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1 PROGRAMA DE INICIAÇÃO CIENTIFICA PIC DEPARTAMENTO DE ARTES VISUAIS ORIENTADORA: Prof.(ª) DEBORAH ALICE BRUEL GEMIN ALUNO: ANDRÉ VASTAKEVICIUS MASSENA INCURSÃO À PERCERPÇÃO TEMPORAL NAS POETICAS MODERNAS E PÓS- MODERNAS Curitiba, 30 de Julho de 2010

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PROGRAMA DE INICIAÇÃO CIENTIFICA – PIC

DEPARTAMENTO DE ARTES VISUAIS

ORIENTADORA: Prof.(ª) DEBORAH ALICE BRUEL GEMIN

ALUNO: ANDRÉ VASTAKEVICIUS MASSENA

INCURSÃO À PERCERPÇÃO TEMPORAL NAS POETICAS MODERNAS E PÓS-

MODERNAS

Curitiba, 30 de Julho de 2010

2

PROGRAMA DE INICIAÇÃO CIENTIFICA – PIC

DEPARTAMENTO DE ARTES VISUAIS

ORIENTADORA: Prof.(ª) DEBORAH ALICE BRUEL GEMIN

ALUNO: ANDRÉ VASTAKEVICIUS MASSENA

INCURSÃO À PERCERPÇÃO TEMPORAL NAS POETICAS MODERNAS E PÓS-

MODERNAS

Relatório contendo os resultados finais do

projeto de iniciação científica vinculado ao

Programa PIC-Embap

Curitiba, 30 de Julho de 2010

3

RESUMO

O tempo é um símbolo cujo conceito modificou-se ao longo dos séculos até assumir a forma

que conhecemos. Grande parte das características da compreensão temporal estabelecida no século

XXI, é fruto das conseqüências da Revolução Industrial, e principalmente do desenvolvimento

tecnológico e midiático que desencadeou o período modernista. Em meio ao caos metropolitano,

sobreposições urbanistas e demais características típicas do modernismo, ocorreu uma verdadeira

mutação fisiológica e psicológica na experiência subjetiva do homem, fator responsável por diversos

dos paradigmas contemporâneos, e perfeitamente reconhecível no desenvolvimento artístico dos

períodos em questão. O objetivo do trabalho consiste na procura das evidencias da percepção temporal

nos movimentos artísticos modernos e pós-modernos, bem como dos eventos responsáveis por essa

variação conceitual, encarando a arte como uma reflexão da condição humana.

Palavras chave: Tempo; Temporalidade; Arte; Modernismo; Pós-Modernismo; Bachelard

4

SUMARIO

Introdução ............................................................................................ 05

Objetivos ....... ..... ................................................................................. 06

O Modernismo e a Temporalidade ................................................ 07

Desdobramentos do Modernismo ....................................................... 09

Uma Nova Percepção de Mundo..............................................................11

O Tempo como Instante............................................................................12

O Legado Moderno....................................................................................14

A Produção Artística Após o Modernismo..............................................16

O Olhar Contemporâneo...........................................................................18

Resultados e Discussão............................................................................19

Conclusão .................................................................................................. 20

Bibliografia ..... ......................................................................................... 21

Anexos ..... ................................................................................................. 22

5

INTRODUÇÃO

O mundo em que vivemos é constituído em grande parte por símbolos criados pelo homem.

Conceitos, ideologias e valores resultantes de um longo processo de aprendizagem que ocorreu e

ocorre em meio ao devir, e é propagado através das gerações que utilizam e modificam tais

aprendizados conforme a experiência que lhes é exigida. A criação destes símbolos revela a

capacidade humana da “síntese”, que aliada ao reconhecimento de que os eventos naturais e sociais

nascem e morrem, fez surgir a experiência do que chamamos tempo. Sem duvida alguma, o tempo

consiste num dos métodos de orientação mais importantes do homem ao longo de sua trajetória como

sociedade. Se trata de um desenvolvimento humano que se deu ao longo das eras, e deste modo tomou

a forma pela qual o compreendemos. Grande parte das características do tempo que conhecemos hoje

é fruto dos avanços tecnológicos da Revolução Industrial, responsáveis por um impacto drástico no

sistema de produção da época, bem como nas relações sociais. Questões que desembocaram no

modernismo, quando o caos metropolitano, sobreposições urbanistas e suas demais características

designaram as novas formas de experiência do cotidiano.

O caótico cotidiano moderno favoreceu a proliferação de uma grande diversificação estética,

tanto através das imagens midiáticas quanto da produção artística, que se apresenta em meio ao

modernismo num verdadeiro leque de escolas e estilos. No modernismo quanto mais intenso ficava o

ambiente urbano, mais fortes eram as conseqüências no ser humano. O imediatismo, a velocidade e a

fragmentação são questões típicas do modernismo, e a partir delas o tempo passou a representar um

verdadeiro agente controlador da sociedade; questão que seguiu latente até o século XXI, dando novo

matiz a separação entre cultura e natureza. Todas estas questões foram aparecendo pouco apouco no

cubismo, futurismo, arte cinética e diversas das outras formas ou processos de desenvolvimento

artístico do pós-modernismo.

