a culpa É de quem? - eco.g12.br · leis e o que faz para burlá-las quando lhe é conveniente....

8
Exemplar n° 84 Maio 2017 Primeira publicação: 29 de Maio de 1995 Não jogue este impresso em vias públicas escola O Jeitinho e as Leis: A lei é para todos? Como o brasileiro enxerga as leis e o que faz para burlá-las quando lhe é conveniente. Página 5. Escola de Educação Comunitária Av. Engenheiro Richard, 116 Grajaú - Rio de Janeiro, RJ (21) 2577-4546 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA A CULPA Quem é o responsável por uma das piores e mais graves crises do país? Como ela afeta a sociedade? O que se pode fazer em um período como esse? Página 3 Até Quando? Desastres Naturais Verdade Falsa: Os meios de comunicação no processo de construção da verdade, da manipulação da notícia, e da aceitação da opinião pública. Leia na página 5 É DE QUEM?

Upload: vukhanh

Post on 09-Nov-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Exemplar n° 84 Maio 2017Primeira publicação: 29 de Maio de 1995

o j

og

ue

est

e i

mp

ress

o e

m v

ias

bli

cas

escola

O Jeitinho e as Leis: A lei é para todos? Como o brasileiro enxerga as leis e o que faz para burlá-las quando lhe é conveniente. Página 5.

Escola de Educação ComunitáriaAv. Engenheiro Richard, 116

Grajaú - Rio de Janeiro, RJ(21) 2577-4546

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

A CULPA

Quem é o responsável por uma das piores e mais graves crises do país? Como ela afeta a sociedade? O que se pode fazer em um período como esse? Página 3

Até Quando? Desastres Naturais

Verdade Falsa: Os meios de comunicação no processo de construção da verdade, da manipulação da notícia, e da aceitação da opinião pública. Leia na página 5

É DE QUEM?

2

www.eco.g12.br

A papeleta chega a sua octogésima quarta edição seguindo sua proposta de estimular o contato dos jovens com os textos jornalísticos e literários. No entanto, não como meros leitores, mas como criadores. Nessa nova linha editorial privilegiaremos um jornal voltado para a informação na mesma proporção de sua vocação literária.

Nesse novo caminho, o trabalho dos nossos colaboradores será primordial; ou seja, teremos textos mais crus. Uma produção mais genuína, quase infantil. Embora a infantilidade não se apresente nos assuntos, mas na linguagem (e se você, leitor, for capcioso). E nada melhor que um jornal escolar para nossos precoces jornalistas e literatos apresentarem suas ideias de mundo.

Tentamos nessa edição fazer um jornal temático. Baseado, sobretudo, no conceito de CRISE. Simplesmente por esse único vocábulo abarcar uma enorme ramificação. O que, por sua vez, faz nosso jornal bem variado, ainda que girando em torno de um único tema. Vejamos as inúmeras crises existentes: pessoal, econômica, familiar, amorosa, política, ideológica...

Por isso, o consumo, a corrupção, o "jeitinho", as dores de não sermos tão grandiosos como nos achamos, aparece como assunto ou como ficção nesta edição. De forma que A Papeleta sirva também como um objeto de estudo menos maçante e mais afetivo.

Assim, nessa nova linha editorial buscamos mostrar como nosso jovem anda pensando e como anda assimilando o

BÊNÇÃO

Esses vivem as etapas da transcendência, do ir além;

sobem os degraus da criação, da ética e da arte.

Protagonistas da amizade-doação nutrem o nascimento, move-se a mente; nutrem a vida, com tombos e levantes; quanto ao ponto final, o assunto é do cosmo.

Retiram sua alma de si, ensinam-nos

a não termos medo da morte.

Puros impregnam-nos de amor.

As palavras fazem psiu para os incrédulos.

Saudades, Abelardo

Maio 2017

mundo que está herdando. Pois como o próprio dicionário define: crise - coisa passageira. E o que não se perde nem nas piores crises é o que colocamos dentro da cabeça, nosso conhecimento. Então mãos à obra e vamos revirar essa "crise".

Professor Ludwig

Ao shopping center*

Pelos teus círculosvagamos sem rumonós almas penadasdo mundo do consumo.

