combatente brasileiro. Destinados pelo sangue a serem inimigos e pelo destino a serem amantes.
A primeira vez que se viram ela tinha as mãos amarradas e ele para ela a espada apontada. Grandes olhos azuis suplicavam a duros olhos castanhos. Foi ali em meio àquela disputa silenciosa que tudo mudou. Um coração há muito endurecido pela guerra, reacendeu. Domingos não entendia o que estava acontecendo, mas sabia que não poderia fazer mal àquele anjo que o fitava.
Preenchido por um instinto protetor, nunca antes sentido, o orgulhoso combatente tomou para si a missão de devolver a inocente holandesa para a família. Partiram naquela mesma noite, ela sem saber o que aconteceria e ele com a certeza de que se tornara um traidor.
Por três dias viajaram, e em meio às cavalgadas, refeições e o silêncio de duas pessoas que não falavam a mesma língua, um sentimento surgiu, o amor. Disposto a qualquer coisa para não perder sua holandesa, Domingos se ofereceu às autoridades holandesas como soldado. Não foi fácil ser aceito, afinal ele era o inimigo. Mas quando durante um ataque ele se levantou e ajudou os holandeses, ganhou a confiança das autoridades e a mão da holandesa. Hoje em dia ainda se fala da traição de Domingos, mas se esqueceram do amor por trás dela.
Yasmim Bonaparte Martins D’Elly
2º lugar
Turma Pré II
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UMA QUESTÃO DE CONTEXTO
Desde a Idade Média, quando houve a Santa Inquisição, autoridades eclesiásticas deram o primeiro passo na tentativa de controlar a mente da população ao criar uma lista com obras com conteúdo considerado herege. A partir desse episódio, houve acontecimentos similares ao longo dos séculos e por todo o mundo, principalmente na Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial e até no Brasil, durante a ditadura militar.
Atualmente, a censura ainda se faz presente no mundo da arte em geral. Filmes, seriados e até videogames possuem uma classificação etária. No entanto, a literatura ainda é o campo mais livre quanto à censura. É difícil que um livro seja censurado em um país democrático, porém isso pode acontecer. Obras com conotação sexual ou apologia ao uso de drogas são fortes candidatas à censura, pois, segundo a opinião dos censores, mostram-se inadequadas para jovens.
Entretanto, estamos no século XXI, a Era da internet e da globalização, permitindo que os jovens já tenham contato com a tecnologia e com a mídia antes mesmo de aprenderem a ler. Em um mundo onde o acesso a qualquer informação é tão facilitado, questiona-se se é, realmente, tão nocivo para uma criança ou adolescente aprender sobre determinados tabus através da arte. Na verdade, é melhor que seja por esses meios, contanto que o material acessado seja previamente classificado por especialistas como de qualidade.
Ao proibir um indivíduo – que ainda está formando seu caráter – de expressar-se ou questionar algo não se contribui para sua educação ou desenvolvimento intelectual, a menos que o veto venha acompanhado de uma justificativa. Ensinar a um jovem a tomar uma postura passiva diante das opiniões e ideias que lhe serão impostas ao longo da vida, não ensiná-lo a contestar ou argumentar pode ter efeitos prejudiciais, afinal, a história nunca é feita por quem se cala e consente.
João Pedro Castro Amora
3º lugar
Turma Pré III
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A VIDA E A MORTE DE EZEQUIEL
Ezequiel levava a vida cometendo pequenos furtos em Recife, em meados da década de 1620. Saído do Rio de Janeiro com sua mãe após a inexplicável morte de seu pai, o roubo era uma maneira de ajudar a colocar comida à mesa.
Foi em uma tarde no porto que viu um batalhão de naus atracando sob gritos e correria – mais tarde descobririam que eram os holandeses.
Mesmo temendo os conflitos, Ezequiel viu naquele porto uma boa oportunidade para roubar alguns pertences. Todos os dias, esperava as naus esvaziarem, pulava no mar e entrava à procura de objetos preciosos. Após meses de batalhas entre portugueses e holandeses e sucessivos roubos à cabine do capitão, o menino se descuidou. Um homem esperou que ele voltasse do mar e o surpreendeu contando que sabia de suas atividades, mas iria relevar, pois tinha uma proposta para ele.
O homem era Domingos Calabar e queria que Ezequiel fosse seu escudeiro e encarregado, pois suas habilidades tinham-no impressionado. O menino de dezesseis anos aceitou, porque parecia uma maneira de subir na vida.
Foi assim que soube da mudança de lado de Calabar e das intenções holandesas. Como braço direito do grande guerrilheiro, ele o admirava e tinha ódio dos que o chamavam de “traidor”.
Com Domingos, os holandeses prosperaram e, de fato, dominaram Olinda e Recife nomeando Nassau como administrador. Com o passar do tempo, subiu de nível e se tornou um homem de confiança dos holandeses.