6

OBJETIVOS

O objetivo do trabalho consiste numa abordagem sobre as variações da compreensão

temporal por parte da sociedade nos séculos XX e XXI, bem como da relação desta

compreensão com o desenvolvimento dos diversos processos artísticos do século XX. Sabe-se

que o tempo é um dado simbólico, cujo conceito é susceptível a variações conforme o

transcorrer dos eventos e desenvolvimentos sócio-culturais na historia. Ao assumir um papel

cada vez mais relevante no cotidiano social, as questões que envolvem a temporalidade foram

marcando presença de uma forma cada vez mais constante nas produções do espírito; a

intenção é apontar algumas das características do tempo do século XXI, na produção artística

moderna e pós moderna.

Além da exposição das questões já mencionadas, buscou-se também apresentar os

elementos responsáveis pela formação da compreensão temporal. Apontando dessa forma as

características da relação do homem contemporâneo com o tempo, como um resultado do

rápido desenvolvimento tecnológico do final do século XIX e inicio do século XX. O tempo

em si não existe, o que existe é o envelhecimento, a morte; a existência e as variadas

sensações envolvidas a ela, são possíveis apenas por meio dos diversos processos da

experiência. Foram as experiências modernas que deram a luz ao caráter efêmero e

fragmentado da percepção temporal, características que intensificaram-se no século XX e

XXI, e podem perfeitamente se encontradas na produção artística dos períodos envolvidos.

7

O MODERNISMO E A TEMPORALIDADE

Que luz... e a noite após! Efêmera beldade

Cujos olhos me fazem nascer outra vez,

Não mais hei de te ver senão na eternidade?

Longe daqui! Tarde demais! Nunca Talvez!

Pois de ti já me fui, de mim tu já fugiste,

Tu que eu teria amado, ó tu que bem o viste.

(Baudelaire) 1

Em meio aos passantes Baudelaire se percebe isolado, heterogêneo à realidade

daqueles que com ele compartilham um mesmo espaço e tempo. No poema a uma passante, o

critico e poeta descreve os dois extremos que o abraçam no instante em que se apaixona pela

imagem efêmera de uma das moças que passam pela sua frente, desaparecendo logo em

seguida entre a multidão. O momento no qual é agraciado pela beleza da moça é rapidamente

sobreposto pela dura descoberta que revela a essencialidade do tempo, que por vezes se

mostra impiedosa. O virtuosismo poético de Baudelaire é legado à posteridade como lúcida

reflexão sobre o contexto moderno, caracterizado pelo desenvolvimento do caos

metropolitando, sobreposições urbanistas e demais características responsáveis pelo

hiperestímulo sócio-cultural. A notoriedade do modernismo subsiste no fato de haver sido

palco da criação de muitos dos agentes que intensificaram, ou ate mesmo criaram, os diversos

fatores responsáveis pelos principais sintomas do século XX e XXI. A maquina a vapor, a

energia elétrica, os meios de transporte - bondes e automóveis- e a maquina fotográfica; foram

alguns dos elementos fundamentais na elaboração de diversos dos paradigmas

contemporâneos, uma vez que interferiram de forma violenta no que diz respeito a psicologia

e subjetividade do homem. E Baudelaire, nos apresenta o homem e o período moderno em sua

plenitude, esmiuçando os principais detalhes que compõem tal atmosfera, constituída pela

fleuma e pelo espírito flaneur.

Bem como enfatiza Norbert Elias, “em larga medida, os homens vivem dentro de um

mundo de símbolos que eles mesmos criam” 2. Em outras palavras, as forma com que a

sociedade se relaciona com o ambiente e com ela mesma, é resultado de um longo processo

1 BAUDELAIRE, Pequenos Poemas em Prosa. Trad: Santos, Gilson Maurity. São Paulo: Editora Record, 2006.

2 ELIAS, Norbert. Sobre o Tempo. Jorge Zahar Editor. 1998. Rio de Janeiro. Tradução:Vera Ribeiro.pp 36.

8

de aprendizagem que ocorre em meio ao devir, e é propagado por meio das gerações que

utilizam e modificam tais aprendizados conforme a experiência que lhes é exigida. A partir

de então, pode-se pressupor que o ser humano é dotado de um poder de síntese, cujo objetivo

principal é o registro de experiências. Por meio de tais registros, as futuras gerações aprendem

a orientar-se em meio à realidade cognitiva deixada pelos seus antepassados, podendo

também, alterar ou complementar tal repertorio simbólico. Paralelamente a isso, a capacidade

de distinguir os eventos ou sucessos que ocorrem no decorrer do tempo, permite a capacidade

humana da identificação de acontecimentos passados, bem como da associação destes com

eventos mais recentes. Eis a experiência do que chamamos tempo, que sem duvida alguma

consiste num dos métodos de orientação mais importantes do homem ao longo de sua

experiência como sociedade.