De elevador ao céupela escada ao inferno:os extremos se tocamno castigo eterno.

Cada loja é um novoprego em nossa cruz.Por mais que compremosestamos sempre nus

nós que por teus círculosvagamos sem perdãoà espera (até quando?)da Grande Liquidação.

José Paulo Paes

ESTES EX-ALUNOS DA ECO, MESMO APÓS O ENSINO MÉDIO CONCLUÍDO, REÚNEM-SE COM CERTA PERIODICIDADE, JÁ QUE A AMIZADE ESTÁ VIVA.

3

www.eco.g12.br

Três grandes acontecimentos marcaram o ego humano de tal forma que foram considerados as três feridas narcísicas da humanidade.

O primeiro grande golpe veio com Copérnico, quando o mesmo afirmou não sermos o centro do Universo. Éramos meros coadjuvantes que brincavam no carrossel do Sol.

Se não estávamos no papel principal da peça universal, restava ainda gozar da condição de filhos de Deus. No entanto, Darwin, ao falar sobre a evolução das espécies, sentenciou: somos mero produto do acaso. Não somos seres especialmente criados, somos apenas resultado da evolução natural dos seres.

A despeito disso tudo, quisemos reivindicar, como última esperança, a racionalidade exclusiva da nossa espécie. Foi então que Freud nos deu o derradeiro golpe que nos faz sangrar até hoje. Não somos sequer senhores de nós mesmos. A consciência é a menor parcela de nossa vida psíquica.

Tal qual o homem de maneira geral, a nossa vida – de modo específico – a cada momento sofre feridas que abalam a nossa estrutura e nos fazem repensar o que somos e o que queremos a cada instante.

Lembro-me da primeira ferida narcísica que sofri. Foi aos 7 anos. Quando pequeno, pensava ser o meu pai o homem mais alto do mundo. Por ele e por meio de sua altura aspirava às coisas do alto. Foi quando conheci outro maior do que ele…

Restava ainda a condição de super-herói inerente a todo pai. Foi quando aos 13, vi meu pai chorar pela primeira vez. O homem inatingível também sentia medo, também sentida dor, também chorava. O super-herói tinha lá as suas fraquezas.

Depois de feito homem, nada mais poderia me abalar – pensei. Foi aí que me bateu à porta a morte. Nada e nem ninguém é eterno. Mesmo as pessoas mais queridas têm prazo definido de estada na Terra. Eis a ferida que sangra até hoje. Eis a ferida que nunca vai cicatrizar.

E você? Quais as suas feridas?

Professor André Cruz

AS TRÊS FERIDAS

NARCISÍSTICAS

Maio 2017

Um dos assuntos mais discutidos no Brasil é o da crise econômica pela qual o país vem atravessando e como esse momento vem afetando a vida dos brasileiros. Nesse sentido são os mais pobres, aqueles que não podem arcar com o aumento de itens de primeira necessidade, os primeiros atingidos. Sofrendo assim com o descaso, o desemprego e a fome.

Por esse motivo, grande parte da população associa a causa da crise com a enorme corrupção de políticos, que usam o dinheiro público para financiar luxos pessoais, como viagens, idas ao trabalho de helicóptero; e compra de imóveis em áreas supervalorizadas. Por outro lado, a população tende a ignorar a corrupção presente no dia a dia. Aquela que acontece em todas as classes sociais, até mesmo naquelas que mais sofrem com as crises. Tomemos, como exemplo, pagar propina ao policial por estar com alguma irregularidade com o carro, não devolver o troco a mais dado pelo caixa e por aí vai...

Não se pode deixar de mencionar que com a crise econômica vem a desestruturação de outros setores da sociedade, como educação, saúde pública e segurança. Faltando o básico para a ordem social se instaura o caos, a falta de credibilidade na política. O que gera outra crise: a crença total de que é melhor abandonar o país ou achar que o Brasil não tem jeito. Além, claro, de uma educação de má qualidade, de uma saúde pública insalubre e de um aumento extraordinário na violência. Assim, a crise causa o retrocesso e o Brasil volta a viver os anos 1990.