Sua vida ia muito bem até que tudo começou a mudar com a insatisfação local. Os portugueses se organizaram para tentar voltar ao poder.
Em uma das batalhas, Ezequiel e Calabar foram capturados. No dia seguinte, o “menino” e o homem que mudou sua vida foram executados pelo novo governo de Pernambuco.
Guilherme de Líbero de Freitas Maciel
Prêmio de Edição
Turma Pré III
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O GRITO DOS SEM VOZ
Censura. Palavra que tem o poder de calar tantas outras, ato que cria barreiras entre o homem e o conhecimento, resumidamente, uma ditadura do silêncio. Se é algo com parecer tão maléfico, por que existir? A censura, ao longo da história, tem sido utilizada como instrumento que permite o monopólio do saber e, consequentemente, do poder. Presos pela corrente da alienação, é preciso fugir do padrão, expandir horizontes e criar opinião.
“Compre isso!”, “Assine algo!”, “Veja aquilo!”. Massificando a mente da sociedade, cria-se uma imposição de verdade. “Não pense, siga!”, “Não fale, escute!”. A restrição está em todos os lugares e momentos, destruindo o dom fundamental do homem, o raciocínio. As cordas nos controlam e a sociedade vira uma peça de marionetes, na qual quem tem os meios movem as peças, e quem não os tem são movidos inconscientes disso.
O atraso cultural e tecnológico que aconteceu devido a opressão é evidente. Quantos livros com ideias e pensamentos não foram queimados? Quantos intelectuais com teorias e invenções de utilidade fundamental não foram oprimidos ou mortos? Seria coincidência nosso avanço ser muito maior por vivermos em um mundo pós-liberal, no qual as ideias são aceitas sem qualquer bloqueio ideológico, exceto o da alienação, que apesar de eficiente não impede totalmente o movimento crítico.
A censura é como uma bola de ferro presa à humanidade. Faz com que ela se atrase e escolha o menor caminho, que parece mais fácil, mas nem sempre é o melhor. No universo de ideias surge o progresso, por isso não devemos descartar nossas ideias ou deixá-las presas, pois o futuro é uma estrada de infinitos caminhos e apenas uma mente aberta pode escolher aonde irá.
Lucas Ribeiro
Prêmio de Edição
Turma Pré III
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NACHOS GIGANTES
A união entre confraternização, festa e futebol é a combinação perfeita que a Copa do Mundo consegue agregar e assim atrair apaixonados de todo o planeta. E loucos também. Se fizessem um torneio com os maiores sacrifícios para ver as trinta e duas seleções, o páreo seria duro. No entanto, os irmãos mexicanos a serem descritos, certamente, ficariam no pódio dessa disputa.
Saindo como mochileiros de repente de sua cidade natal, Monterrey, deixaram sua mãe com o coração na boca, em que só tequila poderia aliviá-la.
– Mis hijos, ¿Cómo hacer un viaje de súbito así? Brasil tiene muchas manifestaciones, ¡Dios mío!
Não podiam obedecer a sua madre desta vez, precisavam muito assistir a um jogo da Copa, ainda mais uma disputa pelo terceiro lugar com o anfitrião jogando. Após trinta horas de expedição, saíram quinta e somente sexta à tarde chegaram à Brasília, cidade da partida de sábado.
Entre dormidas, entre aeroportos e aviões, o cansaço era grande, mas, no final, o que importa é a festa. Todos sabem que o encontro das culturas foi muito alegre e, sem dúvida, daqui a nove meses, vão nascer muitas e muitos estrangeirinhos. Porém, com esses irmãos vai ser complicado arranjarem um amor de Copa pelo seguinte: além de toda estafa, o maior sacrifício ficou por conta da higiene. Os dois afirmaram ficar 48h, dois dias e duas noites, sem tomar banho! Não seria espanto se falassem que também ficaram sem escovar os dentes…
Dessa maneira, realmente mostraram sua paixão pelo futebol. Em compensação, espalharam sua tal inhaca pelo estádio e, quem sabe, não poderiam ser uma desculpa de Felipão pela má partida disputada pelo Brasil: “O fedor dos Nachos Gigantes”.
Luiz Henrique de Vasconcelos Rodrigues Prêmio de Edição
Turma Pré III
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Agradecimentos
Professores:
Abelardo Soares
Ana Carolina Nóbrega
André Cruz
Antônio Carlos Tonnesen
Cristina Andrietta
Flávia Macedo
Flavio Casal
Lourdes Fonseca
Ludwig Araujo
Rogério Mello
Produção gráfica:
Abelardo Neto
Fabio Carvalho
Luana de Britto Vidal
Sergiana Marques
Multimídia e Plotagens:
Fabio Carvalho
Coordenação:
Prof. Ana Carolina Nóbrega
Prof. Estrela Rodrigues
Produção e Impressão:
Fabio Carvalho
Luana de Britto Vidal
Sergiana Marques
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