" Quanto mais os enclaves humanos foram ganhando extensão e autonomia relativa em favor de processos como a urbanização, a comercialização e a mecanização, mais

eles se tornaram dependentes, para medir o tempo, de dispositivos artificiais, e menos

passaram a depender de escalas naturais de medição do tempo, como os movimentos

da Lua, a sucessão das estações ou ritmo da maré alta e da maré baixa." 3

Ainda segundo Norbert Elias, o tempo nada mais é do que um símbolo, um “processo

civilizador”, resultado do desenvolvimento humano que se deu ao longo das eras, e deste

modo tomou a “forma” pela qual o compreendemos. Em suas formações sociais mais

primitivas, o homem entendia o tempo a partir de parâmetros de comparação entre os seus

próprios eventos culturais aos ciclos naturais - como as estações do ano, os ciclos lunares, o

pôr e nascer do sol, entre outros - unidades simbólicas caracterizadas por sua repetição

cíclica e relativa estabilidade. Porém, com o desenvolvimento tecnológico os parâmetros de

comparação mudaram, dando espaço para unidades simbólicas desenvolvidas pelo próprio

homem. Os reguladores temporais naturais deixaram espaço para os relógios de movimento

continuo, que acompanhados ao calendário atual, apresentam-se não apenas como ferramentas

de identificação, registro ou comparação dos eventos histórico-sociais, mas principalmente

como reguladores da relação e rotina sócio-cultural.

No final do século XIX e principalmente no inicio do século XX, a complexidade da

vida e organização social, tornou imprescindível a sincronização do tempo. Seja em função da

distribuição da jornada de produção, do descolamento dinâmico e coordenado da malha

3 idem

9

ferroviária e das linhas de telegrafo, ou até mesmo no remanejo de tropas, o problema da

sincronia dos relógios tornou-se uma das questões primordiais a serem resolvidas na época. E

foi em meio a todos estes impasses relacionados a sincronização e coordenação da produção

social que surgiu Albert Einstein, cuja contribuição teórica foi como um verdadeiro alivio,

uma solução dos problemas de sua época. Por meio do principio da relatividade, foi

desmistificada a idéia newtoniana de um tempo absoluto, um tempo metafísico ao qual todos

relógios deveriam refletir.

DESDOBRAMENTOS DO MODERNISMO

" Em meio à turbulência sem precedentes do trafego, barulho, painéis, sinais de

transito, multidões que se acotovelavam, vitrines e anúncios da cidade, o individuo

defrontou-se com uma nova intensidade de estimulação sensorial. A metrópole

sujeitou o individuo a um bombardeio de impressões, choques e sobressaltos. O ritmo

de vida também se tornou mais frenético, acelerado pelas novas formas de transporte

rápido, pelos horários permanentes do capitalismo moderno e pela velocidade sempre

acelerada da linha de montagem." 4

Um dos principais agentes responsáveis pela formação do ambiente comentado até

agora, sem duvida alguma foi a Revolução Industrial, cujos avanços tecnológicos impactaram

drasticamente no sistema de produção daquela época. A pratica do liberalismo econômico

aliada aos avanços tecnológicos e científicos do século XVIII, deram inicio à serie de

mutações sócio-econômicas, que desembocaram na Revolução Industrial, que do século

XVIII até o século XIX, expandiu-se da Inglaterra ao resto do mundo. A interferência foi

absoluta, e se fez perceber na arquitetura e na arte de forma não menos revolucionaria. A

expansão das cidades ocorreu de forma caótica, a grande migração da população campestre

em busca de empregos industriais, rapidamente fez transbordar os limites urbanos, motivando

novas e urgentes construções, fatores que despertaram uma serie de impasses sociais. A

expansão urbana e rápido crescimento demográfico motivaram a criação do “urbanismo”,

disciplina que converge à sociologia, economia e arquitetura, buscando melhorar as condições

4 CHARNEY, L. E SCHWARTZ, V.R., (Orgs). O Cinema e a Invenção da vida Moderna. Capitulo:

Modernidade, hiperestimulo e o inicio do sensacionalismo popular, SINGER, B. Editora: Cosacnaify. São Paulo,

2000. pp 121

10

de vida da classe operarias, visando também uma melhor distribuição das vias, e

principalmente os motivos de especulação imobiliária.