Para reverter esse quadro é necessário a coordenação e a cooperação de todo quadro social. Além da organização e da dedicação, precisamos superar o pensamento de que todo mal é causado apenas pelo outro. Portanto, para uma solução mais plena, precisamos assumir a responsabilidade por nossos atos. Todos, do pequeno erro ao grande acerto ou vice-versa. Se cada um fizer a sua parte, com profissionalismo e hombridade, estaremos no caminho certo para sair dessa crise.

Gabriel R. CunhaTurma: Pré II

A CULPA É DE QUEM?

4

www.eco.g12.br

Depois dizem que a história não se repete. As crises acontecem porque mudamos. No entanto, a história, às vezes, vem a provar que não mudamos tanto assim. E como dotados de toda a imperfeição humana, repetimos o que não deveríamos. Qualquer mera coincidência com a realidade, não é coincidência. Foi assim...

Crise no governo Vargas

Em 1953 e 1954, o Brasil foi abalado por uma profunda crise. A inflação fazia com que os preços dos gêneros de primeira necessidade subissem a cada dia, deixando a maioria dos trabalhadores em situação de quase penúria (miséria).

As agitações se sucediam nas cidades. As greves eram constantes. Uma das mais importantes, ocorrida em São Paulo, foi a chamada Greve dos 300 mil, que deixou a cidade paralisada do dia 26 de março de 1953.

A situação política mostrava-se cada vez mais instável. Getúlio tentava cercar-se de ministros mais confiáveis e, por essa razão, substituía constantemente seus assessores de primeiro escalão. O ministério da Justiça e o Ministério do Trabalho foram ocupados por dois políticos importantes: Tancredo Neves e João Goulart (Jango), respectivamente.

Jango, o jovem ministro do Trabalho, ligado havia bastante tempo a Getúlio, gozava de grande prestígio junto aos trabalhadores. Militante ativo do sindicalismo do PTB, despertava o mais profundo ódio nos conservadores da Cruzada Democrática e da UDN. Quando Getúlio o convidou para ser ministro do Trabalho, a oposição redobrou seus esforços na campanha contra o governo. Carlos Lacerda era um dos mais ferrenhos antinacionalistas que condenavam essa campanha.

Quanto maior a pressão dos entreguistas, maior a reação nacionalista de Getúlio Vargas. No final de 1953, o presidente pronunciou um discurso denunciando os lucros das empresas estrangeiras.

Estou sendo sabotado por interesses de empresas privadas que já ganham muito no Brasil, que enviaram em cruzeiros duzentas vezes o capital que empregaram em dólares e continuaram transformando os nossos cruzeiros para emigra-los para o estrangeiro a título de dividendos.

O que Getúlio Vargas disse é que as empresas estrangeiras aplicavam seus capitais aqui e enviavam praticamente todo o lucro para o exterior, não ajudando em

A HISTÓRIA FOI

ASSIMnada a economia brasileira. Ao contrário, só exploravam cada vez mais nossas riquezas.

Por essa razão, o presidente Vargas assinou um decreto em janeiro de 1954, pelo qual as empresas estrangeiras só poderiam remeter 10% de seus lucros para o exterior, o restante disso deveria ser reaplicado aqui.

Ao mesmo tempo, o ministro João Goulart e o presidente da República pretendiam aumentar o salário mínimo em 100% para compensar a perda do poder aquisitivo da maioria da população brasileira.

Os empresários, a UDN e parte do exército lançaram violenta campanha, através dos órgãos de imprensa, contra o ministro e o presidente.

Em fevereiro de 1954, tornou-se público o Memorial dos Coronéis (manifesto dos coronéis): criticava o aumento salarial proposto por Jango e falava também da necessidade de reequipar o exército na luta contra o comunismo que estaria ameaçando o país de subversão violenta. O manifesto era assinado por Bizzaria Mamede, Amauri Kruel, Golbery do Couto e Silva, Silvio C. Frota, Eduardo D'Avila Melo, Euler Bentes Monteiro, entre outros.

Vargas foi obrigado a substituir o ministro do Trabalho. Mesmo assim, a oposição conservadora não se deu por satisfeita. Carlos Lacerda denunciou um suposto projeto de aliança entre o Brasil e a Argentina peronista para lutar contra os interesses e a hegemonia dos norte-americanos. Lacerda e a UDN pediram o impeachment (demissão) do presidente Vargas.

Getúlio se aproximava cada vez mais das classes trabalhadoras, buscando apoio para evitar a deterioração de seu governo. No dia 1º de maio de 1954, pronunciou um discurso contra os que estavam minando seu governo. Elogiou o seu ex-ministro do Trabalho e aumentou o salário mínimo em 100%.

Num trecho de seu discurso, falou diretamente aos trabalhadores. "Hoje vocês estão com o governo". Isso era de assustar qualquer conservador. Trabalhadores no governo significava para muitos empresários e militares conservadores, o próprio comunismo.

Depois desse discurso, militares da Cruzada Democrática, Lacerda, a UDN, a imprensa e os banqueiros passaram a articular a derrubada do governo de Getúlio Vargas.

PEDRO, Antônio. História da Civilização ocidental. ensino médio. volume único.

Maio 2017

5

www.eco.g12.br

O jeitinho brasileiro surge em uma sociedade extremamente materialista. Na qual os cidadãos não se importam com as leis. Principalmente estando elas entre eles e o que desejam. Esse jeitinho é a forma que o brasileiro encontra para resolver seus problemas. Meio nem sempre louvável, já que se utiliza de tudo para se dar um jeito na situação que o aflige.

Quando lança mão do seu jeitinho, o brasileiro, muitas vezes, mente. Por exemplo, quando um adolescente não faz o dever de casa e fala que uma tia sofreu um acidente, que ficou abalado e por isso não realizou a atividade; ou quando um pai de família declara no imposto de renda que fez pagamentos que não fez para pagar menos imposto; ou quando um jovem sai, bebe e avista uma blitz da Lei Seca, para o carro, liga pra algum conhecido para não passar pela blitz e perder a carteira de motorista.

Embora o Brasil possua boas leis, o problema está no fato de que muitos encontram um jeito de burlá-las, segundo as diferentes conveniências. Essa pessoas, mesmo sabendo que estão fazendo algo errado, não se importam. Pois, apesar de descumprirem as regras, conseguirão seus objetivos. E vão descumprir quantas regras aparecerem, desde que não se julguem prejudicados por elas. Agora, caso outro burle a regra, o brasileiro, por via de regra, julga-se ofendido. Resta saber por ter outro mais malandro ou por não gostar de que outro não cumpra uma lei.

A determinação do brasileiro para conseguir se livrar de um problema seria ótima, caso ele o fizesse dentro das normas, coisa que não acontece na maioria das vezes. Infelizmente, esse traço cultural (se é que podemos chamar o jeitinho de traço cultural do brasileiro) com o tempo vai perdendo o humor e a pequena consequência para derrubar uma barreira bem mais complexa: a barreira que define o certo do errado. Portanto, quando tudo vira motivo para não se obedecer às leis e às regras, o jeitinho se torna uma coisa bem ruim.

Letícia Brandão

Turma: Pré II

O JEITINHOE ASLEIS

Maio 2017

VERDADE FALSA Uma vez foi dito que conhecimento é poder, e se esse é o

caso, como se chamam aqueles que controlam o conhecimento? Deveriam ser chamados de sábios por informarem o mundo ou de opressores por ocultarem a verdade das pessoas?

A mídia, por exemplo, tem a capacidade de transmitir a verdade para todos que a ouvem, ao mesmo tempo que pode apresentar algo totalmente oposto aos fatos verdadeiros. Também a mídia tem a capacidade de manipular a notícia, elevando nomes, ocultando fatos, denunciando este, omitindo aquele, de forma que pode contar a uma inverdade só com fatos verdadeiros. O que mais chama a atenção é que independentemente da escolha da transmissão da notícia, ela, ainda assim, será ouvida.

Dependendo do grupo social enfocado em uma matéria, e tendo em mente o grau ocupado por esse grupo na escala social. O olhar popular tende a ser diferente. Por exemplo, se um ator global é preso com drogas, o olhar sobre ele deve vitimizá-lo; já que ele não seria o agente causador de seu vício, e estaria atravessando um drama. Enquanto, se o portador das drogas for oriundo de uma comunidade, o olhar da sociedade tende a criminalizá-lo; vendo nele o agente causador de seu vício e de outros males que afligem a sociedade.