É claro que as cidades sempre foram movimentadas, ao mesmo tempo, sempre

possuíram grande aglomeração de pessoas e diversas das características que se repetiram nas

cidades modernas, porém, a intensidade com que todas essas características re-apareceram no

modernismo foi avassaladoramente maior. A modernidade se fez em meio a um verdadeiro

bombardeio de estímulos que contribuíram à formação de uma realidade fragmentada e

desorientada, descrita por muitos artistas como Baudelaire, mas também pelas revistas e

jornais da imprensa ilustrada. É interessante reparar numa ilustração de Nova York, impressa

num fascículo de 1909 da revista Life, como a “combinação de múltiplas perspectivas espaço-

temporais em um campo visual único e instantâneo (alguns anos antes do cubismo) transmite

a intensidade e a fragmentação das percepções da experiência urbana.” 5 A imprensa tinha

uma forte atração e predileção por imagens fortes que representassem os desastres causados

pela falta de atenção num ambiente onde a velocidade era pré-requisito para as maquinas,

meios de transporte e para os indivíduos que trafegavam.

Ilustração Publicada na Revista Life em 1909

5 idem. pp 121

11

Ao descrever todos estes eventos, a industria midiática se utilizava de uma linguagem

incisiva e dramática com o intuito de atrair a curiosidade do leitor. - surge então o

sensacionalismo midiático. Porém, essas noticias e charges revelam muito mais do que o

oportunismo econômico embasado num interesse e curiosidade mórbida do publico alvo. Tal

interesse e ênfase aos acidentes, revela além dos perigos em si, a necessidade de uma atenção

extra aos estímulos e constantes choques nervosos, que ameaçam a vulnerabilidade do

homem em meio ao ambiente moderno. A principal questão que podemos extrair destes

documentos, é o nítido registro da revolução no que diz respeito à estrutura da experiência e

percepção do homem. “A preocupação da imprensa ilustrada com os riscos cotidianos refletia

a ansiedade de uma sociedade que ainda não havia se adaptado por completo à

modernidade.” 6

UMA NOVA PERCEPÇÃO DE MUNDO

O distanciamento entre o homem e a natureza é multiplicado exponencialmente, e o

principal fruto dessa realidade consiste no constante estimulo neurológico ao qual a sociedade

é submetida. Tal apontamento é defendido por teóricos como George Simmel, Siegfried

Kracauer e Walter Benjamin; para os quais a modernidade representou uma revolução aos

fundamentos fisiológicos e psicológicos da experiência subjetiva. No modernismo a

percepção da sociedade muda; e quanto mais intenso ficava o ambiente urbano, mais fortes

eram as conseqüências na fisiologia humana. A relação do ambiente com o sistema fisiológico

da percepção do individuo é tão grande, que até mesmo as formas de entretenimento

começaram a envolver cada vez mais aos espetáculos sensacionalistas, carregados de surpresa

e suspense. As sensações imediatas e emocionantes, marcaram uma era chave no

entretenimento popular, caracterizado por um verdadeiro comercio de choques sensoriais.

A nova rotina e interesse da sociedade evidencia uma nova forma de percepção de

mundo, cujos sistemas de valores modificaram-se; interferindo também na arte. Para discorrer

sobre a arte moderna é essencial considerar as condições do cotidiano que envolvia aos artistas em

questão. Primeiramente, os ofícios foram substituídos gradativamente pelas fabricas, bem como, os

mestres de oficio e seus aprendizes pelo proletariado nascente. A reboque desse processo de

industrialização, surgem novos cânones estéticos; industrialização esta, que além de forjar a citada

classe proletária nascente, vai do mesmo modo, gerar uma pequena burguesia carente, tanto de

6 ibidem. pp 133

12

tradição quanto de refinamento estético. Os artistas cuja produção era dotada pelo comprometimento e

densidade poética, distante do foco hedonista burguês, migraram da posição confortável e auto-

sustentável –que anteriormente era subsidiada pela igreja e conseqüentemente a isso, pelo

afunilamento na demanda estética- para os limiares da marginalidade boemia, facilmente reconhecida

aos arredores de Montemaitre. O fausto da produção artística substitui o critério acadêmico, que aliado

ao cotidiano caótico moderno favoreceu a proliferação de uma grande diversificação estética, tanto

através das imagens midiaticas quanto da produção artística, que se apresenta em meio ao modernismo

num verdadeiro leque de escolas e estilos. A partir desse momento as temáticas de conteúdo critico e

político, ou até mesmo aquelas que referenciam ao cotidiano, ganham força, e a mimese, que logo foi

substituída pelas reproduções fotográficas, cedeu espaço para o caráter reflexivo.

Neste momento, a arte se revela como pratica reflexiva e critica, sempre inserida ao

seu próprio tempo numa linguagem de conteúdo político e social, direcionando suas

possibilidades interpretativas ao desenvolvimento econômico e tecnológico, bem como, do

não acompanhamento fisiológico do ser humano diante de tais evoluções; o choque entre a

realidade bucólica, inspiradora da pureza humana e do engrandecimento da natureza, com a

nova realidade da metrópole, fonte do sensacionalismo histérico disseminado pelas mídias. O

distanciamento da mimese, através de figuras desfocadas, resolvidas por pinceladas rápidas,

que referenciam o cenário e visão do homem moderno que já não possui espaço para observar

os detalhes de seu ambiente.

O TEMPO COM OINSTANTE

Em 1839 o surgimento da fotografia cumpriu um papel essencial nesse palco, e foi

responsável por uma verdadeira renovação de todas as outras linguagens artísticas. O

aparelho fotográfico consolidou de uma vez por todas o olhar do século XX. Ao contrario do

pintor que compõe a imagem através de todo um processo duradouro, o fotografo elabora suas

imagens instantaneamente através de um verdadeiro recorte no tempo e espaço. O recorte

temporal proporcionado pela fotografia - ou paralisação da passagem do tempo, como

também foi conhecido - reafirmou a questão do instante num ambiente onde tudo era

fragmentado e efêmero.

A temporalidade é essencial para o olhar, pois para a percepção dos elementos

constituintes de qualquer ambiente, é necessário não apenas um sistema fisiológico dos

sentidos, mas uma temporalidade através da qual, tais elementos são apresentados. É por meio

13

dela que os processos e relações presentes na existência humana são constituídos. A

capacidade reflexiva, através da qual formula argumentos baseando-se em fatos passados, é o

que realmente diferencia o ato superficial do ver, do olhar reflexivo. É por meio deste olhar

que nos reconhecemos em meio ao devir.

Como é possível compreender a partir das reflexões sobre a temporalidade de

Bachelard, o tempo em si não existe, o que existe é o envelhecimento, a morte; fragmentos do

processo das coisas e dos lugares. As sensações que envolvem a existência do homem são

possíveis apenas por meio dos diversos processos da experiência; processos que no

modernismo passaram a ser “desmembrados” por meio dos recortes temporais da fotografia.

A questão da fragmentação assume um papel importantíssimo no século XX e XXI, e pode

ser uma evidencia da forma pela qual a sociedade atual encara suas questões temporais. Para

refletir nestas questões, Bachelar se faz essencial; em seu livro „‟A Intuição do Instante‟‟, o

autor realiza uma reflexão meticulosa sobre questões temporais, frisando a essencialidade da

consciência e da percepção humana neste palco. Para isso analisa a teoria da relatividade de

Einstein; e sobrepõe a noção temporal de Roupnel sobre a compreensão temporal

bergsoniana. Para Bergson o tempo consiste na duração, na linha temporal que representa o

devir, já para Roupnel, o tempo nada mais é do que o instante isolado. Roupnel propõe uma

compreensão do tempo por meio do instante; julgando a duração como ilusão ou construção

da capacidade imaginativa aliada aos fatores externos registrados pela memória humana. Para

Bergson, o instante é uma construção mental, um corte imaginativo da linha temporal, ou seja,

da duração. Já para Roupnel, a duração é a construção mental, realizada a partir da memória

que temos de diversos instantes. Segundo Bachelard e Roupnel, toda existencialidade

acontece apenas no instante presente, que nasce e morre sucessivamente. O passado e o

futuro, são inexistências ou ilusões, assim como a duração, que adquire um “corpo ilusório”

fortalecido pelo habito e pela noção de progresso.

14

O LEGADO MODERNO

“O caráter aparentemente não-simbolico, objetivo, das imagens técnicas faz

com que seu observador as olhe como se fossem janelas e não imagens. O

observador confia nas imagens técnicas tanto quanto confia em seus

próprios olhos. Quando critica as imagens técnicas (se é que as critica), não

o faz enquanto imagens, mas enquanto visões do mundo. Essa atitude do

observador face às imagens técnicas caracteriza a situação atual, onde tais

imagens se preparam para eliminar textos. Algo que apresenta

conseqüências altamente perigosas.·7

O avanço tecnológico é sempre um elemento essencial na construção da forma com

que o homem se relaciona e percebe o mundo. Em seu texto “O Narrador”, Walter Benjamin

comenta sobre uma progressiva atrofia na comunicação da experiência e conseqüentemente a

isso, a certa “banalização” da escrita acarretada pelo surgimento da imprensa de Gutemberg.

A reboque, e impulsionadas também pelas novas tecnológicas e mídias, as imagens foram

gradativamente substituindo o papel da linguagem escrita, fazendo surgir novas formas de

arte, dependentes diretos desses aparelhos tecnológicos, como o caso da fotografia e do

cinema.