Dessa forma, podemos observar que o leitor também participa desse jogo midiático. No entanto, o receptor das notícias pode filtrar e avaliar o que está recebendo como verdade. De forma que vale para ele a máxima não julgue o que desconhece.

Apesar do aqui exposto ou da manipulação ou reputação de um jornal, as pessoas, de um modo geral, continuarão a acompanhá-los. Já que não gostam de sair da comodidade, do lugar comum, de acompanhar as notícias de outra maneira. Para que não sejam abaladas em seu conforto, as pessoas arrotam desculpas: de que outra maneira seremos capazes de nos informar sobre o que acontece aqui e além?

O triste dessa realidade é aceitar o discurso de que os meios de comunicação são imparciais, que, eles não atendem a determinados grupos ou a si próprios, visando o lucro e o controle social. Ou seja, que os meios de comunicação não têm um lado bem definido. O pior disso tudo é que, geralmente, as pessoas só percebem que foram manipuladas, quando já é tarde demais.

Octávio Lyra HeitorTurma: Pré II

6

www.eco.g12.br Maio 2017

"Parte do lucro é seu". "O 'presente' chegará por volta da 19h". "Mata ele!". Frases comuns repetidas pelo senso comum.

A crise econômica brasileira vem se agravando com o passar dos anos. O que, por consequência, resulta em malefícios à sociedade. No entanto, se observa que essa instabilidade econômica atua diretamente no aumento da corrupção. E os postos de segurança pública são afetados, resultando no aumento da violência e dos problemas sociais.

A corrupção presente nos postos de segurança, como a polícia, contribui para o impacto causado por uma crise. Uma vez que a intenção de lucrar, além do seu salário, influência no crescimento da violência urbana. Já que o policial pode fechar os olhos para determinadas infrações. Nesse contexto, a generalização, feita por muitos, de que a culpa é do bandido é um erro; ou seja, não passa de reflexo do senso comum das pessoas.

Observemos o efeito causado pela recepção de armas nas favelas: a violência do tráfico de drogas e dos assaltos. Já que a posse das armas por pessoas desprovidas de valores morais resulta na facilidade de expansão das áreas do tráfico e da disposição belicosa no enfrentamento com os policiais e com as facções criminosas inimigas. A prova disso são as favelas com taxas de violência altíssimas e as vítimas inocentes do entorno desse quadro degradante e caótico.

Para completar o quadro de consequências nefastas, a sociedade demonstra medo ao efeito desses acontecimentos. Resultando assim em problemas sociais de outra ordem, como o preconceito, ou achar que bandido bom é bandido morto. Ademais, a insatisfação se alastra de tal forma que o crescimento da mesma pode ser associado a uma bola de neve em declínio - apenas tende a aumentar.

Dessa forma, podemos entender que a crise econômica funciona como fator importante para a deflagração dos conflitos sociais, para o aumento da violência urbana, e para a corrupção em postos de segurança pública. Contudo, mesmo que para obter uma mudança significativa seja algo demorado, cabe ao governo promover uma reformar política diante da corrupção atual - tanto dos postos do alto escalão como dos postos públicos mais próximos do cidadão comum.

Cabe, inclusive, utilizar a mídia para que ela seja uma ferramenta dessa mudança. De forma que sua propagação de informações não atenda apenas aos interesses econômicos, mas, sobretudo, aos interesses sociais. Precisa-se também se pensar a escola como ferramenta de instrução moderna e filtro das informações governamentais ou midiáticas; ou seja, precisamos de uma escola mais próxima da realidade. E a nós, cidadãos, nos cabe compreender o uso errado do senso comum.

Pedro Villaturma: Pré III

A INFORMAÇÃO NUMA

BOLA DE NEVEMemórias ruins,você jogou fora.O seu lixo,você jogou fora.

A sua raiva,em mim,você jogou fora.

Um monte de argumentos sem sentido,você jogou em mim.Argumentos idiotas,você jogou em mim.