Essa questão é facilmente percebida na Historia da Arte, quando a narrativa vai

perdendo ênfase e cede espaço para a experimentação, que ganha forças no espaço da

produção artística, alcançando um importância cada vez maior. O que resta é uma reflexão

com relação a experiência, na qual são interligados uma série de componentes suspensos no

cotidiano; componentes ou fragmentos sempre configurados de uma forma não linear,

refletindo o caótico cenário contemporâneo.

A atmosfera da qual estamos falando é compreendida de forma virtuosa por Godard,

que no inicio de “Week-end”, de 1967, traduz à linguagem cinematográfica um longo

engarrafamento - o ícone da ansiedade de uma sociedade motorizada abraçada por buzinas e

concreto. A coexistência de componentes tão desiguais nas cidades modernas e

contemporâneas, expressa tão bem nos sete minutos de Weekend, exaltam a fragmentação da

realidade do homem urbano. Cuja heterogeneidade dos elementos enfatiza a efemeridade do

tempo, que se torna cada vez mais escasso, adquirindo cada vez mais importância e valor.

Segundo Vicente Romano, “na sociedade moderna, a maioria das pessoas vive uma relação

7 FLUSSER, Vilém. A filosofia da caixa preta, Ensaios para uma futura filosofia da fotografia. Editora Hucitec,

SãoPaulo,1985..pp. 10

15

deslocada com o tempo. Ou, dito de outro modo, o tempo as domina.”8A medida que o tempo

assume um papel dominante e controlador da sociedade, ele se torna cada vez mais escasso e

passageiro. Num mundo tão fragmentado, e passageiro, a noção de instante, como Bachelard

defende ganha forças, mostrando-se presente cada vez mais.

Cena de Weekend de Jean Luc Godard

A fuga dos limites institucionais é uma nítida conseqüência do surgimento das novas

tecnologias que possibilitaram a reprodutibilidade. Após o período moderno, a mídia e os

critérios de beleza que a direcionam são supervalorizados. Além de distribuir informação,

cultura e entretenimento, as mídias passam a “produzir consenso, instauração e intensificação

de uma linguagens comum no social.”9 . A constante substituição das imagens midiáticas, faz

delas imagens heterogêneas, características que logo seriam presentes na arte, que sempre

possui ligação intima com seu contexto.

8 GARCIA, Vicente Romano. Ordem cultural e ordem natural do tempo. São Paulo: CISC - Centro

Interdisciplinar de Semiótica, Cultura e Mídia, 2001. 9 Vattimo, Gianni; O Fim da Modernidade; III. Morte ou ocaso da arte, Martins Fontes; São Paulo, 1996; p. 44.

16

A PRODUÇÃO ARTISTICA APÓS O MODERNISMO

“Depois do”ready-made” de Duchamp, a arte nunca mais voltou a ser a

mesma. Com ele, o ato criativo foi reduzido a um nível espantosamente

rudimentar: à decisão singular, intelectual e largamente aleatória de

chamar “arte” a este ou aquele objeto ou atividade.”·10(roberta Smith)

Até pouco antes dos anos 60 era possível dividir as artes visuais em pintura ou

escultura,”dupolio” que foi ameaçado no século XIX, quando os artistas “se libertaram por

completo” dos padrões acadêmicos. O que vemos na arte a partir de então são diversos

processos e pesquisas poéticas, nas quais eram articulados conceitos, ideologias e os mais

diversos materiais. Muito embora, ainda no final da década de 50, já percebíamos entre os

impulsos e características da arte, o interesse pelo corriqueiro e pelo acaso, de uma forma

bastante diferente da qual o dadaísmo encarava tais questões. O efêmero se mostra na arte

como resultado de uma atmosfera baseada numa verdadeira explosão voltada para os sentidos,

onde a distribuição de informação passou a acontecer de forma exagerada e caótica. Tudo

começa a se apresentar de forma fragmentada, e estes recursos foram os elementos básicos no

desenvolvimento dos principais movimentos desse período, como a Pop Are, o Minimalismo,

a Arte Povera e outros.

A produção e apresentação de objetos industrializados, muitas vezes em série e

totalmente desligados com os antigos processos de feitura, fez surgir uma nova postura

artística, na qual a habilidade técnica foi substituída pelo domínio teórico. Vemos uma

modificação enorme com relação ao processo artístico, na qual a reflexão sobre o caráter

efêmero ou passageiro dos bens de consumo da vida pós-moderna são referenciados com

grande constância. Questão apresentada de forma formidável por Duchamp, que atribuiu o

estatuto de obra de arte a objetos industrias cotidianos. Por meio dos ready-made, Duchamp

pôs em cheque os antigos processos e a instituição que promove a arte. Assim foi minimizado

“o papel da mão do artista, bem como o valor da perícia artística. Ele atribuiu valor estético a

objetos puramente funcionais por uma simples escolha mental e não através de qualquer

exercício de habilidade manual. O que ele quis demonstrar foi que a produção de arte podia

basear-se em outros termos que não o arranjo arbitrário e apurado das formas.” Duchamp foi

10 STANGOS, N. Conceitos Fundamentais da Historia da Arte. Jorge Zahar Editora. São Paulo. 2002. pp23

17

uma peça chave para o desenvolvimento que conhecemos da arte, não apenas para o

minimalismo mas também para as demais vertentes que conhecemos.

A arte que sempre consistiu em figurações, passou a bordar a realidade, buscando

espaços, sensações, situações e reações reais; componentes efêmeros que tornam cada vez

mais visíveis os limites da reprodução tecnológica. Se antes a fotografia não era capaz de

reproduzir a materialidade e corporeidade da obra, neste momento, os demais equipamentos

que vieram para auxiliar ou ate mesmo substituir a maquina fotográfica são incapazes de

reproduzir uma serie de outros elementos relacionados a experiência de um acontecimento

que passou. As reproduções passam a igualar-se a documentos, cuja insuficiência de abordar

satisfatoriamente ao evento em questão se torna cada vez mais clara. Neste contexto temos a

Arte Performática e a Earth Art; dois movimentos que rejeitam qualquer mídia ou suporte,

propondo a experiência propriamente dita, como objeto artístico. A primeira delas mescla

diferentes linguagens de forma não linear e abstrata, buscando a sensação real de um evento

ou situação.”A performance, fosse ela denominada ações, arte viva ou arte direta, permitiu aos

artistas romper as fronteiras entre a mídia e as disciplinas, e entre a vida.” 11 Já a segunda se

faz na natureza, revelando-se contra qualquer tradição ou cultura – exatamente o contrario do

que a Arte Pop. Tanto a Performance quanto a Earth Art discutem a percepção temporal de

forma direta, uma vez que o tempo nada mais é do que uma codificação da capacidade

humana de reconhecer e diferenciar experiências.

A grande maioria das imagens urbanas do século XXI cumprem finalidades

publicitárias, são imagens dispersas e contraditórias que se desfazem com a concretização do

consumo. Tais imagens são tão passageiras quanto aquilo que promovem, sendo substituídas

diariamente num ciclo onde tudo é descartável. Alguns movimentos constroem sua poética a

partir dessas imagens, entre eles a Pop Arte e a Arte Povera. Ambos movimentos referenciam

a mentalidade e o ambiente de uma sociedade imersa num universo consumista. “As criações

da Arte Povera se caracterizam por inesperadas justaposições de objetos ou imagens, pelo uso

de materiais contrastantes e pela fusão do passado com o presente, da natureza com a cultura,

da arte com a vida.” 12. A Pop Arte, referencia e critica as mesmas questões, mas a partir de

elementos do design e da publicidade, característica que fez dela bastante aceita pelo publico

e mercado.

11

DEMPSEY, A. Estilos, escolas & movimentos. Editora CosacNaify. São Paulo. 2005. pp 223

12 DEMPSEY, A. Estilos, escolas & movimentos. Editora CosacNaify. São Paulo. 2005. pp 268

18

O OLHAR CONTEMPORANEO

A escassa narratividade aliada ao caráter instantâneo e efêmero da arte pós-moderna,

dão fisionomia a um olhar fragmentado, encurralado por um conglomerado caótico de

imagens lançadas constantemente, seja por outdoors, monitores, cartazes, ou demais sistemas

ou aparelhos midiáticos. É por meio do devir que a existência se faz possível, e é nele que

tudo se constrói; neste momento, percebemos que além de um novo cenário, o pós-

modernismo se mostra como a consolidação de uma nova forma de percepção por parte da

sociedade, que foi desencadeado no modernismo. Nas cidades modernas e principalmente nas

cidades contemporâneas, o excesso de imagens faz com que a maioria delas sejam imagens

passageiras, sem passado nem futuro; o que significa a falta de compromisso dessas imagens

com a realidade. A realidade imaterial ou imagética neste novo ambiente é muito mais

sedutora que o mundo real, motivo pelo qual todos os valores passam a ser uma questão de

imagens.

“A visão depende de nós, nascendo em nossos olhos. Em sua

passividade a visão depende das coisas e nasce lá fora, no grande

teatro do mundo.” ·13

O ambiente que rodeia o homem é composto sempre por elementos que ao mesmo

tempo são imagens. Por meio do aparelho fisiológico da percepção, tais imagens são

apresentadas ao ser humano que se relaciona com elas. O mundo é constituído por imagens

interligadas, porém a simples percepção não é suficiente para o desenvolvimento e boa

dinâmica do ser humano. Para dotar profundidade à sua intervenção às imagens do mundo, o

homem deve desenvolver não apenas a percepção ou visão, mas sua reflexão, seu olhar

critico. É neste contexto que a Arte se faz essencial, pois em suas diversas formas de

linguagem a Arte é sempre um exercício da reflexão; quando se aprende a matutar sobre obras

de arte, automaticamente se aprende matutar sobre si mesmo e sobre sua própria realidade. É

por meio da arte que o homem se lança a desvendar os fragmentos que compõem a realidade,

que não se limitam apenas aos objetos visíveis e palpáveis, mas também aqueles invisíveis,

como sistemas de valores, de relação ou de percepção.