Então meu coração começou a rachar.Pela primeira vezNão podia acreditarQue daquela forma, você estava a falar.E nele se formou uma cicatriz.

Tentei debater,mas não consegui.Você continuou,e a minha paciência perdi.

Do outro lado da tela,eu me escondi.Mesmo sabendo que ele não merecia a mim.As lágrimas continuaram a cair.

Mesmo estando brava, magoada e confusa,sabia que ele era um amigo muito querido para mim.Compartilhamos segredos,rimos, nos sentimos tristes,mas, infelizmente, nossa amizade estava quase no fim.

E foi por um motivo tão bobo,mas que as pessoas não conseguem aceitar.Só porque ela gostava de pêssego em vez de banana.Assim como açúcar em vez de cana.

Então com dificuldade,mas com determinação,o nosso laço,eu finalmente joguei fora.Não te perdoarei pela cicatriz que deixei em meu coração.

Mas talvez eu deixe você ser meu amigo de novo,se você mudar de opiniãoe tirar esse preconceitoque está acumulado em seu coração.

Mas acho difícil...Mariana de Oliveira

turma: 81

MAS ACHO DIFÍCIL

7

www.eco.g12.brMaio 2017

Crise é uma palavra muito ouvida. Principalmente na atualidade. É crise no Estado, crise nas empresas, crise na economia. Por esse motivo muitas pessoas ligam a palavra crise a somente coisas como política e economia. Porém a crise pode existir em muitas outras áreas, tais como as áreas emocional, social, familiar, educacional, entre muitas outras.

Com certeza, a grande maioria das pessoas, já experimentou algum tipo de crise. Até porque é algo natural do ser humano passar por crises. Isso ocorre porque o ser humano vive em constante transformação, e essa mudança tende a trazer alguns períodos críticos, pois, simplesmente, o novo causa temor em qualquer um. Por mais que as coisas novas sejam queridas e esperadas pelas pessoas.

Contudo, como a própria definição diz: crise é algo passageiro, não é o estado normal e permanente da coisa, seja ela qual for. Vale deixar em evidência que a crise se apresenta de maneira diferente para cada um. Podendo ser desde uma leve crise a algo mais sério, perdurando no tempo. Tudo depende de como cada ser assimila o golpe e quais aspectos pessoais e importantes são atingidos pela crise que a pessoa atravessa.

Por fim, é importante lembrar que as crises nem sempre são causadas por quem sofre com elas, muitas vezes elas são provenientes de outrém. Logo, o agente externo, aquele não programado, age sem qualquer interferência. Com isso, nem sempre podemos impedir que as crises ocorrem, só nos cabendo remar para longe delas.

Helena SouzaTurma: Pré II

O CONCEITO DE CRISE

Personagens: Gabriel, Victor, Zander, Segurança(Dois amigos na fila de uma balada pra maiores)

Gabriel - Victor, você viu o escândalo da Odebrecht?Victor - Lá vem você com esses assuntos políticos de novo. Já disse que não ligo pra isso...Gabriel - Mas é importante saber sobre política!Victor - Eu nem sei o que é Odebrecht! Político é tudo igual: corrupto e ladrão. Ponto final!Gabriel - Odebrecht é uma empreiteira envolvida com vários escândalos de corrupção.Victor - Tá... e daí?Gabriel - Ela tá envolvida em escândalos de caixa-dois nas eleições, mas sobretudo em superfaturamento de obras.Victor - E o que ela fez dessa vez?Gabriel - Aparentemente ela estava envolvida na tragédia de Mariana...(Menina na fila interrompe a conversa entre os dois)Menina - Desculpa interromper a conversa. Me chamo Zander, mas você está errado. (Meninos se olham). O acidente de Mariana foi causado pela Samarco.Victor - E o que que é Samarco?Zander - É só uma mineradora. Contudo eles não tomaram as precauções para fazer as obras de contenção das barragens...Victor - E ela é corrupta também?Zander - Não sei te dizer... mas pra acontecer isso!Victor - Nada nesse país funciona! Bom mesmo era na época dos militares!Gabriel - Isso tudo é culpa da Dilma e do PT!(Chegam ao início da fila)Segurança - Identidade, por favor. (Segurança confere as identidades e constata serem de menores de idade). Esta festa é somente para maiores de dezoito.Victor - Quê? Ninguém disse isso antes.Segurança - Está escrito na porta. Desculpe, mas vocês não podem entrar.Zander - Tem certeza de que não pode abrir uma exceção?Segurança - Tenho, me desculpem.(Zander tira dinheiro da carteira e esconde na identidade)Zander - (Entregando a identidade ao segurança).O senhor poderia conferir de novo? Porque eu tenho dezoito anos.Gabriel e Victor - (percebendo a situação) Nós também temos dezoito!Segurança - (Olhando para os lados). Verdade! Vi errado. Todos tem mais de dezoito.

Gabriel R. Cunha, Julia Zander e Victor BorneoTurma: Pré II

CORRUPÇÃOE HIPOCRISIA

8

Mariana de Oliveira T.81Manuella Ribeiro T.71Pedro Henrique Villa PRÉ IIIOctávio Lyra Heitor PRÉ IITito Vieira T.71Victor Borneo PRÉ II

Editor Responsável: Prof. LudwigCoordenação: Prof. Ludwig

www.eco.g12.br

Prof. LudwigProf. André CruzProf. Abelardo SoaresDiagramação: Fabio de Carvalho

Colaboradores:Diogo Heisler de Souza T.71Gabriel R. Cunha PRÉ IIHelena Souza PRÉ IIJulia Zander PRÉ IILetícia Brandão PRÉ II

Limites do uso da

O Potencial e os

Maconha

Maio 2017

Uma mulher chamada Marcela era uma pessoa muito consumista, não de roupas e sapatos, mas de animais. Ela comprava todos os animais que via pela frente e sua casa parecia até um zoológico. Os vizinhos reclamavam da barulheira, mas ela nem ligava, porque amava os animais.

Só que estava ficando endividada de tanto que comprava animais e coisas para eles. Mas adorava entrar em petshops e compra mais e mais. Já estava quase sem dinheiro e não dava mais para sustentar todos aqueles seus bichinhos.

Então sua única solução era vendê-los. Pensou em vendê-los em sua própria casa para arrecadar dinheiro e tê-los por um pouco mais de tempo. Dessa forma, suas criaturinhas continuariam tendo um bom lar, mesmo que já não fosse o dela.

No final das vendas, ficou apenas com um. Aquele ao qual era mais apegada, pois era o primeiro que comprou. Nos primeiros dias sem o restante da trupe animalesca, sentia falta dos demais. Contudo, se acostumou. E percebeu que realmente só precisava de um amiguinho - seu cachorrinho Bolota.

Manuella Ribeiro turma:71

A CONSUMISTA DE ANIMAIS

Fidel é um homem bem peculiar. Compra qualquer produto recomendado por qualquer lojista. Sem pensar que o vendedor só quer vender mais e ganhar mais dinheiro. Fidel tem um emprego de estilista em uma pequena fábrica de roupas. No entanto, essa fábrica só possui um mísero cliente, o "famoso" senhor Bush. E também tem seu leal amigo, Stálin, que foi quem arranjou seu emprego de estilista na fábrica.

Certo dia, após fazer suas compras diárias, Fidel teve uma triste surpresa. Ele chegou para trabalhar e descobriu-se desempregado, pois seu único cliente não mais queria seus produtos.

Nessa época, seu amigo Stálin foi primordial, pois desempregado, faltava-lhe dinheiro; e foi Stálin quem lhe emprestou algum e ficou de arrumar algum novo cliente. Mas a crise não permitiu que eles o encontrassem logo.

Fidel, após um tempo, entrou em depressão. E ficando cada vez mais endividado. Estava prestes a desistir...

Como não há mundo sem fundo nem mal que nunca acabe, Stálin apareceu com um novo cliente, o senhor Guevara.

No fim, Fidel não aprendeu nenhuma lição. Pagou o que devia a Stálin, mas voltou aos seus dias comuns de comprar além do que precisava e de ser iludido por vendedores calhordas.

Moral da história: Quanto mais se ganha, mais se quer; ou seja, consumismo só traz consumismo.

Tito Vieiraturma:71

TRAZ MAISCONSUMISMOCONSUMISMO