13

Marilena Chauí. Janela da Alma, espelho do Mundo, São Paulo, Companhia das Letras, 1988,

p.35.

19

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A arte é sempre uma reflexão, trata-se de um conjunto de elementos simbólicos e materiais,

cuja configuração traduz partículas de nossa existência. Tanto nas representações ou figurações,

quanto nas discussões formais (dela para ela mesma), a atitude do artista possui uma intima ligação

com as imagens de seu contexto. As variações ou mutações que a arte sofreu e sofre em meio ao devir,

refletem a nossa própria condição como seres humanos, cuja experiência existencial acontece a partir

da percepção que temos do mundo. Por sua vez, o mundo em que vivemos é constituído não apenas

por objetos materiais, mas também por símbolos, conceitos, ideologias e valores; todos estes sujeitos a

variações. E é exatamente esse o motivo do caráter maleável da arte. O objeto artístico registra os

paradigmas de seu tempo, sempre revela a forma com que compreendemos o mundo.

Diariamente, a nossa experiência diante do mundo é permeada pela orientação dos símbolos

que nossos antepassados criaram num longo processo de aprendizagem que ocorreu ao longo das eras

e foi propagada pelas gerações. Dentre estes símbolos, o tempo, provavelmente é o que se instala em

nossas vidas com maior intensidade. Assumindo um papel cada vez mais autoritário. Bem como

afirma Vicente Romano, em seu texto: Ordem cultural e ordem natural do tempo ,(que é um texto

bastante elucidativo sobre a forma que a temporalidade assumiu no final do século XIX e XX), “ na

sociedade moderna, a maioria das pessoas vive uma relação deslocada com o tempo. Ou, dito de outro

modo, o tempo as domina”. Segundo o autor, o rápido avanço tecnológico do século XIX e XX,

dissolveu a noção tradicional de tempo, e provocou uma nova mentalidade social.

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CONCLUSÃO

Durante a pesquisa se fez necessário relatar alguns dos fatores decisivos para a formação da

compreensão temporal que possuímos hoje. Ao percebermos a arte como produção e criação

simbólica, espiritual e não apenas material, automaticamente reconhecemos nela a mesma

maleabilidade dos demais símbolos de orientação, sempre condicionados a partir das necessidades e

peculiaridades de um determinado contexto social. A década de 60 disponibilizou ao artista um

emaranhado infinito de possibilidades, suportes e materiais; frutos de uma realidade nova, que

obriga a ágil distribuição e recepção das informações que se renovam constantemente. A

fragmentação dessas informações e das imagens que as acompanham, é apenas mais uma

característica, da forma como o homem contemporâneo se relaciona com seus semelhantes,

com as maquinas e com as imagens que o acompanham diariamente.

Devido a complexidade da temática escolhida, o período e cronograma dedicado à

Iniciação Cientifica se fez pequeno e não foi possível um aprofundamento maior nas questões

do trabalho. Mas de qualquer forma, a pesquisa consiste numa introdução ao assunto, que será

melhor desenvolvido futuramente, e por tanto, atingiu todos seus objetivos.

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BIBLIOGRAFIA

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Martins Fontes. 2001

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- STANGOS, N. Conceitos Fundamentais da Historia da Arte. Jorge Zahar Editora. São

Paulo. 2002

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ANEXOS

Anexo 1

Manet –Almoço sobre a Relva – 1863

Anexo 2

Ilustração Publicada na Revista Life em 1909

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Anexo 3

Eadweard J. Muybridge –Motion Study – 1880

Anexo 4

Gericault –The Derby at Epson. 1821 – 1880

24

Anexo 5

Duchamp –Nu Descendo a Escada – 1912

Anexo 6

Picasso –Les demoiselles d'Avignon – 1907

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Anexo 7

Duchamp – A fonte – 1917

26

Anexo 8

Richard Hamilton – Marilyn"Just what is it that makes

today’s homes so different, so appealing ?" - 1964

Anexo 9

Michelangello pistoletto, Venus dourada dos trapos 1967-7

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Anexo 10

Robert smitson – quebr-mar em espiral 1977

Anexo 11

Yves Klein salto ao vazio 1960

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Anexo 12

Yves Klein antropometrias do periodo azul, 9 de março de 1496

Anexo 13

Calder – móbiles, quatro organismos em movimento 1960